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NERVOS CRANIANOS SENTIDOS ESPECIAIS EXAMES DOS PARES CRANIANOS

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JOSÉ GUILHERME DE PINHO MEDEIROS 
APG: NERVOS CRANIANOS E SENTIDOS ESPECIAIS – SOI II 
ITPAC BRAGANÇA – MEDICINA 2º PERÍODO 
Conceitos-Chave 
Organização dos nervos cranianos 
 
Os 12 pares de nervos cranianos 
deixam o encéfalo ou a parte superior da 
medula espinal e atravessam forames e 
fissuras no crânio. Todos os nervos 
distribuem-se na cabeça e no pescoço, 
com exceção do nervo craniano X (VAGO), 
que também supre estruturas no tórax e 
no abdome. 
• Os nervos olfatório, óptico e 
vestibulococlear são totalmente sensitivos. 
Os nervos oculomotor, troclear, 
abducente, acessório e hipoglosso são 
exclusivamente motores. Todos os outros 
nervos cranianos são sensitivos e motores. 
(mistos) 
 
Nervo craniano I - OLFATÓRIO	
 
 
• Os nervos olfatórios consistem em uma 
série de células bipolares localizadas na 
mucosa do teto da cavidade nasal. Os 
filamentos do nervo olfatório que se 
projetam reagem a odores no ar, 
estimulando os nervos olfatórios 
Estes nervos são amielínicos, mas 
envolvidos por células de Schwann e 
projetam-se através da lâmina cribriforme 
para fazer sinapse nas células mitrais e 
células em tufo localizadas no bulbo 
olfatório. 
Os axônios das células mitrais e células em 
tufo formam o trato olfatório e projetam-se 
para o córtex olfatório primário, 
executando a função do olfato. 
Conexões secundárias por todo o córtex 
são responsáveis pelo reconhecimento ou 
desencadeamento das respostas 
emocionais e autonômicas ao odor 
detectado. 
 
Nervo craniano II – ÓPTICO	
 
 
JOSÉ GUILHERME DE PINHO MEDEIROS 
APG: NERVOS CRANIANOS E SENTIDOS ESPECIAIS – SOI II 
ITPAC BRAGANÇA – MEDICINA 2º PERÍODO 
 
• As fibras do nervo óptico são os axônios 
das células do estrato ganglionar da retina. 
O nervo óptico deixa a cavidade orbital 
através do canal óptico e une-se com o 
nervo óptico do lado oposto, formando o 
quiasma óptico. 
O trato óptico surge a partir do quiasma 
óptico e conduz axônios da metade 
complementar de cada olho (i. e., 
hemicampo nasal, ipsilateral com 
hemicampo temporal contralateral) 
A maioria das fibras do trato óptico fazem 
sinapse no corpo geniculado lateral do 
tálamo, que se projeta para o córtex visual 
primário por meio das radiações ópticas. 
Um pequeno número de fibras não faz 
sinapse no núcleo geniculado lateral, 
porém projeta-se para o núcleo pré-tetal e 
colículo superior; essas fibras estão 
relacionadas com os reflexos fotomotores. 
 
Nervo craniano III - OCULOMOTOR 
 
 
O nervo oculomotor conduz fibras motoras 
somáticas e viscerais dos núcleos do nervo 
oculomotor principal e de Edinger-
Westphal, respectivamente 
Esse nervo controla o movimento dos 
músculos extraoculares, e o músculo liso 
da íris e músculos ciliares para as ações de 
constrição e acomodação. 
As fibras nervosas saem do mesencéfalo 
na fossa interpeduncular e saem da 
cavidade do crânio pela fissura orbital 
superior. 
 
Nervo craniano IV - TROCLEAR 
 
As fibras motoras do núcleo do nervo 
troclear deixam o mesencéfalo 
posteriormente e decussam 
imediatamente com o nervo do lado 
oposto. 
Os nervos trocleares seguem 
anteriormente em torno do mesencéfalo e 
deixam a cavidade do crânio por meio da 
fissura orbital superior para inervar o 
músculo oblíquo superior do bulbo do 
olho. 
 
Nervo craniano V - TRIGÊMEO	
 
 
O nervo trigêmeo é o maior nervo craniano, 
que conduz a sensação para a cabeça e o 
controle motor para os músculos da 
mastigação. 
O nervo trigêmeo possui quatro núcleos: o 
núcleo principal (sensitivo), o núcleo 
espinal (sensitivo), o núcleo mesencefálico 
(sensitivo) e o núcleo motor. 
 
 
JOSÉ GUILHERME DE PINHO MEDEIROS 
APG: NERVOS CRANIANOS E SENTIDOS ESPECIAIS – SOI II 
ITPAC BRAGANÇA – MEDICINA 2º PERÍODO 
• As sensações de dor, temperatura, tato e 
pressão seguem ao longo dos axônios 
cujos corpos celulares estão localizados no 
gânglio sensitivo trigeminal ou semilunar. 
• As sensações de toque e pressão são 
conduzidas por fibras que fazem sinapse 
no núcleo principal. 
• As sensações de dor e temperatura são 
conduzidas por fibras que fazem sinapse 
no núcleo espinal. 
• As fibras proprioceptivas dos músculos 
da face, órbita, boca e mastigação fazem 
sinapse no núcleo mesencefálico. 
 
O nervo trigêmeo é formado por três 
nervos principais: oftálmico (V1), maxilar 
(V2) e mandibular (V3). 
 
Nervo craniano VI - ABDUCENTE 
 
 
As fibras motoras do núcleo do nervo 
abducente saem do mesencéfalo na 
junção da ponte e do bulbo. 
O nervo abducente sai da cavidade do 
crânio por meio da fissura orbital superior 
para alcançar a órbita, onde inerva o 
músculo reto lateral do bulbo do olho. 
 
Nervo craniano VII – FACIAL 
 
 
As fibras do nervo facial originam-se do 
núcleo motor principal, do núcleo 
salivatório superior (parassimpático), do 
núcleo lacrimal (parassimpático) e núcleo 
do trato solitário (sensitivo). 
As fibras motoras saem da cavidade do 
crânio pelo meato acústico interno, onde 
se unem à raiz sensitiva que se origina do 
gânglio geniculado. 
As fibras do núcleo motor inervam os 
músculos da expressão facial, o músculo 
estapédio, o ventre posterior do músculo 
digástrico eo músculo estilo-hióideo. 
 
As fibras do núcleo salivatório superior 
suprem as glândulas salivares 
submandibulares e sublinguais. O núcleo 
lacrimal supre a glândula lacrimal. 
 
O núcleo sensitivo recebe fibras 
gustatórias dos dois terços anteriores da 
língua. 
 
JOSÉ GUILHERME DE PINHO MEDEIROS 
APG: NERVOS CRANIANOS E SENTIDOS ESPECIAIS – SOI II 
ITPAC BRAGANÇA – MEDICINA 2º PERÍODO 
 
 
Nervo craniano VIII 
VESTIBULOCOCLEAR 
 
 
O nervo vestibulococlear consiste em duas 
partes: o nervo vestibular e o nervo coclear. 
O nervo vestibular conduz informações do 
utrículo, do sáculo e dos canais 
semicirculares sobre a posição da cabeça 
Os corpos celulares dessas fibras estão 
posicionados no gânglio vestibular e 
projetam-se para o complexo nuclear 
vestibular, um grupo de núcleos que 
transmitem a informação vestibular para o 
córtex e a medula espinal 
O nervo coclear consiste em corpos 
celulares bipolares no gânglio espiral da 
cóclea, em que as fibras conduzem 
sensações da cóclea para os núcleos 
coclear anterior e posterior. Os neurônios 
de segunda ordem dos núcleos cocleares 
comunicam-se com o núcleo posterior do 
corpo trapezoide, que emite um feixe de 
fibras de terceira ordem, denominado 
lemnisco lateral, para o colículo inferior e o 
corpo geniculado medial. A partir daqui, os 
axônios projetam-se para o córtex auditivo 
primário do giro temporal superior. 
 
Nervo craniano IX 
GLOSSOFARÍNGIEO	
 
 
O nervo glossofaríngeo possui quatro 
núcleos: o núcleo motor principal, o núcleo 
salivatório inferior (parassimpático), o 
núcleo espinal do nervo trigêmeo 
(sensitivo) e o núcleo do trato solitário 
(sensitivo) 
As fibras motoras inervam os músculos 
estilofaríngeos. 
As fibras parassimpáticas inervam a 
glândula salivar parótida. 
As fibras sensitivas da faringe e do terço 
posterior da língua fazem sinapse no 
núcleo espinal do nervo trigêmeo, 
enquanto as sensações gustatórias e os 
reflexos do seio carótico e corporal fazem 
sinapse no núcleo do trato solitário 
• O nervo glossofaríngeo sai da cavidade 
do crânio através do forame jugular. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
JOSÉ GUILHERME DE PINHO MEDEIROS 
APG: NERVOS CRANIANOS E SENTIDOS ESPECIAIS – SOI II 
ITPAC BRAGANÇA – MEDICINA 2º PERÍODO 
Nervo craniano X - VAGO 
 
 
O nervo vago possui quatro núcleos: o 
núcleo ambíguo (motor), o núcleo 
posterior (parassimpático), o núcleo 
espinal do nervo trigêmeo (sensitivo) e o 
núcleo do trato solitário (sensitivo) 
 As fibras motoras do núcleo ambíguo 
inervam os músculos constritores da 
faringe e os músculos intrínsecos da 
laringe. 
As fibras sensitivas conduzem as 
sensações gustatórias da epiglote e 
aferentes viscerais dos órgãos, e fazem 
sinapse no núcleo do trato solitário. As 
sensações da mucosa da laringe terminam 
no núcleo espinal do nervo trigêmeo. 
As fibras parassimpáticas do núcleoposterior do nervo vago distribuem-se para 
os músculos involuntários dos brônquios, 
do coração, esôfago, estômago, intestino 
delgado e até o terço distal do colo 
transverso. 
• O nervo vago sai da cavidade do crânio 
através do forame jugular. 
 
 
Nervo craniano XI - ACESSÓRIO 
 
 
O nervo acessório é um nervo motor, que 
recebe fibras eferentes do núcleo ambíguo 
e da coluna cinzenta anterior dos primeiros 
cinco segmentos da medula espinal. 
As fibras que se originam nas colunas 
cinzentas produzem movimento dos 
músculos SCM e trapézio. 
As fibras do núcleo ambíguo seguem com 
o nervo vago e são habitualmente 
atribuídas às funções do NC X. 
• O nervo acessório sai da cavidade do 
crânio através do forame jugular. 
 
 
 
 
 
 
 
JOSÉ GUILHERME DE PINHO MEDEIROS 
APG: NERVOS CRANIANOS E SENTIDOS ESPECIAIS – SOI II 
ITPAC BRAGANÇA – MEDICINA 2º PERÍODO 
Nervo craniano XII - HIPOGLOSSO 
 
• O nervo hipoglosso é um nervo motor que 
recebe suas fibras eferentes do núcleo do 
nervo hipoglosso e inerva os músculos da 
língua 
O nervo hipoglosso sai do bulbo entre a 
pirâmide e a oliva, e atravessa o canal do 
hipoglosso para sair da cavidade do crânio. 
 
Exame clínico dos Nervos 
Cranianos 
 
Nervo olfatório 
 
• Em primeiro lugar, determine se as 
passagens nasais estão desobstruídas. 
• Em seguida, aplique alguma 
substância aromática facilmente 
identificável, como óleo de menta, óleo 
de cravo-da-índia ou tabaco, a uma 
narina de cada vez. 
• Pergunte ao paciente se ele consegue 
sentir algum odor; em caso afirmativo, 
peça ao paciente que identifique o 
odor. Convém lembrar que os sabores 
dos alimentos dependem do sentido do 
olfato, e não da gustação. 
A anosmia bilateral pode ser causada por 
doença da mucosa olfatória, como 
resfriado comum ou rinite alérgica. A 
anosmia unilateral pode resultar de uma 
doença que afeta os nervos, o bulbo ou o 
trato olfatório. Uma lesão do córtex 
olfatório em um lado tem pouca 
probabilidade de produzir anosmia 
completa, uma vez que as fibras de cada 
trato olfatório seguem o seu trajeto para os 
dois hemisférios cerebrais. 
 
Nervo óptico 
 
• Primeiro, pergunte ao paciente se 
observou qualquer alteração na sua 
visão. É preciso testar a acuidade visual 
para a visão de perto e distante. A visão 
de perto é testada pedindo-se ao 
paciente para ler um cartão com letras 
e números de tamanho padrão. Cada 
olho é testado, separadamente, com ou 
sem óculos. A visão distante é testada 
pedindo-se ao paciente para ler o 
quadro de Snellen a uma distância de 
6 m. 
• Em seguida, devem ser testados os 
campos visuais. O paciente e o 
examinador sentam-se um em frente 
do outro, a uma distância de 60 cm. 
Pede-se ao paciente que cubra o olho 
direito, e o examinador cobre então o 
seu próprio olho esquerdo. Pede-se ao 
paciente olhar para a pupila do olho 
direito do examinador. 
• Em seguida, o examinador desloca um 
pequeno objeto seguindo um 
movimento em arco ao redor da 
periferia do campo de visão e pergunta 
ao paciente se ele pode ver o objeto. A 
extensão do campo visual do paciente 
é comparada com o campo normal do 
examinador. 
• Em seguida, testa-se o outro olho. O 
examinador precisa ter o cuidado de 
não omitir uma perda ou 
comprometimento da visão na área 
central do campo (escotoma central). 
• Lesões da via visual 
As lesões da via óptica podem ter muitas 
causas patológicas. Os tumores 
expansivos do encéfalo e de estruturas 
 
JOSÉ GUILHERME DE PINHO MEDEIROS 
APG: NERVOS CRANIANOS E SENTIDOS ESPECIAIS – SOI II 
ITPAC BRAGANÇA – MEDICINA 2º PERÍODO 
vizinhas, como a hipófise e as meninges, e 
os acidentes vasculares encefálicos são 
comumente responsáveis. Os efeitos mais 
disseminados sobre a visão ocorrem onde 
as fibras nervosas da via visual estão 
firmemente reunidas, como no nervo 
óptico ou no trato óptico. 
 
 
Nervo oculomotor 
 
O nervo oculomotor supre todos os 
músculos extraoculares, com exceção dos 
músculos oblíquo superior e reto lateral do 
bulbo do olho. Supre também o músculo 
estriado do levantador da pálpebra 
superior e o músculo liso relacionado com 
a acomodação, isto é, o músculo esfíncter 
da pupila e o músculo ciliar. 
 
Em uma lesão completa do nervo 
oculomotor, o olho não consegue ser 
movido para cima, para baixo ou 
medialmente. Em repouso, o olho olha 
lateralmente (estrabismo externo), devido 
à atividade do músculo reto lateral do 
bulbo do olho, e para baixo, devido à 
atividade do músculo oblíquo superior do 
bulbo do olho. O paciente tem visão dupla 
(diplopia). Ocorre queda da pálpebra 
superior (ptose), devido à paralisia do 
músculo levantador da pálpebra superior. 
A pupila está amplamente dilatada e não 
reage à luz, devido à paralisia do músculo 
esfíncter da pupila e ação sem oposição do 
músculo dilatador da pupila (suprido pela 
parte simpática). A acomodação do olho é 
paralisada. 
As lesões incompletas do nervo 
oculomotor são comuns e podem poupar 
os músculos extraoculares ou os músculos 
intra-oculares. A condição na qual a 
inervação dos músculos extraoculares é 
preservada, com perda seletiva da 
inervação autonômica do músculo 
esfíncter da pupila e músculo ciliar, é 
denominada oftalmoplegia interna. O 
distúrbio em que o músculo esfíncter da 
pupila e o músculo ciliar são preservados, 
com paralisia dos músculos extraoculares, 
é denominada oftalmoplegia externa. 
A possível explicação para o 
comprometimento dos nervos autônomos 
e a preservação das fibras remanescentes 
é a de que as fibras autonômicas 
parassimpáticas estão localizadas 
superficialmente dentro do nervo 
oculomotor e tendem a ser as primeiras 
afetadas pela compressão. A natureza da 
doença também desempenha um papel. 
Por exemplo, nos casos de diabetes melito 
com comprometimento da condução 
nervosa (neuropatia diabética), as fibras 
autonômicas não são afetadas, enquanto 
os nervos para os músculos extra-oculares 
são paralisados. 
Os distúrbios que apontam mais 
comumente o nervo oculomotor incluem 
diabetes melito, aneurisma, tumor, 
traumatismo, inflamação e doença 
vascular. Ver lesões do nervo oculomotor 
no mesencéfalo (síndrome de Benedikt). 
 
Nervo troclear 
 
JOSÉ GUILHERME DE PINHO MEDEIROS 
APG: NERVOS CRANIANOS E SENTIDOS ESPECIAIS – SOI II 
ITPAC BRAGANÇA – MEDICINA 2º PERÍODO 
 
O nervo troclear supre o músculo oblíquo 
superior do bulbo do olho, cuja ação 
consiste na rotação do olho para baixo e 
lateralmente. 
• Nas lesões do nervo troclear, o 
paciente queixa-se de diplopia ao olhar 
diretamente para baixo, uma vez que 
as imagens dos dois olhos são 
inclinadas uma em relação à outra. Isso 
se deve à paralisia do músculo oblíquo 
superior do bulbo do olho, de modo que 
o olho se movimenta medialmente e 
para baixo. De fato, o paciente tem 
grande dificuldade em movimentar o 
olho para baixo e lateralmente. 
Os distúrbios que afetam com mais 
frequência o nervo troclear incluem 
estiramento ou equimose como 
complicação de traumatismos 
cranioencefálicos (o nervo é longo e 
delgado), trombose do seio cavernoso, 
aneurisma da artéria carótida interna e 
lesões vasculares da parte dorsal do 
mesencéfalo. 
 
Nervo abducente 
 
O nervo abducente supre o músculo reto 
lateral do bulbo do olho, cuja ação consiste 
em rotação lateral do olho. Em uma lesão 
do nervo abducente, não há rotação lateral 
do olho. Quando o paciente olha 
diretamente para frente, o músculo lateral 
do bulbo do olho está paralisado, e o 
músculo reto medial sem oposição 
traciona medialmente o bulbo do olho, 
causando estrabismo interno. Ocorre 
também diplopia. 
As lesões do nervo abducente incluem 
dano em consequência de traumatismo 
cranioencefálico (o nervo é longo e 
delgado), trombose do seio cavernoso ou 
aneurisma da artéria carótida interna e 
lesões vasculares da ponte. 
 
Nervo trigêmeo 
 
O nervo trigêmeo possui raízes sensitiva e 
motora. A raiz sensitiva segue para o 
gânglio trigeminal, a partir do qual 
emergem os nervos oftálmico (V1), maxilar 
(V2)e mandibular (V3). A raiz motora une-
se ao nervo mandibular. 
• A função sensitiva pode ser testada 
aplicando-se um pedaço de algodão e 
um alfinete a cada área da face suprida 
pelas divisões do nervo trigêmeo. 
 
• A função motora pode ser testada 
pedindo ao paciente para cerrar os 
dentes. Os músculos masseter e 
temporal podem ser palpados, e 
percebe-se o seu endurecimento 
quando contraem. 
 
NEURALGIA DO TRIGÊMEO 
Na neuralgia do trigêmeo, a dor lancinante 
intensa na face é de causa desconhecida e 
envolve as fibras de dor do nervo trigêmeo. 
A dor é sentida mais comumente nas áreas 
cutâneas inervadas pelos nervos 
mandibular e maxilar, divisões do nervo 
trigêmeo; só raramente é que a dor é 
sentida na área suprida pelo nervo 
oftálmico. 
 
Nervo facial 
 
O nervo facial supre os músculos da 
expressão facial, supre os dois terços 
anteriores da língua com fibras 
gustatórias, e é secretomotor para as 
glândulas lacrimais, submandibulares e 
sublinguais. 
• Para testar o nervo facial, pede-se ao 
paciente para mostrar os dentes, 
separando os lábios com os dentes 
cerrados. Normalmente, aparecem 
áreas iguais dos dentes superiores e 
 
JOSÉ GUILHERME DE PINHO MEDEIROS 
APG: NERVOS CRANIANOS E SENTIDOS ESPECIAIS – SOI II 
ITPAC BRAGANÇA – MEDICINA 2º PERÍODO 
inferiores nos dois lados. Se houver 
uma lesão do nervo facial em um dos 
lados, a boca fica distorcida. Uma área 
maior dos dentes é revelada no lado do 
nervo intacto, visto que a boca é 
tracionada para aquele lado. 
• Outro teste útil consiste em pedir ao 
paciente para fechar firmemente os 
dois olhos. Em seguida, o examinador 
tenta abrir os olhos elevando 
delicadamente as pálpebras superiores 
do paciente. No lado da lesão, o 
músculo orbicular do olho está 
paralisado, de modo que a pálpebra é 
facilmente elevada naquele lado. 
• Pode-se testar a sensação do paladar 
em cada metade dos dois terços 
anteriores da língua colocando 
pequenas quantidades de açúcar, sal, 
vinagre e quinina na língua, para as 
sensações doce, salgada, azeda e 
amarga. 
 
LESÕES DO NERVO FACIAL 
• O nervo facial pode ser lesionado ou 
pode tornar-se disfuncional em 
qualquer ponto ao longo deo seu 
extenso trajeto do tronco encefálico 
até a face. A sua relação anatômica 
com outras estruturas ajuda 
acentuadamente na localização da 
lesão. 
Se o nervo abducente (que supre o 
músculo reto lateral do bulbo do olho) 
e o nervo facial não estiverem 
funcionando, isso deve sugerir a 
presença de lesão na ponte. Se o nervo 
vestibulococlear (para o equilíbrio e a 
audição) e o nervo facial não estiverem 
funcionando, isso sugere a presença de 
lesão no meato acústico interno. Se o 
paciente for excessivamente sensível 
ao som em uma orelha, a lesão 
provavelmente acomete o nervo para o 
músculo estapédio, que surge do nervo 
facial no canal do nervo facial. 
A perda da gustação nos dois terços 
anteriores da língua indica que o nervo 
facial está lesionado proximalmente ao 
ponto onde emite o ramo corda do 
tímpano no canal do nervo facial. 
Uma tumefação firme da glândula salivar 
parótida associada ao comprometimento 
da função do nervo facial indica fortemente 
um câncer de glândula parótida, com 
comprometimento do nervo dentro da 
glândula. 
Lacerações profundas da face podem 
acometer ramos do nervo facial. 
A parte do nervo facial que controla os 
músculos da parte superior da face recebe 
fibras corticonucleares de ambos os 
hemisféricos cerebrais. Por conseguinte, 
com uma lesão que acomete os neurônios 
motores superiores, apenas os músculos 
da parte inferior da face estarão 
paralisados. Entretanto, em pacientes com 
lesão do núcleo motor do nervo facial ou 
do próprio nervo facial – ou seja, uma lesão 
do neurônio motor inferior, todos os 
músculos no lado afetado da face estarão 
paralisados. 
• A pálpebra inferior pende, e o ângulo 
da boca descai. As lágrimas fluem 
sobre a pálpebra inferior, e a saliva 
escorre do ângulo da boca. O paciente 
é incapaz de fechar o olho e de expor 
totalmente os dentes no lado afetado. 
• Em pacientes com hemiplegia, os 
movimentos emocionais da face são 
habitualmente preservados. Isso indica 
que os neurônios motores superiores 
que controlam esses movimentos 
miméticos seguem um trajeto 
separado daquele das fibras 
corticobulbares principais. Uma lesão 
envolvendo isoladamente essa via 
separada resulta em perda dos 
movimentos emocionais, porém com 
 
JOSÉ GUILHERME DE PINHO MEDEIROS 
APG: NERVOS CRANIANOS E SENTIDOS ESPECIAIS – SOI II 
ITPAC BRAGANÇA – MEDICINA 2º PERÍODO 
preservação dos movimentos 
voluntários. A ocorrência de uma lesão 
mais extensa produz paralisia facial 
mimética e voluntária. 
 
PARALISIA DE BELL 
A paralisia de Bell é uma disfunção do 
nervo facial, no seu trajeto dentro do canal 
do nervo facial; essa paralisia é 
habitualmente unilateral. O local da 
disfunção determina os aspectos da 
função do nervo facial que estão 
comprometidos. 
 
NERVO VESTIBULOCOCLEAR 
O nervo vestibulococlear inerva o utrículo 
e o sáculo, que são sensíveis a alterações 
estáticas no equilíbrio; os canais 
semicirculares, que são sensíveis a 
alterações no equilíbrio dinâmico; e a 
cóclea, que é sensível ao som. 
 
Os distúrbios da função do nervo 
vestibular incluem tontura (vertigem) e 
nistagmo. O nistagmo vestibular é uma 
oscilação rítmica incontrolável dos olhos, e 
a fase rápida afasta-se do lado da lesão. 
 
• A função vestibular pode ser 
investigada com testes calóricos. 
Esses testes consistem em elevar e 
reduzir a temperatura no meato 
acústico externo, que induz correntes 
de convecção na endolinfa dos canais 
semicirculares (principalmente do 
canal semicircular lateral) e estimula as 
terminações nervosas. 
As causas de vertigem incluem doenças 
do labirinto, como a doença de Ménière. 
Lesões do nervo vestibular, dos núcleos 
vestibulares e do cerebelo também podem 
ser responsáveis. A esclerose múltipla, os 
tumores e as lesões vasculares do tronco 
encefálico também causam vertigem. 
distúrbios da função do nervo coclear. 
Os distúrbios da função do nervo coclear 
manifestam-se como surdez e zumbido. 
Deve-se testar a capacidade do paciente 
de ouvir uma voz sussurrada ou um 
diapasão vibrando, e cada orelha deve ser 
testada separadamente. 
A perda da audição pode resultar de um 
defeito do mecanismo de condução 
auditivo na orelha média, de dano às 
células receptoras no órgão espiral na 
cóclea, de lesão do nervo coclear, de uma 
lesão das vias auditivas centrais ou de 
lesão do córtex do lobo temporal. 
• As lesões da orelha interna incluem a 
doença de Ménière, a labirintite aguda 
e trauma após traumatismo 
cranioencefálico. 
• As lesões do nervo coclear incluem 
tumor (neuroma acústico) e 
traumatismo. As lesões do sistema 
nervoso central incluem tumores do 
mesencéfalo e esclerose múltipla. 
Apenas as lesões bilaterais do lobo 
temporal causam surdez. 
 
NERVO GLOSSOFARÍNGEO 
O nervo glossofaríngeo supre o músculo 
estilofaríngeo e emite fibras 
secretomotoras para a glândula parótida. 
As fibras sensitivas inervam o terço 
posterior da língua para a sensação geral 
e gustação. 
 
JOSÉ GUILHERME DE PINHO MEDEIROS 
APG: NERVOS CRANIANOS E SENTIDOS ESPECIAIS – SOI II 
ITPAC BRAGANÇA – MEDICINA 2º PERÍODO 
 
• A integridade desse nervo pode ser 
avaliada testando a sensibilidade geral 
do paciente e a gustação no terço 
posterior da língua. 
As lesões isoladas do nervo 
glossofaríngeo são raras e, em geral, 
também acometem o nervo vago. 
 
NERVO VAGO 
 
O nervo vago inerva muitos órgãos 
importantes, porém o exame desse nervo 
depende da avaliação da função dos ramos 
para a faringe, o palato mole e a laringe. 
 
• O reflexo faríngeo ou de ânsia de 
vômito pode ser testado tocando-se a 
parede lateral da faringe com uma 
espátula. Isso deve causar 
imediatamente ânsia de vômito, isto é, 
ocorre contração dos músculos 
faríngeos. O neurônio aferente do 
reflexo faríngeo segue o seu trajeto no 
nervo glossofaríngeo,e os neurônios 
eferentes seguem nos nervos 
glossofaríngeo (para o músculo 
estilofaríngeo) e vago (músculos 
constritores da faringe). As lesões 
unilaterais do nervo vago provocam 
redução ou ausência do reflexo de 
ânsia de vômito naquele lado. 
• A inervação do palato mole pode ser 
testada pedindo ao paciente para dizer 
“ah”. Normalmente, ocorre elevação do 
palato mole, e a úvula move-se para 
trás, na linha mediana. 
 
Todos os músculos da laringe são supridos 
pelo ramo laríngeo recorrente do nervo 
vago, com exceção do músculo 
cricotireóideo, que é inervado pelo ramo 
laríngeo externo do ramo laríngeo superior 
do nervo vago. Pode ocorrer rouquidão ou 
ausência da voz como sintoma de paralisia 
do nervo vago. Os movimentos das pregas 
vocais podem ser testados por meio de 
exame laringoscópico. As lesões que 
acometem o nervo vago na fossa posterior 
do crânio também afetam comumente os 
nervos glossofaríngeo, acessório e 
hipoglosso. 
 
NERVO ACESSÓRIO 
 
O nervo acessório supre os músculos 
SCM e trapézio por meio de sua raiz 
espinal. 
• Pede-se ao paciente que gire a cabeça 
para um lado contra resistência, 
resultando em ação do músculo SCM 
do lado oposto. Em seguida, pede-se 
ao paciente para encolher os ombros, 
resultando em ação do músculo 
trapézio. 
 
As lesões da parte espinal do nervo 
acessório resultam em paralisia dos 
músculos SCM e trapézio. O músculo SCM 
sofre atrofia, causando fraqueza na 
rotação da cabeça para o lado oposto. O 
músculo trapézio também sofre atrofia, 
causando queda do ombro para aquele 
lado, bem como fraqueza e dificuldade em 
elevar o braço acima da horizontal. 
 
As lesões da parte espinal do nervo 
acessório podem ocorrer em qualquer 
ponto ao longo do seu trajeto e podem 
resultar de tumores ou traumatismos por 
feridas pene-trantes ou por armas de fogo 
no pescoço. 
 
NERVO HIPOGLOSSO 
 
O nervo hipoglosso supre os músculos 
intrínsecos da língua e os músculos 
estiloglosso, hioglosso e genioglosso. 
 
 
JOSÉ GUILHERME DE PINHO MEDEIROS 
APG: NERVOS CRANIANOS E SENTIDOS ESPECIAIS – SOI II 
ITPAC BRAGANÇA – MEDICINA 2º PERÍODO 
• Para testar a integridade do nervo, 
pede-se ao paciente para estender a 
língua para fora; em caso de lesão do 
neurônio motor inferior, observa-se um 
desvio da língua em direção ao lado 
paralisado. A língua é menor no lado da 
lesão, devido à atrofia muscular, e a 
atrofia pode ser acompanhada ou 
precedida de fasciculações. Convém 
lembrar que a maior parte do núcleo do 
nervo hipoglosso recebe fibras 
corticonucleares de ambos os 
hemisférios cerebrais. Entretanto, 
parte do núcleo que supre o músculo 
genioglosso recebe fibras 
corticonucleares apenas do hemisfério 
cerebral oposto. 
• Se um paciente apresentar lesão das 
fibras corticonucleares, não haverá 
atrofia nem fibrilação da língua, e, na 
protrusão, ocorrerá desvio da língua 
para o lado oposto da lesão. (Observe 
que o músculo genioglosso puxa a 
língua para a frente.) 
 
Podem ocorrer lesões do nervo hipoglosso 
em qualquer ponto ao longo do seu trajeto. 
Essas lesões podem resultar de tumor, 
doenças desmielinizantes, siringomielia e 
acidentes vasculares. Além disso, pode 
ocorrer lesão do nervo no pescoço em 
consequência de feridas penetrantes por 
arma branca e por arma de fogo. 
 
SENTIDOS ESPECIAIS 
 
• Os órgãos dos sentidos possuem 
receptores especiais que nos 
permitem cheirar, saborear, ver, ouvir e 
manter o equilíbrio. As informações 
transmitidas por esses receptores para 
a parte central do sistema nervoso 
(também conhecido como sistema 
nervoso central (SNC) são utilizadas 
para ajudar a manter a homeostasia. 
 
Os receptores para os sentidos especiais – 
olfato, paladar, visão, audição e equilíbrio 
– são anatomicamente diferentes uns dos 
outros e se encontram concentrados em 
locais específicos da cabeça. Geralmente 
se encontram em meio ao tecido epitelial 
de órgãos dos sentidos complexos como 
os olhos e as orelhas. As vias neurais para 
os sentidos especiais também são mais 
complexas do que aquelas para os 
sentidos gerais. 
 
OLFAÇÃO|	SENTIDO	DO	OLFATO	
	
• Tanto o olfato quanto o paladar são 
sentidos químicos; as sensações 
surgem a partir da interação de 
moléculas com os receptores do olfato 
ou do paladar. Para que sejam 
detectadas por esses sentidos, as 
moléculas estimuladoras precisam 
estar dissolvidas. Como os impulsos do 
olfato e do paladar são propagados 
para o sistema límbico (e também para 
áreas corticais superiores), 
determinados odores e sabores podem 
causar respostas emocionais fortes ou 
uma cascata de memórias. 
 
ANATOMIA DOS RECEPTORES 
OLFATÓRIOS 
 
• Estima-se que os seres humanos 
consigam reconhecer cerca de 10.000 
odores diferentes. Para que isso 
aconteça, o nariz contem entre 10 e 
100 milhões de receptores para o 
sentido do olfato, contidos em uma 
região chamada de epitélio olfatório 
que ocupa a parte superior da cavidade 
nasal, cobrindo. Face inferior da lâmina 
cribriforme e estendendo-se ao longo 
da concha nasal superior. O epitélio 
olfatório é composto por três tipos de 
 
JOSÉ GUILHERME DE PINHO MEDEIROS 
APG: NERVOS CRANIANOS E SENTIDOS ESPECIAIS – SOI II 
ITPAC BRAGANÇA – MEDICINA 2º PERÍODO 
células: os receptores olfatórios, as 
células de sustentação e células basais. 
 
- Receptores olfatórios: são neurônios de 
primeira ordem da via olfatória, cada um 
desses neurônios é bipolar com um 
dendrito exposto com formato de calículo 
e um axônio que se projeta através da 
placa cribriforme e termina no bulbo 
olfatório. Estendendo-se a partir do 
dendrito de uma célula receptora olfatória 
encontram-se vários cílios 
olfatórios imóveis, que são os locais da 
transdução olfatória. (Lembre-se de 
que transdução é a conversão da energia 
do estímulo em um potencial graduado no 
receptor sensitivo.) Nas membranas 
plasmáticas dos cílios olfatórios 
encontram-se os receptores olfatórios que 
detectam as substâncias químicas 
inaladas. As substâncias químicas que 
possuem um odor que se ligue e estimule 
os receptores olfatórios nos cílios 
olfatórios são chamados 
de odoríferas (odorantes). Os receptores 
olfatórios respondem ao estímulo químico 
de uma molécula odorífera produzindo um 
potencial gerador e iniciando assim a 
resposta olfatória. 
 
 
 
As células de sustentação são células 
epiteliais colunares da túnica mucosa que 
reveste o nariz. Elas fornecem sustentação 
física, nutrição e isolamento elétrico para 
os receptores olfatórios e ajudam a 
destoxificar substâncias químicas que 
entram em contato com o epitélio olfatório. 
As células basais são células-tronco 
localizadas entre as bases das células de 
sustentação. Elas sofrem divisão celular 
continuamente para produzirem novos 
receptores olfatórios, que vivem apenas 
cerca de 1 mês antes de serem 
substituídos. Esse processo é 
extraordinário, levando-se em 
consideração que os receptores olfatórios 
são neurônios e, como você já aprendeu, 
os neurônios maduros geralmente não são 
repostos. 
No tecido conjuntivo que sustenta o 
epitélio olfatório encontram-se 
as glândulas olfatórias ou glândulas de 
Bowman, produtoras de muco, que é 
transportado para a superfície do epitélio 
por ductos. A secreção umedece a 
superfície do epitélio olfatório e dissolve os 
odoríferos de modo que possa ocorrer a 
transdução. Tanto as células de 
sustentação do epitélio nasal quanto as 
glândulas olfatórias são inervadas por 
neurônios parassimpáticos dos ramos do 
nervo facial (NC VII), que podem ser 
estimulados por determinadas substâncias 
químicas. Impulsos desses nervos, por sua 
vez, podem estimular as glândulas 
lacrimais nos olhos e as glândulas 
mucosas nasais. O resultado são lágrimas 
e coriza após a inalação de substâncias 
como pimenta ou de vapores de amônia. 
 
Fisiologia da Olfação 
 
• Já foram realizadas muitas tentativas 
para distinguir e classificar as 
sensações “primárias” do olfato. 
 Evidências genéticas sugerem agora que 
existem centenas de odores primários.Nossa capacidade de reconhecer cerca de 
 
JOSÉ GUILHERME DE PINHO MEDEIROS 
APG: NERVOS CRANIANOS E SENTIDOS ESPECIAIS – SOI II 
ITPAC BRAGANÇA – MEDICINA 2º PERÍODO 
10.000 odores diferentes provavelmente 
depende dos padrões de atividade cerebral 
que surgem a partir da ativação de muitas 
combinações diferentes dos receptores 
olfatórios. 
Os receptores olfatórios reagem às 
moléculas odoríferas do mesmo modo que 
a maior parte dos receptores sensitivos 
reage a seus estímulos específicos: um 
potencial gerador (despolarização) se 
desenvolve e dispara um ou mais impulsos 
nervosos. Esse processo, chamado 
de transdução olfatória, ocorre da 
seguinte maneira: a ligação de um 
odorante a uma proteína receptora 
olfatória localizada em um cílio olfatório 
estimula uma proteína de membrana 
chamada de proteína G. A proteína G, por 
sua vez, ativa a enzima adenilato ciclase a 
produzir uma substância chamada 
de monofosfato de adenosina cíclico 
(AMP cíclico ou cAMP). O cAMP abre um 
canal de sódio (Na+), que permite que o 
Na+ entre no citosol, causando um 
potencial gerador despolarizante na 
membrana do receptor olfatório. Se a 
despolarização alcançar o limiar, é gerado 
um potencial de ação pelo axônio do 
receptor olfatório. 
	
• Os odorantes podem produzir potenciais 
geradores despolarizantes, que causam 
potenciais de ação. 
 
 
 
GUSTAÇÃO | O SENTIDO DO PALADAR 
 
O paladar ou a gustação, assim como 
o olfato, é um sentido químico. Entretanto, 
ele é muito mais simples do que o olfato 
uma vez que apenas cinco gostos 
primários podem ser distinguidos: azedo, 
doce, amargo, salgado e umami. 
 
O sabor umami, descoberto mais 
recentemente do que os outros, foi 
relatado primeiramente por cientistas 
japoneses e é descrito como “carnoso” ou 
“saboroso”. Acredita-se que o umami surja 
a partir de receptores gustatórios 
estimulados por L-glutamato e por 
nucleotídeos, substâncias presentes em 
muitos alimentos. Todos os outros 
sabores, como chocolate, pimenta e café, 
são apenas combinações dos cinco 
sabores primários, além das sensações 
olfatória e táteis que acompanham o 
alimento. Os odores dos alimentos podem 
passar da boca para a cavidade nasal, onde 
estimulam os receptores olfatórios. Como 
o olfato é muito mais sensível do que o 
paladar, uma dada concentração de 
substância alimentar pode estimular o 
sistema olfatório centenas de vezes mais 
intensamente do que ela estimula o 
sistema gustatório. Quando você está 
gripado ou sofrendo por alergia e não 
consegue sentir o sabor do seu alimento, 
na realidade é o olfato que está bloqueado 
e não o paladar. 
 
Os calículos gustatórios estão 
localizados em elevações na língua 
chamadas de papilas, que aumentam a 
área superficial e fornecem uma estrutura 
rugosa para a face superior da língua. Três 
tipos de papilas contêm calículos 
gustatórios: 
 
 
 
JOSÉ GUILHERME DE PINHO MEDEIROS 
APG: NERVOS CRANIANOS E SENTIDOS ESPECIAIS – SOI II 
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1. Cerca de 12 papilas 
circunvaladas circulares e muito 
grandes formam uma fileira com 
formato de V invertido na parte 
posterior da língua. Cada uma dessas 
papilas armazena cerca de 100 a 300 
calículos gustatórios. 
2. As papilas fungiformes são 
elevações com formato de cogumelo 
espalhadas ao longo de toda a 
superfície da língua contendo cada 
uma delas cerca de cinco calículos 
gustatórios. 
3. As papilas folhadas estão 
localizadas em fossetas nas margens 
laterais da língua, porém a maior 
parte de seus calículos gustatórios 
degenera no início da infância. 
 
 
Além disso, toda a superfície da língua 
possui papilas filiformes. Essas estruturas 
pontudas e com formato de fio contêm 
receptores táteis, mas nenhum calículo 
gustatório. Eles aumentam o atrito entre a 
língua e o alimento, fazendo com que seja 
mais fácil para a língua movimentar o 
alimento na cavidade oral. 
 
Via Gustatória 
 
Três nervos cranianos contêm 
axônios dos neurônios gustatórios de 
primeira ordem que inervam os calículos 
gustatórios. O nervo facial (VII) inerva os 
calículos gustatórios nos dois terços 
anteriores da língua; o nervo 
glossofaríngeo (IX) inerva os calículos 
gustatórios no terço posterior da língua e 
o nervo vago (X) inerva os calículos 
gustatórios na garganta e na epiglote. 
 
A partir dos calículos gustatórios, os 
impulsos nervosos são propagados ao 
longo desses nervos cranianos até 
o núcleo gustatório no bulbo. A partir do 
bulbo, alguns axônios carregando os sinais 
gustatórios se projetam para o sistema 
límbico e para o hipotálamo; outros se 
projetam para o tálamo. Os sinais 
gustatórios que se projetam a partir do 
tálamo para a área gustatória primária no 
lobo parietal do córtex cerebral (área 43) 
dão origem à percepção consciente do 
paladar. 
 
Visão 
A visão, o ato de ver, é extremamente 
importante para a sobrevivência humana. 
Mais de metade dos receptores sensitivos 
no corpo humano estão localizados nos 
olhos e uma grande parte do córtex 
cerebral é dedicada ao processamento da 
informação visual. Nesta seção, nós 
avaliaremos a radiação eletromagnética, as 
estruturas acessórias do olho, o bulbo do 
olho, a formação das imagens visuais, a 
fisiologia da visão e a via visual desde o olho 
até o encéfalo. 
Os olhos são responsáveis pela detecção 
da luz visível, a parte do espectro 
eletromagnético com comprimentos de 
onda variando entre 400 e 700 nm. A luz 
 
JOSÉ GUILHERME DE PINHO MEDEIROS 
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visível exibe cores: a cor da luz visível 
depende de seu comprimento de onda. Por 
exemplo, a luz com o comprimento de onda 
de 400 nm é violeta e a luz com 
comprimento de onda de 700 nm é 
vermelha. 
 
Estruturas acessórias dos 
olhos 
• As estruturas acessórias do olho 
incluem as pálpebras, cílios, 
sobramcelhas, o aparelho lacrimal 
(produtor de lagrimas) e os músculos 
extrínsecos do bulbo do olho. 
 
 
Fisiologia da visão 
 
A transdução da energia luminosa em um 
potencial receptor ocorre no segmento externo 
tanto de cones quanto de bastonetes. Os 
fotopigmentos são proteínas integrais na 
membrana plasmática do segmento externo. Nos 
cones, a membrana plasmática é dobrada para 
frente e para trás de modo plissado (pregueado); 
nos bastonetes, as pregas se destacam da 
membrana plasmática e formam discos. O 
segmento externo de cada bastonete contém uma 
pilha com cerca de mil discos, empilhados como 
moedas dentro de um invólucro. 
 
Processamento das informações visuais 
na retina 
 
No estrato nervoso da retina, 
determinadas características da 
informação visual são potencializadas, 
enquanto outras características podem 
ser descartadas. Informações 
provenientes de várias células podem 
convergir para uma pequena quantidade 
de neurônios pós-sinápticos 
(convergência) ou divergir para uma 
grande quantidade (divergência). De modo 
geral, a convergência predomina: existem 
apenas um milhão de células 
ganglionares, porém existem 126 milhões 
de fotorreceptores no olho humano. 
 
Uma vez que os potenciais receptores 
surgem nos segmentos externos dos 
bastonetes e dos cones, eles se espalham 
através dos segmentos internos até os 
terminais sinápticos. As moléculas 
neurotransmissoras liberadas por 
bastonetes e cones induzem potenciais 
graduais locais tanto em células bipolares 
quanto em células horizontais. Entre 6 e 
600 bastonetes formam sinapses com 
uma única célula bipolar na camada 
sináptica externa da retina; um cone 
frequentemente forma sinapse com uma 
única célula bipolar. A convergência de 
muitos bastonetes em uma única célula 
bipolar aumenta a sensibilidade à luz da 
visão dos bastonetes, porém desfoca 
levemente a imagem que é percebida. A 
visão dos cones, embora menos sensível, é 
mais nítida por causa da proporção de um 
para uma das sinapses entre cones e 
células bipolares. A estimulação dos 
bastonetes pela luz excita as células 
bipolares; as células bipolaresdos cones 
podem ser excitadas ou inibidas quando 
surge uma luz. 
 
JOSÉ GUILHERME DE PINHO MEDEIROS 
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As células horizontais transmitem 
sinais inibitórios para as células bipolares 
nas áreas laterais aos cones e bastonetes 
excitados. Essa inibição lateral aumenta o 
contraste da cena visual entre áreas da 
retina que são estimuladas fortemente e 
áreas adjacentes que são estimuladas 
mais fracamente. As células horizontais 
também ajudam a diferenciar várias cores. 
As células amácrinas, que são excitadas 
pelas células bipolares, formam sinapses 
com células ganglionares e transmitem 
informações para elas, sinalizando uma 
modificação no nível de iluminação da 
retina. Quando células bipolares ou 
amácrinas transmitem sinais excitatórios 
para as células ganglionares, essas células 
ganglionares se despolarizam e disparam 
impulsos nervosos. 
Via encefálica e campos visuais 
Os axônios do nervo óptico (II) passam 
através do quiasma óptico (um 
cruzamento, como na letra X), um ponto de 
cruzamento dos nervos ópticos. Alguns 
axônios atravessam para o lado oposto, 
enquanto outros permanecem do mesmo 
lado. Após passarem pelo quiasma óptico, 
os axônios, agora parte do trato óptico, 
entram no encéfalo e a maior parte deles 
termina no núcleo do corpo geniculado 
lateral do tálamo. Ali, eles formam 
sinapses com neurônios cujos axônios 
formam as radiações ópticas, que se 
projetam para as áreas visuais 
primárias nos lobos occipitais do córtex 
cerebral (área 17) e começa a percepção 
visual. Uma parte das fibras do trato óptico 
termina no colículo superior, que controla 
os músculos extrínsecos do bulbo do olho, 
e nos núcleos pré-tectais, que controlam 
os reflexos de acomodação e pupilar. 
 
 
Audição e Equilibrio 
 
A audição é a capacidade de perceber os 
sons. A orelha é uma maravilha da 
engenharia porque seus receptores 
sensitivos permitem a transdução de 
vibrações sonoras com amplitudes tão 
pequenas quanto o diâmetro de um átomo 
de ouro (0,3 nm) em sinais elétricos mil 
vezes mais rapidamente do que os 
fotorreceptores podem responder à luz. A 
orelha também possui receptores para o 
equilíbrio, o sentido que ajuda você a 
manter seu equilíbrio e se orientar no 
espaço. 
 
Anatomia da orelha 
A orelha é dividida em três regiões 
principais: (1) a orelha externa, que coleta 
as ondas sonoras e as direciona para 
dentro; (2) a orelha média, que conduz as 
vibrações sonoras para a janela do 
vestíbulo (oval); e (3) a orelha interna, que 
armazena os receptores para a audição e 
 
JOSÉ GUILHERME DE PINHO MEDEIROS 
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para o equilíbrio. 
 
 
Orelha externa 
 
A orelha externa é formada pela orelha 
(pavilhão auricular), pelo meato acústico 
externo e pela membrana timpânica. 
A orelha é uma aba de cartilagem elástica 
com formato semelhante à extremidade de 
uma corneta e recoberta por pele. A sua 
margem é a hélice; a parte inferior é 
o lóbulo. Ligamentos e músculos ligam a 
orelha à cabeça. O meato acústico 
externo é um tubo curvado com cerca de 
2,5 cm de comprimento que se encontra 
no temporal e leva à membrana timpânica. 
A membrana timpânica ou tímpano é uma 
divisão fina e semitransparente entre o 
meato acústico externo e a orelha média. 
A membrana timpânica é coberta por 
epiderme e revestida por um epitélio 
cúbico simples. Entre as 
camadas epiteliais encontra-se tecido 
conjuntivo composto por colágeno, fibras 
elásticas e fibroblastos. O rompimento da 
membrana timpânica é chamado 
de perfuração do tímpano. Ele pode ser 
causado pela pressão de um cotonete, por 
traumatismo ou por uma infecção na 
orelha média e em geral se cura em 1 mês. 
A membrana timpânica pode ser avaliada 
diretamente pelo uso de um otoscópio, um 
instrumento que ilumina e amplia o meato 
acústico externo e a membrana timpânica. 
Orelha média 
A orelha média é uma pequena cavidade, 
cheia de ar e revestida por epitélio, situada 
na parte petrosa do temporal. Ela é 
separada da orelha externa pela 
membrana timpânica e da orelha interna 
por uma divisão óssea fina que contém 
duas pequenas aberturas: a janela do 
vestíbulo (oval) e a janela da cóclea 
(redonda). Estendendo-se através da 
orelha média e ligada a ela através de 
ligamentos encontram-se os três menores 
ossos do corpo, os ossículos da audição, 
que são conectados por articulações 
sinoviais. Os ossos, nomeados por causa 
de seus formatos, são o martelo, a bigorna 
e o estribo. O “cabo” do martelo se liga à 
face interna da membrana timpânica. A 
“cabeça” do martelo é articulada ao corpo 
da bigorna. A bigorna, o osso do meio na 
série, se articula com a cabeça do estribo. 
A base do estribo se encaixa na janela do 
vestíbulo (oval). Diretamente abaixo dessa 
janela encontra-se outra abertura, a janela 
da cóclea (redonda), que é encapsulada 
por uma membrana chamada 
de membrana timpânica secundária. 
 
Orelha interna 
 
A orelha interna também é chamada 
de labirinto por causa de sua série 
complicada de canais. Estruturalmente, 
ela é formada por duas divisões principais: 
um labirinto ósseo externo que encapsula 
um labirinto membranáceo interno. É 
como se fossem balões longos colocados 
dentro de um tubo rígido. O labirinto 
ósseo é formado por uma série de 
cavidades na parte petrosa do temporal 
divididas em três áreas: (1) os canais 
semicirculares, (2) o vestíbulo e (3) a 
 
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cóclea. O labirinto ósseo é revestido por 
periósteo e contém a perilinfa. Esse 
líquido, que é quimicamente semelhante 
ao líquido cerebrospinal, reveste 
o labirinto membranáceo, uma série de 
sacos e tubos epiteliais dentro do labirinto 
ósseo que têm o mesmo formato geral do 
labirinto ósseo, abrigando os receptores 
para a audição e o equilíbrio. O labirinto 
membranáceo epitelial contém 
a endolinfa. O nível de íons potássio (K+) 
na endolinfa é incomumente alto para um 
líquido extracelular e os íons potássio 
desempenham um papel na geração dos 
sinais auditivos (descritos a seguir). 
O vestíbulo é a parte central oval do 
labirinto ósseo. O labirinto membranáceo 
no vestíbulo é formado por dois sacos 
chamados de utrículo e sáculo, que são 
conectados por um pequeno ducto. 
Projetando-se superior e posteriormente 
ao vestíbulo encontram-se três canais 
semicirculares ósseos, cada um deles 
localizado em ângulos aproximadamente 
retos um em relação aos outros dois. Com 
base em suas posições, eles são 
nomeados como canais semicirculares 
anterior, posterior e lateral. Os canais 
semicirculares anterior e posterior são 
orientados verticalmente; o canal lateral é 
orientado horizontalmente. Em uma 
extremidade de cada canal encontra-se 
um alargamento redondo chamado 
de ampola. As partes do labirinto 
membranáceo que se encontram dentro 
dos canais semicirculares ósseos são 
chamados de ductos semicirculares. 
Essas estruturas se conectam ao utrículo 
do vestíbulo. 
O nervo vestibular, parte do nervo 
vestibulococlear (VIII) consiste nos nervos 
ampular, utricular e sacular. Esses nervos 
contêm neurônios sensitivos de primeira 
ordem e neurônios motores que formam 
sinapses com os receptores de equilíbrio. 
Os neurônios sensitivos de primeira ordem 
carregam a informação sensorial 
proveniente dos receptores e os neurônios 
motores carregam sinais de 
retroalimentação para os receptores, 
aparentemente para modificar sua 
sensibilidade. Os corpos celulares dos 
neurônios sensitivos encontram-se 
localizados nos gânglios vestibulares 
Fisiologia da audição 
Os seguintes eventos estão envolvidos na 
audição: 
O pavilhão direciona as ondas 
sonoras para o meato acústico 
externo. 
Quando as ondas sonoras 
alcançam a membrana timpânica, as 
ondas alternadas de pressão alta e 
baixa no ar fazem com que a 
membranatimpânica vibre para 
frente e para trás. A membrana 
timpânica vibra lentamente em 
resposta a sons de baixa frequência 
(tons baixos) e rapidamente em 
resposta a sons de alta frequência 
(tons altos). 
A área central da membrana 
timpânica se conecta ao martelo, que 
vibra junto com a membrana 
timpânica. Essa vibração é 
transmitida do martelo para a bigorna 
e, então, para o estribo. 
Conforme o estribo se move para 
frente e para trás, sua placa basal em 
formato oval, conectada através de 
um ligamento à circunferência da 
janela do vestíbulo (oval), faz vibrar 
essa janela. As vibrações na janela do 
vestíbulo (oval) são cerca de 20 
vezes mais vigorosas do que aquelas 
na membrana timpânica porque os 
 
JOSÉ GUILHERME DE PINHO MEDEIROS 
APG: NERVOS CRANIANOS E SENTIDOS ESPECIAIS – SOI II 
ITPAC BRAGANÇA – MEDICINA 2º PERÍODO 
ossículos auditivos transformam 
eficientemente pequenas vibrações 
espalhadas por uma grande área 
superficial (a membrana timpânica) 
em vibrações maiores em uma 
superfície menor (a janela do 
vestíbulo [oval]). 
O movimento do estribo na janela 
do vestíbulo (oval) provoca ondas de 
pressão no líquido da perilinfa da 
cóclea. Conforme a janela do 
vestíbulo (oval) é empurrada para 
dentro, ela empurra a perilinfa na 
rampa do vestíbulo. 
As ondas de pressão são 
transmitidas da rampa do vestíbulo 
para a rampa do tímpano e, 
eventualmente, para a janela da 
cóclea (redonda), fazendo com que 
ela se projete para fora na orelha 
média (ver na figura). 
As ondas de pressão atravessam 
através da perilinfa da rampa do 
vestíbulo, passam então para a 
membrana vestibular e se movem 
para a endolinfa dentro do ducto 
coclear. 
As ondas de pressão na endolinfa 
fazem com que as membranas 
basilares vibrem, fazendo com que as 
células ciliadas do órgão espiral se 
movam contra a membrana tectória. 
Isso promove o dobramento dos 
estereocílios e leva em última análise 
à geração de impulsos nervosos nos 
neurônios de primeira ordem nas 
fibras nervosas cocleares. 
As ondas sonoras de várias 
frequências fazem com que 
determinadas regiões da lâmina 
basilar vibrem mais intensamente do 
que outras. Cada segmento da 
lâmina basilar está “afinado” para um 
tom em particular. Como a 
membrana é mais estreita e mais 
espessa na base da cóclea (próxima 
à janela do vestíbulo [oval]), os sons 
de alta frequência (com tom alto) 
induzem vibrações máximas nessa 
região. Na direção do ápice da cóclea, 
a lâmina basilar é mais ampla e mais 
flexível; os sons de baixa frequência 
(de tom baixo) causam a vibração 
máxima da lâmina basilar naquele 
local. A altura do som é determinada 
pela intensidade das ondas sonoras. 
Ondas sonoras de alta intensidade 
promovem vibrações maiores na 
lâmina basilar, promovendo maior 
frequência de impulsos nervosos que 
chegam ao encéfalo. Sons mais altos 
também podem estimular uma 
quantidade maior de células ciliadas. 
 
Fisiologia do equilíbrio 
Existem dois tipos de equilíbrio. 
O equilíbrio estáticose refere à 
manutenção da posição do corpo 
(principalmente a cabeça) em relação à 
força da gravidade. Os movimentos 
corporais que estimulam os receptores do 
equilíbrio estático incluem girar a cabeça e 
 
JOSÉ GUILHERME DE PINHO MEDEIROS 
APG: NERVOS CRANIANOS E SENTIDOS ESPECIAIS – SOI II 
ITPAC BRAGANÇA – MEDICINA 2º PERÍODO 
a aceleração e a desaceleração lineares, 
como experimentado quando o corpo é 
movido dentro de um elevador ou em um 
carro que acelera ou desacelera. 
O equilíbrio dinâmico é a manutenção da 
posição corporal (principalmente da 
cabeça) em resposta a movimentos 
súbitos como a aceleração ou a 
desaceleração rotacional. Coletivamente, 
os órgãos receptores para o equilíbrio são 
chamados de aparelho vestibular; que 
incluem o sáculo, o utrículo e os ductos 
semicirculares. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
JOSÉ GUILHERME DE PINHO MEDEIROS 
APG: NERVOS CRANIANOS E SENTIDOS ESPECIAIS – SOI II 
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Conceitos essenciais 
 
 
Olfato | O sentido do olfato 
 
1. Os receptores do olfato, que são 
neurônios bipolares, encontram-se no 
epitélio nasal junto com as glândulas 
olfatórias, que produzem o muco que 
dissolve os odorantes. 
2. Na recepção olfatória, é gerado um 
potencial gerador que dispara um ou mais 
impulsos nervosos. 
3. O limiar do olfato é baixo e a adaptação 
aos odores ocorre rapidamente. 
4. Axônios das células receptoras 
olfatórias formam os nervos olfatórios (I), 
que carregam impulsos nervosos para os 
bulbos olfatórios, os tratos olfatórios, o 
sistema límbico e o córtex cerebral (lobos 
temporal e frontal). 
 
Gustação | O sentido do paladar 
 
1. Os receptores do paladar, as células 
receptoras gustatórias, estão localizados 
nos calículos gustatórios. 
2. Substâncias químicas dissolvidas, 
chamadas de estimuladores (tastants), 
estimulam as células receptoras 
gustatórias através do fluxo de íons por 
canais na membrana plasmática ou da 
ligação a receptores na membrana 
plasmática ligados a proteínas G. 
3. Os potenciais receptores desenvolvidos 
nas células receptoras gustatórias causam 
a liberação de um neurotransmissor, que 
pode gerar impulsos nervosos nos 
neurônios sensitivos de primeira ordem. 
4. O limiar varia com o sabor envolvido e a 
adaptação ao paladar ocorre rapidamente. 
5. As células receptoras gustatórias 
disparam impulsos nervosos nos nervos 
facial (VII), glossofaríngeo (IX) e vago (X). 
Os sinais do paladar passam então para o 
bulbo, o tálamo e o córtex cerebral (lobo 
parietal). 
Visão 
 
1. As estruturas acessórias dos olhos 
incluem sobrancelhas, pálpebras, cílios, 
aparelho lacrimal e músculos extrínsecos 
do bulbo do olho. O aparelho lacrimal é 
formado por estruturas que produzem e 
drenam as lágrimas. 
2. O olho é formado por três camadas: (a) a 
túnica fibrosa (esclera e córnea), (b) a 
túnica vascular (corioide, corpo ciliar e íris) 
e (c) retina. 
3. A retina é formada por um estrato 
pigmentoso e por um estrato nervoso que 
inclui uma camada de células 
fotorreceptoras, uma camada de células 
bipolares, uma camada de células 
ganglionares, células horizontais e células 
amácrinas. 
4. A cavidade anterior contém humor 
aquoso; a câmara vítrea contém humor 
vítreo. 
5. A formação de imagens na retina 
envolve a refração dos raios de luz pela 
córnea e pela lente, que focam uma 
imagem invertida sobre a fóvea central da 
retina. Para observar objetos próximos, a 
lente aumenta sua curvatura 
(acomodação) e a pupila diminui para 
 
JOSÉ GUILHERME DE PINHO MEDEIROS 
APG: NERVOS CRANIANOS E SENTIDOS ESPECIAIS – SOI II 
ITPAC BRAGANÇA – MEDICINA 2º PERÍODO 
evitar que raios de luz entrem no olho 
através da periferia da lente. 
6. O ponto próximo de visão é a distância 
mínima do olho a partir da qual um objeto 
pode ser focado claramente e com 
acomodação máxima. 
7. Na convergência, os bulbos dos olhos se 
movem medialmente de modo que ambos 
estejam direcionados para um objeto 
sendo observado. 
8. O primeiro passo na visão é a absorção 
de luz por fotopigmentos nos bastonetes e 
nos cones e a isomerização do cis-retinal. 
Os potenciais receptores nos bastonetes e 
nos cones diminuem a liberação de um 
neurotransmissor inibitório, induzindo 
potenciais graduais nas células bipolares e 
nas células horizontais. 
9. As células horizontais transmitem sinais 
inibitórios para as células bipolares; as 
células bipolares ou amácrinas transmitem 
sinais excitatórios para as células 
ganglionares, que despolarizam e iniciam 
os impulsos nervosos. 
10. Os impulsos das células ganglionares 
são transmitidos para o nervo óptico (NC 
II), percorrem o quiasma óptico e o trato 
óptico e chegam até o tálamo. A partir do 
tálamo, os impulsos visuais são 
propagados para o córtex cerebral (lobo 
occipital). Axônios colaterais das células 
ganglionares da retina se estendem para o 
mesencéfalo e para o hipotálamo.Audição e equilíbrio 
 
1. A orelha externa consiste em pavilhão 
auricular, meato acústico externo e 
membrana timpânica. 
2. A orelha média consiste em tuba 
auditiva, ossículos, janela do vestíbulo 
(oval) e janela da cóclea (redonda). 
3. A orelha interna é formada pelo labirinto 
ósseo e pelo labirinto membranáceo. A 
orelha interna contém o órgão espiral 
(órgão de Corti), o órgão da audição. 
4. As ondas sonoras entram no meato 
acústico externo, alcançam a membrana 
timpânica, passam através dos ossículos, 
atingem a janela do vestíbulo (oval), 
provocam ondas na perilinfa, chegando até 
a membrana vestibular e a rampa do 
tímpano, aumentando a pressão na 
endolinfa, promovendo a vibração da 
lâmina basilar e estimulando os feixes 
ciliares no órgão espiral (órgão de Corti). 
5. As células ciliadas convertem vibrações 
mecânicas em um potencial receptor, 
liberando um neurotransmissor que pode 
disparar impulsos nervosos nos neurônios 
sensoriais de primeira ordem. 
6. Axônios sensoriais na parte coclear do 
nervo vestibulococlear (VIII) terminam no 
bulbo. Os sinais auditivos passam então 
para o colículo inferior, o tálamo e os lobos 
temporais do córtex cerebral. 
7. O equilíbrio estático é a orientação do 
corpo em relação à força da gravidade. As 
máculas do utrículo e do sáculo são os 
órgãos sensoriais do equilíbrio estático. 
Movimentos corporais que estimulam os 
receptores para o equilíbrio estático 
incluem a inclinação da cabeça e a 
aceleração ou a desaceleração lineares. 
8. O equilíbrio dinâmico é a manutenção da 
posição corporal em resposta à aceleração 
ou à desaceleração rotacionais. As cristas 
nos ductos semicirculares são os 
principais órgãos sensoriais do equilíbrio 
dinâmico. 
9. A maior parte dos axônios da parte 
vestibular do nervo vestibulococlear (NC 
VIII) entram no tronco encefálico e 
terminam no bulbo e na ponte; outros 
axônios entram no cerebelo. 
17.5Desenvolvimento dos olhos e das 
orelhas 
1. Os olhos começam seu 
desenvolvimento a partir do ectoderma 
 
JOSÉ GUILHERME DE PINHO MEDEIROS 
APG: NERVOS CRANIANOS E SENTIDOS ESPECIAIS – SOI II 
ITPAC BRAGANÇA – MEDICINA 2º PERÍODO 
cerca de 22 dias após a fertilização e 
surgem a partir das paredes laterais do 
prosencéfalo. 
2. As orelhas começam seu 
desenvolvimento cerca de 22 dias após a 
fertilização e surgem a partir de um 
espessamento do ectoderma em ambos os 
lados do rombencéfalo. A sequência de 
desenvolvimento da orelha é 
primeiramente a orelha interna, seguida 
pela orelha média e pela orelha externa. 
 
Envelhecimento e os sentidos 
especiais 
 
1. A maior parte das pessoas não 
apresenta problemas com os sentidos do 
olfato e do paladar até aproximadamente 
os 50 anos de idade. 
2. Entre as mudanças oculares 
relacionadas com a idade encontram-se 
presbiopia, catarata, dificuldade em ajustar 
a visão à luz, doença macular, glaucoma, 
xerostomia (olhos secos e diminuição da 
nitidez da visão. 
3. Com a idade ocorre perda progressiva 
de audição e o tinido ocorre mais 
frequentemente 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Referências: 
 
1- SPLITTGERBER, Ryan. Snell 
Neuroanatomia Clínica: Grupo 
GEN, 2021. E-book. ISBN 
9788527737913. Disponível em: 
https://integrada.minhabiblioteca.c
om.br/#/books/9788527737913/. 
Acesso em: 06 mar. 2023. 
 
2- TORTORA, Gerard J.; 
DERRICKSON, Bryan. Princípios 
de Anatomia e Fisiologia. Grupo 
GEN, 2016. E-book. ISBN 
9788527728867. Disponível em: 
https://integrada.minhabiblioteca.c
om.br/#/books/9788527728867/. 
Acesso em: 06 mar. 2023.

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