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APOSTILA TEORIA E PRÁTICA DESPORTIVA FUNDAMENTOS METODOLÓGICOS DO ENSINO DO BASQUETEBOL

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Prévia do material em texto

1
TEORIA E 
PRÁTICA 
DESPORTIVA 
FUNDAMENTOS 
METODOLÓGICOS 
DO ENSINO DO 
BASQUETEBOL
Profª. Dr. Marcelo Guimarães Silva
2
TEORIA E PRÁTICA DESPORTIVA 
FUNDAMENTOS METODOLÓGICOS 
DO ENSINO DO BASQUETEBOL
PROFª. DR. MARCELO GUIMARÃES SILVA
3
 Diretor Geral: Prof. Esp. Valdir Henrique Valério
 Diretor Executivo: Prof. Dr. William José Ferreira
 Ger. do Núcleo de Educação a Distância: Profa Esp. Cristiane Lelis dos Santos
 Revisão Gramatical e Ortográfica: Profa. Dr. Fabiana Miraz de Freitas Grecco
 Revisão técnica: Prof. Dr. Marcelo Guimarães Silva
 
 Revisão/Diagramação/Estruturação: Clarice Virgílio Gomes
 Fernanda Cristine Barbosa
 Prof. Esp. Guilherme Prado 
 
 Design: Bárbara Carla Amorim O. Silva 
 Daniel Guadalupe Reis
 Élen Cristina Teixeira Oliveira 
 Maria Eliza P. Campos 
 Victor Lucas dos Reis Lopes 
© 2021, Faculdade Única.
 
Este livro ou parte dele não podem ser reproduzidos por qualquer meio sem Autoriza-
ção escrita do Editor.
Ficha catalográfica elaborada pela bibliotecária Melina Lacerda Vaz CRB – 6/2920.
4
TEORIA E PRÁTICA DESPORTIVA 
FUNDAMENTOS METODOLÓGICOS 
DO ENSINO DO BASQUETEBOL
1° edição
Ipatinga, MG
Faculdade Única
2021
5
 Pós-Doutorado em Engenharia Mecâni-
ca/Ciências – UNESP). Doutorado em Engenha-
ria Mecânica/Ciências – UNESP). Mestrado em 
Engenharia Mecânica/Ciências – UNESP). Pro-
fessor Universitário (Graduação e Pós-Gradua-
ção). Revisor e Parecerista ad-hoc de Periódicos 
nas áreas da Saúde e Engenharias. Atuação na 
Produção e Revisão de Conteúdos em EaD na 
área da Educação Física – Esportes, Educação e 
Saúde – Cursos de Licenciatura e Bacharelado, 
e Pós-Graduação “Lato-Sensu”.
MARCELO GUIMARÃES SILVA
Para saber mais sobre a autora desta obra e suas quali-
ficações, acesse seu Curriculo Lattes pelo link :
http://lattes.cnpq.br/3331163744634691
Ou aponte uma câmera para o QRCODE ao lado.
http://lattes.cnpq.br/2189659158769712 
6
LEGENDA DE
Ícones
Trata-se dos conceitos, definições e informações importantes nas 
quais você precisa ficar atento.
Com o intuito de facilitar o seu estudo e uma melhor compreensão do 
conteúdo aplicado ao longo do livro didático, você irá encontrar ícones 
ao lado dos textos. Eles são para chamar a sua atenção para determinado 
trecho do conteúdo, cada um com uma função específica, mostradas a 
seguir:
São opções de links de vídeos, artigos, sites ou livros da biblioteca 
virtual, relacionados ao conteúdo apresentado no livro.
Espaço para reflexão sobre questões citadas em cada unidade, 
associando-os a suas ações.
Atividades de multipla escolha para ajudar na fixação dos 
conteúdos abordados no livro.
Apresentação dos significados de um determinado termo ou 
palavras mostradas no decorrer do livro.
 
 
 
FIQUE ATENTO
BUSQUE POR MAIS
VAMOS PENSAR?
FIXANDO O CONTEÚDO
GLOSSÁRIO
7
UNIDADE 1
UNIDADE 2
UNIDADE 3
UNIDADE 4
SUMÁRIO
1.1 Introdução.............................................................................................................................................................................................................................................................................................11
1.2 Histórico e Evolução do Basquetebol................................................................................................................................................................................................................................11
1.3 Caracterização dos Jogos Esportivos Coletivos.........................................................................................................................................................................................................16
1.4 Características Específicas do Basquetebol................................................................................................................................................................................................................19
FIXANDO O CONTEÚDO ................................................................................................................................................................................................................................................................22
2.1 Introdução..........................................................................................................................................................................................................................................................................................27
2.2 Processo de Ensino-Aprendizagem Esportiva.........................................................................................................................................................................................................27
2.3 Princípios e Noções de Progressões de Aprendizagem....................................................................................................................................................................................29
2.4 Caracterização e Estruturação dos Exercícios e Tarefas....................................................................................................................................................................................29
2.5 Abordagens Pedagógicas do Ensino do Basquetebol.......................................................................................................................................................................................32
FIXANDO O CONTEÚDO ................................................................................................................................................................................................................................................................37
3.1 Fundamentos Técnicos do Basquetebol......................................................................................................................................................................................................................42
3.2 Sistemas Básicos de Defesa e de Ataque no Basquetebol.............................................................................................................................................................................46
FIXANDO O CONTEÚDO ................................................................................................................................................................................................................................................................51
INTRODUÇÃO AO BASQUETEBOL
METODOLOGIA DO ENSINO DO BASQUETEBOL
FUNDAMENTOS BÁSICOS E SISTEMAS OFENSIVOS E DEFENSIVOS DO BASQUETEBOL
4.1 Noções das Regras Básicas e Arbitragem do Jogo de Basquetebol.........................................................................................................................................................56
FIXANDO O CONTEÚDO .................................................................................................................................................................................................................................................................71
REGULAMENTAÇÃO BÁSICA DO BASQUETEBOL: NOÇÕES DAS REGRAS BÁSICAS E ARBITRAGEM DO JOGO DE BASQUETEBOL
5.1 A relação do Basquetebol Adaptado e as Deficiências......................................................................................................................................................................................77
5.2 O Basquetecomo Ferramenta de Inclusão Social...............................................................................................................................................................................................80
FIXANDO O CONTEÚDO ................................................................................................................................................................................................................................................................83
O BASQUETEBOL ADAPTADO
6.1 Preparação Física, Técnica, Tática e Psicológica no Basquetebol...............................................................................................................................................................88
6.2 A Organização, o controle e Avaliação do Equipes de Basquetebol..........................................................................................................................................................91
6.3 Análise de Desempenho no Basquetebol..................................................................................................................................................................................................................94
FIXANDO O CONTEÚDO.................................................................................................................................................................................................................................................................99
RESPOSTAS DO FIXANDO O CONTEÚDO......................................................................................................................................................................................................................103
REFERÊNCIAS ....................................................................................................................................................................................................................................................................................104
O BASQUETEBOL ENQUANTO PRÁTICA ESPORTIVA DE ALTO RENDIMENTO
UNIDADE 5
UNIDADE 6
8
O
N
FI
R
A
 N
O
 L
I
C
V
R
O
UNIDADE 1
A Unidade I trata de uma introdução ao basquetebol, apresentando o histórico e 
evolução da modalidade, destacando aspectos relacionados a sua introdução no 
Brasil; além da caracterização dos jogos esportivos coletivos, os quais incluem as 
características específicas do basquetebol. 
UNIDADE 2
A Unidade II destaca a metodologia do ensino do basquetebol, com o foco no 
processo de ensino-aprendizagem da modalidade, a estruturação a partir de 
exercícios e tarefas específicas da modalidade e, por fim, algumas das principais 
abordagens pedagógicas do ensino do basquetebol.
UNIDADE 3
Na Unidade III, o foco será direcionado à compreensão dos fundamentos básicos 
e dos sistemas ofensivos e defensivos do basquetebol. Tem como objetivo, ainda, 
abordar os sistemas básicos de defesa e de ataque dessa modalidade. 
UNIDADE 4
A Unidade IV tem como objetivo central o de apresentar a regulamentação básica 
do basquetebol, o que inclui compreender as noções das regras básicas, bem como 
da arbitragem do jogo de basquetebol; e, por fim, tratar dos princípios básicos da 
arbitragem dessa modalidade.
UNIDADE 5
A Unidade V tem como finalidade compreender o basquetebol adaptado, direcionado 
a pessoas com algum tipo de deficiência, nesse caso: a motora/física. A unidade 
tem como objetivo, ainda, entender o basquetebol como importante ferramenta de 
inclusão social.
UNIDADE 6
Na Unidade VI, o foco será no basquetebol enquanto prática esportiva de alto 
rendimento, os aspectos relevantes da modalidade: a preparação física, técnica, 
tática e psicológica; e compreender a organização, o controle, a avaliação de equipes 
de basquetebol e a análise de desempenho.
9
INTRODUÇÃO AO 
BASQUETEBOL 
10
1.1 INTRODUÇÃO
 Modalidade originada no final do século XIX, o basquetebol faz parte do contexto 
educacional norte-americano. De fato, trata-se de um esporte coletivo que ganhou 
muitos adeptos ao redor do mundo e teve como importante marco histórico os Jogos 
Olímpicos de Roma, ocorrido em 1936. Considerado uma das principais modalidades 
esportivas praticadas no mundo, tendo 213 países vinculados à Federação Internacional 
de Basquetebol, conforme documento apresentado pela Federação Internacional de 
Basquetebol – FIBA.
 Ao longo dos anos, o basquetebol vem ganhando notoriedade ao redor do mundo 
e o número de adeptos expandindo-se cada vez mais, rompendo fronteiras, tendo a 
sua prática expandida para as mulheres, para cadeirantes, permitindo a participação e 
inclusão por meio do esporte. 
 No Brasil, vemos um esforço das instituições para divulgar e promover a modalidade, 
mas é na base que esse trabalho deve ser iniciado. É na escola onde tudo começa, 
cabendo a todos os envolvidos no processo (escola – professor – alunos) entenderem a 
importância dessa modalidade. 
 Diversos são os motivos para acreditar na expansão do basquetebol em 
território nacional e, entender essa modalidade como ferramenta na promoção do 
desenvolvimento na infância e na adolescência, torna a modalidade basquetebol mais 
fácil de ser comercializada, o que gera ganhos em visibilidade. 
 No que tange o processo de iniciação do basquetebol, a proposta pedagógica tem 
um importante valor e quatro pontos fundamentais devem ser considerados: diversidade, 
inclusão, cooperação e autonomia, todas associadas às fases do desenvolvimento da 
criança/adolescente. 
 É evidente, portanto, que a formação e o processo ensino-aprendizagem não 
podem se voltar somente ao treinamento dos aspectos motores ou técnicos, em que a 
aprendizagem tático-cognitiva e das habilidades do jogo (técnicas) vem ganhando cada 
vez mais espaço nessa proposta de ensino mais dinâmica. 
Considerado uma modalidade que trabalha diferentes aspectos do ser humano, o 
basquetebol, além de desafiador, devido ao seu grau de complexidade, estimula o 
desenvolvimento das habilidades motoras, as mais variadas possíveis. 
 Neste capítulo você verá um pouco mais acerca do histórico e evolução da 
modalidade, além do processo ensino-aprendizagem envolvidos nessa modalidade, 
e, por fim, compreender a importância e como trabalhar da melhor maneira possível 
aspectos associados aos fundamentos técnicos do basquetebol.
1.2. HISTÓRICO E EVOLUÇÃO DO BASQUETEBOL 
 De acordo com Gonçalves e Romão (2019), o basquetebol se resume em um jogo 
em que duas equipes, compostas cada uma por cinco jogadores, devem arremessar a 
bola em uma cesta suspensa, e o objetivo é fazer o maior número de cestas possíveis, 
sendo declarada a equipe vencedora a que converter maior número de acertos (cestas), 
que podem ser de 2 ou 3 pontos os arremessos e os lances livres de 1 ou mais pontos, 
dependendo.
 A origem do basquetebol se deu no final do século XIX graças ao professor de 
11
Educação Física norte-americano, James Naismith, que, em 1891, propôs um novo 
jogo frente às possibilidades encontradas na época (CBB, 2020). Naismith tinha uma 
forte ligação com as atividades esportivas e sempre foi um incentivador de sua prática, 
sobretudo em âmbito escolar. Ele nasceu na cidade de Almonte, no Canadá, em 1861, e 
tinha formação acadêmica em Teologia, sendo que sua primeira atividade profissional 
exercida foi como instrutor de atividades físicas na Escola Internacional de Treinamento 
da Associação Cristã de Moços (ACM), que veio a ser chamada, mais tarde, de Springfield 
College, localizada na cidade de Springfield, no estado de Massachusetts, na Região 
Nordeste dos Estados Unidos, conforme descreve Gonçalves e Romão (2019). 
 Ao assumir o Departamento de Educação Física do colégio norte-americano, em 
1891, o professor Naismith se deparou com algumas situações conflitantes, dentre as 
quais, as condições climáticas (o inverno rigoroso) de Springfield, o que afastava a prática 
esportiva em locais “abertos” pelos estudantes daquela instituição, queeram ávidos por 
esportes e jogos que tinham como elementos principais a competição e a recreação.
 O professor Naismith percebeu que as poucas opções de atividades físicas em 
locais fechados se restringiam às aulas de ginástica, que pouco interessavam aos alunos 
devido as suas características e o perfil do estudante da época. De acordo com CBB 
(2020), foi esse o momento-chave para que Naismith pudesse introduzir a modalidade 
(basquetebol) naquela instituição. 
 O diretor do Springfield College, colégio internacional da Associação Cristã de 
Moços (ACM), Luther Halsey Gullick, confiou uma missão ao professor Naismith, que 
era pensar em algum tipo de jogo sem violência que estimulasse seus alunos durante o 
inverno, mas que pudesse também ser praticado no verão em áreas abertas, conforme 
descreve Gonçalves e Romão (2019).
 Ciente da resistência inicial que enfrentaria, Naismith pensou nesse jogo sendo 
desenvolvido com as mãos, ao invés dos pés, como já tínhamos, no caso do futebol de 
campo. E para melhorar ainda mais a dinâmica do jogo, propôs, como objetivo inicial, a 
bola não permanecer retida por muito tempo e nem ser batida com o punho fechado, 
para evitar socos acidentais nas disputas de bola, conforme destaca CBB (2020).
 Outra preocupação relacionava-se ao alvo e nesse caso específico, Naismith 
inicialmente pensou em colocá-lo no chão, mas já havia outros esportes assim, como o 
hóquei e o futebol. Foi então que ele pensou em algo inovador para a época, que foi a 
elevação do alvo, a partir do nível do solo, que deveria ficar a 3,5 m de altura, onde imaginava 
que nenhum jogador da defesa seria capaz de parar a bola que fosse arremessada em 
direção ao alvo. E, dessa forma, essa proposta levantada por Naismith aumentou o grau 
de dificuldade do jogo, que era um dos objetivos principais do professor, sem, entretanto, 
perder o interesse pela sua prática devido ao grau de dificuldade encontrado.
 Em relação à cesta no basquetebol, vale apenas destacar um fato, no qual ao 
comparar os “alvos” do início da prática da modalidade com o que se tem na atualidade 
muito foi modificado, a partir, por exemplo, do material utilizado. No início, Gonçalves e 
Romão (2019) destacam que as “cestas” utilizadas na época, tratavam-se de duas caixas 
ou cestos de pêssego, as quais foram fixadas na parte superior de duas pilastras, a 3,05 
m, uma em cada lado do ginásio. 
 As primeiras regras do esporte, escritas por James Naismith, continham 13 itens, 
tendo sido colocadas em um papel em menos de uma hora. Esse foi um dos marcos 
fundamentais para a origem e evolução do basquete que vemos hoje em dia, e serão 
apresentadas na seção mais a frente deste capítulo, que trata da evolução da modalidade. 
12
 Registros não oficiais apontam que em dezembro de 1891 ocorreu a primeira 
partida de basquetebol. De acordo com CBB (2020), Naismith selecionou dois capitães 
(Eugene Libby e Duncan Patton) e pediu-lhes que escolhessem os lados da quadra e 
seus companheiros de equipe, em seguida, selecionou dois dos jogadores mais altos 
(um de cada time/equipe) e jogou a bola para cima. 
 Por não haver regras bem definidas ainda, esse primeiro jogo foi marcado por 
muitas faltas, que eram punidas colocando-se seu autor na linha lateral da quadra até que 
a próxima cesta fosse feita. E uma curiosidade desta partida foi a limitação apresentada 
pela própria cesta, onde a cada vez que um arremesso era convertido, um jogador tinha 
que subir até a cesta para apanhar a bola, sendo que a solução encontrada na época 
é a que perdurou desde então, a de cortar a base do cesto, o que permitiria a rápida 
continuação da partida, similar ao que vemos atualmente.
Figura 1. A cesta do basquetebol (oficial)
Fonte: https://shutr.bz/3h0PpGc
 No Brasil, o basquetebol tem sua origem em 1896, trazido por um milionário norte-
americano chamado Auguste F. Shaw, sendo praticado pela primeira vez na Associação 
Cristã de Moços (ACM), no Rio de Janeiro, em um pequeno recinto onde duas colunas 
situadas no meio do salão atrapalhavam um pouco a movimentação dos praticantes. 
 No ano de 1912 ocorreu a primeira partida de basquete no Brasil, na cidade do Rio 
de Janeiro, no Ginásio da famosa rua da Quitanda, fato que deve ser destacado, devido a 
sua importância dentro de um contexto social e histórico da época.
 Outro importante aspecto a destacar acerca da modalidade, conforme descreve 
Gonçalves e Romão (2019), foi a participação das mulheres, uma vez que as características 
do basquetebol impulsionaram a prática para esse público, e, por consequência, gerou 
um aumento da resistência machista quanto a essa inserção na modalidade. De acordo 
com Guedes (2009) citado por Gonçalves e Romão (2019), o crescimento do número de 
praticantes na década de 1920 acarretou o aumento do número de times de basquetebol 
feminino na década de 1930, reflexo também da disseminação da modalidade entre as 
mulheres na Europa e nos EUA. Ocorreram vários eventos em que as mulheres tiveram 
a oportunidade de participar. Em 1930 ocorreu o primeiro campeonato feminino de bola 
ao cesto, como era chamada a modalidade.
 Com o passar do tempo, os brasileiros foram tomando gosto pelo esporte, 
ocasionando em um aumento no número de adeptos e uma cobrança por uma estrutura 
mais profissional. Nesse contexto, surgiram as entidades responsáveis e posteriormente 
as ligas regionais, que vem se tornando a cada ano que passa referência na América do 
Sul.
13
O livro “Basquetebol: do treino ao jogo”, de Dante de Rose Jr. e Valmor Tricoli, 
tem como objetivo mostrar o caminho que uma equipe percorre para chegar ao 
jogo com a melhor preparação. Aborda os diferentes aspectos que contribuem 
para esta preparação, bem como as providências que a comissão técnica e os 
atletas precisam tomar para chegar ao momento crucial do processo (a com-
petição; o jogo) nas melhores condições. Essa obra está disponível na Minha Bi-
blioteca Única.
LINK: https://bit.ly/3fGtdAO
BUSQUE POR MAIS
 De fato, desde que foi criado por James Naismith, em 1891, o basquetebol tem 
evoluído consideravelmente tanto no que se refere à modificação e à atualização das 
regras quanto à execução dos fundamentos e à aplicação dos sistemas de jogo, conforme 
descreve De Rose Jr. e Tricoli (2017).
Ao pensar na dinâmica do futuro jogo, Naismith ima-
ginou algo que limitasse o contato e não permitisse ao 
praticante o controle absoluto sobre a bola, levando o 
jogo a um conceito coletivo diferente do que vinha 
sendo praticado pelo futebol americano e pelo futebol 
(soccer), nos quais o atleta em posse da bola podia se 
deslocar sem qualquer restrição. Para isso, ele definiu 
cinco normas básicas: (1) Seria jogado com as mãos e 
com uma bola “redonda”; (2) Não seria permitido cami-
nhar com a bola sem quicá-la (drible); (3) Os jogadores 
poderiam se posicionar como e quando quisessem no 
terreno de jogo; (4) Não seria permitido o contato pesso-
al; (5) O arremesso seria executado para cima.(DE ROSE 
JR. e TRICOLI, 2017, p.3).
 Ao tratar da evolução da modalidade enquanto esporte coletivo organizado, o 
foco foi centrado nas “regras” da modalidade e, em 1892, Naismith elaborou as primeiras 
regras do basquetebol que, ao longo do tempo, foram modificadas e aperfeiçoadas. 
Gonçalves (2019) destaca que o objetivo do jogo recém-criado era colocar a bola dentro 
do goal adversário fazendo arremessos de qualquer parte do campo e obedecendo as 
treze regras criadas por Naismith, destacadas por Naismith (1941) e descritas por De Rose 
Jr. e Tricoli (2010; 2017, p. 5):
1.A bola poderia ser lançada em qualquer direção, com 
uma ou com as duas mãos; 2.A bola poderia ser golpe-
ada com uma ou duas mãos em qualquer direção, mas 
nunca com os punhos; 3.Os jogadores não poderiam 
correr com a bola nas mãos. Deveriam lançá-la a par-
tir da mesma posição de onde a receberam. Poderia ser 
concedida certa tolerância a um jogador que recebe a 
bola em movimento; 4.A bola poderia ser segurada por 
uma ou por duasmãos, mas os braços e nenhuma outra 
joser
Realce
14
parte do corpo poderiam ser utilizados para retê-la; 5.Se-
ria proibido golpear o adversário com os ombros, puxar, 
empurrar ou impedir sua movimentação. Toda infração 
a essa regra seria considerada falta. Em caso de repeti-
ção, o jogador reincidente seria eliminado até que fosse 
marcada uma nova cesta. Se houvesse a intenção de le-
sionar o adversário, o jogador seria eliminado por todo o 
jogo, sem que se permitisse sua substituição; 6.Golpear 
a bola com os punhos seria considerado falta, como as 
violações descritas nas regras 3 e 4, e se aplicaria a pena-
lidade descrita na regra 5; 7.Se uma equipe cometesse 
três faltas consecutivas (sem que a outra equipe tivesse 
cometido falta no mesmo intervalo de tempo), 1 pon-
to seria anotado em favor da equipe adversária; 8.Seria 
considerado ponto quando a bola fosse lançada ao ces-
to e nele entrasse, caindo no solo. Se a bola tocasse o aro 
e os defensores movimentassem esse aro, seria marca-
do 1 ponto para a equipe atacante; 9.Quando a bola saís-
se do campo, ela deveria ser reposta no meio do campo 
pelo mesmo jogador que a tocasse para fora. Se houves-
se dúvida, o árbitro deveria lançá-la ao alto no interior do 
campo de jogo. O jogador teria 5 segundos para repor 
a bola em jogo. Se retivesse a bola por mais tempo, a 
reposição seria dada à equipe adversária. Se uma equi-
pe retardasse intencionalmente o reinício do jogo, seria 
penalizada com uma falta; 10.O árbitro principal julgaria 
as ações dos jogadores e marcaria as faltas. Quando um 
jogador cometesse a terceira falta, poderia ser desclas-
sificado, aplicando-se as penalidades da regra 5; 11.O se-
gundo árbitro tomaria as decisões relacionadas à bola 
e indicaria quando ela estava em jogo, quando saía e 
a quem devia ser entregue. Ele seria o cronometrista e 
decidiria se houvesse ponto. Seria também o responsá-
vel pela contagem dos pontos; 12.A partida seria dispu-
tada em dois tempos de 15 minutos, com intervalo de 5 
minutos; 13.A equipe que marcasse o maior número de 
pontos seria declarada vencedora. Em caso de empate, 
a partida, em comum acordo entre os capitães, poderia 
ser prorrogada até que novo ponto fosse marcado.
 Em relação à evolução do basquetebol, uma das mais marcantes é acerca das 
regras, entretanto, destaca-se também a estrutura de jogo, no que tange aos sistemas 
táticos, e as características dos jogadores. Ressalta-se que a multifuncionalidade dos 
jogadores aliada às características do jogo levou à necessidade de um ajuste e uma nova 
adequação da carga de treinamento com suas especificidades, elaborada a partir de 
um planejamento que leve em consideração também o calendário de competições, a 
infraestrutura disponível e os recursos humanos que compõem a equipe multidisciplinar, 
que deve estar preparada para sua execução (DE ROSE JR. e TRICOLI, 2017). 
 O sucesso do basquetebol ao redor do mundo é tão grande que, atualmente, o 
esporte é praticado por mais de 300 milhões de pessoas no mundo inteiro, nos mais de 
joser
Realce
joser
Realce
15
170 países filiados à FIBA (FIB, s/d).
 De Rose Jr. e Tricoli (2010) destacam a presença da modalidade em Jogos Olímpicos 
como um claro sinal da evolução do basquetebol, solidificando seu papel na sociedade, 
cuja potencialidade é cada vez mais evidenciada. De fato, se analisarmos desde a primeira 
aparição nos jogos de 1936 até as Olimpíadas de Tóquio, Japão, que deveria ocorrer em 
2020, porém, devido à pandemia da Covid-19, ocorreu em 2021, vimos o basquete contar 
com a participação de aproximadamente 60 países. 
 É importante, nesse sentido, destacar que os primeiros jogos em Berlim e Londres 
tiveram a participação de 21 e 23 equipes, respectivamente. Atualmente, a FIBA e o Comitê 
Olímpico Internacional (COI) delimitaram o número para 12 equipes, tornando ainda 
mais difícil para países do continente americano e europeu se classificarem. Porém, isso 
também torna possível a expansão da modalidade em países dos continentes africano 
e asiático, em que o nível competitivo é menor. 
 É notória a supremacia norte-americana, seja no basquetebol masculino ou no 
feminino. No entanto, podemos perceber que outros países têm um número elevado 
de participações, como o Brasil, que, no basquete masculino, é a segunda seleção que 
mais participou e, no feminino, é a quarta equipe que mais esteve presente nos jogos 
olímpicos.
1.3 CARACTERIZAÇÃO DOS JOGOS 
ESPORTIVOS COLETIVOS 
 Partindo do pressuposto que os jogos esportivos coletivos devem ser entendidos a 
partir da ontologia do jogo, de acordo com Leonardo et al. (2009), o principal aspecto que 
sustenta essa afirmação é sua natureza como atividade caracterizada pelo seu caráter 
livre, delimitada, regulamentada, incerta, improdutiva e fictícia. 
 De fato, é importante destacar que à medida que o jogador está em estado 
de jogo, sua mobilização quanto aos recursos necessários para a execução das ações 
pertinentes será cada vez mais evidenciada e as competências e habilidades colocadas 
em prova, numa dinâmica constante, em que as ações serão reproduzidas a partir do 
contexto em que se desenvolve tal jogo/esporte. 
 Assim como em qualquer esporte, individual ou coletivo, a presença da tática de 
jogo é algo essencial para o sucesso das ações tomadas ao longo da partida. Leonardo 
et al. (2009) descrevem a ação de jogar e sua intencionalidade, sobretudo em alcançar 
uma meta e/ou objetivo, atrelado à lógica do jogo, ou seja, sua estrutura em várias etapas, 
como um “quebra-cabeça”. 
 Ao tratarmos dos jogos esportivos coletivos, dentre eles o basquetebol, a atenção 
deve estar direcionada à diferentes aspectos, e um dos problemas que surgem, de acordo 
com Reverdito et al. (2009), é o fato de se tratar de uma prática recorrente à sistematização 
de currículos. Portanto, quando feito, é baseado na simplificação e descontextualização 
das partes do jogo: fundamentos, gestos técnicos, táticas (como sinônimo de sistema/
esquema de jogo) e condicionantes físico-motoras. E aqui fica evidente que, ao aprender 
as partes de um jogo, ficaria mais evidente o aprendizado do jogo, o que não pode ser 
considerado uma regra “fechada”, haja vista a grande variabilidade de ações presentes 
em um jogo, sobretudo aqueles considerados coletivos. 
 Scaglia et al. (2013) evidencia a importância das habilidades a serem trabalhadas 
no basquetebol, que vão muito mais além do que os aspectos motores. Nesse caso, a 
16
compreensão do jogo em sua totalidade passa a ser fator decisivo quando se busca 
resultados (performance) e os detalhes devem ser considerados. Esses autores descrevem 
ainda que o jogo, caracterizado pelos esportes coletivos, consiste em saber fazer cada 
vez melhor o que se pode fazer no jogo, compreendendo as ações individuais que levam 
ao conjunto de ações desenvolvidas em equipe (grupo) determinantes para o êxito e/ou 
fracasso da equipe. 
 Nos jogos esportivos coletivos, alguns elementos devem ser considerados, de 
acordo com Scaglia et al. (2013, p. 232):
[...] estruturar-se no espaço coletivo, confluindo ações in-
dividuais com as coletivas, em relação ao posiciona-
mento dos adversários e a estratégia pré-estabelecida 
coletivamente, configurando-se as circunstâncias con-
textuais do jogo; estas devem ser lidas pelos jogadores 
à medida que se ampliam suas respectivas habilidades 
de interpretação da lógica do jogo, aliada ao seu 
amadurecimento cognitivo e ampliação contextuali-
zada de seus esquemas de ação, comunicando-se por 
meio de suas ações com os demais jogadores; além de, 
ao mesmo tempo, manter uma adequada e eficiente 
relação com a bola (ou implemento), de modo a conse-
guir executar as ações motrizes requeridas, sempre 
com o objetivo de ganhar o ponto.
 Cada jogo, por ser único, irredutível, casual e por natureza ontológica, tendendo 
ao caos, apresenta uma lógica particular (FREIRE, 2002; SCAGLIA, 2005 citados por 
SCAGLIA et al., 2013).Nesse sentido, a leitura do jogo e a compreensão dos aspectos 
que o cerceiam são fundamentais, e o ato de aprender a jogar pressupõe aprender a 
se comunicar, compreendendo a lógica interna de cada jogo, a partir da interpretação 
de seu padrão de organização, em meio ao seu processo organizacional sistêmico 
(SCAGLIA, 2013).
 O basquetebol (Figura 2) é um exemplo de esporte coletivo em que as propostas de 
jogos são bem definidas e quando colocadas em prática evidenciam o quão importante 
é desenvolver o jogo coletivo, por meio de aspectos, dentre os quais: a organização, 
a consciência tática dos jogadores, o trabalho em equipe e a busca por um objetivo 
definido a partir de uma proposta definida de jogo, conforme defende Scaglia (2013).
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 Garganta (1995) descreve um importante aspecto acerca dos jogos esportivos 
coletivos, em que as competências essenciais são definidas a partir da congruência do 
conflito de objetivos inerentes ao jogo e da capacidade do jogador. Portanto, ainda de 
acordo com o autor, para elucidar a lógica do jogo, configurando uma circunstância 
que demanda: a) estruturação do espaço; b) comunicação da ação; c) relação com 
a bola (ou implemento). A partir dessa configuração apresentada por Garganta (1995), 
podemos entender que os jogos esportivos coletivos dependem desses três fatores que 
se integram em diferentes momentos ao longo da execução do jogo em si.
 De fato, a estruturação do espaço está ligada à compreensão das ações a serem 
feitas, da tomada de decisões mediante o espaço físico, a partir da concepção que 
um jogo desenvolvido em dimensões menores (quadra) deve ser adaptado quando 
é desenvolvido em um campo cujas dimensões oficiais são maiores. No que tange à 
comunicação da ação, está ligada a uma comunicação corporal, que acontece à medida 
que os jogadores aprendem a linguagem do jogo. Eles aprendem a se comunicar no 
jogo por meio de um posicionamento individual, de grupo e coletivo, adequado 
frente às situações do jogo. E, por fim, a relação com a bola (ou implemento), a terceira 
competência essencial, não pode se resumir em adestramento técnico. Nesse sentido, 
pensando em um processo de aprendizagem considerado “aberto”, busca desenvolver 
habilidades em contextos de jogo, em que a imprevisibilidade esteja presente, sendo 
essa uma das principais características dos jogos esportivos coletivos.
Em uma metodologia que explore conteúdos por meio de uma situação de jogo na aula/
treino, cabe ao professor/técnico estabelecer uma didática bem orientada, visando ga-
rantir um ambiente de jogo em que os planos pedagógicos (planejamento, objetivos, 
conteúdos) sejam orientados pela natureza do jogo. A premissa aqui é garantir um 
ambiente de aprendizagem em que os procedimentos e objetivos pedagógicos sejam 
alcançados na medida em que o jogador mobiliza suas competências e habilidades, a 
fim de elucidar a lógica do jogo, ou seja, o pensar o jogo de forma variada.
FIQUE ATENTO
 Scaglia et al. (2013) apresentam uma proposta de sistematização que pode ser 
aplicada aos jogos esportivos coletivos visando fornecer mecanismos evidentes aliados 
a uma metodologia que privilegie as competências essenciais, em meio ao jogo e 
suas peculiaridades - como o ambiente de jogo -, em que as competências essenciais 
devem ser ordenadas de tal maneira que sua aplicabilidade seja relevante ao longo do 
processo de ensino e aperfeiçoamento. 
 Nesse sentido, as competências essenciais gerais são as manifestações comuns 
das competências que podem ser encontradas em todos os jogos coletivos. Trata-
se de uma competência que pode ser aplicada ao futebol e ao handebol, por exemplo, 
ao mesmo tempo, sem prejuízos no processo, devido as suas exigências semelhantes, 
o que nos remete ao fato de que os jogos esportivos coletivos podem pertencer a um 
mesmo grupo/família, conforme descreve Leonardo et al. (2011). 
 Por outro lado, as competências específicas são as manifestações específicas 
das competências essenciais em decorrência das especificidades requeridas por 
cada jogo coletivo. Assim, as competências específicas, diferentemente das gerais, 
18
que partem das semelhanças entre os jogos, se preocupam com as diferenças. 
 E, por fim, como descreve Scaglia et al. (2013), temos as competências contextuais, 
que são as manifestações das competências essenciais em meio às competições 
regulamentadas do esporte. Assim, as competências essenciais contextuais estão 
conectadas às competições formais, que também devem ser entendidas como 
conteúdo(s) a serem ensinados ao longo de todo o processo de ensino-aprendizagem-
treinamento. 
1.4 CARACTERÍSTICAS ESPECÍFICAS 
DO BASQUETEBOL 
 O basquetebol é caracterizado por ser um esporte cujas disputas envolvem duas 
equipes que têm como objetivo principal somar pontos passando a bola entre um aro 
suspenso, evitando que a equipe adversária faça o mesmo. Atualmente, existem duas 
modalidades oficiais de basquete: o 5x5 (também chamado de basquete formal) e o 
3x3. De modo geral, ambas as modalidades apresentam fundamentos técnicos muito 
parecidos, entretanto, a intensidade e a frequência desses movimentos tendem a se 
modificar em cada uma das variações da modalidade. 
 Por ser classificado como modalidade coletiva de invasão, as características do 
jogo são marcadas por ações intermitentes de ataque/defesa, que apresentam um 
elevado dinamismo. Essa relação ataque/defesa é constante e inevitável e descreve de 
forma clara o confronto direto entre oponentes, o que cria condições específicas para 
que cada uma das partes tenha o sucesso desejado – no caso do ataque, a cesta; em 
relação à defesa, a proteção da meta, conforme descreve De Rose Jr. e Tricoli (2017).
 E, dentro desse contexto, vemos para cada setor de quadra, de ataque ou defesa, 
diferentes funções a serem exercidas pelos jogadores, a partir das concepções táticas 
estabelecidas para a equipe. 
 No que tange ao jogo em si, o aspecto evolutivo do basquetebol é evidente, e 
vale ressaltar três fatores fundamentais, a partir desse contexto, conforme descreve De 
Rose Jr. e Tricoli (2017): 
• Cooperação e oposição.
• Criação e diminuição de espaços.
• Imprevisibilidade.
 O Quadro a seguir mostra de forma detalhada cada um destes fatores destacados 
pelos autores. 
Fatores Fundamentais Descrição 
Cooperação e Oposição De fato, a cooperação é nítida e necessária para que se possa enfrentar de for-
ma organizada a oposição imposta pelo adversário, seja ela na defesa ou no 
ataque. Uma das principais características da cooperação é que pode ocorrer 
a partir da elaboração dos sistemas de ataque e defesa ou mesmo por meio 
de situações fracionadas do jogo, como na sincronização de movimentos en-
tre dois, três ou quatro jogadores, até que se chegue à situação real (“cinco 
contra cinco”, ou 5×5). Por outro lado, a oposição está intrinsecamente ligada 
à relação ataque/defesa, situação esta compreendida como constante e ine-
vitável no basquetebol.
19
Criação e Diminuição dos 
espaços
Ambos os elementos são decorrentes da organização tática das equipes ou 
mesmo de ações individuais que levam em consideração a habilidade de 
cada atleta para atacar ou defender. Nesse sentido, no ataque, as equipes 
devem ter como objetivo as melhores opções de finalização com base na 
busca de posições em que essa finalização possa oferecer maiores probabili-
dades de acerto ou a exploração da qualidade e da habilidade de determina-
do jogador. E na defesa, ocorre o processo inverso. Os sistemas defensivos são 
criados para diminuir ou eliminar os espaços criados pelo ataque, fazendo 
com que os arremessos sejam executados em regiõesde pouco percentual 
de acertos ou por jogadores com pouca habilidade para finalizar.
Imprevisibilidade No basquetebol, a imprevisibilidade é decorrente do espaço reduzido para 
se realizar as ações; regras relacionadas ao tempo de posse de bola, tempo 
para passagem da defesa para o ataque e tempo de retenção de bola por um 
atacante quando marcado de perto; e ações de um companheiro de equipe 
ou de um adversário. A leitura de jogo é a interpretação de sinais relevantes 
oferecidos pelo adversário e que levam à tomada de decisões adequadas e 
no momento correto.
Quadro 1: Os fatores fundamentais para o desenvolvimento do basquetebol.
Fonte: De Rose Jr. e Tricoli (2017, p. 1-2) adaptado pelo Próprio Autor (2022).
 Ferreira e De Rose Jr. (2003) destacam alguns dos principais movimentos básicos 
característicos do basquetebol. A partir da execução desses movimentos, a parte técnica 
pode ser bem conduzida. Portanto, o treinamento influencia diretamente na qualidade/
performance da execução dos movimentos que serão apresentados a seguir: 
 1 – Posição corporal: é a maneira que o executante se posta dentro de quadra 
quando não está de posse da bola. De fato, uma boa posição corporal demanda que 
os joelhos estejam levemente flexionados, de forma a facilitar o movimento rápido 
dos membros inferiores durante o jogo. Da mesma forma, os cotovelos devem estar 
levemente flexionados e as mãos devem sempre estar a postos, prontas para receber, 
bloquear ou arremessar a bola, estando, portanto, à frente ou acima do corpo, com as 
palmas viradas predominantemente para o local e/ou indivíduo em que a bola está. 
 2 – O giro: é caracterizado como uma mudança corporal a partir do deslocamento 
sobre apenas um ponto de contato realizado com os pés. Isto é, um dos membros 
inferiores age como um eixo e o restante do corpo desliza sobre esse eixo, mudando a 
direção em que o jogador se encontra. 
 3 – Mudanças de direção: são as variações negativas ou positivas na velocidade 
em que um jogador se desloca, modificando a sua direção. Esse fundamento é muito 
essencial no basquete, uma vez que a movimentação tática é um importante fator e 
possibilita que a equipe chegue à vitória. As mudanças de ritmo podem ser classificadas 
em fase de freada, de giro e de saída. As fases de freada buscam reduzir drasticamente 
a velocidade de deslocamento do jogador; a fase de giro consiste, como o nome sugere, 
em realizar o giro descrito anteriormente com uma amplitude suficiente para posicionar 
o corpo na direção desejada; a fase de saída consiste em buscar novamente a velocidade 
por meio do recrutamento dos diversos músculos corporais e da coordenação corporal, 
possibilitando que a saída ocorra de forma explosiva. 
 4 – Saltos: importante movimento dentro do basquete. Muitas vezes, a bola 
encontra-se no alto após um arremesso e, durante um passe ou longe do jogador, neste 
sentido, é necessário que os jogadores saltem de modo a recuperar o mais rápido possível 
a bola, evitando que os jogadores adversários tomem sua posse. De acordo com o autor, 
existem dois tipos de salto, os saltos em altura e os saltos em longitude.
 A Figura abaixo apresenta algumas das ações encontradas em um jogo de 
20
basquetebol, caracterizado pelo dinamismo e muitas vezes a multifuncionalidade de 
seus atletas, o que torna o jogo imprevisível em termos de resultados.
Figura 3. Algumas das ações encontradas em um jogo de basquetebol 
Fonte: https://shutr.bz/3WInpYa
Conforme você viu ao longo do texto, a estruturação da metodologia do jogo é um aspecto 
fundamental a ser considerado no processo ensino-aprendizagem das modalidades es-
portivas, dentre as quais, do basquetebol. Nesse sentido, que aspectos devem ser prioriza-
dos pelo professor/técnico ao elaborar ações para o ensino dos jogos esportivos coletivos, 
mais especificamente do basquetebol?
VAMOS PENSAR?
21
FIXANDO O CONTEÚDO
1. (Q578737 - CETRO - 2013 - SESI-DF - Professor - Educação Física) 
Sobre a história do Basquetebol, assinale a alternativa correta.
a) O Basquetebol foi criado por um americano, em uma escola do Canadá, em 1891.
b) O Basquetebol foi criado porque havia necessidade de se criar um jogo para ambientes 
fechados que melhorasse os problemas de indisciplina dos alunos.
c) James Naismith, ao criar o basquetebol, pensou que o jogo deveria ser adaptável a 
qualquer espaço, envolver vários jogadores, ser fácil de aprender e não violento.
d) Na primeira versão do Basquetebol, os pontos eram marcados colocando-se a bola 
em caixas, que ficavam no chão, uma de cada lado do espaço demarcado para a partida.
e) Na primeira versão do Basquetebol, cada equipe era formada por 20 jogadores, e os 
cestos ficavam a 2,50m do solo.
2. (Q1710287 - Educação Física - Modalidades Esportivas - Ano: 2020 Banca: IPEFAE Órgão: 
Prefeitura de Campos do Jordão - SP Prova: IPEFA) – adaptada. 
O basquete (ou basquetebol) é um esporte em que duas equipes de cinco jogadores 
competem para ver qual marca mais pontos acertando a bola numa cesta que fica no 
alto. Vence a equipe que encestar mais bolas ao longo de quarenta minutos, divididos em 
dois ou quatro tempos. É um jogo muito popular nos Estados Unidos, onde começou em 
1891. Ele também se tornou popular no Brasil e em muitos outros países. O basquetebol 
é uma modalidade coletiva de invasão com interação. Uma das principais técnicas do 
basquetebol é o drible. 
Podemos afirmar sobre o drible.
a) É o ato de recuperar a bola após um arremesso.
b) É quando jogador se aproxima da cesta, segura a bola, realiza dois passos e salta em 
direção a cesta, lançando a bola.
c) É um movimento que o jogador realiza para enganar ou desequilibrar o adversário, 
através de mudança de direção ou giro, com a bola ou sem ela.
d) É a condução da bola com uma das mãos ou de forma alternada, batendo a mesma 
no chão, podendo haver variações de velocidade, sentido e direção.
e) É o ato de esquivar-se do adversário, batendo a bola contra o solo uma ou mais vezes 
seguidamente.
3. Os jogos esportivos coletivos são uma excelente oportunidade de trabalhar diferentes 
competências que surgem como essenciais para a formação do indivíduo, tendo em 
vista as diferentes fases do jogo e as características de cada uma delas, que demandam 
ações específicas. Nesse sentido, um dos aspectos a ser analisado dentro do processo é 
a estruturação do espaço, a qual diz respeito a(o): 
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a) compreensão das ações a serem feitas, da tomada de decisões mediante um
determinado espaço físico.
b) espaço em que o jogador tem para progredir em quadra, o que difere do campo, uma
vez que são espaços diferentes.
c) ambiente de análise de cada jogada executada pela equipe, entendendo-se que,
independente da dimensão do espaço, o jogo é o mesmo.
d) processo de aprendizagem atrelado ao conhecimento da quantidade de jogadores
que podem participar de uma partida, oficial ou não.
e) ambiente de execução do jogo, das dificuldades encontradas e como os participantes
podem buscar as melhores estratégias de execução de uma jogada.
4. O basquetebol é caracterizado por ser um jogo dinâmico e de ocupação de espaços,
onde os jogadores devem se movimentar de maneira a evitar ao máximo a marcação
adversária e buscar posições mais adequadas ao arremesso. De Rose Jr. e Tricoli (2017)
apontam três fatores fundamentais para o desenvolvimento do basquetebol, nesse
sentido, analise as alternativas a seguir e correlacione as colunas.
(A) Criação e Diminuição dos
espaços
 ( 2 ) associada à leitura de jogo, à interpretação 
de si-nais relevantes oferecidos pelo adversário e 
que le-vam à tomada de decisões adequadas e no 
momen-to correto.
(B) Cooperação e Oposição ( 3 ) decorrentes da organização tática das equipes 
ou mesmo de ações individuais que levam em 
con-sideração a habilidade de cada atleta para 
atacar ou defender.
(C) Imprevisibilidade ( 1 ) ação necessária para que se possa enfrentar 
de forma organizada a oposição imposta pelo 
adversá-rio, seja elana defesa ou no ataque.
A ordem correta é:
a) A-B-C.
b) B-A-C.
c) A-C-B.
d) C-B-A.
e) C-A-B.
5. Ao longo dos anos, o basquetebol vem ganhando notoriedade ao redor do mundo
e o número de adeptos expandindo-se cada vez mais, rompendo fronteiras, tendo a
sua prática expandida para as mulheres, para cadeirantes, permitindo a participação e
inclusão por meio do esporte. Em relação ao processo histórico da modalidade, podemos
afirmar que:
a) o basquetebol é uma modalidade esportiva coletiva com origem no início do século
XIX no contexto escolar norte-americano.
b) nas Olimpíadas, teve sua inclusão oficial no quadro de modalidades, em Roma, no
ano 1936.
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c) James Naismith, em 1891, após retornar da França, trouxe consigo uma nova maneira
de praticar o futebol.
d) a origem da modalidade ocorreu no Canadá, a partir da necessidade de criar uma
modalidade em que os ricos e os pobres pudessem participar.
e) a busca pela prática esportiva em locais alternativos fez o basquete crescer em número
de praticantes, sobretudo entre os professores.
6. Ferreira e De Rose Jr. (2003) destacam alguns dos principais movimentos básicos 
característicos do basquetebol. A partir da execução desses movimentos, a parte técnica 
pode ser bem conduzida, sendo os treinamentos uma parte essencial que influencia 
diretamente na qualidade/performance da execução dos movimentos.
Sobre os movimentos básicos executados no basquetebol, analise as alternativas a 
seguir, e assinale V (verdadeiro) e F (falso).
( V ) a posição corporal é entendida como a maneira que o executante se posta dentro 
de quadra quando não está de posse da bola. 
( V ) o giro é feito para tentar se desvencilhar da marcação adversária, sendo 
caracterizado como uma mudança corporal a partir do deslocamento sobre apenas 
um ponto de contato realizado com os pés. 
( F ) as mudanças de direção são as variações alternadas de velocidade que 
ocorrem na organização defensiva, em que um jogador se desloca, modificando a sua 
direção, dentro ou fora do garrafão. 
( V ) os saltos são considerados importantes movimentos que buscam a recuperação 
de modo a recuperar o mais rápido possível a bola, evitando que os jogadores 
adversários façam a cesta de 3 pontos. 
A sequência correta é: 
a) V-V-F-F.
b) F-F-V-F.
c) V-V-F-V.
d) V-V-V-V.
e) F-F-V-V.
7. Por ser uma modalidade esportiva coletiva, o basquetebol possui características
próprias deste tipo de jogo, nesse sentido, muitas vezes, sua prática deve ter a atenção
direcionada à diferentes aspectos, e um dos problemas que surgem, de acordo com
Reverdito et al. (2009), é o fato de se tratar de uma prática recorrente à sistematização
de currículos. Sabendo da importância do basquetebol como um jogo esportivo coletivo,
analise as alternativas a seguir e assinale a que represente algum elemento que deve ser
considerado nesse processo:
a) estruturar-se no espaço coletivo, confluindo ações individuais com as coletivas em
relação ao posicionamento dos adversários e a estratégia preestabelecida coletivamente. 
b) analisar cada detalhe da partida, fazendo com que o jogo flua da melhor maneira
possível, e seja direcionada aos aspectos motores, entendendo sua importância sobre a
concepção lógica do jogo em si.
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24
c) configurar as circunstâncias contextuais do jogo, em que a leitura do jogo é feita 
sucessivamente pelos jogadores, sem a participação efetiva da equipe, em um trabalho 
isolado, que rende resultados expressivos. 
d) compreender a concepção do jogo em seus diferentes aspectos, colocando-se à 
disposição para o aprendizado das técnicas e das regras, com a tática sendo uma 
consequência do que foi aprendido nas fases anteriores. 
e) ampliar os esquemas de ação, comunicando-se por meio de suas ações com os 
demais jogadores, o que gera uma organização técnica defensiva superior ao que se 
implementa em situações de reação de uma jogada. 
8. (Q1631890 - Educação Física - Modalidades Esportivas - Ano: 2018 Banca: CONSESP 
Órgão: Prefeitura de Santa Fé do Sul - SP Prova: CONSESP - 2018 - Prefeitura de Santa Fé 
do Sul - SP - Professor de Educação Básica II - Educação Física) (adaptada)
A respeito da história oficial do Basquetebol, analise as alternativas e assinale a correta.
 
a) O Basquetebol foi criado pela necessidade de um jogo sem violência que estimulasse 
os alunos durante o inverno, mas que pudesse também ser praticado no verão em áreas 
abertas.
b) Após passar as regras criadas para o papel, James Naismith aplicou-as em uma turma 
escolar contendo 24 jogadores.
c) Na primeira versão do Basquetebol, os cestos ficavam em contato com o solo.
d) O esporte foi criado por um professor americano em 1981.
e) Criado no Canadá, rapidamente teve sua expansão a outros países da América do Sul, 
dentre os quais, o Brasil, que teve a primeira equipe de basquetebol feminina do mundo. 
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METODOLOGIA DO 
ENSINO DO 
BASQUETEBOL 
26
2.1 INTRODUÇÃO
 Reconhecidamente um fenômeno sociocultural, o esporte vem conquistando, ao 
longo dos anos, mais adeptos e uma maior expansão das diversas modalidades, que não 
somente o futebol. Os esportes coletivos, o caso do basquete, requerem a participação 
de duas ou mais pessoas contra uma equipe adversária, podendo ser também chamado 
de esporte em grupo ou em equipe e necessita da utilização de um determinado objeto, 
como a bola.
 O processo ensino-aprendizagem no basquetebol centra-se nos componentes técnicos 
e táticos da modalidade, tendo em vista a(s) fase(s) do aprendizado, do desenvolvimento 
dos alunos e dos objetivos a serem desenvolvidos. 
 De fato, o processo de iniciação esportiva, em qualquer modalidade, tem como 
premissa básica seu desenvolvimento em âmbito escolar, uma vez que é onde as 
crianças/adolescentes podem vivenciar experiências que transcendam o simples ato 
de jogar. É evidente que a inclusão do basquetebol desde as fases iniciais (primeira e 
segunda infância) propiciam um melhor desenvolvimento das crianças, uma vez que 
está diretamente associada ao desenvolvimento de habilidades físico-mentais, como: 
consciência corporal, coordenação, flexibilidade, ritmo, agilidade, equilíbrio, percepção 
espaço-temporal em uma atmosfera de descontração, dinamismo e ludicidade, 
conforme descreve Paes e Oliveira (2005).
2.2 PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM ESPORTIVA 
 Nesse sentido, Greco (1998) indica que, na iniciação esportiva, os jogos populares 
surgem como mecanismos mais assertivos para o treinamento dos diferentes esportes. 
Na fase de iniciação esportiva, tornar o treinamento muito específico, a partir do que 
demanda, por exemplo, cada posição em quadra (especificidade técnica e tática), pode 
limitar o desenvolvimento global da criança, além de afastá-la do lúdico, do prazer de 
jogar, entendendo aos poucos o que deve ser o jogo desenvolvido de forma adequada. 
 De fato, o processo ensino-aprendizagem é pautado em torno de três métodos 
de ensino-aprendizagem (tradicionais), considerados básicos, e reconhecidamente 
aplicados desde a iniciação, a especialização e a formação no esporte, em geral, 
os seguintes métodos: analítico-sintético (analítico-parcial), situacional (global-
funcional) e misto (integrado). 
 Greco (1998) descreve os métodos iniciando pelo método analítico-parcial, o qual 
tem como principal objetivo o ensino dos fundamentos técnicos, tendo como principal 
forma de trabalho uma série de exercícios. 
 Ainda segundo o autor, a principal vantagem desse método é o desenvolvimento da 
técnica correta, possibilitando maior êxito na vivência e a correção é fácil de ser realizada. 
Por outro lado, suas desvantagens são: a demora para o exercício chegar no “todo”, visto 
que o movimento é treinado em separado, a aula se torna monótona e pouco atraente e 
não possibilita a satisfação do desejo de jogar. 
 De acordo com Perfeito (2009) apud Gonçalves e Romão (2019), esse método ainda 
prevalece em muitas escolas e clubesbrasileiros, amparado pela crença da necessidade 
do domínio total da técnica para ter sucesso no jogo. 
 Em seguida, temos o método global-funcional, o qual tem como princípio de que 
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só se aprende o jogo jogando, sendo assim, a técnica e os demais elementos relacionados 
aos esportes coletivos serão aprendidos durante o jogo formal (GRECO, 1998). Por esse 
método, a aula consiste em distribuir dois times para que joguem e, quando necessário, 
o professor faz as correções sobre a técnica, a tática e os demais elementos. Vale ressaltar, 
todavia, que não se trata do “jogar por jogar”, mas a figura do professor/treinador é 
essencial na condução do processo, estabelecendo diretrizes para que esse jogo tenha 
um significado dentro do processo ensino-aprendizagem da turma. 
 As principais vantagens desse método são: o prazer de jogar, a motivação, a 
aprendizagem de todos os elementos desde o começo e a simplificação da organização 
da aula. No entanto, por receber inúmeras informações, o aluno pode não assimilar todas 
e o tempo para correções pode ser pouco (GRECO, 1998).
Figura 4. O método global, caracterizado pela prática do jogo (situacional). 
Fonte: https://shutr.bz/3fDVKax
 Por último, o método misto, que, segundo Gonçalves e Romão (2019), pode ser 
definido como uma união entre os dois métodos anteriormente apresentados. Dessa 
forma, o professor iria trabalhar primeiramente os fundamentos do futebol e do futsal 
(condução, domínio, chute, drible, passe, etc.) para, após atingir um nível adequado, 
haver o jogo como sugere o método global-funcional (GRECO, 1998). 
 Esse método permite que o professor utilize na mesma aula os exercícios e o jogo, 
independentemente de ordem ou quantidade estabelecidas, sendo possível o professor 
tanto realizar correções nos exercícios mais técnicos quanto dar o feedback no jogo. 
A metodologia mista é considerada a mais completa das tradicionais (GONÇALVES e 
ROMÃO, 2019; GRECO, 1998). 
 Além dos métodos tradicionais, Garganta (1995) apresenta dois métodos chamados 
de contemporâneos, mais utilizados nas escolinhas, nas categorias de base e nos 
clubes profissionais, em geral. Esses modelos são considerados sistêmicos e visam às 
capacidades cognitivas como elementos-chave da aprendizagem, buscando, sobretudo, 
desenvolver a inteligência do praticante durante o jogo. Como exemplo, temos os jogos 
condicionados e o método situacional, os quais apresentam muitas semelhanças, 
respectivamente, com os métodos misto e global-funcional, ambos estudados nesta 
seção.
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Existem diferentes metodologias que podem ser aplicadas ao basquetebol e que estão 
diretamente ligadas ao público-alvo e aos objetivos que se tem com a modalidade. As me-
todologias e estratégias de ensino são muito importantes, pois proporcionam que os obje-
tivos possam ser atingidos e as propostas iniciais que se tem com a modalidade alcancem 
êxito. A partir de um contexto do basquetebol inserido em ambiente escolar, podemos afir-
mar que existe uma metodologia mais adequada ao ensino do basquetebol para crianças 
(10 a 12 anos)? 
VAMOS PENSAR?
2.3 PRINCÍPIOS E NOÇÕES DE PROGRESSÕES 
DE APRENDIZAGEM
 De forma geral, o ensino dos esportes ainda é pautado em uma pedagogia 
considerada tradicional, em que as técnicas esportivas são consideradas o eixo central de 
todo o processo de aprendizagem. Giménez (1999) traz um interessante levantamento 
acerca do ensino dos esportes, em que as propostas associadas a situações-modelo, onde 
a experiência real de jogo se faz ativa, é considerada um importante meio de trabalhar 
a evolução do aprendizado nos esportes, haja vista um dos modelos mais adotados 
atualmente, conhecido como Jogos Esportivos Coletivos (JEC). 
 De fato, se por tratar de um modelo mais dinâmico de ensino, os JEC priorizam não 
somente partes fragmentadas do ensino e aplicação de uma determinada habilidade 
específica de jogo, mas a melhor compreensão sobre as diferentes concepções de 
ensino, e cabe ressaltar a importância de progredir os aspectos do processo ensino-
aprendizagem em uma perspectiva mais aberta e que estimule a visão do participante 
como um todo. 
 Um aspecto que deve ser destacado no ensino dos esportes, sob uma visão 
mais sistêmica, é a sua fundamentação pautada em propostas de experiências lúdicas 
vinculadas ao contexto real do jogo, mostrando que o jogo, quando jogado de forma 
“livre”, possui importantes aspectos que podem melhor direcionar a atuação do professor. 
 Scaglia et al. (2013) explicam que, para que o praticante desenvolva aspectos 
do jogo de forma consciente e lógica, a progressão deve ser tal que as informações 
apresentadas ao longo de um jogo, por exemplo, estimulem a tomada de decisão a ser 
executada, bem como a utilização da decisão mental para então colocar em prática a 
ação motora. Nesse sentido, fica evidente que a estrutura de um jogo desenvolvida por 
meio do modelo tradicional, a partir de uma perspectiva tecnicista, tende a fazer com 
que o processo de aprendizado se torne muito inócuo ao aluno e desconecte-o do que 
deve, de fato, aprender por meio dos jogos e/ou esportes coletivos.
2.4 CARACTERIZAÇÃO E ESTRUTURAÇÃO 
DOS EXERCÍCIOS E TAREFAS
 De acordo com Platonov (2008), os meios de treinamento influenciam direta e/
ou indiretamente o aperfeiçoamento para alcançar o alto desempenho desportivo, 
constituindo a base do processo pedagógico da preparação, e podem ser considerados 
29
um mecanismo estável em que as diferentes ações se repetem de alguma maneira, a 
fim de interligarem-se visando encontrar soluções para determinadas tarefas. 
 Um dos aspectos que devem ser considerados no processo de seleção dos 
exercícios e tarefas esportivas são os aspectos do desenvolvimento humano, em que 
não apenas o motor deve ser considerado, mas o cognitivo e o afetivo-social, atuando 
de forma integrada na construção de uma estrutura sólida e que seja desenvolvida ao 
longo dos anos, não pensando apenas na formação do atleta, e sim compreendendo os 
diferentes mecanismos que as atividades esportivas podem proporcionar.
O livro “Compreendendo o desenvolvimento motor: bebês, crianças, adolescen-
tes e adultos”, de David L. Gallahue, John C. Ozmun, Jaqueline D. Goodway (2013), 
está disponível na Minha Biblioteca Única
Os autores apresentam aspectos fundamentais relacionados ao desenvolvi-
mento motor humano, que vão desde as informações introdutórias essenciais 
sobre o estudo do desenvolvimento motor, explorando em cada etapa do de-
senvolvimento humano (do bebê ao adulto) aspectos globais e específicos que 
cerceiam os aspectos motores.
LINK: https://bit.ly/3t5OSFU
BUSQUE POR MAIS
 Em contrapartida, Galatti et al. (2012) descreve que, com o passar dos anos e com 
a evolução do basquetebol, tem evidenciado como fator predominante, no que tange à 
formação dos atletas, os aspectos de ordem motora. E ainda, de acordo com os autores, 
cabe ao treinador procurar sempre as devidas melhorias nos métodos de ensino das 
habilidades (técnica e tática) da modalidade, buscando aperfeiçoar meios e métodos 
que possam ser aplicados também a outras modalidades esportivas cujas habilidades 
básicas sejam similares. 
 Wilmore e Oliveira (2005) trazem alguns aspectos básicos do exercício, em que 
destacam o treinador como figura central da condução de um processo de treino 
organizado e estruturado. Nesse sentido, ainda de acordo com os autores, para obter 
uma intervenção eficaz, a elaboração e estruturação dos exercícios (tarefas) necessitam 
estabelecer alguns elementos de forma marcante, dentre os quais: o objetivo, o conteúdo, 
a estrutura e o nível de desempenho, conforme você verá mais detalhadamente a seguir. 
Objetivo: está associado ao diagnóstico que se faz do nível de performance dos atletas, 
tendo como mecanismo de análise/avaliação os resultados obtidos em exercícios 
anteriores ou avaliação de diagnóstico/inicial. Na prática, é importante entender a 
multifuncionalidadedo exercício, que exercícios semelhantes podem ter objetivos 
diferentes, sendo da responsabilidade do treinador a hierarquização deles. 
Conteúdo: tratam dos fatores de rendimento (técnicos, táticos, físicos e psicológicos) 
desenvolvidos, quer pelos jogadores ou pela equipe, em situações de jogo ou exercícios. 
Nesse caso, é importante considerar os fatores de jogo, suas ações, as quais são essenciais 
para que tanto os objetivos quanto os conteúdos sejam desenvolvidos de maneira 
satisfatória com a proposta. 
Estrutura do exercício: importante ressaltar a relação que existe entre a atividade 
proposta e desenvolvida pelos jogadores associada aos aspectos fundamentais dentro 
https://bit.ly/3t5OSFU
30
do contexto em que se estabelece o jogo, por meio de situações dinâmicas e reais de 
jogo, a destacar: o ataque – a defesa – o contra-ataque. 
Nível de desempenho: diz respeito ao resultado obtido pelos alunos/atletas após a 
operacionalização das atividades propostas. Essas informações, confrontadas com os 
objetivos previamente definidos, resultam em um conjunto de conclusões acerca do 
sucesso/insucesso da atividade e permite o reforço ou reorganização dos aspectos 
básicos do exercício. Castelo (1996) citado por Wilmore e Oliveira (2005), levanta ainda 
dois aspectos a serem considerados na estruturação de exercícios e tarefas do jogo, a 
incluir o basquetebol, conforme apresentado a seguir. Racionalização: a procura da 
redução do número de exercícios de treino e o aumento do número de repetições, tendo 
como objetivo principal implicitamente a melhoria do rendimento dos praticantes e 
consequentemente da equipe. Modelação: processo pelo qual se procura correlacionar 
o exercício de treino com as exigências específicas da competição com base nos índices 
mensuráveis dos componentes de rendimento. 
 Ainda de acordo com o autor, as componentes estruturais do exercício devem ser 
consideradas no plano fisiológico e no plano técnico – tático, conforme mostrado na 
figura a seguir.
Figura 5. Componentes estruturais do exercício. 
Fonte: Castelo (1996) citado por Wilmore e Oliveira (2005, p.3).
 Há que se considerar ainda a classificação dos exercícios, cujo fator de treino é 
um dos aspectos mais predominante no conteúdo do exercício, conforme descreve 
Wilmore e Oliveira (2006), e os seguintes exercícios merecem maior atenção: técnicos, 
táticos e físicos. E, complementando, o grau de identidade do exercício merece 
destaque, haja vista as diferentes possibilidades que surgem para o desenvolvimento 
do exercício, a saber: os exercícios de competição, os especiais, e os gerais.
31
2.5 ABORDAGENS PEDAGÓGICAS DO 
ENSINO DO BASQUETEBOL
 A prática do basquetebol na escola deve ir além dos aspectos metodológicos 
e técnicos: deve possibilitar a integração dos envolvidos, centrada numa proposta 
pedagógica embasada por uma filosofia que vise à educação e à formação integral 
dos praticantes. O planejamento do conhecimento a ser trabalhado é base para 
o desenvolvimento do esporte na escola, devendo ser coerente com o seu projeto 
pedagógico, de forma a aproximar a Educação Física das demais disciplinas, tornando 
os conteúdos significativos e formadores. 
 Gallati et al. (2012) descrevem que a maior parte das pesquisas relacionadas 
aos jogos esportivos coletivos destaca a abordagem da pedagogia do esporte para o 
seu ensino nas escolas de esportes, visto que contribui para a educação das crianças 
e adolescentes, proporcionando reflexões a respeito de aspectos como cooperação, 
convivência, participação, inclusão, solidariedade, autonomia, entre outros, conforme 
descreve ainda Paes e Oliveira (2005). 
 Bento (2006) afirma que o professor deve levar para a situação de ensino uma 
formação objetivada em competências sociais, culturais, pedagógicas e metodológicas, 
para, dessa forma, construir uma prática embasada e responsabilizada pela teoria, 
circundada por princípios e valores teóricos, espirituais,
éticos e morais.
 A capacidade de impulsionar as ações humanas em busca de um mundo melhor 
há de estar atenta às orientações curriculares voltadas à educação básica, conforme 
descreve Freire (1996), e a ação pedagógica é o elemento central capaz de nortear as 
necessárias opções metodológicas na organização e desenvolvimento dos conteúdos de 
ensino, dentre os quais podemos destacar o dos esportes coletivos, mais precisamente 
do basquetebol. Freire (1996, p.26) complementa:
Nas condições de verdadeira aprendizagem, os educan-
dos vão se transformando em reais sujeitos da constru-
ção e da reconstrução do saber ensinado, ao lado do 
educador igualmente sujeito do processo.
 Nesse sentido, o ensino pautado pelo constructo qualitativo no âmbito pedagógico 
nos remete à concepção do professor atuando de forma ativa, buscando construir o 
conhecimento que aproxime o aluno da realidade, compreendendo o que foi apresentado 
em aula e transportando esse aprendizado (troca constante de saberes entre professor-
aluno) em sua atuação na sociedade. Isso permite ao aluno a possibilidade de atribuição 
de um novo sentido, gerando novas e interessantes possibilidades de aprendizado a 
partir de diferentes contextos que lhe são apresentados. 
 Um dos aspectos criticados por Freire é a chamada “educação bancária” e aqui o 
autor se depara com situações as quais o professor não está, de fato, comprometido com 
o valor da aprendizagem. É importante atrelar o conhecimento do conteúdo a algo que 
seja assimilado de maneira significativa e transformadora pelo aluno. O próprio ensino 
dos jogos e esportes coletivos permitirá ao professor despertar em seus alunos uma 
maior consciência crítica e um maior discernimento acerca das questões sociais, a partir 
das mais diversas situações que são vivenciadas nessas práticas. 
32
 Galatti et al. (2012) descrevem o ensino dos esportes coletivos sendo realizados 
a partir de metodologias de ensino que visam alcançar determinados objetivos, 
como melhora da técnica em determinada modalidade esportiva, criando situações 
particulares de jogo com crescente complexidade para que posteriormente seja obtido 
o êxito quando se estiver em situação real de jogo. Nesse sentido, complementando o 
que foi apresentado na seção 2.1, existem métodos de ensino tradicionais (Parcial, Global 
e Misto) e métodos de ensino contemporâneos (Iniciação Esportiva Universal, Jogos 
Desportivos Coletivos, Método Situacional e Teaching Games For Understanding (TGFU). 
 Não há, dentre as diferentes possibilidades de ensinar o basquetebol, um método 
que se sobreponha a outro em termos de eficiência do ensino-aprendizagem, sendo 
responsabilidade do professor conduzir o trabalho/planejar-se de acordo com as 
características que vão desde o(s) objetivo(s) da aula até as características da turma, que 
podem influenciar diretamente essa tomada de decisão. 
 Reverdito, Scaglia e Paes (2009) entendem a pedagogia do esporte enquanto área 
de intervenção, responsável por investigar as práticas esportivas corporais, bem como os 
sujeitos condicionantes de sua existencialidade. Esses autores trazem como contribuição 
um estudo feito acerca de algumas das principais palavras-chave da resultante conceitual 
das principais abordagens em pedagogia do esporte, as quais mostram como o esporte 
pode ser desenvolvido a partir de diferentes perspectivas, conforme você verá a seguir
Autores e Obras Caracterização Estratégia-Metodologia Fundamentação
Paes (2001); 
Balbino (2001)
• Pedagogia;
• Formação crítica e 
consciente;
• Inclusão;
• Cooperação; etc. 
• Complexidade do jogo;
• Jogar;
• Jogo possível;
• Ambiente fascinante. 
• Pensamento sistêmi-
co;
• Construtivismo;
• Teoria das inteligên-
cias múltiplas;
• Capacidades poten-
ciais;
• Totalidade. 
Scaglia (1999, 
2003); 
Freire (2003)
• Princípios pedagógi-
cos;
• Sujeito;
• Motivações intrínse-
cas;
• Humanitude;
• Ensinar;
• Autonomia e Critici-
dade;
• Cultura Corporal;
• Diversidade
• Jogo;
• Compreensão do jogo;
• Capacidade tática (cog-
nitiva)• Especificidade técnica 
(motora específica);
• Jogos e brincadeiras 
populares;
• Cultura infantil;
• Jogo-trabalho. 
• Abordagens intera-
cionista;
• Pensamento sistêmi-
co-complexo;
• Teoria do jogo;
• Produções culturais. 
33
Garganta (1995); 
Graça (1995)
• Jogo;
• Formativo;
• Cooperação;
• Inteligência;
• Cultura esportiva;
• Natureza aberta das 
habilidades;
• Equipe; 
• Conhecimentos em 
pedagogia. 
Garganta (1995):
• Jogos condicionados;
• Unidades funcionais;
• Compreensão do jogo;
• Especificidade técnica;
• Princípios comuns do 
jogo;
Formas jogadas acessí-
veis. 
___________ 
Graça (1995): 
• Habilidades básicas;
• Capacidade de jogo;
• Atividades simplifica-
das e modificadas;
• Formas de jogos;
• Transferibilidade;
Caráter multidimensio-
nal.
• Teoria dos jogos des-
portivos coletivos;
• Abordagem fenôme-
no-estrutural;
• Prática transferível;
• Sistêmica;
• Compreensão; 
• Totalidade complexa.
Kroger e Roth 
(2002)
• Ação pedagógica;
• Cultura do jogar;
• Escola da bola;
• Universal a todos os 
esportes. 
• Jogos coletivos;
• Jogos situacionais;
• Aprendizagem inciden-
tal;
• Capacidade de jogo;
• Capacidades coordena-
tivas;
• Determinantes da mo-
tricidade;
• Habilidades;
• Construção de movi-
mentos.
• Ciências biológicas e 
pedagógicas;
• Teorias de controle e 
aprendizagem motora;
• Psicologia geral e cog-
nitiva;
• Aprendizagem formal 
e incidental. 
Greco e Benda 
(1998); 
Greco (1998)
• Iniciação esportiva 
universal;
• Aprendizagem inci-
dental;
• Capacidades coorde-
nativas. 
• Capacidades coordena-
tivas;
• Aprendizagem motora;
• Treinamento da técni-
ca;
• Capacidade de jogo;
• Treinamento tático;
• Jogos funcionais e situ-
acional;
• Determinantes da mo-
tricidade. 
• Ciências biológicas e 
pedagógicas;
• Teorias de controle e 
aprendizagem motora;
• Psicologia geral e cog-
nitiva;
Aprendizagem formal 
e incidental.
Quadro 2: As principais palavras-chaves da resultante conceitual das principais abordagens em pedagogia do esporte.
Fonte: Reverdito, Scaglia e Paes (2009, p. 606).
 Mais especificamente, Paes e Oliveira (2005) destacam o treinamento do 
basquetebol que pode ser dividido em duas fases distintas: fase de iniciação ao jogo e 
fase de treinamento especializado. A proposta sugerida por esses autores estabelece o 
desenvolvimento das capacidades físicas, aprendizagem tático-cognitivas e habilidades 
do jogo, as quais podem ser subdivididas em três fases, conforme descrevem os autores: 
 A fase de iniciação I marca os primeiros contatos da criança da primeira à quarta 
série do ensino fundamental, com idades entre 7 e 10 anos. Nessa fase, o aprendizado 
dos fundamentos e o desenvolvimento das capacidades podem se dar de maneira 
recreativa, por meio de jogos com alterações nas regras e nos objetivos, adaptando-os à 
34
realidade de cada cenário e às necessidades dos alunos, observando a disponibilidade 
de recursos materiais e humanos.
Nessa fase, o indivíduo começa a combinar e a aplicar habilidades motoras fundamentais 
ao desempenho das habilidades motoras especializadas no esporte e em ambientes 
recreacionais. O objetivo nesse estágio deve ser o de ajudar as crianças a aumentar o 
controle motor e a competência motora em inúmeras atividades, conforme descreve 
Paes e Oliveira (2005). 
 Em adição, Paes (2009) ressalta que os jogos reduzidos, pré-desportivos, e as 
brincadeiras podem ser utilizados como facilitadores do ensino, pois possibilitam adequar 
as atividades à vivência motora dos alunos ou praticantes e podem ser realizados na 
escola, no clube ou em qualquer lugar em função da sua ação recreativa. 
 A fase de iniciação II – o processo de desenvolvimento – deve ocorrer 
aproximadamente entre 11 e 12 anos de idade; os pré-adolescentes deverão estar 
cursando a quinta e a sexta séries do ensino fundamental, e corresponde ao aprendizado 
inicial dos sistemas técnico e tático do jogo associados aos conteúdos da fase anterior 
do aprendizado. É nessa fase que as experiências tendem a tornar o indivíduo capaz de 
tomar inúmeras decisões de aprendizado e de participação, baseadas em muitos fatores 
da tarefa, individuais e ambientais. 
 A fase de iniciação III tem como alvo os alunos do oitavo e nono anos do ensino 
fundamental, com idade aproximada de 13 a 14 anos. Essa é uma fase marcada pela 
melhor assimilação dos conteúdos das etapas anteriores, em que a automatização 
e o refinamento se sobressaem no que tange à aprendizagem de um gesto motor 
(esportivo). Os fundamentos individuais são constituídos coletivamente, realizados no 
tempo e espaço e deverão ser adequados às ótimas capacidades do jogo moderno 
(PAES e OLIVEIRA, 2005). 
 Por fim, é importante ressaltar a contribuição de Balbino e Paes (2005), que 
definem quatro princípios filosóficos a serem seguidos no ensino de basquetebol visando 
objetivar a integração e a aquisição de valores na criança, nesse caso, de estudantes na 
faixa etária até 13 anos. 
• Participação – o foco é o jogar para aprender; 
• Cooperação – o objetivo é o jogo “com”, substituindo o jogar “contra”; 
• Coeducação – um modelo em que aluno e professor jogam e aprendem juntos, 
uns com os outros; 
• Convivência – ligado ao princípio do respeito às diferenças.
Oliveira (2007) destaca que a etapa de iniciação nos jogos desportivos coletivos – basque-
tebol - é um período que abrange desde o momento em que as crianças iniciam nos espor-
tes até a decisão por praticarem uma modalidade, por volta de 10 a 12 anos. Os conteúdos 
devem ser ensinados respeitando cada fase do desenvolvimento das crianças e dos pré-
-adolescentes da escola na qual as metodologias devem ser discutidas com base teórica, 
mas também pelas experiências práticas dos professores nas escolas.
FIQUE ATENTO
35
 Enfim, os jogos esportivos coletivos são compostos por muitas modalidades, 
que evoluem e mudam suas regras e regulamentos todos os anos. Eles possuem 
características comuns e específicas que, ao serem trabalhadas de forma adequada, 
auxiliam no desenvolvimento motor, cognitivo e social do indivíduo.
36
FIXANDO O CONTEÚDO
1. Reconhecidamente um fenômeno sociocultural, o esporte possui elementos que o 
tornam importante em diferentes contextos e contribui para a formação da sociedade. 
Os esportes coletivos, praticados em forma de jogo, requerem a participação de duas ou 
mais pessoas contra uma equipe adversária, podendo ser também chamado de esporte 
em grupo ou em equipe e necessita da utilização de um determinado objeto, como a 
bola, como ocorre com o basquetebol. 
Tendo em vista a importância do basquetebol na formação do indivíduo desde a base 
ou iniciação, analise as alternativas a seguir e assinale a que represente aspectos ou 
habilidades físico-mentais que são desenvolvidas por meio da prática dessa modalidade. 
a) coordenação, força, agilidade e descontração.
b) fadiga, stress, coordenação e flexibilidade.
c) interesse, técnica, reflexão e ritmo. 
d) consciência corporal, aptidão social, agilidade e equilíbrio. 
e) coordenação, flexibilidade, agilidade e equilíbrio.
2. Os Jogos Esportivos Coletivos (JEC) são uma excelente ferramenta para desenvolver 
aspectos multifatoriais de seus praticantes, além de serem utilizados como importantes 
mecanismos a serem inseridos em programas de treinamento, que vão da base até as 
categorias adultas/profissionais. 
Nesse sentido, analise as alternativas a seguir e assinale V (verdadeiro) e/ou F (falso) no 
que tange aos aspectos ligados ao JEC. 
( ) prioriza o ensino e forma ampla, sem atrelar-se somente ao aprendizado das 
habilidades específicas da modalidade/jogo. 
( ) por ser uma perspectiva considerada mista, é importante entender que o ensino tem 
sua potencialidade nos aspectos motores e lúdicos.
( ) o participante aprende o jogo como um todo e trabalha de forma dinâmica para 
buscar a conexão entre as partes que formam o todo. 
( ) a progressão é vista como fundamental nessa concepção e as informações apresentadas 
em cada parte do processo se

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