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O campo do estágio do pedagogo em ambiente hospitalar

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16/03/2023, 00:49 O campo do estágio do pedagogo em ambiente hospitalar
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/02640/index.html# 1/36
O campo do estágio do pedagogo em ambiente hospitalar
Profª. Nelma Pintor
Descrição
Discussão sobre a ação da Pedagogia desenvolvida no contexto hospitalar, com crianças e adolescentes adoecidos, em situação de internamento,
para tratamento de saúde.
Propósito
Conhecer o atendimento pedagógico no contexto hospitalar, um campo que busca desenvolver conhecimentos e vivenciar estratégias educativas de
atendimento às crianças e aos adolescentes enfermos e em situação hospitalar, afastados da escola, a fim de promover a qualidade de sua inclusão
social e contribuir para a aquisição dos direitos constitucionais e da dignidade humana.
Objetivos
Módulo 1
A história da Pedagogia Hospitalar
Relacionar o pedagogo e o hospital de maneira a situar suas atuações no que tange às crianças hospitalizadas.
Módulo 2
Pedagogia Hospitalar: interface entre a educação e a saúde
Reconhecer as práticas e a importância da continuidade das condições de aprendizagem de crianças e adolescentes em situação de internação
hospitalar, afastados do ambiente escolar.
16/03/2023, 00:49 O campo do estágio do pedagogo em ambiente hospitalar
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1 - A história da Pedagogia Hospitalar
Ao �nal deste módulo, você será capaz de relacionar o pedagogo e o hospital de maneira a situar suas atuações no que tange às
crianças hospitalizadas.
Pedagogo e Pedagogia Hospitalar
Quando pensamos na atuação do pedagogo, logo identificamos o campo da escola. Mas e quando o educando não pode ir à escola? E quando um
ambiente recebe crianças e lida cotidianamente com elas, quem atua no sentido de garantir o seu direito à educação?
Vamos mergulhar no entendimento de quem é o pedagogo e qual a sua função diante de situações como essa. Ao final, você vai notar o quão
importante é esse campo e como ele tem grande potencial no desenvolvimento de seu estágio e futuro profissional.
A educação, em sua trajetória histórica, desde as épocas primitivas até os tempos contemporâneos, sempre teve um viés de produto
destinado às classes nobres e abastadas da sociedade.
O direito à educação, há muito tempo, não alcança a totalidade da população mundial; ainda hoje vemos, em algumas partes do mundo,
crianças, mulheres e pobres sem acesso a esse direito básico para a sobrevivência de forma equitativa, inclusiva e democrática.
Como um determinante social de saúde estipulado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), é consenso que a educação se constitui
como a base para a aquisição de outros direitos, como o direito à saúde.
A articulação entre os campos de saber da Educação e da Saúde permite assentar a importância da disciplina Pedagogia Hospitalar na
confluência dos direitos das crianças e dos adolescentes, que se encontram enfermos e em situação de internação em ambientes
hospitalares.
Vamos conhecer aspectos da história e da constituição do campo da disciplina Pedagogia Hospitalar, reconhecida no Brasil por vários
dispositivos legais que amparam o exercício do pedagogo nesse contexto.
Introdução
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Pedagogia e Educação
O termo pedagogia tem sua origem no grego antigo: paidos significa “da criança” e agein significa “conduzir”. Também estava relacionado ao
escravo que conduzia a criança à escola. Estudos, portanto, atestam que a Pedagogia surge na Grécia Antiga.
A paideia, surgida nos tempos gregos, buscava o “ideal de formação humana”, com o objetivo de imprimir uma “formação de uma humanidade
superior", como mostra Cambi (1999, p. 87), nutrida de cultura e de civilização, que atribui ao homem, sobretudo, uma identidade cultural e histórica.
Tendo seu nascimento nos períodos mais antigos da cultura grega, a Pedagogia surge como um “saber autônomo, sistemático e rigoroso” (CAMBI,
1999, p 87); e nasce a educação como episteme.
pisteme
É a palavra grega que dá origem ao termo epistemologia, que significa:
conjunto dos conhecimentos que condicionam a forma de entender e interpretar o mundo em determinadas épocas;
em Filosofia, saber construído de forma racional e metodológica, por oposição à opinião sem fundamento ou reflexão; e
conhecimento científico.
Fonte: https://www.lexico.pt/episteme/
Sócrates (470-399 a. C.), e Platão (427-347 a. C.), seu discípulo, foram filósofos muito interessados na construção da paideia, cujos modelos de
formação humana se expandiram por toda a Grécia e pelo mundo antigo.
Para Cambi (1999), a experiência grega da educação refletiu-se de forma profunda na experiência pedagógica ocidental, fixando teorias e modelos
de educar.
Os filósofos Platão e Sócrates representados em esculturas neoclássicas, em frente à Academia de Atenas, na Grécia.
ócrates
Sua mais conhecida frase é “só sei que nada sei”. Paradoxalmente, o filósofo se tornou célebre — e, posteriormente, condenado à morte — por perseguir
a sabedoria nas praças públicas de Atenas. Partindo do princípio de que existe uma inteligibilidade racional para todos os aspectos da existência
humana — ou seja, tudo pode e deve ser racionalmente compreendido —, Socrátes interrogava os atenienses nas praças públicas, a fim de identificar os
defeitos fundamentais que existem na sabedoria de cada um e que nos limitam à ignorância.
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latão
Dando continuidade o legado de seu mestre, Platão estreia como célebre autor por meio da obra que eternizou a lógica socrática, a Apologia de
Sócrates. Nesse livro, narra em forma de diálogos a argumentação dos que acusavam o seu mestre de corromper a juventude ateniense e as
argumentações de Sócrates ao se defender no tribunal. Para além de ser o mais notável discípulo de Sócrates, ficou conhecido por seus textos em
forma de diálogo e por fundar a Academia de Atenas, que posteriormente seria conhecida como a escola de Platão.
Sob a ótica de diversas matizes teóricas, a pedagogia se expande em sua base epistêmica, delineando novas reflexões e posições pedagógicas,
envolvendo novos saberes de ensinar e aprender.
É possível compreender a Pedagogia como a materialização da educação ou a educação em ação.
Alcançando o século XX, afirma Cambi:
No século XX, de fato, desenvolve-se enormemente a pedagogia experimental, nascem disciplinas novas como
a psicopedagogia ou a sociologia da educação, opera-se uma riquíssima investigação científica sobre a criança
(pense-se em Freud, em Piaget, em Vygotski etc.) ou sobre a aprendizagem (ainda Piaget, mas também Koehler
ou Wertheimer), redesenhando desse modo todo o horizonte do saber educativo, inervando-o de
conhecimentos científicos e de práticas cognitivas de tipo científico experimental, encetando aquela passagem
da pedagogia para as ciências da educação que será plenamente aclamada e assumida como um ponto de não
retorno da pedagogia no curso da segunda metade do século.
(CAMBI, 1999, p. 582)
Estudioso no campo da educação brasileira, Libâneo (2010, p. 21) busca explicitar “[...] seu campo conceitual e seus métodos de investigação”, entre
outros aspectos. Assim ele define a Pedagogia:
[...] Ciência prática que investiga a natureza, as finalidades e os processos da formação humana numa
sociedade determinada, de modo a explicitar objetivos e propor meios apropriados de intervenção
metodológica e organizativa nos vários âmbitos em que as práticas educativas acontecem, buscando dar
sentido e unidade aos diversos enfoques parciais do fenômeno educativo (o sociológico, o psicológico, o
econômico etc.)
(LIBÂNEO, 2010, contracapa)
A Pedagogia, como entende Libâneo (2010), está intrinsecamente ligada a um amplo conceito de educação, cujas práticas transcendem o espaçoda família e da escola. Dessa forma, diferentes práticas podem ocorrer em contextos de educação:

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Formal
Saberes sistematizados, como escolas e universidades.

Não formal
Saberes semi-sistematizados, como os ofertados por agências formadoras, empresas e organizações.

Informal
Saberes não institucionalizados, que ocorrem em espaços informais, como os de projetos sociais.
Uma pedagogia que transcende os muros da escola pode e deve ocorrer no espaços hospitalares, como um dos modelos de instituição não escolar,
no qual são planejadas diferentes intervenções pedagógicas, vivenciadas por diferentes agentes e movidas também por diferentes finalidades.
Esse cenário revela, conforme Libâneo (2010, p. 30), que “[...] o pedagógico perpassa toda a sociedade, extrapolando o âmbito escolar formal,
abrangendo esferas mais amplas da educação informal e não-formal”. Corroborando a visão desse autor, o pedagogo deve se constituir em um
profissional profundamente formado e qualificado, capaz de responder às diversas demandas socioeducativas que se apresentam nas novas
realidades contemporâneas.
A partir dessa perspectiva, entende-se, portanto, que o pedagogo tem diante de si um campo de atuação que se expande ricamente para além de
gestão, administração, coordenação e supervisão escolar.
Pode atuar, entre outras instâncias, “nos serviços de Psicopedagogia e Orientação Educacional, nos programas sociais, nos serviços para a terceira
idade, nos serviços de lazer e animação cultural, na televisão, no rádio e na produção de vídeos, filmes, brinquedos” (LIBÂNEO, 2010, p. 39).
Isso implica uma vasta gama de saberes dos quais o pedagogo precisa se apropriar no exercício de sua profissão, a fim de articular com
proficiência teoria e prática. A educação, por intermédio da Pedagogia, vem estendendo suas fronteiras e ultrapassando seus limites na construção
de novos cenários, favoráveis ao ensino e à aprendizagem, secularmente restritos à família e à escola.
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Um desses novos cenários é o ambiente hospitalar, no qual diferentes agentes entram em cena, interatuando com o pedagogo/professor, com
intencionalidade e objetivo de atender a criança e o adolescente enfermo, que se encontra hospitalizado, no processo de resgate de sua saúde.
Comentário
Por outro lado, a educação é amplamente reconhecida como um dos elementos essenciais para promoção da saúde do cidadão. Se desde cedo as
crianças forem ensinadas a cuidar da saúde, elas se tornarão adolescentes e adultos responsáveis por sua saúde individual e pela saúde do grupo e
da comunidade em que vivem. Inicialmente cabe à família, e posteriormente à escola, a educação para a promoção, a prevenção e o cuidado para
uma vida saudável. Por isso, a educação para a saúde deve ser considerada um tema transversal em todo currículo de formação do profissional de
Educação.
Mas o que é um hospital?
Vamos conhecer um pouco da história da relação entre a educação e o hospital. Veja algumas origens da palavra hospital.
Breve abordagem sobre o binômio saúde-doença
A literatura médica é rica em explicitar as relações de desenvolvimento das condições de saúde e de doença na sociedade. Historicamente, a
Medicina vem considerando que a saúde sofre influência direta das condições socioambientais a que está exposta; são os chamados
determinantes sociais de saúde (DSS). Na explicação do processo saúde-doença, os modelos ora pendiam para um modelo biologicista, ora se
dirigiam para um modelo social:
Para a Comissão Nacional sobre os Determinantes Sociais da Saúde (CNDSS), os DSS são os fatores sociais,
econômicos, culturais, étnicos/raciais, psicológicos e comportamentais que influenciam a ocorrência de
problemas de saúde e seus fatores de risco na população.
(BUSS; PELLEGRINI FILHO, 2007, p. 78)
Zombini et al. (2012) também atestam a presença desses determinantes como condição de saúde. Concebido dessa forma, o conceito de saúde vai
ao encontro do que foi explicitado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), ao se referir a um estado completo de bem-estar físico, mental e
social; e não apenas à saúde como ausência de doença e de qualquer enfermidade. Esse é um conceito que tem sido revisto e ampliado, dadas as
condições materiais e humanas na contemporaneidade.
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Atualmente, é notório o fato de que as desigualdades sociais contribuem para as iniquidades em saúde: pobreza e iniquidade em saúde expressam
uma relação direta. Contudo, importa observar que existem diferenças entre o estado de saúde de indivíduos em particular e o estado de saúde de
grupos e de sociedades diversas. Isto é, fatores que comprometem a saúde de um indivíduo podem não ser os mesmos que incidem sobre a saúde
de uma coletividade.
Além desse aspecto, a posição social que os indivíduos ocupam na estratificação social de uma determinada sociedade pode ser suficiente para
explicar os determinantes sociais aos quais a saúde está exposta. O processo de saúde-doença, portanto, envolve diferentes e variadas dimensões,
como as ambientais, as culturais, as biológicas e as econômicas, todas interatuando de forma complexa. Tal abrangência pode ser observada no
conceito estabelecido pela Lei Orgânica da Saúde (LOAS), Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, com nova redação promulgada pela Lei nº
12.864, de 24 de setembro de 2013. Veja o conceito de saúde expresso em seu art. 3º:
Art. 3º Os níveis de saúde expressam a organização social e econômica do País, tendo a saúde como
determinantes e condicionantes, entre outros, a alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio
ambiente, o trabalho, a renda, a educação, a atividade física, o transporte, o lazer e o acesso aos bens e
serviços essenciais.
(LEI Nº 8.080/1990)
A Carta de Ottawa, redigida por ocasião da Primeira Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde, realizada no Canadá em 1986, já
apresentava pré-requisitos para a consecução da saúde que, provavelmente, foram incorporados pela LOAS.
À época, as condições indispensáveis para consolidar e promover a saúde foram indicadas
paz;
renda;
habitação;
educação;
alimentação;
ecossistema estável;
recursos sustentáveis;
justiça social;
e equidade.
Tendo esses recursos garantidos por meio de políticas públicas, é estabelecida a fundamental dimensão da qualidade de vida para os indivíduos e
as coletividades.
Condições de saúde equitativas e igualitárias devem ser promovidas, independentemente das diferenças sociais, e
envolvem a responsabilidade de todos os envolvidos: dos indivíduos em particular, da sociedade e do Estado.
Face à explícita multidimensionalidade inerente ao processo saúde�-doença, importa destacar a necessidade de cuidados específicos destinados, de
forma individual ou coletiva, por profissionais de diferentes campos de conhecimento; entre eles, o pedagogo/professor no contexto do hospital.
O cuidado com a criança ou o adolescente enfermo, internado em ambiente hospitalar, exige do pedagogo não apenas o conhecimento técnico e
metodológico, mas, sobretudo, o cuidado humanizado, compreensivo e acolhedor.
A promoção e o cuidado da saúde de crianças e adolescentes, no Brasil, se encontram amparados em leis e assentados em responsabilidade de
saúde pública e merecem, dos órgãos administrativos, a prioridade absoluta, pensando na continuidade de seu desenvolvimento saudável.
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A saúde física e a saúde mental, em geral, estão comprometidas por ocasião do adoecimento e da internaçãono
hospital.
Todas as dimensões passadas e presentes precisam ser analisadas para o planejamento e elaboração das ações de assistência requeridas para
cada caso, conjuntamente com as famílias das crianças e os profissionais de saúde e educação. Na contemporaneidade, já há o consenso da
multicausalidade da doença, relacionada intimamente com as condições de saúde do ser humano. Ter ou não saúde envolve, portanto:

Problemas individuais
A escolha de não tomar a vacina pode levar ao adoecimento pessoal, assim como ter ou ter tido problemas com abuso de substâncias etc.

Problemas sociais
Doenças como a depressão e ansiedade podem levar ao adoecimento de outras pessoas do mesmo grupo social, como a família, entre outros
problemas.
Em se tratando de crianças e adolescentes, as doenças geralmente consideradas crônicas são aquelas que os acometem de forma indesejada,
levando-os ao internamento nos serviços de Saúde. A doença os afeta e também os familiares, trazendo alegria quando são curados ou recebem
alta, mas gerando profunda tristeza em caso de agravamento da saúde ou desfecho de morte.
As doenças crônicas, segundo revisão de artigos científicos, produzida por Moreira et al (2014, p. 2086), são encontradas em cinco categorias de
definição:
Quando há a necessidade de suporte para o desenvolvimento de funções motoras e de comunicação.
Quando há a necessidade de cuidados que envolvem a utilização de recursos tecnológicos e de suporte à vida.
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Caracterizam-se pela permanência e recorrência de episódios de doença em torno de mais de três meses de vida.
Apresentam comorbidades associadas, como enxaquecas e cefaleias; os distúrbios do sono; os transtornos genéticos sindrômicos; as
encefalopatias crônicas, as paralisias cerebrais etc.
Envolvem a limitação da funcionalidade, com comprometimento do desenvolvimento global e da qualidade de vida.
Ainda de acordo com esses autores, podem ser enquadradas como casos de doenças crônicas: doenças genéticas, diabetes, malformações, fibrose
cística, crianças com deficiências, comorbidade e retardo mental (MOREIRA et al., 2014, p. 2085). A assistência integral que essa população requer,
enquanto situação de internamento, está relacionada com a garantia de direitos já preconizada por meio de dispositivos legais no ordenamento
jurídico brasileiro.
Um melhor acesso à educação promove a acessibilidade ao conhecimento dos direitos à saúde, bem como possibilita a busca por prestação de
serviços de qualidade.
Exemplo
As taxas de mortalidade infantil diminuem quando a mãe possui maiores níveis de educação básica, mesmo diante de níveis restritos de renda
familiar.
A educação se constitui como pré-requisito e um dos determinantes da condição de saúde da população em geral. Estudos demonstram uma
estreita relação entre o acesso à educação e a melhoria de níveis de vida saudável e de bem-estar.
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Famílias com melhor escolaridade, quando enfrentam o adoecimento e internação dos filhos em hospitais, demonstram maior compreensão do
problema, enfrentam melhor a situação e cooperam mais com os médicos, com outros profissionais de Saúde e com os pedagogos nas ações
articuladas em prol da criança.
Portanto, a atuação da Pedagogia Hospitalar tem se estabelecido como uma área de conhecimento fundamental e participante na recuperação da
saúde e no retorno das crianças e dos adolescentes ao seu convívio educacional e social após a alta.
O lócus e o ambiente do hospital
A saúde e o conhecimento sobre ela sempre foram uma preocupação dos humanos em sociedade. A pesquisa de Foucault, publicada em sua obra
Microfísica do poder, ilustra como a Medicina se estruturou como ciência, objetivando a compreensão da saúde a partir das descobertas dos
fenômenos que instalam a doença nos organismos dos enfermos:
Já no século XVIII, vai sendo extinta a preocupação anteriormente majoritária que recaía sobre a criação de “casas comunais de doentes”, onde
religiosos ou leigos prestavam assistência não interessados na cura do doente, mas nas ações de “[...] caridade que lhe assegurassem a salvação
eterna”, como afirma Foucault (1979, p. 102). Tais locais eram destinados ao acolhimento dos miseráveis destituídos ou abandonados por suas
famílias — com o objetivo de separá-los e excluí-los da comunidade para evitar o contágio —, com foro na hospitalização e sistematização da
Medicina.
Aliada a esse contexto — em que os enfermos eram considerados seres perigosos —, a frágil formação não conferia ao médico uma prática médica
que favorecesse a medicalização do doente, por meio de um saber médico. Segundo Foucault (1979, p. 102-103):
Idade Antiga
A sistematização de
conhecimentos sobre a saúde
já ocorre desde a Antiguidade,
mediante antigos registros da
medicina utilizada pelos
povos babilônicos, egípcios,
persas, gregos e romanos.
Xilogravura de um livro de Medicina
escrito em latim, do início do século XV.
Idade Média
A medicina não era
desenvolvida como uma
prática que se dava em um
espaço específico, os
hospitais prestavam
assistência com o objetivo de
separar os doentes da
comunidade para evitar o
contágio. O doente era
assistido apenas para morrer.
Pintura medieval retratando os efeitos
da peste bubônica de 1411.
Idade Moderna
Passa a haver cuidado e rigor
no disciplinamento do
ambiente com os doentes,
recebendo atendimento
específico e especializado.
Progressivamente, o hospital
deixou de ser um local para
morrer.
Desenho baseado na obra de Leonardo
da Vinci, realizada em 1490 e embasada
em manuscritos antigos do mestre
romano Vitruvius.
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“A cura era um jogo entre a natureza, a doença e o médico”.
Ao longo do século XVIII, o hospital e a prática da Medicina vão ser reformulados — o hospital, em sua estrutura física interna e externa —, dando
espaço à preocupação central com o estudo científico para a identificação e a cura das doenças. A partir de então, a Medicina e os médicos
buscaram aprimorar suas práticas assentadas em métodos próprios de clínicas, relativas às várias classificações de doenças, suas origens e
tratamentos.
A arquitetura do hospital deve ser fator e instrumento de cura.
(FOUCAULT, 1979, p. 108-109)
Passa a haver cuidado e rigor no disciplinamento do ambiente com os doentes, recebendo atendimento específico e especializado, de acordo com
sua doença. Não é mais um local para morrer. Agora, os enfermos eram cuidados e assistidos por médicos com formação e experiência de dentro
dos hospitais; os leigos e os religiosos foram banidos e substituídos pela presença constante de pessoal médico. Segundo o Foucault (2011, p.
226), “foi preciso toda uma reorganização do campo hospitalar, uma nova definição do estatuto do doente na sociedade”.
A lição de anatomia do Dr. Tulp, Rembrandt, 1906.
A Medicina, ao longo do tempo, por sua importância no tocante ao resgate da saúde humana, assume lugar de destaque no rol das ciências do
homem. Ainda, evolui de uma visão unicamente biologicista para uma perspectiva holística, que exige do profissional uma formação teórico-prática
que o leve a expandir seu olhar, da doença do indivíduo para a doença do social.
O hospital foi instituído como o lócus e o ambiente propício para o tratamento da doença e a recuperação da saúde;
um espaço necessário, mas desagradável, que gerava ansiedade e impressões ambíguas e perturbadoras aos que
nele se encontravam internados.
Para muitos, o hospital era visto como “o templo da morte”, como afirma Foucault (2001, p. 17). Nele, o doente era separado de sua família e havia a
solidão da separação,que, em tese, era mais danosa e perturbadora na infância e na adolescência, sobretudo quando o período de internação era
longo.
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É importante referendar e observar a historicamente recorrente contradição miserável da existência de categorias diferenciadas de hospitais que
prestam serviço público e privado. Àqueles é encaminhada a população pobre e desvalida; nestes, é oferecida a assistência privada e de melhor
qualidade. Tal condição é resultado da face tirânica do capitalismo, que produz a acumulação de riquezas para uma minoria e reserva a pobreza
para a maioria no Brasil e em muitos países da América Latina.
É coerente com o pensamento de Foucault (2001) que o incessante empobrecimento da população pode ser considerado a doença crônica que
potencializa todas as outras doenças humanas.
A desigualdade social, que no Brasil é estruturante e está posta desde a colonização, opera na definição de qual é o lócus e o espaço hospitalar para
onde se encaminha a pobreza em busca de saúde. Apesar dos avanços da Medicina e das políticas públicas de Saúde, permanece a falta de
equidade no trato das doenças da população empobrecida, mais suscetível às interferências externas que se abatem sobre os corpos físico e
mental de crianças e adolescentes.
Saiba mais
O primeiro hospital brasileiro foi inaugurado ainda durante o período Colonial, em novembro de 1543, pelo fidalgo português e líder do povoado do
porto de São Vicente, Braz Cubas.
A assistência hospitalar, embora movida pelo objetivo de atendimento a toda sorte de doentes, pobres e indigentes, apresentou avanços e
retrocessos polêmicos motivados por influências políticas, religiosas e preconceitos direcionados ao hospital como instituição (MINISTÉRIO DA
SAÚDE, 1965).
No início do século XX, a assistência médica, já institucionalizada, era oferecida à população pelo setor privado, por meio de Casas de Saúde; de
Sociedades Beneficentes e Ordens Terceiras, de índoles religiosas; e de Santas Casas de Misericórdia, instituições públicas de caridade.
Houve uma classificação e padronização da assistência médica e social, com a criação de instituições de várias categorias. O atendimento médico
passou a exigir da Administração Pública, por intermédio de seus governos, a instalação de hospitais públicos e de uma rede hospitalar que
cobrisse as demandas oriundas do crescimento da população, em todo o território nacional (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 1965).
Uma ilustração de Carlos Chagas, um importante biólogo, médico sanitarista, infectologista, cientista e bacteriologista brasileiro, que foi muito atuante na Saúde Pública brasileira e também
trabalhou como clínico e pesquisador.
Um momento histórico de fundamental importância, relativo à preocupação com a saúde mental das crianças, emerge no início do século XX no
Brasil: liderado por médicos higienistas, havia a preocupação com a institucionalização de internamentos de crianças misturadas com os adultos
tidos como loucos, em hospícios. Com frequência, os médicos manifestavam a urgente necessidade de acolhimento daquelas crianças, separando-
as das condutas nefastas e pervertidas sexualmente dos adultos classificados insanos, à época.
igienistas
Referente ao higienismo, surgido entre os séculos XIX e XX, a partir de uma linha de pensamento na qual se defendiam padrões sociais e de
comportamento em nome da saúde. Médicos e sanitaristas refletiam sobre recorrente ocorrência de surtos epidêmicos de algumas doenças, como
febre amarela, tifo, varíola e tuberculose, as quais aumentavam em estatísticas de mortes entre populações urbanas.
Fonte: InfoEscola
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Constata-se que o modelo médico-educativo higienista já se assemelhava ao modelo vigente, o de acolhimento.
Essa mistura, remanescente de práticas do século XIX, que ocorria no Hospital Pedro Segundo, fundado desde o período Imperial, foi extinta com a
criação do Pavilhão - Escola Bourneville para Creanças Anormaes, em 1903, no Hospício Nacional de Alienados, antigo Hospício de Pedro Segundo
(LOBO, 2007). No Pavilhão, eram desenvolvidos métodos e abordagens educativas, utilizando material escolar e utensílios próprios das práticas
pedagógicas encontradas atualmente nos espaços hospitalares, nos Programas de Pedagogia Hospitalar.
Saiba mais
Dados da Confederação Nacional de Saúde (2019) mostram que, no Brasil, no ano de 2019, “a maior concentração de hospitais privados ocorre nas
regiões Sudeste, Nordeste e Sul, mais especificamente nos Estados de São Paulo (859 hospitais), de Minas Gerais (543 hospitais), da Bahia (352
hospitais), do Paraná (331 hospitais), do Rio de Janeiro (310 hospitais) e do Rio Grande do Sul (294 hospitais)”.Em relação ao serviço de Saúde
Pública, o Brasil conta com 5.530 hospitais públicos, sendo que a maioria está concentrado na Região Nordeste, com 2.011 locais de atendimento,
seguido pela Região Sudeste, com 1.821 hospitais. A região que oferece menor número é a Centro-Oeste, com 571 postos públicos.
No Brasil, atualmente, muitos hospitais oferecem serviços de atendimento pedagógico aos enfermos identificados como Classe ou Pedagogia
Hospitalar. A seguir, observe como as 128 escolas hospitalares e domiciliares que existem no Brasil estão concentradas por região e por estado
(FONSECA, 2011, p. 82-86):
Região Norte
Bahia: 14 escolas hospitalares e domiciliares.
Ceará: 3 escolas hospitalares e domiciliares.
Rio Grande do Norte: 3 escolas hospitalares e domiciliares.
Sergipe: 2 escolas hospitalares e domiciliares.
Maranhão: 1 escola hospitalar e domiciliar.
Região Centro-Oeste
Distrito Federal: 12 escolas hospitalares e domiciliares.
Mato Grosso do Sul: 6 escolas hospitalares e domiciliares.
Goiás: 5 escolas hospitalares e domiciliares.
Mato Grosso: 1 escola hospitalar e domiciliar.
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Mesmo com o crescimento do atendimento educacional em contexto hospitalar, parte da população que demanda esse serviço permanece
desassistida e tendo seus direitos violados, demonstrando a carência de efetivação de políticas públicas de Educação e Saúde para a população
infanto-juvenil em situação de adoecimento. Por outro lado, o crescimento desse atendimento ocorre paralelamente a uma política de humanização
no tratamento dos pacientes.
Região Sudeste
São Paulo: 25 escolas hospitalares e domiciliares.
Rio de Janeiro: 16 escolas hospitalares e domiciliares.
Minas Gerais: 10 escolas hospitalares e domiciliares.
Espírito Santo: 1 escola hospitalar e domiciliar.
Região Sul
Santa Catarina: 9 escolas hospitalares e domiciliares.
Paraná: 6 escolas hospitalares e domiciliares.
Rio Grande do Sul: 4 escolas hospitalares e domiciliares.
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Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Libâneo (2010), em seu livro Pedagogia e Pedagogos, para quê?, distingue manifestações e modalidades de prática educativa diversas, mas que
se inter-relacionam. Nesse sentido, a Pedagogia Hospitalar pode ser caracterizada
A pela ausência de objetivos explícitos.
B pela ausência de uma prática estruturada.
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Parabéns! A alternativa C está correta.
A dinâmica de pensar instituições educativas é o ponto central, já que, para além de definir práticas ou objetos, o pedagogo é aquele que se
volta fundamentalmente à educação.
Questão 2
Pesquisas mostram que a literaturamédica é rica em apresentar conceitos e abordagens sobre o desenvolvimento das condições de saúde e
de doença da população, mas precisam de diálogos para exercer tal processo. Analise as afirmativas abaixo.
I. A Medicina vem considerando que a saúde sofre influência direta das condições socioambientais a que está exposta.
II. Na explicação do processo saúde-doença, os modelos ora pendiam para um modelo biologicista, ora se dirigiam para um modelo holístico-
social.
III. O conceito de saúde da Organização Mundial da Saúde a define como um estado completo de bem-estar físico, mental e social. Portanto, a
noção de saúde como a ausência de doença e enfermidade está sendo revista e ampliada.
IV. As cadeiras de Medicina têm Pedagogia e, por isso, ambos trabalham juntos em ambientes escolares.
Está correto o que se afirma em:
Parabéns! A alternativa D está correta.
As afirmativas compõem no todo o estudo das relações complexas entre a saúde e a educação, mas não podem gerar confusão sobre o
profissional pedagogo e sua vinculação e diálogo com os profissionais da Saúde. É hora de parceria.
C por ser realizada em instituições educativas, fora dos marcos institucionais.
D por uma aprendizagem correspondente às ações exercidas por influência do meio sociocultural.
E pelo planejamento de objetivos explícitos e de uma ação intencional sistemática.
A I e III.
B II.
C I e II.
D I, II e III.
E III.
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2 - Pedagogia Hospitalar: interface entre a educação e a saúde
Ao �nal deste módulo, você será capaz de reconhecer as práticas e a importância da continuidade das condições de
aprendizagem de crianças e adolescentes, em situação de internação hospitalar, afastados do ambiente escolar.
Pedagogia Hospitalar: interface entre a educação e a saúde
A produção científica resultante das experiências dos profissionais de Educação em práticas pedagógicas no âmbito de instituições hospitalares
tem avançado para definir a identidade da Pedagogia Hospitalar, estabelecendo como mais um espaço para o exercício da profissão.
Deve-se reforçar que a educação promovida no contexto do hospital com crianças e adolescentes enfermos tem como objetivo garantir a
continuação do processo de ensino e aprendizagem do educando, mesmo quando os conteúdos são adaptados a partir da necessidade do
momento vivido por esses sujeitos.
Breves aportes históricos e legais da Pedagogia Hospitalar/classe hospitalar
A modalidade de atendimento que pedagogos e professores promovem, por meio de ensino formal ou não formal, a crianças e adolescentes
internados em hospitais tem recebido várias denominações, tais como: classe hospitalar (FONSECA, 2011; ZOMBINI et al., 2012), atendimento
escolar hospitalar (SCHILKE; NUNES; AROSA, 2011), Pedagogia Hospitalar (MATOS; MUGIATTI, 2016), entre outras. Uma definição de Pedagogia
Hospitalar oferecida por Souza é:
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[...] aquele ramo da Pedagogia cujo objeto de estudo, investigação e dedicação é a situação do estudante
hospitalizado, a fim de que continue progredindo na aprendizagem cultural, formativa e, muito especialmente,
quanto ao modo de enfrentar a sua enfermidade, com vistas ao autocuidado e à prevenção de outras possíveis
alterações na sua saúde.
(SOUZA apud MATOS; MUGIATTI, 2016, p. 79)
Estudos atestam que os primórdios do atendimento educacional no hospital datam de 1935 (ZOMBINI et al., 2012), quando o número elevado de
crianças e adolescentes lesionados e mutilados na Primeira Guerra Mundial ocuparam um hospital, na França.
O médico Henri Sellier, então, implantou atividades para atendimento educacional, com o objetivo de que as crianças afastadas da escola não
fossem prejudicadas em seu processo de aprendizagem. Com o apoio de médicos, voluntários e agentes religiosos, a experiência se instituiu sendo,
posteriormente, vivenciada nos Estados Unidos e na Alemanha.
Crianças hospitalizadas durante a Primeira Guerra Mundial, em 1915.
Saiba mais
As pesquisas de Paula (2005), Barros (2009), Amorim (2011) e Ramos (2007) apresentam raízes da implantação de classes hospitalares no mundo
e no Brasil. Há destaques para a experiência inaugural da França, em 1929, com a criação da classe hospitalar por Marie-Louise Imbert, a
Associação l'École à l'Hôpital, que influenciou a criação de semelhantes na Europa (Alemanha, Inglaterra, Portugal e Finlândia), nos Estados Unidos
e na América Latina (Brasil, Venezuela, Chile e Argentina). Esse foi um movimento de garantia dos direitos educacionais e de saúde de crianças e
adolescentes.
No Brasil, a criação da primeira classe hospitalar para crianças internadas ocorreu no Hospital Jesus, na década de 1950, conforme indica a
pesquisa de Ramos (2007). Também no mesmo ano foi implantada uma classe hospitalar no Hospital Santa Casa de Misericórdia, em São Paulo.
Nesse hospital, os primeiros atendimentos pedagógicos não dispunham de uma sala ou espaço específico, por isso, eram realizados na própria
enfermaria.
Na ocasião, as notícias vindas do estrangeiro, sobretudo de Paris, informavam sobre iniciativas hospitalares preocupadas com os internamentos
infantis e os prejuízos afetivo-emocionais causados pelo longo tempo de afastamento entre os internos e sua família, bem como pela ausência
escolar interrompida pela doença.
Ramos (2007) ressalta a influência da teoria do hospitalismo, descrita pelo psicanalista francês Rene Spitz, em 1945, embora essa teoria trate,
especificamente, da privação materna de crianças hospitalizadas: “o dano sofrido pela criança privada de sua mãe será proporcional à duração da
privação” (SPITZ, 1988, p. 199).
As observações de educadores e pedagogos que acompanham crianças e adolescentes internados se referem, signitivamente, ao sofrimento
psíquico resultante do inevitável afastamento familiar e do habitual ambiente escolar.
Considerando o sofrimento psíquico desses estudantes enfermos, há a necessidade de um olhar acolhedor, compreensivo e afetivo por todos os
profissionais de Saúde e da equipe multiprofissional, na qual está inserido o pedagogo.
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Ramos (2007), entre outros pesquisadores, discute a pouca prioridade e importância para a modalidade das classes hospitalares pelo poder
público. Corrobora essa afirmação, por exemplo, o fato de a instituição oficial de uma Política Nacional de Humanização (PNH), nos hospitais do
Brasil, ter ocorrido apenas no ano de 2003.
Entre as diretrizes dessa Política, está o acolhimento:
lasses hospitalares
Cabe ressaltar que o trabalho com atendimento educacional desenvolvido em hospitais que abraçam esse serviço é oferecido também a crianças e
adolescentes que estão fora do sistema regular de ensino.
Acolher é reconhecer o que o outro traz como legítima e singular necessidade de saúde. O acolhimento deve
comparecer e sustentar a relação entre equipes/serviços e usuários/populações.
Como valor das práticas de saúde, o acolhimento é construído de forma coletiva, a partir da análise dos
processos de trabalho e tem como objetivo a construção de relações de confiança, compromisso e vínculo
entre as equipes/serviços, trabalhador/equipes e usuário com sua rede socioafetiva.
(BRASIL, 2003, p. 7)
Atualmente, no século XXI, percebemos um avanço alcançado com o atendimento pedagógico e domiciliar aos indivíduos em situação de
internamento hospitalar. Entretanto, mesmo diante de um contexto de críticas práticas na vasta literatura sobre o tema, as políticas educacionais
permanecem com pouca efetividade para atender à demanda populacional desassistida em seus direitos.
Nas legislações brasileiras a seguir, encontram-se os princípiose diretrizes orientadores que respaldam as ações relativas ao exercício nas classes
hospitalares, referendando os direitos das crianças:
As modalidades de classe hospitalar e de atendimento educacional domiciliar constam no campo da educação básica, inseridas no contexto da
educação especial. Não há, contudo, a necessidade de serem destinadas exclusivamente a alunos com deficiência ou com necessidades
educacionais especiais.
Em outras palavras, essa legislação possibilita que crianças ou adolescentes enfermos, ao estarem na condição de internados em um hospital
brasileiro, possam ser inseridos e se beneficiar das atividades pedagógicas desenvolvidas pelos professores/pedagogos do atendimento nas
classes hospitalares e do atendimento pedagógico domiciliar, independentemente de suas necessidades especiais serem permanentes ou
temporárias.
1988
Constituição Federal – faz
referência a direitos
específicos das crianças.
1990
Lei nº 8.069 – Estatuto da
Criança e do Adolescente.
1994
Política Nacional de Educação
Especial.
1996
Lei nº 9.394 – Lei de
Diretrizes e Bases da
Educação Nacional – Art. 59.
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Em 2002, o Ministério da Educação, por meio de sua Secretaria de Educação Especial, elaborou um documento de estratégias e orientações para o
atendimento nas classes hospitalares e para o atendimento pedagógico domiciliar, assegurando o acesso à educação básica. Nele consta o
seguinte objetivo:
Cumpre às classes hospitalares, e ao atendimento pedagógico domiciliar, elaborar estratégias e orientações
para possibilitar o acompanhamento pedagógico-educacional, do processo de desenvolvimento e construção
do conhecimento de crianças, jovens e adultos matriculados, ou não, nos sistemas de ensino regular, no âmbito
da Educação Básica; e que encontram�se impossibilitados de frequentar escola, temporária ou
permanentemente, e garantir a manutenção do vínculo com as escolas, por meio de um currículo flexibilizado
e/ou adaptado, favorecendo seu ingresso, retorno ou adequada integração ao seu grupo escolar
correspondente, como parte do direito de atenção integral.
(BRASIL, 2002, p. 13)
Esse documento também conceitua o atendimento pedagógico domiciliar:
Atendimento pedagógico domiciliar é o atendimento educacional que ocorre em ambiente domiciliar,
decorrente de problema de saúde, que impossibilite o educando de frequentar a escola, ou esteja ele em casas
de passagem, casas de apoio, casas-lar e/ou outras estruturas de apoio da sociedade.
(BRASIL, 2002, p. 13)
Quanto ao atendimento educacional especializado, oferecido no espaço do hospital, está estabelecido na Resolução nº 2/2001:
Os sistemas de ensino, mediante ação integrada com os sistemas de saúde, devem organizar o atendimento educacional especializado a
alunos impossibilitados de frequentar as aulas em razão de tratamento de saúde, que implique internação hospitalar, atendimento
ambulatorial ou permanência prolongada em domicílio.
§ 1º As classes hospitalares e o atendimento em ambiente domiciliar devem dar continuidade ao processo de desenvolvimento e ao
processo de aprendizagem de alunos matriculados em escolas da Educação Básica, contribuindo para seu retorno e reintegração ao grupo
escolar; e desenvolver currículo flexibilizado com crianças, jovens e adultos não matriculados no sistema educacional local, facilitando seu
posterior acesso à escola regular.
§ 2º Nos casos de que trata este Artigo, a certificação de frequência deve ser realizada com base no relatório elaborado pelo professor
especializado que atende o aluno.
É possível observar que os dispositivos legais do Brasil estão em consonância com documentos internacionais de defesa de direitos da criança.
Assim, a Carta da Criança Hospitalizada, aprovada em 1988 na cidade de Leyden (Holanda) por membros de vários países participantes da
Associação Europeia para a Defesa das Crianças Hospitalizadas (EACH), traz em seu art. 7º as necessidades educativas da criança hospitalizada,
que deve ser atendida pelo hospital (LEVY, 1966, p. 656). Tal carta também foi acolhida por diversos países.
Art. 13. 

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A Carta da Criança Hospitalizada
Neste vídeo, falaremos sobre a inclusão de alunos com necessidades especiais e necessidades educacionais especiais pelo orientador
educacional.
Direitos da criança e do adolescente hospitalizados
No Brasil, o Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (CONANDA) aprovou a Resolução nº 41/1995, que estabelece os direitos
da criança e do adolescente hospitalizados. Apresentamos, a seguir, esses direitos:
1. Direito à vida e à saúde
Direito à proteção à vida e à saúde, com absoluta prioridade e sem qualquer forma de discriminação.
2. Direito a ser hospitalizado
Direito a ser hospitalizado, quando for necessário ao seu tratamento, sem distinção de classe social, condição econômica, raça ou
crença religiosa.
3. Direito a não ser ou permanecer hospitalizado desnecessariamente
Di it ã h it li d d i t l ã lh i lh t t t d
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Direito a não ser ou permanecer hospitalizado desnecessariamente por qualquer razão alheia ao melhor tratamento de sua
enfermidade.
4. Direito a ser acompanhado por seu responsável
Direito a ser acompanhado por sua mãe, pai ou responsável durante todo o período de sua hospitalização, bem como receber visitas.
5. Direito a não se separar da mãe ao nascer
Direito a permanecer com a mãe após seu nascimento.
6. Direito ao aleitamento materno
Direito a receber aleitamento materno sem restrições.
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7. Direito a não sentir dor
Direito a não sentir dor quando existam meios para evitá-la.
8. Direito a ter conhecimento adequado de sua enfermidade
Direito a ter conhecimento adequado de sua enfermidade, dos cuidados terapêuticos e diagnósticos a serem utilizados, bem como do
prognóstico, respeitando sua fase cognitiva, além de receber amparo psicológico quando se fizer necessário.
9. Direito a desfrutar de alguma forma de recreação
Direito a desfrutar de alguma forma de recreação, de programas de educação para a saúde e de acompanhamento do currículo
escolar durante sua permanência hospitalar.
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10. Direito à participação dos responsáveis
Direito à participação ativa de seus pais ou responsáveis no seu tratamento e prognóstico, recebendo informações sobre os
procedimentos a que será submetido.
11. Direito a receber apoio espiritual
Direito a receber apoio espiritual e religioso, conforme a prática de sua família.
12. Direito a não ser objeto de ensaio clínico sem o devido o consentimento
Direito a não ser objeto de ensaio clínico, provas diagnósticas e terapêuticas, sem o consentimento informado de seus pais ou
responsáveis e o seu próprio, quando tiver discernimento para tal.
13. Direito a receber todos os recursos terapêuticos
Direito a receber todos os recursos terapêuticos disponíveis para a sua cura, reabilitação e/ou prevenção secundária e terciária.
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14. Direito à proteção contra qualquer forma de discriminação, negligência e/ou maus-tratos
Direito que assegura a proteção da criança ou adolescente enfermo contra toda e qualquer forma de negligência, discriminação e/ou
maus-tratos.
15. Direito aorespeito à sua integridade física, psíquica e moral
Direito que garante que toda pessoa deve ser tratada com o respeito devido à dignidade inerente ao ser humano e, portanto, que seja
respeitada sua integridade física, psíquica e moral. Trata-se de um direito humano fundamental: ninguém deve ser submetido a
torturas, nem a penas ou tratos cruéis, desumanos ou degradantes.
16. Direito à preservação de sua imagem, identidade, autonomia de valores, espaços e objetos pessoais.
Direito à inviolabilidade da integridade física, psíquica e moral da criança e do adolescente, abrangendo a preservação da imagem, da
identidade, da autonomia, dos valores, das ideias, das crenças, dos espaços e dos objetos pessoais.
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17. Direito a não ser utilizado pelos meios de comunicação
Direito a não ser utilizado pelos mais diversos meios de comunicação sem a expressa vontade de seus pais ou responsáveis, ou a sua
própria vontade, resguardando-se a ética.
18. Direito à con�dência e a tomar conhecimento dos seus dados clínicos
Direito à confidência dos seus dados clínicos, bem como direito a tomar conhecimento dos dados arquivados na instituição, pelo
prazo estipulado em lei.
19. Direito a ter seus direitos respeitados pelos hospitais
Direito a ter seus direitos constitucionais e os contidos no Estatuto da Criança e do Adolescente respeitados integralmente pelos
hospitais.
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Diante dos dispositivos legais nacionais e internacionais apresentados, percebemos que é necessário que agentes do Estado ofereçam maior
efetividade para que esses direitos sejam aplicados de forma mais ampla. Isso é possível por meio da exigência da obrigatoriedade de implantação
de atendimentos pedagógico hospitalar e domiciliar em todos os hospitais da federação, visando, assim, consolidar a identidade do pedagogo, em
sua inserção no campo da Saúde, bem como colocando em ação o que prevê a legislação.
A criança internada: sua história e suas necessidades
A internação e o tempo de permanência no hospital para tratamento da doença operam mudanças significativas na vida individual e social de
crianças e adolescentes.
Às vezes, de forma abrupta, sua realidade se transforma, com a inserção em um espaço-ambiente novo e desconhecido. Passam a conviver com
pessoas com as quais não se identificam, não têm apego físico nem emocional; podem sofrer intervenções e procedimentos médicos dolorosos; e
perdem o contato direto com a escola e com os colegas de turma.
Toda essa mudança tende a gerar sofrimento psíquico, ansiedade, depressão, regressão e rejeição ao tratamento. Entretanto, as crianças são
oriundas de meios socioeconômicos, culturais e familiares diversos, o que lhes confere uma formação subjetiva singular. Dessa forma, elas
apresentam também reações diferenciadas diante das experiências vividas.
Em se tratando da internação no hospital, Schilke e Botelho (2011), ao contrário de alguns autores, afirmam que é possível identificar casos de
crianças que:
20. Direito a ter uma morte digna
Direito a ter uma morte digna, junto a seus familiares, quando esgotados todos os recursos terapêuticos disponíveis.
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[...] ficam felizes com a internação, pois contam com a presença constante de um ente querido que, por vezes,
não tem tempo para estar com ela ou pelo fato de realizar refeições equilibradas com horários fixos, realidade
bem diferente do seu cotidiano.
(SCHILKE; BOTELHO, 2011, p. 247)
As reações ao internamento nem sempre são de negatividade, variando de criança para criança e de acordo com as condições da idade. Segundo as
pesquisas de Spitz (1988), as crianças menores, nos primeiros anos de vida, tendem a sofrer mais impacto físico e mental com o afastamento de
sua mãe.
As crianças maiores e os adolescentes, que possuem um desenvolvimento cognitivo mais avançado e apurado, apesar das condições, tendem a
expressar melhor compreensão de sua estadia no hospital, pois elaboram que o motivo é a cura. Porém, quanto mais dolorosos forem os
procedimentos médicos, mais difícil será a compreensão da necessidade de tratamento.
Essa observação endossa o fato, notadamente verificado, da concentração majoritária de crianças e adolescentes pobres e empobrecidos, que
vivem em condições de vulnerabilidade social e que constituem o público das internações nos hospitais da rede pública de Saúde.
Muitas das necessidades das crianças e dos adolescentes enfermos, que estão no hospital ou em outros serviços de Saúde, podem ser amenizadas
pelo envolvimento em atividades lúdicas, de artes, música, contação de histórias e do brincar, em que possam expressar suas habilidades cognitivas
e sua afetividade.
Saiba mais
No atual contexto de desenvolvimento tecnológico, atividades com computadores, por meio de games, exercem grande interesse em crianças e
adolescentes nativos digitais.
Importa aos pedagogos e aos profissionais de Saúde substituir e modificar as representações sociais construídas em relação ao “ser criança” como
uma pessoa limitada, pouco desenvolvida e sem subjetividade; uma criatura em permanente estágio de dependência física, intelectual e emocional.
A criança é possuidora de uma curiosidade nata, que precisa ser estimulada pelos adultos ao seu redor. Impedir a curiosidade infantil, os
questionamentos e as perguntas inquietantes, que, não raro, aborrecem os adultos próximos, inclusive professores, contribui para abafar e eliminar
uma mente criativa, inteligente e imaginativa.
Apoiados nessas questões, os pedagogos, no hospital, devem estar atentos à curiosidade das crianças quanto ao ambiente, aos procedimentos
terapêuticos e às pessoas que transitam no local. As crianças são profundamente perceptivas e receptivas ao contexto ao seu redor; e, mesmo por
trás de uma aparente adaptação ao meio, elas desejam retornar à casa, à família e à escola.
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A família diante da doença e da internação hospitalar
Quando a família é impelida a levar seu filho ao hospital, em busca de soluções para um problema de saúde, ela já traz consigo saberes difusos
sobre doenças e sobre o fato de que algo está alterado no comportamento da criança: algo visível ou invisível, algo dito ou não dito, explícito ou não,
para a criança e para a família. Na verdade, a família vai em busca de recuperar a homeostase, a normalidade, no funcionamento do organismo e do
comportamento infantil.
A família busca ajuda e respostas para suas dúvidas; ela vai ao hospital na esperança de que os médicos e profissionais de Saúde devolvam o bem-
estar de seu filho.
Diferentes emoções surgem diante da necessidade de internação. Aflora o medo da morte, mas a esperança da cura alimenta a resignação e a
família passa a viver uma nova realidade, por conta da presença necessária dos familiares no acompanhamento do tratamento da criança. A
internação afeta de modo diferente cada membro da estrutura familiar.
Concomitantemente à criança internada, a família precisará ser ouvida a partir de uma escuta atenta; vai precisar do apoio da equipe médica e
multidisciplinar, com esclarecimentos e informações que servirão para colaboração nos procedimentos médicos destinados aos menores.
Os pais ou responsáveis precisam compreender a importância e a influência de sua presença no acompanhamento do tratamento de saúde e da
cura de sua criança. Nesse sentido, é fundamental a presença, além de médicos e de enfermeiros na equipe de Saúde, de profissionais dos campos
da Psicologia, da AssistênciaSocial e da Pedagogia. Todos, em algum momento, irão interagir com a criança enferma, afetando-a positiva ou
negativamente.
Atenção!
No atual contexto civilizatório da humanidade, os padrões familiares vêm se modificando e se diferenciando, de modo que o modelo que se
apresenta na consulta e no tratamento hospitalar pode não ser o esperado pelos profissionais da Saúde e da Educação. Todos as estruturas
familiares devem ser respeitadas e seus membros ouvidos e acolhidos, respeitando-se a dignidade humana.
É fundamental estar aberto e sem preconceitos aos diferentes estilos de agrupamento descritos pelo termo família. Estes poderão se apresentar
ligados por laços de consanguinidade ou, simplesmente, por laços de afetividade: família monoparental, homoafetiva, família extensa, entre outros
modelos.
Uma das principais preocupações da família, face à internação hospitalar, é o afastamento escolar, que poderá impedir a continuidade do processo
de aprendizagem do aluno enfermo. Entretanto, a pesquisa de Holanda e Collet (2012) expressa a influência da escolaridade da mãe na qualidade
dos cuidados dispensados ao filho; bem como a influência do nível de escolaridade dos pais quanto à importância da escolarização dos filhos.
Não significa, contudo, que apenas os pais com bom nível de escolaridade são os que valorizam o estudo e a educação; muitos pais que, por
diferentes motivos, não tiveram oportunidade de frequentar a escola podem valorizar o estudo tanto quanto aqueles com um nível de escolarização
diferenciado/avançado.
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Nesse sentido, tanto as crianças que frequentam o ensino regular quanto as que não frequentam escolas são engajadas nas atividades de
atendimento educacional no hospital. Participam as crianças que têm pouco ou longo tempo de permanência na internação, e mesmo as que estão
confinadas ao leito, em decorrência da seriedade de sua doença.
Formação do pedagogo hospitalar e sua prática cotidiana
O exercício da Pedagogia Hospitalar exige do pedagogo e professor uma sólida formação teórica e interdisciplinar para atuar com crianças e
adolescentes, pois serão imprescindíveis conhecimentos científicos oriundos de outras áreas, como da Saúde, que venham sedimentar, de forma
articulada e interdisciplinar, os saberes e fazeres pedagógicos.
Os conhecimentos científicos relativos ao exercício da Pedagogia Hospitalar devem constar nos currículos durante a formação inicial do
profissional, levando em consideração os contextos em que a teoria subsidia a prática, especificamente durante o estágio na disciplina.
Entretanto, de forma complementar, o enriquecimento profissional se solidifica por ocasião da formação contínua, na busca constante pelo
aperfeiçoamento do exercício do pedagogo.
Enquanto campo de ação educativa, a Pedagogia Hospitalar encontra-se inserida no pluralismo de concepções pedagógicas vigentes no Brasil,
acolhida por uma política nacional de formação do magistério. De posse dessa bagagem científica e cultural interdisciplinar, torna-se
concomitantemente natural e fundamental que o pedagogo desenvolva a habilidade de trabalhar com equipes multiprofissionais, nas quais a
interação com o coletivo promova uma dinâmica que resulte na cura e/ou na melhora do quadro da criança ou do adolescente.
olítica nacional de formação do magistério
Tal política valoriza a experiência extraescolar, na qual diferentes práticas socioeducativas orbitam em torno dos direitos à educação das crianças e dos
adolescentes em situação de internamento hospitalar.
Todo o conhecimento teórico e toda a formação prática do professor e pedagogo não podem prescindir da
formação humana, que se constitui na base, para estabelecer a capacidade do diálogo, da empatia, da
reciprocidade e da confiança mútua com o aluno enfermo.
O profissional responsável direto pelo atendimento pedagógico na classe hospitalar deve estar aberto ao sofrimento, às dúvidas e aos
questionamentos dos internos, bem como de sua família. Deve promover uma escuta curiosa da vida e dos problemas das crianças e adolescentes,
cuja intencionalidade servirá de alicerce para planejar ações educativas.
Não raro, o aluno enfermo pode passar a perceber o professor pedagogo como porta voz de suas demandas e desejos, já que o vê como elemento
que transita tanto nos espaços internos quanto externos do hospital. Responder às demandas e desejos dos alunos enfermos é de extrema
relevância para estabelecer vínculos entre os atores do processo educativo hospitalar.
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Entretanto, o pedagogo não deve se afastar de seu objetivo principal, nessa relação com o aluno enfermo, que é o de garantir a continuidade do
desenvolvimento da aprendizagem escolar por meio da elaboração de propostas pedagógicas compatíveis com o estado de saúde, mesmo para os
gravemente enfermos.
Uma discussão urgente acerca da formação do pedagogo não pode prescindir de uma análise dos currículos praticados nas instituições de ensino
superior quanto às disciplinas e aos diferentes conhecimentos de diversos campos, que devem permear a construção teórica-prática dos
graduandos. As novas realidades que se apresentam à atuação dos pedagogos, como o trabalho no contexto do hospital, surgem como uma
exigência para ampliar o campo de visão que extrapola o lócus exclusivo da sala de aula tradicional.
Em um artigo sobre a formação de professores para atuar na Pedagogia Hospitalar, Paula (2015) mostra a presença de uma diversidade de
concepções pedagógicas embasando os saberes e fazeres dos professores atuantes na área. Por outro lado, a indefinição e a falta de unidade na
estrutura curricular dos programas de formação acadêmica para a Pedagogia Hospitalar dificultam a elaboração de documentos oficiais que
subsidiem a regulamentação da profissão.
iversidade
Tal diversidade reflete aspectos positivos que explicam a multiplicidade de concepções adotadas pelos professores em função do reconhecimento da
pluralidade cultural presente na realidade brasileira.
Como certeza indelével na formação do pedagogo hospitalar, cabe sublinhar a responsabilidade e a
obrigatoriedade da universidade na produção da integração e articulação entre ensino, pesquisa e extensão, cuja
meta é a relação teoria-prática.
Reconhecer o avanço na atuação do pedagogo no espaço do hospital não justifica negar tensões e desafios teórico-práticos inseridos no contexto
do ensino e da aprendizagem durante a formação inicial desse profissional. A base desse desafio está posta sobre o acervo disciplinar que deve
constar na graduação em Pedagogia, tendo como premissa que a realidade vivida pelos alunos na escola regular é contextualmente diferente da
realidade vivida no hospital. Neste, as demandas do aluno enfermo estão permeadas por outros interesses e expectativas, considerando que as
aprendizagens dos conteúdos da escola podem não ser prioridades imediatas.
A formação do pedagogo, se alicerçada em uma abordagem interdisciplinar, possibilita tecer um planejamento cujo rol de atividades tenha como
objetivo educativo articular os interesses atuais do aluno enfermo com os conteúdos disciplinares da escola regular.
Para essa competência, torna-se imprescindível uma formação inicial que o capacite a investigar o lócus de sua atuação — o hospital —, que o leve a
uma autorreflexão sobre sua prática, bem como desenvolver a capacidade de trabalho em equipe.
O trabalho em equipe favorece a construção intersubjetiva dos membros do grupo, fortalecendo a confiança individual do pedagogo; amplia seu
acervo de conhecimento e sua autodeterminação, contribuindo para reduzir a ansiedade e o temor diante da doença do aluno.
É vivendo as experiências dentro do hospital, principal base da formação continuada, que seconsolida a
aprendizagem da docência do professor e/ou pedagogo.
Nas pesquisas de Matos e Mugiatti (2016), em se tratando da formação multi/inter/transdisciplinar na Pedagogia Hospitalar, sobretudo da atuação
em equipe, as autoras atestam o seguinte:
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A experiência comprova que a qualidade dos trabalhos, então realizados, crescerá à medida que seus
elementos se desfizerem de suas individualidades, em aproximação complementar e estrito sentido de
cooperação e interdependência, em ritmo de contribuições diversificadas, contudo, integradas e com unicidade
de objetivos.
(MATOS; MUGIATTI, 2016, p. 89-90)
Uma forte coesão interdisciplinar entre o médico, o psicólogo, o assistente social, o pedagogo, o fisioterapeuta, os enfermeiros e outros
profissionais envolvidos na equipe enriquece a programação de intervenções educativas, complementando ações de cuidado com o aluno enfermo.
Em sua prática diária, comumente associada à enfermaria pediátrica, o pedagogo se vê confrontado com uma gama heterogênea de casos clínicos,
para os quais precisa de informações da equipe médica e do assistente social, que possuem conhecimentos sobre a situação familiar e o contexto
do adoecimento da criança.
De posse dessas informações e de outras contidas no prontuário médico, e por meio de entrevista com os responsáveis, o pedagogo pode elaborar
um planejamento de atividade flexível para o aluno. Tal flexibilidade decorre da imprevisibilidade da rotina vivida pelo aluno no hospital, no qual os
horários fixos para as intervenções médicas, não raro, sofrem alterações; muitas vezes, em função da disponibilidade dos médicos. Nesses casos,
toda a rotina planejada se altera para atender ao melhor interesse da saúde infantil.
Uma visita à escola da criança, para obter dados sobre a sua vida acadêmica, vem ao encontro de uma proveitosa parceria, em que escola e hospital
colaboram em respeito ao direito do aluno, sendo o pedagogo o mediador da situação. Dessa parceria, após a alta hospitalar, serão construídas as
condições para:
Retorno à escola
Retorno à escola
As aprendizagens poderão e deverão ter continuidade no ambiente domiciliar, mesmo para os alunos que continuarem a precisar desse atendimento
no ambiente do lar.
A prática pedagógica do pedagogo hospitalar terá sempre um caráter diferenciado, em consequência das demandas do aluno enfermo, seja no
contexto do hospital ou domiciliar, tendo o atendimento às suas necessidades como um direito subjetivo e inalienável à educação e à saúde.
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Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
O Ministério da Educação, por meio de sua Secretaria de Educação Especial, tendo em vista a necessidade de estruturar ações políticas de
organização do sistema de atendimento educacional em ambientes e instituições outros que não a escola, resolveu elaborar um documento de
estratégias e orientações para ofereciment de atendimento pedagógico em ambientes hospitalares e domiciliares, de forma a assegurar acesso
à educação básica e atenção às necessidades educacionais especiais, promovendo o desenvolvimento e contribuindo para a construção do
conhecimento desses educandos. Marque em qual setor o Programa de Pedagogia Hospitalar está comumente instalado nas Secretarias de
Educação:
A No setor responsável pela educação infantil.
B No setor responsável pela educação de jovens e adultos.
C No setor responsável pelo ensino fundamental.
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Parabéns! A alternativa D está correta.
Reconhecer o papel de inclusão e garantia de direitos é fundamental para quebrar a perspectiva de assistencialismo.
Questão 2
Os estudos no campo da Educação no contexto hospitalar têm mostrado que a experiência de adoecimento e hospitalização para as crianças e
jovens implica diferentes formas de percepção. Avalie as afirmativas sobre as percepções em relação à condição de hospitalização:
I - Muda rotinas.
II - Sujeita a procedimentos invasivos e dolorosos.
III - Desbrava novos e instigantes espaços que promovem bem-estar e saúde.
IV - Separa de familiares, amigos e objetos significativos.
Está correto o que se afirma em:
Parabéns! A alternativa E está correta.
O papel do pedagogo nessa situação é investigar, perceber as dores e determinar as ações em que ele pode adotar aspectos específicos de sua
formação e dar sentido ao seu papel vinculado à educação.
Considerações �nais
D No setor responsável pela educação especial.
E No setor responsável pela educação básica.
A I e II somente.
B I e III somente.
C I e IV somente.
D II e III somente.
E I, II e IV somente.
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Você teve a oportunidade de ver de forma bastante complexa a configuração de um campo de trabalho para o pedagogo. Mostramos sua história,
sua demanda de inclusão, sua função como pedagogo, o que é o hospital e a hospitalização, bem como um panorama dessa relação no Brasil.
Marcamos cada fase e momento da prática do pedagogo, construindo beleza na ação, o poder na função e a necessidade na intervenção.
Podcast
Ouça o podcast. Nele, vamos falar sobre o campo do estágio do pedagogo em ambiente hospitalar.
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Referências
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Veja os filmes a seguir para aprofundar-se na atividade do pedagogo em ambientes hospitalares:
Patch Adams – O amor é contagioso, de Tom Shadyac, 1998.
Um golpe do destino, de Randa Haines, 1991.
Leia os livros a seguir para saber mais sobre a atividade do pedagogo em hospitais:
Quando você está doente ou internado, de Tom McGrath, da editora Terapia Infantil.
Por que ficamos doentes?, de Ana Maria da Cruz e Cláudio Vital, pela Editora Papagaio.
O que tem no hospital?, de José Ernani de Carvalho, pela Juruá Editora.
Pesquise as leis que norteiam a atividade do pedagogo em hospitais:
Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990. Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o
funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências.
Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional.
Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e dá outras providências.
Política Nacional de Educação Especial. Livro 1. Brasília: Ministério da Educação e do Desporto/Secretaria de Educação Especial, 1994.
Resolução CNE/CBE nº 4, de 2 de outubro de 2009. Institui Diretrizes Operacionais para o Atendimento Educacional Especializado na Educação
Básica, modalidade Educação Especial.

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