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APOSTILA DE PRÓTESE PARCIAL FIXA

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Apostila produzida através das aulas de Prótese 
Parcial Fixa na Faculdade de Odontologia de 
Ribeirão Preto - FORP/USP 
 
1 
 
PRÓTESE PARCIAL 
FIXA 
 
Sumário 
Introdução a prótese parcial fixa ............................................................................................................2 
Princípios biomecânicos dos preparos com finalidade protética....................................................4 
Planejamento em Prótese Parcial Fixa ..................................................................................................5 
Preparos para coroas totais em dentes posteriores ........................................................................ 12 
Preparos para coroas totais em dentes anteriores:.......................................................................... 13 
Preparos parciais metálico e estético.................................................................................................. 14 
Moldagem em Prótese Parcial Fixa ...................................................................................................... 17 
Afastamento gengival: técnica e cuidados ......................................................................................... 21 
Prótese Fixa Metalocerâmica de 3 elementos ou mais .................................................................... 25 
Prótese Fixa ultraconservadora ............................................................................................................ 30 
Prótese fixa adesiva ................................................................................................................................ 31 
Restaurações Provisórias ...................................................................................................................... 35 
Enceramento, inclusão e fundição em Prótese Parcial Fixa ........................................................... 38 
Cimentação em Prótese Fixa ................................................................................................................. 40 
Tratamento Protético em Dentes Tratados Endodonticamente com Pinos Intra-radiculares .. 42 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Apostila produzida através das aulas de Prótese 
Parcial Fixa na Faculdade de Odontologia de 
Ribeirão Preto - FORP/USP 
 
2 
Introdução a prótese parcial fixa 
 
A prótese parcial fixa é a restauração parcial ou total da coroa de um dente (sendo este dente perdido ou 
apenas parte dele), quando se denomina prótese parcial fixa unitária, ou a substituição de um ou mais dentes 
perdidos, quando se denomina prótese parcial fixa múltipla. É um aparelho protético, que visa a substituição 
de um ou mais dentes ausentes, não podendo ser removida para limpeza ou inspeção. Consiste em 
restaurações fixadas em dois dentes extremos ao espaço edêntulo que funcionam como pilares, colunas e 
sustentam o dente artificial reposto. As próteses fixas podem ser fixadas sobre dentes ou sobre implantes. 
As substituições dos dentes perdidos são importantes, pois evitam a extrusão e movimentação dos dentes 
adjacentes ou antagonistas em direção ao espaço protético, restituem a função mastigatória, restauram a 
estética e fonética, e proporcionam conforto ao paciente. 
As próteses parciais fixas podem ser classificadas de acordo com o tipo, sendo total aquele que cobre 
totalmente a coroa do dente seja ela unitária ou múltipla, e parcial aquela que se repõe apenas partes da coroa, 
podendo ser inlay (não envolve cúspides), onlay (envolve cúspides), facetas ou 4/5. Ainda, pode ser 
classificada de acordo com o material ou infraestrutura, podendo ser: metálica, metal-free, metaloplástica 
(metal + resina) ou metalocerâmica (metal + porcelana). 
As próteses metais free são favoráveis pois possibilitam margem suprasulcular, comprometendo menos a 
estética. Por outro lado, são desfavoráveis por ter retenção e resistência ruim. 
As próteses parciais fixas têm as vantagens de proporcionar uma cimentação definitiva, apresentar pequeno 
volume, ser semelhantes aos dentes naturais, proporcionar maior eficiência mastigatória e conforto. Por outro 
lado, possui as desvantagens de ser um tratamento mais invasivo, necessitando de preparo dental, ter a 
possibilidade de tratamento endodôntico para retenção, higiene dificultada e custo maior quando comparado 
com uma PPR. 
Elementos que constituem a PPF 
Os elementos que constituem a PPF podem ser biológicos ou mecânicos. Como elementos biológicos temos 
o dente de suporte (pilar), que é desgastado e tem a função de sustentar a PPF, devendo ter sua área de 
inserção periodontal maior ou igual a dos dentes substituídos; e o espaço protético (edêntulo). Já como 
elemento mecânico temos o retentor; o pôntico e; o conector. 
Retentores: 
Os retentores vão cimentados aos dentes pilares e são restaurações responsáveis pela retenção do aparelho 
protético aos pilares, podendo ser em forma de coroa totais, sejam elas metálica, metalocerâmica ou 
metaloplástica; ou restauração parciais, como 4/5 ou 7/8. 
Pôntico 
O pôntico fica suspenso substituindo o dente ausente. Os tipos de pônticos são: sela, plano inclinado, higiênico, 
forma de bala e oval. 
O pôntico sela forma um contorno côncavo e amplo com o rebordo, não cooperando com a higiene. Isto provoca 
inflamação dos tecidos moles. Logo, não é recomendado, podendo até mesmo gerar abcesso. 
O pôntico de plano inclinado possui superfície convexa para facilitar a limpeza e a superfície lingual com 
contorno ligeiramente curvo, para evitar o acúmulo de alimentos. É o tipo mais indicado, sendo usado em áreas 
anteriores e posteriores. Apresenta boa estética e pode ser metalocerâmica ou metaloplástica. 
O pôntico higiênico é usado quando não houver nenhum contato com o rebordo. Ele restaura a oclusão e 
estabiliza os dentes adjacentes. Possui configuração convexa e distância ocluso-gengival de 3,0mm. É 
indicado para região posterior e confeccionado em metal. 
O pôntico em forma de bala é arredondado e fácil de limpar. Possui extremidade pequena e estética deficiente, 
sendo adequado para rebordos pequenos. É indicado para molares inferiores, pois têm rebordos finos e ele 
converge para o rebordo fino facilitando a higiene. 
 
Apostila produzida através das aulas de Prótese 
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Ribeirão Preto - FORP/USP 
 
3 
O pôntico oval possui superfície arredondada e exige um preparo do tecido mole. Apresenta facilidade de 
limpeza, acumulando o mínimo de alimento. É indicado para incisivos superiores, caninos, pré-molar e linha 
do sorriso alta, pois comprimi a gengiva e forma a papila. 
Conector: 
O conector é responsável pela união do retentor ao pôntico, podendo ser rígido ou semirrígido. Está presente 
nas estruturas monobloco ou individuais. Pode-se também unir retentor-retentor e pôntico-pôntico quando há 
mais de um dente pilar ou mais de um dente ausente respectivamente. 
Critérios para uma boa PPF 
O preparo protético se fundamenta em critérios, que quando combinados apresentam um prognóstico 
previsível. Os critérios são divididos em fatores biológicos, mecânicos e estéticos. Os fatores biológicos incluem 
conservar ao máximo estrutura dental, evitar sobrecontorno das restaurações, preferir margens 
supragengivais, encontrar a estabilidade oclusal e proteger os elementos dentários contra fratura. Já os fatores 
mecânicos incluem a forma de retenção, a forma de resistência e evitar deformação. Por fim, os fatores 
estéticos incluem mínima exposição de metal, conseguir espessura máxima de porcelana, obter superfícies 
oclusais funcionais e preferir margens intrasulculares para as próteses metalocerâmica e suprasulculares ou 
ao nível para próteses adesivas. 
Durante o preparo do dente pilar, deve-se sempre prevenir danos aos dentes adjacentes, tendo cuidado com 
as faces proximais; aos tecidos moles, tendo cuidado com a língua e bochecha e; com a polpa dentária,tendo 
cuidado com o calor gerado pela peça de mão, a ação dos químicos utilizados, as bactérias remanescentes 
que podem gerar micro infiltração e a redução axial. Há um relacionamento da prótese com o complexo dentina-
polpa, por isso, devemos observar a idade do paciente para saber o quão ampla essa polpa é. 
É importante também sempre prevenir a saúde periodontal, determinando forma e contorno correto da 
restauração, preparando a margem numa localização adequada e sempre orientando sobre a higiene oral. 
Margens e Geometria dos Preparos 
As margens podem ser colocadas suprasulculares, intrasulculares, ao nível do sulco gengival e subgengival. 
A margem suprasulcular deve estar de 2 a 3mm aquém da gengiva marginal livre, facilitando a execução, 
inspeção e limpeza pelo paciente. Sua limitação consiste nos casos de coroas com metal, podendo prejudicar 
a estética. A margem intrasulcular deve estar de 0,5 a 0,6mm dentro do sulco, sendo muito utilizada nos casos 
em que há cárie dentária, erosão cervical, restauração antigas subgengivais ou fraturas com extensão sulcular. 
É utilizada também por razões mecânicas, quando há necessidade de retenção adicional e por estética, uma 
vez que cobre a junção preparo-restauração. Já a margem subgengival gera uma invasão do espaço biológico, 
necessitando de tratamento periodontal prévio, que após a cicatrização de 50 a 60 dias, é determinada a nova 
margem do preparo. 
A geometria da margem (tipo de término cervical) mais empregadas são: ombro, chanfro, chanfro profundo e 
chanfrete. O ombro ou também conhecido como degrau biselado é indicado para margens vestibulares das 
coroas metalocerâmica posterior e metaloplásticas. Suas vantagens consistem no volume do material que 
acomoda, na remoção do esmalte sem suporte e por permitir o acabamento do metal. Por outro lado, possui a 
desvantagem de exigir uma extensão dentro do sulco. A margem em ombro é indicada para margens 
vestibulares de coroa metalocerâmica, collasless e cerâmica pura. Suas vantagens consistem no volume de 
material que acomoda. Por outro lado, suas desvantagens estão relacionadas com o fato de ter menor 
conservação na estrutura dental. O ombro inclinado está indicado para margem vestibular de matalocerâmicas 
e cerâmica puta. Suas vantagens estão no fato de proporcionar um bom volume do material. Por ouro lado, é 
menos conservador na estrutura dental. Por fim, o chanfro está indicado para restaurações metalocerâmica e 
coroas livres de metal. Suas vantagens estão no fato de acomodar um volume adequado do material 
restaurador, fácil controle e estética. Por outro lado, tem as desvantagens de deixar prismas de esmalte que 
podem comprometer a resistência-retenção. 
Critérios para selecionar o elemento de suporte para prótese fixa 
1. Analisar tamanho e irregularidades das raízes 
2. Verificar proporção coroa-raiz 
 
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4 
3. Analisar tamanho e forma da coroa clínica 
4. Considerar a Lei de Ante 
5. Inclinação Axial dos pilares 
6. Análise da saúde pulpar: canais calcificados, nódulos 
7. Saúde periodontal: presença de inflamação 
8. Análise da furca: grau 1, 2 ou 3 
9. Tratamento endodôntico: satisfatório, insatisfatório 
10. Oclusão estável 
Curiosidades 
Uma prótese fixa convencional dura em média de 6 a 6,6 anos, e das próteses que estão sendo confeccionadas 
atualmente, mais de 60% são repetições. 
60% das margens subgengivais torna-se visíveis em um período de 2 anos, após a cimentação. 
Princípios biomecânicos dos preparos com finalidade protética 
 
Os preparos protéticos são preparos com características próprias, realizados em elementos dentais que 
receberão uma restauração protética posteriormente. Ao fazer o preparo, devemos seguir alguns fundamentos, 
como: proteção do completo dentinho-pulpar, saúde do periodonto, proteção dos remanescentes, oclusão 
apropriada, estética e longevidade. 
Quando falamos dos princípios dos preparos, temos o princípio estético, mecânico, que visa manter o material 
em posição e biológico. Todos os princípios estão interligados. 
O princípio mecânico tem como base a retenção e resistência. Sendo a retenção responsável por fazer a 
coroa parar em posição e a resistência para que ela não desloque. 
A retenção depende basicamente do contato existente entre as superfícies internas da restauração e as 
externas do dente preparado: retenção friccional. Deve apresentar características que impeçam que o 
deslocamento da restauração quando submetida a forças de tração, ou seja, impedir deslocamento no sentido 
do longo eixo. 
A forma de resistência previne o deslocamento da restauração quando submetido às forças oblíquas 
(movimentos excêntricos) que podem provocar a rotação da restauração. 
Se houver uma boa retenção e uma boa resistência, a restauração protética terá estabilidade. 
A retenção e resistência são então obtidas através de um preparo dental adequado, sendo o ponto principal 
para obtenção. De forma mais branda, mas também influenciando temos a fundição e cimentação. 
A estabilidade é conseguida através do grau de inclinação e conicidade, área total de superfície, área do 
cimento sob ação de cisalhamento e aspereza da superfície preparada. 
Se o preparo for feito com paredes paralelas entre si, será obtida alta resistência friccional, contudo, a 
restauração apresentará dificuldade de assentamento. Desta forma, deve ser dado ao preparo um grau de 
inclinação/conicidade de 3º em grau em cada parede, totalizando um grau de inclinação ideal de 6 a 10º. 
Deve-se ressaltar que a conicidade é inversamente proporcional à retenção, ou seja, quanto maior a 
conicidade, menor a retenção. As pontas diamantadas para preparo protético já possuem esta inclinação, desta 
forma, devem ser colocadas paralelas. Dentes com coroas clínicas longas exercem efetiva resistência, contudo 
coroas clínicas curtas não oferecem resistência ao deslocamento. Dentes curtos ou com paredes muito 
inclinadas formarão um ponto de fulcro no qual a restauração irá girar. A inclinação correta então garante 
oposição ao deslocamento, preservação de estrutura dental e sucesso da restauração, além de resistência às 
forças laterais. 
 
 
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A área total de superfície também influencia na estabilidade, sendo que quanto maior o volume do dente, 
maior a estabilidade. Os dentes mais volumosos são, respectivamente: molar, pré-molar, canino, incisivos 
superiores e incisivos inferiores. Não só o volume do dente, mas também a extensão da cobertura da 
restauração também influencia, sendo que as coroas totais apresentam maior cobertura que as parciais e 
dentro das parciais a tipo crown apresenta maior cobertura que a onlay, que apresenta maior cobertura que a 
inlay. Por fim, a adição de formas auxiliares de retenção, como sulcos, caixas e pinos, aumentam a retenção 
e melhora a resistência, devido ao aumento da área circunferencial, limitação de movimentos e limitação dos 
planos de inserção e remoção. 
A película de cimento está sujeita a pressões diversas que dependem da 
direção da força incidente. O cimento apresenta boa resistência a compressão 
e ao cisalhamento, mas é ruim em relação à tração. Desta forma, uma única 
direção de inserção e remoção, permite maior área do cimento sob ação de 
cisalhamento. 
A superfície prepara não pode ser muito polida, pois a aspereza da superfície 
proporciona maior imbricamento mecânico com o cimento. Na área cervical 
precisa de máximo detalhe, logo, deve estar lisa. Contudo, o corpo pode ter a rarunha da própria ponta 
diamantada. 
A durabilidade da restauração esta relacionada com s redução oclusal, redução axial satisfatória e reforço 
da estrutura. A redução oclusal deve acompanhar a inclinaçãodas cúspides, para aumentar a resistência, 
formar uma superfície antagônica às forças oblíquas e preservar o complexo dentinho-pulpar. A redução axial 
deve ser satisfatória para possibilitar reconstrução anatômica correta, devendo apresentar contornos corretos 
para preservar os complexo dentinho-pulpar e o periodonto. 
Ao fazer os preparos deve-se então ter atenção aos erros mais comuns afim de evitá-los, sendo eles: 
conicidade excessiva, desgaste exagerado na oclusal e axial, desgaste insuficiente, linha de término sem 
definição e nitidez ou incompatível com o material restaurador. 
Planejamento em Prótese Parcial Fixa 
 
Introdução 
O sucesso do tratamento em qualquer especialidade envolve o diagnóstico, o planejamento e um adequado 
plano de tratamento. O diagnóstico que é a descoberta de uma doença, qual o grau de comprometimento 
dessa doença e qual a causa ou causas dessa doença. Para isso é necessário um profundo conhecimento da 
normalidade do sistema estomatognático. O planejamento é a decisão de qual tipo de restauração será 
realizado. O conhecimento acerca dos vários tipos de restaurações existentes em prótese fixa e também dos 
materiais odontológicos existentes irão facilitar o planejamento. E plano de tratamento é a elaboração da 
sequência do tratamento em etapas, sempre com objetivo de devolver a dentição do paciente a um estado de 
saúde e estética. 
Diagnóstico 
Diagnóstico, segundo o dicionário Aurélio, é o conhecimento ou determinação de uma doença pelos sintomas 
e/ou mediante exames diversos. Porém, Tylman; Malone (1978) afirmam que diagnóstico envolve três grandes 
etapas: (1) Reconhecimento e identificação das condições anormais presentes na boca e sua influência na 
longevidade da dentição; (2) Avaliação da gravidade dessas condições anormais e (30) Determinação dos 
fatores etiológicos responsáveis pelas anormalidades. 
Para estabelecer um correto diagnóstico é necessário proceder à coleta do maior número de informações 
possíveis sobre o paciente e das condições médicas e dentárias pré-existentes. Essas informações são obtidas 
através da entrevista pessoal ou anamnese, histórias médica e odontológica, exames extra e intraoral, exame 
radiográfico e exame dos modelos de estudo. 
Dados pessoais 
 
Apostila produzida através das aulas de Prótese 
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6 
Obtido pelo preenchimento da ficha clínica com nome, endereço, estado civil, profissão. O estado civil pode 
demonstrar um paciente mais calmo ou mais preocupado com aventuras e às vezes maior preocupação com 
determinado objetivo do tratamento, ou seja, estética ou função. A profissão fornece importantes informações 
como grau de estress, capacidade financeira e algumas vezes o seu nível social e portanto a preocupação com 
determinado objetivo do tratamento odontológico. 
Entrevista pessoal ou anamnese 
Nesta entrevista busca-se obter informações sobre a queixa principal ou a motivação do paciente em ter 
procurado tratamento dentário, que pode ter sido apenas o tratamento da urgência. Sobre a queixa do paciente, 
deve-se deixá-lo expressar com suas próprias palavras com mínimo de interferência profissional possível, pois 
pequenos detalhes desse relato podem fazer grandes diferenças no diagnóstico e principalmente no 
planejamento e plano de tratamento. 
Outra informação muito importante é a expectativa do paciente quanto ao tratamento. Existem pacientes cuja 
expectativa é de um tratamento rápido, outros buscam resultados estéticos impossíveis de serem atingidos 
com as técnicas reabilitadoras existentes, nestes casos é importante que o profissional forneça uma explicação 
adequada sobre as limitações do tratamento protético. 
Nesta etapa deve-se tentar traçar o perfil psicológico do paciente, quanto maior o conhecimento melhor será o 
relacionamento paciente/profissional. 
História médica 
Alergias a anestésico ou a materiais devem ser destacadas na ficha do paciente. Se houver relato de alergia 
a algum produto odontológico deve-se evitar o seu uso devido ao risco de alguma reação mais grave como o 
choque anafilático. 
Pacientes com diabetes podem apresentar alteração na saúde gengival e dificuldade de cicatrização após 
cirurgias periodontais ou pós-instalação de implantes. Para esses pacientes deve-se indicar o endocrinologista 
para realizar controle da doença. Necessitam de alimentação em horários regulares para o controle da glicemia, 
sessões longas podem levar à queda da glicemia e provocar alguns problemas para o paciente e profissional. 
Pacientes com anemia também devem ser monitorados pois esta pode trazer manifestações no periodonto e 
em alguns casos sintomas que se confundem com problemas cardíacos, como palpitações, respiração 
ofegante após pequenos exercícios físicos, sensação de cansaço e perda de energia. 
Para paciente hipertensão é necessário que esteja em tratamento médico adequado para o controle da pressão 
arterial. Não se deve exagerar na dose de substâncias vasoconstrictoras presentes em anestésicos e em fios 
retratores. 
Alguns medicamentos como anti-histamínicos e anti-hipertensivos provocam a diminuição da secreção salivar 
podendo levar ao quadro de xerostomia. Essa é uma situação importante, pois a falta de saliva aumenta 
significativamente o índice de cárie o que pode provocar a falha precoce do tratamento. 
A osteoporose provoca a diminuição da massa óssea com consequente, diminuição do sucesso dos implantes. 
Pacientes com osteoporose, submetidos a tratamento com bifosfonatos, podem apresentar osteonecrose após 
a instalação dos implantes ou mesmo após ferimentos provocados pelas próteses parciais removíveis e 
próteses totais. 
História prévia de hemorragia deve ser pesquisada, principalmente naqueles pacientes com doença 
periodontal, onde possa ser necessário uma intervenção cirúrgica. 
Dessa forma, uma avaliação de saúde geral do paciente deve ser feita com a finalidade de eliminar possíveis 
complicações no decorrer do tratamento. 
História odontológica 
Alguns pacientes podem apresentar grandes traumas de tratamentos odontológicos anteriores malsucedidos. 
Outros relatam que não visitam um dentista há muito tempo, demonstrando o pouco interesse na dentição. 
 
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7 
Nestes casos, é necessário motivar o paciente sobre os cuidados da dentição e a manutenção periódica para 
garantir o sucesso do novo tratamento. 
Outro aspecto muito importante é a pesquisa de hábitos parafuncionais. Apertamento e bruxismo estão 
comumente associados ao desgaste dental e, possivelmente, à perda da dimensão vertical de oclusão. Em 
algumas situações até a condição de trabalho pode desencadear um hábito. 
Exame extra-oral 
O exame extraoral se inicia durante a entrevista inicial ou anamnese. Neste momento, o profissional observa 
o aspecto facial procurando detectar alterações na dimensão vertical, presença de assimetria facial, suporte 
labial, linha do sorriso. Também é feita uma análise da pele, sua coloração e o próprio caminhar do paciente 
que pode sinalizar algum problema neurológico ou mesmo futura dificuldade na manutenção do trabalho 
reabilitador. 
Faz parte do exame extra oral a palpação dos músculos da mastigação e do conduto auditivo externo na busca 
por sinais e sintomas de disfunção temporomandibular. 
Além disso, faz-se a análise facial avaliando a distribuição dos terços faciais, em especial o terço inferior, 
observando se houve ou não a perda da dimensão vertical de oclusão. A dimensão vertical de oclusão pode 
estar diminuída como resultado de atrição severa ou perda de contenção posterior, e pode estar aumentada 
como consequência de um tratamento restaurador inadequado. Nos casos onde a dimensão vertical de oclusão 
estiver diminuída, pode se encontrar um aspecto facialtípico, com redução do terço inferior da face, intrusão 
dos lábios, aprofundamento dos sulcos nasogenianos, acúmulo de saliva nas comissuras labiais, queilite 
angular, sintomatologia articular nos casos mais severos e dificuldades fonéticas. Nos casos onde houver um 
aumento da dimensão vertical de oclusão, pode-se encontrar uma face alongada, sintomatologia muscular 
decorrente do estiramento das fibras musculares, dificuldade de deglutição e mastigação, além de alteração 
da fala, principalmente nos sons sibilantes e contatos dentários desagradáveis durante a fala. 
O suporte do lábio também deve ser observado. Em alguns casos pode ser encontrada situações clínicas onde 
houve grande perda de estrutura do rebordo alveolar na região anterior. Neste caso o paciente dever ser 
alertado sobre a provável necessidade de aumento cirúrgico através de enxerto ósseo e/ou de tecido 
conjuntivo. Caso seja contraindicado ou o paciente não aceite passar por uma intervenção cirúrgica, pode ser 
feita uma gengiva artificial, que pode ser removível (resina acrílica) ou integrante da prótese fixa (porcelana). 
A linha do sorriso é outro aspecto a ser observado e tem uma grande importância nos casos estéticos. Alguns 
pacientes não mostram a região cervical dos dentes anterossuperiores ao sorrir e são classificados como 
portadores da linha do sorriso baixa. Outros, porém, mostram até o tecido gengival na região anterossuperior 
e são classificados como portadores da linha do sorriso alta e aqueles pacientes com sorriso que mostram 
apenas as papilas interdentais são consideradas possuir a linha do sorriso normal. Os pacientes com sorriso 
normal e principalmente sorriso alto que necessitem restaurações protéticas na região anterossuperior 
apresentam-se como casos clínicos de grande desafio estético. A necessidade de margem da restauração 
dentro do sulco para esconder a cinta metálica das coroas ou mesmo a interface dente-restauração, é uma 
situação clínica onde deve ser tomado todos os cuidados com o tecido gengival, uma vez que uma pequena 
recessão decorrente de injúria durante o preparo ou moldagem podem ser determinantes para o insucesso do 
trabalho. 
Exame intra-oral 
O exame intra-oral deve ser realizado com auxílio de boa iluminação, fio dental, espelho e explorador em boas 
condições, ar e água. Neste exame avaliam-se: 
1- tecidos moles e a língua - em busca de alterações ou lesões, muitas vezes assintomáticas na bochecha, 
assoalho da boca e base da língua. A presença de alguns tipos de lesões pode mudar drasticamente o plano 
de tratamento. Avalia-se a condição bucal na sua totalidade. 
2- movimentos de abertura/fechamento, de lateralidade e de protrusão da mandíbula – para observar a 
amplitude dos movimentos, a presença de possíveis desvios ou deflexões da mandíbula e a presença de ruídos 
na articulação temporomandibular como estalidos e/ou crepitação. 
 
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8 
3- exame oclusal – O exame da oclusão deve ser realizado de maneira estática e dinâmica, buscando avaliar 
o relacionamento dos dentes na arcada, assim como, entre as arcadas. Deve-se observar a presença de 
prematuridade oclusal na posição mandibular de relação cêntrica e o deslize cêntrico para a máxima 
intercuspidação habitual. Durante os movimentos de lateralidade e de protrusão, observar o tipo de desoclusão 
e a trajetória da guia anterior analisando as interferências oclusais nos lados de trabalho e de balanceio. É de 
fundamental importância identificar sinais de colapso da oclusão, como mobilidade e perda de suporte ósseo. 
A existência de hábitos parafuncionais podem exigir oclusais metálicas para prevenir fraturas e o uso noturno 
de placas estabilizadoras, para proteção da prótese quando instalada. Deve-se obter próteses com contatos 
bilaterais simultâneos dos dentes posteriores, posição de trabalho (RC ou MIH), guia lateral do canino, guia 
anterior pelos incisivos, nenhum contato oclusal do lado de não-trabalho nos posteriores e DV adequadamente 
mantida ou estabelecida. 
4- superfícies visíveis dos dentes para cáries, alteração de cor do esmalte, facetas de desgastes, qualidade 
das restaurações existentes, sensibilidade dentinária, qualidade da higienização bucal do paciente, presença 
de placa bacteriana e de tártaro. 
Sempre que um dente for selecionado como pilar, deve-se avaliar a presença de cáries e restaurações, além 
de identificar pacientes com maior susceptibilidade à cárie, pois vários estudos relatam que a principal causa 
de fracassos em prótese fixa é a cárie. Muitos fatores podem ser responsáveis pela incidência de cárie, entre 
eles a qualidade de adaptação da restauração e o grau de higienização mantido pelo paciente. 
Devido às próprias limitações dos materiais e técnicas, sempre haverá uma linha de cimentação, 50 μm é 
considerada ótima, porém até 120 μm é considerada clinicamente aceitável. Nesse sentido, o nível do término 
do preparo dentro do sulco gengival assume um papel muito importante no controle da biologia do tecido 
gengival. Quanto mais dentro do sulco, maior a probabilidade de ocorrerem alterações nessa área, dificultando 
a confecção e controle da prótese. O desajuste marginal facilita a dissolução do cimento pelos fluídos bucais, 
ocorrendo a formação de espaços entre a margem da coroa e o preparo, o que facilita o acúmulo de placa e 
consequentemente o aparecimento da cárie. 
Também devem ser considerados o perfil de emergência e a abertura das ameias cervicais das coroas. A coroa 
deve emergir reta do sulco gengival, sem causar pressão no epitélio sulcular, pois a convexidade na área e o 
acúmulo de placa levam a inflamação gengival. Essa situação acontece em decorrência de um preparo 
inadequado, com desgaste insuficiente. As ameias cervicais devem propiciar espaços para a acomodação das 
papilas gengivais e facilitar a higienização. 
5- com auxílio de sonda periodontal realizar a sondagem, de preferência, de todos os dentes para detectar 
presença de bolsas periodontais, áreas de sangramento gengival e regiões de molares com lesões de furca. 
Verificar presença de tecido gengival queratinizado, problemas mucogengivais. Um dos preceitos da 
reabilitação oral é que a saúde periodontal deve ser estabelecida antes do tratamento restaurador. Se o 
periodonto estiver inflamado, o profissional não terá referencias para a correta colocação do término do 
preparo, além da ocorrência de sangramento que dificultará os procedimentos operatórios, principalmente a 
moldagem. É fundamental a presença de uma faixa de gengiva queratinizada de no mínimo 2 mm para a 
manutenção da saúde gengival pós tratamento com prótese fixa. 
6. Número e distribuição dos dentes remanescentes na arcada – em prótese fixa a distribuição dos dentes 
é mais importante que o número de dentes. Em algumas situações clínicas podem ocorrer migrações dentárias 
em diferentes direções e sentidos, conforme o grupo de dentes. A esplintagem visa neutralizar as forças que 
agem nos sentidos vestíbulolingual e mesiodistal. O ideal é que em situações 
extremas, no mínimo um dente de cada segmento participe da prótese, o que 
é mais importante do que o número de pilares existentes para ocorrer 
estabilidade. O sentido de movimento vestibulolingual dos posteriores (plano 
sagital), caninos (plano lateral) e incisivos (Plano frontal) torna-se um fator 
determinante no planejamento. Uma prótese envolvendo dentes pilares de 2 
ou mais planos reduz o efeito da mobilidade individual de cada dente, através 
da estabilização ou sustentação, conhecido como Polígono de Roy. 
7. área edêntula – a qualidade do revestimento gengival da área possui 
grande importância, principalmente, em regiões estéticas, onde os pônticos 
 
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devem apresentar formas convexas e semelhantes aos dentes naturais. Deve-se avaliar, também, a 
quantidade de perda óssea, a espessura e altura do rebordo, um exame preliminar para a possibilidade de 
instalação de implantes e posterior confecção de prótese sobre implantes. 
Exame radiográfico 
O exame radiográfico consiste de radiografias panorâmicas, periapicais, de preferência, com a técnica do 
paralelismo e, em algumas situações, o exame tomográfico, especialmente em casos onde a opção de 
tratamento for a prótese sobre implantes. 
Nesse exame observa-se: 
1. Presença ou não de cáries, principalmente interproximais. 
2. Reincidência de cáries sob restaurações pré-existentes. 
3. Qualidade das restaurações protéticas existentes. 
4. Integridade ou não do ligamento periodontal e da lâmina dura. 
5. Presença de bolsa periodontal e/ou lesões de furca. 
6. Presença de cálculo subgengival. 
7. Qualidade do tratamento endodôntico. 
8. Presença de lesões ósseas e/ou raízes residuais. 
9. Morfologia e número de raízes dos dentes remanescentes. 
10. Relação coroa-raiz. 
11. Espaço biológico – espaço entre a crista óssea e a base do sulco. 
Exame dos modelos de estudo 
Os modelos das arcadas maxilar e mandibular do paciente, devidamente montados em articuladores semi 
ajustável na posição de relação cêntrica, constitui instrumento muito importante para a obtenção de 
informações para o diagnóstico e consequente elaboração do plano de tratamento. 
Neste exame observa-se: 
1. O relacionamento dos dentes superiores e inferiores sem a interferência de lábios, 
2. Bochechas e língua. 
3. Presença de interferências e prematuridades oclusais nos movimentos cêntricos e 
4. Excêntricos. 
5. Quantidade e extensão das áreas edêntulas. 
6. Presença de dentes extruídos. 
7. Dentes inclinados. 
8. Altura e tamanho das coroas dos dentes remanescentes. 
9. O padrão das facetas de desgastes. 
10. No modelo de estudo pode ser realizado o enceramento de diagnóstico, a confecção 
11. De restaurações provisórias e também a elaboração de guias radiográficos e/ou 
12. Cirúrgicos para casos de implantes. 
Planejamento e plano de tratamento 
Planejamento e plano de tratamento, muitas vezes, são utilizados como sinônimos. Porém, pode-se utilizar o 
termo planejamento para definir a restauração ou o tipo de tratamento a ser realizado. Plano de tratamento 
consiste na formulação de uma sequência lógica de tratamento, em etapas, com o objetivo de devolver ao 
paciente uma dentição saudável, funcional e estética. 
O planejamento correto é importante para o sucesso do tratamento, pois a execução perfeita de um 
procedimento impróprio ou desnecessário não será benéfica ao paciente. O tratamento com base no conceito 
de “ideal” ao invés de direcionado para as necessidades do paciente, na maioria das vezes, fracassará. 
O tratamento deve ser executado para preencher um ou mais dos seguintes objetivos: 
1. Corrigir a doença ou defeito existente, 
2. Prevenir doença futura, 
3. Restaurar a função e 
4. Melhorar a aparência. 
 
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Esses objetivos podem ser alcançados com restaurações que estabeleçam o equilíbrio oclusal, que 
mantenham ou restabeleçam a dimensão vertical de oclusão e que devolvam estética e fonação. Além disso, 
as restaurações devem possibilitar higiene e autolimpeza para manter as estruturas dentais e gengivais em 
estado normal de saúde e possuir propriedades mecânicas que proporcionem longevidade. 
Todos os tipos de restaurações possuem limitações e não apresentam as propriedades da estrutura dental. 
Um importante fator no planejamento é entender as limitações antes de selecionar a restauração ou o 
procedimento adequado. Os principais tipos de restaurações em prótese fixa são: 
1. Restaurações inlay e onlay metálica e estética 
2. Facetas laminadas ou “lentes de contato” de resina ou de cerâmica 
3. Coroas totais metálicas, metaloplásticas, metalocerâmicas e livres de metal. 
4. Próteses parciais fixas convencionais. 
5. Próteses parciais fixas livres de metal. 
6. Prótese fixa adesiva. 
7. Prótese fixa ultraconservadora. 
8. Prótese sobre implantes. 
Seleção dos dentes pilares 
Na seleção dos dentes pilares vários fatores devem ser considerados: 
1. Comprimento e forma da coroa clínica – quanto mais longa e volumosa for a coroa do dente maior será 
a capacidade retentiva das restaurações. Em casos de restaurações unitárias esse fator não é tão relevante 
como é em casos de próteses parciais fixas. 
2. Grau de destruição coronária – como a restauração, na maioria das vezes, não reforça a estrutura dental 
remanescente, onde houver a destruição de 2 ou mais cúspides pode ser indicado o tratamento endodôntico 
e a instalação de núcleo metálico fundido ou pinos pré-fabricados com núcleo de preenchimento. 
3. Comprimento e formas das raízes – quanto mais longa e irregular for a raiz de um dente pilar melhor será 
sua capacidade como pilar de prótese fixa. 
4. Relação coroa-raiz – a relação coroa-raiz ideal é 1:2, ou seja, o comprimento da raiz clínica, que é a porção 
radicular inserida no tecido ósseo, deve duas vezes maior que a coroa clínica, que é a porção do dente fora do 
tecido ósseo. A relação mínima aceita para suporte de prótese parcial fixa é a relação 1:1. Porém, em pacientes 
com manutenção pós-operatória rigorosa e que mantém uma excelente higienização e extremo cuidado na 
mastigação podem ser confeccionados próteses parciais fixas, em condições não tão favoráveis de proporção 
coroa-raiz, com grande índice de sucesso. 
5. Lei de Ante (1926) – diz que “as raízes dos dentes pilares devem ter uma área maior ou igual à área das 
raízes dos dentes ausentes”. Porém, isto nem sempre poderá ser encontrado, de modo que toda prótese parcial 
fixa com espaço entre os dentes pilares de mais de dois dentes ausentes, constitui-se em prótese de alto risco. 
Portanto, a orientação ao paciente sobre a chance de insucesso da prótese fixa e a possibilidade de outros 
tipos de tratamento deve ser realizada com muita clareza para que a relação paciente-profissional não seja 
prejudicada. 
6. Saúde do periodonto – é fundamental para a manutenção da integridade e sucesso da prótese fixa, 
portanto, não se deve iniciar o tratamento protético sem que a saúde gengival tenha sido atingida. 
7. Grau de mobilidade dental – em relação à mobilidade dental o principal é diagnosticar se a mesma é 
provocada por trauma oclusal ou por doença periodontal. 
Se após o tratamento adequado a mobilidade acentuada persistir, isso pode ser pela falta de inserção óssea 
e, portanto, o dente pode estar condenado e uma nova abordagem de tratamento deve ser avaliada. 
8. Inclinação dental – quando é realizada a extração de um dente, o dente posterior tende a se inclinar em 
direção mesial. Uma inclinação de até 30 graus é aceitável para um dente pilar de prótese parcial fixa, mais 
que 30 graus de inclinação o dente passa a não possuir características adequadas para suportar a carga 
adicional exercida pelo pôntico ou pônticos. 
 
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9. Saúde pulpar – todos os preparos com finalidade protética foram desenhados para dentes hígidos. Porém, 
é necessário um exame minucioso no dente indicado para ser pilar, pois todos os preparos protéticos exigem 
grande remoção de tecido dental saudável e invadem a dentina. Por isso, em regiões onde os possíveis dentes 
pilares se apresentem hígidos pode ser indicada a prótese sobre implante. 
10. Idade do paciente – paciente muito jovem apresenta dentes com polpas amplas e pequena quantidade de 
dentina, por isso há necessidade de exame radiográfico preciso para saber qual a profundidade de desgaste 
que pode ser realizado. Em um pacienteadulto a quantidade de dentina nos dentes é maior e, portanto, na 
maioria das vezes pode-se realizar um preparo com dimensões mais próximas da ideal. Independente da idade 
do paciente o preparo dever ser realizado com pontas diamantadas novas, alta rotação em bom estado e com 
excelente refrigeração para que o tecido pulpar seja mantido em condições de recuperação biológica 
adequada. 
11. Polígono de Roy – A arcada dentária apresenta dentes com diferentes direções de movimento 
dependendo da posição que ocupam na arcada, embora todos possuam maior movimentação no sentido 
vestíbulo-lingual. Os molares e pré-molares apresentam movimentação no sentido lateral, os caninos no 
sentido oblíquo e os incisivos no sentido anteroposterior. Assim, quando se unem os diferentes grupos dentais 
do lado direito e esquerdo forma-se um polígono, formado pelos dentes posteriores direito e esquerdo, pelos 
caninos direito e esquerdo e pelos incisivos. 
Quanto mais grupos dentais forem envolvidos na prótese maior será a estabilidade. Se um paciente tiver 
apenas um dente em cada grupo, poderá receber uma prótese parcial fixa com um bom prognóstico. Porém, 
a prótese sobre implante é uma excelente opção de tratamento quando o espaço edêntulo for grande. 
12. Pilar intermediário – é um problema a ser considerado na seleção de dentes pilares e planejamento de 
uma prótese fixa. Este dente intermediário tem a tendência de atuar com fulcro, o qual transmite forças de 
tração aos pilares terminais, ocasionando falhas no retentor mais fraco. Uma solução nestes casos, para que 
não sejam criadas sobrecargas aos dentes suportes, é a utilização de conectores não rígidos que impedem a 
ação de fulcro no suporte intermediário. Outra opção é a utilização de dois dentes pilares e colocar no espaço 
edêntulo anterior um pôntico em balanço ou cantilever. 
Um exemplo dessa situação é quando o paciente apresenta ausências do 1o. pré-molar e do 1o molar. As 
opções de prótese parcial fixa neste caso seriam: 1) Prótese fixa de 5 elementos com 3 dentes pilares (canino, 
2o. pré-molar e 2o. molar); 2) Prótese fixa de 5 elementos com encaixe semi-rígido na face distal do 2o pré-
molar ou 3) Prótese fixa de 4 elementos com 2 pilares (2o pré-molar e 2o. molar) com o pôntico do 1o pré- 
molar em cantilever. A indicação de prótese parcial fixa apenas se justifica se houver indicação de coroas nos 
dentes pilares, senão a melhor opção é a prótese sobre implante. 
O grande sucesso da prótese sobre implante faz dessa técnica uma excelente opção de tratamento para 
pacientes parcialmente e mesmo totalmente edêntulos. Portanto, em muitas situações citadas anteriormente 
podem ser indicadas o uso de prótese sobre implantes. 
Para a instalação de implantes devem-se levar em consideração alguns fatores como: a saúde do paciente, 
quantidade e qualidade do tecido ósseo na área edêntula, disponibilidade de tempo por parte do paciente, pois 
a prótese fixa pode ser realizada em menor tempo, previsibilidade estética, pois se o implante não ficar bem 
posicionado o resultado estético pode ser pior que de uma prótese convencional. Independente se a prótese 
fixa for confeccionada sobre dente ou sobre implante, o objetivo de tratamento deverá sempre ser o 
restabelecimento da função mastigatória, da estética e da fonação. 
Prognóstico 
O profissional deve propor um planejamento e um plano de tratamento que ofereça um prognóstico favorável. 
Enquanto dentes estratégicos devam receber todos os tipos de recursos para a sua manutenção, nem todo 
dente suporte possui igual importância para a manutenção em longo prazo do tratamento e da saúde gengival. 
É difícil fazer o prognóstico correto de um tratamento, porém sua importância é fundamental para auxiliar na 
tomada de decisão, pelo paciente e também pelo profissional, de qual planejamento executar. Devem ser evitar 
planejamentos muito complexos e ouvir o desejo do paciente não omitindo as limitações, vantagens, 
desvantagens, além dos procedimentos demorados, cansativos, doloridos e limitantes funcionalmente. 
 
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É importante lembrar que nos casos de prognóstico duvidoso ou quando o paciente não aceita uma prótese 
parcial fixa, existe a prótese sobre implantes que é uma excelente opção de tratamento para o edêntulo parcial. 
Manutenção 
A manutenção periódica do tratamento com prótese parcial fixa é de fundamental importância para o sucesso 
do tratamento. Durante estas visitas, o profissional terá condições de avaliar a capacidade de higienização do 
paciente, a qualidade do tecido gengival em torno dos dentes pilares e detectar de maneira precoce qualquer 
alteração negativa do tratamento e iniciar imediatamente as correções necessárias. Deve-se lembrar aos 
pacientes que as próteses fixas não duram para sempre e podem necessitar de substituição. A manutenção 
adequada, principalmente, por parte do paciente é fundamental para prolongar a saúde bucal e das 
restaurações. 
Preparos para coroas totais em dentes posteriores 
 
Cerâmica: apresenta a vantagem por ser estética e desvantagem ser friável. Para isso, precisa-se se um maior 
volume para que tenha boa resistência. Logo, isso exige um preparo maior no dente que for reabilitado. 
O que muda no preparo entre os dentes posteriores e anteriores é a forma do dente. Mas em qualquer que 
seja o dente, todas as paredes do dente devem estar preparadas (desgastadas). Logo, os preparos para coroas 
totais são agressivos, já que desgastam todas as paredes do dente. Desta forma, a posição e qualidade da 
broca determinará o sucesso do preparo e determinará o quanto do dente será desgastado. 
O preparo das coroas deve ser expulsivo, com as paredes convergindo para a oclusal (cônicas). E a quantidade 
de desgaste dependerá do material que será utilizado. As pontas diamantadas são tronco cônicas e essa 
conicidade da ponta dá a conicidade ideal do preparo, deixando as paredes convergentes. Por isso é 
importante se atender à posição da broca. 
Quanto desgastar na margem gengival? Isso irá depender do material que usaremos para a confecção da 
coroa. Para as coroas estéticas, o degrau deve ser de no mínimo 1mm. Desgastar mais ou não dependerá do 
que o dente permitir. Alguns livros defendem que o desgaste deve ser de 1,2 a 1,5mm, para que o desgaste 
seja maior, a polpa deve ser atrésica ou o dente apresentar tratamento endodôntico. Já para as coroas 
metálicas, o degrau deve ser de até 0,5mm, pois o material metálico muito espesso gera maior contração, 
podendo comprometer a adaptação da coroa. Ou seja, preparos com degrau cervical pequeno, são para coroas 
total metálicas, sem revestimento estético. Para restaurações estéticas, o degrau cervical deve ser maior, 
podendo usar cerâmica puro, metalocerâmica ou metaloplástica. 
Quanto desgastar na oclusal? Nas cúspides de balanceio deve-se desgastar 1mm, já nas cúspides de 
trabalho deve ser de 1,5mm, podendo chegar até 2mm, a depender do dente. Esse valor vale para qualquer 
tipo de restauração, seja ela estética ou metálica. 
Técnica para desgaste (silhueta): 
Inicialmente, deve-se definir a espessura do degrau cervical, de acordo com o tipo de coroa selecionada 
(estética ou metálica). A ponta da ponta diamantada é que define a forma do degrau, podendo ser em chanfro 
ou arredondo. Na face vestibular, posiciona a ponta diamantada em 45º com o longo eixo do dente. Nas faces 
proximais, posiciona a ponta diamantada paralela ao longo eixo do dente e vai invadindo a face proximal, 
observando a espessura do degrau de acordo com a restauração a ser confeccionada. A face palatina/lingual 
deve ser desgastada da mesma forma que a face vestibular. Delimita-se o contorno marginal do preparo 
seguindo o contorno do tecido gengival e definindo a largura do degrau de acordo com a restauração a ser 
confeccionada.Embaixo do degrau, deve-se deixar cera de 0,5 a 1mm de esmalte remanescente. Em seguida, 
parte-se para a conificação do preparo, na qual a ponta deve ser posicionada paralela ao longo eixo do dente 
e passar em todas as faces sempre na mesma inclinação. Logo, faz-se o desgaste da superfície oclusal 
acompanhando as vertentes cuspídeas. Cada cúspide apresenta uma vertente mesial e uma vertente distal 
que deve se apresentar no preparo. O desgaste oclusal não deve ser reto ou plano. Por fim, realiza o 
acabamento com brocas multilaminadas ou pontas diamantadas de granulação fina. 
 
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OBS: cerâmica que não gosta de ângulo vivo. Metálica gosta. As pontas diamantadas podem ter então pontas 
arredondadas ou quadradas a depender do material da coroa. 
Coroa total metálica: 
As coroas totais metálicas são indicadas para dentes com extensa destruição, com muitas restaurações, com 
necessidade de máxima retenção e estabilidade, para melhorar contorno para PPR, para corrigir o plano 
oclusal e dentes malposicionados e como retentor de prótese parcial fixa. Por outro lado, está contraindicada 
onde não houver necessidade de retenção máxima, onde a estética for importante e onde um retentor mais 
conservador for viável. Suas vantagens são: alta resistência, excelente retenção, facilidade de obtenção dos 
contornos axiais, custo laboratorial menor e oclusão mais aceitável. Por outro lado, possui desvantagens, 
como: grande remoção de tecido dental, restauração antiestética, inviável o teste de vitalidade e envolvimento 
com o tecido gengival. 
Coroa total metaloplástica: 
As coroas totais metaloplásticas são indicadas para dentes com extensa destruição, necessidade de máxima 
retenção e estabilidade, melhorar contorno para PPR, corrigir o plano oclusal, corrigir dente mal posicionados, 
ser usado como retentor de prótese parcial fixa e onde a estética for importante. Por outro lado, são 
contraindicadas em casos de câmara pulpar ampla, face vestibular íntegra e onde um retentor mais 
conservador for viável. Suas vantagens são: excelente retenção, estética satisfatória e custo laboratorial 
menor que uma CMC ou CP. Suas desvantagens são: maior remoção de tecido dental que uma CTM, 
envolvimento gengival, a resina pode sofrer desgaste, a reina sofre alteração de cor, estética inferior que uma 
CMC ou CP e inviável o teste de vitalidade. 
Coroa total metalocerâmica: 
As coroas totais metalocerâmica são indicadas para dentes com extensa destruição, necessidade de máxima 
retenção e estabilidade, melhorar contorno para PPR, corrigir o plano oclusal, corrigir dentes mal posicionados, 
como retentor de prótese parcial fixa e onde a estética for importante. Por outro lado, são contraindicadas 
para dentes com câmara pulpar ampla, face vestibular íntegra e onde um retentor mais conservador for viável. 
Suas vantagens são: excelente retenção, excelente estética e a pode ser colocada na oclusal. Suas 
desvantagens são: maior remoção do tecido dental, envolvimento gengival, pode provocar desgaste do 
antagonista, pode se fraturar e é inviável o teste de vitalidade. 
Preparos para coroas totais em dentes anteriores: 
 
O preparo protético se fundamenta em critérios de acordo com as diferentes restaurações protéticos. Se tratar 
dentro desses critérios o prognóstico será previsível. 
Há três tipos de coroas: coroas metaloplásticas, metalocerâmica e metal free (apenas cerâmica). Para dentes 
anteriores, coroas com metal não são muito indicadas, devido ao comprometimento estético. O coping, corpo 
de metal que recebe a cobertura da cerâmica, pode ser feito de zircônia. 
Para coroa metaloplástica, precisamos fazer retenção mecânica no metal. Por outro lado, a coroa 
metalocerâmica não precisa de retenção, pois há uma união química entre o metal e a cerâmica. 
O retratamento protético pode ser indicado quando houver infiltração marginal, restaurações perfuradas, 
fraturas ou desgaste do material estético, inflamação gengival (em peças muito pesadas) ou restaurações 
deslocadas (quando não suporta a resistência; pode gerar infiltração). 
Técnica – como preparar: 
Para um preparo adequado, devemos conhecer o material restaurador, o dente ou área a ser preparada, a 
quantidade de desgaste, o diâmetro e forma das pontas diamantadas que irá determinar a quantidade e forma 
de desgaste. 
Para restaurações metálicas deve-se preparar 1mm em área de não sobrecarga e 1,5mm em área de maior 
esforço. Já para restaurações cerâmicas deve-se preparar 1mm em área de não sobrecarga e 1,5 a 2mm em 
área de maior esforço. 
 
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Para o preparo usamos a modificação da técnica da silhueta, a fim de simplificar e diminuir o custo e tempo 
durante os preparos para coroas totais em prótese fixa. 
Inicia-se então com o contorno e determinação da linha de término cervical vestibular. Em seguida, desgasta 
as faces proximais e já realiza o contorno e determinação da linha de término cervical lingual ou palatina. Logo, 
determina a conicidade cervico-oclusal do preparo (6 a 10º), podendo realizar um sulco de orientação de 1 a 
1,5mm na face vestibular. Os dentes anteriores são desgastados em 2 planos, o primeiro com a ponta na linha 
de término e inclinação de 6 a 10º, e o segundo com uma inclinação maior do terço médio ao incisal. Na face 
palatina tenho cíngulo e a concavidade. Após desgastar o cíngulo, devo desgastar a concavidade com a ponta 
de pera. Finalmente, faz-se a adequação da face incisal, sendo 1 a 1,5mm, dentes superiores 
voltados para a face palatina e dentes inferiores voltado para a fase vestibular. O desgaste na 
face incisal permite uma espessura maior de material, obtendo translucidez e naturalidade. Os 
caninos ficam com a superfície desgastada em forma de ponta da lança, enquanto em incisivos 
a incisal fica plana. O preparo fica bom quando não tem retenção ativa olhando por oclusal. 
Para o acabamento do preparo, deve-se remover prismas de esmalte sem suporte da margem 
cervical, checar a presença de retenções ativas e arredondar ângulos externos. 
Preparos parciais metálico e estético 
 
Coroas parcial 4/5 
Coroa parcial é uma restauração extracoronária que recobre partes da coroa clínica de um dente. 
Considerando que o dente tem 5 faces (mesial, distal, vestibular, palatina/lingual e oclusal/incisal), 4 delas 
serão preparadas. Normalmente, todas as faces axiais ficam envolvidas pela restauração, exceto a vestibular. 
O deslocamento vestíbulo lingual da restauração é impedido por sulcos ou caixas confeccionados nas faces 
proximais e oclusais dos dentes. 
Este tipo de restauração é indicado para dentes com coroa clínica volumosa de comprimento médio ou longo, 
dentes com superfícies vestibulares íntegras, que não seja necessário alteração do contorno axial e que seja 
suportado por estrutura dental saudável, quando não houver discrepância entre a orientação axial do dente e 
a trajetória de inserção e remoção da prótese parcial fixa, para restaurar a guia anterior e esplintar dentes 
anteriores. 
Por outro lado, é contraindicada para dentes curtos, dentes sem vitalidade, principalmente anteriores em 
razão da falta de estrutura dental para preparos dos dispositivos de retenção, pacientes com elevado índice de 
cárie, dentes com destruição extensa, dentes com alinhamento desfavorável com a trajetória de inserção e 
remoção da prótese parcial fixa, dentes com cáries cervicais extensas, dentes bulbiformes, dentes muito 
estreitos no sentido vestíbulo lingual e para prótese fixa com espaço anodôntico muito longo. 
Suas vantagens estão relacionadas à preservação da estrutura dental saudável, permitir fácil acesso às 
margens para acabamento (dentista) e limpeza (paciente), visto queas margens são supragengivais, 
apresentar menor envolvimento gengival que as coroas totais, permitir maior facilidade para o escoamento do 
cimento e com isso um melhor assentamento da restauração, permitir maior facilidade para a verificação do 
completo assentamento da restauração e permite o teste de vitalidade pulpar (elétrico e térmico), pois 
apresenta uma face intacta. 
Por outro lado, suas desvantagens estão relacionadas com o fato de possuir menor capacidade retentiva que 
uma coroa total e de resistência, o ajuste da trajetória de inserção é muito limitado, sempre vai ocorrer alguma 
exposição de metal, fazendo com que a restauração não seja totalmente estética (a menos que seja metal 
free), o preparo de caixas, sulcos e/ou perfurações exigem muita habilidade por parte do operador e não é 
indicada em dentes sem vitalidade pulpar. 
Para o preparo, deve-se posicionar a ponta diamantada paralela ao longo eixo do dente, tanto no sentido 
vestíbulo-lingual quanto no sentido mesio-distal. Inicia pelo preparo da caixa oclusal de pelos menos 1/3 da 
distância vestíbulo-lingual, com profundidade de cerca de 1,5mm. Em seguida, prepara as caixas proximais, 
formando um degrau cervical de cerca de 1mm e se estendendo para cervical até liberar o contato com os 
 
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dentes proximais com uma ponta diamantada mais fina. Logo, desgasta a vertente interna da cúspide vestibular 
cerca de 1mm e a vertente interna da cúspide palatina em 1,5mm. Faz um biselamento da cúspide de trabalho, 
acompanhando o formato da cúspide palatina dos superiores. Nos dentes inferiores deve-se fazer um degrau 
no terço da face vestibular para proteger a cúspides vestibular, já que ela é uma cúspide de trabalho. Ou seja, 
é igual ao do superior descrito anteriormente, com degrau oclusal. Em seguida, defini o degrau cervical em até 
0,5mm ao nível do contorno gengival, tanto na palatina como nas proximais e conifica as cúspides palatinas, 
conicidade de 6 a 10 graus. 
As paredes externas convergem para a oclusal e as paredes interna divergem para oclusal. Tanto o grau de 
convergência quanto o de divergência é dado pela inclinação da ponta que deve ser posicionada paralela ao 
longo eixo do dente. 
 
Antigamente se fazia coroa 7/8, geralmente deixa apenas a cúspide mesiovestibular sem preparo. 
Onlay 
A onlay é uma restauração tipo MOD modificada, onde toda a superfície oclusal é recoberta pelo material 
restaurador, que pode ser metálico ou estético. 
Em uma restauração metálica fundida intracoronária (inlay) ou restauração de amálgama não existe a proteção 
das cúspides. Essas restaurações podem atuar como cunhas levando a fratura das cúspides. Enquanto uma 
determinada força aplicada sobre uma inlay pode levar à fratura do dente a mesma força aplicada sobre uma 
restauração onlay é dissipada sobre uma grande área com menor capacidade destrutiva. Logo, uma das 
vantagens da onlay é a melhor distribuição de forças da mastigação. 
Esta restauração é indicada em casos de dentes fraturados com cúspides vestibular e lingual intactas, 
restaurações MOD com istmos largos e dentes posteriores tratados endodonticamente com boas estruturas 
vestibular e lingual (o acesso para o tratamento endodôntico enfraquece estruturalmente o dente e a coroa 
devem ser protegidos após o tratamento). 
Pode-se iniciar o preparo pela redução oclusal com 1,5mm de espaço interoclusal na cúspide de trabalho e 
1,0mm na cúspide de balanceio. Faz-se sulcos de orientação e a redução deve ser realizada acompanhando 
as vertentes cuspídicas. Utilizando uma ponta diamantada faz-se um bisel amplo nas vertentes externas da 
cúspide de trabalho para garantir volume adequado de material. Esse bisel acompanha a inclinação das 
cúspides no arco oposto, estendendo-se do sulco central da face mesial ao sulco central da face distal. Em 
seguida faz-se as caixas oclusal e proximais e como o desgaste oclusal já foi realizado a profundida é menor 
cerca de 1,0mm. A seguir confecciona-se um degrau de cerca de 1,0mm de largura no terço oclusal da cúspide 
de trabalho. Por fim, com uma ponta diamantada mais fina, faz-se a separação dos dentes vizinhos. 
Onlay estética 
São restaurações confeccionadas em cerâmica ou resina composta e que são cimentadas com cimentos 
resinosos nos dentes preparados, que nada mais é que uma resina composta, para qual devemos preparar o 
dente com ácido e adesivo. 
 
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A onlay estética esta indicada quando o paciente ou dentista exige estética, seja para cavidades pequenas ou 
grandes; quando o paciente é alérgico a algum tipo de metal; quando o paciente já possui dentes antagonistas 
em cerâmica; quando os dentes apresentam um remanescente dentinário saudável; para dentes com 
tratamento endodôntico que apresentem estrutura dentária remanescente adequada; e para paciente com boa 
higiene oral. 
Por outro lado, está contraindicada para pacientes com hábitos parafuncionais severos; impossibilidade de 
manter o campo operatório seco, principalmente durante o ato da cimentação; presença de margens 
subgengivais; quando o paciente necessita de tratamento ortodôntico; e para pacientes com péssima higiene 
oral. 
Suas vantagens são: alta capacidade estética; saúde periodontal, principalmente nas restaurações 
confeccionadas em cerâmica; alta resistência à abrasão de cerâmica; boa radiodensidade o que permite a sua 
visualização através do exame radiográfico; presença de baixa condutibilidade térmica; grande estabilidade de 
cor principalmente a restauração de cerâmica; e capacidade de restabelecer a resistência do dente após o 
preparo de uma MOD ao do dente hígido. 
Todavia, possui desvantagens como: custo mais elevado; fragilidade da restauração de cerâmica antes da 
colagem; dificuldade da obtenção de contatos proximais, principalmente com a cerâmica; a qualidade estética 
depende da habilidade do técnico laboratorial; e técnica de adesão da restauração é muito sensível. 
O preparo das onlays estéticas são levemente diferentes da restauração metálica. O grau de conicidade é mais 
acentuado e todos os ângulos são arredondados, inclusive os internos. A cerâmica feldspatica é mais friável, 
desta forma, o preparo deve ser mais expulsivo, ou seja, conificação maior, de 15 a 20º. O espaço interoclusal 
nas caixas oclusais deve ser de 1,0 a 1,5mm. Na caixa proximal, o degrau cervical deve ser também de 1,0 a 
1,5mm para que a cerâmica suporte a carga oclusal. 
A extensão cervical do preparo deve permitir acabamento adequado tanto do preparo quanto da restauração 
e permitir isolamento absoluto. Deve-se evitar que o contato oclusal ocorre na interface dente-restauração, 
pois pode ocorrer a fratura da restauração. 
No recobrimento das cúspides deve-se obter volume suficiente de cerâmica 
para resistir às forças de mastigação, sendo 1,5 a 2,0mm nas cúspides de 
trabalho e de no mínimo 1,0mm nas cúspides de balanceio. 
Facetas estéticas – laminados 
São facetas confeccionadas em cerâmica ou em resina composta e que são 
fixadas sobre os dentes com uma resina composta como agente cimentante 
(colagem). Normalmente são confeccionados apenas na face vestibular dos 
dentes. 
São indicadas para dente ou dentes com alteração de cor, com defeitos no esmalte, com múltiplas 
restaurações, com anomalia de forma (conóides), dentes malposicionados e para fechamento de diastemas. 
E todas essas alterações devem estar em um paciente com boa higiene oral. 
Por outro lado, são contraindicadas para pacientes com hábitos parafuncionais severos, com mordida 
cruzada, mordida em topo-a-topo, dentes que não apresentam esmalte, embora essa contraindicação está 
minimizada porque podemos utilizar os adesivos dentinários para obteruma boa adesão da restauração com 
a superfície dentinária e para pacientes com péssima higiene oral. 
Suas vantagens são: alta qualidade estética, excelente capacidade de adesão com a estrutura dental (esmalte 
ou dentina), saúde periodontal uma vez que os preparos devem ser ao nível ou levemente supragengival e 
pela alta biocompatibilidade da cerâmica, alta resistência à abrasão da cerâmica e das resinas compostas de 
última geração, ausência de absorção de fluídos pela cerâmica e o preparo para esse tipo de restauração é 
bastante conservador. 
Por outro lado, suas desvantagens são: é uma restauração que exige um tempo maior para sua confecção, a 
cerâmica apresenta grande dificuldade para reparo quando houver uma fratura, apresenta algumas 
dificuldades técnicas para sua confecção; devido a friabilidade da cerâmica esta restauração é muito frágil 
 
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antes da colagem no dente preparado, já a faceta de resina composta apresenta-se mais resistente antes da 
colagem; as facetas laminadas apresentam um custo mais elevados principalmente em relação às resinas 
compostas diretas. 
O preparo é realizado em 3 planos, com todos os ângulos arredondados e com uma profundidade que varia 
de zero a 1,0mm, envolvendo toda a face vestibular do dente e se estendendo até levemente aquém do ponto 
de contato. Porém em dentes com grandes alterações de cor pode ser necessário levar o preparo até a face 
lingual, rompendo o ponto de contato. Teoricamente, deve-se deixar um V de separação entre um dente e o 
outro para saber onde começa um dente e termina o outro. Pode-se usar o mockup para orientar o preparo do 
dente 
Quanto a localização da margem gengival o preparo pode ser: intrasulcular, ao nível da gengiva marginal e 
supragengival. Deve-se evitar o preparo intrasulcular pois este tipo de preparo irá dificultar demasiadamente a 
colagem da restauração, o que pode levar ao fracasso do trabalho. 
O preparo pode terminar em degrau de 90 graus ou em chanfro. A indicação depende da preferência do 
profissional, porém o término em chanfro apresenta uma vantagem estética, pois a restauração termina 
gradativamente o que permite uma melhor combinação da cor. 
O ideal é que o laminado seja feito só em esmalte, já que a adesão na superfície de esmalte é muito mais 
eficiente que na dentina. Apesar de que atualmente há materiais que permitem uma boa adesão na dentina. 
Se o objetivo for apenas mudar a forma do dente, muitas vezes não há necessidade de fazer preparo no dente. 
Contudo, se o objetivo for mudar a cor de um dente escurecido, devemos desgastar mais. 
Os materiais mais utilizados para confecção das facetas são: resina composta, 
cerômero (resina com características diferentes de polimerização) e cerâmica 
(feldspática ou dissilicato de lítio). A profundidade do material pode ser de 0,3 a 
0,9mm. 
Dependendo da situação clínica e do substrato dental, o preparo da faceta 
laminada pode envolver a incisal e confeccionar um contra-bisel do lado lingual ou 
palatino (A); apenas desgastar a borda incisal em até 2mm (B) ou deixar sem 
preparo na borda incisal (C). 
Moldagem em Prótese Parcial Fixa 
 
Moldagem é o ato de selecionar, manipular, inserir o material de moldagem em uma moldeira, posicioná-la na 
boca do paciente e mantê-la imóvel até a completa reação do material e em seguida, removê-la. 
Molde ou impressão é reprodução negativa da superfície a ser copiada. 
Modelo ou reprodução positiva se obtém pela modelagem ou vazamento do molde, geralmente em gesso, 
materiais refratários ou resina epóxica. 
Materiais de moldagem 
O material de moldagem utilizados podem ser anelástico, sendo a godiva, pasta de óxido de zinco e eugenol, 
gesso e ceras; ou elásticos, tendo os hidrocoloides reversíveis e irreversíveis (alginato) e os elastômetros, 
sendo os polissulfetos, poliéter, silicona de adição e silicona de condensação. 
Esses materiais de moldagem devem preencher alguns requisitos desejáveis, como: odor e gosto agradáveis, 
biocompatibilidade, vida útil adequada, bom custo/benefício, manuseio fácil sem equipamentos, tempo de 
presa adequado, consistência e textura satisfatórias, propriedades elásticas adequadas, resistência à fratura 
ou rasgamento, estabilidade dimensional, compatibilidade com outros materiais, precisão no uso clínico e fácil 
desinfecção. 
Além do material, a execução de uma boa moldagem depende de três requisitos básicos: extensão do 
preparo dentro do sulco gengival, nitidez do término cervical e saúde do tecido gengival. A extensão 
subgengival do preparo deve preservar a saúde periodontal, pois a presença de inflamação gengival com 
 
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sangramento e exsudato inflamatório impede a obtenção de moldes precisos. Além disso, a maioria dos 
materiais de moldagem apresente alteração de suas propriedades na presença de umidade, o que resulta em 
dificuldades técnicas para a obtenção de um bom molde. O término cervical deve ser liso, polido e bem definido, 
para que possa ser copiado em seus detalhes durante a moldagem. As coroas provisórias devem ser bem 
adaptadas e ter contornos corretos, para manter a saúde gengival. 
Para uma boa moldagem, devemos selecionar adequadamente a moldeira, devendo ser resistente e rígida; 
aplicar o adesivo; misturar de forma homogênea e uniforme o material, preenchendo todas a moldeira com ele; 
verificar se o molde não apresenta nenhuma bolha, falha, rasgo, superfície rugosa ou exposição da moldeira; 
deve haver uma boa união entre o material pesado e o leve e boa resistência de união entre o material de 
moldagem e a moldeira; por fim, deve-se informar ao técnico sobre o material de moldagem utilizado. 
O ALGINATO possui desvantagens, como: estabilidade dimensional ruim alterada pela temperatura e 
umidade; requer vazamento imediato; possui propriedades elásticas moderadas e baixa resistência à fratura 
ou rasgamento, sendo ruim para áreas retentivas; incompatibilidade com materiais para moldagem; baixa 
reprodução de detalhes. Por outro lado, possui vantagens, como: odor e gosto agradáveis; biocompatibilidade; 
bom custo/benefício; manuseio fácil, sem equipamentos; tempo de presa de 3-4min; tempo de trabalho de 2-
3min; e fácil desinfecção. A moldagem em alginato pode ser usada para se obter: modelo de estudo, modelo 
antagonista, moldagem de transferência e coroas provisórias. 
Os POLISSULFETOS OU MERCAPTANAS é um material pouco utilizado atualmente. Era mais utilizado para 
moldagem de trabalho com casquetes de resina. Sua apresentação é feita em bisnagas. Há três tipos de 
consistências: baixa (seringa), regular e alta (moldeira). Possuem desvantagens, como: odor desagradável; 
necessidade de uso de moldeira individual e adesivo; tempo de presa longo de 7-10 min; presença de água 
como subproduto; alteração dimensional; vazamento do gesso imediato; e manchamento de roupa. Por outro, 
possuem vantagens, como boa reprodução de detalhes; baixo custo; alta resistência ao rasgamento; e tempo 
de trabalho longo de 4-6min. 
A apresentação da SILICONA DE CONDENSAÇÃO é feita em potes e bisnagas, apresentando consistência 
leve e pesada. Possui desvantagens como a formação de subproduto, sendo álcool etílico; baixa estabilidade 
dimensional; requer vazamento imediato; baixa resistência ao rasgamento; período de armazenamento curto; 
possui octoato de estanho (reação eczematosa); e gera manchamento de roupas. Por outro lado, possui 
vantagens, como: odor mais agradável; tempo de trabalho e tempo de presa suficientes; boa resistência ao 
rasgamento; boa recuperação elástica; boa reprodução de detalhes; fácil remoção e pode ser usado com 
moldeiras de estoque. 
A SILICONA DE ADIÇÃO possui desvantagens, como liberaçãode hidrogênio, sendo necessário aguardar 
1h para vazamento a fim de evitar porosidades no gesso; pode apresentar dificuldade de remoção da boca; 
possui um alto custo e vida útil curta. Por outro lado, possui vantagens, como tempo de presa curto; facilidade 
de manipulação; boa resistência ao rasgamento; excelente reprodução detalhes; excelente estabilidade 
dimensional; baixa deformação permanente; o vazamento pode ser feito em até 1 semana; pode ser feito um 
2º vazamento sem perda de qualidade; odor agradável; não é tóxico e nem irritante. 
O POLIÉTER possui desvantagens, como: apresentar elevada rigidez; remoção difícil; hidrofílico, isto é, pode 
absorver água; necessidade de moldeira individual; e pode provocar alergia devido a presença de éster 
sulfônico. Por outro lado, possui vantagens, como: não há subproduto; excelente estabilidade dimensional; 
vazamento em até 1 semana; permite um segundo vazamento; boa resistência ao rasgamento; facilidade de 
uso; boa recuperação elástica e é menos hidrofóbico. 
Modelos utilizados em PPF 
Os modelos utilizados em PPR são: modelo de estudo, modelo de relacionamento, modelo de trabalho/troquel, 
troquel isolado e modelo de transferência. 
O MODELO DE ESTUDO é a réplica do estado inicial da arcada, sendo então o modelo inicial. Pode ser feito 
em gesso tipo III ou IV e moldado em alginato. Este modelo deve ser montado em ASA com auxílio de um arco 
facial e registro em cêntrica, para que seja estudada a relação entre os dentes, espaços protéticos, oclusão e 
a partir daí seja feito o planejamento inicial. Neste modelo, podemos fazer o enceramento diagnóstico, a fim 
 
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de passar o orçamento do caso e esclarecer ao paciente o planejamento. Por meio dele, também é possível 
confeccionar a moldeira individual e os provisórios. 
O MODELO DE RELACIONAMENTO é a réplica da arcada após o preparado dos dentes. Pode ser feito em 
gesso tipo III ou IV e moldado em alginato. Também deve ser montado em ASA em máxima intercuspidação 
habitual (MIH). Após o início do enceramento no troquel, o modelo de relacionamento serve para esculpir os 
contornos axiais (vestibular, lingual e proximais) e para obter os contatos oclusais e proximais. 
O MODELO DE TRABALHO é a réplica dos dentes preparados, feito para execução dos trabalhos 
laboratoriais. Para se obter este modelo, a moldagem deve ser feita com silicona de condensação ou silicona 
de adição. O modelo deve ser vazado com gesso tipo III ou IV. Deve ser montado em ASA por meio da MIH. 
Para trabalhos laboratoriais, pode-se serrar troqueis removíveis isolados, nos quais serão feitos o enceramento 
e adaptação cervical. De volta ao modelo de relacionamento, são feitos os contornos axiais, interproximais e 
interoclusais. 
O MODELO DE TRANSFERÊNCIA é o modelo para o qual as estruturas metálicas foram transferidas ou 
arrastadas. É nele que haverá o coping ou estrutura metálica, para aplicação da parte estética. 
Técnicas de moldagem para obtenção do troquel ou modelo de trabalho: 
As técnicas de moldagem são: técnica do casquete, técnica da moldeira individual, técnica da dupla impressão 
ou reembasamento, técnica da dupla mistura, um só tempo e técnica da moldagem tripla. 
É feita moldagem do dente preparado, que muitas vezes está em torno de 0,5mm dentro do sulco gengival. O 
ideal é que na moldagem seja possível copiar esse pedaço do dente dentro do sulco gengival sem preparo 
(0,3mm + 0,5mm do degrau = 0,8mm de cópia intrasulcular). Para isso, a gengiva deve estar totalmente 
saudável, sendo ideal o biotipo gengival espesso. Logo, o ideal é que haja cópia de um mínimo de 0,3mm de 
dente, cervical à linha de término, é uma informação fundamental para a elaboração de restaurações indiretas. 
TÉCNICA DO CASQUETE: 
É uma técnica atraumática, simples, barata, precisa, confiável, segura e indolor. Proporciona grande conforto 
para o paciente pois moldamos individualmente cada dente além de não necessitar anestesia e nem a 
utilização de fio retrator. O afastamento gengival obtido pela técnica do casquete é apenas mecânico e o 
epitélio juncional e a inserção conjuntiva não são afetados, promovendo dessa maneira mínima ou nula 
recessão gengival. A técnica do casquete é extremamente útil para os casos de tecido gengival fino. 
O casquete, normalmente, é confeccionado em resina acrílica, podendo ser realizado de várias maneiras: pela 
técnica do pincel, técnica da bolinha, direto na boca e pela técnica da duplicação da coroa provisória. 
Técnica direta: 
Inicia manipulando a resina autopolimerizável em um pote de dappen com o auxílio de espátula 7. Faz um 
rolete com essa resina e adaptar sobre o dente preparado, previamente umedecido com água para evitar 
aderência da resina. O formato deve envolver o dente preparado, seguindo seu longo eixo e deve possibilitar 
sua apreensão pelo operador. Retira da boca do paciente e coloca em um recipiente com água para o término 
da polimerização da resina. Com fresa de tungstênio de corte transversal realizar o desgaste externo do 
casquete eliminando os excessos, deixando as superfícies retas, exceto na face vestibular do casquete que 
terá uma depressão para identificar o lado vestibular do casquete e facilitar os procedimentos de ajuste e 
moldagem. Retorna o casquete sobre o dente preparado e verificar a adaptação inicial. Com a fresa de 
tungstênio, alivia o interior do casquete, em profundidade pela inserção da fresa no sentido do longo eixo e em 
largura pela inclinação da mesma em direção à borda do casquete, criando espaço adequado para o 
reembasamento com resina acrílica Duralay. Verifica a adaptação do casquete no dente preparado. 
A resina deve ser manipulada com quantidade de monômero suficiente para obtenção de adequado 
molhamento dos grânulos e uma mistura com consistência uniforme. No início da fase fibrosa, com a superfície 
ainda brilhante (nesta fase há uma melhor adesão da resina recém manipulada com a já polimerizada), é 
levada ao interior do casquete, além das suas bordas. Em seguida, após breve inserção e remoção do conjunto 
casquete/resina em água, manipula-se a resina inserida no casquete até a fase plástica quando não há 
desprendimento de fibrilas de resina quando então o conjunto é levado ao dente preparado. A inserção do 
casquete é realizada em várias etapas, com compressão dos excessos contra o sulco gengival: a primeira 
 
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etapa vai até o terço médio do dente preparado em trajetória retilínea seguindo o longo eixo, os excessos de 
resina são manualmente comprimidos na direção do sulco gengival e nas faces proximais com o auxílio de 
espátula 7, na segunda etapa, faz-se uma outra compressão associada a movimentos rotacionais, para que o 
casquete se adapte ao preparo. Aguarda a fase borrachóide da resina acrílica, remove do dente e imerge o 
conjunto em água fria. Observa se houve a penetração da resina no sulco gengival verificada pela presença 
de resina além da margem do preparo, na forma de borda afilada. No entanto, se a borda estiver arredondada, 
o molde estará inadequado e deve-se repetir a operação de reembasamento. 
Posiciona a fresa de tungstênio na superfície externa do casquete, seguindo o longo eixo do preparo, 
desgastando os excessos ao nível da borda afilada. Realiza o alívio interno com broca de aço esférica números 
6 ou 8: o diâmetro da broca na porção oclusal ou incisal do casquete e nas paredes laterais ou axiais deve ser 
½ do diâmetro, sem interferir na borda afilada. Verifica o aspecto interno final do casquete com espaço 
adequado para o material de moldagem. Verifica a adaptação do casquete na boca que não pode travar no 
dente. Caso isso ocorra, significa que há excessos na borda afilada,

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