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1 COMPETÊNCIA DO GESTOR NA QUALIDADE ESCOLAR 1 Sumário NOSSA HISTÓRIA .......................................................................................... 2 1 – INTRODUÇÃO ........................................................................................... 3 2 - HISTÓRICO DA FORMAÇÃO DO GESTOR ESCOLAR ........................... 5 3 - A IMPORTÂNCIA DA GESTÃO ESCOLAR PARA A MELHORIA DA QUALIDADE NA EDUCAÇÃO ................................................................................. 10 4- GESTÃO ADMINISTRATIVA X GESTÃO PEDAGÓGICA ........................ 14 1. É ESTRATÉGICO .............................................................................. 15 3. ENTENDE A IMPORTÂNCIA DA CAPACITAÇÃO ........................... 15 4. SABE SE COMUNICAR CLARAMENTE........................................... 15 5. É ACESSÍVEL .................................................................................... 16 6. É CONFIÁVEL ................................................................................... 16 7. É ORGANIZADO ................................................................................ 16 8. TEM EMPATIA .................................................................................. 16 9. TEM ESPÍRITO DE EQUIPE .............................................................. 17 10. É ÉTICO .......................................................................................... 17 11. GOSTA DO TRABALHO ................................................................. 17 12. É UM AGENTE TRANSFORMADOR DA REALIDADE ESCOLAR17 5 - A GESTÃO DEMOCRÁTICA E PARTICIPATIVA ..................................... 18 6 - A GESTÃO ESCOLAR ............................................................................. 20 7 - O GESTOR ESCOLAR - DIRETOR ......................................................... 22 8 - O GESTOR ESCOLAR É A FIGURA CENTRAL DE UMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO ................................................................................................................... 23 BIBLIOGRAFIA .............................................................................................. 28 2 NOSSA HISTÓRIA A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós- Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior. A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação. A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 3 1 – INTRODUÇÃO Um gestor escolar envolvido com o princípio democrático e com a aprendizagem dos alunos deve desenvolver em sua prática a capacidade de interação e comunicação com os pares, alunos e pais; participar ativamente dos grupos de trabalho ou de discussões na escola e fora dela, objetivando acompanhar a política educacional e normatizações dos sistemas de ensino; desenvolver capacidades e habilidades de liderança; compreender os processos envolvidos nas inovações organizativas, pedagógicas e curriculares. Deve estar aberto às novas aprendizagens como a de tomar decisões sobre os problemas da organização escolar, das formas de gestão, da organização e prática na sala de aula, dentre outras; conhecer, informar-se e dominar o conteúdo das discussões para ser um participante atuante e crítico; dominar métodos e procedimentos de pesquisa, bem como, as modalidades e instrumentos de avaliação do sistema de ensino, da organização escolar (avaliação institucional) e da aprendizagem escolar; elaborar plano, com metas e ações objetivando a implementação do Projeto Pedagógico da escola. Com o objetivo de fundamentar as competências da gestão escolar democrática e de subsidiar os estudos, apesar de extensa, vale a pena citar Lück (2009) quando destaca que o diretor: - Garante o funcionamento pleno da escola como organização social, com o foco na formação de alunos e promoção de sua aprendizagem, mediante o respeito e aplicação das determinações legais nacionais, estaduais e locais, em todas as suas ações e práticas educacionais. - Aplica nas práticas de gestão escolar e na orientação dos planos de trabalho e ações promovidas na escola, fundamentos, princípios e diretrizes educacionais consistentes e em acordo com as demandas de aprendizagem e formação de alunos como cidadãos autônomos, críticos e participativos. 4 - Promove na escola o sentido de visão social do seu trabalho e elevadas expectativas em relação aos seus resultados educacionais, como condição para garantir qualidade social na formação e aprendizagem dos alunos. - Define, atualiza e implementa padrões de qualidade para as práticas educacionais escolares, com visão abrangente e de futuro, de acordo com as demandas de formação promovidas pela dinâmica social e econômica do país, do estado e do município. - Promove e mantém na escola a integração, coerência e consistência entre todas as dimensões e ações do trabalho educacional, com foco na realização do papel social da escola e qualidade das ações educacionais voltadas para seu principal objetivo: a aprendizagem e formação dos alunos. - Promove na escola o sentido de unidade e garante padrões elevados de ensino, orientado por princípios e diretrizes inclusivos, de equidade e respeito à diversidade, de modo que todos os alunos tenham sucesso escolar e se desenvolvam o mais plenamente possível. - Articula e engloba as várias dimensões da gestão escolar e das ações educacionais, como condição para garantir a unidade de trabalho e desenvolvimento equilibrado de todos os segmentos da escola, na realização de seus objetivos, segundo uma perspectiva interativa e integradora. - Adota em sua atuação de gestão escolar uma visão abrangente de escola, um sistema de gestão escolar e uma orientação interativa, mobilizadora dos talentos e competências dos participantes da comunidade escolar, na promoção de educação de qualidade. Isto posto, um gestor escolar que estabelece sua prática em fundamentos, princípios democráticos e normas, organiza sua ação maximizando o seu tempo na escola, na busca de resultados qualitativos. 5 2 - HISTÓRICO DA FORMAÇÃO DO GESTOR ESCOLAR Na perspectiva de compreender as concepções arraigadas na figura do gestor escolar faz-se necessário retomar a compreensão do termo gestão escolar, que embora em muitos momentos seja utilizado com o mesmo sentido de administração escolar, difere na construção política que carrega em seu bojo, trazendo ainda subsídios bastante específicos quanto à perspectiva de mobilização do elemento humano. Diferentemente da administração que supõe um administrador como centro de comando, a gestão escolar traz implícito a participação como processo de construção das ações e procedimento que envolve o fazer pedagógico no âmbito escolar. A gestão escolar em sua construção histórica, parte do coletivo como premissa para 6 constituição da identidade da instituição escolar, envolvendotodos os segmentos na discussão e validação dos processos Diferentemente da administração que supõe um administrador como centro de comando, a gestão escolar traz implícito a participação como processo de construção das ações e procedimento que envolve o fazer pedagógico no âmbito escolar. A gestão escolar em sua construção histórica, parte do coletivo como premissa para constituição da identidade da instituição escolar, envolvendo todos os segmentos na discussão e validação dos processos educativos, desta forma “a gestão escolar promove a redistribuição das responsabilidades que objetivam intensificar a legitimidade do sistema escolar” (LUCK, et al. 2011, p. 16). A gestão democrática surge de inúmeras discussões ao longo da história da educação. “Os primeiros movimentos de participação na gestão da escola pública que se tem notícia foram dos estudantes secundaristas no antigo Distrito Federal, durante a gestão de Anísio Teixeira como secretário de educação, nos anos de 1931-1935” (BASTOS, 2002, p. 19), contudo a gestão democrática passa a ter força de lei a partir da Constituição Federal de 1988. No contexto da gestão democrática, a figura do gestor passar a ter outra dimensão que se materializa nas relações com a comunidade escolar, implica em partilhar decisões e ações. A função do gestor passa a ter viés mais político, em que o diálogo se constitui em um importante instrumento para executar a gestão escolar. Esse formato de gestão traz implícita a necessidade de uma atuação diferenciada por parte do gestor. Requer não somente um profissional que saiba administrar recursos financeiros, gerir ações administrativas e ou mesmo pedagógicas, mas também que tenha condições de liderar, de organizar, de influenciar, mobilizar e articular os profissionais da escola no que diz respeito ao aprendizado do estudante e de sua consequente formação como membro da sociedade. Entretanto, em geral constata-se a falta de referenciais formativos que orientem os gestores quanto a realização de seu trabalho nos mais diversos aspectos. O processo de formação especifica de gestores é bastante recente na história da educação brasileira. Segundo Antunes (2008), somente a partir de 1847 a legislação brasileira viria reconhecer a necessidade de um diretor escolar. E ainda segundo a mesma autora, essa discussão seria retomada somente em 1890, após a 7 proclamação da República no Brasil, marcando, ainda que timidamente, um novo entendimento sobre educação no Brasil. De acordo com Souza (2006), a década de 1930 com os eminentes processos de industrialização que já deixavam sua marca na sociedade brasileira trouxeram novamente à tona a necessidade de um administrador escolar, embora a tônica fosse o aspecto administrativo em detrimento do pedagógico. Esta concepção de administrador escolar recebia uma forte influência do modelo de administração empresarial, científica e burocrática de Taylor, Fayol e Weber. Neste período, a luta dos educadores pela construção de um Plano Nacional de Educação resultou na apresentação de um “Plano de Reconstrução Educacional”, que ficou conhecido como Manifesto dos Pioneiros da Educação. O documento defendia os princípios de laicidade, obrigatoriedade, gratuidade, universalização e nacionalização do ensino fundamental, além de conter reflexões relacionadas à Administração Escolar. No que diz respeito à formação do diretor, propunha-se que fosse pautada no conhecimento filosófico e científico. Já com relação à sua função, defendia-se a necessidade de autonomia para romper com a centralização das decisões educacionais (ANTUNES, 2008, p. 7). Por meio do Decreto-Lei n.1.190 de 4 de abril de 1939 foi criado o curso de Pedagogia, reformulado em 1962, por meio do Parecer CFE n.º 251, depois em 1969, por meio do Parecer CFE n.º 252, do Conselho Federal de Educação, ambos de autoria do Conselheiro Valnir Chagas. Na parte diversificada do curso de Pedagogia foram previstas as habilitações: ensino das disciplinas e atividades práticas dos cursos normais; orientação educacional; administração escolar; supervisão escolar e inspeção escolar (SILVA, 1999, p.28-29). De acordo com o que indicavam os pareceres, por muitos anos, a formação inicial do diretor escolar esteve contemplada no curso de Pedagogia, no entanto, para assumir o cargo em uma escola, ter concluído o curso com a habilitação de especialista em administração escolar não era condição essencial. A década de 1960 iria trazer inserções significativas na construção da figura do diretor escolar, por meio da aprovação da LDB 4.024/61 que em seu artigo 42 afirma que “o 8 diretor de escola deverá ser educador qualificado”, sem, contudo, especificar o caráter desta qualificação (Antunes, 2008). Em 1962, o Conselho Federal de Educação normatiza por meio do Parecer nº 93/62, que: O educador qualificado seria aquele que reunisse qualidades pessoais e profissionais que o tornassem capaz de infundir à escola a eficácia do instrumento educativo por excelência e de transmitir a professores, alunos e à comunidade sentimentos, ideias e aspirações de vigoroso teor cristão, cívico, democrático e cultural (ANTUNES, 2008, p. 7). A LDB nº 5.692/71 viria para definitivamente instituir o cargo de diretor escolar, tendo nesse a imagem de um profissional responsável por gerenciar os espaços e a equipe escolar (Antunes, 2008). As décadas de 1980 e 1990 serão marcadas pelas discussões em torno da redemocratização (Teixeira, 2011) que incidem em uma maior abertura na participação dos profissionais da gestão nas decisões, sendo os conselhos colegiados frutos destas discussões e mobilizações. Neste período ganha vazão o termo gestão escolar, imbuído de um cunho eminentemente político. Neste contexto, emerge a necessidade de profissionalização do gestor, concedendo maior organicidade a este profissional e preparo para tornar a gestão da escola, verdadeiramente democrática e com foco na qualidade de ensino da educação básica. Em 2006, a Resolução CNE-CP n.º 1, instituiu as diretrizes curriculares nacionais para o curso de graduação em Pedagogia, licenciatura e estabeleceu no artigo 4º que, além da função de docência, o egresso do curso participará na organização e gestão de sistemas e instituições de ensino. O egresso da Pedagogia passou a não ter mais o título de especialista em educação, por ter cursado uma das habilitações expressas nos pareceres, já citados anteriormente, mas permaneceu o preparo para a administração, planejamento, inspeção, supervisão e orientação educacional para a educação básica (artigo 64 da LDB nº 9.394/96). 9 De acordo com Teixeira (2011) em 2005, tendo como meta melhorar os indicadores de qualidade da educação básica, o governo federal lança o programa “Escola de Gestores da Educação Básica”, sob responsabilidade do MEC. Qualificar o gestor escolar supõe não somente instrumentalizá-lo quantos aos aspectos técnicos e pedagógicos da gestão escolar, mas relaciona-se a um projeto maior de fomentar a ampliação do entendimento escolar no Brasil, que implica em transformar todos os processos que objetivam a qualidade de ensino na escola pública brasileira. Outro objetivo visado é o fomento do uso de ferramentas tecnológicas e desenvolver a criatividade desses sujeitos com vistas a propor inovações em suas práticas. E por fim, merece destaque a preocupação com o desenvolvimento da capacidade para analisar e refletir diante de situações problema, na busca por resoluções possíveis em seu dia a dia (SOUZA & TEIXEIRA, 2010, apud TEIXEIRA, 2011, p. 20). Na perspectiva da inserção das tecnologias no meio educativo, novos formatos de capacitação e formação para os gestores escolares têm sido formulados e serão apresentados neste trabalho, com o intuito de identificar os saberes e conhecimentos necessários no sentidode melhor qualificar o gestor para o exercício de sua função. É importante a clareza quanto à importância do papel do gestor escolar na promoção de uma nova cultura no ambiente escolar. Eleger novos conhecimentos, inserir novos contextos e trilhar novos caminhos metodológicos no cotidiano escolar é tarefa que esbarra em muitos percalços e resistência, o que requer do gestor uma habilidade em administrar conflitos e dialogar com seus pares, exigindo conhecimento que construa a argumentação do gestor e consequentemente amplie as suas condições de diálogo. Construir uma gestão centrada no desenvolvimento do cidadão a partir de uma ação formativa que lhe permita a intervenção real em uma sociedade cuja marca é a velocidade com que a informação e os avanços tecnológicos se sucedem, implica necessariamente em formar profissionais que tenham conhecimento de sua função e clareza quanto às necessidades que são demandas à escola e são de responsabilidades do gestor junto à comunidade. 10 3 - A IMPORTÂNCIA DA GESTÃO ESCOLAR PARA A MELHORIA DA QUALIDADE NA EDUCAÇÃO Quando falamos, em Gestão Escolar para a melhoria da qualidade na educação há de se ter bem claro a que qualidade nos referimos, pois há uma grande exigência das Agências Internacionais, tais como Banco Mundial e Unesco e, principalmente uma educação voltada para atender as demandas do mercado de trabalho, com características cada vez mais flexíveis e, a educação por vezes acaba integrando ao seu modelo educacional o modelo empresarial, onde qualidade acaba se tornando referência da qualidade de gerenciamento encerrada nas salas dos administradores, onde basta gerenciar as finanças, as relações interpessoais, o prédio, os recursos e as pessoas para que haja uma educação de qualidade. Como afirma Libâneo (2001, p.53). 11 Quando aplicada ao sistema escolar e às escolas, a qualidade total tem como objetivo o treinamento de pessoas para serem competentes no que fazem, dentro de uma gestão eficaz de meios, com mecanismos de controle e avaliação dos resultados, visando atender a imperativos econômicos e técnicos. Como podemos inferir há de se diferenciar as concepções entre qualidade de ensino e a definição de qualidade aplicada ao mercado. Que neste modelo de “Qualidade” a gerência, ou controle, expande-se dos órgãos de cúpula para as relações entre os trabalhadores, promovendo uma gerencia interpessoal. Para Libâneo (2001) a origem da palavra qualidade surge no início do modo de produção capitalista, na vida liberal burguesa, onde o interesse principal é o modelo produtivo capitalista, privado, em contraposição do modelo produtor feudal e as interferências regulamentadoras do estado, objetivando um mercado livre, uma sociedade aberta, de forma que prevaleça a livre competição, dando eficiência e qualidade aos produtos e serviços como critérios da livre concorrência do mercado e a definição de competitividade de cada empresa, Neste novo paradigma de eficiência e qualidade vêm se tornando modelo de sobrevivência e geração de lucro no mercado, cada vez mais competitivo, sendo, então, almejado por todos os segmentos do mercado e instituições que desejam se tornar competitivos. Deste modo o que interessa é atender as exigências apenas do capitalismo com o discurso de promoção da qualidade da educação no Brasil. Diferentemente para Libâneo (2001, p. 54), A educação de qualidade é aquela que promove para todos o domínio de conhecimentos e o desenvolvimento de capacidades cognitivas, operativas e sociais necessários ao atendimento de necessidades individuais e sociais dos alunos, à inserção no mundo do trabalho, a constituição da cidadania, tendo em vista a construção de uma sociedade mais justa e igualitária. Libâneo (2001), em seus estudos, tem procurado nos orientar a cerca de que qualidade estamos propensos a objetivar em nossas escolas, de forma consciente e crítica, pois sem dúvida há que se primar pela qualidade da educação, porém, diferente da concepção de “Qualidade” voltada à perpetuação do capitalismo. Ao se referir à qualidade que deve ser almejada na escola, ele afirma que, 12 Não é nada fácil estabelecer como critério de qualidade a igualdade quanto ao atendimento escolar, a qualidade para todos. [...]. O que as escolas precisam buscar, de fato, é a qualidade cognitiva das experiências de aprendizagem dos alunos [...] em consonância com as exigências sociais e educacionais contemporâneas significa prestar atenção no conteúdo que estão sendo ensinados, na afetividade desses conteúdos para a vida prática. Para Libâneo (2001), para haver uma educação de qualidade, duas formas de atividades são essenciais, [...] a primeira corresponde aos objetivos da escolarização obrigatória, [...] tais como a aquisição do conhecimento e da cultura, o desenvolvimento da personalidade, a formação para a cidadania, a inserção no mundo. E em segundo, as atividades que são as condições de realização desses objetivos, incluindo-se, entre essas condições, o planejamento pedagógico e curricular, a organização e gestão da escola, a cultura organizacional, a tecnologia, o desenvolvimento profissional dos professores. (LIBÂNEO, 2001, 56 - 57). Estas duas atividades devem estar em consonância tanto no Plano de Ação do Gestor quanto no PPP da escola, pois uma não existe sem a outra, não basta somente o Gestor se preocupar com o prédio da escola, deixando-o bonito, relegando para um segundo plano o currículo e as relações sociais e pedagógicas entre alunos, professores e comunidade escolar. Há que se ter um planejamento coletivo capaz de promover o ensino e aprendizagem aliado com todos os atores que fazem parte do ambiente escolar, bem como a aparência da escola, não há dissociação entre currículo, pessoas e o ambiente estrutural da escola – prédio. Conforme já foi dito anteriormente é preciso ser claro que cabe a escola assegurar o processo de ensino/aprendizagem de qualidade, de modo que os alunos tenham acesso e se apropriem dos bens sociais e culturais produzidos pela humanidade. Isso implica em diferenciar o que é principal e o que é secundário na formação dos alunos. No dia a dia das escolas facilmente o que é secundário tem tomado lugar de principal, especialmente em um contexto como o atual em que a pedagogia por projetos tem assumido uma maior relevância. Com efeito, caberá ao diretor avaliar a pertinência dos projetos, tanto organizados e enviados pela SEED e pelos professores da sua 13 escola, verificar sua relação com o Projeto Político Pedagógico, e se eles oferecem oportunidade de enriquecer as atividades curriculares, não devendo em hipótese alguma prejudicá-las ou substituí-las. A autora alerta-nos que: A presença de um grande número de projetos nas escolas nos indica a ausência da clareza da função da própria escola – ou da massificação que sofre –, pois a todo instante tem que resolver problemas emergenciais para continuar funcionando, como os problemas de indisciplina e violência, os quais se pretende amenizar com o desenvolvimento do projeto de valores. (CARDOSO, 2009, p.7) Não seria exagero afirmar que, ao adotar projetos diversos, cria-se uma “política de pulverização”, ou seja, um currículo que pulveriza o conhecimento científico, empobrecendo a sua aquisição por meio de inúmeros projetos, por exemplo, combate às drogas, campanhas contra doenças, exame oftalmológico e de audição. Dessa forma, propiciam-se uma fragmentação e uma diminuição dos conteúdos escolares, porque estes vão sendo cada vez mais deixados de lado. A escola torna-se progressivamente refém desses projetos. Daí a necessidade de que sejam criteriosamente avaliados. Sendo assim, o diretor precisa considerar que é necessário viabilizar na escola condições para a transmissão-assimilação do conhecimentosistematizado e, que, ao optar por projetos, a escola pode acabar perdendo de vista sua função maior. Estamos querendo, dessa forma, afirmar a relevância dos conhecimentos pedagógicos por parte do gestor escolar, e que a tarefa de organizar o conjunto das atividades da escola, dentre as quais o trabalho pedagógico, não deve ser, portanto, apenas uma atribuição/responsabilidade do coordenador pedagógico 14 4- GESTÃO ADMINISTRATIVA X GESTÃO PEDAGÓGICA Um dos primeiros desafios do gestor é saber equilibrar as questões administrativas com a parte pedagógica. Isso é, em grande parte, uma “dor” para o gestor, pois a gestão pedagógica está relacionada à atividade-fim da escola e deveria ser, na cabeça de muitos, a única preocupação do líder escolar. Por outro lado, para que a escola promova melhorias em seu sistema educacional, é necessário um plano administrativo que cuide dos recursos físicos, materiais e patrimoniais disponíveis. Ou seja, sem a gestão administrativa, a escola não funciona. Um bom gestor escolar é essencial para o sucesso de uma instituição de ensino e para a garantia de uma educação de qualidade. Assim, se quem estiver a frente da direção da escola não tiver as competências necessárias para ser um bom líder, os professores podem ficar desmotivados e a qualidade do ensino pode cair. Por isso, entender o perfil do gestor escolar e aprimorar suas habilidades é fundamental. Você sabe qual é o perfil do gestor escolar? 12 competências necessárias a um bom líder. 15 1. É ESTRATÉGICO Pensar de forma estratégica é uma competência essencial para as lideranças de modo geral. O gestor deve ter consciência do que deseja alcançar e, para isso, é preciso focar nos objetivos da organização e saber lidar com os desafios. Esse pensamento concentra-se no resultado e implica em metas, prazos a cumprir e muito planejamento. 2. É FLEXÍVEL Ser flexível é outra habilidade que os bons gestores possuem. Mas o que essa competência significa? Ser flexível é entender suas emoções e saber lidar com as situações de forma maleável, ou seja, sem um pensamento imutável. Não só na educação, mas em outras áreas a flexibilidade é importante para alcançar resultados, por exemplo. Dessa forma, ser flexível é entender a necessidade de mudança, sendo coerente nas decisões. 3. ENTENDE A IMPORTÂNCIA DA CAPACITAÇÃO Sempre em discussão no ambiente educacional, a formação continuada é de extrema importância para garantir uma educação de qualidade e o aprimoramento das práticas pedagógicas. Portanto, ter a consciência da importância da capacitação é um diferencial para o gestor escolar, pois esse estudo, além promover a integração entre teoria e prática, permite a atualização dos saberes pedagógicos. Dessa forma, o gestor escolar que promove e incentiva a formação continuada de seus professores favorece o surgimento de novos ambientes de aprendizagem e, também, a excelência no ensino. Por isso, invista em cursos, treinamentos, workshops e não deixe de valorizar os professores que estão sempre em busca da atualização de conhecimentos. 4. SABE SE COMUNICAR CLARAMENTE A comunicação é o princípio básico em qualquer relacionamento. Com isso, a comunicação é uma ferramenta que conecta as pessoas, faz com que elas interajam, troquem ideias, informem. No entanto, se a comunicação é má-estruturada a 16 mensagem não é compreendida da maneira correta. Portanto, o gestor escolar que sabe se comunicar de forma clara com a comunidade escolar consegue engajar todos em prol de um mesmo objetivo, além de criar um ambiente estruturado pela confiança, que consequentemente melhora o desempenho de todos. 5. É ACESSÍVEL Um bom líder é acessível e disponível. O gestor escolar – seja no papel de diretor ou coordenador – que é acessível para conversar e entender a realidade de seu corpo docente e demais colaboradores, estabelece mais facilmente uma relação de confiança com seus liderados. 6. É CONFIÁVEL A confiança é a base do bom relacionamento. Assim, o gestor escolar que tem a confiança de seus liderados, tem uma relação de maior proximidade com eles. Além disso, a confiança também deve estar presente na relação com os demais integrantes da comunidade escolar, como os alunos e seus pais. É importante que a comunicação seja clara e transparente, e que o gestor cumpra com sua palavra constantemente. Na relação com seu corpo docente é fundamental que o gestor não aponte só erros, mas também elogios às boas práticas. 7. É ORGANIZADO Ser organizado é fundamental para o andamento e desenvolvimento da escola. Um gestor escolar bem organizado sabe como conciliar as diferentes demandas da gestão, como as pedagógicas com as administrativas. 8. TEM EMPATIA Você sabe o que é empatia? E por que ela é importante para o gestor? Empatia é a qualidade de saber olhar para o outro e imaginar-se em seu lugar de forma a compreender seus sentimentos e emoções. Os líderes que possuem essa qualidade conseguem se sensibilizar em relação ao ambiente e à equipe, de forma que possam adequar suas estratégias à sua realidade. 17 9. TEM ESPÍRITO DE EQUIPE Outra competência que faz parte do perfil do gestor escolar é o espírito de equipe. Quando o dirigente tem suas ações pautadas pela coletividade, ele envolve toda sua equipe em prol de um único objetivo: a promoção de um ensino de qualidade. Além disso, quando a colaboração se faz presente, o gestor consegue motivar a comunidade escolar a participar das atividades da instituição, fazendo com que os professores e demais colaboradores se sintam parte da escola. 10. É ÉTICO Agir eticamente também faz parte do que se espera do perfil do gestor escolar. O comportamento ético é uma habilidade que diz respeito ao comportamento honesto e integro, associado aos valores e ao caráter de cada um. Dessa forma, a conduta ética do gestor escolar proporciona benefícios para a instituição de ensino. Além de aumentar a confiança dos liderados no gestor, esse comportamento promove ainda a harmonia no ambiente escolar e estimula o comportamento ético de todos. 11. GOSTA DO TRABALHO Gostar do que faz é fundamental para ser um bom líder. O gestor escolar que gosta de seu trabalho tem um melhor relacionamento com a comunidade escolar, além de incentivar e motivar com maior sucesso seu corpo docente e demais colaboradores e alcançar melhores resultados. 12. É UM AGENTE TRANSFORMADOR DA REALIDADE ESCOLAR Um bom gestor escolar é o principal agente de mudança na escola. Ele entende as necessidades da instituição de ensino que dirige e sabe como deve desenvolvê-las, fazendo crescer e melhorar a organização. Portanto, ele sabe como investir na estrutura física, no corpo docente, em um sistema de ensino e na tecnologia para garantir uma educação de qualidade aos alunos. 18 5 - A GESTÃO DEMOCRÁTICA E PARTICIPATIVA A Constituição Federal de 1988 (BRASIL, 1988) contou, em sua elaboração, com diversos setores da sociedade e em especial os educadores. Quando se discute a gestão democrática e participativa da escola pública, três temas aparecem recorrentes, mas que não retratam o verdadeiro ideal, talvez utópico, do que se deseja realizar como democracia verdadeira e consciência social dentro do ambiente escolar. Os temas não serão ampliados, mas constam de autores que poderão ser consultados para essa finalidade. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - LDB (BRASIL, 1996) também inseriu em seus artigos esse princípio constitucional, como o inciso VIII do art. 3º , “gestão democrática do ensino público na forma desta Lei e da legislação dos sistemas de ensino”. O art. 14º em especial estabelece que os sistemas de ensino definirão as normas da gestão democrática do ensino público na educaçãobásica de acordo com as suas peculiaridades e, em especial, o princípio 19 da participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes. O futuro Plano Nacional de Educação (BRASIL, 2010) abarca a gestão democrática da educação em seu art. 2º , inciso X, junto com a difusão dos princípios da equidade e do respeito à diversidade. A estratégia para cumprir esta meta 19, que trata da nomeação comissionada de diretores de escola, é a aplicação de uma prova nacional específica, a fim de subsidiar a definição de critérios objetivos para o provimento dos cargos de diretores escolares, acabando definitivamente com a indicação política. Na gestão democrática da escola já está necessariamente implícita a participação da população em tal processo (PARO, 2003). Valoriza, portanto, “a participação da comunidade escolar no processo de tomada de decisão, na construção coletiva dos objetivos e das práticas escolares, no diálogo e na busca de consenso” (LIBÂNEO, 2008, p.132). Aguiar (2008) e Dourado (2006) afirmam ainda que é uma política direcionada à ampliação dos espaços de participação nas escolas de educação básica, como exemplo o Programa Nacional de Fortalecimento dos Conselhos Escolares, que não é foco deste estudo. O conceito de gestão participativa envolve, além dos professores e outros funcionários, os pais, os alunos e quaisquer outros representantes da comunidade que estejam interessados na escola e na melhoria do processo pedagógico. Quando se discute a gestão democrática e participativa da escola pública, três temas aparecem recorrentes, mas que não retratam o verdadeiro ideal, talvez utópico, do que se deseja realizar como democracia verdadeira e consciência social dentro do ambiente escolar. Os temas não serão ampliados, mas constam de autores que poderão ser consultados para essa finalidade. O primeiro tema é a possibilidade de a eleição para o cargo de diretor ser aberta à comunidade (LUPORINI; MARTINIAK; MAROCHI, 2011). O segundo trata dos recursos financeiros disponibilizados diretamente para a escola, revestido de um caráter de autonomia aparente dessa gestão (DOURADO, 2007). O último trata da efetiva participação da comunidade externa nas tomadas de decisão pedagógicas e administrativas, além do fortalecimento dos conselhos escolares (AGUIAR, 2008; DOURADO, 2006; PARO, 2003). 20 6 - A GESTÃO ESCOLAR O foco da gestão escolar é a relação que é desenvolvida dentro dos limites da escola e do seu entorno comunitário. Lück (2002) comenta seis motivos para se optar pela participação na gestão escolar: melhorar a qualidade pedagógica; currículos concretos, atuais e dentro da realidade; aumentar o profissionalismo docente; evitar o isolamento dos diretores e professores; motivar o apoio comunitário às escolas; e, desenvolver objetivos comuns na comunidade escolar. A efetiva gestão escolar implica na criação de ambiente participativo, independente da tendência burocrática e centralizadora ainda vigente na cultura organizacional escolar e do sistema de ensino brasileiro. Este sistema, segundo Lück (2002, p.17), visa “construir uma realidade mais significativa, não se constitui em uma prática comum nas escolas”. O que é verificado de mais comum são as queixas dos diretores de que “têm que fazer tudo sozinhos [...] para o trabalho da escola como um todo, limitando-se os professores a suas responsabilidades de sala de aula”. Então, cabe no momento a seguinte pergunta como reflexão: o que estará faltando nessa gestão escolar? 21 Respondendo à questão formulada, cabe, em primeiro lugar, aos responsáveis pela gestão escolar promoverem a criação e manutenção de um ambiente propício à participação de todos, “no processo social escolar, dos seus profissionais, de alunos e de seus pais, uma vez que se entende que é por essa participação que os mesmos desenvolvem consciência social crítica e sentido de cidadania”. (LÜCK, 2002, p.18). Essa autora (LÜCK, 2002, p.18-19) acredita que algumas ações especiais deverão ser buscadas para a mudança das relações amplas vigentes na escola, na tentativa de se criar um ambiente estimulador de participações da comunidade escolar, tanto interna como externa. Essas ações são: 1. Criar uma visão de conjunto associada a uma ação de cooperativismo; 2. Promover um clima de confiança; 3. Valorizar as capacidades e aptidões dos participantes; 4. Associar esforços, quebrar arestas, eliminar divisões e integrar esforços; 5. Estabelecer demanda de trabalho centrada nas ideias e não em pessoas; 6. Desenvolver a prática de assumir responsabilidades em conjunto. 22 7 - O GESTOR ESCOLAR - DIRETOR O termo competências tornou-se popular já há alguns anos, como meio de concentrar algum foco nas iniciativas desenvolvidas de pessoas (TOPPING, 2002), surgido num contexto de crise do modelo de organização taylorista e fordista, mundialização da economia, exacerbação da competição dos mercados, exigências de melhoria da qualidade dos produtos e flexibilização dos processos de produção do trabalho. Em síntese, competência é a demonstração da capacidade de aplicar conhecimento e/ou habilidade para resolver um problema em uma dada situação, e, quando relevante, atributos pessoais demonstráveis (DELUIZ, 1996). Entende-se, assim, que o gestor escolar (que para o nosso estudo é o diretor da escola) reveste-se de toda a responsabilidade na gestão da organização-escola. Todavia, este vem assumindo, em uma sociedade que passa a exigir a educação com qualidade para todos, papéis que vão além da mera administração centralizadora e técnica. Lück (2009, grifo nosso) listou nove competências de gestão democrática e participativa inerentes ao diretor. Podem-se apontar duas que têm foco diretamente 23 neste estudo, porém as demais completam com certeza o cabedal necessário na formação desse gestor. A primeira traz que o diretor lidera e garante a atuação democrática efetiva e participativa do conselho escolar ou outros colegiados escolares. A segunda seria a de liderar a atuação integrada e cooperativa de todos os participantes da escola, na promoção de um ambiente educativo e de aprendizagem, orientado por elevadas expectativas, estabelecidas coletivamente e amplamente compartilhadas. O que se pode verificar é que o verbo liderar está empregado com importância vital para a efetivação dessa gestão democrática e participativa, ratificando o que Lück (2009) afirma dessa liderança para a participação conjunta e organizada, e tendo como condições de sua concreta atuação quando existe a aproximação entre escolas, pais e comunidade na promoção de educação de qualidade; do estabelecimento de ambiente escolar aberto e participativo, em que os alunos possam experimentar os princípios da cidadania. 8 - O GESTOR ESCOLAR É A FIGURA CENTRAL DE UMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO 24 Com responsabilidades que vão desde a gestão de contas até a gestão dos relacionamentos, ele precisa ser polivalente para conseguir desempenhar com maestria todas as responsabilidades que são inerentes ao seu cargo. Além disso, ele também precisa ser capaz de enxergar as possibilidades e inovar. Conduzir a escola à evolução constante é um grande desafio. Pense na importância de uma função de liderança em um ambiente onde são formados os cidadãos do futuro? Logo, o preparo é fundamental. A gestão escolar precisa desenvolver um bom vínculo com todos os grupos que fazem parte da instituição, a fim de uma gestão democrática e participativa seja vivenciada. Ele tem a missão de estabelecer bons relacionamentos e de envolver todos os grupos envolvidos nesse ambiente. Unir forças em órgãos públicos e privados, na comunidade, família e entidades do segmento, e mostrar que o papel de educar nãocabe apenas ao estabelecimento de ensino. Sendo assim, este profissional precisa deixar claro que o processo de ensino e aprendizagem só será capaz de gerar bons resultados com o trabalho efetivo de todos. E ao ser capaz de gerar este entendimento, que será alcançado por meio de bons laços sociais, o diretor ganhará importantes aliados dentro e fora de sua escola. É fundamental saber orientar, ouvir e motivar os colaboradores. Quando for a hora de chamar a atenção de alguém, é necessário muito cuidado, para que entendam o recado e não levem para o jeito pessoal. Como diz o autor do clássico livro “Como fazer Amigos e Influenciar Pessoas”, Dale Carnegie, criticar por criticar não ajuda ninguém a melhorar. É necessário entender porque fazem o que fazem. 25 Você sabe o que os pais pensam sobre a sua escola? Entende quais foram os fatores que fizeram eles escolherem a sua instituição para que os filhos desenvolvessem? O que pesou mais, a localização? O método de ensino? A estrutura? Parece insignificante, mas entender porque eles escolheram a sua instituição faz toda a diferença. Por isso, realizar pesquisas com os pais é essencial, e é mais fácil fazer isso usando um aplicativo escolar. Assim, você pode em poucos minutos elaborar um questionário para enviar aos responsáveis e ter esses dados. Essas informações vão ajudar sua gestão a focar nos resultados que mais importam, a escolher melhor os investimentos e tomar escolhas mais assertivas. Se sua escola quer ir além e se destacar em relação às outras, é importante conhecer a fundo o perfil dos pais. Além de entender o perfil do público, também é importante saber o quanto os pais estão satisfeitos com a sua escola. O NPS é uma métrica que mede o nível de lealdade dos clientes, uma técnica que pode ser aplicada em sua instituição para que consiga melhorar a taxa de retenção. Por meio do app da Escola em Movimento é possível que os pais avaliem sua satisfação com os atendimentos feitos via app, e então a escola vai poder ter números precisos sobre a satisfação dos pais em várias áreas de atendimento da escola. Em uma instituição educacional existem os pedagogos. Eles são profissionais responsáveis por elaborar os planos de ensino e averiguar se eles estão sendo cumpridos corretamente. A gestão escolar, neste caso, deve acompanhar, supervisionar e orientar sua equipe colaboradora. O diretor é também responsável por mostrar que as tecnologias não podem ser dissociadas do processo de ensino. O gestor pode liderar ações na escola para que a tecnologia seja agregada às técnicas de ensino. O diretor pode sempre procurar oportunidades de melhora nos processos de ensino e de atendimento aos pais. Aliando a tecnologia, a produtividade dos colaboradores 26 pode aumentar bastante. Com isso, os colaboradores podem gerar mais valor para os alunos e também para os responsáveis. Os bons relacionamentos criados por um diretor também servem para que ele seja capaz de mobilizar a família para estabelecer uma parceria de verdade. Quando esse profissional tem voz ativa e estabelece comunicação constante com os familiares, ele consegue desenvolver a percepção de que a escola é uma extensão da casa no que tange à educação, e não o contrário. E quando há esse entendimento, o acompanhamento e suporte da vida escolar dos estudantes torna-se maior, o que favorece bastante a assimilação e internalização dos conteúdos apresentados em sala de aula. Usando um aplicativo escolar, é possível fortalecer a comunicação com os pais, nutrindo o relacionamento enviando conteúdos positivos do dia a dia na instituição. Para engajar os responsáveis, é interessante também criar eventos nos calendários criados no sistema, para evitar esquecimentos e facilitar o planejamento já no início do ano letivo. Como falamos neste artigo, a importância da parceria com as famílias não pode ser subestimada. Quando os responsáveis se envolvem, as chances de que o aluno se alinhe aos objetivos da escola é muito grande. Estimular o relacionamento próximo, os bons hábitos, e procurar conscientizar os pais sobre a importância do papel deles na educação faz toda a diferença. O diretor escolar tem o papel de cuidar das burocracias administrativas da instituição. E para que ele consiga exercer bem esta função, precisa conhecer a fundo todas as normas do ensino educacional, assim como as instruções e portarias referentes a esse sistema. Ele também precisa atentar-se à documentação necessária para a execução das atividades escolares, destinar o uso das verbas dentro da instituição, cumprir prazos e exercer toda e qualquer outra atividade relacionada à gestão desse ambiente. 27 Como as funções de um diretor de escola são muitas, eles precisam contar com o apoio de colaboradores que tenham competências complementares. Ter uma boa equipe faz toda diferença, e aí entram também as habilidades de liderança. Um bom líder é aquele que cria as condições para que os colaboradores exerçam o melhor do seu potencial. Por isso é fundamental manter todos eles motivados e cientes dos objetivos. Eles precisam se sentir parte do ideal da escola e ter sua importância reconhecida. Isso passa pela capacidade de gestão do diretor e sua habilidade em resolver possíveis conflitos no ambiente de trabalho. É importante conversar e se reunir com os professores e profissionais da secretaria, coordenação e demais áreas para ouvir o que eles pensam. Porque não pedir para eles dizerem o que acham que pode ser melhorado na instituição? É importante ouvir críticas construtivas para enxergar possibilidades de melhora. Cada um deles podem dar importantes contribuições porque têm experiências diferentes que, por muitas vezes, sozinho uma pessoa é incapaz de notar. Um colaborador que não estiver satisfeito pode influenciar outros, e isso compromete a qualidade do seu trabalho. Por isso, procure sempre valorizar seus colaboradores e dar-lhes atenção para que eles se sintam realmente parte de um propósito maior. Sua escola só vai ser bem-sucedida com profissionais que amam o que fazem, assim eles fazem o seu melhor. Hoje existem ferramentas que ajudam a executar várias tarefas, a informação corre mais rapidamente, enfim, a tecnologia trouxe várias otimizações. E, pelo que podemos observar, ainda vai continuar trazendo muitas inovações. A administração escolar, logo, pode ser continuamente otimizada. Cabe ao diretor escolar buscar se cercar de pessoas capacitadas para ajudarem a escola a ter um crescimento contínuo. 28 BIBLIOGRAFIA AGUIAR, Marcia Ângela da S. Gestão da Educação e a Formação do Profissional da Educação. In: FERREIRA, N.S.C; AGUIAR, M.A.S; Gestão da Educação: impasses, perspectivas e compromissos. 3ª ed. SP: Cortez, 2001. ARAÚJO, Gilda Cardoso de. Tempo de unir esforços. Revista Nova Escola. São Paulo: Editora Abril, ago. 2008. Edição Especial “Gestão Escolar”. BRASIL, MEC. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Secretaria de Educação Básica. Conselho Escolar e a aprendizagem na escola. Elaboração Ignez Pinto Navarro et al. Brasília : MEC/SEB, 2004, p. 31-35 (Programa Nacional de Fortalecimento dos Conselhos Escolares, caderno 2, Parte V). BRASIL, MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO – MEC/ SECRETARIA DA EDUCAÇÃOBÁSICA – SEB- Diretrizes Nacionais do Curso de Especialização Em Gestão Escolar. Brasília, 2007.
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