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Fundamentos 
de Turismo
João Paulo Leite Barbosa
© 2020 por Editora e Distribuidora Educacional S.A.
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida ou 
transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, incluindo 
fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e transmissão de 
informação, sem prévia autorização, por escrito, da Editora e Distribuidora Educacional S.A.
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Adaptadas de Shutterstock.
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pelos seus mantenedores. Sendo assim, a Editora não se responsabiliza pelo conteúdo de terceiros.
Presidência 
Rodrigo Galindo
Vice-Presidência de Produto, Gestão 
e Expansão
Julia Gonçalves
Vice-Presidência Acadêmica
Marcos Lemos
Diretoria de Produção e 
Responsabilidade Social
Camilla Veiga
2020
Editora e Distribuidora Educacional S.A.
Avenida Paris, 675 – Parque Residencial João Piza
CEP: 86041-100 — Londrina — PR
e-mail: editora.educacional@kroton.com.br
Homepage: http://www.kroton.com.br/
Gerência Editorial
Fernanda Migliorança
Editoração Gráfica e Eletrônica
Renata Galdino
Luana Mercurio
Supervisão da Disciplina
Larissa Maria Palacio dos Santos
Revisão Técnica
Daniele Candido da Costa
Larissa Maria Palacio dos Santos
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) 
 Barbosa, João Paulo Leite 
B238f Fundamentos de turismo / João Paulo Leite Barbosa. – 
 Londrina: Editora e Distribuidora Educacional S.A., 2020.
 152 p.
 
 ISBN 978-85-522-1662-9
 
 1. Turismo. 2. Desenvolvimento territorial. 3. Sistema 
 Turístico Brasileiro. I. Título. 
 
CDD 338.791
Jorge Eduardo de Almeida CRB-8/8753
Sumário
Unidade 1
Aspectos fundamentais do turismo ............................................................ 7
Seção 1
Conceitos essenciais para compreensão 
da atividade turística ........................................................................10
Seção 2
Oferta turística ..................................................................................18
Seção 3
Espaço geográfico e operadores do mercado turístico ................29
Unidade 2
O mercado turístico ....................................................................................41
Seção 1
Fundamentos conceituais do mercado turístico...........................44
Seção 2
Segmentação do mercado turístico ................................................52
Seção 3
Segmentação da oferta e formação 
de clusters no turismo ......................................................................61
Unidade 3
Sistema de turismo ......................................................................................75
Seção 1
Teoria sistêmica aplicada ao turismo .............................................78
Seção 2
Objetivos do SISTUR e o conjunto das relações ambientais ......85
Seção 3
Conjunto da organização estrutural...............................................97
Unidade 4
Relações do turismo .................................................................................111
Seção 1
As estratégias de regionalização e roteirização 
no turismo brasileiro .....................................................................114
Seção 2
Metodologia de roteirização ........................................................123
Seção 3
Pesquisas mercadológicas em turismo .......................................132
Palavras do autor
Prezado aluno, bem-vindo à disciplina Fundamentos do Turismo! O turismo se apresenta como um ramo de atividades em constante crescimento, o que se percebe por meio do número de turistas que 
visitam os diversos destinos brasileiros, o qual cresce ano a ano. Segundo 
o Sebrae, houve um aumento de 8% no volume de turistas estrangeiros que 
visitaram o Brasil entre os anos de 2017 e 2018, assim como o faturamento 
com a venda de viagens a turistas brasileiros teve um aumento de 18%. Esses 
números, dentre outros indicadores expressivos, demonstram o potencial 
de crescimento das atividades turísticas em nosso país, assim como uma 
demanda crescente por pessoas devidamente qualificadas para atuar no setor.
 Nesta disciplina, você terá a oportunidade de conhecer todos os aspectos 
fundamentais necessários para exercer atividades de gestão no setor turís-
tico em qualquer região do Brasil. A intenção do presente livro é fornecer os 
conhecimentos básicos necessários para que você, aluno, comece a olhar este 
setor a partir de um novo ponto de vista, fundamentado em conhecimentos 
teóricos que lhe permitam realizar análises com alto nível de profissionalismo.
Na primeira unidade, é realizada uma apresentação conceitual sobre o 
turismo, expondo a terminologia dos principais elementos utilizados pelos 
profissionais e estudantes que atuam na área. Tais conceitos e premissas são 
embasados em relevantes publicações da área, divulgadas segundo orien-
tações da Organização Mundial do Turismo. São abordados os conceitos e 
as terminologias necessários para atuar no setor turístico, tanto em âmbito 
acadêmico, ampliando o conhecimento científico na área, quanto em âmbito 
profissional, atuando nos setores público e privado.
Na segunda unidade, é apresentado o mercado turístico, demonstrando 
as relações de troca entre oferta e demanda, as quais dão forma e continui-
dade ao mercado. São tratadas, também, as técnicas de análise mercadológica 
direcionadas ao levantamento de informações e enriquecimento do conheci-
mento sobre a demanda e a oferta turística. 
Na terceira unidade, é retratado o sistema turístico, segundo o modelo 
referencial desenvolvido pelo expoente autor da área no Brasil: Mario Carlos 
Beni. Neste modelo, denominado SISTUR, são contemplados os grandes 
conjuntos de elementos que determinam a realização de atividades turís-
ticas, quais sejam: das relações ambientais, da organização estrutural e das 
ações operacionais.
Por fim, à medida que você está mais habituado com os elementos e as 
relações que determinam as atividades turísticas, são mostradas estratégias 
de gestão do turismo desenvolvidas e aplicadas pelas instituições relacio-
nadas ao Ministério do Turismo, em conjunto com a iniciativa privada, em 
todas as regiões brasileiras. 
Ao final da disciplina, espera-se que você se sinta capacitado e motivado 
a exercer as atividades turísticas embasado em sólidos conceitos e práticas 
mercadológicas. 
Bons estudos!
Unidade 1
Aspectos fundamentais do turismo
Objetivos de aprendizagem da unidade
• Entender os conceitos que definem os elementos essenciais das ativi-
dades turísticas.
• Compreender a demanda turística e as definições de turista, visitante, 
viajante e excursionista.
• Compreender a oferta turística e os elementos que a compõem, 
como o atrativo turístico, os produtos e serviços, a infraestrutura e os 
produtos turísticos.
• Compreender o conceito de destino turístico e as classificações dos 
espaços geográficos onde são praticadas atividades turísticas.
• Compreender o papel das operadoras de turismo como agentes facili-
tadoras na conexão entre oferta e demanda e atuantes na distribuição 
do produto turístico.
Seção 1 | Conceitos essenciais para compreensão da ativida-
de turística.
Conceitos de turismo e apresentação dos elementos básicos que compõem 
a atividade turística. Descrição conceitual da demanda turística.
Seção 2 | Oferta turística.
Apresentação dos conceitos que definem a oferta turística, perpassando o 
atrativo turístico, serviços, infraestrutura e produto turístico.
Seção 3 | Espaço geográfico e operadores do mercado turístico.
Apresentação do conceito de destino turístico e da classificaçãodos 
espaços geográficos onde são praticadas atividades turísticas. Apresentação 
da função das operadoras do mercado turístico.
Introdução à unidade
Prezado aluno, incialmente, seja bem-vindo à jornada de aprendizagem 
sobre os fundamentos do turismo. Ao longo desta primeira unidade, preten-
demos proporcionar um sólido embasamento sobre os conceitos fundamen-
tais que determinam o turismo e as atividades turísticas. Para todo profis-
sional da área de turismo é importante conhecer conceitualmente as discus-
sões conduzidas na área, para que possa desenvolver estudos e aprofundar 
seu conhecimento na área turística. Além disso, a base conceitual permite 
que os estudos na área possuam uma referência terminológica internacional, 
permitindo a comparação entre os dados e a realização de análises estatísticas.
Inicialmente, trataremos do conceito básico de turismo, apresentando os 
elementos fundamentais para que as atividades turísticas possam ser reali-
zadas. A partir da apresentação desses elementos, caracterizados por demanda 
turística, oferta turística, espaço geográfico e operadoras de turismo, condu-
ziremos discussões mais aprofundadas sobre cada um, identificando como 
são constituídos conceitualmente, tomando como base principal as orien-
tações da Organização Mundial do Turismo (OMT), publicadas na língua 
portuguesa, em 2001. Também, traremos argumentos de autores renomados 
na área, a fim de permitir uma visão abrangente dos conceitos apresentados 
e que você, aluno, conheça autores de referência.
O primeiro elemento descrito na primeira seção é a demanda turística, 
evidenciando os diferentes atores que fazem parte dela e quais deles podem 
efetivamente ser classificados como turistas; para tanto, também apresenta-
remos as definições de viajante, visitante e excursionista, as quais são funda-
mentais para a compreensão dos estudos publicados na área.
Já na segunda seção abordaremos a oferta turística, demonstrando que 
ela não é composta somente de produtos e serviços oferecidos aos turistas, 
existem outros elementos fundamentais para que estes tenham suas necessi-
dades atendidas, por exemplo, a matéria-prima do turismo, que é constituída 
pelos atrativos turísticos. Ainda, tratando da oferta turística, demonstra-
remos como é composto o produto turístico, o qual agrega tanto os atrativos 
quanto os produtos, serviços e a infraestrutura necessária para o atendimento 
das necessidades dos turistas.
Por fim, na terceira seção, trataremos do espaço geográfico, no qual são 
realizadas as atividades turísticas, demonstrando a complexidade na definição 
deles e as formas de classificação propostas para delimitá-los. Ainda nessa 
seção, discutiremos o papel das operadoras de turismo na conexão entre a 
demanda e a oferta turística e na distribuição do produto turístico; assim 
como proporemos uma breve discussão sobre como a tecnologia vem impac-
tando a forma como os turistas planejam e executam suas viagens.
Bons estudos!
10
Seção 1
Conceitos essenciais para compreensão da 
atividade turística
Introdução à seção
Caro aluno, nesta primeira seção do livro Fundamentos do Turismo, 
trataremos dos conceitos básicos que definem o termo turismo e a ativi-
dade turística. Você compreenderá como está fundamentado o conceito de 
turismo, conforme definido pela Organização Mundial do Turismo (OMT), 
visando demonstrar a proposta de um conceito único e padronizado, para 
que estudiosos e profissionais da área encontrem uma referência robusta e 
unificada sobre o conceito de turismo no momento de desenvolver análises 
estatísticas e estudos de cunho econômico, social ou cultural. Você também 
conhecerá os elementos básicos que constituem a atividade turística, tema 
que continuará sendo trabalhado nas próximas seções desta unidade, porém, 
nesta seção, daremos ênfase ao primeiro desses elementos, que é a demanda 
turística, assim, você entenderá as características que definem um turista, um 
viajante, um visitante e um excursionista
1.1 Conceitos essenciais para compreensão da atividade 
turística
A área do turismo tem sido alvo de estudos em diversos campos acadê-
micos e também fora da academia. Esse assunto atrai estudiosos e disciplinas 
de diferentes áreas, pois, a partir do século XX, as atividades turísticas se 
expandiram exponencialmente em todo o globo terrestre, impulsionadas pelo 
predomínio do modo de produção capitalista, pelo aumento da população e 
da concentração urbana e pela busca de maneiras cada vez mais alternativas 
de satisfação pessoal. Apesar de o turismo não ser considerado uma neces-
sidade básica, como saúde, educação ou alimentação, as atividades turísticas 
têm sido realizadas por um número cada vez mais expressivo de pessoas que 
buscam satisfazer suas necessidades relacionadas, principalmente, à cultura 
e ao lazer.
Segundo Fayos (1993), o aumento das atividades turísticas por uma 
ampla parcela da população pode também ser atribuído a diferentes transfor-
mações de cunho econômico, técnico e sociocultural, relacionadas ao desen-
volvimento do transporte aéreo, das telecomunicação e de novos procedi-
mentos de gestão e ao surgimento de novos destinos turísticos, junto a uma 
melhora geral da qualidade de vida da população nos países desenvolvidos e 
11
ao aumento do tempo livre, promovendo a introdução do consumo genera-
lizado do turismo. É importante ressaltarmos, porém, que tais mudanças 
representam potenciais impactos positivos e negativos à sociedade e ao meio 
ambiente, conforme poderá ser percebido ao longo deste livro.
Os primeiros estudos acadêmicos relevantes na área de turismo tiveram 
início na década de 1920, após o fim da Primeira Guerra Mundial, condu-
zidos por economistas europeus originários da chamada Escola de Berlim, 
da qual merecem destaque alguns autores, como Glucksmann, Schwink ou 
Bormann (OMT, 2001). Considerando a evolução exponencial do potencial 
econômico do turismo, muitos estudiosos propuseram formas distintas e 
complementares para delimitar o conceito de turismo, sendo realizada, em 
1991, a Conferência sobre Viagens e Estatísticas de Turismo, em Ottawa, no 
Canadá. O principal objetivo dessa conferência foi atender à necessidade de 
padronização nas terminologias relacionadas ao turismo, para criação de 
estudos e análises estatísticas confiáveis tanto no âmbito acadêmico quanto 
no âmbito dos profissionais de setores públicos e privados que atuam na área 
(OMT, 2001).
Para saber mais
Não é possível determinar desde quando se realizam atividades turís-
ticas, entretanto, existem relatos de atividades turísticas sendo desen-
volvidas desde a Antiguidade, passando pela Idade Média e Idade 
Moderna. Para saber mais como esses povos tratavam o turismo e 
realizavam atividades turísticas, leia o capitulo Antecedentes Históricos, 
do livro Fundamentos do Turismo, de Luiz Renato Ignarra, disponível na 
Biblioteca Virtual. 
IGNARRA, L. R. Fundamentos do Turismo. 3. ed. rev. e ampl. São Paulo: 
Cengage Learning, 2013.
Após a Conferência de Ottawa, em 1991, as discussões se estenderam até 
1994, quando a OMT adotou oficialmente o conceito de turismo que rege 
os estudos e estatísticas realizados na área, conforme descrito a seguir: “O 
turismo compreende as atividades que realizam as pessoas durante suas 
viagens e estadas em lugares diferentes ao seu entorno habitual, por um 
período consecutivo inferior a um ano, com finalidade de lazer, negócios ou 
outras” (OMT, 2001, p. 38).
Analisando essa definição, inicialmente, percebemos a importância 
de descrever o significado de “entorno habitual”, uma vez que, segundo a 
afirmação da OMT, as atividades turísticas são aquelas realizadas “em lugares 
diferentes ao seu entorno habitual”, assim, “O entorno habitual de uma pessoa 
DEFINIÇÃO: TURISMO
OMT= ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DO TURISMO
12
consiste em certa área que circunda sua residência mais todos aqueles lugares 
que visita frequentemente” (OMT, 2001, p. 38).
A fim de possibilitar a ampla compreensão dadefinição de turismo adotada 
pela OMT, é necessário realizarmos algumas análises complementares, tais como:
• A estada no destino deve ser por um período determinado de, no máximo, 
um ano, tempo relativamente longo, considerando o tempo médio de 
duração dos vistos emitidos pelos governos para viagens de turismo, que 
gira em torno de três meses, e o tempo para um turista passar a ser consi-
derado um residente habitual, que gira em torno de seis meses.
• O turismo compreende atividades que podem ser realizadas tanto durante 
a viagem até o destino quanto durante a estada, incluindo, também, os 
produtos e serviços destinados a atender às necessidades dos turistas.
Neste momento, é importante ressaltar que a definição descrita anteriormente, 
apesar de amplamente utilizada para padronização dos estudos e das análises turís-
ticas, não é a única e não pode ser considerada hegemônica entre os estudiosos da 
área, cabendo a cada autor ou analista da área adotar a definição que achar mais 
adequada para seus estudos e argumentos. Todavia, a definição da OMT servirá de 
base para as análises e considerações apresentadas no presente livro.
Apresentada a definição de turismo, direcionaremos nossa atenção para 
os elementos básicos envolvidos nas atividades turísticas. Esses elementos 
ou fatores básicos que constituem as atividades turísticas estão em constante 
relação e devem sempre ser considerados em conjunto, de forma que se 
influenciam diretamente. Segundo a OMT (2001), são quatro os elementos 
básicos que constituem o conceito de atividade turística:
• Demanda turística: contempla todos os consumidores ou possíveis 
consumidores que consomem bens e serviços turísticos.
• Oferta turística: considera todos os produtos, serviços e organizações 
públicas ou privadas envolvidos ativamente nas atividades turísticas.
• Espaço geográfico: local físico ondea oferta e a demanda turísticas 
se encontram; também, é onde se situa a população residente, um 
importante fator que deve sempre fazer parte do planejamento da 
atividade turística, pois é capaz de agregar valor à oferta turística ou 
influenciar negativamente a escolha por parte da demanda turística.
• Operadores de mercado: organismos de caráter público ou privado 
que têm a função de facilitar a relação entre oferta e demanda turís-
tica. Podem ser considerados as agências de viagens, as companhias 
de transporte, os aplicativos de suporte às atividades turísticas e os 
demais órgãos que atuam na organização e/ou promoção do turismo.
ESTADA NO DESTINO 
4- ELEMENTOS / FATOS BÁSICOS ENVOLVIDOS NAS ATIVIDADES TURÍSTICAS
1-
2-
3-
4-
13
A demanda turística pode ser classificada em três grupos de pessoas, 
sendo eles: os viajantes, os visitantes e os turistas (OMT, 2001), de forma 
que cada grupo possui especificidades em termos sociodemográficos e em 
relação às motivações para o consumo de produtos e serviços turísticos. 
Logo, a compreensão das características de cada grupo se mostra essencial 
na elaboração de estratégias eficazes de marketing e vendas.
Dentre esses três grupos de pessoas, o que possui uma amplitude de 
pessoas maior, englobando os outros dois grupos, é o dos viajantes, o qual 
pode ser definido como “qualquer pessoa que viaje entre dois ou mais países 
ou entre duas ou mais localidades em seu país de residência habitual” (OMT, 
2001, p. 40). Dentre os viajantes, podemos considerar dois grupos distintos: os 
visitantes e os outros viajantes. Aqueles são “todos os tipos de viajantes relacio-
nados ao turismo” (OMT, 2001 p.40) e, por conseguinte, estes são pessoas que 
viajam por motivos alheios ao turismo e, por isso, não podem ser considerados 
estatisticamente como praticantes de turismo, enquanto os visitantes definem 
estatisticamente o conceito básico das pessoas que praticam turismo. 
A partir dessas definições, compreendemos que todos os turistas fazem 
parte do grupo dos visitantes. Além deles, os excursionistas também fazem 
parte desse grupo, todavia, a diferença básica entre os turistas e os excursio-
nistas consiste no fato de que os aqueles devem pernoitar no local visitado 
pelo menos uma noite, enquanto estes, que também podem ser denominados 
como “visitantes de um dia”, não pernoitam no local visitado, deixando-o 
em até 24 horas após o momento da chegada. A relação entre os elementos 
citados pode ser melhor compreendida na Figura 1.1.
Figura 1.1 | Relação entre viajantes
Viajantes
Outros viajantes Visitantes
Excursionistas
(visitantes de um dia)
Turistas
(visitantes que pernoitam)
Fonte: adaptada de OMT (2001, p. 41).
DEMANDA TURÍSTICA 
são “todos os tipos de viajantes relacionados ao turismo, são pessoas que viajam por motivos alheios ao turismo e, por isso, não podem ser considerados estatisticamente como praticantes de turismo.
os visitantes definem estatisticamente o conceito básico das pessoas que praticam
turismo. 
os excursionistas também fazem 
parte desse grupo dos visitantes
14
A OMT ainda propõe uma classificação dos viajantes segundo o propó-
sito de realização da viagem, explicitando aqueles que podem ser conside-
rados visitantes e, portanto, podem ser incluídos nas estatísticas de turismo, e 
aqueles que não podem ser considerados visitantes e, consequentemente, não 
podem ser considerados nas estatísticas referentes à área do turismo. Essa 
classificação pode ser observada na Figura 1.2 a seguir.
Figura 1.2 | Classificação dos viajantes
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1. Tripulação de barcos ou aviões estrangeiros em reparos ou escala e que 
utilizam os alojamentos.
2. Pessoas que chegam a um país num barco de cruzeiro (tal como define a 
Organização Marítima Internacional (OMI), 1965) e que estejam alojados a 
bordo, ainda que desembarquem para realizar visitas de um ou mais dias. 
3. Tripulação que não é residente no país visitado e permanece nele durante o dia.
4. Visitantes que chegam e saem no mesmo dia por lazer, recreação ou férias; 
visitas a parentes e amigos; negócios ou motivos profissionais; tratamento de 
saúde, religião/peregrinações; outros motivos, incluindo trânsito de visitantes 
de um dia que vão e voltam de seus países de origem.
CLASSIFICAÇÃO DOS VIAJANTES
15
5. Conforme tem sido definido pelas Nações Unidas nas recomendações sobre 
estatísticas de Migrações Internacionais (1980).
6. Que não abandonam a área de trânsito do aeroporto ou do porto, incluindo 
o traslado entre estes.
7. Conforme definido pela Alta Comissão para refugiados (1967).
8. Quando se deslocam para outros países onde estão ou inversamente (inclu-
ídos funcionários e pessoas que acompanham ou se reúnem com ele).
Fonte: adaptada de OMT (2001, p. 42).
Segundo a OMT (2001), os visitantes ainda podem ser classificados 
segundo o destino visitado, considerando os tipos internacional e interno. 
Segundo essa classificação, a expressão visitante internacional designa “[...] 
toda pessoa que viaja por um período não superior a 12 meses, para um país 
diferente daquele em que reside, fora de seu entorno habitual e cujo motivo 
principal não seja exercer uma atividade remunerada no país visitado” (OMT, 
2001, p. 41). Dentro desse grupo podemos encontrar os turistas e excursio-
nistas, conforme demonstradona Figura 1.3:
Figura 1.3 | Classificação dos visitantes internacionais
Visitantes internacionais
Excursionistas (visitantes de um dia)
Um visitante que não pernoita em um
alojamento cole�vo ou privado do 
país visitado. Essa definição inclui os 
passageiros de cruzeiro, que são 
pessoas que chegam a um país num 
barco de cruzeiro e que voltam à noite 
para seu barco para pernoitar, ainda 
que este permaneça no porto durante 
vários dias. Estão compreendidos 
nesse grupo, por extensão, proprietá-
rios ou passageiros de iates e aqueles 
que par�cipam de programas de 
grupo e estão alojados em um trem.
Turistas (visitantes que pernoitam)
Um visitante que permanece uma 
noite pelo menos em um meio de 
alojamento cole�vo ou privado no
país visitado.
Fonte: adaptada de OMT (2001, p. 41).
16
Pode ser considerado visitante interno: “[...] toda pessoa que reside num 
país e que viaja, por um tempo não superior a 12 meses, para um lugar dentro 
de seu país diferente de seu entorno habitual e cujo motivo principal não 
seja o de exercer uma atividade remunerada no lugar visitado” (OMT, 2001, 
p. 41). Segundo essa classificação é possível dividir os visitantes internos em 
dois grupos, seguindo os conceitos de turistas e excursionistas, conforme 
descritos na Figura 1.4.
Figura 1.4 | Classificação dos visitantes internos
Visitantes internos
Excursionistas (visitantes de um dia)
Visitantes que não pernoitam num 
alojamento cole�vo ou privado no 
lugar visitado.
Turistas (visitantes que pernoitam)
Visitantes que permanecem num 
alojamento cole�vo ou privado uma 
noite pelo menos.
Fonte: adaptado de OMT (2001, p. 41).
Nesta primeira seção, apresentamos os principais conceitos relacionados 
ao turismo, os elementos básicos que constituem as atividades turísticas e as 
noções que definem o primeiro desses elementos, que é a demanda turística, 
promovendo a compreensão das diferenças existentes entre viajante, visitante, 
turista e excursionista. Na próxima seção, daremos continuação às explana-
ções acerca dos elementos básicos que compõem as atividades turísticas.
Questões para reflexão
1. O turismo, conforme exposto no texto, teve seu conceito padro-
nizado pela OMT a partir da definição oficial divulgada em 1994. 
Porém, outros autores e instituições, como a Organização Mundial 
do Comércio, adotam suas próprias definições de acordo com os 
objetivos de cada estudo desenvolvido. Qual é a importância de 
se ter um conceito padronizado do termo turismo nas instâncias 
acadêmicas, econômicas e sociais?
2. Existe uma significativa diferença entre os conceitos de turista e 
excursionista, pautada no tempo de permanência do visitante no 
local de destino. Quais são as principais razões para se realizar 
essa distinção entre turistas e excursionistas?
VISITANTE INTERNO
2 GRUPOS:
17
Atividade de aprendizagem da seção
1. Segundo a OMT (2001), o turismo compreende as atividades que as 
pessoas realizam durante suas viagens e estadas em lugares diferentes do 
seu entorno habitual, por um período consecutivo inferior a um ano, com 
finalidade de lazer, negócios ou outra. Os elementos ou fatores básicos que 
constituem as atividades turísticas estão em constante relação e devem 
sempre ser considerados em conjunto, uma vez que se influenciam direta-
mente. Quando afirmamos que é o organismo de caráter público ou privado, 
como as agências de viagens, as companhias de transporte, os aplicativos de 
suporte às atividades turísticas e os demais órgãos que atuam na organização 
e/ou promoção do turismo, estamos nos referindo a qual elemento ou fator 
básico do turismo?
Assinale a alternativa correta:
a. Demanda turística.
b. Oferta turística.
c. Espaço geográfico.
d. Autoridade aeroviária.
e. Operador de mercado. 
2. A demanda turística pode ser classificada em três grupos de pessoas, sendo 
eles, os viajantes, visitantes e turistas (OMT, 2001). Cada grupo possui especifici-
dades em termos sociodemográficos e em relação às motivações para o consumo 
de produtos e serviços turísticos, e a compreensão das características de cada grupo 
se mostra essencial na elaboração de estratégias eficazes de marketing e vendas.
Como designamos uma demanda composta por uma pessoa que partiu 
com seu iate para um cruzeiro pela Grécia e, lá chegando, desembarcou e 
permaneceu em visitação numa ilha durante o dia, mas não pernoitou em 
alojamento privado ou coletivo, mesmo que tenha permanecido no porto 
da ilha durante vários dias? Assinale a alternativa correta:
a. Visitante interno turista.
b. Visitante interno excursionista.
c. Visitante internacional excursionista.
d. Visitante internacional turista.
e. Outros visitantes.
18
Seção 2
Oferta turística
Introdução à seção
Caro aluno, nesta segunda seção, discutiremos os conceitos que definem 
o segundo elemento essencial para a realização das atividades turísticas: 
a oferta turística. Você poderá entender como ela é definida pela OMT 
(2001) e que é muito mais do que somente produtos e serviços oferecidos 
aos turistas. Apresentaremos os principais elementos que compõem a oferta 
turística, como o atrativo turístico, que pode ser considerado a matéria-
-prima do turismo em um determinado local ou destino; também, o conceito 
de produto turístico, considerando uma visão integrada de elementos que, 
quando analisados individualmente, podem ter baixo valor para a oferta turís-
tica, porém, quando analisados em conjunto, formam um valioso produto 
turístico. Aprofundando a análise acerca do produto turístico, mostraremos 
as três dimensões fundamentais do produto turístico, compostas pelos 
recursos turísticos, pela infraestrutura básica e pelos serviços, os quais, em 
conjunto, têm a missão de atender às necessidades e aos desejos de turistas e 
demais visitantes.
2.1 Oferta turística
Na última seção, apresentamos os elementos básicos que compõem as 
atividades turísticas, considerando a demanda turística, a oferta turística, 
o espaço geográfico e os operadores de turismo e abordando com maior 
profundidade os conceitos inerentes aos elementos da demanda turística. 
Dando sequência à discussão conceitual acerca dos elementos que compõem 
as atividades turísticas, agora, abordaremos as definições sobre a oferta turís-
tica, a qual se relaciona de forma dinâmica e constante com a demanda, para 
que as atividades turísticas possam acontecer. 
Seguindo ainda os conceitos propostos pela OMT para padronização dos 
termos utilizados na atividade turística, a oferta turística pode ser definida 
como: “O conjunto de produtos turísticos e serviços postos à disposição do 
usuário turístico num determinado destino, para seu desfrute e consumo” 
(OMT, 2001, p. 43). Ela não pode ser resumida somente aos produtos e 
serviços colocados à disposição dos turistas, é necessário considerar todos os 
elementos que a compõem, como a paisagem natural do destino turístico, as 
políticas públicas locais de incentivo e suporte ao turismo, a infraestrutura 
local disponível ao turista, entre outros aspectos. 
DEFINIÇÃO: OFERTA TURÍSTICA
CLASSIFICAÇÃO BASEADA NO CONCEITO DE GASTOS TURÍSTICOS: 
De acordo com isso, a oferta turística é classificada segundo os tipos de produtos ou serviços que são comercializados na atividade turística.
19
Com o intuito de categorizar os diferentes tipos de oferta turística, a 
OMT propôs, em 1996, uma classificação baseada no conceito de gastos 
turísticos, que pode ser descrito como: “todo gasto de consumo efetuado 
por um visitante ou por conta de um visitante, durante seu deslocamento 
e sua estada no local de destino” (OMT, 2001, p. 44). De acordo com isso, a 
oferta turística é classificada segundo os tipos de produtos ou serviços que 
são comercializados na atividade turística. 
Vale ressaltar que essa classificação não é estagnada no tempo, pois, à 
medida que novos produtos e serviços são implementados na oferta turística, 
alterando a forma como esse elemento da oferta é consumido pelo visitante, 
novas categorias podem surgir.Também, um tipo de gasto pode estar 
presente em mais de uma categoria, como um museu que ofereça alimentos 
e bebidas, além de atividades culturais. 
O quadro a seguir apresenta alguns exemplos das principais categorias da 
oferta turística, segundo o conceito de gastos turísticos descrito pela OMT (2001):
Quadro 1.1 | Categorias de oferta turística segundo o conceito de gastos turísticos
Categoria Exemplos de gastos
Alojamento
Acampamento 
Hotel 
Motel 
Resort 
Castelo 
Pensão, Apartamento, Trailer
Alimentação
Restaurante 
Lanchonete 
Feira 
Barraca/Trailer 
Bares 
Padaria 
Mercados
Lazer, cultura, 
atividades esportivas
Atividades recreativas 
Visitas a atrações, como parques, museus, feiras, 
estádios, entre outras 
Convenções 
Festivais e eventos 
Estudos 
Esportes
PRINCIPAIS CATEGORIAS DA OFERTA TURÍSTICA:
20
Categoria Exemplos de gastos
Compras
Lojas de souvenir 
Lojas de artesanato 
Feiras locais 
Lojas de materiais esportivos 
Shopping center
Transporte
Navio 
Bicicleta 
Avião 
Trem 
Táxi 
Automóvel 
Motoristas de aplicativo
Fonte: elaborado pelo autor com base em OMT (2001, p. 44).
Ao analisar a oferta turística, é importante considerar os principais fatores 
motivadores que atraem os turistas para determinado local, dessa forma, o 
atrativo turístico constitui o fator principal que motiva o deslocamento de 
turistas para um determinado destino, ou seja, é a matéria-prima do turismo 
daquele local, sem a qual não existiria a oferta turística nele. 
Em linhas gerais, é possível dividir os atrativos turísticos em naturais e 
culturais. Aqueles são todos os que já existem naturalmente, ou seja, não 
foram produzidos pelo homem; e estes são atrativos criados e constru-
ídos pelo homem, tanto com a intenção de atrair turistas, como é o caso 
de parques temáticos, cassinos ou museus, quanto sem essa intenção, mas 
acabam se tornando atrativos turísticos com o passar do tempo, como é o 
caso catedrais, igrejas e demais monumentos históricos. 
Segundo o Manual de Inventário da Oferta Turística (BRASIL, 2011), 
os atrativos turísticos podem ser classificados em naturais, culturais, ativi-
dades econômicas, realizações técnico-científicas e eventos programados. Os 
três últimos atrativos citados também fazem parte do grupo dos atrativos 
turísticos culturais. É possível verificar, no quadro a seguir, alguns exemplos 
de atrativos turísticos classificados segundo a proposta do Ministério do 
Turismo (BRASIL, 2011).
ATRATIVOS TURÍSTICOS 
21
Quadro 1.2 | Classificação dos atrativos turísticos
Categoria Exemplos de atrativos
Naturais
Montanhas 
Planaltos e planícies 
Costas ou litoral 
Terras insulares 
Hidrografia 
Quedas d’água 
Fontes hidrominerais e/ou termais 
Unidades de conservação 
Cavernas, grutas e furnas 
Áreas de caça e pesca 
Flora 
Fauna
Culturais
Sítios históricos 
Edificações 
Obras de arte 
Esculturas e monumentos 
Instituições culturais 
Festas e celebrações 
Gastronomia típica 
Artesanato 
Música e dança 
Feiras e mercados
Atividades econômicas
Agropecuária 
Extrativismo 
Indústria
Realizações técnico-científicas
Parque tecnológico 
Parque industrial 
Museu tecnológico 
Centro de pesquisa 
Usina hidrelétrica / Barragem / Eclusa 
Planetário 
Aquário 
Viveiro 
Exposição técnica 
Exposição artística 
Ateliê 
Zoológico 
Jardim Botânico
Eventos programados
Congressos e convenções 
Feiras e exposições 
Realizações diversas
Fonte: elaborado pelo autor (2019).
Os atrativos turísticos também podem ser classificados de acordo com 
sua importância para o contexto turístico dos locais onde se situam, de forma 
que, na maior parte das vezes, os atrativos mais valiosos são aqueles mais 
CLASSIFICAÇÃO DOS ATRATIVOS TURÍSTICOS
22
singulares ou originais, ou seja, aqueles que só podem ser encontrados em 
determinados locais e, portanto, atraem uma quantidade significativa de 
pessoas de outros locais para visitação. É importante ressaltar que a impor-
tância dos atrativos turísticos pode variar de acordo com as preferências de 
cada turista, por exemplo, um templo religioso, o qual pode ser um grande 
motivador para turistas de uma determinada religião, porém não ser atrativo 
para pessoas de crenças diferentes. 
Os atrativos turísticos também podem ser hierarquizados segundo crité-
rios, como o estado de conservação, a segurança do local, as condições de 
visitação, o preço, as características do entorno, a localização, os meios de 
acesso, o tempo necessário para conhecer o local, entre outros. Os guias de 
turismo servem como fontes de orientação aos turistas sobre a importância 
e a qualidade dos atrativos turísticos, porém ressaltamos que cada guia pode 
utilizar o conjunto de critérios que considera mais adequado para realizar 
sua própria classificação.
Ainda existem muitas discussões conceituais a respeito da diferenciação 
entre atrativos turísticos e produtos turísticos. Para fins desta obra, adotamos 
o conceito apresentado pelo Estudo de Competitividade de Produtos Turísticos 
(2011), publicado pelo SEBRAE, em parceria com o Ministério do Turismo e 
a Fundação Getúlio Vargas. Segundo esse estudo, à medida que os atrativos 
turísticos passam a ser explorados estrategicamente pelos gestores locais 
para obtenção de renda oriunda de atividades turísticas, é necessário que 
eles passem a ser formatados como produtos turísticos, ou seja, para que 
os atrativos turísticos possam gerar valor econômico ao destino turístico é 
necessário que a infraestrutura, os serviços e os equipamentos que poderão, 
em conjunto, satisfazer às necessidades e aos desejos dos turistas naquele 
local sejam incorporados a eles. De acordo com esse conceito, a oferta é 
composta por um conjunto de elementos que, quando agrupados, consti-
tuem um produto turístico. Tais elementos teriam pouco ou nenhum valor se 
observados individualmente, porém, quando agrupados, podem constituir 
um valioso produto turístico (IGNARRA, 2013).
Barbosa (2009) realiza uma análise dos diversos conceitos apresentados 
por estudiosos da área acerca do produto turístico. Dentre os que foram 
analisados, estão os propostos por Valls (1996), Acerenza (1990), Kotler et al. 
(1997), Muñoz (1994), entre outros autores. Para Barbosa (2009), existem três 
dimensões fundamentais do produto turístico, sendo elas: Recursos Turísticos 
(naturais e socioculturais); Infraestruturas (transportes, comunicações e 
demais facilidades); e Serviços (oferecidos pelas empresas de serviços).
IMPORTÂNCIA DOS ATRATIVOS TURÍSTICOS
ATRATIVOS TURÍSTICOS HIERARQUIZADOS
ATRATIVOS TURÍSTICOS E PRODUTOS TURÍSTICOS
3 DIMENSÕES FUNDAMENTAIS DO PRODUTO TURÍSTICO:
23
Para saber mais
O produto turístico é alvo de diversas discussões entre os estudiosos 
da área do turismo. Muitas definições foram propostas, sempre 
havendo pontos convergentes e divergentes entre elas. Alberto Josefá 
Barbosa realiza uma análise bastante robusta e interessante a respeito 
das diversas definições dadas ao produto turístico, demonstrando os 
aspectos comuns entre elas e promovendo uma rica discussão sobre o 
assunto. Leia seu artigo, disponível no link a seguir, e conheça melhor o 
produto turístico.
BARBOSA, Alberto Josefá. Reflexões sobre o conceito de produto turís-
tico e sua gestão integrada. Desafios para o produto turístico “Santo 
Antão”. Revista Tur y Des, v. 2, n. 6, nov. 2009. Disponível em: http://
www.eumed.net/rev/turydes/06/ajb.htm. Acesso em: 12 jul. 2019.
É possível depreender, dos conceitos apresentados nesta seção, que o produto 
turístico é composto pelo atrativo turístico acrescido da infraestrutura e dos 
serviços e equipamentos que possibilitam o atendimento das necessidades e dos 
desejos dos turistas; também, que as três dimensões fundamentais que compõem 
o produto turístico são os recursos turísticos, a infraestrutura e os serviços. 
Então, surge a dúvida sobre as diferenças conceituais entre o atrativo turístico e 
os recursos turísticos. Essa questão ainda é motivo de argumentações divergentesentre os estudiosos da área, porém, para fins deste estudo, adotamos o argumento 
apresentado pela OMT (2001, p. 121), segundo o qual se entende que “os recursos 
em sua forma original não são mais que a matéria-prima dos futuros atrativos”. 
Assim, percebe-se que a distinção entre atrativo turístico e recurso turístico se 
dá na forma como os recursos se apresentam no destino turístico, uma vez que 
configuram elementos capazes de atrair visitantes, mas que ainda não os recebem 
por falta de divulgação ou estrutura mínima, ou seja, são atrativos turísticos 
em potencial.
A segunda dimensão fundamental do produto turístico é caracterizada pela 
infraestrutura disponível para atendimento das necessidades e dos desejos dos 
turistas. As estruturas que possibilitam o desenvolvimento e o funcionamento 
dos atrativos turísticos são essenciais para a realização das atividades turísticas 
e podem ser consideradas uma pré-condição para que a exploração do produto 
turístico seja viável. 
No quadro a seguir, são exemplificados alguns tipos de infraestrutura básica 
necessária para atendimento das necessidades dos visitantes. Vale ressaltar que, 
além dos exemplos citados, ainda podem existir diversos tipos de infraestrutura 
necessária para o desenvolvimento do turismo, os quais variam de acordo com a 
formatação do produto turístico que se pretende ofertar.
Depreender significa: chegar ao conhecimento de alguma coisa; perceber; deduzir; concluir.
PRODUTO TURÍSTICO
24
Quadro 1.3 | Infraestrutura básica
Tipos de Infraestrutura Exemplos
Acessos
Rodovias
Ferrovias
Fluviovias
Terminais de passageiros aéreos, rodoviários, ferroviá-
rios, marítimos e fluviais
Saneamento
Captação, tratamento e distribuição de água
Coleta, tratamento e despejo de esgotos
 Coleta e tratamento de lixo
Energia Produção e distribuição de energia
Comunicações
Rede de telefonia fixa e celular
Antenas de captação de rádio e televisão
Serviços de correios
Postos telefônicos
Distribuição de gás
Fonte: adaptado de Ignarra (2013, p. 70).
A terceira dimensão fundamental que faz parte do produto turístico é 
caracterizada pelos serviços, os quais, incialmente, podem ser classificados 
em serviços turísticos, à medida que são formatados para serem ofertados 
ao público de turistas e demais visitantes, porém, os turistas, para o atendi-
mento completo de suas necessidades, utilizam serviços que não são necessa-
riamente turísticos, pois são formatados para utilização de todos, residentes 
ou turistas. Assim, os serviços que compõem o produto turístico podem ser 
turísticos e os demais serviços disponíveis no destino turístico.
Os serviços também podem ser diferenciados entre públicos e privados. 
Aqueles, na maior parte das vezes, são mais básicos e têm como principal 
objetivo o atendimento das necessidades da população local, porém, também 
são essenciais para que as atividades turísticas possam ser realizadas em 
determinados locais. Assim, “os serviços são muito importantes para viabi-
lizar fluxos turísticos e diferem dos serviços turísticos por não ter nos turistas 
seus únicos usuários. São serviços de suma relevância tanto para a população 
local como para a população visitante” (IGNARRA, 2013, p. 69). No quadro 
a seguir, estão relacionados os principais tipos de serviços públicos que 
INFRAESTRUTURA BÁSICA NECESSÁRIA PARA O DESENVOLVIMENTO DO TURISMO
25
funcionam como apoio à realização das atividades turísticas e à oferta do 
produto turístico.
Quadro 1.4 | Serviços públicos de apoio ao turismo
Tipos de Serviço Exemplos
Transportes
Ônibus, metrô, teleférico, bonde, trem, transporte 
aquático, serviços disponíveis em aeroportos, ferroviá-
rias, rodoviárias e portos.
Serviços bancários Agências bancárias, caixas eletrônicos e serviços de câmbio.
Serviços de saúde Farmácias, prontos-socorros, hospitais, clínicas e maternidades.
Serviços de segurança Polícia, Corpo de Bombeiros e serviços de salva-vidas.
Serviços de informação Posto de informações turísticas, sinalização turística, totens de informação, mapas e guias turísticos.
Serviços de comunicação Postos telefônicos, orelhões, rádio, televisão e internet.
Serviços de apoio a motoristas Postos de abastecimento, oficinas mecânicas, borracha-rias e lojas de autopeças.
Comércio turístico Lojas de conveniência, lojas de artesanato e lojas de produtos típicos.
Fonte: adaptado de Ignarra (2013, p. 67).
O Quadro 1.4 apresentou alguns exemplos de serviços públicos que 
podem fazer parte do produto turístico, porém, vale lembrar que muitos 
outros serviços públicos podem estar atrelados ao atendimento a turistas, de 
acordo com a administração pública responsável por apoiar a oferta turística.
Complementando o pacote de serviços públicos, existem os serviços que 
atendem os turistas por meio da iniciativa privada. Eles são essenciais ao 
produto turístico e, muitas vezes, responsáveis pela maior parte dos gastos 
dos visitantes. É importante destacar que um mesmo serviço pode ser 
ofertado pela iniciativa pública ou privada, de acordo com as políticas e estru-
turas de gestão do destino turístico. No quadro a seguir, são apresentados os 
principais tipos de serviços que compõem a maior parte dos produtos turís-
ticos ofertados atualmente, sempre destacando que eles não se esgotam nos 
apresentados neste trabalho, havendo uma série de outros diferentes sendo 
criados e ofertados a todo momento.
SERVIÇOS PÚBLICOS DE APOIO AO TURISMO
26
Quadro 1.5 | Principais serviços que compõem o produto turístico
Tipos de Serviço Exemplos
Meios de hospedagem
Hotéis, resorts, flats, pousadas, pensões, pensionatos, 
lodges, hospedarias, albergues, B&B, navios de cruzeiro, 
campings, colônias de férias, imóveis de aluguel.
Alimentação Restaurantes, lanchonetes, sorveterias, docerias, padarias, bares, quiosques, barracas.
Transportes turísticos Aéreo, rodoviário, ferroviário, aquático.
Locações de veículos e 
equipamentos
Carros, motos, bicicletas, embarcações, equipamentos 
esportivos.
Eventos Feiras, shows, convenções, palestras, encontros, eventos esportivos, eventos culturais.
Entretenimentos
Boates, danceterias, clubes, estádios, ginásios, cinemas, 
teatro, parques de diversão, boliches, pistas de patinação, 
campos de golfe, hipódromos, velódromos, autódromos, 
marinas, mirantes.
Informação turística Guias, mapas, postos de informação, jornais, revistas.
Comércio turístico Lojas de souvenirs, lojas de conveniência, lojas de artesana-to, joalherias.
Fonte: adaptado de Ignarra (2013, p. 64).
Nesta seção, explanamos conceitos relevantes a respeito da oferta turís-
tica, considerando as definições dos elementos essenciais que compõem 
a oferta, como o atrativo turístico e o produto turístico, perpassando 
elementos, como os recursos turísticos, a infraestrutura básica e os serviços. 
Vale ressaltar que esta seção teve o intuito de apresentar conceitualmente 
os principais elementos da oferta turística, porém destacamos que muitos 
autores citam diversos outros elementos inerentes à oferta turística, como 
a gestão integrada do produto turístico, a imagem da marca e as estratégias 
de precificação.
Na próxima seção, analisaremos os demais elementos básicos que consti-
tuem o conceito de atividade turística: o espaço geográfico e os operadores 
de mercado.
27
Questões para reflexão
1. Os atrativos turísticos podem ser considerados a matéria-prima do 
turismo, pois a partir deles são formatados os produtos turísticos, 
para que as atividades turísticas possam ser realizadas. Muitas 
regiões possuem atrativos turísticos fechados para visitação. Quais 
são os principais motivos que impedem a exploração turística de 
atrativos inexplorados? Esses motivos são justificáveis?
2. Nesta seção, apresentamos os elementos básicos que compõem 
o produto turístico: recursos, infraestrutura e serviços. Porém, 
muitos autores atribuem diferentes elementos a esse conceito, 
como a imagem da marca, o preço, a gestão integrada, ente outros. 
Após ler o artigode Barbosa, discorra sobre quais seriam, em sua 
opinião, os elementos essenciais que compõem o produto turístico.
Atividade de aprendizagem da seção
1. A oferta turística é um elemento essencial para a realização das atividades 
turísticas e se relaciona de forma dinâmica e constante com a demanda, 
para que as atividades turísticas possam acontecer. A oferta é um conceito 
complexo, formado por diversos elementos.
Analise as asserções a seguir e identifique as corretas:
I. O atrativo turístico constitui o fator principal que motiva o desloca-
mento de turistas para um determinado destino, ou seja, a matéria-
-prima do turismo daquele local, sem a qual não existiria a oferta 
turística naquele destino turístico.
II. Os atrativos classificados como atividades econômicas, realizações 
técnico-científicas e eventos programados também fazem parte do 
grupo dos atrativos turísticos culturais.
III. A importância dos atrativos turísticos pode variar de acordo com as 
preferências de cada turista.
É correto o que se afirma em:
a. I, II e III.
b. I e II, apenas.
c. II e III, apenas. 
d. I e III, apenas.
e. I, apenas.
28
2. A oferta turística é composta por um conjunto de elementos que, quando 
agrupados, constituem um produto turístico. Esse conjunto de elementos, os 
quais teriam pouco ou nenhum valor se considerados individualmente, quando 
são agrupados, podem constituir um relevante e valioso produto de turismo.
Avalie as asserções a seguir, verifique se são verdadeiras (V) ou falsas (F) e 
escolha a alternativa correspondente:
( ) O produto turístico é composto pelo atrativo turístico acrescido da infra-
estrutura e dos serviços e equipamentos que possibilitam o atendimento das 
necessidades e dos desejos dos turistas.
( ) A distinção entre atrativo turístico e recurso turístico se dá na forma 
como os recursos se apresentam no destino turístico, uma vez que confi-
guram elementos capazes de atrair visitantes, mas que ainda não os recebem 
por falta de divulgação ou estrutura mínima, ou seja, são atrativos turísticos 
em potencial.
( ) A infraestrutura disponível para atendimento das necessidades e dos 
desejos dos turistas possibilita o desenvolvimento e o funcionamento dos 
atrativos turísticos, porém não é uma estrutura considerada essencial para a 
realização das atividades turísticas.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a. V – V – V.
b. V – V – F.
c. V – F – V.
d. F – V – V.
e. V – F – F. 
29
Seção 3
Espaço geográfico e operadores do mercado 
turístico
Introdução à seção
Caro aluno, na terceira seção, você conhecerá conceitualmente os 
espaços turísticos, sendo capaz de entender como são organizados os 
diversos tipos de espaços geográficos onde são realizadas as atividades turís-
ticas. Considerando que essas atividades não respeitam limites geográficos 
formais, como municípios, estados ou regiões, propomos formas de classifi-
cação que refletem os espaços geográficos direcionados para atividades turís-
ticas, por exemplo, os núcleos turísticos, centros turísticos, complexos turís-
ticos, entre outros. Você também entenderá como funcionam os operadores 
do mercado turístico na função de agentes facilitadores na comercialização 
do produto turístico, assim como a importância desses agentes na realização 
das atividades turísticas, as quais, muitas vezes, não seriam possíveis sem a 
intervenção desses agentes facilitadores. Por fim, apresentaremos uma breve 
discussão sobre o impacto da tecnologia como transformadora do processo 
de comercialização e consumo do produto turístico.
3.1 Espaço geográfico e operadores do mercado turístico
Ao longo das duas seções iniciais, apresentamos os elementos básicos que 
compõem a atividade turística, a qual “[...] é composta por uma combinação 
de produtos e serviços ofertados para satisfazer às expectativas dos visitantes 
durante sua experiência turística” (OMT, 2001, p. 46). Incialmente, desta-
camos a demanda turística; em seguida, a oferta turística; e agora, concluindo 
esta unidade, o espaço geográfico e as operadoras do mercado turístico. 
Para que a experiência turística possa acontecer, é essencial que o visitante 
se desloque de seu entorno habitual para um determinado espaço geográ-
fico, um determinado local ou destino. A chegada ao destino turístico está 
relacionada ao objetivo principal do visitante, ou seja, “o destino turístico é o 
lugar para onde tem de se deslocar a demanda, a fim de consumir o produto 
turístico [...] esse destino constitui o objetivo do turista” (OMT, 2001, p. 47).
A determinação do espaço geográfico que constitui o destino turístico pode 
ser muito complexa, uma vez que as atividades turísticas nem sempre respeitam 
os limites geográficos formais definidos pelo homem, como bairros, municí-
pios ou estados. Assim, com o intuito de se definir termos que representem 
30
esses espaços, mostraremos alguns conceitos que remetem ao espaço geográ-
fico onde são realizadas atividades turísticas ou espaços turísticos. 
Segundo Boullón (1997, p. 66), o espaço turístico pode ser definido como 
“a consequência da presença e distribuição territorial dos atrativos turísticos 
que, não se deve esquecer, são a matéria-prima do turismo”. Assim, partindo 
desse conceito, apresentamos as definições a seguir, baseadas nas definições 
relacionadas por Ignarra (2013).
• Núcleo turístico: compreende um conjunto de atrativos turís-
ticos, sempre inferior a 10 atrativos, os quais não se comunicam 
com outros núcleos, ou seja, é um conjunto pequeno e isolado de 
atrativos turísticos.
• Complexo turístico: são atrativos turísticos que já não estão isolados 
e dispõem de alguma infraestrutura de apoio às atividades turísticas, 
como alimentação, hospedagem e entretenimento, mas ainda não 
constituem um centro urbano.
• Centro turístico: consiste em um aglomerado urbano que contém 
atrativos turísticos em seu território ou raio de influência. 
• Área turística: consiste em um território circundante a um centro 
turístico, contendo vários atrativos, estrutura de transporte e comuni-
cação ligando todos os elementos ao centro. Alguns autores deter-
minam um mínimo de 10 atrativos turísticos para se constituir uma 
área turística.
• Zona turística: caracterizada por um território mais amplo, onde 
estão inseridos mais de um centro turístico.
Além dos conceitos descritos acerca dos espaços turísticos, Ignarra 
(2013) também apresenta algumas variações deles, as quais, muitas vezes, 
os complementam, pois constituem espaços onde são realizadas atividades 
turísticas. Dentre esses conceitos complementares, podemos citar:
• Corredores turísticos: vias que interligam vários centros turísticos 
ou áreas turísticas; também, podem interligar portões de entrada das 
zonas turísticas e os seus respectivos centros turísticos. Esse conceito 
vai além das simples vias de acesso, são faixas territoriais que servem 
de ligação entre elementos da oferta turística e que, muitas vezes, 
constituem um atrativo turístico por si só. Como exemplo, podem 
ser citadas estradas litorâneas, as quais, por sua beleza e oferta de 
produtos e serviços turísticos em seu entorno, podem ser conside-
radas um atrativo turístico, além de ligar os centros turísticos das 
cidades litorâneas.
DEFINIÇÃO: ESPAÇO TURÍSTICO - IGNARRA 2013
31
• Polo turístico: caracteriza o ponto central de uma área ou zona turís-
tica, trata-se do centro turístico mais equipado em termos de serviços 
e infraestrutura, que tem o papel de atrair a demanda turística e, a 
partir dele, irradiá-la por toda a região em seu entorno.
• Portões de entrada: locais onde está concentrada a entrada e/ou saída 
de turistas de uma determinada zona turística, geralmente, são locais 
com disponibilidade de aeroporto, porto ou posto de fronteira. Muitas 
vezes, o portão de entrada pode também caracterizar um centro turís-
tico ou polo turístico.
• Cluster turístico: conjunto de atrativos com significativo diferen-
cial turístico, com equipamentose serviços de qualidade, estrutura 
gerencial integrada e profissionalizada, concentrado em um espaço 
geográfico bem definido. Normalmente, é ofertado como um produto 
turístico diferenciado.
O último elemento básico que compõe as atividades turísticas é definido 
pelas operadoras do mercado turístico, ou operadoras de turismo. A definição 
conceitual pode ser observada a seguir:
As operadoras de turismo são aqueles agentes que parti-
cipam da atividade turística, geralmente, na qualidade de 
intermediários entre o consumidor final (o turista, a demanda 
turística) e o produto turístico (bem ou serviço, destino turís-
tico), ainda que possam estender sua ação mediadora ao 
resto da oferta complementar (alimentação, hotel, conjunto 
de oferta de alojamento, etc.). (OMT, 2001, p. 47)
A partir dessa definição, é possível depreender que as operadoras de 
turismo, na qualidade de intermediárias entre a demanda e a oferta turís-
tica, atuam como um agente de distribuição do produto turístico, ou seja, 
são agentes facilitadores que aumentam a propensão das pessoas viajarem 
e praticarem atividades turísticas, pois facilitam o aceso dessas pessoas às 
informações, pessoas, empresas e demais elementos inerentes ao processo 
de comercialização dos produtos turísticos, para que os potenciais turistas 
possam tomar as melhores decisões no momento de definirem suas viagens. 
Pode-se considerar aqui todas as modalidades de operadoras de turismo, 
como as agências de viagem e centrais de reserva.
É característica das operadoras de turismo a facilitação do consumo do 
produto turístico e, geralmente, a responsabilidade de torná-lo possível, 
porém é importante destacar que, de acordo com sua função, as operadoras 
CLUSTER
OPERADORAS DO MERCADO TURÍSTICO OU OPERADORAS DE TURISMO
32
não fazem parte da oferta turística ou do produto turístico em si. Os 
turistas relacionam o consumo do produto turístico às experiências vividas 
no destino turístico, ou muitas vezes até ao processo de deslocamento até 
o destino, porém o transporte em si e a operadora que comercializa esse 
produto ficam à parte da experiência e assim devem permanecer, conside-
rando que o consumo do produto turístico se realize conforme planejado 
previamente pelos turistas.
 Existem casos em que operadoras turísticas de grande porte, além de 
realizarem a comercialização do produto turístico, também se inserem na 
oferta turística quando, por exemplo, são sócias de uma rede hoteleira ou de 
uma rede de restaurantes, atuando de maneira ativa na forma como produtos 
e serviços são ofertados aos turistas. Nesses casos, as operadoras passam a 
fazer parte também da gestão da oferta turística.
 Por fim, é importante destacar o papel da tecnologia como modificadora 
do processo de comercialização dos produtos turísticos. Atualmente, muitos 
sistemas e aplicativos facilitam a conexão entre os turistas e os produtos e 
serviços necessários para realizarem suas viagens, diminuindo a dependência 
junto às operadoras. Percebe-se, então, que o processo comercial do produto 
turístico está mudando, e tendências indicam pela maior independência das 
pessoas no processo de planejamento e no consumo de produtos turísticos. 
Podemos citar como exemplo de sistema o aplicativo Airbnb, que conecta 
os visitantes aos meios de hospedagem disponíveis no destino, os quais, na 
maioria das vezes, são caracterizados por imóveis particulares; também, há 
sites, como Trivago, que conecta o visitante aos meios de hospedagem comer-
ciais que existem no destino, facilitando o processo de pesquisa e tomada de 
preços, assim com o Decolar, que facilita o processo de pesquisa e tomada de 
preços no processo de compra de passagens aéreas.
Para saber mais
Nesta seção, mostramos diversas formas de se classificar os espaços 
geográficos onde são realizadas atividades turísticas. Para conhecer 
melhor como eles são organizados, visite os sites indicados a seguir, nos 
quais você poderá ver um exemplo real de um espaço turístico com as 
características de cada termo apresentado. 
Núcleo turístico: www.valledeiruelas.com. Acesso em: 2 set. 2019.
Complexo turístico: www.costadosauipe.com.br. Acesso em: 2 set. 
2019.
Centro turístico: www.centrocomercialdaexpoville.com.br. Acesso em: 
2 set. 2019.
Zona turística: www.turismosantos.com.br. Acesso em: 2 set. 2019.
33
Corredores turísticos: www.maisrio.com.br/o-corredor-tur%C3%ADstis-
co/%E2%80%A2-o-corredor-tur%C3%ADstico-da-cidade-do-rj. Acesso 
em: 2 set. 2019.
Polo turístico: www.bahiassol.com. Acesso em: 2 set. 2019.
Portões de entrada: http://observatorio.turismo.ba.gov.br/noticias/
chegadas-de-turistas-ao-brasil-por-via-aerea-e-portoes-de-entrada/. 
Acesso em: 2 set. 2019.
Cluster turístico: www.discoverpuertoplata.com/es/. Acesso em: 2 set. 2019.
Questões para reflexão
1. As operadoras de turismo se fundamentam na distribuição dos 
produtos turísticos, facilitando o acesso da demanda a eles. Com 
o intuito de promover a venda deles, muitas operadoras montam 
um pacote turístico que inclui todas as etapas necessárias para 
que o turista possa viver a experiência turística. Quais são as 
etapas que compõem o pacote turístico e como ele facilita a 
comercialização do produto turístico?
2. Ao final desta seção, realizamos uma breve explanação a respeito 
das novas tecnologias que promovem mudanças na forma como 
o produto turístico é comercializado, impactando diretamente 
na atuação das operadoras de turismo. Citamos alguns exemplos 
de novas tecnologias que aproximam a demanda turística dos 
produtos e serviços que são necessários para realizar as atividades 
turísticas que desejam. Quais outros sistemas e aplicativos, que 
facilitam a aproximação entre demanda e oferta turística, podem 
ser citados? Existem processos relacionados à comercialização de 
produtos turísticos que ainda podem ser automatizados?
Atividade de aprendizagem da seção
1. É essencial que o visitante se desloque de seu entorno habitual para um 
determinado espaço geográfico, local ou destino, para que a experiência 
turística possa acontecer. O objetivo principal do visitante é a chegada ao 
destino turístico, que é o lugar para onde tem de se deslocar a demanda, a 
fim de consumir o produto turístico. O destino turístico possui os atrativos 
turísticos, que são a matéria-prima do turismo..
Assinale a alternativa que corresponde à correta descrição de um complexo 
turístico:
http://www.maisrio.com.br/o-corredor-tur%C3%ADstico/%E2%80%A2-o-corredor-tur%C3%ADstico-da-cidade-do-rj
http://www.maisrio.com.br/o-corredor-tur%C3%ADstico/%E2%80%A2-o-corredor-tur%C3%ADstico-da-cidade-do-rj
http://observatorio.turismo.ba.gov.br/noticias/chegadas-de-turistas-ao-brasil-por-via-aerea-e-portoes-de-entrada/
http://observatorio.turismo.ba.gov.br/noticias/chegadas-de-turistas-ao-brasil-por-via-aerea-e-portoes-de-entrada/
34
a. Consiste em um território circundante a um centro turístico, contendo 
vários atrativos, estrutura de transporte e comunicação ligando todos 
os elementos ao centro.
b. Compreende um conjunto de atrativos turísticos, sempre inferior a 10 
atrativos, os quais não se comunicam com outros núcleos, ou seja, é 
um conjunto pequeno e isolado de atrativos turísticos.
c. São atrativos turísticos que não estão isolados e dispõem de alguma 
infraestrutura de apoio às atividades turísticas, como alimentação, hospe-
dagem e entretenimento, mas ainda não formam um centro urbano.
d. Consiste em um aglomerado urbano que contenha atrativos turísticos 
em seu território ou raio de influência.
e. Caracteriza-se por ser um território mais amplo, onde estão inseridos 
mais de um centro turístico.
2. As operadoras de turismo são os agentes que participam da atividade 
turística, geralmente, na qualidade de intermediários entre o consumidor 
final (o turista, a demanda turística) e o produto turístico (bem ou serviço, 
destino turístico). Analise as asserções a seguir, a relação entre elas e escolha 
a alternativa correta:
I. As operadoras de turismo,na qualidade de intermediárias entre a 
demanda e a oferta turística, atuam como um agente de distribuição 
do produto turístico.
PORQUE
II. As operadoras de turismo são agentes facilitadores que aumentam 
a propensão das pessoas viajarem e praticarem atividades turísticas, 
pois facilitam o aceso dessas pessoas às informações, empresas e 
demais elementos inerentes ao processo de comercialização dos 
produtos turísticos, para que os potenciais turistas possam tomar as 
melhores decisões no momento de definirem suas viagens.
A respeito dessas asserções, assinale a alternativa correta:
a. As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II justifica a I.
b. As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não justifica a I.
c. A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II, falsa.
d. A asserção I é uma proposição falsa, e a II, verdadeira.
e. As asserções I e II são proposições falsas.
35
Fique Ligado!
Nesta unidade, você aprendeu os conceitos que fundamentam os estudos 
e as discussões na área de turismo, dentre eles, a demanda e a oferta turística, 
os espaços geográficos e os operadores do mercado turístico, perpassando os 
aspectos que definem o turista, o produto turístico e o destino turístico. Com 
certeza, você compreendeu bem os pontos aqui relacionados, para que possa 
se tornar um profissional bem embasado conceitualmente na área de turismo.
Para concluir o estudo da unidade
Prezado aluno, nesta unidade, você observou os principais conceitos que 
embasam os estudos na área de turismo. Com o domínio deles, você estará apto 
a discutir assuntos relacionados à área em níveis acadêmico e profissional, assim 
como desenvolver seus próprios estudos, produzindo artigos, manuais, guias e 
demais produções textuais acadêmicas e/ou profissionais. Esses conceitos são 
essenciais para todo e qualquer profissional ou acadêmico que atue na área do 
turismo, porém não são únicos, havendo outros diversos autores e estudiosos 
que apresentam argumentos valiosos para o aprofundamento do conhecimento 
na área. Portanto, não pare seus estudos sobre os aspectos conceituais do turismo, 
você pode aprofundar seu conhecimento analisando os argumentos de outros 
autores, além dos apresentados nesta unidade. Nas referências apresentadas ao 
final desta unidade, você já possui alguns exemplos de estudiosos com propostas 
de discussões muito interessantes. Portanto, continue estudando e aprimorando 
seu conhecimento sobre o turismo!
Atividade de aprendizagem da Unidade
1. O turismo é um fenômeno que envolve perspectivas de agentes diversos. Para 
o turista, está relacionado à busca de experiências e satisfações pessoais; para os 
prestadores de serviço, é um modo de obter resultados financeiros; para o governo, 
é considerado um fator de geração de riqueza para a região sob sua jurisdição; e 
para a comunidade do destino turístico, é uma atividade geradora de emprego e 
renda (IGNARRA, 2013).
No que se refere à atividade turística, esta é constituída de alguns elementos 
básicos. Analise as alternativas a seguir e assinale a que possui os elementos 
básicos da atividade turística segundo a definição da OMT (2001):
a. Demanda turística, espaço geográfico, negócios turísticos e opera-
dores de mercado. 
b. Demanda turística, oferta turística, espaço geográfico e operadores 
de mercado. 
36
c. Demanda turística, complexo turístico, espaço geográfico e entorno 
habitual. 
d. Complexo turístico, oferta turística, negócios turísticos e operadores 
de mercado. 
e. Complexo turístico, oferta turística, espaço geográfico e entorno 
habitual.
2. Leia atentamente o texto a seguir:
“Responsável por injetar R$ 15 bilhões na economia de diversas cidades 
brasileiras, o turismo religioso no Brasil movimenta cerca de 20 milhões 
de viagens todos os anos. No mês de outubro, das 185 atrações e festi-
vidades inscritas no Calendário Nacional de Eventos do Ministério do 
Turismo, 49 estão relacionadas a romarias, círios, procissões, peregrina-
ções e missas. [...] no Sudeste, Aparecida do Norte (SP) é famosa entre 
os turistas religiosos por abrigar o Santuário Nacional de Nossa Senhora 
Aparecida, segundo maior do mundo, atrás apenas da Basílica de São 
Pedro, no Vaticano. [...] Com 143 mil m² de área construída, a basílica 
recebe mais de 12 milhões de romeiros por ano.”.
BRASIL. Turismo religioso movimenta calendário de outubro. 2018. Disponível em: http://www.
brasil.gov.br/noticias/turismo/2018/10/turismo-religioso-movimenta-calendario-de-outubro. 
Acesso em: 18 jul. 2019.)
Alguns destinos turísticos brasileiros têm movimento predominante de 
excursionistas. No que se refere à demanda turística e sua classificação, 
assinale a alternativa que melhor define o excursionista:
a. O excursionista é qualquer pessoa que viaja entre dois ou mais países ou 
entre duas ou mais localidades em seu país de residência habitual, por um 
período não superior a 12 meses. 
b. O excursionista é qualquer pessoa que viaja por motivos alheios ao turismo 
e, por isso, não pode ser considerado estatisticamente como praticante de 
turismo.
c. O excursionista é aquele que pernoita no local visitado por, pelo menos, 
uma noite, independentemente do motivo da visita. 
d. O excursionista, também denominado como visitante de um dia, não 
pernoita no local visitado, deixando-o em até 24 horas após o momento 
da chegada.
e. O excursionista é aquele que viaja por conta própria para locais desconhe-
cidos ou pouco conhecidos, fugindo das grandes massas de turistas. 
37
3. Os atrativos turísticos constituem a oferta turística diferencial de uma 
determinada região turística, pois são responsáveis por promover os fluxos 
turísticos. O consumidor escolhe o destino que visitará, em função da experi-
ência turística que esse destino oferece (SEBRAE, 2017).
Considerando a classificação dos atrativos turísticos em naturais e culturais, 
relacione os exemplos listados a seguir com suas respectivas categorias:
( ) Maior cajueiro do mundo
A imensidão do verde em um dos pontos turísticos de Parnamirim (RN) traz a 
impressão de que o turista está visitando uma verdadeira floresta em meio à cidade. 
Mas não se engane! O local é abrigo de uma única árvore: “O Maior Cajueiro do 
Mundo”. A gigantesca planta, ocupa 8.500 metros de extensão. [...] Para se ter uma 
ideia, se comparar com o tamanho e a produção de um cajueiro convencional, 
equivaleria a 70 árvores destas ocupando um mesmo espaço. O tamanho da planta 
também é compatível com a beleza que o ponto turístico oferece ao visitante. 
(Texto adaptado de: http://www.turismo.gov.br/%C3%BAltimas-not%C3%ADcias/12463-conhe%C3%A7a-a-
tra%C3%A7%C3%B5es-tur%C3%ADsticas-que-viraram-s%C3%ADmbolos-dos-destinos.html. Acesso em: 19 
jul. 2019.)
( ) Sanduíche com nome de cidade
Se é gastronomia com fartura que você quer, então faça as malas e vá para Bauru 
(SP) experimentar o “sandubão” que leva o nome da cidade. O lanche, foi popula-
rizado graças à Casemiro Pinto Neto, conhecido como “o Bauru”, que ao pedir um 
sanduíche em uma lanchonete, sugeriu uma combinação diferente de ingredientes: 
mistura de pão francês (também conhecido como “de sal” ou “cacetinho”), queijo, 
carne e tomate. Na mesma noite, outros frequentadores pediram o novo sanduíche, 
dizendo que queriam “igual ao do Bauru”. E assim nascia um dos mais famosos 
lanches do Brasil, hoje conhecido nacional e internacionalmente. 
(Texto adaptado de: http://www.turismo.gov.br/%C3%BAltimas-not%C3%ADcias/12463-conhe%C3%A7a-a-
tra%C3%A7%C3%B5es-tur%C3%ADsticas-que-viraram-s%C3%ADmbolos-dos-destinos.html. Acesso em: 19 
jul. 2019.)
( ) Maior aquário da América do Sul
O Rio de Janeiro inaugurou, nesta segunda-feira (31), o maior aquário 
marinho da América do Sul. Localizado no Porto Maravilha, o AquaRio 
conta com um espaço de 26 mil metros quadrados, que abriga 4,5 milhões 
de litros de água salgada divididos em 28 tanques e reúne cerca de oito mil 
animais de 350 espécies. [...] Entre as espécies exposta estãopeixes da costa 
brasileira, do Caribe e do Indo-Pacífico, como tubarões, arraias, moreias e 
cavalos-marinhos entre outros. 
N
C
C
38
(Texto adaptado de: http://www.turismo.gov.br/%C3%BAltimas-not%C3%ADcias/7205-rio-inaugura-maior-a-
qu%C3%A1rio-marinho-da-am%C3%A9rica-do-sul.html. Acesso em: 19 jul. 2019.)
( ) Piscininha de Brasil 
Uma piscina natural na ilha de Areia Vermelha, em Cabedelo (PB), está 
entre as curiosidades do destino por ter o contorno do mapa do Brasil. Os 
“buracos” desenhados pelos arrecifes no mar, carinhosamente chamados de 
piscinas naturais, são, por si só, um convite para não querer mais ir embora 
dali – as águas são mornas, em tons de verde e os peixinhos não têm nenhum 
receio de se aproximar dos visitantes. 
(Texto adaptado de: http://www.turismo.gov.br/%C3%BAltimas-not%C3%ADcias/12463-conhe%C3%A7a-atra%-
C3%A7%C3%B5es-tur%C3%ADsticas-que-viraram-s%C3%ADmbolos-dos-destinos.html. Acesso em: 19 jul. 2019.)
4. Leia a seguinte matéria:
Segundo balanço do governo federal, a Copa do Mundo do Brasil gerou gasto 
de R$ 25,6 bilhões. [...] Os principais investimentos foram para obras viárias 
de transporte público, 33,6% do total, reforma e construção de estádios, 
27,7%, e aeroportos, 26,5%. A expectativa do governo é que este valor gasto, 
ou parte considerável dele, seja recuperada através do turismo, já que o 
torneio atrai pessoas do mundo inteiro. 
(Texto adaptado de: https://www.otempo.com.br/hotsites/copa-do-mundo-2014/copa-do-mundo-gerou-
-gastos-de-r-25-6-bilhoes-para-o-brasil-1.844311. Acesso em: 19 jul. 2019.)
A respeito da infraestrutura básica, analise as afirmativas a seguir:
I. A infraestrutura básica de uma destinação turística é um elemento 
fundamental para a viabilização da atividade turística. 
II. A infraestrutura básica não é uma pré-condição para o desenvol-
vimento turístico, sendo possível operar sem a sua implantação, 
independentemente da localidade. 
III. O envolvimento do setor público é fundamental para viabilizar 
soluções com relação à infraestrutura básica.
IV. Temos como exemplos de tipos de infraestrutura básica: acessos, 
saneamento, energia, comunicações e abastecimento de gás.
N
39
5. 
As tendências demográficas e sociais do mundo estão criando 
um novo turista que pode ser caracterizado como experiente, 
sofisticado e exigente. Isso significa dizer que as tradicionais 
férias da família, geralmente passadas em um resort do litoral, 
podem ser substituídas por viagens de múltiplos interesses 
e com uma gama de experiências criativas e inovadoras de 
viagens. O novo consumidor de turismo é mais instruído, tem 
mais capacidade de discerni- mento, busca participação na 
formatação de sua viagem e valoriza ainda mais a qualidade. 
A idade média dos turistas está aumentando e as motivações 
estão deixando de ser uma passiva busca pelo sol para se 
tornar uma busca incessante pelos novos conhecimentos e 
novas experiências. (IGNARRA, 2013, p. 216)
A respeito dos operadores de mercado, analise as afirmações a seguir e 
assinale com V, para verdadeiro, e F, para falso:
( ) As agências de turismo constituem parte relevante do setor, atuando 
como intermediárias entre a demanda e a oferta turística. 
( ) É característica das operadoras de turismo facilitarem a viagem, o 
consumo do produto turístico e, muitas vezes, até serem responsáveis por 
torná-la possível.
( ) Atualmente, existem muitos sistemas e aplicativos que facilitam a conexão 
entre os turistas e os produtos e serviços necessários para a realização das 
viagens, no entanto, a tecnologia ainda não tem papel fundamental no 
processo de comercialização dos produtos turísticos. 
( ) Embora as agências de turismo estejam na base, suas atividades não 
impactam diretamente o turismo e não são sensíveis às influências das 
mudanças de comportamento do consumidor.
Assinale a alternativa com a sequência CORRETA:
a. V – V – F – F.
b. V – V – V – F.
c. V – V – V – V.
d. V – F – V – F.
e. V – F – F – F. 
v
v
F
F
Referências
BARBOSA, A. J. Reflexões sobre o conceito de produto turístico e sua gestão integrada. Desafios 
para o produto turístico “santo antão”. Revista Tur y Des, v. 2, n. 6, nov. 2009. Disponível em: 
http://www.eumed.net/rev/turydes/06/ajb.htm. Acesso em: 12 jul. 2019.
BARBOSA, L. G. M. (org.). Estudo de Competitividade de Produtos Turísticos. Brasília: 
SEBRAE, 2011.
BOULLÓN, R. C. Planificación del Espacio Turístico. México: Trillas, 1997.
BRASIL. Ministério do Turismo. Inventário da Oferta Turística. Brasília: Ministério do 
Turismo, 2011.
FAYOS, S. E. El Turismo como Sector Industrial: la nueva política de competitividade. Economía 
Industrial, n. 292, p.163-172, 1993.
IGNARRA, L. R. Fundamentos do Turismo. 3. ed. rev. e ampl. São Paulo: Cengage 
Learning, 2013.
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DO TURISMO. Introdução ao Turismo. São Paulo: Roca, 2001.
Unidade 2
João Paulo Leite Barbosa
O mercado turístico
Objetivos de aprendizagem
• Compreender os princípios que fundamentam a formação do 
mercado turístico.
• Conhecer a técnica de análise mercadológica baseada nas cinco forças 
competitivas, conforme aplicadas no mercado turístico.
• Compreender a importância de se realizar a análise de segmen-
tação do mercado como ferramenta de apoio para tomada de 
decisões estratégicas.
• Conhecer as características dos clientes observadas na análise de 
segmentação da demanda no mercado turístico.
• Compreender a importância de se desenvolver a identidade turística 
e formatar o tipo de turismo adequado, visando à maximização da 
competitividade dos produtos turísticos.
• Conhecer a técnica de análise da oferta baseada no conceito de cadeia 
produtiva do turismo.
• Compreender o conceito de formação de clusters de turismo e seu 
papel na manutenção da competitividade dos produtos, assim como 
na promoção do desenvolvimento sustentável.
Seção 1 | Fundamentos conceituais do mercado turístico
Conceitos sobre a formação do mercado e análise do mercado segundo a 
perspectiva das cinco forças competitivas de Michael Porter, com ênfase na 
análise da concorrência e competitividade do produto turístico.
Seção 2 | Segmentação do mercado turístico
Apresentação conceitual do processo de segmentação da demanda e 
oferta, sua interação com o planejamento estratégico e discussão dos princi-
pais aspectos observados na análise de segmentação da demanda.
Seção 3 | Segmentação da oferta e formação de clusters no 
turismo
Discussão acerca da definição da identidade e do tipo de turismo a ser 
ofertado e análise da cadeia produtiva das atividades turísticas, com ênfase 
nas relações de cooperação e sinergia entre os elementos. Abordagem do 
conceito de clusters no turismo e a promoção do desenvolvimento susten-
tável regional por meio do turismo.
Introdução à unidade
Prezado aluno, bem-vindo à segunda unidade do livro Fundamentos 
do Turismo! Agora que você já domina as bases conceituais que definem as 
atividades turísticas, chegou o momento de conhecer o mercado turístico. 
Inicialmente, é importante compreender quais são os fundamentos 
que permitem a formação de um mercado turístico, ou seja, como devem 
ocorrer as relações de troca entre oferta e demanda, para que se concre-
tize uma estrutura de mercado. A partir da compreensão destas relações de 
troca será possível compreender a existência de algumas forças principais 
que influenciam o desenvolvimento do mercado e que devem ser obser-
vadas por todo gestor no momento de tomar decisões sobre sua participação 
em um determinado mercado. Estas forças competitivas foram analisadas 
por Michael Porter, e as discussões promovidas por ele são comentadas 
ao longo da primeira seção, com um direcionamento para a realidade do 
mercado turístico.
Na segunda seção, é apresentada uma técnica de análise mercadológica 
essencial para todo gestor que atue no mercado turístico, a técnica de análise 
de segmentação, a qual pode ser aplicada tanto do ponto de vista da demanda 
quanto do ponto de vistada oferta turística. A análise da segmentação da 
demanda é o ponto de partida para se compreender a estratégia que será 
utilizada para atuar no mercado turístico, ou seja, inicialmente, é essencial 
conhecer o cliente que se deseja atender e, a partir de suas características, 
entender suas expectativas e necessidades. O atendimento das expectativas 
e necessidades dos clientes consiste na essência do planejamento estraté-
gico no turismo, portanto, quanto maior o volume de informações que se 
tem a respeito destes clientes, maior será a capacidade do gestor de formatar 
produtos direcionados para seu atendimento, promovendo, assim, uma 
experiência turística positiva e competitiva no mercado.
Na terceira seção, são apresentados métodos de análise da oferta turística, 
com o intuito de formatá-la em direção ao melhor atendimento possível das 
necessidades dos clientes que compõem o público-alvo. O atendimento dessas 
necessidades perpassa uma série de elementos responsáveis pela atração 
dos turistas, assim como pela produção e execução de produtos e serviços 
turísticos. Para se compreender a relação existente estre esses elementos, é 
apresentado o conceito da cadeia produtiva do turismo, evidenciando que 
muitos produtos e serviços ofertados são complementares e que as relações 
entre os elementos da cadeia produtiva devem ser sinérgicas, promovendo, 
então, a oferta de uma experiência turística diferenciada e competitiva, assim 
como a redução de riscos mercadológicos e de custos de produção.
Por fim, são comentados aspectos relacionados à formação de clusters de 
turismo, os quais têm como fundamento principal o aproveitamento máximo 
do potencial turístico regional, por meio da integração entre os prestadores 
de serviço e da maximização da sinergia nas relações entre esses prestadores. 
Também, são apresentados como pontos importantes a divulgação da cultura 
local, a geração de empregos e a melhoria na distribuição de renda como 
formas de promoção do desenvolvimento sustentável regional por meio 
do turismo.
Bons estudos!
44
Seção 1
Fundamentos conceituais do mercado turístico
Prezado aluno, no início desta segunda unidade, pretendemos demons-
trar as bases conceituais que explicam o funcionamento dos mercados, 
expondo as interações essenciais entre oferta e demanda que fundamentam 
as relações de troca e a formação de um mercado turístico. Serão expostos 
os principais atores que fazem parte do mercado turístico, assim como 
será apresentada uma ferramenta de gestão que possibilita realizar análises 
mercadológicas sistemáticas capazes de auxiliar os gestores de produtos 
turísticos nos processos de tomada de decisão. Também serão tratadas 
das interações que ocorrem ininterruptamente entre os atores do mercado 
turístico, com ênfase nos fatores que influenciam a competitividade dos 
produtos turísticos. Por fim, serão discutidos alguns pontos de atenção ao 
gestor do produto turístico no momento de realizar uma análise merca-
dológica, considerando que esta análise deve sempre procurar antever os 
modismos e as tendências que podem influenciar a competitividade dos 
produtos e o nível de concorrência do mercado.
Nesta seção, daremos foco à compreensão do mercado turístico, demons-
trando os conceitos fundamentais que definem uma estrutura de mercado 
e, então, as dinâmicas que existem entre os elementos que fazem parte 
do mercado turístico. Um dos conceitos mais utilizados para se definir o 
mercado foi elaborado por um expoente autor das estratégias mercadológicas 
atuais denominado Phillip Kotler. Segundo ele, o mercado pode ser definido 
da seguinte forma: “O mercado consiste em todos os consumidores poten-
ciais que compartilham de uma necessidade ou desejo específico, dispostos 
e habilitados para fazer uma troca que satisfaça essa necessidade ou desejo” 
(KOTLER, 2000, p. 110).
Partindo dessa definição, pode-se aferir que o mercado de turismo 
é composto por todos os consumidores de produtos turísticos que estão 
dispostos a gastar determinadas quantias para usufruir dos produtos turís-
ticos. Esses consumidores dependem da oferta turística para que possam 
ter acesso aos produtos, relembrando que a oferta turística, conforme anali-
sada na unidade anterior, é composta por todos os agentes e empresas que 
colocam produtos e serviços à disposição do consumidor ou usuário turís-
tico, para que ele possa sanar sua necessidade. Portanto, para se entender 
o mercado turístico é necessário considerar, inicialmente, a relação entre 
estes dois elementos principais: os consumidores dos produtos turísticos e 
a oferta turística.
DEFINIÇÃO: MERCADO 
MERCADO DE TURISMO/ OFERTA TURÍSTICA
45
O mercado, então, é onde os consumidores encontram a oferta dos 
produtos que desejam, realizando o processo de troca, que se dá, na maioria 
das vezes, envolvendo o pagamento de uma quantia financeira para obtenção 
de um produto ou serviço, ou seja, para satisfação de uma necessidade. 
Segundo Kotler e Keller (2006), para que este processo de troca possa ocorrer, 
são necessárias cinco condições essenciais:
• Que existam pelo menos duas partes.
• Que todas as partes possuam algo que possa ter valor para as outras partes.
• Que todas as partes tenham condição de comunicação e entrega.
• Que todas as partes estejam livres para aceitar ou recusar a troca.
• Que todas as partes acreditem ser proveitoso participar desta negociação.
Quando essas premissas são aplicadas em uma situação de mercado de 
concorrência perfeita, ou seja, quando existem muitos produtores e consu-
midores e não há barreiras de quaisquer espécies para entrada de novos 
produtos e consumidores, é possível determinar que o volume de produtos e 
serviços comercializados está diretamente relacionado ao preço deles. Neste 
caso, a demanda possui uma relação inversamente proporcional ao preço, o 
que significa que, quanto maior o preço, menor será a demanda, e vice-versa; 
já a oferta possui uma relação diretamente proporcional ao preço, ou seja, 
quanto maior é o preço, maior é a oferta de produtos e serviços, e quanto 
menor o preço, menor a oferta (IGNARRA, 2013).
Para saber mais
Estudiosos da área econômica promovem diversas formas de se definir 
as estruturas de mercado. Além das estruturas de concorrência perfeita 
e concorrência imperfeita, existem diversas outras, como o monopólio, 
oligopólio, monopsônio e oligopsônio. Para conhecer melhor os 
conceitos que definem as diferentes estruturas de mercado com um 
olhar voltado para o mercado turístico, acesse, na Biblioteca Virtual, o 
livro Fundamentos do Turismo, de Luiz Renato Ignarra (2013).
IGNARRA, L. R. Fundamentos do Turismo. 3. ed. São Paulo: Cengage 
Learning, 2013.
É sabido que, atualmente, são raros os mercados de concorrência perfeita, 
a maior parte dos mercados, dentre eles os turísticos, são definidos pelo 
modelo de concorrência imperfeita, em que os mesmos produtos e serviços 
têm marcas diferentes, possuem inúmeras variações entre si, existem barreiras 
5 CONDIÇÕES ( PROCESSO DE TROCA ) - MERCADO
1-
2-
3-
4-
5-
46
de entrada e de saída e as informações que circulam entre a demanda e a 
oferta, muitas vezes, são diferentes e incompletas. 
Aplicando a ótica apresentada à análise do mercado turístico, percebe-se 
que o mercado não está restrito somente aos elementos que compõem a oferta 
e demanda turística, é necessário considerar também os demais elementos 
básicos que constituem as atividades turísticas nessa análise, compostos 
pela demanda turística, oferta turística, espaço geográfico e operadores de 
mercado, assim como é necessário compreender a interação dinâmica que 
existe nas relações de troca entre esses elementos, a qual é constantemente 
modificada e atualizada. 
Para a realização de uma análise sistemática deste mercado com foco 
nas relações de concorrência e competição entre diferentes produtos turís-
ticos, sugere-se utilizar como referência o conceito das cinco forças, as quais 
intervêm no desempenho comerciale na competitividade dos produtos 
e serviços, conforme proposto por Michael Porter (1986). Segundo este 
conceito, o mercado deve ser analisado considerando as seguintes forças: 
grau de rivalidade entre os concorrentes, ameaça de novos entrantes, ameaça 
de produtos substitutos, poder de barganha dos clientes e poder de barganha 
dos fornecedores (PORTER, 1986).
Figura 2.1 | Matriz das cinco forças competitivas
Ameaças 
de novos entrantes
Poder de barganha 
dos clientes
Grau de rivalidade
entre os concorrentes
Poder de barganha 
dos fornecedores
Ameaças 
de produtos subs�tutos
Fonte: elaborada pelo autor.
A análise a seguir consiste na aplicação do conceito das cinco forças 
competitivas no mercado turístico, exemplificando os elementos que podem 
fazer parte de cada uma delas e suas possíveis interações no mercado turístico. 
Para essa análise, serão tomadas como base as informações disponibilizadas 
no livro Segmentação do Turismo e o Mercado, publicado pelo Ministério do 
Turismo em 2010 (BRASIL, 2010).
5- FORÇAS DE MICHAEL PORTER 
47
• Grau de rivalidade entre os concorrentes: neste aspecto deve ser 
considerada a competição direta entre os produtos turísticos e opera-
dores que já participam do mercado, ou seja, que já estão disponíveis 
aos consumidores. Pode-se tomar como principais pontos relevantes 
na análise: os diferenciais competitivos de cada produto, a preci-
ficação dos produtos, os volumes de venda, o faturamento bruto, a 
lucratividade, a imagem da marca, entre outros fatores mercadoló-
gicos. As praias do Nordeste, por exemplo, concorrem entre si pelos 
consumidores das demais regiões do Brasil.
• Ameaça de novos entrantes: é necessário considerar os produtos 
turísticos ou operadores de mercado que ainda não concorrem direta-
mente no mercado, mas que estão se preparando para competir dentro 
de um determinado período, seja ele de curto, médio ou longo prazo. 
É possível perceber, por exemplo, quando um atrativo turístico está 
recebendo investimentos em infraestrutura e serviços que, em breve, 
potencializarão sua capacidade de receber visitantes e o tornarão um 
produto turístico mais estruturado e relevante para o mercado.
• Ameaça de produtos substitutos: o produto substituto pode ser 
entendido como aquele capaz de reduzir a demanda de outro produto 
ou serviço, mesmo não sendo exatamente igual a ele, ou seja, pode 
sanar a necessidade dos consumidores de uma maneira diferente. 
No mercado turístico é possível tomar como exemplo o aumento 
das viagens de avião, que podem reduzir drasticamente as viagens de 
ônibus, ou o consumo em restaurantes e lojas localizadas em estradas 
e rodovias, pois satisfaz a necessidade de deslocamento do consu-
midor pela oferta de um serviço diferente. 
• Poder de barganha dos clientes: considerando que a demanda turís-
tica é composta por tipos diferentes de clientes, inclusive, os opera-
dores de mercado podem ser considerados clientes quando adquirem 
serviços turísticos e realizam pacotes de reserva em hotéis e restaures, 
por exemplo. É necessário conhecer o poder de barganha dos clientes, 
o qual influencia diretamente na lucratividade dos fornecedores de 
produtos e serviços. Quando, em uma determinada localidade, apenas 
uma operadora adquire a maior parte das reservas nos hotéis, ela 
terá alto poder de barganha na negociação dos preços nesses hotéis, 
reduzindo a lucratividade do fornecedor.
• Poder de barganha dos fornecedores: da mesma forma que é neces-
sário analisar o poder de barganha dos clientes, também é preciso 
analisar o poder de barganha dos fornecedores. Quando um forne-
cedor é o único capaz de atender a uma determinada necessidade do 
Poder de Barganha: É a força de uma pessoa ou um grupo ao discutir preços, colocando pressão e exigências, por exemplo, maior qualidade em menor preço ou compras por lotes maiores para obter preços mais baixos.
48
consumidor, ele passa a ter alto poder de barganha sobre o preço que 
cobrará. Uma operadora que oferta um produto turístico diferen-
ciado, de forma que outras operadoras não sejam capazes de ofertá-lo 
no mesmo nível, seja pelo contrato de exploração turística do local 
ou pelo relacionamento com os fornecedores de serviços locais, 
por exemplo, ela terá alto poder barganha na negociação junto aos 
turistas que desejam adquirir tal produto, pois os consumidores não 
possuem outras opções para adquirir o produto e, assim, satisfazer 
sua necessidade.
A análise do mercado turístico permite perceber que ele é extremamente 
dinâmico e que existem muitos atores e interesses interagindo constante-
mente entre si. Os principais atores são aqueles que possibilitam a realização 
das atividades turísticas, ou seja, oferta, demanda, localização geográfica e 
operadores de mercado, porém cada um deles tomará decisões de acordo com 
seus respectivos interesses, e essas decisões definem a competição existente 
no mercado, portanto, a concorrência é um fator essencial para a compre-
ensão dos movimentos do mercado turístico. Em complemento à concor-
rência, também influenciam consideravelmente as decisões dos participantes 
do mercado turístico as características macroambientais, como as questões 
sociais, políticas, culturais, econômicas, entre outras (BRASIL, 2010).
A concorrência no mercado turístico pode se dar em diversos níveis, por 
exemplo, os países competem entre si pela atração de turistas internacionais, 
da mesma forma que as praias do Nordeste competem entre si pelos turistas 
das demais regiões do país, e essas mesmas praias competem também com 
outros destinos turísticos do país, como o Pantanal; além disso, também 
pode ser citada a competição local entre hotéis e restaurantes, os quais 
buscam atrair turistas em uma mesma localidade. Assim, a competitividade 
está relacionada tanto aos fatores que compõem o produto turístico, como o 
atrativo turístico, a infraestrutura, os produtos, os serviços e equipamentos 
colocados à disposição do turista, quanto aos fatores externos ao produto, mas 
que influenciam a decisão de compra dos turistas, como as questões macro-
ambientais. No Estudo de Competividade de Produtos Turísticos (BARBOSA, 
2011), é proposto o seguinte conceito: “Competitividade de produtos turís-
ticos é a capacidade de um determinado produto turístico proporcionar ao 
turista uma experiência positiva e, consequentemente, impulsionar a geração 
de negócios nas atividades econômicas relacionadas ao turismo, em um ou 
mais segmentos turísticos” (BARBOSA, 2011, p. 29).
É importante também ressaltar que o mercado turístico está em constante 
mudança, novos elementos capazes de alterar as relações de troca são constan-
temente inseridos no mercado, promovendo o aumento das vendas de deter-
minados produtos e serviços e, ao mesmo tempo, diminuindo o potencial 
MERCADO TURÍSTICO
A CONCORRÊNCIA
49
competitivo de outros. Dessa mesma forma, a análise do mercado turístico 
deve ser dinâmica e não se restringir a um retrato do mercado atual, é neces-
sário ao gestor de produtos turísticos tentar antever as alterações no mercado 
para que os produtos se mantenham competitivos. Os modismos têm especial 
influência no mercado turístico, pois são capazes de promover um impulso 
de compra de curto prazo nos consumidores e devem ser seguidos de reações 
rápidas da oferta, para que essas demandas sejam atendidas. Podem ser 
citados como exemplo de modismo os filmes e as novelas, os quais, muitas 
vezes, promovem a divulgação de determinada localidade, aumentando 
rapidamente sua procura pelos turistas (BRASIL, 2010). Porém, esse impulso 
pode não ter uma longa duração, talvez somente durante o período em que 
existe a divulgação na mídia, por isso esse fenômeno é considerado um 
modismo, e não uma tendência.
Já as tendências de mercado são movimentos que causam alterações 
permanentes nas relações de troca, provocando o surgimento de oportu-
nidades mais duradouras. Um exemplo de tendência que influencia direta-
mente o mercado turístico é o aumentodo número de pessoas idosas que 
realizam atividades turísticas. Os estudos referentes à faixa etária demons-
tram que esse é um segmento de mercado consolidado, com tendência de 
aumento de demanda no longo prazo (BRASIL, 2010). Outro exemplo de 
tendência é a utilização de recursos tecnológicos que aproximam cada vez 
mais o consumidor final dos serviços de transporte e hospedagem. Os consu-
midores têm cada vez mais acesso a aparelhos eletrônicos e aplicativos que 
facilitam o contato com os fornecedores, os quais, muitas vezes, são empresas, 
porém também podem ser outras pessoas com recursos disponíveis capazes 
de atender a uma determinada necessidade dos turistas, como no caso dos 
proprietários de imóveis, que os alugam diretamente ao consumidor final 
por um determinado período de tempo, ou os motoristas de aplicativos.
Ao longo desta seção, buscou-se demonstrar a complexidade das relações 
existentes no mercado turístico. Neste encerramento, é apresentada uma 
breve mensagem, que remete às ideias discutidas até aqui.
O mercado é dinâmico e está em constante mudança. Os 
turistas mudam seus interesses e exigências, alguns forne-
cedores melhoram, outros saem da atividade, o processo 
de comercialização ganha ou perde parceiros. Logo, a 
percepção do mercado também deve ser constantemente 
atualizada, junto com as modificações ocorridas em todo o 
cenário de negócios. (BRASIL, 2010, p. 19)
TENDÊNCIAS DE MERCADO 
MODISMO
50
Questões para reflexão
1. O grau de concorrência existente no mercado é um importante 
aspecto a ser analisado para compreensão do mercado turístico. 
Para analisar o grau de concorrência, é possível utilizar uma série 
de indicadores, como a quantidade de empresas atuantes no 
mercado, a lucratividade média das empresas, o preço médio dos 
produtos, entre outros. Quais outros indicadores podem auxiliar 
o gestor de produtos turísticos a analisar o grau de concorrência 
do mercado?
2. O nível de competitividade de um produto turístico está atrelado 
tanto a fatores diretamente relacionados ao produto, como 
o atrativo turístico, a infraestrutura, os produtos e os serviços, 
quanto a fatores de cunho macroeconômico, como as caracte-
rísticas sociais, econômicas e culturais. Quais outras caracterís-
ticas do produto turístico e do entorno macroeconômico podem 
influenciar no nível de competitividade do produto?
Atividades de aprendizagem da seção
1. A análise do mercado turístico permite perceber que esse mercado é 
extremamente dinâmico e que existem muitos atores e interesses interagindo 
constantemente entre si. Os principais atores são aqueles que possibilitam 
a realização das atividades turísticas. Cada um deles tomará decisões de 
acordo com seus respectivos interesses, e essas decisões definem a compe-
tição existente no mercado. Para a realização de uma análise sistemática 
desse mercado, com foco nas relações de concorrência e competição entre 
diferentes produtos turísticos, podemos utilizar como referência o conceito 
das cinco forças competitivas (PORTER, 1986), as quais intervêm no desem-
penho comercial e na competitividade dos produtos e serviços. 
Uma das cinco forças competitivas da Matriz de Porter considera os produtos 
turísticos ou operadores de mercado que ainda não concorrem diretamente 
no mercado, mas que estão se preparando para competir dentro de um deter-
minado período, seja ele de curto, médio ou longo prazo. É possível perceber, 
por exemplo, quando um atrativo turístico está recebendo investimentos 
em infraestrutura e serviços que, em breve, potencializarão sua capacidade 
de receber visitantes e o tornarão um produto turístico mais estruturado e 
relevante para o mercado.
Assinale a alternativa que corresponde à força competitiva descrita no texto-
-base:
51
a. Grau de rivalidade entre os concorrentes.
b. Ameaça de novos entrantes.Alternativa 3.
c. Ameaça de produtos substitutos.Alternativa 5.
d. Poder de barganha dos clientes.
e. Poder de barganha dos fornecedores.
2. O mercado de turismo é composto por todos os consumidores de 
produtos turísticos, os quais estão dispostos a gastar determinadas quantias 
para usufruir dos produtos turísticos. Nesse mercado, os mesmos produtos 
e serviços têm marcas diferentes, possuem inúmeras variações entre si, 
existem barreiras de entrada e de saída e as informações que circulam entre a 
demanda e a oferta, muitas vezes, são diferentes e incompletas.
Assinale a alternativa que corresponde à estrutura de concorrência caracte-
rística do mercado de turismo:
a. Oligopólio.
b. Monopólio.
c. Oligopsônio.
d. Concorrência perfeita.
e. Concorrência imperfeita.
Monopólio
Em economia, monopólio designa uma situação particular de concorrência imperfeita, em que uma única empresa detém o mercado de um determinado produto ou serviço conseguindo, portanto, influenciar o preço do bem comercializado. Monopólios podem surgir devido a regulamentação governamental, o monopólio coercivo. O que é um monopólio? Na sua forma clássica e mais pura, monopólio é o domínio de um único fornecedor sobre a oferta de um produto ou serviço que não possui substituto.
Oligopólio
Na economia, Oligopólio é uma forma evoluída de monopólio, no qual um grupo de organizações ou governos promovem o domínio de determinada oferta de produtos e/ou serviços.Oligopólio Puro: ocorre quando o produto oferecido pelas empresas não tem diferenciação, é homogêneo. Como exemplo, podemos citar o cimento ou o alumínio. Oligopólio Diferenciado: é quando o produto que é oferecido tem alguma diferenciação relevante ou características qualitativas diferentes dependendo da empresa.
Oligopsônio
Em economia, oligopsônio ou oligopsónio é uma forma de mercado com poucos compradores, chamados de oligopsonistas, e inúmeros vendedores. É um tipo de competição imperfeita, inverso ao caso do oligopólio, onde existem apenas alguns vendedores e vários 
compradores. Oligopsônio é uma estrutura que se desenvolve nos mercados em que é possível identificar poucos compradores para um cenário com muitos vendedores. Presente no contexto da microeconomia, é um panorama no qual quem está inserido pode interferir na política de preços, para que estes sejam reduzidos.
Concorrência perfeita
Em economia, concorrência perfeita ou concorrência pura descreve mercados em que nenhum participante tem poder de mercado para definir o preço de um produto homogêneo. Embora seja uma hipótese ideal, a partir dela é possível construir modelos próximos 
da realidade. Considerado ideal por muitos economistas, o modelo de Concorrência Perfeita se aplica quando há muitos vendedores (oferta) e muitos compradores (procura). Nesse caso, as empresas e os consumidores não conseguem influenciar o mercado de maneira individual, na perfeita, muitos vendedores e compradores concorrem entre si, de modo que nem compradores ou vendedores, individualmente consegue ter um impacto significativo sobre os preços.
Monopsônio
Em economia, monopsônio ou monopsónio é uma forma de mercado com apenas um comprador, chamado de monopsonista. É um tipo de competição imperfeita, inverso ao caso do monopólio, onde existe apenas um vendedor e vários compradores. O termo foi introduzido por Joan Robinson.O que é Monopsônio? O que ocorre no monopsônio é que existem diferentes empresas vendendo o mesmo produto. No entanto, há apenas um comprador para consumir essa oferta. Isso é justamente o contrário do monopólio, em que há diversos consumidores porém apenas um fornecedor para o produto.
52
Seção 2
Segmentação do mercado turístico
Caro aluno, nesta segunda seção, será apresentado o conceito de segmen-
tação, para que você possa compreender como é importante conhecer o 
cliente, ou seja, o turista. É essencial que todo gestor de produtos turísticos 
entenda para quem o produto está sendo ofertado, somente assim poderá 
formatar um produto turístico competitivo e capaz de gerar o maior lucro 
possível. Após a abordagem conceitual sobre segmentação da demanda e 
segmentação da oferta, assimcomo sua fundamental importância para o 
planejamento estratégico no turismo, serão abordadas as características dos 
clientes que se devem observar ao realizar as análises de segmentação de 
demanda, classificando-as em cinco dimensões principais.
Na seção anterior, foram abordados alguns pontos, como a importância 
de se conhecer o nível de concorrência do mercado turístico e a capacidade 
dos produtos de competir neste mercado, ou seja, seu nível de competiti-
vidade. A competitividade do produto está atrelada às características do 
produto em si e também à conjuntura macroambiental do mercado em 
que este produto está inserido. Para que se possa ter uma gestão estratégica 
eficiente, capaz de potencializar a competitividade do produto turístico, é 
muito importante que os gestores conheçam profundamente quem são seus 
clientes e, a partir desse conhecimento, sejam capazes de atender às suas 
necessidades de uma forma mais efetiva e melhor do que a concorrência. 
A essa técnica de análise das características dos clientes que compõem o 
mercado turístico é dada o nome de segmentação de mercado. O conceito 
de segmento de mercado pode ser definido como: “Segmento, do ponto de 
vista da demanda, é um grupo de clientes atuais e potenciais que compar-
tilham as mesmas características, necessidades, comportamento de compra 
ou padrões de consumo” (BARBOSA, 2011, p. 61). Vale ressaltar que não se 
criam segmentos de mercado, eles são identificados a partir das técnicas de 
análise e, então, ações são direcionadas para o atendimento das necessidades 
específicas dos clientes que fazem parte de cada segmento.
Para o gestor de produtos turísticos, é importante conhecer as pessoas que 
compõem a demanda pelo seu produto turístico, ou seja, o perfil do turista; 
também é necessário que o gestor conheça profundamente o produto que 
deseja ofertar a essa demanda, adaptando o produto para o melhor atendi-
mento das necessidades do cliente e para a maximização da lucratividade. 
Esse processo de adaptação da oferta para melhor atendimento da demanda e 
para a maximização da lucratividade é chamado de planejamento estratégico.
COMPETITIVIDADE DO PRODUTO
SEGMENTAÇÃO DE MERCADO
53
Para saber mais
A análise de segmentação de mercado é essencial para o planejamento 
estratégico de produtos turísticos. Para conhecer melhor como é estru-
turado o planejamento estratégico no turismo, apresenta-se a exempli-
ficação do caso da STB (Student Travel Bureau), no qual o processo 
de segmentação se mostrou o fundamento do diferencial estratégico 
corporativo. Leia o artigo Planejamento Estratégico da Pequena e Média 
Empresa: aplicações no setor turístico.
FONTES FILHO, J. R. Planejamento Estratégico da Pequena e Média 
Empresa: aplicações no setor turístico. Rio de Janeiro: Publit, 2006. 
Para a realização do planejamento estratégico, é essencial que se realize a 
análise de segmentação do mercado, iniciando pela compreensão das carac-
terísticas dos clientes que se deseja atender. A realização adequada dessa 
análise traz diversos benefícios para o planejamento estratégico e, conse-
quentemente, para a competitividade dos produtos turísticos, dentre eles, 
podem ser citados:
• Facilita a identificação dos públicos mais rentáveis;
• Percebe-se em quais segmentos a concorrência tem menor 
atuação, podendo focar em mercados menos concorridos;
• Definem-se mais claramente as necessidades já satisfeitas dos 
consumidores, e as soluções que devem ser criadas para as 
demandas ainda não satisfeitas, representando novas oportuni-
dades de negócios;
• Facilita a adaptação dos produtos às mudanças do mercado e das 
preferências dos turistas;
• Reduz o desperdício de investimento, pois as ações passam a ser 
direcionadas e com objetivos específicos;
• Melhora a comunicação do produto e do destino, pois a linguagem 
e a mensagem passam a ser direcionadas para um público com 
características distintas. (BRASIL, 2010, p. 63)
Dada a importância de se realizar as análises de segmentação para o 
bom desempenho e a manutenção da competitividade do produto turístico, 
agora, serão tratados os aspectos que devem ser observados no momento de 
se realizar essas análises, iniciando pelos aspectos relacionados aos clientes, 
determinando a análise de segmentação da demanda; e, então, abordando os 
aspectos relacionados aos produtos turísticos, para que estes sejam adequados 
ao atendimento das necessidades dos diferentes tipos ou segmentos de 
clientes, realizando uma análise de segmentação da oferta. Esse conjunto de 
análises (segmentação da demanda e segmentação da oferta) promoverá ao 
gestor o conhecimento sobre como deve ser formatado o produto turístico, 
PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO
54
a fim de que se possa atender o cliente de uma maneira melhor do que a da 
concorrência e maximizar sua lucratividade.
Realizar a segmentação da demanda no mercado turístico significa 
identificar grupos de consumidores com características similares que os 
distinguem dos demais grupos ou segmentos. Conhecer as características 
desses visitantes também auxilia na compreensão de suas expectativas e 
necessidades ao escolher um destino turístico e realizar uma viagem, assim 
como facilita na oferta de uma experiência turística positiva, por meio do 
atendimento dessas expectativas, aumentando as chances de esses turistas 
retornarem ao destino e promoverem a imagem desse destino para outros 
potenciais clientes. É recomendado aos gestores que, ao identificarem os 
segmentos de mercado que pretendem atender, direcionem seus esforços e 
investimentos exclusivamente para o atendimento das necessidades e expec-
tativas desses segmentos, evitando o desperdício de tempo e recursos com 
outros segmentos e potencializando a competitividade dos produtos turís-
ticos ofertados.
Para se identificar as características em comum que definem um 
segmento é necessário categorizá-las em alguns grupos, ou dimensões que se 
observarão, as quais podem estar relacionadas às características geográficas, 
demográficas e psicográficas e ao comportamento de compra e de consumo 
dos produtos turísticos. No quadro a seguir, são exemplificadas algumas 
características dos clientes analisadas em cada dimensão.
Quadro 2.1 | Dimensões para análise de segmentação da demanda
Geográfica
Demográfica 
e 
Socioeconô-
mica
Psicográficas 
(de ordem 
psicológica)
Padrões de 
Comporta-
mento
Padrões de 
consumo e 
predisposição 
do consumidor
• Fronteiras 
políticas
• Climas
• Fronteiras 
populacio-
nais
• Gênero
• Idade
• Estado 
civil
• Com-
posição 
familiar
• Ciclo de 
vida
• Ocupação
• Educação
• Renda
• Estilo de vida
• Atividades
• Características 
de personali-
dade
• Preferências
• Momen-
to das 
compras, 
impulso ou 
preferência 
por marcas
• Número de 
unidades 
compradas
• Hábitos em 
relação à 
mídia 
• Ocasião
• Benefícios 
buscados
• Frequên-
cia de uso 
– muito 
uso versus 
pouco uso
• Fidelidade à 
marca
• Conheci-
mento do 
produto
Fonte: adaptado de Brasil (2010, p. 65).
SEGMENTAÇÃO DA DEMANDA
SEGMENTAÇÃO DA DEMANDA
55
 Agora, serão analisadas individualmente as dimensões apresentadas no 
Quadro 2.1, com o intuito de se promover uma melhor compreensão sobre 
como observar cada uma delas junto ao público de turistas.
• Segmentação geográfica
Segmentar o público geograficamente significa compreender onde se 
encontram os potenciais turistas que têm maior interesse relacionado ao 
produto turístico ofertado. Ao identificar de quais cidades, estados, regiões 
ou países originam os turistas mais propensos a se interessar pelo produto, é 
possível direcionar os investimentos em publicidade e propaganda para essas 
localidades, buscando informar o público local sobre o produto turístico e 
evitar desperdiçar esforços em regiões onde o volume de turistas em poten-
cial não é tão significativo. Ressalta-se que também podem ser utilizados 
como critérios de segmentação geográfica o clima ou a densidade popula-
cional de uma determinadaregião.
Para exemplificar uma situação hipotética de segmentação geográfica é 
possível pensar na venda de viagens às praias do Nordeste brasileiro para o 
público de outros países da América do Sul. Inicialmente, é necessário consi-
derar que a população economicamente ativa, em sua maioria, está concen-
trada nos centros urbanos, assim é mais vantajoso realizar propagandas em 
capitais e grandes cidades ao invés de cidades de menor porte. Outro ponto 
se refere ao clima dos países onde se pretende divulgar o produto, conside-
rando que turistas residentes em regiões de clima frio têm mais propensão a 
se deslocar para regiões onde o clima seja mais quente e onde possam encon-
trar atrativos inexistentes em sua região de origem, como as praias 
Assim, segmentar ajuda a entender quais destinos são 
grandes emissores de turistas para sua localidade, quais 
outras regiões precisam de maiores investimentos, pois 
apresentam grande potencial de emissão de visitantes e 
geração de novos negócios, e quais devem ser descartadas, 
ou colocadas em segunda prioridade em seu plano estraté-
gico. (BRASIL, 2010, p. 66)
• Segmentação demográfica e socioeconômica
É necessário conhecer também as características demográficas e socio-
econômicas do público de turistas em potencial, para que se possa identi-
ficar quais são aqueles com o perfil que se pretende atender. “As caracte-
rísticas demográficas de um público estão relacionadas a fatores pessoais, 
sociais e socioeconômicos como idade, renda, faixa etária, dentre outros.” 
(BRASIL, 2010, p. 67). 
56
Inicialmente, observar a idade dos consumidores é muito importante, 
pois pessoas com idades distintas possuem necessidades e expectativas 
distintas, assim como acessam mídias e canais de comunicação diferentes. 
Pessoas com idade acima dos 50 anos tendem a ter maior tempo disponível 
para prática de atividades turísticas, assim como um maior poder de compra, 
porém esse público possui também expectativas mais elevadas em relação a 
alguns aspectos, como comodidade, atendimento diferenciado, locais mais 
silenciosos e pouco movimentados. O ciclo de vida das pessoas também deve 
ser considerado na análise, por exemplo: dois casais com a mesma idade 
podem ter interesses completamente diferentes em relação ao destino turís-
tico, pois, se um casal possuir filhos, estará em outro momento do ciclo de 
vida e, portanto, terá necessidades distintas de um casal sem filhos, demons-
trando interesse por serviços de recreação infantil, parques de diversão, 
programação especial para crianças, entre outros (BRASIL, 2010).
Os benefícios atrelados aos produtos turísticos são percebidos de forma 
diferente entre homens e mulheres, assim o gênero também é um aspecto 
importante a ser observado. Um mesmo produto turístico pode ser atrativo 
para o público masculino, porém pouco atrativo para o público feminino, 
dependendo da infraestrutura disponibilizada. O público feminino, em 
geral, observa com mais atenção a organização e infraestrutura de quartos 
e banheiros de hotéis, assim como os equipamentos disponíveis, como 
secadores e banheiras. Os tipos de mídias e canais de comunicação acessados 
por esses dois tipos de público também tendem a ser diferentes, portanto, é 
importante entender se o produto é direcionado para homens ou mulheres 
ou, no caso dos dois, pensar em qual seria o principal interessado e investir 
em mídias distintas para que a mensagem chegue a ambos.
Conhecer o nível de renda dos potenciais turistas que se deseja atrair 
também é fundamental para a formatação do produto e da estratégia de 
comunicação. Geralmente, esse tipo de análise é realizado considerando-se 
a renda bruta mensal familiar, assim como classifica os indivíduos de acordo 
com a hierarquização de sua receita. 
Entender a renda dos clientes, relacionando-a com a idade 
e o ciclo de vida dos indivíduos e comparando com os 
diferentes padrões ocorridos nas diferentes localidades 
emissoras (segmentação geográfica), ajuda a definir quais 
segmentos de demanda terão maior propensão a consumir 
os produtos disponíveis e ofertados por sua localidade. 
(BRASIL, 2010, p. 68)
Os diferenciais competitivos dos produtos turísticos também serão 
percebidos de maneiras diferentes, de acordo com o nível educacional do 
57
público-alvo. Destinos turísticos com atrativos históricos e culturais tendem 
a ser percebidos com maior interesse por públicos de nível educacional mais 
elevado, pois costumam valorizar mais atividades relacionadas à história, 
arquitetura local, entre outras atividades culturais.
• Segmentação psicográfica
Diferente das segmentações geográfica, demográfica e socioeconômica, 
que consideram os indivíduos como parte de um grupo ou local, a segmen-
tação psicográfica considera as preferências pessoais das pessoas. É neces-
sário considerar que nem todas as pessoas de uma mesma região, com renda 
familiar similar e na mesma faixa etária terão as mesmas preferências. São 
propostas duas categorias básicas para se diferenciar as preferências indivi-
duais das pessoas em relação às atividades turísticas: turistas alocêntricos e 
psicocêntricos (BRASIL, 2010). 
Os turistas alocêntricos são considerados aventureiros e curiosos, tendem 
a buscar sempre novos destinos e a ter um gasto financeiro relacionado ao 
turismo maior. Esse público não se importa de viajar sozinho e costuma 
programar diferentes atividades no decorrer das viagens. Já os turistas psico-
cêntricos são também chamados de dependentes; eles tendem a ser mais 
conservadores em relação aos gastos com turismo e à escolha do destino, 
costumam prezar por destinos mais populares e já conhecidos e preferem 
viajar em companhia de familiares e amigos. Ressalta-se que as pessoas 
podem mudar seu perfil ao longo do tempo e do momento de seu ciclo 
de vida, assim como não devem ser classificadas, necessariamente, como 
totalmente alôcentricas ou psicocêntricas, possuindo características que as 
aproximam mais de um ou outro perfil (BRASIL, 2010).
• Segmentação comportamental
Ao se realizar a segmentação, é necessário observar os comportamentos 
das pessoas em relação ao consumo, buscando entender as motivações que 
as levam a consumir um determinado produto ou serviço. Alguns fatores que 
auxiliam na compreensão do comportamento das pessoas são as ocasiões, 
os benefícios e o status do usuário. As ocasiões de consumo de um produto 
turístico podem determinar as preferências do consumidor em relação a esse 
produto, por exemplo, um homem em viagem de negócios pode escolher o 
transporte aéreo pela rapidez no deslocamento, mas esse mesmo homem, 
visitando a mesma localidade em uma viagem de lazer, pode escolher o 
transporte rodoviário por carro ou ônibus exatamente para passar mais 
tempo viajando, conhecer um número maior de locais no trajeto e passar 
mais tempo com a família. 
58
Os benefícios se referem às preferências das pessoas no momento de 
utilizar um serviço, logo, uma família pode escolher parar em um posto onde 
o combustível é mais caro que a concorrência pela estrutura oferecida nele 
em termos de higiene, opções de alimentação e qualidade do atendimento, 
ou seja, o pacote de benefícios oferecidos pelo posto supera o fator preço do 
combustível. Já observar o status do usuário significa identificar se a estra-
tégia é direcionada para pessoas que visitam frequentemente o destino, já 
o visitaram alguma vez ou nunca o visitaram, para cada um desses casos a 
abordagem, em termos de propaganda e de atendimento, deve ser diferen-
ciada e alinhada com o nível de informação que o turista possui do destino 
visitado (BRASIL, 2010).
• Padrões de consumo
Neste aspecto, é importante observar a assiduidade com que o público-alvo 
consome produtos turísticos, classificando-os em Light-users, Medium-users 
ou Heavy-users. Esta segmentação considera se o público-alvo é composto 
por pessoas que viajam pouco, somente em ocasiões especiais (Light-users), 
se viajam com alguma frequência regularmente (Medium-users)ou se viajam 
constantemente e para diferentes localidades (Heavy-users). Para cada um 
desses grupos de pessoas é necessário formatar um pacote turístico capaz 
de atender às suas expectativas constantemente e proporcionar um nível de 
informação adequado.
Finalizando esta seção, é necessário ressaltar que a análise de segmen-
tação deve ser feita sempre pelo cruzamento de informações levantadas 
em todas as dimensões analisadas, realizando as combinações de fatores 
que possibilitarão a compreensão do público-alvo com maior potencial 
de consumo do produto turístico. O atendimento das expectativas desse 
público, ou segmento, poderá maximizar a competitividade e a lucratividade 
do produto. É essencial que o segmento de mercado escolhido para atuação 
seja mensurável e quantificável, ou seja, é necessário que se tenha acesso aos 
indicadores atuais que embasarão os critérios de segmentação analisados. 
Na próxima seção, serão analisadas as características que definem a 
segmentação da oferta do produto turístico, a qual complementa a segmen-
tação da demanda para formatação do planejamento estratégico.
Questões para reflexão
1. A segmentação de mercado consiste na análise das caracterís-
ticas em comum dos clientes que constituem o público-alvo do 
produto turístico. Elas podem ser classificadas em cinco dimen-
sões, porém as características que podem ser observadas em 
59
cada dimensão não se esgotam às apresentadas nesta seção. 
Quais outras características dos clientes podem ser observadas 
em cada dimensão, para efeito da análise de segmentação de 
mercado?
2. Os critérios utilizados para realizar a segmentação de mercado 
devem ser observados utilizando-se indicadores confiáveis, 
mensuráveis e constantemente atualizados. Quais exemplos de 
indicadores estão disponíveis para observação do gestor turístico 
em cada uma das dimensões apresentadas?
Atividades de aprendizagem da seção
1. Realizar a segmentação da demanda no mercado turístico significa identi-
ficar grupos de consumidores com características similares que os distin-
guem dos demais grupos ou segmentos. Conhecer as características desses 
visitantes também auxilia na compreensão de suas expectativas e necessi-
dades ao escolher um destino turístico e realizar uma viagem, assim como 
facilita na oferta de uma experiência turística positiva.
Considere as seguintes asserções:
I. Compreender onde se encontram os potenciais turistas que têm 
maior interesse relacionado ao produto turístico ofertado corres-
ponde à segmentação comportamental.
II. A segmentação psicográfica considera as preferências pessoais das 
pessoas, sendo que são reconhecidas duas categorias básicas para 
se diferenciar as preferências individuais das pessoas em relação às 
atividades turísticas: turistas alocêntricos e psicocêntricos.
III. A segmentação demográfica e socioeconômica considera que o 
ciclo de vida das pessoas também deve ser considerado na análise, 
por exemplo, dois casais com a mesma idade podem ter interesses 
completamente diferentes em relação ao destino turístico se um 
deles tiver filhos.
Assinale a alternativa com as asserções corretas:
a. I, II e III.
b. I e II, apenas.
c. I e III, apenas.
d. II e III, apenas.
e. III, apenas.
60
2. Podemos afirmar que o planejamento estratégico é considerado um 
processo de adaptação da oferta para melhor atendimento da demanda e 
para a maximização da lucratividade. Para a realização do planejamento 
estratégico, é essencial que se realize a análise de segmentação do mercado, 
iniciando pela compreensão das características dos clientes que se deseja 
atender. Dentre os diversos benefícios para o planejamento estratégico e, 
consequentemente, para a competitividade dos produtos turísticos que a 
adequada realização de uma análise de segmentação do mercado propor-
ciona estão:
I. Identificação dos públicos mais rentáveis e percepção de quais 
segmentos possuem concorrência com menor atuação, podendo 
focar em mercados menos concorridos.
II. Definição mais clara das necessidades já satisfeitas dos consumidores 
e das soluções que devem ser criadas para as demandas ainda não 
satisfeitas, representando novas oportunidades de negócios.
III. Redução do desperdício de investimento, pois as ações passam a ser 
abrangentes e com objetivos muito mais gerais.
Assinale a alternativa com as asserções corretas:
a. I, II e III.
b. I e II, apenas.
c. I e III, apenas.
d. II e III, apenas.
e. III, apenas.
61
Seção 3
Segmentação da oferta e formação de clusters no 
turismo
Caro aluno, nesta seção você poderá compreender quais elementos deve 
observar para a formação de uma oferta turística competitiva e alinhada 
com as expectativas do público-alvo que deseja impactar. Será apresentada 
a importância de se ter uma identidade local para se determinar o tipo de 
turismo que será ofertado. A partir dessa identidade deve ser pensada a 
cadeia produtiva que movimenta o turismo local e, então, buscar promover 
a integração entre esses elementos, criando uma relação sinérgica e maximi-
zando a competitividade dos produtos turísticos ofertados. Também, será 
apresentado o conceito de formação de clusters de turismo, que se origina 
exatamente no aproveitamento em conjunto das potencialidades do destino 
turístico, usufruindo ao máximo os diferenciais do atrativo turístico, criando 
produtos e serviços complementares e gerando cooperação entre empresas 
parceiras e não concorrentes. Ao formar relações de associação e cooperati-
vismo, as atividades turísticas poderão potencializar a geração de empregos 
e a distribuição de renda em caráter regional, promovendo a cultura e os 
costumes regionais, assim como o desenvolvimento sustentável.
Na seção anterior, foi apresentada a importância da análise de segmen-
tação como ferramenta de embasamento para o planejamento estratégico do 
gestor turístico. A estratégia do gestor deve estar direcionada ao atendimento 
das necessidades e expectativas inerentes aos clientes que constituem seu 
público-alvo, o qual pode ser definido por meio da análise de segmentação 
da demanda. A partir da compreensão das características do público-alvo 
e, consequentemente, das suas expectativas e necessidades em relação ao 
turismo, o gestor poderá estabelecer o tipo de turismo que será ofertado. 
Para isso, deverá observar as características do destino turístico e entender 
como elas, em conjunto, podem formar um segmento de oferta ou um tipo 
de turismo. Para definição dos tipos de turismo, podem ser observadas as 
seguintes características em comum de um determinado destino:
• Aspectos e características comuns (geográficas, históricas, arquitetô-
nicas, urbanísticas, sociais);
• Atividades, práticas e tradições comuns (esportivas, agropecuárias, de 
pesca, manifestações culturais, manifestações de fé);
• Serviços e infraestrutura comuns (serviços públicos, meios de hospe-
dagem e de lazer). (BRASIL, 2010, p. 74)
CARACTERPÍSTICAS DOS TIPOS DE TURISMO
62
Ao compreender as características em comum da oferta turística em 
um determinado destino, o gestor poderá entender a identidade do destino, 
definir o tipo de turismo a ser ofertado e, então, formatar produtos turísticos 
alinhados com a demanda, considerando o atrativo turístico, a infraestrutura, 
os serviços e os produtos, sempre com o intuito de promover uma experi-
ência turística positiva. Assim como na análise da segmentação da demanda, 
também é importante que o gestor observe as características macroambien-
tais para definição da segmentação da oferta, uma vez que elas impactam 
tanto a demanda quanto a oferta turística de um determinado destino.
Para realização de uma análise mais detalhada dos produtos turísticos 
que compõem a oferta, propõe-se observar todos os elementos que fazem 
parte da cadeia produtiva do turismo. Esses elementos são aqueles que consti-
tuem o produto turístico, porém observados de uma perspectiva de cadeia de 
valor, cujo objetivo principal é demonstrar as relações entreeles na criação 
de uma experiência turística alinhada com as expectativas do público-alvo.
[...] a capacidade de integração dos prestadores de serviços 
entre as atividades características do turismo e a visão de 
desenvolvimento da atividade são fatores determinantes e 
fundamentais para a composição de uma oferta competi-
tiva e sustentável. (MAZARO, 2010 apud BENI, 2012, p. 379)
A integração dos prestadores de serviços citada por Beni (2012) remete à 
ótica das atividades turísticas como parte de um sistema complexo, no qual 
uma série de fatores interagem, criando relações de dependência e interseção 
entre si. Segundo a Teoria Geral dos Sistemas, “o todo é um conjunto de partes 
interativas e o conhecimento e o estudo só se dão pela análise de seu funcio-
namento em relação ao todo” (PAULA, 2017, p. 14). Assim, a análise da cadeia 
produtiva do turismo tem o intuito de representar de forma simplificada as 
relações existentes no sistema turístico, o qual é altamente complexo quando 
consideradas todas as relações inerentes aos elementos que o integram. Para 
possibilitar uma análise objetiva por parte dos gestores turísticos a respeito 
da oferta e facilitar a tomada de decisão, a teoria da cadeia de valores é muito 
importante, no sentido de apontar quais são os elementos essenciais a serem 
observados, assim como as relações de dependência entre eles.
Segundo Paula (2017), a cadeia produtiva do turismo pode ser represen-
tada pelos seguintes elementos apresentados na Figura 2.2.
REALIZAÇÃO DE UMA ANÁLISE MAIS DETALHADA DOS PRODUTOS TURÍSTICOS
TEORIA GERAL DOS SISTEMAS
ANÁLISE DA CADEIA PRODUTIVA DO TURISMO
63
Figura 2.2 | Elementos da cadeia produtiva do turismo
Fonte: adaptada de Paula (2017, p. 24).
A respeito da cadeia produtiva do turismo, conforme apresentada, é 
importante destacar que todos os elementos apresentados são tratados como 
elos de uma corrente produtiva, ou seja, representam uma sequência de ativi-
dades relacionadas à oferta de produtos e serviços mutuamente dependentes, 
na qual, para que um serviço seja ofertado de forma competitiva, é necessário 
que os demais elos da cadeia também estejam sendo ofertados da mesma 
forma, criando uma relação de produtos e serviços turísticos integrados. 
Todos os elos da cadeia são potenciais transformadores sociais da região 
onde estão instalados, de forma que possibilitam a geração de empregos e 
a movimentação da economia regional. Assim, a gestão eficiente da oferta 
turística por meio de uma análise de segmentação da oferta bem estruturada 
pode transformar a realidade social do destino turístico. 
Algumas características e exemplos dos elementos elencados na cadeia 
produtiva do turismo foram apresentados na primeira unidade deste livro, 
quando foi mostrada a base conceitual do produto turístico. Neste momento, 
é importante destacar que esses elementos são interdependentes entre si e 
que, para definir o composto de oferta que melhor atenderá as expectativas 
do público-alvo, é necessário que o gestor olhe todos de forma integrada, 
considerando que as características de cada um deve complementar os 
demais, promovendo a sinergia entre eles e possibilitando que o turista tenha 
à sua disposição todos os produtos e serviços necessários para a completa 
realização da experiência turística. 
O Ministério do Turismo brasileiro estabeleceu, em 2006, os principais 
segmentos ou tipos de turismo com potencial para geração de renda e desen-
volvimento econômico no país. Foram apresentados os seguintes segmentos: 
turismo cultural, turismo rural, turismo de pesca, turismo de aventura, ecotu-
rismo, turismo náutico, turismo de sol e praia, turismo de negócios e eventos, 
turismo de estudos e intercâmbio, turismo de esportes e turismo de saúde. 
Transversalmente, entre os segmentos turísticos apresentados, está inserido 
 Elementos da cadeia produtiva do turismo
PRINCIPAIS SEGMENTIS OU TIPOS DE TURISMO COM POTENCIAL
64
o turismo social, que consiste exatamente na realização de atividades turís-
ticas com vistas a promover o desenvolvimento socioeconômico do destino 
turístico, gerando empregos e equalizando a distribuição de renda. “Turismo 
Social é a forma de conduzir e praticar a atividade turística promovendo a 
igualdade de oportunidades, a equidade, a solidariedade e o exercício da 
cidadania na perspectiva da inclusão.” (BRASIL, 2010, p. 75).
Para saber mais
Para conhecer melhor as características de cada tipo de turismo, com 
foco nas informações necessárias para o gestor/empreendedor imple-
mentar produtos turísticos sinérgicos e competitivos em uma determi-
nada localidade, visite a página do Ministério do Turismo, na qual estão 
disponíveis os Cadernos de Orientações Básicas dos Segmentos Turís-
ticos.
BRASIL. Cadernos e Manuais de Segmentação. Brasília: Ministério do 
Turismo, 2018.
Por fim, é importante destacar que o conceito de integralização e geração 
de sinergia entre os elementos que compõem a cadeia produtiva está direta-
mente relacionado à formação de clusters de turismo, conforme destacado 
por Beni (2012, p. 520):
[...] é necessário apontar que um destino turístico deve se 
adaptar a essa realidade como uma resposta ao mercado, 
pois, em uma situação de competitividade e de susten-
tação, as destinações terão de enfrentar condições preexis-
tentes e condicionantes, entre elas a oferta crescente de 
voos, leitos, atrativos e serviços receptivos em quantidade 
e qualidade, satisfazendo necessidades, desejos e aspira-
ções de uma demanda cada vez mais exigente, esclarecida 
e informatizada, características essas aportadas pelo efeito 
da globalização. Aqueles que não se profissionalizarem e 
reciclarem-se em tempo, enfrentarão duras barreiras para 
competir. Por isso, os planejadores e gestores públicos, 
cada vez mais, devem levar a sério o processo de desen-
volvimento e organização dos aglomerados, conhecendo e 
valorizando a sua cadeia produtiva.
Os aglomerados aos quais Beni se refere são exatamente os clusters de 
turismo, ou seja, espaços onde a cadeia produtiva é organizada de forma a 
TURISMO SOCIAL
AGLOMERADOS
65
potencializar a capacidade de competição dos produtos turísticos. A respeito 
do resultado esperado pela gestão sinérgica dos elementos que compõem 
a cadeia produtivo do turismo, ou seja, pela gestão da oferta conforme o 
modelo de formação de clusters, Beni (2012, p. 521) esclarece:
[...] esse resultado dependerá da atuação conjunta e articu-
lada de todos os atores dentro da cadeia produtiva, criando 
vantagem comparativa e competitiva. Qualquer que seja 
o debate sobre cluster de turismo, vale a pena destacar 
que qualquer de seus participantes não são concorrentes 
diretos, muito ao contrário, são cooperados e solidários, 
pois passam pela experiência do empreendedorismo e 
do associativismo, e compartilham situações comuns e 
enfrentam limitações e obstáculos coletivos de produtivi-
dade.
Conclui-se, portanto, que a constituição de uma oferta turística alinhada 
às necessidades e expectativas da demanda e capaz de integrar os elementos 
da cadeia produtiva, criando uma relação sinérgica e complementar entre as 
atividades e os serviços produzidos por cada elemento, considerando sempre 
um forte processo de aproveitamento da mão de obra local em conjunto com 
processos de planejamento e capacitação suficientes para retroalimentar a 
cadeia produtiva, criará uma rede cooperativa de produção e será capaz de 
promover o desenvolvimento sustentável regional.
Questões para reflexão
1. A cadeia produtiva do turismo, com o intuito de facilitar e 
agilizar a tomada de decisão do gestor turístico, representa de 
forma simplificada os elementos fundamentais de um sistema 
mais complexo, no qual existem outros elementos e relações 
que muitas vezes não são representados pela análise da cadeia 
produtiva. Quais outros elementos e relações podem fazer parte 
do sistema turístico e não estão sendo representados na análise 
de cadeia produtiva?
2. Os arranjos produtivoslocais, também chamados de aglome-
rados ou clusters, consistem no aproveitamento em conjunto das 
potencialidades do destino turístico, considerando a complemen-
taridade das atividades desenvolvidas pelos diferentes elementos 
da cadeia produtiva. O Ministério do Turismo apresentou os 
principais tipos de turismo a serem desenvolvidos no Brasil, 
considerando o imenso potencial do país. Dentre os tipos de 
66
turismo apresentados, quais são aqueles com maior potencial 
para formação de clusters e para promoção do desenvolvimento 
sustentável regional?
Atividades de aprendizagem da seção
1. Na cadeia produtiva do turismo, todos os elementos apresentados são 
tratados como elos de uma corrente produtiva, ou seja, representam uma 
sequência de atividades relacionadas à oferta de produtos e serviços mutuamente 
dependentes, na qual, para que um serviço seja ofertado de forma competitiva, 
é necessário que os demais elos também estejam sendo ofertados da mesma 
forma, criando uma relação de produtos e serviços turísticos integrados.
Considere as asserções a seguir e a relação entre elas:
I. A gestão eficiente da oferta turística, por meio de uma análise de 
segmentação da oferta bem estruturada, pode transformar a reali-
dade social do destino turístico.
PORQUE
II. Todos os elos da cadeia (atrativos, transportes, hospedagem, alimen-
tação, serviços de apoio turístico e comercialização) possibilitam a 
geração de empregos e a movimentação da economia regional.
Assinale a alternativa correta:
a. A asserção I está correta, e a asserção II está incorreta.
b. A asserção I está correta, e a asserção II está incorreta.
c. As duas asserções estão incorretas.
d. As duas asserções estão corretas, mas não se relacionam.
e. As duas asserções estão corretas, e a segunda justifica a primeira.
2. Há um tipo de turismo que se caracteriza por ser a forma de conduzir 
e praticar a atividade turística, promovendo a igualdade de oportunidades, a 
equidade, a solidariedade e o exercício da cidadania na perspectiva da inclusão.
Assinale a alternativa que denomina este tipo de turismo:
a. Turismo rural.
b. Turismo cultural.
c. Turismo social.
67
d. Turismo de negócios e eventos.
e. Turismo de estudos e intercâmbio.
Fique ligado!
Nesta unidade, você aprendeu os fundamentos para a formação do 
mercado turístico e uma importante metodologia para análise da compe-
titividade no mercado por meio das forças competitivas que o compõem. 
Conheceu as técnicas para realização da análise de segmentação do mercado 
e sua importância na tomada de decisões estratégicas no turismo, assim 
como técnicas para se definir a segmentação da oferta turística baseadas 
na análise da cadeia de valor no turismo. Por fim, compreendeu a impor-
tância de se manter relações sinérgicas entre os elementos que fazem parte 
da oferta turística, com foco na formação de clusters. Tenha certeza de que se 
apropriou dos conceitos e das técnicas apresentadas nesta unidade, para que 
possa oferecer produtos competitivos ao atuar no mercado turístico. 
Para concluir o estudo da unidade
Prezado aluno, nesta unidade, você conheceu as relações de troca essen-
ciais para a formação do mercado turístico e as forças competitivas que fazem 
parte do mercado e que devem ser detalhadamente analisadas em todos os 
mercados em que se pretende atuar. Foram realizadas discussões sobre a 
tomada de decisões estratégicas no mercado turístico, com ênfase nas técnicas 
de segmentação da oferta e da demanda, sendo possível perceber a impor-
tância para o gestor turístico de se conhecer o seu cliente, suas expectativas 
e necessidades. Alinhada às expectativas do cliente deve estar a oferta turís-
tica, de forma que esse alinhamento só é possível quando todos os elementos 
da cadeia produtiva do turismo atuam de forma sinérgica e complementar, 
promovendo a oferta de produtos turísticos competitivos e maximizando a 
qualidade da experiência turística dos clientes. Ao final da unidade, foram 
discutidos os aspectos necessários para a formação de clusters turísticos e 
seu potencial de transformação nas economias regionais, representando um 
grande impulsionador do desenvolvimento sustentável local.
Continue aprofundando seu conhecimento sobre estratégias de atuação 
no mercado turístico, analisando na prática como são ofertados os produtos 
turísticos, a quais clientes se destinam, quais são seus diferenciais competi-
tivos, como está estruturada a cadeia produtiva na oferta dos produtos e como 
produtos turísticos se transformam em experiências turísticas memoráveis 
para o cliente.
68
Atividades de aprendizagem da unidade
1. Analisar a relação dos produtos turísticos com o mercado no qual ele 
está inserido é etapa essencial para um melhor posicionamento. O mercado é 
influenciado por cinco forças ou grupos de participantes, que podem intervir 
diretamente no desempenho de sua oferta. Assim, a análise do mercado turís-
tico não deve se basear apenas na oferta existente (a sua e a de seus concor-
rentes) e na demanda por estes produtos, mas também no conjunto de atores 
que compõem a totalidade do mercado (BRASIL, 2010).
Considerando o modelo das cinco forças de Porter, analise as sentenças a 
seguir e as relacione corretamente com o tipo de força competitiva:
I. No que se refere ao turismo cultural, o Carnaval de Salvador, o 
Carnaval do Rio de Janeiro e o Carnaval de Recife são exemplos 
de festas no Brasil que se constituem como atrativos singulares que 
atraem milhares de turistas.
II. As localidades do Brasil que possuem atividades de aventura não tão 
conhecidas podem buscar melhorias e trabalhar os meios de divul-
gação para atrair os visitantes que iriam a Bonito/MS ou a Foz do 
Iguaçu/PR.
III. O site de aluguel de acomodações (casas, apartamentos e quartos) 
com preços acessíveis, que permite que as pessoas busquem pelas 
localidades onde desejam se hospedar, pode representar uma ameaça 
às redes hoteleiras.
Assinale a alternativa que contenha a relação correta:
a. I. Ameaça de produtos substitutos; II. Ameaça de novos concorrentes; 
III. Poder de barganha dos fornecedores.
b. I. Poder de barganha dos fornecedores; II. Poder de barganha dos 
clientes; III. Grau de rivalidade entre os concorrentes.
c. I. Poder de barganha dos fornecedores; II. Ameaça de novos concor-
rentes; III. Ameaça dos produtos substitutos.
d. I. Grau de rivalidade entre os concorrentes; II. Ameaça de novos 
concorrentes; III. Ameaça dos produtos substitutos.
e. I. Grau de rivalidade entre os concorrentes; II. Poder de barganha dos 
clientes; III. Ameaça dos produtos substitutos.
69
2. Leia com atenção o texto a seguir:
Se nos últimos anos muito se ouviu falar em inteligência 
artificial, realidade virtual e reconhecimento de voz, em 
2019 as inovações campeãs serão aquelas que ofereçam 
essas tecnologias como solução prática para os viajantes, 
por exemplo, acessar seu quarto usando o celular, receber 
dicas personalizadas de viagem ou acessar um concierge 
robotizado que fala sua língua. De acordo com uma 
pesquisa realizada por um site de busca de hospedagem, 
as inovações que mais empolgam os viajantes brasileiros 
são rastreamento de bagagem em tempo real por meio 
de aplicativo no celular (79%), aplicativos que armazenem 
todas as necessidades de viagem, reservas e planejamentos 
(76%) e a possibilidade de usar um veículo autônomo em 
seu destino (61%) (CUNHA, 2019).
Considerando o dinamismo do mercado turístico e a importância de 
acompanhar e analisar as mudanças no mercado para manter a competitivi-
dade, analise as afirmativas a seguir:
I. Os modismos têm especial influência no mercado turístico, pois são 
capazes de promover um impulso de compra de longo prazo nos 
consumidores.
II. Os modismos devem ser seguidos de reações rápidas da oferta, para 
que estas demandas sejam atendidas.
III. As tendências de mercado são movimentos que causam alterações 
efêmeras nas relações de troca, provocando o surgimento de oportu-
nidades mais temporárias.Assinale a alternativa correta:
a. Apenas I está correta.
b. Apenas II está correta.
c. Apenas III está correta.
d. Apenas I e III estão corretas.
e. Apenas II e III estão corretas.
70
3. Considerando as características que definem um segmento de mercado 
turístico, leia com atenção o texto a seguir:
As chamadas viagens surpresas ou viagens às escuras 
também já desembarcaram no Brasil. A aventura de 
programar uma viagem sem saber o destino e não ter 
que se preocupar com planejamento e reservas, já caiu 
no gosto de muitos brasileiros. [...] Antes da partida para 
a grande aventura, o passageiro vai sendo provocado 
com dicas sobre o roteiro surpresa, mas o destino só é 
revelado realmente na véspera da viagem. Até então, o 
viajante vai conduzindo seus preparativos com base na 
expectativa de experiência que foi solicitada à agência. 
(SEBRAE, 2019, [s.p.])
Assinale o segmento que melhor representa as características descritas:
a. Segmentação demográfica ou socioeconômica.
b. Segmentação geográfica.
c. Segmentação psicográfica.
d. Segmentação comportamental.
e. Segmentação de padrões de consumo.
4. Segmentar é dividir a demanda em grupos diferentes, nos quais todos 
os clientes compartilham características relevantes que os distinguem de 
clientes de outros segmentos (LOVELOCK; WRIGHT, 2001 apud BRASIL, 
2010), e esse processo auxiliará no planejamento da oferta e na diversificação 
dos produtos e serviços.
Analise as características descritas a seguir:
I. O apelo das localidades e de seus produtos serão percebidos diferen-
temente por pessoas com nível de formação diferente. Entender o 
nível educacional, ou mesmo a profissão exercida por seu público, 
também é importante para a criação e oferta de seus produtos.
II. Deve-se entender em quais situações o indivíduo ou grupo sente 
necessidade de consumo de determinado produto. Esse entendi-
mento é importante, pois a forma de compor o produto depende 
dessa percepção da motivação do consumidor.
III. Esta segmentação é facilmente notada no mercado turístico, quando 
se percebe que alguns são viajantes compulsivos e o fazem de forma 
71
frequente e para diferentes destinos; já outras pessoas viajam com 
menos frequência, mas ainda o fazem com regularidades; e outro 
grupo opta por viajar apenas em ocasiões especiais.
Assinale a alternativa que contenha os tipos de análise de segmen-
tação correspondentes:
a. I. Comportamental; II. Geográfica; III. Psicográfica.
b. I. Geográfica; II. Demográfica e Socioeconômica; III. Padrões de 
consumo.
c. I. Padrões de Consumo; II. Comportamental; III. Demográfica e 
Socioeconômica.
d. I. Psicográfica; II. Geográfica; III. Padrões de consumo.
e. I. Demográfica e Socioeconômica; II. Comportamental; III. Padrões 
de consumo.
5. 
O Fórum Econômico Mundial divulgou o Ranking de 
Competitividade de Viagens e Turismo, um estudo que 
analisa 14 dimensões do turismo e compara 136 países. 
De acordo com o levantamento, o Brasil aparece na 27º 
colocação, sendo o primeiro da América do Sul na lista e 
o primeiro do mundo no quesito recursos naturais. [...] o 
Brasil manteve 8º lugar na dimensão cultural e melhorou 
em itens como infraestrutura para atendimento ao turista, 
preços e portos. (OLIVEIRA, 2017, [s.p.])
A respeito da cadeia produtiva do turismo e suas relações para que a 
oferta turística ocorra de forma estruturada, analise as afirmativas a seguir e 
assinale V para verdadeiro e F para falso:
( ) São elementos da cadeia produtiva do turismo: atrativos, transportes, 
hospedagem, alimentação, serviços de apoio turístico e comercialização.
( ) Para que um serviço seja ofertado de forma competitiva, é necessário que 
os elos da cadeia produtiva do turismo estejam sendo ofertados da mesma 
forma, criando uma relação de produtos e serviços turísticos integrados.
( ) A gestão eficiente da oferta turística por meio de uma análise de segmen-
tação da oferta bem estruturada pode transformar a realidade social do 
destino turístico.
v
v
V
72
Assinale a alternativa correta:
a. V – V – V.
b. V – F – F.
c. V – F – V.
d. F – F – F.
e. F – V – V.
Referências
BARBOSA, L. G. M. (Org.). Estudo de competitividade de produtos turísticos. Brasília: 
SEBRAE, 2011.
BENI, M. C. (Org.). Turismo: planejamento estratégico e capacidade de gestão – desenvolvi-
mento regional, rede de produção e clusters. Barueri: Manole, 2012.
BRASIL. Segmentação do Turismo e o Mercado. Brasília: Ministério do Turismo, 2010.
IGNARRA, L. R. Fundamentos do Turismo. 3. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2013.
KOTLER, P. Administração de Marketing: a edição do novo milênio. São Paulo: Prentice 
Hall, 2000.
KOTLER, P.; KELLER, K. L. Administração de Marketing. 12. ed. São Paulo: Pearson Prentice 
Hall, 2006.
PAULA, A. H. B. Cadeia Produtiva do Turismo – Atrativos, Transporte, Hospedagem, 
Alimentação, Serviços, Comercialização. São Paulo: SENAC, 2017. 
PORTER, M. Estratégia competitiva: técnicas para análise de indústrias e da concorrência. Rio 
de Janeiro: Campus, 1986.
Unidade 3
João Paulo Leite Barbosa
Sistema de turismo
Objetivos de aprendizagem
• Compreender as bases da Teoria Geral de Sistemas.
• Compreender a formação do modelo referencial do Sistema Turístico 
Brasileiro (SISTUR), conforme proposto por Mario Carlos Beni.
• Compreender os objetivos da construção do SISTUR e suas aplica-
ções como modelo referencial.
• Conhecer os conjuntos de elementos que compõem o SISTUR.
• Compreender as interações existentes entre estes três conjuntos 
de elementos.
• Compreender os subsistemas que compõem e influenciam o SISTUR 
e suas respectivas interações.
Seção 1 | Teoria sistêmica aplicada ao turismo
Base conceitual da Teoria Geral de Sistemas, conforme proposta por 
Bertalanffy. Aplicações da Teoria Geral de Sistemas aos estudos na área de 
turismo. Apresentação do Modelo Referencial do Sistema Turístico Brasileiro 
(SISTUR).
Seção 2 | Objetivos do SISTUR e o conjunto das relações 
ambientais
Apresentação dos objetivos do SISTUR, exemplificando algumas das 
diversas aplicações do modelo na produção de conhecimento na área de 
turismo. Análise dos elementos que compõem o conjunto das relações 
ambientais e suas respectivas interações.
Seção 3 | Conjunto da organização estrutural
Análise dos elementos que compõem o conjunto da organização estru-
tural do SISTUR, descrevendo os principais aspectos a serem observados na 
superestrutura e na infraestrutura, assim como suas respectivas interações.
Introdução à unidade
Prezado aluno, bem-vindo à terceira unidade do livro Fundamentos do 
Turismo! Esta unidade é de suma importância para todos as pessoas que 
buscam aprofundar seu conhecimento na área do turismo ou até produzir 
novos estudos, pois nela será apresentado o modelo sistêmico mais utilizado 
atualmente como referência para produção de conhecimento nesta área, ou 
seja, o Modelo Referencial do Sistema Turístico Brasileiro, também denomi-
nado SISTUR.
Este modelo sistêmico é extremamente amplo e abrangente, busca 
apresentar uma abordagem holística de todos os elementos envolvidos 
no planejamento e na execução das atividades turísticas, assim como os 
fatores que influenciam o desenvolvimento dessas atividades e que devem 
ser constantemente observados por gestores na área do turismo, para que 
sejam capazes de planejar suas ações de forma consistente com o ambiente 
de negócios em que estão inseridos.
Inicialmente, é realizado um breve resgate a respeito da Teoria Geral de 
Sistemas, apresentando seus pontos principais e como pode ser aplicada em 
diversas áreas de estudo. Em seguida, são apresentados estudos na área de 
turismo embasados pela teoria sistêmica, com ênfase no estudo do expoente 
autor brasileiro Mario Carlos Beni, cujo trabalho é de enorme importância 
para o desenvolvimento de estudos na área de turismo no Brasil e no mundo, 
pois permite uma visão holística do setor de turismo por meio do SISTUR.
Após a apresentação do SISTUR, as discussões apresentadasbaseiam-se 
na obra de Beni, Análise Estrutural do Turismo, cuja 13ª edição foi publi-
cada em 2017, e na qual são discutidos em detalhes todos os elementos que 
compõem o SISTUR, assim como as interações entre eles. Na segunda seção, 
são discutidos os objetivos do SISTUR, demonstrando as diversas formas 
de aplicação desse conceito tanto para produção de novos estudos teóricos 
quanto como ferramenta de vital importância ao gestor turístico na formu-
lação de estratégias mercadológicas. Também, são apresentados os elementos 
e as interações que compõem o conjunto das relações ambientais.
Esperamos que aproveite esta imersão na abordagem sistêmica do 
turismo e possa utilizar os conceitos apresentados para ampliar sua visão 
sobre as atividades turísticas!
Bons estudos!
78
Seção 1
Teoria sistêmica aplicada ao turismo
Prezado aluno, no início desta terceira unidade, abordaremos uma das 
teorias mais importantes para os estudos científicos de diversas áreas de 
conhecimento, a teoria sistêmica. Incialmente, apresentaremos os preceitos 
dessa teoria, conforme apresentada pelo autor mais discutido e renomado 
na área: Ludwig von Bertalanffy, autor da obra Teoria Geral dos Sistemas, 
que teve sua primeira publicação em 1968, nos Estados Unidos. Também, 
mostraremos os principais autores que utilizaram a teoria sistêmica para 
desenvolver estudos na área do turismo, destacando-se o autor brasileiro 
mais expoente e criador do modelo referencial do sistema turístico, ou 
SISTUR, Mario Carlos Beni. Ao fim, trataremos do modelo referencial do 
SISTUR, que representa a base das discussões apresentadas nas próximas 
seções desta unidade.
Ao observar a evolução do pensamento científico e da produção de 
conhecimento, é possível depreender que a Revolução Industrial, ocorrida 
no início do século XX, promoveu a expansão do pensamento científico 
fundamentado em conceitos mecanicistas e antropocêntricos, alinhados 
com as teorias clássicas da administração. Essa perspectiva fornece uma 
forma de análise dos elementos baseada na fragmentação dos processos e 
na observação de cada elemento de forma isolada, sem considerar a ligação 
com o contexto em que está inserido e as relações com fatores que fogem da 
abordagem racional, por não serem passíveis de serem controlados direta-
mente. Logo surge a deficiência da abordagem mecanicista em compreender 
fenômenos sociais e naturais que estão intrinsicamente relacionados ao todo 
e demandam uma abordagem que considere a complexidade das interações 
com demais elementos e com o ambiente em que se inserem.
 A teoria sistêmica surge, então, como uma reorientação da ciência, 
favorecendo uma visão de mundo a partir de concepções mais abrangentes, 
que considerem o todo, e não simplesmente a soma das partes, ou seja, a 
soma de observações singulares de cada elemento que faz parte do todo. 
Neste sentido, a abordagem sistêmica considera a análise dos elementos e 
das interações entre eles, buscando a compreensão do sistema como um 
todo. Segundo essa abordagem, é possível identificar características essen-
ciais dos sistemas que não são percebidas quando cada elemento é observado 
isoladamente, pois surgem das interações entre as partes, permitindo, assim, 
uma análise mais próxima da realidade, englobando diversos elementos, 
processos e interações (VASCONCELLOS, 2002, p. 199-200). 
. Que considera a criação como feita expressamente para o homem. 2. Relativo ao antropocentrismo.
TEORIA SISTÊMICA
79
Bertalanffy considerava sistema da seguinte forma: 
Amplamente a qualquer unidade em que o todo é mais 
do que a soma das partes. Assim, um sistema é um todo 
integrado cujas propriedades não podem ser reduzidas 
às propriedades das partes, e as propriedades sistêmicas 
são destruídas quando o sistema é dissecado. (LOHMANN; 
PANOSSO NETTO, 2012, p. 26)
Assim, a teoria sistêmica se estabeleceu como um movimento científico 
de primeira grandeza, representada primordialmente pela obra Teoria Geral 
dos Sistemas, concebida por Bertalanffy e publicada pela primeira vez nos 
Estados Unidos, em 1968. Nela, é apresentada uma abordagem de sistemas 
abertos, com caráter interdisciplinar, que pode ser utilizada em estudos de 
qualquer natureza (LOHMANN; PANOSSO NETTO, 2012). 
A partir das ideias básicas de Bertalanffy (1973), constituem 
exemplos de sistemas o corpo humano, a economia de um 
país, a organização política de um município e o turismo 
de uma região qualquer. A teoria geral de sistemas permite 
analisar cada um desses sistemas de forma total – o sistema 
unido – ou dividir o sistema em partes para facilitar sua 
compreensão e seu estudo. Um sistema, para ser completo, 
deve possuir meio ambiente (local em que o sistema se 
encontra); unidades (as partes do sistema); relações (entre 
as unidades do sistema); atributos (qualidade das unidades 
e do próprio sistema); input (o que entra no sistema); 
output (o que sai do sistema); feedback (o controle do 
sistema para mantê-lo funcionando corretamente); modelo 
(um desenho do sistema para facilitar a sua compreensão). 
(LOHMANN; PANOSSO NETTO, 2012, p. 26)
A teoria sistêmica é utilizada para embasar a maioria dos estudos empre-
endidos na área do turismo, exatamente por ser uma área de estuvdos na qual 
devem ser considerados diversos elementos interagindo entre si e pelo fato 
de que as atividades turísticas podem sofrer influências não só de elementos 
oriundos da própria área turística mas também de elementos externos 
presentes no ambiente, como fatores culturais, econômicos e sociais. A 
seguir, são apresentados alguns dos estudos expoentes na área do turismo 
embasados pela teoria sistêmica.
80
Quadro 3.1 | Autores do turismo que utilizaram a abordagem sistêmica
Autor / Ano Principal Obra Características
Raymundo Cuer-
vo (1967)
El turismo como 
medio de
comunicación 
humana 
- Primeiro autor que utilizou a teoria dos 
sistemas aplicadva ao turismo.
- O turismo seria um grande conjunto, com-
posto por diversos subconjuntos.
- Identificava que a principal função do 
turismo era a comunicação.
Neil Leiper (1979) The framework of 
tourism:
towards a defini-
tion of
tourism, tourist and 
the
tourist industry.
- Turistas: atores do fenômeno turístico.
- Elementos geográficos: divididos em 
região geradora de turistas, região de rota 
de trânsito de turistas e região de destinação 
de turistas.
- Indústria turística: empresas e organiza-
ções envolvidas na oferta de produtwos e 
serviços turísticos. 
Jafar Jafari (1981) Toward a framework 
for
tourism education: 
problems
and prospects
- Analisou o turismo de forma interdisci-
plinar.
- Abordagem que implicou maior integração 
entre os docentes e maior dedicação dos 
estudiosos.
- Plataformas do pensamento em turismo: 
defesa; advertência; adaptação; 
 conhecimento.
Alberto Sessa 
(1985)
Turismo e política de
desenvolvimento
- Buscou o entendimento sobre as interações 
existentes nos sistemas.
- Sua principal base de estudos era a visão 
economicista do turismo.
- Via o turismo como uma ciência.
Roberto Boullón 
(1985)
Planificación del 
espacio
turístico
- Oferta, demanda, antropologia social, 
turismo industrial.
- Divisões do espaço turístico: zonas 
turísticas, áreas turísticas, centro turístico, 
complexo turístico, unidades turísticas e 
centros de distribuição.
Sérgio Molina 
(1991)
Conceptualización 
del turismo
- Permitia a elaboração de um conceito 
global de turismo.
- Abordou o turismo de uma forma integral.
- Ofereceu uma linguagem que facilitou a 
comunicação entre os profissionais. 
Mario Beni (1998) Análise estrutural do 
turismo
- Existência de um sistema aberto de turis-
mo, envolvendo a interação da estrutura 
com a
superestrutura.
- Conjunto das relações ambientais, con-
junto da
organização estrutural e conjunto das ações 
operacionais.
Fonte: Meira; Conceição; Anjos (2015, p. 6).
AUTORES DO TURISMO - ABORDAGEM SISTÊMICA 
81
No Brasil a abordagem sistêmica do turismo mais discutida, difundida 
e utilizadapor estudiosos da área foi concebida por Mario Beni, em sua 
obra Análise Estrutural do Turismo, publicada pela primeira vez em 1998. 
Nela, Beni desenvolve um referencial teórico robusto capaz de descrever os 
elementos que compõem as atividades turísticas, suas interações entre si e 
com o ambiente, criando um modelo referencial do sistema turístico, o qual 
também pode ser denominado como SISTUR. Considerando a relevância da 
obra de Beni para os estudos na área do turismo, devido, entre outras quali-
dades, à visão holística com que abarca toda a complexidade do tema, seu 
trabalho será o principal alvo de análise desta terceira unidade.
Para saber mais
Mario Carlos Beni pode ser considerado um ícone na produção de 
estudos na área do turismo. Atualmente, o autor brasileiro está entre os 
grandes autores contribuintes para a produção de conhecimento nesta 
área. Para conhecer melhor a história dele e sua valiosa contribuição para 
os estudos e as práticas das atividades turísticas, leia o artigo a seguir, 
de autoria de Aylana Laíssa Medeiros Borges e Gilmara Barros da Silva. 
BORGES, A. L. M.; SILVA, G. B. Mário Carlos Beni: contribuição para o 
estudo do Turismo. Revista de Turismo Contemporâneo – RTC, Natal, v. 
4, ed. especial, p. 41-61, abr. 2016.
A princípio, Beni (2017) busca criar um esquema sintetizador e dinâmico 
que retrate o funcionamento das atividades turísticas em toda sua abran-
gência, complexidade e multicausalidade, criando o modelo referencial do 
SISTUR. Para tanto, foram analisados diversos fatores inerentes às atividades 
turísticas, conforme descritos a seguir:
[...] o conjunto de fatores que geram as motivações de 
viagens e a escolha das áreas de destinação turística; 
deslocamento de indivíduos no contínuo espaço-tempo; 
os equipamentos de transporte oferecidos ao tráfego de 
pessoas; o tempo de permanência na área receptora; a 
disponibilidade e a solicitação não só de equipamentos 
de alojamento hoteleiro e extra-hoteleiro, bem como os 
equipamentos complementares de alimentação; a disponi-
bilidade e a solicitação de equipamentos e instalações de 
recreação e entretenimento; a fruição dos bens de inter-
mediação de serviços; e a estrutura e o comportamento 
de gastos. Emergem desse repertório de funções primárias 
MARIO CARLOS BENI
82
e inerentes à atividade funções derivadas, que ampliam 
e consolidam o contexto em que aquela se processa, 
contidas no ambiente natural, cultural, social e econômico, 
e nas funções de organização e operacionalização. (BENI, 
2017, p. 46)
A partir da análise dos fatores descritos, o autor identifica três grandes 
conjuntos de elementos que compõem o SISTUR. São eles: Relações 
Ambientais (RA), Organização Estrutural (OE) e Ações Operacionais (AO). 
No modelo referencial, são descritos os componentes básicos desses três 
conjuntos, suas funções e interações dentro do sistema total. De acordo 
com o objetivo de cada pesquisador que utilizará o SISTUR como referência 
conceitual, sua análise pode ser realizada a partir de uma perspectiva total, 
envolvendo as interações entre todos os conjuntos de elementos, porém, 
também pode assumir um caráter mais específico, de forma que cada 
elemento presente no SISTUR pode ser considerado um subsistema, com 
suas funções e interações singulares.
É apresentada, a seguir, a figura que representa o modelo referencial 
do SISTUR.
Figura 3.1 | Sistema de Turismo (SISTUR) – Modelo Referencial
Fonte: Beni (2017, p. 50).
3 GRANDES ELEMENTOS QUE COMPÕES O SISTUR
83
Conforme apresentado na Figura 3.1, os elementos do SISTUR estão 
distribuídos em três grandes grupos, que interagem entre si e podem ser 
analisados tanto de forma holística, considerando o sistema como um todo, 
quanto individualmente, à medida que os elementos de cada grupo possuem 
suas especificidades e interações. Nas próximas seções, serão analisados 
de forma mais aprofundada os conjuntos e os respectivos elementos que 
compõem o SISTUR.
Questões para reflexão
1. A teoria sistêmica pode ser considerada um marco na evolução 
dos estudos científicos, pois quebra paradigmas propostos pela 
teoria da administração clássica mecanicista e propõe um método 
de análise que considere as interações dos elementos analisados, 
tanto entre si quanto com o ambiente. Em sua opinião, quais são 
os principais avanços promovidos pela inclusão deste método de 
análise nos estudos científicos e quais são as principais diferenças 
deste método em relação ao método proposto pela adminis-
tração clássica mecanicista?
2. A aplicação da teoria sistêmica aos estudos na área do turismo 
se mostrou um dos pilares para a produção de conhecimento 
nesta área, porém, existem críticas às análises das atividades 
turísticas baseadas na teoria sistêmica, como a falta de inclusão 
de elementos que podem influenciar tais atividades, mas que 
não são considerados em determinados modelos. Quais outras 
críticas acerca da produção de conhecimento na área de turismo 
baseada na teoria sistêmica podem ser citadas?
Atividades de aprendizagem da seção
1. A teoria sistêmica é considerada uma reorientação da ciência, que 
favorece uma visão de mundo a partir de concepções mais abrangentes, 
que considerem o todo, e não simplesmente a soma das partes, ou seja, 
simplesmente a soma de observações singulares de cada elemento que faz 
parte do todo.
Considere as asserções a seguir e a relação entre elas:
I. A teoria sistêmica é utilizada para embasar a maioria dos estudos 
empreendidos na área do turismo.
84
PORQUE
II. O turismo é uma área de estudos, na qual devem ser considerados 
diversos elementos interagindo entre si. As atividades turísticas 
podem sofrer influências não só de elementos oriundos da própria 
área turística, como também de elementos externos presentes no 
ambiente, como fatores culturais, econômicos e sociais.
Assinale a alternativa que representa corretamente a relação entre 
as asserções:
a. As duas asserções estão incorretas.
b. As duas asserções são proposições corretas, mas não há relação entre elas.
c. As duas asserções são proposições corretas, e a segunda justifica a primeira.
d. A primeira asserção está correta, e a segunda asserção está incorreta.
e. A primeira asserção está incorreta, e a segunda asserção está correta.
2. Um importante estudioso brasileiro criou um modelo referencial do 
sistema turístico do Brasil, que se caracteriza como um esquema sintetizador 
e dinâmico que retrata o funcionamento das atividades turísticas em toda 
sua abrangência, complexidade e multicausalidade. Sua obra de referência é 
Análise Estrutural do Turismo.
Considerando o texto-base apresentado, assinale a alternativa que contém 
o nome do estudioso que criou o SISTUR, com base na Teoria Contingencial.
a. Neil Leiper (1979).
b. Jafar Jafari (1981).
c. Alberto Sessa (1985).
d. Sérgio Molina (1991).
e. Mario Beni (1998).
85
Seção 2
Objetivos do SISTUR e o conjunto das relações 
ambientais
Caro aluno, nesta segunda seção, serão apresentados os principais 
objetivos propostos para utilização do SISTUR, observando a infinidade 
de aplicações do sistema na realização de estudos e análises estruturais no 
setor do turismo, tanto de caráter teórico quanto de caráter empírico. Após as 
observações a respeito dos objetivos do SISTUR, serão discutidas as relações 
ambientais dele, momento em que serão aprofundadas as análises a respeito 
dos quatro subsistemas que fazem parte deste conjunto: ecológico, econô-
mico, social e cultural.
Para iniciar a análise do SISTUR, como proposto por Beni (2017), é 
importante destacar quais são os objetivos que norteiam a criação e utili-
zação do modelo de referência, os quais são bastante amplos, pois este 
modelo de análise das atividades turísticas permite desenvolver estudos 
tanto voltados para a produção de conhecimento científico, aprofundando 
as pesquisas na área de turismo a partir de referenciais teóricos robustos 
e permitindo a padronização metodológica necessária para apresentaçãoe discussão de trabalhos nos âmbitos nacional e internacional, quanto 
voltados para o conhecimento empírico e entendimento da dinâmica das 
atividades turísticas quando observadas na prática das relações entre oferta 
e demanda, promovendo também a possibilidade de aprofundamento do 
conhecimento técnico sobre as relações de comercialização do produto 
turístico. Seguem os objetivos do SISTUR, conforme descritos por Beni 
(2017, p. 47-48, grifos do autor):
Geral: Organizar o plano de estudos da atividade de turismo, 
levando em consideração a necessidade, há muito tempo 
verificada nas obras teóricas e pesquisas publicadas nos 
países a que se tem acesso, de fundamentar as hipóteses 
de trabalho, justificar posturas e princípios científicos, 
aperfeiçoar e padronizar conceitos e definições, e conso-
lidar condutas de investigação para instrumentar análises 
e ampliar a pesquisa, com a consequente descoberta e 
desenvolvimento de novas áreas de conhecimento do setor. 
Específicos: identificar características e classificar os fatores 
que determinam as motivações de viagens e a escolha das 
áreas de destinação turístico-recreativa. inventariar de forma 
estruturada e sistêmica, o potencial de recursos turísticos 
86
naturais do território para a exploração racional da atividade 
de turismo e recreação; dimensionar a oferta existente e/
ou projetada de transportes e equipamentos, instalações e 
serviços para o processo de ocupação turístico-recreativa 
do território; quantificar e determinar a demanda existente 
e/ou projetada de bens e serviços turísticos; diagnos-
ticar deficiências, pontos críticos e de estrangulamento, 
desajustes entre a oferta e a demanda existentes; permitir a 
previsão do comportamento do mercado através de análise 
de tendências; formular diretrizes de reorientação de 
programas de ação para determinar o planejamento estra-
tégico do desenvolvimento do setor; planificar e executar 
o desenvolvimento do produto turístico, mediante prepa-
ração de um plano integral de ‘marketing’, avaliar e executar 
campanhas de promoção do produto turístico; analisar o 
significado económico do turismo e seu efeito multipli-
cador no desenvolvimento nacional; organizar a atividade 
de turismo na estrutura administrativa do setor público; 
idealizar a estrutura otimizada do organismo nacional de 
turismo; indicar procedimentos de execução e controle de 
gestão setorial e global e políticas ágeis em seus subcon-
juntos; criar modelos formais e matemáticos das matrizes 
de relações das funções e operadores. 
Conforme citado anteriormente, são inúmeras as formas de se utilizar o 
SISTUR como base para realização de estudos e análises na área do turismo, 
assim será realizada, a partir deste momento, uma análise das características 
principais a serem observadas nos conjuntos de elementos apresentados 
no SISTUR.
Conjunto das relações ambientais
Para compreensão das relações ambientais no SISTUR, é necessário, 
inicialmente, entender que o ambiente, assim como os elementos que 
compõem esse conjunto, como os subsistemas ecológico, econômico, social 
e cultural, se situam, a princípio, fora do sistema, ou seja, o comportamento 
do sistema pouco afetará o comportamento desses elementos, logo são 
pouco influenciados pelo sistema em si. Em contrapartida, esses elementos 
são parte essencial do SISTUR, porque constituem sistemas antecedentes 
e controladores dele, ou seja, o comportamento deles influenciará sobre-
maneira as atividades turísticas e deve ser constantemente observado pelo 
gestor turístico. Ao se observar o sistema econômico, por exemplo, é possível 
87
compreender que as atividades turísticas o influenciam, porém não são 
fatores determinantes de seu comportamento; em contrapartida, deve ser 
parte integrante e essencial do SISTUR, pois seu comportamento afeta signi-
ficativamente o desenvolvimento das atividades turísticas, assim “o ambiente 
não só está fora do controle do sistema, como também determina em parte 
seu funcionamento” (BENI, 2017, p. 48). 
O subsistema ecológico se baseia na relação com a natureza e em sua 
contemplação. Atualmente, é possível perceber uma procura crescente dos 
turistas por uma relação mais próxima com a natureza, pela realização de 
atividades ao ar livre, como escaladas, caminhadas, mergulhos, banhos 
de cachoeira, entre outras atividades consideradas saudáveis. Esse tipo de 
turismo pode ser denominado “ecoturismo” e surge como alternativa ao 
turismo de massa, no qual uma grande quantidade de turistas se concentra 
em locais com infraestrutura urbanizada. Os espaços turísticos natural 
e urbano são fatores a serem analisados neste subsistema, de forma que a 
preservação do meio ambiente se mostra como fator essencial na promoção 
de negócios sustentáveis. 
É importante observar que a maioria dos atrativos turísticos no Brasil 
é baseada em recursos naturais, e que no SISTUR o cliente se desloca até 
o atrativo turístico para realizar o consumo, logo os recursos naturais, ao 
se tornarem atrativos turísticos, devem passar por um processo de planeja-
mento que considere a manutenção das características originais deles, por 
meio da sua exploração sustentável. Atualmente, a exploração predatória de 
recursos naturais tem se mostrado uma das grandes preocupações interna-
cionais em relação à manutenção da sobrevivência humana no planeta, e a 
exploração desses recursos por atividades ligadas ao turismo também tem 
sua parcela de culpa em relação à degradação deles.
Nesse sentido, são diversas as atividades predatórias relacionadas 
ao turismo. Dentre elas, pode-se destacar a atividade hoteleira, quando 
realizada sem o devido planejamento de impacto ambiental. Hotéis, 
muitas vezes, descarregam rejeitos em rios, lagos ou mar, sem o devido 
tratamento de esgoto; restringem o acesso da população a locais de acesso 
público e constroem prédios de grande porte, que acabam por alterar a 
paisagem natural da região. Também, podem ser citadas devastações de 
áreas naturais provocadas pela especulação imobiliária e a consecutiva 
construção de hotéis e equipamentos turísticos sem o devido planeja-
mento ambiental (BENI, 2017).
Além das atividades citadas, deve-se considerar também atividades 
predatórias realizadas pelos turistas, os quais, por fatores diversos, de forma 
consciente ou inconsciente, provocam danos aos recursos naturais por meio 
SUBSISTEMA ECOLÓGICO - ECOTURISMO
EXPLORAÇÃO PREDATÓRIA 
88
de ações, como destruição da vegetação, pichações, agressão à fauna, utili-
zação de veículos motorizados terrestres ou aquáticos em locais inadequados, 
causando incêndios, entre outras (BENI, 2017).
Para combater a degradação dos recursos turísticos naturais, é essencial 
a realização de algumas atividades de planejamento no desenvolvimento 
da oferta turística. Tais atividades são descritas a seguir, de acordo com a 
proposta de Beni (2017):
• Estratégia: realização de planos, projetos, programas e atividades 
harmônicos com a quantidade e qualidade dos recursos turís-
ticos naturais.
• Preservação: salvaguardar recursos em risco de extinção.
• Restauração: correção de erros de manejo em ecossistemas alterados, 
como programas de reflorestamento.
• Maximização: aproveitamento total dos recursos, evitando desperdí-
cios e aumentando a qualidade.
• Reutilização: utilizar recursos tantas vezes quantas seja possível de 
forma sustentável.
• Substituição: utilizar recursos em abundância em lugar daqueles com 
risco de extinção.
• Uso integral: satisfação de diferentes necessidades mediante um 
só recurso. Por exemplo, uma represa, que pode ser utilizada 
para irrigação, geração de eletricidade, piscicultura, pesca, entre 
outros usos.
Em complemento às ações relacionadas, Beni (2017) também cita o 
avanço de conceitos e ações relacionados ao turismo sustentável, que pode 
ser conceituado como: ”maximização e otimização da distribuição dos 
benefícios do desenvolvimento econômico baseado no estabelecimento e 
na consolidação dascondições de segurança sob as quais são oferecidos os 
serviços turísticos, para que os recursos naturais sejam mantidos, restau-
rados e melhorados” (PEARCE, 1989 apud BENI, 2017, p. 63). São citadas 
as seguintes ações que contemplam a promoção do turismo sustentável: 
educação ambiental; capacitação profissional; estudo de impacto ambiental; 
capacidade de carga (capacidade de recepção de visitantes sem alterações no 
recurso natural); plano de manejo e controle ambiental (BENI, 2017).
AÇÕES PARA COMBATER A DEGRADAÇÃO DOS RECURSOS TURÍSTICOS NATURAIS 
AÇÕES QUE CONTEMPLAM O TURISMO
89
Para saber mais
Para conhecer melhor as políticas de desenvolvimento de turismo 
ecológico sustentável praticadas no Brasil, com foco nas políticas imple-
mentadas na Amazônia, considerada a região com maior potencial de 
recursos turísticos naturais no mundo, acesse o artigo de Kassia Suelen da 
Silva Farias
FARIAS, K. S. S. Principais políticas de fomento do turismo na 
Amazônia: análise dos primeiros planos de turismo da Amazônia (PTA 
I e II) e do PROECOTUR. Revista de Turismo Contemporâneo – RTC, 
Natal, v. 2, n. 2, p. 183-205, jul./dez. 2014.
O turismo, analisado pela perspectiva do subsistema econômico, nasce 
do atendimento das necessidades expressas ao mercado pelo público consu-
midor disposto a pagar o preço dos serviços oferecidos, o que leva à sua 
oferta pelas empresas. Assim, estes dois agentes, consumidores e empresas, 
são os protagonistas das atividades turísticas, cabendo ao Estado um papel 
de controle das atividades. Pela ótica sistêmica, a oferta e demanda se encon-
tram no mercado. Conforme discutido na unidade anterior, essa dinâmica 
permite a maior satisfação do consumidor e a otimização da utilização de 
recursos, porém, para que os resultados sejam justos e satisfatórios, é neces-
sária a adoção de medidas de correção por parte do Estado, permitindo 
maiores possibilidades de controle do sistema (BENI, 2017).
O atendimento das necessidades dos consumidores pela oferta dos bens 
e serviços requeridos permite a melhoria do nível de vida da população e, 
como consequência, gera empregos e rendas, muitas vezes, configurando um 
importante propulsor econômico. Segundo Beni (2017), a renda turística 
pode decompor-se em quatro grupos principais: o primeiro remete à renda 
oriunda de atividades direcionadas ao atendimento direto de turistas, como 
hotelaria, bares e restaurantes dentro de hotéis, agências de viagens, entre 
outros; o segundo tipo de renda deriva das atividades que atendem às neces-
sidades dos turistas, assim como da população local e demais interessados, 
como empresas de transporte, bancos, casas de shows, entre outros; o terceiro 
tipo se refere à renda oriunda de setores que são impulsionadas pelo cresci-
mento do turismo, como o agrícola e industrial, responsáveis pela produção 
de alimentos e pela realização de obras de infraestrutura, entre outros; já o 
quarto tipo de renda se refere aos salários, lucros, juros ou aluguéis decor-
rentes das demais atividades citadas anteriormente (BENI, 2017).
De acordo com a composição da renda turística descrita, é possível 
perceber que sua maior parte está relacionada ao fornecimento de serviços, 
sendo as atividades turísticas, muitas vezes, vitais para o setor de serviços, 
RENDA 
TURÍSTICA:
4 GRUPOS 
PRINCIPAIS 
90
principalmente, em países em desenvolvimento, onde esse setor corres-
ponde a uma parcela muito significativa do Produto Interno Bruto (PIB). 
Destaca-se também que as rendas turísticas, assim como os investimentos no 
turismo, podem se originar tanto do consumo privado quanto do consumo 
público, sendo aquele oriundo dos turistas no momento de adquirir ou 
utilizar produtos e serviços turísticos, e este referente aos gastos do governo 
no SISTUR em atividades, como: 
[...] a publicidade institucional do setor, gastos de 
custeio de órgãos oficias públicos de turismo, crédito 
oficial aos programas de formação de mão de obra, 
planejamento e execução de políticas estratégias e 
outros. Assinale-se a pouca relevância desses gastos 
no consumo público total, no que concerne ao Estado, 
oscilam, neste país, ao redor de 0,2% dos gastos 
correntes” (BENI, 2017, p.70).
As atividades turísticas também podem fazer parte do comércio inter-
nacional, sendo capazes de influenciar em diversos níveis a balança de 
pagamentos do país. Essa influência pode ser analisada pelo montante de 
capital que entra no país, trazido por turistas estrangeiros (crédito) em compa-
ração com o volume de capital gasto por residentes quando realizam viagens 
ao exterior (débito), resultando, então, no balanço turístico. Dessa forma, do 
ponto de vista econômico, o turismo pode atuar como um importante agente 
de provisão de divisas, atraindo um alto volume de capital estrangeiro, assim 
como um agente financiador de compras e gastos no exterior realizados pelos 
residentes quando realizam suas viagens.
Ressalta-se também que, do ponto de vista econômico, o turismo pode 
ser considerado um importante gerador de empregos e de mão de obra 
especializada por meio de programas de capacitação. Ao se investir no desen-
volvimento do potencial turístico de uma determinada região, os gestores 
turísticos necessitarão de mão de obra especializada para ser capazes de 
ofertar serviços com a qualidade necessária à manutenção de níveis de 
excelência, essencial para a competitividade do produto turístico. Essa neces-
sidade, muitas vezes, leva empresas a investirem na capacitação da população 
local, além de gerar empregos. A população local, ou população autóctone, 
compreende o grupo de pessoas que vive originalmente em locais receptores 
de turistas e demais grupos em mobilidade. Sobre os impactos do turismo 
nessas comunidades, cabem análises do ponto de vista sociológico, levando 
à análise do próximo subsistema que faz parte das relações ambientais do 
SISTUR, o social.
MONTANTE DE CAPITAL
POPULAÇÃO AUTÓCTONE: O termo autóctone é sinônimo de nativo ou indígena, que diz respeito aos seres vivos originários do próprio território onde habitam.
Highlight
91
Para iniciar a compreensão do turismo como agente modificador do 
subsistema social em que está inserido, é importante a compreensão inicial 
dos grupos de pessoas que interagem no ambiente receptor, local onde ocorre 
o encontro da oferta e demanda e onde é consumido o produto turístico. O 
ambiente receptor, a princípio, é habitado pela comunidade autóctone, a qual 
é definida como: 
[...] coletivo humano que recebe uma dupla corrente migra-
tória: a turística e laboral; influi sobre ambas e se vê afetado 
por elas. É uma coletividade de pessoas que compartilha 
uma área territorial limitada, que lhe serve de base para 
realizar a maior parte de suas atividades cotidianas; parti-
cipa de uma cultura comum; acha-se ordenada em uma 
determinada estrutura social; revela consciência de sua 
unicidade e identidade própria como grupo. Em poucas 
palavras, é um povo arraigado a sua terra, com sua história, 
cultura, língua, tradições, costumes, valores e contrava-
lores. (BENI, 2017, p. 86)
Conforme descrito por Beni (2017), existem três grupos sociais 
(autóctones, turistas, migrantes laborais) que interagem constantemente 
em ambientes receptores do turismo. Um deles é representado pela 
comunidade autóctone, estável e receptora dos dois outros grupos, que 
são migrantes, sendo eles os turistas e as pessoas que se deslocam ao local 
onde ocorrem atividades turísticas em busca de trabalho. As interações 
entre esses três grupos são, muitas vezes, conflituosas, pois podem estar 
em jogo interesses divergentes, os quais são integrados e organizados, 
na maioria das vezes, segundo as regras de mercado, direcionadas pelas 
relações comerciais entre oferta e demanda e que podem acarretar em 
graves injustiças sociais (BENI, 2017).
Sobre o grupo dos turistas, é importante destacar que é composto por 
pessoas com uma condição social que lhes permite gastar parte de sua 
poupança em atividadesde lazer durante períodos em que se dedicam a 
viajar. Os principais objetivos de suas viagens estão relacionados ao descanso, 
à contemplação de belezas naturais e do clima, ao conhecimento de novas 
regiões e culturas ou à fuga do ambiente de trabalho; realizam tais ativi-
dades sempre pautadas pelas suas possibilidades econômicas. O processo de 
migração dessas pessoas é curto, variando, na maioria das vezes, entre um 
final de semana a até 15 dias, e é também voluntário e fortemente influen-
ciado pela publicidade que os incita ao consumo, além de outros fatores de 
DEFINIÇÃO: COMUNIDADE AUTÓCTONE
3 GRUPOS SOCIAIS CONFORME BENI
GRUPO 1
GRUPO 2
92
influência, como seu próprio grupo social ou operadores de turismo. Vale 
ressaltar que estas mesmas pessoas também podem fazer parte do grupo dos 
autóctones quando estão em seu local de origem (BENI, 2017).
O terceiro grupo, composto pelos migrantes laborais, se refere às pessoas 
que se deslocam ao espaço turístico em busca de oportunidades de trabalho 
oferecidas pelas atividades do setor, as quais são sempre mais atrativas do 
que aquelas encontradas em seu local de origem. Esse grupo sofre também a 
influência da publicidade dos destinos turísticos e, muitas vezes, dos empre-
gadores que utilizam as qualidades dos atrativos turísticos locais para atrair 
a atenção dos trabalhadores, os quais não terão tempo hábil para usufruir 
deles. Sua motivação é sempre muito clara: melhorar suas condições de vida, 
logo buscam condições socioambientais que lhes permitam o crescimento 
econômico e, em geral, se deslocam dispostas a se emancipar do local de 
origem, desde que haja condições socioeconômicas atraentes e que sejam 
capazes de se adaptar à cultura local.
Para conhecer melhor como se dão as relações sociais e econômicas entre 
esses três grupos de pessoas, é importante compreender o modelo sociológico 
de desenvolvimento do turismo que se empreendeu na localidade receptora. 
Existem três principais modelos de desenvolvimento turístico implantados 
em localidades rurais, são eles: o desenvolvimento autóctone, a colonização 
aristocrática e a colonização democrática (BENI, 2017).
O modelo de desenvolvimento autóctone, baseado no capitalismo popular, 
é resultado da solidariedade entre empreendedores locais, que se unem para 
promover a expansão das atividades turísticas como forma de geração de 
renda na região. Geralmente, as iniciativas se dão individualmente, e com o 
tempo surge um efeito multiplicador que promove o envolvimento da maior 
parte da comunidade. O capital comum se baseia na natureza, de forma que 
os atrativos turísticos se dão a partir da exploração sustentável de recursos 
naturais, sejam eles em locais litorâneos, montanhas, lagos, entre outros. 
O processo de desenvolvimento, normalmente, é lento e realizado pela 
própria comunidade, sem auxílio externo. À medida que surgem as primeiras 
vias de acesso, também surgem as instalações de hospedagem e serviços 
artesanais de alimentação. Com o aumento da demanda, o fluxo de capital 
permite a ampliação da capacidade receptiva e o aprimoramento dos equipa-
mentos e tecnologias utilizados, sem perder as características originais de 
qualidade e hospitalidade. Podem ser citados como exemplo desse modelo 
de desenvolvimento as regiões montanhosas dos alpes europeus; algumas 
áreas litorâneas na Espanha e na França; as regiões de Porto Seguro, na Bahia, 
e de Caxias do Sul, nas serras gaúchas, locais onde sempre são mantidas as 
características originais da comunidade local (BENI, 2017).
GRUPO 3
3 MODELOS DE DESENVOLVIMENTO TURÍSTICO
MODELO 1
93
A colonização aristocrática deriva do interesse de autoridades políticas ou 
financeiras em explorar determinadas localidades onde percebem a presença 
de recursos turísticos em potencial. O desenvolvimento se dá pela ocupação 
da área por grandes grupos hoteleiros, destinados ao atendimento do público 
com maior poder aquisitivo. Essa ocupação, muitas vezes, provoca altera-
ções definitivas na paisagem e nos recursos naturais do entorno, assim segue 
um modelo de ocupação integral, ou seja, não inclui as comunidades locais 
no empreendimento turístico, causando uma grande separação estre os 
espaços destinados aos turistas e às comunidades. Beni (2017) realiza uma 
aproximação desse modelo de desenvolvimento turístico com os modelos de 
colonização baseados no “regime feudal”, no quais o comando da economia 
se dá nas mãos dos grupos hoteleiros que exploram todo o potencial turístico 
em detrimento do poder decisório e da capacidade de autodesenvolvimento 
das comunidades locais.
Já o terceiro modelo sociológico de desenvolvimento do turismo consiste 
em uma mescla dos dois primeiros, a colonização democrática parte da 
iniciativa da comunidade local em desenvolver o potencial turístico da região, 
porém com a possibilidade de receber investimentos de capital externo. É 
necessário manter os cuidados necessários para não se tornar um modelo de 
colonização aristocrática, para isso não é ofertada ao capital externo a possi-
bilidade de investimentos em escala, a ampliação da capacidade de recepção 
deve se dar pelo efeito multiplicador das atividades turísticas, envolvendo a 
maior participação possível da comunidade local, o que acaba por espantar 
grandes investidores e atraindo aqueles com pretensões alinhadas a esse 
modelo de desenvolvimento.
Finalizando a breve análise das características do subsistema social em 
relação ao SISTUR, destaca-se o atual avanço contínuo das possibilidades de 
mobilidade da população em geral. Percebe-se cada vez mais que o turismo 
é uma das principais formas de mobilidade humana, com destaque para 
o turismo de massa, capaz de movimentar um alto volume de pessoas em 
direção a um mesmo destino. Um dos fenômenos mais perceptíveis desse 
aumento da mobilidade motivada pelo turismo pode ser observado aos 
finais de semana, quando uma parcela significativa da população dos centros 
urbanos se desloca simultaneamente para locais em que possa ter maior 
contato com a natureza e com atividades de lazer ao ar livre, praticando o 
turismo como uma válvula de escape às pressões do cotidiano. 
A análise do subsistema cultural pela perspectiva do SISTUR se inicia 
pela compreensão dos recursos turísticos culturais como derivados diretos 
das manifestações culturais, representadas pela intervenção do trabalho 
físico e mental do homem no ambiente natural. Considerando que existem 
MODELO 2
MODELO 3
94
no mundo incontáveis tipos de culturas e subculturas, cada uma responsável 
por diferentes formas de representação, também existem muitas vertentes 
do turismo que podem ser consideradas dentro da perspectiva do turismo 
cultural, como o ecológico, antropológico, religioso, arqueológico, artístico, 
entre outros. 
Segundo Sessa (apud BENI, 2017), o turismo traz contribuições para 
o desenvolvimento cultural das pessoas, tanto para o turista quanto para a 
comunidade receptora. Para o turista, é possível a imersão, experimentação 
e investigação de um novo conjunto de valores, assim como é possível que 
ele transmita valores que trouxe consigo para a comunidade visitada. Ambas 
as vias constituem importantes formas de transmissão de conhecimento e 
de promoção do contato pessoal e da comunicação verbal entre pessoas, em 
um mundo onde esse tipo de contato tem se tornado cada vez mais escasso.
O turismo também é um importante agente contribuinte para preser-
vação dos monumentos culturais, pois agrega valor e atribui a eles a possibi-
lidade de geração de renda pela visitação. Esse movimento de preservação, 
muitas vezes, é realizado pela iniciativa privada, com o intuito de preservação 
para geração de lucro, mas também deve contar com a participação do poder 
público no sentido de promover políticas que estimulem tais atividades 
de preservação, quando não realizadas diretamente por estados e municí-
pios. Podem ser citados como exemplos de áreas preservadas por influência 
direta das atividadesturísticas a região de Ouro Preto, em Minas Gerais, e 
de Machu Picchu, no Peru. Podem ser relacionados também alguns tipos 
de bens culturais explorados como recursos turísticos culturais, tais como 
acervos de monumentos históricos, museus, galerias de arte, manifestações 
da cultura popular e folclóricas, as quais reforçam sobremaneira a identidade 
cultural das regiões, expressando costumes e tradições capazes de caracte-
rizar uma determinada região (BENI, 2017).
No Brasil, destaca-se que o processo de colonização promoveu a integração 
de diversos tipos de população, etnias e raças, promovendo o surgimento de 
diversos tipos de subculturas locais, as quais são constantemente ameaçadas 
pelo processo de globalização cultural e de comunicação em massa. Neste 
aspecto, o turismo tem uma importante contribuição na manutenção da 
existência das principais características dessas subculturas, promovendo o 
resgate de suas identidades culturais e históricas como recursos culturais 
geradores de valor aos atrativos e produtos turísticos. 
Nesta seção, analisamos os principais aspectos a serem considerados 
pelo gestor turístico ao buscar compreender as relações das atividades turís-
ticas com os subsistemas que fazem parte do conjunto das relações ambien-
tais proposto no SISTUR. Na próxima seção, serão abordados os aspectos 
95
relacionados ao conjunto da organização estrutural, dividido em superestru-
tura e infraestrutura.
Questões para reflexão
1. Na descrição das relações presentes no subsistema econômico, 
foram apresentadas as diversas formas de renda turística, ou 
seja, de geração de renda a partir das atividades turísticas. Em sua 
opinião, existem outros tipos de renda que podem ser atrelados 
às atividades turísticas? Quais?
2. Ao observar as relações existentes no subsistema cultural, foram 
elencadas algumas características da formação cultural brasileira, 
destacando-se a pluralidade de subculturas existentes em nosso 
país, derivadas do processo de colonização. Em sua opinião, como 
é estabelecida a formação cultural em nosso país atualmente? 
Existe um tipo de cultura que pode ser considerada a cultura 
brasileira ou esse processo de formação cultural ainda está em 
andamento?
Atividades de aprendizagem da seção
1. A maioria dos atrativos turísticos brasileiros é baseada em recursos 
naturais e que, no SISTUR, o cliente se desloca até o atrativo turístico para 
realizar o consumo.
Considere as asserções a seguir e a relação entre elas:
I. Os recursos naturais, ao se tornarem atrativos turísticos, devem 
passar por um processo de planejamento que considere a manutenção 
das características originais dos recursos, por meio da exploração 
sustentável deles.
PORQUE
II. Atualmente, a exploração predatória de recursos naturais tem 
se mostrado uma das grandes preocupações internacionais em 
relação à manutenção da sobrevivência humana no planeta, e a 
exploração, por meio de atividades ligadas ao turismo, mesmo 
sem causar nenhuma degradação deles, deve integrar o processo. 
 
 
 
96
Assinale a alternativa correta:
a. As duas asserções estão corretas, e a segunda justifica a primeira.
b. As duas asserções estão corretas, mas a segunda não justifica a 
primeira.
c. As duas asserções estão erradas.
d. A primeira asserção está correta, e a segunda está errada.
e. A primeira asserção está errada, e a segunda está correta.
2. Para iniciar a compreensão do turismo como agente modificador do 
subsistema social em que está inserido, é importante a compreensão inicial 
dos grupos de pessoas que interagem no ambiente receptor, local onde ocorre 
o encontro da oferta e demanda e onde é consumido o produto turístico. 
Existem três grupos sociais que interagem constantemente em ambientes 
receptores do turismo.
Assinale a alternativa que denomina o grupo que interage no ambiente 
receptor de turismo e que se caracteriza por ser comunidade da própria 
região, ser estável e receptor dos dois outros grupos.
a. Autóctone.
b. Migrantes.
c. Turistas.
d. Visitantes.
e. Viajantes.
97
Seção 3
Conjunto da organização estrutural
Caro aluno, nesta seção, daremos sequência à análise descritiva do 
SISTUR, focando no conjunto da organização estrutural onde são anali-
sados os subsistemas da superestrutura e da infraestrutura. Inicialmente, 
são apresentadas as considerações a respeito da superestrutura, subsistema 
no qual se estrutura o modelo de gestão jurídico-administrativa que regula-
menta as atividades turísticas em âmbito nacional. Nesta perspectiva, são 
descritos os fundamentos das políticas de turismo, seus condicionantes e a 
perspectiva da gestão do turismo por meio de um processo dinâmico e parti-
cipativo de planejamento e execução envolvendo instituições dos três níveis 
governamentais: federal, estadual e municipal. Por fim, são apresentadas as 
considerações a respeito do subsistema da infraestrutura, identificando o 
papel do Estado como agente regulamentador e sua função de facilitador e 
integrador entre as diversas instituições e níveis de gestão públicos e privados 
responsáveis pelo fornecimento de serviços à população em geral, inclusive, 
aos turistas. São descritos os tipos de infraestrutura geral e específica e os 
principais aspectos a serem observados na infraestrutura disponível em um 
polo turístico receptor, finalizando esta seção e análise do SISTUR, conforme 
proposto por Beni (2017).
Dando sequência à análise descritiva dos conjuntos do SISTUR, nesta 
seção, apresentaremos considerações sobre o conjunto da organização estru-
tural, no qual são discutidas as características da superestrutura e da infraes-
trutura, de acordo com seus papéis de agentes transformadores do SISTUR e 
suas interações com os demais conjuntos. 
Iniciaremos a análise com as observações a respeito da superestrutura, 
âmbito no qual são articuladas as políticas de turismo, ou seja, o conjunto de 
fundamentos jurídico-administrativos que permitem a operação das ativi-
dades turísticas de forma racional e ordenada. Essas políticas são desenvol-
vidas em âmbito nacional, com a influência de instituições de referência inter-
nacional, e têm como alvo as atividades turísticas realizadas em um sistema 
econômico misto de mercado, no qual o Estado coexiste com outros centros 
de decisão, como organizações privadas e associações de classe nacionais e 
internacionais, interferindo decisivamente no SISTUR (BENI, 2017).
Deve-se entender como Política de Turismo o conjunto 
de fatores condicionantes e de diretrizes básicas que 
expressam os caminhos para atingir os objetivos globais 
POLÍTICA DE TURISMO
98
para o Turismo do país; determinam as prioridades da ação 
executiva, supletiva ou assistencial do Estado; facilitam o 
planejamento das empresas do setor quanto aos empre-
endimentos e às atividades mais suscetíveis de receber 
apoio estatal. Ela poderá nortear-se por três grandes 
condicionamentos – o cultural, o social e o econômico - 
por mais simples e ambiciosos que sejam os programas, 
os projetos e as atividades a desenvolver, por menores ou 
maiores que sejam as áreas geográficas em que devam 
ocorrer; quaisquer que sejam suas motivações principais 
ou os setores econômicos aos quais possam interessar. 
(BENI, 2017, p. 103)
A respeito da definição proposta por Beni, destacam-se os condicio-
nantes, ou princípios doutrinários, aos quais devem se submeter as políticas 
de turismo. Segundo o condicionante cultural, pode-se afirmar que: “A 
princípio toda e qualquer política ou planejamento na área deve condicio-
nar-se à política de preservação do patrimônio cultural, artístico, histórico, 
documental e paisagístico natural do país” (BENI, 2017, p. 103). Neste aspecto 
inicial já é possível perceber a preocupação com a preservação de recursos 
tanto naturais quanto culturais, aspectos fundamentais para manutenção do 
turismo sustentável, tema de suma importância em qualquer plano de desen-
volvimento turístico atual.
Ainda em referência ao planejamento sustentáveldo turismo, é descrito 
o condicionante social, cujo objetivo se dá em direção ao incentivo à criati-
vidade, às artes e às manifestações sociais, artesanais e folclóricas, buscando 
maximizar a quantidade de pessoas impactadas e integradas pelas políticas 
de turismo. Segundo Beni (2017, p. 103), o condicionante social define que:
Os projetos de aproveitamento e desenvolvimento das 
áreas vocacionadas ao Turismo deverão sofrer as limitações 
decorrentes da adoção de: níveis e densidade de ocupação 
compatíveis com a extensão da área a utilizar, sua vocação, 
sua configuração e seu revestimento natural; medidas 
destinadas a reduzir ao mínimo a interferência da atividade 
turística com as atividades sociais e manifestações culturais 
preexistentes.
O condicionante econômico direciona as políticas de turismo ao 
incentivo à atividade empreendedora, à promoção de facilitadores para 
CONDICIONANTE CULTURAL
DEFINIÇÃO: CONDICIONANTE SOCIAL
CONDICIONANTE ECONÔMICO
99
o desenvolvimento das atividades comerciais que envolvem a venda de 
produtos ou a prestação de serviços turísticos, sejam de iniciativa privada 
ou pública. É importante que tais políticas facilitem vias de financiamento 
para o fomento da iniciativa empreendedora, assim como viabilizem vias 
processuais para provisão de recursos destinados à infraestrutura essencial 
às atividades turísticas em níveis municipal, estadual ou federal. Tais políticas 
devem se mostrar eficientes na promoção da geração de lucros à iniciativa 
privada e contribuir para o incremento do setor de serviços e para a atração 
de capital estrangeiro. 
As políticas de turismo devem ser orientadas pelo governo federal, o 
qual é responsável por direcionar esforços, garantindo o desenvolvimento 
econômico e cultural das diversas regiões do país onde existem atividades 
turísticas. Também faz parte das atribuições dos órgãos federais a promoção 
do turismo nacional no exterior. Cabe aos órgãos públicos de níveis estadual 
e municipal a concepção de programas e execução de projetos regionais e 
locais, assim como providenciar os equipamentos necessários para realização 
de atividades turísticas em áreas de interesse público. A consolidação das 
políticas de turismo deve ser realizada em um Plano Nacional do Turismo, 
no qual devem constar todos os programas, projetos, atividades e metas a 
serem buscadas pelas instituições oficiais e pelo setor em geral (BENI, 2017). 
No Brasil, é realizado um Pano Nacional de Turismo plurianual desde o ano 
de 2003, sendo a edição atual referente ao período de 2018 a 2022.
Para a compreensão dos aspectos do Plano Nacional do Turismo, inicial-
mente, é necessário estabelecer quais são as atividades que envolvem o plane-
jamento. Em linhas gerais, a atividade de planejar envolve a definição de metas 
e o estabelecimento de planos de ação e alocação de recursos. A confecção 
do Plano Nacional do Turismo é feita com base no futuro almejado pelos 
administradores públicos e privados para o setor de turismo e na estratégia 
para o combate aos riscos e o aproveitamento das oportunidades previsíveis 
para que os objetivos do futuro almejado sejam alcançados. Tais objetivos 
devem ser constantemente atualizados, de forma que o planejamento perfaça 
um processo contínuo e interminável, realimentando e mantendo ativo o 
SISTUR (BENI, 2017). Com o intuito de aproximar o conceito de plane-
jamento ao de políticas do turismo, Beni considera que estas podem ser 
definidas como: 
[...] conjunto de decisões que, integradas harmonica-
mente no contexto da política nacional de desenvolvi-
mento, orientam a condução do setor e regulam as ações 
a serem executadas, as quais se traduzem em planos e 
programas de desenvolvimento setorial. Assim, a Política 
POLÍTICAS DE TURISMO
PLANO NACIONAL DO TURISMO
DEFINIÇÃO: POLÍTICAS DO TURISMO
100
de Turismo é o amplo guia que orientará o desenvolvi-
mento do setor, ao passo que a estratégia constitui 
o meio para empregar os recursos disponíveis para o 
alcance dos objetivos. (BENI, 2017, p. 114)
No Brasil, as políticas de turismo tiveram início na década de 1940, com 
atividades, como a proteção de bens históricos e artísticos nacionais e fiscali-
zação de agências. Houve um processo de evolução histórica, com avanços e 
retrocessos na formação de políticas eficientes, com destaque para o período 
iniciado em 2003, quando se observa a constituição da estrutura adminis-
trativa atual, a qual tem como principais órgãos o Ministério do Turismo, 
a Embratur, a Secretaria Nacional de Políticas de Turismo, a Secretaria 
Nacional de Desenvolvimento do Turismo, o Conselho Nacional do Turismo 
e o Fórum Nacional de Secretários de Estado do Turismo. Sobre os principais 
planos desenvolvidos em nível federal para orientação e incentivo das ativi-
dades turísticas, destacam-se o Plano Nacional do Turismo e o Programa de 
Regionalização do Turismo – Roteiros do Brasil.
Para saber mais
O Programa de Regionalização do Turismo – Roteiros do Brasil foi imple-
mentado, inicialmente, em 2004, e desde então vem sendo revisto e 
atualizado, para que possa nortear as principais políticas de turismo, 
com foco na gestão participativa e na integração de estados e municí-
pios à estratégia global de desenvolvimento turístico. Para conhecer 
melhor o programa, acesse o site do Ministério do Turismo.
BRASIL. Ministério do Turismo. Programa de Regionalização do Turismo. 
Brasília: Secretaria Nacional de Estruturação do Turismo, [2019].
A criação do Ministério do Turismo teve como principal objetivo 
conceber um novo modelo de gestão pública, descentralizada e participativa, 
com foco nas atividades turísticas onde realmente acontecem, ou seja, nos 
municípios. Com o intuito de aumentar a aproximação do governo federal 
com as necessidades do turismo em nível municipal, criou-se o Fórum 
Nacional de Secretários e Dirigentes Estaduais de Turismo, que atua como 
órgão consultivo, apontando problemas e soluções para demandas estaduais 
e municipais junto às instâncias federais, compostas, primordialmente, pelo 
Ministério do Turismo e Conselho Nacional de Turismo. Dentre as princi-
pais funções desse núcleo estratégico para desenvolvimento de políticas para 
o turismo, estão a redução das desigualdades regionais e sociais, geração 
e distribuição de renda, geração de emprego e equilíbrio do balanço de 
NO BRASIL: POLÍTICAS DE TURISMO
PROGRAMA DE REGIONALIZAÇÃO DO TURISMO
MINISTÉRIO DO TURISMO
101
pagamentos (BENI, 2017). Finalizando as considerações sobre a superestru-
tura do SISTUR, segue o fundamento que deve perfazer a diretriz básica para 
as Políticas do Turismo:
Na base de todas essas considerações, porém, 
dominando todas as ações, desde as de planeja-
mento até as de execução de programas integrados 
e estratégicos, deve estar o conceito de turismo 
sustentável, para, preliminarmente, garantir e 
assegurar os componentes dos diferenciais turís-
ticos, o processo racional de exploração dos 
recursos ambientais naturais, histórico culturais e 
temático-artificiais. (BENI, 2017, p. 124)
Além da superestrutura, faz parte da organização estrutural do turismo 
a infraestrutura, a qual já foi mencionada no presente livro quando foram 
apresentadas considerações a respeito do produto turístico, porém, cabem 
aqui algumas observações sobre as interações da infraestrutura com os 
demais elementos do SISTUR. 
A princípio, destaca-se que, com a expansão do sistema capitalista de 
produção nos estados modernos, o Estado deixa de possuir um papel de 
provedor e passa a assumir a função de regulador, assim como indutor, articu-
lador, facilitador e integrador de parcerias que possibilitarão o desenvolvi-
mento da infraestrutura no país. No Brasil, algumas instituições merecem 
destaque por se mostrarem importantes parceiros na promoção do empre-
endedorismo em atividades turísticas, tais como SEBRAE, SENAC, CEPAM, 
entre outros (BENI, 2017).
No subsistema da infraestrutura, são analisadas questões que envolvem a 
promoçãotanto das condições básicas de habitabilidade quanto de apoio aos 
equipamentos e serviços turísticos, assim, a infraestrutura deve ser obser-
vada por duas óticas, dividindo-se em geral e específica. 
A infraestrutura geral pode ser definida como: 
A característica fundamenta da infraestrutura geral é que 
o investimento serve ao setor de Turismo incidentalmente, 
ao mesmo em que a todos os demais setores: indústria, 
comércio, agricultura, áreas residenciais e outros. A infra-
estrutura geral consiste na rede viária de transportes, no 
sistema de telecomunicações, de distribuição de energia, 
DEFINIÇÃO: INFRAESTRUTURA GERAL
102
de água, de captação de esgotos e outros, sem os quais 
nenhuma classe de consumidor disporia dos serviços 
públicos básicos. (BENI, 2017, p. 144)
Já a infraestrutura específica considera os investimentos realizados com 
o intuito de atendimento das necessidades da demanda turística especifica-
mente. Os moradores permanentes também são usuários desses serviços, 
porém, a característica fundamental é que, se não houvesse a demanda 
turística, eles não existiriam. Como exemplo desse tipo de infraestrutura, 
podem ser citadas as vias de acesso a locais essencialmente turísticos; 
serviços dedicados ao turismo, como balsas; obras associadas à proteção 
das encostas no litoral, com o intuito de preservação da paisagem natural 
original; acesso a praias, rios e cachoeiras; construção de teleféricos em 
regiões montanhosas; entre outras. A ampliação de vias de acesso e serviços 
básicos, que devem sofrer alterações para serem capazes de atender a 
demanda turística, além da população local, pode ser considerada uma 
obra de infraestrutura específica (BENI, 2017).
Para que a infraestrutura seja capaz de atender às necessidades da 
população e dos turistas ao longo do tempo, é necessária também a constante 
observação das necessidades dos polos receptores, a qual deve ser realizada 
de forma racional, periódica e abrangente, para que o processo de planeja-
mento e execução das obras se mostre eficaz no atendimento de tais necessi-
dades. Neste aspecto, Beni (2017, p. 145) comenta:
A análise dos problemas do desenvolvimento e da situação 
atual desses serviços deverá abranger não só seus aspectos 
quantitativos, qualitativos, localizacionais, suas causas 
(profundas e imediatas) e suas prováveis tendências 
de evolução, como também o papel, a importância e a 
dimensão das variáveis envolvidas nos problemas desses 
serviços em face do desenvolvimento do SISTUR na área 
em estudo. Devem-se ainda avaliar todas as necessidades 
desses serviços, verificando-se a competência político-ad-
ministrativa em níveis municipal, regional ou nacional, os 
investimentos necessários e os recursos disponíveis. Com 
esses dados definem-se a política de solução dos diversos 
problemas, as metas a atingir, a participação do poder 
público e do setor privado e os instrumentos necessários 
para a execução dos objetivos imediatos. 
DEFINIÇÃO: INFRAESTRUTURA ESPECÍFICA
103
O diagnóstico da infraestrutura de um polo receptor de turistas, quando 
observado pela ótica do SISTUR, deve contemplar os seguintes aspectos 
relacionados aos serviços urbanos e saneamento básico: abastecimento de 
água, coleta e disposição de esgotos, energia elétrica e iluminação pública, 
limpeza pública, transporte coletivo, sistemas de comunicação, abaste-
cimento de alimentos e bebidas, conservação de logradouros públicos e 
poluição da água e do ar. Também, deve contemplar os aspectos do sistema 
viário e de transportes, que são de fundamental importância para a atividade 
turística, e a forma da organização territorial, considerando alguns aspectos, 
como densidade demográfica, distribuição das áreas urbana e rural, assim 
como das áreas residenciais e industriais, paisagens e vida comunitária, entre 
outros (BENI, 2017).
O terceiro conjunto de elementos do SISTUR consiste no conjunto das 
ações operacionais, que descrevem o funcionamento do mercado turístico 
considerando as relações de consumo e a distribuição do produto turístico, 
conforme definidos pelas interações entre oferta e demanda. As observações 
a respeito do mercado turístico já foram realizadas na segunda unidade do 
presente livro, portanto, esta terceira unidade sobre o SISTUR finaliza-se 
com as análises apresentadas até o momento.
Questões para reflexão
1. O Ministério do Turismo, desde 2003, adota uma postura de 
gestão participativa, na qual é valorizada a participação dos 
estados e municípios na formulação estratégica da política global 
do turismo. Em sua opinião, quais são as vantagens e desvanta-
gens da gestão participativa na formulação das políticas e estra-
tégias do turismo?
2. A infraestrutura no turismo pode ser analisada pela perspectiva 
dos tipos: geral e específica. A diferença entre esses dois tipos 
se baseia no propósito da prestação de serviço, de forma que os 
serviços dedicados ao atendimento de turistas, ou que não existi-
riam caso não houvesse a demanda turística, são considerados 
específicos. Em sua opinião, a infraestrutura específica das ativi-
dades turísticas deve ser organizada e executada pela iniciativa 
privada ou pelo Estado? Quais seriam as relações entre essas 
instituições na provisão desses serviços?
104
Atividades de aprendizagem da seção
1. A infraestrutura específica, que integra o conjunto da organização estru-
tural do SISTUR, considera os investimentos realizados, com o intuito de 
atendimento das necessidades da demanda turística especificamente.
Analise as asserções a seguir:
I. A ampliação de vias de acesso e serviços básicos que devem sofrer 
alterações para serem capazes de atender a demanda turística, além 
da população local.
II. Serviços dedicados ao turismo, como as balsas.
III. Obras associadas à proteção das encostas no litoral, com o intuito 
de preservar a paisagem natural original e facilitar o acesso a praias, 
rios e cachoeiras.
IV. Construção de teleféricos em regiões montanhosas.
Verifique quais das asserções são consideradas obras de infraestrutura 
específica e assinale a alternativa correspondente:
a. Apenas I, II e III.
b. Apenas I, II e IV.
c. Apenas II e III.
d. Apenas I e IV.
e. I, II, III e IV.
2. O conjunto da organização estrutural do SISTUR contém uma superes-
trutura, que se caracteriza por ser o âmbito no qual são articuladas as políticas 
de turismo, ou seja, o conjunto de fundamentos jurídico-administrativos que 
permitem a operação das atividades turísticas de forma racional e ordenada.
Considere a afirmação a seguir:
“Na base de todas essas considerações, porém, dominando todas as ações, desde 
as de planejamento até as de execução de programas integrados e estratégicos, 
deve estar o conceito de ________, para, preliminarmente, garantir e assegurar os 
componentes dos _______, o ________ de exploração dos recursos ambientais 
naturais, histórico culturais e temático-artificiais.” (BENI, 2017, p. 124). Autóctone.
turismo 
sustentável
diferenciais 
turísticos
processo 
racional
105
Assinale a alternativa que completa corretamente as lacunas:
a. Planejamento estratégico/diferenciais culturais/processo econômico.
b. Turismo autóctone/diferenciais turísticos/processo racional.
c. Planejamento tático/diferenciais culturais/processo econômico.
d. Turismo sustentável/diferenciais turísticos/processo racional.
e. Turismo sustentável/diferenciais turísticos/processo econômico.
Fique ligado!
Nesta unidade, você pôde ter contato com uma das teorias mais impor-
tantes para a geração de conhecimento atualmente, a teoria sistêmica. Com 
base nela, foi desenvolvido, por Mario Carlos Beni, o modelo referencial 
do Sistema Turístico Brasileiro, ou SISTUR. Esse modelo é utilizado por 
inúmeros estudiosos e profissionais da área para aprofundar seus conhe-
cimentos sobre o turismo, formular estratégias mercadológicas, realizar 
análises ambientais e estruturais, entre outras aplicações práticas e teóricas. 
Portanto, ao finalizar esta unidade,tenha certeza que compreendeu os 
principais objetivos e aplicações do SISTUR, assim como as interações entre 
os elementos que fazem parte dele, garantindo uma visão abrangente do 
ambiente de negócios do turismo e seus influenciadores.
Para concluir o estudo da unidade
Caro aluno, nesta unidade, foram discutidos os conceitos que funda-
mentam a formação do SISTUR e seus objetivos e aplicações como ferra-
mentas de análise do ambiente de negócios de turismo no Brasil, apresen-
tado sua aplicação teórica e prática na formulação de estratégias na área 
do turismo. Ao observar os três conjuntos de elementos do SISTUR, é 
possível perceber a existência de uma enorme gama de subsistemas 
interagindo entre si, cuja interação dá forma às atividades turísticas reali-
zadas no Brasil atualmente. 
A proposta do SISTUR, conforme amplamente divulgada e discutida 
atualmente, foi concebida por Mario Carlos Beni, em sua obra Análise 
Estrutural do Turismo, a qual já se encontra em sua décima terceira edição, 
publicada em 2017. Para conhecer melhor os detalhes que perfazem as 
relações inerentes ao SISTUR e os subsistemas com os quais interage, leia 
na íntegra essa obra, a qual está disponível na biblioteca virtual, e amplie de 
forma extraordinária sua visão sobre o setor turístico no Brasil.
106
Atividades de aprendizagem da unidade
1. Beni (2017) buscou criar um esquema sintetizador e dinâmico que retra-
tasse o funcionamento das atividades turísticas em toda sua abrangência, 
complexidade e multicausalidade, criando o modelo referencial do SISTUR. 
Para tanto, o autor analisou diversos fatores inerentes às atividades turísticas, a 
partir dos quais identificou conjuntos de elementos que compõem o SISTUR.
Analise as asserções a seguir:
I. Conjunto das relações ambientais.
II. Conjunto da organização estrutural.
III. Conjunto das ações operacionais.
IV. Conjunto de sistemas abertos.
São grandes conjuntos de elementos que compõem o SISTUR, segundo 
o autor:
a. As asserções I, II, III e IV.
b. Apenas as asserções I, II e III.
c. Apenas as asserções I, II e IV.
d. Apenas as asserções II e IV.
e. Apenas as asserções I e III.
2. Existe uma teoria que surgiu como uma reorientação da ciência, favore-
cendo uma visão de mundo a partir de concepções mais abrangentes, que 
consideram o todo, e não simplesmente a soma das partes, ou seja, a soma de 
observações singulares de cada elemento que faz parte do todo.
Assinale a alternativa com o nome desta teoria:
a. Teoria Contingencial.
b. Teoria Empreendedora.
c. Teoria Reformadora.
d. Teoria Sistêmica.
e. Teoria Racionalista.
107
3. Segundo Beni (2017), existem três principais modelos de desenvolvimento 
turístico implantados em localidades rurais. Um desses modelos deriva do 
interesse de autoridades políticas ou financeiras em explorar determinadas 
localidades onde percebem a presença de recursos turísticos em potencial. O 
desenvolvimento se dá pela ocupação da área por grandes grupos hoteleiros, 
destinados ao atendimento do público com maior poder aquisitivo.
Assinale a alternativa que corresponde ao modelo descrito:
a. Modelo de desenvolvimento turístico autóctone.
b. Modelo de desenvolvimento turístico colonização aristocrática.
c. Modelo de desenvolvimento turístico colonização democrática.
d. Modelo de desenvolvimento turístico heterogêneo.
e. Modelo de desenvolvimento turístico holístico.
4. Para combater a degradação dos recursos turísticos naturais, é essencial 
a realização de algumas atividades de planejamento no desenvolvimento 
da oferta turística. A satisfação de diferentes necessidades mediante um só 
recurso (por exemplo, uma represa, que pode ser utilizada para irrigação, 
geração de eletricidade, piscicultura, pesca, entre outros usos) corresponde a 
qual atividade de planejamento no desenvolvimento da oferta turística?
Assinale a alternativa correta:
a. Estratégia.
b. Reutilização.
c. Restauração.
d. Maximização.
e. Uso integral.
5. Para que a infraestrutura seja capaz de atender Às necessidades da 
população e dos turistas ao longo do tempo, é necessária a constante obser-
vação das necessidades dos polos receptores.
Considere as asserções a seguir:
I. A observação das necessidades dos polos receptores deve ser reali-
zada de forma racional, ocasional e restrita.
II. O diagnóstico da infraestrutura de um polo receptor de turistas, 
quando observado pela ótica do SISTUR, deve contemplar aspectos 
relacionados aos serviços urbanos e saneamento básico.
108
III. O diagnóstico da infraestrutura de um polo receptor de turistas, 
quando observado pela ótica do SISTUR, deve contemplar aspectos 
relacionados ao sistema viário e de transportes.
Assinale a alternativa com as asserções corretas:
a. I, II e III.
b. Apenas I e II.
c. Apenas II e III.
d. Apenas I e III.
e. Apenas II.
Referências
BENI, M. C. Análise Estrutural do Turismo. 13. ed. São Paulo: Editora Senac, 2017.
LOHMANN, G.; PANOSSO NETTO, A. Teoria do Turismo: conceitos, modelos e sistemas. São 
Paulo: Aleph, 2012.
MEIRA, J. V. S.; CONCEIÇÂO, C. C.; ANJOS, F. A. Aplicação da Abordagem Sistêmica no 
Turismo: uma análise dos artigos publicados nos anais dos seminários da ANPTUR. In: 
SEMINÁRIO DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO EM 
TURISMO, 12., Natal. Anais [...]. Natal: Universidade Federal dp Rio Grande do Norte, 2015.
VASCONCELLOS, M. J. E. Pensamento sistêmico: o novo paradigma da ciência. Campinas: 
Papirus, 2002. 
Unidade 4
João Paulo Leite Barbosa
Relações do turismo
Objetivos de aprendizagem
• Compreender a política nacional de gestão turística baseada 
na regionalização.
• Compreender as características da gestão turística descentralizada.
• Compreender a formação e manutenção de relações sinér-
gicas regionalmente.
• Conhecer o processo de criação de roteiros turísticos.
• Compreender as etapas de implantação do processo de roteirização.
• Compreender a importância da análise mercadológica para viabili-
zação dos roteiros turísticos.
• Conhecer as ferramentas utilizadas para levantamento de dados que 
fundamentam as análises mercadológicas.
Seção 1 | As estratégias de regionalização e roteirização no 
turismo brasileiro
Descrição da estratégia de regionalização adotada como direcionadora 
das políticas de expansão da atividade turística no Brasil. Apresentação 
das relações sinérgicas decorrentes da regionalização e da criação de 
roteiros turísticos.
Seção 2 | Metodologia de roteirização
Descrição das seis etapas propostas pelo Ministério do Turismo para 
desenvolvimento de um roteiro turístico regional, considerando os objetivos, 
as formas de atuação e as recomendações para cada etapa.
Seção 3 | Pesquisas mercadológicas em turismo
Apresentação da análise mercadológica como etapa essencial na 
construção do planejamento estratégico no turismo. Apresentação de casos 
de aplicação de pesquisa mercadológica para formatação do planejamento 
estratégico em roteiros turísticos.
Introdução à unidade
Prezado aluno, bem-vindo à quarta e última unidade do livro 
Fundamentos do Turismo!
Nesta unidade, trataremos de assuntos voltados à atuação prática do 
gestor do turismo. Inicialmente, falaremos sobre a estratégia de gestão do 
turismo nacional baseada na regionalização. A compreensão dessa estra-
tégia é muito importante para que você, gestor de produtos turísticos, possa 
atuar no mercado de forma alinhada com os direcionamentos e as políticas 
nacionais do turismo. Ao compreender a estratégia de regionalização, será 
possível perceber que o principal objetivo deste modelo nacional de gestão 
turística é o desenvolvimento de relações sinérgicas entre os diversos 
agentes que fazem parte da cadeia produtiva do turismo. A sinergia é a 
base fundamental para que o desenvolvimento turístico se dê de forma 
sustentável e inclusiva, e a estratégia de regionalização busca exatamente 
conciliar o desenvolvimento do turismo de forma sustentável nos aspectos 
econômicos, ambientais e sociais.A gestão regionalizada do turismo tem o roteiro turístico como ferra-
menta principal na criação de produtos turísticos competitivos. A criação 
de roteiros turísticos é o tema principal da segunda seção desta unidade, 
na qual será descrito detalhadamente o processo de roteirização segundo 
a aplicação prática realizada pelo Ministério do Turismo, no Projeto Rede 
de Cooperação Técnica para a Roteirização – 2ª edição (BRASIL, 2010b). 
Esse processo é composto por seis etapas, sendo que cada uma será analisada 
segundo seus objetivos, formas de atuação e recomendação do Ministério do 
Turismo, para que tudo aconteça de forma profissional e eficaz.
Por fim, será evidenciado o papel da análise mercadológica como 
processo fundamental na formatação do planejamento estratégico, que 
estabelece a criação dos roteiros turísticos desenvolvidos no Projeto Rede 
de Cooperação Técnica para a Roteirização – 2ª edição (BRASIL, 2010b). 
Logo, serão discutidas as ferramentas utilizadas para coleta de informações 
de mercado, baseadas em pesquisas quantitativas e qualitativas, tendo em 
vista a importância deste alinhamento com o mercado na atuação do gestor 
turístico, uma vez que somente baseado em dados mercadológicos concretos 
é possível criar e gerir produtos turísticos de forma eficiente, atendendo 
às necessidades e expectativas da demanda de forma excepcional, gerando 
parcerias, relações sinérgicas e aproveitando ao máximo o potencial turístico 
de cada região.
Assim, espera-se que, ao final desta unidade, você compreenda as relações 
fundamentais que regem a gestão turística e que devem ser observadas para o 
desenvolvimento de produtos turísticos competitivos e rentáveis.
Bons estudos!
114
Seção 1
As estratégias de regionalização e roteirização 
no turismo brasileiro
Prezado aluno, no início desta quarta unidade, serão apresentadas impor-
tantes relações que devem ser analisadas e desenvolvidas pelos gestores turís-
ticos, no sentido de potencializarem o diferencial competitivo dos produtos 
turísticos, agregando valor ao produto e reduzindo custos. Inicialmente, 
será discutida a estratégia nacional de desenvolvimento turístico baseada 
na regionalização e na gestão descentralizada, assim como os benefícios da 
regionalização e como esse processo permite um olhar mais abrangente das 
relações sinérgicas existentes e possíveis de serem criadas entre produtos 
turísticos. Após a discussão acerca da estratégia de regionalização, a presente 
seção direcionará sua análise para o processo de roteirização, que consiste 
na criação de roteiros, ressaltando a importância deles como ferramenta de 
diferenciação dos produtos turísticos, capaz de lhes atribuir uma identidade 
subjacente e promover o incremento da cooperação entre os diversos agentes 
que fazem parte da cadeia produtiva do turismo. Ao final, serão apresentados 
os passos propostos pelo Ministério do Turismo para a implementação do 
processo de roteirização, os quais serão discutidos de forma mais aprofun-
dada na próxima seção.
Conforme apontado nas seções anteriores, a experiência turística está 
atrelada ao deslocamento do turista de seu entorno habitual em direção ao 
destino turístico, onde a maior parte das atividades turísticas acontecem. 
Esse conceito demonstra a importância da gestão do turismo no destino 
turístico, ou seja, a estratégia de gestão do turismo e do produto turístico 
depende diretamente da forma de gestão adotada no espaço geográfico, ou 
região, onde as atividades acontecem e o produto é consumido pelo turista. 
Este modelo de gestão focado na região turística pode ser chamado de regio-
nalização, que constitui não somente na determinação do espaço geográfico 
onde serão implantadas as estratégias de gestão do turismo, como também 
abarca toda uma complexa rede de relações, formada à medida que as ativi-
dades turísticas são implementadas.
Este novo olhar sobre o espaço geográfico significa observar e considerar 
todas as características ambientais, econômicas, históricas e culturais do 
local e, principalmente, entender as relações dessas características, muitas 
vezes interdependentes, dentre os atrativos próximos, entre os quais possam 
se formar redes de cooperação harmoniosas e de esforço coordenado. O 
planejamento das políticas públicas voltadas ao turismo deve passar de uma 
115
perspectiva de ação municipal para uma perspectiva de gestão sistematiza-
dora, capaz de coordenar o desenvolvimento do turismo nos âmbitos local, 
regional, estadual e nacional. Esse processo só é possível por meio da regio-
nalização, ou seja, é necessário organizar o espaço geográfico em regiões, nas 
quais seja possível organizar os esforços de gestão, promoção e comerciali-
zação dos produtos turísticos de forma sinérgica e integrada (BRASIL, 2013).
Para uma melhor compreensão da importância da regionalização e das 
relações sinérgicas decorrentes desta forma de gestão do turismo no Brasil, 
destaca-se que, desde 2003, com a criação do Ministério do Turismo, adotou-se 
no país um modelo de gestão descentralizada baseada na regionalização e na 
unificação de esforços em todos os níveis da gestão pública, com o intuito de 
promover um desenvolvimento contínuo e sustentável do turismo. Assim, 
com base nos princípios da flexibilidade, articulação, mobilização, cooperação 
intersetorial, cooperação institucional e sinergia de decisões, criou-se, em 
2004, o Programa de Regionalização do Turismo – Roteiros do Brasil, o qual 
possui como principal objetivo apoiar a estruturação dos destinos turísticos e 
a gestão e promoção do turismo no país. Com um horizonte de planejamento 
de quatro anos, esse programa possui essencial importância como norteador 
das políticas integradoras de desenvolvimento do turismo e teve uma reformu-
lação de suas diretrizes básicas em 2013.
O foco de todo esse processo é criar condições e oportu-
nidades para a estruturação de roteiros turísticos quali-
ficados, diferenciados e competitivos. Significa, ainda, 
identificar, organizar e articular a cadeia produtiva do 
setor turístico, para uma atuação harmônica, na busca de 
um posicionamento no mercado em curto, médio e longo 
prazo. (BARBOSA, 2011, p. 23)
Conforme explanado, o processo de gestão do turismo baseado na 
regionalização busca, em primeiro lugar, promover a profissionalização da 
gestão do turismo nos diferentes destinos existentes no Brasil, isso envolve 
a análise dos atrativos, dos serviços e da infraestrutura presentes em uma 
determinada região e que podem ser administrados de forma sinérgica, com 
esforços integrados na gestão, promoção e comercialização dos produtos 
turísticos ofertados. A análise da cadeia produtiva do turismo (discutida 
na segunda unidade do presente livro) é essencial para a identificação de 
produtos e serviços que possam ser ofertados de forma sinérgica. A regiona-
lização também prevê a integração da gestão do turismo em níveis superiores 
da gestão pública, comandados pelo Ministério do Turismo, o qual deve 
promover a articulação entre as instâncias federais, estaduais e municipais, 
REGIONALIZAÇÃO
PROGRAMA 
DE
REGIONALIZAÇÃO
DO 
TURISMO
116
no sentido de aumentar a sinergia administrativa entre os produtos turísticos 
ofertados nas diferentes regiões do país.
Na segunda unidade do presente livro, tratou-se das possíveis formas 
de se definir o espaço geográfico que será utilizado para a implementação 
de atividades turísticas, as quais derivam da quantidade de atrativos turís-
ticos que serão explorados e também do nível de urbanização dessas regiões, 
sempre buscando identificar e explorar as potencialidades e características 
similares e complementares existentes em cada lugar. Após a definição da 
região-alvo da estratégia turística a ser implementada, o próximo passo para 
se identificar as relações sinérgicas do turismo existentes é a construção de 
um roteiro turístico.
Roteirizar é uma forma de organizar e integrar a oferta 
turística do País, gerando produtos rentáveis e comercial-mente viáveis. A roteirização é voltada para a construção 
de parcerias e promove a integração, o comprometi-
mento, o adensamento de negócios, o resgate e a preser-
vação dos valores socioculturais e ambientais da região. 
(BRASIL, 2010a, p. 30)
Para que a criação de um roteiro turístico seja eficiente e cumpra 
seus objetivos, é necessário partir da premissa de que existe um tema que 
conecta os atrativos e serviços disponibilizados no roteiro. Assim, a criação 
do roteiro turístico perpassa a criação de um cronograma de atividades 
associado a um planejamento logístico, porém seu planejamento deve consi-
derar uma perspectiva mais abrangente, capaz de propor uma “ordenação 
ou um percurso de leitura” (BENI, 2012, p. 252), no qual as atividades e os 
serviços estejam conectados por uma linha condutora representada por um 
tema específico.
O processo de criação de um roteiro se inicia com o conhecimento subja-
cente dos atrativos turísticos propriamente ditos. Esse conhecimento deve 
buscar conectar os atrativos por um tema em comum, criando, assim, uma 
identidade única do roteiro, capaz de agregar valor a ele e propor relações 
sinérgicas operacionais e de comunicação integrada. Esse processo permite 
informar os visitantes sobre as características marcantes e diferenciadas dos 
atrativos, para que eles possam maximizar sua experiência turística elegendo 
os atrativos e serviços que melhor atendem aos seus desejos e expectativas.
Beni (2012) realiza uma aproximação entre o papel do roteirista turístico 
e o conceito de curadoria nas obras de artes, argumentando que o curador 
seleciona e articula as obras e informações em uma exposição, possibilitando 
117
a criação de um conceito único subjacente a toda a exposição e que lhe 
fornece um fio condutor. Da mesma forma, o roteirista turístico organiza 
os atrativos, as informações e os serviços de uma região turística de forma 
a conceder-lhe um roteiro com um tema próprio, tão importante quanto os 
próprios atrativos. 
O roteirista turístico, pensado como ato de um curador, 
pode vir a ser esta figura-chave, para a criatividade de 
um olhar que veja para além dos objetos fixos no terri-
tório. Ele será quem irá construir a experiência, pois seus 
produtos incluirão não só a distribuição espaço-temporal 
da visitação aos atrativos, mas, na sua capacidade de 
construir roteiros de leitura que levem a novas vivências, 
lidarão com imaginários no sentido proposto por Maffe-
soli: aquilo que faz Paris ser Paris. (GASTAL; MAFRA, 2008, 
p. 205 apud BENI, 2012, p. 252-253)
É possível perceber que o roteiro busca a criação de experiências diferen-
ciadas ao turista por meio da combinação de diversos fatores, como a experi-
ência de realizar uma refeição exótica contemplando as pirâmides egípcias 
com o pôr do sol ao horizonte, ou tomar um café da manhã regional em 
uma chalana subindo o rio Amazonas em meio à selva amazônica. Ambas 
as situações são singulares, agregam valor ao produto turístico e envolvem 
atrativos, serviços e atividades planejadas em função da maximização da 
experiência do turista.
Destaca-se que uma região turística pode ter um ou vários roteiros, e que 
o roteiro turístico é flexível, ou seja, não possui uma sequência obrigatória 
de visitações, fica a cargo do turista decidir qual atrativo ou destino turís-
tico deseja visitar primeiro e qual é aquele em que deseja gastar mais tempo, 
pois está mais alinhado aos seus desejos e expectativas. Também é flexível no 
sentido de reunir todos os atrativos e serviços que se adequem ao seu tema, 
não estando, necessariamente, atrelado a uma única região turística, ou seja, 
um roteiro pode reunir atrativos de uma ou mais regiões turísticas, assim 
como nem todos os municípios considerados dentro de uma determinada 
região turística são considerados turísticos. 
Os municípios que compõem uma região turística, muitas vezes, possuem 
diferentes vocações econômicas, logo, para fins de roteirização turística, 
aqueles com potencial em outros setores econômicos podem se tornar 
fornecedores para aqueles com maior potencial de desenvolvimento turís-
tico. Municípios onde se destacam indústrias, como a têxtil ou alimentícia, 
ROTEIRISTA TURÍSTICO
118
podem fornecer tais produtos para os visitantes de cidades da mesma região. 
Este viés econômico do roteiro é muito importante e reforça a ideia de que 
a roteirização é uma ferramenta de caráter mercadológico, que busca, por 
meio do roteiro, atribuir valor ao produto turístico e torná-lo mais competi-
tivo no mercado, assim como apoiar estratégias de promoção e comerciali-
zação do produto turístico, enfatizando sua identidade única e diferenciada 
traduzida pelo tema específico de cada roteiro.
O Ministério do Turismo, promovendo a padronização dos termos 
utilizados entre profissionais do setor, definiu algumas diferenças entre 
“roteiro” e “rota turística”. Enquanto aquele é flexível e adaptável à demanda 
do turista, este tem como característica principal seu embasamento histó-
rico, ou seja, existe em decorrência de um contexto histórico específico, 
e o turismo utiliza esse fator histórico para agregar valor ao produto 
turístico, por meio da construção de uma identidade própria, que resulta 
em diferencial competitivo para os atrativos que fazem parte dessa rota. 
Para manutenção de sua identidade, a rota precisa ter uma sequência de 
visitação estabelecida, com pontos de início e fim; também, é possível que 
ela inclua vários roteiros menores e passe por mais de uma região turís-
tica. Segundo o Ministério do Turismo, “rota turística é um percurso conti-
nuado e delimitado cuja identidade é reforçada ou atribuída pela utilização 
turística” (BRASIL, 2010a, p. 32).
Dando sequência à discussão sobre roteiros, ainda segundo a perspectiva 
do Ministério do Turismo, é importante destacar que:
A criação e a consolidação de novos roteiros possibilitam 
o aumento das taxas de visitação, de permanência e gasto 
médio do turista nos destinos brasileiros, tendo como 
consequência imediata a geração e a ampliação de postos 
de trabalho e, como consequências de médio e longo 
prazos, a promoção da inclusão social, uma melhor distri-
buição de renda e a redução das desigualdades regionais e 
sociais. (BRASIL, 2010a, p. 30)
É possível depreender dessa citação que é característica da política pública 
brasileira o reconhecimento da importância do processo de roteirização, de 
criação de roteiros turísticos, não só pelo valor econômico que essa estra-
tégia pode gerar aos produtos turísticos mas também pelo seu papel como 
ferramenta de inclusão social e sua capacidade de promover a preservação 
de recursos culturais e naturais, uma vez que a manutenção dos roteiros 
está atrelada à preservação dos recursos turísticos, inclusive, por meio da 
Highlight
119
identificação da necessidade de melhorias na infraestrutura ou nos serviços 
e equipamentos utilizados no atendimento aos turistas.
O processo de roteirização se baseia na formação de parcerias em 
âmbitos municipal, estadual e municipal, as quais envolvem uma série de 
agentes participantes da cadeia produtiva e devem ser igualmente provei-
tosas para todos que participam do roteiro. A formação de parcerias se dá 
com o objetivo de buscar a sinergia nos processos e nas atividades turís-
ticas. Dentre outras formas, a sinergia pode se dar nas relações “[...] entre 
os setores públicos e os privados, os territórios, os atrativos, os elementos da 
cadeia produtiva do turismo e as outras atividades econômicas desenvolvidas 
na região” (BRASIL, 2010a, p. 34).
A sinergia é formada quando todos os agentes começam a agir em função 
de um objetivo comum, por isso, é tão importante a formação da identidade 
do roteiro, pois, quando os agentes se identificam com essa identidade, se 
torna mais natural o espírito de cooperação e trabalho em equipe, o qual 
fundamenta a construção do planejamento, no qual são identificadas as 
sinergias processuais, assim como promove a formação de uma redecolabo-
rativa e de um processo de comunicação e aproximação entre organizações. 
A implementação do roteiro turístico pode seguir a metodologia proposta 
pelo Ministério do Turismo, por meio do Projeto Rede de Cooperação Técnica 
para a Roteirização – 2ª edição (BRASIL, 2010b), no qual são apresentados os 
passos para realizar o processo de roteirização de uma determinada região, 
com base em experiências realizadas nas cinco macrorregiões brasileiras. 
Segundo esse documento, o processo de roteirização deve seguir seis passos, 
conforme descritos a seguir.
Figura 4.1 | Matriz das cinco forças competitivas
Fonte: elaborada pelo autor.
PROCESSO DE ROTEIRIZAAÇÃO - 6 PASSOS
120
Para saber mais
O processo de criação de roteiros turísticos é abordado de forma 
resumida no presente livro, com o intuito de descrever a metodologia, 
seus objetivos e benefícios para o turismo regional. Para conhecer 
melhor todas as diretrizes propostas pelo Ministério do Turismo sobre 
esse assunto, inclusive, a descrição de casos de implementação desse 
processo em diversas regiões do Brasil, acesse o Manual do Projeto 
Rede de Cooperação Técnica para a Roteirização – 2ª edição, disponibi-
lizado pelo Ministério do Turismo no link a seguir:
BRASIL. Projeto Rede de Cooperação Técnica para a Roteiri-
zação – 2ª edição. Brasília, DF: Ministério do Turismo, 2010.
Definir as organizações que farão parte do roteiro, assim como a região 
e os municípios incluídos, é o primeiro passo no processo de roteirização. 
Deve-se, então, realizar um levantamento da situação atual em que a região 
se encontra, assim como do mercado turístico nela incluído. Para tanto, é 
necessário investigar todas as informações, os estudos, os projetos e as 
estatísticas referentes à atividade turística na região. Também, identificar as 
possíveis fontes de financiamento para investimentos na área turística, sejam 
elas públicas ou privadas, assim como a situação financeira das empresas que 
compõem a oferta turística.
O processo de implementação da roteirização, segundo essa metodo-
logia, será descrito na próxima seção, quando cada passo será analisado de 
forma aprofundada.
Questões para reflexão
1. A regionalização é uma estratégia de gestão de turismo baseada 
na descentralização da gestão e na formação de roteiros capazes 
de imprimir uma identidade diferenciada e gerar valor aos 
produtos turísticos locais. Em sua opinião, a gestão descentrali-
zada é a melhor forma de organizar o sistema turístico brasileiro e 
promover o desenvolvimento do turismo no país?
2. As rotas turísticas são embasadas em recursos culturais e histó-
ricos capazes de agregar valor ao produto turístico. Que tipos 
de contextos históricos podem ter sido responsáveis pelo surgi-
mento de rotas turísticas? Quais exemplos podem ser citados no 
Brasil?
121
Atividades de aprendizagem da seção
1. A experiência turística está atrelada ao deslocamento do turista de seu 
entorno habitual em direção ao destino turístico, no qual a maior parte das 
atividades turísticas acontecem.
Segundo o Ministério do Turismo, qual ação deve ser realizada nas 
regiões turísticas como uma forma de organizar e integrar a oferta turística 
do país, gerando produtos rentáveis e comercialmente viáveis? Assinale a 
alternativa correta:
a. Gerenciar.
b. Planejar.
c. Roteirizar.
d. Agrupar.
e. Setorizar.
2. A estratégia nacional de desenvolvimento turístico é baseada na regiona-
lização e na gestão descentralizada.
Em relação à regionalização, considere as asserções apresentadas a seguir 
e verifique se são verdadeiras (V) ou falsas (F):
( ) Regionalização é um processo que permite um olhar mais abran-
gente das relações sinérgicas existentes e possíveis de serem criadas 
entre produtos turísticos.
( ) Regionalização consiste na criação de roteiros, ressaltando a impor-
tância dos roteiros como ferramenta de diferenciação dos produtos 
turísticos, capaz de lhes atribuir uma identidade subjacente e promover 
o incremento da cooperação entre os diversos agentes que fazem parte 
da cadeia produtiva do turismo.
( ) Regionalização é um conceito que demonstra a importância da gestão 
do turismo no destino turístico, ou seja, a estratégia de gestão do 
turismo e do produto turístico depende diretamente da forma de 
gestão adotada no espaço geográfico, ou região, onde as atividades 
acontecem e o produto é consumido pelo turista.
 Roteirizar é uma forma de organizar e integrar a oferta turística do País, gerando produtos rentáveis e comercialmente viáveis.
v
F
v
122
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta:
a. V – V – V.
b. V – V – F.
c. F – V – V.
d. V – F – V.
e. F – V – F.
123
Seção 2
Metodologia de roteirização
Caro aluno, na seção anterior, citaram-se os seis passos propostos pelo 
Ministério do Turismo para implantação de roteiros turísticos regionais. 
Nesta seção, objetiva-se fornecer uma visão mais abrangente desta metodo-
logia, aprofundando a análise em relação aos objetivos, às formas de atuação 
e às recomendações a serem observadas em cada passo da roteirização. 
Espera-se que este olhar mais detalhado auxilie a compreensão sobre a 
melhor forma possível de se realizar um processo de roteirização no Brasil.
Na seção anterior, apresentaram-se os passos propostos pelo Ministério 
de Turismo para a implantação de roteiros turísticos, então, nesta seção, eles 
serão analisados de forma mais próxima, abordando seus principais objetivos, 
suas formas de atuação e as recomendações do Ministério do Turismo. 
A princípio, é importante destacar que esta metodologia é uma sugestão 
para a realização do processo de roteirização, o qual deve ser adaptado 
de acordo com as características locais, logo, alterações são passíveis de 
acontecer, de acordo com as especificidades econômicas, sociais, ambientais 
e culturais de cada região. 
O principal objetivo da metodologia é a criação de uma rede de coope-
ração capacitada a criar e gerir de forma eficiente os roteiros turísticos de 
uma determinada região, sendo que, ao final do processo de roteirização, 
espera-se como resultado um “catálogo”, contendo opções de produtos turís-
ticos complementares, sendo que a união desses produtos constitui um 
roteiro integrado, contemplando diversos municípios de uma determinada 
região. Destaca-se que a participação ativa de todos os agentes que fazem 
parte da cadeia produtiva do turismo, como meios de hospedagem, agências 
de turismo, bares, restaurantes, empresas do setor de transporte, entre outros 
serviços prestados, é imprescindível, pois são eles que constituem os prota-
gonistas do processo. 
Serão descritos, agora, os passos do processo de roteirização do turismo, 
conforme propostos pelo Manual do Projeto Rede de Cooperação Técnica 
para a Roteirização – 2ª edição (BRASIL, 2010b), observando-se também 
as considerações apresentadas pelo Manual de Segmentação do Turismo e o 
Mercado (BRASIL, 2010a).
124
Passo 1 – Definição dos territórios envolvidos
Objetivo: definição do recorte territorial e da identidade do roteiro 
integrado proposto.
Formas de atuação: 
• Elaboração dos critérios para a definição do recorte em cada destino, 
conforme propostos no Manual do Projeto Rede de Cooperação 
Técnica para a Roteirização (BRASIL, 2010b).
• Reconhecimento do território por meio de levantamento de dados e 
visita de campo.
• Definição da identidade do roteiro.
• Validação do território e da identidade sugeridos pelos atores envolvidos.
Recomendações:
• Buscar localidades com identidade similares, o que dará a identidade 
para o roteiro no futuro.
• Buscar uma composição com foco no mercado, ou seja, um recorte 
possível de ser percorrido pelo turista.
• Ter atenção com as intervenções políticas neste processo de escolha.
• Levar em consideração o acesso entre as localidades e a estrutura de 
deslocamento existente.
• Não é necessário compor o roteiro com localidades do mesmo nível 
de estruturação do produto turístico, mas todas aslocalidades devem 
ter produtos formatados.
• Ficar atento para a existência de projetos estruturantes na definição 
do recorte, pois, sem a existência de recursos financeiros, dificilmente 
um roteiro integrado se consolida.
• Viabilidade logística e de aplicação da metodologia proposta.
Passo 2 – Instalação do comitê gestor do roteiro.
Objetivo: formar o grupo de pessoas responsável pela gestão do destino 
turístico integrado, associando interesses dos empreendimentos envolvidos: 
da iniciativa privada de todos os setores da atividade turística do roteiro, do 
poder público e das comunidades locais. Para que possa cumprir os objetivos 
da roteirização, é muito importante que o comitê gestor contenha represen-
tantes dos três grupos: poder público, setor empresarial e comunidade.
125
Formas de atuação:
• Elaboração dos critérios para a definição dos atores componentes do 
comitê gestor para cada destino escolhido.
• Sensibilização das comunidades para o processo da roteirização, seus 
objetivos e benefícios, bem como a indicação de representantes para 
a formação do comitê.
• Indicação e convite dos atores.
• Mobilização dos atores envolvidos por meio da realização do 1º 
Encontro dos Atores Locais, com apresentação do projeto e de 
suas etapas.
• Sensibilização acerca da importância da governança regional; respon-
sabilidades dos envolvidos; e assinatura do termo de adesão.
• Criação de uma rede digital de comunicação.
• Promoção de reuniões periódicas entre os atores do comitê gestor 
para o desenvolvimento de ações integradas.
Recomendações: o grupo deve trabalhar em conjunto, direcionando seus 
esforços para que os produtos turísticos integrados sejam reconhecidos pelo 
mercado-alvo. É importante que os participantes do grupo tenham represen-
tatividade junto às organizações e instituições que representam no comitê, 
assim como capacidade de tomada de decisões ágeis. Para tanto, é recomen-
dado que ao grupo de gestores sejam atribuídas as seguintes funções:
• Organizar e coordenar os diversos atores para trabalhar com foco 
no roteiro turístico, de modo a considerar as especificidades de cada 
município envolvido.
• Sensibilizar e mobilizar parceiros locais, regionais e estaduais para 
apoiarem e integrarem o processo de roteirização.
• Tornar o processo participativo.
• Promover o sincronismo das ações em todo o território.
• Participar do planejamento, acompanhamento, monitoria e avaliação 
das ações a serem implementadas no roteiro.
• Coordenar ações pensadas regionalmente, mas operacionali-
zadas localmente.
• Garantir a implementação de um plano de ação.
• Alimentar constantemente o banco de informações do roteiro.
126
• Buscar recursos de forma mais eficiente, para incrementar o 
roteiro integrado.
• Promover a integração com outras ações, projetos e programas em 
implementação ou a serem implantados no território envolvido, 
integrando as ações intrarregionais e interinstitucionais.
• Articular as ações com as instâncias de governança dos municípios 
incluídos na região turísticas do roteiro.
Passo 3 – Realização do diagnóstico do roteiro
Objetivo: levantamento e análise de dados referentes ao território envol-
vido, a fim de oferecer subsídios ao grupo de trabalho para elaboração do 
planejamento estratégico.
Formas de atuação:
• Levantamento dos dados referentes ao roteiro: dados gerais do terri-
tório, análise do produto turístico e produção associada, análise 
do mercado por meio da utilização de instrumentos descritos na 
segunda unidade do presente livro e no Manual do Projeto Rede de 
Cooperação Técnica para a Roteirização (BRASIL, 2010b).
• Realização de pesquisa de mercado em centros emissores de turistas.
• Sistematização e análise dos dados com relação à infraestrutura, 
aos atrativos, ao acesso, aos equipamentos e serviços turísticos e de 
apoio ao turismo e às formas de promoção e comercialização dos 
produtos envolvidos.
• Avaliação e hierarquização dos atrativos turísticos envolvidos.
• Realização de estudo para a segmentação da oferta e demanda e 
análise de atratividade para o mercado.
• Elaboração de banco de dados com as empresas envolvidas no processo.
• Construção participativa das ferramentas e análises que comporão o 
planejamento estratégico. 
Recomendações: o resultado desta etapa deve ser um documento que 
fundamentará as estratégias de ação do comitê gestor, e no qual devem 
conter, necessariamente, as seguintes informações:
• Características do território envolvido.
• Tendências para o turismo.
127
• Análise do produto turístico.
• Hierarquização dos atrativos e definição dos segmentos de demanda.
• Análise do mercado real e potencial.
• Análise do processo de promoção, distribuição e comercialização.
• Impactos ambientais, sociais e econômicos da implantação do 
roteiro integrado.
• Análise da matriz de pontos fortes e fracos.
Passo 4 – Construção do planejamento estratégico
Objetivo: elaborar um planejamento estratégico, a partir da análise situa-
cional do território, com definições de ações que terão influência sobre o 
processo de roteirização.
Formas de atuação:
• Realização de oficinas de planejamento para a construção do plano 
estratégico do roteiro integrado.
• Identificação da oferta potencial existente e das necessidades dos 
consumidores; análise das oportunidades de mercado; transformação 
das necessidades em produtos; determinação de estratégias para preci-
ficação do produto e para tornar o produto integrado competitivo.
• Elaboração final do documento.
• Realização de encontros com a comunidade para validação do plane-
jamento estratégico.
Recomendações: a construção do planejamento estratégico busca 
assegurar que todos os atores envolvidos na oferta turística estejam atuando 
em função de um objetivo comum. A partir deste princípio, são definidas 
as metas a serem buscadas no curto, médio e longo prazo, assim como são 
planejadas as ações necessárias para que essas metas sejam atingidas. O 
planejamento deverá ser um processo dinâmico e estar sempre atualizado 
de acordo com as alterações nos desejos e nas expectativas do público-alvo, 
assim como deve garantir que o produto turístico se mantenha competi-
tivo no mercado. Ressalta-se também que os objetivos e as metas estraté-
gicas devem ser validados com as comunidades envolvidas no roteiro. 
Especialmente, nesta etapa, o Ministério do Turismo sugere que os gestores 
tenham à disposição pessoas com experiência na criação e implantação de 
planos estratégicos no setor turístico, para isso, consultores especialistas no 
setor podem ser consultados.
128
Para saber mais
Nesta seção, busca-se demonstrar uma metodologia para construção 
de roteiros turísticos de forma profissionalizada, por meio de uma 
sequência de ações realizadas ao longo do tempo, com o objetivo 
principal de construir um roteiro turístico competitivo e capaz de gerar 
o lucro esperado, assim como os benefícios propostos à comunidade. 
A perspectiva da evolução temporal do produto turístico também é 
analisada a partir do conceito de ciclo de vida do produto, o qual pode 
constituir uma importante ferramenta na construção do planejamento 
estratégico. Para conhecer melhor a aplicação do conceito de ciclo de 
vida do produto no turismo, leia o artigo a seguir, no qual é discutido o 
exemplo da Ilha da Madeira, em Portugal.
ALVARES, D.; LOURENÇO, J. Modelo de Ciclo de Vida do Turismo: uma 
ferramenta para a gestão do turismo rural aplicada a Ilha da Madei-
ra-PT. 6º Congresso Brasileiro de Turismo Rural, Cultura no Turismo 
Rural. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE TURISMO RURAL, 6., 2007, Piraci-
caba. Anais [...]. Piracicaba, SP: Fundação de Estudos Agrários Luiz de 
Queiroz, 2007.
Passo 5 – Implantação do plano de ação
Objetivo: implementar as ações estabelecidas no plano estratégico com 
foco mercadológico.
Formas de atuação:
• Articulação do trabalho local, por meio de reuniões de trabalho, com 
previsões de recursos humanos, materiais e financeiros para efeti-vação das ações previstas.
• Orientação técnica para a realização das ações previstas com relação à 
estruturação e qualificação dos produtos envolvidos em cada roteiro.
• Continuação do processo de comunicação e motivação da rede local, 
por meio da criação de um mecanismo de comunicação continuada e 
envolvimento de todos os atores para fortalecimento da rede.
• Implantação do trabalho relacionado diretamente à produção 
associada ao turismo e à atividade turística.
• Criação da identidade visual e impressão de materiais de cada 
roteiro integrado.
129
• Orientação no trabalho, envolvendo as agências parceiras de 
cada roteiro.
• Realização de jornadas de negócios com as agências de viagens.
• Realização de jornada de negócio com fornecedores da produção 
associada e empresários do turismo com potencial de consumo da 
produção, venda e promoção.
• Lançamento do roteiro.
• Realização de ações de integração entre os produtos e as principais 
operadoras brasileiras.
• Realização de famtour com operadoras de turismo.
• Realização de press trips.
• Desenvolvimento do catálogo do roteiro integrado.
Recomendações: este passo se refere à preparação da operação propria-
mente dita do roteiro turístico, ou seja, neste momento, devem ser pensados 
quais são os principais atrativos que o roteiro contém, quais são seus princi-
pais diferenciais competitivos e qual sua capacidade de atendimento. Desta 
forma, poderão ser hierarquizadas ações prioritárias para que o produto seja 
comercializado da melhor forma possível. É essencial que o roteiro turís-
tico tenha uma estratégia de precificação alinhada com seus diferenciais 
competitivos e com o segmento de mercado que pretende atender. Sugere-se 
que este processo de precificação seja realizado essencialmente pela inicia-
tiva privada, mais especificamente pelas agências responsáveis pela distri-
buição do produto turístico, as quais devem ter uma visão mercadológica 
abrangente, capaz de estabelecer uma estratégia de preços apta a arcar com 
os custos do roteiro e promover a lucratividade pretendida, considerando a 
capacidade de atendimento e o posicionamento da concorrência.
Passo 6 – Acompanhamento e avaliação das ações implantadas
Objetivo: estabelecer um monitoramento das ações realizadas, de acordo 
com as metas estabelecidas pelo grupo no planejamento estratégico.
Formas de atuação:
• Definição de marcos críticos para cada etapa do trabalho a ser alcan-
çado pelas regiões.
• Criação e implementação de mecanismos para acompanhar cada 
processo regional.
130
• Realização de visitas de campo para avaliação dos trabalhos realizados.
Recomendações: nesta etapa, deve ser verificado o atingimento de metas, 
de acordo com os indicadores estabelecidos no planejamento estratégico. É 
muito importante que os indicadores estratégicos estejam alinhados com a 
operação do produto turístico, no sentido de refletir fielmente a realidade 
das organizações em termos operacionais, mercadológicos e financeiros. Os 
indicadores devem ser dos tipos quantitativos e qualitativos e evidenciar não 
somente o desempenho organizacional mas também os impactos na região 
em termos econômicos, sociais e ambientais.
Nesta seção, apresentaram-se os principais aspectos a serem observados 
na implantação do processo de roteirização, buscando-se exemplificar de 
forma técnica a coordenação das ações a serem realizadas para que o roteiro 
criado seja competitivo e cumpra com seus objetivos propostos. Na próxima 
seção, serão abordados alguns aspectos das relações mercadológicas que 
fazem parte do processo de roteirização.
Questões para reflexão
1. No Passo 3, é realizado o diagnóstico da região turística onde 
será implementado o roteiro. Nesta etapa, todas as informações 
a respeito do setor turístico na região devem ser levantadas, por 
isso, devem ser observados o histórico das organizações, o inven-
tário turístico do local, as características principais dos atrativos, 
entre outras informações. Quais fontes podem ser utilizadas 
nesta etapa para geração de informações estratégicas ao gestor 
turístico?
2. No Passo 4, é realizada a construção do planejamento estraté-
gico, momento em que são definidas as metas a serem atingidas 
pelo roteiro integrado, considerando todos os atores envolvidos. 
A definição de metas é uma tarefa que exige atenção, pois elas 
devem ser mensuráveis, atingíveis e desafiadoras ao mesmo 
tempo. Quais exemplos de metas de longo prazo podem ser 
citados no planejamento estratégico do roteiro turístico?
131
Atividades de aprendizagem da seção
1. Considerando os passos do processo de roteirização do turismo, conforme 
proposto pelo Manual do Projeto Rede de Cooperação Técnica para a Rotei-
rização (BRASIL, 2010b) e pelo Manual de Segmentação do Turismo e o 
Mercado (BRASIL, 2010a), analise a sentença a seguir:
Tem como objetivo formar o grupo de pessoas responsável pela gestão 
do destino turístico integrado, associando interesses dos empreendimentos 
envolvidos: da iniciativa privada de todos os setores da atividade turística do 
roteiro, do poder público e das comunidades locais.
Assinale a alternativa que contém o passo do processo de roteirização, 
cujo objetivo está descrito na sentença apresentada:
a. Passo 1 – Definição dos territórios envolvidos.
b. Passo 2 – Instalação do comitê gestor do roteiro.
c. Passo 3 – Realização do diagnóstico do roteiro.
d. Passo 4 – Construção do planejamento estratégico.
e. Passo 5 – Implantação do plano de ação.
2. Este passo se refere à preparação da operação propriamente dita do 
roteiro turístico, ou seja, neste momento, devem ser pensados quais são os 
principais atrativos que o roteiro contém, quais são seus principais diferen-
ciais competitivos e qual sua capacidade de atendimento.
Assinale a alternativa com o passo do processo de roteirização descrito:
a. Passo 1 – Definição dos territórios envolvidos.
b. Passo 2 – Instalação do comitê gestor do roteiro.
c. Passo 3 – Realização do diagnóstico do roteiro.
d. Passo 4 – Construção do planejamento estratégico.
e. Passo 5 – Implantação do plano de ação.
132
Seção 3
Pesquisas mercadológicas em turismo
Caro aluno, nesta seção, apresentaremos a importância de se realizar um 
levantamento de dados mercadológicos robusto para a consolidação do plane-
jamento estratégico em turismo. Tendo em vista a importância desta etapa na 
construção da oferta de produtos turísticos competitivos, serão apresentadas 
ferramentas de pesquisa mercadológica utilizadas em casos reais de construção 
de roteiros turísticos no Brasil, incluindo pesquisas quantitativas e qualitativas, 
o público-alvo participante das pesquisas, as técnicas utilizadas e os principais 
resultados encontrados. Espera-se que esta seção auxilie você, aluno, a compre-
ender como é realizada na prática a coleta de informações mercadológicas com 
finalidade estratégica na formatação de produtos turísticos.
Na segunda unidade do presente livro, expôs-se a grande importância 
de se alinhar o produto turístico às necessidades e expectativas do públi-
co-alvo que se deseja atender, e que esse processo é realizado por meio do 
planejamento estratégico. O tema planejamento estratégico é retomado na 
segunda seção como uma ferramenta essencial no processo de criação de 
roteiros turísticos, visando exatamente à manutenção da competitividade 
dos produtos turísticos frente ao mercado. A análise das relações mercado-
lógicas é, portanto, um fator essencial para que o planejamento estratégico 
cumpra seus objetivos em termos de comercialização e geração de lucro. 
Os principais aspectos dessas relações mercadológicas foram explorados na 
segunda unidade quando se trataram das análises de segmentação da oferta 
e da demanda. Nesta seção, serão explorados, de forma mais detalhada, os 
métodos utilizados para realização dessas análises, ou seja, serão descritas 
ferramentas de coleta de dados relacionados à oferta e demanda que podem 
ser utilizadas pelo gestor turístico na construçãodo planejamento estratégico.
Para fundamentar e exemplificar com clareza como devem ser utilizadas as 
ferramentas de análise mercadológica para fins de definição do produto turís-
tico e do público-alvo a ser atendido, serão utilizados os exemplos de casos 
reais de aplicação dessas ferramentas, conforme realizados no Projeto Rede de 
Cooperação Técnica para a Roteirização – 2ª edição (BRASIL, 2010b), no qual 
se construíram cinco roteiros turísticos, sendo um em cada região do Brasil, 
utilizando-se a metodologia de roteirização descrita na seção anterior. Segundo 
o manual no qual o projeto é descrito (link disponível no item “Saiba Mais” da 
primeira seção desta unidade), o processo de análise mercadológica por meio 
de um estudo detalhado, também chamado de inteligência de mercado, foi 
fator decisivo para que os roteiros turísticos pudessem ser competitivos, viáveis 
133
comercialmente e sustentáveis economicamente, uma vez que esses estudos 
formam a base fundamental do planejamento estratégico.
A coleta de informações que compõem a análise mercadológica constituiu 
uma etapa essencial do planejamento estratégico, pois, conforme descrito a 
seguir, realizou-se com foco inicial na investigação do comportamento de 
compra dos turistas, com o intuito de compreender as necessidades, expecta-
tivas, cultura e comportamento de consumo do segmento de turistas que os 
roteiros pretendem atrair. Em seguida, investigaram-se as principais opera-
doras de turismo, uma vez que esses agentes são responsáveis pela distri-
buição do produto turístico, ou seja, pela venda do roteiro propriamente dita, 
portanto, percebeu-se de grande importância compreender a opinião e as 
características dos operadores, para que se pudesse compreender os princi-
pais diferenciais competitivos dos atrativos turísticos presentes nas regiões 
e determinar o tipo de turismo a ser ofertado, assim como todas as demais 
especificidades da oferta turística, como a identidade de cada roteiro. No 
projeto, a coleta de dados mercadológicos se deu por meio de:
[...] um conjunto específico de estratégias – baseadas, por 
um lado, no comportamento de compra dos turistas, e por 
outro, nas características relacionadas aos procedimentos 
de comercialização por parte dos intermediários. Desta 
forma, a elaboração dos novos produtos pôde, então, 
contar com um conhecimento aprofundado acerca do perfil 
dos consumidores-alvo, assim como das características dos 
segmentos turísticos articulados pelos roteiros – informa-
ções, de fato, imprescindíveis para um lançamento efetivo 
e exitoso no mercado. (BRASIL, 2010a, p. 38)
Como ferramenta para o levantamento de informações utilizaram-se 
pesquisas de mercado quantitativas e qualitativas. A partir dos dados levan-
tados nas pesquisas quantitativas, foi possível traçar um diagnóstico do 
mercado turístico de cada região, considerando as características do público 
de turistas frequentadores e da oferta turística existente. As pesquisas quali-
tativas, conforme descrito na citação anterior, direcionaram-se aos turistas 
oriundos dos grandes mercados emissivos do país, para se conhecer suas 
necessidades, expectativas e preferências, e às principais operadoras de 
turismo, para se determinar a melhor forma de ofertar os produtos, ou seja, 
determinar a adequação dos produtos turísticos a esse público e as formas 
mais eficientes de promoção e comercialização deles. Outra fonte importante 
de levantamento de informações foi a participação dos gestores turísticos em 
134
feiras e eventos do setor, com o intuito de conhecerem os atores que fazem 
parte do setor e possam agregar valor aos produtos turísticos.
Todo o levantamento de dados realizou-se com o intuito de responder a 
três questões estratégicas, sendo elas: 
[...] em primeiro lugar, ‘o mercado para o qual o roteiro 
seria promovido’; em segundo lugar, ‘os segmentos turís-
ticos relacionados aos atrativos locais com maior diferencial 
competitivo’; e, por fim, ‘o posicionamento de identidade com 
o qual o roteiro seria capaz de ganhar destaque e notoriedade 
frente a seus concorrentes no mercado’. (BRASIL, 2010a, p. 39)
Para responder às questões descritas, a ênfase maior das pesquisas se deu 
no âmbito qualitativo, buscando-se o aprofundamento de dados e informa-
ções a respeito das macrotendências de mercado, comportamento de compra 
e consumo dos turistas. Assim, desenvolveu-se uma pesquisa qualitativa com 
turistas e uma pesquisa qualitativa com operadores de turismo. Também, 
realizaram-se pesquisas quantitativas focadas nas características de demanda 
e oferta já existentes em cada região. Esse conjunto de ferramentas de coleta 
de dados propiciou o diagnóstico necessário para definição do planejamento 
estratégico de cada região. Agora, serão descritos os métodos empregados na 
realização de cada uma dessas pesquisas.
Pesquisa qualitativa com turistas
A pesquisa para compreensão do segmento de demanda que se deseja atender 
realizou-se utilizando-se a técnica de focus group. Organizaram-se seis grupos de 
discussão nas cidades de Porto Alegre, São Paulo e Brasília, consideradas grandes 
centros emissores de turistas do país. Para participar dos grupos de discussão, 
convidaram-se pessoas que realizam atividades turísticas com alta frequência, ou 
seja, realizam viagens constantes para fora de seus estados de origem, chamados 
de turistas heavy users, e que se enquadram dentro dos limites estabelecidos no 
perfil que se pretende atender, quais sejam: adultos situados nas classes econô-
micas A e B. Entendeu-se que esse perfil de turistas, pela sua relação intensa com 
a atividade, pode contribuir mais com o levantamento de informações, uma vez 
que são considerados “especialistas” no consumo de produtos turísticos. Como 
orientação básica na condução dos grupos de discussão, estabeleceram-se os 
seguintes objetivos: 
• Identificar os comportamentos de consumo em viagens a lazer.
• Obter um levantamento sobre as impressões das viagens realizadas.
• Entender o significado de “experiências memoráveis”. 
Técnica de focus group
3 CATEGORIAS PRINCIPAIS DA PESQUISA QUALITATIVA DOS TURISTAS HEAVY USERS 
135
Seguem as principais conclusões da pesquisa, descritas no Projeto Rede 
de Cooperação Técnica para a Roteirização – 2ª edição (BRASIL, 2010b). 
Com o intuito de tornar os resultados da pesquisa mais claros em relação 
à compreensão das impressões transmitidas pelos turistas, os dados foram 
tabulados considerando três categorias principais de respostas, sendo elas: a 
motivação dos turistas para realização de atividades turísticas; as suas expec-
tativas em relação ao turismo; e os principais motivos que os levaram a consi-
derar as experiências turísticas memoráveis.
Quadro 4.1 | Resultados da pesquisa qualitativa com turistas
Motivações 
Percepção das pessoas sobre 
as atividades 
turísticas que contribuem 
para o seu enriquecimento 
pessoal.
Expectativas
O que as pessoas esperam 
do produto turístico.
Experiências 
memoráveis
Principais motivos que 
levam as pessoas a conside-
rarem experiências turísti-
cas memoráveis.
• Conhecer lugares = 
ampliar universo/glo-
balizar.
• Conhecer e viver outras 
culturas = aprender, 
crescer.
• Experimentar (gastro-
nomia) = aguçar os sen-
tidos, novas sensações.
• Adquirir cultura = 
erudição (história, artes, 
teatro, etc.).
• Aproveitar, mudar tudo 
= inverter a estrutura – 
diversão.
• Aproveitar momen-
tos com a família, 
fazer amigos = vínculos 
sociais.
• Deixar lembranças 
para os filhos = passar 
o legado.
• Ter aventuras, praticar 
esportes = explorar.
• Estar em contato com a 
natureza = consciência 
ecológica.
• Desligar de tudo = sair 
da estrutura.
• Dar um tempo para si = 
qualidade de vida.
• Tirar férias dos filhos = 
cuidado de si.
• Relaxar = descanso.
• Naturalidade no 
atendimento.
• Hospitalidade: ampa-
ro e aconchego.
• Honestidade: não 
serem enganados.
• Encantamento com 
pequenos agrados.
• Calefação nos equipa-
mentos dehospeda-
gem.
• Gastronomia “dife-
rente”.
• Atividades para todas 
as idades.
• Informações sobre os 
atratWvos locais.
• Segurança/limpeza 
urbana.
• Conforto e simplici-
dade.
• Autenticidade da 
cultura.
• Pequenas experi-
ências = grandes 
momentos.
• Contemplação e inte-
ração com a natureza.
• Abstração = desligar-
-se de tudo.
• Consciência ecoló-
gica.
• Interação com a 
população local.
• Vivência da cultura.
• Crescimento pessoal.
• Sentidos e emoções.
• Autoconhecimento.
Fonte: adaptada de Paula (2017, p. 24).
136
Pesquisa qualitativa com operadoras nacionais
Para esta pesquisa, utilizou-se a técnica de entrevistas em profundidade, 
realizadas junto aos responsáveis pelo desenvolvimento de produtos turís-
ticos nacionais em cada operadora. Ao todo, realizaram-se 19 entrevistas, 
distribuídas entre operadoras estabelecidas nas cidades de São Paulo, Rio de 
Janeiro, Curitiba e Porto Alegre. Definiu-se como objetivo direcionador das 
entrevistas: conhecer o perfil das operadoras, suas características gerais, seus 
produtos e serviços, o perfil de seus consumidores e, por final, sua opinião 
sobre os roteiros em desenvolvimento.
Seguem os principais resultados decorrentes das entrevistas realizadas, 
descritos no Projeto Rede de Cooperação Técnica para a Roteirização – 2ª 
edição (BRASIL, 2010):
Perfil das operadoras:
• A maioria atua no mercado há cerca de 21 a 30 anos.
• Nove delas têm filiais em outras cidades. 
• 11 operadoras são de “pequeno porte” (até 50 funcionários); quatro 
de “médio porte” (de 51 a 100 funcionários); e quatro de “grande 
porte” (mais de 100 funcionários).
• Possuem um grande número de agências parceiras que comercia-
lizam seus produtos.
• Público-alvo atendido:
• Agências e mercado internacional (seis têm público estrangeiro).
• Clientes domésticos (de ambos os sexos, mais de 30 anos, curso 
superior e renda elevada).
• Famílias com filhos, grupos de terceira idade, grupos de negócios, 
grupos de estudantes e atletas que participam de eventos e competi-
ções esportivas.
• A maior parte do público nacional tem origem em São Paulo, Rio de 
Janeiro, Belo Horizonte e na Região Sul do país.
• Os clientes internacionais são europeus, australianos, norte-ameri-
canos e latino-americanos.
TÉCNICA DE ENTREVISTAS EM PROFUNDIDADE
137
Como elaboram os roteiros:
• Busca na internet (site da operadora, links patrocinados do Google, 
secretarias de turismo, Brasil Tour, Turismo em Números).
• Consulta a revistas (Viagem e Turismo, Próxima Viagem, Brasil Tour, 
Turismo em Números, Rotas).
• Participação em feiras.
• Consulta aos cadernos de turismo de jornais (O Globo, Folha de São 
Paulo).
• Visitação local.
Diferencial das operadoras em relação ao mercado:
• Qualidade dos produtos.
• Satisfação do cliente.
• Atendimento.
• Agilidade.
• Personalização dos serviços.
• Preços competitivos.
• Elaboração de roteiros 
especiais ao cliente.
• Qualificação da estrutura receptiva.
• Experiência.
• Solidez.
• Pacotes de luxo, alto nível.
• Pacotes rodoviários.
• Preocupação com a natureza.
Segmentação
As operadoras informaram como distribui-se a demanda de produtos 
turísticos quanto à sua segmentação, ou seja, tipos de turismo ofertados – 
lembrando-se de que a pesquisa foi feita com operadoras que atendem a um 
público qualificado. No gráfico a seguir, é possível observar a distribuição dos 
segmentos turísticos, conforme informados pelas operadoras.
138
Figura 4.2 | Distribuição dos segmentos turísticos informados pelas operadoras
25%
23%
19%
14%
7%
7%
5%
Sol e praia Ecoturismo Turismo cultural Aventura / Esportes
Negócios e eventos Roteiros de charmes Mix de segmentos
Fonte: adaptado de Brasil (2010b).
Quanto aos principais destinos nacionais oferecidos pelas operadoras aos 
seus clientes:
• Resorts do Nordeste.
• Fernando de Noronha.
• Bonito.
• Pantanal.
• Amazônia e Manaus.
• Foz do Iguaçu.
• Salvador.
• Estado do Rio de Janeiro.
• Minas Histórica.
• Chapadas (Veadeiros e 
Diamantina).
• Cânions no Rio Grande 
do Sul.
• Gramado e Canela.
Quanto ao preço para pacotes diferenciados:
• Preço aproximado de 10% a 50% mais caro para um pacote diferenciado.
139
• Todas as operadoras destacaram que o cliente está muito bem infor-
mado em relação às demais ofertas do mercado, por isso, deve haver 
um limite de preço.
• Duração média dos pacotes diferenciados: de 4 a 8 dias (alguns 
passeios mais curtos chegam a ter duração mínima de 2 dias, e os 
mais longos chegam a durar de 12 a 15 dias).
• Média de preço dos pacotes: entre R$ 2.000,00 e R$ 5.000,00.
Expectativas das operadoras em relação aos prestadores de serviço 
dos destinos:
• Ter uma maior capacidade de planejamento.
• Desenvolver uma política comercial mais consciente.
• Maior conhecimento do mercado.
• Qualificar o atendimento ao cliente (hotelaria, guias, etc.).
• Treinar estas pessoas para que tenham conhecimento cultural que 
enriqueça a experiência do turista.
• Domínio de idiomas estrangeiros.
• Maior flexibilidade na solução de problemas.
• Agilidade no fornecimento de informações para clientes e operadoras.
Quadro 4.2 | Pontos fortes e pontos fracos dos destinos turísticos brasileiros na percepção das 
operadoras
Pontos fortes de um destino turístico Pontos fracos de um destino turístico
• Beleza natural.
• Simpatia.
• Estrutura hoteleira que vem melhorando 
muito.
• Hospitalidade do povo brasileiro.
• Falta de qualificação na prestação dos 
serviços.
• Infraestrutura.
• Malha aérea.
• Violência.
Fonte: adaptado de Brasil (2010b).
Estruturas de hospedagem mais procuradas:
• Resorts e hotéis 4 e 5 estrelas (semiluxo e luxo).
• Hospedagem 3 estrelas e simples; passeios voltados para o ecoturismo, 
que podem alternar hospedagem de luxo e alguns dias em hospeda-
gens mais rústicas, como parte da experiência.
140
• Turistas latino-americanos preferem hospedagens mais econômicas, 
como hotéis 3 estrelas.
Elementos necessários para a formatação de um bom roteiro turístico:
• Agregar cultura e conhecimento às belezas naturais.
• Boa infraestrutura hoteleira.
• Serviços de qualidade: boa vontade dos receptivos locais em resolver 
os problemas que surgem, rapidez em retornar informações para as 
operadoras, qualificação de profissionais para o domínio de diferentes 
idiomas e fornecimento de informações corretas aos clientes.
• Estrutura de atendimento de saúde.
• Atrativos.
• Preço justo.
• Acesso fácil.
• Segurança.
Para saber mais
Para conhecer integralmente como realizou-se a pesquisa qualitativa 
junto aos operadores de turismo no Brasil, incluindo todas as etapas de 
definição da pesquisa, os atores envolvidos, a definição do público-alvo 
e as formas de análise dos resultados, acesse o documento a seguir, 
disponibilizado pelo Ministério do Turismo:
BRASIL. Pesquisa de mercado: estudo qualitativo junto às princi-
pais operadoras de viagens do Brasil. 2. ed. Brasília, DF: Ministério do 
Turismo, 2009.
Pesquisas quantitativas de demanda e oferta regionais
Os resultados das pesquisas qualitativas realizadas em âmbito nacional 
foram cruzados com pesquisas quantitativas realizadas separadamente em 
cada região do Brasil. O objetivo dessas pesquisas quantitativas foi realizar 
um diagnóstico do mercado turístico local atual, visando compreender 
melhor a seleção de atrativos regionais com maior potencial turístico; 
públicos e segmentos turísticos que já frequentam essas regiões; redes de 
receptivos, prestadores de serviços e parceiros de negócio que atuam nessas 
regiões; assim como entender as ferramentas de comunicação utilizadas. 
FORMULÁRIOS ORIENTATIVOS
141
Para aplicação das pesquisas quantitativas, desenvolveram-se formulários 
orientativos direcionados ao levantamento das seguintes informações:
• Receita operada pelo turismo nos últimos três anos.
• Segmentos turísticos mais procurados.
• Fluxo de visitantes nos últimos três anos.
• Sazonalidade.
• Origem do mercado consumidor.
• Perfildo mercado atual – fatores demográficos, sociológicos, econô-
micos, turísticos e motivacionais.
• Lista de cinco atrativos mais visitados do município.
• Lista de ações de comercialização e promoção realizadas nos últimos 
dois anos.
• Informações sobre produtos concorrentes.
• Entrevistas com as agências receptivas de cada região.
Nesta última seção, buscou-se trazer exemplos reais de levantamento de 
dados mercadológicos estratégicos, fundamentais para a realização de um 
planejamento estratégico eficaz e aderente à realidade das regiões turísticas 
nacionais. Apresentaram-se ferramentas de pesquisa de mercado utilizadas 
em casos de roteirização reais promovidos pelo Ministério do Turismo, com 
foco nas formas de realização das pesquisas e nas informações relevantes 
necessárias para estruturação de planejamentos estratégicos robustos, 
capazes de promover a comercialização de produtos turísticos competitivos e 
aderentes à realidade de cada região.
Questões para reflexão
1. Nesta seção, apresentou-se uma estratégia de coleta de dados 
mercadológicos baseada em pesquisas qualitativas e quantita-
tivas. Em sua opinião, quais são as vantagens de se utilizar essas 
duas abordagens na realização da coleta de dados, ao invés de se 
utilizar somente dados quantitativos?
2. A pesquisa qualitativa tem como principal característica o levan-
tamento de dados em profundidade, ou seja, investigar profunda-
mente, junto a pessoas específicas escolhidas propositalmente, 
os motivos que as levam a ter determinadas opiniões e compor-
tamentos. Em sua opinião, quais são os principais desafios de 
O conceito de sazonalidade está relacionado às estações, ou seja, aos eventos que sempre acontecem em uma determinada época.
142
se realizar pesquisas qualitativas em termos de planejamento e 
operacionalização delas?
Atividades de aprendizagem da seção
1. O processo de análise mercadológica, por meio de um estudo detalhado, 
também chamado de inteligência de mercado, é a base fundamental do 
planejamento estratégico. A análise mercadológica também é fator decisivo 
para que os roteiros turísticos possam ser competitivos, viáveis comercial-
mente e sustentáveis economicamente.
I. Numa análise mercadológica de turismo, é necessário coletar dados 
das operadoras de turismo
PORQUE
II. As operadoras de turismo são agentes responsáveis pela distribuição 
do produto turístico, ou seja, pela venda do roteiro propriamente dito.
A partir de sua análise, assinale a alternativa correta:
a. A primeira asserção está correta, e a segunda asserção está incorreta.
b. A primeira asserção está incorreta, e a segunda asserção está correta.
c. As duas asserções estão incorretas.
d. As duas asserções estão corretas, mas a segunda não se relaciona com 
a primeira.
e. As duas asserções estão corretas, e a segunda justifica a primeira.
2. O Projeto Rede de Cooperação Técnica para a Roteirização – 2ª edição 
(BRASIL, 2010) realizou uma pesquisa utilizando a técnica de entrevistas 
em profundidade, junto aos responsáveis pelo desenvolvimento de produtos 
turísticos nacionais em 19 operadoras estabelecidas nas cidades de São Paulo, 
Rio de Janeiro, Curitiba e Porto Alegre. Definiu-se como objetivo direcio-
nador das entrevistas: conhecer o perfil das operadoras, suas características 
gerais, seus produtos e serviços, o perfil de seus consumidores e, por final, 
sua opinião sobre os roteiros em desenvolvimento.
Analise as afirmações a seguir sobre o resultado dessa pesquisa e verifique 
se são verdadeiras (V) ou falsas (F):
( ) A maioria das operadoras pesquisadas é de grande porte, com mais de 
100 funcionários. 
F
143
( ) A demanda principal das operadoras é no segmento Aventura/
Esportes, com 23%.
( ) Dentre os principais destinos nacionais oferecidos pelas operadoras 
aos seus clientes, estão: Resorts do Nordeste, Fernando de Noronha e 
Foz do Iguaçu.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta:
a. V – V – V.
b. V – F – V.
c. F – V – V.
d. F – F – V.
e. V – V – F.
Fique ligado!
Nesta unidade, você pôde conhecer um pouco mais do lado prático da 
atividade do gestor turístico. As estratégias de regionalização e de roteiri-
zação, assim como a fundamental importância da geração de relações sinér-
gicas entre os elos da cadeia produtiva do turismo, foram apresentadas como 
pontos principais que fundamental a atuação do gestor. 
Mostraram-se as etapas necessárias para criação de um roteiro turístico 
de forma profissional e integradora, evidenciando a importância da partici-
pação de diversos setores da sociedade na construção do roteiro. 
Por fim, evidenciou-se o aspecto econômico dos roteiros turísticos, por 
meio da análise mercadológica como fundamento do planejamento estra-
tégico, e exemplificaram-se também as ferramentas para realização de uma 
análise mercadológica robusta e eficaz.
Para concluir o estudo da unidade
Caro aluno, nesta última unidade, pretendeu-se expor os principais 
procedimentos para que o gestor turístico realize suas atividades alinhado 
com as práticas profissionais testadas e referendadas pelo Ministério do 
Turismo. Apresentaram-se as estratégias descentralizadas de gestão pública 
no turismo baseadas na regionalização e na roteirização, então, deu-se ênfase 
nos métodos de aplicação dessas estratégias, com foco na criação de relações 
sinérgicas e na formatação de produtos turísticos competitivos. 
V
V
144
Argumentou-se sobre a importância de o produto turístico estar alinhado 
com as necessidades e expectativas da demanda que se pretende atender, e 
que esse alinhamento só é possível por meio uma análise mercadológica 
robusta e bem fundamentada. Mostraram-se, então, as ferramentas de 
pesquisa mercadológica que podem fundamentar uma análise estratégica 
eficaz, com exemplos de aplicação prática em processos de roteirização reali-
zados no Brasil. Como forma de aprofundar o conhecimento nessas áreas, 
sugere-se a leitura de outros casos de desenvolvimento de roteiros turísticos, 
aprimorando, assim, sua capacidade de gestão.
Atividades de aprendizagem da unidade
1. Roteirizar é uma forma de organizar e integrar a oferta turística do 
país, gerando produtos rentáveis e comercialmente viáveis. A roteirização é 
voltada para a construção de parcerias e promove a integração, o comprome-
timento, o adensamento de negócios, o resgate e a preservação dos valores 
socioculturais e ambientais da região.
Considere as afirmações a seguir e verifique se são verdadeiras (V) ou 
falsas (F).
( ) Para que a criação de um roteiro turístico seja eficiente e cumpra seus 
objetivos, é necessário partir da premissa de que exista um tema que 
conecte os atrativos e serviços disponibilizados no roteiro.
( ) Uma região turística pode ter um ou vários roteiros, e o roteiro turístico 
é flexível, ou seja, não possui uma sequência obrigatória de visitações.
( ) A roteirização é uma ferramenta de caráter mercadológico, que busca 
atribuir valor ao produto turístico e torná-lo mais competitivo no 
mercado, assim como apoiar estratégias de promoção e comercialização 
do produto turístico, enfatizando sua identidade única e diferenciada 
traduzida pelo tema específico de cada roteiro.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta:
a. V – V – V.
b. V – V – F.
c. F – V – V.
d. F – F – V.
e. F – V – F.
v
v
v
145
2. A experiência turística está atrelada ao deslocamento do turista de seu 
entorno habitual em direção ao destino turístico, onde a maior parte das 
atividades turísticas acontecem.
A partir deste ponto de vista, analise as asserções a seguir:
I. A estratégia de gestão do turismo e do produto turístico depende direta-
mente da forma de gestão adotada no espaço geográfico, ou região, 
onde as atividades acontecem e o produto é consumido pelo turista.
II. O processo de gestão do turismo baseado na regionalização busca, 
em primeiro lugar, promover a profissionalização da gestão do 
turismo nos diferentes destinos existentes no Brasil.III. A regionalização prevê a individualização da gestão do turismo, de 
forma a desagregar e libertar a região da intervenção promovida 
pelos níveis superiores da gestão pública comandados pelo Minis-
tério do Turismo.
Assinale a alternativa correta:
a. I, II e III estão corretas.
b. Apenas I e II estão corretas.
c. Apenas I e III estão corretas.
d. Apenas II e III estão corretas.
e. Apenas II está correta.
3. O principal objetivo da metodologia de roteirização do turismo é a criação 
de uma rede de cooperação capacitada a criar e gerir de forma eficiente os 
roteiros turísticos de uma determinada região. Considerando os passos do 
processo de roteirização do turismo, conforme proposto pelo Manual do 
Projeto Rede de Cooperação Técnica para a Roteirização (BRASIL, 2010b) 
e pelo Manual de Segmentação do Turismo e o Mercado (BRASIL, 2010a), 
analise a sentença a seguir:
É o passo em que são realizados o levantamento e a análise de dados 
referentes ao território envolvido, a fim de oferecer subsídios ao grupo de 
trabalho para elaboração do planejamento estratégico.
Assinale a alternativa que contém o passo do processo de roteirização, 
cujo objetivo está descrito na sentença apresentada.
a. Passo 1 – Definição dos territórios envolvidos.
b. Passo 2 – Instalação do comitê gestor do roteiro.
146
c. Passo 3 – Realização do diagnóstico do roteiro.
d. Passo 4 – Construção do planejamento estratégico.
e. Passo 5 – Implantação do plano de ação.
4. Segundo o Manual do Projeto Rede de Cooperação Técnica para a 
Roteirização (BRASIL, 2010b) e o Manual de Segmentação do Turismo e o 
Mercado (BRASIL, 2010a), há um conjunto de passos a serem seguidos para 
a efetivação da metodologia de roteirização do turismo.
Em qual dos passos a forma de atuação se dá por realização de oficinas de 
planejamento; identificação da oferta potencial existente e das necessidades 
dos consumidores; análise das oportunidades de mercado; transformação 
das necessidades em produtos; determinação de estratégias para precificação 
do produto e para tornar o produto integrado competitivo; elaboração final 
do documento; e realização de encontros com a comunidade para validação?
Assinale a alternativa correta:
a. Passo 1 – Definição dos territórios envolvidos.
b. Passo 2 – Instalação do comitê gestor do roteiro.
c. Passo 3 – Realização do diagnóstico do roteiro.
d. Passo 4 – Construção do planejamento estratégico.
e. Passo 5 – Implantação do plano de ação.
5. Dezenove operadoras de turismo, estabelecidas nas cidades de São Paulo, 
Rio de Janeiro, Curitiba e Porto Alegre, foram pesquisadas no Projeto Rede 
de Cooperação Técnica para a Roteirização – 2ª edição (BRASIL, 2010b). 
Utilizou-se a técnica de entrevistas em profundidade junto aos responsáveis 
pelo desenvolvimento de produtos turísticos nacionais. Considerando os 
resultados dessa pesquisa, os quais são apresentados na unidade, analise as 
afirmações a seguir:
I. As operadoras elaboram seus roteiros por meio de busca na internet 
(site da operadora, links patrocinados do Google, secretarias de 
turismo, Brasil Tour, Turismo em Números).
II. As operadoras elaboram seus roteiros por meio de consulta a revistas 
(Viagem e Turismo, Próxima Viagem, Brasil Tour, Turismo em 
Números, Rotas).
III. As operadoras elaboram seus roteiros por meio de participação em 
feiras e visitação local.
147
Assinale a alternativa correta:
a. Apenas I e II estão corretas.
b. Apenas II e III estão corretas.
c. Apenas I e III estão corretas.
d. I, II e III estão corretas.
e. Apenas III está correta.
Referências
BARBOSA, L. G. M. (org.). Estudo de competitividade de produtos turísticos. Brasília, DF: 
SEBRAE, 2011.
BENI, M. C. (org.). Turismo: planejamento estratégico e capacidade de gestão – desenvolvi-
mento regional, rede de produção e clusters. Barueri, SP: Manole, 2012.
BRASIL. Programa de Regionalização do Turismo. Brasília, DF: Ministério do Turismo, 2013.
BRASIL. Segmentação do Turismo e o Mercado. Brasília, DF: Ministério do Turismo, 2010a.
BRASIL. Projeto Rede de Cooperação Técnica para a Roteirização – 2ª edição. Brasília, DF: 
Ministério do Turismo, 2010b.

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