Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
FO TO S: G US TA VO D E OL IV EI RA 29 janeiro a 4 de fevereiro 2023 - Ano XXX - nº 1.30429 janeiro a 4 de fevereiro 2023 - Ano XXX - nº 1.304 Páginas: 5 a 7Páginas: 5 a 7 Curso dos Bispos abordou o valioso papel que as Novas Comunidades exercem na evangelização Na comemoração dos 20 anos da Escola Diaconal Santo Efrém foram ordenados 14 novos diáconos permanentes Páginas: 19 a 24Páginas: 19 a 24 2 ARQUIDIOCESE B i c h e c t o m i a C i r u r g i a B u c o M a x i l o - F a c i a l E n d o d o n t i a I m p l a n t o d o n t i a L e n t e d e C o n t a t o O d o n t o g e r i a t r i a O d o n t o p e d i a t r i a O r t o d o n t i a - P a c i e n t e s e s p e c i a i s P e r i o d o n t i a - P r ó t e s e T o x i n a B o t u l í n i c a ( B o t o x ) Com atuação PS G PROGRAMA SOCIAL ODONTOLÓGICO GESTACIONAL PRÉ NATAL ODONTOLÓGICO Dr. Wellington Vasques Novo Conceito em Odontologia Especialidades (021) 3301-1271 / 3301-1147 (021) 96715-5131 @odontovasquesvp www.doutorvasques.com Vila da Penha Campo Grande (021) 2415-0014 / 2413-4884 (021) 97301-2655 @odontovasquescg www.odontovasques.com PROGRAMA SOCIAL DE IMPLANTE DA TERCEIRA IDADE ODONTOLOGIA PREMIUM 29 DE JANEIRO 4 DE FEVEREIRO DE 2023 | TESTEMUNHO DE FÉ ATOS DO GOVERNO ARQUIDIOCESE DE SÃO SEBASTIÃO DO RIO DE JANEIRO Rua Benjamin Constant, 23 - Glória - 20241-150 - Rio de Janeiro - RJ - Tel.: (21) 2292-3132 Arcebispo Metropolitano: Cardeal Orani João Tempesta, O.Cist. Vigário Episcopal para a Comunicação Social: Padre Doutor Arnaldo Rodrigues da Silva Diretor de Jornalismo da Arquidiocese do Rio: Carlos Moioli - MTE: 0038788/RJ FUNDAÇÃO CULTURAL, EDUCACIONAL E DE RADIODIFUSÃO CATEDRAL DE SÃO SEBASTIÃO DO RIO DE JANEIRO Rua Benjamin Constant, 23 - 8º andar - Glória - 20241-150 - Rio de Janeiro - RJ - Tel.: (21) 3231-3560 - Fax: 3231-3566 Diretor Geral: Padre Doutor Arnaldo Rodrigues da Silva • Diretor Administrativo/Financeiro: Padre Ionaldo Pereira da Silva • Diretora Jurídica: Doutora Claudine Milione Dutra • Diretor Adjunto: Diácono Claudino Affonso Esteves Filho TESTEMUNHO DE FÉ: Tel.: (21) 3231-3568 / 3231-3569 Banca Digital: https://digital.maven.com.br/pub/ otestemunhodefe/ • Mídias sociais: facebook.com/ jornaltf / @testemunhodefe_ / otestemunhodefe. blogspot.com.br Redação e Jornalismo: jornalismo@arquidiocese.org.br • Jornalista Responsável: Carlos Moioli • Revisor: Carlos Gustavo Trindade • Diagramadora: Elizabeth Eiras • Repórter Fotográfico: Gustavo de Oliveira Atendimento de Publicidade: • Deniere Freitas Fonseca - Tel.: (21) 3231-3582 - 99435-2837 - e-mail: deniere@ radiocatedral.com.br Segundo as normas internacionais sobre a propriedade intelectual e direitos autorais, recordamos aos leitores que todo o conteúdo do jornal ”Testemunho de Fé” pode ser reproduzido, parcial ou totalmente, desde que seja citada a fonte. Informes publicitários e anúncios são de responsabilidade exclusiva de seus autores, não cabendo ao jornal responsabilidade sobre os mesmos. 18 a 24 de janeiro de 2023 • Delegando ao Exmo. e Revmo. Dom Antonio Luiz Catelan Fer- reira, Bispo Titular de Tunes e Auxiliar de São Sebastião do Rio de Janeiro, a faculdade de dedi- car a Deus, no dia 25 de janeiro de 2023, Festa da Conversão de São Paulo Apóstolo, o altar da Igreja Paroquial São Paulo Apóstolo, em Copacabana, Vi- cariato Episcopal Sul. • Transferindo o Revdo. Pe. An- selmo da Silva Nascimento, SDB do ofício de Administrador Paroquial da Paróquia Santa Bárbara, em Rocha Miranda, Vicariato Episcopal Subur- bano, para o ofício de Vigário Paroquial na referida Paróquia Santa Bárbara. • Nomeando o Revdo. Pe. Romeu do Nascimento Dias, SDB para o ofício de Pároco da Paró- quia Santa Bárbara, em Rocha Miranda, Vicariato Episcopal Suburbano. • Transferindo o Revdo. Pe. Fr. Agostinho Morosini, OAR do oficio de Vigário Paroquial na Paróquia São Januário e Santo Agostinho, em São Cristóvão, Vicariato Episcopal Urbano, para o ofício de Vigário Paro- quial na Paróquia Santo Agos- tinho, no Novo Leblon, Barra da Tijuca, Vicariato Episcopal Jacarepaguá. • Nomeando o Revdo. Pe. Vag- ner Lucas Pimentel, SCJ para o ofício de Vigário Paroquial na Paróquia Bom Jesus da Penha, na Penha, Vicariato Episcopal Leopoldina. • Nomeando o Revdo. Pe. Carlos Vieira Lima, SVD para o ofício de Vigário Paroquial na Paróquia Cristo Redentor, em Laranjei- ras, Vicariato Episcopal Sul. • Aceitando a renúncia do Revdo. Pe. Alexandre Paciolli Moreira de Oliveira ao ofício de Vigário Paroquial na Paróquia São José, na Lagoa, Vicariato Episcopal Sul. • Concedendo ao Revdo. Pe. Eduardo Sales de Lima, SSS li- cença para exercer o ministério sacerdotal nesta Arquidiocese. • Concedendo ao Revdo. Pe. Luiz Fernando Klein, SJ licença para exercer o ministério sacerdotal nesta Arqudiocese. • Nomeando o Revdo. Diác. Car- los Alberto dos Santos Mon- teiro para exercer o ministério diaconal na Paróquia São João Evangelista, em Campo Gran- de, Vicariato Episcopal Campo Grande. • Nomeando o Revdo. Diác. Edu- ardo da Costa Ramos para exercer o ministério diaconal na Paróquia São Marcelino Cham- pagnat, em Jacarepaguá, Vica- riato Episcopal Jacarepaguá. • Nomeando o Revdo. Diác. Elias Ferreira da Silva para exercer o ministério diaconal na Paróquia Nossa Senhora das Graças, em Vila Nova, Campo Grande, Vica- riato Episcopal Campo Grande. • Nomeando o Revdo. Diác. Elias Pereira dos Santos para exer- cer o ministério diaconal na Paróquia Nossa Senhora da Paz, em Ipanema, Vicariato Episcopal Sul. • Nomeando o Revdo. Diác. Eraldo Santana Moreira para exercer o ministério diaconal na Paróquia Nossa Senhora da Luz, no Alto da Boa Vista, Vicariato Episcopal Norte. • Nomeando o Revdo. Diác. Gil- son Bruno Gentil para exercer o ministério diaconal na Paró- quia Apóstolo São Pedro, em Cavalcante, Vicariato Episcopal Suburbano. • Nomeando o Revdo. Diác. Jorge Luiz de Faria para exercer o ministério diaconal na Paróquia Santa Rita de Cássia, em Jardim Palmares, Paciência, Vicariato Episcopal Santa Cruz. • Nomeando o Revdo. Diác. José Carlos Sampaio Fernandes para exercer o ministério diaconal no Santuário Nossa Senhora de Fátima, situado no território da Paróquia Imaculada Conceição, no Recreio dos Bandeirantes, Vicariato Episcopal Jacarepa- guá. • Nomeando o Revdo. Diác. Marcos Moizes da Silva para exercer o ministério diaconal na Paróquia Nossa Senhora de Guadalupe, em Jardim Gua- dalajara, Inhaúma, Vicariato Episcopal Suburbano. • Nomeando o Revdo. Diác. Nir- mo Antonio Araujo Filho para exercer o ministério diaconal na Paróquia Nossa Senhora da Apresentação, em Irajá, Vicaria- to Episcopal Suburbano. • Nomeando o Revdo. Diác. Re- nato Claudio de Souza Mo- êdo para exercer o ministério diaconal na Paróquia Nossa Senhora do Bonsucesso, em Bonsucesso, Vicariato Episco- pal Leopoldina. • Nomeando o Revdo. Diác. Ri- cardo Antonio Ximenes Arau- jo para exercer o ministério diaconal na Paróquia Nossa Senhora Aparecida, na Ilha do Governador, Vicariato Episcopal Leopoldina. • Nomeando o Revdo. Diác. Ri- cardo Lima Miranda para exer- cer o ministério diaconal na Paróquia Santa Rita de Cássia, em Vila Santa Rita, Campo Grande, Vicariato Episcopal Campo Grande. • Nomeando o Revdo. Diác. Ser- gio Gonçalves Alencar para exercer o ministério diaconal na Paróquia Santa Rita de Cássia, em Turiaçu, Vicariato Episcopal Suburbano. ANUNCIE AQUI: SÃO MAIS DE 287 PARÓQUIAS VENDO O SEU ANÚNCIO VOZ DO PASTOR 3 TESTEMUNHO DE FÉ | 29 DE JANEIRO A 4 FEVEREIRO DE 2023 Cardeal Orani João Tempesta, O.Cist. Arcebispo do Rio de Janeiro DIA 29 DE JANEIRO 9h - Missa do padroeiro da Paró- quia São João Bosco, no Riachuelo 17h - Participação no encerra- mento da assembleia paroquial na Paróquia Nossa Senhora da Apresentação, no Irajá 18h - Missa de posse do padre Romeu do Nascimento Dias, SDB, novo pároco da Paróquia Santa Bárbara em Rocha MirandaDIA 30 DE JANEIRO 19h - Missa pelo primeiro aniver- sário da Paróquia Nossa Senhora Aparecida, na Vila Cruzeiro, Penha DIA 1º DE FEVEREIRO 8h - Missa no Colégio Marista, na Barra da Tijuca 19h30 - Missa de posse do padre Diogo dos Santos Espagolla, na Paróquia Nossa Senhora da Ajuda, na Freguesia, Ilha do Governador DIA 2 DE FEVEREIRO 19h - Missa de renovação do com- promisso dos membros da comu- nidade Canção Nova, na Paróquia Nossa Senhora de Fátima Rainha de Todos os Santos, em Todos os Santos DIA 3 DE FEVEREIRO 9h - Missa na festa do padroeiro da Paróquia São Brás, em Madureira 19h30 - Missa pelo 10º aniversário da Paróquia Bom Jesus, em Man- garatiba, Paciência DIA 4 DE FEVEREIRO 9h - Missa “O Rio Celebra” na Pa- róquia São João Batista, na Vila São João, Campo Grande 16h30 - Missa de apresentação de Dom Geraldo de Paula Souza, bispo auxiliar de Niterói, na Nova Catedral de Niterói AGENDA DO ARCEBISPO O Jornal Testemunho de Fé congratula-se com todos os aniversariantes desta semana e suas comunidades NATALÍCIO DIA 29 DE JANEIRO • Pe. Elio Frison, PODP • Pe. Emerson Manoel da Silva • Dom Henrique de G. Coelho, OSB • Pe. José Geraldo Gomes • Pe. Ricardo Torri de Araújo, SJ DIA 30 DE JANEIRO • Pe. Edmilson José dos Santos • Pe. Eduardo C. da Costa e Silva • Dom Eduardo de S. Schulz, OSB • Pe. Frei Gustavo Tubiana, OAD • Pe. João Henrique Mattos, SSCC • Diác. Carlos H. Pires Robaço DIA 31 DE JANEIRO • Pe. Diogo Rodrigues Oliveira • Pe. Jan Bacal, MIC • Pe. José Carlos R. Silva Junior • Pe. Renato Martins Gonçalves DIA 1º DE FEVEREIRO • Pe. Claudio dos S. Fernandes • Pe. Cristiano Siqueira de Lima • Pe. Elisandro I. da Silva, SdC • Pe. Marcelo de Assis Paiva • Pe. Raúl Escudero González DIA 2 DE FEVEREIRO • Dom Antonio Luiz C. Ferreira • Pe. Samuel Afonso Leonardo • Diác. Antonio N. Fernandes DIA 3 DE FEVEREIRO • Pe. Jean Nicaisse Milien, SSST • Diác. Sebastião G. Clemente DIA 4 DE FEVEREIRO • Pe. Gleiciano de Freitas da Silva • Pe. Frei Haroldo M. Filho, OSA ORDENAÇÃO DIA 29 DE JANEIRO • Pe. Filipe H. de Araújo, SCJ • Pe. Rosivaldo D. Vieira, MI DIA 1º DE FEVEREIRO • Pe. Manoel Evangelista da Silva DIA 2 DE FEVEREIRO • Diác. Lucas da Silva Souza DIA 4 DE FEVEREIRO • Pe. Frei Danilo G Almeida, OSA ANIVERSARIANTES Celebramos o quarto do Tempo Comum, e acompanhamos Jesus em sua vida pública anunciando o Reino de Deus. Nesse domingo, Jesus sobe ao monte para rezar e ensinar os discípulos. Ouviremos no Evangelho o conhecido “Sermão da Montanha”, iniciando com as bem-aventuranças. Em nossa vida somos chamados a ser bem-aventurados, ou seja, pautar a nossa vida pelos ensinamentos de Jesus e buscar a santidade. Bem-aventurados somos nós, quando vamos com a nossa família à missa aos domingos, escutamos o que o Senhor tem a nos falar e comungamos do seu Corpo e Sangue. Ao ser batizados, já nos torna- mos bem-aventurados, pois passamos a pertencer a Deus, somos lavados de toda a mancha do pecado, nos tornamos novas criaturas. Após o batismo, nos tornamos testemunhas de Jesus Cristo e somos cha- mados a trilhar uma vida de santidade, ou seja, as bem-aventuranças. Após buscar seguir os preceitos do Senhor aqui na terra e trilhar um caminho de santidade, almejamos o prêmio das bem-aventuranças, que é a vida eterna. Edifiquemos o Reino de Deus aqui na terra, para vivê-lo de maneira definitiva no céu. Que possamos tornar as bem- -aventuranças nosso “programa de vida” e pautar a nossa vida segundo o Evangelho de Cristo. Sejamos li- vres para amar a Deus e ao próximo e nos tornemos ricos para Deus. A primeira leitura da missa desse domingo é da profecia de Sofonias (Sf 2,3; 3,12-13). O profeta diz para o povo buscar o Senhor, e praticar tudo aquilo que advém do Reino de Deus. Em primeiro lugar, aquele que busca a Deus deve ser humilde e pautar a vida na caridade, no amor e na justiça. Escolhendo trilhar o caminho da justiça, da caridade e da humildade, seremos merecedores do prêmio eterno no dia da vinda do Senhor. Coloque- mos a esperança em Deus e na sua misericórdia que jamais falha. O salmo responsorial é o 145 (146), que diz em seu refrão: “Fe- lizes os pobres em espírito, porque deles é o reino dos céus”. Essa pobreza de espírito que o salmista diz, e que depois Jesus vai falar nas bem- -aventuranças, não significa a pobreza econômica, mas significa que devemos ser livres para amar a Deus e amando a Deus seremos merecedores da vida eterna. Devemos nos desprender de tudo aquilo que nos impede de amar a Deus e ao próximo. A segunda leitura é da primeira carta de São Paulo aos Coríntios (1Cor 1, 26-31). A leitura segue o que estamos ouvindo há alguns domingos, desde o início do Tempo Comum. Paulo ensina à comuni- dade sobre a humildade, e que todos nós devemos nos aceitar com as nossas capa- cidades e inteligência, pois foi assim que fomos chamados por Deus. Não precisa ser muito sábio e inteligente para falar de Deus. O Senhor escolhe os fracos para confundir os fortes e, ainda, não escolhe capacitados, mas capacita os escolhidos. O Evangelho desse domingo é de Ma- teus (Mt 5, 1,12a). Este Evangelho é sobre as bem-aventuranças, iniciando o conheci- do “Sermão da Montanha”, e é o centro do Evangelho de Mateus. Jesus, vendo a multidão, subiu ao monte e sentou-se. O monte é sempre o lugar do encontro com o Senhor e de onde, desde o Antigo Testamento, Deus falava com os profetas. Jesus sente no coração que a multidão que ali estava precisava de um ensina- mento, pois muitos estavam longe de Deus e trilhando um caminho de peca- do. Podemos destacar a primeira bem- -aventurança que diz: “Bem-aventurados os pobres em espírito, porque deles é o Reino dos Céus”. Jesus com essa bem- -aventurança não se refere apenas a algo material, mas devemos ser livres para amar a Deus, ou seja, nenhum bem mate- rial deve nos impedir de servir ao Senhor. Somos pobres em espírito toda vez que fazemos a vontade de Deus. Um exemplo de pobreza de espírito é a Virgem Maria, que não hesitou em dizer “sim” a Deus, se despojou de tudo para servi-Lo. Sejamos dóceis à ação do Espírito Santo e que possamos conformar a nossa vida com a vontade de Deus. As bem-aventuranças são o caminho que devemos seguir para almejar a vida eterna. Com certeza, os santos que nos precederam viveram as bem-aventu- ranças, eles são testemunhas para nós, e assim como eles, devemos procurar colocar em prática as bem-aventuranças no nosso dia a dia. O Evangelho das bem- -aventuranças também é proclamado no dia de todos os santos, para justamente nos indicar que o caminho para a santi- dade inicia aqui. Celebremos com alegria o 4º Domin- go do Tempo Comum e que possamos colocar em prática as bem-aventuranças e estar disponíveis para amar e servir a Deus e ao próximo. 4º Domingo do Tempo Comum “Bem-aventurados os pobres em espírito, porque deles é o Reino dos Céus”. (Mt 5,3) 4 EDITORIAL 29 DE JANEIRO A 4 DE FEVEREIRO DE 2023 | TESTEMUNHO DE FÉ Bom Samaritano, uma das mais famosas parábolas de Jesus. Século XVI. Por Jacopo Bassano. Acervo da na National Gallery de Londres São com essas palavras que o Santo Padre, o Papa Francisco, dá o tom de sua mensagem para o 31° Dia Mundial do Enfermo, celebrado anualmente no dia de Nossa Senhora de Lourdes, por disposição de São João Paulo II desde 1992. Tais palavras nos reportam à parábola do Bom Samaritano, agora associada ao caminho sinodal vivenciado pela Igreja neste ano: “Trata bem dele! A compaixão como exercício sinodal de cura”. O Santo Padre nos recorda que a celebração do Dia Mun- dial do Enfermo em meio ao atual percurso sinodal é uma oportunidade de avaliar se nossa caminhada é feita em conjunto ou “se se vai na mesma estrada, mas cada um por conta própria, cuidando dos próprios interesses e deixando que os outros se arranjem”, e ainda nos convida a “refletir sobre o fato de podermos aprender, preci- samente através da experiênciada fragilidade e da doença a ca- minhar juntos segundo o estilo de Deus, que é proximidade, compaixão e ternura”. Chama-nos a atenção na re- ferida mensagem a sagacidade do Papa reinante no que diz res- peito às realidades mais íntimas do coração humano. Trata-se realmente de um grande pastor especialista em Humanidade. Particularmente, penso que é de se destacar dois aspectos da mensagem: quando ele fala da fragilidade humana e quando afirma que ninguém está pre- parado para a doença. O Papa nos convida a refletir sobre o fato de que a experiência da fragilidade e da doença pode nos ensinar a caminhar juntos “segundo o estilo de Deus, que é proximidade, compaixão e ter- nura”. Neste momento da história humana em que o valor de cada pessoa é mensurado de acordo com sua capacidade produtiva, todo ser humano quer ser forte, seja em nível econômico, políti- co, intelectual ou mesmo físico, pois força significa produtividade que, por sua vez, é “sinônimo” de reconhecimento e aceitação. Afinal de contas, pessoas fortes gozam de prestígio junto à so- ciedade, são pessoas de sucesso. Contudo, é a experiência da fragilidade que nos faz reconhe- cer nossa insuficiência e total dependência de Deus. Deus mesmo conhece nos- sas fragilidades e elas não são capazes de nos excluir do amor de Deus. Muito pelo contrário! Assim como um pai ou uma mãe costuma dar mais atenção para o filho mais frágil, porque mais carente de cuidados, Deus tem um olhar especialmente solícito para com os seus filhos mais fra- Trata bem dele cos. É o que o Romano Pontífice quer que compreendamos quan-do afirma que “Naturalmente as experiências do extravio, da doença e da fragilidade fazem parte do nosso caminho: não nos excluem do povo de Deus; pelo contrário, colocam-nos no centro da solicitude do Senhor, que é Pai e não quer perder pela estrada nem sequer um dos seus filhos. Trata-se, pois, de aprender com Ele a ser verdadei- ramente uma comunidade que caminha em conjunto, capaz de não se deixar contagiar pela cultura do descarte”. Neste sentido, a parábola do Bom Samaritano nos traz uma lição significativa. A pessoa fisicamente frágil foi abando- nada na estrada depois de ser roubada e espancada por alguém que podemos supor fisicamente mais forte. E aqueles que eram moralmente fortes perante a sociedade (o sacerdote e o levi- ta) foram covardes, insensíveis e omissos, não aproveitando a oportunidade de serem frater- nos para com aquela vítima. E isto lamentavelmente se repete hoje em muitas situações. Assim diz Francisco: “Com efeito, há uma profunda conexão entre esta parábola de Jesus e as múl- tiplas formas em que é negada hoje a fraternidade. De modo particular, no fato de a pessoa espancada e roubada acabar abandonada na estrada, pode- mos ver representada a condição em que são deixados tantos ir- mãos e irmãs nossos na hora em que mais precisam de ajuda”. E a grande virada, ou superação de uma situação de injustiça, se dá a partir de um movimento inte- rior de compaixão e caridade. E esta disposição vem exatamente de um samaritano, alguém considerado moralmente fraco e desprezível, por isso sempre objeto de discriminação. Na- quele momento, o samaritano se fez solidário, porque a fragi- lidade humana é o que todo ser humano tem de mais comum. O seu reconhecimento coloca a todos no mesmo nível e nos torna mais solidários uns para com os outros, sobretudo para com aqueles que são ainda mais frágeis que nós. “Nunca estamos prepara- dos para a doença; e muitas vezes nem sequer para admitir a idade avançada”, é o que ainda afirma o Santo Padre. De fato, esta nossa “geração saúde”, que busca a todo instante uma vida saudável através de hábitos ali- mentares e práticas esportivas que proporcionem melhor qua- lidade de vida corporal, não está preparada para a doença, para a decadência do vigor corpóreo, “tememos a vulnerabilidade, e a invasiva cultura do mercado impele-nos a negá-la”, vivemos em um tempo em que “não há espaço para a fragilidade”. Quan- do a doença e a dor sobrevêm a nós, com elas vêm também a frustração, por vezes o abando- no por parte dos outros, “ou nos pareça que devemos abandoná- -los a fim de não nos sentirem um peso para eles”. O momento da doença é dramático para todo ser humano porque nos hu- milha, oprime e nos coloca em condições que independem de nossa força, seja ela de que nível for. A força financeira não salva, a intelectual não cura, a física já foi comprometida. É o momento em que toda vaidade, orgulho e prepotência cedem espaço à fragilidade. Penso que a doença seja a forma mais humilhante de pobreza em toda plenitude de seu significado. É o momento em que até a fé, ou sobretudo ela, é posta à prova: “Começa assim a solidão, e envenena- -nos a sensação amarga duma injustiça, devido à qual até o Céu parece fechar-se-nos”. Conforme ainda afirma o Papa, “sentimos dificuldade de permanecer em paz com Deus, quando se arruí- na a relação com os outros e com nós mesmos”. Ora, todos nós somos frágeis e vulneráveis. E a pandemia da Covid-19 nos provou isto colocando a Humanidade de joelhos. Ela nos provocou maior gratidão para com os cientistas e profissionais de saúde, assim como também nos tornou mais caridosos e solidários para com os que mais sofrem. Porém, o retorno à normalidade não pode nos provocar uma diminuição destes sentimentos ou valores tão admiráveis entre as pessoas. Neste sentido, a devoção a Nossa Senhora de Lourdes, com suas 18 aparições e seu piedo- síssimo santuário nos Pirineus franceses, “aparece ao nosso olhar como uma profecia, uma lição confiada à Igreja no coração da modernidade. Não tem valor só o que funciona, nem conta só quem produz. As pessoas doentes estão no âmago do povo de Deus, que avança juntamente com eles como profecia duma Humanidade onde cada qual é precioso e ninguém deve ser des- cartado”, conforme as próprias palavras do Papa Francisco. PADRE VALTEMARIO S. FRAZÃO JR. ARQUIDIOCESE TESTEMUNHO DE FÉ | 29 DE JANEIRO A 4 DE FEVEREIRO DE 2023 5 A Arquidiocese do Rio de Janeiro está em festa com a or- denação de 14 novos diáconos permanentes, durante missa realizada na Catedral de São Sebastião, no Centro, presidida pelo arcebispo metropolitano, Cardeal Orani João Tempesta, no dia 21 de janeiro. “Neste mês intenso de ja- neiro, em que realizamos a Trezena de São Sebastião e comemoramos solenemente a festa do nosso padroeiro, que marca a vida e a caminhada da arquidiocese e também da cidade São Sebastião do Rio de Janeiro, temos a oportunidade de ordenar 14 novos diáconos permanentes”, disse o arcebispo no início da celebração. Os novos diáconos, forma- dos pela Escola Diaconal Santo Efrém, que no próximo dia 12 de fevereiro completa 20 anos de criação, são: Carlos Alberto dos Santos Monteiro, Eduardo da Costa Ramos, Elias Ferreira da Silva, Elias Pereira dos Santos, Eraldo Santana Moreira, Gilson Bruno Gentil, Jorge Luiz de Faria, José Carlos Sampaio Fer- nandes, Marcos Moizes da Silva, Nirmo Antônio Araújo Filho, Renato Claudio de Souza Mo- êdo, Ricardo Antônio Ximenes Araújo, Ricardo Lima Miranda e Sergio Gonçalves Alencar. “Podemos afirmar que es- ses homens foram escolhidos por Deus. Além do trabalho que já exercem no âmbito pro- fissional, a responsabilidade com a família e de tudo o que representam e significam para a sociedade, eles assumem também o chamado do Senhor para servir a Igreja como diáco- nos. Já serviam como ministros, catequistas, professores e, em tantas outras realidades, mas, a partir agora, passam a servi-la como diáconos permanentes”, disse o arcebispo na homilia. “É um dom de Deus para a Igreja ver esses sinais todos se multiplicando na comunidade. Estamos justamente no Ano Vocacional Missionário e, claro, a multiplicação de ministérios é muito importante para que a evangelização chegue em todos os cantos também atravésdos diáco- nos permanentes”, acrescentou. A missa contou com a pre- sença de familiares, amigos e fiéis das paróquias de origem e de caminhadas dos diáconos, e foi concelebrada por dezenas de bispos e sacerdotes. Estavam os bispos auxiliares Dom Paulo Celso Dias do Nas- cimento, Dom Tiago Stanislaw, Dom Juarez Delorto Secco, Dom Roque Costa Souza e Dom Célio da Silveira Calixto Filho, e os eméritos, Dom Assis Lopes e Dom Karl Josef Romer. Ainda os bispos eméritos de Iguatu (CE), Dom Edson de Castro Homem, e de Guanhães (MG), Dom Jere- mias Antônio de Jesus. Na ref lexão da primeira leitura da missa, dos Atos dos Apóstolos, Dom Orani lembrou que quando começou a aumen- tar o trabalho dos apóstolos, foi necessário instituir os diáconos, homens de bem para servir às mesas. “Hoje, nossos irmãos es- tão sendo ordenados para a liturgia, a palavra e a caridade, e assim colaborar na grande missão da Igreja. Os diáconos permanentes realizam vários trabalhos e ministérios em nos- sa arquidiocese, mas ainda são poucos. Temos muito trabalho e precisamos de mais diáconos. Rezemos pelas vocações diaco- nais para que a Igreja possa ser mais presente na sociedade, por toda a arquidiocese”. “Somos chamados a ben- dizer a Deus pelas vocações, pelo chamado, rezar pelos que estão sendo ordenados. Que eles vivam no Senhor e levem adiante, nas suas comunidades, nos seus trabalhos, nas suas realidades, o Evangelho e o testemunho. Peçamos ainda ao Senhor que dinamize, cada vez mais, nossa caminhada eclesial e arquidiocesana, de maneira especial para que com renovado ardor missionário nós vivamos aquilo que já é permanente, a nossa missão”, disse o arcebispo. Ainda na homilia, Dom Orani evidenciou que a ordena- ção de novos diáconos é dom e graça que o Senhor proporciona para que a Igreja esteja presente na grande cidade através do diá- logo com a sociedade e a cultu- ra, e na missão evangelizadora. “Os diáconos permanentes têm a facilidade de estarem junto com os bispos e padres, participando das preocupações da arquidiocese, como também serem presentes no mundo, no trabalho, na escola, na comu- nidade, na sociedade, enfim, em tantas outras situações que existem e fazem parte dessa preocupação da Igreja em ser presença em todos os cantos”, disse. “Pedimos ao Senhor que se multipliquem esses e outros ca- rismas e ministérios para que a missão da Igreja possa continu- ar, cada vez mais, em renovado ardor, além de chegar no âmbito geográfico e sociológico a todas as pessoas que habitam essa ci- dade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Diante de tantas crises, violências e problemas, que os nossos diáconos continuem a colaborar em tantas frentes de missão e evangelização, e que essa cidade, cada vez mais, transpareça o rosto de Jesus Cristo”, concluiu o arcebispo. CARLOS MOIOLI Cardeal Tempesta ordena 14 diáconos permanentes ‘Com renovado ardor vivamos o que já é permanente, a nossa missão’ Cardeal Tempesta e os novos diáconos permanentes ordenados no dia 21 de janeiro GUSTAVO DE OLIVEIRA 6 ARQUIDIOCESE 29 DE JANEIRO A 4 DE FEVEREIRO DE 2023 | TESTEMUNHO DE FÉ O diaconato, como minis- tério permanente, foi restabe- lecido na Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro sob o pastoreio de Dom Eugenio de Araujo Sales (Ata de Reunião dos Diáconos Permanente, Livro 1 - ARDP 1, f. 41). A pri- meira turma começou em 1984 e ordenou nove diáconos em 6 de junho de 1987 (ARDP 1, ff. 1-19. 23). Homens maduros, profissionais, pais de família e empolgados com a possibi- lidade de servirem a Deus de um modo, até então, inusita- do. A primeira pergunta que os responsáveis pela formação se fizeram foi: como preparar (formar) um diácono? Os primeiros a se verem envolvidos com esta tarefa foram monsenhor Narbal da Costa Stencel (diretor da Co- missão Arquidiocesana para o Diaconato Permanente de 1984 até 1988, até ser ordenado bispo e tornar-se responsável pela animação dos diáconos permanentes até o ano 2000), padre Bruno de Souza Gayão, padre Edson de Castro Homem, (que após ordenação episcopal também será bispo animador dos diáconos de 2005 até 2015), padre José Mazine Rodrigues e monsenhor Gilson José Macedo da Silveira. A exigência de uma boa for- mação era cobrada por Dom Eu- genio. Inicialmente, exigia-se três anos do Curso Mater Eccle- siae, mais formação específica ao diaconato que ocorria em um dia da semana à noite e/ou nas manhãs de sábado. O pri- meiro esboço dessa formação direcionada vemos na reunião de 16 de julho de 1985. Padre Edson propôs um curso sobre teologia do diaconato, o estudo da diaconia de Cristo e da Igreja; matéria sobre os ministérios eclesiais, a natureza do diaco- nato, e o conceito de hierarquia; propunha-se, ainda, uma aná- lise da relação entre sacerdócio e ministério e da relação entre o diácono, o presbítero e o bispo; a sacramentalidade do diaconato e sua relação com os leigos; por fim, um esboço sobre a tríplice diaconia e o perfil do diácono (ARDP 1, ff. 22-22v, 31, 80 e 82.). Na busca de uma melhor formação, críticas foram feitas. O diácono Roberto Luiz Fer- nandes Lima, em reunião de 14 de setembro de 2000, afirmou que o Curso Mater Ecclesiae era insuficiente na formação de diáconos (ARDP 1, ff. 29-29v). Padre Pedro Paulo concordou com a colocação do diácono Ro- berto Luiz. Falou-se da necessi- dade da filosofia e do ensino da Língua Portuguesa na revisão curricular. Contudo, será a cria- ção da Escola Diaconal Santo Efrém o salto de qualidade na formação do diacônio carioca. A CRIAÇÃO DA ESCOLA DIACONAL SANTO EFREM Aos 12 dias do mês de feve- reiro de 2003, sob o pastoreio de Dom Eusébio Oscar Scheid, foi criada a Escola Diaconal Santo Efrém. O decreto episco- pal traz as razões que motiva- ram a instituição da escola: (1) as novas orientações formativas das Normas Fundamentais para a Formação dos Diáconos Permanentes e do Diretório do Ministério e da Vida dos Diáconos Permanentes; (2) o dever de pastor e pai de prover, cuidar e estimular a formação ao diaconato permanente; (3) a necessidade de acompanhar o itinerário da formação, dando aos aspirantes e candidatos o conhecimento espiritual, pas- toral e teológico para o exercício do ministério diaconal. Neste sentido, a Escola Dia- conal Santo Efrém é um marco na história do diacônio carioca. É, pois, o resultado do esforço conjunto dos bispos animado- res do diaconato permanente, da Comissão para os Diáconos da Arquidiocese, dos respon- sáveis pela formação e, certa- mente, de Dom Eusébio Oscar Scheid. Coube ao padre Pedro Nunes de Almeida, como dire- tor, auxiliado pelo diácono Juranir R. Machado, a tarefa de organização es- trutural da escola: disciplinas, cor- po docente, fun- cionalidade etc. (ACDP 2, f. 34v). Em 25 de maio de 2002, sugeriu-se dois nomes para a instituição: Edi- th Stein e Santo Efrém, que foram encaminhados a Dom Eusébio para que escolhesse. Ganhou aquele a que chamam de “Arpa do Espírito Santo”, sinal pro- fético dos novos tempos que so- pravam na arqui- diocese. Em fevere i - ro de 2003, teve início o ano letivo da Escola Diaconal Santo Efrém. Mas, Dom Eusébio queria mais in- vestimento no capital cultural e simbólico do diaconato. Assim, em 27 de dezembro daque- le ano, inaugurou uma sede própria nas dependências da Igreja São Joaquim, no Estácio. O diácono Alonso Sena Frazão, recém-eleito presidente dos Diáconos Permanentes, cui- dou do contrato de comodato. Mais tarde, o arcebispo pro- moveu, com recursos próprios, uma reforma no prédio, sob a responsabilidade do diácono Miguel Elias. A reinauguração ocorreu em julho de 2007, onde passou a sediar a Escola Diaco- nal Santo Efrém, com aulas aos sábados. Durante o governo de Dom Orani João Tempesta, a Escola Diaconal Santo Efrém foi transferida para o Seminário Arquidiocesano de São José, no Rio Comprido, onde permanece até os dias dehoje. A opção por um centro está- vel de formação, com profissio- nais especialmente destinados a este trabalho, foi fundamental para o desenvolvimento e apri- A formação do diacônio carioca: 20 anos de criação da Escola Diaconal Santo Efrém Restabelecimento arquidiocesano do diaconato permanente Diáconos da Turma Nossa Senhora Aparecida FOTOS: DIVULGAÇÃO ARQUIDIOCESE TESTEMUNHO DE FÉ | 29 DE JANEIRO A 4 DE FEVEREIRO DE 2023 7 moramento dos candidatos ao ministério diaconal. Ob- servando as dioceses do Brasil que restauraram o diaconato como ministério permanente, podemos concluir que as que mais ordenaram diáconos são aquelas que desenvolveram um programa de formação próprio e estável, materializado em uma escola diaconal. Nesse cenário, destaca-se a Arquidiocese do Rio de Janeiro, com 258 diá- conos em pleno exercício mi- nisterial, atualmente o maior diacônio do Brasil. Atualmente, os candidatos ao diaconato na Escola Santo Efrém apresentam bom nível de formação com preparação específica ao ministério em quatro anos de formação e um ano preparatório, o propedêu- tico. Um perfil do candidato mostra quão enriquecedor é o diácono para a vida da Igreja. Em pesquisa realizada em 2017, constatou-se com relação à formação primeira dos aspi- rantes ao ministério que 67% possuem nível superior, com 19% destes com pós-graduação lato sensu e 9% com cursos de mestrado, doutorado e pós- -doutorado. As áreas de forma- ção são variadas. Há advoga- dos, economistas, contadores, professores, pesquisadores, médicos, também, militares, enfermeiros, farmacêuticos, empresários etc. A faixa etária predominante é de 36 a 45 anos (44,2%). Se considerarmos a faixa etária até os 55 anos, alcançaremos a cifra de 72,1% dos candidatos. A FORMAÇÃO AO MINISTÉRIO DIACONAL EM FASES POSSÍVEIS A história da formação do ministério diaconal no Rio de Janeiro pode ser concebida em três fases distintas e, a um só tempo, engranzadas. A primeira corresponde ao governo de Dom Eugenio de Araujo Sales. Trata-se de um período de organização da formação, de fomento das diversas práticas pedagógicas, de incremento da concepção acerca do que é o diaconato, de maturação sobre sua fun- cionalidade, de identificação de um perfil vocacional e de preparação das comunidades e do presbitério para acolher os novos ministros ordenados. Foi uma fase de experimen- tos e de superações, com um crescimento moderado do diacônio (38 ordenações de 1987-2000), que deu lugar a um processo formativo mais ousado e empreendedor que marcará o momento seguinte. A segunda fase formativa se caracteriza pelo aumento das vocações e pela consolidação e estabilidade do ministério diaconal na arquidiocese. Este momento se enleia ao governo de Dom Eusébio Oscar Scheid, que muito trabalhou para apa- relhar o diaconato carioca. Instituiu uma sede própria, que mais tarde deixou de existir, Diáconos da Turma São João Damasceno Diáconos da Turma São José mas, principalmente, criou a Escola Diaconal Santo Efrém. Há, pois, um acelerado cresci- mento numérico dos diáconos (73 ordenações de 2001-2008), fruto de uma formação sistemá- tica, em formato institucional, com método pedagógico crítico e com investimento financeiro e humano especializado. A esco- lha de um centro de preparação para os futuros diáconos foi imprescindível para seu pleno desenvolvimento, com aprimo- ramento intelectual e prático daqueles ministros. A fase atual, consoante ao governo de Dom Orani João Tempesta (212 ordenações de 2009-2023), caracteriza-se por um maior conhecimento nas comunidades do diaconato permanente, consequente- mente, por uma maior procura pelo ministério e, também, por uma significativa exigência de capacitação dos candidatos na arquidiocese. Trata-se de uma fase onde os diáconos são co- nhecidos, seus trabalhos reco- nhecidos e seus estilos de vida, desejados. O perfil dos candi- datos também mudou quanto à faixa etária. Enquanto os pri- meiros diáconos possuíam mais de 50 anos, em média. Hoje, a faixa etária predominante oscila entre os 35 e 50 anos. Quanto à formação, aumentou-se em um ano o tempo de preparação e cresceu o nível de exigência formativa. CELEBRAMOS 20 ANOS... PARA MUITOS MAIS Ao celebrarmos 20 anos de sua criação, afirmamos ser a Escola Diaconal Santo Efrém uma instituição fundamental não apenas para a consolidação e a estilização formativa do ministério diaconal, mas estra- tégia essencial para a própria construção do capital cultural e simbólico do diacônio carioca em sua identidade própria e percepção ministerial na arqui- diocese. Trata-se, pois, de lugar de cultivo da vocação, sinal pri- vilegiado da arte do cuidado de uma Igreja ministerial, que en- tende a hierarquia como serviço e que, servidora e dialogal, tem no diácono o sinal privilegiado do Cristo Servo no mundo. DIÁCONO LUCIANO ROCHA DOUTOR EM HISTÓRIA (UERJ) E PÓS-DOUTORADO EM TEOLOGIA (PUC- RIO) FONTE: LUCIANO ROCHA. MINISTÉRIO DIACONAL: HISTÓRIA E TEOLOGIA. SÃO PAULO: PAULUS, 2020. (ADAPTADO PELO AUTOR). FOTOS: DIVULGAÇÃO 8 PAPA FRANCISCO 29 DE JANEIRO A 4 DE FEVEREIRO DE 202329 DE JANEIRO A 4 DE FEVEREIRO DE Foi divulgada, no dia 24 de janeiro, a mensagem do Papa Francisco para o 57° Dia Mundial das Comunicações Sociais, que será celebrado em 21 de maio próximo com o tema: “Falar com o coração. Testemunhando a verda- de no amor”. O Pontífice inicia o texto, recor- dando que, nos anos precedentes, foi refletido sobre os verbos “ir, ver e escutar como condição necessá- ria para uma boa comunicação”. Este ano, o Papa se detém sobre o “falar com o coração”. “Foi o coração que nos mo- veu para ir, ver e escutar, e é o coração que nos move para uma comunicação aberta e acolhedora”, ressalta Francisco, recordando que “não devemos ter medo de proclamar a verdade, por vezes incômoda, mas de o fazer sem amor, sem coração. Só ouvindo e falando com o coração puro é que podemos ver para além das aparências, superando o rumor confuso que, mesmo no campo da informação, não nos ajuda a fazer o discernimento na complexidade do mundo em que vivemos. O apelo para se falar com o coração interpela radicalmente este nosso tempo, tão propenso à indiferença e à indignação, baseada por vezes até na desinformação que falsifica e instrumentaliza a verdade. Com efeito, «o programa do cristão – como escreveu Bento XVI – é “um coração que vê”». Trata-se de um coração que revela, com o seu palpitar, o nosso verdadeiro ser e, por essa razão, deve ser ouvido. Isto leva o ouvinte a sintonizar-se no mesmo comprimento de onda, chegando ao ponto de sentir no próprio coração também o pulsar do outro. Então pode ter lugar o milagre do encontro, que nos faz olhar uns para os outros com com- paixão, acolhendo as fragilidades recíprocas com respeito, em vez de julgar a partir dos boatos, seme- ando discórdia e divisões”. JESUS FALA COM O CORAÇÃO AOS DISCÍPULOS DE EMAÚS O Papa explica que “comuni- car cordialmente quer dizer que a pessoa que nos lê ou escuta é levada a deduzir a nossa par- ticipação nas alegrias e receios, nas esperanças e sofrimentos das mulheres e homens do nosso tempo. Quem assim fala, ama o outro, pois preocupa-se com ele e salvaguarda a sua liberdade, sem a violar. Podemos ver este estilo no misterioso Viandante que dia- loga com os discípulos a caminho de Emaús depois da tragédia que se consumou no Gólgota. A eles, Jesus ressuscitado fala com o coração, acompanhando com res- peito o caminho da sua amargura, propondo-Se e não Se impondo, abrindo-lhes amorosamente a mente à compreensão do sentido mais profundo do sucedido. De fato, eles podem exclamar com alegria que o coração lhes ardia no peito enquanto Ele conversava pelo caminho e lhes explicava as Escrituras”. A seguir, Papa Fran- cisco recorda que: Num período da história mar- cado por polarizações e oposições – de que, infelizmente,nem a co- munidade eclesial está imune – o empenho em prol duma comunica- ção «de coração e braços abertos» não diz respeito exclusivamente aos agentes da informação, mas é responsabilidade de cada um. Todos somos chamados a procurar a verdade e a dizê-la, fazendo-o com amor. FRANCISCO DE SALES, EXEMPLO LUMINOSO DO FALAR COM O CORAÇÃO “Um dos exemplos mais lumi- nosos e, ainda hoje, fascinantes deste «falar com o coração» temo- -lo em São Francisco de Sales, Doutor da Igreja, a quem dediquei recentemente a Carta Apostólica Totum amoris est, nos 400 anos da sua morte”, ressalta o Papa. “A par deste aniversário importante e relacionado com a mesma circuns- tância”, recorda ele, “apraz-me re- cordar outro que se celebra neste ano de 2023: o centenário da sua proclamação como padroeiro dos jornalistas católicos, feita por Pio XI com a Encíclica Rerum omnium perturbationem. Mente brilhan- te, escritor fecundo, teólogo de grande profundidade, Francisco de Sales foi bispo de Genebra no início do século XVII, em anos difíceis marcados por animadas disputas com os calvinistas. A sua mansi- dão, humanidade e predisposição a dialogar pacientemente com todos, e de modo especial com quem se lhe opunha, fizeram dele uma extraordinária testemunha do amor misericordioso de Deus”. “O santo bispo de Genebra nos recorda, através dos seus escritos e do próprio testemunho de vida, que «somos aquilo que comuni- camos»: uma lição contracorrente hoje, num tempo em que, como Comunicar com o coração para promover uma cultura de paz Coletiva de imprensa do Papa Francisco em avião durante viagem apostólica Mensagem do Papa Francisco para o 57° Dia Mundial das Comunicações Sociais experimentamos particularmente nas redes sociais, a comunicação é muitas vezes instrumentalizada para que o mundo nos veja, não por aquilo que somos, mas como desejaríamos ser. Possam os agentes da comunicação sentir- -se inspirados por este santo da ternura, procurando e narrando a verdade com coragem e liberda- de, mas rejeitando a tentação de usar expressões sensacionalistas e agressivas”, sublinha ainda o Pontífice. O SONHO DO PAPA “Como já tive oportunidade de salientar, ‘também na Igreja há grande necessidade de escutar e de nos escutarmos. É o dom mais precioso e profícuo que podemos oferecer uns aos outros’. Duma escuta sem preconceitos, atenta e disponível, nasce um falar segundo o estilo de Deus, que se sustenta de proximidade, compaixão e ter- nura. Na Igreja, temos urgente ne- cessidade duma comunicação que inflame os corações, seja bálsamo nas feridas e ilumine o caminho dos irmãos e irmãs.” Sonho uma comunicação ecle- sial que saiba deixar-se guiar pelo Espírito Santo, gentil e ao mesmo tempo profética, capaz de encon- trar novas formas e modalidades para o anúncio maravilhoso que é chamada a proclamar no terceiro milênio. DESARMAR OS ÂNIMOS PROMOVENDO UMA LINGUAGEM DE PAZ A seguir, o Papa lembra que “hoje é necessário falar com o co- ração para promover uma cultura de paz, onde há guerra; para abrir sendas que permitam o diálogo e a reconciliação, onde campeiam o ódio e a inimizade. No dramático contexto de conflito global que estamos a viver, urge assegurar uma comunicação não hostil. É necessário vencer «o hábito de denegrir rapidamente o adversário, aplicando-lhe atributos humilhan- tes, em vez de se enfrentarem num diálogo aberto e respeitoso».” Segundo o Papa Francisco, “precisamos de comunicadores prontos a dialogar, ocupados na promoção dum desarmamento integral e empenhados em des- mantelar a psicose bélica que se aninha nos nossos corações, como exortava profeticamente São João XXIII na Encíclica Pacem in terris: «a verdadeira paz entre os povos não se baseia em tal equilíbrio [de armamentos], mas sim e exclusi- vamente na confiança mútua»”. “Uma confiança que precisa de comunicadores não postos à defesa, mas ousados e criativos, prontos a arriscar na procura dum terreno comum onde encontrar- -se. Também agora, como há 60 anos, a humanidade vive uma hora escura temendo uma escalada bélica, que deve ser travada o mais depressa possível, inclusivamen- te em termos de comunicação. Fica-se apavorado ao ouvir com quanta facilidade se pronunciam palavras que invocam a destruição de povos e territórios; palavras que, infelizmente, se convertem muitas vezes em ações bélicas de celerada violência. Por isso mesmo há que rejeitar toda a retórica belicista, assim como toda a forma de pro- paganda que manipula a verdade, deturpando-a com finalidades ideológicas. Em vez disso seja promovida, a todos os níveis, uma comunicação que ajude a criar as condições para se resolverem as controvérsias entre os povos.” “Como cristãos, sabemos que é precisamente na conversão do coração que se decide o destino da paz, pois o vírus da guerra provém do íntimo do coração humano. Do coração brotam as palavras certas para dissipar as sombras dum mundo fechado e dividido e construir uma civilização melhor do que aquela que recebemos. É um esforço que é exigido a todos e cada um de nós, mas faz apelo de modo particular ao sentido de responsabilidade dos agentes da comunicação a fim de realizarem a própria profissão como uma missão”, conclui o Papa. VATICAN NEWS VATICAN NEWS PAPA FRANCISCO TESTEMUNHO DE FÉ | 29 DE JANEIRO A 4 DE FEVEREIRO DE 2023 9 No dia 25 de janeiro, foi publicada a Mensagem do Papa Francisco para o 97° Dia Mundial das Missões que será celebrado em 22 de outubro. O Papa inicia recordando o tema deste ano que se inspira na história dos discípulos de Emaús, narrada por Lucas no seu Evangelho (cf. 24, 13-35): “Corações ardentes, pés ao caminho”. Francisco observa que “os dois discípulos estavam confusos e desiludidos, mas o encontro com Cristo na Palavra e no Pão partido acendeu neles o entusiasmo para pôr os pés ao caminho rumo a Jerusalém e anunciar que o Senhor tinha verdadei- ramente ressuscitado”. Em seguida, fala sobre a transfor- mação dos discípulos narrada pelo Evangelho, a partir de algumas imagens sugestivas: “corações ardentes pelas Escrituras explicadas por Jesus, olhos abertos para O reconhecer e, como ponto culminante, pés ao caminho. Afirmando em seguida que meditando sobre estes três aspectos, que traçam o itinerário dos discípulos missionários, “podemos renovar o nosso zelo pela evangelização no mundo de hoje”. CORAÇÕES ARDENTES PELAS ESCRITURAS O primeiro aspecto: Corações arden- tes, “quando nos explicava as Escrituras”. A Palavra de Deus ilumina e transforma o coração na missão, recorda que assim “como no início da vocação dos discí- pulos, também agora, no momento da frustração, o Senhor toma a iniciativa de Se aproximar dos seus discípulos e caminhar ao lado deles. Na sua grande misericórdia, Ele nunca Se cansa de estar conosco, apesar dos nossos defeitos, dú- vidas, fraquezas e não obstante a tristeza e o pessimismo nos reduzam a “homens sem inteligência e lentos de espírito”, pessoas de pouca fé. Hoje como então, o Senhor ressuscitado está próximo dos seus discípulos missionários e caminha ao lado deles, sobretudo quando se sen- tem frustrados, desanimados”. Dirigindo-se aos missionários afirma: “Em Cristo, expresso a minha proximida- de a todos os missionários e missionárias do mundo, especialmente àqueles que atravessam um momento difícil: caríssi- mos, o Senhor ressuscitado está sempre convosco e vê a vossa generosidade e os vossos sacrifícios em prol da missão evangelizadora em lugares distantes. Nem todos os dias da vida são cheios de sol, mas lembremo-nos sempre das palavras do Senhor Jesus aos seus ami- gos, antes da Paixão: “No mundo, tereis tribulações; mas tende confiança: Eu já venci o mundo!” “Portanto”, acrescenta, ‘O anúncio deve ser dado sem exclusões e com alegria’ Mensagem do Papa Francisco para o 97° Dia Mundial das Missões “deixemo-nos sempre acompanhar pelo Senhor ressuscitado que nos explicao sentido das Escrituras. Deixemos que Ele faça arder o nosso coração, nos ilumine e transforme, para podermos anunciar ao mundo o seu mistério de salvação com a força e a sabedoria que vêm do seu Espírito. OLHOS QUE “SE ABRIRAM E O RECONHECERAM” O segundo aspecto: Olhos que “se abriram e O reconheceram” ao partir o pão. Jesus na Eucaristia é ápice e fonte da missão, é “o elemento decisivo que abre os olhos dos discípulos”, continua Fran- cisco, “é a sequência de ações efetuadas por Jesus: tomou o pão, pronunciou a bênção, partiu-o e deu-lhe. São gestos comuns de qualquer chefe de família ju- dia, mas, realizados por Jesus Cristo com a graça do Espírito Santo, renovam para os dois comensais o sinal da multiplica- ção dos pães e, sobretudo, da Eucaristia, o Sacramento do Sacrifício da cruz”. Porém, continua, precisamente no momento em que reconhecem Jesus naqu’Ele-que-parte-o-pão, “Ele desa- pareceu da sua presença”. “Este fato”, explica, “faz compreender uma realidade essencial da nossa fé: Cristo que parte o pão torna-Se agora o Pão partido, partilhado com os discípulos e, depois, consumido por eles. Tornou-Se invisível, porque agora entrou dentro do coração dos discípulos para fazê-los arder ainda mais, impelindo-os a retomar sem de- mora o seu caminho para comunicar a todos a experiência única do encontro com o Ressuscitado! Assim, Cristo ressuscitado é aqu’Ele- -que-parte-o-pão e, simultaneamente, o Pão-partido-para-nós. E, por con- seguinte, cada discípulo missionário é chamado a tornar-se, como Jesus e n’Ele, graças à ação do Espírito Santo, aquele-que-parte-o-pão e aquele-que-é- -pão-partido para o mundo”. Concluindo este aspecto recorda aos missionários: “A propósito, é preciso ter presente que, se o simples repartir o pão material com os famintos em nome de Cristo já é um ato cristão missionário, quanto mais o será o repartir o Pão eucarístico, que é o próprio Cristo? Trata-se da ação missionária por excelência, porque a Eucaristia é fonte e ápice da vida e missão da Igreja”. Pés ao caminho, com a alegria de proclamar Cristo Ressuscitado Quanto ao terceiro aspecto destacado na mensagem aos missionários: pés ao caminho, com a alegria de proclamar Cristo Ressuscitado. A eterna juventude de uma Igreja sempre em saída, Francis- co recorda: “Depois de abrir os olhos ao reconhecerem Jesus na fração do pão, os discípulos partiram sem demora e volta- ram para Jerusalém. Este sair apressado para partilhar com os outros a alegria do encontro com o Senhor, mostra que ‘a alegria do Evangelho enche o coração e a vida inteira daqueles que se encontram com Jesus. Quantos se deixam salvar por Ele, são libertados do pecado, da tristeza, do vazio interior, do isolamento. Com Je- sus Cristo, renasce sem cessar a alegria’”. “Não se pode encontrar verdadeiramente Jesus ressuscitado”, observa, “sem se inflamar no desejo de o contar a todos. Por isso, o primeiro e principal recurso da missão são aqueles que reconheceram Cristo ressuscitado, nas Escrituras e na Eucaristia, e que trazem o seu fogo no coração e a sua luz no olhar. Eles podem testemunhar a vida que não morre ja- mais, mesmo nas situações mais difíceis e nos momentos mais escuros. TODOS TÊM DIREITO DE RECEBER O EVANGELHO Depois de refletir sobre a imagem de pôr “os pés ao caminho”, o Papa sugere: “aproveito esta ocasião para reiterar que ‘todos têm o direito de receber o Evangelho. Os cristãos têm o dever de o anunciar sem excluir ninguém, e não como quem impõe uma nova obrigação, mas como quem partilha uma alegria, indica um horizonte estupendo, oferece um banquete apetecível’. A conversão missionária permanece o principal ob- jetivo que nos devemos propor como indivíduos e como comunidade, porque ‘a ação missionária é o paradigma de toda a obra da Igreja’”. Papa Francisco conclui recordando os aspectos destacados em sua mensagem: “Saiamos também nós, iluminados pelo encontro com o Ressuscitado e animados pelo seu Espírito. Saiamos com corações ardentes, olhos abertos, pés ao caminho, para fazer arder outros corações com a Palavra de Deus, abrir outros olhos para Jesus Eucaristia, e convidar todos a ca- minharem juntos pelo caminho da paz e da salvação que Deus, em Cristo, deu à Humanidade”. JANE NOGARA VATICAN NEWS Papa Francisco: “Saiamos com corações ardentes, olhos abertos, pés ao caminho, para fazer arder outros corações com a Palavra de Deus, abrir outros olhos para Jesus Eucaristia, e convidar todos a caminharem juntos pelo caminho da paz e da salvação que Deus, em Cristo, deu à Humanidade” VATICAN NEWS A ACN É UMA PONTE que liga àqueles que podem ajudar com aqueles que precisam de ajuda seja um benfeitor! acn.org.br/seja-um-benfeitor OU ACESSE O QRCODE aguacancaonova.comaguacancaonova.com contato@aguacancaonova.comcontato@aguacancaonova.com (12) 3186-2100(12) 3186-2100 www. otestemunhodefe .com.br Leia o Jornal Testemunho de Fé pela internet: CLASSIFÉ LIGUE E ANUNCIE:3231-3580 OS CLASSIFICADOS DO JORNAL TESTEMUNHO DE FÉ ARQUIDIOCESE TESTEMUNHO DE FÉ | 29 DE JANEIRO A 4 DE FEVEREIRO DE 2023 11 A então Capela São Sebas- tião, situada em Inhoaíba, rece- be todos os anos, desde 2010, a visita da imagem peregrina do padroeiro da cidade e da arqui- diocese, dentro da programação da Trezena de São Sebastião, conduzida pelo arcebispo do Rio de Janeiro, Cardeal Orani João Tempesta. Neste ano, a visita foi es- pecial. Dom Orani elevou a capela, cuja comunidade de fiéis existe desde a década de 1920, à condição de paróquia, dedicada ao mesmo padroeiro. É a paróquia de número 36 do governo de Dom Orani e a de número 287 da arquidiocese. “A Paróquia São Sebastião nasce no contexto da Trezena do nosso padroeiro, que neste ano tem como tema: ‘São Sebastião, vocacionado à missão’, e dentro do Ano Vocacional Missionário. O Papa Francisco também co- meçou a falar em suas catequeses nas audiências de quartas-feiras da paixão pela evangelização”, disse o arcebispo. “A evangelização é a gran- de preocupação da Igreja. Ser missionário é algo permanente na Igreja. Ou somos missioná- rios ou não somos Igreja. Ser missionário é anunciar, teste- munhar, é contagiar pela vida as pessoas que estão perto ou longe de nós”, acrescentou. O decreto de criação da Paróquia São Sebastião foi lido pelo vigário episcopal do Vica- riato Campo Grande, cônego Dom Orani instala a Paróquia São Sebastião, em Inhoaíba Luiz Carlos Pereira, no início da celebração eucarística de insta- lação da paróquia, realizada no dia 11 de janeiro. O território pastoral da nova paróquia foi desmembrado da Paróquia Santa Sofia, em Cos- mos, da qual estava vinculada, e da Paróquia Santa Teresinha do Menino Jesus, em Campo Grande, que cedeu a Capela São Miguel, também situada em Inhoaíba. Na mesma celebração, Dom Orani deu posse ao primeiro administrador paroquial, padre Felipe de Souza Pertence, até então, vigário paroquial da Pa- Cardeal Tempesta, cônego Luiz Carlos, padres Felipe, Fábio, Alan Dias e demais concelebrantes róquia Santa Sofia, em Cosmos. O trabalho de preparação para instalação da nova paróquia foi conduzido pelo pároco de Santa Sofia, padre Fábio Santos de Mello, que se empenhou na criação e o fortalecimento das pastorais, reformas estruturais dos prédios da comunidade e o início da construção da casa paroquial. Na homilia, ao refletir sobre o episódio da cura de Pedro e da ação missionária de Jesus (Mar- cos 1,29-39), Dom Orani lem- brou aos fiéis que a comunidade não deve esperar que as pessoas venham até a paróquia. O arce- bispo lembrou – como narra o Evangelho -, que a sogra de Simão estava de cama, com febre, e Jesus se aproximou, segurou sua mão e ajudou-a a levantar-se. Então, a febre desapareceu, e ela começou a servi-los. “A ‘Igreja em saída’ que tanto falamos é ir ao encontro das pessoas onde elas estão, e não esperar que venham até a comunidade. Inclinar-sesobre as pessoas significa ressuscitar, trazer à vida. A nossa missão de ir às casas para proclamar a Boa Notícia às pessoas é para que elas se levantem de suas mortes e passem a viver como homens e mulheres novos”, disse. “O nosso anúncio deve levar as pessoas a fazer uma verdadei- ra experiência do amor a Deus. Ao serem evangelizadas e terem experimentado a libertação em suas vidas, elas devem passar também a colocar-se a serviço dos outros. A experiência de sentir o amor de Deus deve le- var a contagiar as pessoas com o bem, a buscar a vida que se encontra somente em Jesus, o único que tira todos os males do coração”, destacou o arcebispo. Dom Orani concluiu sua homilia convidando os fiéis a serem missionários itinerantes, irem a todos os lugares geográ- ficos ou não que necessitam de evangelização, de anunciar a Palavra de Deus. “Peço a Deus que esse espírito e ardor missionário coloquem todos a caminho para que as pessoas desta região da cidade possam fazer uma bela experiência do amor de Deus em suas vidas”. CARLOS MOIOLIPadre Felipe faz a profissão de fé e o juramento de fidelidade FOTOS: GUSTAVO DE OLIVEIRA 12 ARQUIDIOCESE 29 DE JANEIRO A 4 DE FEVEREIRO DE 2023 | TESTEMUNHO DE FÉ A então Capela São Se-bastião, em Inhoaíba, hoje Paróquia São Se- bastião, criada e instalada no dia 11 de janeiro de 2023 pelo arcebispo do Rio de Janeiro, Cardeal Orani João Tempesta, foi criada oficialmente no dia 20 de janeiro de 1930 com a presença de Dom Benedet- to Aloisi Masella, na época núncio apostólico do Brasil, residente no Rio de Janeiro. A compra do terreno, com escri- tura, onde se encontra locali- zada a capela foi feita em 1923 pela quantia de 200 mil réis. Antes dessa data, já exis- tiam atividades pastorais na capela sob os cuidados da Paróquia Nossa Senhora do Desterro, em Campo Grande, da qual era vinculada. Em 1º de janeiro de 1945, com a criação da Paróquia Santa Sofia, em Cosmos, a ca- pela passou a pertencer a esta paróquia, que teve como seu primeiro pároco o padre José Avelino Fernandes Quadra, que recebeu a provisão canô- nica no dia 13 de abril de 1951. De acordo com anotações do livro de Tombo da Paró- quia Santa Sofia, percebe-se o grande “fascínio que o glorioso mártir exerce sobre nossa gen- te”. Tais aspectos demonstram a grande devoção da população pelo santo padroeiro da comu- nidade. Vale destacar a presença das Pias Filhas de Maria como um grande serviço espiritual da capela. Outro forte ponto de evangelização são as aulas de catecismo nas escolas do bair- ro e as primeiras comunhões dos alunos. No dia 18 de agosto de 1955, é concedida a autorização para a permanência do Santíssimo Sacramento na Capela São Sebastião. Por volta do ano de 1975, começaram a serem formados os primeiros grupos de Círcu- los Bíblicos em Inhoaíba com o apoio do pároco, o então padre Geraldo Barcelos. Em 1978, a comunidade começou a contar com a pre- sença de seminaristas que muito auxiliaram e continuam Paróquia São Sebastião, em Inhoaíba auxiliando no trabalho pasto- ral. Vale destacar o apoio de Domingos Ormonde e Gustavo Auler, com a supervisão do padre José dos Santos Almeida, que muito dinamizaram os cuidados pastorais no tempo em que aqui se dedicaram. No ano seguinte, em julho de 1979, o terreno da capela começou a ser murado. Uma grande tentativa de aumentar o sentido de res- ponsabilidade e união comu- nitária foram os chamados “Encontros de Base”, que começaram a ser realizados em 1978, e a “Assembleia Comunitária”. Junto com o conselho comunitário, tais encontros favoreciam um senso de responsabilidade e de comunidade para os fiéis. No início, ta is encontros e conselhos não possuíam muita adesão, mas graças a insistência e perseverança do padre José dos Santos foi possível e importante a reali- zação dos mesmos. Em março de 1982, acon- teceram as primeiras Vias- -Sacras pelas ruas do bairro de Inhoaíba. Em setembro de 1982, acon- teceu a chamada “Semana Alicerce” na Matriz de Nossa Senhora da Conceição, em Santa Cruz, a nível vicarial. Tal iniciativa foi realizada pela primeira vez em outubro do mesmo ano a nível paroquial. A experiência foi muito im- portante para a formação dos leigos da comunidade. Já em 1983, a Capela São Se- bastião contava com a existên- cia de dez grupos de Círculos Bíblicos e 28 catequistas. Em 1984, as festas do pa- droeiro da Capela São Sebas- tião começaram a ser prepara- das por uma equipe. Em 1985, ficou evidente a necessidade de uma preparação espiritual para a festa do padroeiro de São Sebastião. Tal preparação é feita no ano de 1986, com uma semana devocional antes do dia do padroeiro. Em 1989, assumiu a paró- quia o padre Parampathu Ku- riakose Kuncherya, conhecido como padre Tiago, falecido no dia 20 de setembro de 2014, que muito contribuiu para o crescimento da fé da comu- nidade, incentivando “mais a oração que as falas”. Ainda em 1989, deu-se início a algumas obras de reformas na Capela São Sebastião. Em 1990, foi criado o Grupo de Oração Boa-Nova, vincula- do à Renovação Carismática Católica. Pelos relatos da visita pastoral realizada em 1993, o referido grupo possuía em média 120 membros. Na última sexta-feira do mês, era realiza- da uma vigília com a participa- ção de cerca de 200 pessoas. A partir das experiências vivenciadas em sua terra natal, em 1992, padre Tiago criou o grupo denominado “Pequenos Missionários” com as crianças da comunidade. O mesmo tinha como objetivo, além da perseverança na vida de ora- ção, arrecadar donativos nas casas das pessoas da comuni- dade em prol dos mais neces- sitados. Em setembro de 1993, o bispo auxiliar do Rio Dom Karl Josef Romer, ao realizar a visita pastoral, ficou impressionado com a “formação que o povo mostra ter, pelo espírito de comunidade e sensibilidade eclesial”, destacando que, bre- vemente, a capela poderia se tornar paróquia. Visando tal perspectiva, em 1996, foi feita uma reforma em algumas salas da cate- quese e elaborado um projeto para construção de uma casa paroquial, mas por motivos diversos a criação da paróquia não foi possível. Em dezembro de 1996, foi provisionado o diácono Nelson Primitiva capela na década de 1930 Fachada da capela em 1993 Em obras no ano 2000 FOTOS: DIVULGAÇÃO ARQUIDIOCESE TESTEMUNHO DE FÉ | 29 DE JANEIRO A 4 DE FEVEREIRO DE 2023 13 Soares Filho para auxiliar os serviços pastorais, principal- mente na Capela São Sebas- tião. Na visita pastoral de 1997, foi relatada a existência de 17 catequistas e seis auxiliares na Capela São Sebastião com a frequência de aproximada- mente 350 catequizandos. Além de já contar com uma considerável vida pastoral, que igualava a vivência comunitá- ria e de evangelização de sua matriz. Em 1998, foi terminada a construção da quadra de eventos na capela. No grande Ano do Jubileu de 2000, mais exatamente em março, foi dado o início da construção do atual templo da Capela São Sebastião, tendo em vista que a construção existente já não comportava o número de 350 fiéis (em média) que participa- vam das missas, além do esta- do precário que se encontrava a construção com infestação de cupim no forro e nas estru- turas de madeira da mesma. Com a ajuda dos fiéis e de amigos, padre Tiago conseguiu terminar uma primeira fase da obra no dia 18 de novembro, fi- cando a torre para a finalização no ano seguinte. A construção de um viaduto em frente à capela, inaugurado em 18 de dezembro de 2011, desfavore- ceu a visibilidade da fachada da igreja. Em agosto de 2014, foi realizada a primeira tarde de louvor na Capela São Sebas- tião com animação do então vigário paroquial, padre Fábio de Mello. No mês seguinte, em meio aos festejos da padroeira da matriz, faleceu o padre Tiago, que muito marcou o território paroquial com seu ardor missionário. Padre Fábio Santos de Mello, ordenado em 10 de maio de 2014, assumiu entãocomo pároco da Paróquia Santa Sofia e continua o cuidado e o apos- tolado junto aos fiéis. Ao longo do tempo, a capela Fachada da Capela São Sebastião, em Inhoaíba Visita da imagem de São Sebastião foi adquirindo suas tradições e dinâmicas próprias, bem como alguns eventos tradicionais, tais como: a citada tarde de louvor, a visita da imagem peregrina durante a Trezena do padroeiro da arquidiocese, o “Jantar com Maria”, o “Arraiá do Tião”, entre outros. Com as diversas atividades e eventos foi possível realizar algumas melhorias na comuni- dade, como por exemplo, uma obra de reforma e pintura do templo e adjacências realiza- das em 2016. Além do aspecto físico é notável o crescimento espiritual e o cuidado pastoral ao longo de todo o histórico da comunidade. A Capela São Sebastião pos- sui um terreno de aproximada- mente 1.750m². O templo mede 330m² com uma pequena sacristia e a Capela do Santíssi- mo. Há ainda um prédio pasto- ral de dois andares com 165m² (em cada andar), contendo no térreo duas salas, uma cantina, uma sala para paramentos; e no segundo andar há quatro salas para catequese e dois banheiros. Consta ainda em nosso terreno: dois banhei- ros, uma cozinha e depósito, além de uma quadra para even- tos com aproximadamente 345 m² e um pátio descoberto com aproximadamente 390 m² que funciona como estacionamen- to e é utilizado como área de evento nas grandes festas. SÃO MIGUEL ARCANJO A Capela São Miguel, si- tuada na Rua Ponte de Pedra, Aguiar Torres, em Inhoaíba, foi inaugurada no dia 19 de Dom Orani e padre Tiago na Trezena de 2012 novembro de 2005, ano que foi comprado o terreno, pelo pároco da Paróquia Santa Te- resinha, em Campo Grande, na época, padre Jorge Pereira Bispo. Construída em um período de muita violência urbana, o padre Jorge invocou a inter- cessão do arcanjo, pois “só São Miguel pode entrar nessa guerra”. As atividades se iniciaram com um grupo dos Círculos Bíblicos organizado na casa de dona Dóia, e, depois, na sede da associação de moradores. Com a aquisição do terreno localizado na Rua Ponte de Pedra, a comunidade começou a se reunir no local, onde já havia uma construção. Assim foi colocado o telhado e o contrapiso no galpão, sendo posteriormente feitas as me- lhorias no local. Até a criação da Paróquia São Sebastião, a Capela São Miguel Arcanjo pertencia à Paróquia Santa Teresinha do Menino Jesus, em Campo Grande. CARLOS MOIOLI Primeira missa de padre Felipe na capela em maio de 2022 Interior da capela durante Trezena do padroeiro FOTOS: DIVULGAÇÃO ARQUIDIOCESE TESTEMUNHO DE FÉ | 29 DE JANEIRO A 4 DE FEVEREIRO DE 2023 15 Para celebrar o Domingo da Palavra de Deus, instituí- do pelo Papa Francisco no 3º Domingo do Tempo Comum, a Arquidiocese do R io de Janeiro convocou para o dia 22 de janeiro os que estão diretamente na missão e no serviço da Palavra de Deus: catequistas, agentes de Pas- toral e coordenadores dos Círculos Bíblicos. A Pastoral da Pessoa com Deficiência (Pasped) também se fez presente com repre- sentantes do Mov imento Ecumênico da Fraternidade Cristã (FCD), Catequese Di- Pasped participa, na Catedral do Rio, do Domingo da Palavra Deus Representantes da Pastoral da Pessoa com Deficiência na Missa do Domingo da Palavra de Deus, realizada na Catedral de São Sebastião Dom Antonio Catelan e os intérpretes em Libras ferenciada, Pastoral do Cego e Pastoral do Surdo. A manhã solene iniciou-se às 9h com a Oração da Igreja, Liturgia das Horas e momen- to de grande silêncio para que a Palavra de Deus proclamada penetrasse nas mentes e nos corações. A Catedral era as- sembleia orante! Em seguida, deu-se início a celebração eucarística das 10h, presidida pelo arcebispo metropolitano, Cardeal Orani João Tempesta, e concelebra- da pelo bispo auxiliar Dom Antônio Catalan e demais sacerdotes. Na Liturgia da Palavra, a primeira leitura do profeta Isaías foi proclamada em brai- le por um membro da Pastoral do Cego e toda a celebração foi interpretada por quatro intér- pretes da Língua Brasileira de Sinais (Libras) das comunida- des do Méier, Lagoa, Penha e São João de Meriti. As comunidades de surdos da Arquidiocese do Rio pre- sentes foram as paróquias do Imaculado Coração de Maria, no Méier, Santa Margarida Maria, na Lagoa, Bom Jesus da Penha, na Penha, Nossa Se- nhora do Desterro, em Campo Grande, Nossa Senhora de Fátima, no Pechinha, São João Bosco, no Riachuelo, e São Francisco Xavier, na Tijuca. Da Arquidiocese de Nite- rói, a Paróquia Santana, na Porciúncula, e da Diocese de Duque de Caxias, a Paróquia de São João Batista, de São João de Meriti. Da FCD estiveram presen- tes o Núcleo da Tijuca, duas cadeirantes, voluntárias e grande número da Catequese Diferenciada com as catequis- tas e coordenação. Após a Sagrada Comu- nhão, Dom Orani entregou a cada representante dos nove vicariatos da arquidiocese e aos representantes da Cate- quese Diferenciada e da Pas- toral do Surdo exemplares da Bíblia, ratificando a missão de uma Igreja permanentemente missionária e evangelizadora. Ainda, no final toda a assem- bleia recebeu um versículo bí- blico das mãos dos sacerdotes. Dom Catelan anunciou, no final da missa, que a arquidio- cese está preparando material e todo o rito de preparação a todos os catequistas, que, a partir de então, serão um ministério dentro da Igreja. O Papa Francisco insti- tuiu, recentemente, o mi- nistério de catequista: uma necessidade urgente para a evangelização no mundo contemporâneo. Ainda destacou que a Pa- lavra de Deus deve estar nos corações das pessoas, em todos os lugares e em todas as situações humanas, refor- çando que a Palavra é sempre luz no caminho do cristão. Louvemos a Deus por esse domingo celebrado com fé, alegria e esperança em nossas comunidades e pastorais. PROFESSOR CESAR BACCHIM COORDENADOR ARQUIDIOCESANO DA PASPED FOTOS: DIVULGAÇÃO 16 ARQUIDIOCESE 29 DE JANEIRO A 4 DE FEVEREIRO DE 2023 | TESTEMUNHO DE FÉ “Estamos reunidos no Dia do Senhor, a páscoa semanal dos cristãos, para ouvir o Se- nhor que nos fala ao coração e que também nos convida a colocar em prática a Palavra de Deus em nossa vida”, disse o arcebispo do Rio de Janeiro, Cardeal Orani João Tempesta, na acolhida da missa do Do- mingo da Palavra de Deus, na Catedral de São Sebastião, no Centro, no dia 22 de janeiro. Segundo explicou Dom Orani, o Domingo da Palavra de Deus, que neste ano teve como tema: ‘Nós vos anuncia- mos o que vimos’ (1 Jo 1,3), foi instituído pelo Papa Francisco há quatro anos, para ser cele- brado no 3º Domingo do Tempo Comum, com a finalidade de valorizar a Palavra de Deus na comunidade. “O Senhor passa hoje no meio de nós para confirmar a nossa caminhada de comunhão e de unidade. Como é bonito ver representantes da Iniciação à Vida Cristã, Círculos Bíblicos, Novas Comunidades e de tantas outras pastorais e ministérios que exercem a missão com o Envio de agentes pastorais em missão marca o Domingo da Palavra de Deus na arquidiocese O Domingo da Palavra de Deus foi instituído pelo Papa Francisco com a finalidade de valorizar a Palavra de Deus na comunidade Diácono Artur, padre Allexsandro e agentes pastorais junto com as Bíblias doadas anúncio da Palavra de Deus”, disse o arcebispo, anuncian- do que no próximo ano, na mesma celebração, irá investir com o caráter de ‘ministério’ os catequistas que servem com dedicação a Igreja. Entre os concelebrantes esta- vam o bispo auxiliar e animador da Iniciação à Vida Cristã, Dom Antônio Luiz Catelan Ferreira, o coordenador arquidiocesano de pastoral, cônego Cláudio dos Santos, o vigário episcopal do Vicariato Norte, cônego Aldo de Souto Santos, e os padres Allexsandro Martins Valente e Vanderson de Oliveira. A celebração eucarística, que pôde ser acompanhada em braile e pela Língua Brasileira de Sinais (Libras), contou com o ícone da Visitação de NossaSenhora que está em visita nos vicariatos da arquidiocese de 20 de janeiro até 19 de março, para incentivar e dinamizar a ação missionária. Durante a celebração, Dom Orani deu a bênção de envio para os agentes pastorais repre- sentantes dos noves vicariatos episcopais da arquidiocese, entregando para cada um, de forma simbólica, um exemplar da Bíblia. Antes da missa, os moradores em situação de rua atendidos pela Pastoral Social da Catedral de São Sebastião, durante o café da manhã, tam- bém receberam cada um exem- plar da Bíblia. Na homilia, ao refletir a li- turgia do dia, Dom Orani convi- dou os fiéis a fazerem memória de quando Cristo os chamou para segui-Lo: “onde estáva- mos? Jogando ou consertando as nossas redes?” O arcebispo incentivou a todos para não perder tempo, que a missão é permanente e sempre é preciso para dar um passo a mais para bem realizar a missão. “Sempre há necessidade de dar um passo a mais para responder as necessidades da evangelização. O mundo é uma galileia de pagãos que aos poucos perde os valores cristãos e também estão cansados e abatidos com tantas situações. Como Igreja, precisamos rea- vivar o dom de Deus em nossas vidas, e, com renovado ardor, contagiar as pessoas com a Boa Notícia da salvação”, disse. “É preciso deixar que a Pala- vra de Deus nos fale ao coração, à nossa vida e nos impulsione em anunciar Jesus Cristo as pes- soas que estão perto ou longe. Ele é a nossa salvação e razão de nossa existência. Enquanto FOTOS: PASCOM ARQUIDIOCESE TESTEMUNHO DE FÉ | 29 DE JANEIRO A 4 DE FEVEREIRO DE 2023 17 Igreja façamos a diferença no mundo que necessita de tes- temunhas. Sejamos aqueles que semeiam e sejam um sinal de esperança e confiança no mundo”, concluiu o arcebispo. TESTEMUNHOS Contemplar o rosto de Jesus “Nosso Papa, ao instituir o Domingo da Palavra de Deus, nos ensina que a Palavra de Deus sempre deve estar no início, quer das celebrações, do ano, da vida”, disse Agar Vinagre, da Animação Bíblica de Pastoral do Rio de Janeiro (ABPRJ), da Paróquia São Ra- fael Arcanjo, em Vista Alegre. “Desde a véspera, ao or- ganizar com amigas algumas das bíblias a serem doadas aos assistidos pela Catedral durante o café da manhã, manuseando uma a uma, numa prévia de tudo que estava por vir neste Domingo da Palavra de Deus, não imaginava os rostos nem as reações, mas no dia 22 de janeiro, eu contemplei o rosto de Jesus”, disse. “Abençoado domingo no qual pude experimentar nova- mente o amor de Deus mais de perto, vendo o próprio Jesus nos irmãos assistidos da Catedral, eles que receberam com alegria as Sagradas Escrituras. Pude falar com alguns, incentivando a ler e crer na Palavra de vida, a ouvir Deus através das Escritu- ras, que os ama incondicional- mente”, destacou Agar Vinagre. Gratidão “Eu louvo, bendigo e agra- deço ao Senhor pelo Domingo da Palavra de Deus. Foi uma manhã maravilhosa, meu co- ração ardia de tanta alegria e gratidão a Jesus pela sua infinita misericórdia de se fazer precisar de mim, de eu ser um canal do Dom Orani com ministros extraordinários da Sagrada Comunhão e membros da Comissão Arquidiocesana da Iniciação à Vida Cristã Dom Catelan com agentes pastorais do Vicariato Norte Agentes pastorais do Vicariato Suburbano seu amor, da sua graça aos teus filhos amados tão necessitados de vós, de ver em cada um deles a tua presença, foi um momen- to de levar, partilhar e também receber a tua Palavra”, partilhou Sueli Farias, da Paróquia Nossa Senhora do Amparo e Santa Maria Goretti, em Cascadura. Consciência de ser missionários Para Maria Helena da Silva, do Santuário da Divina Mise- ricórdia, em Vila Valqueire, a celebração proporcionou a participação de todos, “na qual nós, enquanto membros da Igreja, fomos exortados a assu- mir a consciência de que somos missionários desde o nosso Batismo. Pois sem a dimensão missionária, a Igreja perde a sua razão de ser”. “É muito importante ter- mos a Bíblia como referência, falar da vida à luz da Palavra de Deus. A preocupação em coletar bíblias e distribuí-las, principalmente para os assis- tidos, favorece ainda mais a ação evangelizadora. Pois cria condições para que o Evangelho seja melhor vivido a cada dia. E colaborando com essa vivên- cia, estão os Círculos Bíblicos, caminho eficaz para o exercí- cio da atividade missionária”, destacou Maria Helena da Silva. Sede de Deus Jeferson Macedo, que parti- cipa da Animação Bíblica de Pas- toral do Rio de Janeiro (ABPRJ) na Paróquia Nossa Senhora do Desterro, no Vicariato Campo Grande, contou ser gratificante participar do café da manhã com os assistidos em situação de vulnerabilidade e ver o quanto eles se sentiram acolhidos, como eles estavam sedentos do pão da Palavra de Deus. “Eles receberem o exemplar da Bíblia e não se apressavam em ir embora. Pelo contrário, muitos ficaram dialogando conosco sobre seus anseios; e também o zelo e carinho pelos companheiros que não con- seguiram chegar para receber uma Bíblia”, acrescentou. Jeferson Macedo desta- cou três momentos que foram marcantes na distribuição dos exemplares da Bíblia: “uma ges- tante que emocionada chorou ao receber a Bíblia, pois era o primeiro presente que recebia, e que iria ler a Palavra de Deus todos os dias para o seu filho”. Também “um idoso que ficou muito feliz em receber uma Bíblia nova, pois a sua já estava muito rasgada e ele já não con- seguia ler direito, e aproveitou para pedir uma com letras graú- das”. Ainda “um jovem que pe- diu para escolher na mesa uma Bíblia grande dizendo que tem muito interesse em conhecer mais a Palavra de Deus”. Semeadores da Palavra de Deus Os coordenadores dos Cír- culos Bíblicos da Paróquia Santa Teresinha do Menino Jesus, em Botafogo, no Vica- riato Sul, Marco Antonio de Araújo e Margarete Araújo, ficaram felizes – a convite de José Virginio, coordenador dos Círculos Bíblicos, em Campo Grande –, em partici- par da celebração com todos os anunciadores das Palavras de Deus. Ambos externaram, por es- crito, suas satisfações: “Mesmo sem saber qual seria a missão, disse ‘ eis-me aqui’. Tal qual não foi a minha surpresa, nós os 11 representantes dos Círcu- los Bíblicos, fomos levados ao presbitério e não ao altar onde acontece toda a ação de graças, onde se recorda o mistério de Cristo, que se entregou e deu a vida por nós. No fim da mis- sa, fomos levados à presença do Dom Orani, onde fomos presenteados, cada um de nós, com uma Bíblia, ou seja, com a Palavra de Deus para semearmos em todos os lugares”. “Foi para nós um dia muito gratificante! Nos sentimos muito bem acolhidos tanto pelos or- ganizadores, pelo presidente da assembleia, assim como por seus auxiliares e, também, pela assem- bleia onde conhecemos gente nova e tivemos a oportunidade de fazermos novas amizades”, destacou Marco Antonio Araújo. CARLOS MOIOLI FOTOS: PASCOM 18 ARQUIDIOCESE 29 DE JANEIRO A 4 DE FEVEREIRO DE 2023 | TESTEMUNHO DE FÉ O Concílio Vaticano II aborda o tema da vocação como um clamor dirigido a todos, ligado à missão da Igreja e relacionado com o chamado universal à santidade, como aparece, por exemplo, na Constituição Dogmática Lumen Gentium (cf. LG 39.51). Cada fiel deve buscar a perfeição da caridade, edificando o próximo pela prática dos conselhos evangélicos: castidade, obediência, pobreza. Na Constituição Pastoral Gaudium et Spes surge com mais evidência o caráter comunitário: diante do chamado de Deus, cada pessoa responde à própria vocação graças ao encontro com os irmãos e irmãs, no diálogo e no serviço mútuo (cf. GS 24-25). Já o Decreto Apostolicam Actuositatem ressalta a missão do laicato, entendendo o apostolado como qualquer atividade que ordene o mundo para Cristo (cf. AA 7). As comunidades cristãs devem promover todas as vocações, testemunhando uma espiritualidade de comunhão. A leitura do Documento de Aparecida, com as conclusões
Compartilhar