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REMIT e vias de administração

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Mariana C. A Souza 
REMIT, NUTRIÇÃO E PRESCRIÇÃO 
 
METABOLISMO NO PACIENTE 
CIRURGICO – REMIT 
REMIT: Resposta Endócrina Metabólica e 
Imunológica ao Trauma 
 
O Status nutricional de um paciente estão 
diretamente relacionados a dieta adequada, 
funcionamento do trato alimentar e das condições 
fisiológicos. Desta maneira, em pacientes 
cirúrgicos e criticamente doentes, os processos 
metabólicos e nutricionais podem ser 
comprometidos como consequência de fatores 
ambientais, patológicos ou traumáticos, o que leva 
a uma necessidade de suplementação nutricional 
para possibilitar a cura e a recuperação. 
Sempre que ocorre uma agressão ao organismo 
humano, qualquer que seja a causa ou 
mecanismo, desencadeia um complexo conjunto 
de respostas que são iniciadas imediatamente, 
necessárias para manter a homeostasia. 
As reações do trauma são desencadeadas por 
vários componentes, tais como perda de sangue, 
lesão tecidual, ansiedade e dor. 
→ A infecção e o jejum prolongado são 
fatores que pode contribuir para reiniciar 
ou agravar as respostas orgânicas. 
→ A extensão e a magnitude das respostas 
vão depender da intensidade do trauma. 
→ Dor, excitação e medo estão sempre 
presentes e algumas vezes são muito 
intensos. 
O corpo causa reação de “luta ou fuga” no trauma, 
sendo assim, as respostas orgânicas frente ao 
caso são: 
→ Ativação dos mecanismos de coagulação 
→ Desvio de líquidos do extravascular para o 
intravascular 
→ Redistribuição do fluxo sanguíneo 
→ Manutenção do equilíbrio ácido-básico e 
eletrolítico 
→ Mobilização de leucócitos 
→ Produção de macrófagos e linfócitos T 
→ Aumento do debito cardíaco 
→ Lipólise e proteólise 
→ Aumento da glicogenólise e da 
gliconeogênese 
 
Sendo assim, temos como definição do REMIT a 
capacidade de responder a determinadas 
agressões, sejam elas de natureza cirúrgica, 
traumática ou infecciosa, sendo um componente 
fundamental apresentados pelos seres vivos. Seu 
principal objetivo, portanto, é restabelecer a 
homeostasia. 
 
 
Embora as respostas biológicas do trauma tenham 
como princípio básico preservar o organismo, 
agressões intensas e graves desencadeiam uma 
resposta “maléfica”, que pode levar o hospedeiro 
ao óbito. Dentre essas respostas, temos: Isquemia 
Renal, Isquemia Intestinal e Excesso de 
inflamação (apoptose). 
METABOLISMO EM CIRURGIA 
RESPOSTA CATABÓLICA: A resposta metabólica 
anormal é iniciada por fatores originados nas feridas ou 
na infecção, com continuidade pela liberação sistêmica 
de hormônios relacionados ao estresse. 
A magnitude da inflamação não depende apenas do 
grau da lesão inicial, mas também a capacidade própria 
do paciente de reagir as lesões (já pré-programada 
geneticamente). 
Sendo assim, nessa fase, há um aumento da atividade 
metabólica e do trabalho celular no local da lesão. Os 
tecidos lesados serão reabsorvidos e desvitalizados, e 
os tecidos perdidos serão reparados. 
→ As lesões consomem grandes quantidades 
de energia durante o processo de 
cicatrização, tanto pela grande quantidade 
de células inflamatórias, quanto pela 
síntese de colágeno pelos fibroblastos. 
Enquanto a atividade catabólica se prolonga, 
atividade anabólica normal, necessária para a 
síntese proteica, estará diminuída, sendo assim, 
não há anabolismo compensatório. 
 Mariana C. A Souza 
RESPOSTAS NEUROENDÓCRINAS: os 
principais hormônios envolvidos são: 
catecolaminas, corticosteroides e o glucagon. Os 
componentes inflamatórios envolvidos são: 
citocinas e a ativação sistêmica de cascatas 
humorais envolvendo complemento eicosanoides 
(mediadores inflamatórios de origem lipídicas) e 
fatores ativadores de plaquetas. Tais mediadores 
promovem a cicatrização pela estimulação da 
angiogênese, migração de leucócitos e 
fibroblastos. 
CORTISOL: após o trauma o cortisol de eleva 
paralelamente ao aumento do ACTH, atingindo 
valores máximos entre 4-12 horas. Quanto maior 
a extensão e gravidade da lesão, mais tempo o 
cortisol permanecerá no organismo do indivíduo. 
Ele é responsável pela mobilização de 
aminoácidos do musculo esquelético e 
estimulação da gliconeogênese hepática. 
→ Pacientes em uso prolongado de 
corticosteroides devido a doenças 
crônicas, não ocorre o aumento sérico do 
cortisol no período pós-operatórios, sendo 
assim, esses pacientes podem apresentar 
com frequência problemas hemodinâmicos 
(hipotensão e choque). 
CATECOLAMINAS: após grandes traumas os 
níveis séricos elevam-se acentuadamente, 
permanecendo por 12-24h, dependendo do 
tamanho da lesão. Sua função é a estimulação da 
glicólise hepática, glicogenólise e gliconeogênese, 
além de aumentarem a produção de lactato a 
partir dos tecidos periféricos (músculo 
esquelético). Ainda, aumentam a liberação de 
aminoácidos pelo tecido muscular, atividade 
metabólica, lipólise e liberação de ácidos graxos. 
Junto a isso, as catecolaminas deprimem a 
secreção de insulina estimulam a hipófise a 
produzir maior quantidade de ACTH, bem como a 
estimulação cardíaca e a vasoconstrição. 
GLUCAGON: na fase hipermetabólica do trauma, 
tal hormônio excerce um potente efeito na 
glicogenólise e na gliconeogênese hepática. Além 
disso, possui atividade lipolítica, estimulando a 
liberação de ácidos graxos livres e glicerol pelo 
tecido adiposo. A elevação do glucagon 
permanece até o paciente se restabeleça. 
ALDOSTERONA: tal hormônio contribui para 
baixar os níveis de potássio sérico. Durante a fase 
pós-traumática provoca a troca de potássio e 
hidrogênio plasmático pelo sódio, retendo-o, 
contribuindo para a retenção da agua e 
reabsorção de bicarbonato e, consequentemente, 
aumento da volemia. 
ADH: nos grandes traumas, sua secreção chega a 
elevar 50 vezes, em especial no início da 
anestesia e das operações. Os níveis caem 
rapidamente, normalizando-se em 4 dias em 
média. Suas ações são osmorreguladoras, 
vasoativas e metabólicas. Além disso, provoca 
reabsorção de água livre dos túbulos distais e 
coletores dos rins, vasoconstricção esplâncnica 
intensa em casos de hemorragia e hipovolemia 
súbitas, bem como estimulação da 
gliconeogênese hepática. 
GH: a estimulação da secreção desse hormônio 
está relacionada com a hipoglicemia do jejum pós-
traumático, baixa de AGL, hipovolemia, aumento 
dos níveis de aminoácidos e ACTH. Sua 
concentração permanece elevada por 24h e aos 
poucos retorna ao normal. As principais 
consequências são: aumento da glicemia por 
inibição de transporte no fígado e no musculo 
esquelético, elevação de AGL no plasma, 
estimulação da lipólise, potenciação das 
catecolaminas e acumulo de nitrogênio. 
HORMÔNIOS TIROIDEANOS: no trauma 
acontece queda de T3 e T4, já o TSH pode variar 
de acordo com o paciente. 
CITOCINAS: as que desempenham papeis 
importantes na regulação metabólica do trauma 
são: TNF-α, IL-1, IL-2, IL-6 e IFN gama. 
FASES DA RESPOSTA AO TRAUMA: 
→ FASE CATABÓLICA: 3-5 dias 
→ EQUILÍBRIO: 1 a 2 dias 
→ ANABOLISMO PROTEICO: dias a 
semanas 
Independentemente do tipo de cirurgia, algumas 
manifestações são comuns, como: 
→ Íleo dinâmico: catecolaminas e opioides 
endógenos 
→ Oligúria funcional: ADH 
→ Alcalose mista: aldosterona 
→ Hiperglicemia: glucagon, cortisol, lipólise, 
proteólise 
 Mariana C. A Souza 
→ Elevação da temperatura basal: IL-1 
→ Anorexia: TNF-alfa 
E como modificar as respostas pós-
operatórias? 
Cirurgia Laparoscópica = diminuição da resposta 
imunológica 
Cirurgia sob anestesia peridural = diminuição da 
resposta endócrina 
NUTRIÇÃO PERIOPERATÓRIA 
Pacientes cirúrgicos com desnutrição apresentam 
risco aumentado de complicações relacionadas à 
cicatrização de feridas, alteração nas respostas 
imunes, catabolismo acelerado, recuperação mais 
lenta e aumento da morbidade e mortalidade. 
Pacientes que, após a cirurgia, não são 
adequadamente alimentados tornam-se mal 
nutridos dentro de 10 dias.Sendo assim, o 
objetivo da nutrição perioperatória é suplementar 
os requisitos calóricos e de nutrientes específicos 
com segurança para promover a cicatrização do 
ferimento, diminuir o risco de infecção e impedir a 
perda de proteínas muscular. 
 
AVALIAÇÃO NUTRICIONAL 
O suporte nutricional se inicia com uma boa 
avaliação do estado do paciente, nele buscamos 
investigar: 
→ Desnutrição preexistente 
→ Condições clínicas e distúrbios 
metabólicos associados 
→ Má absorção 
→ Doenças dentárias 
→ Dependência de drogas e alcoolismo 
Além disso, buscamos: 
→ História clinica abrangente 
→ Exame físico minucioso 
→ Medidas antropométricas 
→ Exames laboratoriais e de imagem 
EXAME CLÍNICO E MEDIDAS 
ANTROPOMÉTRICAS 
 
 Avaliação Subjetiva Global (ASG): 
→ A= bem nutrido 
→ B= moderadamente desnutrido 
→ C= gravemente desnutrido (terapia de 
suporte nutricional) 
 
 
 Perda de peso não intencional 
 Redução da massa muscular, perda de 
força muscular e depleção dos estoques 
de gordura 
 Medidas antropométricas: 
→ PIC (peso corporal ideal): 
Homens: 48kg par os primeiros 152cm + 
2,7kg para cada 2,54 cm 
Mulheres: 45kg para os primeiros 152cm 
+ 2,3kg para cada 2,54 cm 
→ IMC (índice de massa corporal): 
IMC= peso (kg) / altura² (m²) 
Gravemente abaixo do 
peso 
< 16,5 kg/m² 
Abaixo do peso 16,5-18,4 kg/m² 
Peso normal 18,5-24,9 kg/m² 
Excesso de peso 25-29,9 kg/m² 
Obesidade grau I 30-34,9 kg/m² 
Obesidade grau II 35-39,9 kg/m² 
Obesidade grau III ≥ 40 kg/m² 
 
EXAMES LABORATORIAIS 
 ALBUMINA: 
 Corresponde a >50% da proteína total do soro, 
sendo a principal responsável pela pressão 
osmótica coloide. 
 
< 3g /dL no pré-operatório = fator de mau 
prognóstico, sendo fatores preditores da 
morbidade e mortalidade. 
 
 Mariana C. A Souza 
OBS: a albumina possui uma meia vida de 20 dias, 
sendo assim, não é um requisito diagnóstico em 
casos de quadro agudos. Neste caso, a melhor 
escolha para diagnóstico é a pré-albumina. 
 TRANSFERRINA 
 PRÉ-ALBUMINA 
 
Proteínas 
séricas 
Albumina 
Pré-
albumina 
Transferrina 
Normal >3,5 mg/dL >15 mg/dL > 200 mg% 
Depleção 
leve 
3,0-3,5 
mg/dL 
10-15 
mg/dL 
150-200 
mg% 
Depleção 
moderada 
2,4-2,9 
mg/dL 
5-10 
mg/dL 
100-150 
mg% 
Depleção 
grave 
<2,4 mg/dL <5 mg/dL <100 mg% 
Meia- vida 20 dias 1 a 2 dias 8 dias 
 
INDICAÇÕES PARA SUPORTE 
NUTRICIONAL 
 Histórico prévia de desnutrição ou doença 
crônica 
 Perda involuntária de > 10-15% do peso 
corporal em 6 meses OU > 5% em um mês 
 Peso < 20% do PCI, IMC < 18,5 Kg/m² ou 
ASG= C 
 Comendo < 50% na última semana 
 Expectativa de perda sanguínea durante a 
cirurgia > 500 ml 
 Albumina sérica <3,0 g/dL ou Transferrina 
<200 mg/dL na ausência de estado 
inflamatório, disfunção hepática ou renal 
 Pacientes que antecipadamente sabemos 
que não conseguirão suprir as necessidades 
calóricas basais no período de 7-10 dias do 
perioperatório 
 Doenças de elevado catabolismo 
(queimadura ou trauma significativo, sepse, 
pancreatite grave) 
TEMPO DE SUPORTE NUTRICIONAL 
 Cirurgia pode ser adiada? Se sim ... 
Tempo mínimo = 7 dias 
 Tempo ideal? 
Benigno= 3 semanas ou mais (ex: hérnia, 
colecistectomia eletiva) 
Maligno= 10-14 dias (ex: câncer) 
CALORIAS – NECESSIDADE DIÁRIA 
Necessidade diárias com base no gasto de 
energia em repouso (GER) ou taxa metabólica 
basal (TMB) 
EQUAÇÃO DE HARRIS-BENEDICT: trata-se da 
formula usada com maior frequência para estimar 
o GER. Ela mostrou ser precisa quanto outras 
fórmulas comumente usada em múltiplos estudos. 
Essa equação estima a TMB assumindo um 
estado fisiológico de repouso normal. 
Homens: 
 
Mulheres: 
 
 
OBS: sabendo que os pacientes em geral sofrem 
estresses fisiológicos diferentes, a multiplicação 
por um fator de estresse é normalmente 
necessária. Sendo assim, fatores de estresse de 
1,1 e 1,2 foram sugeridos para cirurgia eletiva 
menor e maior. Agora, 1,35 e 1,6 são sugeridos 
para traumatismo esquelético craniano. E por fim, 
1,1; 1,5 e 1,8 são sugeridos infecção leve, 
moderada e grave. 
 
 Assim, começamos uma dieta com oferta de 8-10 
Kcal/kg/dia, podendo chegar a 20-30 
Kcal/kg/dia. Em relação a proteína, ofertamos 
1,0-2,0 Kcal/kg/dia, em caso de queimados, 
ofertarmos 2 Kcal/kg/dia. 
 
SÍNDROME DE REALIMENTAÇÃO 
 
Trata-se da desordem severa de eletrólitos, 
minerais, fluidos corporais e vitaminais, sendo 
potencialmente letal. 
 
Tal síndrome afeta pacientes cronicamente 
desnutridos, como no caso de: anorexia nervosa, 
marasmo e Kwashiorkor, alcoolismo, cirurgia 
bariátrica, jejum prolongado, greve de fome, 
caquexia cardíaca e do câncer. Esse quadro leva 
a estado de HIPO CALEMIA, HIPO 
MAGNESEMIA E HIPO FOSFATEMIA, levando a 
insuficiência cardíaca, arritmias, insuficiência 
respiratória, distúrbios neurológicos, disfunção 
renal e hepática, dentre outros. 
 Mariana C. A Souza 
 
Diante disso, é necessária uma prevenção que 
leva em conta uma realimentação devagar, com 
progressão lenta, monitorada e com correção dos 
distúrbios eletrolíticos. 
 
 
VIAS DE NUTRIÇÃO 
Após a decisão de iniciar o suporte nutricional, a 
via de administração deve ser selecionada, 
levando em conta a mais fisiológica possível, ou 
seja, a via oral é sempre preferida. 
NUTRIÇÃO ENTERAL (NE) 
 
Trata-se da administração de uma dieta líquida 
através de diferentes rotas, sendo sondas 
(nasogástrica ou nasoenteral) ou ostomias 
digestivas). 
 Sondas = < 4 semanas de suporte 
nutricional 
 Ostomias= > 4 semanas de suporte 
nutricional 
 
A instituição precoce (24 a 48 horas) da NE após 
uma cirurgia minimiza o risco de má nutrição e 
pode diminuir a resposta hipermetabólica 
observada depois da cirurgia. É usada em GI 
funcionante, mas sem possibilidade de nutrição 
via oral. 
 
VANTAGENS: 
 Previne atrofia da mucosa intestinal 
 Menor risco de translocação bacteriana 
 Menor incidência de complicações como 
infecções 
 Melhora na resposta imune 
 Redução da REMIT 
 
CONTRAINDICAÇÕES: 
 Vômitos e/ou diarreia intratáveis e 
refratários ao controle medicamentoso 
 Íleo paralítico 
 Fístulas de alto débito 
 Obstrução e isquemia intestinal 
 Peritonite difusa 
 Choque grave ou instabilidade 
hemodinâmica 
 Hemorragia digestiva grave 
 Síndrome do intestino curto grave (< 100 
cm de intestino delgado restante) 
 Síndrome disabsortiva grave (falência da 
terapia enteral) 
 Impossibilidade de acesso ao GI 
 Necessidade de suporte < 7 dias 
 
Em paciente criticamente doente, a NE deve ser 
iniciada dentro de 24 horas após a lesão ou 
internação, no qual, a ingesta média aplicada na 
primeira semana deve ser de pelo menos 60-70% 
dos requisitos totais estimados de energia, 
conforme determinado pela avaliação. 
 
SONDA NASOGÁSTRICA (SNG): 
É o método mais econômico e previne 
complicações pós-operatórias como 
gastroparesia. 
Como a sonda mantem o esfíncter esofágico 
inferior um pouco aberto, o paciente está sujeito a 
refluxo e risco de broncoaspiração. Sendo assim, 
recomenda-se manter a cabeceira elevada em 35 
graus e não deixar o volume de infusão > 50ml/h. 
 
SONDA NASOENTERAL (SNE): 
É o método mais utilizado. 
A extremidade distal da sonda pode ser 
posicionada tanto no duodeno, como no jejuno. 
 Sonda de Dubbhooff: tipo especial de SNE. 
Ela possui menor calibre e maior conforto. 
 
 A SNE diminui a broncoaspiração? 
Depende da literatura. Sabiston afirma não fazer 
diferença, já Schwartz afirma reduzir 25% das 
complicações na sonda pós-pilórica. 
 
 
COMPLICAÇÕES DO POSICIONAMENTO 
INCORRETO DA SNG E SNE: 
 Sinusite 
 Epistaxes 
 Necrose nasal 
 Aspiração → pneumonia 
 
 Mariana C. A Souza 
GASTROSTOMIA: 
Esse método é utilizado quando há previsão de 
nutrição enteral prolongada (> 4 semanas). Trata-se de um procedimento que estabelece o acesso 
à luz do estomago através da parede abdominal, 
podendo ser realizado por método cirúrgico ou 
endoscópico percutânea. 
O preparo pré-operatório consiste de jejum de 6-
8 horas, instalação de acesso venoso para 
infusão de fluidos com eletrólitos, analgésicos e 
sedativos. 
 
VIAS CIRÚGICAS: 
 
Método temporário: o trajeto do cateter é 
revestido pela serosa, de modo que o fechamento 
da Gastrostomia é espontâneo, rápido e 
definitivo, ocorrendo 2-3 dias após a retirada do 
cateter. 
 
 Gastrostomia a Stamm: a sonda fica 
perpendicular à parede do estômago. 
 
 
 Gastrostomia de Witzel: a sonda fica 
paralela à parede do estômago 
 
 
 
 
Método permanente: o trajeto tubular é construído 
a partir de um retalho da parede gástrica, de tal 
forma que o revestimento interno é formado pela 
mucosa gástrica. 
 
 Gastrostomia de Janeway: 
 
 
 
 Gastrostomia Endoscópica Percutânea 
(GEP): possui menor custo e morbidade. 
 
 
Contraindicações absolutas: 
 Impossibilidade de acesso endoscópico 
 Coagulopatia grave 
 Sobrevida gástrica distal 
 Sobrevida < 4 semanas 
 Impossibilidade de aproximação do 
estomago e parede abdominal 
 
Contraindicações relativas: 
 Impossibilidade de transiluminação 
através da parede abdominal 
 Varizes gástricas 
 Câncer gástrico difuso 
 
JEJUNOSTOMIA: 
Esse método é utilizado quando há previsão de 
nutrição enteral prolongada (> 4 semanas) quando 
a gastrostomia não pode ser realizada. Trata-se 
 Mariana C. A Souza 
de um procedimento cirúrgico que estabelece o 
cesso à luz do jejuno proximal através da parede 
abdominal. 
A dieta administrada por essa via é de forma lenta 
e contínua, pois o jejuno não acomoda grandes 
volumes, além disso, a dieta deve ser hipo ou, no 
máximo, isosmolar (dietas hiperosmolares podem 
causar isquemia/ perfuração do intestino). 
 
 Jejunostomia à Witzel: 
 
NUTRIÇÃO PARENTERAL (NP) 
Trata-se da administração de nutrientes (glicose, 
proteínas, água, eletrólitos) por via endovenosa. 
Preferencialmente, a NP é realizada por acesso 
central (jugular interna e subclávia). O acesso 
periférico apenas quando a dieta é mantida por <2 
semanas e com baixa osmolaridade. 
INDICAÇÕES (impossibilidade de uso do TGI): 
 Vômitos e/ou diarreia intratáveis e 
refratários 
 Íleo paralítico 
 Fístulas de alto débito 
 Obstrução e isquemia intestinal 
 Peritonite difusa 
 Hemorragia digestiva grave 
 Síndrome do intestino curto 
 Síndrome disabsortiva grave 
 Impossibilidade de acesso enteral 
 Necessidade de suporte < 7 dias 
 Casos em que a nutrição enteral não 
fornece o aporte nutricional necessário 
(concomitância). 
 
CONTRAINDICAÇÕES: 
 Instabilidade hemodinâmica: a 
instabilidade hemodinâmica é CI à nutrição 
parenteral, contudo, não significa que 
paciente com DVA não possa receber 
parenteral. 
 
 
 
DIETA ORAL 
O que é “progredir dieta”? 
Dieta zero (jejum absoluto) → líquida restrita → 
líquida completa → semilíquida → pastosa → 
branda → geral 
 DIETA LÍQUIDA RESTRITA: 
Consiste em dieta apenas com líquidos, de 200-
300 ml por refeição. É isenta de fibras, gorduras 
e açúcar, além disso, valor calórico e nutritivo é 
muito baixo. 
EX: água, chá e gelatina. NÃO pode consumir 
leite. 
 
 DIETA LÍQUIDA COMPLETA: 
Consiste em dieta com preparações liquidas com 
baixo teor nutritivo, de 200 ml a cada 2 horas. 
NÃO é indicado leite e bebidas à base de leite. 
EX: sorvete, chá, café, suco de fruta coado, sopa 
coada, caldo de galinha/carne/feijão. 
 
 DIETA SEMILÍQUIDA: 
 Mariana C. A Souza 
Consiste em dieta com alimentos líquidos e 
semissólidos. Seu teor calórico é reduzido e de 
fácil digestão. 
EX: purê, caldos de carne e vegetais, sopas 
batidas em liquidificador, leite ou coalhada, 
creme, frutas em papa ou batida em liquidificador. 
 
 DIETA PASTOSA: 
Consiste em uma dieta menos sólida, que 
favorece a digestibilidade em situações especiais 
(falta de dentes, dificuldade de deglutição). 
EX: leite e derivados (queijo cremoso), carnes 
moídas, desfiadas; ovo cozido, sopas, arroz papa. 
 
 DIETA BRANDA: 
Consiste em uma dieta com consistência 
atenuada e menor quantidade de resíduos. Tem 
como intuito, facilitar e diminuir o tempo de 
digestão, recomendada para disfunções 
gastrointestinais ou problemas de mastigação. 
EX: salada apenas cozida, carnes frescas, 
cozidas, assadas, grelhadas; vegetais cozidos 
no forno, refogados; ovo cozido, torradas, 
biscoitos, pães enriquecidos. 
 
 DIETA GERAL/ NORMAL/ LIVRE: 
Consiste em uma dieta com todos os alimentos 
acessíveis ao indivíduo sem restrições e segundo 
sua preferência, em qualquer preparação e 
consistência. 
 
PRESCRIÇÃO CIRÚRGICA 
“Difícil Fazer Mal Cuando Preparados Estamos” 
D- Dieta 
F- Fluidoterapia 
M- Medicamentos (antibióticos, analgesia, 
anteriores, antis (profilaxia), ajuda) 
C- Cuidados médicos 
P- Procedimentos 
E- Especiais 
 - Posologia, dosagem, via de administração e 
intervalo de tempo entre as doses. 
“FAST HUG EX” 
F- Food (dieta) 
- Sem contraindicações= liberar precoce! 
 
A- Analgesia 
- Evitar dor e náuseas 
- Eras e Acertos (AINES, dipirona e paracetamol) 
 
 
S- Sedação (se necessária) 
- Cirurgias específicas 
T- Tromboproflixia 
- Definir risco: 
* Baixo, moderado e alto 
* Procedimento e paciente 
- Profilaxia mecânica 
- Profilaxia química 
 
- Risco baixo: 
* < 40 anos 
* Cirurgias não trauma, não ortopédicas, <60 min 
* Paciente sem fatores de risco 
- Tratamento não farmacológico 
* deambulação precoce, meias elásticas, 
compressão pneumática intermitente 
- Risco moderado: 
 Mariana C. A Souza 
* Cirurgias maiores em < 40 anos sem fatores de 
risco 
* Cirurgia menores em > 40 anos e/ou fatores de 
risco 
- Risco alto: 
* Cirurgias maiores em > 40 anos e/ou fatores de 
risco 
 
* Fatores de risco: obesidade, uso de ACO, 
neoplasia, restrição no leito, doenças 
cardiovasculares, histórico de TVP/TEP, duração 
prolongada 
 
- Risco moderado e alto: 
* Tratamento não farmacológico: deambulação 
precoce, meias elásticas, compressão pneumática 
intermitente 
* Tratamento farmacológico: Heparina 5000 UI 
12/12h ou 8/8h. Enoxaparina 40mg 1x ao dia 
 
H- Hidratação/ Head of the bed elevated 
- Conforme avaliação médica: 
* Soro Glicosado 5%- perdas insensíveis e 
calorias basais (hipoglicemia) 
*Ringer Lactato: sondas, drenos, urina (liquido 
extracelular) 
* SF 0,9%: muito NA- acidose, hipercloremia 
 
* controle Dextro: Glicose e/ou IR 
* H- Head of bed elevated- 30º 
 
 
 
 
 
 
 
U- Ulceroprofilaxia (úlcera de stress) 
- Paciente crítico (queimado, UTI, trauma grave) 
→ redução da barreira mucosa e diminuição do 
fluxo sanguíneo → úlceras de stress → 
sangramento 
- Critérios maiores: 
* Coagulopatia (plaquetas <50.000, INR >1,5) 
* Ventilação mecânica > 48h 
* Antecedente de úlcera gastroduodenal no último 
ano 
* Trauma encefálico grave, raquimedular ou 
grande queimado 
- Critérios menores: 
* Sepse ou trauma grave 
* UTI > 1 semana 
* Uso de AINES, corticoides ou antiplaquetários 
SE 1 critério maior ou 2 critérios menores= iniciar 
medicação, preferência= bloqueador de bomba de 
prótons (VO>EV) 
G- Glicemia 
EX- exames 
 
EXERCÍCIOS 
1- (AMRIGS – 2019). Considerando a reação 
metabólica ao trauma cirúrgico, é correto afirmar 
que: 
a) Nas primeiras 24 horas, ocorre um aumento 
da diurese 
b) O nível de cortisol sanguíneo aumenta nas 
primeiras 48 horas 
c) Febre nas primeiras 24 horas indica infecção 
cirúrgica 
d) A frequência cardíaca reduz nas primeiras 48 
horas 
2- (SCMBH-MG - 2017). Em relação às alterações 
endócrino-metabólicas no trauma, assinale a 
alternativa incorreta: 
a) O glicogênio serve como principal 
“combustível” do corpo nasprimeiras 12 a 24 
horas na resposta metabólica à inanição 
b) O principal estimulante à produção de ADH 
após um trauma é a diminuição do volume 
sanguíneo efetivo 
c) Os níveis do hormônio estimulante da tireoide, 
TSH, geralmente se elevam muito após um 
trauma 
d) A resistência à insulina, a secreção de 
glucagon e o balanço nitrogenado negativo* 
são algumas das alterações metabólicas 
presentes após um trauma 
*Balanço nitrogenado negativo= + proteínas 
consumidas do que sintetizadas 
3- (UFPI - 2018). Em pacientes desnutridos, a 
adequação do regime nutricional pode ser 
avaliada pela dosagem de proteínas plasmáticas. 
 Mariana C. A Souza 
Das proteínas abaixo, a que é mais sensível por 
apresentar uma meia vida mais curta é: 
a) Pré-albumina 
b) Albumina 
c) Globulina 
d) Proteína ligadora de estradiol 
e) Transferrina 
4- (IAMSPE - 2019). Das situações seguintes, 
assinale aquela que está indicada como suporte 
nutricional pré-operatório para realizar uma 
colectomia esquerda por diverticulite em uma 
paciente de 43 anos, e sem comorbidades 
(admitindo fator único): 
a) Perda de peso de 3% nos últimos 8 meses 
b) Albumina de 3,2 g/dL 
c) IMC de 18 kg/m² 
d) Asma brônquica 
5- (ENARE- 2022). Para uma boa avaliação da 
necessidade nutricional de um paciente, é 
necessário prever sua taxa metabólica basal, a 
qual pode ser calculada por meio da equação de 
Harris Benedict, que leva em consideração: 
a) Peso em kg, altura em cm e Vco2 (volume de 
gás carbônico expirado). 
b) Altura em m, superfície corpórea em m² e 
temperatura corpórea em °C. 
c) Peso em kg, altura em me fator de estresse, 
que exige multiplicação por 1,2 a 1,5 em 
pacientes com sepse. 
d) Peso em g. altura em cm e frequência cardíaca 
em bpm. 
e) Altura em cm, peso em kg e fator de estresse, 
que exige multiplicação por 1,1 a 1,2 para 
pacientes submetidos à cirurgia eletiva. 
6- (UFS - 2018). Paciente, do sexo masculino, 55 
anos, com diagnóstico de estenose pilórica por 
câncer gástrico, sem outras comorbidades. Não 
consegue ingerir nada há 06 dias, com 
porcentagem de perda de peso 18% em 40 dias. 
Há 04 dias com hidratação venosa com 
cristaloides. Iniciado nutrição parenteral total. No 
2º dia apresenta quadro de dispneia intensa, 
taquipneia com estertores crepitantes difusos em 
ambos pulmões, hipotensão arterial, arritmia 
cardíaca. Diagnosticado como edema agudo de 
pulmão foi medicado com diurético venoso e 
morfina, não obteve melhora evoluindo para 
parada cardiorrespiratória e óbito. A principal 
causa da morte deste paciente é: 
a) Arritmia cardíaca devido à síndrome de 
realimentação 
b) Pneumonia com sepse 
c) Crise hipertensiva, falência cardíaca 
d) Insuficiência suprarrenal aguda 
7- (IAMSPE-2022). Para um paciente com risco 
nutricional grave, em pré-operatório de neoplasia 
de esôfago ressecável, a orientação nutricional 
recomendada é a de: 
a) operar imediatamente, com suporte enteral pós-
operatório. 
b) operar imediatamente, com suporte parenteral 
e enteral pré-operatório. 
c) passar sonda nasoenteral e nutrição até atingir 
albumina sérica de pelo menos 3mg/dl. 
d) passar sonda nasoenteral e nutrição na meta 
por dez a catorze dias. 
e) passar cateter PICC e nutrição parenteral com 
meta de 1,5g de proteína por quilo. 
8- (SURCE – 2017). Homem de 56 anos, 
agricultor, tabagista desde os 12 anos de idade, 
apresentou há 8 meses neoplasia de laringe com 
clara dificuldade progressiva de alimentar-se. 
Atualmente, apenas deglute água com dificuldade. 
Paciente pesava 76 kg há 6 meses, apresentando 
peso atual de 54 kg, com IMC de 16,66kg/m². O 
oncologista indicou tratamento de radioterapia e 
traqueostomia e, após esse tratamento, nova 
avaliação para possível esofagolaringectomia 
radical com retalho jejunal microcirúrgico. Qual a 
melhor via de alimentação para esse paciente, 
nesse momento? 
a) Sonda nasogástrica ou nasoenteral. 
b) Gastrostomia endoscópica 
c) Gastrostomia a Stamm 
d) Jejunostomia a Witzel 
9- (SUS-SP – 2018). Homem, 58 anos, vai à 
avaliação pré-operatória de ressecção de cólon 
por adenocarcinoma. Para a correta profilaxia de 
tromboembolia venosa, deve-se: 
a) usar enoxaparina subcutânea após a cirurgia 
por 7 dias 
b) usar enoxaparina subcutânea após a cirurgia 
continuamente. A medicação só deve ser 
suspensa se houver contraindicação absoluto a 
seu uso. 
 Mariana C. A Souza 
c) usar enoxaparina subcutânea após a cirurgia 
durante a internação hospitalar 
d) recomendar a deambulação precoce e meia 
elástica são suficientes. 
e) usar enoxaparina subcutânea após a cirurgia 
por 4 semanas. 
 
RESPOSTAS 
 
1. B 
2. C 
3. A 
4. C 
5. E 
6. A 
7. D 
8. C 
9. E

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