AULA 2 O DIREITO E OS DEMAIS SISTEMAS NORMATIVOS - PARTE 1

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AULA 2 – O DIREITO E OS DEMAIS SISTEMAS
NORMATIVOS
PROF: RAFFAEL HENRIQUE COSTA DINIZ
DISCIPLINA: INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO 
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INTRODUÇÃO
• O DIREITO É O ÚNICO INSTRUMENTO RESPONSÁVEL PELA
HARMONIA SOCIAL?
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INTRODUÇÃO
• O DIREITO É O ÚNICO INSTRUMENTO RESPONSÁVEL PELA
HARMONIA SOCIAL?
• NÃO! A MORAL, A RELIGIÃO E AS REGRAS DE TRATO SOCIAL SÃO
OUTROS PROCESSOS NORMATIVOS QUE CONDICIONAM A
VIVÊNCIA DO HOMEM NA SOCIEDADE.
• DE TODOS, CONTUDO, O DIREITO É O QUE POSSUI MAIOR
PRETENSÃO DE EFETIVIDADE.
• POIS NÃO SE LIMITA A DESCREVER OS MODELOS DE CONDUTA
SOCIAL, SIMPLEMENTE SURGERINDO OU ACONSELHANDO.
• AO CONTRÁRIO DOS DEMAIS, O DIREITO É O ÚNICO QUE POSSUI
POSSIBILIDADE DE USO DE FORÇA PARA SER EFETIVADO.
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INTRODUÇÃO
SE TIVESSEMOS SÓ O DIREITO COMO INTRUMENTO DE CONTROLE
SOCIAL, SERÁ QUE A SOCIEDADE OFERECERIA UM AMBIENTE
INCENTIVADOR AO RELACIONAMENTO ENTRE AS PESSOAS?
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INTRODUÇÃO
• SE OS CONTATOS SOCIAIS SE FIZESSEM EXCLUSIVAMENTE SOB
A PRESSÃO DOS MANDAMENTOS JURÍDICOS , A SOCIEDADE
NÃO SE DESENVOLVERIA NATURALMENTE.
• POR ISSO É FUNDAMENTAL A PARTICIPAÇÃO E
COLABORAÇÃO DESSES DIVERSOS INSTRUMENTOS DE
CONTROLE SOCIAL.
SE TIVESSEMOS SÓ O DIREITO COMO INTRUMENTO DE CONTROLE
SOCIAL, SERÁ QUE A SOCIEDADE OFERECERIA UM AMBIENTE
INCENTIVADOR AO RELACIONAMENTO ENTRE AS PESSOAS?
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INTRODUÇÃO
• O MUNDO PRIMITIVO NÃO DISTINGUIU AS DIVERSAS ESPÉCIES DE
ORDENAMENTO SOCIAIS.
• AS DIFERENTES ESPÉCIES DE NORMAS SE ACHAVAM EM
UM ESTADO DE HOMOGENEIDADE INDEFINIDA E
INCOERENTE.
• A PARTIR DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA, COMECOU-SE A COGITAR
AS DIFERENCIAÇÕES.
• PORÉM, SEGUNDO JOSÉ MENDES (CITADO POR NADER 2019),
AINDA NO PRESENTE, OS INDIVÍDUOS DAS CLASSES MENOS
FAVORECIDAS OLHAM AS NORMAS SOCIAIS, COMO UM
TODO CONFUSO, HOMOGÊNEO E INDEFINIDO.
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INTRODUÇÃO
• O JURISTA E O LEGISLADOR NÃO PODEM CONFUNDIR AS
DIVERSAS ESFERAS NORMATIVAS.
• O PROCESSO DE CRIAÇÃO DE NORMAS, O LEGISLADOR DEVE
ESTAR CONSCIENTE DA LEGÍTIMA FAIXA DE
ORDENAMENTO QUE É RESERVADA AO DIREITO, PARA
NÃO ULTRAPASSAR OS LIMITES.
• E SE O LEGISLADOR TIVESSE CAMPO ABERTO PARA
DIRIGIR INTEIRAMENTE A VIDA HUMANA?
• O DIREITO SERIA UM INSTRUMENTO DE OPRESSÃO EM
VEZ DEMEIO DE LIBERTAÇÃO.
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DIREITO 
E 
RELIGIÃO
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DIREITO E RELIGIÃO
• POR MUITO TEMPO, DESDE AS ÉPOCAS MAIS
RECUADAS DA HISTÓRIA, A RELIGIÃO EXERCEU UM
DOMÍNIO ABSOLUTO SOBRE AS COISAS HUMANAS.
• A FALTA DE CONHECIMENTO CIENTÍFICO ERA
SUPRIDA PELA FÉ E AS CRENÇAS RELIGIOSAS
FORMULAVAM AS EXPLICAÇÕES NECESSÁRIAS.
• SEGUNDO O PENSAMENTO DA ÉPOCA, PELA VONTADE
E DETERMINAÇÃO DE DEUS, OCORRIAM
FENÔMENOS QUE AFETAVAM OS INTERESSES
HUMANOS.
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DIREITO E RELIGIÃO
DIANTE DAS 
TRAGÉDIAS CASTIGOS
DIANTE DA 
FARTURA PRÊMIOS
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DIREITO E RELIGIÃO
• O DIREITO ERA CONSIDERADO COMO UMA
EXPRESSÃO DA VONTADE DIVINA E, EM SEUS
ORÁCULOS, OS SACERDOTES RECEBIAM DE DEUS
AS LEIS E OS CÓDIGOS.
• O CÓDIGO DE HAMURABI (2000
A.C) ESCULPIDO EM PEDRA,
APRESENTA UMA GRAVURA ONDE
APARECE O DEUS SCHAMASCH
ENTREGANDO A LEGISLAÇÃO
MESOPOTÂMICA AO IMPERADOR.
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DIREITO E RELIGIÃO
• NESSE LARGO PERÍODO DE VIDA DA HUMANIDADE, EM
QUE O DIREITO SE ACHAVA MERGULHADO NA RELIGIÃO, A
CLASSE SACERDOTAL POSSUÍA O MONOPÓLIO DO
CONHECIMENTO JURÍDICO, OS TEXTOS NÃO ERAM
DIVULGADOS.
• NA IDADE MÉDIA, FICARAM FAMOSOS OS CHAMADOS
JUÍZOS DE DEUS, QUE SE FUNDAVAM NA CRENÇA DE QUE
DEUS ACOMPANHAVA OS JULGAMENTOS E INTERFERIA NA
JUSTIÇA.
• AS DECISÕES FICAVAM CONDICIONADAS A UM JOGO DE
SORTE E DE AZAR.
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DIREITO E RELIGIÃO
• O JURISTA HÉLIO TORNAGHI (APUD NADER 2019)
DESCREVE VÁRIAS ESPÉCIES DE ORDÁLIA – DO ALEMÃO
URTEIL: SENTENÇA -, ENTRE AS QUAIS A PROVA DA
CRUZ.
• POR ELA, QUANDO ALGUÉM FOSSE MORTO EM RIXA,
ESCOLHIAM-SE SETE RIXADORES, QUE ERAM LEVADOS À
FRENTE DE UM ALTAR.
• SOBRE ESSE PUNHAM-SE DUAS VARINHAS, UMA DAS
QUAIS MARCADAS COM UMA CRUZ, E AMBAS ENVOLVIDAS
COM UM PANO.
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DIREITO E RELIGIÃO
• EM SEGUIDA TIRAVA-SE UMA DELAS: SE SAÍA A QUE
NÃO TINHA MARCA, ERA SINAL DE QUE O
ASSASSINO NÃO ESTAVA ENTRE OS SETE.
• SE, AO CONTRÁRIO SAÍA A ASSINALADA ,
CONCLUIA-SE QUE O HOMICIDA ERA UM DOS
PRESENTES.
• REPETIA-SE A EXPERIÊNCIA EM RELAÇÃO A CADA
UM DELES, ATÉ SAIR A VARA COM A CRUZ, QUE SE
SUPUNHA APONTAR O CRIMINOSO.
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DIREITO E RELIGIÃO
• O MOVIMENTO DE SEPARAÇÃO ENTRE O DIREITO E A
RELIGIÃO CRESCEU AO LONGO DO SÉCULO XVIII,
ESPECIALMENTE NA FRANÇA, NOS ANOS QUE
ANTECEDERAM A REVOLUÇÃO FRANCESA.
• MODERNAMENTE, A MAIORIA DOS POVOS SEPARARAM
O ESTADO DA IGREJA, FICANDO CADA QUAL, COM O SEU
ORDENAMENTO JURÍDICO.
• ALGUNS SISTEMAS JURÍDICOS, CONTUDO, CONTINUAM A
SER REGIDOS POR LIVROS RELIGIOSOS.
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DIREITO E RELIGIÃO – CONVERGÊNCIAS E 
PECULIARIDADES
• A PREOCUPAÇÃO FUNDAMENTAL DA RELIGIÃO É ORIENTAR
OS HOMENS NA BUSCA E CONQUISTA DA FELICIDADE
ETERNA.
• UM SISTEMA RELIGIOSO NÃO SE LIMITA A DESCREVER O
ALÉM OU A FIGURA DO CRIADOR.
• DEFINE O CAMINHO A SER PERCORRIDO PELOS HOMENS,
DISPÕE SOBRE A CONDUTA HUMANA.
• POR ESSA RAZÃO, NADER (2019) APONTA QUE A DOUTRINA
RELIGIOSA, ENQUANTO DEFINE O COMPORTAMENTO
SOCIAL, PODE SER UM INSTRUMENTO VALOROSO DE
HARMONIA ENTRE OS HOMENS.
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DIREITO E RELIGIÃO – CONVERGÊNCIAS E 
PECULIARIDADES
• AO CHAMAREM A ATENÇÃO PARA O FATO DE QUE A
RELIGIÃO É “UM DOS MAIS PODEROSOS CONTROLES
SOCIAIS DE QUE DISPÕE A SOCIEDADE”, ANDERSON E
PARKER EXPÕEM QUE:
• EM RAZÃO DO EXPOSTO, DENTRE OS PONTOS DE
CONVERGÊNCIA ENTRE DIREITO E RELIGIÃO ESTÁ O
RESPEITO À VIVÊNCIA DOBEM.
“ A INJUSTIÇA E A IMORALIDADE, QUE DIMINUEM O HOMEM E
IMPEDEM O DESENVOLVIMENTO DA PERSONALIDADE, SÃO
INTOLERÁVEIS PARAS PESSOAS VERDADEIRAMENTE RELIGIOSAS”.
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DIREITO E RELIGIÃO – CONVERGÊNCIAS E 
PECULIARIDADES
• É INQUESTIONÁVEL QUE A JUSTIÇA, CAUSA FINAL DO
DIREITO, INTEGRA A IDEIA DO BEM.
• ASSIM, O VALOR JUSTIÇA NÃO É CONSAGRADO APENAS
PELO ORDENAMENTO JURÍDICO, MAS TAMBÉM PELA
RELIGIÃO.
• OS DOIS SISTEMAS NORMATIVOS, CONTUDO, POSSUEM
ELEMENTOS DE INTIMIDAÇÃO DE CONOTAÇÕES DIVERSAS.
A SANÇÃO JURÍDICA EM SUA GENERALIDADE ATINGE A LIBERDADE E O PATRIMÔNIO
A SANÇÃO 
RELIGIOSA LIMITA-SE AO PLANO ESPIRITUAL
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Exercício 
• 3 - Aponte qual o ponto de convergência entre o
Direito e a religião, bem como a distinção entre a
forma como se dá as sanções nesses dois sistemas
normativos.
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BIBLIOGRAFIA
• NADER, PAULO. INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO. 41 ED. –
RIO DE JANEIRO: FORENSE, 2019.
• ANDERSON, WILFRED A. E PARKER, FREDERICK B. UMA
INTRODUÇÃO À SOCIOLOGIA, RIO DE JANEIRO, ZAHAR, 1971.
• REALE, MIGUEL. LIÇÕES PRELIMINARES DE DIREITO. 27 ED. –
SÃO PAULO: SARAIVA 2017.
• FERRAZ JUNIOR, TERCIO SAMPAIO, INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO
DIREITO : TÉCNICA, DECISÃO, DOMINAÇÃO – 10. ED. REV., ATUAL.
E AMPL. – SÃO PAULO: ATLAS, 2018.