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AN02FREV001/REV 4.0 PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA Portal Educação CURSO DE HOMEOPATIA Aluno: EaD - Educação a Distância Portal Educação AN02FREV001/REV 4.0 CURSO DE HOMEOPATIA MÓDULO I Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas. AN02FREV001/REV 4.0 SUMÁRIO MÓDULO I 1 HISTÓRICO DA HOMEOPATIA NO MUNDO 1.1 O SURGIMENTO DA HOMEOPATIA 1.2 HISTÓRICO DA HOMEOPATIA NO BRASIL 2 CONCEITOS FUNDAMENTAIS 2.1 DROGA 2.2 FÁRMACO 2.3 MEDICAMENTO HOMEOPÁTICO 2.4 SUCUSSÃO 2.5 TRITURAÇÃO 2.6 DINAMIZAÇÃO 2.7 INSUMO ATIVO 2.8 INSUMO INERTE 2.9 PONTO DE PARTIDA 2.10 FORMAS FARMACÊUTICAS 2.11 FORMA FARMACÊUTICA BÁSICA 2.12 FORMA FARMACÊUTICA DERIVADA 2.13 FORMAS FARMACÊUTICAS DE USO EXTERNO 2.14 ESCALAS 2.15 POTÊNCIA MÓDULO II 3 PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DA HOMEOPATIA 4 PRINCÍPIOS BÁSICOS DA HOMEOPATIA 4.1 LEI DOS SEMELHANTES 4.2 EXPERIMENTAÇÃO NO HOMEM SÃO AN02FREV001/REV 4.0 4.3 MEDICAMENTO ÚNICO 4.4 DOSES MÍNIMAS E DINAMIZADAS 5 SEMIOLOGIA MÉDICA HOMEOPÁTICA 6 MODALIDADES 6.1 SIGNIFICADO E INTERPRETAÇÃO 6.2 SÍNTESES DAS MODALIDADES PRINCIPAIS 7 TOMADA DO CASO 7.1 SIGNIFICADO 7.2 DIFICULDADES NO APANHO DO CASO 7.3 TOTALIDADE DE SINTOMAS 7.4 SÍNDROME MÍNIMA DE VALOR MÁXIMO 8 INTOXICAÇÃO 8.1 ORIGEM DAS DOSES MÍNIMAS 8.2 DILUIÇÃO E DINAMIZAÇÃO 9 PATOGENESIA 9.1 CONCEITO DE AGRAVAÇÃO 9.2 AGRAVAÇÃO COMO RESSONÂNCIA PATOGENÉTICA 10 A ANAMNESE HOMEOPÁTICA MÓDULO III 11 ORIGEM E CLASSIFICAÇÃO DOS MEDICAMENTOS HOMEOPÁTICOS 12 VEÍCULOS E EXCIPIENTES 12.1 ÁGUA 12.2 ÁLCOOL 12.3 GLICERINA 12.4 LACTOSE 12.5 SACAROSE 12.6 GLÓBULOS INERTES 12.7 MICROGLÓBULOS INERTES 12.8 COMPRIMIDOS INERTES 12.9 TABLETES INERTES 13 O QUE SÃO FORMAS FARMACÊUTICAS DERIVADAS? AN02FREV001/REV 4.0 14 AS ESCALAS 15 A SUCUSSÃO 16 OS MÉTODOS 16.1 MÉTODO HAHNEMANNIANO (H) 16.2 O MÉTODO KORSAKOVIANO (K) 16.3 O MÉTODO DE FLUXO CONTÍNUO (FC) 17 MÉTODO HAHNEMANNIANO PARA AS ESCALAS DECIMAL E CENTESIMAL A PARTIR DA TINTURA-MÃE 17.1 OS INSUMOS INERTES 17.2 A TÉCNICA DE PREPARAÇÃO 18 METODO HAHNEMANNIANO PARA AS ESCALAS DECIMAL E CENTESIMAL A PARTIR DE DROGA SOLÚVEL 18.1 OS INSUMOS INERTES 18.2 A TÉCNICA DE PREPARAÇÃO 19 MÉTODO HAHNEMANNIANO PARA AS ESCALAS DECIMAL E CENTESIMAL A PARTIR DE DROGA INSOLÚVEL 19.1 OS INSUMOS INERTES 19.2 A TÉCNICA DE PREPARAÇÃO 20 METODO HAHNEMANNIANO PARA A ESCALA CINQUENTA MILESIMAL 20.1 OS INSUMOS INERTES 20.2 A TÉCNICA DE PREPARAÇÃO 21 MÉTODO KORSAKOVIANO PARA A ESCALA DECIMAL A PARTIR DA TINTURA-MÃE, DE DROGA SOLÚVEL E INSOLÚVEL 21.1 OS INSUMOS INERTES 21.2 A TÉCNICA DE PREPARAÇÃO 22 MÉTODO KORSAKOVIANO A PARTIR DA POTÊNCIA 30 CH 22.1 OS INSUMOS INERTES 22.2 A TÉCNICA DE PREPARAÇÃO 23 MÉTODO DE FLUXO CONTÍNUO A PARTIR DA POTÊNCIA 30CH 23.1 O INSUMO INERTE 23.2 O DINAMIZADOR DE FLUXO CONTÍNUO 23.3 A CALIBRAÇÃO DO FLUXO 23.4 A TÉCNICA DE PREPARAÇÃO AN02FREV001/REV 4.0 MÓDULO IV 24 BIOTERÁPICOS 24.1 BIOTERÁPICOS DE ESTOQUE 24.2 ISOTERÁPICOS 25 GMP - GOOD MANUFACTURE PRACTICES - BOAS NORMAS DE FABRICAÇÃO 25.1 QUANTO ÀS INSTALAÇÕES 25.2 QUANTO À PRESCRIÇÃO E COLETA 25.3 QUANTO À VIDRARIA UTILIZADA NO PREPARO DE AUTOISOTERÁPICOS 25.4 QUANTO À ESTOCAGEM DE MATRIZES 25.5 QUANTO À DINAMIZAÇÃO 25.6 QUANTO À ORIENTAÇÃO AOS PACIENTES 25.7 QUANTO AO APOIO TÉCNICO-CENTÍFICO 26 METODOLOGIA ESPECÍFICA 26.1 NARIZ/GARGANTA 26.2 SECRECÕES 27 LESÕES CUTÂNEAS/MICOSES DE UNHAS 28 MATERIAIS NÃO COLETADOS NA FARMÁCIA 28.1 SECREÇÃO VAGINAL 28.2 URINA 29 CÁLCULO RENAL/PÓ DE CASA/MEDICAMENTO ALOPÁTICO 30 NÓDULO DE MAMA/PÓLIPOS NASAIS/AMÍGDALAS E OUTROS 31 CULTURAS MICROBIANAS (PLACAS, SOLUÇÕES BACTERIANAS E OUTROS) 32 MIASMAS 33 MARCADORES MIASMÁTICOS 34 PROGNÓSTICO CLÍNICO DINÂMICO AN02FREV001/REV 4.0 MÓDULO V 35 ADMINISTRAÇÃO DE FARMÁCIA HOMEOPÁTICA 36 MONTAGEM DE FARMÁCIA HOMEOPÁTICA 36.1 ASPECTO LEGAL 36.2 LOCAL DE INSTALAÇÃO 36.3 EQUIPAMENTOS, MÓVEIS E UTENSÍLIOS 36.4 MATERIAL DE CONSUMO BÁSICO MÍNIMO 36.5 RECURSOS HUMANOS: PESSOAL TÉCNICO-CIENTÍFICO 36.6 ARMAZENAMENTO DE UTENSÍLIOS E MATERIAL DE CONSUMO BÁSICO 36.7 MATERIAL ACESSÓRIO - MODALIDADES, LIMPEZA E CONSERVAÇÃO 36.8 ETIQUETAGEM - ROTULAÇÃO DAS EMBALAGENS DE USO CONTÍNUO 36.9 INSUMOS INERTES: ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS DE SUAS MATÉRIAS- PRIMAS 36.10 AS SOLUÇÕES USADAS EM FARMÁCIA E LABORATÓRIOS HOMEOPÁTICOS 36.11 AS PREPARAÇÕES FARMACÊUTICAS BÁSICAS E SUAS FORMAS REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AN02FREV001/REV 4.0 8 MÓDULO I 1 HISTÓRICO DA HOMEOPATIA NO MUNDO Hipócrates (468 a 377 a.C.), considerado o pai da Medicina, sistematizou uma atividade médica apoiada no conhecimento experimental. Para ele, a terapêutica tinha por base o poder curativo da natureza e as doenças deviam ser interpretadas considerando-se uma manifestação particular em cada indivíduo. Ele entendia a doença como sendo uma perturbação no equilíbrio existente entre o ser humano e a natureza. Nesse sentido, não havia distinção entre a mente, o corpo e o cosmos, em uma visão harmônica do ser humano com o meio ambiente. Hipócrates demonstrou que os sintomas são reações do organismo às enfermidades e que o trabalho dos médicos era estimular as forças defensivas naturais do organismo a combatê-las. Criou os padrões éticos da Medicina e estabeleceu as providências do diagnóstico, do prognóstico e da terapêutica, que até hoje são determinantes na prática médica. A Homeopatia se alicerça no seguinte enunciado por Hipócrates: “A doença é produzida pelos semelhantes e pelos semelhantes o paciente retorna à saúde”. Nas obras atribuídas a Hipócrates e seus predecessores encontramos em vários trechos referências à assertiva Similia similibus curantur, ou seja, o semelhante será curado pelo semelhante, embora a norma geral na terapêutica adotada naquela época fosse contraria contrariis curantur, ou seja, o contrário será curado pelo contrário. A medicina científica que se estabeleceu na época de Hipócrates teve por fato histórico a transposição da teoria da physis, dos filósofos gregos, às enfermidades. Uma vez que a essência das coisas (a physis) podia ser reconhecida pela razão, o mesmo poderia ser feito com as doenças por meio do raciocínio clínico. A medicina ocidental possui duas correntes terapêuticas fundamentadas nos princípios dos contrários e dos semelhantes. AN02FREV001/REV 4.0 9 A tradicional Alopatia emprega o princípio dos contrários para combater as doenças, por meio de substâncias que atuam contrariamente aos sintomas, como por exemplo, os anti-inflamatórios e os antitérmicos. A Homeopatia baseia-se no princípio da similitude, apoiando-se na observação experimental de que toda substância capaz de provocar determinados sintomas em um indivíduo sadio é capaz de curar, desde que em doses adequadas, um doente que apresente sintomas semelhantes. 1.1 O SURGIMENTO DA HOMEOPATIA A Homeopatia surgiu em um período de grande agitação na Europa. Em 14 de julho de 1789 havia caído a Bastilha: era a Revolução Francesa abalando as estruturas no país e trazendo ideais de libertação que se espalharam pelo mundo. Daí a sua importância, marcando o início da História Contemporânea. É nesse contexto que aparece a Homeopatia. Alemanha e França dividem as glórias do surgimento de um processo revolucionário das ciênciasmédicas. Coube ao médico alemão Christian Friedrich Samuel Hahnemann (1755-1843) iniciar esse processo de luta. Uma vida realmente excepcional. Seu principal biógrafo foi Richard Haehl, que fundou um museu com suas obras (hoje, em Stuttgart, Alemanha). Em língua portuguesa podemos encontrar dados biográficos de sua interessante vida no livro Iniciação Homeopática, do Professor Galhardo. Resumindo, podemos dizer o seguinte: • Hahnemann nasceu em 1755 em Meissen, pequena cidade da Saxônia. A Alemanha, na época, ainda não estava constituída em um país com um poder central. Havia ducados e principados. • Hahnemann, durante sua vida, morou em diversas cidades alemãs, até ir para Paris. A maior parte dessas cidades pertence ao território correspondente à antiga Alemanha Oriental. AN02FREV001/REV 4.0 10 • Em 1779, defendeu a tese de doutorado na Universidade de Erlangen- Nuremberga, Alemanha, tornando-se doutor em medicina, profissão que exerceu em diversas cidades germânicas. • Em 1784, estava exercendo em Dresden e entrevistou-se com Lavoisier, que revolucionava a química da época. • Após alguns anos abandonou a profissão, decepcionado com a terapêutica de sua época baseada em sangrias exageradas, vomitórios, sanguessugas, etc. • Em 1789, enquanto na França estourava a Revolução, Hahnemann vivia de traduções de literaturas médicas, traduzindo inúmeras obras do (e para) Inglês, Francês e Alemão. • No ano seguinte, em 1790, em Stoetteritz, traduzindo do inglês para o alemão a matéria médica de William Cullen, médico escocês, observou uma explicação sobre a ação do quinino por este autor que não o satisfez. Achava Cullen que o quinino, sendo amarga, criava no estômago do doente uma substância que era contrária à febre. • Hahnemann então resolveu experimentar a quinina, notando o aparecimento de sintomas semelhantes à maleita. Com sua memória invulgar recorreu a seus arquivos e verificou que os pacientes com maleita que ele tratara com quinino, e que apresentavam sintomas semelhantes aos obtidos em sua experimentação, tiveram uma recuperação excelente. Este feito foi a confirmação por Hahnemann, do postulado de Hipócrates “Similia similibus curantur”. • Em 1796 publicou suas conclusões em: “Ensaio sobre um novo princípio para a descoberta das forças curativas das substâncias medicamentosas, com algumas considerações sobre os já existentes”. Considera-se, por conseguinte, essa data como do surgimento da Homeopatia. Era o início da revolução nas ciências médicas! Enquanto isso, a França ia vivendo seus dias agitados e surge a figura de Napoleão com a expansão dos ideais da burguesia pela Europa e pelo mundo. Em 1804 torna-se imperador. Nas ciências médicas, Hahnemann estudava, experimentava e publicava, travando também árduas batalhas no campo da intelectualidade. Mapa da Europa no período Napoleônico: AN02FREV001/REV 4.0 11 • Após a primeira edição do Organon (1810), o autor foi para Leipzig, Alemanha, dar aulas na universidade e grandes polêmicas foram vividas. • Hahnemann reunia seus discípulos em sua casa para estudar, o que se chamou o grupo da “Bandeira de Ouro”. • Nessa época, em 1813, ocorre em Leipzig a Batalha das Nações, que foi a união de russos, austríacos e prussianos, conseguindo derrotar os exércitos napoleônicos. • Enquanto isso, na América, surgiram os movimentos de Independência inspirados na Revolução Francesa. • Em 1815 ocorre a famosa batalha de Waterloo e o Congresso de Viena reorganizou o continente europeu que fora subvertido pela política revolucionária francesa, buscando uma política conservadora e antiliberal. • Assim, ficou formada oficialmente a Confederação Germânica com estados praticamente independentes, tendo como órgão político comum a Assembleia de Frankfurt. • Este foi o primeiro grande passo para a unificação da Alemanha, relatada pelo Dr. Baumann em sua obra Das alte und Neuri Heilverfharen (Memmingen, 1857, Oskar Besenfelder). • Quando Napoleão, na Ilha de Elba, foi tratado homeopaticamente de uma grave Pityriasis (forma de líquen) pelo Dr. Maragnot, recuperando sua saúde, procurou, por intermédio de seu médico, familiarizar-se com o espírito e as vantagens do novo ensino terapêutico, denominando-o: “a mais benéfica descoberta desde a invenção da imprensa”. • Seu propósito de fazer ensinar a Homeopatia em todas as escolas de medicina de seus estados permaneceu, na verdade, irrealizado; de Elba seguiu-se, ainda no mesmo ano (1815), à Ilha de Santa Helena. • Em 1820 Hahnemann tratou do príncipe Karl Philipp von Schwarzenberg, do exército austríaco (e que derrotou Napoleão), fazendo recomendações dietéticas, etc. Como o príncipe, após ter melhorado, voltou à vida de excessos, com festividades, álcool, etc, e acabou morrendo pouco tempo depois de um ataque apopléctico, o fato foi utilizado como ataque ao criador da Homeopatia. Entre seus defensores temos Goethe (via nele o novo Paracelso) e o duque de Anhalt - Koethen, que o convidou para clinicar em seu ducado. AN02FREV001/REV 4.0 12 • Assim, em 1821, Hahnemann deixou Leipzig, vivendo anos em Koethen. • Em 1830 ficou viúvo. De seu casamento teve 11 filhos. Alguns tiveram morte trágica. • Em 1835, aos 80 anos de idade, casou-se com a jovem francesa Marie Mélanie d'Hervilly, que o levou para Paris, fato este muito importante para o desenvolvimento da Homeopatia. • Em 1835 Napoleão já havia caído e a monarquia sido restabelecida, embora não absoluta como antes. O rei Luiz Felipe subira em 1830. Seu ministro da Instrução Pública, Guizot, era conhecido por ideias antirreformistas. A oposição aos dois era feita por bonapartistas, republicanos e socialistas. Quando Hahnemann pediu autorização para clinicar na França houve oposição da Academia de Medicina e Guizot, ministro conservador que era, teve estas célebres palavras: Hahnemann é um sábio de grande mérito. A ciência deve ser para todos. Se a Homeopatia é uma quimera ou um sistema sem valor próprio, ela cairá por si mesma. Se for, ao contrário, um progresso, expandir-se-á apesar de todas as medidas de preservação e a Academia deve desejá-lo antes de qualquer outra, ela que tem por missão impulsionar a ciência e encorajar as descobertas (GUIZOT, 1835). Assim, Hahnemann iniciava a fase francesa de sua vida. Alguns discípulos acompanharam-no para a França. Viveu oito anos profícuos em Paris, morrendo em 1843 com 88 anos de idade. Seus restos mortais encontram-se no cemitério Père- Lachaise. AN02FREV001/REV 4.0 13 Cronologia 1750 02 de Novembro: Christian Gottfried Hahnemann, pintor da fábrica saxônica de porcelana em Meissen, casa-se com Johanna Christiane Spiess, filha de um capitão do exército (pais de Hahnemann). 1753 06 de Abril: O pai, Christian Gottfried Hahnemann, compra, nos arredores de Meissen, uma casa de esquina por 437 táleres. A casa lhe pertenceu até o ano de 1782. 1755 10 de Abril: Nasce Christian Friedrich Samuel Hahnemann em Meissen. 13 de Abril: É batizado. 1764 01 de Janeiro: Nasce Johanna Leopoldine Henriette Küchler, primeira mulher de Hahnemann. 1769 03 de Março: Morre, aos 65 anos, Gotthard Heinrich Küchler, farmacêutico em Dessau, pai da futura primeira mulher de Hahnemann. 1770 10 de Junho: Joachim Heinrich Häseler, farmacêutico, 30 anos, casa-se com Martha Sofie Küchler, viúva do farmacêutico Gotthard Heinrich Küchler. 16 de novembro: Requerimento de Christian Gottfried Hahnemann ao duque Friedrich August von Sachsen para admissão de seu filho Samuel na escola St. Afra, em Meissen. 21 de novembro: O duque responde que o filho de Hahnemann será admitido na escola St. Afra. 29 de novembro: Hahnemann é admitido na escola St. Afra. 1775 Páscoa: Hahnemann sai da escola Sta. Afra. Primavera 1775-1777: Hahnemann aloja-se na Universidadede Leipzig como estudante de medicina. 1777 Hahnemann em Viena. Atividade no Hospital dos Irmãos de Caridade (Dr.Von Quarin). Outubro 1777-1779: Hahnemann, em Hermannstadt, na casa do Barão Bruckenthal. 1779 Primavera 1779 - Verão 1779: Hahnemann vai para Erlangen. 10 de agosto: Hahnemann recebe o título de doutor. Verão 1779-1780 - Hahnemann na casa do Professor Leonhardi em Leipzig - Curso de Química 1780 1780 - Primavera 1781: Hahnemann instala-se em Hettstedt. 1781 Primavera 1781 - Fim de 1781: Hahnemann muda-se para Dessau. Trabalhos na área da Química. Conhece aí sua futura mulher. No fim do ano recebe um chamado para ocupar o cargo de físico oficial. 1781-1784: Hahnemann estabelece-se em Gommern como físico. 1782 01 de dezembro: Hahnemann se casa com Henriette. 1783 Nasce Henriette, filha de Hahnemann, que mais tarde se casará com o pastor Christian Friedrich Förster, em Grossleinungen (tem dois filhos e duas filhas). 1784 Outono de 1784-1788: Hahnemann muda-se para Dresden. AN02FREV001/REV 4.0 14 1786 30 de novembro: Nasce Friedrich, filho de Hahnemann, que sofre de raquitismo. Mais tarde começa a frequentar o ginásio, em Torgau. Desde 1808, como estudante de medicina em Leipzig. Muito talentoso, mas de constituição franzina. Bons conhecimentos linguísticos, como o pai. No fim de 1812 estabelece-se, como médico homeopata, em Wolkenstein. Depois foge e desaparece. Provavelmente tenha morrido na América. Deixou mulher e um filho. 1788 Hahnemann vai para Lockwitz. Nasce Guilhermina, filha de Hahnemann. Casa-se com o músico Richter, em Gera. Morre aos 30 anos. Seu único filho, Hermann Friedrich Sigmund, morre em 30 de maio de 1866, em Köthen, sendo enterrado no cemitério local. 23 de fevereiro: Hahnemann candidata-se, em vão, ao cargo de "Physikat" em Dresden, vago pela morte de seu amigo Wagner. 1789 Outono 1789-1792: Hahnemann muda-se para Leipzig. Nasce Amalie, filha de Hahnemann. Casa-se com o médico homeopata Dr. Süss, em Wittemberg. Seu marido morre, talvez de tifo, antes que seu único filho, Leopoldo, mais tarde médico homeopata na Inglaterra, tivesse nascido. Seu segundo casamento se desfez. Amalie falece em 07 de dezembro de 1857, em Köthen. 1790 Hahnemann vai para Stötteritz. Traduz a “Matéria Médica”, de Cullen, e depara-se, pela primeira vez, com as “relações de semelhança”. 1791 07 de setembro: a “prova do vinho de Hahnemann” é prescrita oficialmente para os prussianos. 1792 Primavera 1792-Verão 1792: Hahnemann muda-se para Gotha-Georgenthal. Abertura do hospital para doentes mentais no castelo do ducado. 01 de março: morre o Imperador Leopold II (ataque de Hahnemann aos seus médicos particulares). 1793 1793-1794 - Hahnemann vai para Molschleben. Nasce Carolina (morre solteira antes de 1830). 1794 27 de fevereiro: nasce o filho Ernst. Primavera - Outubro: Hahnemann viaja para Göttingen, passando por Mühlhausen. O acidente. Verão: Ernst, o filho de Hahnemann, morre em Göttingen, em consequência do acidente. Outubro: início de 1795: Hahnemann viaja para Bad Pyrmont. 1795 Início - outubro 1796: Hahnemann muda-se para Braunschweig. Hahnemann estabelece-se em Wolfenbüttel. Nascem as gêmeas, filhas de Hahnemann, uma delas natimorta. A filha Friederike casa-se duas vezes. De ambos os consórcios não teve filhos. Friederike é assassinada logo após a morte de seu segundo marido. 1796 Outubro 1796 - Primavera 1799: Hahnemann estabelece-se em Königslutter. É o ano do nascimento da Homeopatia! 1797 19 de março: a sogra Martha Sofie Häseler, viúva de Küchler, morre aos 66 anos de idade. 1799 Primavera - Hahnemann tenta, inutilmente, obter o cargo vago de médico particular do duque de Gotha. Verão 1799 - setembro 1800: Hahnemann estabelece-se em Hamburgo. AN02FREV001/REV 4.0 15 1800 02 de fevereiro - nasce Melanie Gohier d'Hervilly, segunda mulher de Hahnemann. Setembro 1800 - verão 1801: Hahnemann estabelece-se em Mölln. 1801 Verão: Hahnemann vai para Machern Alto verão 1801 - fim de 1804: Hahnemann estabelece-se em Eilenburg. 1803 Nasce Eleonore, filha de Hahnemann. Casou-se duas vezes. Um dos casamentos foi rompido, foi assassinada. 1804 Fim do ano: Hahnemann muda-se para Wittemberg, onde fica pouco tempo, partindo, a seguir, para Dessau (curta estada). 1805 1805 - 1811: Hahnemann estabelece-se em Torgau. Nasce a filha Carlota. Morre solteira em 13 de abril de 1863. Foi sepultada no túmulo da família, em Köthen. 1806 Nasce a filha Luise. Casa-se, aos 16 anos, com o Dr. Mossdorf, assistente de seu pai, separando-se mais tarde. Morre em julho de 1878, em Köthen. 1810 Surge a principal obra de Hahnemann: Organon der rationellen Heilkunde. 1811 1811-1821: fim de agosto ou começo de setembro: Hahnemann muda-se para Leipzig. 1812 05 de maio: Joachim Heinrich Häsler, proprietário da Farmácia Mohrenapotheke, em Dessau, conselheiro do ducado e assessor de medicamentos, morre aos 72 anos. 26 de junho: discurso de habilitação de Hahnemann. 29 de setembro: Hahnemann inicia suas palestras. 1813 Hahnemann funda com seus alunos uma sociedade de trabalho para a experimentação de medicamentos. 14 -19 de outubro: Batalha das Nações - Leipzig. 1819 02 de novembro: a Homeopatia é proibida na Áustria por meio de um decreto imperial. 16 de dezembro: queixa dos farmacêuticos ao Conselho de Leipzig a respeito da dispensação de remédios feita pelos próprios médicos. 1820 09 de fevereiro: Hahnemann diante do tribunal. 14 de fevereiro: Hahnemann apresenta sua defesa escrita. 15 de março: Hahnemann toma conhecimento, em sua casa, da sentença. Assume o tratamento do príncipe Schwarzenberg. 15 de outubro: morte do príncipe Schwarzenberg. 30 de novembro: Hahnemann é proibido de dispensar remédios por uma ordem real da Saxônia. 1821 21 de março: pedido de Hahnemann ao duque von Anhalt.Köthen para estabelecer-se em Köthen. 02 de abril: permissão para estabelecer-se em Köthen. Pentecostes 1821 - 1835: Hahnemann parte com 11 carros e uma despesa de 600 táleres para Köthen. 1822 14 de maio: Hahnemann torna-se conselheiro do duque. É fundado o primeiro periódico sobre Homeopatia, o “Archiv” 1826 Fundação de uma sociedade por correspondência de médicos homeopatas. 1828 É fundada, em Leipzig, a Associação dos Médicos Homeopatas, inicialmente composta por 5 médicos. Surge a polêmica obra: “As doenças crônicas” 1829 10 de agosto: Jubileu de ouro de doutoramento. Criação de uma fundação para AN02FREV001/REV 4.0 16 um posterior hospital. Fundação de uma “Associação Homeopática da Arte de Curar” 1830 31 de março: morre, aos 67 anos, a primeira mulher de Hahnemann. 1831 Luta de Hahnemann contra a cólera. 1832 Surge o Allgemeine homöopatische Zeitung 29 de julho: o Dr. Lehmann vai a Köthen ao encontro de Hahnemann. 07 de outubro: o Dr. Lehmann recebe do duque von Anhalt-Köthen a permissão para trabalhar como assistente de Hahnemann. 03 de novembro: ataque de Hahnemann contra os semi-homeopatas de Leipzig no Diário de Leipzig. 08 de novembro: Explicação dos homeopatas de Leipzig no Jornal de Leipzig. 10 de novembro: escolha do doutor Schweikerts para médico do hospital. 19 de novembro: Müller escreve a Hahnemann. Schweikert recusa-se a trabalhar no hospital, sendo, então, escolhido Müller. 1833 12 de janeiro: o Dr. Lehmann estabelece-se em Köthen, obtendo direito da dispensação de medicamentos. 22 de janeiro: inauguração do Instituto Homeopático de Tratamento e Ensino, em Leipzig. Moritz Müller demite-se do cargo de chefe da Associação Central. 10 de agosto: assembleias dissidentes de médicos homeopatas, em Leipzig e em Köthen. 11 de agosto: “Contrato de Köthen” 1834 Junho: Hahnemann faz uma visita de inspeção ao Instituto de Tratamento e Ensino de Leipzig. Dissolução da Associação Central e fundação de uma Associação Homeopática Provincialda Saxônia. Hahnemann assume o cargo de inspetor-geral do Hospital Homeopático de Leipzig. 08 de outubro: Melanie Gohier d'Hervilly chega a Köthen. 1835 18 de janeiro: Hahnemann casa-se com sua segunda mulher, Melanie Gohier d'Hervilly, de Paris. 07 de junho: Hahnemann viaja com sua segunda mulher para Paris. 27 de junnho: Hahnemann chega a Paris. 21 de agosto: Hahnemann recebe permissão para clinicar em Paris. 1839 Surge a segunda edição de “Doenças Crônicas” 10 de agosto: Jubileu de 60 anos de doutoramento. 1841 10 de abril: Hahnemann é eleito cidadão honorário de Meissen. 1842 Fim do Instituto Homeopático de Tratamento e Ensino de Leipzig. Prossegue como policlínica. 1843 02 de julho: Hahnemann morre em Paris. 11 de julho: Hahnemann é sepultado no cemitério Montmartre, em Paris. 1878 25 de maio: Morre Melanie, a segunda mulher de Hahnemann. 1898 Os restos mortais de Hahnemann são trasladados para o cemitério Père Lachaise. É erguido um monumento sobre o túmulo. 1921 Richard Haehl, de Stuttgart, adquire todo o espólio literário de Hahnemann e funda o “Museu de Hahnemann”, em Stuttgart. Mais tarde o museu deve ser acomodado no Instituto Paracelsus-Hahnemann (Stuttgart). Publicação da sexta edição do “Organon”, por meio de Richard Hael. AN02FREV001/REV 4.0 17 Inauguração do hospital homeopático de Stuttgart. 1922 Publicação da biografia de Hahnemann em dois volumes por Richard Hael (Editora Schwabe, Leipzig) 1940 O hospital homeopático Robert Bosch, sob a direção do prof. Stiegele, abre suas portas. O espólio literário de Hahnemann é ali guardado provisoriamente, obedecendo a uma disposição testamentária de Richard Hael. 1.2 HISTÓRICO DA HOMEOPATIA NO BRASIL Em 1840 a Homeopatia foi introduzida no Brasil pelo médico francês, natural de Lyon, Dr. Benoit Jules Mure, mais conhecido em nosso meio como Bento Mure, que logo tratou de fazer discípulos entre os colegas brasileiros. As tinturas e as substâncias utilizadas em Homeopatia vinham da Europa e os próprios médicos as manipulava devido à inexistência de farmácias especializadas. O número de homeopatas foi crescendo no Império e, por conseguinte, os farmacêuticos passaram a manifestar interesse pela doutrina, participando dos cursos organizados pelo Dr. Mure e pelo seu colega, Dr. João Vicente Martins. Por volta de 1851 a Escola Homeopática do Brasil, sob forte pressão dos farmacêuticos, resolve aprovar a separação da prática médica da prática farmacêutica. Não existiam, até então, leis que regulamentassem a farmácia homeopática no Brasil, facultando a manipulação de medicamentos homeopáticos aos proprietários leigos. Somente em 1886, com o Decreto nº 9.554, surgiu uma lei que dava o direito de manipulação apenas aos farmacêuticos. Abaixo descrevemos o cronograma da Homeopatia no Brasil: 1840 - Benoit Jules Mure - Rio de Janeiro - Brasil (21/Nov). 1841 - Primeiro artigo de homeopatia publicado no Jornal do Comércio do Rio de Janeiro. 1842 - Escola Suplementar de Medicina e Instituto Homeopático do Sahy - Santa Catarina. 1843 - Retorno ao Rio de Janeiro, auxiliado por João Vicente Martins. AN02FREV001/REV 4.0 18 1844 - Instituto Homeopático do Brasil. 1844 - Primeiro consultório médico homeopático (10/Mar). 1845 - Início do Curso de Homeopatia da Escola Homeopática do Brasil, proposta por João Vicente Martins, em 12 de janeiro. 1846 - Governo Imperial confere certificados de conclusão de curso. 1847 - Fechada a Escola de Medicina Homeopática, por projeto de Lei, apresentado por dois senadores do Império (Bernardo Pereira de Vasconcelos e José Saturnino Costa Pereira), em 15 de setembro. 1848 - Retorno à Europa, em 13 de abril. Anos Seguintes: João Vicente Martins difunde a Homeopatia nos estados do Brasil (1850 - Epidemia de febre amarela no RJ). 1852 - João Vicente Martins deixa o Brasil. 1854 - Retorna ao Brasil e morre no Rio de Janeiro, em 08 de julho. 1859 - IHB - Instituto Homeopático do Brasil passa a se chamar Instituto Hahnemanniano do Brasil. 1880 - Reconhecido pelo Governo Federal (Decreto 7.794 de 17/08/1880). Atual IHB, na Rua Frei Caneca, 94 - Rio. 1911 - Homeopatia Dr. Alberto Seabra - SP Farmácias de manipulação de Fórmulas Homeopáticas. 1914 - Faculdade Hahnemanniana, fundada pelo Dr. Licínio Cardoso e anexo ao Hospital Homeopático Nilo Cairo, colega de Licínio Cardoso. Estas Instituições fornecem cursos regulares, que são reconhecidos pelo Governo Federal. 1918 - Dr. Alberto Seabra e Murtinho Nobre se destacam no combate à epidemia de Influência em São Paulo. 1924 - Conselho Superior do Ensino exigiu a troca do nome “Faculdade Hahnemanniana” para “Escola de Medicina e Cirurgia do IHB”, que atualmente pertence à Universidade do Rio de Janeiro. 1926 - Em uma população de mais ou menos 30 milhões de brasileiros, mais de cinco milhões se tratavam exclusivamente pela Homeopatia. 1926 - Fundada a Farmácia e Laboratório Homeopático Homeoterápico S/A - Praça João Mendes - SP. AN02FREV001/REV 4.0 19 1932 - 1° Congresso Brasileiro Homeopático. Fundação da Liga Homeopática Brasileira. 1936 - APH (Associação Paulista de Homeopatia). (05/Junho) 1941 - Fundada a Liga Homeopática do Rio Grande do Sul, por iniciativa do Dr. David Castro (grande batalhador pela difusão da Homeopatia no RS. Nascido em Recife em 1915, formou-se em Salvador e cursou Homeopatia no RJ, na tradicional Faculdade de Medicina da Rua Frei Caneca. Foi para o RS por recomendação do Prof. José E. Rodrigues Galhardo, onde fundou três dispensários homeopáticos). 1944 - 10º Congresso Sul-Americano de Homeopatia - organizado pela Liga Homeopática do RS, em Porto Alegre, e presidido pelo Dr. David Castro. 1950 - Rápido desenvolvimento de Farmácias Homeopáticas. Exemplos: Alberto Seabra Militão Pacheco > São Paulo Murtinho Nobre Jader Cardoso de Almeida Farmácia e Lab. Soares da Cunha > Bahia Casa Granado Almeida Cardoso > Rio de Janeiro Lab. Simões Lab. Coelho Barbosa Van Der Laan Vegethon > Rio Grande do Sul Klein Cruz Vermelha 1952 - 4° Congresso Brasileiro de Homeopatia em Porto Alegre, também sob a presidência de David Castro – homenageado o centenário do nascimento de Licínio Cardoso. 1956 - Durante o mandato do Pres. Juscelino Kubitschek, abertura ao capital AN02FREV001/REV 4.0 20 estrangeiro, facilitando importação de medicamentos, automóveis, fertilizantes, entre outros. 1959 - 7° Congresso Brasileiro de Homeopatia (Liga Hom. do RGS), apresenta moção que foi aprovada por unanimidade - criando o Dia da Homeopatia no Brasil em 21 de novembro – data da chegada de Benoit Mure. 1960 - Uso abusivo de medicamentos e agrotóxicos - Talidomida. 1961 - 2° Simpósio Latino-Americano de Homeopatia, organizado pela Liga Hom. do RGS - presidente Dr. Thomas Paschero. 1969 - Durante o mandato do Pres. Castelo Branco, o Ministro da Saúde reconhece a Terapêutica Homeopática junto a AMB. 1970 - Farmácias se transformam em Laboratórios: Almeida Prado, Homeoterápico, Murtinho Nobre. Desenvolvimento extraordinário da Homeopatia. 1975 - Nova visão na Homeopatia. Medicina: Dr. Eizayaga, Puiggrós, Demarque, Paschero, Flores Toledo, Ortega, Elizalde, Vijnovski, Micaela Moise, Arturo Mendez, Boiron, Candegabe. Diversos cursos e palestras. Farmácia: produtos naturais e fitocosmética (Natura e Boticário). 1976 - 1º ed. da Farmacopeia Homeopática Brasileira. Durante o mandato do Pres. Ernesto Geisel por uma comissão indicada pelo Ministério da Saúde, destacando-se Helena Minin. 1978 - 14° Congresso Brasileiro de Homeopatia - Associação Paulista de Medicina SP. 1979 - Reconhecimento da especialidade médica pela AMB (28/Jul) Fundada a AMHB (24/Nov). 1980 - Conselho Federal de Medicina reconhece a especialidade por meio da apresentação de títulos. Década de 80: Cursospara formação e especialização de Médicos e Farmacêuticos nas principais associações de Homeopatia (IHB, APH, AMHP (Curitiba), UFMG (Uberlândia), AMHES (Vitória), Lamasson (Ribeirão Preto), AMHBH, UFRJ*, UFRGS*, Faculdade de Farmácia (Ponta Grossa), UF (Ouro Preto), IBEH (SP), USP*, UF (Brasília), etc. 1986 - 18º Congresso Brasileiro de Homeopatia/SP - atendimento homeopático no INAMPS. 1988 - 19º Congresso Brasileiro de Homeopatia – Gramado/RS. Reativação da AN02FREV001/REV 4.0 21 AMHB (Pres. Matheus Marim). + de 1000 participantes, 200 farmacêuticos. Ideia e compromisso de realização do Manual de Normas Técnicas. 1989 - 1° Encontro Nacional de Farmacêuticos Homeopatas do Brasil (28/abr a 1/Mai) – Rio de Janeiro. 1990 - 2° ENFH (14 a 16/Jun) - SP, nasce a ABFH. AMHB - 1° Prova para título de especialista para médicos homeopatas (29/Jul). + de 4000 médicos homeopatas de 500 a 600 Farmacêuticos Homeopatas. 1992 - Manual de Normas Técnicas para Farmácia Homeopática - 1º edição. Súmula - Orientação para o Clínico. 1995 - 2° Edição do Manual de Normas Técnicas para Farmácia Homeopática. 1997 - Portaria nº 1.180, de 19 de agosto de 1997 - Aprova a Parte 1 da Segunda Edição da Farmacopeia Homeopática Brasileira. Principais Associações Homeopáticas: • IHB (150 anos) • APH (60 anos) • Liga Homeopática do RGS (55 anos) • AMNP (20 anos) • AMHB • ABFH • ABVH • ABOH • IBEH • SBMH AN02FREV001/REV 4.0 22 2 CONCEITOS FUNDAMENTAIS 2.1 DROGA Matéria-prima de origem mineral, vegetal, animal ou biológica constituída por um ou mais fármacos. 2.2 FÁRMACO Produto ou substância que, em contato ou introduzida em um sistema biológico, modifica uma ou mais de suas funções, com finalidade terapêutica ou preventiva. 2.3 MEDICAMENTO HOMEOPÁTICO É toda apresentação farmacêutica destinada a ser ministrada segundo o princípio da similitude, obtida pelo método de diluições seguidas de sucussões e/ou trituração sucessivas, com finalidade preventiva e terapêutica. 2.4 SUCUSSÃO Consiste na agitação vigorosa e ritmada de fármacos sólidos e líquidos, solúveis e dissolvida em insumo inerte adequado, contra anteparo semirrígido. AN02FREV001/REV 4.0 23 2.5 TRITURAÇÃO Consiste na redução de fármaco a partículas menores por ação mecânica, com lactose com excipiente, em geral de porcelana, visando solubilizar, diluir e dinamizar o mesmo. 2.6 DINAMIZAÇÃO É a resultante do processo de diluições seguidas de sucussões e/ou triturações sucessivas de fármaco, em insumo inerte adequado, com a finalidade de desenvolvimento do poder medicamentoso. 2.7 INSUMO ATIVO Droga ou fármaco que se constitui no ponto de partida para a preparação de medicamento. 2.8 INSUMO INERTE Substância complementar de qualquer natureza, desprovida de propriedades farmacológicas ou terapêuticas e utilizada como veículo ou excipiente, bem como material de outra origem destinado ao acondicionamento de formas farmacêuticas. AN02FREV001/REV 4.0 24 2.9 PONTO DE PARTIDA Tintura-mãe, droga ou fármaco utilizado como ponto inicial para a obtenção das formas farmacêuticas derivadas. 2.10 FORMAS FARMACÊUTICAS São preparações resultantes da manipulação de insumos ativos e inertes de acordo com as regras da farmacotécnica homeopática. 2.11 FORMA FARMACÊUTICA BÁSICA Preparação que constitui o ponto inicial para as formas farmacêuticas derivadas. • Tintura-mãe: É a preparação líquida, resultante da ação dissolvente e/ou extrativa de um insumo inerte hidroalcoólico sobre uma determinada droga. AN02FREV001/REV 4.0 25 2.12 FORMA FARMACÊUTICA DERIVADA São preparações oriundas de forma farmacêutica básica ou a própria droga, representando desconcentrações obtidas por meio de diluições seguidas de sucussões e/ou triturações sucessivas. • Formas Farmacêuticas Derivadas de Uso Interno: - Formas Líquidas: dose única líquida e preparações líquidas administradas sob a forma de gotas. - Formas sólidas: comprimidos dose única sólida, glóbulos, pós e tabletes. - Formulações Farmacêuticas: com um ou mais insumo ativo: formulações líquidas e sólidas (comprimidos, glóbulos, pós e tabletes). • Formas Farmacêuticas Derivadas de Uso Externo - Formas Líquidas: linimentos, preparações nasais, preparações oftálmicas e otológicas. - Formas sólidas: apósitos medicinais, pós-medicinais e supositórios. - Formas Semissólidas: cremes, géis, géis-creme e pomadas. 2.13 FORMAS FARMACÊUTICAS DE USO EXTERNO Correspondem à incorporação de formas farmacêuticas derivadas em insumos inertes adequados. AN02FREV001/REV 4.0 26 2.14 ESCALAS São as proporções (Insumo ativo: Insumo inerte) seguidas na preparação das diferentes diluições. As dinamizações são preparadas segundo as escalas: Centesimal, Decimal e Cinquenta milesimal. - Escala Centesimal: a diluição é preparada na proporção de 1:100 (Insumo ativo: Insumo Inerte). - Escala Decimal: a diluição é preparada na proporção de 1:10 (Insumo ativo: Insumo Inerte). - Escala Cinquenta Milesimal: a forma derivada obedecerá a proporção de 1:50.000. 2.15 POTÊNCIA É o poder medicamentoso da droga ou fármaco, desenvolvido por meio da dinamização. FIM DO MÓDULO I AN02FREV001/REV 4.0 CURSO DE HOMEOPATIA MÓDULO II Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas. AN02FREV001/REV 4.0 29 MÓDULO II 3 PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DA HOMEOPATIA Para que possamos compreender melhor e corretamente os quatro princípios básicos em que se fundamenta a doutrina homeopática devemos falar um pouco sobre a energia vital. A energia vital é a energia responsável pela manutenção da vida nos seres vivos; é a energia que se desprende do corpo físico quando ocorre a morte. Essa energia não é perceptível aos nossos sentidos e no homem é a parte integrante de um composto substancial que inclui o corpo físico, a mente e o espírito. Quando sua energia vital vibra harmonicamente, encontra-se em perfeito estado de saúde, ou seja, não se observam sinais e sintomas, tanto nos planos físico, emocional ou mental. Isso significa que ele está apto a se realizar como ser humano porque pode usufruir livremente da inteligência para dirigir sua vontade e manter-se em estado de saúde. Quando a energia vital se desequilibra, começa a aparecer um conjunto de reações, muitas vezes imperceptível se não estivermos atentos. Inicialmente ao nível da imaginação, com sonhos desagradáveis ou sensações desconfortáveis, a seguir, sintomas ao nível emotivo-efetivo como, por exemplo, fobias, inseguranças, ciúmes, desconfianças, tristezas indefinidas, etc., e posteriormente surgem os sintomas físicos. Por que a energia vital se desequilibra? Conflitos internos, ações incorretas, estão no cerne desse desequilíbrio, isto é, o emprego inadequado da vontade, das escolhas como ser humano. Nos animais e nas plantas as doenças ocorrem principalmente devido às alterações no meio ambiente provocadas, em geral, pelo próprio homem. AN02FREV001/REV 4.0 30 4 PRINCÍPIOS BASICOS DA HOMEOPATIA 4.1 LEI DOS SEMELHANTES Hahnemann retomou ao princípio da semelhança de Hipócrates quando realizou a primeira experiência com quinino em si mesmoe sentiu que havia encontrado a reposta à sua procura por uma arte de curar lógica e realmente eficaz e curativa. Realizou suas experiências com metodologia científica, obtendo resultados que podem ser reproduzidos quantas vezes se desejar e sempre semelhantes. Para melhor compreensão da diferença entre o princípio dos semelhantes e o princípio dos contrários vamos usar uma imagem criada pelo eminente médico Dr. H. A. Roberts em seu livro “Os Princípios e a Arte da Cura pela Homeopatia”: Imaginemos um trem (enfermidade) correndo a uma determinada velocidade; para controlá-lo podemos enviar um trem em sentido contrário (medicamento alopático) ou um trem no mesmo sentido (medicamento homeopático), mas em uma velocidade maior e que após o encontro, imprime na energia vital um padrão vibratório semelhante e mais forte que o preexistente. As substâncias da natureza têm a potencialidade de curar os mesmos sintomas que são capazes de produzir. Exemplificando de uma maneira bem simplista: se uma pessoa ingerir doses tóxicas de uma substância chamada Arsenicum álbum, irá apresentar sintomas como dores gástricas, vômitos e diarreia: se, por outro lado, dermos essa mesma substância, preparada homeopaticamente, a um enfermo que apresenta dores gástricas, vômitos e diarreia com características semelhantes àquelas causadas pelo medicamento em questão, obteremos como resultado a cura desses sintomas. AN02FREV001/REV 4.0 31 4.2 EXPERIMENTAÇÃO NO HOMEM SÃO O princípio é que as experiências com medicamentos devem ser realizadas em homens sãos, para que então possam ser usados em homens enfermos. Por que em homens são e não em animais? A doença se manifesta não só por sinais objetivos observáveis pelos sentidos, mas também por sintomas e sensações subjetivas. Não seria possível registrar completa e fielmente as sensações subjetivas de cães ou gatos, pois estes não poderiam comunicá-las durante as experimentações. Não existem dois seres humanos exatamente iguais na saúde ou na doença, cada um tem sua individualidade, sua impressão digital. Poder-se-iam os animais assemelhar-se aos seres humanos mais do que os próprios seres humanos entre si? Para tratamento dos animais ou das plantas usamos os resultados das experimentações nos seres humanos, por analogia de sintomas, até que sejam realizadas experimentações específicas para cada espécie. As experimentações são realizadas pela administração de uma determinada substância a um grupo de indivíduos, considerados saudáveis após passarem por exames clínicos e laboratoriais, chamados experimentadores, e que não sabem que substâncias estão experimentando. Em cada experimentação os sintomas físicos, mentais, emocionais, as sensações e alterações do modo de ser e estar, de reagir e interagir com o meio, que vão sendo cuidadosamente anotados e posteriormente classificados e analisados, dando origem ao que chamamos de PATOGENESIA. Muitos medicamentos foram experimentados e reexperimentados várias vezes e por muitos autores. Outros medicamentos foram menos estudados e necessitam de novos testes para ampliar nosso conhecimento e seu campo de atuação. É a esses conjuntos de sintomas, isto é, às Patogenesias, que o médico homeopata recorre a fim de encontrar o medicamento mais semelhante a cada caso, o medicamento Simillimum. Diante do exposto, é fácil mudar o conceito de que “se o medicamento homeopático não faz bem, mal não faz”. Como vimos, o medicamento homeopático pode potencialmente provocar os mesmos sintomas que são capazes de curar. AN02FREV001/REV 4.0 32 4.3 MEDICAMENTO ÚNICO Hahnemann recomendava o uso de apenas um medicamento de cada vez, o medicamento que contivesse o maior número de sintomas que o paciente apresenta. Durante o tratamento buscamos individualizar ao máximo cada paciente, sendo o “grande ideal” de o médico homeopata encontrar o Simillimum do seu paciente. Como já foi dito anteriormente, na maior parte das vezes nem sempre é possível identificá-lo na primeira consulta. Geralmente, o que conseguimos é, nas primeiras consultas, prescrever medicamentos similares àquele que o paciente necessita, isto é, um medicamento que cobre parcialmente os sintomas que o paciente apresenta, mesmo porque também o conhecemos apenas parcialmente no início do tratamento. A recomendação de medicamento único se refere a cada prescrição. Queremos deixar bem claro que o médico homeopata nunca estará fazendo experiências nos seus pacientes e sim progressivamente ajustando a medicação mais adequada. Enquanto restarem sintomas o médico homeopata não estará contente e estará buscando um medicamento que realmente cure todos os sintomas do seu paciente. Na primeira consulta conseguimos obter uma caricatura do paciente e, nas demais, vamos progressivamente acertando os detalhes mais finos da pintura; o objetivo é chegar o mais próximo possível de uma fotografia. Existem divergências, como em todos os setores do conhecimento humano, entre as várias escolas homeopáticas em todo mundo. Todas têm suas razões e ponderações. Temos basicamente três tendências: a UNICISTA, que usa apenas um medicamento por vez, a PLURALISTA, que usa mais de um medicamento por vez, e a ALTERNISTA, que intercala dois ou mais medicamentos em horários preestabelecidos. AN02FREV001/REV 4.0 33 4.4 DOSES MÍNIMAS E DINAMIZADAS No início de suas experiências Hahnemann usava medicamentos diluídos, porém ainda contendo matéria. Com o tempo foi percebendo que essas diluições ainda eram suficientemente fortes para causarem, às vezes, sérias agravações. Devido a essas reações indesejáveis, passou a diluir cada vez mais os medicamentos, percebendo que obtinha melhores resultados quando eram também agitados de maneira ritimada, o que chamou de sucussão. Foi assim que chegou às doses infinitesimais (extremamente diluídas) e dinamizadas. A técnica de sucussão (agitação ritimada) utilizada por Hahnemann lhe foi ensinada por um amigo alquimista, que disse tal procedimento “retirar a alma das substâncias”. Observou que à medida que a massa ia sendo diluída, mais energia as substâncias pareciam desprender. Não era a quantidade de substância que importava, ao contrário, quanto menor a quantidade presente e, quanto mais agitada era a diluição, maior o potencial de energia que atua sobre a Energia Vital. A dose diminuta prescrita pelo homeopata não é mera diluição ou atenuação da droga forte. Ela é o que se chama potência, isto é, algo que possui poder. As doses mínimas e dinamizadas, que sempre foram e continuam sendo inseparáveis da prática homeopática, têm sido com certeza o maior obstáculo à aceitação e adoção desse método terapêutico com maior amplitude pelos médicos em geral. Por lidarmos com sintomas subjetivos e com um tipo de energia extremamente sutil, as pesquisas devem ser realizadas dentro de um novo paradigma, com outros instrumentos de análise dos resultados. 5 SEMIOLOGIA MÉDICA HOMEOPÁTICA Semiologia: estudo de sinais e sintomas. AN02FREV001/REV 4.0 34 Sintomas Homeopáticos: a) Conceitos: Segundo Hahnemann, os sintomas são: Uma manifestação anômala na maneira de sentir e de operar da parte do organismo acessível aos sentidos do observador e do médico, produzidos pela desarmonia da força vital que provoca as desagradáveis sensações que experimenta o organismo e o impele a reações anormais que conhecemos com o nome de enfermidade. Para Carrol Dunham, sintomas “são tudo o que distingue o homem diante de si mesmo, quando não está doente”. Os sintomas não são outra coisa que a expressão da perturbação da força vital. Os sintomas são distintos graus das características anímicas do estado psíquico normal. b) Classificação dos sintomas homeopáticos: b.1 - Segundo quem senteou percebe os sintomas, seja o paciente ou o observador. {Objetivos/Subjetivos} b.2 - Segundo a localização que apresentem nas diversas esferas orgânicas. {Mentais/Gerais/Locais} b.3 - Segundo a maior ou menor frequência com que habitualmente se apresentam na população enferma. {Comuns/Patognomônicos/Característicos/Peculiares/Raros} Sintomas subjetivos: são sofridos ou percebidos somente pelo enfermo sem que o observador possa ter conhecimento deles, a menos que o próprio paciente o manifeste. A este grupo correspondem numerosos sintomas mentais, tais como temores, penas, ilusões, etc, e todas as manifestações dolorosas com suas sensações respectivas. AN02FREV001/REV 4.0 35 Sintomas objetivos: quando podem ser apreciados pelo observador ou o médico, tais como alterações no aspecto, forma ou volume de algum setor orgânico, transtornos nos movimentos, nos sons normais de certos órgãos (coração, pulmão), alterações nas excreções normais, secreções patológicas, etc, assim como alterações detectadas por meio de exames laboratoriais (sangue, urina, fezes, etc). Incluem também nesse grupo os processos inflamatórios e neoplásicos. Naturalmente, muitos desses fenômenos objetivos podem e são observados pelo próprio paciente. Quanto à localização: Sintomas mentais: quando suas manifestações consistem em transtornos psíquicos da afetividade, do juízo, da inteligência, ilusões, alucinações, etc. Sintomas gerais: manifestações que devem ser referidas à totalidade do organismo e são a expressão de uma perturbação geral como: o cansaço, a debilidade, a insônia ou sonolência, alterações da transpiração, da temperatura, o apetite, os desejos sexuais, os desejos e aversões. São as expressões do estado geral do paciente frente a distintas circunstâncias. Pergunta: “como se sente”. Sintomas locais: quando os transtornos envolvem somente um setor da economia, um aparelho ou um órgão sem repercussão no estado geral, tais como dores, inflamações, tumores, etc. Segundo sua Frequência: Sintomas Comuns: quando se apresentam em grande quantidade de pa- cientes e de enfermidades e são também produzidos por grande quantidade de medicamentos nas experimentações patogênicas, na esfera mental, geral ou local. Ex: irritabilidade, insônia, déficit de memória, a tristeza, a cefaleia, o cansaço, a febre, a falta de apetite, etc. AN02FREV001/REV 4.0 36 Sintomas patognomônicos: quando são fundamentais para diagnóstico fisiopatológico, o qual não pode ser formulado até que se achem presentes Ex: hiperglicemia nos diabetes, o exantema morbiliforme no sarampo. Sintomas característicos: quando ao sintoma comum se agrega uma modalidade reacional de agravação ou melhoria. Esta modalidade singulariza e circunscreve o sintoma, de maneira tal que já não são muitos os sujeitos que apresentam, nem são tantos os remédios. Ex: cefaleia que se agrava pelo movimento e por tossir e que se alivia pela pressão externa. Sintomas peculiares: quando possuem alguma modalidade ainda menos frequente que as anteriores e provocadas patogeneticamente por uns poucos medicamentos. Ex: cefaleia quando tem fome (antes de comer). Sintomas raros: quando escassos indivíduos e pouquíssimos remédios ou um só os produz. Ex: alegria durante as tormentas (tempestades). 6 MODALIDADES 6.1 SIGNIFICADO E INTERPRETAÇÃO Constitui modalidade de um sintoma, a condição de agravação ou de melhora do mesmo, sendo tanto mais importante quanto mais nítido e intensamente influenciar determinada manifestação, portanto representa um fenômeno dinâmico determinado pelo genótipo, atuando sobre o modo reacional do organismo frente a determinadas circunstâncias. Reflete diferentes tendências individuais em manifestar sintomas, síndromes e estados mórbidos, que se deixam favorecer ou prejudicar frente aos diferentes fatores. AN02FREV001/REV 4.0 37 6.2 SÍNTESES DAS MODALIDADES PRINCIPAIS As modalidades que qualificam os sintomas comportam variantes do ritmo, horário e periodicidade; do modo de aparecimento e de desaparecimento; de relação com atividades e atos fisiológicos de natureza alimentar, de relação com eliminações; de posição, movimentos; de condições metereológicas e de fatores psíquicos, acrescidos ainda por circunstâncias excepcionais e raras. Modalidades de Exclusão Incluem modalidades relacionadas à menstruação, à sensibilidade ao frio e ao calor, bem como ao estado reacional de estenicidade e astenicidade. Modalidades Horárias Obedecem a ritmos biológicos e dependem de processos fisiológicos relacionados ao repouso, ao metabolismo e ao catabolismo. Modalidades de Periodicidade Geralmente se refere à dor, às eliminações, às erupções e à febre, indicando intervalos de horas, dias, semanas, meses ou anos, sendo dificilmente detectada no decurso das experimentações. Modalidades de Aparecimento e Desaparecimento de Sintomas O modo de instalação e desaparecimento de sintomas isolados ou de um quadro mórbido, lento ou súbito, representa aspecto definido frequente em numerosas patogenesias. São principais variantes desta natureza: a) Aparecimento e desaparecimento lento; b) Aparecimento lento e desaparecimento brusco; c) Aparecimento e desaparecimento brusco; d) Aparecimento brusco e desaparecimento lento; e) Instalação progressiva. AN02FREV001/REV 4.0 38 Modalidades Relacionadas a Funções Normais Inumeráveis variantes modalizadoras estão relacionadas a atividades fisiológicas no sentido de aparecimento, agravação ou melhora de sintomas. Costuma-se dizer que “tal” doença piora por “tal” condição fisiológica e vice-versa. Modalidades de Natureza Alimentar A ingestão alimentar oferece variantes como: a) Intolerância – como expressão de incapacidade digestiva ou de hipersensibilidade, relacionada ao metabolismo. b) Fator de agravação ou melhora – modalizando condições já presentes. c) Causalidade – despertando condições até então ausentes. d) Aversão e desejo – por determinados alimentos como expressão do terreno individual. Modalidades de Secreções e Excreções Constituem situações importantes de modalidade: a) Variações da urina – odor, aspecto, sedimento. b) Tipos de hemorragia – ativa, passiva, de sangue escuro. c) Variações da saliva – espessa, aderente, fétida. d) Transpiração – fétida, pegajosa, oleosa, localizada. e) Variantes de evacuação intestinal – diarreica, sanguinolenta, esverdeada, de odor cadavérico. Modalidades de Posição A atitude preferencial do doente, além de lhe proporcionar alívio, contribui como sinal raro por si mesmo e confere hierarquia a outras manifestações pouco importantes. Exemplos: • Deitado sobre lado direito. • Deitado sobre lado esquerdo. • Deitado sobre a parte dolorosa. • Deitado sobre superfície dura. AN02FREV001/REV 4.0 39 Modalidades de Movimentos O movimento proporciona agravação ou melhora em variantes ilimitadas: • Rápido. • Contínuo. • Lento. • Brusco. • Viajando. Modalidades Metereológicas Referem-se às estações do ano, ao grau de umidade, à temperatura, à tempestade, ao tempo nublado, vento, sol, mar e montanhas. Modalidades raras A anamnese considera todas as informações do doente, mesmo àquelas sem relação aparente ao diagnóstico, na certeza de que, quanto mais bizarras, mais estranhas ou absurdas forem, melhor personalizado se tornará o apanho do caso clínico. 7 TOMADA DO CASO 7.1 SIGNIFICADO Proceder ao apanhado do caso significa escutar, interrogar, observar e examinar determinados doentes, procurando obter a mais perfeita totalidade dos sinais e sintomas capazes de refletir a imagem do seu estado mórbido personalizado. AN02FREV001/REV 4.0 40 7.2 DIFICULDADES NO APANHO DO CASO Trêsfatores interferem no apanho do caso, dificultando a correlação patogenética. 1. Doente – quando preocupado com o diagnóstico, o paciente insiste nas queixas patológicas, ocultando sintomas que julga alheios à doença. 2. Médico – para prescrever, o homeopata necessita conhecer número razoável de patogenesia, a fim de enquadrar o paciente na personalidade de uma delas. 3. Deficiência da matéria médica – a droga que melhor se adaptaria a determinado doente talvez ainda não tenha sido experimentada, sendo ignorada a sua patogenesia. 7.3 TOTALIDADE DE SINTOMAS A totalidade dos sintomas, decisiva para identificação patogenética, abarca sinais e sintomas mentais, gerais, locais e patognomônicos, tanto no aspecto comum como peculiar de cada um, todos eles valorizados por meio de qualificações e modalidades marcantes e sem explicação, que traduzem o modo racional de cada doente, permitindo caracterizá-lo dentro da doença. 7.4 SÍNDROME MÍNIMA DE VALOR MÁXIMO Essa expressão designa o conjunto de manifestações dotadas de características marcantes e raras, suficientes para individualizar um medicamento. No cômputo da totalidade clínica, caberá ao médico selecionar aqueles sintomas bizarros, estranhos, peculiares e sem explicação, não integram o diagnóstico nosológico, mas pertencem de modo exclusivo ao doente. AN02FREV001/REV 4.0 41 8 INTOXICAÇÃO Na homeopatia moderna, casos de intoxicação são raros ou praticamente não ocorrem. Hahnemann observou que doses subtóxicas exerciam ação predominante na melhora do doente, dando origem às doses mínimas seguidas de diluição e dinamização. 8.1 ORIGEM DAS DOSES MÍNIMAS Dentro do raciocínio da semelhança adota-se a aplicação clínica das drogas em doses reduzidas, embora em nível ponderável, sobrevindo curas sempre que a correlação de semelhança era obedecida. Hahnemann procedeu à redução das doses em uma técnica de diluição em água e álcool, em escala centesimal progressiva, tendo o cuidado de homogeneizar cada diluição pelo procedimento das sucussões; receoso de tal conduta viesse a prejudicar o efeito terapêutico, surpreendeu-se ao constatar que as diluições não apenas conservavam, mas adquiriam maior potencial curativo. Este fato motivou a descoberta do poder farmacodinâmico em substâncias até então consideradas inertes e possibilitou a elaboração de patogenesias com substâncias tóxicas. 8.2 DILUIÇÃO E DINAMIZAÇÃO As doses mínimas ou infinitesimais se vinculam à lei da semelhança. O fato das diluições sucussionadas adquirirem poder dinâmico crescente faz com que os termos diluição, potência e dinamização passassem a ser indistintamente empregadas sob o ponto de vista prático, pois não se admite em Homeopatia uma AN02FREV001/REV 4.0 42 diluição que não esteja sistematicamente complementada por sucussões, numa técnica padronizada, sendo a escala centesimal a única de exatidão matemática válida para trabalhos científicos. A descoberta do poder farmacodinâmico das doses mínimas tornou as doses ponderáveis desnecessárias e contraindicadas, portanto, o termo intoxicação está afastado da homeopatia moderna. 9 PATOGENESIA Ao conjunto de manifestações apresentadas pelo indivíduo sadio e sensível, durante a experimentação de uma droga, foi dado o nome de patogenesia. A reunião dos quadros experimentais devidamente catalogadas ou patogenesias passou a constituir a Matéria Médica Homeopática. A experimentação com a China officinalis proporcionou a primeira patogenesia. Sintoma patogenético e qualquer manifestação observada pelo experimento no homem sadio. Além dos sintomas patogênicos propriamente ditos, induzidos no indivíduo sadio por determinada substância em doses diversas, porém não tóxicas, foram também incorporadas à Matéria Médica os efeitos registrados nas intoxicações acidentais bem como aqueles sintomas e sinais curados na clínica durante a utilização de determinada droga. Englobando o tema patogenesia podemos citar as agravações homeopáticas. 9.1 CONCEITO DE AGRAVAÇÃO É o aumento de todos os sintomas importantes da doença que seguem à administração do remédio específico, agravação esta tanto mais aparente quanto maior a similitude ao remédio escolhido. Inicialmente, foram reconhecidos dois tipos de agravação: AN02FREV001/REV 4.0 43 a) Agravação homeopática ou medicamentosa, b) Agravação patogenética. 9.2 AGRAVAÇÃO COMO RESSONÂNCIA PATOGENÉTICA No prosseguimento clínico distinguiu Hahnemann dois tipos de agravação – a homeopática e a patogenética – a primeira expressando sintomas inicialmente presentes no doente e a segunda revelando sintomas novos inerentes à patogenesia da droga empregada. O indivíduo sob experimentação somente desenvolverá sintoma se for sensível à droga testada, a qual despertará uma condição até então latente que se manifestará como sinal profético daquilo que, infalivelmente, iria acontecer no futuro desse experimentador. Assim interpretada, a agravação patogenética é também a homeopática, como soma resultante da doença medicinal ou experimental, com a sintomatologia potencial ainda subclínica. Das duas reações de defesa despertadas no organismo – uma pela doença natural e outra pelo medicamento – advém a resultante comum, mais potente e mais eficaz que persistirá depois de dissipada a presença energética do Simillimum* responsável pela defesa adicional. Esta resultante, suficiente para o reequilíbrio, eventualmente se torna mais do que suficiente, ocasionando transitório tumulto clínico. *Simillimum: Medicamento cujos sintomas patogenéticos ou de experimentação no homem sadio coincidem com a totalidade sintomática de determinado quadro mórbido. Representa o remédio adequado do doente. 10 A ANAMNESE HOMEOPÁTICA ANAMNESE: do grego Anámnesis, “o relato dos padecimentos feitos pelo doente à cordialidade inquisidora do médico” (MIGUEL TORGA, Diário, p. 55-56). AN02FREV001/REV 4.0 44 “Informação acerca do princípio e evolução de uma doença até a primeira observação do médico” (A.B.H.F.). O médico deve ter: boa vontade; boa disposição; compreensão; respeito à liberdade do enfermo para expressar-se e paciência. “O enfermo é o único que tem a chave do medicamento”. “O médico deve ser um cúmplice, um companheiro”. “Resgatamos o encontro humano que os aparatos tecnológicos afastaram”. Atitude do médico = neutralidade com cumplicidade. Fazer sentir ao paciente o interesse do médico. “O 1º ato do médico é dar a mão”. Analisar todas as características para proporcionar uma boa relação médico- paciente. 1) O olhar: — detalhes da atitude: se acercar do paciente; — atitude receptiva: intenção envolvente; — envolver o paciente em uma atmosfera de proteção = olhar abraçador; — com o olhar: estou disposto a escutar-lhe, vou ser discreto e compreensivo, necessito que me fale = olhar 2) O silêncio e a pausa: inquisitivo. — o silêncio do médico outorga o passaporte para o paciente poder falar; — tempo para pensar – rebobinar o K-7 de sua vida e ligar de novo; — permite ao paciente desenvolver seus pensamentos para oferecer ao seu médico. 3) A Palavra: ama, fere e mata: — o tom da voz; — a linguagem deve ser acessível ao paciente; — a linguagem deve ser pessoal. AN02FREV001/REV 4.0 45 4) A escritura: Escrever com os mesmos termos do paciente, frouxamente, não deixando de observar as expressões do paciente. “O momento de escrever como de perguntar é ditado pelo paciente”. Como um jogo de xadrez: 1ª jogada = em que posso ajudar. Aguardar a jogada do paciente e seguir estimulando até o xeque-mate = história biopatográfica a. Deixar o paciente falar livremente; . O que o médico deve fazer: b. Escrever cada sintoma ou grupo de sintomas; c.Os sintomas devem ser escritos na linguagem do paciente; d. Circunscrever-se a um grupo de sintomas até esgotar tudo; e. As perguntas devem ser: gerais, amplas, indiretas e vagas. O que o médico não deve fazer: a. Interromper o relato do paciente; b. Insistir em perguntas que não consegue resposta; c. Formular perguntas: dirigidas – alternantes – sim ou não A FICHA CLÍNICA: 1) Identificação; 2) Queixas e duração – ouvir, anotar e detalhar ao máximo; 3) Interrogatório sobre diversos aparelhos; 4) Antecedentes pessoas e familiares; 5) Alimentação: Apetite? Desejos e aversões? Sabor? Temperatura; 6) Sede: Como é? Horário? Desejos e aversões? 7) Transpiração como é? Onde é mais? Odor? Mancha? 8) Meteorológicos: Calor? Frio? Sol? Chuva? Campo? Praia? Vento? 9) Períodos: nas 24 horas do dia: menos ou mais disposição? AN02FREV001/REV 4.0 46 10) Sono/sonhos: como é? Posição? O que faz durante? Sonha? Repetem? 11) Medos – temores: quais? 12) Mentais – como é sua maneira de ser? Choro? Consolo? Emoções? Sofrimentos? Afeto? Carinho? Ciúmes? Feliz? Morte? 13) Biopatogrófico: fato(s) que marcaram o paciente profundamente? 14) Exame físico: biotipo – face, pele e anexos – atitudes, etc. Verificar tudo para ver se tem os sintomas mentais e a totalidade dos sintomas característicos com os de algum remédio. O exame individual de um caso de doença requer, da parte do clínico, isenção de preconceitos, sentidos apurados, atenção ao observar e fidelidade em anotar o caso de doença (HAHNEMANN). FIM DO MÓDULO II AN02FREV001/REV 4.0 CURSO DE HOMEOPATIA MÓDULO III Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas. AN02FREV001/REV 4.0 49 MÓDULO III 11 ORIGEM E CLASSIFICAÇÃO DOS MEDICAMENTOS HOMEOPÁTICOS A - Derivados de vegetais: o maior número deles: I - Plantas inteiras: Belladonna, Aconitum napelus Partes delas: Symphytum officinalis (raízes frescas) Sanguinaria canadensis (raízes frescas) Nux vomica (sementes) Lycopodium clavatum (esporos) II - Produtos fisiológicos (SARCÓDIOS) Ex.: Asa foetida, Terebinthina oleum, Hura brasiliensis, Opium (resinas vegetais) III - Produtos patológicos (NOSÓDIOS) Ex: Secale cornutum (fungo Claviceps purpurea que cresce sobre o grão de centeio). Ustilago maydis (fungo sobre grão de milho) Solanum tuberosum aegrotans (fungo que cresce na batata = Solanum tuberosum). B - Derivados de animais: I - Inteiros, partes, frescos ou secos, vivos ou mortos Ex: Apis mellifica (abelhas vivas) Cantharis vesicatoria (cantáridas secas) Tarantula cubensis e Tarantula hispanica (aranhas inteiras) AN02FREV001/REV 4.0 50 II - Produtos fisiológicos (SARCÓDIOS) Ex: Lachesis trigonocefalus, Crotalus horridus, Naja vipera (venenos de cobras) Sepia succus (tinta de polvo) Mephitis putorius (secreção de glândulas anais de um tipo de raposa) Moschus (musk) Lac defloratum e Lac caninum (leites) Calcarea ostrearum (pó de cascas de ostras) III - Produtos patológicos (NOSÓDIOS), bactérias ou suas toxinas, órgãos doentes ou suas secreções. Ex.: Tuberculinum, Syphilinum, Psorinum, Streptococcinum IV - ORGANOTERÁPICOS, obtidos de órgãos frescos ou secos, ou de suas secreções, como os hormônios. Ex.: Thyreoidinum, Ovarium, Insulina, Adrenalina V - AUTOISOTERÁPICOS ou AUTONOSÓDIOS: produtos fisiológicos ou patológicos de um doente, utilizados com a finalidade de tratar sua própria doença. São as “autovacinas homeopáticas”, geralmente preparadas a partir de secreções do nariz, orofaríngea, sangue (auto-hemoterápicos), pele (eczemas, pus, carcinomas), urina, fezes, etc. C - Derivados do reino mineral: I - Origem natural: Ex.: Aurum metalicum (Ouro), Kali carbonicum (carbonato de potássio obtido das cinzas de plantas), Natrum muriaticum (sal marinho não purificado), Graphites (produto inglês da mina de Borrowdale), Petroleum (da Áustria), Mica (completamente branca, da Índia), Sulphur (da Itália). AN02FREV001/REV 4.0 51 II - Origem industrial, sintética: sais orgânicos, vitaminas. Ex.: Sulfanilamida, Mercurius iodatus ruber, diversas penicilinas. III - Preparações exclusivamente homeopáticas: Ex.: Hepar sulphuris = cascas de ostras em pó com enxofre Causticum = mistura de cal em água, com bissulfito de potássio e água fervente Mercurius solubilis = nitrato de protóxido de mercúrio com amônia Calcarea acetica = pó de cascas de ostras com vinagre de vinho D - Imponderáveis: não enquadrados nos casos anteriores: Ex.: Magnetis polus arcticus, Eletricidade, Raios-X, Raio de sol, Raio de lua. NOMENCLATURA ATUAL: corretos, porém pouco usados. Calcium e não Calcarea Barium e não Baryta Kalium e não Kali Natrium e não Natrum MEDICAMENTOS INSOLÚVEIS: não podem ser aviados como gotas ou glóbulos até CH3, só como pós ou comprimidos. Ex.: Calcarea carbonica CH 1 pó ou comprimido. MEDICAMENTOS BIOLÓGICOS: bioterápicos. Devem ser aviados em potência igual ou superior a CH I2, para garantir sua esterilidade. Ex.: Meningococcinum CH I2. AN02FREV001/REV 4.0 52 MEDICAMENTOS TÓXICOS: não podem ser usados em baixas potências: Arsenicum album CH 1, Lachesis CH 1, Mercurius solubilis CH 1, tinturas-mãe tóxicas em uso interno (Belladonna, Arnica Montana, Rhus toxicodendron, etc. MEDICAMENTOS “PROSCRITOS”: não têm efeito psicotrópico em CH6 e em CHI2 não têm mais matéria. Ex: Opium, Cannabis sativa, Cannabis indica, Cocaína, LSD. 12 VEÍCULOS E EXCIPIENTES Veículos e excipientes, também chamados de insumos inertes, são substâncias utilizadas em Homeopatia para realizar diluições, incorporar dinamizações e extrair os princípios ativos de drogas e na elaboração das tinturas homeopáticas. Eles são muito importantes, uma vez que chegam a fazer parte integral do medicamento homeopático, daí a necessidade de atenderem às condições de pureza exigidas pelas farmacopeias. Os veículos e excipientes utilizados em Homeopatia são a água, o álcool etílico, a glicerina, a lactose e a sacarose, bem como os glóbulos, microglóbulos, comprimidos e tabletes inertes. 12.1 ÁGUA A água utilizada em Homeopatia é a água pura obtida por meio de destilação, bidestilação, deionização com filtração esterilizante e osmose reversa. Ela deve apresentar-se límpida, incolor, inodora e isenta de impurezas, como amônia, cálcio, metais pesados, sulfatos e cloretos. Seu acondicionamento é feito em recipientes bem fechados, em geral barriletes de vidro ou PVC, devendo ser renovada todos os dias, pela manhã. AN02FREV001/REV 4.0 53 A destilação é o processo mais recomendado para as farmácias homeopá- ticas, pois obtemos água teoricamente estéril a baixo custo. A título de curiosidade histórica, Hahnemann empregava a água da chuva ou da neve derretida para a preparação dos medicamentos homeopáticos. Hoje, não devemos utilizá-las pelo alto índice de poluentes encontrados na atmosfera. 12.2 ÁLCOOL O álcool utilizado em Homeopatia é o álcool etílico bidestilado obtido em alambiques de vidro. Ele deve apresentar-se límpido, incolor, com odor característico, sabor ardente e isento de impurezas, principalmente aldeídos e alcoóis superiores. Seu acondicionamento deve ser feito em recipientes herméticos, como bombonas de polietileno que não tenham sido usadas para outros fins, longe do fogo ou do calor. Hahnemann utilizava álcool de uva, apresentando o álcool de cereais e o de cana-de-açúcar características quase idênticas, podendo também ser utilizados. Empregamos o álcool nas mais diversas graduações para a elaboração das tinturas e dinamizações homeopáticas. Álcool20%: é empregado na passagem da forma sólida (trituração) para a forma líquida. Álcool 30%: é utilizado na dispensação de medicamentos homeopáticos administrados sob a forma de gotas. Álcool 70%: é empregado nas dinamizações intermediárias. Álcool igual ou superior a 70%: é utilizado na preparação de dinamizações que irão impregnar a lactose, os glóbulos, os comprimidos e os tabletes, bem como na moldagem de tabletes. Álcool 96%: é empregado na dinamização de medicamentos preparados na escala cinquenta milesimal-LM (proporção 1/50.000). AN02FREV001/REV 4.0 54 Diferentes diluições alcoólicas: são utilizadas na elaboração das tinturas homeopáticas e na diluição de drogas solúveis, nas três primeiras dinamizações centesimais (1/100) ou nas seis primeiras dinamizações decimais (1/10). 12.3 GLICERINA A glicerina utilizada em Homeopatia é a glicerina bidestilada obtida em alambiques de vidro para evitar a presença de metais. Seus principais contaminantes são a acroleína, compostos amoniacais, glicose, sulfatos, cloretos, metais pesados, ácidos graxos e ésteres. Ela deve apresentar-se clara, incolor, na consistência de xarope, com odor característico e sabor doce, seguido de sensação de calor. Deve ser acondicionada em recipientes bem fechados (vidro ou plástico), pois é higroscópica. Empregamos a glicerina nas tinturas homeopáticas preparadas a partir de órgãos e glândulas de animais superiores, nas três primeiras dinamizações centesimais (1/100) e nas seis primeiras dinamizações decimais (1/10), a partir de tinturas-mãe, e na preparação de certos bioterápicos. Ela é utilizada misturada com água na proporção 1:1; com água e álcool na proporção 1:1:1 ou em outras proporções de acordo com as monografias citadas nas farmacopeias homeopáticas. 12.4 LACTOSE A lactose utilizada em Homeopatia é a obtida a partir do leite de vaca. Ela deve ser usada pura, livre de impurezas como o amido, a sacarose e a glicose. Sua purificação consome quatro litros de álcool etílico para cada 1.000g. Deve apresentar-se na forma de pó cristalino, branco, inodoro, com leve sabor doce, e ser acondicionada em recipientes bem fechados, pois absorve odores rapidamente. A lactose é utilizada nas dinamizações feitas a partir de substâncias insolúveis AN02FREV001/REV 4.0 55 (trituração) e na confecção de comprimidos, tabletes e glóbulos inertes. Pode ainda ser impregnada com dinamizações líquidas, para a obtenção da forma farmacêutica sólida de uso interno, chamada “pós”. 12.5 SACAROSE A sacarose utilizada em Homeopatia é o açúcar purificado obtido da cana- de-açúcar, especialmente. Suas principais impurezas são os metais pesados, o cálcio, os cloretos e os sulfatos. Ela deve apresentar-se na forma de cristais ou massas cristalinas, incolores ou brancas, ou pó cristalino branco, com sabor doce bastante característico. Deve ser acondicionada em recipientes bem fechados. A sacarose é utilizada na fabricação dos glóbulos inertes. 12.6 GLÓBULOS INERTES Glóbulos inertes são pequenas esferas compostas de sacarose ou mistura de sacarose e pequena quantidade de lactose. São obtidos industrialmente a partir de grânulos de açúcar mediante drageamentos múltiplos. Apresentam-se com pesos medianos de 30 mg, 50 mg e 70 mg, na forma de grãos esféricos, homogêneos e regulares, brancos, praticamente inodoros e de sabor doce. Devem ser acondicionados em recipientes hermeticamente fechados. Os glóbulos inertes são impregnados com dinamizações líquidas, para a obtenção da forma farmacêutica sólida chamada “glóbulos”. AN02FREV001/REV 4.0 56 12.7 MICROGLÓBULOS INERTES Microglóbulos inertes são pequeníssimas esferas compostas de sacarose e amido obtidos industrialmente pelo processo de fabricação semelhante aos glóbulos. Eles são comercializados na padronização de 63 mg para cada cem microglóbulos. Apresentam-se na forma de grãos esféricos, homogêneos e regulares, brancos, praticamente inodoros e de sabor doce. Devem ser acondicionados em recipientes bem fechados (frascos de vidro âmbar, por exemplo). Os microglóbulos são utilizados na preparação de medicamentos na escala cinquenta milesimal. 12.8 COMPRIMIDOS INERTES Os comprimidos inertes utilizados em Homeopatia são pequenos discos obtidos pela compressão de lactose ou mistura de lactose e sacarose, com ou sem granulação prévia. Eles apresentam-se na forma discoide, homogêneos e regulares, com peso compreendido entre 100 e 300 mg, brancos, inodoros e de sabor levemente adocicado. Devem ser acondicionados em recipientes bem fechados. Os comprimidos inertes são impregnados com dinamizações líquidas, para a obtenção da forma farmacêutica sólida, chamada “comprimido”. 12.9 TABLETES INERTES Os tabletes utilizados em Homeopatia são pequenos discos obtidos por moldagem da lactose em tableteiro. Eles apresentam-se na forma discoide, não tão homogêneos e regulares quanto os comprimidos, com peso compreendido entre 100 e 300mg, brancos, inodoros e de sabor levemente adocicado. Devem ser acondicionados em recipientes bem fechados. AN02FREV001/REV 4.0 57 13 O QUE SÃO FORMAS FARMACÊUTICAS DERIVADAS? As formas farmacêuticas derivadas representam o resultado do processo de dinamização, que consiste, basicamente, na concentração decrescente de insumos ativos por meio de diluições seguidas de sucussões ou de triturações sucessivas. Para prepará-las empregamos as escalas decimal, centesimal e cinquenta milesimal, e os métodos hahnemannianos, korsakovianos e de fluxo contínuo. 14 AS ESCALAS Para a preparação das formas farmacêuticas derivadas, a farmacotécnica homeopática emprega três escalas, de acordo com a proporção entre os insumos ativo e inerte: a decimal, a centesimal e a cinquenta milesimal. Na escala decimal a diluição é preparada na proporção 1/10, ou seja, uma parte do insumo ativo é diluída em nove partes do insumo inerte, perfazendo um total de dez partes. Essa escala, criada por Hering nos Estados Unidos da América e difundida por Vehsemeyer na Alemanha, surgiu com o pretexto de diminuir as distâncias entre as quantidades de insumo ativo e insumo inertes, tornando a diluição mais uniforme e fácil de preparar. É a escala mais empregada nos EUA e na Alemanha. Os símbolos empregados nos diversos países para identificar a escala decimal são: X (dez em algarismo romano) e D, ou ainda DH, que significa dinamização na escala decimal de Hering preparada segundo o método hahnemanniano. Assim, 1X, D1 ou 1DH correspondem à primeira dinamização decimal. Uma 2X, D2 ou 2DH representam uma segunda dinamização decimal. No Brasil, emprega-se o símbolo DH, antecedido da potência, sendo essa identificação mais interessante, pois designa tanto a escala como o método empregado. Exemplo de símbolos utilizados para identificar a escala decimal obtida a partir da TM de Arnica montana: AN02FREV001/REV 4.0 58 1 mL da TM de Arnica montana + 9 mL de álcool 30% (100 sucussões) Arnica montana 1X ou Arnica montana D1 ou Arnica montana 1DH Na escala centesimal a diluição é preparada na proporção 1/100, ou seja, uma parte do insumo ativo é diluída em 99 partes do insumo inerte, perfazendo um total de cem partes. Os símbolos conhecidos para identificar a escala centesimal são: C, ª, nenhuma indicação ou CH. Assim, C1, 1ª, 1 ou 1CH correspondem à pri- meira dinamização centesimal. Uma C2, 2ª, 2 ou 2CH representam uma segunda dinamização centesimal. Pelo mesmo motivo apresentado para a escala decimal, em nosso país é utilizado o símbolo CH para designar a escala centesimal preparada pelo método hahnemanniano. Exemplo de símbolos utilizados para identificar a escala centesimal obtida a partir do dicromato de potássio, droga solúvel na água: 1 g de dicromato de potássio + qsp (quantidade suficiente para) 100 mL de água destilada + (100 sucussões) Kalium bichromicum C1 ou Kalium bichromicum 1ª ou Kalium bichromicum 1 ou Kalium bichromicum
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