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AULA 2 Exigências formativas no mundo contemporâneo

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19/03/2023 13:33 Exigências formativas no mundo contemporâneo
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/02901/index.html#imprimir 1/37
Exigências formativas no mundo contemporâneo
Ricardo de Souza Janoario
Descrição
Educação profissional no Brasil. Currículo da educação profissional. Projetos em Educação. Saberes
educacionais. Formação inicial e continuada.
Propósito
Compreender as condições em que se definiu a estrutura curricular da educação profissional no Brasil é
fundamental para que o profissional de Educação tenha condições de avaliar e atuar sobre a estrutura da
educação profissional no país.
Objetivos
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Módulo 1
Desenho curricular
Identificar os limites e as possibilidades do desenho curricular da educação profissional.
Módulo 2
Projetos na educação pro�ssional
Analisar a Projetos na educação profissional na educação profissional.
Módulo 3
Educação pro�ssional no Brasil
Analisar a estrutura da educação profissional no Brasil.
A educação profissional assumiu um papel muito importante em todo o mundo desde as últimas
décadas do século XX. A revolução científica e técnica da década de 1970 criou demandas para
todos os profissionais e aumentou visivelmente a quantidade de informações que os alunos,
professores e demais profissionais deveriam estudar.
Partimos do princípio de que o pensamento crítico é o pensamento reflexivo que garante a
autonomia do ser. A capacidade de pensar criticamente envolve a identificação e aplicação de
metodologias. O pensamento crítico é a base da educação para a autonomia, não devendo estar
desassociado da formação técnica profissional. Pensar com autonomia é saber avaliar ideias e
argumentos segundo as razões e evidências apresentadas, apoiando-se em sistemas de valores.
Introdução
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1 - Desenho curricular
Ao �nal deste módulo, você será capaz de identi�car os limites e as possibilidades do
desenho curricular da educação pro�ssional.
Neste estudo, estabeleceremos um debate sobre o desenho curricular da educação profissional,
levando em conta a importância dos saberes para a autonomia. Além disso, discutiremos sobre
projetos em educação profissional por meio do trabalho coletivo. Por fim, debateremos a respeito da
educação profissional no Brasil e da necessidade de se atender às exigências formativas no mundo
contemporâneo, considerando a formação inicial e continuada dos profissionais.
Ao contrário dos métodos convencionais de ensino, a aprendizagem com base em projetos é uma
abordagem colaborativa/cooperativa estruturada em situações do mundo real como veículos para
facilitar a aprendizagem, ao mesmo tempo que integra disciplinas em todo o currículo. Esses
projetos são diferentes dos projetos regulares de curto prazo realizados após o término de um curso.
Eles, na verdade, orientam a estrutura básica do currículo, sendo possível usar qualquer meio viável
para suas pesquisas: viagens de campo, apresentações, exploração de vários materiais, criação de
modelos, experimentos e muito mais.
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Breve histórico do conceito de currículo
Antes de debater a questão principal deste módulo, a importância do desenho curricular da educação
profissional, é importante entender um pouco sobre o conceito de currículo. Alguns pesquisadores da
temática (SACRISTÁN, 2013; APPLE, 2008; ARROYO, 2011; GOODSON, 1997) afirmam que o termo é difícil
de conceituar, tendo em vista as modificações que o vocábulo adquiriu ao longo dos séculos.
Etimologicamente, a palavra “currículo” vem do latim curriculum, que remetia a tempo corrido, um percurso.
Também o entendemos como um documento com os dados pessoais, a formação escolar ou acadêmica e
a experiência profissional, como o curriculum vitae.
No que diz respeito à Educação, as primeiras concepções de currículo podem ser percebidas no final da
Idade Média, quando os conteúdos educacionais eram divididos em trivium (três artes: gramática, retórica e
dialética) e quadrivium (quatro artes: aritmética, geometria, astronomia e música). Desde a sua gênese, o
currículo representa:
[...] a expressão e a proposta da organização dos segmentos e fragmentos dos
conteúdos que o compõem.
(SACRISTÁN, 2013, p. 17)
Ele associa-se com a visão contemporânea do conceito relacionada à ideia de seleção e à organização dos
conteúdos a serem trabalhados. Pensar o currículo é definir os conteúdos que serão abordados para uma
classe de estudantes.
Podemos entender currículo (LOPES; MACEDO, 2011) como experiências de aprendizagens planejadas
efetivadas na escola para garantir a formação dos alunos por meio de atividades organizadas. Ele é
também (SACRISTÁN, 2013) uma construção cultural; localizado em um contexto específico, expressa o
equilíbrio de interesses e forças que predominam no sistema educacional em determinado momento
histórico. Por outro lado, o currículo é uma questão de identidade, poder e saber.
Para o pesquisador Tomaz Tadeu da Silva (2007), existem pelo menos três grandes teorias do currículo:
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
Teorias tradicionais
Abordam temáticas como ensino, aprendizagem, avaliação, metodologia, didática, organização,
planejamento, eficiência e objetivos.

Teorias críticas
Discutem sobre ideologia, reprodução cultural e social, poder, classe social, capitalismo, relações sociais de
produção, conscientização, emancipação e libertação, currículo oculto e resistência.

Teorias pós-críticas
Debatem a respeito de identidade, alteridade, diferença, subjetividade, significação e discurso, saber-poder,
representação, cultura, gênero, raça, etnia, sexualidade e multiculturalismo.
De forma mais ampla, um currículo aborda a cultura nacional por meio das atividades educacionais que
organizam e estruturam a forma de ver “a realidade”. Mas também pode refletir e definir a cultura de
determinada sociedade. Um bom currículo ainda interliga profissionais de todos os níveis de ensino e áreas
disciplinares.
Os professores podem trabalhar juntos para planejar atividades, discutir conteúdos e trocar ideias. Ter
discussões regulares sobre o currículo cria oportunidades para envolver todas as partes interessadas:
professores, gestores, pais e comunidades. Também oferece aos profissionais do magistério uma
plataforma por meio da qual podem compartilhar melhores práticas, conhecimentos e recursos uns com os
outros.
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Desenho curricular da educação pro�ssional
A ideia de um desenho curricular integrado se estabelece a partir da aprendizagem instituída na formação
básica associada à formação profissional. Tal ideia possibilita que os estudantes tenham acesso tanto aos
conteúdos científicos quanto aos culturais ao longo da formação técnica profissional.
Atenção!
É crucial que levemos o espírito crítico para dentro dos espaços de formação profissional com o intuito de
encorajar futuros profissionais a combaterem a desigualdade e demonstrar também como as instituições
educacionais, por si mesmas, constituem um local de desigualdade que permite sistemas de opressão. O
desenho curricular da educação profissional certamente vem seguido de desafios e questões, como: é
possível combater os sistemas de opressão por meio da seleção de conteúdos curriculares? Como o
currículo pode proporcionar essas discussões? Dentro de uma estrutura educacional restritiva e com tempo
e recursos limitados,como podemos realmente desafiar as hierarquias institucionais? Como podemos
incentivar a reflexão crítica dentro e fora dos espaços de formação profissional?
No que tange à educação profissional, não se pode deixar de considerar a relevância dos conhecimentos
gerais e específicos que compõem a base do processo educativo. É preciso ainda se ater à importância dos
critérios de seleção dos conteúdos que serão abordados, tendo em vista que a efetivação de um currículo é
resultado de uma seleção. Sendo assim, o desafio constante de se organizar o currículo da educação
profissional está na escolha dos conhecimentos válidos, essenciais, que estruturam a base curricular dos
cursos de formação profissional.
Pensar uma proposta curricular para a educação profissional pressupõe romper com as estruturas
rígidas e fragmentadas do conhecimento, ou seja, possibilitar a flexibilização curricular necessária para
se estabelecer o diálogo entre os saberes, as culturas e áreas diversas. O desafio que se estabelece
para tal ação está no rompimento de barreiras institucionais que impedem a integração.
É necessário construir um currículo que permita aos estudantes continuarem seus estudos, participarem do
mundo do trabalho e exercerem o ofício da profissão técnica sem se distanciarem da realidade do processo
de ensino-aprendizagem. Não se pode desconsiderar que o currículo precisa ser flexível, para o qual é
permitido rever conceitos, métodos, paradigmas e manter o diálogo constante entre a teoria e a prática.
Aplicar, portanto, o conhecimento técnico na prática é um pré-requisito para uma sociedade de sucesso,
além de estimular a autonomia e a criatividade.
Integração do currículo: como é possível?
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Tal integração pode acontecer por meio do reconhecimento dos saberes, das narrativas e das experiências
vivenciadas por docentes e discentes, considerando as metodologias, as disciplinas, os conteúdos
abordados, as práticas pedagógicas e os objetivos dos cursos, das parcerias estabelecidas; requer,
sobretudo, a troca de conhecimento entre profissionais!
A educação profissional também pode ocorrer por meio da leitura e pesquisa independentes nas diferentes
abordagens de conteúdo, nos novos métodos de ensino, nos avanços da tecnologia, nas mudanças nas
legislações, nas políticas públicas educacionais, nos procedimentos e nas necessidades de aprendizagem
dos estudantes.
O desafio da educação profissional, portanto, está na relação ética estabelecida nas salas de aula, nas
instruções pedagógicas, na cultura escolar, nas avaliações, nas relações interpessoais e, sobretudo, na
composição do currículo.
É indispensável que se estimule a autonomia dos estudantes no que tange à educação profissional, pois o
ensino se tornou um trabalho especializado e complexo, uma atividade rigorosa que exige de todos os seus
participantes um verdadeiro profissionalismo. Tal realidade, muitas vezes, apresenta problemas associados
à falta de bibliotecas bem equipadas para trabalho, à ausência de projetos de pesquisa específicos da área
técnica, à falta de motivação por parte dos profissionais e estudantes e à não aplicabilidade de tecnologia
moderna e tecnologia da informação para o ensino, entre outras dificuldades que contribuem para o
sucateamento da educação e, consequentemente, para a desvalorização profissional.
Ao desenvolvermos um desenho curricular da educação profissional que reconheça os alunos como
agentes de conhecimento, abraçamos os espaços de formação como um ambiente transformador,
recuperando o potencial político de seu passado problemático e reacendendo novas esperanças para o
futuro da educação.
Atenção!
Você já parou para pensar que as instituições de ensino são universos cada vez mais desafiadores, mas de
vital importância, da - e na - luta política? Que os espaços educacionais se constituem em um lócus de
conexão, empatia e luta compartilhada? Essas reflexões abrem uma discussão a respeito da educação
profissional como uma prática emancipatória que desafia as influências neoliberais. É importante, no
processo de formação profissional, permitir que os alunos descubram sua voz autêntica, assim como seu
destino histórico de emancipação.
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Por considerar a seleção de conteúdo um processo democrático, a funcionalidade do currículo somente
ganha sentido diante de um desenho curricular profissional que estimule saberes necessários para propor
aprendizagens autônomas, cuja base não é somente material, mas também intelectual, afetiva, significativa.
Ao entender a educação profissional não somente como uma modalidade puramente técnica, mas também
intelectual, abrem-se possibilidades educacionais ainda não exploradas de metodologias de ensino que
proporcionam um melhor entendimento da prática docente. Práticas essas que levam em consideração a
cultura do “outro”, suas percepções e seus valores culturais. Com isso, a participação representa uma força
de ação consciente para que seja possível a superação dos desafios e das dificuldades imprevisíveis que
habitam o cotidiano da formação profissional, como:
A ausência de planejamento nas instituições de ensino.
A não atenção para com o ingresso.
A permanência e o sucesso dos futuros profissionais.
O não incentivo à pesquisa efetiva.
Há de se questionar as diretrizes e políticas educacionais com o objetivo de implementar projetos
compromissados com princípios democráticos que:
Valorizem um ambiente autônomo.
Intensifiquem a participação e o diálogo entre os participantes, garantindo o respeito.
Selecionem informações realmente associadas à melhoria das atividades.
Problematizar o currículo pode contribuir com práticas que reconheçam valores culturais implícitos nos
espaços institucionais e estejam pautadas no compartilhamento de ideias e na responsabilidade com a
formação profissional. Deve-se buscar resoluções de dificuldades e limitações institucionais por meio da
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construção do espírito de equipe, do reconhecimento da diferença. Tais ações tendem a fortalecer a
autonomia necessária às organizações educacionais.
Também é necessário promover o espaço de formação crítica e questionadora do caráter monocultural e
homogeneizante que predomina nas instituições educativas. Considerar o ambiente de formação como um
organismo vivo, dinâmico, ciente de seu compromisso em representar não só novas ideias, mas também de
trabalhar com a ordem diferenciada, transformadora e dialética, representa defender metodologias de
ensino que combatam as desigualdades presentes nos espaços educacionais de uma maneira ampla.
Garantir um currículo que atenda às exigências do mundo contemporâneo requer uma formação que
ultrapasse o domínio de meras técnicas pedagógicas e assegure o diálogo com os múltiplos saberes.
A implementação de uma proposta curricular coloca a temática da profissionalização no centro das
discussões sobre formação profissional. Não há possibilidade de se constituir um currículo educacional
como um lugar uníssono, uniforme ou uniformizador.
As várias vozes, os múltiplos significados presentes no cotidiano de formação, encontram lugar no debate
sobre autonomia e saberes educacionais. Para tornar possível esse pensar, sentir e agir plural que
compartilha em vez de excluir, é necessária uma mudança paradigmática que envolva a participação dos
profissionais de Educação.
É preciso reconhecer as ideias, os sentimentos, as diversas teias de significados, da visão de mundo e
atitude diante do mundo. As estruturas rígidas, dualistas, dogmáticas não dão conta de pensar e agir em
contextos diversificados,como o contexto de formação profissional. É necessário desconstruir referências
ideológicas, esclarecer referências teóricas, desvendar práticas sociais, ressignificar práticas pedagógicas,
posicionar-se politicamente e situar-se socialmente.
Diante do contexto globalizado e diverso no qual vivemos, é urgente a substituição de atitudes cristalizadas
por práticas curriculares inovadoras, estratégicas e pautadas na interatividade e criatividade, promovendo,
assim, espaços de possibilidades.
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A educação tem sido atravessada por intensas transformações que não permitem uma estrutura
meramente burocrática. Mudanças essas que se traduzem em múltiplas medidas, as quais têm como
objetivo: redefinir o conceito de formação, reforçar a autonomia e promover o intercâmbio entre as
instituições, adaptando-as à diversidade das situações cotidianas, além de ressignificar o currículo
profissional.
A realidade educacional é construída socialmente, pois há um conjunto de significações que delineiam
as experiências educacionais, as quais não podem ser silenciadas, e sim orientadas para a dinamização
e a coordenação do processo coparticipativo que atenda aos interesses não só de quem ensina e
aprende, mas também de todos que fazem o processo educacional acontecer.
Se as discussões sobre o currículo atravessam momentos de questionamentos, então tais indagações
precisam acontecer também no interior das instituições educacionais. As mudanças ocorridas com o
avanço da tecnologia pressionam as velhas estruturas do sistema educacional. Debater sobre o tema do
currículo para educação profissional significa trazer algumas indagações:

Como planejar, organizar e aperfeiçoar propostas curriculares que estimulem a autonomia?

Quais propostas e metodologias contemplam a diversidade de saberes no contexto da educação
profissional?
Um currículo integrado deve:
Refletir a heterogeneidade cultural;
Compreender as necessidades dos vários grupos, a dinâmica da valorização das diferenças;
Incorporar suas contribuições à missão institucional;
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Construir um ambiente acessível. Em outras palavras, saber lidar com a pluralidade, o que inclui
mudanças de pensamento, assim como a transformação da cultura institucional.
O currículo deve ter como objetivo despertar o interesse na pluralidade social e
encorajar os estudantes a desenvolver metodologias diferenciadas no cotidiano
institucional. Além disso, deve desenvolver nos alunos os conhecimentos e as
habilidades que lhes permitam criticar e participar ativamente em todas as esferas
da vida social.
Os docentes devem ter a oportunidade de discutir e compartilhar suas atividades, propostas e indagações.
O conteúdo do currículo, a organização da sala de aula, os procedimentos de avaliação e a disciplina podem
ser considerados dentro do contexto de uma política estabelecida e de procedimentos definidos e
escolhidos democraticamente.
É importante ressaltar que, por razões políticas, sociais, educacionais e econômicas, é necessário
reconhecer as instituições de ensino como organizações culturalmente diversas. Nesse sentido, o desenho
curricular da educação profissional deve contemplar a todos. Trata-se também de encorajar os atores
educacionais a terem papéis atuantes em seu ambiente institucional, levando suas histórias e experiências
para o escopo do ensino e do aprendizado, desenvolvendo atitudes positivas sobre diferentes grupos de
pessoas e aprendendo como avaliar o conhecimento a partir de diferentes perspectivas.
Autonomia dos estudantes
Veja os relatos de experiência real na docência do professor Claudio Marcio e a importância do papel do
aluno no processo de aprendizagem.

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Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
O currículo é um conceito bastante discutido e possui inúmeras definições. Uma das mais comuns é a
afirmação de que ele é um instrumento de poder. Dito isso, podemos afirmar que a teoria crítica do
currículo discute sobre:
Parabéns! A alternativa B está correta.
A teoria crítica do currículo tem como principal objetivo questionar a organização social e seu impacto
sobre a educação. Tal teoria tende a questionar os fatores que contribuem para desigualdades e
injustiças sociais. Assim como as teorias tradicionais eram de ajustes e adaptações, as críticas são
pautadas na desconfiança, no questionamento e na transformação social. Portanto, trata-se de teorias
A Eficiência, organização, representação.
B Classe social, ideologia, resistência.
C Subjetividade, coragem, diferença.
D Amor, aprendizagem, afetividade.
E Planejamento, objetivos, metodologia.
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que buscam compreender como a realidade se reproduz por meio da classe social, da resistência e das
ideologias.
Questão 2
O currículo escolar contempla diversas temáticas, como ensino, aprendizagem, sexualidade,
resistência, organização, planejamento, meio ambiente, cultura, linguagens, discurso e saúde. São
temáticas debatidas na teoria pós-crítica, exceto:
Parabéns! A alternativa A está correta.
A teoria pós-crítica do currículo está além da discussão meramente técnica da teoria tradicional
presente nos conceitos de ensino, aprendizagem, eficiência, organização e planejamento. A pós-crítica
tem como objetivo levar nossa concepção de política além do conceito tradicional, intensificando o
debate das temáticas abordadas. Estabelece-se, portanto, uma crítica aos processos de dominação
presentes nas relações sociais, educacionais, políticas e históricas.
A Ensino e aprendizagem.
B Identidade e diferença.
C Saber e poder.
D Raça e etnia.
E Gênero e sexualidade.
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2 - Projetos na educação pro�ssional
Ao �nal deste módulo, você será capaz de analisar a Projetos na educação pro�ssional na
educação pro�ssional.
Breve história da metodologia e projetos
Antes de iniciar o debate sobre projetos em educação profissional, é importante entender o que significa
Projetos na educação profissional em Educação.
A metodologia de projetos pode ser entendida como uma abordagem colaborativa
na qual o professor estimula os alunos a aplicarem conhecimentos e habilidades na
resolução de problemas concretos por meio da investigação e da pesquisa. Os
projetos são centrados nos alunos seguindo padrões, parâmetros e marcos
identificados pelo professor.
Mas de onde surgiu essa metodologia? Como a Projetos na educação profissional ganhou expressividade?
Quais foram suas principais abordagens teóricas?
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A Projetos na educação profissional se tornou um método de ensino reconhecido e o símbolo da educação
progressista em 1918, quando o pedagogo americano William Heard Kilpatrick (1871-1965) publicou pela
primeira vez um trabalho a respeito desse tema. A metodologia criada resultou das experiências práticas
observadas no cotidiano, do incentivo ao trabalho em grupo e da competição entre os alunos, além da
crítica ao sistema de avaliação tradicional, que abriu margens para a implementação de uma nova prática
de ensino por meio de projetos.
William Heard Kilpatrick (1871-1965)
O método de projeto é uma das principais contribuições de Kilpatrick à Escola Nova e, especialmente,à
educação progressista norte-americana. A partir de 1918, foi convidado para palestrar sobre o método para
professores de diversos estados norte-americanos e de outros países, como Argentina e URSS (União
Soviética), contribuindo para a difusão e aplicação dos princípios escolanovistas e, sobretudo, para a
introdução de projetos no sistema de ensino”, explica Leite (2007, p. 17).
Saiba mais
Kilpatrick sustentava a ideia de que a escola deveria ser mais voltada para a sociedade, concentrada na
criança e no reconhecimento das regras democráticas. A nova proposta educacional incluiu aprendizagem
conjunta e trabalho em equipe, sendo enriquecida com as narrativas do cotidiano escolar. A metodologia de
projetos teve como base principal as ideias progressistas defendidas por John Dewey como uma maneira
de criticar as regras e as formas tradicionais do ensino, como a mera transmissão de conhecimentos, o
autoritarismo presente nos sistemas educacionais e a subordinação às normas escolares.
A aprendizagem e o ensino com base na metodologia de projetos e na filosofia empírica, práticas
defendidas por Dewey e Kilpatrick, estruturam-se nas relações estabelecidas entre os alunos e os
professores. Dessa forma, as ideias progressistas sustentadas pela Projetos na educação profissional se
referiam à liberdade de ensinar e aprender, à crítica ao ensino tradicional e ao processo de memorização de
conteúdos pelos alunos.
Tal metodologia permitiu a implementação de regras de aprendizagem por meio da experiência e da
resolução de problemas. Como resultado dessas mudanças, o foco da educação foi deslocado para a
aplicação ativa do conhecimento, ou seja, o despertar dos alunos para a emancipação, a participação e o
engajamento no cotidiano escolar.
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Dewey (1859-1952) afirmava que as crianças não chegavam à escola como uma lousa limpa na
qual os professores poderiam escrever as lições sobre a civilização. Quando chega à classe, a
criança já é intensamente ativa, e a incumbência da educação consiste em assumir a atividade e
orientá-la. Quando ela inicia sua escolaridade, leva em si quatro impulsos inatos - o de comunicar, o
de construir, o de indagar e o de expressar-se de forma mais precisa - que constituem os recursos
naturais e o capital para investir, de cujo exercício depende o crescimento ativo da criança. Ela
também leva consigo interesses e atividades de seu lar e do entorno em que vive, cabendo ao
educador a tarefa de usar a matéria-prima orientando as atividades para “resultados positivos”.
(WESTBROOK; TEIXEIRA, 2010, p. 15)
Historicamente falando, a Projetos na educação profissional sofreu influência do desenvolvimento da
indústria cultural, que aconteceu no período de rápido crescimento econômico nos EUA, principalmente
graças à revolução tecnológica e aos meios inovadores de processamento de informação durante o século
XX.
A aplicação da metodologia de projeto na Educação contribui para o desenvolvimento do aluno, bem como
para o aperfeiçoamento da aquisição do conhecimento, das aptidões escolares e das competências sociais.
Além disso, a abordagem de projetos colabora com o aprimoramento das habilidades metodológicas do
professor, tornando-se uma fonte valiosa de conhecimento.
Esse método permite mais liberdade na escolha de determinado modelo de ensino, dependendo do nível de
desenvolvimento e das necessidades dos alunos. Nesse contexto, a metodologia de projeto é
extremamente útil devido às suas especificidades. Por isso, os professores devem estar mais cientes dos
benefícios de seu uso metodológico, possibilitando novos olhares na pesquisa em Educação, assim como
na prática educativa.
Projetos em educação pro�ssional
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Desde sua criação por Kilpatrick e Dewey na década de 1920, nos Estados Unidos, a Projetos na educação
profissional tem como objetivo possibilitar uma formação profissional que estabeleça um diálogo entre
teoria e prática. A partir de então, outros pesquisadores escolanovistas, entre os quais Adolphe Ferrière,
William Kilpatrick, Maria Montessori, John Dewey, Ovide Decroly, Éduard Claparède e Roger Cousinet,
dedicaram-se a ela.
A Projetos na educação profissional tem recebido outras denominações, como, por exemplo:
Projetos na educação pro�ssional
Pedagogia de projetos
Projetos de trabalho
A educação é uma das ferramentas mais importantes para capacitar os alunos com conhecimento,
autoconfiança e habilidades necessárias para participar plenamente do processo de desenvolvimento da
vida. Associada à educação, a Projetos na educação profissional é uma combinação de práticas
relacionadas à lógica, aos métodos e aos processos que determinam a melhor forma de planejar,
desenvolver e controlar um projeto ao longo do processo contínuo de sua implementação e conclusão bem-
sucedida.
Podemos destacar alguns pontos quanto à Projetos na educação profissional voltados para a educação:
Objetivos
Um dos principais objetivos educacionais é fazer com que os alunos sejam capazes de pensar de forma
independente, autônoma, para que, assim, sejam capazes de enfrentar os problemas, dentro e fora da
escola. É importante que usem seus conhecimentos e suas habilidades em prol do meio ambiente e da
sociedade. Para isso, precisam de experiências positivas adquiridas ao longo do processo de aprendizagem,
as quais, para eles, são fontes de energia e entusiasmo. A Projetos na educação profissional associada à
resolução de problemas permite que os alunos coletem dados, reflitam e realizem ideias.
Benefícios
A metodologia de projetos desperta nos alunos a habilidade de lidar com os problemas que estão
enfrentando de forma eficiente e eficaz e os torna capazes de tratá-los com mais facilidade e sob uma nova
perspectiva. É um método criativo de resolução de problemas reconhecido em todo o mundo e usado de
maneira eficiente por muitas organizações e empresas, incluindo também as escolas. O método é flexível,
podendo ser usado tanto em longo como em curto prazo, além de ser facilmente adaptado a condições
específicas de aprendizagem.
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Como funcionam as etapas da metodologia de projetos?
A resolução criativa de problemas é particularmente útil durante o desenvolvimento e a realização de
projetos nas escolas. A metodologia de projetos segue as seguintes etapas:
Formulação do problema
O professor e os alunos examinam determinado tema.
Resolução do problema
Eles determinam a ação a ser utilizada diante do problema.
Avaliação dos resultados
Depois, realizam o processo comunicativo.
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A cada etapa, os alunos assumem cada vez mais o papel de um gestor capaz de tratar os temas. A
responsabilidade é passada gradativamente do professor para os alunos.
No início, é o professor que orienta o processo e estabelece as diretrizes; depois, os alunos assumem a
gestão do projeto, e ele passa a ser um observador. O professor controla o avanço dos alunos, garante a
possibilidade de mudança de papéis, desenvolvendo os conhecimentos e as habilidades deles, avaliando o
seu desempenho com crítica e introduzindo novas ideias e métodos no processo de aprendizagem, o que,
assim, exclui os fatores que limitam seu desenvolvimento.
A definição dos objetivos parte da identificação de um problema e das razões para a sua resolução. A partir
desses objetivos, traça-se um projeto, ou seja, são definidas as formas de solucionar o problema.
Geralmente, tenta-se dividir em partes significativas ou unidadesde resolução e, em seguida, distribuir
tarefas, definir recursos para usar e programar sua implementação. Após as atividades de pesquisa, é
necessário criar um processo de diálogo. Por fim, a apresentação pública do projeto em sala de aula deve
mostrar a solução do problema, delimitando a sua relevância. O projeto tem de ser discutido e avaliado em
termos das contribuições alcançadas e dos possíveis problemas restantes a serem solucionados.
A metodologia de projetos utilizada na educação profissional se desenvolve a partir da pesquisa, do estudo
teórico e do método comparativo que mostra a pesquisa e o uso de novas estratégias pedagógicas na
esfera educacional. A ideia principal do método de ensino por projeto é oferecer uma oportunidade para os
alunos conhecerem a si mesmo, estudarem e mostrarem seus conhecimentos e suas habilidades práticas
científicas. Ele desempenha um papel crucial na formação profissional, que visa atender às exigências da
sociedade contemporânea.
A reforma da educação profissional tem suscitado uma revisão abrangente da
organização e do funcionamento do sistema educacional, tendo como foco
central a questão da organização curricular. Busca-se a superação da visão
conteudista da educação em direção a um modelo que privilegie o
desenvolvimento de atitudes e a formação de valores necessários a uma
atuação competente na sociedade. Esse movimento se justifica pelas novas
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demandas sociais, direcionadas, sobretudo, para as novas tecnologias da
informação, presentes não só nos mercados produtivos, como também nas
relações sociais fora desses centros. Assim, a emergência de novos
paradigmas na educação tem a função de adequar a formação dos indivíduos
a um mundo onde as relações produtivas e sociais são cada vez mais
instáveis, exigindo dos indivíduos uma constante disponibilidade para a
mudança.
(BARBOSA; GONTIJO; SANTOS, 2004, p. 2)
O trabalho do projeto deve ser gerado a partir de escolhas sobre as experiências dos alunos. O tema precisa
ser inserido de forma genérica nos objetivos curriculares, devendo partir de uma experiência compartilhada
pelos alunos, uma questão da atualidade. Excepcionalmente, ele pode partir de um problema proposto pelo
professor, havendo a necessidade de se trabalhar essas questões. Todos os temas podem ser abordados
com a metodologia de projeto.
Os métodos de ensino de projeto são realmente direcionados para a formação profissional. Ao realizar
projetos individualmente, os alunos criam a “própria maneira de buscar o conhecimento”. A base teórico-
metodológica do ensino de projetos é garantida pelo aumento da qualidade de conhecimento e
aprimoramento por meio da pesquisa. Os alunos tornam-se elementos centrais de suas atividades criativas,
educacionais e informativas.
Resumindo
Os projetos têm papel central no desenvolvimento pessoal e educacional dos alunos e de todos os
envolvidos no processo. Dessa forma, a metodologia de projetos contribui para o aperfeiçoamento
educacional e, consequentemente, profissional, aumentando os interesses, as responsabilidades e as
atividades com o objetivo de alcançar metas e de aperfeiçoar as competências comunicativas, culturais e
políticas dos alunos.
Qual é o papel do professor na metodologia de projetos?
Aprender por meio de projetos tem se tornado uma característica comum na formação de profissionais.
Durante o cotidiano de formação, pode-se aprender por meio da solução de um problema (muitas vezes não
definido) ou pela necessidade de atividades educacionais variadas, tendo em vista que os projetos
geralmente resultam em um produto final. O trabalho frequentemente prolonga-se por um período de tempo
considerável, embora o intervalo de tempo possa variar.
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Além disso, o corpo docente está envolvido em um papel consultivo e não deliberativo em qualquer etapa do
processo de construção do projeto. São atividades orientadas e realizadas por intermédio de práticas que
levam em consideração o diálogo do grupo, exigem que algo novo seja experimentado e selecionam e
ordenam as ideias para expressar um novo grau de habilidade ou conhecimento. Portanto, esses projetos
são conduzidos sob a orientação do docente, enquanto o trabalho é realizado pelos alunos, visando à
aquisição de determinados conhecimentos, competências e valores.
A metodologia de projeto em sala de aula parte da formulação de qualquer problema, preferencialmente
coletivo e criado a partir das especificidades de cada grupo, e da busca por possíveis soluções. O problema
é um desafio que deve ter uma resposta.
Porém, em sala de aula, cabe ao professor definir o nível dos desafios e sua relevância para o processo
educacional. Também é função dele orientar os alunos a desenvolver projetos relevantes e significativos,
bem como uma compreensão adequada dos contextos das atividades.
O objetivo da atividade é ampliar o potencial de cada aluno. Isso se dá por meio do projeto, que parte da
busca pela solução de um problema e que se realiza efetivamente em um intervalo de tempo em um
contexto educacional. As experiências de trabalho com projetos possibilitam desenvolver a percepção
de si mesmo, do outro e do contexto social; incentivam atividades cooperativas; despertam a motivação;
e aproximam a proposta educacional da realidade.
O projeto tem de se originar a partir de escolhas sobre as experiências dos alunos. O tema precisa ser
inserido de forma abrangente nos objetivos curriculares do programa educacional, partindo de uma
experiência compartilhada - de preferência, uma questão da atualidade. Todos os temas podem ser
abordados com a metodologia de projeto. O professor deve, após a definição do tema do problema, ajudar a
levantar o conjunto de hipóteses.
Atenção!
É importante levar em consideração que um projeto não é apenas a aquisição de informação, mas também
um meio de adquirir novos conhecimentos para utilizar e consolidar aqueles adquiridos e aplicá-los em
novos contextos. O professor também tem um papel relevante no monitoramento da coleta de informações,
chamando a atenção para conceitos essenciais, trabalhando a motivação do grupo para o alcance de seus
objetivos, estando ciente das dificuldades e mediando sua superação.
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A metodologia de projeto se baseia nas necessidades e curiosidades dos alunos. Ela procura criar um
desafio que, para ser resolvido, requer a procura e utilização de novos conteúdos.
Essa metodologia ativa a participação por meio de atividades lúdicas e desenvolve a afetividade e a
habilidade de se trabalhar em grupo, exigindo do educador a mediação da aprendizagem, a negociação de
ações, o ajuste de processos e o equilíbrio da contribuição de cada um no grupo.
Atualmente, as demandas de formação profissional nas sociedades contemporâneas exigem uma visão
mais global do mundo: a necessidade de interligar a aprendizagem a situações e problemas reais e de
buscar cada vez mais atividades de caráter cooperativo. Educar e formar para vida requerem o
desenvolvimento de competências, como aprender a se comunicar, argumentar, saber agir e enfrentar
situações-problemas e, por fim, atuar em sociedade de forma construtiva e cooperativa com o intuito de
apresentar propostas construtivas.
Atualmente, mudanças muito rápidas têm ocorrido com o uso crescente de tecnologias. A exigência
contemporânea é desenvolver, desde a tenra idade, o domínio de novas tecnologias. A metodologia de
projeto permite rever práticas educativas para ajudar os alunos a desenvolver competências cognitivas e
afetivas.
Projetos em educação profissional utilizam aprendizagemativa a partir de dinâmicas de grupo que
combinam autorreflexão e observação do outro no contexto para criar uma ação comum. Inclui-se nisso a
busca de temáticas, interesses, conhecimento e experiências dos alunos em sua relação com o “currículo”.
É possível escolher um tema atualizado coletado de uma notícia do dia. Não há limites para as ideias de
projetos, mas é conveniente que o projeto esteja de acordo com as propostas curriculares do programa.
Educação Pro�ssional e Projetos
O professor Claudio Marcio aprofunda o conceito de Projetos na educação profissional, apresentando, a
partir exemplos reais, a importância dessa estratégia pedagógica para a educação profissional.

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Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
A metodologia de projetos se tornou um método de ensino reconhecido e o símbolo da educação
progressista em 1918, data em que o pedagogo americano William Heard Kilpatrick (1871-1965)
publicou pela primeira vez um trabalho a respeito do tema. A metodologia de projetos teve como base
principal as ideias progressistas defendidas por John Dewey como uma maneira de criticar as regras e
as formas tradicionais do ensino, como:
A
O aperfeiçoamento da aquisição do conhecimento, das aptidões escolares e das
competências sociais.
B A organização do trabalho e o planejamento.
C
A transmissão de conhecimentos, o autoritarismo e a subordinação às normas
escolares.
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Parabéns! A alternativa B está correta.
As ideias progressistas sustentadas pela metodologia de projetos se referiam à liberdade de ensinar e
aprender, à crítica ao ensino tradicional e ao processo de memorização de conteúdos pelos alunos.
Sendo assim, permitiu-se a implementação de regras de aprendizagem por meio da experiência e da
resolução de problemas. Como resultado dessas mudanças, o foco da educação foi deslocado para a
aplicação ativa do conhecimento, ou seja, o despertar dos alunos para a emancipação, a participação e
o engajamento no cotidiano escolar, afastando-se, dessa forma, de uma metodologia tradicional de
educação.
Questão 2
A metodologia de projetos é um método criativo de resolução de problemas reconhecido em todo o
mundo e usado de forma eficiente por muitas organizações e empresas, incluindo-se também as
escolas. Sobre essa metodologia, podemos afirmar que ela assumiu outras denominações. Aponte a
alternativa que as descreve da melhor forma:
D
A implementação de regras de aprendizagem por meio da experiência e da resolução de
problemas.
E A liberdade de ensinar e aprender.
A Pedagogia da resolução, metodologia de problemas, metodologia ativa.
B Metodologia de projetos, pedagogia de projetos, projetos de trabalho.
C Pedagogia da resolução, projetos de trabalho, metodologia de problemas.
D Pedagogia de projetos, pedagogia ativa, pedagogia do trabalho.
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Parabéns! A alternativa B está correta.
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3 - Educação pro�ssional no Brasil
Ao �nal deste módulo, você será capaz de analisar a estrutura da educação pro�ssional no
Brasil.
E Metodologia de projetos, pedagogia de projetos, metodologia ativa.
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Breve histórico da educação pro�ssional no Brasil
Foi durante o período da colonização no Brasil que surgiram as primeiras ideias sobre a formação para o
trabalho, tendo os índios e negros escravizados como os aprendizes de ofícios. A necessidade de um
ensino mais específico teve origem juntamente com o início da exploração de ouro em Minas Gerais,
possibilitando o surgimento das Casas de Fundição e de Moeda (BRASIL, 2010).
Ainda durante esse período, foram criados os Centros de Aprendizagem de Ofícios nos arsenais da Marinha
no Brasil. Recrutavam-se pessoas com aptidão para o trabalho na produção.
Foi somente com a chegada da Família Real Portuguesa ao Brasil (GARCIA, 2000), em 1808, que foi possível
criar o Colégio das Fábricas. Diante desse panorama, Nilo Peçanha assinou o Decreto n° 787, de setembro
de 1906, criando as quatro primeiras escolas profissionais à época: Campos, Petrópolis, Niterói e Paraíba do
Sul, sendo as três primeiras voltadas para o ensino de ofícios e a última, para a aprendizagem agrícola.
Construção do navio de guerra Tamandaré (1890).
O ano de 1906 entrou para a história como aquele que consagrou o ensino técnico-industrial no Brasil pela
realização do Congresso de Instrução, que apresentou ao Congresso Nacional um projeto de promoção do
ensino prático industrial, agrícola e comercial a ser mantido com o apoio conjunto do governo da União e
dos estados. O projeto previa a criação de campos e oficinas escolares nos quais os alunos dos ginásios
seriam habilitados como aprendizes no manuseio de instrumentos de trabalho.
A Comissão de Finanças do Senado aumentou a dotação orçamentária para os estados instituírem escolas
técnicas e profissionais elementares, sendo criada, na Estrada de Ferro Central do Brasil (Rio de Janeiro), a
Escola Prática de Aprendizes das Oficinas do Engenho de Dentro. Vale destacar a declaração do então
presidente da República Afonso Pena em seu discurso de posse, no dia 15 de novembro de 1906:
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A criação e multiplicação de institutos de ensino técnico e profissional muito
podem contribuir também para o progresso das indústrias, proporcionando-
lhes mestres e operários instruídos e hábeis.
(BRASIL, 2010, p. 2)
Oficina dos ferreiros artísticos do Liceu na Rua da Cantareira, c. 1910.
No ano de 1909, foram criadas 19 escolas técnicas pelo Estado brasileiro em diferentes unidades
federativas com o objetivo de educar para o trabalho. Mas somente a Constituição Brasileira de 1937 foi a
primeira a falar do ensino profissionalizante. A assinatura da Lei nº 378, também de 1937, foi resultado de
um período de grande expansão do ensino industrial no Brasil, que transformou as escolas de aprendizes e
artífices em liceus profissionais destinados ao ensino profissional em todos os níveis.
Em 1940 (CIAVATTA; RAMOS, 2012), com a grande demanda por mão de obra específica exigida pelos
grandes empresários da época, foram implementadas as leis orgânicas do ensino secundário técnico-
profissional (industrial, comercial, agrícola) em prol do fortalecimento da nacionalidade.
Dessa forma, a educação profissional adquiriu um caráter complementar, passando a destinar-se:
[...] a alunos e egressos do ensino fundamental, médio e superior, bem como ao
trabalhador em geral, jovem e adulto, independentemente da escolaridade
alcançada. O Decreto Federal nº 2.208/1997, ao regulamentar a LDB em seu
artigo 30 a 42 (Capítulo III do Título V), afirmou como objetivos da educação
profissional: a) formar técnicos de nível médio e tecnólogos de nível superior
para os diferentes setores da economia;b) especializar e aperfeiçoar o
trabalhador em seus conhecimentos tecnológicos; e c) qualificar, requalificar e
treinar jovens e adultos com qualquer nível de escolaridade, para a sua
inserção e melhor desempenho no exercício do trabalho.
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(BRASIL, 2004, p. 31)
O decreto trazia a distinção de três níveis:
Básico
Destinado à maioria dos trabalhadores jovens e adultos sem relação de escolaridade prévia.
Tecnólogo
Voltado para matriculados ou egressos do ensino médio.
Tecnológico
Correspondia aos cursos de nível superior na área tecnológica destinados a egressos de nível médio e/ou
técnico.
Sendo assim, o aluno poderia cursar o ensino técnico concomitantemente ao curso médio ou após finalizá-
lo. A organização dos cursos técnicos se dava por disciplinas ou com elas agrupadas em módulos. Ao
término de cada módulo, o aluno receberia um certificado de qualificação profissional.
Percebe-se, nesse momento, uma nítida separação e a bifurcação de duas redes distintas: uma para o
ensino médio e outra para o profissionalizante. Isso aprofundava uma visão taylorista da educação e
reafirmava uma ruptura entre teoria e prática apoiada em um sistema capitalista de produção.
Desse modo, esses dois gêneros de ensino (MANFREDI, 2002) passavam a caminhar separadamente: o
ensino regular começou a ter uma característica de preparação para a universidade, enquanto o ensino
profissional passou a cumprir exigências mercadológicas, funcionando de maneira compensatória e
regulando tensões sociais, já que, dessa forma, os empregos que exigiam uma formação mais técnica
ficavam restritos a um número menor de pessoas.
O ano de 1941 é marcado pela Reforma Capanema, responsável por uma mudança significativa do ensino
brasileiro. Uma das principais modificações da época foi a do ensino profissional, que passou a ser
considerado de nível médio. Era exigido o exame de admissão para as escolas industriais.
Destaca-se também (BRASIL, 2010) a divisão dos cursos em dois níveis, os quais, por sua vez,
correspondiam aos dois ciclos do novo ensino médio: no primeiro, estavam os cursos de nível básico
industrial, artesanal, de aprendizagem e de mestria; no segundo, o curso técnico industrial, com três anos de
duração e obrigatoriedade de estágio supervisionado na indústria, em várias especialidades.
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Em 1942, as Leis Orgânicas criam o ensino técnico, o que obrigou as organizações a promover cursos
profissionalizantes aos funcionários. Cabe destacar o artigo 67 do Decreto-Lei nº 4.073, de 30 de janeiro de
1942, que organiza uma redação sobre o ensino técnico industrial e o ensino industrial no Brasil.
O Ministério da Educação (MEC) fixou as diretrizes pedagógicas do ensino dos cursos de aprendizagem de
todo o país, organizado e mantido pela iniciativa particular, e sobre ele exercia a necessária inspeção. No
mesmo ano, o Decreto-Lei nº 4.048, de 22 de janeiro de 1942, já havia criado o Serviço Nacional de
Aprendizagem Industrial (Senai) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac):
Este é o aspecto de indiscutível valor da história do ensino profissional, pois
revela uma preocupação do governo de engajar as indústrias na qualificação
de sua pessoa e além de obrigá-las a colaborar com a sociedade na educação
de seus membros. Esse fato decorreu da impossibilidade de o Estado alocar
recursos para agrupá-lo adequadamente (...) o treinamento feito nos próprios
locais de trabalho (...) deve mencionar- se a contribuição não negligenciável do
SENAI e SENAC.
(ROMANELLI, 1998, p. 155)
O governo do então presidente Juscelino Kubitschek, entre os anos de 1956 e 1961, teve a indústria
automobilística como marco significativo da indústria nacional, assim como os altos investimentos nas
áreas de infraestrutura. Tinha-se de fato uma forte relação entre Estado e economia.
No que tange à Educação, grande parte dos investimentos foi direcionada para o campo educacional. Era
necessário formar mão de obra qualificada com vistas ao projeto de desenvolvimento do país.
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Palácio da Alvorada durante sua construção.
Com o advento da industrialização, na década de 1960, surgiram as escolas profissionais livres, cujo
objetivo era suprir a mão de obra acelerada para as indústrias. Floresciam também nesse período as
escolas técnicas federais totalmente voltadas para atender às empresas administradas pela União. O mote
da época era este: recursos humanos qualificados.
Mesmo após treze anos em tramitação no Congresso para ser aprovada, a Lei nº 4.024/1961 não
contemplou devidamente a importância do ensino técnico profissionalizante (industrial, agrícola, comercial
e outros que fossem regulamentados) englobado como parte do ensino médio. Já a Lei de Diretrizes e
Bases da Educação Brasileira (LDB) nº 5.692, de agosto de 1971, tornou compulsoriamente em técnico
profissional todo currículo do segundo grau, acelerando, assim, a mão de obra técnica qualificada. Nesse
período, houve um crescimento de escolas técnicas federais, aumentando de forma significativa o número
de matrículas e a implantação de novos cursos técnicos.
A Lei nº 5692/1971 deu ênfase ao desenvolvimento industrial com o objetivo de divulgar a demanda por
profissionalização e acesso à universidade. Contudo, percebeu-se que as escolas não estavam preparadas
para a devida mudança que a lei preconizava. O sistema educacional não tinha condições para inserir o
técnico profissionalizante, que estava mais adequado ao Sistema S.
Com o advento da Lei nº 9.394/1996 - Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional (LDBEN) -, a preparação para o exercício de profissões técnicas passou a
ser garantido por lei, assim como sua formação geral, mais conhecida como ensino
médio, sem nenhum tipo de prejuízo de duração, podendo ser articulados.
Em julho de 2004, foi publicado o Decreto nº 5.154/2004, que permite a integração do ensino técnico de
nível médio ao ensino médio. Com isso, a educação para formação profissional passou a ocorrer da
seguinte forma:
ecreto nº 5.154/2004
Este decreto substituiu o Decreto nº 2.208/1997, que, por sua vez, já havia modificado o ensino técnico
profissionalizante no Brasil. À época, durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, lançou-se a proposta
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de reforma do ensino médio e profissional com objetivo de melhoria da oferta educacional, ficando ela
adequada às novas demandas econômicas e sociais da sociedade globalizada. Foi apresentada uma proposta
de reformulação do ensino médio e profissional no país para suprir as demandas do mercado de trabalho, cuja
concepção de ensino médio com uma trajetória única deveria articular conhecimentos e competências para a
cidadania e o trabalho sem ser profissionalizante de modo a preparar para a vida.
Em 2011, criado pelo governo federal por meio da Lei nº 12.513, de 26 de outubro de 2011, surgiu o
Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec). O Pronatec foi destinado à
expansão, à interiorização e à democratização da oferta de cursos de educação profissional e tecnológica
no país, buscando ampliar, assim, as oportunidades educacionais e de formação profissional a jovens,
trabalhadores e beneficiários de programas de transferência de renda.
Dez anos depois, foi homologada, pelo Mistério da Educação, a Resolução CNE/CP n°1, de 5 de janeiro de
2021, que define as Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a educação profissional e tecnológica.
Entretanto, alguns pesquisadores,entidades, associações e especialistas têm demonstrado preocupação
com o conteúdo dessas diretrizes nacionais da educação profissional. A Associação Nacional de Pós-
Graduação e Pesquisa em Educação (ANPEd), por exemplo, divulgou uma explícita nota de repúdio.
Diante desse panorama, cabe ainda dizer que temos presenciado o ritmo de mudança no sistema
educacional desde a década de 1990, incluindo modificações significativas, reformas do currículo,
alterações no sistema de avaliação e legislação em todos os níveis de ensino.
ota de repúdio
Ainda que seja facilmente percebida uma postura muito mais político-partidária do que teórico-pedagógica,
como se deveria esperar de uma entidade de pesquisa em Educação, vale a pena conferir essa nota no site
ANPEd.
O advento da tecnologia destaca os desafios e requisitos que aparecem na preparação de professores ao
longo de suas carreiras. O surgimento de novas tecnologias e mídias sociais desempenha um papel central
Integrada 
Concomitante 
Subsequente 
Contínua 
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na forma como os jovens se comunicam e aprendem - e isso está tendo um impacto em toda a oferta
educacional. Há uma expectativa elevada em relação ao papel dos professores e a uma grande mudança
cultural, pois o ensino agora exige um grau muito maior de interação com alunos, colegas, pais e
coprofissionais.
Resumindo
O surgimento de novos conhecimentos, compreensões e percepções sobre currículo, pedagogia, avaliação e
aprendizagem, assim como o papel cada vez mais complexo dos professores, requer o desenvolvimento
qualificado da formação inicial e continuada de indivíduos atuantes na educação profissional
A formação do professor e a educação pro�ssional
O professor Claudio Marcio apresenta, a partir de sua vivência como docente, como a educação profissional
deve ser um fator de interesse do docente em formação.
Falta pouco para atingir seus objetivos.

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Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Em relação às leis e aos decretos do ensino profissionalizante, aponte qual delas demorou treze anos
para ser promulgada e não contemplou devidamente a importância do ensino técnico profissionalizante
em seu texto:
Parabéns! A alternativa D está correta.
A primeira lei brasileira a estabelecer as diretrizes e bases da educação nacional, englobando todos os
graus e modalidades do ensino, após treze anos de tramitação no Congresso, trouxe para o debate
princípios a respeito da dignidade e da liberdade do homem, assim como do desenvolvimento integral
da personalidade humana. Com essa lei, os currículos deixaram de ser rigidamente padronizados. O
currículo da 3ª série colegial passou a ser diversificado, visando ao “preparo para cursos superiores”.
Questão 2
A 5692/1971
B 12.513/2011
C 9.394/1996
D 4.024/1961
E 5.154/2004
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O Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) foi criado pelo Governo
Federal em 2011 com a finalidade de ampliar a oferta de cursos de educação profissional e tecnológica
(EPT) por meio da lei de número:
Parabéns! A alternativa C está correta.
O Pronatec tinha essa finalidade a ser cumprida por meio de programas, projetos e ações de
assistência técnica e financeira. De acordo com o site do MEC, são seus objetivos específicos: a
expansão das redes federal e estadual de EPT; a ampliação da oferta de cursos a distância; a
ampliação do acesso gratuito a cursos de EPT em instituições públicas e privadas; a ampliação das
oportunidades de capacitação para trabalhadores de forma articulada com as políticas de geração de
trabalho, emprego e renda; e, por fim, a difusão de recursos pedagógicos para a EPT.
Considerações �nais
Vimos neste conteúdo que a Projetos na educação profissional estimula a capacidade de decidir, escolher,
falar e ouvir, bem como possibilita aos profissionais envolvidos aprender, descobrir e desenvolver as
A 9.394/1996
B 5.154/2004
C 12.513/2011
D 5.692/1971
E 4.024/1961
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competências essenciais para a formação integral do ser humano. Além disso, pontuamos que ela propõe
um envolvimento de alunos, professores e profissionais com o conhecimento.
Ao aprendermos com os projetos, desenvolvemos competências e respondemos a desafios complexos que
nos estimulam a procurar novos conhecimentos e a consolidar os saberes já adquiridos. É por meio do
trabalho em grupo, portanto, que podemos criar as condições para o desenvolvimento da criatividade.
Salientamos, em seguida, que a Projetos na educação profissional deve permitir a integração do
conhecimento como uma “rede de questões significativas” que, em vez de partir de uma informação
centrada no objeto, propõe uma multiplicidade de olhares sobre o mundo. Apontamos ainda que tal
metodologia, com base na problematização, parte do envolvimento do aluno na aprendizagem significativa;
treina o processo de pesquisa; coleta e processa os dados; estimula o processo de tomada de decisão;
registra os dados; e, por fim, formula as hipóteses para tomar decisões. A partir da solução do problema,
busca-se, em suma, que o aluno se torne protagonista do próprio conhecimento.
Podcast
Agora o professor Claudio Marcio encerra este conteúdo falando sobre a formação profissional no Brasil
atual a partir de sua experiência como pesquisador e docente.
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Referências
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19/03/2023 13:33 Exigências formativas no mundo contemporâneo
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/02901/index.html#imprimir 36/37
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WESTBROOK, R.; TEIXEIRA, A. John Dewey. Recife: Massangana, 2010.
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É importante que você esteja atualizado acerca da legislação sobre a educação profissional. Vale a
pena aprofundar sobre ela, especialmente nestes dois casos: - Plano Nacional de Educação (PNE)
2014-2024, que estabelece metas e estratégias específicas para a educação profissional e tecnológica.
- Resolução CNE/CP nº 1, de 5 de janeiro de 2021, que define as Diretrizes Curriculares Nacionais
Gerais para a educação profissional e tecnológica.
O vídeo Novo ensino médio: você já sabe o que o NEM traz de novidade?, do Canal Ministérioda
Educação, traz indicações relevantes para o tema e ajuda a entender a educação profissional nesse
19/03/2023 13:33 Exigências formativas no mundo contemporâneo
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/02901/index.html#imprimir 37/37
contexto.
A pesquisa A política de inclusão na educação profissional, de Katia Cristina Bezerra Moura
(Dissertação de Mestrado, UFPB), traz um estudo de caso abordando essa temática.

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