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A Pedagogia Crítico Social dos Conteúdos

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A pedagogia crítico-social dos conteúdos 
Autor: José Carlos Libâneo 
(resumo e análise crítica) 
 
TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS NA PRÁTICA ESCOLAR 
Estudando a teoria educacional brasileira o professor Libâneo analisa alguns 
modelos educacionais e identifica algumas raízes desses modelos que formam a 
prática pedagógica em nosso país. 
Partindo do modelo da escola tradicional e passando pelo da escola nova e pelas 
pedagogias Libertária e Libertadora, autor vai mostrando os fundamentos da 
Educação à luz das diferentes propostas didático-pedagógicas, permitindo que 
leitor-educador conheça os modelos de ensino-aprendizagem, de aluno, de 
professor, de interação em que se apóia. 
O objetivo de Libâneo é encontrar o modelo adequado a uma escola brasileira, 
com crianças brasileiras, pois os modelos utilizados em nosso país são baseados 
na cultura de outros povos, geralmente, mais desenvolvidos social e 
economicamente. 
O conhecimento deste conteúdo, instrumentaliza o educador, norteando o seu 
trabalho e agora, com certos indicadores, pode identificar qualquer falha possível 
que venha ocorrer no curso desta prática. 
A democratização da escola, portanto deve ser: 
1-Ampliação das oportunidades educacionais 
2-Difusão dos conhecimentos 
3-Reelaboração crítica desses conhecimentos 
4-Conhecimento científico para as camadas populares 
 5-Conhecimento científico visando melhoria de vida para essas camadas, 
quando esses forem motivos de resposta a anseios e aspirações imediatas. 
6- Inserção do indivíduo num projeto coletivo de mudança da sociedade. 
 *Topo da Página 
Tendências pedagógicas na prática escolar 
 Boa parte dos professores baseia sua prática pedagógica em prescrições que 
viram senso-comum, aquelas mesmas incorporadas ao longo da vida estudantil 
ou pela transmissão informal dos mais velhos. 
 Saviani, num artigo (1981), descreve sobre uma confusão que os professores 
vivenciam nesta época. Caracterizando a pedagogia tradicional e a pedagogia 
nova, indica o aparecimento da tendência tecnicista e das teorias crítico-
reprodutivas, todas incidindo sobre o professor. "Os professores têm na cabeça o 
movimento e os princípios da escola nova. A realidade, porém, não oferece aos 
professores condições para instaurar a escola nova, porque a realidade em que 
atuam é tradicional. (...) o professor se vê pela pedagogia oficial que prega a 
racionalidade e a produtividade do sistema e do seu trabalho, isto é: ênfase nos 
meios (tecnicismo). (...) E não aceita a linha crítica porque não quer receber a 
denominação de agente repressor". 
As tendências pedagógicas foram classificadas em liberais e progressistas, a 
saber: 
A - Pedagogia Liberal 
1- tradicional 
2- renovada progressista 
3- renovada não-diretiva 
4- tecnicista 
 
B - Pedagogia progressista 
1- libertadora 
2- libertária 
3- crítico-social dos conteúdos 
 
http://www.educacaoglobal.hpg.ig.com.br/filosofia_da_educacao/democratizacao_da_EP.htm
Pedagogia Liberal 
 
 O termo liberal não tem o sentido de "avançado", "democrático", "aberto", 
como costuma ser usado. A doutrina liberal apareceu como justificação do 
sistema capitalista que ao defender a predominância da liberdade e dos interesses 
individuais na sociedade, estabeleceu uma forma de organização social baseada 
na propriedade privada dos meios de produção, também denominada sociedade 
de classes. A pedagogia liberal é uma manifestação própria desse tipo de 
sociedade. 
A educação brasileira tem sido marcada nos últimos cinqüenta anos pelas 
tendências liberais, nas suas formas ora conservadora, ora renovada. Tais 
tendências se manifestam, concretamente, nas práticas escolares e no ideário 
pedagógico de muitos professores, ainda que estes não se dêem conta disso. 
A pedagogia liberal sustenta a idéia de que a escola tem por função preparar os 
indivíduos para o desempenho de papéis sociais, de acordo com as aptidões 
individuais, para isso os indivíduos precisam aprender adaptar-se aos valores e às 
normas vigentes na sociedade de classes, através do desenvolvimento da cultura 
individual. A ênfase no aspecto cultural esconde a realidade das diferenças de 
classes, pois embora difunda a idéia de igualdade de oportunidades, não leva em 
conta a desigualdade de condições. Historicamente, a educação liberal iniciou-se 
com a pedagogia tradicional e, por razões de recomposição da hegemonia da 
burguesia, evoluiu para a pedagogia renovada (também denominada escola nova 
ou ativa). O que não significou a substituição de uma pela outra, pois ambas 
conviveram e convivem com a prática escolar. 
 *Topo da Página 
 
Pedagogia Progressista: 
 Este termo, emprestado de SNYDERS, é usado aqui para designar as 
tendências que, partindo de uma análise crítica das realidades sociais, sustentam 
implicitamente as finalidades sócio-políticas da educação. Evidentemente a 
Pedagogia Progressista não tem como se institucionalizar numa sociedade 
capitalista; daí ser um instrumento de luta dos professores ao lado de outras 
práticas sociais. 
http://www.educacaoglobal.hpg.ig.com.br/filosofia_da_educacao/democratizacao_da_EP.htm
 
SABER, SABER SER, SABER FAZER O CONTEÚDO DO FAZER 
PEDAGÓGICO 
 Tradicionalmente a formação do educador escolar vem abrangendo três 
dimensões da prática docente – o saber, o saber ser e o saber fazer – 
privilegiando-se uma ou outra, de acordo com a concepção filosófica do processo 
educativo que se adote. Raramente essas dimensões andaram juntas: a escola 
renovada, por exemplo, durante muito tempo, acentuou o saber fazer em prejuízo 
do saber, ao contrário da escola conservadora, que acentuou exatamente o 
inverso. Com muita freqüência, também o deslocamento da ênfase para o saber 
ser – ou seja, nas características pessoais positivas do educador – tem levado, ora 
à neutralidade da prática docente que valoriza um professor ausente, ora a um 
comprometimento pessoal político ou religioso tão envolvente que dissolve a 
especificidade do ensino escolar – o saber e o saber fazer. 
 
 ... A educação escolar deve recuperar sua unidade através de uma perspectiva 
integradora. Na verdade, é dessa integração que resultarão os princípios de um 
novo projeto de fazer pedagógico. Sem essa dimensão explícita da ação 
pedagógica escolar – a perspectiva integradora no ato educativo -, a escola deixa 
de ter sentido. Se, efetivamente, como querem alguns críticos, ensinar não é dar 
aula, organizar planos de ensino, administrar, prever métodos e técnicas, fazer 
algum tipo de aconselhamento, supervisionar, etc., (...) Numa perspectiva de 
educação crítica, direcionada para uma pedagogia social que privilegia uma 
educação de classe no rumo de um novo projeto de sociedade, a escola pública 
possui papel relevante e indispensável. Para isso, é preciso sim, dar aulas, fazer 
planos, controlar a disciplina, manejar a classe, dominar o conteúdo e tudo o 
mais. (...) Uma boa instrumentação teórico-prática é necessária, para que os 
professores tomem consciência do lado político de sua prática. 
 
ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL, ESCOLA PÚBLICA E PEDAGOGIA 
CRÍTICO-SOCIAL DOS CONTEÚDOS 
 As posições dos educadores envolvidos no cotidiano da escola pública de hoje 
podem ser caracterizadas em três grupos: os que continuam atuando dentro de 
pressupostos da pedagogia liberal, seja de tipo tradicional, seja de tipo renovado-
tecnicista; os que continuam sustentando o discurso da escola reprodutora 
preferindo a denúncia política ao trabalho pedagógico na escola e os que vêm 
tentando uma atuação pedagógica crítica, por acreditar na possibilidade de 
explorar os espaços disponíveis pelas contradições da sociedade de classes. 
(...) a orientação educacionalé um produto genuíno da pedagogia nova, por onde 
se formalizou sua conotação de mentora, na escola, do enfoque psicológico 
estrito da educação. 
...Há muito trabalho a ser feito por orientadores, supervisores, psicológicos 
educacionais. As tarefas parcializadas desses profissionais deveriam ser 
unificadas numa única, a coordenação de ensino, centrada sobre as relações entre 
alunos-professores-matérias de ensino e na prática social vivida. 
 *Topo da Página 
PSICOLOGIA EDUCACIONAL: UMA AVALIAÇÃO CRÍTICA – 
ESTUDO SOBRE AS RELAÇÕES ENTRE PSICOLOGIA E DIDÁTICA 
 A mais grave limitação do ensino da Psicologia educacional é a distância entre 
seu conteúdo e a prática escolar e isso explica seu efeito quase insignificante na 
formação de professores. 
 (...) uma das dificuldades desse entrosamento pode estar na impermeabilidade 
entre as ciências que concorrem para a explicação do ato educativo. Devido ao 
pouco desenvolvimento da ciência pedagógica, os próprios educadores têm 
permitido que as ciências auxiliares da educação (Psicologia da, Sociologia da, 
Economia da) disputem a hegemonia sobre o especificamente pedagógico. Isso 
tem favorecido toda a sorte de reducionismos: além do próprio pedagogismo, o 
sociologismo e o psicologismo. 
 (...) o enfoque sociopolítico leva a reduzir todos os problemas da escola e da 
educação ao conhecimento e crítica da função social de reprodução das relações 
sociais de produção que cumprem em nossa sociedade. Esta posição recusa 
qualquer fundamentação psicológica na educação, força a diluição do pedagógico 
no sociopolítico e assim falha por não considerar o ato educativo na sua 
totalidade. 
 (...) o enfoque estritamente psicológico ignora o efeito das condições sociais e 
políticas sobre o comportamento, tornando subjetivos os problemas gerados pela 
estrutura social e econômica. As tendências psicológicas atuais continuam 
concebendo um tipo de sociedade idealizada, para a qual as pessoas devem ser 
ajustadas, buscando no indivíduo a origem de suas condutas. 
http://www.educacaoglobal.hpg.ig.com.br/filosofia_da_educacao/democratizacao_da_EP.htm
 (...) o pedagogismo é tido por muitos professores e técnicos escolares como a 
preservação da missão salvadora da escola na supressão das desigualdades 
sociais, independentemente do sistema social e político, como se a sociedade 
pudesse ser modificada exclusivamente em decorrência da ação escolar. 
 (...) O ato educativo não é exclusivamente psicológico ou pedagógico ou 
sociopolítico; é um momento específico de interação social, configurando uma 
totalidade para a qual convergem fatores econômicos, sociais e psicológicos e 
que se constituem em condições para o completamento da ação pedagógica, cujo 
termo é o desenvolvimento individual e social. ... É em referência ao evento 
pedagógico que se buscará a contribuição da psicologia educacional e sociologia 
educacional. 
 (...) No que se refere ao ensino da Psicologia, trata-se de articular seus 
princípios e explicações com a prática cotidiana do professor, para que ele 
próprio os transforme em métodos e conteúdos. Levar em conta a problemática 
real da escola significa: classes numerosas, condições desiguais nos pré-
requisitos para a aprendizagem, motivação e interesses vinculados a perspectivas 
de classe social, problemas de comunicação e entendimento professor-alunos, 
indisciplina, inadequação de programas, etc. a orientação do ensino se torna 
psicológica quando pretende adaptar-se ao aluno. Na verdade, não se estaria 
errando muito se se pudesse extrair o conteúdo da Psicologia da observação 
atenta de como certos professores conseguem aproximar-se dos interesses, 
compreensão e linguagem das crianças sem sacrificar a tarefa de ensinar, o que 
Wallon chama de "poder espontâneo de simpatia intelectual", e que infelizmente 
não pertence a todos. 
 O segundo nível de atuação da Psicologia na escola se dá através do 
supervisor/orientador educacional. O autor não faz distinção relevante entre 
supervisor pedagógico e orientador educacional: quanto mais cresce a convicção 
da unidade do ato pedagógico na sua diversidade, menos sentido faz a 
fragmentação do atendimento ao professor e ao aluno; algo parecido se poderia 
dizer do próprio diretor de escola. 
 
 *Topo da Página 
ANOTAÇÕES SOBRE A QUESTÃO PEDAGÓGICO-DIDÁTICA E A 
POLÍTICA DA EDUCAÇÃO 
 Pedagogia e didática se correspondem, mutuamente, a primeira buscando na 
prática educativa a compreensão crítica da sociedade, da cultura, da geração em 
http://www.educacaoglobal.hpg.ig.com.br/filosofia_da_educacao/democratizacao_da_EP.htm
desenvolvimento a partir de seus determinantes histórico-sociais, constituindo-se 
na teoria da ação educativa na sua intimidade, a fim de apreender suas exigências 
concretas; e os determinantes que afetam os sujeitos envolvidos (sistema de 
valores, linguagem, condições concretas de vida e de trabalho, motivações, etc.), 
proporcionando elementos para a reavaliação das diretrizes teóricas. 
 (...) o ato pedagógico constitui-se de uma relação entre o aluno e as matérias 
de estudo, mediadas pelo professor, a quem cabe garantir os efeitos formativos 
desse encontro. O ato pedagógico não se dá ao acaso, exige um trabalho docente 
sistemático, intencional, planejado, visando introduzir o aluno nas estruturas 
significativas; exige, além disso, que a assimilação seja ativa, embora não 
espontânea. É preciso que se conheçam as disposições do aluno, em termos 
socioculturais e psicológicos, a fim de que sejam conquistados seus interesses, 
sua colaboração, sua aspiração à formação. É preciso não apenas que se valorize 
o significado humano e social da cultura, mas o desvelamento das contradições 
sociais, atribuindo-se uma conotação crítica à transmissão do saber. 
 (...) os discursos e a mobilização política em torno da escola pública e gratuita 
tendem a se tornar inócuos caso não sejam seguidos de intervenções dentro das 
escolas, no domínio do pedagógico-didático; para isso é preciso que os 
educadores empenhados na valorização da escola adquiram uma formação 
pedagógica mais consistente e pesquisem situações pedagógicas reais, com suas 
exigências concretas, suas dificuldades e positividades. 
 
 
DIDÁTICA E PRÁTICA HISTÓRICO-SOCIAL 
(Uma introdução aos fundamentos do trabalho docente) 
 Pedagogia crítico-social - esta corrente da pedagogia progressista defende o 
ponto de vista de que a principal contribuição da escola para a democratização da 
sociedade está na difusão da escolarização para todos, colocando a formação 
cultural e científica nas mãos do povo como instrumento de luta para sua 
emancipação. Valoriza a instrução como domínio do saber sistematizado e os 
meios de ensino como processo de desenvolvimento das capacidades cognitivas 
dos alunos e viabilização da atividade de transmissão/assimilação ativa de 
conhecimentos. Assume a historicidade da escola, sendo determinada pelos 
interesses opostos das classes existentes na sociedade, e, determinante, porque 
histórica e fruto da atividade humana transformadora. 
 A pedagogia crítico-social propõe uma teoria pedagógica embasada numa 
concepção de mundo que parte das condições concretas em que se desenvolve a 
luta de classes; propõe uma didática que determina princípios e meios como 
diretrizes orientadoras para os processos de ensino necessários ao domínio de 
conhecimentos, garantindo durabilidade aos efeitos formativos da instrução e da 
educação. 
 O trabalho docente concebe o aluno como ser educável, sujeito ativo do próprio 
conhecimento, mas também como ser social, historicamente determinado, 
indivíduo concreto, inserido nomovimento coletivo de emancipação humana. 
(...) É preciso que o professor aprenda a abarcar todos os aspectos, ligações e 
mediações inerentes à ação pedagógica, tomá-lo no seu desenvolvimento, nas 
suas contradições, a fim de introduzir no trabalho docente a dimensão da prática 
histórico-social no processo do conhecimento. 
 (...) uma didática crítico-social concebe o ensino como transmissão intencional 
e sistemática de conteúdos culturais e científicos, a partir do entendimento de 
cultura como expressão das contradições e lutas concretas da sociedade. 
 Os enfoques da didática nas tendências pedagógicas são pelo menos três: 
 O tradicional → didática assentada na transmissão cultural, concebendo o aluno 
como um ser receptivo/passivo, atribuindo um caráter dogmático aos conteúdos e 
métodos da educação. 
 Valoriza o aspecto material do ensino. A didática é entendida como um 
conjunto de regras e preceitos → matéria a ser ensinada, devendo o aluno 
submeter-se aos métodos do professor. 
 O renovado-tecnicista → versão modernizada da escola nova, acentua o 
caráter prático-técnico do ensino e sua neutralidade face às questões sociais. 
 (...) inspirado numa concepção de sociedade assentada na produtividade, na 
eficiência e no rendimento, foi incorporado à tendência escolanovista como 
continuidade dela. 
 O sóciopolitico → assume uma postura crítica em relação aos dois anteriores, 
acentua a relevância dos determinantes sociais na educação e, as finalidades 
sociopolíticas da escola. Sustenta uma visão parcializada da educação, ao reduzi-
la à sua dimensão sociopolítica, negando a especificidade do pedagógico. 
 (...) é acentuado pelas tendências progressistas, mas é exacerbado nas versões 
libertadora e libertária. ... o movimento da crítica sociopolítica à pedagogia e à 
didática se inicia no começo da década de 70, mas é na segunda metade que 
aparecem suas manifestações na prática escolar → não existem problemas 
pedagógicos, mas problemas políticos. A escola cumpre o papel de aparelho 
ideológico do Estado garantindo uma função política de inculcacão da ideologia 
burguesa, acomoda-se às necessidades do sistema industrial como formadora de 
mão-de-obra, domestica professores e alunos por meio de procedimentos 
burocráticos e técnicas didáticas, subordina-se aos princípios da racionalidade, 
eficiência e rendimento máximos. 
 A pedagogia crítico-social dos conteúdos tem como propósitos integrar os 
aspectos material/formal do ensino e, ao mesmo tempo, articulá-los com os 
movimentos concretos tendentes à transformação da sociedade. Valoriza a escola 
enquanto mediadora entre o aluno e o mundo da cultura, cumprindo esse papel 
pelo processo de transmissão/assimilação crítica dos conhecimentos, inseridos no 
movimento da prática social concreta dos homens, que é objetiva e histórica. 
 A pedagogia dos conteúdos considera que a invenção da escola na sociedade 
não é mera casualidade, mas resultado de necessidades e exigências sociais que 
lhe dão o caráter inelutável de historicidade, e, por conseguinte, de 
transitoriedade de cada modalidade e ação formativa existente. 
 (...) Teoria e prática, pedagogia e didática são momentos inseparáveis na 
atividade transformadora da prática social, enriquecendo-se mutuamente à 
medida que a prática educativa concreta é questionada e modificada em 
decorrência das exigências de situações pedagógicas que ocorrem em 
circunstâncias históricas determinadas. 
 (...) o trabalho docente é um momento-síntese, uma totalidade à qual afluem 
determinantes econômicos, sociais, biológicos, psicológicos que são, ao mesmo 
tempo, condições para o complemento do ato educativo. São também mediações 
que irão favorecer ou dificultar a um aluno apropriar-se do saber escolar e, por 
ele, construir-se como ser social ativo. ... o trabalho docente consiste então na 
atuação do professor no ato educativo medindo os processos pelos quais o aluno 
apropria ou reapropria o saber de sua cultura e o da cultura dominante, elevando-
se do senso comum ao saber criticamente elaborado. (...) o núcleo do trabalho 
docente é o encontro direto do aluno com o material formativo (apropriação ativa 
de conhecimentos). (...) o trabalho docente consiste numa atividade mediadora 
entre o individual e o social, entre o aluno e a cultura social e historicamente 
acumulada, entre o aluno e as matérias de estudo. 
 No trabalho docente as orientações metodológicas podem ser operacionalizadas 
em três passos articulados entre si: 
Situação orientadora inicial (síncrese) 
Desenvolvimento operacional (análise) 
Integração e generalização (síntese) 
 
 "A síncrese corresponde à visão global, indeterminada, confusa, fragmentária 
da realidade; a análise consiste no desdobramento da realidade em seus 
elementos, a parte como parte do todo; a síntese é o resultado da integração de 
todos os conhecimentos parciais num todo orgânico e lógico, resultando em 
novas formas de ação → Do sincrético pelo analítico para o sintético". 
 (...) a didática progressista assentada numa pedagogia crítico-social dos 
conteúdos vai buscar formas pedagógicas da pedagogia tradicional, da pedagogia 
renovada e outras pedagogias, em procedimentos lógico-metodológicos de 
análise da realidade concreta que sirvam de apoio ao professor nas situações 
pedagógicas específicas. Uma teoria crítica de escola parte de uma avaliação das 
circunstâncias histórico-sociais e concretas que determinaram o aparecimento e o 
desenvolvimento das formas pedagógicas, para incorporá-las, por superação, às 
realidades sociais presentes. 
 *Topo da Página 
nálise rítica 
 O professor Libâneo ressalta a importância do trabalho dos professores na 
escola, o que significa juntar a teoria e a pesquisa à prática pedagógica. 
 Grande conhecedor das mazelas do ensino público, o autor intenta, em seu 
livro, conscientizar os profissionais de educação para a fragilidade de nosso 
sistema educacional, todo calcado em modelos estranhos à nossa realidade, visto 
que importados de outras culturas. 
 O objetivo da "Democratização da Escola Pública" deve ser o ensino e o 
caminho é a valorização desse tipo de escola; deve ser a realização de um 
http://www.educacaoglobal.hpg.ig.com.br/filosofia_da_educacao/democratizacao_da_EP.htm
trabalho didático-pedagógico diferente do que é, muitas vezes, impingido aos 
docentes que, por sua vez, devem deixar de lado sua cômoda posição de culpar "o 
sistema" (entenda-se: governo, direção da escola, situação econômica do país, 
desinteresse dos alunos,...) e partir para a luta a fim de que o ensino público sirva, 
não só de canal de informação, mas também de formação dos educandos. 
 Democratizar a escola é formar um aluno capaz de se expressar bem; capaz de 
se comunicar de diversas formas, de desenvolver o gosto pelo estudo, de dominar 
o saber escolar; é ajudá-lo na formação de sua personalidade social, percebendo-
se dentro da organização enquanto coletividade. Trata-se de proporcionar-lhe o 
saber e o saber-fazer críticos como pré-condição para sua participação em outras 
instâncias na vida social, inclusive para melhoria de suas condições de vida.,a 
fim de que ele consiga dar um salto qualitativo do senso-comum para o 
conhecimento científico. 
Bibliografia 
 LIBÂNEO, José C. Democratização da escola pública, São Paulo, Edições. 
Loyola,1985. 
 
 
UNIVERSIDADE DO BRASIL – UFRJ 
CFCH/FE/PEDAGOGIA 
 
Trabalho apresentado ao professor José Avenas, na disciplina "Filosofia da 
Educação II" pela aluna Solange Gomes Rangel, no 2° período-2° semestre/2000. 
Trata-se de um resumo crítico de texto. Nota 9,5.

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