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JOSÉ GUILHERME DE PINHO MEDEIROS APG: NERVOS CRANIANOS E SENTIDOS ESPECIAIS – SOI II ITPAC BRAGANÇA – MEDICINA 2º PERÍODO Conceitos-Chave Organização dos nervos cranianos Os 12 pares de nervos cranianos deixam o encéfalo ou a parte superior da medula espinal e atravessam forames e fissuras no crânio. Todos os nervos distribuem-se na cabeça e no pescoço, com exceção do nervo craniano X (VAGO), que também supre estruturas no tórax e no abdome. • Os nervos olfatório, óptico e vestibulococlear são totalmente sensitivos. Os nervos oculomotor, troclear, abducente, acessório e hipoglosso são exclusivamente motores. Todos os outros nervos cranianos são sensitivos e motores. (mistos) Nervo craniano I - OLFATÓRIO • Os nervos olfatórios consistem em uma série de células bipolares localizadas na mucosa do teto da cavidade nasal. Os filamentos do nervo olfatório que se projetam reagem a odores no ar, estimulando os nervos olfatórios Estes nervos são amielínicos, mas envolvidos por células de Schwann e projetam-se através da lâmina cribriforme para fazer sinapse nas células mitrais e células em tufo localizadas no bulbo olfatório. Os axônios das células mitrais e células em tufo formam o trato olfatório e projetam-se para o córtex olfatório primário, executando a função do olfato. Conexões secundárias por todo o córtex são responsáveis pelo reconhecimento ou desencadeamento das respostas emocionais e autonômicas ao odor detectado. Nervo craniano II – ÓPTICO JOSÉ GUILHERME DE PINHO MEDEIROS APG: NERVOS CRANIANOS E SENTIDOS ESPECIAIS – SOI II ITPAC BRAGANÇA – MEDICINA 2º PERÍODO • As fibras do nervo óptico são os axônios das células do estrato ganglionar da retina. O nervo óptico deixa a cavidade orbital através do canal óptico e une-se com o nervo óptico do lado oposto, formando o quiasma óptico. O trato óptico surge a partir do quiasma óptico e conduz axônios da metade complementar de cada olho (i. e., hemicampo nasal, ipsilateral com hemicampo temporal contralateral) A maioria das fibras do trato óptico fazem sinapse no corpo geniculado lateral do tálamo, que se projeta para o córtex visual primário por meio das radiações ópticas. Um pequeno número de fibras não faz sinapse no núcleo geniculado lateral, porém projeta-se para o núcleo pré-tetal e colículo superior; essas fibras estão relacionadas com os reflexos fotomotores. Nervo craniano III - OCULOMOTOR O nervo oculomotor conduz fibras motoras somáticas e viscerais dos núcleos do nervo oculomotor principal e de Edinger- Westphal, respectivamente Esse nervo controla o movimento dos músculos extraoculares, e o músculo liso da íris e músculos ciliares para as ações de constrição e acomodação. As fibras nervosas saem do mesencéfalo na fossa interpeduncular e saem da cavidade do crânio pela fissura orbital superior. Nervo craniano IV - TROCLEAR As fibras motoras do núcleo do nervo troclear deixam o mesencéfalo posteriormente e decussam imediatamente com o nervo do lado oposto. Os nervos trocleares seguem anteriormente em torno do mesencéfalo e deixam a cavidade do crânio por meio da fissura orbital superior para inervar o músculo oblíquo superior do bulbo do olho. Nervo craniano V - TRIGÊMEO O nervo trigêmeo é o maior nervo craniano, que conduz a sensação para a cabeça e o controle motor para os músculos da mastigação. O nervo trigêmeo possui quatro núcleos: o núcleo principal (sensitivo), o núcleo espinal (sensitivo), o núcleo mesencefálico (sensitivo) e o núcleo motor. JOSÉ GUILHERME DE PINHO MEDEIROS APG: NERVOS CRANIANOS E SENTIDOS ESPECIAIS – SOI II ITPAC BRAGANÇA – MEDICINA 2º PERÍODO • As sensações de dor, temperatura, tato e pressão seguem ao longo dos axônios cujos corpos celulares estão localizados no gânglio sensitivo trigeminal ou semilunar. • As sensações de toque e pressão são conduzidas por fibras que fazem sinapse no núcleo principal. • As sensações de dor e temperatura são conduzidas por fibras que fazem sinapse no núcleo espinal. • As fibras proprioceptivas dos músculos da face, órbita, boca e mastigação fazem sinapse no núcleo mesencefálico. O nervo trigêmeo é formado por três nervos principais: oftálmico (V1), maxilar (V2) e mandibular (V3). Nervo craniano VI - ABDUCENTE As fibras motoras do núcleo do nervo abducente saem do mesencéfalo na junção da ponte e do bulbo. O nervo abducente sai da cavidade do crânio por meio da fissura orbital superior para alcançar a órbita, onde inerva o músculo reto lateral do bulbo do olho. Nervo craniano VII – FACIAL As fibras do nervo facial originam-se do núcleo motor principal, do núcleo salivatório superior (parassimpático), do núcleo lacrimal (parassimpático) e núcleo do trato solitário (sensitivo). As fibras motoras saem da cavidade do crânio pelo meato acústico interno, onde se unem à raiz sensitiva que se origina do gânglio geniculado. As fibras do núcleo motor inervam os músculos da expressão facial, o músculo estapédio, o ventre posterior do músculo digástrico eo músculo estilo-hióideo. As fibras do núcleo salivatório superior suprem as glândulas salivares submandibulares e sublinguais. O núcleo lacrimal supre a glândula lacrimal. O núcleo sensitivo recebe fibras gustatórias dos dois terços anteriores da língua. JOSÉ GUILHERME DE PINHO MEDEIROS APG: NERVOS CRANIANOS E SENTIDOS ESPECIAIS – SOI II ITPAC BRAGANÇA – MEDICINA 2º PERÍODO Nervo craniano VIII VESTIBULOCOCLEAR O nervo vestibulococlear consiste em duas partes: o nervo vestibular e o nervo coclear. O nervo vestibular conduz informações do utrículo, do sáculo e dos canais semicirculares sobre a posição da cabeça Os corpos celulares dessas fibras estão posicionados no gânglio vestibular e projetam-se para o complexo nuclear vestibular, um grupo de núcleos que transmitem a informação vestibular para o córtex e a medula espinal O nervo coclear consiste em corpos celulares bipolares no gânglio espiral da cóclea, em que as fibras conduzem sensações da cóclea para os núcleos coclear anterior e posterior. Os neurônios de segunda ordem dos núcleos cocleares comunicam-se com o núcleo posterior do corpo trapezoide, que emite um feixe de fibras de terceira ordem, denominado lemnisco lateral, para o colículo inferior e o corpo geniculado medial. A partir daqui, os axônios projetam-se para o córtex auditivo primário do giro temporal superior. Nervo craniano IX GLOSSOFARÍNGIEO O nervo glossofaríngeo possui quatro núcleos: o núcleo motor principal, o núcleo salivatório inferior (parassimpático), o núcleo espinal do nervo trigêmeo (sensitivo) e o núcleo do trato solitário (sensitivo) As fibras motoras inervam os músculos estilofaríngeos. As fibras parassimpáticas inervam a glândula salivar parótida. As fibras sensitivas da faringe e do terço posterior da língua fazem sinapse no núcleo espinal do nervo trigêmeo, enquanto as sensações gustatórias e os reflexos do seio carótico e corporal fazem sinapse no núcleo do trato solitário • O nervo glossofaríngeo sai da cavidade do crânio através do forame jugular. JOSÉ GUILHERME DE PINHO MEDEIROS APG: NERVOS CRANIANOS E SENTIDOS ESPECIAIS – SOI II ITPAC BRAGANÇA – MEDICINA 2º PERÍODO Nervo craniano X - VAGO O nervo vago possui quatro núcleos: o núcleo ambíguo (motor), o núcleo posterior (parassimpático), o núcleo espinal do nervo trigêmeo (sensitivo) e o núcleo do trato solitário (sensitivo) As fibras motoras do núcleo ambíguo inervam os músculos constritores da faringe e os músculos intrínsecos da laringe. As fibras sensitivas conduzem as sensações gustatórias da epiglote e aferentes viscerais dos órgãos, e fazem sinapse no núcleo do trato solitário. As sensações da mucosa da laringe terminam no núcleo espinal do nervo trigêmeo. As fibras parassimpáticas do núcleoposterior do nervo vago distribuem-se para os músculos involuntários dos brônquios, do coração, esôfago, estômago, intestino delgado e até o terço distal do colo transverso. • O nervo vago sai da cavidade do crânio através do forame jugular. Nervo craniano XI - ACESSÓRIO O nervo acessório é um nervo motor, que recebe fibras eferentes do núcleo ambíguo e da coluna cinzenta anterior dos primeiros cinco segmentos da medula espinal. As fibras que se originam nas colunas cinzentas produzem movimento dos músculos SCM e trapézio. As fibras do núcleo ambíguo seguem com o nervo vago e são habitualmente atribuídas às funções do NC X. • O nervo acessório sai da cavidade do crânio através do forame jugular. JOSÉ GUILHERME DE PINHO MEDEIROS APG: NERVOS CRANIANOS E SENTIDOS ESPECIAIS – SOI II ITPAC BRAGANÇA – MEDICINA 2º PERÍODO Nervo craniano XII - HIPOGLOSSO • O nervo hipoglosso é um nervo motor que recebe suas fibras eferentes do núcleo do nervo hipoglosso e inerva os músculos da língua O nervo hipoglosso sai do bulbo entre a pirâmide e a oliva, e atravessa o canal do hipoglosso para sair da cavidade do crânio. Exame clínico dos Nervos Cranianos Nervo olfatório • Em primeiro lugar, determine se as passagens nasais estão desobstruídas. • Em seguida, aplique alguma substância aromática facilmente identificável, como óleo de menta, óleo de cravo-da-índia ou tabaco, a uma narina de cada vez. • Pergunte ao paciente se ele consegue sentir algum odor; em caso afirmativo, peça ao paciente que identifique o odor. Convém lembrar que os sabores dos alimentos dependem do sentido do olfato, e não da gustação. A anosmia bilateral pode ser causada por doença da mucosa olfatória, como resfriado comum ou rinite alérgica. A anosmia unilateral pode resultar de uma doença que afeta os nervos, o bulbo ou o trato olfatório. Uma lesão do córtex olfatório em um lado tem pouca probabilidade de produzir anosmia completa, uma vez que as fibras de cada trato olfatório seguem o seu trajeto para os dois hemisférios cerebrais. Nervo óptico • Primeiro, pergunte ao paciente se observou qualquer alteração na sua visão. É preciso testar a acuidade visual para a visão de perto e distante. A visão de perto é testada pedindo-se ao paciente para ler um cartão com letras e números de tamanho padrão. Cada olho é testado, separadamente, com ou sem óculos. A visão distante é testada pedindo-se ao paciente para ler o quadro de Snellen a uma distância de 6 m. • Em seguida, devem ser testados os campos visuais. O paciente e o examinador sentam-se um em frente do outro, a uma distância de 60 cm. Pede-se ao paciente que cubra o olho direito, e o examinador cobre então o seu próprio olho esquerdo. Pede-se ao paciente olhar para a pupila do olho direito do examinador. • Em seguida, o examinador desloca um pequeno objeto seguindo um movimento em arco ao redor da periferia do campo de visão e pergunta ao paciente se ele pode ver o objeto. A extensão do campo visual do paciente é comparada com o campo normal do examinador. • Em seguida, testa-se o outro olho. O examinador precisa ter o cuidado de não omitir uma perda ou comprometimento da visão na área central do campo (escotoma central). • Lesões da via visual As lesões da via óptica podem ter muitas causas patológicas. Os tumores expansivos do encéfalo e de estruturas JOSÉ GUILHERME DE PINHO MEDEIROS APG: NERVOS CRANIANOS E SENTIDOS ESPECIAIS – SOI II ITPAC BRAGANÇA – MEDICINA 2º PERÍODO vizinhas, como a hipófise e as meninges, e os acidentes vasculares encefálicos são comumente responsáveis. Os efeitos mais disseminados sobre a visão ocorrem onde as fibras nervosas da via visual estão firmemente reunidas, como no nervo óptico ou no trato óptico. Nervo oculomotor O nervo oculomotor supre todos os músculos extraoculares, com exceção dos músculos oblíquo superior e reto lateral do bulbo do olho. Supre também o músculo estriado do levantador da pálpebra superior e o músculo liso relacionado com a acomodação, isto é, o músculo esfíncter da pupila e o músculo ciliar. Em uma lesão completa do nervo oculomotor, o olho não consegue ser movido para cima, para baixo ou medialmente. Em repouso, o olho olha lateralmente (estrabismo externo), devido à atividade do músculo reto lateral do bulbo do olho, e para baixo, devido à atividade do músculo oblíquo superior do bulbo do olho. O paciente tem visão dupla (diplopia). Ocorre queda da pálpebra superior (ptose), devido à paralisia do músculo levantador da pálpebra superior. A pupila está amplamente dilatada e não reage à luz, devido à paralisia do músculo esfíncter da pupila e ação sem oposição do músculo dilatador da pupila (suprido pela parte simpática). A acomodação do olho é paralisada. As lesões incompletas do nervo oculomotor são comuns e podem poupar os músculos extraoculares ou os músculos intra-oculares. A condição na qual a inervação dos músculos extraoculares é preservada, com perda seletiva da inervação autonômica do músculo esfíncter da pupila e músculo ciliar, é denominada oftalmoplegia interna. O distúrbio em que o músculo esfíncter da pupila e o músculo ciliar são preservados, com paralisia dos músculos extraoculares, é denominada oftalmoplegia externa. A possível explicação para o comprometimento dos nervos autônomos e a preservação das fibras remanescentes é a de que as fibras autonômicas parassimpáticas estão localizadas superficialmente dentro do nervo oculomotor e tendem a ser as primeiras afetadas pela compressão. A natureza da doença também desempenha um papel. Por exemplo, nos casos de diabetes melito com comprometimento da condução nervosa (neuropatia diabética), as fibras autonômicas não são afetadas, enquanto os nervos para os músculos extra-oculares são paralisados. Os distúrbios que apontam mais comumente o nervo oculomotor incluem diabetes melito, aneurisma, tumor, traumatismo, inflamação e doença vascular. Ver lesões do nervo oculomotor no mesencéfalo (síndrome de Benedikt). Nervo troclear JOSÉ GUILHERME DE PINHO MEDEIROS APG: NERVOS CRANIANOS E SENTIDOS ESPECIAIS – SOI II ITPAC BRAGANÇA – MEDICINA 2º PERÍODO O nervo troclear supre o músculo oblíquo superior do bulbo do olho, cuja ação consiste na rotação do olho para baixo e lateralmente. • Nas lesões do nervo troclear, o paciente queixa-se de diplopia ao olhar diretamente para baixo, uma vez que as imagens dos dois olhos são inclinadas uma em relação à outra. Isso se deve à paralisia do músculo oblíquo superior do bulbo do olho, de modo que o olho se movimenta medialmente e para baixo. De fato, o paciente tem grande dificuldade em movimentar o olho para baixo e lateralmente. Os distúrbios que afetam com mais frequência o nervo troclear incluem estiramento ou equimose como complicação de traumatismos cranioencefálicos (o nervo é longo e delgado), trombose do seio cavernoso, aneurisma da artéria carótida interna e lesões vasculares da parte dorsal do mesencéfalo. Nervo abducente O nervo abducente supre o músculo reto lateral do bulbo do olho, cuja ação consiste em rotação lateral do olho. Em uma lesão do nervo abducente, não há rotação lateral do olho. Quando o paciente olha diretamente para frente, o músculo lateral do bulbo do olho está paralisado, e o músculo reto medial sem oposição traciona medialmente o bulbo do olho, causando estrabismo interno. Ocorre também diplopia. As lesões do nervo abducente incluem dano em consequência de traumatismo cranioencefálico (o nervo é longo e delgado), trombose do seio cavernoso ou aneurisma da artéria carótida interna e lesões vasculares da ponte. Nervo trigêmeo O nervo trigêmeo possui raízes sensitiva e motora. A raiz sensitiva segue para o gânglio trigeminal, a partir do qual emergem os nervos oftálmico (V1), maxilar (V2)e mandibular (V3). A raiz motora une- se ao nervo mandibular. • A função sensitiva pode ser testada aplicando-se um pedaço de algodão e um alfinete a cada área da face suprida pelas divisões do nervo trigêmeo. • A função motora pode ser testada pedindo ao paciente para cerrar os dentes. Os músculos masseter e temporal podem ser palpados, e percebe-se o seu endurecimento quando contraem. NEURALGIA DO TRIGÊMEO Na neuralgia do trigêmeo, a dor lancinante intensa na face é de causa desconhecida e envolve as fibras de dor do nervo trigêmeo. A dor é sentida mais comumente nas áreas cutâneas inervadas pelos nervos mandibular e maxilar, divisões do nervo trigêmeo; só raramente é que a dor é sentida na área suprida pelo nervo oftálmico. Nervo facial O nervo facial supre os músculos da expressão facial, supre os dois terços anteriores da língua com fibras gustatórias, e é secretomotor para as glândulas lacrimais, submandibulares e sublinguais. • Para testar o nervo facial, pede-se ao paciente para mostrar os dentes, separando os lábios com os dentes cerrados. Normalmente, aparecem áreas iguais dos dentes superiores e JOSÉ GUILHERME DE PINHO MEDEIROS APG: NERVOS CRANIANOS E SENTIDOS ESPECIAIS – SOI II ITPAC BRAGANÇA – MEDICINA 2º PERÍODO inferiores nos dois lados. Se houver uma lesão do nervo facial em um dos lados, a boca fica distorcida. Uma área maior dos dentes é revelada no lado do nervo intacto, visto que a boca é tracionada para aquele lado. • Outro teste útil consiste em pedir ao paciente para fechar firmemente os dois olhos. Em seguida, o examinador tenta abrir os olhos elevando delicadamente as pálpebras superiores do paciente. No lado da lesão, o músculo orbicular do olho está paralisado, de modo que a pálpebra é facilmente elevada naquele lado. • Pode-se testar a sensação do paladar em cada metade dos dois terços anteriores da língua colocando pequenas quantidades de açúcar, sal, vinagre e quinina na língua, para as sensações doce, salgada, azeda e amarga. LESÕES DO NERVO FACIAL • O nervo facial pode ser lesionado ou pode tornar-se disfuncional em qualquer ponto ao longo deo seu extenso trajeto do tronco encefálico até a face. A sua relação anatômica com outras estruturas ajuda acentuadamente na localização da lesão. Se o nervo abducente (que supre o músculo reto lateral do bulbo do olho) e o nervo facial não estiverem funcionando, isso deve sugerir a presença de lesão na ponte. Se o nervo vestibulococlear (para o equilíbrio e a audição) e o nervo facial não estiverem funcionando, isso sugere a presença de lesão no meato acústico interno. Se o paciente for excessivamente sensível ao som em uma orelha, a lesão provavelmente acomete o nervo para o músculo estapédio, que surge do nervo facial no canal do nervo facial. A perda da gustação nos dois terços anteriores da língua indica que o nervo facial está lesionado proximalmente ao ponto onde emite o ramo corda do tímpano no canal do nervo facial. Uma tumefação firme da glândula salivar parótida associada ao comprometimento da função do nervo facial indica fortemente um câncer de glândula parótida, com comprometimento do nervo dentro da glândula. Lacerações profundas da face podem acometer ramos do nervo facial. A parte do nervo facial que controla os músculos da parte superior da face recebe fibras corticonucleares de ambos os hemisféricos cerebrais. Por conseguinte, com uma lesão que acomete os neurônios motores superiores, apenas os músculos da parte inferior da face estarão paralisados. Entretanto, em pacientes com lesão do núcleo motor do nervo facial ou do próprio nervo facial – ou seja, uma lesão do neurônio motor inferior, todos os músculos no lado afetado da face estarão paralisados. • A pálpebra inferior pende, e o ângulo da boca descai. As lágrimas fluem sobre a pálpebra inferior, e a saliva escorre do ângulo da boca. O paciente é incapaz de fechar o olho e de expor totalmente os dentes no lado afetado. • Em pacientes com hemiplegia, os movimentos emocionais da face são habitualmente preservados. Isso indica que os neurônios motores superiores que controlam esses movimentos miméticos seguem um trajeto separado daquele das fibras corticobulbares principais. Uma lesão envolvendo isoladamente essa via separada resulta em perda dos movimentos emocionais, porém com JOSÉ GUILHERME DE PINHO MEDEIROS APG: NERVOS CRANIANOS E SENTIDOS ESPECIAIS – SOI II ITPAC BRAGANÇA – MEDICINA 2º PERÍODO preservação dos movimentos voluntários. A ocorrência de uma lesão mais extensa produz paralisia facial mimética e voluntária. PARALISIA DE BELL A paralisia de Bell é uma disfunção do nervo facial, no seu trajeto dentro do canal do nervo facial; essa paralisia é habitualmente unilateral. O local da disfunção determina os aspectos da função do nervo facial que estão comprometidos. NERVO VESTIBULOCOCLEAR O nervo vestibulococlear inerva o utrículo e o sáculo, que são sensíveis a alterações estáticas no equilíbrio; os canais semicirculares, que são sensíveis a alterações no equilíbrio dinâmico; e a cóclea, que é sensível ao som. Os distúrbios da função do nervo vestibular incluem tontura (vertigem) e nistagmo. O nistagmo vestibular é uma oscilação rítmica incontrolável dos olhos, e a fase rápida afasta-se do lado da lesão. • A função vestibular pode ser investigada com testes calóricos. Esses testes consistem em elevar e reduzir a temperatura no meato acústico externo, que induz correntes de convecção na endolinfa dos canais semicirculares (principalmente do canal semicircular lateral) e estimula as terminações nervosas. As causas de vertigem incluem doenças do labirinto, como a doença de Ménière. Lesões do nervo vestibular, dos núcleos vestibulares e do cerebelo também podem ser responsáveis. A esclerose múltipla, os tumores e as lesões vasculares do tronco encefálico também causam vertigem. distúrbios da função do nervo coclear. Os distúrbios da função do nervo coclear manifestam-se como surdez e zumbido. Deve-se testar a capacidade do paciente de ouvir uma voz sussurrada ou um diapasão vibrando, e cada orelha deve ser testada separadamente. A perda da audição pode resultar de um defeito do mecanismo de condução auditivo na orelha média, de dano às células receptoras no órgão espiral na cóclea, de lesão do nervo coclear, de uma lesão das vias auditivas centrais ou de lesão do córtex do lobo temporal. • As lesões da orelha interna incluem a doença de Ménière, a labirintite aguda e trauma após traumatismo cranioencefálico. • As lesões do nervo coclear incluem tumor (neuroma acústico) e traumatismo. As lesões do sistema nervoso central incluem tumores do mesencéfalo e esclerose múltipla. Apenas as lesões bilaterais do lobo temporal causam surdez. NERVO GLOSSOFARÍNGEO O nervo glossofaríngeo supre o músculo estilofaríngeo e emite fibras secretomotoras para a glândula parótida. As fibras sensitivas inervam o terço posterior da língua para a sensação geral e gustação. JOSÉ GUILHERME DE PINHO MEDEIROS APG: NERVOS CRANIANOS E SENTIDOS ESPECIAIS – SOI II ITPAC BRAGANÇA – MEDICINA 2º PERÍODO • A integridade desse nervo pode ser avaliada testando a sensibilidade geral do paciente e a gustação no terço posterior da língua. As lesões isoladas do nervo glossofaríngeo são raras e, em geral, também acometem o nervo vago. NERVO VAGO O nervo vago inerva muitos órgãos importantes, porém o exame desse nervo depende da avaliação da função dos ramos para a faringe, o palato mole e a laringe. • O reflexo faríngeo ou de ânsia de vômito pode ser testado tocando-se a parede lateral da faringe com uma espátula. Isso deve causar imediatamente ânsia de vômito, isto é, ocorre contração dos músculos faríngeos. O neurônio aferente do reflexo faríngeo segue o seu trajeto no nervo glossofaríngeo,e os neurônios eferentes seguem nos nervos glossofaríngeo (para o músculo estilofaríngeo) e vago (músculos constritores da faringe). As lesões unilaterais do nervo vago provocam redução ou ausência do reflexo de ânsia de vômito naquele lado. • A inervação do palato mole pode ser testada pedindo ao paciente para dizer “ah”. Normalmente, ocorre elevação do palato mole, e a úvula move-se para trás, na linha mediana. Todos os músculos da laringe são supridos pelo ramo laríngeo recorrente do nervo vago, com exceção do músculo cricotireóideo, que é inervado pelo ramo laríngeo externo do ramo laríngeo superior do nervo vago. Pode ocorrer rouquidão ou ausência da voz como sintoma de paralisia do nervo vago. Os movimentos das pregas vocais podem ser testados por meio de exame laringoscópico. As lesões que acometem o nervo vago na fossa posterior do crânio também afetam comumente os nervos glossofaríngeo, acessório e hipoglosso. NERVO ACESSÓRIO O nervo acessório supre os músculos SCM e trapézio por meio de sua raiz espinal. • Pede-se ao paciente que gire a cabeça para um lado contra resistência, resultando em ação do músculo SCM do lado oposto. Em seguida, pede-se ao paciente para encolher os ombros, resultando em ação do músculo trapézio. As lesões da parte espinal do nervo acessório resultam em paralisia dos músculos SCM e trapézio. O músculo SCM sofre atrofia, causando fraqueza na rotação da cabeça para o lado oposto. O músculo trapézio também sofre atrofia, causando queda do ombro para aquele lado, bem como fraqueza e dificuldade em elevar o braço acima da horizontal. As lesões da parte espinal do nervo acessório podem ocorrer em qualquer ponto ao longo do seu trajeto e podem resultar de tumores ou traumatismos por feridas pene-trantes ou por armas de fogo no pescoço. NERVO HIPOGLOSSO O nervo hipoglosso supre os músculos intrínsecos da língua e os músculos estiloglosso, hioglosso e genioglosso. JOSÉ GUILHERME DE PINHO MEDEIROS APG: NERVOS CRANIANOS E SENTIDOS ESPECIAIS – SOI II ITPAC BRAGANÇA – MEDICINA 2º PERÍODO • Para testar a integridade do nervo, pede-se ao paciente para estender a língua para fora; em caso de lesão do neurônio motor inferior, observa-se um desvio da língua em direção ao lado paralisado. A língua é menor no lado da lesão, devido à atrofia muscular, e a atrofia pode ser acompanhada ou precedida de fasciculações. Convém lembrar que a maior parte do núcleo do nervo hipoglosso recebe fibras corticonucleares de ambos os hemisférios cerebrais. Entretanto, parte do núcleo que supre o músculo genioglosso recebe fibras corticonucleares apenas do hemisfério cerebral oposto. • Se um paciente apresentar lesão das fibras corticonucleares, não haverá atrofia nem fibrilação da língua, e, na protrusão, ocorrerá desvio da língua para o lado oposto da lesão. (Observe que o músculo genioglosso puxa a língua para a frente.) Podem ocorrer lesões do nervo hipoglosso em qualquer ponto ao longo do seu trajeto. Essas lesões podem resultar de tumor, doenças desmielinizantes, siringomielia e acidentes vasculares. Além disso, pode ocorrer lesão do nervo no pescoço em consequência de feridas penetrantes por arma branca e por arma de fogo. SENTIDOS ESPECIAIS • Os órgãos dos sentidos possuem receptores especiais que nos permitem cheirar, saborear, ver, ouvir e manter o equilíbrio. As informações transmitidas por esses receptores para a parte central do sistema nervoso (também conhecido como sistema nervoso central (SNC) são utilizadas para ajudar a manter a homeostasia. Os receptores para os sentidos especiais – olfato, paladar, visão, audição e equilíbrio – são anatomicamente diferentes uns dos outros e se encontram concentrados em locais específicos da cabeça. Geralmente se encontram em meio ao tecido epitelial de órgãos dos sentidos complexos como os olhos e as orelhas. As vias neurais para os sentidos especiais também são mais complexas do que aquelas para os sentidos gerais. OLFAÇÃO| SENTIDO DO OLFATO • Tanto o olfato quanto o paladar são sentidos químicos; as sensações surgem a partir da interação de moléculas com os receptores do olfato ou do paladar. Para que sejam detectadas por esses sentidos, as moléculas estimuladoras precisam estar dissolvidas. Como os impulsos do olfato e do paladar são propagados para o sistema límbico (e também para áreas corticais superiores), determinados odores e sabores podem causar respostas emocionais fortes ou uma cascata de memórias. ANATOMIA DOS RECEPTORES OLFATÓRIOS • Estima-se que os seres humanos consigam reconhecer cerca de 10.000 odores diferentes. Para que isso aconteça, o nariz contem entre 10 e 100 milhões de receptores para o sentido do olfato, contidos em uma região chamada de epitélio olfatório que ocupa a parte superior da cavidade nasal, cobrindo. Face inferior da lâmina cribriforme e estendendo-se ao longo da concha nasal superior. O epitélio olfatório é composto por três tipos de JOSÉ GUILHERME DE PINHO MEDEIROS APG: NERVOS CRANIANOS E SENTIDOS ESPECIAIS – SOI II ITPAC BRAGANÇA – MEDICINA 2º PERÍODO células: os receptores olfatórios, as células de sustentação e células basais. - Receptores olfatórios: são neurônios de primeira ordem da via olfatória, cada um desses neurônios é bipolar com um dendrito exposto com formato de calículo e um axônio que se projeta através da placa cribriforme e termina no bulbo olfatório. Estendendo-se a partir do dendrito de uma célula receptora olfatória encontram-se vários cílios olfatórios imóveis, que são os locais da transdução olfatória. (Lembre-se de que transdução é a conversão da energia do estímulo em um potencial graduado no receptor sensitivo.) Nas membranas plasmáticas dos cílios olfatórios encontram-se os receptores olfatórios que detectam as substâncias químicas inaladas. As substâncias químicas que possuem um odor que se ligue e estimule os receptores olfatórios nos cílios olfatórios são chamados de odoríferas (odorantes). Os receptores olfatórios respondem ao estímulo químico de uma molécula odorífera produzindo um potencial gerador e iniciando assim a resposta olfatória. As células de sustentação são células epiteliais colunares da túnica mucosa que reveste o nariz. Elas fornecem sustentação física, nutrição e isolamento elétrico para os receptores olfatórios e ajudam a destoxificar substâncias químicas que entram em contato com o epitélio olfatório. As células basais são células-tronco localizadas entre as bases das células de sustentação. Elas sofrem divisão celular continuamente para produzirem novos receptores olfatórios, que vivem apenas cerca de 1 mês antes de serem substituídos. Esse processo é extraordinário, levando-se em consideração que os receptores olfatórios são neurônios e, como você já aprendeu, os neurônios maduros geralmente não são repostos. No tecido conjuntivo que sustenta o epitélio olfatório encontram-se as glândulas olfatórias ou glândulas de Bowman, produtoras de muco, que é transportado para a superfície do epitélio por ductos. A secreção umedece a superfície do epitélio olfatório e dissolve os odoríferos de modo que possa ocorrer a transdução. Tanto as células de sustentação do epitélio nasal quanto as glândulas olfatórias são inervadas por neurônios parassimpáticos dos ramos do nervo facial (NC VII), que podem ser estimulados por determinadas substâncias químicas. Impulsos desses nervos, por sua vez, podem estimular as glândulas lacrimais nos olhos e as glândulas mucosas nasais. O resultado são lágrimas e coriza após a inalação de substâncias como pimenta ou de vapores de amônia. Fisiologia da Olfação • Já foram realizadas muitas tentativas para distinguir e classificar as sensações “primárias” do olfato. Evidências genéticas sugerem agora que existem centenas de odores primários.Nossa capacidade de reconhecer cerca de JOSÉ GUILHERME DE PINHO MEDEIROS APG: NERVOS CRANIANOS E SENTIDOS ESPECIAIS – SOI II ITPAC BRAGANÇA – MEDICINA 2º PERÍODO 10.000 odores diferentes provavelmente depende dos padrões de atividade cerebral que surgem a partir da ativação de muitas combinações diferentes dos receptores olfatórios. Os receptores olfatórios reagem às moléculas odoríferas do mesmo modo que a maior parte dos receptores sensitivos reage a seus estímulos específicos: um potencial gerador (despolarização) se desenvolve e dispara um ou mais impulsos nervosos. Esse processo, chamado de transdução olfatória, ocorre da seguinte maneira: a ligação de um odorante a uma proteína receptora olfatória localizada em um cílio olfatório estimula uma proteína de membrana chamada de proteína G. A proteína G, por sua vez, ativa a enzima adenilato ciclase a produzir uma substância chamada de monofosfato de adenosina cíclico (AMP cíclico ou cAMP). O cAMP abre um canal de sódio (Na+), que permite que o Na+ entre no citosol, causando um potencial gerador despolarizante na membrana do receptor olfatório. Se a despolarização alcançar o limiar, é gerado um potencial de ação pelo axônio do receptor olfatório. • Os odorantes podem produzir potenciais geradores despolarizantes, que causam potenciais de ação. GUSTAÇÃO | O SENTIDO DO PALADAR O paladar ou a gustação, assim como o olfato, é um sentido químico. Entretanto, ele é muito mais simples do que o olfato uma vez que apenas cinco gostos primários podem ser distinguidos: azedo, doce, amargo, salgado e umami. O sabor umami, descoberto mais recentemente do que os outros, foi relatado primeiramente por cientistas japoneses e é descrito como “carnoso” ou “saboroso”. Acredita-se que o umami surja a partir de receptores gustatórios estimulados por L-glutamato e por nucleotídeos, substâncias presentes em muitos alimentos. Todos os outros sabores, como chocolate, pimenta e café, são apenas combinações dos cinco sabores primários, além das sensações olfatória e táteis que acompanham o alimento. Os odores dos alimentos podem passar da boca para a cavidade nasal, onde estimulam os receptores olfatórios. Como o olfato é muito mais sensível do que o paladar, uma dada concentração de substância alimentar pode estimular o sistema olfatório centenas de vezes mais intensamente do que ela estimula o sistema gustatório. Quando você está gripado ou sofrendo por alergia e não consegue sentir o sabor do seu alimento, na realidade é o olfato que está bloqueado e não o paladar. Os calículos gustatórios estão localizados em elevações na língua chamadas de papilas, que aumentam a área superficial e fornecem uma estrutura rugosa para a face superior da língua. Três tipos de papilas contêm calículos gustatórios: JOSÉ GUILHERME DE PINHO MEDEIROS APG: NERVOS CRANIANOS E SENTIDOS ESPECIAIS – SOI II ITPAC BRAGANÇA – MEDICINA 2º PERÍODO 1. Cerca de 12 papilas circunvaladas circulares e muito grandes formam uma fileira com formato de V invertido na parte posterior da língua. Cada uma dessas papilas armazena cerca de 100 a 300 calículos gustatórios. 2. As papilas fungiformes são elevações com formato de cogumelo espalhadas ao longo de toda a superfície da língua contendo cada uma delas cerca de cinco calículos gustatórios. 3. As papilas folhadas estão localizadas em fossetas nas margens laterais da língua, porém a maior parte de seus calículos gustatórios degenera no início da infância. Além disso, toda a superfície da língua possui papilas filiformes. Essas estruturas pontudas e com formato de fio contêm receptores táteis, mas nenhum calículo gustatório. Eles aumentam o atrito entre a língua e o alimento, fazendo com que seja mais fácil para a língua movimentar o alimento na cavidade oral. Via Gustatória Três nervos cranianos contêm axônios dos neurônios gustatórios de primeira ordem que inervam os calículos gustatórios. O nervo facial (VII) inerva os calículos gustatórios nos dois terços anteriores da língua; o nervo glossofaríngeo (IX) inerva os calículos gustatórios no terço posterior da língua e o nervo vago (X) inerva os calículos gustatórios na garganta e na epiglote. A partir dos calículos gustatórios, os impulsos nervosos são propagados ao longo desses nervos cranianos até o núcleo gustatório no bulbo. A partir do bulbo, alguns axônios carregando os sinais gustatórios se projetam para o sistema límbico e para o hipotálamo; outros se projetam para o tálamo. Os sinais gustatórios que se projetam a partir do tálamo para a área gustatória primária no lobo parietal do córtex cerebral (área 43) dão origem à percepção consciente do paladar. Visão A visão, o ato de ver, é extremamente importante para a sobrevivência humana. Mais de metade dos receptores sensitivos no corpo humano estão localizados nos olhos e uma grande parte do córtex cerebral é dedicada ao processamento da informação visual. Nesta seção, nós avaliaremos a radiação eletromagnética, as estruturas acessórias do olho, o bulbo do olho, a formação das imagens visuais, a fisiologia da visão e a via visual desde o olho até o encéfalo. Os olhos são responsáveis pela detecção da luz visível, a parte do espectro eletromagnético com comprimentos de onda variando entre 400 e 700 nm. A luz JOSÉ GUILHERME DE PINHO MEDEIROS APG: NERVOS CRANIANOS E SENTIDOS ESPECIAIS – SOI II ITPAC BRAGANÇA – MEDICINA 2º PERÍODO visível exibe cores: a cor da luz visível depende de seu comprimento de onda. Por exemplo, a luz com o comprimento de onda de 400 nm é violeta e a luz com comprimento de onda de 700 nm é vermelha. Estruturas acessórias dos olhos • As estruturas acessórias do olho incluem as pálpebras, cílios, sobramcelhas, o aparelho lacrimal (produtor de lagrimas) e os músculos extrínsecos do bulbo do olho. Fisiologia da visão A transdução da energia luminosa em um potencial receptor ocorre no segmento externo tanto de cones quanto de bastonetes. Os fotopigmentos são proteínas integrais na membrana plasmática do segmento externo. Nos cones, a membrana plasmática é dobrada para frente e para trás de modo plissado (pregueado); nos bastonetes, as pregas se destacam da membrana plasmática e formam discos. O segmento externo de cada bastonete contém uma pilha com cerca de mil discos, empilhados como moedas dentro de um invólucro. Processamento das informações visuais na retina No estrato nervoso da retina, determinadas características da informação visual são potencializadas, enquanto outras características podem ser descartadas. Informações provenientes de várias células podem convergir para uma pequena quantidade de neurônios pós-sinápticos (convergência) ou divergir para uma grande quantidade (divergência). De modo geral, a convergência predomina: existem apenas um milhão de células ganglionares, porém existem 126 milhões de fotorreceptores no olho humano. Uma vez que os potenciais receptores surgem nos segmentos externos dos bastonetes e dos cones, eles se espalham através dos segmentos internos até os terminais sinápticos. As moléculas neurotransmissoras liberadas por bastonetes e cones induzem potenciais graduais locais tanto em células bipolares quanto em células horizontais. Entre 6 e 600 bastonetes formam sinapses com uma única célula bipolar na camada sináptica externa da retina; um cone frequentemente forma sinapse com uma única célula bipolar. A convergência de muitos bastonetes em uma única célula bipolar aumenta a sensibilidade à luz da visão dos bastonetes, porém desfoca levemente a imagem que é percebida. A visão dos cones, embora menos sensível, é mais nítida por causa da proporção de um para uma das sinapses entre cones e células bipolares. A estimulação dos bastonetes pela luz excita as células bipolares; as células bipolaresdos cones podem ser excitadas ou inibidas quando surge uma luz. JOSÉ GUILHERME DE PINHO MEDEIROS APG: NERVOS CRANIANOS E SENTIDOS ESPECIAIS – SOI II ITPAC BRAGANÇA – MEDICINA 2º PERÍODO As células horizontais transmitem sinais inibitórios para as células bipolares nas áreas laterais aos cones e bastonetes excitados. Essa inibição lateral aumenta o contraste da cena visual entre áreas da retina que são estimuladas fortemente e áreas adjacentes que são estimuladas mais fracamente. As células horizontais também ajudam a diferenciar várias cores. As células amácrinas, que são excitadas pelas células bipolares, formam sinapses com células ganglionares e transmitem informações para elas, sinalizando uma modificação no nível de iluminação da retina. Quando células bipolares ou amácrinas transmitem sinais excitatórios para as células ganglionares, essas células ganglionares se despolarizam e disparam impulsos nervosos. Via encefálica e campos visuais Os axônios do nervo óptico (II) passam através do quiasma óptico (um cruzamento, como na letra X), um ponto de cruzamento dos nervos ópticos. Alguns axônios atravessam para o lado oposto, enquanto outros permanecem do mesmo lado. Após passarem pelo quiasma óptico, os axônios, agora parte do trato óptico, entram no encéfalo e a maior parte deles termina no núcleo do corpo geniculado lateral do tálamo. Ali, eles formam sinapses com neurônios cujos axônios formam as radiações ópticas, que se projetam para as áreas visuais primárias nos lobos occipitais do córtex cerebral (área 17) e começa a percepção visual. Uma parte das fibras do trato óptico termina no colículo superior, que controla os músculos extrínsecos do bulbo do olho, e nos núcleos pré-tectais, que controlam os reflexos de acomodação e pupilar. Audição e Equilibrio A audição é a capacidade de perceber os sons. A orelha é uma maravilha da engenharia porque seus receptores sensitivos permitem a transdução de vibrações sonoras com amplitudes tão pequenas quanto o diâmetro de um átomo de ouro (0,3 nm) em sinais elétricos mil vezes mais rapidamente do que os fotorreceptores podem responder à luz. A orelha também possui receptores para o equilíbrio, o sentido que ajuda você a manter seu equilíbrio e se orientar no espaço. Anatomia da orelha A orelha é dividida em três regiões principais: (1) a orelha externa, que coleta as ondas sonoras e as direciona para dentro; (2) a orelha média, que conduz as vibrações sonoras para a janela do vestíbulo (oval); e (3) a orelha interna, que armazena os receptores para a audição e JOSÉ GUILHERME DE PINHO MEDEIROS APG: NERVOS CRANIANOS E SENTIDOS ESPECIAIS – SOI II ITPAC BRAGANÇA – MEDICINA 2º PERÍODO para o equilíbrio. Orelha externa A orelha externa é formada pela orelha (pavilhão auricular), pelo meato acústico externo e pela membrana timpânica. A orelha é uma aba de cartilagem elástica com formato semelhante à extremidade de uma corneta e recoberta por pele. A sua margem é a hélice; a parte inferior é o lóbulo. Ligamentos e músculos ligam a orelha à cabeça. O meato acústico externo é um tubo curvado com cerca de 2,5 cm de comprimento que se encontra no temporal e leva à membrana timpânica. A membrana timpânica ou tímpano é uma divisão fina e semitransparente entre o meato acústico externo e a orelha média. A membrana timpânica é coberta por epiderme e revestida por um epitélio cúbico simples. Entre as camadas epiteliais encontra-se tecido conjuntivo composto por colágeno, fibras elásticas e fibroblastos. O rompimento da membrana timpânica é chamado de perfuração do tímpano. Ele pode ser causado pela pressão de um cotonete, por traumatismo ou por uma infecção na orelha média e em geral se cura em 1 mês. A membrana timpânica pode ser avaliada diretamente pelo uso de um otoscópio, um instrumento que ilumina e amplia o meato acústico externo e a membrana timpânica. Orelha média A orelha média é uma pequena cavidade, cheia de ar e revestida por epitélio, situada na parte petrosa do temporal. Ela é separada da orelha externa pela membrana timpânica e da orelha interna por uma divisão óssea fina que contém duas pequenas aberturas: a janela do vestíbulo (oval) e a janela da cóclea (redonda). Estendendo-se através da orelha média e ligada a ela através de ligamentos encontram-se os três menores ossos do corpo, os ossículos da audição, que são conectados por articulações sinoviais. Os ossos, nomeados por causa de seus formatos, são o martelo, a bigorna e o estribo. O “cabo” do martelo se liga à face interna da membrana timpânica. A “cabeça” do martelo é articulada ao corpo da bigorna. A bigorna, o osso do meio na série, se articula com a cabeça do estribo. A base do estribo se encaixa na janela do vestíbulo (oval). Diretamente abaixo dessa janela encontra-se outra abertura, a janela da cóclea (redonda), que é encapsulada por uma membrana chamada de membrana timpânica secundária. Orelha interna A orelha interna também é chamada de labirinto por causa de sua série complicada de canais. Estruturalmente, ela é formada por duas divisões principais: um labirinto ósseo externo que encapsula um labirinto membranáceo interno. É como se fossem balões longos colocados dentro de um tubo rígido. O labirinto ósseo é formado por uma série de cavidades na parte petrosa do temporal divididas em três áreas: (1) os canais semicirculares, (2) o vestíbulo e (3) a JOSÉ GUILHERME DE PINHO MEDEIROS APG: NERVOS CRANIANOS E SENTIDOS ESPECIAIS – SOI II ITPAC BRAGANÇA – MEDICINA 2º PERÍODO cóclea. O labirinto ósseo é revestido por periósteo e contém a perilinfa. Esse líquido, que é quimicamente semelhante ao líquido cerebrospinal, reveste o labirinto membranáceo, uma série de sacos e tubos epiteliais dentro do labirinto ósseo que têm o mesmo formato geral do labirinto ósseo, abrigando os receptores para a audição e o equilíbrio. O labirinto membranáceo epitelial contém a endolinfa. O nível de íons potássio (K+) na endolinfa é incomumente alto para um líquido extracelular e os íons potássio desempenham um papel na geração dos sinais auditivos (descritos a seguir). O vestíbulo é a parte central oval do labirinto ósseo. O labirinto membranáceo no vestíbulo é formado por dois sacos chamados de utrículo e sáculo, que são conectados por um pequeno ducto. Projetando-se superior e posteriormente ao vestíbulo encontram-se três canais semicirculares ósseos, cada um deles localizado em ângulos aproximadamente retos um em relação aos outros dois. Com base em suas posições, eles são nomeados como canais semicirculares anterior, posterior e lateral. Os canais semicirculares anterior e posterior são orientados verticalmente; o canal lateral é orientado horizontalmente. Em uma extremidade de cada canal encontra-se um alargamento redondo chamado de ampola. As partes do labirinto membranáceo que se encontram dentro dos canais semicirculares ósseos são chamados de ductos semicirculares. Essas estruturas se conectam ao utrículo do vestíbulo. O nervo vestibular, parte do nervo vestibulococlear (VIII) consiste nos nervos ampular, utricular e sacular. Esses nervos contêm neurônios sensitivos de primeira ordem e neurônios motores que formam sinapses com os receptores de equilíbrio. Os neurônios sensitivos de primeira ordem carregam a informação sensorial proveniente dos receptores e os neurônios motores carregam sinais de retroalimentação para os receptores, aparentemente para modificar sua sensibilidade. Os corpos celulares dos neurônios sensitivos encontram-se localizados nos gânglios vestibulares Fisiologia da audição Os seguintes eventos estão envolvidos na audição: O pavilhão direciona as ondas sonoras para o meato acústico externo. Quando as ondas sonoras alcançam a membrana timpânica, as ondas alternadas de pressão alta e baixa no ar fazem com que a membranatimpânica vibre para frente e para trás. A membrana timpânica vibra lentamente em resposta a sons de baixa frequência (tons baixos) e rapidamente em resposta a sons de alta frequência (tons altos). A área central da membrana timpânica se conecta ao martelo, que vibra junto com a membrana timpânica. Essa vibração é transmitida do martelo para a bigorna e, então, para o estribo. Conforme o estribo se move para frente e para trás, sua placa basal em formato oval, conectada através de um ligamento à circunferência da janela do vestíbulo (oval), faz vibrar essa janela. As vibrações na janela do vestíbulo (oval) são cerca de 20 vezes mais vigorosas do que aquelas na membrana timpânica porque os JOSÉ GUILHERME DE PINHO MEDEIROS APG: NERVOS CRANIANOS E SENTIDOS ESPECIAIS – SOI II ITPAC BRAGANÇA – MEDICINA 2º PERÍODO ossículos auditivos transformam eficientemente pequenas vibrações espalhadas por uma grande área superficial (a membrana timpânica) em vibrações maiores em uma superfície menor (a janela do vestíbulo [oval]). O movimento do estribo na janela do vestíbulo (oval) provoca ondas de pressão no líquido da perilinfa da cóclea. Conforme a janela do vestíbulo (oval) é empurrada para dentro, ela empurra a perilinfa na rampa do vestíbulo. As ondas de pressão são transmitidas da rampa do vestíbulo para a rampa do tímpano e, eventualmente, para a janela da cóclea (redonda), fazendo com que ela se projete para fora na orelha média (ver na figura). As ondas de pressão atravessam através da perilinfa da rampa do vestíbulo, passam então para a membrana vestibular e se movem para a endolinfa dentro do ducto coclear. As ondas de pressão na endolinfa fazem com que as membranas basilares vibrem, fazendo com que as células ciliadas do órgão espiral se movam contra a membrana tectória. Isso promove o dobramento dos estereocílios e leva em última análise à geração de impulsos nervosos nos neurônios de primeira ordem nas fibras nervosas cocleares. As ondas sonoras de várias frequências fazem com que determinadas regiões da lâmina basilar vibrem mais intensamente do que outras. Cada segmento da lâmina basilar está “afinado” para um tom em particular. Como a membrana é mais estreita e mais espessa na base da cóclea (próxima à janela do vestíbulo [oval]), os sons de alta frequência (com tom alto) induzem vibrações máximas nessa região. Na direção do ápice da cóclea, a lâmina basilar é mais ampla e mais flexível; os sons de baixa frequência (de tom baixo) causam a vibração máxima da lâmina basilar naquele local. A altura do som é determinada pela intensidade das ondas sonoras. Ondas sonoras de alta intensidade promovem vibrações maiores na lâmina basilar, promovendo maior frequência de impulsos nervosos que chegam ao encéfalo. Sons mais altos também podem estimular uma quantidade maior de células ciliadas. Fisiologia do equilíbrio Existem dois tipos de equilíbrio. O equilíbrio estáticose refere à manutenção da posição do corpo (principalmente a cabeça) em relação à força da gravidade. Os movimentos corporais que estimulam os receptores do equilíbrio estático incluem girar a cabeça e JOSÉ GUILHERME DE PINHO MEDEIROS APG: NERVOS CRANIANOS E SENTIDOS ESPECIAIS – SOI II ITPAC BRAGANÇA – MEDICINA 2º PERÍODO a aceleração e a desaceleração lineares, como experimentado quando o corpo é movido dentro de um elevador ou em um carro que acelera ou desacelera. O equilíbrio dinâmico é a manutenção da posição corporal (principalmente da cabeça) em resposta a movimentos súbitos como a aceleração ou a desaceleração rotacional. Coletivamente, os órgãos receptores para o equilíbrio são chamados de aparelho vestibular; que incluem o sáculo, o utrículo e os ductos semicirculares. JOSÉ GUILHERME DE PINHO MEDEIROS APG: NERVOS CRANIANOS E SENTIDOS ESPECIAIS – SOI II ITPAC BRAGANÇA – MEDICINA 2º PERÍODO Conceitos essenciais Olfato | O sentido do olfato 1. Os receptores do olfato, que são neurônios bipolares, encontram-se no epitélio nasal junto com as glândulas olfatórias, que produzem o muco que dissolve os odorantes. 2. Na recepção olfatória, é gerado um potencial gerador que dispara um ou mais impulsos nervosos. 3. O limiar do olfato é baixo e a adaptação aos odores ocorre rapidamente. 4. Axônios das células receptoras olfatórias formam os nervos olfatórios (I), que carregam impulsos nervosos para os bulbos olfatórios, os tratos olfatórios, o sistema límbico e o córtex cerebral (lobos temporal e frontal). Gustação | O sentido do paladar 1. Os receptores do paladar, as células receptoras gustatórias, estão localizados nos calículos gustatórios. 2. Substâncias químicas dissolvidas, chamadas de estimuladores (tastants), estimulam as células receptoras gustatórias através do fluxo de íons por canais na membrana plasmática ou da ligação a receptores na membrana plasmática ligados a proteínas G. 3. Os potenciais receptores desenvolvidos nas células receptoras gustatórias causam a liberação de um neurotransmissor, que pode gerar impulsos nervosos nos neurônios sensitivos de primeira ordem. 4. O limiar varia com o sabor envolvido e a adaptação ao paladar ocorre rapidamente. 5. As células receptoras gustatórias disparam impulsos nervosos nos nervos facial (VII), glossofaríngeo (IX) e vago (X). Os sinais do paladar passam então para o bulbo, o tálamo e o córtex cerebral (lobo parietal). Visão 1. As estruturas acessórias dos olhos incluem sobrancelhas, pálpebras, cílios, aparelho lacrimal e músculos extrínsecos do bulbo do olho. O aparelho lacrimal é formado por estruturas que produzem e drenam as lágrimas. 2. O olho é formado por três camadas: (a) a túnica fibrosa (esclera e córnea), (b) a túnica vascular (corioide, corpo ciliar e íris) e (c) retina. 3. A retina é formada por um estrato pigmentoso e por um estrato nervoso que inclui uma camada de células fotorreceptoras, uma camada de células bipolares, uma camada de células ganglionares, células horizontais e células amácrinas. 4. A cavidade anterior contém humor aquoso; a câmara vítrea contém humor vítreo. 5. A formação de imagens na retina envolve a refração dos raios de luz pela córnea e pela lente, que focam uma imagem invertida sobre a fóvea central da retina. Para observar objetos próximos, a lente aumenta sua curvatura (acomodação) e a pupila diminui para JOSÉ GUILHERME DE PINHO MEDEIROS APG: NERVOS CRANIANOS E SENTIDOS ESPECIAIS – SOI II ITPAC BRAGANÇA – MEDICINA 2º PERÍODO evitar que raios de luz entrem no olho através da periferia da lente. 6. O ponto próximo de visão é a distância mínima do olho a partir da qual um objeto pode ser focado claramente e com acomodação máxima. 7. Na convergência, os bulbos dos olhos se movem medialmente de modo que ambos estejam direcionados para um objeto sendo observado. 8. O primeiro passo na visão é a absorção de luz por fotopigmentos nos bastonetes e nos cones e a isomerização do cis-retinal. Os potenciais receptores nos bastonetes e nos cones diminuem a liberação de um neurotransmissor inibitório, induzindo potenciais graduais nas células bipolares e nas células horizontais. 9. As células horizontais transmitem sinais inibitórios para as células bipolares; as células bipolares ou amácrinas transmitem sinais excitatórios para as células ganglionares, que despolarizam e iniciam os impulsos nervosos. 10. Os impulsos das células ganglionares são transmitidos para o nervo óptico (NC II), percorrem o quiasma óptico e o trato óptico e chegam até o tálamo. A partir do tálamo, os impulsos visuais são propagados para o córtex cerebral (lobo occipital). Axônios colaterais das células ganglionares da retina se estendem para o mesencéfalo e para o hipotálamo.Audição e equilíbrio 1. A orelha externa consiste em pavilhão auricular, meato acústico externo e membrana timpânica. 2. A orelha média consiste em tuba auditiva, ossículos, janela do vestíbulo (oval) e janela da cóclea (redonda). 3. A orelha interna é formada pelo labirinto ósseo e pelo labirinto membranáceo. A orelha interna contém o órgão espiral (órgão de Corti), o órgão da audição. 4. As ondas sonoras entram no meato acústico externo, alcançam a membrana timpânica, passam através dos ossículos, atingem a janela do vestíbulo (oval), provocam ondas na perilinfa, chegando até a membrana vestibular e a rampa do tímpano, aumentando a pressão na endolinfa, promovendo a vibração da lâmina basilar e estimulando os feixes ciliares no órgão espiral (órgão de Corti). 5. As células ciliadas convertem vibrações mecânicas em um potencial receptor, liberando um neurotransmissor que pode disparar impulsos nervosos nos neurônios sensoriais de primeira ordem. 6. Axônios sensoriais na parte coclear do nervo vestibulococlear (VIII) terminam no bulbo. Os sinais auditivos passam então para o colículo inferior, o tálamo e os lobos temporais do córtex cerebral. 7. O equilíbrio estático é a orientação do corpo em relação à força da gravidade. As máculas do utrículo e do sáculo são os órgãos sensoriais do equilíbrio estático. Movimentos corporais que estimulam os receptores para o equilíbrio estático incluem a inclinação da cabeça e a aceleração ou a desaceleração lineares. 8. O equilíbrio dinâmico é a manutenção da posição corporal em resposta à aceleração ou à desaceleração rotacionais. As cristas nos ductos semicirculares são os principais órgãos sensoriais do equilíbrio dinâmico. 9. A maior parte dos axônios da parte vestibular do nervo vestibulococlear (NC VIII) entram no tronco encefálico e terminam no bulbo e na ponte; outros axônios entram no cerebelo. 17.5Desenvolvimento dos olhos e das orelhas 1. Os olhos começam seu desenvolvimento a partir do ectoderma JOSÉ GUILHERME DE PINHO MEDEIROS APG: NERVOS CRANIANOS E SENTIDOS ESPECIAIS – SOI II ITPAC BRAGANÇA – MEDICINA 2º PERÍODO cerca de 22 dias após a fertilização e surgem a partir das paredes laterais do prosencéfalo. 2. As orelhas começam seu desenvolvimento cerca de 22 dias após a fertilização e surgem a partir de um espessamento do ectoderma em ambos os lados do rombencéfalo. A sequência de desenvolvimento da orelha é primeiramente a orelha interna, seguida pela orelha média e pela orelha externa. Envelhecimento e os sentidos especiais 1. A maior parte das pessoas não apresenta problemas com os sentidos do olfato e do paladar até aproximadamente os 50 anos de idade. 2. Entre as mudanças oculares relacionadas com a idade encontram-se presbiopia, catarata, dificuldade em ajustar a visão à luz, doença macular, glaucoma, xerostomia (olhos secos e diminuição da nitidez da visão. 3. Com a idade ocorre perda progressiva de audição e o tinido ocorre mais frequentemente Referências: 1- SPLITTGERBER, Ryan. Snell Neuroanatomia Clínica: Grupo GEN, 2021. E-book. ISBN 9788527737913. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.c om.br/#/books/9788527737913/. Acesso em: 06 mar. 2023. 2- TORTORA, Gerard J.; DERRICKSON, Bryan. Princípios de Anatomia e Fisiologia. Grupo GEN, 2016. E-book. ISBN 9788527728867. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.c om.br/#/books/9788527728867/. Acesso em: 06 mar. 2023.
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