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USF_EAD_Empreendedorismo_Completo

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EMPREENDEDORISMO
2020
Samir Bazzi
Joslaine Chemim Duarte
Auri Cesar Pupo Junior
EMPREENDEDORISMO
EMPREENDEDORISMO
2022
Samir Bazzi
Joslaine Chemim Duarte
Auri Cesar Pupo Junior
PRESIDENTE 
Frei Thiago Alexandre Hayakawa, OFM
DIRETOR GERAL 
Jorge Apóstolos Siarcos 
REITOR 
Frei Gilberto Gonçalves Garcia, OFM 
VICE-REITOR 
Frei Thiago Alexandre Hayakawa, OFM
PRÓ-REITOR DE ADMINISTRAÇÃO E PLANEJAMENTO 
Adriel de Moura Cabral 
PRÓ-REITOR DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO 
Dilnei Giseli Lorenzi 
COORDENADOR DO NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA - NEAD 
Renato Adriano Pezenti
GESTOR DO CENTRO DE SOLUÇÕES EDUCACIONAIS - CSE
Franklin Portela Correia 
DESIGNER INSTRUCIONAL 
Renata Furtado
 REVISÃO ORTOGRÁFICA
Carolina Bontorin Ceccon
PROJETO GRÁFICO
Impulsa Comunicação
DIAGRAMADORES
Andréa Ercília Calegari
CAPA
Andréa Ercília Calegari
© 2022 Universidade São Francisco
Avenida São Francisco de Assis, 218
CEP 12916-900 – Bragança Paulista/SP
CASA NOSSA SENHORA DA PAZ – AÇÃO SOCIAL FRANCISCANA, PROVÍNCIA 
FRANCISCANA DA IMACULADA CONCEIÇÃO DO BRASIL – 
ORDEM DOS FRADES MENORES
SAMIR BAZZI
BA em Direito Tributário pelo Instituto Internacional de Educação e Gerência (2005). 
Participa atualmente de um programa de pós-graduação stricto sensu em Administra-
ção, na Universidad de la Empresa – Montevidéu,Uruguai. Graduado em Administração 
de Empresas pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (2003). Sócio-gerente 
da empresa Izzab Assessoria Empresarial, que atua nas áreas de gestão de projetos, 
consultoria financeira e consultoria tributária.
JOSLAINE CHEMIM DUARTE
Mestre em Engenharia de Produção pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). 
Especialista em Contabilidade e Finanças pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). 
Bacharel em Administração de Empresas pela FAE Centro Universitário. Atua na docên-
cia do Ensino Superior desde 2002. Na FAE Centro Universitário, desde 2008, leciona as 
disciplinas de Introdução à Administração, Introdução à Gestão das Organizações, Princí-
pios de Administração, Administração da Empresa Moderna, Administração Estratégica e 
Empreendedorismo, dos cursos de Administração de Empresas, Economia, Engenharia 
Mecânica, Engenharia Ambiental, Engenharia de Produção e Tecnologia em Gestão.
AURI CESAR PUPO JUNIOR
Mestre em Administração Estratégica pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PU-
C-PR). MBA Executivo In Management pela FAE Business School e pela Baldwin Walla-
ce University. Pós-graduado em Finanças. Graduado em Administração, pela FAE Centro 
Universitário. Experiência na gestão escolar de estabelecimentos de ensino fundamental e 
superior. Atualmente, atua como analista de projetos da FAE Centro Universitário, auxilian-
do no desenvolvimento de projetos acadêmicos, com destaque a projetos como Workatona 
e Expedição FAE. Ainda na FAE Centro Universitário, desde 2013 atua como professor nas 
disciplinas de Gestão de Projetos e Empreendedorismo.
O AUTOR
SUMÁRIO
UNIDADE 01: Empreendedorimos: Conceitos Iniciais e Contextualização ...............8
1. Conceituando empreendedorismo ......................................................................9
2. Origem e evolução do empreendedorismo ........................................................... 10
3. O empreendedorismo do século XXI ................................................................... 11
4. Panorama mundial, brasileiro e regional do empreendedorismo .......................... 15
5. Empreender e empreendedor ............................................................................... 21
6. Perfil do empreendedor ......................................................................................... 23
7. Perfil do empreendedor brasileiro ......................................................................... 27
8. Verdades sobre o empreendedor .......................................................................... 28
9. Habilidades para a prática do empreendedorismo ................................................ 32
10. Empreendedorismo social ................................................................................... 34
11. Economia colaborativa ou compartilhada ........................................................... 41
12. Empreendedorismo de Startup .......................................................................... 42
13. Empreendedorismo corporativo .......................................................................... 43
14. Empreendedorismo de carreira ........................................................................... 46
UNIDADE 02: Inovação e Criatividade ........................................................................ 54
1. Criatividade ........................................................................................................... 55
2.As dimensões da criatividade ................................................................................. 56
3. Técnicas e ferramentas para a criatividade........................................................... 59
4. A sutura adesiva da 3m ......................................................................................... 62
5. Inovação ................................................................................................................ 63
6. Tipos de inovação ................................................................................................. 64
7. As várias faces da inovação .................................................................................. 72
8. Design thinking: origem e conceitos ...................................................................... 74
9. Modelo de negócios .............................................................................................. 79
UNIDADE 03: Modelos de Negócios ........................................................................... 90
1. A metodologia do business model generation ....................................................... 92
2. Pressupostos para desenvolver o modelo de negócios ...................................... 94
3. Métodos e técnicas para o desenvolvimento de modelos de negócios ................ 97
4. Padrões de modelos de negócios .......................................................................100
5. O business model canvas ...................................................................................102
6. Proposta de valor ..............................................................................................110
7. Canais, relacionamento com clientes e fontes de receitas .................................113
8. Canais .................................................................................................................114
9. Relacionamento com clientes ...........................................................................117
10. Fontes de receitas .............................................................................................120
UNIDADE 04: Estratégias e Aplicação de Modelos ...................................................128
1. Recursos principais .............................................................................................128
2. Atividades-chave ...............................................................................................130
3. Parcerias principais .............................................................................................132
4. Estrutura de custos ............................................................................................138
5. Os benefícios em usar o canvas ........................................................................143
6. Parte externa e interna do modelo de negócios ..................................................144
7. Desenhando o modelo de negócios ....................................................................147
8. Prototipação ........................................................................................................1479. Cenários ..............................................................................................................149
10. A estratégia do oceano azul ..............................................................................150
11. Combinando as duas metodologias ..................................................................153
12. Questionando o quadro com as quatro ações ..................................................155
13. Gerenciamento de múltiplos modelos de negócios .........................................158
14. Captação de recursos ......................................................................................159
15. Pitch ..................................................................................................................161
Empreendedorimos: Conceitos Iniciais e Contextualização
8
1 UNIDADE 1
EMPREENDEDORIMOS: CONCEITOS 
INICIAIS E CONTEXTUALIZAÇÃO
INTRODUÇÃO
O empreendedorismo tem despertado muito interesse e tem sido tema de palestras e 
discussões nos meios acadêmico, político e empresarial. Para Cicconi (2013, p. 1), este 
interesse está diretamente relacionado à relevância do empreendedorismo para o desen-
volvimento de uma sociedade ou nação, não se limitando ao desenvolvimento econômi-
co, mas também às ações sociais, culturais e ambientais. Leite (2012) endossa que os 
países que criarem um ambiente possível para as práticas do empreendedorismo e ino-
vação, certamente, estarão no caminho para obter um status de uma nação desenvolvida.
A maneira com que os países facilitam a prática do empreendedorismo pode ser avaliada 
nas atividades empreendedoras e incentivos que são oportunizados aos atores pequenas 
e médias empresas. Os incentivos às práticas empreendedoras para estes atores evo-
luem de contextos locais a cenários mais abrangentes, quando conduzidos e facilitados 
de forma constante. Estes incentivos podem ser visualizados pelas seguintes ações: 
Um vez descrita a relevância do empreendedorismo para o desenvolvimento de uma so-
ciedade e, consequentemente, de países, o objetivo desta Unidade é entender os princi-
pais marcos do empreendedorismo e sua evolução ao longo da história, o seu conceito, 
assim como obter um panorama geral das tendências que, de certa maneira, impactam 
nas atitudes dos empreendedores e oportunidades que surgem. Ainda nesta Unidade, em 
consonância com a parte introdutória, a qual destaca a necessidade da prática de empre-
endedorismo pelos países, analisaremos os principais indicadores relacionados ao empre-
endedorismo mundial, com base nos relatórios GEM – Global Entrepreneurship Monitor. 
Também veremos que o empreendedorismo tem uma relação direta com a prosperidade 
de um cenário. Neste contexto, Leite (2012) destaca que os empreendedores são 
como ativos de grande relevância para qualquer economia, basta analisar a geração 
de empregos e colaboração com o PIB (Produto Interno Bruto), fomentadas pelas 
pequenas e médias empresas em países desenvolvidos. 
 ` Programas de incubação de empresas;
 ` Inserção de disciplinas e práticas de empreendedorismo na educação, desde o ensino 
fundamental ao ensino superior; 
 ` Criação de agências de capacitações para empreendedores; 
 ` Oferta de recursos financeiros por meio de linhas de créditos. 
9Empreendedorismo
1Outra constatação sobre os empreendedores, além da relação com o desenvolvimento de um 
cenário, é que eles não podem estar associados somente à abertura de negócios. Absoluta-
mente não. Hashimoto (2014) endossa o discurso de Schumpeter de que o empreendedor 
não se limita à criação de negócios, mas também pode estender-se a outras ações como: 
“Nem sempre o empreendedor gera a ideia ou inova, mas tem papel fundamental na 
transformação de qualquer ideia , dele ou de terceiro, em um projeto ou produto de su-
cesso” (HASHIMOTO, 2012 p. 35).
 ` Criação de um método de produção; 
 ` Abertura de um novo mercado; 
 ` Busca por alternativas de materiais; 
 ` Promoção de mudanças estruturais na organização; 
 ` Novas redes de relacionamentos para apoiar nos negócios, entre outras. 
REFLITA
Neste sentido, com base no que vimos nos parágrafos anteriores, quais características são 
necessárias para atuar como um agente de mudança em diferentes cenários? Ou seja quais 
características são inerentes a um perfil empreendedor?
Com base nestes questionamentos, discutiremos as características do perfil do empre-
endedor, assim como as atitudes deste profissional que estão em voga nos dias atuais.
Por fim, veremos que as transformações constantes do mundo em que vivemos con-
duziram a novas maneiras de empreender que não só a de abrir novos negócios com 
objetivo de resultados. Empreender passou a ser uma preocupação social, com a ma-
neira com que bens e recursos são usados e compartilhados, de inovar dentro da orga-
nização, também se voltando para carreira e profissão.
1. Conceituando empreendedorismo
Seja qual for a sua área de atuação, você deve ter ouvido falar, lido ou conversado so-
bre empreendedorismo. Mas afinal, o que é empreendedorismo? 
Buscando na etimologia ou estudo da origem da palavra, empreendedorismo é a tra-
dução da expressão inglesa entrepreneurship, que é composta pela palavra francesa 
entrepreneur e o sufixo inglês ship.
Existem muitas definições de empreendedorismo, de vários autores e com abordagens 
diferentes. Alguns economistas abordam o empreendedorismo sob o ponto de vista 
econômico, na redução da pobreza, aumento da riqueza, geração de emprego e renda 
e também vinculam-no com a inovação, que transforma os contextos. 
Outros autores definem empreendedorismo com um viés comportamental e abordam as 
motivações e competências necessárias para empreender. 
Empreendedorimos: Conceitos Iniciais e Contextualização
10
1
2. Origem e evolução do empreendedorismo
Embora todo ser humano seja um empreendedor, pois desde o início da sua existência sem-
pre procurou maneiras de solucionar problemas e modificar ou criar algo que melhorasse 
o seu viver, o empreendedorismo passou a ser uma preocupação científica evidenciada e 
estudada por parte de algumas nações a partir da década de 1980 e, no Brasil, desde 1990. 
Antes desse período, surgiram alguns conceitos que foram evoluindo ao longo do tempo. 
Veja alguns períodos de tempo mais marcantes na evolução do empreendedorismo 
desde a sua origem.
Veja, a seguir, algumas definições:
Figura 01. Evolução do empreendedorismo.
Segundo Filion (1999 apud DOLABELA, 1999, p. 16), “o empreendedorismo tem conotação prática, 
mas também aplica atitudes e ideias. Significa fazer coisas novas, ou desenvolver maneiras novas 
e diferentes de fazer as coisas”.
Para Hisrich e Peters (2004, p. 27), “empreendedorismo é o processo de criar algo diferente e com 
valor, dedicando o tempo e o esforço necessários, assumindo riscos financeiros, psicológicos e 
sociais correspondentes e obtendo as consequentes recompensas da satisfação”.
IMPORTANTE!
Apesar de existirem várias definições sobre empreendedorismo, há alguns aspectos comuns entre 
elas, tais como ter visão de futuro, identificar e aproveitar oportunidades, aceitar desafios, correr 
riscos, criar algo novo etc.
Século XII
 ¾ Surge na França a palavra entre-
prendre para designar aquela pessoa 
que incentivava brigas.
Século XV
 ¾ Entreprendre muda de significado 
para: contratante, alguém que assu-
mia alguma tarefa.
Século XVI
Século XVIII
Século XIX
 ¾ O significado muda para o contexto 
bélico, como aqueles que assumem 
responsabilidade e dirigem ações mili-
tares. É inserido o conceito de perigo 
que evolui para o conceito de risco.
 ¾ O economista Richard Cantillon (1725) identifica 
o empreendedor como alguém que assume riscos 
ao comprar matéria-prima por preço certo com o 
objetivo de processá-la e revender mais tarde por 
um preço incerto e não definido previamente.
 ¾ Para o economista francês Jean Baptiste Say 
(1888), o empreendedor é aquele capaz de 
alterar os recursos econômicosde uma área de 
baixa produtividade para uma de produtividade e 
lucratividade elevada e cria valor, explorando as 
variações ou mudanças de tecnologia, materiais 
e preços. 
 ¾ No final do século XIX e início do século XX, o 
empreendedor era confundido com administrador, 
que se preocupava em planejar, organizar, dirigir, 
controlar e obter resultados.
11Empreendedorismo
1
FONTE: Dornelas (2008); GEM (2012); Hisrich e Peter (2004); Masiero (2007); Maximiano (2007); Pinchot III e 
Pellman (2004) (Adaptado) 
3. O empreendedorismo do século XXI 
No século XXI, a velocidade com que novas tecnologias têm surgido, unindo os mundos 
físico, digital e biológico, trouxe novas oportunidades e possibilitou também um repen-
sar sobre a maneira de viver e novas maneiras de resolver problemas, com colaboração 
e compartilhamento de ideias para benefício de todos (SCHWAB, 2016).
O mundo em transformação trouxe novas necessidades, desafios e oportunidades para 
empreender no século XXI, destacam-se: 
Século XX
 ¾ O economista Joseph Schumpeter (1928) associa o conceito de empreendedorismo ao de inova-
ção e afirma que, sem a inovação, não há empreendedores, sem investimentos empreendedores, 
não há retorno do capital e o capitalismo não se propulsiona. Além disso, afirma que o empreen-
dedor faz a destruição criativa, ou seja, torna os recursos existentes obsoletos e, então, não é 
necessária a sua renovação.
 ¾ Gifford Pinchot, no início da década de 1980, propõe uma série de conceitos fundamentando a 
ideia de que não é necessário sair de uma empresa para ser empreendedor. Cria o termo intra-
empreendedor, ou empreendedor corporativo, para designar aqueles que assumem a responsabi-
lidade de inovação e empreendedorismo dentro de uma organização. 
 ¾ Na década de 1990, o empreendedorismo passa a ser vinculado a muitas empresas de tecnologia 
que se instalam no Vale do Silício (embora criado em 1956), na Califórnia, produzindo muita ino-
vação, mudanças e práticas de sucesso. A região passa a ser referência em empreendedorismo. 
 ¾ No Brasil, na década de 1990, o movimento do empreen dedorismo começa a se desenvolver a par-
tir da criação do Serviço Brasileiro de apoio à micro e pequena empresa – Sebrae, e do programa 
Brasil Empreendedor (1999 – 2002), que destinou recursos financeiros e capacitou 6 milhões de 
empreendedores. É criada a metodologia Empretec e Jovem Empreendedor pelo Sebrae.
 ¾ Em 1999, foi iniciado o Global Entrepreneurship Monitor (GEM), pesquisa em nível mundial com rela-
tórios anuais sobre a atividade empreendedora em vários países, com uma parceria inicialmente entre 
a London Business School e o Babson College. O Brasil começou a participar a partir do ano 2000.
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rf Reinvenção do varejo: a redução das compras em lojas físi-
cas é uma tendência mundial. Com um clique no mouse, os 
consumidores podem fazer compras de sua preferência, sem 
sair de casa e, normalmente, com preço menor. 
As grandes empresas do comércio eletrônico, tais como Aliex-
press e Amazon, têm visto seus faturamentos aumentarem 
constantemente. Além disso, há opor tunidade para outras em-
presas ofertarem produtos em seus sites por meio do chama-
do marketplace que, segundo Kepler (2013, p. 28), trata-se de 
“local onde se faz o comércio de bens e serviços de terceiros. 
A palavra é uma junção dos termos ingleses market, que sig-
nifica ‘mercado’, e place, que significa ‘lugar’”.
Empreendedorimos: Conceitos Iniciais e Contextualização
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1
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rf Uso das redes sociais: por meio de sites e aplicativos 
que dinamizam o relacionamento, o compartilhamento e 
a disseminação de informações são realizados on-line 
por Facebook, Instagram, Snapchat, Twitter, Linkedin etc. 
Esse uso possibilitou novos relacionamentos com clien-
tes e novas oportunidades.
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rf Mobilidade digital: o uso de smartphones para comuni-
cação integrada em rede modificou a maneira de pensar e 
viver, trazendo novas necessidades, oportunidades e desa-
fios. A mobilidade digital está diretamente associada ao in-
cremento da Internet das Coisas, uma vez que potencializa 
as possibilidades de sua utilização.
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rf Desenvolvimento de aplicativos específicos: usados para 
todos os tipos de necessidades, tornou a vida mais fácil, por 
meio da mobilidade e da agilidade, aumentando a produti-
vidade, reduzindo desperdícios de tempo e financeiros. Ex: 
Uber, WhatsApp, Waze, OLX,etc.
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rf Espaços compartilhados: o aumento de 
coworking é uma tendência porque otimiza a lo-
gística, os custos e, normalmente, a possibilidade 
de boa infraestrutura à disposição. Além desses 
benefícios, pode-se contar com uma rede de rela-
cionamentos, facilidade de comunicação, compar-
tilhamento de ideias e parcerias. 
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rf Negócios sociais: tendências para negócios que 
busquem criar benefícios e bem-estar social, prin-
cipalmente atendendo a uma parcela da população 
de baixa renda que não tem sido atendida, reduzin-
do as desigualdades e aumentando todas as suas 
oportunidades, de modo a fornecer infraestrutura 
básica para viver. 
13Empreendedorismo
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rf Novas fontes de energia: para atender às novas e cres-
centes demandas, há necessidade de novas fontes, prin-
cipalmente limpas e renováveis, em substituição aos 
combustíveis fósseis como derivados de petróleo, carvão, 
recursos hídricos, entre outros. Necessidade de inovações 
no desenvolvimento de novas matrizes energéticas.
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rf Mapa mental: Busca por alimentação saudável: o au-
mento da demanda por alimentação mais saudável, ve-
gana, vegetariana, funcional, sem glúten, sem lactose, 
sem açúcar, é uma tendência e tem demonstrado opor-
tunidade para empreender de forma crescente, com ali-
mentos mais adequados às características e às rotinas 
de cada pessoa. 
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rf Inovações em biotecnologia: atuam na matriz ener-
gética, na produção de bens de consumo, com o obje-
tivo de preservação da vida do ser humano, reduzindo 
assim a causa geradora das doenças.
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rf Sustentabilidade ambiental e social, além da 
econômica: preocupação com a sociedade, com 
a necessidade de gerar empregos e renda, redu-
zindo a dependência do Estado com programas 
assistenciais. Há necessidade também de desen-
volver atividades que impactem minimamente o 
meio ambiente ou não consumam os recursos não 
renováveis, desenvolvendo mecanismos que não 
afetem a vida no planeta.
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rf Fabricação de produtos em impressoras 3D: uma 
ideia desenhada em um computador pode ser facilmente 
materializada, em um tempo e custo menores do que os 
esperados atualmente. Na indústria, vêm sendo utilizadas 
para a fabricação de protótipos, dando vazão à criativida-
de. Além disso, esse tipo de impressão oferece inúmeras 
possibilidades e personalização, como por exemplo, na 
área de saúde, para a fabricação de próteses.
Empreendedorimos: Conceitos Iniciais e Contextualização
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23
rf Blockchain: a utilização das moedas digitais ou crip-
tomoedas tem sido adotada para comprar e vender 
produtos ou serviços a taxas menores. Isso é possível 
devido ao sistema de segurança, denominado blo-
ckchain, que consiste em um sistema que reduz os 
intermediários nas transações e, consequentemente, 
os custos inerentes. Para um melhor entendimento, 
Vieira (2017) faz analogia de que o blockchain fun-
ciona como um livro de registros contábil, que todos 
podem ver, mas não pode ser alterado.
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23
rf Internet das coisas (IoT, na sigla em inglês): remete 
às ações e rotinas comuns do nosso dia a dia, que estão 
cada vez mais conectadas, sem as intervenções diretas 
do homem. Assim, internet das coisas está associada ao 
fato de que os objetos estejam conectados à internet. O 
que ainda fortalece esta tendência é o aumento da co-
nectividade limitada das pessoas, por meio de disposi-
tivos móveis. É só pensar no controle de eletrodomés-
ticos,sistemas de segurança, sistema de iluminação e 
veículos, por meio de smartphones (SEBRAE, 2016).
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23
rf Economia colaborativa: Consiste na conexão entre 
pessoas com os mesmos interesses, para que que 
assim possam oferecer produtos ou serviços uns aos 
outros, de forma compartilhada. De forma geral, é um 
modelo que prega a redução de despesas, seja para 
os usuários seja para as empresas. Os exemplos 
clássicos de economia colaborativa são: Uber, Airbnb, 
Wikipedia, Bliive e Blablacar.
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rf Inteligência artificial: de forma geral, esta tendên-
cia é um mecanismo que propõe, por meio de dis-
positivos, o ato de simular a inteligência humana. A 
evolução no desenvolvimento desta tendência tem 
mostrado uma efetividade na relação entre estes 
dispositivos e o ser humano. Recomendações de 
filmes no seu serviços de streaming como Netflix 
e Net Now, ou ainda, aqueles anúncios de itens de 
pesquisas anteriores, que saltam na sua navegação 
diária na internet, são exemplos de aplicações de in-
teligência artificial.
15Empreendedorismo
1Além dessas tendências, o antropólogo e sociólogo holandês Carl Rohde, diretor da 
Science of Time, agência de inovação que faz consultoria para empresas como Nike, 
Toyota e Unilever, em entrevista para a revista Pequenas empresas e grandes negócios 
(GIL, 2017), traz outras contribuições. Rohde (apud GIL, 2017) afirma que “os empre-
endedores do século XXI precisam optar entre dois caminhos: trabalhar para atender 
às necessidades de um mundo digital, ou voltar-se para as coisas que os computadores 
não conseguem fazer, que são a experiência, empatia, hospitalidade etc.”. O estudioso 
contribui com sete tendências para o empreendedorismo do século XXI: 
Figura 02. Tendências para o empreendedorismo do século XXI.
1
Globalização: qualquer empreendedor, em qualquer parte do mundo, com uma boa ideia e utili-
zando a internet, pode entrar em um mercado de muitas oportunidades, mas também desafios por 
causa do aumento da competição. 
2
Império do software: foram e estão sendo criados softwares e aplicativos para todo tipo de coisa 
que facilita a vida. Então, a opção é se alinhar e contribuir com a cultura digital ou ir no sentido con-
trário, trabalhando com experiência.
3
Economia da experiência: focar em todas as coisas que os computadores não podem fazer, tais 
como empatia, criatividade, afetividade. Então, existem possibilidades para quem souber investir em 
hospitalidade, autenticidade, trabalhos feitos à mão, turismo de experiência, comidas típicas etc. 
4
Formação de identidade: no passado, a sociedade dizia o que você teria que ser, estabelecendo 
coisas diferentes para homens e mulheres. Hoje, existe flexibilidade e liberdade para cada um fazer 
escolhas dentro de uma cesta enorme de possibilidades. Lucram todos os negócios que ajudam 
esse usuário a encontrar o seu lugar e se expressar de maneira criativa.
5
Corpos tecnológicos: há várias indústrias desenvolvendo tecnologias para aprimorar o ser huma-
no, sua saúde e bem-estar. Há muitas pesquisas no campo da genética, com algoritmos que ajudam 
a programar como será o seu bebê e evitar que desenvolva determinadas doenças. O trabalho 
nessa área será muito promissor no futuro. 
7
Millenials: estão no topo da pirâmide, com boas condições financeiras e podem se preocupar com 
coisas como propósito, experiência, autenticidade etc., mas são uma minoria. A grande maioria das 
pessoas, ignorada pelas pesquisas, é formada por pessoas sem recursos, que casaram cedo e têm 
que batalhar muito para sobreviver. Elas não têm emprego, não têm perspectivas. É preciso que a 
sociedade se organize para acolher esse grupo, e o empreendedorismo faz parte disso.
6 Cidadãos engajados: as pessoas não ficam esperando por soluções das instituições públicas, elas mesmas se organizam para resolver os problemas e, muitas vezes, usam as redes sociais para isso. 
Para o século XXI, caracterizado pela velocidade de mudanças constantes em todas 
as áreas, o empreendedorismo tem sido essencial para a resolução de problemas para 
pessoas e sociedade. Ao empreendedor, cabe o exercício de visualizar e pensar de 
maneira diferente a realidade em que vive, usar da criatividade para propor soluções e 
inovações para acompanhar o mundo mutável e também para ser sustentável. 
4. Panorama mundial, brasileiro e regional do empreendedorismo
Uma das pesquisas mais aprofundadas sobre empreendedorismo é a do GEM, que 
emite relatórios anuais sobre a atividade empreendedora e teve início em 1999 com 
Empreendedorimos: Conceitos Iniciais e Contextualização
16
1
ANÁLISE EMPREENDEDORISMO NO MUNDO EM 2016
EMPREENDEDORISMO 
NO MUNDO EM 2016
STATUS
Em 61 economias ao redor do 
mundo, mais de dois terços da 
população acredita que os empre-
endedores são bem considerados 
e têm alto status.
Em 52 economias, quase 70% da 
população acredita que empreende-
dores são bem considerados e têm 
alto status.
OPORTUNIDADE
Em média, 42% dos adultos em 
idade de trabalhar veem boas 
oportunidades para iniciar negócios 
em sua área.
43% da população enxerga boas 
oportunidades para iniciar um negócio 
dentro de 6 meses, ou seja, avalia que 
tem condições de se tornarem empre-
endedores em um prazo de 6 meses.
Quadro 01. Analisando o empreendedorismo globalmente.
uma parceria inicialmente entre a London Business School e o Babson College, abran-
gendo dez países no primeiro ano. A fim de analisar e comparar os índices relacionados 
ao empreendedorismo das nações, nossa análise será com base nos dois últimos rela-
tórios do GEM: o GEM Global Report 2016/ 2017, o qual também chamaremos de pri-
meiro relatório, que tem como base o ano de 2016; e o GEM Global Report 2017/2018, 
o qual chamaremos de segundo relatório, que tem como base os dados do ano de 2017. 
O relatório GEM 2016/2017 tem como objeto de análise a população adulta de 64 paí-
ses, compreendendo a idade de 18 a 64 anos, enquanto o GEM 2017/2018 analisa as 
atividades empreendedoras de 54 países, sob a mesma população adulta, entre 18 a 64 
anos. A população adulta no primeiro relatório representa 69,2% da população mundial 
e 84,9% do PIB mundial, enquanto o segundo relatório apresenta respectivamente os 
percentuais de 67,8% e 86,0%. Observa-se que, embora a quantidade de países tenha 
reduzido na análise do ano de 2017, os percentuais descritos acima encontram-se em 
patamares similares.
Veja alguns outros dados apresentados nos dois relatórios citados: 
País % TEA Classificação/64
Burkina Faso 33,5 1
Equador 31,8 2
Belize 28,8 3
Camarões 27,6 4
Colômbia 27,4 5
Peru 25,1 6
Chile 24,2 7
Líbano 21,2 8
Guatemala 20,1 9
Brasil 19,6 10
Tabela 01. Ranking das dez maiores _ taxa mundial de empreendedorismo em estágio inicial (nascentes e 
novos) em 2016.
FONTE: GEM (2017, traduzido e adaptado) Empreendedores nascentes = até 3 meses 
FONTE: GEM (2017, traduzido e adaptado) GEM (2018, traduzido e adaptado) 
17Empreendedorismo
1
País % TEA Classificação/64
Equador 29,6 1
Guatemala 24,8 2
Peru 24,6 3
Líbano 24,1 4
Chile 23,8 5
Vietnã 23,3 6
Madagascar 21,8 7
Malásia 21,6 8
Reino Unido 5,8 9
Brasil 20,3 10
FONTE: GEM (2018, traduzido e adaptado) Empreendedores nascentes = até 3 meses. Empreendedores novos = até 3,5 anos.
Tabela 02. Ranking das dez maiores _ taxa mundial de empreendedorismo em estágio inicial (nascentes e 
novos) em 2017.
Os dados apresentados nos quadros acima convergem com resultados provenientes de 
um estudo feito no ano de 2016, por uma startup americana, localizada no Texas, a Expert 
Market, que buscou identificar os países mais determinados em praticar empreendedo-
rismo, ou seja, aqueles que, mesmo com as dificuldades, apresentam um alto número de 
negócios criados. O ranking desse estudo aponta o Brasil em 5° lugar e Belize em 6° lugar. 
O destaque para a classificação destes países, que nos chama a atenção, expli-
ca-se pela alternativa que o empreendedorismo fornece a estas populações, como 
umasaída para buscar o desenvolvimento, driblar a necessidade e almejar oportu-
nidades por meio da abertura de novos negócios.
Ano de 2016
Maior TEA — Burkina Faso (África) — TEA: 33,5% 
Menor TEA — Itália (Europa) — TEA: 4,4%
Ano de 2017
Maior TEA — Equador (América do Sul) 29,6% 
Menor TEA — Bulgária TEA: 3,7%
Estes índices causam uma certa estranheza, mas se considerarmos a saturação de um 
ambiente empreendedor começa a fazer sentido. Países como Burkina Faso e Equador 
possuem uma estrada maior a ser percorrida, frente a países como Itália e Bulgária. Progra-
mas governamentais recentes e a população iniciando um engajamento e um novo compor-
tamento na abertura de negócios fazem seus países se destacarem no empreendedorismo, 
lembrando que é o empreendedorismo por necessidade que alavanca estes índices. 
A seguir, apresentamos a taxa de empreendedorismo em estágio inicial (TEA) dos 
países da América Latina que participaram da pesquisa em 2017.
Empreendedorimos: Conceitos Iniciais e Contextualização
18
1
FONTE: GEM (2017, traduzido e adaptado); GEM (2018, traduzido e adaptado) Empreendedores nascentes = até 3 meses. 
Empreendedores novos = até 3,5 anos
Analisando os indicadores relativos ao TEA, chama a atenção o fato de o Equador apre-
sentar os maiores percentuais. De acordo com o relatório Observatório Internacional, 
elaborado pelo Sebrae, ainda que seja datado de 2012, há alguns facilitadores que ex-
plicam estes índices em relação ao Equador: o ambiente econômico propicia uma maior 
promoção do empreendedorismo, lembrando que o empreendedorismo por necessida-
de é o mais frequente; existem programas governamentais que concedem subvenções, 
além de linhas de crédito, principalmente para as empreendedoras do sexo feminino. 
Embora o Equador apresente índices elevados, comparados aos países vizinhos da 
América do Sul, de acordo com o relatório do Sebrae (2012), ainda há uma neces-
sidade de políticas que promovam a atividades empresarial, principalmente aquelas 
inovadoras, que possuem um potencial de crescimento maior. 
A seguir, apresentamos alguns dados relativos a uma análise mais específica do 
Brasil, analisando assim dados provenientes dos relatórios GEM Brasil com base 
nos anos de 2016 e 2017. Estes dados fornecem um panorama do percentual e 
quantidades de empreendedores considerando seus estágios. Os estágios corres-
pondem ao tempo em que o negócio ou empreendimento está em funcionamento. 
Além dos negócios novos, ou seja, aqueles que estão em funcionamento em um 
curto espaço de tempo (período inferior a 3 meses), a análise considera ainda os 
negócios nascentes, aqueles que funcionam há 3 meses, os novos, que funcionam 
entre 3 e 42 meses, e os estabelecidos, que são aqueles empreendimentos que 
funcionam há mais de 42 meses. 
Com base nos dados expostos na TAB. 4 e em análises citadas nos relatórios GEM 
Brasil, nos anos de 2016 e 2017, identificou-se que no ano de 2016, 36% da popu-
lação brasileira, entre 18 e 64 anos, estava envolvida em uma atividade empreen-
dedora, ou seja, a cada 100 brasileiros ou brasileiras adultos nesta faixa etária, 36 
destes estavam envolvidos em atividades relacionadas ao empreendedorismo, tais 
como: criação ou aperfeiçoamento de um novo negócio, ou ainda na manufatura de 
um negócio já estabelecido. No ano de 2017, este índice cresceu, como podemos 
ver na TAB. 4, para 36,4%.
País da América 
Latina
% TEA (GEM 
2016)
%TEA
(GEM 2017)
Classificação/64 
(2016)
Classificaçâo/54 
(2017).
Equador 31,8 29,6 2 1
Peru 25,1 24,6 6 3
Chile 24,2 23,8 7 5
Brasil 19,6 20,3 10 10
Colômbia 27,4 18,7 5 13
Uruguai 14,1 14,7 10 15
Argentina 14,5 6 16 47
Tabela 03. Comparação do ranking da taxa mundial de empreendedorismo em estágio inicial (nascentes e 
novos) nos anos de 2016 e 2017 — Amércia Latina.
19Empreendedorismo
1Assim, podemos concluir, com base nas estimativas efetuadas pelos relatórios 
GEM, que, em 2016, 48.239.059 brasileiros ou brasileiras estavam envolvidos em 
uma atividade empreendedora, e que, em 2017, a população envolvida em ativida-
des empreendedoras foi de 49.332.360.
Estágio Taxa — GEM Brasil 2016
Taxa — GEM 
Brasil 2017
Estimativas GEM 
Brasil 2016 ¹
Estimativas GEM 
Brasil 2017 ²
Iniciais (nascentes e 
novos) _ TEA 19,6 20,3 26.191.876 27.482.078
Nascentes 
(até 3 meses) 6,2 4,4 8.350.471 6.010.858
Novos 
(de 3 a 42 meses) 14,0 16,3 18.793.132 22.093.966
Estabelecidos 
(acima 42 meses) 
_ TEE
16,9 16,5 22.674.916 22.337.649
Total de empreen-
dedores _ TTE 36,0 36,4 48.239.058 49.332.360
FONTE: GEM (2017); GEM (2018)
Percentual de população de 18 a 64 anos.
¹ Estimativas calculadas com base em dados da população brasileira de 18 a 64 anos para o Brasil em 2016: 133,9 milhões.
² Estimativas calculadas a partir de dados da população brasileira de 18 a 64 anos para o Brasil em 2017: 135,4 milhões.
TEA – taxa de empreendedores em estágio inicial (nascentes e novos)
TEE – taxa de empreendedores estabelecidos
TTE – taxa total de empreendedores
Tabela 04. Comparação entre as taxas e estimativas de empreendedorismo segundo estágio do empreen-
dimento no Brasil (anos de 2016 e 2017).
Ainda com base nos dados expostos na TAB. 4, considerando a evolução entre os anos 
de 2016 e 2017, observa-se o aumento da taxa de empreendedores novos cresceu de 
14,0% para 16,3% e o movimento contrário quando compara-se a evolução dos empre-
endedores nascentes, uma vez que o índice sofreu uma redução de 6,2% em 2016 para 
4,4% em 2017. Segundo análise do relatório GEM 2017, a diminuição dos empreende-
dores nascentes supõe que os brasileiros estavam considerando menos a possibilidade 
de adentrar em atividades empreendedoras, hipótese fortemente relacionada a recupe-
ração da economia brasileira em 2017. O relatório GEM ainda associa que a esperança 
por um trabalho formal foi mais forte que a iniciativa em ser empreendedor, principal-
mente naquelas atividades caracterizadas pelo empreendedorismo por necessidade, o 
qual entenderemos mais adiante. Já na análise dos empreendedores novos, segundo 
o GEM (2018, p 9), o aumento entre os dois anos evidencia que os empreendedores 
nesta classificação mantiveram suas atividades empreendedoras; “Os empreendedores 
nascentes, de períodos anteriores, mantiveram suas atividades, tornando-se novos, e 
os empreendedores novos permaneceram com os seus empreendimentos ativos”.
A evolução da taxa de empreendedorismo (2002 a 2017), segundo o estágio de em-
preendimento, da taxa de empreendedores em estágio inicial (nascentes e novos) 
– TEA, da taxa de empreendedores estabelecidos (acima de 42 meses ou 3,5 anos) 
– TEE, e da taxa total de empreendedores – TTE, desse período de tempo estão dis-
postas na Figura 03. 
Empreendedorimos: Conceitos Iniciais e Contextualização
20
1
Com base no relatórios GEM Brasil, comparando os anos de 2016 e 2017, observa-se 
um incremento principalmente na taxa de empreendedores iniciais por oportunidade, 
considerando a população na faixa entre 18 e 64 anos. Em 2016, a taxa da população 
brasileira de empreendedores por oportunidade foi de 11,2%, enquanto a de empre-
endedores por necessidade foi de 8,3%. Já em 2017, a taxa de empreendedores por 
oportunidade evoluiu para 12,1%, enquanto a taxa de empreendedores por necessi-
dade reduziu para 8,1%.
Estes são importantes indicadores que indicam que os brasileiros estão empreenden-
do pois estão percebendo oportunidades de negócios, frente a falta de opções e com-
plementos de renda, situação que caracteriza o empreendedorismo por necessidade. 
FONTE: GEM Brasil (2018) ¹ Percentual da população de 18 a 64 anos.
FONTE: GEM Brasil (2017)
Com base no relatório GEM Executivo 2017, que pergunta aos entrevistados sobre de como eles 
se vêem empreendedores, podemos afirmar que:
Empreendedorismo por Oportunidade: São considerados empreendedores por oportunidade 
aqueles que, quando indagados na entrevista, afirmam ter iniciado o negócio principalmente 
pelo fato de terempercebido uma oportunidade no ambiente.
Empreendedorismo por Necessidade: Ao contrário, o empreendedor por necessidade é 
aquele que afirma ter iniciado o negócio pela ausência de alternativas para a geração de 
ocupação e renda.
Figura 03. Taxas¹ de empreendedorismo segundo estágio do empreendimento – TEA, TEE, TTE – Brasil 
– 2002 a 2017.
21Empreendedorismo
1
GLOSSÁRIO
GLOSSÁRIO
5. EMPREENDER E EMPREENDEDOR
Empreender é um verbo e, portanto, denomina uma ação. 
O ato de empreender nasce com a curiosidade humana e é desenvolvido pela evolução 
das necessidades, que, impondo uma nova realidade de vida, geram ações de mudanças.
Para Dolabela (2012), empreender é uma manifestação da liberdade humana. 
Empreender é o ato de decidir, tentar, por em execução, realizar tarefa difícil e trabalhosa 
(DICIO, 2017).
Neste contexto, empreender é natural à evolução do ser humano, pois, desde criança, 
impulsionado por esta curiosidade, ou desde o começo da sua existência, o homem 
está buscando soluções, desenvolvendo ou alterando algo que necessita para facilitar 
ou entreter a vida. 
Ao longo do tempo e com a evolução crescente das necessidades, ocorreu o momento 
da mecanização e os processos industriais mudaram e foram se tornando mais comple-
xos, conduzindo a evolução tecnológica. Estes fatos levaram à necessidade de obten-
ção de maior produtividade e qualidade, então o conceito de empreendedor foi amplia-
do e aprofundado. Por algum tempo, entendia-se como empreendedor apenas aquele 
que abria uma empresa e procurava produzir bens e serviços para obter resultados e 
era confundido com o administrador. 
Com a globalização, passamos por mudanças constantes, principalmente na parte tec-
nológica, aumentando assim a competitividade que impulsiona a necessidade de am-
pliar o conceito de empreender.
O empreendedor é “alguém que concebe, desenvolve e realiza visões” (FILION, 1991, p. 64).
É um agente de mudanças, que imagina e desenvolve novas ideias e que pensa em mudar 
tudo o que existe. É otimista, planeja e estabelece objetivos, calcula os riscos e persegue o 
alvo, pois é motivado a desafios. Coloca suas visões em prática e faz com que se tonem reais. 
Tem iniciativa e possui atitudes e comportamentos que fazem com que seja criativo. Busca 
constantemente informações, percebe e aproveita oportunidades, faz uma rede de relações, 
administra recursos com eficiência, preocupa-se com a qualidade de produtos e serviços e 
tem satisfação em atender a necessidade do mercado e ser sustentável. 
Pinchot, na década de 1980, colabora com a ampliação do conceito de que o empreen-
dedor não é só aquele que abre um negócio, mas também aquele que trabalha dentro 
de uma organização, voltado para inovações e mudanças. Surge então o termo intra-
empreendedor, ou empreendedor corporativo.
Empreendedorimos: Conceitos Iniciais e Contextualização
22
1
GLOSSÁRIO
Você já deve ter ouvido alguém questionar se o empreendedor é fruto de herança gené-
tica. Esta é uma questão discutível, pois há várias concepções entre autores, pesquisa-
dores e estudiosos. Veja algumas linhas de raciocínio:
Todos nascemos 
empreendedores e é possível 
libertar esse potencial. 
Empreendedor é fruto do 
meio onde vive. Um ambiente 
empreendedor pode motivar uma 
pessoa a empreender. 
Empreendedores já na
scem com 
algumas característica
s, como o desejo 
de abrir um negócio, d
e realização, 
assumir riscos etc. 
Empreendedor não é nato, mas 
resultado de trabalho, comportamento, 
atitude, habilidade e aprendizagem.
Há uma convergência de ideias de que ser empreendedor depende de inúmeros fato-
res, entretanto, alguns nascem com caraterísticas e habilidades que quando bem de-
senvolvidas são favoráveis a empreender. É possível, então, que uma pessoa aprenda 
a ser empreendedora. Na aprendizagem empreendedora, as pessoas aprendem com 
a prática, com suas próprias experiências e com as dos outros, desenvolvem seus 
próprios conceitos, que são propagados e aprendidos por outros, em virtude de terem 
obtido êxito, e também aprendem com os insucessos. 
Para aprender a ser empreendedor, é necessário desenvolver a capacidade de ob-
servação e curiosidade, estar atento às necessidades humanas, aberto a mudanças, 
disposto a pensar diferente ou “fora da caixa”, em fazer algo novo etc.
O intraempreendedor é um colaborador da empresa que inova, identifica e cria oportunidades 
de negócios, monta e coordena novas combinações ou arranjos de recursos para agregar 
valor (WUNDERER, 2001 apud HASHIMOTO, 2012).
23Empreendedorismo
1
GLOSSÁRIO
REFLITA
6. PERFIL DO EMPREENDEDOR
Existem diversos estudos que analisaram o comportamento do empreendedor e que 
procuraram traçar um perfil ideal, formando um conjunto de características distintivas e 
competências que fazem com que tenha sucesso.
Mas, será que existe um perfil ideal de empreendedor que faz com que tenha sucesso?
Perfil é um conjunto de características ou competências necessárias ao desempenho de uma 
atividade. Entende-se por competência um conjunto de qualificações de uma pessoa para a 
execução de um trabalho.
Alguns professores e pesquisadores do Babson College afirmaram que não há evidên-
cias de que empreendedores possuam um conjunto especial de características de per-
sonalidade que os distingue do restante das pessoas, mas algumas pesquisas, mesmo 
sem comprovação científica, identificaram quatro características principais que pode-
riam ser atribuídas aos empreendedores:
 ` um forte desejo de realização;
 ` um sentido inato de ter a capacidade de influenciar eventos;
 ` a tendência de assumir riscos; e
 ` uma tolerância para a incerteza. 
Nas duas últimas décadas, os pesquisadores se preocuparam em verificar como os 
empreendedores pensam e agem e descobriram que existem padrões de como eles 
pensam. Isso significa que, com a prática, todo ser humano tem uma capacidade de 
agir e pensar de forma empreendedora e de mudar a forma como pensa (NECK; NECK; 
MURRAY, 2018).
Outra visão vem da pesquisadora Saras Sarasvathy (professora da Darden School of 
Business, da Virginia University) que, em 2001, efetuou um estudo científico, desco-
brindo padrões de pensamento e adicionou uma nova dimensão para a compreensão 
da mentalidade empreendedora, a effectuation, que pode ser traduzida para efetuação, 
ou o ato de realizar as coisas. Para a pesquisadora, o empreendedor eficaz se con-
centra em primeiramente criar, ou melhor, cocricar o futuro com uma ideia genérica do 
que pretende fazer e utilizar os recursos disponíveis para se relacionar com os vários 
stakeholders (partes interessadas que de alguma forma participam: clientes, parceiros, 
governo etc.) e colocar em prática. Vai aprendendo com o fracasso e, se necessário, 
ajusta o curso de ação. Esta ideia surge em oposição à de que o primeiro passo para 
empreender é fazer um plano de negócios, estabelecer os objetivos, depois buscar e 
aproveitar as oportunidades para alcançar os objetivos traçados. 
Empreendedorimos: Conceitos Iniciais e Contextualização
24
1 A teoria defendida por Sarasvathy, resposta de seus estudos, é o “aprender fazen-
do” na base da tentativa de acertos e aprendendo com os erros (HISRICH; PETER; 
SHEPHERD, 2014; PINHO, 2017).
Se você quer abrir uma loja de roupas femi ninas, teria 
duas opções para fazer:
Elaborar pesquisa de mercado, ver o público--alvo, fa-
zer planejamento prévio de que objetivos quer alcançar 
e as estratégias que vai usar.
Oferecer roupas para pessoas próximas e colegas de 
trabalho e ir percebendo se seria uma boa opção. Se 
as vendas e o retorno forem favoráveis, é um indica-
tivo que você pode tomar mais um passo e alugar ou 
comprar um local para estabelecer a loja. Caso con-
trário, deve mudar de ideia e, neste caso, a perda de 
recursos futuros, tais como dinheiro e tempo, assim 
como energia, seriam evitados. 
Na primeira alternativa, inicia-se um negócio com um objetivo traçado previamente, utili-
zam-se ações de marketing (analisar asoportunidades de longo prazo, escolher o clien-
te-alvo, a segmentação de mercado, elaborar estratégias etc.) e buscam-se os meios 
para alcançar este objetivo. Esta escolha despende grande tempo e energia até que 
vire realidade e pode não assegurar o sucesso almejado. A segunda opção é baseada 
na teoria da efetuação, que aborda o aprendizado do empreendedor com a prática, com 
tentativa de erro e acertos, ajustando rapidamente o curso de ação para obter sucesso.
Por outro lado, o psicólogo David McClelland, nas décadas de 1960 e 1970, fez vários 
estudos, pesquisas e experimentos em sua empresa de consultoria e com o apoio do 
governo americano. Para McClelland (1972), não havia relação entre herança genética 
e empreendedor, mas sim entre este e o meio ambiente. O estudo resultou em dez 
características de comportamento do empreendedor de sucesso, que foram agrupadas 
em três categorias de competências: realização, poder e planejamento. 
REFLITA
“O processo de efetuação inicia com o que tem (quem são, o que conhecem e quem conhe-
cem) e seleciona entre os possíveis resultados” (HISRICH; PETER; SHEPHERD, 2014, p. 9).
Veja, na Tabela 08, esta classificação: 
Tabela 05. Características comportamentais empreendedoras.
REALIZAÇÃO PODER PLANEJAMENTO
Busca de oportunidade e iniciativa Independência e autoconfiança Busca de informações
Persistência Persuasão e rede de contatos Estabelecimento de metas
Correr riscos calculados --------- Planejamento e monitoramento sistemáticos
25Empreendedorismo
1
Veja um detalhamento das características comportamentais empreendedoras segundo os 
estudos de McClelland (1972) nas três competências: realização, poder e planejamento:
FONTE: McClelland (1972, adaptado)
REALIZAÇÃO PODER PLANEJAMENTO
Exigência de qualidade e eficiência --------- ---------
Comprometimento --------- ---------
REALIZAÇÃO
BUSCA DE OPORTUNIDADES E INICIATIVA
 
É procurar e aproveitar todas as oportunidades de negócio, na criação e expansão, novas áreas, produtos 
e/ou serviços. Iniciativa é a capacidade de se antecipar, ser proativo quanto às situações, apresentando 
soluções para problemas atuais e principalmente futuros e ter coragem para enfrentar o desconhecido, 
agir antes de ser forçado pelas circunstâncias.
PERSISTÊNCIA
 
Perseverar, não desistir, agir repetidamente ou efetuar mudança de estratégia para superar os obstáculos 
e se esforçar para atingir os objetivos e obter sucesso.
CORRER RISCOS CALCULADOS
 
Procurar as alternativas de solução de problemas, compará-las, avaliá-las e optar por aquelas que com 
desafios moderados reduzem os riscos e têm boas chances de sucesso, sem colocar tudo a perder.
EXIGÊNCIA DE QUALIDADE E EFICIÊNCIA
 
Ser rigoroso e exigente com o negócio, produtos e serviços que oferta, fazer melhor e mais rápido, cum-
prindo prazos e padrões, de maneira que atendam ou até excedam a expectativa do cliente e também 
usar bem os recursos que tem, otimizando-os, ou fazer mais com menos, reduzindo custos, tempo etc.
COMPROMETIMENTO
 
Significa empenho pessoal, engajamento e responsabilidade sobre sucesso e fracasso, atuação em con-
junto com a equipe para alcançar os resultados e priorização do relacionamento com os clientes ao invés 
das necessidades de curto prazo.
FONTE: McClelland (1972, adaptado)
Figura 04. Parte 1 - Detalhamento das características comportamentais empreendedoras.
PODER
INDEPENDÊNCIA E AUTOCONFIANÇA
É ter autonomia para agir e estar sempre confiante no sucesso das decisões e na sua capacidade, é ser 
otimista e determinado.
PERSUASÃO E REDE DE CONTATOS
Usar de estratégia para influenciar e persuadir pessoas, constituir uma rede de relações com pes-
soas-chave, que possam apoiar e auxiliar no atingimento dos objetivos.
Figura 05. Parte 2 - Detalhamento das características comportamentais empreendedoras
Empreendedorimos: Conceitos Iniciais e Contextualização
26
1 PLANEJAMENTO
BUSCA DE INFORMAÇÕES
Investigar e estar em constante atualização de dados e informações sobre o mercado, clientes, forne-
cedores, concorrentes e sobre o negócio em que atua. Também procurar orientação de especialistas e 
órgãos de apoio para tomada de decisão.
ESTABELECIMENTO DE METAS
Estipular objetivos e metas que sejam desafiadores, de curto e longo prazo, que sejam claros, 
específicos, mensuráveis e com indicadores de resultado. Registrar tudo o que se quer fazer e 
alcançar. Esta é a principal característica e o motor de empreendedores.
FONTE: McClelland (1972, adaptado)
Estes estudos foram e estão sendo usados pela ONU e muitos países, entre eles o Brasil, 
para treinamento de quem quer ser empreendedor. O Sebrae tem ofertado o curso Em-
pretec, que ensina como desenvolver as dez características comportamentais empreen-
dedoras dos estudos de McClelland. 
Vários autores fazem uma lista das principais características e competências que um 
empreendedor deve possuir para obter sucesso. Estas competências são importantes 
para quem deseja ser empreendedor e estão presentes em maior ou menor proporção 
em cada pessoa, de acordo com a sua trajetória de vida e nível cultural.
COMPETÊNCIA ATITUDE OU COMPORTAMENTO
Compromisso e determinação
Tenacidade e decisão, capaz de se comprometer rapidamente; intensamente 
competitivo para atingir metas; persistente na resolução de problemas, disci-
plinado; disposto a assumir sacrifícios pessoais; imerso na missão.
Coragem Força moral; experimento destemido; não tem medo de conflitos, fracassos; intensa curiosidade ao enfrentar riscos.
Liderança
Habilidades de liderança para se auto-gerenciar, influenciar pessoas 
(clientes, profissionais parceiros e funcionários), planejamento, estra-
tégia; com a finalidade de alcançar objetivos e resultados que possa 
perpetuar a empresa.
Obsessão pela oportunidade
Automotivado; altos padrões, mas sem ser perfeccionista; criador de equipes 
e gerador de heróis; inspira outras pessoas; trata os outros como gostaria de 
ser tratado; compartilha a riqueza com todas as pessoas que ajudaram a cri-
á-la; honesto e confiável; constrói confiança; pratica a integridade; não é um 
lobo solitário; excelente aprendiz e professor; paciente e insistente.
Tolerância ao risco, à ambigui-
dade e à incerteza
Assume riscos calculados; minimiza o risco; compartilha o risco; admi-
nistra paradoxos e contradições; tolera a incerteza e a ausência de es-
trutura; tolera o estresse e o conflito.
Criatividade, autossuficiência e 
adaptabilidade
Pensador lateral, não convencional, de mente aberta; impaciente com 
o status quo; capaz de se adaptar e mudar; criatividade para resolver 
problemas; aprende rápido; não tem medo do fracasso; capaz de con-
ceitualizar e “entender os detalhes”.
Motivação para se destacar
Voltado para metas e resultados; objetivos altos, mais realistas; dinamis-
mo para realizar e crescer; baixa necessidade de status e poder; apoio 
interpessoal (versus competição); consciente dos pontos fracos e dos 
pontos fortes; tem perspectiva e senso de humor.
Tabela 06. Competências do empreendedor.
 FONTE: Dornelas (2010, adaptado)
27Empreendedorismo
1
REFLITA
Depois de vários estudos, vem um questionamento: 
Será que estas características e competências estão presentes nos empreendedores 
brasileiros?
7. PERFIL DO EMPREENDEDOR BRASILEIRO
A Endeavor, que é uma organização global sem fins lucrativos com a missão de multiplicar 
o poder de transformação do empreendedor, efetuou uma pesquisa no Brasil, em 2014, 
com 3.917 entrevistas on-line, em 14 cidades brasileiras, 33 entrevistas com empreende-
dores e 2 especialistas, para procurar entender a cultura empreendedora brasileira. 
Veja as principais conclusões que o estudo trouxe:
Otimismo: espera sempre o melhor e acredita que tudo 
vai dar certo.
Autoconfiança: acredita em si mesmo, nas suas ideias 
e decisões.
Coragem para aceitar riscos: faz o possível para reduzir 
os riscos, mas considera correr risco algo que dá energia 
e faz crescer. O sonho de realizar é maior que o medo de 
fracasso eeste é considerado como aprendizagem.
Desejo de ser protagonista: grande vontade de ser re-
conhecido, conduzir a própria vida e ser pleno.
Resiliência e persistência: acredita no potencial do so-
nho, luta e não desiste.
Cinco aspectos comuns e indispensáveis do empreendedor brasileiro
A pesquisa também evidenciou um detalhamento dos perfis do empreendedor e encontrou:
Nato: tem alma de empreendedor, busca realizar seus sonhos, procura empreender sempre.
Meu jeito: quer fazer as coisas do jeito que acredita que devem ser e quer ser reconhecido por isso. 
Situacionista: é levado a empreender por circunstâncias, oportunidade “caiu no colo”, grande insa-
tisfação com o mercado atual, recebeu convite (em geral, a maioria feminina). 
Herdeiro: incentivado a ser empreendedor, cresceu próximo a um modelo empreendedor e foi 
incentivado a seguir este caminho.
Idealista: quer mudar o mundo. Empreender é uma forma de garantir seus valores e ideais. A mo-
tivação principal é contribuir, fazer a sua parte. 
Busca do milhão: empreender para conquistar fortuna, o maior foco é o lucro.
Empreendedorimos: Conceitos Iniciais e Contextualização
28
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27% Busca do milhão
21% Nato
17% Meu Jeito
13% Idealista
13% Herdeiro
9% Situacionista
Base: Empreendedores
Figura 06. Perfis: empreendedores x total dos entrevistados.
A seguir, são apresentados os percentuais do total dos entrevistados Brasil (geral) e apenas 
dos empreendedores.
PERFIL EMPREENDEDOR BRASIL – GERAL
31% Situacionista
25% Busca do milhão
14% Meu jeito
12% Idealista
12% Nato
7% Herdeiro
Base: Total
No Brasil, temos muitos empreendedores de sucesso: Robson Shiba (China in Box), Ricar-
do Sayon (Rihappy), Romero Rodrigues (Buscapé), Luiza Trajano (Magazine Luiza), Jorge 
Paulo Lemann (3 G Capital, Ambev, entre outras), Alexandre Costa (Cacau Show). 
Estes estudos existentes, sobre o perfil dos empreendedores, vêm colaborar para a ava-
liação e desenvolvimento deste importante agente de mudanças que contribui de maneira 
significativa nos aspectos socioeconômicos do país. Para aquele que quer ser empreen-
dedor, servem como orientação pois indicam características que devem ser observadas e 
desenvolvidas para a maior probabilidade de obter sucesso. 
8. Verdades sobre o Empreendedor
Na leitura desta Unidade, ao nos depararmos com 
as características do perfil do empreendedor, po-
demos ficar desanimados, caso não apresentemos 
alguma delas. Uma abordagem bem interessante é 
explorada pelo autores Heidi M. Neck, Christopher 
P. Neck e Emma L. Murray, no livro Entrepreneur-
ship: the practice and mindset (2018). Na obra, eles 
apresentam verdades sobre o empreendedorismo 
que animam aqueles que querem embarcar neste 
mundo. Analisando as verdades, fica claro que não 
há uma leitura determinista sobre o perfil do em-
preendedor, mas sim, atitudes que podem ser tra-
balhadas e desenvolvidas. Ainda, estas verdades 
remetem ao cenário atual e a concepção do que se 
pensa fortemente sobre o empreendedorismo. 
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29Empreendedorismo
1Estas verdades quebram estereótipos, como: 
 ` De que o empreendedor não pode conversar com concorrentes; 
 ` De que o empreendedorismo não pode ser ensinado nas salas de aula;
 ` De que é considerado empreendedor apenas aquele que abre um novo negócio; 
 ` De que os empreendedores são tomadores de riscos a todo momento e ao extremo; 
 ` De que os empreendedores são tomadores de riscos a todo momento e ao extremo; 
 ` De que o planejamento é uma prática constante e conduzido de forma sistemática na vida 
dos empreendedores;
 ` De que os empreendedores têm traços de personalidade.
1
Empreendedorismo 
não é exclusivo 
para startups. 
Empreendedores 
não têm traços 
especiais de 
personalidade.
Empreendedores 
não são agentes de 
riscos extremos. 
Empreendedores 
colaboram mais do 
que competem. 
Empresários 
agem mais do 
que planejam.
Empreendedorismo 
é uma habilidade 
de vida. 
Empreendedores 
podem ser ensinados 
é um método que 
requer prática.
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7
Na Figura 06 e no detalhamento sobre cada verdade apresentados a seguir, temos a ideia 
de como o empreendedor deve agir no cenário contemporâneo segundo Neck et al. (2018).
Figura 07. As 7 verdades sobre o empreendedorismo
Empreendedorimos: Conceitos Iniciais e Contextualização
30
1 Vamos analisar mais detalhadamente sobre o que se refere cada uma dessas verdades:
Esta verdade trata da desmitificação de que o empreendedorismo é alusivo somente ao univer-
so das startups, e que considera-se somente o indivíduo como empreendedor aquele que está 
inserido neste meio. 
Assim como a quantidade de negócios considerados startups vem aumentando, a quanti-
dade de publicações acerca do tema também tem apresentando um crescimento. Nestas 
publicações, é natural a correlação com conceitos de empreendedorismo e inovação, o que 
muitas vezes podemos achar que é a única associação que pode existir: empreendedorismo 
e startups. De acordo com Neck et al. (2018), a atuação dos empreendedores é bem mais 
ampla do que o limite para startups. Segundo os autores, os empreendedores podem estar 
nas empresas, de qualquer porte ou de qualquer ramo (e não necessariamente aquelas cor-
relacionadas à tecnologia), nas empresas familiares, nas franquias, nas organizações com ou 
sem fins lucrativos e ainda nos negócios sociais.
Podemos assim cravar que o empreendedor não está limitado ao universo das startups.
Verdade N° 1: Empreendedorismo não é exclusivo para Startups
Verdade n° 2: Empreendedores não têm um conjunto especial de traços de personalidade
Verdade n° 3: o empreendedor pode ser ensinado (é um método que requer prática)
Havia uma tendência no campo científico em estudar os traços acerca do comportamento do 
empreendedor. Nas últimas décadas, segundo Neck et al. (2018), esta tendência foi sendo 
substituída à medida que padrões de como os empreendedores pensam ou agem foram sendo 
identificados. Um desses padrões, por exemplo, foi identificado nos estudos da pesquisadora 
Saras Sarasvathy e apresentados por Neck et al. (2018), que concluiu que o empreendedor 
tem a visão do futuro como algo imprevisível e controlável. Esta característica não seria uma 
regra efetiva ao comportamento empreendedor, mas sim uma característica relacionada a um 
estudo de análise de padrões. Portanto, absolutamente não é verdade o fato de pensarmos 
que os empreendedores têm um conjunto específico de traços ou características cravadas. 
Imaginem se todos os empreendedores pensassem exatamente igual. Não é possível. Que 
bom que somos diferentes!
Não pensem que o empreendedorismo não pode seguir o caminho da educação formal. 
Muito pelo contrário. Cada vez mais as instituições de ensino superior e até mesmo do ensino 
fundamental e médio, ofertam em suas matrizes curriculares disciplinas de empreendedoris-
mo. O empreendedorismo neste contexto não é uma fórmula mágica, em que o aluno ao final 
da disciplina é formado um empreendedor. Seria muito bom se fosse assim! O que acontece 
é que as disciplinas de empreendedorismo funcionam para ensinar a aplicação de métodos. 
São abordados passos e etapas que, quando seguidas, permitem um entendimento maior 
sobre todo o processo de empreendedorismo. Conhecer o cliente, validar o produto, entender 
a proposta de valor, identificar os recursos são ações que fazem parte de um método. E saber 
sobre tudo isso é muito válido, pois são meios utilizados por empreendedores e que ajudam os 
alunos a entenderem a problemática na busca de soluções para determinados cenários. Entre 
esses métodos, encontram-se o Business Model Canvas, Design Thinking, Design Sprint e o 
Mapa da Proposta de Valor, que fomentam o pensar por meio do empreendedorismo.
31Empreendedorismo
1Verdade n° 4: empreendedores não são agentes de riscos extremos
Verdade n° 5: empreendedores colaboram mais do que competem
Verdade n° 6: empreendedores agem mais do que planejamVerdade n°7: empreendedorismo é uma opção de vida 
De acordo com Neck et al. (2018), o risco é muito relativo. Não se pode associar de forma obri-
gatória o risco extremo ao perfil do empreendedor. “Na verdade, a maioria dos empreendedores 
é tomador de risco muito calculado e avalia que está disposto a perder a cada passo dado” 
(NECK, 2018).
Observa-se nos eventos de fomento ao empreendedorismo e inovação, como promoções 
de ecossistemas, espaços de inovação, coworking e fóruns de discussões, um ambiente 
diversificado quanto à participação de diferentes profissionais. A interdisciplinaridade tem sido 
promovida justamente para provocar a inovação. Assim, podemos observar, nestes eventos, 
um processo de colaboratividade, um grande compartilhamento de informações que ocorre 
mesmo em empresas do mesmo ramo. 
De acordo com Neck et al. (2018), os empreendedores recorrem à experiência compartilha-
da e desejam aprender com outros que enfrentam ou enfrentaram desafios semelhantes. 
Um exemplo que elucida a colaboração entre empreendedores é o processo de colaboração 
entre dois gênios: Bill Gates e Steve Jobs. Bill Gates colaborou com Steve Jobs na concepção 
do Apple Mac. 
Portanto, a verdade n° 5 tem sido praticada!
O planejamento é uma ação importante em uma atividade profissional, principalmente quando 
se propõe uma mudança. Acontece que a forma do planejamento tem sido demandada de 
forma diferente. No caso do empreendedor, é necessário evidenciar efetivamente o que o seu 
produto/ideia vem solucionar, pois investidores e a sociedade em geral querem entender de 
forma rápida como funciona tal produto, além de entender como os clientes lidam com o produ-
to. Muitas vezes, um planejamento formal leva muito tempo e o timing da ideia pode ficar pelo 
caminho. A dinâmica deve ser muito mais rápida. 
Adotando essa perspectiva, Eric Ries, em seu livro A Startup enxuta, defende a utilização do 
MVP (do inglês, Minimum Viable Product e adotado em português como produto mínimo viá-
vel), a fim de testar rapidamente o mercado. É uma alternativa, pois, se optássemos por montar 
um produto novo após um processo de planejamento tradicional, provavelmente não consegui-
ríamos testar o produto em tempo (RIES, 2018). 
Os empreendedores em geral têm este perfil de fomentar que os processos aconteçam, a fim 
de que seu respectivo produto/serviço/ideia/ mudança de cenário seja logo colocado à prova. 
Com a adesão ao MVP, “agir mais do que planejar” tem se tornando cada vez mais real.
Esta verdade está diretamente relacionada ao fato de que o empreendedor não deve estar 
limitado somente à abertura de um novo negócio/produto. 
Neck et al. (2018) endossam esta verdade, ao descreverem que instituições e indivíduos 
estão percebendo o empreendedorismo como algo que ajuda as pessoas a lidarem com um 
Empreendedorimos: Conceitos Iniciais e Contextualização
32
1
9. HABILIDADES PARA A PRÁTICA DO EMPREENDEDORISMO
Na mesma linha da abordagem sobre as verdades a respeito do empreendedorismo, 
analisamos as habilidades para a prática dele, as quais estão relacionadas ao compor-
tamento e ao modo agir dos empreendedores, principalmente no cenário atual. 
Estas práticas são como fatores que potencializam o empreendedorismo, uma vez que 
apoiam o empreendedor a experimentar o que está se desejando empreender, a lan-
çar-se a utilizar jogos, desafios e novas metodologias (como o design sprint, Canvas, 
design thinking, proposta de valor). 
Habilidade de 
Brincar/Jogar
Habilidade da 
Experimentação
Habilidade da 
Criatividade
Habilidade da 
Empatia
FONTE: Neck et al. (2018, adaptado)
futuro incerto, uma vez que fornece métodos para pensar, agir, identificar oportunidades, 
abordar problemas de uma maneira específica, adaptar-se a novas condições, e assumir o 
controle das suas ações e ambições. 
Ainda, esta verdade está ligada muito ao comportamento empreendedor que pode ser apli-
cado em diferentes campos.
HABILIDADE DE BRINCAR/JOGAR
Esta habilidade funciona como um mecanismo que 
potencializa o empreendedorismo e a inovação. A 
ação lúdica, que remete a uma brincadeira tende 
a consolidar o processo de aprendizado sobre os 
temas de empreendedorismo e inovação, além de 
potencializar a criatividade, interação, surgimento de 
ideias e aprendizado por tentativa e erro. 
Para Neck et al. (2018), a habilidade de jogar libera 
a imaginação, abrindo as mentes para uma riqueza 
de oportunidades e possibilidades para impulsionar 
o empreendedorismo e a inovação.
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Habilidade da 
Reflexão
33Empreendedorismo
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A habilidade para promover a experimentação é me-
lhor descrita em como agir para empreender (NECK 
et al. 2018)
Esta habilidade remete a empreender a experimen-
tação. Se você almeja lançar um produto, você deve 
proporcionar a interação deste produto com o cliente 
desejado, a fim deste contribuir com insights sobre 
ele. Neck et al. (2018) reforçam a necessidade de 
fazer perguntas, validar suposições, a fim de esgo-
tar o entendimento de como os clientes interagem 
com o seu produto. 
Esta é uma habilidade que estreita com o perfil do empreendedorismo, uma vez que o empre-
endedor não deve estar limitado a pesquisas de opinião, mas sim ir a campo e entender como 
o cliente consome seu produto. Assim, esta ação fornecerá subsídios para o aprendizado em 
relação a sua ideia ou produto.
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HABILIDADE DA EXPERIMENTAÇÃO
HABILIDADE DA CRIATIVIDADE
HABILIDADE DA EMPATIA
A habilidade da criatividade remete a aber-
tura para o mundo, a fim de desencadear 
a capacidade de criação, identificação de 
oportunidades e solução de problemas. 
Neck et al. (2018) relacionam a criativida-
de como algo que fomenta principalmente a 
criação de oportunidades, ao invés de des-
cobri-las ou procurá-las. 
O grau correspondente à habilidade da criati-
vidade também está relacionado a princípios 
como: quantidade de recursos disponíveis para execução, capacidade de colaborar ao 
invés de competir, esforço para construir relacionamentos, entre outros.
A habilidade da empatia é se colocar no lugar do 
outro. Compreende a ação de entender e empreen-
der a leitura das emoções, intenções, pensamentos 
e necessidades das outras pessoas. Assim, a empa-
tia permite o entendimento sobre o que as pessoas 
estão passando e, por isso, esta habilidade auxilia 
muito na prática do empreendedorismo.
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Empreendedorimos: Conceitos Iniciais e Contextualização
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10. EMPREENDEDORISMO SOCIAL
Antes de apresentarmos o conceito sobre o empreendedorismo social, podemos 
tomar como base a contextualização de Silva, Moura e Junqueira (2015), os quais 
descrevem que, devido à variedade de problemas sociais, esforços são exigidos da 
sociedade na busca de soluções para estes problemas.
A grande questão, segundo os autores, é que vencer a adversidade dos problemas sociais 
não é simplesmente criar práticas pontuais para aqueles que necessitam possam passar 
a ser consumidores, mas sim criar condições para a emancipação e o desenvolvimento 
humano, tais como: proporcionar educação, formação, saúde, lazer e cultura. Desta for-
ma, a criação destas políticas públicas convergem com as necessidades da população, e 
facilitam o acesso dos mais carentes que se encontram à margem da sociedade. 
Neste contexto, na busca das soluções, há uma nova configuração, uma vez que 
o Estado (esfera pública) não é o único solucionador dos problemas sociais, mas 
também a esfera privada. 
Além disso há uma nova onda, visto que os problemas ultrapassam as possibilida-
des da esfera pública ou privada atuarem com efetividade, por mais eficientes que 
sejam, devido à complexidade e quantidade das questões sociais. 
Silva, Moura e Junqueira (2015) descrevem que novos tipos de organizações estão sur-
gindo, bem como novas formas de conhecimento e gestão estão sendo demandados e 
direcionados às questões sociais. Abre-se, assim, uma nova perspectiva noenfrentamen-
to dos problemas sociais, seja pelo empreendedorismo social ou por outras formas que 
assumam as organizações da sociedade civil (SILVA; MOURA; JUNQUEIRA, 2015).
HABILIDADE DA REFLEXÃO
A habilidade da reflexão impulsiona todas 
as outras habilidades. Consiste no mo-
mento de pensar sobre o que você, como 
empreendedor, tem desenvolvido por meio 
da empatia, do brincar, da criatividade e 
experimentação. De acordo com Neck et 
al. (2018), a reflexão fomenta o sentimento 
de desconforto, ajudando a análise crítica 
do próprio sentimento, contribuindo para a 
ação do autoconhecimento. Desta maneira, 
este processo de reflexão favorece a identi-
ficação de novas perspectivas, assim como 
a avaliação de resultados.
GLOSSÁRIO
O empreendedorismo social é aquele que utiliza a iniciativa em empreendimentos cujos efeitos 
ou mudanças desejadas buscam provocar um elevado impacto social onde atuam, permitindo 
que o ser humano se desenvolva e tenha melhores condições para viver.
35Empreendedorismo
1Neste contexto, buscamos alguns exemplos de negócios sociais desenvolvidos na acele-
radora Estação Hack, programa desenvolvido pelo Facebook e pela Artemisia, que poten-
cializa empreendedores que querem gerar mudanças em nossa sociedade (ESTAÇÃO 
HACK, 2018). São negócios direcionados ao empreendedorismo e inovação social, que 
vêm de alguma forma apresentar soluções de impacto social.
O objetivo com a apresentação desses exemplos é mostrar negócios que propõem resolver 
questões e problemáticas sociais, com uma independência da esfera pública e também da 
esfera privada (quando esta empreende suas ações de forma unilateral). Podemos dizer 
que estes negócios sociais estão muito perto da realidade e dos problemas sociais e pro-
põem soluções para a sociedade passando por temas como: empoderamento, empregabi-
lidade, engajamento cívico, educação, saúde e apoio aos microempreendedores.
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EMPREGABILIDADE
Organização Kunla Social (www.kunla.social): a ideia desta organi-
zação é oportunizar uma alternativa de renda às mães de regiões 
periféricas, que por terem filhos, não conseguem inserção no mer-
cado de trabalho. “Pensando nisso, a equipe da Kunla criou uma 
plataforma para que mulheres possam trabalhar de maneira autô-
noma em suas comunidades e gerar a própria renda por meio da 
atividade de recrutamento e seleção de profissionais” (ESTAÇÃO 
HACK, 2018).
EMPREGABILIDADE
Outro negócio social que atua a favor da empregabilidade é a EGA-
LITÊ, a qual facilita o processo de inclusão no mercado de trabalho 
de pessoas com deficiência. 
“A plataforma online ajuda empresas no recrutamento e colabora 
para que pessoas com deficiência tenham a oportunidade de de-
monstrar o próprio potencial e encontrar a vaga certa” (ESTAÇÃO 
HACK, 2018).
ENGAJAMENTO CÍVICO
A Muove Brasil propõe o fornecimento de subsídios e evidências 
para que os gestores públicos municipais possam tomar deci-
sões assertivas quanto à aplicação de recursos nos municípios. 
“Com esses objetivos, a Muove Brasil desenvolveu uma plata-
forma fechada para apoiar a tomada de decisão de gestores 
públicos e criou uma área aberta que funciona como um meca-
nismo de transparência, permitindo maior controle da socieda-
de civil”(ESTAÇÃO HACK, 2018).
Empreendedorimos: Conceitos Iniciais e Contextualização
36
1 EDUCAÇÃO
O site Redação Online visa auxiliar a dificuldade dos alunos em 
redigir uma boa redação. A fonte de receita consiste na compra 
de créditos, que dão direito às correções das redações. 
“Uma boa redação pode ser o ‘passaporte’ para universidades e 
vagas de emprego. Pensando nisso, a Redação Online desen-
volveu uma solução que viabiliza correções de redações prepa-
ratórias para ENEM, Vestibulares e Concursos, com qualidade e 
em escala nacional, comentários detalhados e chat com profes-
sores/corretores. O serviço atende 32 mil alunos, sendo 35% de 
escolas públicas” (ESTAÇÃO HACK, 2018).
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SERVIÇOS FINANCEIROS
O objetivo do Smart Síndico é auxiliar na gestão de condomí-
nios populares, oferecendo ferramentas de apoio aos síndicos 
e condôminos. 
“Ajudar síndicos e moradores de condomínios populares a fa-
zer uma administração mais simples e econômica, zelando pela 
manutenção e pela redução de custos e conflitos. Esse é o ob-
jetivo da SmartSíndico, que a partir de um app com ferramen-
tas de gestão e videoaulas, dá a autonomia necessária para 
melhorar a gestão de um condomínio, com foco em habitação 
de interesse social, como CDHU, Cohabs e Minha Casa Minha 
Vida” (ESTAÇÃO HACK, 2018).
MICROEMPREENDEDORISMO
Outra iniciativa que empodera ações de microempreendedores 
é do negócio MEIFÁCIL (www.meifacil.com), o qual consiste 
em uma plataforma de apoio ao microempreendedor individual. 
“Empresa pensada para apoiar o microempreendedor individual 
brasileiro em questões do dia a dia. Leva, gratuitamente, infor-
mações para vencer as barreiras burocráticas enfrentadas por 
esses negócios – como obter um CNP e emitir guias de impos-
to. Também oferece uma série de serviços financeiros simplifi-
cados e a um baixo custo” (ESTAÇÃO HACK, 2018).
MICROEMPREENDEDORISMO
DIASPORA BLACK (https://diaspora.black/): trata-se de uma 
rede, em que a comunidade negra divulga suas casas e imóveis 
para acomodações, bem como a divulgação da venda de pro-
dutos e serviços, mas não estando limitado somente às vendas, 
mas sim a troca cultural que o negócio representa.
“Com foco no empoderamento e fortalecimento econômico da 
comunidade negra, os empreendedores da Diáspora.Black de-
senvolveram uma plataforma que reúne iniciativas focadas na 
37Empreendedorismo
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cultura negra em diferentes cidades, para conectar viajantes e anfitriões. A startup realiza a media-
ção de oferta e procura de acomodações por temporada, além da venda de produtos e serviços” 
(ESTAÇÃO HACK, 2018).
SAÚDE
VITTUDE: (https://www.vittude.com/): negócio que funciona em 
uma rede que conecta profissionais de psicologia com pessoas que 
buscam por terapia, oferecendo serviços presenciais ou atendimen-
tos on-line. 
“O atendimento psicológico online é um serviço realizado por um 
psicólogo online, via vídeo. Trata-se de uma abordagem equiva-
lente a psicoterapia presencial. Desde novembro de 2018 o aten-
dimento online é permitido pelo Conselho Federal de Psicologia 
sem limite de sessões. As sessões duram 50 minutos e são fei-
tas via vídeo mediante agendamento e pagamento prévios. Esse 
serviço não é indicado para casos de saúde graves. Crianças e 
menores de 18 anos precisam de autorização por escrito de um 
responsável.” (VITTUDE, 2019).
ENGAJAMENTO CÍVICO
A Pluvi.On consiste em um sistema de monitoramento de chu-
vas, com um alcance maior, possibilitando prever se choverá 
em determinada rua ou localidade. Assim, consegue auxiliar na 
previsão e intensidade de eventos climáticos. 
“As perdas geradas por eventos climáticos — como enchen-
tes e deslizamentos — afetam, principalmente, as pessoas de 
baixa renda. Para reduzir a falta de previsibilidade, a Pluvi.On 
criou uma rede de estações meteorológicas proprietárias que 
gera alertas antecipados e em tempo real para a população” 
(ESTAÇÃO HACK, 2018). 
Assim, os interessados nas ofertas da Pluvi.On são empresas 
atuantes na agricultura, logística, engenharia, geração de ener-
gia e prefeituras, assim como a própria sociedade.
Existem vários conceitos de empreendedorismo social. Veja a seguir algumas citações.
Empreendedorimos: Conceitos Iniciais e Contextualização
38
1 Figura 08. Conceitos diversos sobre empreendedorismo social.
FONTE: Oliveira (2008, adaptado)
AUTOR CITAÇÕES
Leite (2003)
“O empreendedor social é uma das espécies do gênero dos empreen-
dedores; são empreendedores com uma missão social, que é sempre 
central e explícita”.
Ashoka e 
McKinsey (2001)
“Os empreendedores sociais

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