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EMPREENDEDORISMO 2020 Samir Bazzi Joslaine Chemim Duarte Auri Cesar Pupo Junior EMPREENDEDORISMO EMPREENDEDORISMO 2022 Samir Bazzi Joslaine Chemim Duarte Auri Cesar Pupo Junior PRESIDENTE Frei Thiago Alexandre Hayakawa, OFM DIRETOR GERAL Jorge Apóstolos Siarcos REITOR Frei Gilberto Gonçalves Garcia, OFM VICE-REITOR Frei Thiago Alexandre Hayakawa, OFM PRÓ-REITOR DE ADMINISTRAÇÃO E PLANEJAMENTO Adriel de Moura Cabral PRÓ-REITOR DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO Dilnei Giseli Lorenzi COORDENADOR DO NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA - NEAD Renato Adriano Pezenti GESTOR DO CENTRO DE SOLUÇÕES EDUCACIONAIS - CSE Franklin Portela Correia DESIGNER INSTRUCIONAL Renata Furtado REVISÃO ORTOGRÁFICA Carolina Bontorin Ceccon PROJETO GRÁFICO Impulsa Comunicação DIAGRAMADORES Andréa Ercília Calegari CAPA Andréa Ercília Calegari © 2022 Universidade São Francisco Avenida São Francisco de Assis, 218 CEP 12916-900 – Bragança Paulista/SP CASA NOSSA SENHORA DA PAZ – AÇÃO SOCIAL FRANCISCANA, PROVÍNCIA FRANCISCANA DA IMACULADA CONCEIÇÃO DO BRASIL – ORDEM DOS FRADES MENORES SAMIR BAZZI BA em Direito Tributário pelo Instituto Internacional de Educação e Gerência (2005). Participa atualmente de um programa de pós-graduação stricto sensu em Administra- ção, na Universidad de la Empresa – Montevidéu,Uruguai. Graduado em Administração de Empresas pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (2003). Sócio-gerente da empresa Izzab Assessoria Empresarial, que atua nas áreas de gestão de projetos, consultoria financeira e consultoria tributária. JOSLAINE CHEMIM DUARTE Mestre em Engenharia de Produção pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Especialista em Contabilidade e Finanças pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Bacharel em Administração de Empresas pela FAE Centro Universitário. Atua na docên- cia do Ensino Superior desde 2002. Na FAE Centro Universitário, desde 2008, leciona as disciplinas de Introdução à Administração, Introdução à Gestão das Organizações, Princí- pios de Administração, Administração da Empresa Moderna, Administração Estratégica e Empreendedorismo, dos cursos de Administração de Empresas, Economia, Engenharia Mecânica, Engenharia Ambiental, Engenharia de Produção e Tecnologia em Gestão. AURI CESAR PUPO JUNIOR Mestre em Administração Estratégica pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PU- C-PR). MBA Executivo In Management pela FAE Business School e pela Baldwin Walla- ce University. Pós-graduado em Finanças. Graduado em Administração, pela FAE Centro Universitário. Experiência na gestão escolar de estabelecimentos de ensino fundamental e superior. Atualmente, atua como analista de projetos da FAE Centro Universitário, auxilian- do no desenvolvimento de projetos acadêmicos, com destaque a projetos como Workatona e Expedição FAE. Ainda na FAE Centro Universitário, desde 2013 atua como professor nas disciplinas de Gestão de Projetos e Empreendedorismo. O AUTOR SUMÁRIO UNIDADE 01: Empreendedorimos: Conceitos Iniciais e Contextualização ...............8 1. Conceituando empreendedorismo ......................................................................9 2. Origem e evolução do empreendedorismo ........................................................... 10 3. O empreendedorismo do século XXI ................................................................... 11 4. Panorama mundial, brasileiro e regional do empreendedorismo .......................... 15 5. Empreender e empreendedor ............................................................................... 21 6. Perfil do empreendedor ......................................................................................... 23 7. Perfil do empreendedor brasileiro ......................................................................... 27 8. Verdades sobre o empreendedor .......................................................................... 28 9. Habilidades para a prática do empreendedorismo ................................................ 32 10. Empreendedorismo social ................................................................................... 34 11. Economia colaborativa ou compartilhada ........................................................... 41 12. Empreendedorismo de Startup .......................................................................... 42 13. Empreendedorismo corporativo .......................................................................... 43 14. Empreendedorismo de carreira ........................................................................... 46 UNIDADE 02: Inovação e Criatividade ........................................................................ 54 1. Criatividade ........................................................................................................... 55 2.As dimensões da criatividade ................................................................................. 56 3. Técnicas e ferramentas para a criatividade........................................................... 59 4. A sutura adesiva da 3m ......................................................................................... 62 5. Inovação ................................................................................................................ 63 6. Tipos de inovação ................................................................................................. 64 7. As várias faces da inovação .................................................................................. 72 8. Design thinking: origem e conceitos ...................................................................... 74 9. Modelo de negócios .............................................................................................. 79 UNIDADE 03: Modelos de Negócios ........................................................................... 90 1. A metodologia do business model generation ....................................................... 92 2. Pressupostos para desenvolver o modelo de negócios ...................................... 94 3. Métodos e técnicas para o desenvolvimento de modelos de negócios ................ 97 4. Padrões de modelos de negócios .......................................................................100 5. O business model canvas ...................................................................................102 6. Proposta de valor ..............................................................................................110 7. Canais, relacionamento com clientes e fontes de receitas .................................113 8. Canais .................................................................................................................114 9. Relacionamento com clientes ...........................................................................117 10. Fontes de receitas .............................................................................................120 UNIDADE 04: Estratégias e Aplicação de Modelos ...................................................128 1. Recursos principais .............................................................................................128 2. Atividades-chave ...............................................................................................130 3. Parcerias principais .............................................................................................132 4. Estrutura de custos ............................................................................................138 5. Os benefícios em usar o canvas ........................................................................143 6. Parte externa e interna do modelo de negócios ..................................................144 7. Desenhando o modelo de negócios ....................................................................147 8. Prototipação ........................................................................................................1479. Cenários ..............................................................................................................149 10. A estratégia do oceano azul ..............................................................................150 11. Combinando as duas metodologias ..................................................................153 12. Questionando o quadro com as quatro ações ..................................................155 13. Gerenciamento de múltiplos modelos de negócios .........................................158 14. Captação de recursos ......................................................................................159 15. Pitch ..................................................................................................................161 Empreendedorimos: Conceitos Iniciais e Contextualização 8 1 UNIDADE 1 EMPREENDEDORIMOS: CONCEITOS INICIAIS E CONTEXTUALIZAÇÃO INTRODUÇÃO O empreendedorismo tem despertado muito interesse e tem sido tema de palestras e discussões nos meios acadêmico, político e empresarial. Para Cicconi (2013, p. 1), este interesse está diretamente relacionado à relevância do empreendedorismo para o desen- volvimento de uma sociedade ou nação, não se limitando ao desenvolvimento econômi- co, mas também às ações sociais, culturais e ambientais. Leite (2012) endossa que os países que criarem um ambiente possível para as práticas do empreendedorismo e ino- vação, certamente, estarão no caminho para obter um status de uma nação desenvolvida. A maneira com que os países facilitam a prática do empreendedorismo pode ser avaliada nas atividades empreendedoras e incentivos que são oportunizados aos atores pequenas e médias empresas. Os incentivos às práticas empreendedoras para estes atores evo- luem de contextos locais a cenários mais abrangentes, quando conduzidos e facilitados de forma constante. Estes incentivos podem ser visualizados pelas seguintes ações: Um vez descrita a relevância do empreendedorismo para o desenvolvimento de uma so- ciedade e, consequentemente, de países, o objetivo desta Unidade é entender os princi- pais marcos do empreendedorismo e sua evolução ao longo da história, o seu conceito, assim como obter um panorama geral das tendências que, de certa maneira, impactam nas atitudes dos empreendedores e oportunidades que surgem. Ainda nesta Unidade, em consonância com a parte introdutória, a qual destaca a necessidade da prática de empre- endedorismo pelos países, analisaremos os principais indicadores relacionados ao empre- endedorismo mundial, com base nos relatórios GEM – Global Entrepreneurship Monitor. Também veremos que o empreendedorismo tem uma relação direta com a prosperidade de um cenário. Neste contexto, Leite (2012) destaca que os empreendedores são como ativos de grande relevância para qualquer economia, basta analisar a geração de empregos e colaboração com o PIB (Produto Interno Bruto), fomentadas pelas pequenas e médias empresas em países desenvolvidos. ` Programas de incubação de empresas; ` Inserção de disciplinas e práticas de empreendedorismo na educação, desde o ensino fundamental ao ensino superior; ` Criação de agências de capacitações para empreendedores; ` Oferta de recursos financeiros por meio de linhas de créditos. 9Empreendedorismo 1Outra constatação sobre os empreendedores, além da relação com o desenvolvimento de um cenário, é que eles não podem estar associados somente à abertura de negócios. Absoluta- mente não. Hashimoto (2014) endossa o discurso de Schumpeter de que o empreendedor não se limita à criação de negócios, mas também pode estender-se a outras ações como: “Nem sempre o empreendedor gera a ideia ou inova, mas tem papel fundamental na transformação de qualquer ideia , dele ou de terceiro, em um projeto ou produto de su- cesso” (HASHIMOTO, 2012 p. 35). ` Criação de um método de produção; ` Abertura de um novo mercado; ` Busca por alternativas de materiais; ` Promoção de mudanças estruturais na organização; ` Novas redes de relacionamentos para apoiar nos negócios, entre outras. REFLITA Neste sentido, com base no que vimos nos parágrafos anteriores, quais características são necessárias para atuar como um agente de mudança em diferentes cenários? Ou seja quais características são inerentes a um perfil empreendedor? Com base nestes questionamentos, discutiremos as características do perfil do empre- endedor, assim como as atitudes deste profissional que estão em voga nos dias atuais. Por fim, veremos que as transformações constantes do mundo em que vivemos con- duziram a novas maneiras de empreender que não só a de abrir novos negócios com objetivo de resultados. Empreender passou a ser uma preocupação social, com a ma- neira com que bens e recursos são usados e compartilhados, de inovar dentro da orga- nização, também se voltando para carreira e profissão. 1. Conceituando empreendedorismo Seja qual for a sua área de atuação, você deve ter ouvido falar, lido ou conversado so- bre empreendedorismo. Mas afinal, o que é empreendedorismo? Buscando na etimologia ou estudo da origem da palavra, empreendedorismo é a tra- dução da expressão inglesa entrepreneurship, que é composta pela palavra francesa entrepreneur e o sufixo inglês ship. Existem muitas definições de empreendedorismo, de vários autores e com abordagens diferentes. Alguns economistas abordam o empreendedorismo sob o ponto de vista econômico, na redução da pobreza, aumento da riqueza, geração de emprego e renda e também vinculam-no com a inovação, que transforma os contextos. Outros autores definem empreendedorismo com um viés comportamental e abordam as motivações e competências necessárias para empreender. Empreendedorimos: Conceitos Iniciais e Contextualização 10 1 2. Origem e evolução do empreendedorismo Embora todo ser humano seja um empreendedor, pois desde o início da sua existência sem- pre procurou maneiras de solucionar problemas e modificar ou criar algo que melhorasse o seu viver, o empreendedorismo passou a ser uma preocupação científica evidenciada e estudada por parte de algumas nações a partir da década de 1980 e, no Brasil, desde 1990. Antes desse período, surgiram alguns conceitos que foram evoluindo ao longo do tempo. Veja alguns períodos de tempo mais marcantes na evolução do empreendedorismo desde a sua origem. Veja, a seguir, algumas definições: Figura 01. Evolução do empreendedorismo. Segundo Filion (1999 apud DOLABELA, 1999, p. 16), “o empreendedorismo tem conotação prática, mas também aplica atitudes e ideias. Significa fazer coisas novas, ou desenvolver maneiras novas e diferentes de fazer as coisas”. Para Hisrich e Peters (2004, p. 27), “empreendedorismo é o processo de criar algo diferente e com valor, dedicando o tempo e o esforço necessários, assumindo riscos financeiros, psicológicos e sociais correspondentes e obtendo as consequentes recompensas da satisfação”. IMPORTANTE! Apesar de existirem várias definições sobre empreendedorismo, há alguns aspectos comuns entre elas, tais como ter visão de futuro, identificar e aproveitar oportunidades, aceitar desafios, correr riscos, criar algo novo etc. Século XII ¾ Surge na França a palavra entre- prendre para designar aquela pessoa que incentivava brigas. Século XV ¾ Entreprendre muda de significado para: contratante, alguém que assu- mia alguma tarefa. Século XVI Século XVIII Século XIX ¾ O significado muda para o contexto bélico, como aqueles que assumem responsabilidade e dirigem ações mili- tares. É inserido o conceito de perigo que evolui para o conceito de risco. ¾ O economista Richard Cantillon (1725) identifica o empreendedor como alguém que assume riscos ao comprar matéria-prima por preço certo com o objetivo de processá-la e revender mais tarde por um preço incerto e não definido previamente. ¾ Para o economista francês Jean Baptiste Say (1888), o empreendedor é aquele capaz de alterar os recursos econômicosde uma área de baixa produtividade para uma de produtividade e lucratividade elevada e cria valor, explorando as variações ou mudanças de tecnologia, materiais e preços. ¾ No final do século XIX e início do século XX, o empreendedor era confundido com administrador, que se preocupava em planejar, organizar, dirigir, controlar e obter resultados. 11Empreendedorismo 1 FONTE: Dornelas (2008); GEM (2012); Hisrich e Peter (2004); Masiero (2007); Maximiano (2007); Pinchot III e Pellman (2004) (Adaptado) 3. O empreendedorismo do século XXI No século XXI, a velocidade com que novas tecnologias têm surgido, unindo os mundos físico, digital e biológico, trouxe novas oportunidades e possibilitou também um repen- sar sobre a maneira de viver e novas maneiras de resolver problemas, com colaboração e compartilhamento de ideias para benefício de todos (SCHWAB, 2016). O mundo em transformação trouxe novas necessidades, desafios e oportunidades para empreender no século XXI, destacam-se: Século XX ¾ O economista Joseph Schumpeter (1928) associa o conceito de empreendedorismo ao de inova- ção e afirma que, sem a inovação, não há empreendedores, sem investimentos empreendedores, não há retorno do capital e o capitalismo não se propulsiona. Além disso, afirma que o empreen- dedor faz a destruição criativa, ou seja, torna os recursos existentes obsoletos e, então, não é necessária a sua renovação. ¾ Gifford Pinchot, no início da década de 1980, propõe uma série de conceitos fundamentando a ideia de que não é necessário sair de uma empresa para ser empreendedor. Cria o termo intra- empreendedor, ou empreendedor corporativo, para designar aqueles que assumem a responsabi- lidade de inovação e empreendedorismo dentro de uma organização. ¾ Na década de 1990, o empreendedorismo passa a ser vinculado a muitas empresas de tecnologia que se instalam no Vale do Silício (embora criado em 1956), na Califórnia, produzindo muita ino- vação, mudanças e práticas de sucesso. A região passa a ser referência em empreendedorismo. ¾ No Brasil, na década de 1990, o movimento do empreen dedorismo começa a se desenvolver a par- tir da criação do Serviço Brasileiro de apoio à micro e pequena empresa – Sebrae, e do programa Brasil Empreendedor (1999 – 2002), que destinou recursos financeiros e capacitou 6 milhões de empreendedores. É criada a metodologia Empretec e Jovem Empreendedor pelo Sebrae. ¾ Em 1999, foi iniciado o Global Entrepreneurship Monitor (GEM), pesquisa em nível mundial com rela- tórios anuais sobre a atividade empreendedora em vários países, com uma parceria inicialmente entre a London Business School e o Babson College. O Brasil começou a participar a partir do ano 2000. Fo nt e: 1 23 rf Reinvenção do varejo: a redução das compras em lojas físi- cas é uma tendência mundial. Com um clique no mouse, os consumidores podem fazer compras de sua preferência, sem sair de casa e, normalmente, com preço menor. As grandes empresas do comércio eletrônico, tais como Aliex- press e Amazon, têm visto seus faturamentos aumentarem constantemente. Além disso, há opor tunidade para outras em- presas ofertarem produtos em seus sites por meio do chama- do marketplace que, segundo Kepler (2013, p. 28), trata-se de “local onde se faz o comércio de bens e serviços de terceiros. A palavra é uma junção dos termos ingleses market, que sig- nifica ‘mercado’, e place, que significa ‘lugar’”. Empreendedorimos: Conceitos Iniciais e Contextualização 12 1 Fo nt e: 1 23 rf Uso das redes sociais: por meio de sites e aplicativos que dinamizam o relacionamento, o compartilhamento e a disseminação de informações são realizados on-line por Facebook, Instagram, Snapchat, Twitter, Linkedin etc. Esse uso possibilitou novos relacionamentos com clien- tes e novas oportunidades. Fo nt e: 1 23 rf Mobilidade digital: o uso de smartphones para comuni- cação integrada em rede modificou a maneira de pensar e viver, trazendo novas necessidades, oportunidades e desa- fios. A mobilidade digital está diretamente associada ao in- cremento da Internet das Coisas, uma vez que potencializa as possibilidades de sua utilização. Fo nt e: 1 23 rf Desenvolvimento de aplicativos específicos: usados para todos os tipos de necessidades, tornou a vida mais fácil, por meio da mobilidade e da agilidade, aumentando a produti- vidade, reduzindo desperdícios de tempo e financeiros. Ex: Uber, WhatsApp, Waze, OLX,etc. Fo nt e: 1 23 rf Espaços compartilhados: o aumento de coworking é uma tendência porque otimiza a lo- gística, os custos e, normalmente, a possibilidade de boa infraestrutura à disposição. Além desses benefícios, pode-se contar com uma rede de rela- cionamentos, facilidade de comunicação, compar- tilhamento de ideias e parcerias. Fo nt e: 1 23 rf Negócios sociais: tendências para negócios que busquem criar benefícios e bem-estar social, prin- cipalmente atendendo a uma parcela da população de baixa renda que não tem sido atendida, reduzin- do as desigualdades e aumentando todas as suas oportunidades, de modo a fornecer infraestrutura básica para viver. 13Empreendedorismo 1 Fo nt e: 1 23 rf Novas fontes de energia: para atender às novas e cres- centes demandas, há necessidade de novas fontes, prin- cipalmente limpas e renováveis, em substituição aos combustíveis fósseis como derivados de petróleo, carvão, recursos hídricos, entre outros. Necessidade de inovações no desenvolvimento de novas matrizes energéticas. Fo nt e: 1 23 rf Mapa mental: Busca por alimentação saudável: o au- mento da demanda por alimentação mais saudável, ve- gana, vegetariana, funcional, sem glúten, sem lactose, sem açúcar, é uma tendência e tem demonstrado opor- tunidade para empreender de forma crescente, com ali- mentos mais adequados às características e às rotinas de cada pessoa. Fo nt e: 1 23 rf Inovações em biotecnologia: atuam na matriz ener- gética, na produção de bens de consumo, com o obje- tivo de preservação da vida do ser humano, reduzindo assim a causa geradora das doenças. Fo nt e: 1 23 rf Sustentabilidade ambiental e social, além da econômica: preocupação com a sociedade, com a necessidade de gerar empregos e renda, redu- zindo a dependência do Estado com programas assistenciais. Há necessidade também de desen- volver atividades que impactem minimamente o meio ambiente ou não consumam os recursos não renováveis, desenvolvendo mecanismos que não afetem a vida no planeta. Fo nt e: 1 23 rf Fabricação de produtos em impressoras 3D: uma ideia desenhada em um computador pode ser facilmente materializada, em um tempo e custo menores do que os esperados atualmente. Na indústria, vêm sendo utilizadas para a fabricação de protótipos, dando vazão à criativida- de. Além disso, esse tipo de impressão oferece inúmeras possibilidades e personalização, como por exemplo, na área de saúde, para a fabricação de próteses. Empreendedorimos: Conceitos Iniciais e Contextualização 14 1 Fo nt e: 1 23 rf Blockchain: a utilização das moedas digitais ou crip- tomoedas tem sido adotada para comprar e vender produtos ou serviços a taxas menores. Isso é possível devido ao sistema de segurança, denominado blo- ckchain, que consiste em um sistema que reduz os intermediários nas transações e, consequentemente, os custos inerentes. Para um melhor entendimento, Vieira (2017) faz analogia de que o blockchain fun- ciona como um livro de registros contábil, que todos podem ver, mas não pode ser alterado. Fo nt e: 1 23 rf Internet das coisas (IoT, na sigla em inglês): remete às ações e rotinas comuns do nosso dia a dia, que estão cada vez mais conectadas, sem as intervenções diretas do homem. Assim, internet das coisas está associada ao fato de que os objetos estejam conectados à internet. O que ainda fortalece esta tendência é o aumento da co- nectividade limitada das pessoas, por meio de disposi- tivos móveis. É só pensar no controle de eletrodomés- ticos,sistemas de segurança, sistema de iluminação e veículos, por meio de smartphones (SEBRAE, 2016). Fo nt e: 1 23 rf Economia colaborativa: Consiste na conexão entre pessoas com os mesmos interesses, para que que assim possam oferecer produtos ou serviços uns aos outros, de forma compartilhada. De forma geral, é um modelo que prega a redução de despesas, seja para os usuários seja para as empresas. Os exemplos clássicos de economia colaborativa são: Uber, Airbnb, Wikipedia, Bliive e Blablacar. Fo nt e: 1 23 rf Inteligência artificial: de forma geral, esta tendên- cia é um mecanismo que propõe, por meio de dis- positivos, o ato de simular a inteligência humana. A evolução no desenvolvimento desta tendência tem mostrado uma efetividade na relação entre estes dispositivos e o ser humano. Recomendações de filmes no seu serviços de streaming como Netflix e Net Now, ou ainda, aqueles anúncios de itens de pesquisas anteriores, que saltam na sua navegação diária na internet, são exemplos de aplicações de in- teligência artificial. 15Empreendedorismo 1Além dessas tendências, o antropólogo e sociólogo holandês Carl Rohde, diretor da Science of Time, agência de inovação que faz consultoria para empresas como Nike, Toyota e Unilever, em entrevista para a revista Pequenas empresas e grandes negócios (GIL, 2017), traz outras contribuições. Rohde (apud GIL, 2017) afirma que “os empre- endedores do século XXI precisam optar entre dois caminhos: trabalhar para atender às necessidades de um mundo digital, ou voltar-se para as coisas que os computadores não conseguem fazer, que são a experiência, empatia, hospitalidade etc.”. O estudioso contribui com sete tendências para o empreendedorismo do século XXI: Figura 02. Tendências para o empreendedorismo do século XXI. 1 Globalização: qualquer empreendedor, em qualquer parte do mundo, com uma boa ideia e utili- zando a internet, pode entrar em um mercado de muitas oportunidades, mas também desafios por causa do aumento da competição. 2 Império do software: foram e estão sendo criados softwares e aplicativos para todo tipo de coisa que facilita a vida. Então, a opção é se alinhar e contribuir com a cultura digital ou ir no sentido con- trário, trabalhando com experiência. 3 Economia da experiência: focar em todas as coisas que os computadores não podem fazer, tais como empatia, criatividade, afetividade. Então, existem possibilidades para quem souber investir em hospitalidade, autenticidade, trabalhos feitos à mão, turismo de experiência, comidas típicas etc. 4 Formação de identidade: no passado, a sociedade dizia o que você teria que ser, estabelecendo coisas diferentes para homens e mulheres. Hoje, existe flexibilidade e liberdade para cada um fazer escolhas dentro de uma cesta enorme de possibilidades. Lucram todos os negócios que ajudam esse usuário a encontrar o seu lugar e se expressar de maneira criativa. 5 Corpos tecnológicos: há várias indústrias desenvolvendo tecnologias para aprimorar o ser huma- no, sua saúde e bem-estar. Há muitas pesquisas no campo da genética, com algoritmos que ajudam a programar como será o seu bebê e evitar que desenvolva determinadas doenças. O trabalho nessa área será muito promissor no futuro. 7 Millenials: estão no topo da pirâmide, com boas condições financeiras e podem se preocupar com coisas como propósito, experiência, autenticidade etc., mas são uma minoria. A grande maioria das pessoas, ignorada pelas pesquisas, é formada por pessoas sem recursos, que casaram cedo e têm que batalhar muito para sobreviver. Elas não têm emprego, não têm perspectivas. É preciso que a sociedade se organize para acolher esse grupo, e o empreendedorismo faz parte disso. 6 Cidadãos engajados: as pessoas não ficam esperando por soluções das instituições públicas, elas mesmas se organizam para resolver os problemas e, muitas vezes, usam as redes sociais para isso. Para o século XXI, caracterizado pela velocidade de mudanças constantes em todas as áreas, o empreendedorismo tem sido essencial para a resolução de problemas para pessoas e sociedade. Ao empreendedor, cabe o exercício de visualizar e pensar de maneira diferente a realidade em que vive, usar da criatividade para propor soluções e inovações para acompanhar o mundo mutável e também para ser sustentável. 4. Panorama mundial, brasileiro e regional do empreendedorismo Uma das pesquisas mais aprofundadas sobre empreendedorismo é a do GEM, que emite relatórios anuais sobre a atividade empreendedora e teve início em 1999 com Empreendedorimos: Conceitos Iniciais e Contextualização 16 1 ANÁLISE EMPREENDEDORISMO NO MUNDO EM 2016 EMPREENDEDORISMO NO MUNDO EM 2016 STATUS Em 61 economias ao redor do mundo, mais de dois terços da população acredita que os empre- endedores são bem considerados e têm alto status. Em 52 economias, quase 70% da população acredita que empreende- dores são bem considerados e têm alto status. OPORTUNIDADE Em média, 42% dos adultos em idade de trabalhar veem boas oportunidades para iniciar negócios em sua área. 43% da população enxerga boas oportunidades para iniciar um negócio dentro de 6 meses, ou seja, avalia que tem condições de se tornarem empre- endedores em um prazo de 6 meses. Quadro 01. Analisando o empreendedorismo globalmente. uma parceria inicialmente entre a London Business School e o Babson College, abran- gendo dez países no primeiro ano. A fim de analisar e comparar os índices relacionados ao empreendedorismo das nações, nossa análise será com base nos dois últimos rela- tórios do GEM: o GEM Global Report 2016/ 2017, o qual também chamaremos de pri- meiro relatório, que tem como base o ano de 2016; e o GEM Global Report 2017/2018, o qual chamaremos de segundo relatório, que tem como base os dados do ano de 2017. O relatório GEM 2016/2017 tem como objeto de análise a população adulta de 64 paí- ses, compreendendo a idade de 18 a 64 anos, enquanto o GEM 2017/2018 analisa as atividades empreendedoras de 54 países, sob a mesma população adulta, entre 18 a 64 anos. A população adulta no primeiro relatório representa 69,2% da população mundial e 84,9% do PIB mundial, enquanto o segundo relatório apresenta respectivamente os percentuais de 67,8% e 86,0%. Observa-se que, embora a quantidade de países tenha reduzido na análise do ano de 2017, os percentuais descritos acima encontram-se em patamares similares. Veja alguns outros dados apresentados nos dois relatórios citados: País % TEA Classificação/64 Burkina Faso 33,5 1 Equador 31,8 2 Belize 28,8 3 Camarões 27,6 4 Colômbia 27,4 5 Peru 25,1 6 Chile 24,2 7 Líbano 21,2 8 Guatemala 20,1 9 Brasil 19,6 10 Tabela 01. Ranking das dez maiores _ taxa mundial de empreendedorismo em estágio inicial (nascentes e novos) em 2016. FONTE: GEM (2017, traduzido e adaptado) Empreendedores nascentes = até 3 meses FONTE: GEM (2017, traduzido e adaptado) GEM (2018, traduzido e adaptado) 17Empreendedorismo 1 País % TEA Classificação/64 Equador 29,6 1 Guatemala 24,8 2 Peru 24,6 3 Líbano 24,1 4 Chile 23,8 5 Vietnã 23,3 6 Madagascar 21,8 7 Malásia 21,6 8 Reino Unido 5,8 9 Brasil 20,3 10 FONTE: GEM (2018, traduzido e adaptado) Empreendedores nascentes = até 3 meses. Empreendedores novos = até 3,5 anos. Tabela 02. Ranking das dez maiores _ taxa mundial de empreendedorismo em estágio inicial (nascentes e novos) em 2017. Os dados apresentados nos quadros acima convergem com resultados provenientes de um estudo feito no ano de 2016, por uma startup americana, localizada no Texas, a Expert Market, que buscou identificar os países mais determinados em praticar empreendedo- rismo, ou seja, aqueles que, mesmo com as dificuldades, apresentam um alto número de negócios criados. O ranking desse estudo aponta o Brasil em 5° lugar e Belize em 6° lugar. O destaque para a classificação destes países, que nos chama a atenção, expli- ca-se pela alternativa que o empreendedorismo fornece a estas populações, como umasaída para buscar o desenvolvimento, driblar a necessidade e almejar oportu- nidades por meio da abertura de novos negócios. Ano de 2016 Maior TEA — Burkina Faso (África) — TEA: 33,5% Menor TEA — Itália (Europa) — TEA: 4,4% Ano de 2017 Maior TEA — Equador (América do Sul) 29,6% Menor TEA — Bulgária TEA: 3,7% Estes índices causam uma certa estranheza, mas se considerarmos a saturação de um ambiente empreendedor começa a fazer sentido. Países como Burkina Faso e Equador possuem uma estrada maior a ser percorrida, frente a países como Itália e Bulgária. Progra- mas governamentais recentes e a população iniciando um engajamento e um novo compor- tamento na abertura de negócios fazem seus países se destacarem no empreendedorismo, lembrando que é o empreendedorismo por necessidade que alavanca estes índices. A seguir, apresentamos a taxa de empreendedorismo em estágio inicial (TEA) dos países da América Latina que participaram da pesquisa em 2017. Empreendedorimos: Conceitos Iniciais e Contextualização 18 1 FONTE: GEM (2017, traduzido e adaptado); GEM (2018, traduzido e adaptado) Empreendedores nascentes = até 3 meses. Empreendedores novos = até 3,5 anos Analisando os indicadores relativos ao TEA, chama a atenção o fato de o Equador apre- sentar os maiores percentuais. De acordo com o relatório Observatório Internacional, elaborado pelo Sebrae, ainda que seja datado de 2012, há alguns facilitadores que ex- plicam estes índices em relação ao Equador: o ambiente econômico propicia uma maior promoção do empreendedorismo, lembrando que o empreendedorismo por necessida- de é o mais frequente; existem programas governamentais que concedem subvenções, além de linhas de crédito, principalmente para as empreendedoras do sexo feminino. Embora o Equador apresente índices elevados, comparados aos países vizinhos da América do Sul, de acordo com o relatório do Sebrae (2012), ainda há uma neces- sidade de políticas que promovam a atividades empresarial, principalmente aquelas inovadoras, que possuem um potencial de crescimento maior. A seguir, apresentamos alguns dados relativos a uma análise mais específica do Brasil, analisando assim dados provenientes dos relatórios GEM Brasil com base nos anos de 2016 e 2017. Estes dados fornecem um panorama do percentual e quantidades de empreendedores considerando seus estágios. Os estágios corres- pondem ao tempo em que o negócio ou empreendimento está em funcionamento. Além dos negócios novos, ou seja, aqueles que estão em funcionamento em um curto espaço de tempo (período inferior a 3 meses), a análise considera ainda os negócios nascentes, aqueles que funcionam há 3 meses, os novos, que funcionam entre 3 e 42 meses, e os estabelecidos, que são aqueles empreendimentos que funcionam há mais de 42 meses. Com base nos dados expostos na TAB. 4 e em análises citadas nos relatórios GEM Brasil, nos anos de 2016 e 2017, identificou-se que no ano de 2016, 36% da popu- lação brasileira, entre 18 e 64 anos, estava envolvida em uma atividade empreen- dedora, ou seja, a cada 100 brasileiros ou brasileiras adultos nesta faixa etária, 36 destes estavam envolvidos em atividades relacionadas ao empreendedorismo, tais como: criação ou aperfeiçoamento de um novo negócio, ou ainda na manufatura de um negócio já estabelecido. No ano de 2017, este índice cresceu, como podemos ver na TAB. 4, para 36,4%. País da América Latina % TEA (GEM 2016) %TEA (GEM 2017) Classificação/64 (2016) Classificaçâo/54 (2017). Equador 31,8 29,6 2 1 Peru 25,1 24,6 6 3 Chile 24,2 23,8 7 5 Brasil 19,6 20,3 10 10 Colômbia 27,4 18,7 5 13 Uruguai 14,1 14,7 10 15 Argentina 14,5 6 16 47 Tabela 03. Comparação do ranking da taxa mundial de empreendedorismo em estágio inicial (nascentes e novos) nos anos de 2016 e 2017 — Amércia Latina. 19Empreendedorismo 1Assim, podemos concluir, com base nas estimativas efetuadas pelos relatórios GEM, que, em 2016, 48.239.059 brasileiros ou brasileiras estavam envolvidos em uma atividade empreendedora, e que, em 2017, a população envolvida em ativida- des empreendedoras foi de 49.332.360. Estágio Taxa — GEM Brasil 2016 Taxa — GEM Brasil 2017 Estimativas GEM Brasil 2016 ¹ Estimativas GEM Brasil 2017 ² Iniciais (nascentes e novos) _ TEA 19,6 20,3 26.191.876 27.482.078 Nascentes (até 3 meses) 6,2 4,4 8.350.471 6.010.858 Novos (de 3 a 42 meses) 14,0 16,3 18.793.132 22.093.966 Estabelecidos (acima 42 meses) _ TEE 16,9 16,5 22.674.916 22.337.649 Total de empreen- dedores _ TTE 36,0 36,4 48.239.058 49.332.360 FONTE: GEM (2017); GEM (2018) Percentual de população de 18 a 64 anos. ¹ Estimativas calculadas com base em dados da população brasileira de 18 a 64 anos para o Brasil em 2016: 133,9 milhões. ² Estimativas calculadas a partir de dados da população brasileira de 18 a 64 anos para o Brasil em 2017: 135,4 milhões. TEA – taxa de empreendedores em estágio inicial (nascentes e novos) TEE – taxa de empreendedores estabelecidos TTE – taxa total de empreendedores Tabela 04. Comparação entre as taxas e estimativas de empreendedorismo segundo estágio do empreen- dimento no Brasil (anos de 2016 e 2017). Ainda com base nos dados expostos na TAB. 4, considerando a evolução entre os anos de 2016 e 2017, observa-se o aumento da taxa de empreendedores novos cresceu de 14,0% para 16,3% e o movimento contrário quando compara-se a evolução dos empre- endedores nascentes, uma vez que o índice sofreu uma redução de 6,2% em 2016 para 4,4% em 2017. Segundo análise do relatório GEM 2017, a diminuição dos empreende- dores nascentes supõe que os brasileiros estavam considerando menos a possibilidade de adentrar em atividades empreendedoras, hipótese fortemente relacionada a recupe- ração da economia brasileira em 2017. O relatório GEM ainda associa que a esperança por um trabalho formal foi mais forte que a iniciativa em ser empreendedor, principal- mente naquelas atividades caracterizadas pelo empreendedorismo por necessidade, o qual entenderemos mais adiante. Já na análise dos empreendedores novos, segundo o GEM (2018, p 9), o aumento entre os dois anos evidencia que os empreendedores nesta classificação mantiveram suas atividades empreendedoras; “Os empreendedores nascentes, de períodos anteriores, mantiveram suas atividades, tornando-se novos, e os empreendedores novos permaneceram com os seus empreendimentos ativos”. A evolução da taxa de empreendedorismo (2002 a 2017), segundo o estágio de em- preendimento, da taxa de empreendedores em estágio inicial (nascentes e novos) – TEA, da taxa de empreendedores estabelecidos (acima de 42 meses ou 3,5 anos) – TEE, e da taxa total de empreendedores – TTE, desse período de tempo estão dis- postas na Figura 03. Empreendedorimos: Conceitos Iniciais e Contextualização 20 1 Com base no relatórios GEM Brasil, comparando os anos de 2016 e 2017, observa-se um incremento principalmente na taxa de empreendedores iniciais por oportunidade, considerando a população na faixa entre 18 e 64 anos. Em 2016, a taxa da população brasileira de empreendedores por oportunidade foi de 11,2%, enquanto a de empre- endedores por necessidade foi de 8,3%. Já em 2017, a taxa de empreendedores por oportunidade evoluiu para 12,1%, enquanto a taxa de empreendedores por necessi- dade reduziu para 8,1%. Estes são importantes indicadores que indicam que os brasileiros estão empreenden- do pois estão percebendo oportunidades de negócios, frente a falta de opções e com- plementos de renda, situação que caracteriza o empreendedorismo por necessidade. FONTE: GEM Brasil (2018) ¹ Percentual da população de 18 a 64 anos. FONTE: GEM Brasil (2017) Com base no relatório GEM Executivo 2017, que pergunta aos entrevistados sobre de como eles se vêem empreendedores, podemos afirmar que: Empreendedorismo por Oportunidade: São considerados empreendedores por oportunidade aqueles que, quando indagados na entrevista, afirmam ter iniciado o negócio principalmente pelo fato de terempercebido uma oportunidade no ambiente. Empreendedorismo por Necessidade: Ao contrário, o empreendedor por necessidade é aquele que afirma ter iniciado o negócio pela ausência de alternativas para a geração de ocupação e renda. Figura 03. Taxas¹ de empreendedorismo segundo estágio do empreendimento – TEA, TEE, TTE – Brasil – 2002 a 2017. 21Empreendedorismo 1 GLOSSÁRIO GLOSSÁRIO 5. EMPREENDER E EMPREENDEDOR Empreender é um verbo e, portanto, denomina uma ação. O ato de empreender nasce com a curiosidade humana e é desenvolvido pela evolução das necessidades, que, impondo uma nova realidade de vida, geram ações de mudanças. Para Dolabela (2012), empreender é uma manifestação da liberdade humana. Empreender é o ato de decidir, tentar, por em execução, realizar tarefa difícil e trabalhosa (DICIO, 2017). Neste contexto, empreender é natural à evolução do ser humano, pois, desde criança, impulsionado por esta curiosidade, ou desde o começo da sua existência, o homem está buscando soluções, desenvolvendo ou alterando algo que necessita para facilitar ou entreter a vida. Ao longo do tempo e com a evolução crescente das necessidades, ocorreu o momento da mecanização e os processos industriais mudaram e foram se tornando mais comple- xos, conduzindo a evolução tecnológica. Estes fatos levaram à necessidade de obten- ção de maior produtividade e qualidade, então o conceito de empreendedor foi amplia- do e aprofundado. Por algum tempo, entendia-se como empreendedor apenas aquele que abria uma empresa e procurava produzir bens e serviços para obter resultados e era confundido com o administrador. Com a globalização, passamos por mudanças constantes, principalmente na parte tec- nológica, aumentando assim a competitividade que impulsiona a necessidade de am- pliar o conceito de empreender. O empreendedor é “alguém que concebe, desenvolve e realiza visões” (FILION, 1991, p. 64). É um agente de mudanças, que imagina e desenvolve novas ideias e que pensa em mudar tudo o que existe. É otimista, planeja e estabelece objetivos, calcula os riscos e persegue o alvo, pois é motivado a desafios. Coloca suas visões em prática e faz com que se tonem reais. Tem iniciativa e possui atitudes e comportamentos que fazem com que seja criativo. Busca constantemente informações, percebe e aproveita oportunidades, faz uma rede de relações, administra recursos com eficiência, preocupa-se com a qualidade de produtos e serviços e tem satisfação em atender a necessidade do mercado e ser sustentável. Pinchot, na década de 1980, colabora com a ampliação do conceito de que o empreen- dedor não é só aquele que abre um negócio, mas também aquele que trabalha dentro de uma organização, voltado para inovações e mudanças. Surge então o termo intra- empreendedor, ou empreendedor corporativo. Empreendedorimos: Conceitos Iniciais e Contextualização 22 1 GLOSSÁRIO Você já deve ter ouvido alguém questionar se o empreendedor é fruto de herança gené- tica. Esta é uma questão discutível, pois há várias concepções entre autores, pesquisa- dores e estudiosos. Veja algumas linhas de raciocínio: Todos nascemos empreendedores e é possível libertar esse potencial. Empreendedor é fruto do meio onde vive. Um ambiente empreendedor pode motivar uma pessoa a empreender. Empreendedores já na scem com algumas característica s, como o desejo de abrir um negócio, d e realização, assumir riscos etc. Empreendedor não é nato, mas resultado de trabalho, comportamento, atitude, habilidade e aprendizagem. Há uma convergência de ideias de que ser empreendedor depende de inúmeros fato- res, entretanto, alguns nascem com caraterísticas e habilidades que quando bem de- senvolvidas são favoráveis a empreender. É possível, então, que uma pessoa aprenda a ser empreendedora. Na aprendizagem empreendedora, as pessoas aprendem com a prática, com suas próprias experiências e com as dos outros, desenvolvem seus próprios conceitos, que são propagados e aprendidos por outros, em virtude de terem obtido êxito, e também aprendem com os insucessos. Para aprender a ser empreendedor, é necessário desenvolver a capacidade de ob- servação e curiosidade, estar atento às necessidades humanas, aberto a mudanças, disposto a pensar diferente ou “fora da caixa”, em fazer algo novo etc. O intraempreendedor é um colaborador da empresa que inova, identifica e cria oportunidades de negócios, monta e coordena novas combinações ou arranjos de recursos para agregar valor (WUNDERER, 2001 apud HASHIMOTO, 2012). 23Empreendedorismo 1 GLOSSÁRIO REFLITA 6. PERFIL DO EMPREENDEDOR Existem diversos estudos que analisaram o comportamento do empreendedor e que procuraram traçar um perfil ideal, formando um conjunto de características distintivas e competências que fazem com que tenha sucesso. Mas, será que existe um perfil ideal de empreendedor que faz com que tenha sucesso? Perfil é um conjunto de características ou competências necessárias ao desempenho de uma atividade. Entende-se por competência um conjunto de qualificações de uma pessoa para a execução de um trabalho. Alguns professores e pesquisadores do Babson College afirmaram que não há evidên- cias de que empreendedores possuam um conjunto especial de características de per- sonalidade que os distingue do restante das pessoas, mas algumas pesquisas, mesmo sem comprovação científica, identificaram quatro características principais que pode- riam ser atribuídas aos empreendedores: ` um forte desejo de realização; ` um sentido inato de ter a capacidade de influenciar eventos; ` a tendência de assumir riscos; e ` uma tolerância para a incerteza. Nas duas últimas décadas, os pesquisadores se preocuparam em verificar como os empreendedores pensam e agem e descobriram que existem padrões de como eles pensam. Isso significa que, com a prática, todo ser humano tem uma capacidade de agir e pensar de forma empreendedora e de mudar a forma como pensa (NECK; NECK; MURRAY, 2018). Outra visão vem da pesquisadora Saras Sarasvathy (professora da Darden School of Business, da Virginia University) que, em 2001, efetuou um estudo científico, desco- brindo padrões de pensamento e adicionou uma nova dimensão para a compreensão da mentalidade empreendedora, a effectuation, que pode ser traduzida para efetuação, ou o ato de realizar as coisas. Para a pesquisadora, o empreendedor eficaz se con- centra em primeiramente criar, ou melhor, cocricar o futuro com uma ideia genérica do que pretende fazer e utilizar os recursos disponíveis para se relacionar com os vários stakeholders (partes interessadas que de alguma forma participam: clientes, parceiros, governo etc.) e colocar em prática. Vai aprendendo com o fracasso e, se necessário, ajusta o curso de ação. Esta ideia surge em oposição à de que o primeiro passo para empreender é fazer um plano de negócios, estabelecer os objetivos, depois buscar e aproveitar as oportunidades para alcançar os objetivos traçados. Empreendedorimos: Conceitos Iniciais e Contextualização 24 1 A teoria defendida por Sarasvathy, resposta de seus estudos, é o “aprender fazen- do” na base da tentativa de acertos e aprendendo com os erros (HISRICH; PETER; SHEPHERD, 2014; PINHO, 2017). Se você quer abrir uma loja de roupas femi ninas, teria duas opções para fazer: Elaborar pesquisa de mercado, ver o público--alvo, fa- zer planejamento prévio de que objetivos quer alcançar e as estratégias que vai usar. Oferecer roupas para pessoas próximas e colegas de trabalho e ir percebendo se seria uma boa opção. Se as vendas e o retorno forem favoráveis, é um indica- tivo que você pode tomar mais um passo e alugar ou comprar um local para estabelecer a loja. Caso con- trário, deve mudar de ideia e, neste caso, a perda de recursos futuros, tais como dinheiro e tempo, assim como energia, seriam evitados. Na primeira alternativa, inicia-se um negócio com um objetivo traçado previamente, utili- zam-se ações de marketing (analisar asoportunidades de longo prazo, escolher o clien- te-alvo, a segmentação de mercado, elaborar estratégias etc.) e buscam-se os meios para alcançar este objetivo. Esta escolha despende grande tempo e energia até que vire realidade e pode não assegurar o sucesso almejado. A segunda opção é baseada na teoria da efetuação, que aborda o aprendizado do empreendedor com a prática, com tentativa de erro e acertos, ajustando rapidamente o curso de ação para obter sucesso. Por outro lado, o psicólogo David McClelland, nas décadas de 1960 e 1970, fez vários estudos, pesquisas e experimentos em sua empresa de consultoria e com o apoio do governo americano. Para McClelland (1972), não havia relação entre herança genética e empreendedor, mas sim entre este e o meio ambiente. O estudo resultou em dez características de comportamento do empreendedor de sucesso, que foram agrupadas em três categorias de competências: realização, poder e planejamento. REFLITA “O processo de efetuação inicia com o que tem (quem são, o que conhecem e quem conhe- cem) e seleciona entre os possíveis resultados” (HISRICH; PETER; SHEPHERD, 2014, p. 9). Veja, na Tabela 08, esta classificação: Tabela 05. Características comportamentais empreendedoras. REALIZAÇÃO PODER PLANEJAMENTO Busca de oportunidade e iniciativa Independência e autoconfiança Busca de informações Persistência Persuasão e rede de contatos Estabelecimento de metas Correr riscos calculados --------- Planejamento e monitoramento sistemáticos 25Empreendedorismo 1 Veja um detalhamento das características comportamentais empreendedoras segundo os estudos de McClelland (1972) nas três competências: realização, poder e planejamento: FONTE: McClelland (1972, adaptado) REALIZAÇÃO PODER PLANEJAMENTO Exigência de qualidade e eficiência --------- --------- Comprometimento --------- --------- REALIZAÇÃO BUSCA DE OPORTUNIDADES E INICIATIVA É procurar e aproveitar todas as oportunidades de negócio, na criação e expansão, novas áreas, produtos e/ou serviços. Iniciativa é a capacidade de se antecipar, ser proativo quanto às situações, apresentando soluções para problemas atuais e principalmente futuros e ter coragem para enfrentar o desconhecido, agir antes de ser forçado pelas circunstâncias. PERSISTÊNCIA Perseverar, não desistir, agir repetidamente ou efetuar mudança de estratégia para superar os obstáculos e se esforçar para atingir os objetivos e obter sucesso. CORRER RISCOS CALCULADOS Procurar as alternativas de solução de problemas, compará-las, avaliá-las e optar por aquelas que com desafios moderados reduzem os riscos e têm boas chances de sucesso, sem colocar tudo a perder. EXIGÊNCIA DE QUALIDADE E EFICIÊNCIA Ser rigoroso e exigente com o negócio, produtos e serviços que oferta, fazer melhor e mais rápido, cum- prindo prazos e padrões, de maneira que atendam ou até excedam a expectativa do cliente e também usar bem os recursos que tem, otimizando-os, ou fazer mais com menos, reduzindo custos, tempo etc. COMPROMETIMENTO Significa empenho pessoal, engajamento e responsabilidade sobre sucesso e fracasso, atuação em con- junto com a equipe para alcançar os resultados e priorização do relacionamento com os clientes ao invés das necessidades de curto prazo. FONTE: McClelland (1972, adaptado) Figura 04. Parte 1 - Detalhamento das características comportamentais empreendedoras. PODER INDEPENDÊNCIA E AUTOCONFIANÇA É ter autonomia para agir e estar sempre confiante no sucesso das decisões e na sua capacidade, é ser otimista e determinado. PERSUASÃO E REDE DE CONTATOS Usar de estratégia para influenciar e persuadir pessoas, constituir uma rede de relações com pes- soas-chave, que possam apoiar e auxiliar no atingimento dos objetivos. Figura 05. Parte 2 - Detalhamento das características comportamentais empreendedoras Empreendedorimos: Conceitos Iniciais e Contextualização 26 1 PLANEJAMENTO BUSCA DE INFORMAÇÕES Investigar e estar em constante atualização de dados e informações sobre o mercado, clientes, forne- cedores, concorrentes e sobre o negócio em que atua. Também procurar orientação de especialistas e órgãos de apoio para tomada de decisão. ESTABELECIMENTO DE METAS Estipular objetivos e metas que sejam desafiadores, de curto e longo prazo, que sejam claros, específicos, mensuráveis e com indicadores de resultado. Registrar tudo o que se quer fazer e alcançar. Esta é a principal característica e o motor de empreendedores. FONTE: McClelland (1972, adaptado) Estes estudos foram e estão sendo usados pela ONU e muitos países, entre eles o Brasil, para treinamento de quem quer ser empreendedor. O Sebrae tem ofertado o curso Em- pretec, que ensina como desenvolver as dez características comportamentais empreen- dedoras dos estudos de McClelland. Vários autores fazem uma lista das principais características e competências que um empreendedor deve possuir para obter sucesso. Estas competências são importantes para quem deseja ser empreendedor e estão presentes em maior ou menor proporção em cada pessoa, de acordo com a sua trajetória de vida e nível cultural. COMPETÊNCIA ATITUDE OU COMPORTAMENTO Compromisso e determinação Tenacidade e decisão, capaz de se comprometer rapidamente; intensamente competitivo para atingir metas; persistente na resolução de problemas, disci- plinado; disposto a assumir sacrifícios pessoais; imerso na missão. Coragem Força moral; experimento destemido; não tem medo de conflitos, fracassos; intensa curiosidade ao enfrentar riscos. Liderança Habilidades de liderança para se auto-gerenciar, influenciar pessoas (clientes, profissionais parceiros e funcionários), planejamento, estra- tégia; com a finalidade de alcançar objetivos e resultados que possa perpetuar a empresa. Obsessão pela oportunidade Automotivado; altos padrões, mas sem ser perfeccionista; criador de equipes e gerador de heróis; inspira outras pessoas; trata os outros como gostaria de ser tratado; compartilha a riqueza com todas as pessoas que ajudaram a cri- á-la; honesto e confiável; constrói confiança; pratica a integridade; não é um lobo solitário; excelente aprendiz e professor; paciente e insistente. Tolerância ao risco, à ambigui- dade e à incerteza Assume riscos calculados; minimiza o risco; compartilha o risco; admi- nistra paradoxos e contradições; tolera a incerteza e a ausência de es- trutura; tolera o estresse e o conflito. Criatividade, autossuficiência e adaptabilidade Pensador lateral, não convencional, de mente aberta; impaciente com o status quo; capaz de se adaptar e mudar; criatividade para resolver problemas; aprende rápido; não tem medo do fracasso; capaz de con- ceitualizar e “entender os detalhes”. Motivação para se destacar Voltado para metas e resultados; objetivos altos, mais realistas; dinamis- mo para realizar e crescer; baixa necessidade de status e poder; apoio interpessoal (versus competição); consciente dos pontos fracos e dos pontos fortes; tem perspectiva e senso de humor. Tabela 06. Competências do empreendedor. FONTE: Dornelas (2010, adaptado) 27Empreendedorismo 1 REFLITA Depois de vários estudos, vem um questionamento: Será que estas características e competências estão presentes nos empreendedores brasileiros? 7. PERFIL DO EMPREENDEDOR BRASILEIRO A Endeavor, que é uma organização global sem fins lucrativos com a missão de multiplicar o poder de transformação do empreendedor, efetuou uma pesquisa no Brasil, em 2014, com 3.917 entrevistas on-line, em 14 cidades brasileiras, 33 entrevistas com empreende- dores e 2 especialistas, para procurar entender a cultura empreendedora brasileira. Veja as principais conclusões que o estudo trouxe: Otimismo: espera sempre o melhor e acredita que tudo vai dar certo. Autoconfiança: acredita em si mesmo, nas suas ideias e decisões. Coragem para aceitar riscos: faz o possível para reduzir os riscos, mas considera correr risco algo que dá energia e faz crescer. O sonho de realizar é maior que o medo de fracasso eeste é considerado como aprendizagem. Desejo de ser protagonista: grande vontade de ser re- conhecido, conduzir a própria vida e ser pleno. Resiliência e persistência: acredita no potencial do so- nho, luta e não desiste. Cinco aspectos comuns e indispensáveis do empreendedor brasileiro A pesquisa também evidenciou um detalhamento dos perfis do empreendedor e encontrou: Nato: tem alma de empreendedor, busca realizar seus sonhos, procura empreender sempre. Meu jeito: quer fazer as coisas do jeito que acredita que devem ser e quer ser reconhecido por isso. Situacionista: é levado a empreender por circunstâncias, oportunidade “caiu no colo”, grande insa- tisfação com o mercado atual, recebeu convite (em geral, a maioria feminina). Herdeiro: incentivado a ser empreendedor, cresceu próximo a um modelo empreendedor e foi incentivado a seguir este caminho. Idealista: quer mudar o mundo. Empreender é uma forma de garantir seus valores e ideais. A mo- tivação principal é contribuir, fazer a sua parte. Busca do milhão: empreender para conquistar fortuna, o maior foco é o lucro. Empreendedorimos: Conceitos Iniciais e Contextualização 28 1 27% Busca do milhão 21% Nato 17% Meu Jeito 13% Idealista 13% Herdeiro 9% Situacionista Base: Empreendedores Figura 06. Perfis: empreendedores x total dos entrevistados. A seguir, são apresentados os percentuais do total dos entrevistados Brasil (geral) e apenas dos empreendedores. PERFIL EMPREENDEDOR BRASIL – GERAL 31% Situacionista 25% Busca do milhão 14% Meu jeito 12% Idealista 12% Nato 7% Herdeiro Base: Total No Brasil, temos muitos empreendedores de sucesso: Robson Shiba (China in Box), Ricar- do Sayon (Rihappy), Romero Rodrigues (Buscapé), Luiza Trajano (Magazine Luiza), Jorge Paulo Lemann (3 G Capital, Ambev, entre outras), Alexandre Costa (Cacau Show). Estes estudos existentes, sobre o perfil dos empreendedores, vêm colaborar para a ava- liação e desenvolvimento deste importante agente de mudanças que contribui de maneira significativa nos aspectos socioeconômicos do país. Para aquele que quer ser empreen- dedor, servem como orientação pois indicam características que devem ser observadas e desenvolvidas para a maior probabilidade de obter sucesso. 8. Verdades sobre o Empreendedor Na leitura desta Unidade, ao nos depararmos com as características do perfil do empreendedor, po- demos ficar desanimados, caso não apresentemos alguma delas. Uma abordagem bem interessante é explorada pelo autores Heidi M. Neck, Christopher P. Neck e Emma L. Murray, no livro Entrepreneur- ship: the practice and mindset (2018). Na obra, eles apresentam verdades sobre o empreendedorismo que animam aqueles que querem embarcar neste mundo. Analisando as verdades, fica claro que não há uma leitura determinista sobre o perfil do em- preendedor, mas sim, atitudes que podem ser tra- balhadas e desenvolvidas. Ainda, estas verdades remetem ao cenário atual e a concepção do que se pensa fortemente sobre o empreendedorismo. FO N TE : N ec k et a l. (2 01 8, a da pt ad o) 29Empreendedorismo 1Estas verdades quebram estereótipos, como: ` De que o empreendedor não pode conversar com concorrentes; ` De que o empreendedorismo não pode ser ensinado nas salas de aula; ` De que é considerado empreendedor apenas aquele que abre um novo negócio; ` De que os empreendedores são tomadores de riscos a todo momento e ao extremo; ` De que os empreendedores são tomadores de riscos a todo momento e ao extremo; ` De que o planejamento é uma prática constante e conduzido de forma sistemática na vida dos empreendedores; ` De que os empreendedores têm traços de personalidade. 1 Empreendedorismo não é exclusivo para startups. Empreendedores não têm traços especiais de personalidade. Empreendedores não são agentes de riscos extremos. Empreendedores colaboram mais do que competem. Empresários agem mais do que planejam. Empreendedorismo é uma habilidade de vida. Empreendedores podem ser ensinados é um método que requer prática. 2 3 4 5 6 7 Na Figura 06 e no detalhamento sobre cada verdade apresentados a seguir, temos a ideia de como o empreendedor deve agir no cenário contemporâneo segundo Neck et al. (2018). Figura 07. As 7 verdades sobre o empreendedorismo Empreendedorimos: Conceitos Iniciais e Contextualização 30 1 Vamos analisar mais detalhadamente sobre o que se refere cada uma dessas verdades: Esta verdade trata da desmitificação de que o empreendedorismo é alusivo somente ao univer- so das startups, e que considera-se somente o indivíduo como empreendedor aquele que está inserido neste meio. Assim como a quantidade de negócios considerados startups vem aumentando, a quanti- dade de publicações acerca do tema também tem apresentando um crescimento. Nestas publicações, é natural a correlação com conceitos de empreendedorismo e inovação, o que muitas vezes podemos achar que é a única associação que pode existir: empreendedorismo e startups. De acordo com Neck et al. (2018), a atuação dos empreendedores é bem mais ampla do que o limite para startups. Segundo os autores, os empreendedores podem estar nas empresas, de qualquer porte ou de qualquer ramo (e não necessariamente aquelas cor- relacionadas à tecnologia), nas empresas familiares, nas franquias, nas organizações com ou sem fins lucrativos e ainda nos negócios sociais. Podemos assim cravar que o empreendedor não está limitado ao universo das startups. Verdade N° 1: Empreendedorismo não é exclusivo para Startups Verdade n° 2: Empreendedores não têm um conjunto especial de traços de personalidade Verdade n° 3: o empreendedor pode ser ensinado (é um método que requer prática) Havia uma tendência no campo científico em estudar os traços acerca do comportamento do empreendedor. Nas últimas décadas, segundo Neck et al. (2018), esta tendência foi sendo substituída à medida que padrões de como os empreendedores pensam ou agem foram sendo identificados. Um desses padrões, por exemplo, foi identificado nos estudos da pesquisadora Saras Sarasvathy e apresentados por Neck et al. (2018), que concluiu que o empreendedor tem a visão do futuro como algo imprevisível e controlável. Esta característica não seria uma regra efetiva ao comportamento empreendedor, mas sim uma característica relacionada a um estudo de análise de padrões. Portanto, absolutamente não é verdade o fato de pensarmos que os empreendedores têm um conjunto específico de traços ou características cravadas. Imaginem se todos os empreendedores pensassem exatamente igual. Não é possível. Que bom que somos diferentes! Não pensem que o empreendedorismo não pode seguir o caminho da educação formal. Muito pelo contrário. Cada vez mais as instituições de ensino superior e até mesmo do ensino fundamental e médio, ofertam em suas matrizes curriculares disciplinas de empreendedoris- mo. O empreendedorismo neste contexto não é uma fórmula mágica, em que o aluno ao final da disciplina é formado um empreendedor. Seria muito bom se fosse assim! O que acontece é que as disciplinas de empreendedorismo funcionam para ensinar a aplicação de métodos. São abordados passos e etapas que, quando seguidas, permitem um entendimento maior sobre todo o processo de empreendedorismo. Conhecer o cliente, validar o produto, entender a proposta de valor, identificar os recursos são ações que fazem parte de um método. E saber sobre tudo isso é muito válido, pois são meios utilizados por empreendedores e que ajudam os alunos a entenderem a problemática na busca de soluções para determinados cenários. Entre esses métodos, encontram-se o Business Model Canvas, Design Thinking, Design Sprint e o Mapa da Proposta de Valor, que fomentam o pensar por meio do empreendedorismo. 31Empreendedorismo 1Verdade n° 4: empreendedores não são agentes de riscos extremos Verdade n° 5: empreendedores colaboram mais do que competem Verdade n° 6: empreendedores agem mais do que planejamVerdade n°7: empreendedorismo é uma opção de vida De acordo com Neck et al. (2018), o risco é muito relativo. Não se pode associar de forma obri- gatória o risco extremo ao perfil do empreendedor. “Na verdade, a maioria dos empreendedores é tomador de risco muito calculado e avalia que está disposto a perder a cada passo dado” (NECK, 2018). Observa-se nos eventos de fomento ao empreendedorismo e inovação, como promoções de ecossistemas, espaços de inovação, coworking e fóruns de discussões, um ambiente diversificado quanto à participação de diferentes profissionais. A interdisciplinaridade tem sido promovida justamente para provocar a inovação. Assim, podemos observar, nestes eventos, um processo de colaboratividade, um grande compartilhamento de informações que ocorre mesmo em empresas do mesmo ramo. De acordo com Neck et al. (2018), os empreendedores recorrem à experiência compartilha- da e desejam aprender com outros que enfrentam ou enfrentaram desafios semelhantes. Um exemplo que elucida a colaboração entre empreendedores é o processo de colaboração entre dois gênios: Bill Gates e Steve Jobs. Bill Gates colaborou com Steve Jobs na concepção do Apple Mac. Portanto, a verdade n° 5 tem sido praticada! O planejamento é uma ação importante em uma atividade profissional, principalmente quando se propõe uma mudança. Acontece que a forma do planejamento tem sido demandada de forma diferente. No caso do empreendedor, é necessário evidenciar efetivamente o que o seu produto/ideia vem solucionar, pois investidores e a sociedade em geral querem entender de forma rápida como funciona tal produto, além de entender como os clientes lidam com o produ- to. Muitas vezes, um planejamento formal leva muito tempo e o timing da ideia pode ficar pelo caminho. A dinâmica deve ser muito mais rápida. Adotando essa perspectiva, Eric Ries, em seu livro A Startup enxuta, defende a utilização do MVP (do inglês, Minimum Viable Product e adotado em português como produto mínimo viá- vel), a fim de testar rapidamente o mercado. É uma alternativa, pois, se optássemos por montar um produto novo após um processo de planejamento tradicional, provavelmente não consegui- ríamos testar o produto em tempo (RIES, 2018). Os empreendedores em geral têm este perfil de fomentar que os processos aconteçam, a fim de que seu respectivo produto/serviço/ideia/ mudança de cenário seja logo colocado à prova. Com a adesão ao MVP, “agir mais do que planejar” tem se tornando cada vez mais real. Esta verdade está diretamente relacionada ao fato de que o empreendedor não deve estar limitado somente à abertura de um novo negócio/produto. Neck et al. (2018) endossam esta verdade, ao descreverem que instituições e indivíduos estão percebendo o empreendedorismo como algo que ajuda as pessoas a lidarem com um Empreendedorimos: Conceitos Iniciais e Contextualização 32 1 9. HABILIDADES PARA A PRÁTICA DO EMPREENDEDORISMO Na mesma linha da abordagem sobre as verdades a respeito do empreendedorismo, analisamos as habilidades para a prática dele, as quais estão relacionadas ao compor- tamento e ao modo agir dos empreendedores, principalmente no cenário atual. Estas práticas são como fatores que potencializam o empreendedorismo, uma vez que apoiam o empreendedor a experimentar o que está se desejando empreender, a lan- çar-se a utilizar jogos, desafios e novas metodologias (como o design sprint, Canvas, design thinking, proposta de valor). Habilidade de Brincar/Jogar Habilidade da Experimentação Habilidade da Criatividade Habilidade da Empatia FONTE: Neck et al. (2018, adaptado) futuro incerto, uma vez que fornece métodos para pensar, agir, identificar oportunidades, abordar problemas de uma maneira específica, adaptar-se a novas condições, e assumir o controle das suas ações e ambições. Ainda, esta verdade está ligada muito ao comportamento empreendedor que pode ser apli- cado em diferentes campos. HABILIDADE DE BRINCAR/JOGAR Esta habilidade funciona como um mecanismo que potencializa o empreendedorismo e a inovação. A ação lúdica, que remete a uma brincadeira tende a consolidar o processo de aprendizado sobre os temas de empreendedorismo e inovação, além de potencializar a criatividade, interação, surgimento de ideias e aprendizado por tentativa e erro. Para Neck et al. (2018), a habilidade de jogar libera a imaginação, abrindo as mentes para uma riqueza de oportunidades e possibilidades para impulsionar o empreendedorismo e a inovação. FO N TE : 1 23 rf Habilidade da Reflexão 33Empreendedorismo 1 A habilidade para promover a experimentação é me- lhor descrita em como agir para empreender (NECK et al. 2018) Esta habilidade remete a empreender a experimen- tação. Se você almeja lançar um produto, você deve proporcionar a interação deste produto com o cliente desejado, a fim deste contribuir com insights sobre ele. Neck et al. (2018) reforçam a necessidade de fazer perguntas, validar suposições, a fim de esgo- tar o entendimento de como os clientes interagem com o seu produto. Esta é uma habilidade que estreita com o perfil do empreendedorismo, uma vez que o empre- endedor não deve estar limitado a pesquisas de opinião, mas sim ir a campo e entender como o cliente consome seu produto. Assim, esta ação fornecerá subsídios para o aprendizado em relação a sua ideia ou produto. FO N TE : 1 23 rf FO N TE : 1 23 rf HABILIDADE DA EXPERIMENTAÇÃO HABILIDADE DA CRIATIVIDADE HABILIDADE DA EMPATIA A habilidade da criatividade remete a aber- tura para o mundo, a fim de desencadear a capacidade de criação, identificação de oportunidades e solução de problemas. Neck et al. (2018) relacionam a criativida- de como algo que fomenta principalmente a criação de oportunidades, ao invés de des- cobri-las ou procurá-las. O grau correspondente à habilidade da criati- vidade também está relacionado a princípios como: quantidade de recursos disponíveis para execução, capacidade de colaborar ao invés de competir, esforço para construir relacionamentos, entre outros. A habilidade da empatia é se colocar no lugar do outro. Compreende a ação de entender e empreen- der a leitura das emoções, intenções, pensamentos e necessidades das outras pessoas. Assim, a empa- tia permite o entendimento sobre o que as pessoas estão passando e, por isso, esta habilidade auxilia muito na prática do empreendedorismo. FO N TE : 1 23 rf Empreendedorimos: Conceitos Iniciais e Contextualização 34 1 FO N TE : 1 23 rf 10. EMPREENDEDORISMO SOCIAL Antes de apresentarmos o conceito sobre o empreendedorismo social, podemos tomar como base a contextualização de Silva, Moura e Junqueira (2015), os quais descrevem que, devido à variedade de problemas sociais, esforços são exigidos da sociedade na busca de soluções para estes problemas. A grande questão, segundo os autores, é que vencer a adversidade dos problemas sociais não é simplesmente criar práticas pontuais para aqueles que necessitam possam passar a ser consumidores, mas sim criar condições para a emancipação e o desenvolvimento humano, tais como: proporcionar educação, formação, saúde, lazer e cultura. Desta for- ma, a criação destas políticas públicas convergem com as necessidades da população, e facilitam o acesso dos mais carentes que se encontram à margem da sociedade. Neste contexto, na busca das soluções, há uma nova configuração, uma vez que o Estado (esfera pública) não é o único solucionador dos problemas sociais, mas também a esfera privada. Além disso há uma nova onda, visto que os problemas ultrapassam as possibilida- des da esfera pública ou privada atuarem com efetividade, por mais eficientes que sejam, devido à complexidade e quantidade das questões sociais. Silva, Moura e Junqueira (2015) descrevem que novos tipos de organizações estão sur- gindo, bem como novas formas de conhecimento e gestão estão sendo demandados e direcionados às questões sociais. Abre-se, assim, uma nova perspectiva noenfrentamen- to dos problemas sociais, seja pelo empreendedorismo social ou por outras formas que assumam as organizações da sociedade civil (SILVA; MOURA; JUNQUEIRA, 2015). HABILIDADE DA REFLEXÃO A habilidade da reflexão impulsiona todas as outras habilidades. Consiste no mo- mento de pensar sobre o que você, como empreendedor, tem desenvolvido por meio da empatia, do brincar, da criatividade e experimentação. De acordo com Neck et al. (2018), a reflexão fomenta o sentimento de desconforto, ajudando a análise crítica do próprio sentimento, contribuindo para a ação do autoconhecimento. Desta maneira, este processo de reflexão favorece a identi- ficação de novas perspectivas, assim como a avaliação de resultados. GLOSSÁRIO O empreendedorismo social é aquele que utiliza a iniciativa em empreendimentos cujos efeitos ou mudanças desejadas buscam provocar um elevado impacto social onde atuam, permitindo que o ser humano se desenvolva e tenha melhores condições para viver. 35Empreendedorismo 1Neste contexto, buscamos alguns exemplos de negócios sociais desenvolvidos na acele- radora Estação Hack, programa desenvolvido pelo Facebook e pela Artemisia, que poten- cializa empreendedores que querem gerar mudanças em nossa sociedade (ESTAÇÃO HACK, 2018). São negócios direcionados ao empreendedorismo e inovação social, que vêm de alguma forma apresentar soluções de impacto social. O objetivo com a apresentação desses exemplos é mostrar negócios que propõem resolver questões e problemáticas sociais, com uma independência da esfera pública e também da esfera privada (quando esta empreende suas ações de forma unilateral). Podemos dizer que estes negócios sociais estão muito perto da realidade e dos problemas sociais e pro- põem soluções para a sociedade passando por temas como: empoderamento, empregabi- lidade, engajamento cívico, educação, saúde e apoio aos microempreendedores. FO NT E: 1 23 rf FO NT E: 1 23 rf FO NT E: 1 23 rf EMPREGABILIDADE Organização Kunla Social (www.kunla.social): a ideia desta organi- zação é oportunizar uma alternativa de renda às mães de regiões periféricas, que por terem filhos, não conseguem inserção no mer- cado de trabalho. “Pensando nisso, a equipe da Kunla criou uma plataforma para que mulheres possam trabalhar de maneira autô- noma em suas comunidades e gerar a própria renda por meio da atividade de recrutamento e seleção de profissionais” (ESTAÇÃO HACK, 2018). EMPREGABILIDADE Outro negócio social que atua a favor da empregabilidade é a EGA- LITÊ, a qual facilita o processo de inclusão no mercado de trabalho de pessoas com deficiência. “A plataforma online ajuda empresas no recrutamento e colabora para que pessoas com deficiência tenham a oportunidade de de- monstrar o próprio potencial e encontrar a vaga certa” (ESTAÇÃO HACK, 2018). ENGAJAMENTO CÍVICO A Muove Brasil propõe o fornecimento de subsídios e evidências para que os gestores públicos municipais possam tomar deci- sões assertivas quanto à aplicação de recursos nos municípios. “Com esses objetivos, a Muove Brasil desenvolveu uma plata- forma fechada para apoiar a tomada de decisão de gestores públicos e criou uma área aberta que funciona como um meca- nismo de transparência, permitindo maior controle da socieda- de civil”(ESTAÇÃO HACK, 2018). Empreendedorimos: Conceitos Iniciais e Contextualização 36 1 EDUCAÇÃO O site Redação Online visa auxiliar a dificuldade dos alunos em redigir uma boa redação. A fonte de receita consiste na compra de créditos, que dão direito às correções das redações. “Uma boa redação pode ser o ‘passaporte’ para universidades e vagas de emprego. Pensando nisso, a Redação Online desen- volveu uma solução que viabiliza correções de redações prepa- ratórias para ENEM, Vestibulares e Concursos, com qualidade e em escala nacional, comentários detalhados e chat com profes- sores/corretores. O serviço atende 32 mil alunos, sendo 35% de escolas públicas” (ESTAÇÃO HACK, 2018). FO NT E: 1 23 rf FO NT E: 1 23 rf FO NT E: 1 23 rf FO NT E: 1 23 rf SERVIÇOS FINANCEIROS O objetivo do Smart Síndico é auxiliar na gestão de condomí- nios populares, oferecendo ferramentas de apoio aos síndicos e condôminos. “Ajudar síndicos e moradores de condomínios populares a fa- zer uma administração mais simples e econômica, zelando pela manutenção e pela redução de custos e conflitos. Esse é o ob- jetivo da SmartSíndico, que a partir de um app com ferramen- tas de gestão e videoaulas, dá a autonomia necessária para melhorar a gestão de um condomínio, com foco em habitação de interesse social, como CDHU, Cohabs e Minha Casa Minha Vida” (ESTAÇÃO HACK, 2018). MICROEMPREENDEDORISMO Outra iniciativa que empodera ações de microempreendedores é do negócio MEIFÁCIL (www.meifacil.com), o qual consiste em uma plataforma de apoio ao microempreendedor individual. “Empresa pensada para apoiar o microempreendedor individual brasileiro em questões do dia a dia. Leva, gratuitamente, infor- mações para vencer as barreiras burocráticas enfrentadas por esses negócios – como obter um CNP e emitir guias de impos- to. Também oferece uma série de serviços financeiros simplifi- cados e a um baixo custo” (ESTAÇÃO HACK, 2018). MICROEMPREENDEDORISMO DIASPORA BLACK (https://diaspora.black/): trata-se de uma rede, em que a comunidade negra divulga suas casas e imóveis para acomodações, bem como a divulgação da venda de pro- dutos e serviços, mas não estando limitado somente às vendas, mas sim a troca cultural que o negócio representa. “Com foco no empoderamento e fortalecimento econômico da comunidade negra, os empreendedores da Diáspora.Black de- senvolveram uma plataforma que reúne iniciativas focadas na 37Empreendedorismo 1 FO NT E: 1 23 rf FO NT E: 1 23 rf cultura negra em diferentes cidades, para conectar viajantes e anfitriões. A startup realiza a media- ção de oferta e procura de acomodações por temporada, além da venda de produtos e serviços” (ESTAÇÃO HACK, 2018). SAÚDE VITTUDE: (https://www.vittude.com/): negócio que funciona em uma rede que conecta profissionais de psicologia com pessoas que buscam por terapia, oferecendo serviços presenciais ou atendimen- tos on-line. “O atendimento psicológico online é um serviço realizado por um psicólogo online, via vídeo. Trata-se de uma abordagem equiva- lente a psicoterapia presencial. Desde novembro de 2018 o aten- dimento online é permitido pelo Conselho Federal de Psicologia sem limite de sessões. As sessões duram 50 minutos e são fei- tas via vídeo mediante agendamento e pagamento prévios. Esse serviço não é indicado para casos de saúde graves. Crianças e menores de 18 anos precisam de autorização por escrito de um responsável.” (VITTUDE, 2019). ENGAJAMENTO CÍVICO A Pluvi.On consiste em um sistema de monitoramento de chu- vas, com um alcance maior, possibilitando prever se choverá em determinada rua ou localidade. Assim, consegue auxiliar na previsão e intensidade de eventos climáticos. “As perdas geradas por eventos climáticos — como enchen- tes e deslizamentos — afetam, principalmente, as pessoas de baixa renda. Para reduzir a falta de previsibilidade, a Pluvi.On criou uma rede de estações meteorológicas proprietárias que gera alertas antecipados e em tempo real para a população” (ESTAÇÃO HACK, 2018). Assim, os interessados nas ofertas da Pluvi.On são empresas atuantes na agricultura, logística, engenharia, geração de ener- gia e prefeituras, assim como a própria sociedade. Existem vários conceitos de empreendedorismo social. Veja a seguir algumas citações. Empreendedorimos: Conceitos Iniciais e Contextualização 38 1 Figura 08. Conceitos diversos sobre empreendedorismo social. FONTE: Oliveira (2008, adaptado) AUTOR CITAÇÕES Leite (2003) “O empreendedor social é uma das espécies do gênero dos empreen- dedores; são empreendedores com uma missão social, que é sempre central e explícita”. Ashoka e McKinsey (2001) “Os empreendedores sociais
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