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Manual Fundicao Final Prof Johnson

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EXCELÊNCIA EM FUNDIÇÃO: 
UNINDO ARTE
À CIÊNCIA 
Johnson Campideli Fonseca
SOBRE O AUTOR:
Prof. Johnson Campideli Fonseca é formado em Odontologia 
pelo Centro Universitário de Lavras (UNILAVRAS – Lavras – MG), 
tendo feito os Cursos de Mestrado e Doutorado na Faculdade de 
Odontologia de Piracicaba – UNICAMP. Atuou nestes cursos em 
pesquisa na área de fundição de ligas metálicas e cerâmicas. 
Como proprietário de Laboratório de Prótese, tem buscado apli-
car a ciência no dia a dia de trabalho, aproximando-a do trabalho 
cotidiano e contato com os TPDs. Atualmente leciona no Centro 
Universitário de Lavras nas Disciplinas de Clínicas Integradas I, 
II, III e IV e em atividades Pré-Clínicas, sendo Supervisor Clínico 
do Curso de Odontologia
Fundição: Entendendo 
o processo como um todo... ...................................... 5
Moldes e obtenção de
modelos de gesso ...................................................... 6
Ceras, enceramento e 
montagem dos padrões ............................................. 8
Ceras e enceramentos ........................................... 8
Montagem dos padrões ....................................... 12
Revestimentos para
fundição odontológica ............................................. 14
Composição e propriedades .................................14
Líquido ..................................................................14
Pó ........................................................................ 15
Resistência mecânica do
revestimento aglutinado
por fosfato ............................................................ 15
Por que e como controlar 
a expansão? ......................................................... 16
Proporcionamento e espatulação .........................17
Anéis e Vazamento de revestimentos ................... 18
Por que e como fazer o 
aquecimento do bloco? ........................................ 19
Técnica de aquecimento 
convencional (Técnica do aquecimento
lento ou em Patamares) ................................................ 19
Técnica de aquecimento 
rápido................................................................... 20
Como ocorre a eliminação 
da cera e/ou resina acrílica? ................................. 22
Metais, ligas e fundição ........................................... 24
O equipamento de fundição ................................. 24
O maçarico .......................................................... 24
A “máquina de fundição” ...................................... 26
Posição do bloco na
máquina de fundição ............................................ 26
Metais e ligas metálicas........................................ 27
Considerações finais ............................................... 29
Referências
Bibliográficas .......................................................... 30
SUMÁRIO 
4
Sem dúvida alguma, a Fundição odontológica é o processo que mais deixa o Téc-
nico em Prótese Dental (TPD) com dúvidas e inseguro dos resultados. Deparei-me com 
essa situação quando eu mesmo tive que fazê-lo em minha pós-graduação. Imagine 
só: graduado em Odontologia e direto trabalhando com fundição. Um, dois, três erros 
e daí um sem fim de dificuldades. Sentimentos como frustração e sensação de incapa-
cidade foram os primeiros a acontecer. Acalmou-me saber que muitos viveram e ainda 
vivem estas dificuldades. Mas logo depois esta calmaria temporária tornou-se inquieta-
ção. Achei que seria fácil a solução: era só procurar um livro que descrevesse passo a 
passo tudo que eu precisava saber sobre fundição. Com certeza deveria existir... 
Esta busca foi árdua e sem resultados. 
Em um momento encontrava livros tão complexos que me deixavam mais desani-
mado. Em outros momentos, bons manuais, porém escritos totalmente na base do 
“achismo”. Muitas vezes deparei-me com textos que eram cópias de manuais antigos, 
com informações que não poderiam ser aplicadas na sua totalidade aos materiais mais 
modernos.
Sempre permaneceu essa inquietude de pensar que os TPDs passavam por tais 
dificuldades com relação à fundição. Assim, em dezembro de 2008 trouxe toda infor-
mação que acabei de compartilhar com vocês até a Angelus. De pronto, a ideia de não 
somente trazer um produto novo e inovador ao mercado odontológico (Revestimento 
Aglutinado por Fosfato Nanovest M), mas agregar conhecimento ao produto fez olhos 
brilharem (e dentre eles os meus). Firmou-se ali o compromisso de trazer um produto 
inovador ao mercado e também informação aos TPDs para que o sucesso seja cada 
vez maior e sustentável, colaborando e trabalhando lado a lado com o crescimento dos 
TPDs no Brasil.
Coube então a mim esta tarefa, cujo resultado você encontrará nestas páginas. 
Nunca tive a pretensão de escrever um texto que fosse definitivo e que por si só 
bastasse com relação à fundição. A junção da Ciência com a Prática nunca chegará 
ao fim. Mas em cada tecla digitada sempre tive como objetivo escrever algo que um 
aluno do curso técnico em prótese dental pudesse ler e compreender e que ao mesmo 
tempo servisse para o TPD já formado que queira “subir cada dia mais um degrau” em 
direção à qualidade. 
Você notará que em determinadas partes do informativo haverão quadros com in-
formações de grande importância para seu dia a dia e por isso encontram-se em des-
taque. Foram aqui excluídas ideias puramente teóricas de quem nunca viveu o dia a 
dia de um Laboratório de Prótese, como querer que o mesmo se transforme em Labo-
ratório de Pesquisa, com umidade e temperatura controlada e coisas assim. Foram 
colocadas soluções práticas, diretas, testadas, com o devido embasamento e de fácil 
acesso. Todas originadas de dados científicos, experiências diárias e boas conversas 
em corredores de Congressos com amigos e profundos conhecedores de fundição. 
Esta é a ideia! Vamos juntos nessa jornada?
INTRODUÇÃO
5
Reproduzir o padrão de cera em metal, com re-
sultados precisos e previsíveis, tem sido sempre um 
problema para o TPD. Ao longo dos anos, pode-se 
notar uma grande progressão de um trabalho pura-
mente artesanal para um trabalho que ainda é arte-
sanal, porém mais focado em precisão constante.
O processo de obtenção de uma peça protética 
pela técnica da fundição envolve uma quantidade 
considerável de materiais, fases e variáveis. Pode-se 
fazer uma comparação do processo todo com uma 
corrente, sendo que cada etapa e/ou material cor-
responde aos elos dessa corrente. Por mais fortes e 
sólidos que sejam os elos, se um deles falhar, então 
toda a corrente falhou e já não há mais o que fazer. 
Assim, vai aqui um alerta primordial: ATENÇÃO AOS 
DETALHES. Se você ainda acha que 1ml de líquido 
funciona do mesmo jeito que 1,5ml e que não existe 
diferença entre as ceras, então deve parar e começar 
a repensar seus passos. Pode até ser que pequenos 
erros isolados não signifi quem tanto. Mas quem 
disse que no processo de fundição podemos consi-
derar estes erros de maneira isolada? Claro que não! 
Os erros vão se somando ao longo do processo e o 
fi nal muitos de nós sabemos qual é: margens desa-
daptadas, copings que não encaixam nos preparos 
e daí por diante. Tudo bem... então assumo que er-
rei! Agora vem a parte mais difícil: descobrir qual ou 
quais dos “erros pequenos e sem importância 
isolada” mais contribuíram para a falha. Você já vi-
veu essa situação, não é? Eu também! E descobri 
que muitas vezes é difícil determinar com exatidão tal 
causa em um Laboratório de Prótese. 
E agora? Como resolver? Ao ler bastante so-
bre os mais variados aspectos relacionados com a 
Fundição Odontológica pude verifi car que o caminho 
mais seguro é criar um método de trabalho. Cada 
etapa do processo deve estar muito bem descrita no 
Laboratório e ser seguida à risca. Assim, em caso 
de falha, pode-se analisar cada um destes proces-
sos e descobrir em qual houve uma falha.Veja bem: 
isto apenas minimiza a chance de erro! Aquele que 
diz que sempre tem 100% de acerto em fundição 
MENTE! Eu sei, e você também, que muitas vezes 
coisas inesperadas ocorrem em fundições, mesmo 
com todos os processos feitos de maneira correta.
Veremos abaixo um fl uxograma das etapas para 
a confecção de uma prótese fi xa pela técnica de 
fundição:
Vê-se que estes são os processos básicos que de-
vemos controlar. Vamos observar agora alguns dos 
materiais e acessórios que possivelmente estarão 
envolvidos em cada processo no quadro a seguir:
• OBTENÇÃO DO MOLDE
- Moldeiras
- Materiais de moldagem
• CONFECÇÃO DO MODELO E TROQUEL
- Gessos (tipos diferentes)
- Água
- Pinos para troquel ou bases posicionadoras
- Isolante
• ENCERAMENTO
- Ceras
- Resina acrílica para padrões
- Espaçadores
- Isolantes
• INCLUSÃO E FUNDIÇÃO
- Anéis de silicone ou metal
- Sprues ou condutos de cera
- Revestimento + Líquido especial
• DESINCLUSÃO E AJUSTES
- Partículas abrasivas para jateamento
- Discos abrasivos
- Pontas de acabamento e polimento
 
Assim, começamos agora a ter uma ideia mais 
clara de quanto o Processo de Fundição é depen-
dente de cada material e etapa envolvida. Não existe 
qualidade usando 80% de materiais de boa quali-
dade e 20% de materiais ruins. Veja bem: material de 
qualidade não é sinônimo de material importado ou 
caro. Sempre friso que um ótimo material pode ter 
um péssimo desempenho dependendo de quem o 
utiliza. Mas nunca vi um péssimo material ser trans-
formado em material de boa qualidade ainda que 
quem o manipule seja um expert. 
Começaremos então a analisar daqui pra frente 
cada material e sua relação com os processos en-
volvidos na fundição odontológica. Fique atento, pois 
este informativo não tem o objetivo de lhe trazer in-
formações simples como receitas, o que para mim 
refl etiria a desconfi ança na sua capacidade de racio-
cinar. Aqui serão apresentadas “ferramentas” para 
que você possa iniciar um trabalho sólido e o princi-
pal, que seja capaz de adequar as informações aqui 
contidas para o seu dia a dia, fazendo com que o 
sucesso e resultado sejam cada vez maiores.
FUNDIÇÃO:
Entendendo o processo como
um todo...
DICA: 
O seu sucesso em 
fundição odontológica 
começa na aquisição dos 
produtos. Pense, leia, con-
verse com pessoas mais 
experientes, busque opin-
iões. Atenção aos prazos 
de validade quando for 
comprar e veja como os 
produtos estão armaze-
nados nas Dentais. Um 
pote de gesso guardado 
ao lado de uma parede 
úmida e mofada não 
vai lhe ajudar muito em 
termos de resultado!
6
Foi feita a opção de inserir algumas informações 
sobre moldes e materiais de moldagem, pois o mol-
de pode ser considerado como o elo de ligação 
entre cirurgião-dentista, paciente e técnico em 
prótese dental. Assim, alguns erros poderão cau-
sar consideráveis transtornos a todos os envolvidos 
no processo de obtenção de uma prótese fixa.
Como são ou como deveriam ser selecionados os 
materiais de moldagem? Bem, um dos primeiros cri-
térios é a necessidade que o caso clínico tem de ob-
ter precisão. Para obtenção de modelos de estudo, 
pode-se utilizar materiais com menor precisão e as-
sim menor capacidade de cópia. Os alginatos, muito 
utilizados para esta situação que foi citada, possi-
bilitam a obtenção de bons modelos de estudo, pois 
neste caso a precisão não é um fator crítico. Para que 
você tenha uma idéia, bons alginatos conseguem co-
piar estruturas maiores que 75µm (como referência, 
imagine que um fio de cabelo tem em média 50µm 
de diâmetro).
Entretanto, para situações como obtenção de 
moldes e modelos para prótese fixa, a precisão é 
primordial. Assim, opta-se por materiais que exibem 
boa capacidade de cópia e que ainda tenham outras 
características em conjunto como:
o Resistência à ruptura: é a capacidade que o 
material de moldagem tem de, após a reação, ser 
removido de áreas retentivas (como ameias e sul-
cos gengivais) sem rasgar ou deformar de maneira 
irreversível;
o Hidrofilia: determina a afinidade que o material 
de moldagem tem pela água ou umidade, fator im-
portante, pois o mesmo é utilizado em ambientes 
úmidos;
o Estabilidade dimensional: é a capacidade que o 
material tem de manter suas dimensões e assim a 
precisão da cópia obtida com o passar do tempo.
Um dos maiores problemas vivenciados por téc-
nicos em prótese dental são margens de preparo co-
piadas de maneira incorreta. Contudo, este problema 
muitas vezes pode ser facilmente visualizado nos 
moldes ou modelos de gesso, evitando-se assim que 
as próximas etapas sejam feitas. Já a alteração das 
dimensões do molde devido à perda da estabilidade 
dimensional é um inimigo silencioso, pois dificilmente 
conseguiremos olhar para um molde e dizer com 
certeza se houve ou não alteração das dimensões 
originais do mesmo.
Assim, cabe ao dentista programar suas ativi-
dades para que o molde seja vazado com gesso 
dentro do prazo correto, ou seja, enquanto o material 
ainda mantém suas dimensões de modo estável. Tal 
estabilidade pode apresentar valores diferentes entre 
o mesmo tipo de material e entre materiais de tipos 
diferentes. Já o TPD deve ficar atento para identificar 
o tipo de material ou perguntar ao cirurgião-dentista 
qual material foi usado para que possa adequar o seu 
esquema de trabalho para obter o modelo dentro do 
prazo viável.
Hoje, todos da área de saúde e dentre eles os 
TPDs convivem diariamente com um risco cons id-
eráve l de contaminação por microrganismos como 
os causadores da AIDS e da Hepatite B. Assim, nun-
ca despreze este risco na sua prática diária e repasse 
as informações a todos do laboratório. Busque infor-
mações sobre métodos de desinfecção aplicáveis a 
cada tipo de material e protocolos de vacinação.
Considerando então que o molde exibe condições 
de ser utilizado e que já foi devidamente desinfecta-
do, passa-se à confecção do modelo de gesso. Um 
modelo incorreto fará com que todas as próximas 
etapas sejam comprometidas.
 
O gesso é composto basicamente por uma subs-
tância chamada sulfato de cálcio hemidratado, sen-
do adicionados também modificadores de tempo de 
presa, corantes, e em alguns casos, resinas para que 
a superfície fique mais lisa e dura. É um material com 
alta afinidade por água e umidade. Por isso, a ma-
neira como o gesso fica guardado no laboratório é de 
importância singular. 
Para o proporcionamento entre gesso e água, 
deve-se optar sempre por proporcionar o gesso pelo 
“peso” e a água por volume. Quanto mais precisa a 
balança que você utilizar, maior será a padronização 
conseguida. Já para a água, recomenda-se o uso de 
uma seringa plástica descartável de 20ml, pois é de 
fácil manuseio e tem a precisão adequado ao uso.
Atenção especial deve ser dada à água utilizada, 
visto que a pureza da mesma é um fator que 
influencia diretamente nas alterações dimensionais 
do gesso durante a presa. Recomenda-se o uso 
de água destilada ou no mínimo uma água mineral, 
como estas disponíveis em galão. Alguns tipos de 
água podem conter uma quantidade excessiva de 
sais e minerais (“água dura”) que podem influenciar 
na reação de presa do gesso.
O proporcionamento de água e gesso deve ser fei-
to imediatamente antes da espatulação. Sempre que 
possível deve-se optar pelo espatulador mecânico 
com vácuo. Este tipo de equipamento promove uma 
espatulação com velocidade uniforme, eficaz e sob 
ação de vácuo, reduzindo incorporação de ar na mis-
tura. Siga fielmente a recomendação da proporção 
feita pelo fabricante do gesso, pois isto lhe garantirá 
padronização dos resultados obtidos. Colocar água 
a mais na tentativa de fazer com que o gesso fique 
mais fluido e fácil de vazar pode funcionar somente 
MOLDES E OBTENÇÃO DE 
MODELOS DE GESSO
7
sob este aspecto,mas piora uma séria de outras 
propriedades do material. Se a intenção é facilitar o 
vazamento, talvez seja melhor optar por outra marca 
de gesso que possua melhor escoamento.
Sempre, na manipulação do gesso, devemos co-
locar o pó sobre a água para evitar que o ar seja apri-
sionado na mistura e forme bolhas no modelo.
Basicamente os tipos diferentes de gesso diferem 
entre si com relação a duas características princi-
pais: precisão e resistência mecânica. A quantidade 
de água exibe direta relação com as partículas do 
gesso, ou seja, partículas mais compactas precisam 
de menos água para hidratar e reagir, como no gesso 
tipo IV (veja fi guras 1A e 1B). Ao iniciar a reação de 
presa, todos os gessos passam por uma fase na qual 
pequenos cristais começam a ser formados. Após a 
formação, estes cristais começam a crescer e em um 
dado momento começam a “tocar” uns nos outros. É 
como se cada cristal começasse a “empurrar os que 
estão próximos, pois há pouco espaço para muitos 
FIGURA 1: A) Imagem de microscopia eletrônica de varredura (au-
mento de 1300X) mostrando grãos de gesso IV antes da manipulação. 
Note a forma relativamente regular do mesmo e superfície compacta. 
B) Imagem de microscopia eletrônica de varredura (aumento de 
1300X) de um gesso tipo IV após a presa, mostrando cristais já forma-
dos e entrelaçados. (Imagens: Prof. Dr. Johnson C Fonseca)
DICA: 
Não se deve deixar o gesso em contato com moldes 
de alginato por mais de 45 minutos. Após estes tempo 
inicia-se no alginato a formação de ácido algínico que 
“ataca” a superfície do gesso, fazendo com que esta 
fi que manchada e frágil, como se estivesse “esfarelan-
do”. Já em moldes de silicone isto não ocorre.
cristais”.
O fenômeno descrito acima é o responsável pela 
expansão de presa do gesso. Porém, em um dado 
momento, os cristais encontram-se tão “unidos e en-
trelaçados” que a expansão de presa praticamente 
cessa (fi gura 1B). Contudo, esta expansão de presa 
pode ser modifi cada principalmente pelos fatores 
abaixo:
Fator O que causa
Aumento no tempo
de espatulação
• Diminuição da resistência 
mecânica;
• Aumento da expansão de presa
• Diminuição o tempo de 
trabalho
Aumento da 
quantidade
de água
• Diminuição da resistência 
mecânica;
• Aumento da expansão de presa
• Escoamento excessivo
Assim, para prótese fi xa, a escolha recai no gesso 
tipo IV ou V, sendo este último com maior expansão 
de presa e por difi culdades de padronização no pro-
cesso, sendo menos utilizado. Comprar um gesso 
tipo IV de ótima qualidade e manipulá-lo sem pro-
porção alguma, é a maneira mais rápida de perder 
dinheiro e trazer problemas. Isto porque um gesso de 
ótima qualidade, mal manipulado, vai se comportar 
como um gesso de qualidade muito inferior, porém 
com alto custo.




FIGURA
1:
A)
Imagem
de
microscopia
eletrônica
de
varredura
(aumento
de
1300X)

mostrando
grãos
de
gesso
IV
antes
da
manipulação.
Note
a
forma
relativamente
regular

do
mesmo
e
superfície
compacta.

B)
Imagem
de
microscopia
eletrônica
de
varredura

(aumento
de
1300X)
de
um
gesso
tipo
IV
após
a
presa,
mostrando
cristais
já
formados
e

entrelaçados.
(Imagens:
Prof.
Dr.
Johnson
C
Fonseca)









FIGURA
1:
A)
Imagem
de
microscopia
eletrônica
de
varredura
(aumento
de
1300X)

mostrando
grãos
de
gesso
IV
antes
da
manipulação.
Note
a
forma
relativamente
regular

do
mesmo
e
superfície
compacta.

B)
Imagem
de
microscopia
eletrônica
de
varredura

(aumento
de
1300X)
de
um
gesso
tipo
IV
após
a
presa,
mostrando
cristais
já
formados
e

entrelaçados.
(Imagens:
Prof.
Dr.
Johnson
C
Fonseca)





1A
1B
8
As ceras para uso odontológico são considera-
das como materiais termoplásticos, ou seja, quando 
aquecidos a determinada temperatura mudam sua 
viscosidade, com maior capacidade de copiar deta-
lhes de uma superfície. Ao esfriarem, retornam a um 
estado “sólido”. Esta característica é a responsável 
por podermos utilizá-la na escultura de próteses. 
Estas ceras normalmente têm como principais 
componentes uma CERA BASE (normalmente para-
fina), CERAS MODIFICADORAS (melhoram proprie-
dades como dureza e estabilidade dimensional) e 
ADITIVOS (como corantes e controladores de opaci-
dade). Ainda, as ceras podem ser de origem mineral 
(ex.: parafina), vegetal (ex.: carnaúba) ou animal (ex.: 
cera de abelha). O mais importante é sabermos que 
uma determinada cera só desempenha sua função 
corretamente se o aquecimento for feito de maneira 
adequada e evitarmos as distorções do padrão obti-
do. O aquecimento excessivo de uma cera pode cau-
sar a carbonização de alguns de seus constituintes, 
alterando seu desempenho. Em hipótese alguma 
sugere-se o uso de ceras de baixa qualidade e baixo 
custo como forma de economia, da mesma maneira 
que a manipulação errada de uma ótima cera não 
trará bons resultados.
A preferência deve sempre recair sobre as chama-
das ceras orgânicas, ou seja, que possuem ele-
mentos orgânicos em sua composição. Isto porque 
alguns tipos de ceras possuem componentes inor-
gânicos em sua composição, sendo estes de difícil 
combustão, fazendo com que resíduos permaneçam 
após o aquecimento do bloco de revestimento. Nota-
se facilmente que estas ceras inorgânicas, quando 
aquecidas com um instrumental, apresentam sepa-
ração dos componentes inorgânicos da cera líquida 
e permanência dos resíduos sujando o instrumental 
durante o enceramento.
 
A quantidade de resíduos formados após com-
bustão de uma cera indicada para confecção de 
padrões de fundição não deve ultrapassar 0,02% de 
um grama de cera testada. Neste teste recomenda-
do pela Associação Dentária Americana (ADA), um 
grama de cera é queimado até 500°C em condições 
específicas e depois o resíduo é analisado. 
 
As ceras para padrão de fundição passaram por 
avanços consideráveis nos últimos tempos, havendo 
no mercado ótimas opções. Para que este tipo de 
cera tenha adequado desempenho, deve atender 
aos seguintes critérios:
• Boa adaptação e cópia de detalhes de superfí-
cie, como as paredes de um troquel em gesso;
• Ótima estabilidade dimensional em temperatura 
ambiente;
• Queima com nenhuma ou reduzida formação de 
resíduos, evitando assim a contaminação da liga.
Muitas vezes o TPD dedica pouca atenção ao 
ato de trabalhar a cera nas etapas de aquecimento 
e escultura. Considero um dos principais momentos 
no qual se define se haverá precisão na cópia dos 
detalhes ou não. Todos os erros cometidos nestas 
etapas aparecerão sob a forma de distorção ao final 
do processo. Li certa vez uma frase que repasso a 
vocês: “A peça fundida nunca será melhor que o 
enceramento que a originou, independente da 
técnica e material utilizados”, ou seja, não há téc-
nica ou material que possa melhorar um padrão em 
cera inadequado.
As ceras para confecção de padrões de fundição 
normalmente são fornecidas em três diferentes graus 
de dureza: macia, média e dura. Abaixo pode-se veri-
ficar no quadro as propriedades de cada uma:
CERAS, ENCERAMENTO E 
MONTAGEM DOS PADRÕES
Ceras e
Enceramentos:
Cera Macia • Baixa temperatura de fusão
• Sujeitas a alterações dimensionais por 
alterações de temperatura do ambiente
• Baixa contração por resfriamento
• Facilidade de manipulação mesmo em finas 
camadas
• Dificuldade de obter superfícies lisas por 
polimento e realizar esculturas complexas
Cera Média • Ponto de fusão intermediário
• Considerável contração pelo resfriamento
• Estável após resfriamento
Cera Dura • Alta e constante temperatura de fusão
• Alta contração por resfriamento
• Alta estabilidade dimensional
• Frágil e quebradiça
9
Após a leitura do quadro, torna-se importante fri-
sar que a alta ou baixa precisão não depende exclu-
sivamente da cera, mas sim da indicação correta de 
cada uma e o respeito às suaslimitações. A técnica 
de uso de ceras de dureza e características diferen-
tes constitui uma ótima alternativa, técnica esta pro-
posta e publicada em 1980 por McLean. É comum o 
uso de uma cera média ou dura para enceramento 
da maior parte do padrão e uso de uma cera macia 
para a confecção do selamento do padrão, na área 
cervical, como mostrado na figura 2. 
Encontramos no mercado ceras denominadas 
ceras para cervical (cervical wax) ou também chama-
das de ceras para bordos, sendo exemplos de ceras 
de baixa fusão. Estas exibem baixa contração de 
resfriamento, sendo muito precisas. Contudo, espe-
cial atenção deve ser dada para que sejam usadas 
somente na região cervical e nunca utilizadas para 
a confecção total de um padrão de fundição, pois 
são muito macias e sujeitas a distorções. Por esse 
FIGURA 2: Padrão utilizando ceras de 
diferentes características. Nota-se na 
região cervical o uso de cera específica 
para margens (cor vermelha), que por 
exibir baixa contração quando esfria, 
possibilita melhor precisão nesta área. 
Contudo, por ser muito macia, usa-se 
uma cera de dureza média para o res-
tante do padrão (cera de cor verde)
motivo, deve-se usá-las para refazer o selamento da 
área cervical somente pouco tempo antes de fazer a 
inclusão do padrão.
O preparo do troquel para iniciar o enceramento 
é um passo que influencia diretamente no resultado 
final. Lembre-se que existem três superfícies que 
estarão sempre em contato e que deverão estar em 
equilíbrio: o instrumental, a cera e o troquel. Assim, 
se o troquel está em temperatura muito diferente do 
restante das superfícies, ocorrerá um resfriamento 
brusco da cera em contato com esta superfície. Com 
isso, a capacidade de cópia de detalhes fica com-
prometida e tensões são induzidas no enceramento. 
Com o mínimo aquecimento estas tensões serão li-
beradas, ocorrendo distorção do padrão em cera.
No preparo do troquel, provavelmente o selamen-
to da superfície seja tão importante quanto o isola-
mento da mesma. Mas por que selar o gesso se a 
superfície aparenta estar tão lisa e brilhante? Veja na 
10
fi gura 3 uma microscopia eletrônica de varredura da 
superfície de um gesso tipo 4 após a presa. As ir-
regularidades existem e por isso aplica-se um selante 
de superfície no gesso. Este consegue vedar parte 
das irregularidades, tornando a superfície mais lisa. 
Assim, após a aplicação do isolante, consegue-se 
remover o padrão em cera sem grande aplicação de 
forças, minimizando a chance de distorção da cera.
Ainda, faz com que haja aumento da resistência 
mecânica do gesso, característica importante em 
áreas delgadas como o término do troquel. Mas fi que 
atento ao selante que irá usar: este deve selar so-
mente as irregularidades, sem formar uma camada 
espessa na superfície do gesso já isso prejudicaria a 
precisão da prótese. Ao marcar o término com uma 
lapiseira, faça-o antes da aplicação do selante, pois 
o mesmo irá fi xar a marcação e evitar que saia. Ai-
nda, sempre use mina ou “grafi te” orgânico para esta 
marcação. O uso de grafi te comum (rico em carbono) 
pode contaminar as margens do enceramento com 
resíduos de grafi te e causar margens serrilhadas em 
alguns tipos de ligas.
Sempre lembre-se que as ceras podem 
apresentar distorção tanto causada por variações de 
temperatura quanto pela aplicação de força sobre a 
mesma. Muitas vezes vemos relatos de copings que 
não adaptam nas paredes mesial e distal, ou então 
vestibular e lingual. No momento de remover o padrão 
em cera do troquel, pode ser que o profi ssional aplique 
força excessiva com os dedos nestas superfícies 
(veja fi gura 4) e o resultado é a falta de adaptação 
em paredes opostas do coping. O correto selamento 
e isolamento do gesso praticamente eliminam este 
problema.
FIGURA 4: A aplicação de força com os dedos para remoção e manipulação do padrão em cera pode trazer sério comprometimento à prótese 
após a fundição. Veja, neste caso, a força sendo aplicada no coping em locais extremamente delicados, como as bordas do padrão.
CERAS, ENCERAMENTO E MONTAGEM DOS PADRÕES
FIGURA 3: Imagem de microscopia eletrônica de varredura mostrando 
a superfície de um modelo de gesso (tipo IV) sob aumento de 5.000 
vezes. O selante para gesso veda a maior parte das falhas entre os 
cristais e diminui a aderência da cera aquecida nestes locais. Com isso, 
a remoção do padrão é facilitada.




FIGURA
3:
Imagem
de
microscopia
eletrônica
de
varredura
mostrando
a

superfície
de
um
modelo
de
gesso
(tipo
IV)
sob
aumento
de
5.000
vezes.
O
selante

para
gesso
veda
a
maior
parte
das
falhas
entre
os
cristais
e
diminui
a
aderência
da

cera
aquecida
nestes
locais.
Com
isso,
a
remoção
do
padrão
é
facilitada.



11
Em alguns casos é utilizada uma técnica de con-
fecção de padrões chamada de técnica mista, na 
qual se usa uma cobertura fina do troquel com resina 
acrílica de ativação química (resina acrílica “autopo-
limerizável”) específica para confecção de padrões 
para fundição, e depois termina-se a confecção do 
padrão e o selamento da região cervical com cera. 
Esta técnica, quando corretamente empregada, traz 
resultados similares ao uso somente de cera. Con-
tudo, lembre-se que a eliminação da resina acrílica 
no forno ocorre de maneira diferente da que ocorre 
com a cera. Inicialmente a resina sofre uma expansão 
com o aumento da temperatura para depois ser car-
bonizada. Notam-se casos freqüentes de microfratu-
ras internas do revestimento em padrões de fundição 
volumosos confeccionados com esta técnica quan-
do submetidos ao processo de aquecimento rápido 
do bloco, em especial quando são utilizados grandes 
volumes de resina acrílica. 
Para estes padrões recomenda-se o aquecimento 
convencional para garantir que a expansão e a 
posterior eliminação do acrílico ocorram de modo 
gradual, sem comprometer o resultado final. Outro 
cuidado importante é sempre recobrir as partes 
externas do padrão feito em resina acrílica com cera. 
Assim, durante o aquecimento, a cera é eliminada 
antes do acrílico e fica no local um espaço para 
que a resina acrílica expanda sem aplicar forças nas 
paredes do bloco.
Como toda resina acrílica, estas destinadas a con-
fecção de padrões para fundição apresentam con-
tração durante a polimerização. Mas quando e como 
ocorre esta contração? Sabe-se que estas resinas 
acrílicas específicas apresentam cerca de 8% de 
contração de seu volume inicial. Isto é, sem dúvida 
alguma, um grande problema quando trabalhamos 
buscando precisão em fundição. Contudo, sabe-
se, através de pesquisas, que 80% desta contração 
ocorre nos primeiros 17 minutos após o contato en-
tre o pó e o líquido da resina acrílica. E ainda, que 
a contração só apresenta relativa estabilização após 
de cerca de 24 horas, atingindo o valor citado. Assim, 
alguns cuidados são primordiais para conseguir boa 
precisão:
• Ao terminar de confeccionar a parte em resina 
acrílica do padrão, aguarde um mínimo de 30 minu-
tos antes de iniciar a deposição de cera sobre a re-
sina acrílica. Com isso, a maior parte da contração já 
terá ocorrido e reduzirá tensões e distorção do ence-
ramento;
• Caso possível (e sabemos que nem sempre é...), 
após confeccionar parte do padrão com resina acrí-
lica, aguarde 24 horas antes de depositar a cera;
• Ao confeccionar áreas de pôntico, nunca faça 
de modo direto a união entre os padrões unitários 
com resina acrílica. Construa a partir de um padrão 
uma barra que quase toque o outro padrão vizinho. 
Aguarde os 30 minutos e só depois acrescente uma 
pequena quantidade de resina acrílica para terminar 
a união. Isto evita que haja uma grande quantidade 
de resina acrílica contraindo e que esta contração 
gere tensão no sentido de aproximar um pilar de 
outro. Tenho certeza que você já confeccionou pa-drões para prótese parcial fixa com boa adaptação 
no modelo, mas que depois de removidos não mais 
adaptaram-se passivamente.
• Para padrões feitos exclusivamente em resina 
acrílica (como no caso de núcleos metálicos fundi-
dos), quanto antes forem feitas inclusão e fundição 
do padrão, melhor. Nenhum meio ou método de 
armazenagem impede totalmente a progressão 
da contração do padrão, ou seja, a distorção. 
Contudo, o meio que menos permite a distorção é 
mantê-lo em 100% de umidade, sob temperatura 
próxima de 25°C e por no máximo 24 horas. Note 
que 100% de umidade é conseguida colocando o 
padrão em uma embalagem vedada junto com um 
algodão ou gaze úmida (e não encharcada!), ou seja, 
não é colocar o padrão imerso diretamente em água.
• Lembre-se que o responsável pela contração é 
o líquido da resina acrílica (monômero), pois o pó já 
está polimerizado. Assim, usar mais líquido do que 
o recomendado ou necessário, causa aumento da 
contração e assim da distorção.
12
Infelizmente, muitos profissionais não creditam 
devida importância à montagem dos condutos de 
alimentação ou sprues. Erros em princípios relativa-
mente simples relacionados com a montagem dos 
padrões levam a uma porcentagem alta de falhas de 
fundição, como o uso de condutos muito finos e lon-
gos, causando porosidades nas peças fundidas.
A montagem dos padrões tem sido descrita ba-
sicamente através de duas técnicas: a montagem 
direta (um conduto leva o metal fundido direto da 
base do bloco até a área dos padrões) e a monta-
gem indireta (um conduto leva o metal fundido até 
uma barra intermediária e desta segue para condutos 
menores até a área do padrão). Normalmente a téc-
nica de montagem direta é utilizada para montagens 
de padrões unitários ou de pequena extensão. Já a 
técnica indireta é utilizada com maior frequência para 
a fundição de peças protéticas de maior extensão.
 
Para a montagem dos padrões em cera na base 
formadora de cadinho (anel de silicone), pode-se uti-
lizar tanto condutos com câmaras de reserva (sprues) 
quanto condutos de cera de secção cilíndrica. Devi-
do à versatilidade, optamos pelo uso destes últimos. 
Para isso, algumas considerações básicas devem 
ser respeitadas, como as que seguem abaixo:
• O conduto de alimentação deve ser fixado à 
região de maior espessura do padrão em cera. Com 
isso, facilita-se o fluxo do metal fundido, pois o mes-
mo flui de áreas mais amplas para áreas mais res-
tritas. Imagine se o contrário ocorresse e o conduto 
fosse montado em uma área bem fina de um padrão. 
O resfriamento da pequena quantidade de liga que 
passa neste local ocorre de modo rápido, solidifican-
do a liga. A partir deste momento, a passagem de 
mais liga fundida para as áreas mais espessas fica 
comprometida, gerando falhas na fundição.
• Deve-se manter uma distância entre superfí-
cies de cera montadas de 5mm no mínimo. A pro-
ximidade extrema dos padrões e dos condutos pode 
causar trincas no revestimento localizado entre esta 
estrutura na parte interna do bloco, principalmente se 
o aquecimento for feito de forma muita rápida. Quan-
do a liga é injetada, além de preencher os condutos, 
preenche também estas fendas, gerando rebarbas 
na peça fundida (veja figura 5). Dependendo da lo-
calização, podem comprometer a peça de modo re-
versível (onde ainda seja possível o desgaste, com 
óbvia perda de tempo de trabalho) ou irreversíveis (re-
barbas localizadas nos términos ou áreas internas de 
componentes protéticos para implantes). Esta ocor-
rência pode se tornar ainda mais comum quando se 
usa concentrações mais baixas de líquido especial 
na manipulação, devido à resultante diminuição da 
resistência mecânica.
Montagem dos 
padrões
CERAS, ENCERAMENTO E MONTAGEM DOS PADRÕES
FIGURA 5: A ocorrência de pequenas fratu-
ras no interior do revestimento possibilita, 
após a injeção da liga fundida, a formação 
de rebarbas que podem inviabilizar o uso 
da peça fundida quando ocorrem em áreas 
como bordos de copings, como na figura.
13
• Os padrões devem ficar a uma distância míni-
ma de 5mm de qualquer parede do anel de silicone 
(paredes laterais e base). Isto evita trincas e possi-
bilita uma expansão térmica mais uniforme. Caso, ao 
montar com estas distâncias, você note que o pa-
drão ficou no centro térmico do anel, a montagem 
deverá ser refeita usando um anel de silicone maior. 
O custo de gastar um pouco a mais de revestimento 
é mínimo se comparado a perder um dia a mais de 
trabalho refazendo um enceramento e frustrando o 
cliente em termos de prazo de entrega devido à falha 
na fundição. 
• A montagem das peças colocando o conduto 
com inclinação de 45° possibilita que o padrão não 
fique posicionado no centro térmico do anel e tam-
bém diminui a velocidade em que a liga chega ate a 
região onde estava o padrão, reduzindo o impacto e 
chance de trincas no bloco em áreas mais delicadas.
• Lembre-se de ter o máximo de cuidado para que 
o calor fornecido pelo instrumental aquecido não afe-
te os padrões em cera no momento da montagem. 
As alterações de temperatura podem causar distor-
ção nas ceras.
A correta identificação da região central do bloco 
(excluindo-se a parte do bloco que corresponde à 
base formadora de cadinho) é importante para loca-
lizarmos o centro térmico do anel. Este corresponde 
à parte central desta parte acima descrita, sendo o 
último local a perder calor para o meio externo. Assim 
sendo, o padrão em cera nunca deve ficar no cen-
tro térmico do anel. A colocação do padrão em cera 
em, tal local faria com que a prótese fundida fosse 
a ultima parte da liga metálica a solidificar. Lembra-
se que ao solidificar a liga sofre contração? Nesta 
situação, as contrações ocorridas na liga próxima do 
padrão fariam com que a liga ainda líquida presente 
no centro térmico do anel (e assim na prótese) fosse 
“puxada” pelas áreas que contraíram na tentativa de 
compensar a contração. Assim, partes da prótese 
apresentariam falhas devido à falta de metal, sendo 
chamadas de porosidades por contração localizada.
Recomenda-se sempre que o padrão fique fora do 
centro térmico do bloco. Assim a prótese resfriaria 
primeiro e o metal ainda fundido presente no cen-
tro térmico de anel funcionaria como um reservatório 
que irá fornecer metal líquido às áreas que solidificam 
e contraem, evitando as porosidades.
Imagine a velocidade e força que a liga fundida en-
tra no bloco de revestimento. Como o esfriamento e 
solidificação da liga fundida ocorrem de modo muito 
rápido, temos que garantir que essa liga chegue até 
onde estava o padrão de cera também de forma rá-
pida. Por isso, o caminho desde a entrada da liga no 
bloco até a região onde estava o padrão deve ser o 
mais direto possível, evitando voltas e ângulos que 
possam causar turbulência. Na montagem dos pa-
drões, muito cuidado deve ser dispensado em acres-
centar cera nas regiões de encontro entre condutos 
de cera para que todos os ângulos fiquem arredon-
dados. Caso isto não seja feito, podem permane-
cer ângulos nas junções (“quinas”) e que podem ser 
fraturadas quando a liga fundida colidir com estas 
áreas. Normalmente isto resulta em fratura do reves-
timento e presença de fragmentos na peça fundida.
Não se vê grande vantagem em montar uma 
quantidade absurda de padrões em mesmo anel na 
tentativa de reduzir o custo com o revestimento. Isto 
leva à necessidade de fundir grandes quantidades de 
liga em um só tempo, além de outros inconvenientes. 
Mas se ainda assim, desejar fazê-lo, nunca monte 
todos os padrões em um mesmo plano. Coloque 
alguns um pouco acima e outros um pouco abaixo 
dos outros. Isto minimiza bastante o risco de ter uma 
fratura ao redor de todo o bloco, comum quando se 
monta muitos padrões no mesmo plano.
Estando os padrões montados, deve-se dar aten-
ção especialao uso do antibolhas, produto este que 
possui substâncias químicas que tornam a superfície 
de materiais sólidos (como a cera) “mais receptiva” 
ao molhamento por substâncias líquidas ou viscosas, 
como o revestimento manipulado. Apesar de auxilia-
rem, se utilizados de modo errado trazem prejuízo 
considerável. 
Aplique o antibolhas com um pincel pequeno e 
bem macio e tenha depois o cuidado de secá-lo to-
talmente antes de proceder ao vazamento do reves-
timento. Isto pode ser feito com um jato bem suave 
de ar isento de contaminantes. Caso o antibolhas 
permaneça na superfície dos padrões em cera (veja 
figura 6), pode reagir com o revestimento e retardar 
a reação de presa, causando rugosidades e defeitos 
na superfície da peça fundida. Mas atenção: nunca 
aplique antibolhas em superfícies de resina 
acrílica, somente em superfícies de cera. Nas 
superfícies de resina acrílica o antibolhas permanece 
impregnado e altera a reação do revestimento em tal 
local, prejudicando a adaptação do metal.
FIGURA 6: Veja na área indicada 
pela seta azul, a presença de uma 
gota de antibolhas após a aplica-
ção do mesmo. Caso o vazamento 
do revestimento seja feito nesta 
condição, este seria um local em 
que o revestimento não copiaria o 
padrão em cera. Assim, provavel-
mente aí haveria uma falha de 
fundição, como a formação de um 
nódulo de metal ou cópia imper-
feita da borda do padrão.
14
certeza você sabe muito bem o que ocorre quando 
um refrigerante congela ao ser aberto. Há formação 
de pequenos cristais, que logo aumentam em núme-
ro e tamanho, causando aumento de volume. O fenô-
meno físico é basicamente o mesmo.
 
Com a adição de sílica presente na solução, 
aumenta-se a possibilidade de expansão térmica 
durante o aquecimento. Por isso, a concentração 
do líquido especial (na mistura líquido especial + 
água destilada) infl uencia tanto a expansão de presa 
quanto expansão térmica. Esta adição de sílica 
presente no líquido especial também traz aumento 
na resistência mecânica.
Tenha muito cuidado com o líquido especial quan-
to à armazenagem e qualidade do mesmo no mo-
mento do uso. Não o deixe exposto ao sol, claridade 
intensa ou a temperaturas muito baixas (abaixo de 
10°C). Pode haver degradação do líquido, com for-
mação de cristais (ver fi gura 7) que fi caram no fundo 
do frasco ou suspensos. Quando comprar frascos 
de líquido especial que estejam em frascos opacos 
que não permite visualizar o líquido, agite-o e passe 
um pouco para um frasco transparente. Observe se 
existem cristais em suspensão, semelhantes aos que 
se formam quando um refrigerante começa a con-
gelar. Se estiverem presentes, não se deve utilizar tal 
líquido.
Nunca deixe o frasco aberto, pois poderá haver 
evaporação da água. Com isso a concentração de 
sílica dentro do frasco começa a aumentar. Como 
são partículas muito pequenas, começam a se movi-
mentar pelo líquido e se chocam formando partículas 
maiores, até formarem os cristais em suspensão que 
foram citados acima.
Um REVESTIMENTO ODONTOLÓGICO pode ser 
considerado como um material cerâmico que é ca-
paz de formar um molde com precisão e resistência 
mecânica tal que permitem a injeção de metal ou liga 
metálica fundida no interior deste molde. 
Sempre cito que há uma regra de ouro para os 
materiais odontológicos e em especial para revesti-
mentos que se encontra no quadro abaixo.
Geralmente os revestimentos odontológicos são 
constituídos por três elementos básicos: material 
refratário (ex.: cristobalita), aglutinante (ex.: sílica) e 
modifi cadores (ex.: grafi te). Contudo, as porcenta-
gens de cada elemento são extremamente particu-
lares a cada tipo e marca comercial. Por isso, não 
é recomendado utilizar instruções ou proporções de 
uma marca comercial em outra.
As propriedades do revestimento podem ser 
modifi cadas caso o mesmo seja contaminado por 
umidade e por isso tenha cuidado com o local de 
armazenamento. Caso compre quantidade maiores 
de revestimento, é recomendável que passe para 
potes menores ou que retire uma quantidade sufi ci-
ente para uma semana de uso e mantenha o restante 
bem vedado. Não se esqueça de identifi car corre-
tamente estes potes menores, anotando inclusive o 
número do lote.
Para facilitar o entendimento, foi discutido o reves-
timento analisando o líquido de modo separado do 
pó.
LÍQUIDO:
Basicamente encontramos no líquido do revesti-
mento aglutinado por fosfato (também chamado de 
LÍQUIDO ESPECIAL) uma solução de sílica coloidal. 
Mas como as partículas de sílica podem estar dis-
persas no líquido e não se sedimentarem no fundo 
ou serem visíveis? Na verdade, estas partículas pos-
suem tamanho tão reduzido que não sedimentam no 
fundo de um frasco, pois fi cam constantemente se 
movimentado de modo aleatório na suspensão. Para 
conseguir que esta solução seja estável e facilitar a 
obtenção da suspensão, são adicionados aditivos ao 
produto fi nal.
Ao misturar o líquido especial com o pó do reves-
timento, ocorre a cristalização desta sílica e devido 
à formação de cristais, há aumento de volume. Com 
REVESTIMENTOS PARA 
FUNDIÇÃO ODONTOLÓGICA
Composição e 
propriedades
FIGURA 7: A imagem mostra o líquido de revestimento com a presença 
de cristais de sílica, devido à armazenagem inadequada. Verifi que se 
o frasco que está adquirindo apresenta tais cristais no fundo. Caso 
positivo, evite a aquisição deste frasco.
NUNCA SE ESQUEÇA
SEMPRE que fi zer algo no uso dos revestimentos buscando mudar al-
guma característica (Ex.: valor de expansão térmica), lembre-se que 
haverá alterações em outras propriedades também (Ex.: resistência 
mecânica). Assim, pense sempre em tudo que pode ocorrer e não de 
forma isolada!







FIGURA
7:
A
imagem
mostra
o
líquido
de
revestimento
com
a
presença
de
cristais

de
sílica,
devido
à
armazenagem
inadequada.
Verifique
se
o
frasco
que
está

adquirindo
apresenta
tais
cristais
no
fundo.
Caso
positivo,
evite
a
aquisição
deste

frasco.



15
PÓ:
Este tem como composição básica a sílica, óxido 
de magnésio e fosfato mono-amônia. Estes compo-
nentes, ao reagirem com a mistura de água desti-
lada e líquido especial, originam uma reação química 
com consequente liberação de calor e formação de 
um fosfato composto por amônio e magnésio, com a 
presença ainda de água. A sílica presente no líquido 
especial fi ca “aprisionada” dentro deste material após 
a presa. 
Friso novamente que cuidado especial deve ser 
tomado com relação ao armazenamento do pó pois 
a umidade pode contaminá-lo e comprometer a rea-
ção de presa e o desempenho do produto. É comum 
em revestimentos aglutinados por fosfato contamina-
dos por umidade haver alteração na viscosidade do 
mesmo quando manipulado. Ainda, como a mistura 
não ocorre de forma completa e ideal, o bloco forma-
do é mais frágil e por isso mais propenso a fraturas.
Sempre você verá nas bulas dos revestimentos, 
dentre outras propriedades, o valor de resistência à 
compressão (resistência de um corpo a uma força 
que tende a comprimi-lo, encurtá-lo) do produto. Mas 
o que isso interessa para nossa prática? Temos que 
imaginar que a partir do momento que o revestimento 
foi vazado no interior do anel e chegou ao momento 
de presa inicial (momento em que a reação já pro-
grediu de tal maneira que o bloco já pode ser ma-
nipulado com cuidado), o mesmo deixou de ser um 
material fl uido e passou a algo sólido. Agora, toda vez 
que aplicamos algum tipo de força neste bloco de 
revestimento, ele reagirá de alguma forma tentando 
resistir à força aplicada.
Vários são os momentos em que aplicamos algum 
tipo de força nos blocos, como no momento em que 
procedemos a remoção do bloco do interior do anel 
de silicone. Todos já passaram pela situação de ten-
tar remover antes do tempocerto e... fraturar parte 
ou o bloco todo. Viu como a resistência mecânica 
(resistência de um corpo a uma ou mais forças apli-
cadas em sua superfície) do mesmo é importante? 
Ain-da temos momentos em que a mesma é de 
grande importância como quando retirar o bloco 
aquecido do forno e usamos um pinça para segurá-
lo e o momento em que a liga fundida é subitamente 
injetada para dentro no bloco com uma velocidade 
altíssima. Em função disso, o impacto da liga no inte-
rior do bloco de revestimento geram grandes forças, 
que podem ou não, causar algum tipo de dano ao 
bloco.
Existem órgãos de padronização como a ADA 
(American Dental Association) e a ISO (International 
Organization for Standardization) que pesquisam, or-
Resistência 
mecânica do 
revestimento 
aglutinado por 
fosfato
ganizam informações e publicam padrões e normas 
para cada tipo de produto odontológico e que as em-
presas devem seguir. Felizmente, a grande maioria 
dos revestimentos aglutinados por fosfato ultrapassa 
estes requisitos mínimos, como no caso de resistên-
cia mecânica. Mas então por que nos preocuparmos 
com isto? Tais propriedades em um revestimento es-
tão diretamente relacionadas com características do 
produto, proporcionamento entre pó e líquido espe-
cial, manipulação e modo de aquecimento. Ou seja: 
há a possibilidade de errarmos em alguma destas 
etapas e fazer com que o bloco fi que mais frágil. Já 
imaginou perder um bloco que continha em seu in-
terior o enceramento daquela prótese fi xa de 8 ele-
mentos super complexa que você fez devido a isso? 
Melhor nem pensar...
Nos revestimentos aglutinados por fosfato, a pre-
sença da sílica, além de auxiliar na expansão térmica, 
também aumenta a resistência mecânica do bloco 
antes de ir ao forno. É exatamente esta característi-
ca de alta resistência mecânica antes de ir ao forno 
(se comparado com o revestimento aglutinado por 
gesso) que permite que você faça o vazamento em 
um anel de silicone e, depois da presa inicial, possa 
manipular o bloco de revestimento sem que haja um 
anel em volta do mesmo.
Você se lembra que no líquido especial temos a 
presença de sílica e que podemos alterar a quanti-
dade de uso do mesmo? Então quanto maior a con-
centração de líquido especial que usamos, maior a 
resistência mecânica do bloco. Mas lembre-se da 
regra de ouro que citamos há pouco: outras proprie-
dades também poderão ser modifi cadas.
Lembre-se também que deve-se aguardar um 
tempo para que o revestimento atinja um valor de re-
sistência mecânica mínima para só então ser mani-
pulado por você. Este tempo depende de uma sé-
rie de reações químicas que ocorrem no bloco logo 
após a manipulação do revestimento. Estas reações 
sofrem infl uência direta de fatores externos, como, 
por exemplo, a temperatura ambiente.
Assim que a reação química progride no reves-
timento, há liberação de energia na forma de calor. 
Assim temos um momento em que o bloco atinge 
um pico de temperatura. Este momento, nos revesti-
mento aglutinados por fosfato que podem ser usados 
na técnica de aquecimento rápido, indica o momen-
to de inserí-lo no forno previamente aquecido. Isto 
porque neste momento a reação já avançou até um 
ponto que o bloco passa a ter resistência mecânica 
adequada para resistir à mudança brusca de tem-
peratura. 
DICA: 
Em dias frios, a reação 
será mais lenta e o bloco 
irá demorar mais para 
atingir um valor adequa-
do de resistência. Assim, 
provavelmente você terá 
que aguardar mais tempo 
do que o fabricante indica.
REVESTIMENTOS PARA FUNDIÇÃO ODONTOLÓGICA
16
Por que e como 
controlar a 
expansão?
Durante o processo de fundição, uma liga metálica 
é submetida a um aquecimento gradual até que pas-
sa do estado sólido para o estado líquido. A energia 
fornecida pelo maçarico é responsável por fazer com 
que os átomos da liga se distanciem e por isso há 
um aumento de volume da liga, ou seja, expansão. 
Logo após a injeção da liga fundida no interior do 
bloco de revestimento, começa o processo inverso. 
A liga começa a perder rapidamente calor e volta do 
estado líquido para o sólido. Para que isso ocorra, 
os átomos deverão se aproximar para “restabelecer 
as ligações químicas”, causando agora uma contra-
ção, ou como chamamos, contração de solidifi -
cação da liga. Dependendo da composição da liga, 
este processo de contração pode ocorrer com maior 
ou menor intensidade. No quadro abaixo podemos 
ver como curiosidade valores médios de contração 
de solidifi cação para ligas metálicas de uso comum 
em Odontologia:
Seria ótimo se a liga não exibisse alteração alguma 
de seu volume durante o processo de fundição. Caso 
isso ocorresse, a liga faria uma cópia exata do ence-
ramento e a precisão seria sempre ótima. Contudo 
temos este problema a resolver. 
Assim, existem técnicas que permitem fazer com 
que o molde formado pelo revestimento em torno do 
padrão em cera fi que ligeiramente maior. Assim, a 
liga fundida preenche este molde e quando solidifi ca 
sofre contração. Se a peça fundida fi cará nas dimen-
sões desejadas, dependerá de quanto este molde foi 
“aumentado”. Existem então meios diferentes para 
conseguir compensar a contração da liga metálica, 
como as descritas a seguir:
• Expansão do padrão em cera em água aquecida
• Expansão higroscópica
• Expansão de presa do revestimento
• Expansão térmica do revestimento
Como então optar por uma destas opções acima? 
De pronto podemos descartar as duas primeiras op-
ções por não apresentarem resultados previsíveis e 
controlados. A terceira opção, ou seja, a expansão 
de presa do revestimento, também é de difícil con-
trole pelo profi ssional e pode ser infl uenciada até 
mesmo por alterações na temperatura ambiente e 
água adicionada. Por estes fatos utilizamos o método 
Ligas com alto conteúdo de ouro 1,1%
Ligas de níquel-cromo 2,0%
Ligas de cobalto-cromo 2,3%
de controle da expansão térmica em revestimento 
aglutinado por fosfato. Lembre-se sempre que 
as proporções sugeridas pelo fabricante do 
revestimento funcionam somente como uma 
referência inicial para que você inicie o trabalho 
de adequação à sua realidade. Você já parou para 
pensar quantas combinações são possíveis entre os 
vários tipos de ceras, revestimentos, ligas, maçaricos 
e todos os demais materiais envolvidos na técnica de 
fundição? Cada um destes materiais pode afetar de 
alguma maneira e intensidade a adaptação de uma 
peça fundida. A simples mudança no tipo e fabricante 
do gesso pode trazer alterações nos resultados que 
você conseguia anteriormente à troca. Assim, você 
deve observar a proporção do fabricante do revesti-
mento que foi sugerida e analisar o resultado obtido. 
A verifi cação fi nal se houve sucesso ou não na 
relação entre correta expansão do revestimento 
e compensação da contração do metal pode ser 
feita tentando-se encaixar a peça no troquel que 
a originou. Assim para um coping, pode-se ter a 
situação na qual o mesmo necessitará de relativa 
pressão para encaixar no troquel, fi cando muito justo. 
Este fenômeno se deve à falta de expansão correta 
(subexpansão), causando muitas vezes desgaste do 
troquel com a repetição da tentativa de encaixe. Se 
ao contrário, o coping não necessitar de pressão 
signifi cativa para encaixar no troquel, podemos 
encontrar duas situações: 1) o coping encaixa no 
troquel nestas condições e não apresenta qualquer 
movimento de balanço ou folga, ou 2) o coping 
apresenta este encaixe, porém apresenta amplo 
movimento de balanço. No primeiro caso, temos uma 
situação de sucesso na determinação e obtenção da 
expansão necessária para compensar a contração 
da liga e, no segundo caso, temos uma expansão 
excessiva (sobre-expansão).
NUNCA SE ESQUEÇA
As concentrações sugeridas para o revestimento 
podem e devem ser modifi cadas para melhorara adaptação. Assim, para aumentar a expansão, 
aumente a quantidade de líquido especial e diminua 
a quantidade de água destilada (mantendo o volume 
fi nal recomendado). Para diminuir a expansão, faça o 
contrário, reduzindo a quantidade de líquido especial e 
aumentando a água destilada.
17
A etapa de proporcionamento tem importância 
fundamental no processo de fundição. É exatamente 
nesta etapa que se consegue padronizar a quan-
tidade de pó e líquido especial e assim manter um 
padrão de resultados. Recomenda-se sempre que o 
revestimento seja manipulado em temperatura am-
biente próxima de 23°C. A manipulação em tem-
peraturas mais altas podem diminuir de modo con-
siderável o tempo de trabalho. Em contrapartida, a 
manipulação em temperaturas muito baixas pode 
fazer com a reação de presa se torne muito lenta ou 
incompleta, gerando um bloco de baixa resistência 
mecânica, sujeito a fratura até mesmo no momento 
de retirar do anel de silicone.
O proporcionamento do pó deve ser feito sempre 
por “peso” (massa) e nunca por volume (com con-
chas dosadoras). Faça um teste: com uma concha 
dosadora destas, pegue cinco doses de pó de re-
vestimento e separe-as. Agora pese cada uma e veja 
quanto varia o peso. Isto porque apesar de aparente-
mente termos o mesmo volume, o pó pode estar 
compactado de forma diferente em cada dosagem, 
causando erros grosseiros. Consegue-se hoje com-
prar balanças de precisão por preços bem convida-
tivos. Para uso com revestimento, adquira uma com 
graduação ou precisão de 0,1 grama. Caso faça a 
opção de comprar uma que tenha o visor digital, lem-
bre-se que quando as pilhas estiverem com carga 
baixa pode haver erros na medição. Assim, é sempre 
bom ter um objeto com peso bem preciso e conhe-
cido, para usá-lo como gabarito. Como dica, use um 
lingote de liga metálica e faça a pesagem do mesmo 
com pilhas ainda novas. Anote no mesmo o peso e 
de vez em quando pese-o novamente para verifi car 
se a balança mostra o mesmo valor anotado. Pro-
cedimento simples mas fundamental!
Sempre antes de proporcionar o pó, vire o pote 
umas duas ou três vezes para assegurar que o mes-
mo esteja homogêneo. Com o transporte e vibra-
ções, as partículas de maior tamanho podem se des-
locar para o fundo do pote. Lembre-se de aguardar 
cerca de 30 segundos antes de abrir o pote devido 
à formação de poeira. Nunca se esqueça de usar 
máscara durante esta etapa (recomendável máscara 
semi-facial, com fi ltro tipo P1). A pessoa mais indica-
da para se preocupar mais com sua saúde ocupacio-
nal é você mesmo e ninguém mais.
Já para o proporcionamento do líquido especial 
e da água destilada, sempre o fazemos por volume. 
Podem ser usados tanto copos graduados quanto 
seringas descartáveis. Contudo, dependendo do 
copo gra-duado e material em que foi fabricado, 
cerca de 0,5ml de líquido ou mais pode fi car ade-
rido às suas paredes, causando erros na proporção 
pó-líquido especial. Particularmente, com a seringa 
descartável conseguimos maior precisão e resulta-
REVESTIMENTOS PARA FUNDIÇÃO ODONTOLÓGICA
Proporciona-
mento e espatu-
lação 
dos constantes de forma prática. Somente lembre-se 
sempre de lavá-la com água após a medição do líqui-
do especial, pois o mesmo, se deixado na seringa, irá 
secar e impregná-la com cristais de sílica.
Verifi que sempre a qualidade do líquido especial 
pois, como já citado, o mesmo não deve possuir cris-
tais suspensos e nem alterações de cor. Será que 
preciso mesmo utilizar água destilada? Claro que 
sim! Na água comum obtida das torneiras e mesmo 
na água fi ltrada podemos ter vários minerais presen-
tes em quantidades variadas que podem alterar a 
reação de presa do revestimento e sua expansão. A 
quantidade usada é muito pequena para que você 
ache que é um gasto a mais. 
Uma vez proporcionados o pó, líquido especial 
e água destilada, a espatulação deve ser imediata 
para evitar que o líquido evapore e que o pó possa 
contaminar com umidade. Ao colocar estes produtos 
na cuba, sempre inicie pelo líquido e depois coloque 
aos poucos o pó. Com isto evita-se aprisionar ar no 
interior do pó, minimizando as porosidades. A es-
patulação pode ser feita tanto manualmente quanto 
de forma mecânica (espatuladores mecânicos). Sem 
dúvida alguma se consegue melhor resultado com 
espatuladores mecânicos que usam vácuo no interior 
das cubas de manipulação. Isto se deve a algumas 
diferenças básicas como padronização do tempo e 
velocidade de manipulação, bem como diminuição 
das porosidades devido ao vácuo. Ao término da 
espatulação mecânica sob vácuo, coloque a cuba 
sobre um vibrador de gesso e deixe o ar entrar aos 
poucos dentro da cuba. Deixar o ar entrar rapida-
mente no interior da cuba pode causar condensação 
de água no revestimento.
Lembre-se que cubas de manipulação se des-
gastam com o tempo. Como o pó do revestimento 
é abrasivo, as paredes da cuba são desgastadas e 
passam a não mais estarem próximas da pá mistu-
radora, podendo gerar um revestimento mal manipu-
lado, com resíduos de pó não manipulado aderido 
nas paredes. Principalmente para manipulação de 
pequenas quantidades de revestimento, isto causa 
uma mudança considerável na proporção original 
entre pó e líquido especial, prejudicando a expansão 
e assim a adaptação. As cubas de materiais inertes 
como os polímeros (Ex.: Acrílico, policarbonato) são 
ideais, pois o resíduo do desgaste das mesmas não 
interfere no revestimento.
Mantenha as cubas preenchidas com água quan-
do não estiverem em uso ou então umedeça-as sem-
pre antes de colocar o líquido especial no seu inte-
rior, imediatamente antes da manipulação. Algumas 
cubas podem absorver parte do líquido alterando a 
proporção original entre pó e líquido especial. Nunca 
use uma cuba que foi usada para manipular gesso ou 
DICA: 
Em dias frios, a reação 
será mais lenta e o bloco 
irá demorar mais para 
atingir um valor adequa-
do de resistência. Assim, 
provavelmente você terá 
que aguardar mais tempo 
do que o fabricante indica.
18
revestimento aglutinado por gesso para a espatula-
ção de revestimento aglutinado por fosfato. O resíduo 
de gesso irá interferir na reação de presa, diminuindo 
o tempo de trabalho. Ainda, durante o aquecimento 
em temperaturas mais altas, o gesso irá se decom-
por liberando gases de enxofre, contaminando a liga 
fundida.
Respeite sempre o tempo determinado pelo fabri-
cante para a espatulação. Contudo pequenos ajustes 
no tempo podem ser feitos, pois existem diferenças 
entre espatuladores, cubas e velocidade. Tenha cui-
dado com reduções muito grandes no tempo de es-
patulação, pois podem gerar revestimento mal ma-
nipulado, além de permitir que sejam formados e 
aprisionados gases decorrentes do contato do pó 
com o líquido especial, gerando pequenas bolhas na 
superfície dos padrões de cera.
Caso seja necessário fazer a espatulação manual, 
uma boa dica é colocar a cuba sobre um vibrador de 
gesso e ligá-lo em média vibração. Coloca-se o líqui-
do especial misturado à água destilada e depois o 
pó e faz-se a manipulação sob vibração. Você notará 
quantas bolhas de ar são liberadas neste processo.
A seleção de um anel para revestimento correto é 
a garantia de você conseguirá obter a expansão que 
deseja com o revestimento utilizado. Os anéis metáli-
cos já foram muito utilizados e tiveram seu uso reduz-
ido para revestimentos aglutinados por fosfato devido 
à praticidade dos anéis de silicone. Mas a vantagem 
dos anéis de silicone só se deve à sua praticidade 
no uso e limpeza? Não! Devemos entender por que 
usamos estes anéis para então sabermos selecioná-
los corretamente. A técnica em que se usam os anéis 
flexíveis chama-se Técnica da Expansão Livre. 
A ideia é que o bloco de revestimento não tenha 
nada em torno do mesmo que possa restringir sua 
expansãode presa e térmica e por isso usam-se os 
anéis de silicone. Mas atenção: para que funcione o 
anel deve realmente ser flexível! Vê-se no mercado 
alguns anéis extremamente rígidos e que podem 
prejudicar todo o processo (ver figura 8). Como isso 
ocorre? Imagine que você use um anel de silicone 
muito rígido. No momento que o revestimento ini-
ciar a expansão de presa, o bloco começará a ex-
pandir em todas as direções, pois é um processo 
tridimensio-nal. Contudo, terá as paredes do anel 
como barreira e então irá expandir no sentido das 
extremidades do anel, pois estas estão livres. Com 
isso o anel aumenta suas dimensões no sentido do 
comprimento do mesmo, “levando junto” a cópia que 
o revestimento fez dos padrões que você incluiu. É 
como se o padrão fosse “esticado” neste sentido, 
causando distorção e peças fundidas desadaptadas.
Tão logo os anéis de silicone que você usa come-
cem a ficar rígidos, devem ser descartados e subs-
tituídos. Tenha sempre o cuidado de lavar os anéis 
com algum tipo de detergente neutro e secá-los tão 
logo faça a retirada do bloco. Deixar restos de re-
vestimento em contato com o silicone pode torná-lo 
rígido de maneira mais rápida. Para facilitar a limpeza 
e remoção do bloco após a presa, pode ser aplicada 
uma camada bem fina de graxa de silicone na base 
formadora de cadinho (base do anel).
Uma das etapas críticas é o momento de proceder 
ao vazamento do revestimento recém-manipulado no 
interior do anel. Para tal etapa, deve-se utilizar sempre 
vibração moderada e fazer o vazamento do revesti-
mento em pequena quantidade e em fluxo contínuo, 
ou seja, sem vazar em um momento uma quantidade 
grande de revestimento e em outra pouca quanti-
dade. Sempre antes do vazamento prendo a base ao 
anel de silicone com um pedaço de fita adesiva. Não 
é nada agradável carregar o anel e a base soltar, va-
zando todo o revestimento.
Note que revestimentos de boa qualidade, obtidos 
com pós de granulação bem fina como no caso do 
Nanovest M, ficam extremamente fluidos após a ma-
nipulação, necessitando de pouca vibração para se 
fazer um vazamento de qualidade. Deve-se parar de 
fazer o vazamento quando houver cerca de 0,5 a 1cm 
de revestimento sobre a parte mais alta do padrão 
em cera montado. Quando se deixa uma espessura 
maior de revestimento, dificulta-se a saída do vapor 
gerado pela reação de presa do revestimento. Com 
isso cria-se pressão junto aos padrões de cera, que 
juntamente com o aumento de temperatura, pode 
causar distorção.
Anéis e 
vazamento de 
revestimentos:
FIGURA 8: A imagem da esquerda mostra um anel de silicone 
adequado e que ainda é flexível. Já na imagem da direita vê-se um 
anel de silicone já envelhecido pelo tempo e/ou mau uso. Este, devido 
à rigidez, impede a correta expansão do revestimento, devendo ser 
substituído.
19
Constitui prática comum neste momento colocar 
o anel sob pressão, procedimento correto que 
aumenta a resistência mecânica do revestimento 
após a presa. Ao ler sobre a composição do pó, 
você viu que com a espatulação ocorre uma reação 
química com liberação de calor, o que pode ser 
prontamente notado por quem já trabalhou com 
revestimentos aglutinados por fosfato. Podemos 
encontrar revestimentos em que há aumento de 
até 70°C na temperatura do bloco quando ocorre a 
reação química em sua plenitude. Por que devemos 
saber isso? Lembra-se quando o fabricante 
recomenda um determinado tempo espera, após 
o vazamento do revestimento, para então inserir o 
bloco no forno (técnica do aquecimento rápido)? Este 
tempo tem relação direta com o momento de pico da 
reação, pois neste atinge-se a resistência mecânica 
necessária para que o bloco não quebre.
Você deve sempre deixar sobre a parte mais su-
perior dos padrões em cera já montados, uma es-
pessura máxima de revestimento próxima de 8mm. 
Após a presa inicial do revestimento e antes de 
colocá-lo no forno, deve ser feito um desgaste cui-
dadoso desta parte superior do bloco. Isto porque há 
a precipitação de cristais nesta superfície (note como 
ela sempre fica mais brilhante e lisa que o restante 
do bloco), podendo causar expansão não uniforme 
nesta região e também dificultar a saída de gases 
durante o aquecimento. Após esse desgaste, deve 
permanecer uma espessura de revestimento de no 
mínimo 5mm, pois espessuras menores que essa 
sujeitam o bloco a fratura no momento da injeção e 
impacto da liga fundida.
O aquecimento do bloco de revestimento tem por 
funções principais eliminar a cera e/ou resina acrílica 
usada na confecção do padrão de fundição e propor-
cionar expansão térmica para compensar a contra-
ção da liga metálica na solidificação.
Pode-se fazer o aquecimento do bloco de revesti-
mento de acordo com dois tipos de técnicas: a Téc-
nica de Aquecimento Convencional (ou Aquecimento 
Lento) e a Técnica de Aquecimento Rápido:
TÉCNICA DE AQUECIMENTO 
CONVENCIONAL 
(Técnica do Aquecimento Lento ou em 
Patamares):
Esta técnica, já usada com os primeiros revesti-
mentos aglutinados por fosfato, envolve aguardar 
maior período após o vazamento e aquecimento gra-
dativo do bloco. Fique atento pois normalmente nes-
ta técnica deve-se aguardar no mínimo 1 hora após o 
vazamento para que o bloco possa ser então gradu-
almente aquecido. Normalmente os erros graves 
nesta técnica se relacionam com taxas de aqueci-
mento muito altas e rápidas. Assim, abaixo está uma 
sugestão de patamares para aquecimento conven-
cional que funciona perfeitamente com Revestimento 
Nanovest M:
Por que e 
como fazer o 
aquecimento do 
bloco?
Etapa Temperatura
inicial
Velocidade do 
aquecimento
Temperatura 
Final
Tempo a ser mantido 
na temperatura final
1 Ambiente 5°C/minuto ou baixa 250°C 20 a 30 minutos
2 250°C 7°C/minuto ou média 500°C 20 minutos
3 500°C 7°C/minuto ou média Recomendada 
pelo fabricante 
da liga
30 a 60 minutos
REVESTIMENTOS PARA FUNDIÇÃO ODONTOLÓGICA
20
Este ciclo é especialmente recomendado quando 
se tem a presença de resina acrílica no padrão de 
fundição, componentes calcináveis para prótese 
sobre implante (Ex.: UCLAs) e para padrões com 
grandes volumes de cera e/ou de grande extensão. 
Caso o padrão seja de pequena dimensão, feito so-
mente em cera e incluído em anéis menores (até o 
número 3), pode-se alterar a temperatura final do 
ciclo 1 para 400°C mas mantendo a velocidade de 
aquecimento de 5°C ou baixa.
Apesar do tempo gasto para fundir um bloco 
nesta técnica, é a que proporciona um bloco de re-
vestimento com maior resistência mecânica. Deve 
ser utilizada como preferencial sempre que for fundir 
padrões com quantidades consideráveis de resina 
acrílica como próteses parciais fixas mais extensas e 
componentes de implante calcináveis, ambos feitos 
em polímero. Isto se justifica pelo fato de que com 
o aquecimento lento, a eliminação destes polímeros 
ocorre de modo diferente da cera pura. Quando se 
aquece a cera rapidamente, grande parte escoa, 
pois se torna líquido, e o restante se espalha pelo 
revestimento ou é carbonizada. Já no caso destes 
polímeros, não há escoamento ou dispersão pelo 
revestimento. Assim, são eliminados basicamente 
sendo carbonizados (‘queimados’). Se o aqueci-
mento é feito de maneira muito rápida, podem sofrer 
grande expansão e danificar o revestimento em volta 
do padrão. É frequente vermos relatos de profissio-
nais que fizeram “tudo certo” na inclusão de UCLAS 
(calcináveis) e que após a fundição, ao fazer a desin-
clusão, encontram o orifício de entrada do parafuso 
no UCLA selado por uma lâmina de metal. Ocorreu 
exatamente o que foi descrito anteriormente. O re-
vestimento fratura nesta região e a área fraturada é 
preenchida por metal fundido.
Após a remoção do bloco de revestimento do inte-
rior do anel, caso não vá executar a fundição logo em 
seguida,mantenha-o em uma condição que permita 
a manutenção de sua umidade natural. A água no 
interior do bloco auxilia na eliminação da cera e tam-
bém na condução de calor no bloco. Contudo, em 
hipótese alguma o bloco deve ficar em contato direto 
com a água, pois poderá sofrer expansão higros-
cópica. Uma alternativa é enrolar o bloco em filme de 
PVC (plástico para alimentos) ou, em alguns casos 
de maior tempo entre remoção do anel e fundição, 
recomenda-se banhar a parte externa do bloco em 
cera derretida.
Apresenta como inconveniente o fato de que se 
após a fundição de um bloco decidir fundir outro pela 
mesma técnica terá que aguardar o forno esfriar ou 
será necessário ter dois fornos.
TÉCNICA DE AQUECIMENTO 
RÁPIDO
Sem dúvida alguma o surgimento dos revestimen-
tos aglutinados por fosfato que podem ser submeti-
dos a esta técnica revolucionou e facilitou o trabalho 
dos TPDs. Consegue-se com esta técnica facilmente 
fazer a inclusão do padrão em cera e cerca de no 
máximo uma hora depois já estar com a peça fun-
dida em mãos para os ajustes e acabamentos, algo 
impossível com o Aquecimento Lento.
O grande avanço na formulação e principalmente 
na granulação dos revestimentos possibilitou este 
avanço. Mas exige do profissional ainda mais cui-
dado com a padronização de todas as etapas, pois 
erros podem facilmente causar falhas, como ocor-
rência de trincas dos blocos ou até mesmo “estouro” 
dos mesmos quando colocados no forno.
Geralmente nesta técnica aguarda-se após o 
vazamento um tempo determinado pelo fabricante 
(para o Nanovest M este tempo é de 30 minutos) e 
logo depois já se pode retirar o bloco do anel de sili-
cone e inseri-lo direto no forno previamente aquecido 
a uma temperatura que pode estar entre 500°C e 
700°C. Aguarda-se geralmente cerca de 15 minutos 
nesta temperatura e logo depois o forno já pode ser 
regulado para a temperatura final, usando velocidade 
média (7°C/minuto) ou alta (10°C/minuto) de aqueci-
mento.
Normalmente esta técnica apresenta menor índice 
de falhas quando utilizada com blocos menores (até 
o número 4). O uso desta com blocos grandes como 
os de número 6 aumenta o índice de trincas.
É, sem sombra de dúvida, um dos maiores avan-
21
ços em termos de economia de tempo no Labo-
ratório. Contudo, exige no profissional atenção aos 
tempos envolvidos na técnica e atenção aos deta-
lhes. Recomenda-se que seja adquirido um contador 
de tempo (timer) que possua algum sinal sonoro ao 
final do tempo programado para controle principal-
mente do tempo antes de colocar o bloco no forno. 
Contudo, caso esqueça de colocar o bloco no forno 
no momento correto, não se arrisque: faça a técnica 
de aquecimento convencional.
Os princípios fundamentais ao se estabelecer a 
temperatura final de aquecimento do bloco devem 
garantir que:
• Haja expansão térmica adequada e que com-
pense a contração da liga metálica;
• Após iniciado o aquecimento do bloco e próximo 
aos 300°C, inicia-se a liberação de gases compostos 
por água e amônia. Por isso o cheiro característico 
de amônia nos estágios iniciais e a necessidade de 
ter um sistema de sucção de gases eficiente sobre o 
forno para blocos de revestimento.
• Continuando o aquecimento e ao se aproximar 
de temperaturas de 750°C, ocorre a reação entre os 
grupamentos de fosfato e a sílica, formando com-
plexos de sílico-fosfato. Qual a vantagem disto? Pode 
haver um aumento na resistência mecânica do bloco 
de até 7 vezes.
• Seja capaz de manter a liga fundida e com a flui-
dez necessária para o completo preenchimento das 
áreas mais finas do molde de revestimento antes que 
solidifique;
• Permitir o resfriamento controlado da liga fun-
dida, evitando alterações em sua microestrutura de-
vido ao aquecimento excessivo ou insuficiente.
• A temperatura final a ser atingida no bloco de 
revestimento tem relação direta com a liga a ser fun-
dida. Normalmente há uma diferença em torno de 
400°C entre a temperatura usada para fundir a liga 
metálica e a temperatura a ser atingida no bloco de 
revestimento. Por exemplo, se você vai fundir uma 
liga com zona de fusão próxima de 1200°C, provavel-
mente utilizará uma temperatura final de aquecimento 
do bloco próxima de 800°C. Mas lembre-se que este 
é um dado de referência. O ideal sempre é utilizar 
inicialmente os dados fornecidos pelo fabricante da 
liga metálica para temperatura final do bloco e caso 
necessário, fazer as adequações
A ocorrência de trincas no bloco de revestimento 
no momento do aquecimento pode chegar ao ponto 
de comprometê-lo ou até mesmo causar a fratura 
total do mesmo durante esta etapa. Na maioria 
das vezes estão relacionadas com procedimentos 
errados que o profissional executa no momento em 
que o revestimento está desenvolvendo sua reação 
de presa. Dentre as causas mais comuns podem-se 
citar:
• Tempo de presa recomendado pelo fabricante 
não foi seguido (o bloco foi manipulado antes do tem-
po ou aguardou-se tempo demais);
• O bloco sofreu desidratação severa antes de ir 
ao forno;
• Líquido especial contaminado com cristais de 
sílica;
• Uso de grandes volumes de resina acrílica sem 
recobrimento do padrão com cera.
Seguem algumas observações abaixo que se apli-
cam para qualquer técnica de aquecimento:
• Ao colocar o bloco no interior do forno, coloque-
o sempre com a parte aberta (área de entrada da 
liga) voltada para a base do forno. É interessante que 
o bloco seja posicionado sobre uma grade ou algo 
similar para possibilitar que a cera derretida escoa 
livremente do interior do bloco para o forno, facilitan-
do assim a eliminação da mesma.
• Uma vez colocado um bloco no interior do for-
no e atingida a temperatura em que cera começa a 
derreter, evite abrir a porta durante os próximos 10 
minutos. No interior do forno haverá gases decorren-
tes da queima da cera que só não se incendeiam 
devido à escassez de oxigênio. Contudo, caso você 
abra a porta do forno neste momento, estes gases 
se misturarão com o oxigênio vindo do ambiente, que 
somados às altas temperaturas geram fogo. Assim 
há risco de combustão da cera e queimaduras. Caso 
queira inserir mais de um bloco no forno, faça em 
um prazo máximo de 30 segundos após inserção do 
primeiro.
• Evite colocar os blocos muito próximos das pare-
des laterais do forno, pois como as resistências estão 
normalmente ali localizadas, o bloco terá um lado ou 
área aquecida com temperatura diferente das outras. 
A região com temperatura mais homogênea é o cen-
tro do forno.
• Você notará que o bloco, após eliminação da 
cera, ficará com uma coloração escurecida, devido 
às substâncias que estão sendo liberadas do reves-
timento e da carbonização da cera. Somente faça a 
fundição quando esta característica não estiver mais 
presente.
REVESTIMENTOS PARA FUNDIÇÃO ODONTOLÓGICA
22
Para que o padrão em cera seja corretamente 
eliminado, deve-se garantir que o bloco permaneça 
um determinado período de tempo na temperatura 
final. Isto assegura não só a eliminação da cera, mas 
também dos gases gerados na combustão da cera, 
ricos em carbono. A eliminação incompleta do pa-
drão de fundição devido ao uso de baixas temperatu-
ras e tempo insuficiente de manutenção do bloco no 
forno pode resultar em peças fundidas com bordas 
brilhantes, arredondadas e dependendo da liga, com 
coloração azulada (ver figuras 9A e 9B). Isto porque 
os resíduos da combustão da cera se combinam 
com o oxigênio e formar monóxido de carbono, um 
gás redutor (ou seja, evita a oxidação e por isso as 
margens ficam brilhantes). A presença deste gás im-
pede que a liga fundida chegue até a região do molde 
referente ao término e outras áreas, e assim as mar-
gens ficam arredondadas. É como se você tampasse 
a ponta de uma seringa descartável e tentasse em-
purrar o êmbolo. A presença de ar no interior

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