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Fundamentos de Turismo João Paulo Leite Barbosa © 2020 por Editora e Distribuidora Educacional S.A. Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e transmissão de informação, sem prévia autorização, por escrito, da Editora e Distribuidora Educacional S.A. Imagens Adaptadas de Shutterstock. Todos os esforços foram empregados para localizar os detentores dos direitos autorais das imagens reproduzidas neste livro; qualquer eventual omissão será corrigida em futuras edições. Conteúdo em websites Os endereços de websites listados neste livro podem ser alterados ou desativados a qualquer momento pelos seus mantenedores. Sendo assim, a Editora não se responsabiliza pelo conteúdo de terceiros. Presidência Rodrigo Galindo Vice-Presidência de Produto, Gestão e Expansão Julia Gonçalves Vice-Presidência Acadêmica Marcos Lemos Diretoria de Produção e Responsabilidade Social Camilla Veiga 2020 Editora e Distribuidora Educacional S.A. Avenida Paris, 675 – Parque Residencial João Piza CEP: 86041-100 — Londrina — PR e-mail: editora.educacional@kroton.com.br Homepage: http://www.kroton.com.br/ Gerência Editorial Fernanda Migliorança Editoração Gráfica e Eletrônica Renata Galdino Luana Mercurio Supervisão da Disciplina Larissa Maria Palacio dos Santos Revisão Técnica Daniele Candido da Costa Larissa Maria Palacio dos Santos Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Barbosa, João Paulo Leite B238f Fundamentos de turismo / João Paulo Leite Barbosa. – Londrina: Editora e Distribuidora Educacional S.A., 2020. 152 p. ISBN 978-85-522-1662-9 1. Turismo. 2. Desenvolvimento territorial. 3. Sistema Turístico Brasileiro. I. Título. CDD 338.791 Jorge Eduardo de Almeida CRB-8/8753 Sumário Unidade 1 Aspectos fundamentais do turismo ............................................................ 7 Seção 1 Conceitos essenciais para compreensão da atividade turística ........................................................................10 Seção 2 Oferta turística ..................................................................................18 Seção 3 Espaço geográfico e operadores do mercado turístico ................29 Unidade 2 O mercado turístico ....................................................................................41 Seção 1 Fundamentos conceituais do mercado turístico...........................44 Seção 2 Segmentação do mercado turístico ................................................52 Seção 3 Segmentação da oferta e formação de clusters no turismo ......................................................................61 Unidade 3 Sistema de turismo ......................................................................................75 Seção 1 Teoria sistêmica aplicada ao turismo .............................................78 Seção 2 Objetivos do SISTUR e o conjunto das relações ambientais ......85 Seção 3 Conjunto da organização estrutural...............................................97 Unidade 4 Relações do turismo .................................................................................111 Seção 1 As estratégias de regionalização e roteirização no turismo brasileiro .....................................................................114 Seção 2 Metodologia de roteirização ........................................................123 Seção 3 Pesquisas mercadológicas em turismo .......................................132 Palavras do autor Prezado aluno, bem-vindo à disciplina Fundamentos do Turismo! O turismo se apresenta como um ramo de atividades em constante crescimento, o que se percebe por meio do número de turistas que visitam os diversos destinos brasileiros, o qual cresce ano a ano. Segundo o Sebrae, houve um aumento de 8% no volume de turistas estrangeiros que visitaram o Brasil entre os anos de 2017 e 2018, assim como o faturamento com a venda de viagens a turistas brasileiros teve um aumento de 18%. Esses números, dentre outros indicadores expressivos, demonstram o potencial de crescimento das atividades turísticas em nosso país, assim como uma demanda crescente por pessoas devidamente qualificadas para atuar no setor. Nesta disciplina, você terá a oportunidade de conhecer todos os aspectos fundamentais necessários para exercer atividades de gestão no setor turís- tico em qualquer região do Brasil. A intenção do presente livro é fornecer os conhecimentos básicos necessários para que você, aluno, comece a olhar este setor a partir de um novo ponto de vista, fundamentado em conhecimentos teóricos que lhe permitam realizar análises com alto nível de profissionalismo. Na primeira unidade, é realizada uma apresentação conceitual sobre o turismo, expondo a terminologia dos principais elementos utilizados pelos profissionais e estudantes que atuam na área. Tais conceitos e premissas são embasados em relevantes publicações da área, divulgadas segundo orien- tações da Organização Mundial do Turismo. São abordados os conceitos e as terminologias necessários para atuar no setor turístico, tanto em âmbito acadêmico, ampliando o conhecimento científico na área, quanto em âmbito profissional, atuando nos setores público e privado. Na segunda unidade, é apresentado o mercado turístico, demonstrando as relações de troca entre oferta e demanda, as quais dão forma e continui- dade ao mercado. São tratadas, também, as técnicas de análise mercadológica direcionadas ao levantamento de informações e enriquecimento do conheci- mento sobre a demanda e a oferta turística. Na terceira unidade, é retratado o sistema turístico, segundo o modelo referencial desenvolvido pelo expoente autor da área no Brasil: Mario Carlos Beni. Neste modelo, denominado SISTUR, são contemplados os grandes conjuntos de elementos que determinam a realização de atividades turís- ticas, quais sejam: das relações ambientais, da organização estrutural e das ações operacionais. Por fim, à medida que você está mais habituado com os elementos e as relações que determinam as atividades turísticas, são mostradas estratégias de gestão do turismo desenvolvidas e aplicadas pelas instituições relacio- nadas ao Ministério do Turismo, em conjunto com a iniciativa privada, em todas as regiões brasileiras. Ao final da disciplina, espera-se que você se sinta capacitado e motivado a exercer as atividades turísticas embasado em sólidos conceitos e práticas mercadológicas. Bons estudos! Unidade 1 Aspectos fundamentais do turismo Objetivos de aprendizagem da unidade • Entender os conceitos que definem os elementos essenciais das ativi- dades turísticas. • Compreender a demanda turística e as definições de turista, visitante, viajante e excursionista. • Compreender a oferta turística e os elementos que a compõem, como o atrativo turístico, os produtos e serviços, a infraestrutura e os produtos turísticos. • Compreender o conceito de destino turístico e as classificações dos espaços geográficos onde são praticadas atividades turísticas. • Compreender o papel das operadoras de turismo como agentes facili- tadoras na conexão entre oferta e demanda e atuantes na distribuição do produto turístico. Seção 1 | Conceitos essenciais para compreensão da ativida- de turística. Conceitos de turismo e apresentação dos elementos básicos que compõem a atividade turística. Descrição conceitual da demanda turística. Seção 2 | Oferta turística. Apresentação dos conceitos que definem a oferta turística, perpassando o atrativo turístico, serviços, infraestrutura e produto turístico. Seção 3 | Espaço geográfico e operadores do mercado turístico. Apresentação do conceito de destino turístico e da classificaçãodos espaços geográficos onde são praticadas atividades turísticas. Apresentação da função das operadoras do mercado turístico. Introdução à unidade Prezado aluno, incialmente, seja bem-vindo à jornada de aprendizagem sobre os fundamentos do turismo. Ao longo desta primeira unidade, preten- demos proporcionar um sólido embasamento sobre os conceitos fundamen- tais que determinam o turismo e as atividades turísticas. Para todo profis- sional da área de turismo é importante conhecer conceitualmente as discus- sões conduzidas na área, para que possa desenvolver estudos e aprofundar seu conhecimento na área turística. Além disso, a base conceitual permite que os estudos na área possuam uma referência terminológica internacional, permitindo a comparação entre os dados e a realização de análises estatísticas. Inicialmente, trataremos do conceito básico de turismo, apresentando os elementos fundamentais para que as atividades turísticas possam ser reali- zadas. A partir da apresentação desses elementos, caracterizados por demanda turística, oferta turística, espaço geográfico e operadoras de turismo, condu- ziremos discussões mais aprofundadas sobre cada um, identificando como são constituídos conceitualmente, tomando como base principal as orien- tações da Organização Mundial do Turismo (OMT), publicadas na língua portuguesa, em 2001. Também, traremos argumentos de autores renomados na área, a fim de permitir uma visão abrangente dos conceitos apresentados e que você, aluno, conheça autores de referência. O primeiro elemento descrito na primeira seção é a demanda turística, evidenciando os diferentes atores que fazem parte dela e quais deles podem efetivamente ser classificados como turistas; para tanto, também apresenta- remos as definições de viajante, visitante e excursionista, as quais são funda- mentais para a compreensão dos estudos publicados na área. Já na segunda seção abordaremos a oferta turística, demonstrando que ela não é composta somente de produtos e serviços oferecidos aos turistas, existem outros elementos fundamentais para que estes tenham suas necessi- dades atendidas, por exemplo, a matéria-prima do turismo, que é constituída pelos atrativos turísticos. Ainda, tratando da oferta turística, demonstra- remos como é composto o produto turístico, o qual agrega tanto os atrativos quanto os produtos, serviços e a infraestrutura necessária para o atendimento das necessidades dos turistas. Por fim, na terceira seção, trataremos do espaço geográfico, no qual são realizadas as atividades turísticas, demonstrando a complexidade na definição deles e as formas de classificação propostas para delimitá-los. Ainda nessa seção, discutiremos o papel das operadoras de turismo na conexão entre a demanda e a oferta turística e na distribuição do produto turístico; assim como proporemos uma breve discussão sobre como a tecnologia vem impac- tando a forma como os turistas planejam e executam suas viagens. Bons estudos! 10 Seção 1 Conceitos essenciais para compreensão da atividade turística Introdução à seção Caro aluno, nesta primeira seção do livro Fundamentos do Turismo, trataremos dos conceitos básicos que definem o termo turismo e a ativi- dade turística. Você compreenderá como está fundamentado o conceito de turismo, conforme definido pela Organização Mundial do Turismo (OMT), visando demonstrar a proposta de um conceito único e padronizado, para que estudiosos e profissionais da área encontrem uma referência robusta e unificada sobre o conceito de turismo no momento de desenvolver análises estatísticas e estudos de cunho econômico, social ou cultural. Você também conhecerá os elementos básicos que constituem a atividade turística, tema que continuará sendo trabalhado nas próximas seções desta unidade, porém, nesta seção, daremos ênfase ao primeiro desses elementos, que é a demanda turística, assim, você entenderá as características que definem um turista, um viajante, um visitante e um excursionista 1.1 Conceitos essenciais para compreensão da atividade turística A área do turismo tem sido alvo de estudos em diversos campos acadê- micos e também fora da academia. Esse assunto atrai estudiosos e disciplinas de diferentes áreas, pois, a partir do século XX, as atividades turísticas se expandiram exponencialmente em todo o globo terrestre, impulsionadas pelo predomínio do modo de produção capitalista, pelo aumento da população e da concentração urbana e pela busca de maneiras cada vez mais alternativas de satisfação pessoal. Apesar de o turismo não ser considerado uma neces- sidade básica, como saúde, educação ou alimentação, as atividades turísticas têm sido realizadas por um número cada vez mais expressivo de pessoas que buscam satisfazer suas necessidades relacionadas, principalmente, à cultura e ao lazer. Segundo Fayos (1993), o aumento das atividades turísticas por uma ampla parcela da população pode também ser atribuído a diferentes transfor- mações de cunho econômico, técnico e sociocultural, relacionadas ao desen- volvimento do transporte aéreo, das telecomunicação e de novos procedi- mentos de gestão e ao surgimento de novos destinos turísticos, junto a uma melhora geral da qualidade de vida da população nos países desenvolvidos e 11 ao aumento do tempo livre, promovendo a introdução do consumo genera- lizado do turismo. É importante ressaltarmos, porém, que tais mudanças representam potenciais impactos positivos e negativos à sociedade e ao meio ambiente, conforme poderá ser percebido ao longo deste livro. Os primeiros estudos acadêmicos relevantes na área de turismo tiveram início na década de 1920, após o fim da Primeira Guerra Mundial, condu- zidos por economistas europeus originários da chamada Escola de Berlim, da qual merecem destaque alguns autores, como Glucksmann, Schwink ou Bormann (OMT, 2001). Considerando a evolução exponencial do potencial econômico do turismo, muitos estudiosos propuseram formas distintas e complementares para delimitar o conceito de turismo, sendo realizada, em 1991, a Conferência sobre Viagens e Estatísticas de Turismo, em Ottawa, no Canadá. O principal objetivo dessa conferência foi atender à necessidade de padronização nas terminologias relacionadas ao turismo, para criação de estudos e análises estatísticas confiáveis tanto no âmbito acadêmico quanto no âmbito dos profissionais de setores públicos e privados que atuam na área (OMT, 2001). Para saber mais Não é possível determinar desde quando se realizam atividades turís- ticas, entretanto, existem relatos de atividades turísticas sendo desen- volvidas desde a Antiguidade, passando pela Idade Média e Idade Moderna. Para saber mais como esses povos tratavam o turismo e realizavam atividades turísticas, leia o capitulo Antecedentes Históricos, do livro Fundamentos do Turismo, de Luiz Renato Ignarra, disponível na Biblioteca Virtual. IGNARRA, L. R. Fundamentos do Turismo. 3. ed. rev. e ampl. São Paulo: Cengage Learning, 2013. Após a Conferência de Ottawa, em 1991, as discussões se estenderam até 1994, quando a OMT adotou oficialmente o conceito de turismo que rege os estudos e estatísticas realizados na área, conforme descrito a seguir: “O turismo compreende as atividades que realizam as pessoas durante suas viagens e estadas em lugares diferentes ao seu entorno habitual, por um período consecutivo inferior a um ano, com finalidade de lazer, negócios ou outras” (OMT, 2001, p. 38). Analisando essa definição, inicialmente, percebemos a importância de descrever o significado de “entorno habitual”, uma vez que, segundo a afirmação da OMT, as atividades turísticas são aquelas realizadas “em lugares diferentes ao seu entorno habitual”, assim, “O entorno habitual de uma pessoa DEFINIÇÃO: TURISMO OMT= ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DO TURISMO 12 consiste em certa área que circunda sua residência mais todos aqueles lugares que visita frequentemente” (OMT, 2001, p. 38). A fim de possibilitar a ampla compreensão dadefinição de turismo adotada pela OMT, é necessário realizarmos algumas análises complementares, tais como: • A estada no destino deve ser por um período determinado de, no máximo, um ano, tempo relativamente longo, considerando o tempo médio de duração dos vistos emitidos pelos governos para viagens de turismo, que gira em torno de três meses, e o tempo para um turista passar a ser consi- derado um residente habitual, que gira em torno de seis meses. • O turismo compreende atividades que podem ser realizadas tanto durante a viagem até o destino quanto durante a estada, incluindo, também, os produtos e serviços destinados a atender às necessidades dos turistas. Neste momento, é importante ressaltar que a definição descrita anteriormente, apesar de amplamente utilizada para padronização dos estudos e das análises turís- ticas, não é a única e não pode ser considerada hegemônica entre os estudiosos da área, cabendo a cada autor ou analista da área adotar a definição que achar mais adequada para seus estudos e argumentos. Todavia, a definição da OMT servirá de base para as análises e considerações apresentadas no presente livro. Apresentada a definição de turismo, direcionaremos nossa atenção para os elementos básicos envolvidos nas atividades turísticas. Esses elementos ou fatores básicos que constituem as atividades turísticas estão em constante relação e devem sempre ser considerados em conjunto, de forma que se influenciam diretamente. Segundo a OMT (2001), são quatro os elementos básicos que constituem o conceito de atividade turística: • Demanda turística: contempla todos os consumidores ou possíveis consumidores que consomem bens e serviços turísticos. • Oferta turística: considera todos os produtos, serviços e organizações públicas ou privadas envolvidos ativamente nas atividades turísticas. • Espaço geográfico: local físico ondea oferta e a demanda turísticas se encontram; também, é onde se situa a população residente, um importante fator que deve sempre fazer parte do planejamento da atividade turística, pois é capaz de agregar valor à oferta turística ou influenciar negativamente a escolha por parte da demanda turística. • Operadores de mercado: organismos de caráter público ou privado que têm a função de facilitar a relação entre oferta e demanda turís- tica. Podem ser considerados as agências de viagens, as companhias de transporte, os aplicativos de suporte às atividades turísticas e os demais órgãos que atuam na organização e/ou promoção do turismo. ESTADA NO DESTINO 4- ELEMENTOS / FATOS BÁSICOS ENVOLVIDOS NAS ATIVIDADES TURÍSTICAS 1- 2- 3- 4- 13 A demanda turística pode ser classificada em três grupos de pessoas, sendo eles: os viajantes, os visitantes e os turistas (OMT, 2001), de forma que cada grupo possui especificidades em termos sociodemográficos e em relação às motivações para o consumo de produtos e serviços turísticos. Logo, a compreensão das características de cada grupo se mostra essencial na elaboração de estratégias eficazes de marketing e vendas. Dentre esses três grupos de pessoas, o que possui uma amplitude de pessoas maior, englobando os outros dois grupos, é o dos viajantes, o qual pode ser definido como “qualquer pessoa que viaje entre dois ou mais países ou entre duas ou mais localidades em seu país de residência habitual” (OMT, 2001, p. 40). Dentre os viajantes, podemos considerar dois grupos distintos: os visitantes e os outros viajantes. Aqueles são “todos os tipos de viajantes relacio- nados ao turismo” (OMT, 2001 p.40) e, por conseguinte, estes são pessoas que viajam por motivos alheios ao turismo e, por isso, não podem ser considerados estatisticamente como praticantes de turismo, enquanto os visitantes definem estatisticamente o conceito básico das pessoas que praticam turismo. A partir dessas definições, compreendemos que todos os turistas fazem parte do grupo dos visitantes. Além deles, os excursionistas também fazem parte desse grupo, todavia, a diferença básica entre os turistas e os excursio- nistas consiste no fato de que os aqueles devem pernoitar no local visitado pelo menos uma noite, enquanto estes, que também podem ser denominados como “visitantes de um dia”, não pernoitam no local visitado, deixando-o em até 24 horas após o momento da chegada. A relação entre os elementos citados pode ser melhor compreendida na Figura 1.1. Figura 1.1 | Relação entre viajantes Viajantes Outros viajantes Visitantes Excursionistas (visitantes de um dia) Turistas (visitantes que pernoitam) Fonte: adaptada de OMT (2001, p. 41). DEMANDA TURÍSTICA são “todos os tipos de viajantes relacionados ao turismo, são pessoas que viajam por motivos alheios ao turismo e, por isso, não podem ser considerados estatisticamente como praticantes de turismo. os visitantes definem estatisticamente o conceito básico das pessoas que praticam turismo. os excursionistas também fazem parte desse grupo dos visitantes 14 A OMT ainda propõe uma classificação dos viajantes segundo o propó- sito de realização da viagem, explicitando aqueles que podem ser conside- rados visitantes e, portanto, podem ser incluídos nas estatísticas de turismo, e aqueles que não podem ser considerados visitantes e, consequentemente, não podem ser considerados nas estatísticas referentes à área do turismo. Essa classificação pode ser observada na Figura 1.2 a seguir. Figura 1.2 | Classificação dos viajantes ���������� ����������� ������ ����������� �������� ������������ ���������� �������� � ������ �������������� �������������� �������� ������� �������������������������������� ��� ��������� ����������������������� ��������� �������(��������������� ���������) �������������������� (�������������) ������ �������� ��������� ��� ���������� ������������� ��������� ����� ���� ��������������� �� ��������� ���������� ����������� ���� ������� ���������� ��������� (4) �������������� ������������ ���������� ��������� �� ��� ������� �������������� ���������� �������������� ���������������� �������� ���������� �������������� ���������� ������������ �������������� ������������ ������ ���������� ���������� ������������� ����� ������� ��� ����������� 1. Tripulação de barcos ou aviões estrangeiros em reparos ou escala e que utilizam os alojamentos. 2. Pessoas que chegam a um país num barco de cruzeiro (tal como define a Organização Marítima Internacional (OMI), 1965) e que estejam alojados a bordo, ainda que desembarquem para realizar visitas de um ou mais dias. 3. Tripulação que não é residente no país visitado e permanece nele durante o dia. 4. Visitantes que chegam e saem no mesmo dia por lazer, recreação ou férias; visitas a parentes e amigos; negócios ou motivos profissionais; tratamento de saúde, religião/peregrinações; outros motivos, incluindo trânsito de visitantes de um dia que vão e voltam de seus países de origem. CLASSIFICAÇÃO DOS VIAJANTES 15 5. Conforme tem sido definido pelas Nações Unidas nas recomendações sobre estatísticas de Migrações Internacionais (1980). 6. Que não abandonam a área de trânsito do aeroporto ou do porto, incluindo o traslado entre estes. 7. Conforme definido pela Alta Comissão para refugiados (1967). 8. Quando se deslocam para outros países onde estão ou inversamente (inclu- ídos funcionários e pessoas que acompanham ou se reúnem com ele). Fonte: adaptada de OMT (2001, p. 42). Segundo a OMT (2001), os visitantes ainda podem ser classificados segundo o destino visitado, considerando os tipos internacional e interno. Segundo essa classificação, a expressão visitante internacional designa “[...] toda pessoa que viaja por um período não superior a 12 meses, para um país diferente daquele em que reside, fora de seu entorno habitual e cujo motivo principal não seja exercer uma atividade remunerada no país visitado” (OMT, 2001, p. 41). Dentro desse grupo podemos encontrar os turistas e excursio- nistas, conforme demonstradona Figura 1.3: Figura 1.3 | Classificação dos visitantes internacionais Visitantes internacionais Excursionistas (visitantes de um dia) Um visitante que não pernoita em um alojamento cole�vo ou privado do país visitado. Essa definição inclui os passageiros de cruzeiro, que são pessoas que chegam a um país num barco de cruzeiro e que voltam à noite para seu barco para pernoitar, ainda que este permaneça no porto durante vários dias. Estão compreendidos nesse grupo, por extensão, proprietá- rios ou passageiros de iates e aqueles que par�cipam de programas de grupo e estão alojados em um trem. Turistas (visitantes que pernoitam) Um visitante que permanece uma noite pelo menos em um meio de alojamento cole�vo ou privado no país visitado. Fonte: adaptada de OMT (2001, p. 41). 16 Pode ser considerado visitante interno: “[...] toda pessoa que reside num país e que viaja, por um tempo não superior a 12 meses, para um lugar dentro de seu país diferente de seu entorno habitual e cujo motivo principal não seja o de exercer uma atividade remunerada no lugar visitado” (OMT, 2001, p. 41). Segundo essa classificação é possível dividir os visitantes internos em dois grupos, seguindo os conceitos de turistas e excursionistas, conforme descritos na Figura 1.4. Figura 1.4 | Classificação dos visitantes internos Visitantes internos Excursionistas (visitantes de um dia) Visitantes que não pernoitam num alojamento cole�vo ou privado no lugar visitado. Turistas (visitantes que pernoitam) Visitantes que permanecem num alojamento cole�vo ou privado uma noite pelo menos. Fonte: adaptado de OMT (2001, p. 41). Nesta primeira seção, apresentamos os principais conceitos relacionados ao turismo, os elementos básicos que constituem as atividades turísticas e as noções que definem o primeiro desses elementos, que é a demanda turística, promovendo a compreensão das diferenças existentes entre viajante, visitante, turista e excursionista. Na próxima seção, daremos continuação às explana- ções acerca dos elementos básicos que compõem as atividades turísticas. Questões para reflexão 1. O turismo, conforme exposto no texto, teve seu conceito padro- nizado pela OMT a partir da definição oficial divulgada em 1994. Porém, outros autores e instituições, como a Organização Mundial do Comércio, adotam suas próprias definições de acordo com os objetivos de cada estudo desenvolvido. Qual é a importância de se ter um conceito padronizado do termo turismo nas instâncias acadêmicas, econômicas e sociais? 2. Existe uma significativa diferença entre os conceitos de turista e excursionista, pautada no tempo de permanência do visitante no local de destino. Quais são as principais razões para se realizar essa distinção entre turistas e excursionistas? VISITANTE INTERNO 2 GRUPOS: 17 Atividade de aprendizagem da seção 1. Segundo a OMT (2001), o turismo compreende as atividades que as pessoas realizam durante suas viagens e estadas em lugares diferentes do seu entorno habitual, por um período consecutivo inferior a um ano, com finalidade de lazer, negócios ou outra. Os elementos ou fatores básicos que constituem as atividades turísticas estão em constante relação e devem sempre ser considerados em conjunto, uma vez que se influenciam direta- mente. Quando afirmamos que é o organismo de caráter público ou privado, como as agências de viagens, as companhias de transporte, os aplicativos de suporte às atividades turísticas e os demais órgãos que atuam na organização e/ou promoção do turismo, estamos nos referindo a qual elemento ou fator básico do turismo? Assinale a alternativa correta: a. Demanda turística. b. Oferta turística. c. Espaço geográfico. d. Autoridade aeroviária. e. Operador de mercado. 2. A demanda turística pode ser classificada em três grupos de pessoas, sendo eles, os viajantes, visitantes e turistas (OMT, 2001). Cada grupo possui especifici- dades em termos sociodemográficos e em relação às motivações para o consumo de produtos e serviços turísticos, e a compreensão das características de cada grupo se mostra essencial na elaboração de estratégias eficazes de marketing e vendas. Como designamos uma demanda composta por uma pessoa que partiu com seu iate para um cruzeiro pela Grécia e, lá chegando, desembarcou e permaneceu em visitação numa ilha durante o dia, mas não pernoitou em alojamento privado ou coletivo, mesmo que tenha permanecido no porto da ilha durante vários dias? Assinale a alternativa correta: a. Visitante interno turista. b. Visitante interno excursionista. c. Visitante internacional excursionista. d. Visitante internacional turista. e. Outros visitantes. 18 Seção 2 Oferta turística Introdução à seção Caro aluno, nesta segunda seção, discutiremos os conceitos que definem o segundo elemento essencial para a realização das atividades turísticas: a oferta turística. Você poderá entender como ela é definida pela OMT (2001) e que é muito mais do que somente produtos e serviços oferecidos aos turistas. Apresentaremos os principais elementos que compõem a oferta turística, como o atrativo turístico, que pode ser considerado a matéria- -prima do turismo em um determinado local ou destino; também, o conceito de produto turístico, considerando uma visão integrada de elementos que, quando analisados individualmente, podem ter baixo valor para a oferta turís- tica, porém, quando analisados em conjunto, formam um valioso produto turístico. Aprofundando a análise acerca do produto turístico, mostraremos as três dimensões fundamentais do produto turístico, compostas pelos recursos turísticos, pela infraestrutura básica e pelos serviços, os quais, em conjunto, têm a missão de atender às necessidades e aos desejos de turistas e demais visitantes. 2.1 Oferta turística Na última seção, apresentamos os elementos básicos que compõem as atividades turísticas, considerando a demanda turística, a oferta turística, o espaço geográfico e os operadores de turismo e abordando com maior profundidade os conceitos inerentes aos elementos da demanda turística. Dando sequência à discussão conceitual acerca dos elementos que compõem as atividades turísticas, agora, abordaremos as definições sobre a oferta turís- tica, a qual se relaciona de forma dinâmica e constante com a demanda, para que as atividades turísticas possam acontecer. Seguindo ainda os conceitos propostos pela OMT para padronização dos termos utilizados na atividade turística, a oferta turística pode ser definida como: “O conjunto de produtos turísticos e serviços postos à disposição do usuário turístico num determinado destino, para seu desfrute e consumo” (OMT, 2001, p. 43). Ela não pode ser resumida somente aos produtos e serviços colocados à disposição dos turistas, é necessário considerar todos os elementos que a compõem, como a paisagem natural do destino turístico, as políticas públicas locais de incentivo e suporte ao turismo, a infraestrutura local disponível ao turista, entre outros aspectos. DEFINIÇÃO: OFERTA TURÍSTICA CLASSIFICAÇÃO BASEADA NO CONCEITO DE GASTOS TURÍSTICOS: De acordo com isso, a oferta turística é classificada segundo os tipos de produtos ou serviços que são comercializados na atividade turística. 19 Com o intuito de categorizar os diferentes tipos de oferta turística, a OMT propôs, em 1996, uma classificação baseada no conceito de gastos turísticos, que pode ser descrito como: “todo gasto de consumo efetuado por um visitante ou por conta de um visitante, durante seu deslocamento e sua estada no local de destino” (OMT, 2001, p. 44). De acordo com isso, a oferta turística é classificada segundo os tipos de produtos ou serviços que são comercializados na atividade turística. Vale ressaltar que essa classificação não é estagnada no tempo, pois, à medida que novos produtos e serviços são implementados na oferta turística, alterando a forma como esse elemento da oferta é consumido pelo visitante, novas categorias podem surgir.Também, um tipo de gasto pode estar presente em mais de uma categoria, como um museu que ofereça alimentos e bebidas, além de atividades culturais. O quadro a seguir apresenta alguns exemplos das principais categorias da oferta turística, segundo o conceito de gastos turísticos descrito pela OMT (2001): Quadro 1.1 | Categorias de oferta turística segundo o conceito de gastos turísticos Categoria Exemplos de gastos Alojamento Acampamento Hotel Motel Resort Castelo Pensão, Apartamento, Trailer Alimentação Restaurante Lanchonete Feira Barraca/Trailer Bares Padaria Mercados Lazer, cultura, atividades esportivas Atividades recreativas Visitas a atrações, como parques, museus, feiras, estádios, entre outras Convenções Festivais e eventos Estudos Esportes PRINCIPAIS CATEGORIAS DA OFERTA TURÍSTICA: 20 Categoria Exemplos de gastos Compras Lojas de souvenir Lojas de artesanato Feiras locais Lojas de materiais esportivos Shopping center Transporte Navio Bicicleta Avião Trem Táxi Automóvel Motoristas de aplicativo Fonte: elaborado pelo autor com base em OMT (2001, p. 44). Ao analisar a oferta turística, é importante considerar os principais fatores motivadores que atraem os turistas para determinado local, dessa forma, o atrativo turístico constitui o fator principal que motiva o deslocamento de turistas para um determinado destino, ou seja, é a matéria-prima do turismo daquele local, sem a qual não existiria a oferta turística nele. Em linhas gerais, é possível dividir os atrativos turísticos em naturais e culturais. Aqueles são todos os que já existem naturalmente, ou seja, não foram produzidos pelo homem; e estes são atrativos criados e constru- ídos pelo homem, tanto com a intenção de atrair turistas, como é o caso de parques temáticos, cassinos ou museus, quanto sem essa intenção, mas acabam se tornando atrativos turísticos com o passar do tempo, como é o caso catedrais, igrejas e demais monumentos históricos. Segundo o Manual de Inventário da Oferta Turística (BRASIL, 2011), os atrativos turísticos podem ser classificados em naturais, culturais, ativi- dades econômicas, realizações técnico-científicas e eventos programados. Os três últimos atrativos citados também fazem parte do grupo dos atrativos turísticos culturais. É possível verificar, no quadro a seguir, alguns exemplos de atrativos turísticos classificados segundo a proposta do Ministério do Turismo (BRASIL, 2011). ATRATIVOS TURÍSTICOS 21 Quadro 1.2 | Classificação dos atrativos turísticos Categoria Exemplos de atrativos Naturais Montanhas Planaltos e planícies Costas ou litoral Terras insulares Hidrografia Quedas d’água Fontes hidrominerais e/ou termais Unidades de conservação Cavernas, grutas e furnas Áreas de caça e pesca Flora Fauna Culturais Sítios históricos Edificações Obras de arte Esculturas e monumentos Instituições culturais Festas e celebrações Gastronomia típica Artesanato Música e dança Feiras e mercados Atividades econômicas Agropecuária Extrativismo Indústria Realizações técnico-científicas Parque tecnológico Parque industrial Museu tecnológico Centro de pesquisa Usina hidrelétrica / Barragem / Eclusa Planetário Aquário Viveiro Exposição técnica Exposição artística Ateliê Zoológico Jardim Botânico Eventos programados Congressos e convenções Feiras e exposições Realizações diversas Fonte: elaborado pelo autor (2019). Os atrativos turísticos também podem ser classificados de acordo com sua importância para o contexto turístico dos locais onde se situam, de forma que, na maior parte das vezes, os atrativos mais valiosos são aqueles mais CLASSIFICAÇÃO DOS ATRATIVOS TURÍSTICOS 22 singulares ou originais, ou seja, aqueles que só podem ser encontrados em determinados locais e, portanto, atraem uma quantidade significativa de pessoas de outros locais para visitação. É importante ressaltar que a impor- tância dos atrativos turísticos pode variar de acordo com as preferências de cada turista, por exemplo, um templo religioso, o qual pode ser um grande motivador para turistas de uma determinada religião, porém não ser atrativo para pessoas de crenças diferentes. Os atrativos turísticos também podem ser hierarquizados segundo crité- rios, como o estado de conservação, a segurança do local, as condições de visitação, o preço, as características do entorno, a localização, os meios de acesso, o tempo necessário para conhecer o local, entre outros. Os guias de turismo servem como fontes de orientação aos turistas sobre a importância e a qualidade dos atrativos turísticos, porém ressaltamos que cada guia pode utilizar o conjunto de critérios que considera mais adequado para realizar sua própria classificação. Ainda existem muitas discussões conceituais a respeito da diferenciação entre atrativos turísticos e produtos turísticos. Para fins desta obra, adotamos o conceito apresentado pelo Estudo de Competitividade de Produtos Turísticos (2011), publicado pelo SEBRAE, em parceria com o Ministério do Turismo e a Fundação Getúlio Vargas. Segundo esse estudo, à medida que os atrativos turísticos passam a ser explorados estrategicamente pelos gestores locais para obtenção de renda oriunda de atividades turísticas, é necessário que eles passem a ser formatados como produtos turísticos, ou seja, para que os atrativos turísticos possam gerar valor econômico ao destino turístico é necessário que a infraestrutura, os serviços e os equipamentos que poderão, em conjunto, satisfazer às necessidades e aos desejos dos turistas naquele local sejam incorporados a eles. De acordo com esse conceito, a oferta é composta por um conjunto de elementos que, quando agrupados, consti- tuem um produto turístico. Tais elementos teriam pouco ou nenhum valor se observados individualmente, porém, quando agrupados, podem constituir um valioso produto turístico (IGNARRA, 2013). Barbosa (2009) realiza uma análise dos diversos conceitos apresentados por estudiosos da área acerca do produto turístico. Dentre os que foram analisados, estão os propostos por Valls (1996), Acerenza (1990), Kotler et al. (1997), Muñoz (1994), entre outros autores. Para Barbosa (2009), existem três dimensões fundamentais do produto turístico, sendo elas: Recursos Turísticos (naturais e socioculturais); Infraestruturas (transportes, comunicações e demais facilidades); e Serviços (oferecidos pelas empresas de serviços). IMPORTÂNCIA DOS ATRATIVOS TURÍSTICOS ATRATIVOS TURÍSTICOS HIERARQUIZADOS ATRATIVOS TURÍSTICOS E PRODUTOS TURÍSTICOS 3 DIMENSÕES FUNDAMENTAIS DO PRODUTO TURÍSTICO: 23 Para saber mais O produto turístico é alvo de diversas discussões entre os estudiosos da área do turismo. Muitas definições foram propostas, sempre havendo pontos convergentes e divergentes entre elas. Alberto Josefá Barbosa realiza uma análise bastante robusta e interessante a respeito das diversas definições dadas ao produto turístico, demonstrando os aspectos comuns entre elas e promovendo uma rica discussão sobre o assunto. Leia seu artigo, disponível no link a seguir, e conheça melhor o produto turístico. BARBOSA, Alberto Josefá. Reflexões sobre o conceito de produto turís- tico e sua gestão integrada. Desafios para o produto turístico “Santo Antão”. Revista Tur y Des, v. 2, n. 6, nov. 2009. Disponível em: http:// www.eumed.net/rev/turydes/06/ajb.htm. Acesso em: 12 jul. 2019. É possível depreender, dos conceitos apresentados nesta seção, que o produto turístico é composto pelo atrativo turístico acrescido da infraestrutura e dos serviços e equipamentos que possibilitam o atendimento das necessidades e dos desejos dos turistas; também, que as três dimensões fundamentais que compõem o produto turístico são os recursos turísticos, a infraestrutura e os serviços. Então, surge a dúvida sobre as diferenças conceituais entre o atrativo turístico e os recursos turísticos. Essa questão ainda é motivo de argumentações divergentesentre os estudiosos da área, porém, para fins deste estudo, adotamos o argumento apresentado pela OMT (2001, p. 121), segundo o qual se entende que “os recursos em sua forma original não são mais que a matéria-prima dos futuros atrativos”. Assim, percebe-se que a distinção entre atrativo turístico e recurso turístico se dá na forma como os recursos se apresentam no destino turístico, uma vez que configuram elementos capazes de atrair visitantes, mas que ainda não os recebem por falta de divulgação ou estrutura mínima, ou seja, são atrativos turísticos em potencial. A segunda dimensão fundamental do produto turístico é caracterizada pela infraestrutura disponível para atendimento das necessidades e dos desejos dos turistas. As estruturas que possibilitam o desenvolvimento e o funcionamento dos atrativos turísticos são essenciais para a realização das atividades turísticas e podem ser consideradas uma pré-condição para que a exploração do produto turístico seja viável. No quadro a seguir, são exemplificados alguns tipos de infraestrutura básica necessária para atendimento das necessidades dos visitantes. Vale ressaltar que, além dos exemplos citados, ainda podem existir diversos tipos de infraestrutura necessária para o desenvolvimento do turismo, os quais variam de acordo com a formatação do produto turístico que se pretende ofertar. Depreender significa: chegar ao conhecimento de alguma coisa; perceber; deduzir; concluir. PRODUTO TURÍSTICO 24 Quadro 1.3 | Infraestrutura básica Tipos de Infraestrutura Exemplos Acessos Rodovias Ferrovias Fluviovias Terminais de passageiros aéreos, rodoviários, ferroviá- rios, marítimos e fluviais Saneamento Captação, tratamento e distribuição de água Coleta, tratamento e despejo de esgotos Coleta e tratamento de lixo Energia Produção e distribuição de energia Comunicações Rede de telefonia fixa e celular Antenas de captação de rádio e televisão Serviços de correios Postos telefônicos Distribuição de gás Fonte: adaptado de Ignarra (2013, p. 70). A terceira dimensão fundamental que faz parte do produto turístico é caracterizada pelos serviços, os quais, incialmente, podem ser classificados em serviços turísticos, à medida que são formatados para serem ofertados ao público de turistas e demais visitantes, porém, os turistas, para o atendi- mento completo de suas necessidades, utilizam serviços que não são necessa- riamente turísticos, pois são formatados para utilização de todos, residentes ou turistas. Assim, os serviços que compõem o produto turístico podem ser turísticos e os demais serviços disponíveis no destino turístico. Os serviços também podem ser diferenciados entre públicos e privados. Aqueles, na maior parte das vezes, são mais básicos e têm como principal objetivo o atendimento das necessidades da população local, porém, também são essenciais para que as atividades turísticas possam ser realizadas em determinados locais. Assim, “os serviços são muito importantes para viabi- lizar fluxos turísticos e diferem dos serviços turísticos por não ter nos turistas seus únicos usuários. São serviços de suma relevância tanto para a população local como para a população visitante” (IGNARRA, 2013, p. 69). No quadro a seguir, estão relacionados os principais tipos de serviços públicos que INFRAESTRUTURA BÁSICA NECESSÁRIA PARA O DESENVOLVIMENTO DO TURISMO 25 funcionam como apoio à realização das atividades turísticas e à oferta do produto turístico. Quadro 1.4 | Serviços públicos de apoio ao turismo Tipos de Serviço Exemplos Transportes Ônibus, metrô, teleférico, bonde, trem, transporte aquático, serviços disponíveis em aeroportos, ferroviá- rias, rodoviárias e portos. Serviços bancários Agências bancárias, caixas eletrônicos e serviços de câmbio. Serviços de saúde Farmácias, prontos-socorros, hospitais, clínicas e maternidades. Serviços de segurança Polícia, Corpo de Bombeiros e serviços de salva-vidas. Serviços de informação Posto de informações turísticas, sinalização turística, totens de informação, mapas e guias turísticos. Serviços de comunicação Postos telefônicos, orelhões, rádio, televisão e internet. Serviços de apoio a motoristas Postos de abastecimento, oficinas mecânicas, borracha-rias e lojas de autopeças. Comércio turístico Lojas de conveniência, lojas de artesanato e lojas de produtos típicos. Fonte: adaptado de Ignarra (2013, p. 67). O Quadro 1.4 apresentou alguns exemplos de serviços públicos que podem fazer parte do produto turístico, porém, vale lembrar que muitos outros serviços públicos podem estar atrelados ao atendimento a turistas, de acordo com a administração pública responsável por apoiar a oferta turística. Complementando o pacote de serviços públicos, existem os serviços que atendem os turistas por meio da iniciativa privada. Eles são essenciais ao produto turístico e, muitas vezes, responsáveis pela maior parte dos gastos dos visitantes. É importante destacar que um mesmo serviço pode ser ofertado pela iniciativa pública ou privada, de acordo com as políticas e estru- turas de gestão do destino turístico. No quadro a seguir, são apresentados os principais tipos de serviços que compõem a maior parte dos produtos turís- ticos ofertados atualmente, sempre destacando que eles não se esgotam nos apresentados neste trabalho, havendo uma série de outros diferentes sendo criados e ofertados a todo momento. SERVIÇOS PÚBLICOS DE APOIO AO TURISMO 26 Quadro 1.5 | Principais serviços que compõem o produto turístico Tipos de Serviço Exemplos Meios de hospedagem Hotéis, resorts, flats, pousadas, pensões, pensionatos, lodges, hospedarias, albergues, B&B, navios de cruzeiro, campings, colônias de férias, imóveis de aluguel. Alimentação Restaurantes, lanchonetes, sorveterias, docerias, padarias, bares, quiosques, barracas. Transportes turísticos Aéreo, rodoviário, ferroviário, aquático. Locações de veículos e equipamentos Carros, motos, bicicletas, embarcações, equipamentos esportivos. Eventos Feiras, shows, convenções, palestras, encontros, eventos esportivos, eventos culturais. Entretenimentos Boates, danceterias, clubes, estádios, ginásios, cinemas, teatro, parques de diversão, boliches, pistas de patinação, campos de golfe, hipódromos, velódromos, autódromos, marinas, mirantes. Informação turística Guias, mapas, postos de informação, jornais, revistas. Comércio turístico Lojas de souvenirs, lojas de conveniência, lojas de artesana-to, joalherias. Fonte: adaptado de Ignarra (2013, p. 64). Nesta seção, explanamos conceitos relevantes a respeito da oferta turís- tica, considerando as definições dos elementos essenciais que compõem a oferta, como o atrativo turístico e o produto turístico, perpassando elementos, como os recursos turísticos, a infraestrutura básica e os serviços. Vale ressaltar que esta seção teve o intuito de apresentar conceitualmente os principais elementos da oferta turística, porém destacamos que muitos autores citam diversos outros elementos inerentes à oferta turística, como a gestão integrada do produto turístico, a imagem da marca e as estratégias de precificação. Na próxima seção, analisaremos os demais elementos básicos que consti- tuem o conceito de atividade turística: o espaço geográfico e os operadores de mercado. 27 Questões para reflexão 1. Os atrativos turísticos podem ser considerados a matéria-prima do turismo, pois a partir deles são formatados os produtos turísticos, para que as atividades turísticas possam ser realizadas. Muitas regiões possuem atrativos turísticos fechados para visitação. Quais são os principais motivos que impedem a exploração turística de atrativos inexplorados? Esses motivos são justificáveis? 2. Nesta seção, apresentamos os elementos básicos que compõem o produto turístico: recursos, infraestrutura e serviços. Porém, muitos autores atribuem diferentes elementos a esse conceito, como a imagem da marca, o preço, a gestão integrada, ente outros. Após ler o artigode Barbosa, discorra sobre quais seriam, em sua opinião, os elementos essenciais que compõem o produto turístico. Atividade de aprendizagem da seção 1. A oferta turística é um elemento essencial para a realização das atividades turísticas e se relaciona de forma dinâmica e constante com a demanda, para que as atividades turísticas possam acontecer. A oferta é um conceito complexo, formado por diversos elementos. Analise as asserções a seguir e identifique as corretas: I. O atrativo turístico constitui o fator principal que motiva o desloca- mento de turistas para um determinado destino, ou seja, a matéria- -prima do turismo daquele local, sem a qual não existiria a oferta turística naquele destino turístico. II. Os atrativos classificados como atividades econômicas, realizações técnico-científicas e eventos programados também fazem parte do grupo dos atrativos turísticos culturais. III. A importância dos atrativos turísticos pode variar de acordo com as preferências de cada turista. É correto o que se afirma em: a. I, II e III. b. I e II, apenas. c. II e III, apenas. d. I e III, apenas. e. I, apenas. 28 2. A oferta turística é composta por um conjunto de elementos que, quando agrupados, constituem um produto turístico. Esse conjunto de elementos, os quais teriam pouco ou nenhum valor se considerados individualmente, quando são agrupados, podem constituir um relevante e valioso produto de turismo. Avalie as asserções a seguir, verifique se são verdadeiras (V) ou falsas (F) e escolha a alternativa correspondente: ( ) O produto turístico é composto pelo atrativo turístico acrescido da infra- estrutura e dos serviços e equipamentos que possibilitam o atendimento das necessidades e dos desejos dos turistas. ( ) A distinção entre atrativo turístico e recurso turístico se dá na forma como os recursos se apresentam no destino turístico, uma vez que confi- guram elementos capazes de atrair visitantes, mas que ainda não os recebem por falta de divulgação ou estrutura mínima, ou seja, são atrativos turísticos em potencial. ( ) A infraestrutura disponível para atendimento das necessidades e dos desejos dos turistas possibilita o desenvolvimento e o funcionamento dos atrativos turísticos, porém não é uma estrutura considerada essencial para a realização das atividades turísticas. Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA: a. V – V – V. b. V – V – F. c. V – F – V. d. F – V – V. e. V – F – F. 29 Seção 3 Espaço geográfico e operadores do mercado turístico Introdução à seção Caro aluno, na terceira seção, você conhecerá conceitualmente os espaços turísticos, sendo capaz de entender como são organizados os diversos tipos de espaços geográficos onde são realizadas as atividades turís- ticas. Considerando que essas atividades não respeitam limites geográficos formais, como municípios, estados ou regiões, propomos formas de classifi- cação que refletem os espaços geográficos direcionados para atividades turís- ticas, por exemplo, os núcleos turísticos, centros turísticos, complexos turís- ticos, entre outros. Você também entenderá como funcionam os operadores do mercado turístico na função de agentes facilitadores na comercialização do produto turístico, assim como a importância desses agentes na realização das atividades turísticas, as quais, muitas vezes, não seriam possíveis sem a intervenção desses agentes facilitadores. Por fim, apresentaremos uma breve discussão sobre o impacto da tecnologia como transformadora do processo de comercialização e consumo do produto turístico. 3.1 Espaço geográfico e operadores do mercado turístico Ao longo das duas seções iniciais, apresentamos os elementos básicos que compõem a atividade turística, a qual “[...] é composta por uma combinação de produtos e serviços ofertados para satisfazer às expectativas dos visitantes durante sua experiência turística” (OMT, 2001, p. 46). Incialmente, desta- camos a demanda turística; em seguida, a oferta turística; e agora, concluindo esta unidade, o espaço geográfico e as operadoras do mercado turístico. Para que a experiência turística possa acontecer, é essencial que o visitante se desloque de seu entorno habitual para um determinado espaço geográ- fico, um determinado local ou destino. A chegada ao destino turístico está relacionada ao objetivo principal do visitante, ou seja, “o destino turístico é o lugar para onde tem de se deslocar a demanda, a fim de consumir o produto turístico [...] esse destino constitui o objetivo do turista” (OMT, 2001, p. 47). A determinação do espaço geográfico que constitui o destino turístico pode ser muito complexa, uma vez que as atividades turísticas nem sempre respeitam os limites geográficos formais definidos pelo homem, como bairros, municí- pios ou estados. Assim, com o intuito de se definir termos que representem 30 esses espaços, mostraremos alguns conceitos que remetem ao espaço geográ- fico onde são realizadas atividades turísticas ou espaços turísticos. Segundo Boullón (1997, p. 66), o espaço turístico pode ser definido como “a consequência da presença e distribuição territorial dos atrativos turísticos que, não se deve esquecer, são a matéria-prima do turismo”. Assim, partindo desse conceito, apresentamos as definições a seguir, baseadas nas definições relacionadas por Ignarra (2013). • Núcleo turístico: compreende um conjunto de atrativos turís- ticos, sempre inferior a 10 atrativos, os quais não se comunicam com outros núcleos, ou seja, é um conjunto pequeno e isolado de atrativos turísticos. • Complexo turístico: são atrativos turísticos que já não estão isolados e dispõem de alguma infraestrutura de apoio às atividades turísticas, como alimentação, hospedagem e entretenimento, mas ainda não constituem um centro urbano. • Centro turístico: consiste em um aglomerado urbano que contém atrativos turísticos em seu território ou raio de influência. • Área turística: consiste em um território circundante a um centro turístico, contendo vários atrativos, estrutura de transporte e comuni- cação ligando todos os elementos ao centro. Alguns autores deter- minam um mínimo de 10 atrativos turísticos para se constituir uma área turística. • Zona turística: caracterizada por um território mais amplo, onde estão inseridos mais de um centro turístico. Além dos conceitos descritos acerca dos espaços turísticos, Ignarra (2013) também apresenta algumas variações deles, as quais, muitas vezes, os complementam, pois constituem espaços onde são realizadas atividades turísticas. Dentre esses conceitos complementares, podemos citar: • Corredores turísticos: vias que interligam vários centros turísticos ou áreas turísticas; também, podem interligar portões de entrada das zonas turísticas e os seus respectivos centros turísticos. Esse conceito vai além das simples vias de acesso, são faixas territoriais que servem de ligação entre elementos da oferta turística e que, muitas vezes, constituem um atrativo turístico por si só. Como exemplo, podem ser citadas estradas litorâneas, as quais, por sua beleza e oferta de produtos e serviços turísticos em seu entorno, podem ser conside- radas um atrativo turístico, além de ligar os centros turísticos das cidades litorâneas. DEFINIÇÃO: ESPAÇO TURÍSTICO - IGNARRA 2013 31 • Polo turístico: caracteriza o ponto central de uma área ou zona turís- tica, trata-se do centro turístico mais equipado em termos de serviços e infraestrutura, que tem o papel de atrair a demanda turística e, a partir dele, irradiá-la por toda a região em seu entorno. • Portões de entrada: locais onde está concentrada a entrada e/ou saída de turistas de uma determinada zona turística, geralmente, são locais com disponibilidade de aeroporto, porto ou posto de fronteira. Muitas vezes, o portão de entrada pode também caracterizar um centro turís- tico ou polo turístico. • Cluster turístico: conjunto de atrativos com significativo diferen- cial turístico, com equipamentose serviços de qualidade, estrutura gerencial integrada e profissionalizada, concentrado em um espaço geográfico bem definido. Normalmente, é ofertado como um produto turístico diferenciado. O último elemento básico que compõe as atividades turísticas é definido pelas operadoras do mercado turístico, ou operadoras de turismo. A definição conceitual pode ser observada a seguir: As operadoras de turismo são aqueles agentes que parti- cipam da atividade turística, geralmente, na qualidade de intermediários entre o consumidor final (o turista, a demanda turística) e o produto turístico (bem ou serviço, destino turís- tico), ainda que possam estender sua ação mediadora ao resto da oferta complementar (alimentação, hotel, conjunto de oferta de alojamento, etc.). (OMT, 2001, p. 47) A partir dessa definição, é possível depreender que as operadoras de turismo, na qualidade de intermediárias entre a demanda e a oferta turís- tica, atuam como um agente de distribuição do produto turístico, ou seja, são agentes facilitadores que aumentam a propensão das pessoas viajarem e praticarem atividades turísticas, pois facilitam o aceso dessas pessoas às informações, pessoas, empresas e demais elementos inerentes ao processo de comercialização dos produtos turísticos, para que os potenciais turistas possam tomar as melhores decisões no momento de definirem suas viagens. Pode-se considerar aqui todas as modalidades de operadoras de turismo, como as agências de viagem e centrais de reserva. É característica das operadoras de turismo a facilitação do consumo do produto turístico e, geralmente, a responsabilidade de torná-lo possível, porém é importante destacar que, de acordo com sua função, as operadoras CLUSTER OPERADORAS DO MERCADO TURÍSTICO OU OPERADORAS DE TURISMO 32 não fazem parte da oferta turística ou do produto turístico em si. Os turistas relacionam o consumo do produto turístico às experiências vividas no destino turístico, ou muitas vezes até ao processo de deslocamento até o destino, porém o transporte em si e a operadora que comercializa esse produto ficam à parte da experiência e assim devem permanecer, conside- rando que o consumo do produto turístico se realize conforme planejado previamente pelos turistas. Existem casos em que operadoras turísticas de grande porte, além de realizarem a comercialização do produto turístico, também se inserem na oferta turística quando, por exemplo, são sócias de uma rede hoteleira ou de uma rede de restaurantes, atuando de maneira ativa na forma como produtos e serviços são ofertados aos turistas. Nesses casos, as operadoras passam a fazer parte também da gestão da oferta turística. Por fim, é importante destacar o papel da tecnologia como modificadora do processo de comercialização dos produtos turísticos. Atualmente, muitos sistemas e aplicativos facilitam a conexão entre os turistas e os produtos e serviços necessários para realizarem suas viagens, diminuindo a dependência junto às operadoras. Percebe-se, então, que o processo comercial do produto turístico está mudando, e tendências indicam pela maior independência das pessoas no processo de planejamento e no consumo de produtos turísticos. Podemos citar como exemplo de sistema o aplicativo Airbnb, que conecta os visitantes aos meios de hospedagem disponíveis no destino, os quais, na maioria das vezes, são caracterizados por imóveis particulares; também, há sites, como Trivago, que conecta o visitante aos meios de hospedagem comer- ciais que existem no destino, facilitando o processo de pesquisa e tomada de preços, assim com o Decolar, que facilita o processo de pesquisa e tomada de preços no processo de compra de passagens aéreas. Para saber mais Nesta seção, mostramos diversas formas de se classificar os espaços geográficos onde são realizadas atividades turísticas. Para conhecer melhor como eles são organizados, visite os sites indicados a seguir, nos quais você poderá ver um exemplo real de um espaço turístico com as características de cada termo apresentado. Núcleo turístico: www.valledeiruelas.com. Acesso em: 2 set. 2019. Complexo turístico: www.costadosauipe.com.br. Acesso em: 2 set. 2019. Centro turístico: www.centrocomercialdaexpoville.com.br. Acesso em: 2 set. 2019. Zona turística: www.turismosantos.com.br. Acesso em: 2 set. 2019. 33 Corredores turísticos: www.maisrio.com.br/o-corredor-tur%C3%ADstis- co/%E2%80%A2-o-corredor-tur%C3%ADstico-da-cidade-do-rj. Acesso em: 2 set. 2019. Polo turístico: www.bahiassol.com. Acesso em: 2 set. 2019. Portões de entrada: http://observatorio.turismo.ba.gov.br/noticias/ chegadas-de-turistas-ao-brasil-por-via-aerea-e-portoes-de-entrada/. Acesso em: 2 set. 2019. Cluster turístico: www.discoverpuertoplata.com/es/. Acesso em: 2 set. 2019. Questões para reflexão 1. As operadoras de turismo se fundamentam na distribuição dos produtos turísticos, facilitando o acesso da demanda a eles. Com o intuito de promover a venda deles, muitas operadoras montam um pacote turístico que inclui todas as etapas necessárias para que o turista possa viver a experiência turística. Quais são as etapas que compõem o pacote turístico e como ele facilita a comercialização do produto turístico? 2. Ao final desta seção, realizamos uma breve explanação a respeito das novas tecnologias que promovem mudanças na forma como o produto turístico é comercializado, impactando diretamente na atuação das operadoras de turismo. Citamos alguns exemplos de novas tecnologias que aproximam a demanda turística dos produtos e serviços que são necessários para realizar as atividades turísticas que desejam. Quais outros sistemas e aplicativos, que facilitam a aproximação entre demanda e oferta turística, podem ser citados? Existem processos relacionados à comercialização de produtos turísticos que ainda podem ser automatizados? Atividade de aprendizagem da seção 1. É essencial que o visitante se desloque de seu entorno habitual para um determinado espaço geográfico, local ou destino, para que a experiência turística possa acontecer. O objetivo principal do visitante é a chegada ao destino turístico, que é o lugar para onde tem de se deslocar a demanda, a fim de consumir o produto turístico. O destino turístico possui os atrativos turísticos, que são a matéria-prima do turismo.. Assinale a alternativa que corresponde à correta descrição de um complexo turístico: http://www.maisrio.com.br/o-corredor-tur%C3%ADstico/%E2%80%A2-o-corredor-tur%C3%ADstico-da-cidade-do-rj http://www.maisrio.com.br/o-corredor-tur%C3%ADstico/%E2%80%A2-o-corredor-tur%C3%ADstico-da-cidade-do-rj http://observatorio.turismo.ba.gov.br/noticias/chegadas-de-turistas-ao-brasil-por-via-aerea-e-portoes-de-entrada/ http://observatorio.turismo.ba.gov.br/noticias/chegadas-de-turistas-ao-brasil-por-via-aerea-e-portoes-de-entrada/ 34 a. Consiste em um território circundante a um centro turístico, contendo vários atrativos, estrutura de transporte e comunicação ligando todos os elementos ao centro. b. Compreende um conjunto de atrativos turísticos, sempre inferior a 10 atrativos, os quais não se comunicam com outros núcleos, ou seja, é um conjunto pequeno e isolado de atrativos turísticos. c. São atrativos turísticos que não estão isolados e dispõem de alguma infraestrutura de apoio às atividades turísticas, como alimentação, hospe- dagem e entretenimento, mas ainda não formam um centro urbano. d. Consiste em um aglomerado urbano que contenha atrativos turísticos em seu território ou raio de influência. e. Caracteriza-se por ser um território mais amplo, onde estão inseridos mais de um centro turístico. 2. As operadoras de turismo são os agentes que participam da atividade turística, geralmente, na qualidade de intermediários entre o consumidor final (o turista, a demanda turística) e o produto turístico (bem ou serviço, destino turístico). Analise as asserções a seguir, a relação entre elas e escolha a alternativa correta: I. As operadoras de turismo,na qualidade de intermediárias entre a demanda e a oferta turística, atuam como um agente de distribuição do produto turístico. PORQUE II. As operadoras de turismo são agentes facilitadores que aumentam a propensão das pessoas viajarem e praticarem atividades turísticas, pois facilitam o aceso dessas pessoas às informações, empresas e demais elementos inerentes ao processo de comercialização dos produtos turísticos, para que os potenciais turistas possam tomar as melhores decisões no momento de definirem suas viagens. A respeito dessas asserções, assinale a alternativa correta: a. As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II justifica a I. b. As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não justifica a I. c. A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II, falsa. d. A asserção I é uma proposição falsa, e a II, verdadeira. e. As asserções I e II são proposições falsas. 35 Fique Ligado! Nesta unidade, você aprendeu os conceitos que fundamentam os estudos e as discussões na área de turismo, dentre eles, a demanda e a oferta turística, os espaços geográficos e os operadores do mercado turístico, perpassando os aspectos que definem o turista, o produto turístico e o destino turístico. Com certeza, você compreendeu bem os pontos aqui relacionados, para que possa se tornar um profissional bem embasado conceitualmente na área de turismo. Para concluir o estudo da unidade Prezado aluno, nesta unidade, você observou os principais conceitos que embasam os estudos na área de turismo. Com o domínio deles, você estará apto a discutir assuntos relacionados à área em níveis acadêmico e profissional, assim como desenvolver seus próprios estudos, produzindo artigos, manuais, guias e demais produções textuais acadêmicas e/ou profissionais. Esses conceitos são essenciais para todo e qualquer profissional ou acadêmico que atue na área do turismo, porém não são únicos, havendo outros diversos autores e estudiosos que apresentam argumentos valiosos para o aprofundamento do conhecimento na área. Portanto, não pare seus estudos sobre os aspectos conceituais do turismo, você pode aprofundar seu conhecimento analisando os argumentos de outros autores, além dos apresentados nesta unidade. Nas referências apresentadas ao final desta unidade, você já possui alguns exemplos de estudiosos com propostas de discussões muito interessantes. Portanto, continue estudando e aprimorando seu conhecimento sobre o turismo! Atividade de aprendizagem da Unidade 1. O turismo é um fenômeno que envolve perspectivas de agentes diversos. Para o turista, está relacionado à busca de experiências e satisfações pessoais; para os prestadores de serviço, é um modo de obter resultados financeiros; para o governo, é considerado um fator de geração de riqueza para a região sob sua jurisdição; e para a comunidade do destino turístico, é uma atividade geradora de emprego e renda (IGNARRA, 2013). No que se refere à atividade turística, esta é constituída de alguns elementos básicos. Analise as alternativas a seguir e assinale a que possui os elementos básicos da atividade turística segundo a definição da OMT (2001): a. Demanda turística, espaço geográfico, negócios turísticos e opera- dores de mercado. b. Demanda turística, oferta turística, espaço geográfico e operadores de mercado. 36 c. Demanda turística, complexo turístico, espaço geográfico e entorno habitual. d. Complexo turístico, oferta turística, negócios turísticos e operadores de mercado. e. Complexo turístico, oferta turística, espaço geográfico e entorno habitual. 2. Leia atentamente o texto a seguir: “Responsável por injetar R$ 15 bilhões na economia de diversas cidades brasileiras, o turismo religioso no Brasil movimenta cerca de 20 milhões de viagens todos os anos. No mês de outubro, das 185 atrações e festi- vidades inscritas no Calendário Nacional de Eventos do Ministério do Turismo, 49 estão relacionadas a romarias, círios, procissões, peregrina- ções e missas. [...] no Sudeste, Aparecida do Norte (SP) é famosa entre os turistas religiosos por abrigar o Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida, segundo maior do mundo, atrás apenas da Basílica de São Pedro, no Vaticano. [...] Com 143 mil m² de área construída, a basílica recebe mais de 12 milhões de romeiros por ano.”. BRASIL. Turismo religioso movimenta calendário de outubro. 2018. Disponível em: http://www. brasil.gov.br/noticias/turismo/2018/10/turismo-religioso-movimenta-calendario-de-outubro. Acesso em: 18 jul. 2019.) Alguns destinos turísticos brasileiros têm movimento predominante de excursionistas. No que se refere à demanda turística e sua classificação, assinale a alternativa que melhor define o excursionista: a. O excursionista é qualquer pessoa que viaja entre dois ou mais países ou entre duas ou mais localidades em seu país de residência habitual, por um período não superior a 12 meses. b. O excursionista é qualquer pessoa que viaja por motivos alheios ao turismo e, por isso, não pode ser considerado estatisticamente como praticante de turismo. c. O excursionista é aquele que pernoita no local visitado por, pelo menos, uma noite, independentemente do motivo da visita. d. O excursionista, também denominado como visitante de um dia, não pernoita no local visitado, deixando-o em até 24 horas após o momento da chegada. e. O excursionista é aquele que viaja por conta própria para locais desconhe- cidos ou pouco conhecidos, fugindo das grandes massas de turistas. 37 3. Os atrativos turísticos constituem a oferta turística diferencial de uma determinada região turística, pois são responsáveis por promover os fluxos turísticos. O consumidor escolhe o destino que visitará, em função da experi- ência turística que esse destino oferece (SEBRAE, 2017). Considerando a classificação dos atrativos turísticos em naturais e culturais, relacione os exemplos listados a seguir com suas respectivas categorias: ( ) Maior cajueiro do mundo A imensidão do verde em um dos pontos turísticos de Parnamirim (RN) traz a impressão de que o turista está visitando uma verdadeira floresta em meio à cidade. Mas não se engane! O local é abrigo de uma única árvore: “O Maior Cajueiro do Mundo”. A gigantesca planta, ocupa 8.500 metros de extensão. [...] Para se ter uma ideia, se comparar com o tamanho e a produção de um cajueiro convencional, equivaleria a 70 árvores destas ocupando um mesmo espaço. O tamanho da planta também é compatível com a beleza que o ponto turístico oferece ao visitante. (Texto adaptado de: http://www.turismo.gov.br/%C3%BAltimas-not%C3%ADcias/12463-conhe%C3%A7a-a- tra%C3%A7%C3%B5es-tur%C3%ADsticas-que-viraram-s%C3%ADmbolos-dos-destinos.html. Acesso em: 19 jul. 2019.) ( ) Sanduíche com nome de cidade Se é gastronomia com fartura que você quer, então faça as malas e vá para Bauru (SP) experimentar o “sandubão” que leva o nome da cidade. O lanche, foi popula- rizado graças à Casemiro Pinto Neto, conhecido como “o Bauru”, que ao pedir um sanduíche em uma lanchonete, sugeriu uma combinação diferente de ingredientes: mistura de pão francês (também conhecido como “de sal” ou “cacetinho”), queijo, carne e tomate. Na mesma noite, outros frequentadores pediram o novo sanduíche, dizendo que queriam “igual ao do Bauru”. E assim nascia um dos mais famosos lanches do Brasil, hoje conhecido nacional e internacionalmente. (Texto adaptado de: http://www.turismo.gov.br/%C3%BAltimas-not%C3%ADcias/12463-conhe%C3%A7a-a- tra%C3%A7%C3%B5es-tur%C3%ADsticas-que-viraram-s%C3%ADmbolos-dos-destinos.html. Acesso em: 19 jul. 2019.) ( ) Maior aquário da América do Sul O Rio de Janeiro inaugurou, nesta segunda-feira (31), o maior aquário marinho da América do Sul. Localizado no Porto Maravilha, o AquaRio conta com um espaço de 26 mil metros quadrados, que abriga 4,5 milhões de litros de água salgada divididos em 28 tanques e reúne cerca de oito mil animais de 350 espécies. [...] Entre as espécies exposta estãopeixes da costa brasileira, do Caribe e do Indo-Pacífico, como tubarões, arraias, moreias e cavalos-marinhos entre outros. N C C 38 (Texto adaptado de: http://www.turismo.gov.br/%C3%BAltimas-not%C3%ADcias/7205-rio-inaugura-maior-a- qu%C3%A1rio-marinho-da-am%C3%A9rica-do-sul.html. Acesso em: 19 jul. 2019.) ( ) Piscininha de Brasil Uma piscina natural na ilha de Areia Vermelha, em Cabedelo (PB), está entre as curiosidades do destino por ter o contorno do mapa do Brasil. Os “buracos” desenhados pelos arrecifes no mar, carinhosamente chamados de piscinas naturais, são, por si só, um convite para não querer mais ir embora dali – as águas são mornas, em tons de verde e os peixinhos não têm nenhum receio de se aproximar dos visitantes. (Texto adaptado de: http://www.turismo.gov.br/%C3%BAltimas-not%C3%ADcias/12463-conhe%C3%A7a-atra%- C3%A7%C3%B5es-tur%C3%ADsticas-que-viraram-s%C3%ADmbolos-dos-destinos.html. Acesso em: 19 jul. 2019.) 4. Leia a seguinte matéria: Segundo balanço do governo federal, a Copa do Mundo do Brasil gerou gasto de R$ 25,6 bilhões. [...] Os principais investimentos foram para obras viárias de transporte público, 33,6% do total, reforma e construção de estádios, 27,7%, e aeroportos, 26,5%. A expectativa do governo é que este valor gasto, ou parte considerável dele, seja recuperada através do turismo, já que o torneio atrai pessoas do mundo inteiro. (Texto adaptado de: https://www.otempo.com.br/hotsites/copa-do-mundo-2014/copa-do-mundo-gerou- -gastos-de-r-25-6-bilhoes-para-o-brasil-1.844311. Acesso em: 19 jul. 2019.) A respeito da infraestrutura básica, analise as afirmativas a seguir: I. A infraestrutura básica de uma destinação turística é um elemento fundamental para a viabilização da atividade turística. II. A infraestrutura básica não é uma pré-condição para o desenvol- vimento turístico, sendo possível operar sem a sua implantação, independentemente da localidade. III. O envolvimento do setor público é fundamental para viabilizar soluções com relação à infraestrutura básica. IV. Temos como exemplos de tipos de infraestrutura básica: acessos, saneamento, energia, comunicações e abastecimento de gás. N 39 5. As tendências demográficas e sociais do mundo estão criando um novo turista que pode ser caracterizado como experiente, sofisticado e exigente. Isso significa dizer que as tradicionais férias da família, geralmente passadas em um resort do litoral, podem ser substituídas por viagens de múltiplos interesses e com uma gama de experiências criativas e inovadoras de viagens. O novo consumidor de turismo é mais instruído, tem mais capacidade de discerni- mento, busca participação na formatação de sua viagem e valoriza ainda mais a qualidade. A idade média dos turistas está aumentando e as motivações estão deixando de ser uma passiva busca pelo sol para se tornar uma busca incessante pelos novos conhecimentos e novas experiências. (IGNARRA, 2013, p. 216) A respeito dos operadores de mercado, analise as afirmações a seguir e assinale com V, para verdadeiro, e F, para falso: ( ) As agências de turismo constituem parte relevante do setor, atuando como intermediárias entre a demanda e a oferta turística. ( ) É característica das operadoras de turismo facilitarem a viagem, o consumo do produto turístico e, muitas vezes, até serem responsáveis por torná-la possível. ( ) Atualmente, existem muitos sistemas e aplicativos que facilitam a conexão entre os turistas e os produtos e serviços necessários para a realização das viagens, no entanto, a tecnologia ainda não tem papel fundamental no processo de comercialização dos produtos turísticos. ( ) Embora as agências de turismo estejam na base, suas atividades não impactam diretamente o turismo e não são sensíveis às influências das mudanças de comportamento do consumidor. Assinale a alternativa com a sequência CORRETA: a. V – V – F – F. b. V – V – V – F. c. V – V – V – V. d. V – F – V – F. e. V – F – F – F. v v F F Referências BARBOSA, A. J. Reflexões sobre o conceito de produto turístico e sua gestão integrada. Desafios para o produto turístico “santo antão”. Revista Tur y Des, v. 2, n. 6, nov. 2009. Disponível em: http://www.eumed.net/rev/turydes/06/ajb.htm. Acesso em: 12 jul. 2019. BARBOSA, L. G. M. (org.). Estudo de Competitividade de Produtos Turísticos. Brasília: SEBRAE, 2011. BOULLÓN, R. C. Planificación del Espacio Turístico. México: Trillas, 1997. BRASIL. Ministério do Turismo. Inventário da Oferta Turística. Brasília: Ministério do Turismo, 2011. FAYOS, S. E. El Turismo como Sector Industrial: la nueva política de competitividade. Economía Industrial, n. 292, p.163-172, 1993. IGNARRA, L. R. Fundamentos do Turismo. 3. ed. rev. e ampl. São Paulo: Cengage Learning, 2013. ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DO TURISMO. Introdução ao Turismo. São Paulo: Roca, 2001. Unidade 2 João Paulo Leite Barbosa O mercado turístico Objetivos de aprendizagem • Compreender os princípios que fundamentam a formação do mercado turístico. • Conhecer a técnica de análise mercadológica baseada nas cinco forças competitivas, conforme aplicadas no mercado turístico. • Compreender a importância de se realizar a análise de segmen- tação do mercado como ferramenta de apoio para tomada de decisões estratégicas. • Conhecer as características dos clientes observadas na análise de segmentação da demanda no mercado turístico. • Compreender a importância de se desenvolver a identidade turística e formatar o tipo de turismo adequado, visando à maximização da competitividade dos produtos turísticos. • Conhecer a técnica de análise da oferta baseada no conceito de cadeia produtiva do turismo. • Compreender o conceito de formação de clusters de turismo e seu papel na manutenção da competitividade dos produtos, assim como na promoção do desenvolvimento sustentável. Seção 1 | Fundamentos conceituais do mercado turístico Conceitos sobre a formação do mercado e análise do mercado segundo a perspectiva das cinco forças competitivas de Michael Porter, com ênfase na análise da concorrência e competitividade do produto turístico. Seção 2 | Segmentação do mercado turístico Apresentação conceitual do processo de segmentação da demanda e oferta, sua interação com o planejamento estratégico e discussão dos princi- pais aspectos observados na análise de segmentação da demanda. Seção 3 | Segmentação da oferta e formação de clusters no turismo Discussão acerca da definição da identidade e do tipo de turismo a ser ofertado e análise da cadeia produtiva das atividades turísticas, com ênfase nas relações de cooperação e sinergia entre os elementos. Abordagem do conceito de clusters no turismo e a promoção do desenvolvimento susten- tável regional por meio do turismo. Introdução à unidade Prezado aluno, bem-vindo à segunda unidade do livro Fundamentos do Turismo! Agora que você já domina as bases conceituais que definem as atividades turísticas, chegou o momento de conhecer o mercado turístico. Inicialmente, é importante compreender quais são os fundamentos que permitem a formação de um mercado turístico, ou seja, como devem ocorrer as relações de troca entre oferta e demanda, para que se concre- tize uma estrutura de mercado. A partir da compreensão destas relações de troca será possível compreender a existência de algumas forças principais que influenciam o desenvolvimento do mercado e que devem ser obser- vadas por todo gestor no momento de tomar decisões sobre sua participação em um determinado mercado. Estas forças competitivas foram analisadas por Michael Porter, e as discussões promovidas por ele são comentadas ao longo da primeira seção, com um direcionamento para a realidade do mercado turístico. Na segunda seção, é apresentada uma técnica de análise mercadológica essencial para todo gestor que atue no mercado turístico, a técnica de análise de segmentação, a qual pode ser aplicada tanto do ponto de vista da demanda quanto do ponto de vista
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