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Esmague o Estado! 
Um Compêndio de Estratégia Libertária 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Esmague o Estado! 
Um Compêndio de Estratégia Libertária 
 
 
 
1ª Edição 
 
 
 
 
 
Esmague o Estado! 
Esmague o Estado! Um Compêndio de Estratégia Libertária (Editora 
Konkin: São Paulo, 2022) 
1ª Edição: julho de 2022 
Editora Konkin 
E-mail: contato@editorakonkin.com.br 
Instagram: @editorakonkin 
Coordenação Editorial 
Daniel Miorim de Morais e Gustavo Poletti Kaesemodel 
Organização 
Vitor Gomes Calado 
Tradução e Revisão 
Alex Pereira de Souza, Daniel Miorim de Morais, Eric Matheus 
Rodrigues de Souza, Gustavo Poletti Kaesemodel e Vitor Gomes Calado 
Diagramação 
Vitor Gomes Calado 
Capista 
Raíssa Souza Abreu 
Agradecimentos 
Um oferecimento do Instituto Ágora, sua fonte de informação sobre 
agorismo! Acesse agorismo.com.br e desfrute do portal mais completo e 
especializado no assunto! 
Agradecimentos especiais a Miguel Angelo Pricinote, o Agorista Cristão! 
 
Licença 
Todos os direitos de publicação deste livro, em língua portuguesa, que 
pertencem à Editora Konkin, na forma de lei estão sendo, por intermédio 
deste, cedidos publicamente, inclusive para venda, impressão e eventuais 
alterações. No Copywrongs. 
mailto:contato@editorakonkin.com.br
https://agorismo.com.br/
 
 
 
Sumár io 
Prefácio a Edição Brasileira ............................................................. 8 
Aliança Libertária ........................................................................... 15 
Apatia – Aliada do Estado .............................................................. 16 
Escute, Esquerda ............................................................................ 18 
Anarcocentrismo ............................................................................ 22 
Divergentes ..................................................................................... 25 
Anarcocentrismo - Continuação ..................................................... 28 
O Libertarian Party, prós e contras ................................................. 30 
Escute, Libertarian Party ................................................................ 38 
Ágora versus Arena ........................................................................ 43 
Anarco-Sionismo ............................................................................ 47 
Estratégia Libertária I ..................................................................... 50 
A Contra Campanha de 76 ............................................................. 55 
Estratégia Libertária II ................................................................... 59 
O Caucus Libertário ...................................................... 60 
Objetivo Estratégico da TCL ........................................ 62 
Algumas Táticas para a Técnica do Caucus Libertário 63 
Os custos da Infiltração Estratégica .............................. 66 
Invasores do Estado ........................................................................ 69 
O Fim do Movimento Libertário .................................................... 73 
O Crescimento da Consciência Libertária .................... 74 
A Separação da Cultura Libertária ................................ 76 
O Significado de Movimento Libertário ....................... 77 
 
 
 
O Fim do Movimento Libertário .................................. 78 
A Anarcovila Global ...................................................................... 79 
Anarco-Feitiçaria ............................................................................ 84 
Apertando os Botões ...................................................................... 88 
Nosso Inimigo, O Partido ............................................................... 91 
Introdução à Edição de 1987 ........................................ 91 
Introdução à Edição de 1980 ........................................ 91 
Nosso Inimigo, O Estado .............................................. 92 
O Caso pela Consistência ............................................. 93 
Nosso Inimigo, O Partido ............................................. 94 
O Papel do Ativismo ..................................................... 95 
Taticamente Falando ...................................................................... 97 
Estratégia Continental NLA – SEK3 ........................................... 100 
Manifesto do Novo Libertário ...................................................... 104 
Dedicatória ................................................................................... 105 
Prefácios ....................................................................................... 106 
Tabela de Conteúdos .................................................................... 110 
I. Estatismo: Nossa Condição ...................................................... 111 
II. Agorismo: Nosso Objetivo ...................................................... 119 
III. ContraEconomia: Nosso Meio ............................................... 131 
IV. Revolução: Nossa Estratégia .................................................. 145 
Fase 0: Sociedade Agorista de Densidade Zero......... 151 
Fase 1: Sociedade Agorista de Baixa Densidade ........ 152 
 
 
 
Fase 2: Sociedade Agorista de Densidade Média e 
Pequena Condensação ................................................. 154 
Fase 3: Sociedade Agorista de Alta Densidade e de Alta 
Condensação ............................................................... 155 
Fase 4: Sociedade Agorista com Impurezas Estatistas 
157 
V. Ação! Nossas Táticas .............................................................. 158 
Contestações e Réplicas ao Manifesto do Novo Libertário ......... 164 
Konkin sobre a Estratégia Libertária ............................................ 165 
I. A Alternativa Konkiniana ........................................ 165 
II. O Problema da Organização ................................... 170 
III. O Problema do “Kochtopus” ................................ 172 
IV. O Problema do Partido Libertário ........................ 175 
Resposta a Rothbard ..................................................................... 181 
Retorno à Babilônia ...................................................................... 197 
Resposta a LeFevre ...................................................................... 210 
O Novo Altruísmo: Uma Crítica ao Manifesto do Novo Libertário
 ...................................................................................................... 214 
Resposta a Filthy Pierre por S.E. Konkin ..................................... 218 
Epílogo ......................................................................................... 222 
Esmagando o estado por diversão e lucro desde 1969 ................. 223 
Antecedentes necessários ............................................ 224 
Da história à teoria… .................................................. 229 
…e da teoria à prática ................................................. 238 
 
 
 
 
 
Prefácio a Edição Brasileira 
Construir essa coleção criou um misto de sensações em todos os 
seus participantes. Não é uma tarefa fácil, tendo em vista que os textos 
aqui presentes não estão consolidados em um portal, tal como o Mises 
Institute. A falta de uma estrutura geral dos agoristas ainda é uma 
realidade no mundo todo e a maior parte do que foi produzido nas 
maiores revistas e portais agoristas nas décadas anteriores ainda não foi 
sequer escaneado. 
Isso se dá por certo vácuo de publicação criado pelo fato que 
Konkin criou agoristas aos montes, permeou a cultura geral dos 
cypherpunks e criptoanarquistas de sua época, com raízes nos 
argumentos gerais e vigentes até hoje, fez com que verdadeiras e 
enormes redes de ContraEconomia surgissem, mas falhou em criar algo 
que Rothbard conseguiuestabelecer: sucessores. 
Rothbard viveu até os 68 anos, LeFevre até os 74. Konkin apenas 
até os 56. Essa diferença de 12 anos para Rothbard e 16 anos para 
LeFevre talvez explique a dificuldade de manter acesas as chamas 
gerais do movimento agorista. Sem a sensação de que se está no final 
da vida, é difícil passar adiante. Konkin morreu jovem, talvez porque 
tenha vivido jovem. 
Ou talvez, a minha interpretação esteja esquecendo um lado 
importante da obra de Samuel Edward Konkin III, a ação é individual, 
intransferível e pessoalíssima. Agoristas são moldados no fogo da 
oposição, das discussões e principalmente da ação em cada uma das 
esferas de sua vida, uma expansão contínua da forma do ego que abraça 
cada traço material que foi afetado por sua personalidade e cada 
 
 
9 
pequeno aspecto de suas vidas e atitude. É sobre tomar controle do 
rumo de sua própria vida. 
Assim, só existe espaço no outro como um exemplo, como uma 
forma de descrição de uma forma geral de agir que se considere 
adequada, jamais como uma autoridade que possa lhe impor sua 
própria liberdade. E porque somos diferentes e amamos a diferença, 
nossa liberdade não pode ser igual. 
Dessa forma, a própria ideia de um sucessor seria algo com o 
qual o projeto Konkiniano não seria muito gentil. Mas, mesmo sem um 
sucessor a vista, Konkin foi capaz de criar uma rede ampla o suficiente 
para um brasileiro estar falando sobre ele e sobre a expansão de sua 
obra no Brasil e no mundo. Isso, por si só, é um feito que a maior parte 
dos seus debatedores ainda não alcançou. A internacionalização de sua 
obra. 
Não só isso, Konkin é hoje uma porta de entrada para anarquistas 
clássicos, panarquistas, mutualistas, anarco-sindicalistas, anarco-
individualistas, plataformistas, conservadores, petistas, Bolsonaristas, 
liberais, Rothbardianos, Georgistas, Hoppeanos, Randianos, 
Huemerianos, Misesianos, Hayekianos e muitos outros para as 
“drogas” mais pesadas da esquerda libertária. 
Se conhecemos o Karl Hess Club (e o próprio Karl Hess), com 
figuras como Jeff Riggenbach e J. Neil Schulman, se acompanhamos o 
New Libertarian, se estamos todos ansiosos pelos scans de Victor 
Koman (que ele viva mais uma centena de anos), é porque Konkin 
esteve lá. 
Se conhecemos e traduzimos o Revolução Satoshi de Wendy 
McElroy, bem como estamos em processo de traduzirmos o 
Voluntaryist, é porque Konkin nos apresentou. 
 
 
10 
Se temos os comentários sempre sagazes e incríveis de Roderick 
Long, se temos o Molinari Institute, o Center for a Stateless Society, a 
Alliance of the Libertarian Left e se podemos ler em recapitulação todo 
o trabalho de Robert LeFevre, é porque Konkin lutou por isso. 
Se sabemos quem é Kevin Carson e Gary Chartier, conhecemos o 
C4SS e figuras como Logan Marie Glitterbomb, é porque Konkin abriu 
as portas. 
Se temos os Bleeding Heart Libertarians para, usando um termo 
que Konkin usaria, nos encher o saco com sua hiper feminização, é 
culpa do Konkin (não dá para acertar sempre). 
Se podemos ver os grandes discursos antipolítica de Larken Rose 
e pudemos ficar ciente da mais perigosa superstição, Konkin foi aquele 
que mostrou o caminho. 
Tudo isso só foi possível graças a cada passo que foi dado por 
Konkin. A criação do Agorismo, o tomar para si o rótulo da Esquerda 
Libertária, a criação da primeira Aliança da Esquerda Libertária, a luta 
contra o partido, o apoio a ContraEconomia. 
Graças a sua capacidade de firmar-se quando não havia aliados, 
quando eram poucos contra toda a opinião vigente no meio libertário de 
sua época. Hoje, não menos que milhões de libertários trafegam pelos 
mais diversos portais da esquerda libertária, vindos de todo o mundo, 
organizando-se em células com a Freedom Cells, usando Bitcoin e 
outras criptomoedas, surfando na WEB3, lutando por um mundo mais 
livre. 
O que Konkin nos deixou foi incrível e criou uma obrigação de 
tipo peculiar e diferente. Ele fez de cada um de nós um sucessor. Fez 
com que cada um de nós tivesse a obrigação de lutar pela sua própria 
liberdade e pela das pessoas que ama e, assim, embora ainda não haja a 
estrutura física e logística da famosa direita libertária, deixou uma 
capilaridade de ser invejada. 
 
 
11 
Para além disso, Konkin nos deu um exemplo de um tipo de 
princípio que é até estranho no movimento libertário brasileiro que 
vivemos hoje. Temos uma miríade de estatistas que estão doidos para 
votar no Bolsonaro, ou no Lula, ou no governador, prefeito e vereador 
de sua preferência, apenas para evitar o presidente, governador, prefeito 
e vereador que “traria o caos” do outro lado. 
Enquanto a discussão americana das décadas de 70/80 era sobre a 
existência de candidatos libertários, que estavam dispostos a traçar e a 
desenvolver uma plataforma ancorada na extinção total do estado como 
um todo, ou ao menos em sua diminuição aguda para uma minarquia1, 
o que presenciamos é muito, profundamente, mais estatista do que o 
Libertarian Party jamais conseguiu ser. Ao lermos a discussão de David 
Nolan e Konkin, tivemos a impressão de que David Nolan, um estatista 
convicto, pareceria um ultrarradical perto de muitos que se dizem de 
direita no Brasil. 
Se Konkin não capitulou diante de figuras muito mais agudas na 
defesa da liberdade, como David Nolan, Tibor Machan, Nozick e o 
próprio Murray Rothbard, como podemos nós estarmos em dúvida 
diante de um cenário com Bolsonaro X Lula? Vote em Ninguém! 
A faceta maléfica do estado de se ajustar para parâmetros de 
relativa liberdade para manter o controle no que importa, qual seja a 
possibilidade de parasitagem universal da sociedade em que se instala, 
essa faceta ainda nem sequer nos apareceu. E tantos de “nós” já estão 
caídos. 
Precisamos aprender com a tradição americana o quanto antes, 
precisamos desse grau agudo e profundo de defesa da liberdade, mas 
sem os vícios gerais do Partido e da política partidária como um todo. 
A fundação da Editora Konkin, do Instituto Ágora, a coleção de livros 
 
1 Curiosamente, esse é um termo cunhado por Konkin, se refere àqueles que 
defendem um estado apenas para defesa nacional e segurança da propriedade privada. 
 
 
12 
do Konkin que se seguirão, bem como toda tradução da tradição 
antipolítica que está sendo preparada para as próximas décadas foi a 
forma que encontramos para absorvermos a influência dessa tradição e 
nos opormos ao estatismo gritante vigente no movimento libertário 
brasileiro atual. 
Como diria Konkin: “Não se esqueça de esmagar o estado. Você 
se esqueceu ontem e, com certeza, ele ainda está aqui”. O movimento 
libertário brasileiro vem se esquecendo de esmagar o estado, mas 
precisa lembrar, vai lembrar. 
Uma coisa, entretanto, precisa ficar clara. O objetivo geral desse 
livro já foi alcançado. O estado foi esmagado um pouco mais em cada 
um de nós que participamos de sua organização. Nossos princípios 
estão em conformidade com nossa consciência e somos sujeitos de 
nossa própria história. 
Essa é a beleza, o encanto geral e final da obra de Samuel Edward 
Konkin III. Cada indivíduo que afetarmos é um sucesso por si só. Cada 
pessoa que puder dizer daqui em diante: “sou um agorista!”, é um 
sucesso estrondoso. Para cada novo participante da Ágora, uma alegria 
imensa nos cobre. 
 
Instituto Ágora 
08/07/2022 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
S E Ç Ã O U M 
A Aliança Libertária 
 
16 
Apatia – Aliada do Estado 
New Libertarian Notes - Vol. II N° 1 
Publicado em 1 de Fevereiro de 1971 
 
Com exceção daqueles que foram radicalizados após se tornarem 
ativistas na SDS1 e na YAF2, os libertários parecem ter sido um grupo 
muito passivo. Aqueles que se indignam com a opressão da Escravidão 
Seletiva (Seguridade Social / Serviço Militar), com o roubo periódico 
de impostos, com a falsificação contínua da inflação, com a repressão 
ao uso de maconha edrogas, pornografia e assim por diante, tem sido 
uma classe notavelmente dócil e quieta. 
Pode-se esperar isso de um membro da massa ignorante, que 
embora deseje a liberdade e seus direitos, é intimidado intelectual e 
filosoficamente por conservadores, socialistas e todo tipo de estatista a 
acreditar que a satisfação de suas necessidades e a busca de seus 
valores são más, egoístas, exploradoras, pecaminosas, contrárias à 
Vontade de Deus, ao bem da classe trabalhadora e/ou à pureza da raça. 
Mas por que aqueles que têm intelectos autossuficientes, capazes de 
resistir à onda de doença moral e epistemológica, se contentam em 
sentar e não "balançar o barco", esperando que sua libertação se dê 
através de um "outro alguém"? 
Pelo menos os marxistas afirmam que o estado vai murchar (esta 
afirmação foi usada por Marx apenas para dividir os adeptos de 
Bakunin na Primeira Internacional e assim manter o poder de Marx) 
após uma Revolução. Os apáticos libertários estão esperando que o 
 
1 Students for a Democratic Society (Estudantes por uma Sociedade 
Democrática) 
2 Young Americans for Freedom 
Samuel Edward Konkin III 
17 
estado "vá embora" e "não os incomode" sem levantarem um dedo 
sequer. Algo do nada? Não existe essa coisa de almoço grátis! 
Mas essa é a própria essência do estado, intervir em todas as 
atividades sociais e econômicas dos homens. À medida que a 
resistência diminui, a intervenção aumenta. Os conservadores da FEE3 
estavam divididos contra os liberais da ACLU4, os anarcocomunistas 
contra os anarcocapitalistas, cada um aliado (até o Novo Movimento 
Libertário) com seu próprio tipo de estatista, suas ações canceladas, 
enquanto as dos lacaios do estado foram reforçadas. 
Como dizem os slogans da Gay Lib: "Saiam de seus armários 
(éticos)". Agite sua bandeira preta, ostente seu cifrão de ouro, ou botão 
de corrente quebrado, ou qualquer outra coisa, com orgulho. A 
Libertarian Alliance está aqui, organizada por combatentes da liberdade 
da esquerda e da direita, e agora apelando ao Centro para o Apoio 
necessário para Liberdade em Nosso Tempo5-- não o centro político, 
que é um estatismo totalmente sem princípios (talvez, em alguns 
aspectos, pior que o fascismo/comunismo), mas o centro apático, que 
tem sido até agora o hospedeiro vital dos parasitas do estado, nem se 
preocupando em arranhar os sugadores de sangue (por medo de que a 
situação se "tornasse pior"?). 
Resumindo, temos o veículo e precisamos do seu combustível. 
Dirija conosco pelo caminho para a liberdade ou continue a marchar, 
respondendo devidamente aos aguilhões do gado, ao longo do Caminho 
da Servidão de Hayek. 
 
3 Foundation for Economic Education 
4 American Civil Liberties Union 
5 Center for the Support necessary for Freedom in Our Time! 
18 
Escute, Esquerda 
New Libertarian Notes – Vol. 2 N° 4 
Publicado em 1 de Maio de 1971 
Por que libertarianismo? Por que liberdade? Se você é capaz de 
fazer essa segunda pergunta, então o assunto não é com você. A 
questão aqui é se um esquerdista a favor da liberdade deveria olhar ou 
mesmo lidar com o movimento libertário, a Aliança Libertária. 
No verão de 1969, o Students for Democratic Society e o Young 
Americans for Freedom atingiram o seu pico em números, prestígio e 
moral, apenas para, logo em seguida, racharem, se dividirem e 
colapsarem para o tamanho dos poucos membros autoritários que 
permaneceram. Tarde demais para o SDS, o Dr. Murray N. Rothbard 
escreveu "Ouça YAF" no seu Fórum Libertário que foi distribuído na 
Convenção de St. Louis, inflamando um Caucus Anarquista, alguns 
recém-saídos dos expurgos da SDS, que radicalizaram o maior e mais 
moderado libertário em uma disputa final com o National Office 
tradicionalista. O Caucus Anarquista que se tornou a Radical 
Libertarian Alliance e o Student Libertarian Action Movement clamou 
aos libertários para juntar a New Left que pegou os ideais da Old, anti-
imperialista (Isolacionista) e descentralizadora Right. Mas, olhando 
para os destroços da New Left, eles não podiam deixar de se perguntar: 
por que não são eles que devem vir até nós? 
Ah, muitos vieram, se juntando a RLA e a SLAM, tipos que são 
abertamente anarquistas e violentos revolucionários, como os Black 
Marketeers infelizes com o prejuízo antiproprietarista e anarco-
sindicalistas fugindo dos totalitários em controle nas organizações em 
controle da esquerda. E quanto ao libertarianismo mainstream? Apenas 
a pacifista Esquerda parece ter mostrado interesse, talvez intrigados 
pelo pacifismo de livre mercado de LeFevre e o revisionismo histórico 
Samuel Edward Konkin III 
19 
de Liggio, como evidenciado pela matéria da revista WIN sobre 
libertarianismo. 
Mas, o que há no Libertarian Centre, até mesmo excluindo os 
libertários de esquerda da RLA/SLAM, para que estejam ansiando para 
serem “aceitos” pela Esquerda organizada, e os libertários de direita do 
FEE e chicaguistas, que continuam a servir a Direita ao darem a eles 
um brilho moral indevido e até mesmo servindo ao estado, ao aumentar 
sua eficiência? 
O que há para se associar com a Libertarian Alliance além de 
hereges Objetivistas que acreditam que a Ayn Rand não é uma figura 
divina; ex-conservadores fritando em drogas como economia e filosofia 
de livre mercado (“praxeology”); liberais que conseguem se dar conta 
da repressão, corporativismo e do estado de bem-estar social e que 
recuam de horror para suas origens clássicas e encontram a filosofia 
libertária que se manteve fiel a essa linha evolucionária; anarquistas 
radicais que se arrepiam ao serem associados a terrorismo e que traçam 
sua inspiração a autores de ficção científica como Heinlein, Russell, 
and Anderson; até mesmo ex-esquerdistas que fugiram da brutalidade 
moral de vários partidos bolcheviques para a Direita Tradicionalista 
para encontrarem o mesmo culto a Autoridade Central, agora em nome 
de Deus. História, e aqueles que ricochetearam de volta para o 
libertarianismo. Uma gangue bem heterogênea como você pode ver, 
com nada em comum com exceção da devoção a liberdade, e do 
laissez-faire como estilo de vida. 
Veja, Esquerda, veja o movimento no qual você se encontra. 
Quem é sua vizinhança? Vê algum libertário ou anarquista em algum 
lugar, ou os estatistas extremos estão reinando em cada lugar? LP? O 
Bolchevismo Maoísta está aqui, e tomando controle do que sobrou da 
SDS, CWSA, SWOCO, toda semana um front novo. Você pode 
coexistir com eles? Pergunte a aqueles que tentaram na SDS. NPAC 
VS PCPT, quem está lá e quem não está. Tendo que escolher entre a 
Escute Esquerda 
20 
SWP Trotskista e a Brezhnevista CP? Essa é a escolha? O que mais 
tem ali? Uma multidão de estudantes? Mas, ela tem até mesmo 
representantes libertários da RLA e até mesmo da SIL; é uma 
organização de um único problema, veículo difícil para 
descentralização. Voltar para o Peace and Freedom Party? Essa 
possibilidade já se foi. Com exceção de bolsões na Califórnia, onde a 
Libertarian Alliance está em grandes números. O Partido Liberal ou 
Democratas Reformistas? Um abismo de Liberalismo Corporativista, 
sem nada ao redor a não ser poços de controle central, danças 
partidárias, terrorismo radical (não, não esqueça do Weatherman), ou 
recuo para o Establishment subserviente, sugando alguns ossos de 
reformismo. 
Dê uma outra olhada naqueles que estão na Libertarian Alliance. 
Não são do tipo que aceitariam danças de perna, jogar uma bomba ou 
uma ego-trip sobre poder. Tudo bem, bem-dito, você pode dizer, mas 
eles ainda são pró-propriedade. Como um esquerdista, eu não posso 
entender como você pode defender a propriedade e atacar a opressão 
dos privilégios e a injustiça. 
Mas nós fazemos por causa, e não apesar, da Propriedade. Por 
que Zapata liderou uma revolta? Por propriedade, para ganhar de volta 
a terra daqueles que usaram o estado para a separar dos camponeses. Sea propriedade é um conceito inválido, então o que os nativos-
americanos perderam para a classe governante branca? Propriedade não 
apenas é terra ou aparelhos de TV, é um atributo do indivíduo que o faz 
soberano. A única base pela qual você pode julgar se um camponês ou 
trabalhador foi oprimido é pelo Direito de Propriedade que foi violado. 
Crave outro livro na sua lista de leitura nesse verão: Poder e 
Mercado por Murray Rothbard, a melhor e última grande escrita para a 
posição libertária radical do livre-mercadismo. Se sua biblioteca 
reacionária não a tem, escreva para SIL Services, 400 Bonifant Road, 
Silver Springs, MD 20904. Diga a eles que a NYULA mandou você, 
Samuel Edward Konkin III 
21 
eles vão acreditar em qualquer coisa vindo do nosso grupo. Vejo você 
no ano que vem? Ou melhor, feliz graduação!
22 
Anarcocentrismo 
New Libertarian Notes - Vol. 2, N° 6 
Publicado em 6 de Janeiro de 1972 
 
Os libertários continuam a vir em números recordes da esquerda 
e da direita do espectro político convencional, mas poucos de seu 
centro. Muitos libertários estão implorando por ajuda e incentivando os 
outros a apoiar políticos centristas nos Estados Unidos. Uma 
proeminente organização libertária começou um ataque constante 
contra a Libertarian Alliance. Um escritor libertário convida aos 
divergentes a saírem e a centrarem-se no bom e moderado centro 
anarquista. Qual é a conexão? 
As palavras "Esquerda" e "Direita" são conceitos mal definidos, 
variando com o tempo, ânimo, país e, acima de tudo, com o viés do 
usuário. Entretanto, sobre o centro não há dúvidas: a não ser que se 
tenha uma ditadura aberta, é nele onde o poder está. Contrastado a isso, 
esquerda e direita significam oposição àqueles no poder: anti-
establishmentarianismo. Esses não são somente os "de fora" querendo 
ser "de dentro". A "oposição leal" é parte do centro. 
Centrismo não é uma ideologia, é mais a falta de uma. A única 
tentativa de racionalizá-lo foi feita no último século, o argumento 
sendo o de que se deve buscar o juste milieu. Porque a posição amoral 
deveria quase sempre estar entre as imorais, se não sempre, nunca foi 
provado, e a posição pura nunca é discutida agora, exceto por 
implicação negativa: "É claro, eu não sou um extremista!" Se não se 
está nos fins (extremos), precisa-se estar no meio (milieu). 
Deveria ser óbvio que a moralidade pode somente existir em uma 
posição "extrema". Comprometer um princípio (se movendo para o 
Samuel Edward Konkin III 
23 
centro) é tautologicamente imoral. O que então motiva aqueles que 
juram lealdade ao centro? Precisa ser o Poder, nele mesmo. 
O centrismo também existe dentro dos movimentos de esquerda e 
direita. O sentido é tanto de longo prazo – esperança de que esse 
movimento chegue ao poder – quanto desejo de curto prazo por poder 
dentro do movimento como líder, ou de se estar próximo à liderança. 
Esses fanáticos por poder são rapidamente identificados e corrigidos, 
ostracizados ou expurgados em um movimento pequeno. Mas com o 
crescimento em números, muitas pessoas se juntando para "estar com 
ele" e perdidos acerca dos princípios fundamentais, os centristas 
acabam por florescer. O apelo deles para estar "dentro", para estar 
"onde está", "ser relevante", para conseguir "ter algo feito, ser efetivo", 
e "não simplesmente declamar frases vazias e clichês" é Poder! Venha 
com seu ego e chame a atenção! Os princípios são descartáveis. 
A conexão se torna clara. Aqueles que buscam a Verdade serão 
encontrados na Esquerda e na Direita, e, tropeçando pelo 
Libertarianismo, eles o incorporarão. Um centrista se converter ao 
libertarianismo é análogo a uma feminista posando na Playboy. 
Políticos do Centro, tais como Hatfield, McGovern, Proxmire e 
McCloskey, sem contar os ultra-centristas Nixon, Connally, Muskie ou 
Kennedy tem valor obviamente zero para os libertários. Um candidato 
realmente anti-establishment tal como McCarthy ou Ashbrook é outra 
questão. Seus apoiadores são recrutas veteranos para as Forças da 
Liberdade, especialmente depois que seus líderes forem esmagados, ou 
mesmo se vencerem e logo em seguida os traírem. 
O referido escritor deveria “verificar suas premissas”, e essa frase 
foi escolhida com malícia. Então e enquanto a organização? Indivíduos 
se juntando para esconder suas diferenças em um denominador comum 
inferior, apenas por Poder. "Unidos nós perseveramos!" é imoral e deve 
ser atacado. Isso, obviamente, era a "Aliança" da RLA com a New Left, 
e a CRR com os Fora Centristas. 
Anarcocentrismo 
24 
O anarcocentrismo permanece condenado aqui, na publicação 
dedicada a Aliança Libertária. Nossos panfletos têm sempre 
explicitamente definido Aliança como o trabalho em grupo de 
indivíduos soberanos sem compromisso. Veja, por exemplo, nosso 
último artigo de posicionamento "Aliança Libertária". Essa é a única 
organização moral para libertários (sem estar sob coação). A Aliança é 
uma tática para a vitória: o centrismo é um rendição (de princípio) 
diante da luta. 
Então por que está a Society for Individual Liberty ainda 
permanece atacando a posição, e, ainda pior, mal representando-a, ao 
chamá-la de "vale tudo"? Independente da vertente de libertarianismo, 
vale a pena trabalhar com ela. Por acaso a SIL discorda? Então se ela 
prefere anarco-objetivistas, que ela se torne uma facção "purista", mas 
isso a excluiria de liderar o movimento (a não ser que seus argumentos 
persuadam uma maioria ainda não alcançada), o que é seu aparente 
objetivo. 
Agora que o problema está identificado, deixemos a SIL juntar-se 
a nós em vacinar os outros contra a praga Centrista. Ou teriam seus 
líderes ficado seriamente infectados? A Pestilência do estado espera lá 
fora. 
 
25 
Divergentes 
New Libertarian Notes – Vol. 2, N°8 
Publicado em 1 de Março de 1972 
Frequentemente os libertários se encontram cercados por aqueles 
que discordam deles dentro do movimento. Em contraste com outros 
movimentos políticos radicais, o libertarianismo encoraja ideias 
divergentes e a discussão. "Como você ousa questionar...?" não é uma 
pergunta libertária (e até mesmo essa afirmação vai ser desafiada pelos 
libertários). 
Os partidos socialistas, as religiões, e, não esqueçamos, a seita 
Randiana, todos tem uma cartilha irredutível definida pelo partido ou 
por uma revelação divina (normalmente bem longa e raramente 
consistente) para a qual a ortodoxia é um requisito. Heresia gera 
requisições de confissão pública e arrependimento, ou então a pena 
mais severa: a expulsão. A expulsão pode em alguns casos causar a 
morte de verdade, mas a maioria dos movimentos não tem o poder para 
executá-la, ou sentem medo de retaliação por não crentes na maioria 
em volta deles. Normalmente o expulso é excluído de todas as relações 
com seus antigos camaradas: ele não é mais uma pessoa, ele não existe 
mais, ele está caído e em desgraça. Deve-se remover o apoio ao herege 
ou então cair junto com ele. 
Examinemos a posição específica dos Objetivistas. "Discordar de 
Ayn Rand é irracional e antivida". Insistir em discordar é perder o 
apoio de toda a seita. Qual o tamanho das discordâncias entre Ayn 
Rand e Nathaniel Branden? Qual o tamanho das discordâncias entre 
Ayn Rand e o açougueiro da esquina, que pode ser um comunista de 
carteirinha? Ou o farmacêutico liberal? Ou um taxista cristão? Por que 
Branden, que tem valores mais alinhados com ela do que todos esses, 
recebe um bloqueio total, enquanto aqueles a quem ela não dá nenhum 
Divergentes 
26 
valor a não ser na divisão do trabalho são recebidos apenas com 
desdém? 
O tratamento racional aos divergentes pode ser encontrado na 
resposta a essas perguntas. 
Primeiro, há aqueles que prometeram viver uma vida de 
assassinato e pilhagem. Para eles, a bala. 
Segundo, existem aqueles que mataram e roubaram em violação 
aos seus antigos valores de vida. Se eusou a vítima, então eles vão ser 
considerados na primeira categoria até que a restituição seja paga. 
Terceiro, existem aqueles que apoiam meus agressores (e com 
isso está incluído não somente aqueles que vendem balas aos que me 
atacam, mas aqueles que contribuem aos estatistas). Eles são dignos do 
meu boicote, de toda reprovação sem violência, apesar de que talvez 
seja necessário fazer negócios com eles. 
Quarto, existem aqueles que têm valores diferentes, moralidade 
diferente (mas que falham em agir segundo isso, caso contrário estarão 
em umas das três primeiras categorias). Eles serão tolerados e apoiados 
desde que sejam úteis para você. O açougueiro comunista pode oferecer 
excelentes cortes de carne baratos, mesmo que não seja uma carne 
"racional". 
Quinto, e agora vamos falar da categoria de divergente para a 
qual normalmente o termo é estritamente utilizado, existem aqueles que 
estão alinhados com você em muitos dos seus valores, mas não em 
todos. Claramente, você os valorizaria de acordo com o quanto eles 
concordam com sua concepção de moralidade, com cada valor 
ponderado pelo seu respectivo nível de importância. Uma mãe emotiva 
que acabou de gritar com o filho por algum erro que ele cometeu e logo 
em seguida o abraça para mostrar quão bom ele tem sido parece ter 
uma epistemologia mais consistente do que a senhorita Rand tem neste 
caso. 
Samuel Edward Konkin III 
27 
Sexto, existem aqueles que concordam completamente com você 
sobre tudo aquilo que você não pode dar as costas, aqueles que você 
pode esquecer a carteira na casa deles e não ter de voltar para buscar 
com pressa e ansioso. Estes você pode esperar que entre em uma 
discussão quando você tiver esquecido um ponto importante e ter a 
certeza de que ele vai te complementar, derrotando seu adversário. Não 
os bajuladores, a não ser que você seja do tipo que gosta de "metafísica 
social de segundo nível", mas aqueles que no passado lutaram 
bravamente com você, ponto a ponto, dando tudo para se manter firme, 
assim como você fez, até que vocês atingiram a situação de 
concordância presente, conquistada com muito esforço e que não pode 
ser jogada fora facilmente, sempre pronto para expandir sua tropa. 
Estes você ama. E como disse Rand para responder quando perguntada 
se "é possível medir o amor": E como!
 
28 
Anarcocentrismo - Continuação 
New Libertarian Notes - Vol. 2, N° 9 
Publicado em 9 de Abril de 1972 
 
Como defendemos no nosso artigo anterior (Anarcocentrismo), 
existem alguns estatistas, principalmente grupos de esquerda e direita 
anti-establishment, que vale a pena nos alinharmos em alguns tópicos e 
campanhas específicas e que não sejam apenas "centristas de fora". Um 
caso óbvio é a campanha "Liberte o Nosso Prisioneiro Político" de um 
determinado grupo. 
A própria existência dessa campanha é um teste definitivo de 
quão profundamente um movimento está comprometido a expurgar a 
classe dominante, tanto os de dentro quanto os de fora. Os "centristas 
de fora", como por exemplo os seguidores da National Review, vão 
buscar a liberação de prisioneiros do estado que lhes causem simpatia 
através dos mecanismos do estado. Edgar Smith mentiu sobre a 
inocência dele para ganhar a liberdade, mas continuou aprovando o 
estado. Os anticentristas vão preferir ver o mártir deles se declarado 
culpado a ver ele aprovar o aparato Estatal e usar os rituais dominantes 
como mídia para registrar a dissidência. 
Lembre-se que a política de um libertário ativo é se aliar, e ceder. 
Assim, se você decidir se juntar a uma frente do CP1 exigindo a 
libertação de Angela Davis (ou a uma frente do Minuteman exigindo a 
libertação de Bob de Pugh) tenha certeza de exigir (publicamente, 
claro) que o grupo vá defender a liberdade do outro. Isso converte a 
situação em uma posição libertária (liberte TODOS os prisioneiros do 
estado) e não em uma posição de esquerda ou de direita (liberte 
 
1 Communist Party 
Samuel Edward Konkin III 
29 
seletivamente o nosso prisioneiro). Quando você tiver uma aliança 
entre o CP e os Minuteman, vá para os místicos tentando libertar o 
Padre Phil Berrigan, a irmã Elizabeth Macallister, Eqbal Ahmed e 
amigos. E então uma aliança internacional para liberar Simas Kudirka 
(ponto em que o CP sai deixando claras suas contradições) e Eudolph 
Heas e os judeus sírios e... Obviamente, se alguém libertar todos os 
prisioneiros políticos, existiriam apenas prisioneiros de crimes contra 
pessoas, e não contra o estado. Isso não levaria a anarquia? Laissez 
faire! 
AnarcoExpurgo! 
Uma convenção anarquista internacional neste estágio de 
desenvolvimento é ligeiramente irritante em suas contradições. Uma 
que tem uma representação formal com uma denominação tão estatista 
quanto "país" é com certeza perturbadora. Uma em que votos não são 
somente encenados, mas obrigatórios, é ultrajante. E uma convenção 
"anarquista" que expulsa anarquistas porque eles não “representam” os 
anarquistas em uma denominação arbitrária como “país” é inacreditável 
e de cair o queixo. 
Isso tudo aconteceu de verdade, com as vítimas sendo o Cuban 
Libertarian Movement in Exile2. Você acredita que eles foram expulsos 
por oposição ao ultra-estatista Castro? O Porco Fidel? Se essa pérfida 
traição é um exemplo da contradição dos Anarquistas de Esquerda, 
então sem mais aliança. Se não podemos nos aliar tanto aos Cubanos 
Libertários quanto aos "Anarquistas Internacionais", então nós 
removemos nosso apoio aos últimos. Cuba Estará Libre! "IMPOSTO É 
ROUBO". Defenda-se, 15 de Abril. Já disse o bastante?
 
2 Movimento Libertário Cubano em Exílio 
 
30 
O Libertarian Party, prós e contras 
Southern Libertarian Messenger - Vol. I, N° 7. 
Publicado em 1 de Novembro de 1972 
(Nota do editor [original]: O Libertarian Party não teve efeito 
perceptível na eleição, mas sua conquista é, no entanto, notável. 
Começando do zero, o LP em poucos meses se tornou uma das maiores 
organizações do movimento, galvanizando centenas na margem 
indiferente do libertarianismo ao ativismo e atraindo cobertura 
nacional da imprensa. 
(Entretanto, o LP tem seus problemas, entre os quais há a crítica 
de colegas libertários. No interesse de examinar essa crítica, o 
Southern Libertarian Messenger apresenta as duas cartas abaixo. A 
primeira é a do Sr. David Nolan, um fundador do partido e atualmente 
seu Presidente Nacional, escrevendo em resposta a um editorial no 
New Libertarian Notes [NLN] de agosto de 1972. A segunda carta é do 
Sr. Samuel Edward Konkin III, editor da NLN, e líder do Movimento de 
Ação Libertária Estudantil [SLAM] e do Caucus Radical do 
Libertarian Party [LPRC]. 
(As cartas formam a primeira parte de uma troca de várias cartas. 
Por um dólar, cópias xerox da correspondência completa podem ser 
obtidas do Sr. Konkin em 635 East 11th Street, Apt. 24, New York, NY 
10009.) 
Uma carta aberta ao SLAM 
Como um dos fundadores do Libertarian Party, achei sua edição 
de agosto do New Libertarian Notes [NLN] muito interessante e 
gostaria de oferecer algumas reações a alguns dos comentários nela 
contidos. 
Samuel Edward Konkin III 
31 
Primeiro, achei seus comentários sobre nossa abordagem para 
alcançar a Liberdade Em Nosso Tempo surpreendentemente justos, 
considerando as diferenças básicas entre suas visões e as nossas. E, 
embora certamente não esperemos que você concorde com tudo o que 
estamos fazendo, esperamos que você continue sendo um adversário 
“amigável”, em vez de se tornar abertamente hostil aos nossos esforços, 
como o pessoal de LeFevre tem feito. 
As diferenças entre o LP e o SLAM existem, a meu ver, em dois 
níveis. A diferença mais básica, é claro, é que vocês são anarquistas, 
enquanto nós não somos, pelo menos na maior parte. Cerca de 15% a 
25% dos nossos membros são anarquistas, mas o Partido como 
organização tomou posições que são explicitamente anti-anarquistas,e 
não temos intenção de mudar nossa posição. (Nós, também, temos 
nossos princípios.) 
A diferença secundária é uma de desacordo sobre táticas. Você 
tende a favorecer uma abordagem radical, ou mesmo revolucionária, 
enquanto nós favorecemos uma abordagem mais moderada e 
gradualista. Só o tempo dirá qual abordagem é melhor e, de fato, pode 
ser que ambas tenham seu lugar. Você diz que nossa abordagem pode 
afastar “revolucionários” e “libertários que evoluem da esquerda”. E 
muito possivelmente é assim. No entanto, contrariamos esse ponto 
afirmando que sua abordagem afastará todos os outros… e achamos 
que mais pode ser ganho, em termos de reverter o estado, convencendo 
51% do povo americano a desmantelar o estado contra os 49% 
restantes do que convencendo 1% da população a desmantelá-lo contra 
os 99% restantes. Nós não pedimos que você compre essa linha de 
raciocínio, mas a apontamos simplesmente para mostrar que há uma 
lógica consistente por trás de nossa metodologia, assim como há, sem 
dúvida, por trás da sua. 
Você diz, com razão, que quem defende aumentar (ou mesmo 
manter) o atual nível de Poder do estado é um inimigo da liberdade. Eu 
Escute, Libertarian Party 
32 
concordo. E o LP certamente não defende tal coisa. Diferimos de você 
apenas em quão longe, quão rápido e por quais meios defendemos 
reduzir o estado. 
Nossa Plataforma de 1972 não exige nenhum aumento do Poder 
do estado: em algumas áreas (como defesa) ela simplesmente defende 
uma mudança de prioridades, mas mesmo aí, o efeito líquido seria de 
menos ação do governo, não mais. (Considerando nosso princípio de 
defesa especificamente, deve-se notar que pedimos por um sistema de 
defesa fortalecido apenas para os EUA, ao mesmo tempo em que 
pedimos um corte drástico — até mesmo uma eliminação efetivo — de 
nosso compromisso de defender outras nações. Assim, embora seja 
verdade — como disse a National Review — que um sistema de defesa 
reforçado de natureza “policial mundial” exigiria mais gastos, o arranjo 
que defendemos não.) 
Na maioria das áreas, nossa Plataforma exige a revogação ou 
abolição imediata das atividades governamentais. Em outros, apenas 
uma redução substancial. E no final das contas, é — acho que você 
concordará — um pouco mais explícito e “radical” do que seu 
antecessor, a Plataforma Temporária. Além disso, devo salientar que, se 
não é tão “radical” quanto você gostaria, é porque aqueles que mais 
reclamam e choramingam não escolheram participar da convenção na 
qual esse foi elaborado. Fomos tão longe a ponto de pedir ao New 
Banner para que publicasse um aviso pedindo aos anarcocapitalistas 
que comparecessem e fizessem sua presença sentida, mas eles se 
recusaram a fazê-lo. 
Você acusa que nos tornaremos cada vez mais estatistas e 
propensos a ceder à medida que crescemos, e que colocaremos 
“pressão” em outras organizações libertárias para “servir aos nossos 
interesses”. A alegação anterior é pura especulação; todas as evidências 
até o momento vão contra ela, de fato. Quanto à última — apenas, 
Samuel Edward Konkin III 
33 
como iríamos exercer essa “pressão”, mesmo se quiséssemos? Não 
temos poder sobre nenhum outro grupo. 
Mais interessante é o fato de que, apesar de suas preocupações 
expressas sobre este ponto, você não parece ser contra a ideia de um 
grupo libertário “pressionar” outro per se, pois você diz que a “primeira 
tarefa” do SLAM no momento é “a organização de um Caucus Radical 
do PL”. Quem está tentando pressionar quem? 
Mas, em qualquer caso, não temos nenhuma objeção à sua 
formação de tal Caucus. Damos as boas-vindas a todos os libertários 
em nossas fileiras e, pessoalmente, sinto que a presença de um Caucus 
Radical seria saudável para o Partido, senão por outra razão, serviria 
como uma contrapressão à influência de semi-libertários que sem 
dúvida estariam entrando no Partido em números crescentes, à medida 
que o GOP e os democratas se tornam cada vez mais repulsivos. Eu 
apenas espero que, quando o Caucus Radical nem sempre conseguir o 
que quer, não dê meia-volta e tente destruir o Partido, assim brincando 
nas mãos do verdadeiro inimigo — os Nixons e Humphreys do mundo. 
Lutar contra nossos amigos — mesmo que amigos marginais — não 
faz sentido, quando há tantos inimigos comuns. 
Em qualquer caso, desejo boa sorte e que mantenha as linhas de 
comunicação abertas. 
 
Sinceramente, 
David F. Nolan 
 
 
Escute, Libertarian Party 
34 
Prezado Sr. Nolan: 
Fico feliz que você nos ache justos, e espero que sempre nos 
encontremos assim. Eu fico admirado com a sua descrição do Pessoal 
de LeFevre como “abertamente hostil”, já que eles são pacifistas bem 
conhecidos. Não acredito que sejamos secretamente hostis, e 
certamente somos criticados abertamente. Os dois níveis que você 
discerne são ambos precisos, e estou feliz por ter sua admissão 
(abertamente) de que o Partido é “explicitamente anti-anarquista, e não 
temos intenção de mudar nossa posição”. Tenho tentado convencer 
várias pessoas disso, aqui em Nova York, e espero que estejam 
dispostas a aceitar sua palavra. 
De fato, nossa posição, como você afirma, irá afastar todos os 
outros, inicialmente. Gostaríamos de ter uma aliança libertária 
abrangente para atrair todos para nós por qualquer motivo que fosse, e 
que todos entrassem na facção de seu gosto. Como meus editoriais 
apontam, sua presença tornou essa opção não mais possível e, após 
certa análise, era necessária uma organização para atrair aqueles que 
você deve necessariamente deixar de fora. Assim o SLAM ressuscitou. 
Espero que nenhum de nós seja considerado culpado de acreditar 
que a política de alguém é imutável, e que, de fato, nossos objetivos 
sejam que ambos de nós convertamos (i.e., que mudemos) as posições 
das pessoas do mundo para alguma forma de libertarianismo, mesmo 
que apenas em sua forma mais fundamental — a do me deixe em paz! 
Eu acho que você está se condenando com suas estatísticas, em que 
você deseja apenas reverter o estado para 49%. 
Quando eu era um colega delegado do National Office (“trad”) 
com você na Convenção Nacional da YAF de 1969, eu desejava ver a 
eliminação de 99% das atividades do estado (todas, exceto defesa e 
polícia), e estou chocado ao ver que, na medida em que eu progredi à 
defesa da eliminação do resto, você na verdade retrocedeu. Como 
Samuel Edward Konkin III 
35 
anarquistas, desejamos convencer quantas pessoas forem necessárias 
para que eliminem 100% do estado. 
De fato, prossigamos para seu princípio de Defesa. O argumento 
da National Review NÃO era sobre a natureza de “policial mundial” do 
sistema de defesa pelo qual advogou em sua sustentação por gastos 
para uma defesa reforçada, mas para a proteção nuclear dos estados 
Unidos continentais. Você pode desejar argumentar que eliminar o 
papel imperialista dos EUA liberará fundos, uma fração dos quais você 
usaria para aumentar as armas continentais. Pessoalmente, não desejo 
me envolver nesse tipo de argumento, análogo à economia do bem-
estar de McGovern, mas simplesmente afirmo que, na área dada para 
defesa da área geográfica arbitrariamente delimitada chamada de 
estados Unidos da América, você aumentaria gastos do estado acima 
do nível que agora ocupa. Se não é assim, seus membros “semi-
libertários” irritados podem querer perguntar a você exatamente onde 
você discorda dos especialistas em defesa do NR, e eu o deixarei à 
mercê deles. 
Não acho que tomar algumas de suas posições na Plataforma 
Temporária e torná-las insossas ou deliberadamente ambíguas na nova 
Plataforma constitua em radicalizá-la. Quanto ao seu ataque implícito 
ao meu “falar, não fazer”, sugiro que verifique seus registros para 
descobrir que fui listado como delegado à sua Convenção Nacional 
como “representante” de Nova York. Não pude viajar por falta de 
recursos financeiros. Eu não estou chorando no ombro de ninguémsobre isso, mas eu acho que suas “reclamações e [seus] choramingos” 
para mim são injustificados. 
Estou muito satisfeito em pensar que você votou a dissolução da 
Convenção e que nisso se juntou novamente com o SLAM, ou mesmo 
com a LA. Embora o Colorado seja inacessível para todos, exceto para 
ricos, resistentes ou coloradenses, as convenções estaduais que estão 
Escute, Libertarian Party 
36 
por vir devem fornecer a verificação de sua hipótese sobre nossa 
eficácia. 
Você já se tornou mais estatista ao selecionar John Hospers como 
seu candidato presidencial. Segundo minha fonte em sua coletiva de 
imprensa, Dana Rohrabacher, ele alegou estar 95% de acordo com os 
conservadores, e quando questionado por Dana como ele poderia 
conciliar suas posições de defesa e de economia, Hospers afirmou que 
as econômicas eram apenas teóricas e que ele não esperava que fossem 
promulgadas. Não mais “pura especulação”, agora um fato absoluto! 
Quanto à questão da “pressão”, você deveria, eu sugiro, reler no 
contexto do Editorial. Claramente, eu estava descrevendo a pressão 
exercida por sua existência e aparente “sucesso”. A pressão sobre os 
ativistas para defendê-lo quando algo chamado “libertário” for atacado 
em seus próprios círculos. A pressão para se juntar aos vizinhos 
ideológicos mais próximos e, se eles estão em um partido, participar 
nessas atividades pró-partido que se engajam. E quanto aos grupos, que 
constantemente serão identificados com o Libertarian Party se eles se 
identificam como “libertários”, para ou defendê-los, ou atacá-los. 
A “pressão” do Caucus Radical do LP sobre a hierarquia e 
burocracia do Partido nós seriamente não esperamos: o uso de nós 
como um contrapeso contra os Birchers, Objetivistas e conservadores 
em seu meio, eu espero mesmo. A tarefa fundamental do LPRC é 
alcançar aquelas pessoas que, como você apontou anteriormente, não 
serão alcançadas pelo SLAM e que não podem mais ser alcançadas pela 
defunta LA. Em suma, estamos tentando ligar “todos” que são 
suscetíveis ao libertarianismo radical, porém alcançando mais. Se você 
deseja configurar um “Caucus Estatista” no SLAM, sinta-se livre. 
O Partido acabará por ser arruinado, não porque entraremos lá 
com maças balançando, ou as arquetípicas bombas, ou mesmo por 
causa de nossa retórica “explosiva”. Não, infelizmente, porque o estado 
está abolido e se autodestruirá por inutilidade. Não, Sr. Nolan, como eu 
Samuel Edward Konkin III 
37 
disse anteriormente de passagem, nós dois participamos da Convenção 
de St. Louis em 1969. Você permaneceu leal ao National Office, 
enquanto eu, repelido pela injustiça e expurgos iniciados por esse 
grupo, fui para o Caucus Libertário, mesmo que envolvesse quebrar um 
compromisso pessoal com meu amigo, David Keene. 
Você sabe em que estado está hoje o Young Americans for 
Freedom. Assim será o destino do Libertarian Party quando começar a 
demitir comitês estaduais e a desafiar credenciais em alguma 
convenção em um futuro próximo para impedir que uma potencial 
maioria de libertários radicais se cristalize. E haverá jovens delegados, 
como nós há três anos, que serão levados a escolher e, ao escolher, 
perceberão as consequências necessárias das filosofias opostas, as 
“ideias que têm consequências”. Do desastre surgirá um novo e 
vigoroso movimento anarquista em número suficiente para prosseguir 
na Organização Final. 
Você pode abortar esse cenário a qualquer momento iniciando a 
eliminação antecipadamente. Aprove uma proibição contra a adesão de 
anarquistas, expulse aqueles de nós que estão em Comitês Estaduais ou 
outras “posições de influência” antes que tenhamos a chance de nos 
espalhar. Você pode me encontrar no Comitê Executivo do Free 
Libertarian Party de Nova York, esperando seu machado, e você me 
faria o favor de cumprir a previsão que fiz aos meus colegas céticos. 
É claro, você percebe que problema você nos daria. 
Especialmente quando nós, criaturas malvadas e chifrudas e 
descontentes “reclamões e choramingões” nos revelamos racionais e 
munidos de fatos e respostas para as perguntas curiosas dos inocentes 
que você pode ter levado para o Partido. 
Lutar contra nossos amigos nunca faz sentido, nem mesmo lutar 
contra neutros. Lutar contra aqueles em nosso meio que nos entregarão 
aos nossos inimigos sempre faz sentido. Tenho certeza de que você 
sente o mesmo. 
Escute, Libertarian Party 
38 
Boa sorte, David, e certamente manterei as linhas abertas. Como 
meus amigos sabem, eu me sentaria com o diabo para uma bebida e 
uma discussão política. Talvez até com Richard Nixon. Com certeza 
com David Nolan. 
Um dos seus na Liberdade, 
Samuel Edward Konkin 
Escute, Libertarian Party 
Escrito em 1974 
Por quê? 
Você pode estar cometendo um grande erro, um do qual você 
pode se arrepender, um que vai fazer você dizer: “se eu tivesse 
escutado…” 
Que erro? 
Nada é mais importante para você do que alcançar a liberdade, 
certo? Estou me dirigindo a um libertário, eu presumo. Se não, então 
me desculpe por incomodá-lo. Por favor, devolva este folheto a quem o 
entregou para que possa chegar a mais pessoas. 
Sim, sou um Libertário, e daí? 
Isso significa que você quer liberdade - e você quer desfrutar 
agora. Não com ganhos efêmeros a curto prazo. Não o total de votos, 
que são esquecidos no dia seguinte à eleição. Mas a liberdade 
duradoura para buscar seus objetivos – sejam eles quais forem – sem 
intervenção. E você isso quer o mais rápido possível – mas também 
quer que ela dure. 
Chegue ao Ponto! 
Ok, você pode parar a coerção iniciando a violência? É claro que 
não. Você pode nos proteger contra agressores estrangeiros que vão nos 
Samuel Edward Konkin III 
39 
saquear permitindo que “protetores” domésticos nos saqueiem? 
Absurdo. Você pode eliminar a instituição que monopoliza a coerção 
(1) jogando seu jogo artificialmente planejado, onde (2) ela faz as 
regras e as altera à vontade e (3) o único prêmio que ela concede a você 
é uma parte do saque que você está deveria parar? Obviamente não. 
Está nos Dizendo que não Podemos Vencer? 
Enfaticamente não! Nós (libertários) podemos vencer. E um 
partido político pode ganhar. Mas eles estão lutando batalhas opostas. 
Um partido político por sua natureza busca o controle da máquina do 
monopólio da coerção legitimada – o estado. Os libertários buscam 
abolir o estado. Um partido político não consegue abolir o estado – faz 
parte da máquina eleitoral – faz parte do estado. A raison d’être [razão 
de ser] de um partido político é capturar o estado. Qualquer um que 
tente lhe dizer algo diferente está falando coisas sem sentido. 
Você está Dizendo que um Partido Político tem de Seguir as Regras 
do estado? 
Você entendeu! As regras dele, os brinquedos dele, e dê vinte 
passos gigantes para trás se você esquecer de dizer: “Posso? 
Então um “Partido Libertário” é uma Contradição? 
Certo. E é esse o erro sobre o qual eu estava lhe alertando. Você 
não está trabalhando para a liberdade ao servir o Partido, mas para a 
divisão da Torta de Pilhagem dos chefes do Partido Libertário, você 
sabe, a “Partidarquia”. 
Então eu Deveria Perder o Interesse? 
Outro fim de linha. Enquanto você tenta hedonisticamente 
desfrutar de si mesmo nas brechas de uma economia fascista em 
crescimento, você não estará fazendo coisa alguma para parar o 
preenchimento dessas brechas. É claro, há um mercado Negro até 
Escute, Libertarian Party 
40 
mesmo na URSS. Mas é isso o que você está disposto a aceitar? Nem 
mesmo o próprio Harry está. 
Dê-me uma Alternativa. De que Outro Modo Posso eu Espalhar a 
Palavra? 
Há muitas alternativas. É disso que trata um livre mercado. 
Indivíduos oferecem seus artigos no local aberto de mercado (a Ágora) 
e o melhor vence. Então é com a venda do libertarianismo – o melhor 
pacote será vendido. 
Não está o Partido Alcançando a Mídia? 
Com que mensagem? “Maisum Partido. *Hmpph* Mais um atrás 
de meus impostos. E eles tem a ousadia de dizer que querem me 
libertar. Saiam “pra lá e me deixem ser!” Não sei você, mas essa 
resposta significa um potencial libertário para mim! E ele está certo. 
Então qual a sua Oferta Particular? 
Veja, acreditamos na eficácia da Ágora, certo? Nossa economia é 
melhor do que a de todos os outros, certo? E nós moralmente 
escolhemos o Mercado em vez de o Poder, certo? A resposta me 
encarou por anos antes de eu vê-la e pensar sobre ela, então não se 
culpe por não ter visto antes. A resposta é o que chamo de 
ContraEconomia. 
Os libertários devem passar da teoria econômica para a prática – 
de praxiologistas a agoristas – na verdade, de ser a fazer! Cada um 
pode comercializar seus bens e serviços escolhidos. Qualquer coisa, 
desde leite não regulamentado de fazendas leiteiras agoristas e trabalho 
não registrado em uma oficina agorista até fabricação clandestina de 
armas e tráfico de drogas. Libertários contratando outros libertários, 
comprando/vendendo, poupando e emprestando com outros libertários 
devem lucrar mais do que os mercadores brancos do estado. Sem 
impostos, sem licenças, sem barreiras de entrada, sem deduções em 
folha de pagamento, sem formulários burocráticos irritantemente 
Samuel Edward Konkin III 
41 
intermináveis, sem regulamentações ridículas. Em vez disso, essa 
sobrecarga será traduzida em sonegar, pagar e, finalmente, defender-se 
contra predadores burocráticos. Na medida em que os 
contraeconomistas interligados crescem, eles serão servidos por 
guardas e, eventualmente, por agências contraeconômicas de proteção. 
Quando a ContraEconomia for maior que a economia sancionada pelo 
estado, ela financiará proteção adequada contra a pilhagem do estado. 
Com o seu monopólio quebrado, o estado cessa e apenas uma pequena 
gangue de ladrões com muitos antigos inimigos permanecerá. 
Parece bom na Teoria, mas na Prática… 
É exatamente isso! Por anos os libertários viveram acreditando 
que tinham as ideias certas, mas não trabalhariam para “chegar lá”. É 
como querer atingir um orgasmo, mas rejeitar a manipulação sexual 
como meio de obtê-lo. Assim como você não pode gozar apenas 
fantasiando, você não pode obter a liberdade e a Ágora sem vivê-la 
AGORA. Acabe com essa frustração que quebrou ativista libertário 
após ativista libertário. 
Isso não é Arriscado? 
Quantas vezes você já ouviu falar que está chegando o dia em 
que seremos presos por ter pensamentos libertários? É claro que está, 
então por que esperar até sermos sobrepujados? Vamos correr nossos 
riscos agora, e, se formos presos, é por cometer atos libertários! Laissez 
Faire! 
Tanta Conversa. O que Você Está Fazendo? 
Primeiro, as New Libertarian Enterprises são contraeconômicas, 
fornecendo bens e serviços aos libertários aumentando nossa tribo. 
Como imprimir este folheto e muitas outras literaturas. E medalhões 
dos Sons of Liberty, botões, camisetas do Lunar Free State e muito 
mais, conforme o capital se acumula. E imprimindo a NLN (New 
Libertarian Notes). 
Escute, Libertarian Party 
42 
Em segundo lugar, a New Libertarian Notes está fornecendo uma 
troca de ideias para os Novos Libertários e mantendo-os entretidos 
também. Se você ainda não leu, descubra onde está a avant-garde do 
Novo Libertário. 
Em terceiro lugar, uma Aliança dos Novos Libertários se formou 
para fornecer uma frente aberta para se opor ao Estatismo e detê-lo 
enquanto a ContraEconomia faz sua parte. A NLA (New Libertarian 
Alliance) providenciará reuniões para contatos para ContraEconomia, 
distribuição de literatura, panfletagem, interação com a mídia, como 
refutações editoriais, boicotes e embargos eleitorais, manifestações 
antiestado, resistência tributária, combate à inflação e até mesmo 
atividades sociais para manter alta a nossa moral. E você pode ser 
NLA! Seu próprio capítulo mesmo. 
Talvez a New Libertarian Enterprises não seja suficientemente 
eficiente? Tem concorrentes. A NLN não é espirituosa o suficiente? 
Tem concorrência. E a Aliança dos Novos Libertários? Deixe o 
mercado decidir. Lance seu poder de compra em seu primeiro ato 
contraeconômico. Alie-se a nós na luta Por Uma Nova Liberdade. 
Ou você pode voltar à sua reunião ou convenção e votar, e seguir 
o procedimento parlamentar, e votar, e indicar alguém, e votar, e fazer 
campanha para eles (não para o libertarianismo), e votar, e ganhar ou 
perder uma eleição por diferença qualquer que isso vá fazer, e votar... 
Não, não é um sonho visionário. Você está apenas acordando 
depois de um longo pesadelo, e é a luz do sol que está ardendo em seus 
olhos.
 
43 
Ágora versus Arena 
Southern Libertarian Review – Vol. 1, N° 4 
Publicado em Novembro de 1974 
 
Como o mundo ao seu redor parece para um libertário hardcore? 
Bem, em geral, parece muito como a todos os outros… embora os 
defensores da liberdade achem ter uma parcela maior do que sua 
parcela estatística de idiossincrasia e maluquice. Os libertários se 
divertem com a comédia, entristecem-se com a tragédia, são adoçados 
com doces e amargurados com a má sorte. Sim, há rumores de que 
quando somos cortados, nós também sangramos. 
Mas há uma diferença que compartilhamos talvez apenas com os 
devotos teológicos e marxistas. Temos uma estrutura social 
compreensiva. Quando olhamos para uma história de jornal, integramos 
os fatos à nossa teoria social e tiramos conclusões. Vemos forças 
imponentes e poderosas, e varreduras da história. 
O instruído não-iniciado vê os fatos ao seu redor, mas eles são 
confusos e não são uma peça. Fazem apenas um sentido limitado e são 
explicados por teorias ad hoc lidas na coluna de ontem por algum 
especialista que já esqueceu como os interpretou. 
Um assassinato? Primeira reação: que trágico! Segunda reação: 
que insensatez dessa pessoa agir dessa forma. Terceiro pensamento: ele 
acreditava em tal e tal e, portanto, ou, ele não parecia o tipo de matar 
alguém, então o pobre homem deve ser louco! É aqui que o libertário 
radical se afasta de seu semelhante… e não apenas porque não acredita 
em insanidade. 
Talvez o libertário termine concordando que o ato foi privado e 
motivado por capricho de um homem irracional. Mas antes dessa 
Ágora versus Arena 
44 
conclusão, ele investigará outras possibilidades — possibilidades de 
que o ato tenha sido motivado por (talvez não tão esclarecido, mesmo 
assim) interesse próprio. 
Ele vai perguntar: cui bono? Bem de quem? 
As tarifas não são aprovadas por causa da grande crença das 
massas no “sistema americano” ou no “nacionalismo econômico” — 
isso é apenas o discurso de vendas. A tarifa do algodão existe porque os 
plutocratas agrícolas do algodão financiaram o lobby, compraram 
aqueles que seriam contra e pagaram editores para lançar propaganda e 
trabalhadores perversos para votar contra aqueles que se oporiam. E 
fizeram acordos com outros plutocratas que lutam por seus interesses e 
que controlam seu bloco de legisladores et al. A legislatura do país 
democrático em questão é então apenas o campo de jogo dos interesses 
poderosos. 
Eles conhecem as regras do jogo e, se não jogarem de acordo 
com elas, levam uma surra. O gladiador pode não sair do ringue e 
apunhalar César. O sistema político é a arena da classe dominante, da 
elite do poder, dos Círculos Superiores, da “conspiração” aberta de um 
estado. Os partidos políticos e suas facções são as ferramentas, as 
armas simuladas, os contadores no tabuleiro do jogo para os ricos e 
poderosos. 
Pregar populismo e sugar os ricos? Tudo bem, transforme-o no 
Partido Populista e você terá, digamos, os interesses de prata enviando 
uma torre contra alguns peões do Rei Republicano. Progressismo na 
sua bagagem? Excelente, os interesses de transporte podem obter 
“regulamentação” que finalmente resolverá o problemático problema 
da cartelização em um mercado relativamente livre.E quanto à social-democracia? Bem, as indústrias da “paz” que 
não estavam recebendo sua “parte” do roubo federal conhecido como 
Samuel Edward Konkin III 
45 
“imposto” agora podem expandir seus mercados de bens para o “bem-
estar” dos necessitados. 
Certamente o bolchevismo, o comunismo de estado bruto, é 
imune ao ganho plutocrático? Pergunte à Pepsi-Cola, que acaba de 
receber o monopólio da Coca-Cola na URSS em troca do monopólio 
das vendas e distribuição de vinhos russos. 
Talvez, se você acabou de ser levado à margem da aceitação 
dessa terrível verdade sobre o estatismo, você recua horrorizado com a 
imagem cínica apresentada. “Não há esperança?”, você pergunta. Não 
pode um Partido dos Libertários escapar do destino que tomou conta de 
todos os outros, do Whig ao Nazista? (E se você acredita que os 
nacional-socialistas foram fiéis às suas promessas de campanha, 
pergunte a um antigo seguidor de Ernst Roehm ou Gregor Strasser.) 
Não. Sem esperança. 
Mas por que temos que jogar o jogo em que o outro lado fez as 
regras e tem todas as peças? Há outro jogo cujas únicas regras são as 
leis da natureza, cujas regras podemos deduzir do estudo da ciência e 
da praxiologia. Essas regras não estão sujeitas à legislação caprichosa e 
ao conflito de interesses, qualquer que seja a interpretação que você 
preferir. 
O Mercado continua a funcionar com base na oferta e na procura. 
E sempre irá. E qualquer um que consiga obter mercadorias com custo 
relativamente baixo (talvez com riscos altos se houver muita 
intervenção do estado) para alguém disposto e capaz de pagar um preço 
relativamente alto ainda fará um lucro. O trabalhador utilmente 
engajado em satisfazer a produção demandada ganhará seu salário — 
se aceitar o risco e tomar as precauções necessárias contra roubos. O 
investidor ainda pode ganhar seu interesse apoiando o empresário e o 
trabalhador mencionados acima — se ele se proteger contra a inflação 
causada pelo estado. 
Ágora versus Arena 
46 
E aqueles cuja riqueza surgiu e é mantida em desafio ao estado e 
é ameaçada pela existência do estado serão movidos pelos interesses 
próprios a destruir seu inimigo — assim como o plutocrata é motivado 
a manter o sistema. 
Escolha a arena acima da Ágora, se quiser. Pretendo pegar 
minhas bolas de gude e ir para casa. E tenho agido assim.
 
47 
Anarco-Sionismo 
Southern Libertarian Review - Vol. 1, N° 7 
Publicado em 1 de Janeiro de 1975 
Então agora é Ábaco. 
Desde os primeiros dias da influência de Ayn Rand sobre o 
Movimento Libertário, ativistas frustrados desistiram de seus esforços 
para reformar ou se revoltar contra o estado americano para buscar a 
Ravina prometida. 
No início da década de 1960, um grupo composto principalmente 
por engenheiros e tecnólogos trabalhou em um plano para construir 
uma nação insular em uma base terrestre rasa do Mar do Norte. A 
Preform concordou com um governo minúsculo e nominal, um status 
de porto livre que prosperaria com o livre comércio entre a Grã-
Bretanha, a Noruega e a Dinamarca. Indivíduos que estavam na 
educação e na ação políticas (o LIBERAL INNOVATOR, panfletando 
a convenção do Cow Palace GOP) desistiram e publicaram o 
PREFORM-INFORM apoiando os fugitivos. 
Em seguida, os britânicos apreenderam as estações de rádio 
piratas que operavam fora de suas águas territoriais. O petróleo foi 
descoberto no Mar do Norte, e a Grã-Bretanha, a Dinamarca e a 
Noruega prontamente escavaram o fundo do mar. A multidão Preform 
ou se reduziu ou entrou em viagens escapistas, como se tornar 
nômades, trogloditas ou moradores do deserto. Eles buscaram 
“invulnerabilidade à coerção” — ou vonu — e o PREFORM-INFORM 
se tornou Vonulife. Recentemente, isso parou, e as aberrações da 
paranoia voltaram à civilização. 
Anarco-Sionismo 
48 
Operação Atlantis 
Então veio a Operação Atlântida. Mais uma vez, o leito do 
oceano anarquista era o local, e uma ilha-plataforma era para ser 
construída no Caribe. Um grupo reunido em Saguerties, NY, assumiu 
um motel e construiu um barco. Novamente eles publicaram um 
boletim informativo e iniciaram uma operação de commodities (banco 
de bens reais) chamada ATCOPS que recebia depósitos de prata. Eles 
até iniciaram seu próprio sistema monetário, o Deca (10 gramas de 
prata). 
O barco afundou e os locais em potencial foram nacionalizados, 
mas ainda estão se esgotando em Saguerties. 
Então veio Michael Oliver e seu projeto New Country, que 
acabou decidindo por um recife de coral do Pacífico chamado Minerva. 
Talvez a deusa da sabedoria tenha enlouquecido os homens envolvidos 
por sua arrogância. Assim que os planos concretos foram formados, 
Oliver se separou do resto. Um individualista ousado que realmente foi 
ao recife para fotografá-lo e reivindicar por homesteading foi queimado 
pelos organizadores quando voltou, e o navio que chegou a NY para 
transportar uma carga de anarco-imigrantes nunca navegou. Ele apenas 
atracou na doca e vazou. O cômico rei de Tonga então reivindicou 
Minerva e foi apoiado pelos estados menos engraçados de Fiji e 
Indonésia. 
Agora parece que os separatistas das Bahamas de Abaco estão 
interessados no apoio americano e estão até dispostos a ouvir John 
Hospers educadamente. Mas seus objetivos são estabelecer um estado 
próprio. O estado das Bahamas deportou Hospers como um subversivo 
perigoso e parece pronto para agir para manter seus cidadãos 
algemados. 
Samuel Edward Konkin III 
49 
Pode Funcionar? 
O vilão de todas essas peças têm sido o estado — sempre pronto 
para agir contra a abertura de uma sociedade livre em qualquer lugar. 
Mas às vezes, querido Brutus, não devemos olhar para as estrelas, mas 
para nós mesmos. Por que a intervenção do estado não foi assumida 
desde o início? Afinal, eram libertários liderando e organizando esses 
planos. Não foi a própria frustração com a onipresença do estado que os 
levou a medidas desesperadas? Por que eles deveriam acreditar que a 
própria instituição disposta a os acompanhar para casa, em seus bolsos 
e quartos, de repente ficaria “com as mãos de fora” por que eles 
cruzaram alguma linha imaginária em um globo? 
A Revolta de Atlas de Ayn Rand pelo menos enfrentava um 
estado em ruínas, um que estava se tornando muito fraco e 
incompetente para encontrar e destruir sua sociedade livre embrionária. 
É auto consistentemente óbvio que se aqueles que fazem a sociedade 
estatista funcionar a abandonarem e dedicarem seus esforços a uma 
sociedade livre, o estado cairá e a área livre funcionará. 
Mas, sem essas pessoas e condições? A é A, mas suponha que 
você não tenha A? A própria Ayn nunca apoiou um único novo grupo 
country, para seu crédito. Minha conclusão é que se os buscadores da 
terra prometida continuarem a perseguir seu Sião, apesar de um 
histórico sombrio na prática devido a erros demonstrados na teoria, eles 
não precisam de Rand, Rothbard ou, nesse caso, Konkin ou Royce. 
Szasz e Branden podem oferecer uma assistência mais concreta. 
Quanto a mim, a anarquia começa em casa.
 
50 
Estratégia Libertária I 
Southern Libertarian Review - Vol. I, N° 11 
Publicado em 18 de Maio de 1975 
Em seis anos, o Movimento Libertário aprendeu muitas lições. 
Enquanto a teoria libertária continua a evoluir e crescer, a ideologia 
básica de 1969 permanece válida. De fato, a teoria libertária reagiu ao 
estímulo das oscilações e solavancos de estratégias conflitantes. 
Para que não estejamos condenados a revivê-la, vamos rever 
nossa história. A partir de dezembro de 1968, a estratégia libertária foi 
direcionada tanto para influenciar os conservadores quanto para a 
conversão dos independentes. Era totalmente educacional ou 
derrotista1. O Rampart College de Robert LeFevre, a FEE de Leonard 
Read, a FEI2 de Joe Galambos, o NBI3 de Nathaniel Branden, o IHS4 
de F.A. Harper e o ISI5 de Frank Chodorov eram todos institutos 
educacionais. Os VonuLifers,o grupo Atlantis e os Oliveritas estavam 
procurando uma fuga. Exceto pelo panfleto do LIBERAL 
INNOVATOR no Cow Palace em 1964, nenhum libertário estava 
envolvido em uma campanha política, exceto como indivíduos 
desviantes. Muitos apoiaram Nixon em 1968, mas eram pessoas 
claramente de tendências conservadoras. 
 
1 Derrotismo, tradução suave derivada do conceito de Retreatism de Robert K. 
Merton’s. Esse conceito descreve, em poucas palavras, a atitude de ceder 
terreno diante dos objetivos dominantes de determinada sociedade ou grupo 
social. 
2 The Free Enterprise Institute 
3 Nathaniel Branden Institute 
4 Institute for Humane Studies 
5 Intercollegiate Society of Individualists 
Samuel Edward Konkin III 
51 
A própria vitória de Nixon e a venda de seus modestos objetivos 
libertário-conservadores azedaram esses “individualistas em 
campanha”. A ascensão da organização ativista como alternativa à 
campanha política e a aparente possibilidade de revolução da New Left 
atraíram os ativistas para uma alternativa plausível. Os libertários 
organizaram um caucus dentro da YAF com resultados que todos 
conhecemos. Em dezembro de 1968, Rothbard e seu pequeno grupo de 
libertários radicais — Block, Tuccille, Childs. et al.— migraram para 
trazer o libertarianismo para o SDS e à New Left. A Radical Libertarian 
Alliance6 foi formada. 
Em 1969, a tática de coalizão de direita explodiu em St. Louis. 
Mas dentro de um mês a tática de aliança com a New Left também se 
desfez em Nova York. Para surpresa dos líderes do Libertarian Caucus7 
e da RLA, o resultado foi a formação de Alianças Libertárias 
independentes em todo o país, com as organizações centrais da RLA e 
do SIL8 se tornando apenas “tendências”. A SIL se adaptou, tornando-
se um centro de intercâmbio para os moradores mais dispersos. RLA 
passou brevemente de um grupo revolucionário para um grupo de 
campanha política no final de 1971, e os Citizens for a Restructured 
Republic prontamente morreram na campanha de 1972. 
A graduação nas universidades começou a decair as alianças 
libertárias baseadas em campi de 1970-72, e as AL começaram a se 
reimplantar nas comunidades conservadoras. Eventualmente, elas se 
exibiriam como Clubes de Jantar, Igrejas Libertárias, ou apenas como 
eventos (por exemplo: NYLA de Gary Greenberg). Essas eram raízes 
sólidas sendo estabelecidas, mas dificilmente eram como as atividades 
espetaculares de “sacudir o mundo” do período de 1969-71. 
 
6 Aliança Libertária Radical 
7 Caucus Libertário 
8 Society for Individual Liberty 
Estratégia Libertária I 
52 
Mais escapismo foi oferecido (Minerva, Ábaco) e os educadores 
continuaram educando. Muitos libertários buscaram atividades de 
longo alcance mais valiosas, combinando seus negócios ou carreiras 
profissionais com a defesa libertária: administrando negócios em bases 
agoristas, fazendo jornalismo, pesquisa acadêmica e até televisão e 
rádio (Lowell Ponte, Ron Kimberling). 
Muitos libertários também se voltaram para dentro com 
incessantes sessões de psicologia e autocrítica em grupo. Esse foi o 
Movimento como refletido em 1972 em, digamos, NEW 
LIBERTARIAN NOTES, e que poderia ser reunido a partir de RAP, 
LIBERTARIAN FORUM, REASON, ACADEMIC ASSOCIATES 
LETTER, VONULIFE, FREEMAN, SIL NEWS, PACIFIC 
LIBERTARIAN e muitos boletins locais. 
Mas em dezembro de 1971, a heresia da campanha política 
ressurgiu. Para dizer o mínimo, o Seu Amigável Anarcocolunista da 
Vizinhança dificilmente foi um observador imparcial dessa erva 
daninha em nosso jardim. Mas, mesmo assim, parecia-me óbvio de 
onde tirava seu apelo. Primeiro, a necessidade de uma visibilidade 
pública do “movimento de massa” que carregavam muitos libertários 
que, de outra forma, eram bastante sólidos na doutrina. E, segundo, 
havia muitos recém-chegados que não “aprenderam a lição” em 1968 e 
estavam confusos o suficiente para acreditar que a liberdade pode ser 
imposta, i.e., “votada”. 
O Libertarian Party9 deveria ter entrado em colapso tão rápido 
quanto o CRR, já que seu voto popular estava tão abaixo do número de 
libertários elegíveis que chegava ao ponto de mostrar sua rejeição e 
muito mais. 
 
9 Partido Libertário 
Samuel Edward Konkin III 
53 
Mas, embora fosse óbvio em NY e na Califórnia, os libertários no 
resto do país estavam muito dispersos para perceber sua verdadeira 
força (cerca de 100.000, de acordo com as listas da época, com menos 
de 10.000 votando em Hospers). Além disso, a rápida confusão 
eleitoral de Roger MacBride desviou a atenção da esmagadora rejeição 
do LP. 
Outros libertários fizeram campanha para Nixon (acredite ou 
não), McGovern, Schmitz e Spock; e até ouvi falar de um ou dois que 
votaram em Linda Jenness (trotskista). A maioria dos libertários não 
votou, e a Liga de Não-Eleitores de Sy Leon obteve excelente cobertura 
dentro e fora do processo eleitoral. 
1973 foi o ano do LP. A oposição mais viável parecia ser uma 
facção radical dentro do LP, embora isso novamente fosse enganoso. O 
caucus radical (RC) estava firmemente enraizado na tradição libertária 
antipolítica e sendo nutrido por todo o Movimento fora do Partido — 
de LeFevrianos a Brownianos, e até mesmo um simbólico 
Galambosiano! 
Assim que uma campanha política real ocorreu em 1973, a 
desilusão começou e as fileiras do RC começaram a crescer. Muitos 
partidários simplesmente desistiram imediatamente. O fogo irrompeu 
nas convenções estaduais e nacionais de 1975 do LP. Na primavera de 
1975, apenas os menores partidos estaduais da Costa Leste não haviam 
sofrido uma grande divisão, algumas “divisões” envolvendo quase todo 
o partido. Significativamente, aqueles que fugiram eram muitas vezes 
os principais ativistas, editores de boletins e teóricos. 
A longa e meticulosa construção de uma sociedade livre por meio 
de uma ContraEconomia não pode ser realizada por um atalho. Mas, 
ainda pode-se argumentar, não há como aproveitar esse impulso 
profundo para fazer campanha publicamente e atrair os novos recrutas 
que as campanhas de Goldwater/YAF e McGovern atraíram? Não 
existe uma campanha “pura” que pode obter todos os benefícios da 
Estratégia Libertária I 
54 
campanha eleitoral do LP, mas evitar os problemas mortais da 
organização monopolista, do tropeço do poder e, em última análise, ser 
um Judas Goat para o estado? 
Obviamente, não há Ninguém que possamos patrocinar. 
(próximo mês: Contra-Campanha de 76) 
 
 
55 
A Contra Campanha de 76 
Southern Libertarian Review - Vol. 1, N° 12 
Publicado em 1 de Junho de 1975 
Na última edição, Seu Amigável Anarcocolunista da Vizinhança 
esboçou os últimos seis anos da história do Movimento novamente, 
dessa vez focando na estratégia. A falha de todas as táticas usadas até 
agora, com a exceção da de algum modo árdua abordagem 
contraeconômica (trabalho duro e todas essas coisas) foi notada, e a 
heresia do Partido foi apontada como o mais flagrante fracasso. Mas 
também notada foi a pulsão por exibição por parte de muitos 
libertários, um desejo por visibilidade em uma Campanha Pública. 
Realmente, sobre a única coisa positiva que o Partido ao menos 
reivindicou para si mesmo foi que ele atraiu pessoas através de 
campanhas públicas (uma reivindicação falsa, de todo modo — o 
Partido ainda deveria converter uma pessoa que seja, que não seja 
alguém que obteve suas filiações para as fileiras libertárias de antigos 
LAers, NBIers e por aqueles conversos-leitores) 
Vejamos alguns dos problemas envolvidos numa campanha 
política. Primeiro, o Partido precisa ser um monopólio com indivíduos 
sujeitando a si mesmos para ou se comprometerem ou venderem-se 
sem rodeios para se unirem sob um candidato. Por quê? Para dar a ele 
uma chance de vencer. Por quê? Para tomar posse, é claro. 
O que nos traz para o próximo problema. Um libertário em posse 
é outro político com poder para nos oprimir. Ou ele possui o podere 
evita usá-lo (nos ameaçando) ou o usa (nos coagindo). A Ninguém isso 
pode ser confiado, claramente. 
E a quem poderíamos confiar sem sacrificar nossos princípios? 
Sob quem poderiam os estudantes de Murray Rothbard, Robert 
A Contra Campanha de 76 
56 
LeFevre, Ayn Rand, Leonard Read, Joseph Galambos, Karl Hess, 
Robert A. Heinlein, El Rayo, Natallee Hall, e Harry Browne se unir? 
Ninguém. 
Finalmente, que candidato poderiam os libertários recrutar de 
nossas fileiras com apelo popular o suficiente para trazer grandes 
números para sua campanha afim de que pudéssemos usar então todos 
os nossos anseios libertários para os radicalizar? Novamente Ninguém. 
Olhe para a eleição de 1974 com Republicanos, Democratas, 
Independentes Americanos, e com os Peace & Freedomers. 62% (5 a 
cada 8, de acordo com as contagens) votaram em Ninguém. 
Claramente, ela é a candidata mais popular, a favorita para 1976. 
Quem? Quem mais? Ninguém, é claro. 
Olhe para as vantagens dela! (Eu não posso chamar Ninguém de 
ela, em verdade, visto que não é verdade que Ninguém é mulher, mas 
também é falso que Ninguém é homem. Então, como uma cortesia 
para as feministas, eu uso o feminino. Apesar de tudo, quem liga se 
Ninguém está ofendida?) 
Ninguém desistiria de seu poder caso fosse eleita. Ninguém está 
livre de ser um foco de contendas de facções. Ninguém já comanda um 
amplo suporte vindo do povo. (Testemunhe a breve campanha Vote em 
Ninguém da NLA1 e as atividades prévias da Liga dos Não-Eleitores 
para instrução em grande publicidade e quase sem custo). 
Considerando a seriedade da Cadeira do Presidente, Ninguém 
seria a favor de uma campanha caprichosa e sagaz para cortejar os 
cautelosos. 
Ninguém falharia em seduzir os novos conversos ao Estatismo. E 
ninguém iria falhar em ter mais um “culto de personalidade” se 
 
1 New Libertarian Alliance 
Samuel Edward Konkin III 
57 
desabrochando ao redor dela. Negros e rednecks, feministas e 
chauvinistas homens, os pobres e os ricos, os fãs e os críticos, ex-
liberais e ex-conservadores poderiam todos se identificar de uma vez 
com Ninguém. Quem mais pode fazer essa afirmação? 
E, falando em campanha, eu posso vê-la agora. “Ninguém no 
Congresso estava contra os Impostos em 76! Vote em Ninguém!” 
(Ótimo por volta do dia 15 de Abril). “Ninguém pode representar seus 
interesses no governo. Ninguém para Presidente!” “Ninguém merece 
viver de seu dinheiro suado dos impostos. Ninguém é nosso Homem!” 
(Ou mulher, pessoa, senciente, coisa…) 
E lembre-se, caro leitor, Ninguém pode manter mais do que um 
escritório nos EUA. Ninguém para o Congresso! Ninguém para o 
Senado! Ninguém para prefeito! Ninguém para governador! Ninguém 
para vereador… whoops, quase esqueci dos governistas limitados. 
Antes que eu me empolgue (yeah!) com caprichos, tal campanha 
está começando neste ano em vários estágios. No dia 4 de Julho, a 
Contra-Campanha de 76 será anunciada para o movimento libertário. 
Gostaria de ter uma franquia em sua área? No final das contas, mesmo 
se tivermos um Comitê de estado em sua área, você poderia sempre 
estabelecer um Comitê Congressional Distrital, um comitê de condado, 
uma assembleia de comitê distrital, ou o que quer que seja. Há muito 
para todos. Tudo o que o Comitê Nacional pede é que se você 
republicar nossas propagandas em publicações que não cobrimos (ou 
colocar seus próprios folhetos), você dívida 50-50 conosco. Caso não 
queira, mandaremos a você uma “carta de autorização” para você 
mostrar aos estatistas locais sem maiores problemas. 
Consiga o rápido, o rápido alívio da ansiedade política. Ninguém 
pode vencer! A Contra-Campanha de 76 pode até mesmo ter uma 
Convenção de Nomeação Nacional em 1976. O melhor lugar seria em 
Kansas City, uma semana antes do Dia do Trabalho. Espera-se que uns 
10.000 fãs de FS estejam no Hotel Muehlebach para ouvir o convidado 
A Contra Campanha de 76 
58 
de honra da Worldcon — Robert Heinlein. Libertários e simpatizantes 
estarão altamente concentrados lá de todo modo. 
“Sr. Chairperson, o estado da Virgínia unanimemente nomeia 
Ninguém para Presidente!” Aplausos, balões, danças. (As feministas 
podem chamar homens para fazer kick lines, se elas quiserem. 
Ninguém não ligaria). 
Naturalmente, algumas credenciais de delegados 
serão vendidas descaradamente. (Parecem muito como as convenções 
regulares para mim — Ed.) No final das contas, Ninguém está livre da 
corrupção. E sendo essa a era de Watergate, ninguém está livre de 
escândalo e mancha! 
Aí está você, pessoa hardcore. O problema que postulei no início 
desta coluna está resolvido. No final das contas, eu não poderia 
simplesmente fazer escárnio e criticar sem ter um plano de ação 
positivo. Ninguém esperaria isso de mim! E lembre-se, você pode votar 
para Ninguém no conforto de seu próprio lar. (Envie seu nome e 
endereço para o editor desta publicação se você estiver interessado ou 
em fazer campanha para Ninguém e/ou quiser ser um delegado). 
 
 
59 
Estratégia Libertária II 
Southern Libertarian Review - Vol. 1, N° 11 
Publicado em 1 de Setembro de 1975 
Entre a miríade de programas de reforma, revolução, emigração e 
fuga no subsolo, para as florestas, dentro e sob o oceano e para o 
espaço sideral, a Libertarian Caucus Technique [Técnica do Caucus 
Libertário] (LCT) se destaca por uma característica distintiva: foi 
observada em funcionamento. 
Este artigo não é uma fabricação completa ou uma tentativa de 
aplicar outros modos de ação antiestado bem-sucedidos às exigências 
libertárias. Este artigo, em vez disso, apresenta os princípios 
subjacentes a uma tática de sucesso já comprovada, de modo que possa 
ser sistematicamente aplicada e usada quando apropriado e necessário. 
Como todos os planos que levam à batalha, a LCT pode ser 
frustrada e as tropas podem se perder no processo. Já que você está 
lutando pelas mentes, corações e almas dos outros, é isso que você está 
colocando em risco. 
A chave para o sucesso de um caucus libertário é a infiltração 
estratégica. Os termos soam frios e calculados e devem ser assim. A 
falha em acionar a estratégia no momento apropriado — 
independentemente dos sentimentos pessoais — estragará a técnica. 
Não é para os de coração mole. 
Finalmente, a LCT é judô político. O pivô é a “sanção da vítima”, 
o ponto vulnerável sempre presente no aparato do estado. Como todas 
as formas de judô, exige que o oponente venha até você e jogue seu 
peso. Você simplesmente ajusta a direção de sua trajetória para que ele 
caia de costas, e não em cima de você. 
Estratégia Libertária II 
60 
Isso requer paciência e desapego. O infiltrado estratégico nunca 
pode forçar o problema, nem pode iniciar uma ação (além de configurar 
o LC1). Ele precisa sempre responder, reagir aos problemas que a 
oposição lhe dá. É claro, ele pode ser incrivelmente adepto a descobrir 
problemas onde outros podem não ter notado. Mas “liderança” que 
tropeça no ego simplesmente não funciona. 
O Caucus Libertário 
A técnica do caucus é um velho truque político, muito mais 
prevalente na esquerda nos EUA, mas que cruza o espectro em países 
parlamentares. Um caucus é simplesmente uma reunião de detentores 
de votos dentro de um bloco eleitoral maior. Um bloco ou coalizão em 
países parlamentares vota para se manter no poder. Os próprios 
partidos geralmente usam alguma espécie de caucus, mas geralmente 
têm caucus internos separados que representam suas fontes ideológicas 
de força. (Observe como a ideia está próxima da “sanção da vítima”2). 
O Conservative Party3 da Grã-Bretanha tem um “Monday Club” 
de direitistas de livre iniciativa que formam um caucus para pressionar 
o Partido a manter a ideologia diante do pragmatismo. O Labour Party4 
tem o Tribune Group que faz o mesmo pela pureza ideológica 
esquerdista. Os Free Democrats of Germany5 tinham tanto um caucus 
de esquerda quanto um caucus de direitada National Liberal Action6, 
embora os líderes deste último tenham desistido e se juntado aos 
 
1 Libertarian Caucus 
2 Termo usado corriqueiramente por Ayn Rand e remete ao processo dos 
explorados não apenas aceitarem calados a exploração, como ainda 
defenderem e justificarem sua existência através da moral do altruísmo, do 
sacrifício, do coletivismo. 
3 Partido Conservador 
4 Partido Trabalhista 
5 Democratas Livres da Alemanha 
6 Ação Liberal Nacional 
Samuel Edward Konkin III 
61 
Christian Democrats7. Os Italian Christian Democrats8 são fortemente 
dominados por facções, e seu caucus de esquerda busca uma coalizão 
com os comunistas, enquanto seu caucus de direita contempla os 
neofascistas. 
Nos EUA, pode-se pensar em exemplos parlamentares como o 
Wednesday Club9, o Conservative Study Group10, o Black Democratic 
Caucus11 e assim por diante. 
Os Students for a Democratic Society, que eram um grupo 
abrangente da New Left, estava carregado de vários caucus: Worker-
Student Alliance12, Revolutionary Youth Movement13, Anarchist 
Caucus14, Independent Socialist Caucus15, vários caucus trotskistas e 
assim por diante. 
Um caucus tem duas funções: uma para o grupo como um todo, a 
outra para os membros do caucus. Serve ao primeiro, mantendo a 
facção caucusada pacificada e parte do grupo, e serve ao segundo, 
defendendo sua posição na esperança de torná-la a dominante. A 
primeira função é realista e obviamente funciona, pelo menos por um 
tempo. A última não é e não funciona. 
Caucus que capturam o controle temporário dos partidos políticos 
americanos foram derrotados (William Jennings Bryan pelos 
populistas, George McGovern pelos radclibs), vendidos (Thomas 
 
7 Democratas-Cristãos 
8 Democratas-Cristãos Italianos 
9 Clube das Quartas 
10 Grupo de Estudo Conservador 
11 Caucus dos Democratas Negros 
12 Aliança Trabalhador-Estudante 
13 Movimento Revolucionário da Juventude 
14 Caucus Anarquista 
15 Caucus Socialista Independente 
Estratégia Libertária II 
62 
Jefferson pelos velhos republicanos, Abe Lincoln pelos Free Soilers), 
ou ambos (Barry Goldwater pelos conservadores). Em um caso que fala 
por si só foi a tomada do Peace and Freedom Party16 pela California 
“Libertarian” Alliance17, onde a CLA acabou com um cadáver. 
Talvez um grupo simplesmente organizado para assumir um 
partido fosse bem-sucedido — exceto que tal “Power Caucus” não 
cumpriria a primeira função de obter a aprovação de algumas vítimas 
com princípios. Contradição. 
Para derrotar essa contradição real, a aparente é abandonada. Os 
estrategistas do Libertarian Caucus entram com o pleno entendimento 
de que não tomarão o poder. Na verdade, quanto menos influência eles 
parecem ter, melhor para a estratégia! 
Objetivo Estratégico da TCL 
O objetivo [ou meta] dos ativistas libertários é a construção de 
uma sociedade libertária viável. Uma sociedade libertária viável é uma 
coleção de indivíduos que possuem as seguintes características: 
rejeição de todas as reivindicações sobre outras vidas e propriedades, 
recusa de subjugar seus selves (egos) em um coletivo e aceitação de 
uma aliança com outros indivíduos que possuam as duas primeiras 
características para fins de defesa. Qualquer indivíduo em uma 
sociedade libertária não precisa possuir essas características; mas 
é necessário que um número suficiente possua para cumprir a meta. 
Não preciso detalhar o que é óbvio neste ponto: o libertarianismo 
não pode ser imposto de cima para baixo. A falha em impor o 
libertarianismo é, de fato, uma medida de sucesso do libertarianismo. 
Contradição. 
 
16 Partido da Paz e Liberdade 
17 Aliança “Libertária” da Califórnia 
Samuel Edward Konkin III 
63 
Tais coletivos como partidos políticos e organizações ideológicas 
relacionadas e grupos de pressão operam contra os objetivos do 
libertário. Assim, o infiltrado estratégico tem uma vantagem 
incomparável se for um libertário: ele não teme a destruição do coletivo 
em que está se infiltrando. Na verdade, ele a acolhe. 
Com esse ponto em evidência, deve-se salientar que a 
sobrevivência a curto prazo ou mesmo a médio prazo do grupo 
infiltrado é uma consequência menor para o infiltrado estratégico do 
que seu objetivo principal: criar libertários, aumentar suas fileiras de 
aliados. 
Portanto, o infiltrado estratégico emprega aquelas táticas que 
promovem a rejeição da ética coletivista, que encorajam a rejeição do 
auto sacrifício, e que elevam a consciência dos membros não 
conscientes para ver com clareza a fraude e a coerção ocultas. 
Os membros do Partido são submetidos a um trauma em que 
devem escolher entre alternativas que antes consideravam compatíveis. 
Em uma dessas crises, o membro rejeitará a adesão ou a aceitará sem 
maiores reservas. Este último se juntará às fileiras do inimigo. Os 
primeiros, se expostos ao pensamento libertário ao longo do caminho, 
podem finalmente elevar sua consciência ao teu nível e se juntar a você, 
ou trabalhar para teus fins por conta própria. 
Alguns basicamente entrarão em choque com o trauma e 
simplesmente irão “apagar”. Eles rejeitam a realidade da escolha, mas 
não conseguem manter a evasão de que a escolha não é real. Eles 
desligam seus cérebros. 
Algumas Táticas para a Técnica do Caucus Libertário 
As táticas que você usa para criar a LCT são específicas para o 
grupo em que você está. Claramente, uma tática para uso no Comitê de 
Mobilização Estudantil Contra a Guerra etc. será diferente de uma 
usada na John Birch Society. Por outro lado, algumas táticas na 
Estratégia Libertária II 
64 
infiltração do Democratic Party18 podem ser aplicáveis à infiltração do 
Republican Party19. 
Vamos analisar alguns exemplos históricos e ver o que 
funcionou. O primeiro caso tentado nunca decolou, ou seja, a 
infiltração RLA do SDS. O segundo caso, a infiltração RLA da YAF, 
foi incrivelmente bem-sucedida. 
Os infiltrados criaram um Anarchist Caucus (AC) para empurrar 
explicitamente a posição libertária pura e hardcore. No entanto, a ação 
foi realmente travada no Caucus “Libertário”, onde se encontravam em 
grande número aqueles que achavam que os libertários poderiam 
trabalhar com os estatistas conservadores. O “agit-prop20” antes do Con 
aumentou a consciência do grupo-alvo. A literatura distribuída na 
Convenção de St. Louis foi uma incitação deliberada aos “Trads” 
(conservadores tradicionalistas) – The Tranquil Statement da RLA, The 
Match! do SLAM, e “Listen YAF” de Rothbard no The Libertarian 
Forum. Rothbard começa explicitamente sua agitação clamando por um 
Cisma — equivalente a “tomar o high ground” em termos militares. 
O AC trouxe Karl Hess para falar sob o arco da convenção. 
Algum Trad chamou a polícia para acabar com a reunião. O AC 
explorou sua imagem falsa e desafiou Buckley a debater com Hess. 
Buckley recusou, e o AC agora tinha evidências para apoiar suas 
alegações de que os conservadores Trads não queriam compromissos 
com os libertários. Uma deserção da chapa LC para a chapa do Trad 
National Office foi pega e usada como evidência de que não se podia 
estar em ambos os campos. 
 
18 Partido Democrata 
19 Partido Republicano 
20 Agitação-Propaganda 
Samuel Edward Konkin III 
65 
Ainda assim, quando a questão surgiu, os Trads estrangularam 
seus próprios linhas-duras para passar a impressão de uma posição 
indecisa sobre o alistamento para dar aos LCs esperança de vitória “na 
próxima vez”. O AC revidou com uma posição dura sobre o 
alistamento, que na verdade passou pelo comitê com alguma ajuda 
simpática para se tornar uma plataforma minoritária. Quando ficou 
óbvio que os delegados estavam dispostos a aceitar um compromisso 
sobre o cisma, um provocador do AC queimou o que parecia ser seu 
cartão de convocação. Um ato simples, mas uma contradição com o 
compromisso que estava sendo votado. A polarização resultante, a 
divisão da YAF e a formação domovimento libertário moderno são 
bem conhecidas, mas a infiltração estratégica não é. 
Algumas das primeiras tentativas feitas por mim mesmo para 
converter o que observei em St. Louis em uma ciência trouxeram 
resultados inconclusivos – uma divisão entre os manifestantes 
antiguerra no Camboja e o Caucus Anarquista em uma Convenção de 
Jovens Republicanos de Wisconsin. Uma mudança para a Wisconsin 
Alliance (um novo partido de esquerda) mostrou sinais de dar frutos, 
mas não pôde ser concluída já que parti para Nova York. Só para 
manter a prática, separei um capítulo do YIP na UW. 
Em Nova York, vários grupos antiguerra foram infiltrados, mas 
com exceção dos War Tax Resistors21, tivemos pouco sucesso. A razão 
é que não tínhamos identidade comum com aqueles que procurávamos 
conquistar. Nossas grandes diferenças tornaram quase impossível que o 
“melhor público” nos visse articulando suas posições de forma 
consistente, para que os poderosos pudessem parecer mais próximos 
deles. (Nós conseguimos alguns anarco-esquerdistas em um comício 
quando começamos um cântico contra um orador trotskista de 
“Lembre-se de Kronstadt! Trotsky era um açougueiro!”) 
 
21 Resistores de Impostos de Guerra 
Estratégia Libertária II 
66 
Depois veio a clássica história de sucesso da infiltração 
estratégica, a dissolução do Partido “Libertário”. Segui rigorosamente a 
fórmula acima, com um erro, embora soubesse na época que estava 
apressando as coisas. 
Em 1973, o LP emergente havia criado a imagem de um pequeno 
bando de antipolíticos à margem do movimento, principalmente 
apagados, coral reefers e pacifistas, impotentes contra os políticos. Dois 
anos depois, o caucus radical conseguiu restaurar a ala antipolítica do 
movimento libertário a pelo menos um status igual ao dos políticos (por 
exemplo, o debate “Essay Review” da Libertarian Review entre Crane 
e eu), a posição consistente e hardcore foi admitida como estando (ou 
temida quando não concedida) no lado antipolítico, e os membros do 
Partido foram expurgados, evitados e atacados por meramente terem se 
associado ao poderoso e mortal RC e a mim – uma caça às bruxas à 
tradição clássica. 
[TO-DO: Devemos vincular com o artigo de LR? —dig.ed.] 
Os detalhes de como foi feito estão em New Libertarian 
Notes, especialmente nas edições #32 & #33; Não tenho a intenção de 
repeti-los aqui. Aqueles que leem esta publicação e vêem os eventos de 
1974 na visão de Hr. Royce agora têm a resposta para sua pergunta 
comum. “Mas o que Konkin queria?” 
[TO-DO: Definitivamente vincule a NLN quando tiver. —
dig.ed.] 
Os custos da Infiltração Estratégica 
É preciso escolher entre amigos, que não serão aliados, e aliados 
que simplesmente não serão bons amigos. Eu fiz, com alguns 
arrependimentos, talvez. 
É preciso estar pronto para transformar tudo em sucesso. Quando 
o “establishment” (chame de National Office, chame de Trads, chame 
Samuel Edward Konkin III 
67 
de “Partidarquia” (Partyarchy), chame de chefes —, mas certifique-se 
de delinear um inimigo claro, forte e visível) derrotar sua questão por 
mais princípios, acuse-os de repressão. Quando eles aceitarem suas 
reformas, cobre-os com uma cooptação — e imediatamente aumente 
sua demanda. O establishment não pode fazer nada certo — o que é, de 
fato, uma das verdades que você está tentando transmitir. Nunca perca 
isso de vista — nunca comece a pensar que você tem uma chance de 
vencer o inimigo, e que eles não podem ser tão maus. Então sua função 
de caucus está funcionando. 
Deve-se estar pronto para destruir o que se construiu. Em 
novembro de 1973, o desastre da campanha de Youngstein engrossou 
as fileiras do caucus radical antipartidaquista a ponto de eu prever a 
vitória dos reformadores na próxima convenção na primavera. Assim, 
renunciei. (Dois anos depois, eles assumiram e expulsaram Rothbard 
— mas sem os hardcore em suas fileiras.) 
Pode-se confiar que outros não “se venderão” se organizarem 
uma “infiltração estratégica”? Bem, se eles tiverem o benefício do 
suporte vigilante que eu tive no LP, com Andy Thornton, Neil 
Schulman, Abby Goldsmith e outros do círculo íntimo, talvez. É um 
risco real. 
Essa estratégia pode funcionar, digamos, no Partido 
Republicano? Acho que pode, pelo menos nos níveis mais baixos, onde 
os idealistas ocupam as fileiras dos batedores de calçada. Não tenho 
nenhuma inclinação para prosseguir com a estratégia no futuro 
próximo. Mas para aqueles com constituições fortes, altos graus de 
controle sobre suas emoções e estômagos fortes para os esgotos 
políticos, você é bem-vindo às ideias aqui. Deixe-me saber como você 
faz e podemos comparar as notas. 
A política, como o grande Frank Chodorov tão bem analisou, é o 
conflito pela pilhagem que ainda está por vir. Como ele, estou disposto 
a sujar minhas mãos nesse jogo inescapavelmente podre e imoral; e 
Estratégia Libertária II 
68 
mais uma vez como ele, eu gostaria de fazer a recepção do dia em que 
nosso desprezo e escárnio serão suficientes para lidar com a política. 
Nesse dia, teremos a sociedade livre pela qual ansiamos. 
 
69 
Invasores do Estado 
Southern Libertarian Review - Vol. 5, N° 2 
Publicado em 1 de Abril de 1976 
O Partido Libertário é o veículo de uma invasão do estado às 
fileiras do movimento libertário. Seus defensores, fiéis à necessidade 
de misticismo e contradição do estado, clamam que o PL é a estratégia 
prática para obter a sociedade livre; caso contrário, é outra tática, a ser 
experimentada e testada com outras táticas; na falta disso, é uma 
ferramenta educacional, para atrair convertidos como um passo para o 
ativismo contraeconômico hardcore. 
O PL é o Nenhuma das Opções Acima. É um instrumento vicioso 
do estado. Para os libertários, é imoral, impraticável, antieconômico, 
estrategicamente inseguro e praxiologicamente debilitante. 
O fundamento do estatismo é o misticismo deliberado, calculado 
para obter a aquiescência dos oprimidos ou “a sanção da vítima”. A fim 
de obter essa “autoridade”, ou legitimação de ações imorais, cria 
formas sem sentido para deslumbrar as massas – grande feitiço! Tal era 
o governo divino dos reis, tal era o nacionalismo, tais eram os 
imperadores e czares que restauravam a glória morta de Roma. Tal 
também é o jogo da democracia. A regra é reter para si a violência, mas 
lutar pelo uso de violência aceitável e legitimada. Aqueles que 
disputavam as rédeas do poder eram chamados, na Inglaterra 
hannoveriana, de partidos na disputa. 
Um partido político, então, é um coletivo cujo propósito 
primordial e razão de ser é tomar o controle do estado para pilhagem e 
coerção por sua causa. (Restringir a pilhagem de curto prazo — o 
liberalismo — é uma possível causa.) Todas as reivindicações do 
contrário são tolices e mentiras. 
Invasores do Estado 
70 
Um “Partido Libertário” é uma pura contradição — se libertário 
significa anti-coerção e, portanto, antiestado. Aqueles que se juntam 
abertamente proclamam sua lealdade a uma “gangue secreta de 
assassinos e ladrões” — derrubando o sigilo. E assim se proclamam 
imorais. 
A maioria dos norte-americanos têm uma compreensão 
inarticulada de que a política é uma tomada de poder nauseante. Cinco 
em cada oito eleitores rejeitaram-se a usar seu direito a voto em 1974, 
preferindo não se sujar no jogo. Essas pessoas respondem 
positivamente a uma imagem do libertarianismo como um veículo para 
uma Sociedade Sem Política, e ficam confusas e hostis aos apelos para 
se registrar e votar em uma posição que não acredita em registro nem 
voto. 
Além disso, muitos eleitores são coagidos e intimidados a votar 
pela propaganda forçada pelo estado, lançando culpas injustificadas no 
eleitor relutante. Os mesmos fundamentos que justificam o 
recrutamento são ouvidos: “Dever! Honra! País! Salve a Democracia!” 
Um ataque a essa hipocrisia alivia essas pessoas e as faz olhar 
favoravelmentepara o movimento que não exige um auto sacrifício tão 
mesquinho. 
O PL afasta a grande maioria faminta por uma posição libertária 
consistente. É, portanto, uma arma prática e extremamente potente — 
para o estado! 
Centenas de milhares de dólares são desperdiçados por libertários 
que doam tempo e tesouros para os cofres inchados do PL. Nem 
mesmo Nelson Rockefeller poderia pagar os pródigos $6,50 por voto 
desperdiçados pela Campanha Tuccille para Governador do Partido 
Libertário Livre de Nova York em 1974. E Rockefeller contrata seus 
funcionários de campanha. 
Samuel Edward Konkin III 
71 
Como um exemplo brilhante de eficiência de mercado, o Partido 
Libertário é um grande argumento para a burocracia. 
A última posição dos defensores do PL é afirmar que pelo menos 
os políticos podem usar o partido como um trampolim para o exterior. 
Mas, na verdade, o PL obtém essas pessoas apenas quando essas veem 
o partido se aproximando do poder. Os maquiavélicos profissionais não 
se importam a quem sua lealdade é devida, apenas com quem pode 
pagar. 
Quase todas as fileiras do PL são compostas por idealistas que 
desconhecem as oportunidades alternativas ativistas, e a grande maioria 
dos novos convertidos não votaria se o PL não os iludisse a isso. A 
rotatividade é grande (quase 50% ao ano em Nova York, por exemplo) 
e a maioria dos ex-membros “Browne-Out”, acabam rejeitando a 
política e por muitas vezes também rejeitando formas mais frutíferas de 
ativismo. 
Assim, o PL ou remistifica o processo estatista ou neutraliza os 
adversários do estado. Mais uma vez, uma estratégia mais vencedora — 
para o estado. 
Pesquisas recentes revisadas na Laissez Faire Review, no 
Libertarian Forum e na Libertarian Review apontaram a necessidade 
psicológica de condicionar respostas submissas à autoridade como um 
pré-requisito para o controle do poder. O PL ensina o “libertário” a 
submeter sua vontade à coletividade e a executar as decisões a que se 
opõe pela “vontade da maioria” e pelo “bem do partido”. O 
procedimento parlamentar lhe ensina a frustração, a confusão e o 
abandono da organização de mercado. Acordos de bastidores, traições e 
blocos de poder ensinam-no a sobreviver — em um estado. Nenhuma 
das atividades do partido é calculada para recompensar a iniciativa, o 
individualismo ou o risco de lucro. E o PL precisa de um monopólio, 
pois se é para vencer — a necessidade primordial — não se pode 
tolerar uma divisão. Assim renasce o coletivismo. 
Invasores do Estado 
72 
E assim, no final das contas, o estado permaneceria triunfante 
caso o partido prosperasse. Já o PL descarta seus idealistas pelos 
maquiavélicos na parte de trás em sua liderança, em preparação para 
seu papel. O Partido Libertário está quíntuplamente condenado como 
invasor do estado, um Cavalo de Tróia, um Saruman, um Judas. 
Até que nos libertemos, não podemos pregar a libertação de 
outros sem ganhar legitimamente suas risadas zombeteiras. 
O Partido Libertário precisa partir — agora! 
 
 
73 
O Fim do Movimento Libertário 
New Libertarian Weekly – Vol. 3, N° 25 
Publicado em 30 de Maio de 1976 
O fim do movimento libertário é uma sociedade libertária. Para 
onde mais um movimento se move além de para seu objetivo? Precisa-
se seguir, portanto, que se uma sociedade libertária se formou, o 
movimento libertário alcançou o seu fim. Ele conseguiu. 
Este artigo é o início de uma série que o autor planeja distribuir 
para várias publicações — em vários estilos apropriados — do 
movimento libertário sobre a direção que esse corpo de pessoas e 
pensamento precisam seguir para a próxima fase de sua maturidade. 
Sustentando a série estão os pressupostos: 
I. A nova sociedade libertária está no presente; 
II. A nova sociedade libertária precisa ser totalmente 
autoconsciente tanto para sua plena utilização e prazer quanto para sua 
autopreservação e crescimento 
III. A nova sociedade libertária é um bom objetivo, digno de 
ser alcançado e mantido. 
Todas essas suposições precisam de verificação; nenhuma é 
presentemente mantida por libertários, com exceção da última. No 
entanto, se as duas primeiras forem aceitas, a terceira requer 
reavaliação. Por quê? Não se está mais falando de um ideal quase 
utópico “lá fora” que é definido como bom, mas sim de uma entidade 
real que agora está aberta ao exame e à observação para checarmos se é 
realmente boa. 
O próximo artigo na série se preocupará principalmente com a 
promulgação do segundo pressuposto, a elevação da consciência 
O Fim do Movimento Libertário 
74 
libertária em relação à sua própria sociedade. Fará isso demonstrando 
empiricamente a primeira premissa. 
Esclarecimentos posteriores e respostas aos desafios completarão 
o cumprimento dessa segunda premissa. Uma vez que o corpo principal 
de libertários aceite essas duas premissas no todo ou em parte, a 
terceira ficará aberta ao debate: “O que fomos capazes de forjar?” 
Este artigo é um vislumbre do futuro dessa tese — para onde ela 
levará se e quando for verificada. Ele foi escrito para um público seleto 
de libertários de vanguarda, altamente “conscientes do movimento”, 
que devem apreender os argumentos prontamente. Assim, quando a 
posição for apresentada, ordenada, sequencialmente e minuciosamente 
para a população em geral de libertários, ela já será antecipada por 
nossos leitores e eles estarão prontos para seu desdobramento tático. 
Se alguém seguir a dica do estrategista nisso, esse alguém está 
fazendo bem. 
O Crescimento da Consciência Libertária 
Os primeiros libertários mais primitivos tinham uma consciência 
excelente. Josiah Warren tentou criar uma comunidade anarquista 
separada, tanto para mostrar ao mundo quão bem a anarquia funcionava 
quanto para aproveitar os benefícios de viver na sociedade superior. Por 
causa da economia defeituosa dos primeiros individualistas, não foi 
uma melhoria suficiente em relação à sociedade externa e permaneceu 
inviável. 
Lysander Spooner apoiou a secessão para criar sociedades 
libertárias — a secessão dos escravos negros de proprietários brancos, 
dos brancos do sul de brancos do norte e da sociedade ocidental de 
cunhagem de prata dos bimetalistas orientais, dominantes em matéria 
de ouro. Como todos esses movimentos foram esmagados, não se 
saberá se as comunidades viáveis poderiam ter se separado. Mas é 
significativo que o próprio Spooner não tenha se separado. 
Samuel Edward Konkin III 
75 
Benjamin Tucker abandonou os pensamentos de viver seus 
valores anarquistas egoístas por um período, tornando-se um crítico 
social intrometido da sociedade externa e, finalmente, desistindo em 
desespero e se exilando na França. E com esse ato, o libertarianismo 
entrou em sua Idade das Trevas. 
Não é por acaso que Ayn Rand reviveu a moral libertária ao criar 
— pelo menos no papel — uma comunidade libertária viável na ravina 
de Galt. É claro, Mises teve que trabalhar a economia, Nock e 
Chodorov tiveram que manter vivos os insights anarco-individualistas 
(embora com profundo cinismo) para Rand os ressintetizar. Mas foi 
Rand quem escreveu um plano, fez os simpatizantes pensarem que 
poderia realmente funcionar, e o recrutamento disparou. 
Mesmo antes da separação da direita em 1969, os libertários 
tentaram viver suas ideias. Um dos projetos mais ambiciosos foi o 
Preform — uma tentativa de construir uma ravina de Galt em uma ilha 
artificial no Mar do Norte. O confisco do leito oceânico pelos estados 
vizinhos quebrou esse grupo, com o núcleo rígido tentando encontrar 
seu refúgio nos EUA, mas em áreas remotas (Vonulife). Sem um 
mercado viável e isolamento dos vonuers até mesmo da comunidade 
libertária, eles se autodestruíram. 
As buscas anarcosionistas pela prometida ravina continuam a 
atrair libertários esperançosos para os recifes de coral e antros de jogo 
do Caribe. Uma vez que esses novos princípios libertários básicosde 
mercado foram ignorados por esses projetos, eles falham. 
O que aconteceu em 1969 acrescentou o ingrediente necessário 
para tornar possível a sociedade libertária aqui e agora. E foi fornecido, 
ironicamente, por aqueles que são mais frequentemente acusados de 
fantasiamento escapista. 
O Fim do Movimento Libertário 
76 
A Separação da Cultura Libertária 
Em 1969, na época da cisão de St. Louis, uma cultura sem 
economia ou filosofia política encontrou um movimento político-
econômico sem cultura ou consciência social. Na mesma cidade, no 
mesmo fim de semana, ocorreram a Convenção dos Jovens Americanos 
pela Liberdade e a Convenção Mundial de Ficção Científica — com 
considerável travessia de representantes para lá e para cá. 
Assim, o Libertarian Caucus chamou seu boletim de 
TANSTAAFL1 e descreveu o National Office dominado pelos 
tradicionalistas como “um mago mau”. Foi menos a introdução da FC2 
como da fannishness que deu aos libertários uma autoconsciência e 
coesão rudimentares. E esse agrupamento autoconsciente se dividiu 
como uma ameba, para formar seu próprio “movimento”. 
Uma vez que um(a) jovem neófito(a) mergulhou no Movimento 
Libertário, ele ou ela descobriu que havia etapas progressivas pelas 
quais passar. Leu romances libertários de FC e objetivistas, ouviu 
palestras ou fitas deles, pegou a história do movimento e descobriu 
quem eram os Grandes Nomes, e entrou ou saiu de grupos, clubes, 
organizações e reuniões sociais. 
Tudo isso é um paralelo direto com um fandom de FC. E quanto 
mais “entrar” no Movimento, mais alienado se sentiria com a sociedade 
externa. Finalmente, a pressão aumentou para que libertários altamente 
comprometidos escolhessem — tornar-se libertários em tempo integral 
ou retornar a alguma forma de assimilação com a sociedade externa. A 
primeira escolha levou ao agorismo, a segunda à política, e a 
incapacidade de escolher — a tensão de não ver alternativa — levou 
aos Brown-outs. 
 
1 There is no such thing as free lunch – Não existe essa tal coisa de almoço 
grátis. 
2 Ficção Científica 
Samuel Edward Konkin III 
77 
Esses fenômenos merecem — e receberão — uma escrita 
separada. Estamos, como eu disse, olhando para as consequências da 
análise, não para a análise em si. O que falta ainda para deduzir a 
conclusão é definir do que estamos falando. 
O Significado de Movimento Libertário 
Muitos libertários rejeitam a própria ideia de serem agrupados em 
um coletivo. Alguns libertários perfeitamente consistentes e radicais 
rejeitam até mesmo o rótulo de libertários por causa do medo de serem 
associados a outros com quem têm pequenas diferenças. 
Claro que eles podem escolher ser eremitas e podem negar todas 
as suas ideias para que não possam ser rotulados (exceto como “anti-
ideia” — não há como escapar dos rótulos a não ser destruindo a 
linguagem). 
Por outro lado, poucos libertários hesitariam em ser “membros 
(aflitos) da sociedade” aflita. E a sociedade é reconhecida como um 
conceito plural nos tempos modernos: sociedade americana, sociedade 
soviética, etc. Alguns falam de sociedade judaica dentro da sociedade 
europeia, ou sociedade parse dentro da sociedade indiana, e assim por 
diante. O que define uma sociedade requer muito mais espaço, por isso 
será deixado para artigos subsequentes. Basta dizer aqui que implica 
ideias culturais e filosóficas semelhantes (não necessariamente étnicas) 
e, acima de tudo, a consciência dos indivíduos sociais a que eles 
pertencem. 
Com isso em mente, vamos abordar o conceito de “movimento”. 
Todos os “movimentos” têm um objetivo — transformar a sociedade 
em que vivem. Quando o fizerem, será uma nova sociedade. A maioria 
dos movimentos afirma isso explicitamente. 
Os libertários são os únicos que não tentarão forçar uma 
mudança completa na sociedade em que estão. Eles deixarão em paz 
alguns que livremente (e perversamente) optam por rejeitar a 
O Fim do Movimento Libertário 
78 
participação na sociedade libertária. Esse, então, é o grande passo na 
minha lógica. Uma sociedade libertária, exceto pelo mais improvável 
acidente, coexistirá com sociedades não libertárias. 
Mas espere — se isso for verdade, onde traçamos a 
linha? Quantas pessoas o Movimento Libertário precisa alcançar para 
criar a Sociedade Libertária? 10.000? 100.000? Um milhão? Cem 
milhões? 
Os números parses são cerca de cem mil; a maior sociedade 
coerente (sem contar o domínio sobre sociedades menores) na União 
Soviética é inferior a cem milhões. Por esses limites, o movimento 
libertário já ultrapassou o limite inferior! 
Mas se o Movimento Libertário criou uma Sociedade Libertária, 
então teve sucesso. Chegou ao seu fim. Está… finalizado. 
O Fim do Movimento Libertário 
As implicações da análise esboçada acima começam a chegar em 
casa. A tarefa final do movimento libertário é completar a 
conscientização daqueles que se identificam como libertários para 
pensarem em si mesmos como uma sociedade separada e real. 
Pelo contrário, essa é a penúltima tarefa. Pois quando essa tarefa 
for cumprida, o próprio muro de consciência do Movimento Libertário 
será levantado e ele terá que destruir quaisquer interesses adquiridos, 
instituições incrustadas e fé equivocada que adquiriu — e precisa 
destruir a si mesmo. 
A lógica é inescapável, embora surpreendente. O leitor é 
convidado a reler este artigo e traçar os passos, e iniciar o debate nas 
premissas. Como prometido, mais artigos serão publicados nas revistas 
Movement e NLW — A Primeira Revista Semanal da Nova Sociedade 
Libertária!
 
79 
A Anarcovila Global 
Southern Libertarian Review - Vol. II, N° 9 
Publicado em 1 de Junho de 1976 
 
Muitas vezes você já ouviu de Seu Amigável Anarcocolunista da 
Vizinhança (SAAV) a necessidade da ContraEconomia, e de SAAV e 
outros de seus perigos e riscos inerentes. Desta vez eu vou injetar em 
você um pouco de sua alegria. Essa anedota é verdadeira, embora eu 
tenha mexido e omitido um pouco dela por razões de “segurança”. E 
começa na ContraEconomia. 
Esta é a Cidade, Los Angeles, Califórnia. Eu trabalho aqui. Eu 
sou um anarquista. (Preencha com sua própria música.) 
Domingo, 10 da manhã, eu estava trabalhando em uma 
brincadeira de “consultor independente” para meu anarco-amigo Leon. 
Nosso prazo estava se aproximando rapidamente, e nós dois 
esperávamos que um domingo cheio nos trouxesse de volta ao 
cronograma. Cheguei cedo e estava produzindo produtividade 
comercializável. 
De repente, eu estava sob ataque. Dor. Excruciante. Crescente. Eu 
tive que parar. 
Não, não foi o estado desta vez (embora, em última análise, eu 
suponho, alguém poderia encontrá-lo envolvido em algum lugar!). 
Não, era aquela velha dor de dente. Ó juventude desperdiçada! Visões 
de confeites dançavam maliciosamente na minha cabeça, e meu dente 
batia no ritmo dessa batida selvagem. 
Claro, o bom anarco-amigo Leon estava preocupado com o meu 
bem-estar. (Lá se vai o prazo, ele estava pensando.) Então ligamos para 
L.A. para encontrar um dentista. Em um domingo. 
A Anarcovila Global 
80 
Nada. Ligamos em tudo que é lugar. Nada. 
Com a fé no mercado vacilante, atendemos a uma sugestão de um 
dos serviços de atendimento de um cara que disse que viria de 
Glendale, mas isso me custaria… Fomos informados de que a 
Universidade da Califórnia em Los Angeles e a Universidade do Sul da 
Califórnia mantinha dentistas de emergência. A UCLA é 
completamente estatista, então fomos para a USC (que também era 
muito mais próxima). Leon me deixou e eu perambulei pelos 
corredores dos doentes, mutilados e hipocondríacos. 
Diante de tais sofrimentos, me mantive simpático. Metade dos 
burocratas nunca ouviu falar de dentistas lá, e os doutores (pelo menos 
usavam jaleco branco, etc.) ficavam apontando novos burocratas. 
Alguma secretária que aparentava eficiência me disse bruscamente que 
o dentista não estava lá, que era ummito, e que parasse de desperdiçar 
meu tempo. Eu o fiz. 
Fazia meses que não chovia (o que considero chuva) em Los 
Angeles. Nesse dia estava chuviscando sem parar. Peguei um ônibus de 
volta para o Leon, ligando para ele durante uma transferência. Ele 
concordou em ligar para a UCLA. 
A UCLA confirmou que seu dentista era igualmente mitológico. 
Agora folheávamos as páginas amarelas, ligando para alguns que 
anunciavam corajosamente que estavam abertos até tarde e nos fins de 
semana para emergências. Acho que a bola de cristal deles disse a eles 
que não haveria nenhum cliente neste domingo. Eles estavam fora. 
Vejo você na segunda-feira de manhã. 
Leon, preocupado com o tempo perdido, comprou um paliativo. 
Eu obedientemente, mas com ceticismo, espalhei benzocaína por toda a 
área dolorida. Ele jurou que funcionaria e que ele tinha visto 
pessoalmente funcionar em alguém que havia trabalhado para ele 
recentemente. 
Samuel Edward Konkin III 
81 
Não funcionou. Nada mais estava funcionando. Incluindo eu. 
“Não tem mais ninguém?” Eu perguntei, resignando-me a uma 
noite sem dormir, um prazo perdido e a temida antecipação de uma 
visita ao dentista. (Sim, eu tenho um medo irracional, adorador de 
caprichos, totalmente infantil, mas um medo paranoico de dentistas.) 
Ele discou uma última vez, um anúncio que lhe parecia um pouco 
duvidoso, aberto das 8h às 23h. 7 dias. Parecia muito pouco 
profissional. Ele não era recomendado pela Sociedade Odontológica da 
Califórnia, que havia recomendado vários jogadores de golfe 
anteriormente. 
“Sim”, disse a voz feminina de mascar chiclete, “o médico vai 
vê-la na casa dele, mas ele quer que eu diga com antecedência que são 
30 dólares.” 
Certo. Leon me levou para Hollywood, fazendo comentários 
sobre o bairro relativamente pobre, e que tipo de dentista seria 
desesperado o suficiente para atender um paciente em uma noite de 
domingo. 
Eu sugeri que ele poderia ser um viciado e precisava do pão. 
Chegamos a uma casa de fachada falsa, a porta foi aberta por 
controle remoto e “Dr. Jack” nos deixou entrar, para uma casa, um 
quintal e uma garagem conectada nos fundos. Devíamos ir direto para 
os fundos. 
Por todas as paredes havia cartazes denunciando as más 
qualidades da comida. Folhetos denunciavam a Coca-Cola como 
veneno e o sorvete como putrefação açucarada. Leon, sendo um 
californiano nativo, não ficou muito chateado, mas eu gemi. Uma 
pessoa que segue tendências passageiras em comida. 
Doc Jack entrou, me fez sentar, olhou na minha boca e enfiou a 
agulha que nunca será suficientemente maldita. A dor diminuiu. Ele me 
A Anarcovila Global 
82 
deu um cartão para preencher e conversou brevemente com Leon sobre 
literatura. 
Ele disse que o dente poderia ser salvo por algo chamado terapia 
de canal radicular. Eu disse que não poderia me importar menos, tenho 
muitos dentes, mas você é o médico. Apenas mate a dor para sempre. 
(Acho que estou revelando a profundidade da minha dicotomia mente-
corpo aqui. Ah, bem, qualquer coisa por uma história melhor.) Ele 
tinha uma pilha de diplomas, notei, e Leon comentou que a USC tinha 
uma boa reputação. 
Mencionei, enquanto preenchia o cartão, que a Sociedade 
Odontológica da Califórnia não ajudou em nada a encontrá-lo. Ele 
disse que desistiu há vários anos. Excelente. 
Ele olhou em “empregador” onde eu havia escrito “Novas 
Empresas Libertárias”. “O que há de novo nisso?” ele perguntou. 
Este charlatão, prestes a massacrar minha única boca, está me 
questionando? OK. Eu vou agradá-lo. Talvez ele ainda se lembre o 
suficiente de seu treinamento para me deixar passar. 
“O que você faz?” ele persistiu. 
“Trabalho como consultor independente. Estou vestido aqui do 
Canadá em um trabalho (CENSURADO PELO AUTOR).” 
Acrescentei desajeitadamente: “É para fins fiscais”. 
Ele então disse: “Você já ouviu falar do Free Enterprise 
Institute?” 
Ah, não, pensei, não me diga que ele gosta de libertários? Ele 
realmente ouviu falar de nós! 
“Uh, essa é a organização de Andrew J. Galambos, certo?” 
Samuel Edward Konkin III 
83 
“Sim”, ele disse, “eu fiz seis anos de cursos antes de me separar 
dele, três anos atrás.” 
Puta anarcomerda! Um anarcodentista! Eu estava tendo meu 
dente consertado na sempre amorosa ContraEconomia. 
Então Leon versou com Jack sobre Galambos, enquanto minha 
boca anestesiada estava estranhamente silenciosa. Doc Jack nos disse 
que não pagava impostos há quatro ou cinco anos. Considerando que 
ele recebeu $140 a mais de mim por menos de meia hora de “terapia do 
canal radicular”, ele é um bom exemplo para todos nós. 
Ele nos deu um breve ataque sobre o quão softcore a Sociedade 
Odontológica era em odontologia preventiva (em oposição a 
restauradora), e eu lhe dei um NLW1 e ele xerocou o BOLETIM 
LIBERTARIAN SUPPER CLUB que eu estava carregando. 
Então isso explicava por que ele estava trabalhando aos 
domingos; ele acreditava no Mercado. Com a fé e a saúde restauradas, 
saí para voltar ao trabalho. 
Mas isso me fez pensar. Da próxima vez que algum libertário 
precisar de mim no mercado, estarei disponível? (Eu fiz uma semana 
sólida de horas extras e, a propósito, conseguimos tudo. Final feliz.) 
E você?
 
1 New Libertarian Weekly 
 
84 
Anarco-Feitiçaria 
Southern Libertarian Review 
Publicado em 1 de Abril de 1978 
 
“Escolha um anti, qualquer anti.” 
Isso poderia ser considerado o equivalente libertário de um truque 
de cartas. No truque de mágica, o objetivo é fazer com que um membro 
da plateia escolha a carta que você quer, ao mesmo tempo que o deixa 
escolher qualquer uma que ele quiser. O libertário que tente conseguir 
um convertido — ou pelo menos um pouco de atenção — pode utilizar 
seu baralho do mesmo modo. 
Qual é o truque? O mágico de palco te pede para escolher uma 
carta, qualquer carta, mas do seu baralho. E o adepto libertário pergunta 
o mesmo: selecione uma posição “anti” do baralho das Questões 
Políticas. 
Então, se o “membro da audiência” diz que é anti-sopa-de-
tomate, ou anti-escovar os dentes quatro vezes por dia, o libertário 
apenas dá de ombros e diz: “Laissez faire”! E então você lembra do 
fato de que ele deveria escolher uma carta do baralho, e seleciona um 
“anti” das questões políticas. 
Anti-busing? Mesmo o libertário mais retardado poderia 
demonstrar que o estado é responsável pelos ônibus escolares públicos 
para expiar os pecados da segregação visitados na sétima geração. 
Antiarmas? Bem, isso pode incomodar alguns libertários malucos 
por armas, mas o truque, garanto-vos, funciona sempre. Se o seu 
oponente lhe atirar uma curvada, inverta a sua posição para o apanhar. 
Experimente isto: 
Samuel Edward Konkin III 
85 
“Tenho a certeza de que concordará que não podemos nos livrar 
de todas as armas pela força. Afinal de contas, quem é que se livrará 
das armas que estão na mão daqueles que estão a forçar todos os outros 
a não as ter?” 
Mas na verdade, há de fato muito mais armas do que as pessoas 
produziriam livremente se tivessem o seu caminho. E sabe quem tem 
mais armas — para serem usadas tanto para fins ofensivos como 
defensivos — para não mencionar gás, aviões, bombas de nêutrons, 
lasers assassinos, mísseis, tanques e assim por diante?” 
Desnecessário será dizer que o público está de novo a enfrentar o 
estado como o obstáculo à satisfação das suas anti-dades. A mesma 
“posição inversa” pode ser usada quer lhe seja dado anti-sexismo ou 
anti-feminismo, antipoluição ou antiecologia, antiguerra ou anti-(razão 
da guerra). 
Anti-imposto? Você deve ser um cara de sorte para ter alguém 
assim em sua plateia. 
Agora, se sou realmente um mágico libertário assim tão bom, 
deveria ser capaz de frustrar o meu próprio truque. Suponhamos que eu 
entrei numa sala de estar onde um alegado libertário, tendo apenas lido 
a primeira metade deste artigo, está a impressionar os convidados com 
o meu estratagema.Ele é uma espécie de divergentista, por isso 
assumam que estou aborrecido. Ele decide esfregar as mãos olhando 
para mim, pedindo-me que caia no meu gambito. “Escolhe um anti, 
qualquer …”. 
“Antirrevogação.” 
Mais do que provável, esse desviante é um anarco-democrata 
(termo educado para libertários de processos políticos que vão desde os 
Roycianos fofinhos até aos partidarquistas cuspidores de fogo). Se há 
uma coisa em que todos os anarco-democratas acreditam, um 
denominador comum para qualquer libertário que seja o menos brando 
Anarco-Feitiçaria 
86 
na política, é o apoio à revogação. Revogação de leis, revogação de 
impostos, revogação de regulamentos, revogação de cargos 
(impeachment) — que libertário poderia ser contra isso? 
Apanhei-o! 
Mas talvez essa pessoa tenha lido dois terços do caminho através 
deste artigo e estivesse à espera disso. Suponha, diabolicamente, que 
ele o atira, de volta a mim, assim: 
“Digamos, não é você o tipo que inventou esse truque? Sim, é 
isso mesmo. OK, por que não mostra a nós todos como responder a 
isso?” 
Como eu disse, um bom mágico libertário deveria ser capaz de 
frustrar o seu próprio truque. Um grande feiticeiro libertário deveria ser 
capaz de contra-atacar X quando essa for usada sobre ele. Por isso, eu 
responderia assim: 
“‘Revogar’ significa ‘decretar legislação que retire ou anule outra 
legislação’. Ou seja, os apoiantes de uma revogação dividem-se em 
dois grupos: aqueles que ganham com o processamento político 
posterior e aqueles que apenas querem tirar outra lei das suas costas. 
Mas muitas, se não a maioria, das leis são vistas como afetando 
apenas um pequeno grupo de interesse numa sociedade estatal; por 
conseguinte, para utilizar o processo político para tirar a lei em questão 
das suas costas, o último grupo precisa dedicar recursos para persuadir 
os menos preocupados a se auto-organizarem. O primeiro grupo — 
políticos e seus chacais — lucra ao alocar os recursos e consumir 
muito. 
A alternativa é que o último grupo (as vítimas são um bom nome) 
dedique quaisquer recursos de que disponha para a luta de se proteger 
ou defender enquanto ignora a lei. Repentinamente, a equação muda. 
Samuel Edward Konkin III 
87 
Agora, o peso morto dos despreocupados tem de ser agitado para 
ganhar recursos e consentir na aplicação dos abolicionistas da lei 
(contraeconomistas). 
Finalmente, uma coligação de grupos de revogação, procurando a 
revogação de várias leis, tem dificuldade em ver o inimigo comum (o 
estado) e, em vez disso, vê-se a competir pelas mesmas pessoas, pelo 
mesmo dinheiro, pelo mesmo tempo para a sua revogação particular. 
Em forte contraste, cada contraeconomista é solidário com todos os 
outros. ‘O Homem’ é inimigo tanto do contrabandista como da 
prostituta, do traficante e do bicheiro de rua. Depurar é o crime 
supremo. 
A revogação, portanto, perpetua o estado, e mesmo onde ela 
passa, deixa 99 e 44/100 da opressão e pilhagem. A ação direta da 
ContraEconomia consome capital apenas para o fim específico 
desejado, e nunca poderá ser utilizada para sustentar o estado. Cada ato 
contraeconômico toma do homem do imposto e do regulador, e arrebita 
o nariz à sua autoridade. 
E é por isso que os libertários também são Antirrevogação.” 
E é assim que o truque é feito. Alguns podem o chamar de 
feitiçaria; eu o chamo de consistência. Para um anti? Ora, você é 
libertário! Presto!
 
88 
Apertando os Botões 
The Voluntaryist - Vol. 3, N° 5 
Publicado em 1 de Agosto de 1985 
 
Carl Watner parece citar com aprovação Robert LeFevre em 
contraste com Leonard Read sobre apertar um botão hipotético que 
acabaria com todos os controles de preços imediatamente. Eu me 
deparei com uma versão disso quando Murray Rothbard declarou, na 
Conferência Libertária de 1969 no Hotel Diplomat da Cidade de Nova 
York, que se lhe oferecessem um botão que eliminasse o aparato do 
estado no local, ele “aqueceria seu dedo empurrando o botão”. O 
desafio ousado foi lançado, assim, não apenas para LeFevre, mas para 
Read. 
Há dois problemas com a dicotomia apresentada: primeiro, a 
própria oposição das duas premissas; segundo, a interpretação das 
hipóteses envolvidas e suas consequências. 
É muito menos óbvio para mim do que para LeFevre que é 
preciso, para usar seu termo, abdicar da Abdicação (do poder do 
estado) para apertar esse botão mágico. Nem Read nem Rothbard se 
preocuparam em conjecturar como surgiu tal botão. Suponha que um 
grupo de agoristas de alguma forma conseguiu comprar todo o tempo 
de rede e da televisão a cabo em uma determinada hora do dia e gastou 
fundos de publicidade consideráveis para induzir a maioria da 
população a assistir. Você é colocado diante do botão que rodará a fita 
de vídeo de um Grabber produzido por George Lucas, que prende o 
público ao seu assento e faz com que a maioria ouça um novo e 
aprimorado discurso de John Galt. Ao ouvir as palavras e absorver os 
visuais, um número suficiente de pessoas deixa seus empregos estatais, 
se recusa a obedecer às regulamentações e a pagar impostos, e 
possivelmente defende seus vizinhos caso sejam assediados pelos 
Samuel Edward Konkin III 
89 
poucos bandidos do estado restantes. (Os pacifistas podem abandonar a 
consequência final.) Os agoristas realizaram o arranjo sem violar os 
direitos de ninguém. A situação é altamente especulativa e, 
infelizmente, bastante improvável, mas definitivamente possível. Agora 
temos um caminho razoável para a hipótese de Read aprimorada por 
Rothbard. 
Robert LeFevre não apertaria esse botão? 
Se pelo menos um caso puder ser desenhado em que o Aperto de 
Botão vs Abdicação não estejam em oposição, então a dicotomia falha. 
Aqueles que são incapazes de construir outros carecem de imaginação. 
Agora vamos lidar explicitamente com a interpretação. Suponha 
que me ofereçam dois botões. Um botão realizará o fim acima com os 
meios especificados. O outro botão estava ligado à “linha direta” da 
Casa Branca e sinalizaria minha aceitação da presidência: em apuros 
desesperados, enquanto o estado está em colapso rapidamente devido à 
atividade contraeconômica massiva, o Executivo moribundo e o 
Congresso restante me oferecem poder total (porque parece que sei o 
que diabos está acontecendo) para salvar a situação da melhor maneira 
que posso. Estou tão convencido quanto poderia estar de que eles estão 
dispostos a agarrar qualquer coisa e aceitarão pelo menos meus 
decretos iniciais. Na verdade, devido à sua experiência com os 
economistas reformistas de Friedman, eles até esperam que a maioria 
dos meus ditames envolva a abolição de grandes pedaços do estado, 
esperançosamente (para eles) salvando alguma coisa. 
Configurado dessa forma, ainda é muito fácil seguir o caminho 
moral. Tenho até certeza de que Murray Rothbard apertaria o Botão 
Um. Então, vamos adicionar mais uma condição para obter um pouco 
de realismo. 
Não sabemos como qualquer um dos grupos reagirá. Na verdade, 
suspeitamos que ainda não fizemos um trabalho preparatório suficiente 
Apertando os Botões 
90 
e a população pode gostar do show, mas há uma boa chance de que eles 
não estejam prontos para o resto do caminho. E se apertarmos o Botão 
Um, perdemos nossa chance de chegar ao Botão Dois, pois os agentes 
do estado em mãos reportarão imediatamente nossa “traição”. Por 
alguma razão, parecemos ter mais certeza de que os estatistas estão em 
apuros o suficiente para manterem suas promessas desta vez. Agora, 
qual devemos pressionar? 
Eu não posso falar por todos os voluntários, mas certamente 
espero que cada Agorista aqueceria o dedo dele ou dela junto comigo 
apertando o botão para a Senhora da Liberdade e não para o Tigre do 
Estatismo. Aperte o botão e abdique.
 
91 
Nosso Inimigo, O Partido 
 
Introdução à Edição de 1987 
Quando este panfleto foi escrito pela primeira vez, o Partido 
“Libertário” atingiu o picode aceitação dos eleitores. Recebeu 5% dos 
votos para governador nas eleições de 1978 na Califórnia e havia 
grandes esperanças no PL de que o candidato se saísse bem na eleição 
presidencial nacional de 1980. Ele ficou aquém de 1%; em 1984 o 
candidato presidencial do PL despencou e as fileiras dos partidarquistas 
estão atualmente em desânimo. 
Para o objetivo de impedir seu retorno dos mortos, ou seja, de 
enfiar uma estaca no coração do PL, este panfleto foi reeditado. 
Introdução à Edição de 1980 
Em 1935, o proto-libertário Albert J. Nock escreveu sua análise 
seminal da natureza do governo e da sociedade: Nosso Inimigo, O 
estado. Durante a Idade das Trevas do Libertarianismo (entre a queda 
de Benjamin Tucker [1908] e a ascensão de Murray Rothbard [1965-
70], os principais pensadores libertários alertaram os que buscam a 
liberdade contra a participação no processo político, isto é, contra a 
busca de votos. Nock, seu discípulo Frank Chodorov, H.L. Mencken, 
Isabel Patterson, Rose Wilder Lane, Leonard Read e Robert LeFevre 
todos procuraram esclarecer, instruir e possivelmente soar o alarme. 
Chodorov e LeFevre foram ambos importantes instrumentos ao 
organizar ativistas libertários — Intercollegiate Society of 
Individualists (ISI) de Chodorov na década de 1950 e Libertarian 
Alliance de LeFevre na década de 1960. Todos advertiram contra o 
apoio a qualquer político sob quaisquer circunstâncias. 
 
Nosso Inimigo, O Partido 
92 
Agora, em 1980, a praga do libertarianismo político, aquele 
oximoro absurdo baseado na abolição do governo pelo estado, mas 
aceitando o governo de um partido político – o partidarquismo – 
chegou ao auge. Nosso principal pensador e ensaísta atual admite que 
toda atividade partidarquista até hoje foi apenas engano e fracasso. Mas 
ainda assim o conceito continua vivo. Essa “heresia” autodestrutiva 
provavelmente perdurará até que o estado seja finalmente abolido da 
mente do homem, mas pode ser reduzido a uma minoria insignificante 
sem influência no futuro imediato através de ativismo vigoroso e 
refutação. Para este fim, para nos poupar de mais vinte anos na Idade 
das Trevas para a Liberdade, este panfleto foi escrito. 
Nosso Inimigo, O Estado 
Para aqueles que ainda perseguem a utopia desesperada do 
governo “limitado” (minarquia), há pouco de substância a ser dito. Em 
poucas palavras, o estado é a monopolização da coerção – violência 
iniciática. Quaisquer atos defensivos são incidentais à sua essência. 
Para um libertário, tal coerção é a única imoralidade social. (A 
imoralidade pessoal é o problema do indivíduo.) Portanto, o estado é a 
monopolização institucional da imoralidade, maldade, altruísmo, 
irracionalidade e/ou o que quer que você critique em seu sistema de 
crenças. 
Tendo chegado até aqui, deve-se perguntar se alguém está 
amaldiçoado em obedecer a esse monstro até que ele aceite se limitar e 
se abolir, permanecendo em cumplicidade com sua pilhagem e 
assassinato (tributação e guerra), ou se deve romper com ele 
imediatamente (cuidando de suas ameaças óbvias à vida) e daí em 
diante viver apátridamente. O gradualista, o conservador, o “anarquista 
filosófico” faz a primeira escolha; o resto seleciona o curso moral. Mas 
ainda outra escolha deve enfrentar o suposto libertário consistente: 
tendo escolhido o abolicionismo ao invés do gradualismo, deve-se 
Samuel Edward Konkin III 
93 
escolher o mecanismo pelo qual se obtém a sociedade livre. Deve ser o 
meio político ou o meio econômico — Poder ou Mercado? 
O Caso pela Consistência 
Podem os meios inconsistentes com um fim atingir esse fim? A 
violência pode obter a paz, a escravidão pode obter a liberdade, a 
pilhagem pode proteger contra o roubo? O estatista que busca a guerra, 
o recrutamento e a tributação responde que sim. O libertário responde 
que não. Então, por que um anarquista abolicionista buscará meios 
políticos para abolir o processo político? O fim do libertário é uma 
sociedade voluntária onde o mercado substituiu o governo, onde a 
economia funciona sem política. A finalidade da política é a 
manutenção, a extensão e o controle do estado — poder. O mercado 
não está no caminho para o poder, mas no caminho para longe. 
Consistência para um libertário significa não uma abstração 
flutuante de filosofia não contraditória, mas uma consistência da teoria 
com a realidade, da ideologia e da prática, do que deve ser e do que é 
feito. O cumprimento das leis e dos procedimentos é necessário para a 
rota política; a psicologia de uma pessoa torna-se sintonizada com o 
parlamentarismo, procedimento e compromisso, coalizões e traições, 
falsa apreciação e deslealdade, exaltação pela aprovação efêmera dos 
outros em vez de suas próprias realizações. Assim, fica-se 
condicionado aquele que busca viver com sucesso no estado. 
Perseguindo a anarquia de mercado diretamente por meio da 
ContraEconomia, a psicologia de uma pessoa se torna sintonizada com 
cálculos de oferta e demanda, tomada de risco, comércio com aqueles 
de interesse próprio semelhante — portanto, inerentemente confiável, à 
habilidade de vendas e ao entusiasmo pela realização pessoal (lucro) e 
os sentimentos negativos autocorretivos que acompanham a perda. 
Assim, alguém se auto programa para viver com sucesso — em um 
mercado. 
Nosso Inimigo, O Partido 
94 
O libertário consistente, ou contraeconômico — agorista — não 
sofre nenhuma das frustrações decorrentes das autocontradições do 
libertário político — partidarquista. O estado perde por cada livre 
transação cometida em desafio ou evasão às suas leis, regulamentos e 
impostos; o estado ganha por cada cumprimento, aceitação e 
pagamento às suas instituições. Assim, de fato o agorismo cria anarquia 
e a partiarquia preserva o estado. 
Nosso Inimigo, O Partido 
Qualquer partido “libertário” é imoral, inconsistente, a-histórico 
(veja relatos revisionistas de partidos semelhantes no passado: os 
Radicais Filosóficos, o Partido da Liberdade, os Solos Livres e muitos 
outros), psicologicamente frustrante e completamente 
contraproducente. Pior de tudo, tal PL pode ser o salvador do estado. 
Suponha, como é o caso em 1980, que a maioria dos cidadãos 
elegíveis a voto (nos EUA, como acontece) está prestes a não votar. E à 
medida que a ContraEconomia cresce e a sanção do estado retrocede, o 
monstro faminto de impostos oscila com a deserção de seus fiscais não 
pagos e, portanto, o colapso final. O Círculo Superior do estado pode 
perder seu poder, privilégio e séculos de ganhos ilícitos. Quando de 
repente o P”L” salta para o resgate. 
Aqueles que mandariam o coletor de impostos embora agora 
pagam para manter seu privilégio de voto e seu registro limpo para 
concorrer a um cargo. Aqueles que violam as leis e evadem os 
regulamentos agora mantêm o sistema para acabar com isso em um 
momento posterior e mais conveniente. E aqueles que se esquivam ou 
se defendem dos fiscais do estado “aceitam o resultado de uma eleição 
democrática”. 
Considere o destino de uma agorista heroica que, em um 
momento anterior de confiança de “companheiros libertários” 
incautamente falou de suas atividades para serem usadas como exemplo 
Samuel Edward Konkin III 
95 
para outros, é entregue por seu mercanteamento negro por um libertário 
que sente que “a hora não é adequada para a revolução.” 
Ela é presa por libertários trabalhando no sistema para reformá-lo 
— como polícia. Ela é encarcerada… por um libertário trabalhando no 
sistema para reformá-lo — como um carcereiro. Ela é julgada… por 
um libertário trabalhando no sistema — como juiz. E ela é executada… 
por um libertário trabalhando no sistema para reformá-lo — como um 
carrasco. Assim termina a partidarquia em sua conclusão lógica. 
O Papel do Ativismo 
O agorista – libertário consistente – tem muitas alternativas para 
perder tempo ajudando a preservar o estado e seu sistema através da 
política.Sem dúvida, há recompensas para alguns (embora não para 
todos) pois o caminho político em que a Elite do Poder jorra 
recompensas naqueles que cooptam com mais sucesso a oposição e 
aproveitam o fervor revolucionário para manter pelo menos parte do 
estado e seus privilégios. Mas o agorista pode ser amplamente 
recompensado na ContraEconomia tanto no sentido material quanto no 
pessoal pelas atividades empreendedoras. E há um papel vital para os 
ativistas agoristas – para essa cadre muito aclamada. 
Existem dezenas de milhões de contraeconomistas na América do 
Norte, e ainda mais no mundo em geral. Poucos entendem ou sequer 
ouviram falar de uma filosofia de vida consistente, moral e que 
libertaria esses verdadeiros mercantes da culpa residual imposta a eles 
pelos intelectuais da corte. Ilumine e interligue esses milhões e teremos 
uma sociedade plenamente consciente, eficaz e em expansão, embutida 
na estatista defeituosa, desmoronando por causa de guerras, terrorismo, 
inflação descontrolada e burocracia estupidificante. E logo essa será a 
sociedade. 
Esse é o objetivo da cadre agorista revolucionária de praticantes 
contraeconômicos e teóricos libertários. E o Movimento da Esquerda 
Nosso Inimigo, O Partido 
96 
Libertária está trabalhando para construir essa aliança. Junte-se a nós. 
Ou busque a sociedade livre à sua própria e consistente maneira. Mas 
não dê nenhuma ajuda ao Nosso Inimigo, O Partido.
 
97 
Taticamente Falando 
Tactics of the MLL Vol. IV, Número 4 
1 de Março de 1988 
Por Que Lutamos? 
Uma recepção calorosa ao nosso novo membro, Terry von 
Mitchell, antigo Diretor Nacional do Libertarian Party. O entusiasmo 
de Terry em construir uma célula nos fundos do arquipartidarquista 
Mike Holmes merece um suporte extra, e a célula da Anarcovila está 
enviando "munição intelectual" para os "Contra"- Partidarquistas do 
Texas. 
Esta nova atividade, combinada com o próximo recrutamento 
estudantil (veja a próxima edição) me motivou a assumir duas tarefas 
necessárias já há muito tempo. Um é um manual de Táticas Libertárias 
de Esquerda, uma lista com breves descrições de todas as táticas 
vencedoras possíveis para libertários morais desejosos de vencer o 
estado, isto é, tudo exceto votar e correr para se unir ao estado. 
Esse manual, provavelmente chamado Táticas Libertárias, vai 
estar disponível através de um formulário no SNLA#3 e estará na sua 
caixa de correio em aproximadamente dois meses. (Nota: SNLA#3 vai 
chegar a todos os membros da MLL automaticamente, como já chega a 
TMLL. Táticas Libertárias, como o primeiro whitepaper da MLL no 
ano passado, vai apenas para aqueles ativistas que a requisitarem. Não 
podemos desperdiçar recursos com pessoas passivas para pagar ou até 
mesmo passivas para se mexerem e protestarem que deveriam receber 
de graça). 
O outro desafio de longa data é responder ao desafio da nossa 
oposição de esquerda. "Por que vocês (i.e., MLL) lutam no terreno 
político se vocês são antipolíticos (como nós)?" Até mesmo alguns 
Taticamente Falando 
98 
partidarquistas Rothbardianos adquiriram o mínimo de inteligência 
para entender a importância daquele desafio e seu dano potencial a 
nossas fileiras caso isso não seja respondido. 
A questão implica que, enquanto nós podemos ser bem-sucedidos 
no mercado amplo fora do processo político (e realmente, nós 
provamos que somos), onde o LP é inerentemente deficiente, nós não 
podemos vencer no terreno político. Isto é, por sua própria natureza, o 
Partido Político Especializado em Cooptar Antiestatistas para o 
Mecanismo Estatal (LP para abreviar) é otimizado para vencer qualquer 
batalha dentro do processo político - parte do aparato estatal. Assim, já 
que não podemos vencer essa batalha, por que desperdiçamos recurso 
nela afinal? Por que lutamos? 
Com o sério “porém” de que ação "política" é um termo muito 
ambíguo para se limitar a atividades dentro do estado, reivindicações 
evasivas de que nossa facção não pode vencer a batalha no terreno 
político é correta. Mas, como provamos em 1974 em nossa saída à 
beira da vitória no FLP de Nova York, nós não temos nenhum desejo 
de ganhar a luta pelo poder estatal. Nós lutamos é para quebrar o 
domínio do misticismo político sobre a mente dos indivíduos e recrutar 
aqueles que são tão livres que querem se juntar a ContraEconomia e 
reforçar nossas fileiras no campo de batalha - como Terry von Mitchell. 
Para uma imagem mnemônica, imagine nossas tropas no Planalto 
Elevado da política. Nós somos expostos ao fogo inimigo, aos grandes 
bombardeiros da mídia do estado jogando Big Berthas de 
marginalização, suas metralhadoras nos metralhando com o ridículo. 
Mas nossos pequenos flashes de tiros de contra-ataque são 
identificados por aqueles na guarda-avançada do exército inimigo (o 
LP), alguns devolvem tiros, alguns fogem, e alguns desertam para nós. 
O quanto menos demorarmos para mostrar o portão brilhante ainda 
oculto para os olhos deles (ocultos pelo estatismo), o portão da entrada 
para a ContraEconomia, onde eles poderiam recuar em relativa 
Samuel Edward Konkin III 
99 
segurança, se recuperar e prosperar, e então aumentar a Ágora, mais 
rápido eles poderão escolher retornar para nos reforçar, ficar ombro a 
ombro conosco para resistir a outro avanço dos seus antigos aliados, e 
então levá-los para o caminho do agorismo também. 
Nós vamos vencer quando a ContraEconomia engolir a 
economia, o parasita estatista não tiver mais hospedeiros, e for 
destruído no último espasmo contrarrevolucionário. O terreno político - 
no qual nós admitimos que não podemos vencer - terá implodido, 
deixando suas últimas fileiras completamente indefesas dentro da bem-
defendida Ágora, sendo necessário apenas uma pequena limpeza para 
se abrir as primeiras agências de proteção e a última cadre agorista 
revolucionária. 
Finalmente, nós lutamos porque não podemos esperar por aquele 
dia; cada dia postergado adiciona dezenas de milhões de vítimas ao 
holocausto em andamento do estado. Então nós Agimos! pela 
Anarquia e pela Ágora. E é por isso Que Nós Lutamos. – SEK3 
 
 
100 
Estratégia Continental NLA – SEK3 
Bem-vindo ao primeiro jornal teórico do Novo Libertarianismo. 
Houve várias tentativas de publicar um jornal de teoria libertária – o 
mais conhecido sendo o Libertarian Analysis – e nenhum deles 
sobreviveu. Há muitas publicações hoje que salvam carreiras 
acadêmicas, ou que são economia explicada de modo fácil para 
novatos, ou publicações de interesse geral, ocasionalmente perceptivas 
e penetrantes, mas permanecem sendo primariamente entretenimento. 
Tudo isso serve propósitos de mercado, ou elas não existiriam. 
O libertarianismo é, talvez, muito diverso e pluralista para 
produzir os tipos de jornais que são abundantes na Esquerda e na 
Direita com uma estrutura teórica completamente especificada, 
ajustando conforme a experiência empírica garante, mas principalmente 
analisando eventos e ideologias concorrentes para mapear uma 
estratégia para o ativista, para a Cadre, para os membros da célula, ou 
para o empreendedor. O libertarianismo diz muito pouco (mas de forma 
correta) sobre coisas demais. Ele define quem é aceito na sociedade (e 
quem não é) mas não quem está construindo essa sociedade e quem 
efetivamente a opõe. 
O Novo Libertarianismo aplica uma lente, estreitando, e até 
mesmo distorcendo, para antecipar a crítica, mas focando. E muitos 
ativistas libertários sentiram essa necessidade de foco nos anos recentes 
e sentiram a atração a falsos caminhos que eles sabem que não levará à 
Liberdade, mas ao Poder – que apesar disso ainda provê foco e direção. 
O Manifesto do Novo Libertário foi o primeiro documento que 
toma o libertarianismo como dado e desenvolve a estratégia que daí se 
afirma, derivada das implicações e insights do libertarianismo. Como 
tal ele continha a fraqueza de não ter exemplos anteriorese falhos sobre 
os quais se edificar e se refinar. 
Samuel Edward Konkin III 
101 
Com isso em mente, o Nucleus da Aliança dos Novos Libertários 
pediu por críticas vindas dos grandes polos do pensamento libertários, 
esperando que o fogo cruzado arrancasse os erros e sacudisse a 
estrutura. Os polos, como o autor vê, são mais habilmente 
representados por Murray Rothbard, Robert LeFevre, Roy Childs, 
Robert Poole, “Filthy Pierre” (da Libertarian Connection) ou Erwin S. 
Strauss, e Andrew J. Galambos. Todos esses são polos ou núcleos de 
órbitas de pensamento e são geralmente aceitos como bastante 
distintos. 
Galambos se recusa a dialogar com qualquer outro no 
movimento, então não foi surpresa receber seu não-reconhecimento. 
Significantemente, essa é a apropriada resposta Galambosiana e assim a 
temos. Childs, o intelectual da corte da facção de anarcocentristas cujo 
dono é Charles Koch, recusou-se a responder diretamente, mas 
devolveu murmúrios obscuros de segunda-mão de uma 
desconsideração ainda não esquecida que ele recebeu do autor do NLM 
anos atrás na New Libertarian Weekly. Essa colocação da personalidade 
por sobre os princípio é, então, a resposta do “Kochtopus”, e é aceita 
como sua apta resposta ao NLM. 
Poole em verdade respondeu a um convite para criticar o NLM e 
disse que ele encontraria alguém no escritório que poderia querer fazer 
isso. A burocracia da Reason falhou em vomitar qualquer coisa até a 
hora da publicação (depois de um aviso de vários meses), e, supõe-se, 
essa é a resposta apropriada deles ao NLM. 
Felizmente, o “topo do Movimento” respondeu. Murray N. 
Rothbard provou novamente que ele nunca está elevado demais para 
rebaixar a discussão de princípios, nem, como ele indicou em sua 
primeira nota de rodapé, deixaria afrontas pessoais o deterem. O 
mesmo espírito e nobreza ideológica é repetível a Robert LeFevre, 
Filthy Pierre, como o próprio autor, tem uma boa mentalidade de 
fandom sobre “zuar” outras publicações. 
Estratégia Continental NLA – SEK3 
102 
As críticas ao Manifesto do Novo Libertário estão publicadas 
integralmente; as respostas não estão. Algo tinha de sair nos requisitos 
de espaço. De todo modo, o Núcleo da NLA vê o NLM como bem-
defendido e, na próxima edição, vamos passar para o ataque. 
Críticas internas dos novos libertários e críticas externas nunca 
serão fechadas. Então, para continuar o debate, se outros quiserem, a 
SNLA inaugurará uma coluna de Cartas (em um tipo menor se ela sair 
do controle) na próxima edição. Escreva livremente! 
E na próxima edição. Strategy of the New Libertarian Alliance 
#2, Samuel Edward Konkin III e outros teóricos agoristas e libertários 
(agora sendo solicitados) irão enfrentar o Marxismo e especialmente o 
moderno Leninista de Revolução e contrastá-lo ao Modelo 
Revolucionário Novo Libertário. (A NLA tentará conseguir um 
representante digno de um grupo purista “Comunista de Esquerda” para 
participar). Pode-se se reservar uma cópia por $2,95. 
É muito cedo para garantir a SNLA3 ainda, mas indubitavelmente 
ela irá portar respostas à publicação do follow-up de mercado de massa 
de Konkin ao NLM; isto é, Counter Economics, o livro. E mais 
incursões para o fronte... 
 
Samuel Edward Konkin III 
103 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
S E Ç Ã O D O I S 
Manifesto do Novo Libertário 
 
 
105 
Dedicatória 
 
Para Chris R. Tame que me disse: 
"Não faça do jeito certo, escreva!" 
Agradecimentos acima de todos a 
Ludwig von Mises, 
Murray N. Rothbard, 
Robert LeFevre, 
e às fontes deles.
 
106 
Prefácios 
Prefácio da Primeira Edição 
Um rascunho do Novo Libertarianismo surgiu durante minha luta 
com o Partido Libertário no meio da formação dele em 1973, e a 
ContraEconomia foi primeiro apresentada ao público no Free 
Enterprise Forum em Los Angeles em fevereiro de 1974. 
O Novo Libertarianismo tem sido divulgado tanto dentro quanto 
fora do movimento libertário e em suas publicações, principalmente na 
revista New Libertarian, desde então. 
Mais importante, o ativismo descrito aqui (especialmente a 
ContraEconomia) tem sido praticada pelo autor e seus aliados próximos 
desde 1976. Muitas "anarcovilas" de Novos Libertários foram 
formadas e reformadas. 
Pelo menos uma vez, você não gostaria de ler um manifesto que 
foi praticado antes de ser pregado? 
Eu queria. 
Então fui lá e fiz. 
 
Samuel Edward Konkin III 
Outubro de 1980 
 
Prefácio para a Segunda Edição 
Uma publicação agorista deveria ser julgada mais severamente no 
livre mercado. Com certeza, a primeira edição do Novo Manifesto 
Libertário (NML) foi totalmente vendida e a segunda edição, feita por 
Samuel Edward Konkin III 
107 
um novo empreendedor procurando lucrar com a sua ideologia, está 
aqui, para você leitor. 
O julgamento do mercado, para minha grande surpresa, é que o 
NML é a mais bem-sucedida das minhas muitas publicações. No 
campo das ideias, dois anos é um tempo muito curto. 
Apesar disso, ataques ao NML começaram em publicações 
libertárias de centro-esquerda e uma dessas publicações de redes de 
estudantes criticou severamente alguns membros errantes por desertar 
para "aquele desmiolado do Konkin" no mês passado. Ensaios e artigos 
sobre ContraEconomia e agorismo aparecem em mais e mais 
publicações libertárias que não são de esquerda (não-agoristas, por 
enquanto). 
Um sinal altamente encorajador é o aparecimento de muitos 
empreendedores contraeconômicos na área sul da Califórnia (e alguns 
espalhados pela América do Norte e até mesmo na Europa) que apoiam 
e distribuem o NML. Um "parque industrial" agorista tem surgido 
discretamente em Orange County nesse período entre essas duas 
edições. Isso é gratificante e não foi aproveitado passivamente. 
Isso inspirou o autor a continuar o diálogo em duas edições de 
uma revista teórica baseada no NML, a escrever o ContraEconomia 
(veja a nota de rodapé 26), e o planejamento de uma magnus opus 
teórica, como Das Capital foi para o Manifesto Comunista, sem 
dúvidas a ser intitulado Agorismo. 
Quanto a continuar praticando o que prego e expandir a prática, 
eu poderia adicionar ao final do Primeiro Prefácio: 
E eu ainda estou fazendo isso. 
 
Samuel Edward Konkin III 
Manifesto do Novo Libertário 
108 
Fevereiro de 1983 
Prefácio para a Quarta Edição 
Samuel Edward Konkin III sugeriu que ao invés de atualizar o 
Manifesto com novas notas, nós simplesmente o publicássemos da 
forma que estava, como uma peça histórica de uma teoria viva que 
continua a crescer até hoje. As únicas mudanças foram a correção de 
alguns erros de digitação e pequenas mudanças com o objetivo de 
deixar mais claro alguns pontos, todas feitas pelo editor. 
O Sr. Konkin se juntou a grande horda anarquista no céu em 23 
de fevereiro de 2004, depois de uma curta vida de experimentos 
teóricos e práticos, viajando o mundo para levar o conceito de agorismo 
e Novo Libertarianismo para ansiosos ouvintes. 
Vinte e cinco anos após sua publicação, o Manifesto ainda é um 
livro de venda fácil. Esta edição sob demanda que está disponível no 
mundo todo deve continuar a tendência. Com o colapso do coletivismo 
varrendo o mundo, um colapso trazido pelas consequências econômicas 
e morais do próprio sistema, as análises do Sr. Konkin são ainda mais 
impressionantes em sua acurácia. De algum modo, o Novo Manifesto 
Libertário é mais atual do que nunca. 
O estatismo sufocou e morreu na União Soviética. As Nações 
Unidas como um protestado mundial está colapsando em uma 
desdentada e impotente irrelevância. Vão os habitantes do planeta 
continuar essa tendência ou precisaremos mover a fronteira do espaço 
para atingir esse próximo passo na evolução da ação humana? 
O Movimento da Esquerda Libertária pode ser contactado em 
agorism.xyz e todas as edições antigas da New Libertarian foram 
disponibilizadas pela KoPubCo em kopubco.com.Victor Koman - Editor 
Março de 2006 
Samuel Edward Konkin III 
109 
 
Manifesto do Novo Libertário 
110 
Tabela de Conteúdos 
I. Estatismo: A Nossa Condição 
Libertarianismo versus coerção. A natureza do estado. Os membros do libertarianismo e 
a diversidade dentro do Movimento. O estado contra-ataca: antiprincípios. Caminhos e 
não-caminhos para a Liberdade. Traição e resposta: ação acima de tudo. 
II. Agorismo: Nosso Objetivo 
Consistência de fins, meios e de fins e meios. Um retrato da sociedade agorista. Teoria 
de restituição: compensação, tempo perdido e custo de apreensão; as vantagens 
inerentes. Definição de Agorismo. Objeções respondidas. 
III. ContraEconomia: Nosso Meio 
Micro atividades e macro consequências. Agoristas contraeconômicos com consciência 
libertária. O propósito da economia do "Establishment". Passo a passo de trás para 
frente: do agorismo ao estatismo (para fins teóricos). Mercados negros e cinzas: a Ágora 
inconsciente. Situação da ContraEconomia no "Terceiro", "Segundo" e "Primeiro" 
mundo e exemplos grosseiros. ContraEconomia está em todos os campos do comércio, 
mesmo na América do Norte, alguns são exclusivamente contraeconômicos. A 
universalidade da ContraEconomia e o motivo para tal. Limitações da ContraEconomia 
e as razões. O papel da intelligentsia e a mídia do Establishment. As falhas da 
contracultura e a chave para o sucesso. Passos do estatismo para o agorismo e o risco 
da proteção de mercado. O princípio fundamental da ContraEconomia. O motivo para 
o inevitável crescimento da ContraEconomia agorista nas comunidades. 
IV. Revolução: A Nossa Estratégia 
Contraeconomia autoconsciente o suficiente, mas alguns anseiam por lutar mais e apoiar 
o esforço. Combatividade inadequada sem estratégia. As fases do agorismo: o 
crescimento define a estratégia apropriada. Táticas que são sempre apropriadas. Nova 
Aliança Libertária como uma associação para empreender na Liberdade. A crença 
libertária é uma limitação das táticas do Novo Libertário. Fase 0: Sociedade Agorista de 
Densidade Zero. Aumentar a consciência. Fase 1: Sociedade Agorista de Baixa 
Densidade. Caucus radicais e a esquerda libertária. Combata antiprincípios. Antecipe as 
crises do estatismo. Fase 2: Sociedade Agorista de Média Densidade e Pouca 
Consistência. O estado contra-ataca, mas é contido pela contaminação agorista. Fase 3: 
Sociedade Agorista de Grande Consistência e Alta Densidade. Crise permanente do 
estatismo. Necessidade de esmagar a ContraEconomia cresce, mas a capacidade para 
assim fazer cai. Antiprincípios: a grande ameaça. O último ataque do estado: a 
Revolução. Estratégia também inclui postergar táticas e contrainteligência. A definição 
correta de Revolução (violenta). Fase 4: Sociedade Agorista com Impurezas Estatais. 
Colapso do estado e simultânea dissolução da ANL. Casa! 
V. AÇÃO! Nossas Táticas 
Lista de algumas táticas. Táticas devem ser descobertas e aplicadas em um contexto. 
Ativista = empreendedor. Onde estamos no momento (e então). Oportunidades geradas 
pelo colapso do estatismo da esquerda. Oportunidades geradas pela liquidação do 
partido. O desafio final. O compromisso e lema do Novo Libertário: Ágora, Anarquia, 
Ação! 
 
Samuel Edward Konkin III 
111 
I. Estatismo: Nossa Condição 
Somos coagidos por nossos semelhantes seres humanos. Uma vez 
que eles têm a capacidade de escolher fazer o contrário, nossa condição 
não precisa ser assim. A coerção é imoral, ineficiente e desnecessária 
para a vida e realização humana. Aqueles que desejam ficar deitados 
enquanto seus vizinhos predam sobre eles são livres para assim 
escolher; este manifesto é para aqueles que escolhem o contrário: 
revidar. 
Para combater a coerção, é preciso entendê-la. Mais importante, é 
preciso entender pelo que se está lutando tanto quanto contra o que se 
está lutando. A reação cega vai em todas as direções negativas à fonte 
da opressão e dispersa a oportunidade; a busca de um objetivo comum 
foca os oponentes e permite a formação de estratégias e táticas 
coerentes. 
A coerção difusa é tratada de forma otimizada pela autodefesa 
local e imediata. Embora o mercado possa desenvolver negócios de 
maior escala para proteção e restauração, ameaças aleatórias de 
violência só podem ser tratadas no local ad hoc.1 
A coerção organizada requer oposição organizada. (Um excelente 
argumento foi feito muitas vezes por muitos pensadores de que tal 
organização deveria permanecer esquelética, na melhor das hipóteses, 
ganhando corpo apenas para o confronto real, a fim de evitar a 
perversão dos defensores a uma agência de agressão.) Coerção 
institucional, desenvolvida ao longo de milênios com raízes de 
misticismo e desilusão plantadas profundamente no pensamento das 
 
1 Estou em dívida com Robert LeFevre por esse insight, embora tiremos 
conclusões diferentes. 
Manifesto do Novo Libertário 
112 
vítimas, exige uma grande estratégia e um ponto cataclísmico de 
singularidade histórica: a Revolução. 
Tal instituição de coerção — centralizando a imoralidade, 
direcionando o roubo e o assassinato e coordenando a opressão em uma 
escala inconcebível pela criminalidade aleatória — existe. É a Máfia 
das máfias, a Gangue das gangues, a Conspiração das conspirações. Ela 
assassinou mais pessoas em alguns anos recentes do que todas as 
mortes na história antes dessa época; roubou em poucos anos recentes 
mais do que toda a riqueza produzida na história até então; ela iludiu — 
para sua sobrevivência — mais mentes em poucos anos recentes do que 
toda a irracionalidade da história até então; Nosso Inimigo, O estado.2 
Só no século 20, a guerra matou mais do que todas as mortes 
anteriores; os impostos e a inflação roubaram mais do que toda a 
riqueza previamente produzida; e as mentiras políticas, a propaganda e, 
acima de tudo, a “Educação”, distorceram mais mentes do que todas as 
superstições anteriores: ainda assim, através de toda a confusão e 
ofuscação deliberadas, o fio da razão desenvolveu fibras de resistência 
para serem tecidas na corda da execução para o estado: 
Libertarianismo. 
Onde o estado divide e conquista sua oposição, o Libertarianismo 
une e liberta. Onde o estado obscurece, o Libertarianismo esclarece; 
onde o estado esconde, o Libertarianismo descobre; onde o estado 
perdoa, o Libertarianismo acusa. 
O Libertarianismo elabora toda uma filosofia a partir de uma 
premissa simples: a violência iniciatória ou a ameaça dela (coerção) é 
 
2 Obrigado, Albert J. Nock, por essa frase. 
Samuel Edward Konkin III 
113 
errada (imoral, má, ruim, supremamente imprática etc.) e é proibida; 
nada mais é.3 
O Libertarianismo, conforme desenvolvido até este ponto, 
descobriu o problema e definiu a solução: o estado vs o Mercado. O 
Mercado é a soma de toda ação humana voluntária.4 Se alguém age de 
forma não coercitiva, faz parte do Mercado. Assim, a Economia tornou-
se parte do Libertarianismo. 
O Libertarianismo investigou a natureza do homem para explicar 
seus direitos decorrentes da não coerção. Seguiu-se imediatamente que 
o homem (mulher, criança, Marciano, etc.) tinha um direito absoluto a 
essa vida e outras propriedades — e nenhum direito à vida ou 
propriedade de outros. Assim, a filosofia Objetiva tornou-se parte do 
Libertarianismo. 
O Libertarianismo perguntou por que a sociedade não era 
libertária agora e encontrou o estado, sua classe dominante, sua 
camuflagem e os heroicos historiadores que lutam para revelar a 
verdade. Assim, a História Revisionista tornou-se parte do 
Libertarianismo. 
A psicologia, especialmente desenvolvida por Thomas Szasz 
como contrapsicologia, foi adotada por libertários que buscavam 
libertar-se tanto da restrição do estado quanto do autoaprisionamento. 
Buscando uma forma de arte para expressar o potencial de horror do 
estado e extrapolar as muitas possibilidades de liberdade, o 
Libertarianismo encontrou aFicção Científica já nesse campo. 
 
3 O Libertarianismo Moderno é melhor descrito por Murray Rothbard em For a 
New Liberty, que, independentemente de quão recente seja a edição, está 
sempre um ano ou mais desatualizado. Recomendar até mesmo o melhor texto 
sobre libertarianismo é como recomendar uma música para explicar a música 
em todas as suas formas. 
4 Obrigado, Ludwig von Mises. 
Manifesto do Novo Libertário 
114 
Dos reinos políticos, econômicos, filosóficos, psicológicos, 
históricos e artísticos, os partidários da liberdade viram um todo, 
integrando sua resistência com outras em outros lugares, e se uniram à 
medida que sua consciência se tornou atenta. Assim os Libertários se 
tornaram um Movimento. 
O Movimento Libertário olhou em volta e viu o desafio: em todos 
os lugares, Nosso Inimigo, O Estado; das profundezas do oceano, 
passando por postos avançados do deserto árido, até a distante 
superfície lunar; em cada terra, povo, tribo, nação — e na mente 
individual. 
Alguns buscaram aliança imediata com outros oponentes da elite 
do poder para derrubar os presentes regentes do estado.5 Alguns 
buscaram o confronto imediato com os agentes do estado.6 Alguns 
buscaram a colaboração com aqueles no poder que ofereciam menos 
opressão em troca de votos.7 E alguns cavaram em busca de 
esclarecimentos de longo prazo da população para construir e 
 
5 Radical Libertarian Alliance [Aliança Libertária Radical] (RLA), 1968-1971. 
6 Student Libertarian Action Movement [Movimento da Ação Libertária 
Estudantil (SLAM)], 1968–72, mais tarde reviveu brevemente como um proto-
Movement of the Libertarian Left [Movimento da Esquerda Libertária] (MLL). 
7 Citizens for a Restructured Republic [Cidadãos por uma República 
Reestruturada], 1972, formado por membros da RLA desiludidos com a 
revolução. 
Samuel Edward Konkin III 
115 
desenvolver o Movimento.8 Em todos os lugares, uma Aliança 
Libertária de ativistas surgiu.9 
Os Círculos Superiores do estado não estavam dispostos a ceder 
sua pilhagem e restaurar a propriedade às suas vítimas ao primeiro sinal 
de oposição. O primeiro contra-ataque veio de antiprincípios já 
plantados pela corrupta Casta Intelectual: Derrotismo, Retiradismo, 
Minarquismo, Colaboracionismo, Gradualismo, Monocentrismo e 
Reformismo — incluindo aceitar cargos de estado para “melhorar” o 
Estatismo! Todos esses antiprincípios (desvios, heresias, dogmas 
contraditórios autodestrutivos etc.) serão tratados mais adiante. O pior 
de tudo é a Partidarquia, o anti-conceito de buscar fins libertários por 
meios estatistas, especialmente partidos políticos. 
Um Partido “Libertário” foi o segundo contra-ataque do estado 
lançado contra os libertários incipientes, primeiro como um oxímoro 
ridículo,10 depois como um exército invasor.11 
 
8 Society for Individual Liberty [Sociedade pela Liberdade Individual (SIL)], 
1969–89 (agora fundida com a Libertarian International [Internacional 
Libertária] para [formar] a International Society for Individual Liberty 
[Sociedade Internacional pela Liberdade Individual]). Também o Rampart 
College (agora extinto) e a Foundation for Economic Education [Fundação 
para Educação Econômica] e o Free Enterprise Institute [Instituto de Livre 
Empresa], que existiam antes da explosão populacional libertária de 1969. 
9 Mais importante, a California Libertarian Alliance [Aliança Libertária da 
Califórnia (CLA)], 1969-73. O nome ainda é mantido vivo para patrocínio de 
conferências, e é usado no Reino Unido. 
 
10 O primeiro Partido “Libertário” foi criado por Gabriel Aguilar e Ed Butler na 
Califórnia em 1970 como uma concha oca para obter acesso à mídia. (Aguilar, 
um galambosiano, era firmemente antipolítico.) Até o Partido “Libertário” de 
Nolan foi ridicularizado e desprezado por pessoas como Murray Rothbard no 
primeiro ano de sua existência. 
11 O Partido “Libertário” que eventualmente se organizou nacionalmente e 
dirigiu John Hospers e Toni Nathan para presidente e vice-presidente em 1972 
foi organizado pela primeira vez por David e Susan Nolan em dezembro de 
1971 no Colorado. David Nolan era um membro de Massachusetts da Young 
 
Manifesto do Novo Libertário 
116 
O terceiro contra-ataque foi uma tentativa de um dos dez 
capitalistas mais ricos dos Estados Unidos de comprar as principais 
instituições Libertárias — não apenas o Partido — e administrar o 
movimento como outros plutocratas administram todos os outros 
partidos políticos em estados capitalistas.12 
O grau de sucesso que esses contra-ataques estatistas tiveram em 
corromper o libertarianismo levou a uma fragmentação da “Esquerda” 
do Movimento e à paralisação desesperada de outros. À medida que a 
desilusão crescia com o “Libertarianismo”, os desiludidos buscavam 
 
Americans for Freedom [Jovens Americanos pela Liberdade] (YAF) que 
rompeu com ela em 1967 e perdeu o clímax de 1969 em St. Louis. Permaneceu 
conservador e minarquista até esta primeira edição. 
Embora os Nolans fossem bastante inocentes, e outras organizações e 
candidatos iniciais muitas vezes o fossem, o debate sobre “a Questão do 
Partido” começou imediatamente. New Libertarian Notes atacou o conceito de 
Partido “Libertário” na primavera de 1972 e realizou um debate entre Nolan e 
Konkin pouco antes da eleição (NLN 15). 
Na campanha presidencial de 1980, os Nolans haviam rompido com a 
liderança do Partido “Libertário” de Ed Crane e seu candidato Ed Clark, que 
dirigia uma campanha tradicional de busca de votos e corte de plataforma de 
alto poder e alto financiamento. 
12 Charles G. Koch — bilionário do petróleo de Wichita — por meio de seus 
parentes, fundações, institutos e centros, havia estabelecido, comprado ou 
“comprado” o seguinte de 1976 a 1979: Murray Rothbard e seu Libertarian 
Forum; Libertarian Review (de Robert Kephart), editado por Roy A. Childs; 
Students for a Libertarian Society [Estudantes por uma Sociedade Libertária] 
(SLS), dirigido por Milton Mueller; Center for Libertarian Studies [Centro de 
Estudos Libertários] (CLS) (inclinado a Rothbard) e Joe Peden; Inquiry, 
editada por Williamson Evers; Cato Institute; e vários Fundos, Fundações e 
Institutos Koch. Chamado de “Kochtopus” em New Libertarian 1 (fevereiro de 
1978), foi atacado pela primeira vez por Edith Efron na publicação libertária 
conservadora Reason, juntamente com alegações de uma conspiração 
“anarquista”. O Movimento da Esquerda Libertária se afastou dos delírios anti-
anarquistas de Efron e correu para apoiá-la em sua revelação chave do 
crescimento do monocentrismo no Movimento. 
Em 1979, o Kochtopus assumiu o controle do Partido “Libertário” (LP) 
nacional na convenção de Los Angeles. David Koch, irmão de Charles, 
comprou abertamente a indicação para vice-presidente por US$ 500.000. 
Samuel Edward Konkin III 
117 
respostas para esse novo problema: o estado dentro e o estado fora. 
Como evitamos ser usados pelo estado e sua elite de poder? Isso é, 
perguntaram eles, como podemos evitar desvios do caminho da 
liberdade quando sabemos que há mais de um? O mercado tem muitos 
caminhos para produção e consumo de um produto e nenhum é 
perfeitamente previsível. Então, mesmo que alguém nos diga como ir 
daqui (estatismo) para lá (liberdade), como sabemos que esse é o 
melhor caminho? 
Alguns já estão desenterrando as velhas estratégias de 
movimentos há muito mortos, movimentos com outros objetivos. 
Novos caminhos estão de fato sendo oferecidos — de volta ao estado.13 
A traição, inadvertida ou planejada, continua. Não precisa. 
Embora ninguém possa prever a sequência de passos que 
infalivelmente alcançará uma sociedade livre para indivíduos de livre 
arbítrio, pode-se eliminar em um corte todos aqueles que não irão 
avançar a Liberdade, e aplicar os princípios do Mercado sem hesitar 
traçará um terreno para a viagem. Não há um Único Caminho, um 
gráfico de linha reta para a Liberdade, paraesclarecer. Mas há uma 
família de gráficos, um Espaço cheio de linhas, que levará o libertário 
ao seu objetivo de uma sociedade livre, e esse Espaço pode ser descrito. 
 
13 Murray Rothbard rompeu com o Kochtopus logo após a Convenção do LP de 
1979 e a maioria de seus aliados próximos foram expurgados, como 
Williamson Evers da Inquiry. O CLS foi cortado do financiamento da Koch. O 
Libertarian Forum começou a atacar Koch. Rothbard e o jovem Justin 
Raimondo estabeleceram um novo caucus “radical” (RC) do LP (o primeiro, 
1972-74, foi dirigido por progenitores da New Libertarian Alliance [Nova 
Aliança Libertária] (NLA) como uma tática de recrutamento e uma maneira de 
destruir o Partido de dentro). 
Embora Rothbard tenha sido movido a perguntar “Sam Konkin está certo?” 
Em seu discurso de julho de 1980 em um jantar do RC em Orange County, a 
estratégia do RC era de reformar o LP usando táticas neomarxistas e da New 
Left. 
Manifesto do Novo Libertário 
118 
Uma vez fixada a meta e descobertos os caminhos, resta apenas a 
Ação do indivíduo para ir daqui para lá. Acima de tudo, este manifesto 
clama por essa Ação.14 
 
 
14 Espero que as edições subsequentes possam omitir esta nota, mas no presente 
contexto histórico é vital apontar que o libertarianismo não é especificamente 
para os elementos mais “avançados” ou esclarecidos da América do Norte, 
talvez tipificados pelo colega consultante computacional, jovem, branco e 
altamente lido e meio infantil. Somente o mercado mais livre pode elevar o 
“Segundo” e o “Terceiro Mundo” da pobreza opressiva e da superstição 
autodestrutiva. As tentativas compulsórias de elevar criticamente os padrões de 
produção e o entendimento cultural associado causaram retrocesso e regressão: 
e.g., Irã e Afeganistão. Principalmente, o estado se engajou na repressão 
deliberada do autoaperfeiçoamento. 
Mercados quase livres, como os portos livres de Hong Kong, Cingapura e 
(anteriormente) Xangai, atraíram uma enxurrada de empreendedores altamente 
motivados e com mobilidade ascendente. O mercado negro incrivelmente bem 
desenvolvido da Birmânia já administra toda a economia e precisa apenas de 
uma consciência libertária para expulsar Ne Win e o Exército, acelerando o 
comércio e aniquilando a pobreza da noite para o dia. 
Observações semelhantes são possíveis sobre os mercados negros 
desenvolvidos e os mercados semi-livres tolerados no “Segundo Mundo” da 
ocupação Soviética, tal como a Armênia, a Geórgia e a ContraEconomia Russa 
(nalevo). 
Nota para a segunda edição: A nota anterior ainda é, infelizmente, necessária. 
Nota para a terceira edição: Com o colapso do comunismo, talvez a 
necessidade esteja diminuindo, mas a nota ainda está aqui! 
 
Samuel Edward Konkin III 
119 
II. Agorismo: Nosso Objetivo 
O princípio básico que conduz um libertário do estatismo a uma 
sociedade livre é o mesmo que os fundadores do libertarianismo 
usaram para descobrir a própria teoria. Esse princípio é a consistência. 
Assim, a aplicação consistente da teoria do libertarianismo a cada ação 
que o libertário individual toma cria a sociedade libertária. 
Muitos pensadores expressaram a necessidade da consistência 
entre meios e fins e nem todos eram libertários. Ironicamente, muitos 
estatistas alegaram inconsistência entre fins louváveis e meios 
desprezíveis; no entanto, quando seus verdadeiros fins de maior poder e 
opressão foram entendidos, seus meios se mostraram bastante 
consistentes. Faz parte da mística estatista confundir a necessidade de 
consistência entre fins e meios; é, portanto, a atividade mais crucial do 
teórico libertário expor inconsistências. Muitos teóricos o fizeram 
admiravelmente; mas poucos tentaram e a maioria falhou em descrever 
a combinação consistente de meios e fins do libertarianismo.15 
 
15 Para citar o mais espetacular até agora: 
• Murray Rothbard usará qualquer estratégia política passada para promover o 
libertarianismo, recorrendo a estratégias cada vez mais radicais quando as 
anteriores falharem. 
• Robert LeFevre defende uma pureza de pensamento e ação em cada 
indivíduo que este autor e muitos outros acham inspirador. Mas ele se 
abstém de descrever uma estratégia completa resultante dessas táticas 
pessoais, em parte devido ao medo de ser acusado de prescrever e descrever. 
Este autor não tem esse medo. O pacifismo de LeFevre também dilui a 
atração de suas táticas libertárias, provavelmente muito mais do que 
merecido. 
• Andrew J. Galambos defende uma posição bastante ContraEconômica (veja 
o próximo capítulo), mas positivamente afasta recrutas por sua postura anti-
movimento e sua tática de organização de “sociedade secreta”. Seu desvio de 
“propriedade primária”, como o pacifismo de LeFevre, provavelmente 
também prejudica o resto de sua teoria mais do que se justifica. 
 
Manifesto do Novo Libertário 
120 
Se este manifesto é ele mesmo correto ou não pode ser 
determinado pelo mesmo princípio. Se a consistência falhar, então tudo 
dentro é sem significado; de fato, a linguagem é então uma baboseira e 
sua existência uma fraude. Isso não pode ser super-enfatizado. Caso 
uma inconsistência seja descoberta nestas páginas, então a 
reformulação consistente é o Novo Libertarismo, não o que foi 
encontrado em erro. O Novo Libertarismo (agorismo) não pode ser 
desacreditado sem que a Liberdade ou a Realidade (ou ambas) sejam 
desacreditadas, apenas uma formulação incorreta. 
Comecemos por vislumbrar nossa meta. Como uma sociedade 
livre se parece, ou pelo menos uma sociedade tão livre quanto podemos 
esperar alcançar com nosso entendimento presente?16 
Sem dúvida, a sociedade mais livre já imaginada é a de Robert 
LeFevre. Todas as relações entre as pessoas são trocas voluntárias — 
um ente, o mercado. Ninguém vai ferir o outro ou transgredir de forma 
alguma. 
É claro, muito mais do que o estatismo teria que ser eliminado da 
consciência individual para que sua sociedade existisse. O mais 
 
• How I Found Freedom In An Unfree World de Harry Browne, é um guia 
imensamente popular para a libertação pessoal. Tendo sido influenciado por 
Rothbard, LeFevre e Galambos, Browne de forma bastante correta — ainda 
que superficialmente — mapeia táticas válidas para o indivíduo sobreviver e 
prosperar em uma sociedade estatista. Ele não oferece uma estratégia geral, e 
suas técnicas se desintegrariam em um sistema ContraEconômico avançado 
à medida que se aproximasse da sociedade livre. 
• Um desvio sem porta-voz em particular, mas associado em grande parte à 
Libertarian Connection, é a ideia de alcançar a liberdade superando o estado 
com tecnologia. Isso parece ter validade plausível no caso recente do estado 
norte-americano que decidiu não regular a indústria da informação de 
crescimento explosivo. Mas se não leva em conta a ingenuidade daqueles 
que manterão o estatismo enquanto as pessoas o exigirem. 
16 Quando nosso entendimento aumenta, supõe-se que podemos alcançar uma 
sociedade mais livre. 
Samuel Edward Konkin III 
121 
prejudicial de tudo para esta sociedade perfeitamente livre é a falta de 
um mecanismo de correção.17 Basta um punhado de praticantes de 
coerção para desfrutar de seus saques ilícitos em companhia suficiente 
para sustentá-los — e a liberdade está morta. Mesmo que todos vivam 
livres, uma “mordida na maçã”, um retrocesso, lendo a história antiga 
ou redescobrindo o mal por conta própria, “deslibertará” a sociedade 
perfeita. 
A próxima melhor coisa para uma sociedade livre é a sociedade 
Libertária. A vigilância eterna é o preço da Liberdade (Thomas 
Jefferson) e pode ser possível ter um pequeno número de indivíduos no 
mercado prontos para se defender contra agressões esporádicas. Ou um 
grande número pode reter conhecimento suficiente e capacidade de usar 
esse conhecimento básico de autodefesa para impedir ataques aleatórios 
(o aplicante de coerção nunca sabendo quem pode serbem versado em 
defesa) e eliminar a lucratividade da iniciação sistemática da violência. 
Mesmo assim, permanecem dois problemas extraordinariamente 
difíceis para este sistema de “Anarquia com defesa espontânea”. O 
primeiro é o problema de defender aqueles que estão visivelmente 
indefesos. Isso pode ser reduzido pela tecnologia avançada para 
pessoas que são idiotas tetraplégicos (assumindo que isso não será 
resolvido por tecnologia suficiente) e crianças muito pequenas que 
requerem atenção constante de qualquer maneira. Depois, há aqueles 
que por um breve período ficam indefesos e os casos ainda mais raros 
daqueles que são dominados por iniciadores de violência que desejam 
testar suas habilidades contra um inimigo provavelmente mais fraco. (O 
 
17 Em The Great Explosion, o escritor de ficção científica Eric Frank Russell 
postula uma sociedade próxima daquela imaginada por LeFevre. Os Gands 
pacifistas tinham um mecanismo de correção para indivíduos ocasionalmente 
aberrantes — os casos “Idle Jack”. Infelizmente, a rejeição falharia no 
momento em que os coercedores atingissem um “número crítico” para formar 
uma subsociedade de apoio e autossustentável. Que eles poderiam, é óbvio — 
eles têm! 
Manifesto do Novo Libertário 
122 
último é mais raro simplesmente por causa do alto risco e baixo retorno 
material sobre o investimento.) 
Aqueles que não precisam — e não devem — ser defendidos são 
aqueles que conscientemente escolhem não ser: pacifistas. LeFevre e 
seus discípulos nunca precisam temer que algum Libertário use 
métodos que eles consideram repugnantes para defendê-los. (Talvez 
eles possam usar um botão de “pomba” para reconhecimentos rápidos?) 
Muito mais importante é o que fazer com o iniciador da violência 
após a defesa. O caso em que a propriedade de alguém é violada com 
sucesso e a pessoa não está lá para protegê-la vem prontamente à 
mente. E, finalmente, embora seja realmente um caso especial o acima, 
é o da possibilidade de fraude e outras formas de violação de contrato.18 
Esses casos podem ser resolvidos pelo primitivo “shoot-out” ou 
socialmente — isto é, através da intervenção de uma terceira parte que 
não tenha interesse em nenhuma das duas partes na disputa. Esse caso é 
o problema fundamental da sociedade.19 
Qualquer tentativa de forçar uma solução contra a vontade de 
ambas as partes viola o princípio Libertário. Portanto, um “shoot-out” 
que não envolva riscos para terceiras partes é aceitável — mas 
dificilmente lucrativo ou eficiente ou mesmo civilizado (æsteticamente 
agradável) exceto para alguns cultistas. 
 
18 A posição de Mises-Rothbard é que a fraude e o descumprimento do contrato 
(o último pode ser resolvido por cláusulas do contrato, é claro) é em si roubo: 
de bens futuros. A base do contrato é a transferência de bens presentes 
(consideração aqui e agora) por bens futuros (consideração lá e então). 
Todo roubo é iniciação de violência; a força é usada para retirar bens 
involuntariamente ou para impedir o recebimento de bens ou o pagamento de 
bens transferidos livremente por acordo. 
19 A sociedade, como Mises aponta, existe por causa das vantagens da divisão do 
trabalho. Ao se especializar em diferentes etapas da produção, os indivíduos 
encontram a riqueza total produzida maior do que por seus esforços 
individuais. 
Samuel Edward Konkin III 
123 
A solução, então, requer um juiz, “Fair Witness” ou árbitro. Uma 
vez que um árbitro de uma disputa ou juiz de uma agressão tenha 
julgado e comunicado a decisão, a execução pode ser exigida. (A 
propósito, os pacifistas podem escolher a arbitragem sem execução.) 
O seguinte sistema de mercado foi proposto por Rothbard, Linda 
e Morris Tannehill e outros; não precisa ser definitivo e pode ser 
melhorado por avanços na teoria e tecnologia (como este autor já fez). 
Neste estágio da história, parece ótimo e é apresentado aqui como o 
modelo de operação inicial. 
Em primeiro lugar, sempre deixando de fora aqueles que optam 
por não participar, assegura-se assim proteção contra agressões ou 
roubos. Pode-se até atribuir um valor à vida em caso de assassinato (ou 
homicídio culposo) que pode variar desde tirar a vida do iniciador da 
violência, tirar órgãos substituíveis (dispostos à tecnologia) para 
restaurar a vida da vítima, até pagar a uma fundação para continuar o 
trabalho de vida. O que é crucial aqui é que a vítima atribua o valor à 
sua vida, corpo e propriedade antes do acidente. (Bens trocáveis podem 
simplesmente ser substituídos à taxa de mercado. Veja abaixo.) 
A descobre propriedade faltando e informa a companhia de 
seguros IA. IA investiga (por meio de outra divisão ou por meio de uma 
agência de detetives separada D). IA substitui prontamente o objeto 
para A para que a perda de uso do bem seja minimizada.20 D agora pode 
falhar em descobrir a propriedade faltante. Nesse caso, a perda para IA 
 
20 Neste ponto, devemos introduzir o conceito de Mises de preferência temporal. 
Bens futuros são sempre descontados em relação aos bens presentes por causa 
do tempo de uso renunciado. Embora as valorações individuais de preferência 
temporal variem, aqueles com alta preferência temporal podem emprestar 
daqueles com menor preferência temporal, uma vez que os de alta preferência 
pagarão mais aos de baixa preferência do que o valor a que renunciaram. O 
ponto em que todas essas transações de preferência temporal são compensadas 
no mercado livre define a taxa de interesse originária ou básica para todos os 
empréstimos e investimentos de capital. 
Manifesto do Novo Libertário 
124 
é coberta pelos prêmios pagos pelo seguro. Observe bem que, para 
manter os prêmios baixos e competitivos, IA tem um forte incentivo 
para maximizar a recuperação de bens roubados ou perdidos. (Pode-se 
ser eloquente a menção sobre a falta de tal incentivo para sistemas de 
detecção de monopólios, como as forças policiais do estado, e seu 
horrendo custo social.) 
Se D descobrir os bens, digamos, em posse de B, e B os devolver 
livremente (talvez induzido por recompensa), o caso está encerrado. 
Somente se B reivindicar o direito de propriedade sobre o objeto 
também reivindicado por A surge o conflito. 
B mantém a seguradora IB, que pode realizar sua própria 
investigação independente e convencer IA de que D errou. Caso 
contrário, IA e IB estão agora em conflito. Neste ponto, as objeções 
padrão à anarquia de mercado serão levantadas de que a “guerra” entre 
A e B foi ampliada para incluir grandes companhias de seguros que 
podem ter divisões de proteção consideráveis ou contratos com 
companhias de proteção (PA e PB). Mas onde reside o incentivo para 
IA e IB usarem a violência e destruírem não apenas os ativos de seus 
concorrentes, mas certamente pelo menos alguns dos seus? Eles têm 
ainda menos incentivo em uma sociedade de mercado há muito 
estabelecida; as companhias têm especialistas e capital investido em 
defesa. Qualquer empresa que investisse em ofensa se tornaria 
altamente suspeita e certamente perderia clientes em uma sociedade 
predominantemente Libertária (que é o que está em discussão). 
Muito barato e lucrativamente, IA e IB podem simplesmente 
pagar uma empresa de arbitragem para resolver a disputa, apresentando 
suas respectivas reivindicações e provas. Se B tem uma reivindicação 
legítima, IA abandona o caso, levando sua pequena perda (em 
comparação com a guerra!) e tem um excelente incentivo para melhorar 
sua investigação. Se A tem uma reivindicação legítima, o inverso agora 
é verdadeiro para IB. 
Samuel Edward Konkin III 
125 
Somente neste momento, quando o assunto foi totalmente 
contestado, investigado e julgado, e ainda B se recusa a entregar a 
propriedade roubada, é que ocorre violência. (B pode ter sido apenas 
incomodado por ser notificado da defesa de IB em nome de B, e B pode 
ter escolhido ignorá-la; nenhuma subpœnæ poderia ser emitidaaté após 
a condenação.) Mas PB e IB se retiram, e B agora deve enfrentar uma 
equipe competente e eficiente de especialistas em recuperação de bens 
roubados. Mesmo que B esteja quase louco em sua resistência neste 
ponto, ele provavelmente seria neutralizado com o mínimo de alvoroço 
por uma agência de mercado ávida por uma boa imagem pública e mais 
clientes — incluindo o próprio B algum dia. Acima de tudo, PA deve 
agir de forma a não invadir ninguém ou prejudicar a propriedade de 
outros. 
B ou IB agora é responsável pela restauração. Isso pode ser 
dividido em três partes: restituição, preferência temporal e apreensão. 
A restituição é a devolução do bem original ou seu equivalente de 
mercado. Isso poderia ser aplicado até mesmo a partes do corpo 
humano ou ao valor definido sobre a vida de alguém. 
A preferência temporal é a restituição de tempo de uso perdido e 
é facilmente determinada pela taxa de interesse de mercado que IA teve 
que pagar imediatamente para restaurar a propriedade de A. 
Apreensão é a soma do custo de investigação, detecção, 
arbitragem e execução. Observe como o mercado funciona para dar a B 
um alto incentivo para restaurar o saque rapidamente para minimizar o 
custo de apreensão (exatamente o oposto da maioria dos sistemas 
estatais) e minimizar os juros acumulados. 
Finalmente, observe todos os incentivos embutidos para justiça e 
restauração rápidas e eficientes com um mínimo de alvoroço e 
violência. Compare isso com todos os outros sistemas em operação; 
observe também que em partes todo esse sistema foi testado com 
Manifesto do Novo Libertário 
126 
sucesso ao longo da história. Apenas o todo é novo e exclusivo da 
teoria Libertária. 
Esse modelo de restauração tem sido explicitado de forma tão 
específica, embora possa ser aperfeiçoado e desenvolvido, porque 
resolve o único problema social que envolve qualquer tipo de violência. 
O resto dessa sociedade Libertária pode ser melhor figurado por autores 
imaginativos de ficção científica com uma boa base em praxiologia 
(termo de Mises para o estudo da ação humana, especialmente, mas não 
apenas, economia). 
Algumas marcas distintivas dessa sociedade — libertária na 
teoria e livre mercado na prática, chamada agorista, do grego agora, 
que significa “mercado aberto” — são as rápidas inovações em ciência, 
tecnologia, comunicação, transporte, produção e distribuição. Um caso 
complementar pode ser feito para a rápida inovação e desenvolvimento 
nas artes e humanidades para acompanhar o progresso mais material; 
também, tal progresso não material seria provavelmente devido à 
liberdade total em todas as formas de expressão artística não-violenta e 
à comunicação cada vez mais rápida e completa dela aos destinatários 
dispostos. A literatura libertária que exalta esses benefícios da 
liberdade já é um grande corpo e está crescendo rapidamente. 
Deve-se concluir esta descrição da teoria da restauração lidando 
com algumas das objeções arcanas a ela. A maioria delas se reduz a 
desafios para atribuir valor a bens ou pessoas violados. Deixar que o 
mercado impessoal e a vítima decidam parece mais justo tanto para a 
vítima quanto para o agressor. 
Samuel Edward Konkin III 
127 
Este último ponto ofende alguns que sentem que punição é 
necessária para o mal em pensamento; a reversibilidade do devido não 
é suficiente para eles.21 
Embora nenhum deles tenha apresentado uma base moral para a 
punição, Rothbard e David Friedman, em particular, defendem a 
necessidade econômica da dissuasão. Eles argumentam que qualquer 
porcentagem de apreensão inferior a 100% permite uma pequena 
probabilidade de sucesso; portanto, um “criminoso racional” pode 
escolher correr o risco para seu ganho. Assim, a dissuasão adicional 
deve ser adicionada na forma de punição. Que isso também diminuirá o 
incentivo para o agressor se entregar e, assim, diminuir ainda mais a 
taxa de apreensão não é considerado, ou talvez a punição seja escalada 
em taxas cada vez mais rápidas para vencer a taxa acelerada de evasão. 
 
21 Murray Rothbard assume a posição mais moderada aqui: ele defende a dupla 
restauração; isto é, não apenas o agressor deve restaurar a vítima à condição 
anterior de ileso (tanto quanto possível), mas deve se tornar uma vítima por 
uma quantia equivalente! Essa duplicação não apenas parece arbitrária, como 
em nenhum lugar Rothbard fornece uma base moral para a punição, muito 
menos um “cálculo moral” (à la Bentham). 
 Outros são muito piores ao exigir uma pilhagem cada vez maior do agressor 
preso, tornando provável que apenas o tolo mais grosseiro que errou 
momentaneamente se entregaria e, em vez disso, tentaria custar caro a seus 
perseguidores. Muitos neorrandianos atirariam em uma criança por furtar um 
doce (Gary Greenberg, por exemplo); outros acorrentaram adolescentes em 
suas camas para se livrar de transgressões triviais. 
Isso ainda está escovando a ponta do horror. Uma caricatura de justiça muito 
maior é proposta por aqueles que não desejam restituir ou mesmo punir 
brandamente, mas reabilitar o iniciador da violência. Enquanto alguns dos 
mais esclarecidos entre os reabilitadores aceitariam o trabalho simultâneo de 
restituição da dívida, eles aproveitariam a delegação do direito de autodefesa 
da vítima (a base de todas as ações legais) para encarcerar e fazer lavagem 
cerebral no agressor preso agora indefeso. 
Não contentes em castigar a pessoa, açoitar o corpo, e talvez até mesmo 
infligir a relativa misericórdia da cruel tortura física, os reabilitadores buscam 
a destruição de valores e motivações; isto é, a aniquilação do Ego. Em 
linguagem mais florida, mas merecida, eles desejam devorar a alma do 
agressor preso! 
Manifesto do Novo Libertário 
128 
Enquanto isto é escrito, a taxa mais baixa de evasão de crimes 
definidos pelo estado é de 80%; a maioria dos criminosos tem mais de 
90% de chance de não ser pego. Isso está dentro de um sistema de 
punição-reabilitação em que nenhuma restauração ocorre (a vítima é 
ainda mais saqueada por impostos para sustentar o sistema penal) e o 
mercado é banido. Não é de admirar que haja um próspero “mercado 
vermelho” na iniciação da violência não Estatal! 
Mesmo assim, essa crítica à restauração agorista deixa de notar 
que existe um fator de “entropia”. O potencial agressor deve contrapor 
o ganho do objeto do furto à perda do objeto acrescido juros acrescido 
custo de apreensão. É verdade que, se ele se entregar imediatamente, os 
dois últimos são mínimos — mas também são os custos para a vítima e 
a seguradora. 
Não apenas a restauração agorista é felizmente dissuasiva em 
uma relação recíproca com a conformidade, mas o custo de mercado do 
fator de apreensão permite uma medida quantificável precisa do custo 
social da coerção na sociedade. Nenhum outro sistema proposto 
conhecido até agora faz isso. Como a maioria dos libertários tem dito, a 
liberdade funciona. 
Em nenhum lugar na teoria da restauração agorista os 
pensamentos do agressor entram em cena. O agressor é assumido 
apenas como um agente humano e responsável por suas ações. Além 
disso, o que interessa a qualquer um o que alguém pensa? O que é 
relevante é o que o agressor faz. O pensamento não é ação; no 
pensamento, pelo menos, a anarquia permanece absoluta.22 
 
22 Se a telepatia for descoberta e viável na prática, pode pelo menos ser possível 
investigar o motivo e a intenção; ainda assim, o único uso em um sistema 
agorista seria para pedidos de misericórdia — misericórdia às custas da vítima. 
Essa nota de rodapé também é relevante para o parágrafo seguinte, razão pela 
qual é denotada duas vezes. 
Samuel Edward Konkin III 
129 
Se você se encontra sentado em estado de choque ao descobrir 
que eu quebrei sua janela, você não se importará se eu tropecei e caí 
enquanto passava ou se eu me envolvi em algum ato de raiva irracional 
pulando por ela ou mesmo sefoi um plano premeditado para distrair os 
protetores do outro lado da rua de perceberem um assalto a banco. O 
que você quer é sua janela de volta pronto (e a bagunça limpa). O que 
eu acho é irrelevante para sua restauração. De fato, pode ser 
facilmente demonstrado que mesmo o menor gasto de energia neste 
assunto é puro desperdício. Motivação — ou motivação suspeita, que é 
tudo o que podemos saber23— pode ser relevante para a detecção e até 
para provar a plausibilidade da ação do agressor para um árbitro se 
houver dois suspeitos igualmente prováveis, mas tudo o que importa 
para a justiça — como um libertário vê — é que a vítima foi restaurada 
a uma condição tão idêntica quanto possível à pré-dano. Deixe Deus ou 
a consciência punir os “pensamentos culpados”.24 
Outra objeção levantada diz respeito ao que será feito com os 
iniciadores da violência que pagaram sua dívida (ao indivíduo, não à 
“sociedade”) e são “livres” para tentar novamente — com maior 
experiência. E quanto à reincidência, tão prevalente na sociedade 
estatista? 
É claro que, uma vez marcado como agressor, provavelmente 
será observado mais de perto e pensado primeiro quando um crime 
 
23 N. do E.: Consultar a nota anterior. 
24 Uma boa pergunta é: onde a “punição” começou? O conceito é aplicável 
apenas aos escravos que não têm mais nada a perder a não ser a falta de dor; 
aos totalmente inúteis, se existirem; e para crianças muito pequenas que são 
incapazes de pagar pela restauração e são consideradas inadequadamente 
responsáveis por contrair dívidas. É claro que uma economia primitiva 
geralmente tinha muitos problemas com racionalidade e tecnologia para 
fornecer detecção e medição de valor muito confiáveis. 
Ainda assim, algumas sociedades primitivas, como a irlandesa, a islandesa e a 
iboa, introduziram sistemas de repagamento para melhorar a vingança — e 
prontamente evoluíram para quase anarquias. 
Manifesto do Novo Libertário 
130 
semelhante for cometido. E embora os campos de trabalho possam ser 
usados para pagar a restituição em alguns casos extremos, a maioria 
dos agressores poderá trabalhar em relativa liberdade sob fiança. 
Assim, nenhuma “instituição de ensino superior criminal” como as 
prisões estará por perto para educar e encorajar a agressão. 
A característica distintiva de um sistema de julgamento e 
proteção altamente eficiente e preciso será que ele ocupará uma fração 
insignificante do tempo, pensamento ou dinheiro de um indivíduo. 
Pode-se então argumentar que não retratamos 99% da sociedade 
agorista. E quanto à eliminação da autodestruição (com a qual o 
Libertarianismo não lida), exploração e colonização do espaço, 
extensão da vida, aumento da inteligência, relações interpessoais e 
variações æstéticas? Tudo o que realmente pode e precisa ser dito é 
que onde o homem presente deve gastar metade ou mais de seu tempo e 
energia servindo ou resistindo ao estado, esse tempo-energia (definição 
fisicista de ação) será utilizável para todos os outros aspectos do 
autoaperfeiçoamento e o aproveito da natureza. É preciso uma visão 
cínica da humanidade para imaginar qualquer coisa além de uma 
sociedade mais rica e feliz. 
Esse é então um esboço de nosso objetivo e uma figuração 
detalhada ou foco ampliado do aspecto da justiça e proteção. Temos o 
“aqui” e o “lá”. Agora para o caminho — a ContraEconomia. 
 
Samuel Edward Konkin III 
131 
III. ContraEconomia: Nosso Meio 
Tendo detalhado nosso passado e presente estatista e vislumbrado 
uma visão crível de uma sociedade muito melhor alcançável com a 
compreensão e tecnologia presentes — nenhuma mudança na natureza 
humana sendo necessária — chegamos à parte crítica do manifesto: 
como vamos daqui para lá? A resposta se divide naturalmente — ou 
talvez não naturalmente — em duas partes. Sem um estado, uma 
diferenciação no micro (manipulação de um indivíduo por si mesmo e 
seu ambiente — incluindo o mercado) e no macro (manipulação de 
coletivos) seria, na melhor das hipóteses, um exercício estatístico 
interessante com algumas pequenas referências às agências de 
marketing. Mesmo assim, uma pessoa com uma decência altamente 
sofisticada pode querer entender as consequências sociais de seus atos, 
mesmo que não prejudiquem outra pessoa. 
Com um estado manchando cada ato e sujando nossas mentes 
com culpa imerecida, torna-se extremamente importante entender as 
consequências sociais de nossos atos. Por exemplo, se deixarmos de 
pagar impostos e saímos impunes, quem será prejudicado? Nós? O 
estado? Inocentes? A análise libertária nos mostra que o estado é 
responsável por qualquer dano a inocentes que alega que o “egoísta 
sonegador” tenha incorrido; e os “serviços” que o estado nos “presta” 
são ilusórios. Mas, mesmo assim, não deve haver mais do que 
resistência solitária habilmente ocultada ou “abandono”? Se um partido 
político ou exército revolucionário é inadequado e autodestrutivo para 
os objetivos libertários, que tipo de ação coletiva funciona? 
A resposta é agorismo. 
É possível, prático e até lucrativo empreender grandes parcelas de 
humanidade longe da sociedade estatista para a Ágora. Esta é, no 
sentido mais profundo, uma verdadeira atividade revolucionária e será 
Manifesto do Novo Libertário 
132 
abordada no próximo capítulo. Para entender essa resposta macro, no 
entanto, devemos primeiro esboçar a resposta micro.25 
A função da pseudociência da economia do establishment, ainda 
mais do que fazer previsões para a classe dominante (como fizeram os 
augúrios do Império Romano), é mistificar e confundir a classe 
dominada sobre para onde sua riqueza está indo e como ela é tomada. 
Uma explicação de como as pessoas podem manter suas riquezas 
e propriedades seguras do estado, então, é a economia 
ContraEstablishment, ou simplesmente ContraEconomia.26 A prática 
real de ações humanas que evadem, evitam e desafiam o estado é 
atividade contraeconômica, mas — da mesma maneira descuidada que 
a “economia” se refere tanto à ciência quanto ao que ela estuda — a 
“ContraEconomia” sem dúvida será usada. Uma vez que este livro é a 
própria teoria da ContraEconomia, o que será referido como 
ContraEconomia é a prática. 
Mapear e descrever toda ou mesmo uma parte significativamente 
útil da Contraeconomia exigirá pelo menos um volume completo.27 
 
25 Micro e macro são termos da economia do establishment atual. Enquanto a 
Contraeconomia é parte do agorismo (até que o estado se vá), o agorismo 
inclui tanto a Contraeconomia na prática quanto o libertarianismo na teoria. 
Uma vez que essa teoria inclui uma consciência das consequências da prática 
Contraeconômica em larga escala, usarei o agorista neste sentido macro e 
ContraEconômico no sentido micro. Uma vez que a divisão é inerentemente 
ambígua, alguma sobreposição e intercambialidade irão ocorrer. 
26 O termo “Contraeconomia” foi formado da mesma forma que o termo 
“contracultura”; não significa ciência antieconômica mais do que contracultura 
significa anticultural. 
27 Este volume, Counter-Economics (o livro), está em andamento e será 
concluído em breve, se o mercado quiser! 
Nota para a Segunda Edição: O Mercado ainda não está disposto, mas em 
breve… 
Nota para a Quarta Edição: Samuel Edward Konkin III morreu antes de 
completar sua magnum opus, mas a KoPubCo está preparando o que existe de 
seu manuscrito para publicação em um futuro próximo. 
 
Samuel Edward Konkin III 
133 
Apenas o suficiente será esboçado aqui para fornecer compreensão para 
o resto do manifesto. 
Passar de uma sociedade agorista para uma estatista deve ser um 
trabalho árduo, equivalente a um caminho de alta entropia negativa na 
física. Afinal, uma vez que se vive e compreende uma sociedade livre e 
bem administrada, por que desejar-se-ia retornar à coerção sistemática, 
à pilhagem e à ansiedade? Difundir a ignorância e a irracionalidade 
entre os conhecedores e racionaisé difícil; mistificar o que já é 
claramente entendido é quase impossível. A sociedade agorista deve ser 
bastante estável em relação à decadência, embora altamente aberta a 
melhorias. 
Vamos correr para trás no tempo, como um filme em reverso, da 
sociedade agorista para a atual sociedade estatista. O que esperaríamos 
ver? 
Bolsões de estatismo — principalmente contíguos no território, já 
que o estado exige monopólios regionais — apareceriam primeiro. As 
vítimas restantes estão se tornando cada vez mais conscientes do 
maravilhoso mundo livre ao seu redor e “evaporando” desses bolsões. 
Grandes sindicatos de agências de proteção do mercado estão contendo 
o estado defendendo aqueles que se inscreveram em um seguro-
proteção. Mais importante, aqueles que estão fora dos bolsos ou 
subsociedades estatistas estão desfrutando de uma sociedade agorista, 
exceto por um custo mais alto de prêmios de seguro e alguns cuidados 
quanto ao local para onde viajam. 
Os agoristas poderiam coexistir com os estatistas neste momento, 
mantendo uma “política externa” isolacionista, já que os custos da 
invasão e libertação das subsociedades estatistas seriam superiores aos 
retornos imediatos (a menos que o estado lance uma última agressão 
 
Nota para a Primeira Edição Brasileira: Já se encontra disponível na KoPubCo. 
Manifesto do Novo Libertário 
134 
total). Não há, no entanto, nenhuma razão real para imaginar que as 
vítimas restantes escolherão permanecer oprimidas quando a alternativa 
libertária for tão visível e acessível. As áreas do estado são como uma 
solução supersaturada pronta para precipitar a anarquia. 
Corra para trás mais um passo e encontramos a situação invertida. 
Encontramos setores maiores da sociedade sob o Estatismo e os 
menores vivendo o mais agoricamente possível. No entanto, há uma 
diferença visível: os agoristas não precisam ser territorialmente 
contíguos. Eles podem viver em qualquer lugar, embora tendam a se 
associar com seus companheiros agoristas não apenas para reforço 
social, mas para facilidade e lucratividade do comércio. É sempre mais 
seguro e lucrativo lidar com clientes e fornecedores mais confiáveis. 
A tendência é de maior associação entre indivíduos mais 
agoristas e de dissociação com elementos mais estatistas. (Esta 
tendência não é apenas teoricamente forte; ela já existe na prática 
embrionária hoje.) Alguns territórios facilmente defensáveis, talvez no 
espaço ou ilhas no oceano (ou sob o oceano) ou “guetos” de grandes 
cidades podem ser quase inteiramente agoristas, onde o estado é 
impotente para esmagá-los. A maioria dos agoristas, porém, viverá 
dentro de áreas reivindicadas pelos estatistas. 
Haverá um espectro do grau de agorismo na maioria dos 
indivíduos, como existe hoje, com alguns se beneficiando do estado 
altamente estatista, alguns plenamente conscientes da alternativa 
agorista e competentes como vivendo livremente até o fim, e o resto no 
meio com vários graus de confusão. 
Por fim, voltamos para onde há apenas um punhado que entende 
o agorismo, a grande maioria percebendo ganhos ilusórios da existência 
do estado ou incapazes de perceber uma alternativa, e os próprios 
Samuel Edward Konkin III 
135 
estatistas: o aparelho de governo e a classe definida pelo recebimento 
de um ganho líquido da intervenção do estado no Mercado.28 
Esta é uma descrição da nossa sociedade atual. Estamos “em 
casa”. 
Antes de invertermos o curso e descrevermos o caminho do 
estatismo ao agorismo, vamos dar uma olhada em nossa sociedade 
atual com nossa percepção agorista recém-adquirida. Assim como um 
viajante que volta para casa e vê as coisas sob uma nova luz a partir do 
que aprendeu em terras estrangeiras e modos de vida, podemos obter 
novos insights sobre nossas circunstâncias atuais. 
Além de alguns Novos Libertários esclarecidos tolerados nas 
áreas estatistas mais liberais do globo (“a tolerância” existe no grau de 
contaminação libertária do estatismo), agora percebemos outra coisa: 
muitas pessoas que estão agindo de maneira agorista com pouca 
compreensão de qualquer teoria, mas que são induzidos pelo ganho 
material a evadir, evitar ou desafiar o estado. Certamente eles têm 
potencial. 
Na União Soviética, um bastião do arqui-estatismo e uma 
economia “oficial” quase totalmente desmoronada, um gigantesco 
mercado negro fornece aos russos, armênios, ucranianos e outros tudo, 
desde comida até conserto de televisão, até documentos oficiais e 
favores da classe dominante. Como relata o Manchester Guardian 
Weekly, a Birmânia é quase um mercado negro total com o governo 
reduzido a um exército, polícia e alguns políticos arrogantes. Em graus 
variados, isso é verdade para quase todos os Segundo e Terceiro 
Mundos. 
 
28 Essa classe tem sido chamada de classe dominante, elite do poder ou 
conspiração, dependendo se a análise vem de um fundo marxista, liberal ou 
bircher. Os termos serão usados alternadamente para mostrar a semelhança da 
identificação. 
Manifesto do Novo Libertário 
136 
E o “Primeiro” Mundo? Nos países social-democratas, o mercado 
negro é menor porque o “mercado branco” de transações de mercado 
legalmente aceitas é maior, mas o primeiro ainda é bastante 
proeminente. A Itália, por exemplo, tem um “problema” de grande 
parte de seu serviço público (que funciona oficialmente das 7h às 14h) 
trabalhando não oficialmente em vários empregos o resto do dia para 
ganhar dinheiro “negro”. A Holanda tem um grande mercado negro de 
habitação devido à alta regulamentação desta indústria. A Dinamarca 
tem um movimento de evasão fiscal tão grande que aqueles nele 
seduzidos para a política formaram o segundo maior partido. E estes 
são apenas os exemplos mais grosseiros que a imprensa pôde ou quis 
cobrir. Os controles cambiais são evadidos de forma desenfreada; na 
França, por exemplo, supõe-se que todos tenham um grande estoque de 
ouro e viagens à Suíça para mais do que turismo e esqui são comuns. 
Para apreciar plenamente a extensão dessa atividade 
contraeconômica, é preciso ver as economias “capitalistas” 
relativamente livres. Vejamos os mercados negro e cinza29 na América 
 
29 Enquanto alguns atos coercitivos, como assassinato e roubo, são muitas vezes 
agrupados no rótulo “mercado negro”, a grande maioria desse “crime 
organizado” é perfeitamente legítimo para um libertário, embora 
ocasionalmente desagradável. A máfia, por exemplo, não é um mercado negro, 
mas um governo sobre parte do mercado negro que coleta dinheiro de proteção 
(impostos) de suas vítimas e impõe seu controle com execuções e 
espancamentos (aplicação da lei), e até conduz guerras quando seu monopólio 
é ameaçado. Esses atos serão considerados mercado vermelho para diferenciá-
los dos atos morais do mercado negro, que serão discutidos a seguir. Em suma, 
o “mercado negro” é qualquer coisa não-violenta que é proibida pelo estado e 
realizada de qualquer maneira. 
O “mercado cinza” é usado aqui para significar o comércio de bens e serviços 
não ilegais, mas obtidos ou distribuídos de maneiras não legisladas pelo 
estado. Muito do que é chamado de “crime do colarinho branco” se enquadra 
nessa categoria e a maioria da sociedade sorri para ele. 
Onde se traça a linha entre o mercado negro e cinza depende em grande parte 
do estado de consciência da sociedade em que se vive. O mercado vermelho é 
claramente separável: assassinato é mercado vermelho. Quando o estado 
 
Samuel Edward Konkin III 
137 
do Norte e lembremos que este é o caso de menor atividade no mundo 
hoje. 
De acordo com o American Internal Revenue Service, pelo 
menos vinte milhões de pessoas pertencem à “economia subterrânea” 
de sonegadores de impostos que usam dinheiro ou troca para evitar a 
detecção de transações. Milhões guardam dinheiro em ouro ou em 
contas estrangeiras para evitar a tributação oculta da inflação. Milhões 
de “estrangeiros ilegais” estãoempregados, de acordo com o 
Immigration and Naturalization Service. Milhões de outros vendem ou 
consomem maconha, cocaína e outras drogas proibidas, incluindo 
laetrile, triptofano, drogas antiaids e outros materiais médicos 
proibidos. 
E há todos os praticantes de “crimes sem vítimas”. Além do uso 
de drogas, há prostituição, pornografia, contrabando, documentos 
falsos de identificação, jogos de azar e conduta sexual proscrita entre 
adultos consentidos. Independentemente dos “movimentos de reforma” 
para obter aceitação política desses atos, a população optou por agir na 
Ágora — e, ao fazê-lo, está criando uma ContraEconomia. 
Não para por aqui, no entanto. Desde que o limite de velocidade 
de 55 mph foi decretado federalmente nos EUA, a maioria dos 
americanos se tornaram motoristas contraeconômicos. A indústria de 
caminhões desenvolveu comunicações CB para evitar a aplicação dos 
regulamentos pelo estado. Para os independentes que podem fazer 
quatro corridas a 75 mph em vez de três corridas a 55 mph, a direção 
contraeconômica é uma questão de sobrevivência. 
O antigo costume de contrabando prospera hoje, desde barcos 
carregados de maconha e eletrodomésticos estrangeiros com altas 
 
proíbe a autodefesa, defender-se contra um criminoso — incluindo um policial 
— é preto na Cidade de Nova York e cinza em Orange County, Califórnia. 
 
Manifesto do Novo Libertário 
138 
tarifas e caminhões carregados de pessoas de países menos 
desenvolvidos, até os turistas que guardam um pouco mais na bagagem 
e não informam aos despachantes alfandegários. 
Quase todo mundo se envolve em algum tipo de deturpação ou 
desorientação em seus formulários de impostos, pagamentos não 
registrados por serviços, comércio não declarado com parentes e 
posições sexuais ilegais com seus companheiros. 
Até certo ponto, então, todos são contraeconomistas! E isso é 
previsível a partir da teoria libertária. Quase todos os aspectos da ação 
humana têm leis estatais que a proíbem, regulam ou controlam. Essas 
leis são tão numerosas que um partido “libertário” que impedisse 
qualquer nova legislação e revogasse rapidamente dez ou vinte leis por 
sessão não teria revogado significativamente o estado (muito menos o 
próprio mecanismo!) por milênios!30 
Obviamente, o estado é incapaz de obter o cumprimento de seus 
decretos. Mas o estado continua. E se todo mundo é um pouco 
contraeconômico, por que a Contraeconomia não suplantou a 
economia? 
Fora da América do Norte podemos acrescentar o efeito do 
imperialismo. A União Soviética recebeu apoio dos países mais 
desenvolvidos na década de 1930 e grandes quantidades de 
instrumentos de violência durante a Segunda Guerra Mundial. Ainda 
hoje, o “comércio” — fortemente subsidiado por empréstimos não 
reembolsáveis — sustenta os regimes soviético e chinês. Esse capital 
(ou anticapital, sendo destrutivo de valor) de ambos os blocos, junto 
com a ajuda militar, mantém regimes no resto do globo. Mas isso não 
explica o caso norte-americano. 
 
30 Assim, um Partido “Libertário” perpetuaria o estatismo. Além disso, um 
Partido “Libertário” preservaria o ganho ilícito da classe dominante e manteria 
o mecanismo de execução e imposição do estado. 
Samuel Edward Konkin III 
139 
O que existe em todos os lugares da Terra que permite que o 
estado continue é a sanção da vítima.31 Cada vítima do estatismo 
internalizou o estado em algum grau. A proclamação anual do IRS de 
que o imposto de renda depende do “cumprimento voluntário” é 
ironicamente verdadeira. Se o contribuinte cortasse completamente o 
suprimento de sangue, o estado vampiro pereceria impotente, sua 
polícia e exército não remunerados desertando quase imediatamente, 
desarmando o Monstro. Se todos abandonassem o “curso forçado” por 
ouro e commodities em contratos e outras trocas, é duvidoso que 
mesmo a tributação pudesse sustentar o estado moderno.32 
 
31 Obrigado, Ayn Rand, por essa frase. 
32 Embora este tópico seja amplamente abordado na literatura libertária, muitos 
ainda desconhecem a verdadeira natureza e mecanismo da inflação. 
Muito brevemente, um aumento geral de preços é apenas a consequência da 
inflação, que é o aumento da oferta de moeda. Muito mais prejudicial é sua 
redistribuição de riqueza e seus efeitos colaterais que deslocam a economia. O 
estado “cria” dinheiro, que é distribuído para a primeira linha de beneficiários 
— grandes banqueiros, para pagar seus contratantes de guerra/bem-estar — e 
para o serviço público, a segunda linha de beneficiários. À medida que 
aumentam os preços com esse poder de compra sem respaldo, todos os outros 
se veem incapazes de comprar tanto. 
O aumento não previsto do preço (a inflação antecipada é descontada pelo 
mercado) sinaliza aos empreendedores que invistam em bens de capital para 
aumentar a demanda. À medida que o consumo é reduzido devido à redução 
do poder de compra geral, esses empreendedores descobrem que investiram 
demais e devem vender com prejuízo, demitir funcionários e liquidar capital 
— o resultado é uma depressão. O estado é muitas vezes induzido pelo clamor 
de trabalhadores desempregados e capitalistas quase falidos para aumentar a 
oferta de moeda novamente para “estimular” a economia; isto é, para criar 
outro boom ilusório. 
Infelizmente, esta nova injeção de inflação deve ser antecipada para funcionar; 
portanto, uma inflação ainda maior deve ocorrer. O ciclo, se continuar, levaria 
à inflação descontrolada (Alemanha, 1923, é um exemplo clássico) e ao 
colapso da moeda (“Crack-Up Boom” é a frase descritiva de Mises). 
Economistas supostamente de livre mercado exortam o estado a “tomar a 
pílula amarga” da depressão (como um viciado em “peru frio” para não ter 
overdose) para trabalhar os efeitos da injeção de dinheiro e curar o sistema. 
 
Manifesto do Novo Libertário 
140 
É aqui que o controle estatal da educação e dos meios de 
informação, seja diretamente ou por meio da propriedade da classe 
dominante, se torna crucial. Antigamente, o sacerdócio estabelecido 
tinha a função de santificar o rei e a aristocracia, mistificar as relações 
de opressão e induzir culpa nos evasores e resistentes. O 
desestablishment da religião colocou esse fardo sobre a nova classe 
intelectual (o que os russos chamavam de intelligentsia). Alguns 
intelectuais, mantendo a verdade como seu valor mais alto (como 
fizeram teólogos e clérigos dissidentes anteriores), trabalham para 
esclarecer em vez de mistificar, mas são rejeitados ou insultados e 
mantidos longe da renda controlada pelo estado e pelas fundações. 
Assim é criado o fenômeno da dissidência e do revisionismo; e assim é 
gerada a atitude de Anti-intelectualismo entre a população, que suspeita 
ou compreende incompletamente a função da Corte Intelectual. 
Observe bem como os intelectuais anarquistas são atacados e 
reprimidos em cada estado; e aqueles que defendem a derrubada da 
atual classe dominante — mesmo que apenas para substituí-la por outra 
— são suprimidos. Aqueles que propõem mudanças que eliminam 
alguns beneficiários do estado e acrescentam outros são frequentemente 
elogiados pelos elementos beneficiados dos Círculos Superiores e 
atacados pelos potenciais perdedores. 
Uma característica comum da maioria dos adeptos do mercado 
negro é a sua culpa. Eles desejam “fazer sua trouxa” e retornar à 
“sociedade convencional”. Contrabandistas e prostitutas anseiam algum 
dia pela re-aceitação na sociedade — mesmo quando formam uma 
“subsociedade” de apoio de párias. No entanto, houve exceções a esse 
 
Como pode ser visto, isso é profundamente conservador na manutenção do 
estatismo. 
Uma solução muito melhor seria as pessoas abandonarem o dinheiro fiduciário 
do estado em favor de meios de troca inflacionáveis, como ouro, prata, 
commodities ou moedas estrangeiras mais duras, a fim de acelerar o colapso. 
 
Samuel Edward Konkin III 
141 
fenômeno deanseio por aceitação: as comunidades religiosas 
dissidentes dos anos 1700, as comunidades políticas utópicas dos anos 
1800 e, mais recentemente, a contracultura dos hippies e da New Left. 
O que eles tinham era a convicção de que sua subsociedade era superior 
ao resto da sociedade. A reação de medo que eles geraram no resto da 
sociedade foi o medo de que eles estivessem corretos. 
Todos esses exemplos de subsociedades autossustentáveis 
falharam por uma razão primordial: ignorância de economia. Nenhum 
vínculo social, por mais bonito que seja, pode superar a cola básica da 
sociedade — a divisão do trabalho. A comuna antimercado desafia a 
única lei aplicável — a lei da natureza. A estrutura organizacional 
básica da sociedade (acima da família) não é a comuna (ou tribo ou 
tribo estendida ou estado), mas a Ágora. 
Não importa quantos desejem que o comunismo funcione e se 
dediquem a ele, ele falhará. Eles podem conter o agorismo 
indefinidamente com grande esforço, mas quando eles o soltam, o 
“fluxo” ou “Mão Invisível” ou “marés da história” ou “incentivo ao 
lucro” ou “fazer o que vem naturalmente” ou “espontaneidade” levará a 
sociedade inexoravelmente mais próximo da Ágora pura. 
Por que há tanta resistência à felicidade eventual? Os psicólogos 
têm lidado com isso desde que começaram sua ciência embrionária. 
Podemos ao menos dar duas respostas amplas quando se trata de 
questões socioeconômicas: a internalização de antiprincípios (aqueles 
que parecem ser princípios, mas na verdade são contrários à lei natural) 
e a oposição de interesses pessoais. 
Agora podemos ver claramente o que é necessário para criar uma 
sociedade libertária. Por um lado, precisamos da educação dos ativistas 
libertários e do aumento de consciência dos contraeconomistas para a 
compreensão libertária e o apoio mútuo. “Estamos certos, somos 
melhores, estamos sobrevivendo de maneira moral e consistente e 
estamos construindo uma sociedade melhor — para benefício de nós 
Manifesto do Novo Libertário 
142 
mesmos e dos outros”, podem afirmar nossos “grupos de encontro” 
contraeconômicos. 
Observe bem que os ativistas libertários que não são 
contraeconomistas praticantes completos provavelmente não serão 
convincentes. Candidatos políticos “libertários” minam tudo o que 
dizem (de valor) pelo que estão fazendo; alguns candidatos chegaram a 
ocupar cargos em agências fiscais e departamentos de defesa! 
Por outro lado, devemos nos defender contra os interesses 
estabelecidos ou, pelo menos, diminuir sua opressão o máximo 
possível. Se rejeitarmos a atividade reformista como contraproducente, 
como alcançaremos esse resultado? 
Uma maneira é trazer mais e mais pessoas para a 
ContraEconomia e diminuir a pilhagem disponível para o estado. Mas a 
evasão não é suficiente; como nos protegemos e até contra-atacamos? 
Devagar, mas com firmeza, nos moveremos para a sociedade 
livre, levando mais contraeconomistas ao libertarianismo e mais 
libertários à ContraEconomia, finalmente integrando teoria e prática. A 
ContraEconomia crescerá e se espalhará para o próximo passo que 
vimos em nossa viagem para trás, com uma subsociedade agorista cada 
vez maior embutida na sociedade estatista. Alguns agoristas podem até 
se condensar em distritos e guetos discerníveis e predominar em ilhas 
ou colônias espaciais. Neste ponto, a questão da proteção e defesa se 
tornará importante. 
Usando nosso modelo agorista (Capítulo II), vemos como a 
indústria de proteção precisa evoluir. Em primeiro lugar, por que as 
pessoas se envolvem em ContraEconomia sem proteção? A recompensa 
pelo risco que assumem é maior do que a perda esperada. Essa 
afirmação é verdadeira, é claro, para toda atividade econômica, mas 
para a ContraEconomia ela requer ênfase especial: 
Samuel Edward Konkin III 
143 
O princípio fundamental da ContraEconomia é trocar risco por 
lucro.33 
Quanto maior o lucro esperado, maior o risco assumido. Observe 
que se o risco for reduzido, muito mais será tentado e realizado — 
certamente um indicador de que uma sociedade livre é mais rica do que 
uma não livre. 
O risco pode ser reduzido aumentando o cuidado, tomando 
precauções, reforçando a segurança (fechaduras, estoques, esconderijos 
seguros) e confiando em menos pessoas de maior confiabilidade. O 
último indica uma alta preferência por lidar com companheiros 
agoristas e um forte incentivo econômico que vincula uma 
 
33 Um exemplo de como isso funciona pode ser útil. Suponha que eu desejasse 
receber e vender um contrabando ou sonegar um imposto ou violar um 
regulamento. Digamos que eu possa fazer $100.000 por transação. 
Usando os números do governo sobre a apreensão de criminosos — sempre 
exagerados em favor do estado simplesmente porque eles não podem saber o 
quanto a ContraEconomia se safa — encontro uma taxa de apreensão de 20%. 
Pode-se então descobrir a porcentagem desses casos que chegam a julgamento 
e a porcentagem daqueles que resultam em condenação mesmo com um bom 
advogado. Digamos que 25% cheguem a julgamento e 50% resultem em 
condenação. (Este último é alto, mas vamos lançar os honorários advocatícios 
envolvidos, de modo que mesmo uma decisão envolvendo perda de custas 
judiciais, mas absolvição ainda é uma “perda”). Portanto, incorro um risco de 
2,5%. Isso é alto para a maioria dos casos reais. 
Suponha que minha multa máxima seja de $500.000 ou cinco anos de prisão 
— ou ambos. Excluindo minhas transações ContraEconômicas (certamente 
não se pode contá-las ao decidir se as faço ou não), posso ganhar $20.000 por 
ano para perder outros $100.000 enquanto estiver preso. É muito difícil 
atribuir um valor a cinco anos de encarceramento, mas pelo menos em nossa 
sociedade atual não é muito pior do que outras institucionalizações (escola, 
exército, hospital) e pelo menos o contraeconomista não será atormentada pela 
culpa e remorso. 
Então eu peso 2,5% de perda de $600.000 ($15.000) e cinco anos contra ganho 
de $100.000! E eu poderia facilmente me segurar por $15.000 (ou menos) para 
pagar todos os custos e multas! Em suma, funciona. 
 
Manifesto do Novo Libertário 
144 
subsociedade agorista e fornece um incentivo para recrutar ou apoiar o 
recrutamento para essa subsociedade. 
Os empreendedores contraeconômicos têm um incentivo para 
fornecer melhores dispositivos de segurança, locais de ocultação, 
instruções para ajudar na evasão e para selecionar clientes e 
fornecedores em potencial para outros empreendedores 
contraeconômicos. E assim nasce a indústria de proteção 
contraeconômica. 
À medida que cresce, pode começar a fazer seguros contra 
“rupturas”, reduzindo ainda mais os riscos contraeconômicos e 
acelerando o crescimento contraeconômico. Em seguida, pode fornecer 
vigias e áreas de guarda com sistemas de alarme e mecanismos de 
ocultação de alta tecnologia. Os guardas podem ser fornecidos contra 
criminosos reais (além do estado). Já muitos bairros residenciais, 
comerciais e até de minorias empregam patrulhas privadas, tendo 
desistido da suposta proteção da propriedade pelo estado. 
Ao longo do caminho, o risco de violação de contrato entre 
comerciantes contraeconômicos será reduzido pela arbitragem. Em 
seguida, as agências de proteção começarão a fornecer cumprimento de 
contratos entre agoristas, embora o maior “executor” nos estágios 
iniciais seja o estado ao qual cada um pode trair o outro. No entanto, 
esse ato resultaria rapidamente na expulsão da subsociedade; portanto, 
será valorizado um mecanismo interno de fiscalização. 
Nos estágios finais, as transações contraeconomistas com os 
estatistas serão asseguradas pelas agências de proteção e os agoristas 
assim protegidos contra a criminalidade do estado.34 
 
34 Provavelmente deve-se notar explicitamente que as empresas podem crescer 
bastante na ContraEconomia. A existência ou não de “trabalhadores 
assalariados” em vez de “empreiteiros independentes”para todas as etapas da 
 
Samuel Edward Konkin III 
145 
Neste ponto chegamos ao passo final antes da conquista de uma 
sociedade libertária. A sociedade está dividida entre grandes áreas 
agoristas invioláveis e setores estatistas que encolhem rapidamente. 
Estamos à beira da Revolução. 
IV. Revolução: Nossa Estratégia 
Nossa condição tendo sido analisada, nosso objetivo percebido, o 
mecanismo foi descrito e um conjunto de caminhos foi mapeado. 
Deveríamos simplesmente ir rumo a ContraEconomia nós mesmos, 
educar nossos egos no libertarianismo e informar a outros por palavra e 
por ação de que devemos alcançar nossa sociedade libertária. De fato, 
isso é suficiente para a maioria das pessoas e o suficiente a ser 
esperado. Nenhum Novo Libertário deve sequer uma vez repreender 
contraeconomistas libertários por não fazerem mais, eles são agoristas e 
chegarão lá em seu próprio tempo. 
Mas até mesmo esses simples agoristas podem querer contribuir 
para empreendedores em acelerar o movimento da sociedade agorista 
desde o estatismo. E outros, percebendo a inflação em crescimento 
rumo ao colapso econômico ou as nuvens negras da guerra, desejarão 
que algo seja feito a respeito disso. Finalmente, os contra-ataques do 
 
produção é discutível, mas este autor sente que todo o conceito de 
“trabalhador/patrão” é um resquício do feudalismo e não, como afirma Marx, 
fundamental. ao “capitalismo”. É claro que o capital-estatismo é o oposto do 
que o libertário defende. 
Além disso, mesmo grandes empresas hoje podem se tornar parcialmente 
ContraEconômicas, deixando uma parte no “mercado branco” para satisfazer 
os agentes do governo e pagar alguma quantia de impostos e relatar um 
número simbólico de trabalhadores. O resto do negócio iria (e já costuma 
fazer) expandir-se para fora dos livros com contratantes independentes que 
fornecem, prestam serviços e distribuem o produto acabado. Ninguém, 
nenhum negócio, nenhum trabalhador e nenhum empreendedor precisa ser do 
mercado branco. 
 
Manifesto do Novo Libertário 
146 
estado que subvertem a subsociedade agorista e atraem os libertários 
para caminhos falsos devem ser combatidos. Essas tarefas definem o 
campo para o ativista Novo Libertário. 35 
Novamente, para aqueles que desejam apenas viver suas vidas o 
mais livre possível e se associar com outros que pensam parecido, o 
libertarianismo contraeconômico é o suficiente. Mais nada é preciso. 
Mas para aqueles que desejam apoiar de qualquer modo que eles 
possam esses empreendedores heroicos que se especializam em recrutar 
para a Ágora, lidam com catástrofes causadas, e combater os estatistas 
de dentro e de fora, um guia é necessário para selecionar aqueles que 
estão "fazendo algo que vale a pena" daqueles que estão rodando suas 
rodas e aqueles que são em verdade contraprodutivos (i.e. 
contrarrevolucionários) para atingir mais liberdade. E para aqueles, 
como este autor, que ardem pela liberdade e desejam dedicar-se a essa 
obra vitalícia, uma estratégia é essencial. O que segue, então, é a 
Estratégia do Novo Libertário. 36 
O ativista Novo Libertário precisa manter em mente que a defesa 
atual contra o estado é impossível até a ContraEconomia ter gerado os 
sindicatos de agências de proteção suficientemente grandes para os 
defender contra o remanescente do estado. Isso ocorrerá somente na 
"fase de transição" entre os terceiro e quarto passos que levam de volta 
do nosso estatismo ao agorismo (capítulo 3). 
 
35 Muitos agoristas tais como Pyro Egon desafiaram os Novos Libertários nesse 
ponto. Para eles, o manifesto até aqui é todo o programa e qualquer “ativismo” 
adicional é “movimento” e leva inelutavelmente de volta ao estatismo. 
36 New Libertarian Strategy é o jornal de notícias do Movimento da Esquerda 
Libertária — não por coincidência. 
Samuel Edward Konkin III 
147 
Cada passo do estatismo ao agorismo requer uma estratégia 
diferente; táticas irão diferir mesmo dentro de cada passo. Há algumas 
regras que se aplicarão a todos os estágios. 
Sob todas as circunstâncias, um novo libertário recruta e educa. 
Diante de indivíduos conhecidos tipicamente confusos que consideram 
um ato contraeconômico, incentive-os a fazer isso. Se eles são 
inteligentes o suficiente e não tendem a jogar o problema de volta a 
você, explique os riscos envolvidos e o retorno esperado. Acima de 
tudo, eduque-os através de seu exemplo na medida em que você puder 
deixá-los saber. 
Todos os "Libertários de Biblioteca" você sabe, aqueles que 
professam alguma variante teórica de libertarianismo, mas evitam a 
prática, devem ser encorajados a praticarem o que eles pregam. 
Escarneça a inação deles, exalte os primeiros passos hesitantes rumo a 
ContraEconomia. Interaja com eles mais e mais conforme cresce a 
confiança na competência e experiência deles. 
Aqueles já se encontram na ContraEconomia com os quais você 
se reúne podem ser "deixados livres" na filosofia libertária que você 
possui, essa crença misteriosa que você sustenta e que lhe mantém tão 
feliz e livre de culpa. Apareça despreocupadamente se eles fingirem 
falta de interesse: fique entusiasmado à medida que se tornam mais 
curiosos e ansiosos para aprender. 
Engaje-se no Agorismo de si mesmo através de exemplo e de 
argumento. Controle e programe suas reações emocionais para exibir 
hostilidade ao estatismo e ao divergentismo, e para exibir entusiasmo e 
alegria a atos agoristas e aos recuos do estado. A maior parte dessas 
táticas virá com a rotina, mas você pode checar a si mesmo para polir 
algumas coisas. 
Manifesto do Novo Libertário 
148 
Finalmente, coordene suas atividades com outros ativistas Novos 
Libertários. Nesse ponto, chegamos à necessidade de táticas e 
organização de grupo. 
Muitos honrados libertários argumentam que as estruturas do 
mercado de negócios, parcerias e de sociedades por ações 
37"providenciam toda a organização necessária ou desejável"; salvo 
talvez para encontros pessoais e socialização. Em um sentido eles estão 
corretos que todas essas estruturas precisam ser compatíveis com o 
mercado ou seriam inconsistentes com o agorismo. Em um sentido, eles 
são culpados de uma falta de imaginação e uma preocupação da forma 
sobre a substância. 
Em uma sociedade agorista, a divisão do trabalho e o respeito do 
si mesmo de cada trabalhador-capitalista-empreendedor provavelmente 
eliminará a tradicional organização de negócios - especialmente a 
hierarquia corporativa, uma imitação do estado e não do Mercado. A 
maioria das companhias serão associações de contratantes, consultores 
e outras companhias independentes. Muitos podem ser somente 
empreendedores e possuir assim todos seus serviços, computadores, 
ofertantes e clientes. Esse modo de operação já está por aí e crescendo 
nos mais livres segmentos das economias do Ocidente. 
Assim, associações de empreendedores da liberdade com o 
propósito de especializar, coordenar e entregar atividades libertárias 
não é uma violação do mercado e podem muito bem ser ótimas. O 
nome tradicional para uma junção de unidades soberanas por um 
 
37 Mas não uma "corporação" que é um "indivíduo" fictício criado pelo estado e 
endossado de privilégios. Alguns privilégios além de subsídios e tarifas são 
alíquotas especiais, responsabilidade limitada, isenção de regulamentação, 
licenças e benefícios legais em disputas judiciais. É verdade que eles têm 
algumas desvantagens, mas nenhuma se compara a um negócio não 
incorporado do mercado branco. 
Samuel Edward Konkin III 
149 
objetivo e que então se desassociam é uma aliança. Assim, a 
organização para os ativistas Novos Libertários é a Aliança dos Novos 
Libertários.38 
A organização das ANL (ou ANLs) é simples e deve evitar 
tornar-se em um órgão político ou até mesmo uma organização 
autoritária. Em vez de oficiais, o que é necessário são táticos 
(coordenadores locais com competência em planejamentotático) e 
estrategistas (coordenadores regionais com competência em 
pensamento estratégico). Um Aliado Novo Libertário não segue um 
tático ou um estrategista, mas na verdade "compra" seu argumento e 
especialização. Qualquer um oferecendo um plano melhor pode 
substituir o planejador anterior. Táticas e estratégia deveriam ser 
"compradas e vendidas" pelos Aliados tal como qualquer outra 
mercadoria em modo consistente com o agorismo. 
Mesmo que esses rótulos sejam emprestados da história militar e 
correspondam a uma forma de combate, nunca se esqueçam que o 
confronto físico atual com os impositores do estado deve esperar pela 
 
38 A primeira Aliança de Novos Libertários foi formada, prematuramente em 
muitos aspectos, por este autor em 1974 a partir de recrutas de um ataque ao 
“L”P ["Libertarian" Party], de outros ativistas do movimento e alguns 
contraeconomistas. O mercado mostrou-se menos do que pronto para um 
crescimento neste negócio e, portanto, a ANL até agora gastou a maior parte 
de suas energias na construção desse mercado. 
Qualquer bando de Novos Libertários pode se chamar de Alianças de Novos 
Libertários sem “autorização oficial”; a maioria certamente desejará 
coordenar-se com outros grupos da ANL e tentar chegar a um acordo sobre 
uma estratégia comum, embora as táticas possam diferir das diferentes 
condições dos Aliados. 
Manifesto do Novo Libertário 
150 
geração por parte do mercado de sindicatos de agências de proteção 
com força o suficiente; todo o resto é prematuro.39 
Qual é a estratégia global, estratégia continental, e as táticas 
locais para um ANL otimamente buscar? Novamente, olhemos aos 
quatro passos da - ou para - a Ágora desde o Estatismo. Os três 
primeiros estão mais para divisões artificiais; nenhuma mudança 
abrupta ocorre do primeiro para o segundo ao terceiro. Como será 
mostrado, é mais provável que a transição desde o terceiro ao quarto 
passo seja bem súbita, embora não seja exigido pela natureza da Ágora; 
em vez disso, a convulsão será causada pela natureza do estado. Em 
face disso, toda violência, agitação, instabilidade de deslocações são 
causadas pelo estado - nunca fomentada pelos Novos Libertários. 
Preste atenção, você que quer ser um paladino da Liberdade: 
nunca inicie nenhum ato de violência, independentemente de a 
probabilidade de um resultado “libertário” parecer. Fazer isso é reduzir 
você mesmo a um estatista. Não há exceções a essa regra. Ou você é 
fundamentalmente consistente ou não. Um Novo Libertário é 
 
39 Esse modo de organização da ANL funcionou bem para o capítulo de Long 
Beach que o manteve constantemente em prática. A estratégia regional não foi 
totalmente "sacudida" pela prática, mas nenhum outro grupo da ANL manteve 
esse alto nível de Aliados comprometidos que estavam constantemente 
desenvolvendo e trabalhando nessa teoria. 
Quanto aos exércitos, deve-se notar que Nerstor Makhno dirigiu um exército 
de uma maneira bem anarquista com um pequeno núcleo de oficiais e 
completos voluntários preenchendo as filas quando necessitados ou 
convencidos da necessidade. Ele lutou contra Vermelhos e Brancos com 
sucesso na Ucrânia entre 1918 e 1920 até ser superado em números pelos 
vitoriosos estatistas Vermelhos combinando todos os recursos de um 
continente contra ele. 
Samuel Edward Konkin III 
151 
fundamentalmente consistente e alguém que não é fundamentalmente 
consistente não é um Novo Libertário.40 
Mas usar a análise Novo Libertária, pode-se predizer o provável 
surto de agressão estatista e aja para impedi-lo por exposição ou até 
mesmo defender ou evacuar as vítimas. Pode-se também predizer os 
resultados prováveis de desvios de grupos libertários e evitar as 
desistências e desastres ou conquistar o respeito por sua previsão e pelo 
Novo Libertarianismo de potenciais recrutas. Deixe o estado ser o fogo 
da floresta; as ANLs são os avistadores de fumaça que sabem como ele 
queima, onde estão os obstáculos para ele, como os ventos da mudança 
o afetam, para onde as faíscas podem voar, e, finalmente, como 
extingui-lo. 
Com isso em mente, rotulemos os passos para a Ágora como 
quatro fases e delinearemos a apropriada estratégia para cada. 
Fase 0: Sociedade Agorista de Densidade Zero 
Nessa fase, a maior parte da história humana, não existem 
agoristas, somente libertários espalhados ou pensadores proto-
libertários e contraeconomistas praticantes. No momento que alguém 
ler este manifesto e desejar aplicá-lo, teremos nos movido para a 
segunda fase. Tudo o que pode ser feito na Fase 0 é uma lenta evolução 
da consciência, desenvolvimento de acertos e erros e muitas dicotomias 
frustrantes. 
 
40 Nenhuma associação ou credenciais são necessárias ou desejáveis para a ANL. 
É claro, pode-se fazer uma lista daqueles com os quais se juntar e planejar, e a 
quem enviar comunicações. Mas não há nada sagrado ou especial sobre tais 
listas; elas são meramente o juízo de um estrategista ou tático. 
Não se pode ser expulso da ANL. Ou se é um Novo Libertário ou não, de 
acordo com as evidências fornecidas por seus atos; todos os outros Aliados 
devem julgar por si mesmos. Todos os que aceitarem você como um Novo 
Libertário estarão em Aliança com você; aqueles que te rejeitam não são, 
embora você possa estar em Aliança com outros. 
Manifesto do Novo Libertário 
152 
Até você - o primeiro agorista na situação de Fase 0 - ter 
adicionado pessoas a seu número, sua única estratégia pode ser 
aumentar seus números, bem como viver ContraEconomicamente você 
mesmo. A melhor forma de organização é uma Aliança Libertária na 
qual você direciona os membros para fora da atividade política (para 
onde eles cegamente foram buscando alívio da opressão) e focar na 
educação, publicidade, recrutamento e talvez alguma campanha 
antipolítica (i.e., "Vote em Ninguém", "Ninguém dos Acima", "Boicote 
a Eleição", "Não Vote, Isso Só Encoraja Eles!" etc...) para publicizar a 
alternativa libertária. Uma Aliança Libertária pode se posicionar sobre 
questões acordadas, mas deve insistir na unanimidade. Somente as 
posições mais claramente libertárias serão tomadas e você pode sempre 
vetar um posicionamento divergente. Sempre encoraje tendências rumo 
a posições "hardcore" (consistentes) e escarneie posições "softcore" 
(inconsistentes). 
Fase 1: Sociedade Agorista de Baixa Densidade 
Os primeiros libertários contraeconômicos aparecem nessa fase e 
as primeiras sérias cisões no movimento Libertário ocorrem. Visto que 
poucos libertários são muito consistentes ainda, a divergência correrá 
descontrolada e tenderá a esmagar o ativismo. Esquemas de "consiga a 
liberdade logo" do anarco-sionismo (fugir para uma Terra Prometida da 
Liberdade) até o oportunismo político, seduzirão o impaciente e levarão 
embora o incompletamente informado. Tudo falhará se por nenhuma 
outra razão além da Liberdade, essa crescer indivíduo por indivíduo. A 
conversão em massa é impossível. Há uma exceção - radicalização por 
ataque estatista contra um coletivo. Mesmo assim, isso exige que os 
empreendedores da Liberdade tenham informado suficientemente o 
coletivo perseguido para que eles fiquem coerentemente libertários em 
vez de se espalharem aleatoriamente ou, pior ainda, fluírem para algum 
estatismo que não esteja no poder. Essas Crises de Estatismo são 
espontâneas e previsíveis - mas não podem ser causadas por libertários 
consistentes morais. 
Samuel Edward Konkin III 
153 
A estratégia dos primeiros Novos Libertários é combater 
antiprincípios que fortificam o estado e dissipam a energia anarquista 
de forma inútil. A estratégia geral delineada anteriormente se aplica; 
levar os libertários para a ContraEconomia e fazer com que os agoristas 
mais ativos levem os contraeconomistas para o libertarianismo. 
Os proto-Novos Libertários podem trabalhar dentro de 
organizações e clubes existentes de Libertários como "caucus radicais",grupos de gingers, ou como uma facção de "Esquerda Libertária" em 
geral. Uma ANL é prematura aqui porque ela ainda não é 
autossustentável. 
O que pode ser construído com sucesso - sob qualquer rótulo que 
pareça condutível para recrutamento - é um Movimento da Esquerda 
Libertária. Tal Movimento é ele mesmo uma mala misturada de 
indivíduos de variante "núcleo rígido"41 mas tendem ou estão se 
movendo rumo ao ideal do Novo Libertarianismo. Até dentro da 
estrutura do MEL deveria ser des-enfatizado. A maioria dos Novos 
Libertários serão os mais competentes paras coordenar a planejar, isto 
é, aqueles de mais alto entendimento e prática de agorismo e maior zelo 
pela ação naturalmente dirigirão recursos. Cada membro do MEL assim 
como cada NL aliado, gasta seus próprios recursos e decide se aceita ou 
não o conselho e o planejamento de um tático ou estrategista, como 
qualquer empresário faria com qualquer consultor informado. Algumas 
armadilhas públicas pseudopolíticas serão necessárias para utilizar 
fóruns públicos e acessos da mídia; também, a maioria das pessoas não 
entenderá sua organização de mercado a não ser que você a traduza em 
terminologia pseudopolítica e volte novamente. 
Nesse ponto, nos estágios tardios da Fase 1 e com um MEL 
funcionando e grande o suficiente, essa "cadre" hardcore dedicada pode 
aplicar nivelamento para sacudir grupos maiores de quase-libertários 
 
41 N.T: Hardness of Core 
Manifesto do Novo Libertário 
154 
semi-convertidos para bloquear de verdade ações marginais por parte 
do estado. Esta é uma tática de alto gasto, de “ganho rápido”, mas de 
baixa rendimento tático de longo prazo e deve ser rara. (Isso será 
abordado mais tarde; basicamente, evitar a guerra e o extermínio em 
massa de libertários.) 
Seguindo todas essas atividades, radicalizando os libertários, e 
envolvendo a ANL. Isso é tudo que se pode alcançar. 
Fase 2: Sociedade Agorista de Densidade Média e Pequena 
Condensação 
Nesse ponto os estatistas tomam notícia do agorismo. Enquanto 
antes os libertários poderiam ser manipulados por uma facção regente 
em detrimento de outra (algum tipo de "competição" antimercado, 
jogada com eleições e balas em vez de inovação e precificação), agora 
eles começaram a ser percebidos como uma ameaça. Massacres 
(prisões em massa) podem até ocorrer, embora isso seja improvável. 
Lembre-se, a maioria dos agoristas estão embebidos no resto da 
sociedade e associando-se com eles estão libertários e 
contraeconomistas parcialmente convertidos. Para chegar a essa fase, 
toda a sociedade foi contaminada pelo agorismo a um certo grau. 
Assim é agora possível para os primeiros "guetos" ou distritos de 
agoristas aparecer e contar com a simpatia do resto da sociedade para 
restringir o estado de um ataque em massa.42 
Essas comunidades, sejam na superfície ou no subsolo, podem 
agora sustentar a Aliança dos Novos Libertários, a ANL age como uma 
porta-voz para a Ágora com a sociedade estatista, usando toda chance 
para publicizar a superioridade da vivência agorista em relação à 
 
42 Aparecimentos prematuros de comunidades agoristas levarão a sua supressão 
violentamente pelo estado. A ANL precisa defender aqueles que podem ser 
salvo quando condições históricas são marginais e alertar e evacuar aqueles 
que estão condenados. 
Samuel Edward Konkin III 
155 
habitação estatista e talvez argumentar pela tolerância daqueles com 
"diferentes modos".43 
Nessa fase, a sociedade agorista está vulnerável a regressão 
estatista da população. Assim, os agoristas, visíveis ou não, têm um 
alto incentivo para pelo menos manter o nível presente de consciência 
libertária entre o resto da população. Isso deve ser feito de forma mais 
especializada pela ANL (um modo de definir quem a ANL é nessa 
fase), a ANL tem seu sustento e sua missão. Mas, em adição a 
"defender" a subsociedade agorista, ela pode funcionar rumo a acelerar 
o próximo passo evolucionário. 
Fase 3: Sociedade Agorista de Alta Densidade e de Alta 
Condensação 
Nessa fase, o estado se move em uma série de crises terminais, de 
algum modo análogo ao bem conhecido cenário marxista, mas com 
diferentes causas - nesse caso, causas reais. Felizmente, o potencial de 
dano fora drasticamente reduzido pela sabotagem dos recursos do 
estado e corrosão de sua autoridade pelo crescimento da 
ContraEconomia. 
 
43 Aqueles que ainda estão dentro dos limites da moralidade Novo Libertária para 
apontar a uma facção dos Círculos Superiores que a existência agorista os 
beneficia mais do que a outra facção. Embora nenhum estatista possa ser 
ajudado em pilhagem e assassinato, e mesmo aliar-se a um estatista contra 
outro consome recursos escassos para o resultado de meramente negociar 
opressores, o Novo Libertário pode perceber que simplesmente por existir e 
conduzir negócios usuais, a atividade agorista é relativamente mais prejudicial 
para um grupo de estatistas do que para outro. 
Uma boa regra prática para a tática de jogar com os grupos dominantes é 
garantir que não sejam dedicados mais recursos a ela do que declarações extras 
baseadas em publicações regulares e exposição na mídia para trabalhos mais 
importantes...e conversas privadas, se alguém frequenta esses círculos sociais. 
Essa tática falha quando a sociedade agorista é percebida como muito 
ameaçadora; então todas as facções estatistas se unem para salvar suas peles. 
Manifesto do Novo Libertário 
156 
De fato, conforme os recursos da economia se aproximam da 
igualdade entre o estado e a Ágora, o estado desembarca em crise. 
Guerras e inflação descontrolada com depressões e quebras se tornam 
perpétuas conforme o estado tenta redimir sua autoridade. Pode ser 
possível reverter seu declínio através da corrupção da Ágora com 
antiprincípios dedutivos, de modo que a primeira tarefa da ANL é 
clara: manter vigilância e pureza de pensamento. Nessa fase, a ANL 
não pode mais sustentar qualquer rótulo ou muito de sua antiga forma. 
Os Novos Libertários mais motivados se moverão ao suprimento de 
pesquisa e desenvolvimento para as agências cooperativas agoristas de 
proteção e arbitragem e finalmente como diretores das companhias 
sindicais de proteção. 
A situação agora se aproxima da revolução, mas ainda é 
reversível.44 Novamente, os Novos Libertários estão na linha de frente 
de manter e defender ganhos a esse ponto, mas visando a próxima fase. 
A ANL (agora somente um termo coletivo para os elementos 
mais preocupados com o futuro) podem acelerar o processo através da 
descoberta e do desenvolvimento de métodos ótimos de proteção e 
defesa, ambos por palavra e por ação, para a industriosidade e 
empreendendo suas inovações. 
Nessa transição de fase entre 3 e 4 temos a última soltura de 
violência pela Classe Governante do estado para suprimir esses 
elementos que as trariam à justiça por todos os crimes passados do 
estado. Os intelectuais do estado percebem que sua autoridade falhou e 
tudo estará perdido; as coisas precisam ser revertidas agora ou nunca. A 
ANL precisa prevenir consciência prematura desse status ou ação 
 
44 Digamos que uma região seja altamente agorista e o resto mais primitivo. 
Recursos podem ser transferidos pelo estado para esmagar essa ágora prematura 
e localizada (portanto vulnerável). Isso se aplica para a Fase 2 mais ainda. 
Samuel Edward Konkin III 
157 
prematura sobre essa consciência. Essa é o último objetivo estratégico 
da ANL. 
Quando o estado solta sua última horda de supressão - e é com 
sucesso resistida - essa é a definição de Revolução. Uma vez que a 
realização ocorreu ao ponto que o estado não mais pode pilhar e pagar 
sua classe parasítica, os impositores mudarão de lado para aqueles 
melhor capazes de pagá-los e o estado rapidamente implodirá em uma 
série de enclaves de Estatismo em áreas recuadas - se houver algum.45 
Fase 4: Sociedade Agorista com Impurezas Estatistas 
O colapsodo estado deixa apenas operações de limpeza. Como as 
companhias de seguros e proteção não veem um estado contra o qual se 
defender, o sindicato dos protetores aliados entra em colapso na 
competição e a ANL – seu apoio acabou – se dissolve. Os estatistas 
apreenderam a restauração salarial e, se viverem o suficiente para quitar 
suas dívidas, são reintegrados como empreendedores produtivos (Seu 
“treinamento” vem automaticamente à medida que trabalham para 
quitar suas dívidas). 
Estamos em casa (Capítulo 2)! O novo libertarianismo é dado 
como a base da vida comum e enfrentamos os outros problemas que a 
humanidade enfrenta. 
 
45 Alguns argumentarão que o estado pode colapsar pacificamente quando os 
estatistas virem o fim se aproximando. Se os estatistas fossem tão razoáveis 
sobre não recorrer à força por causa de alternativas de mercado, eles não 
seriam estatistas. A Revolução é tão inevitável quanto qualquer ação humana 
pode ser. 
Manifesto do Novo Libertário 
158 
V. Ação! Nossas Táticas 
O capítulo anterior discutiu de passagem algumas táticas. 
Algumas que foram produtivas para os libertários radicais e para o 
Movement of the Libertarian Left (MLL), incluem: a infiltração em 
grupos menos radicais para espalhar algumas sementes apresentando 
alternativas; confronto de coerção (ou dissidência) através de protestos 
e rejeição que chamem a atenção; vendas entre amigos no dia a dia; 
grupos sociais libertários como clubes para a troca de informações, 
bens e suporte como uma forma de protoágora; e, claro, publicações, 
palestras, escritos de ficção com mensagens agoristas,46 e atividades 
educacionais de muitas formas: professores, consultores de negócios, 
artistas, historiadores revisionistas, economistas agoristas, etc. 
Táticas de sucesso podem apenas ser descobertas, utilizadas e 
então repassadas. Aqueles que perceberem condições suficientemente 
similares ao espaço e tempo em que determinada tática foi utilizada e 
funcionou, podem a replicar. Mas é sempre um risco: afinal é isso do 
que se trata o ativismo, um tipo de empreendedorismo, de tentar prever 
o mercado e atender a demanda. Uma pessoa pode ficar cada vez 
melhor fazendo boas previsões; isso é o que faz um empreendedor de 
sucesso. Está tudo no "Ação Humana" de von Mises, se você puder 
aplicar. 
Para descobrir o que já foi tentado e o que funcionou e o que 
falhou, comunicação é indispensável. Se você chegou até essa página e 
concorda, tendo o desejo de ajudar a resistência ou uma forte 
necessidade de resistir à coerção, você está pronto para a MEL ou a 
Nova Aliança Libertária (NAL) existente, dependendo da fase em que 
estivermos no momento (Capítulo IV). Liberte-se. Aja. 
 
46 E.g., Alongside Night por J. Neil Schulman (Crown, 1979; Ace, 1982; Avon, 
1987; SoftServ, 1990; Pulpless, 1999) e suas sequências esperadas. 
 
Samuel Edward Konkin III 
159 
Em que fase nós estamos? Em outubro de 1980 (primeira edição) 
a maior parte do planeta Terra está na Fase 0. As Ilhas Britânicas, a 
Austrália e o Canadá se dirigiram substancialmente em direção à Fase 
1; A América do Norte está na Fase 1. Apenas no local de maior 
concentração de libertários hoje, no Sul da Califórnia, estão os 
primeiros sinais da Fase 2. Assumindo que a situação não se reverta, as 
primeiras poucas gotas de sociedades agoristas de verdade - anarcovilas 
- estão formando o núcleo de uma comunidade viável. 
O Movement of the Libertarian Left existe apenas na Califórnia 
com alguns poucos núcleos - agentes e células - na Aliança. A New 
Libertarian Alliance criada anteriormente foi prematura e ainda 
continua no estágio de embrião (ou núcleo) até que condições objetivas 
apareçam para a bancar. 
A MLL teve seu trabalho muito dificultado. Externamente, o 
colapso da "Esquerda"47 enfraqueceu segmentos competitivos do estado 
que estão indo em direção à guerra para remistificar suas vítimas 
rebeldes através do patriotismo. Se apossar das lideranças abandonadas 
do movimentos do anti-imperialismo, antiguerra e anti-alistamento 
obrigatório com uma ideologia nova e revigorante se tornou uma 
oportunidade para que os libertários se transformem na Esquerda. O 
 
47 A Esquerda era originalmente proto-Libertária, como revisionistas históricos 
como Leonard Liggio apontam. Na Assembleia Francesa, o defensor do livre 
mercado Frédéric Bastiat se sentou ao lado do anarquista Pierre-Joseph 
Proudhon. Até hoje marxistas se referem a anarquistas como elementos da 
"ultraesquerda". O libertário e o marxista eram praticamente iguais no final da 
Primeira Internacional. Os marxistas e seus imitadores vendidos estiveram em 
crescimento desde os anos 1890, finalmente perdendo a crença neles mesmo 
com o colapso da New Left, as invasões da Tchecoslováquia e do Afeganistão 
pela União Soviética e o Vietnã pela China - a guerra "impossível" entre dois 
estados marxistas. 
Manifesto do Novo Libertário 
160 
MEL precisa competir por essa predominância com a partidarquia e 
com os elementos monocentristas.48 
A plutocracia americana está cambaleante, indo de uma inflação 
descontrolada para uma depressão e então de volta a inflação - em 
movimentos cada vez mais intensos - e deixando em pânico muitos 
homens de negócios, que passaram a considerar muito mais do que 
apenas as garantias de retorno à estabilidade dos conservadores, mas 
também alternativas muito mais radicais e até mesmo revolucionárias. 
Apenas a Esquerda Libertária pode direcionar os empreendedores para 
uma posição "ideológica" não pragmática. Aqui que estão as nossas 
oportunidades. 
Internamente, o "Libertarian" Party entrou em crise com a eleição 
americana de 1980. A revelação prematura do estatismo inerente da 
partidarquia pelo flagrante oportunismo de Crane-Clark não gerou 
oposição apenas da Esquerda, mas da Direita e do Centro também.49 
Grandes deserções aparecem diariamente.50 
 
48 Atualmente, Partido “Libertário”, Caucus “Radicais” e Students for a 
Libertarian Society (SLS) respectivamente. 
49 A "Direita" do libertarianismo atual tem princípios, mas muitos dos princípios 
talhados são antiprincípios: gradualismo, conservadorismo, reformismo e 
minarquismo. Reason magazine e sua newsletter Frontlines são os principais 
representantes. O "Centro" inclui Murray Rothbard e seus seguidores, agora 
organizados nas Primárias "Radicais" do PL, que apoia Clark "criticamente”, 
i.e., externamente, mas não internamente. Os centristas Rothbardianos se 
moveram para a esquerda ao abandonar o monocentrismo. [Libertarianismo de 
direita é um oxímoro. O livre mercado é inerentemente esquerdista.] 
50 Murray Rothbard, como mencionado; o Diretor do Conselho do partido da 
Southern California, Dyane Petersen e outros informaram este escritor sobre a 
deserção iminente e que haveria mais "liquidação". Vai acontecer. 
Nota Específica da Segunda Edição: Aconteceu. 
Um gotejamento constante de desertores do PL adicionaram muitas pessoas ao 
MLL todos os meses desde então. Pelo menos um novo grupo Libertário de 
Esquerda, o Voluntaryist, surgiu para competir com os ex-partidarquistas. E 
Murray Rothbard está construindo, neste momento, a última parte do show 
pelo controle do PL com o último remanescente do Kochtopus na convenção 
 
Samuel Edward Konkin III 
161 
A falha de alguns reformistas em expulsar o Kochtopous na 
Convenção de Denver (agosto de 1981) e de acalmar e alinhar os não 
radicalizados fez o "Libertarian" Party dos Estados Unidos retroceder 
dramaticamente e gerar milhares de recrutas desiludidos para a MLL e 
para atividades antipartido e contraeconômicas. 
Com esse manifesto como um manual e inspiração, estrategistas 
Novos Libertários podem pesquisar, desenvolver, corrigir e promulgar 
a Nova Estratégia Libertária e as táticas apropriadas para que as 
condições apareçam. Muito trabalho é necessário, mas os projetos têm 
consequências que nenhum trabalho mundanopode oferecer: um fim 
para os políticos, para os impostos, para o alistamento obrigatório, para 
a catástrofe econômica, para a pobreza involuntária e para o assassinato 
em massa da guerra final: a sociedade contra Nosso Inimigo, O estado. 
A ContraEconomia oferece gratificação imediata para aqueles 
que abandonam as amarras estatistas. O libertarianismo recompensa 
aquele que o pratica com mais autolibertação e realização pessoal do 
que qualquer alternativa imaginável. Mas apenas o Novo 
Libertarianismo oferece a reforma da sociedade em um modo de vida 
moral e funcional sem mudar a natureza do Homem. Utopias devem ser 
descartadas: pelo menos nós temos um vislumbre de como remodelar a 
sociedade para encaixar o Homem ao invés de o Homem encaixar em 
alguma sociedade. Que outro desafio tão gratificante pode ser 
oferecido? 
 
para escolher o candidato a presidência do PL, que vai acontecer em setembro 
de 1983 em Nova York. 
Nota Específica da Terceira Edição: Continua até hoje. 
O PL continua a cooptar jovens radicais idealistas, sugar todo o entusiasmo 
deles, desiludi-los, e então levá-los a uma apatia pessimista. Ou então entregar 
eles - radicalizados e re-energizados pela frustração - para os braços do 
agorismo. 
 
 
 
Manifesto do Novo Libertário 
162 
Se você escolheu o caminho do Novo Libertário, talvez você 
queira se juntar a nós no juramento e hino de batalha do "Triplo A" - ou 
algo parecido - e renovar suas energias com frequência: 
"Nós testemunhamos a eficácia da liberdade e exaltamos a 
intrincada beleza da complexidade das trocas voluntárias. Nós 
exigimos o direito de todo mim a maximizar seu valor sem nenhum 
limite exceto o de outro eu. Nós proclamamos a era do Mercado sem 
amarras, a condição natural e apropriada da humanidade, riquezas em 
abundância, objetivos sem fim ou limite, e significado determinado 
pelo si-mesmo para todos: Ágora. 
"Nós desafiamos todos que queiram nos amarrar a se justificar; se 
falharem em provar uma agressão nossa, iremos quebrar nossos 
grilhões. Nós trazemos justiça para todos que agrediram alguém [73] , 
sempre. Nós compensamos todos que sofrem opressão pelo que lhe és 
de direito. E nós destruímos para sempre o Monstro de todas as Eras, o 
pseudo monopólio legalizado da coerção, de nossas mentes e da nossa 
sociedade, o protetor de agressores e criador de injustiças. Isso é, nós 
esmagamos o estado: Anarquia. 
"Nós exercemos nossa vontade até os nossos próprios limites, 
limitados apenas pela moralidade consistente. Nós batalhamos contra 
os antiprincípios que poderiam exaurir nossa vontade e combatemos 
todos que nos desafiam corporalmente. Nós não descansaremos e não 
desperdiçaremos recursos enquanto o estado não for esmagado e a 
humanidade tiver alcançado seu lar agorista. Queimando com um 
desejo incansável por Justiça e Liberdade sempre, nós vencemos: 
Ação! 
"Ágora. Anarquia. Ação!" 
Samuel Edward Konkin III, 
12 de outubro de 1980 
Anarcovila (Long Beach) 
 
 
Samuel Edward Konkin III 
163 
 
 
 
164 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
S E Ç Ã O T R Ê S 
Contestações e Réplicas ao 
Manifesto do Novo Libertário 
 
165 
Konkin sobre a Estratégia Libertária 
Murray Rothbard, Ph.D. 
 
É bom ter o (NLM) de uma forma mais ou menos sistemática 
para sua avaliação e crítica. Até agora, a visão konkiniana só foi 
expressa em críticas aleatórias (scattered pot shots) contra seus 
oponentes, geralmente contra mim.1 Acontece que a situação de Sam 
Konkin é, sob muitos aspectos, como a dos marxistas. Assim como os 
marxistas são muito mais convincentes em suas críticas à sociedade 
existente do que em estabelecer a sua visão tênue e um tanto absurda do 
futuro comunista, Konkin é muito mais coerente em suas críticas ao 
movimento libertário existente do que em esboçar sua própria visão 
agorista positiva. É claro, isso não é por acaso. Primeiro pois é muito 
mais fácil descobrir falhas nas instituições existentes do que oferecer 
uma alternativa convincente e, segundo, pois é taticamente mais 
confortável estar no ataque. 
I. A Alternativa Konkiniana 
Nesse caso em particular, Konkin está tentando lidar com o 
desafio que estabeleci anos atrás aos libertários antipartidários: Ok, 
qual é a sua estratégia para a vitória da liberdade? Eu acredito que o 
agorismo de Konkin seja um fracasso total, mas ao menos ele tentou, o 
que é seu mérito e o coloca à frente de seus confrades antipartidários, 
 
1 Uma de suas críticas (NLM, página 5) é falsa como também ofensiva. Nem eu 
nem o Libertarian Forum fomos “comprados” por Charles Koch. 
O Libertarian Forum nunca teve um centavo de fontes externas: desde sua 
criação, foi inteiramente autofinanciado. E embora minha estadia de dois anos 
no Cato Institute tenha sido agradável de várias maneiras, eu perdi ao invés de 
ganhar dinheiro no acordo. 
 
Murray N. Rothbard 
166 
que geralmente recorrem ao jejum, à oração ou a que cada um encontre 
maneiras de se tornar uma pessoa melhor e mais pacífica, mas nada que 
sequer comece a responder o problema do poder do estado e o que fazer 
a respeito. Então antes de comentar as críticas de Konkin às atuais 
instituições libertárias, eu gostaria de abordar a sua alternativa agorista. 
Primeiro, há uma falha fatal que não só prejudica a estratégia 
agorista de Konkin, mas também o permite fugir de todo problema de 
organização (veja abaixo). É esta visão surpreendente de Konkin de que 
trabalhar por salários é de alguma forma contra o mercado ou 
antilbertário e que isso desapareceria em uma sociedade livre. Konkin 
afirma ser um economista austríaco de livre mercado, e como ele pode 
dizer que uma venda voluntária de nosso trabalho por dinheiro é de 
alguma forma ilegítima e não-libertária carece de explicações. Além 
disso, é simplesmente absurdo que ele pense que, no livre mercado do 
futuro, o trabalho assalariado desaparecerá. A contratação 
independente, por mais amável que pareça, é simplesmente totalmente 
antieconômica para a atividade de manufatura. Os custos de transação 
seriam altos demais. É absurdo, por exemplo, pensar na fabricação de 
automóveis conduzida por contratantes autônomos, independentes. 
Além disso, Konkin claramente não está familiarizado com o fato 
de que o surgimento do trabalho assalariado foi um enorme benefício 
para milhares de trabalhadores pobres e os salvou da fome. Se não 
houver trabalho assalariado – como não havia na maior parte da 
produção antes da Revolução Industrial –, então cada trabalhador deve 
ter dinheiro suficiente para comprar seu próprio capital e suas próprias 
ferramentas. Uma das grandes coisas sobre o surgimento do sistema de 
fábricas e do trabalho assalariado é que trabalhadores pobres não 
tinham que comprar seu próprio equipamento de capital; isso poderia 
ser deixado para os capitalistas. (Assim, veja a brilhante introdução de 
F.A. Hayek em seu Capitalism and the Historians.) 
Konkin sobre a Estratégia Libertária 
167 
A rejeição falaciosa e não-libertária de Konkin ao trabalho 
assalariado, no entanto, permite que ele faça diversas coisas. Permite 
que ele apresente uma visão extremamente otimista do potencial escopo 
do mercado negro. Também explica a sua curiosa negligência do 
“mercado branco” e seu desprezo a ele como algo sem importância. De 
fato, embora o mercado negro seja realmente importante na Rússia, 
Itália, etc., ele é enormemente reduzido em importância frente ao 
mercado branco, legal. Então a visão konkiniana de instituições de 
mercado negro crescendo, se defendendo e então se tornando a 
sociedade anarquista de livre mercado do futuro, colapsa sobre essa 
base. 
Observe que os mercados negros estão concentrados ou nas 
indústrias de serviço ou nas mercadorias que são ambas valiosas e 
facilmente escondidas: joias, ouro, drogas, barras de doce, meias, etc. 
Tudo isso é bom, mas ainda não resolve o problema: quem fabricaráautomóveis, aço, cimento, etc. Como eles sucederiam no mercado 
negro? A reposta é que eles não sucederiam, assim como eles não 
sucedem na Ágora contratante independente. 
O ponto é que essas lacunas fatais na visão konkiniana estão 
ligadas. Ao se concentrar em tais objetos como a maconha como seu 
paradigma da Ágora – em vez de automóveis, aço, pão de forma, ou o 
que seja – Konkin é capaz de negligenciar a esmagadora maioria da 
vida econômica e se concentrar na marginalidade (marginalia). Apenas 
com esse tipo de negligência ele pode começar a postular um mundo de 
contratantes independentes ou um mundo de mercados negros. 
E há outro ponto vital aqui também. Toda a teoria de Konkin fala 
apenas dos interesses e preocupações das classes marginais que 
trabalham de maneira autônoma. A grande maioria das pessoas é 
assalariada em período integral; são pessoas com empregos estáveis. O 
konkinismo não tem nada a dizer para essas pessoas. Adotar a 
estratégia de Konkin, portanto, somente nesse campo já serviria como 
Murray N. Rothbard 
168 
um beco sem saída para o movimento libertário. Não podemos vencer 
se não houver possibilidade de falar das preocupações da grande 
maioria dos assalariados neste e em outros países. 
É a mesma coisa com a rebelião fiscal, que presumivelmente 
serve como parte da estratégia agorista. Mais uma vez, é muito mais 
fácil para alguém que não ganha um salário escapar da declaração de 
sua renda. É quase impossível para os assalariados, cujos impostos são 
naturalmente deduzidos desde cima pelo infame imposto de renda 
sobre folha de pagamento. De novo, é impossível converter os 
trabalhadores assalariados à ideia de não pagar impostos porque eles 
literalmente não têm escolha. O desprezo falho de Konkin do imposto 
como sendo em certo sentido voluntário novamente ignora a situação 
do assalariado. 
Receio, de fato, que exista apenas uma maneira de evitar o 
monstruoso imposto de renda sobre folha de pagamento. Ousaria eu 
dizer o seu nome? É ação política. 
Não é por acaso, novamente, que todo espectro do movimento do 
mercado negro, de rebeldes fiscais a teóricos agoristas, são quase que 
exclusivamente autônomos. Para repetir a distinção de Konkin, aqueles 
que participam do mercado negro podem muito bem se beneficiar no 
sentido micro, mas eles não têm relevância para a “macro” luta pela 
liberdade e contra o estado. De fato, em uma espécie de mão invisível 
reversa, eles podem até ser contraproducentes. É possível que o 
mercado negro soviético, por exemplo, seja tão produtivo que 
mantenha todo o monstruoso regime soviético vivo e que sem ele o 
sistema soviético entraria em colapso. Isso não significa, é claro, que eu 
desprezo ou me oponho às atividades do mercado negro na Rússia; é 
apenas para revelar algumas de suas características desagradáveis do 
mundo real. 
Há outros problemas com o conceito agorista. Eu tendo a ficar do 
lado do Sr. Pyro Egon em sua disputa com o Konkin; pois o mercado 
Konkin sobre a Estratégia Libertária 
169 
negro, se ele se desenvolver, irá se desenvolver por conta própria, e não 
vejo papel algum para o Sr. Konkin e a Nova Aliança Libertária ou 
para o envolvimento da Esquerda Libertária. Konkin fala corretamente 
da divisão do trabalho. Bom, em nenhum lugar a divisão do trabalho se 
manifesta mais claramente do que em quem tem sucesso no 
empreendedorismo. Se o mercado negro deve se desenvolver, então os 
empreendedores bem-sucedidos não seriam teóricos agoristas como o 
Sr. Konkin, mas empreendedores bem-sucedidos, e ponto. Em que eles 
precisam de Konkin e seu grupo? Eu sugiro que nada. 
Há uma dica no NLM de que libertários seriam a priori melhores 
empreendedores que qualquer outra pessoa porque são mais confiáveis 
e mais racionais, mas esse absurdo foi derrubado por dura experiência 
há muito tempo. Os novatos promissores do mercado negro também 
não precisam que o Sr. Konkin e seus colegas torçam por eles e os 
libertem da culpa. Novamente, a experiência mostrou que eles se saem 
bem por conta própria e que incentivá-los a participar das atividades do 
mercado negro é como exortar patos a nadar. 
Quando consideramos, então, a importância vital do trabalho 
assalariado, os mercados negros já estão severamente limitados e o 
cenário agorista para o objetivo final libertário desmorona. E então há o 
estágio final em que as agências do mercado negro usam a força para 
defender transações ilegais, rebeldes fiscais, etc. contra o estado. 
Embora Konkin não a reconheça como tal, é uma revolução violenta, e 
é simplesmente uma verdade histórica sem exceção que nenhuma 
revolução violenta chegou perto de ter sucesso em um país democrático 
com eleições livres. Então esse caminho também está barrado. E não 
foi bem-sucedido com frequência mesmo em uma ditadura. O sistema 
soviético esteve agora oprimindo seus cidadãos por mais de sessenta 
anos; e houve um extenso mercado negro todo esse tempo. E ainda há o 
Gulag. Por que o mercado negro não se desenvolveu em uma Ágora 
konkiniana ou pelo menos deu indícios disso? 
Murray N. Rothbard 
170 
Não. Por mais que eu ame o mercado, recuso-me a acreditar que, 
quando me envolvo em uma transação qualquer de mercado (por 
exemplo, comprando um sanduíche) ou em uma atividade do mercado 
negro (por exemplo, dirigindo a 60 milhas por hora), eu avanço um 
alguns centímetros a revolução libertária. O mercado negro não será o 
caminho para a liberdade e os teóricos e ativistas libertários não têm 
função nesse mercado. Acredito que seja por isso que a única atividade 
real do Sr. Konkin e seus colegas se limite a irritar os membros do 
Partido Libertário. Essa importunação pode ser um estímulo para a 
alma de alguns membros do partido, mas dificilmente servirá para 
satisfazer o compromisso vitalício que os konkinianos têm com a causa 
da liberdade. Não, o agorismo é um beco sem saída e, para usar um 
antigo termo stalinista, é “objetivamente contrarrevolucionário”. 
II. O Problema da Organização 
Eu agora me viro à crítica do Konkin ao atual movimento 
libertário, no NLM e outros escritos. Há três tópicos básicos nessa 
crítica que são inteiramente distintos, mas que Konkin geralmente 
confunde e mistura. São (1) o problema da organização hierárquica, (2) 
o problema do “Kochtopus” e (3) o Libertarian Party. Geralmente, 
Konkin os coloca todos juntos e assim confunde todos esses problemas. 
Devemos separá-los. Vamos fazê-lo primeiro assumindo, para o 
propósito do argumento, que não há Partido Libertário e que há 
simplesmente outras instituições, organizações, institutos, revistas 
libertárias ou o que for. As reclamações de Konkin desapareceriam se o 
LP (Libertarian Party) desaparecesse? É claro que não. Pois meio aos 
seus escritos corre um ataque, não apenas à organização hierárquica, 
mas à organização per se. Ele é contra sociedades anônimas, porque 
elas são organizadas hierarquicamente, e parece ser conta todo tipo de 
organizações voluntárias por motivos parecidos. Ele não apenas se 
opõe aos salários, ele também quer apenas alianças individuais, e não 
organizações. 
Konkin sobre a Estratégia Libertária 
171 
Primeiro, não há nada de não-libertário ou contra o mercado em 
uma organização voluntária, sejam sociedades anônimas ou quaisquer 
outras. As pessoas se organizam porque elas acreditam que podem 
realizar as coisas de maneira mais eficiente do que através de 
contratação independente ou alianças ad hoc. E assim elas podem. 
Então, 
1. não são imorais ou não-libertárias; 
2. são a única maneira pela qual quase qualquer coisa pode ser 
realizada, seja ela fabricar automóveis ou montar campeonatos de 
bridge ou de xadrez. 
Os grupos flutuantes com afinidade sugeridos por Konkin podem 
fazer muito pouco, e isso quando apenas um punhado de pessoas está 
envolvido. Porém, se mais do que um punhado deseja cooperar em 
tarefas conjuntas, seja naprodução de aço ou de campeonatos de 
xadrez, uma organização se torna necessária. 
É claro que organizações criam problemas, e é realmente inútil 
insistir nelas. Se mais de três ou quatro pessoas desejam engajar em 
uma tarefa conjunta, então algumas pessoas passarão por cima dos 
desejos de outras (por exemplo, devemos pintar o escritório de azul ou 
beje?), e tende-se a haver lutas pelo poder, brigas de facção e todo o 
resto. Mesmo corporações, que precisam atingir um contínuo teste de 
lucro, têm esses problemas, e as dificuldades tendem a aumentar em 
organizações sem motivo de lucro, onde não há feedback instantâneo de 
lucros e perdas. 
Então as organizações criam problemas; e daí? O mesmo 
acontece com a própria vida, ou amizades, relações amorosas, ou o que 
quer que seja. A maioria das pessoas pensam que as desvantagens 
valem a pena e são mais que compensadas pelos benefícios de trabalhar 
e alcançar objetivos comuns. Mas, se não, eles podem sempre 
abandonar e não pertencer a uma organização; em uma sociedade livre, 
Murray N. Rothbard 
172 
eles possuem esse privilégio. E, é claro, aqui estamos falando de 
organizações voluntárias. 
Suspeito que o Sr. Konkin e seus colegas não gostam de 
pertencer a organizações. Que assim seja. Mas aqueles de nós que 
desejam alcançar vários objetivos continuarão a fazê-lo. E me parece 
que ao menos temos o direito de reconhecer que não há nada 
minimamente não-libertário em organização, hierarquia, líderes e 
seguidores, etc., desde que sejam feitos voluntariamente. Se os 
konkinianos não conseguem entender esse ponto libertário primordial, 
então suas bona fides libertárias entrariam seriamente em questão. 
III. O Problema do “Kochtopus” 
Konkin também atacou a beneficência de Charles Koch, não 
apenas por ser pró-PL, mas também porque ele tendeu a adquirir um 
“monopólio” do movimento. 
Ainda abstraindo do PL, comecemos por cada um de nós nos 
colocando no lugar de Koch. Você, digamos, é um multimilionário e se 
converte ao libertarianismo. Você está empolgado com isso e quer fazer 
algo para promover a causa. Sendo as coisas como elas são, a principal 
coisa com que você poderia contribuir é seu dinheiro. O que você 
deveria fazer? O problema de nos pedir para fazer esse ato da 
imaginação é que a maioria de nós não consegue se conceber como 
multimilionário e muitos de nós assumimos a primitiva visão populista 
de milionários como personagens malvados inclinados à exploração 
como Fu Manchu. Mas consideremos o caso de nosso multimilionário 
convertido. Konkin realmente diria que ele não deveria fazer nada, 
porque isso talvez crie um “monopólio” do movimento? Não queremos 
converter multimilionários? Não acreditamos que dinheiro é importante 
para o avanço do movimento? 
Portanto, certamente é grotesco fazer nosso multimilionário ir 
embora. Obviamente, devemos agradecer suas contribuições à causa e 
Konkin sobre a Estratégia Libertária 
173 
esperar pelo máximo possível. Ok, então você é um multimilionário 
convertido ao libertarianismo. A quem ou o que você deve dar seu 
dinheiro? Ora, essa é uma responsabilidade considerável e, como 
ninguém pode ser onisciente, nosso multimilionário provavelmente 
cometerá erros ao longo do caminho. Mas tudo o que podemos pedir a 
ele – ou a nós mesmos – é para que faça o melhor que pode, de acordo 
com seu conhecimento. 
O multimilionário, portanto, merece a nossa aprovação, o nosso 
“bem-vindo à causa”. Em vez disso, o que ele inevitavelmente obtém – 
sendo a natureza humana como ela é – são reclamações e ataques 
incessantes. Pois se A, B e C (pessoas ou instituições) recebem sua 
generosidade, isso inevitavelmente deixa D, E e F ao relento e, seja por 
inveja e/ou justa indignação pelo caminho errado tomado, D, E e F sem 
dúvida reclamarão. 
Para nós, pessoas pobres, pode parecer absurdo dizer que a vida 
de um multimilionário é difícil e ingrata, mas parece claro que esse é 
um ponto importante a ser lembrado. 
Mas há mais a ser dito. Os críticos do multimilionário podem 
dizer: Ok, é ótimo que ele está dando todo esse dinheiro à causa, mas 
por que ele tem de controlar tudo? Mas aqui, novamente, você é o 
multimilionário e deseja fazer o melhor que pode para a liberdade com 
o dinheiro que você deu. Você não gostaria de ter o controle sobre 
como seu próprio dinheiro é gasto? Claro que sim. Você teria que ser 
um idiota para não o fazer e não se importar muito com dinheiro ou 
com a causa libertária. Há poucos multimilionários que são idiotas. 
Mas e o “monopólio” de Koch? Aqui o Sr. Konkin deveria ter 
voltado à sua economia austríaca. Suponha que apenas uma empresa 
esteja produzindo alumínio. Deveríamos começar a reclamar dela por 
ser um “monopólio”, ou deveríamos esperar que mais empresas entrem 
no setor? Claramente o segundo, a menos que o “monopolista” esteja 
usando o estado para afastar outros competidores, o que, é claro, Sr. 
Murray N. Rothbard 
174 
Koch não está fazendo. Pelo contrário. Koch ficaria encantado ao 
descobrir outros multimilionários convertidos à liberdade e dando 
dinheiro ao movimento, assim como todos nós. Portanto, a resposta ao 
problema do “monopólio” de Koch é encontrar uma dúzia a mais de 
multimilionários libertários. É grosseiramente injusto e falacioso 
colocar a culpa no monopolista pela sua situação. 
Eu proponho que Konkin tem sido tremendamente injusto com 
Charles Koch. A única crítica legítima a Koch não é da existência do 
“Kochtopus”, mas se o dito “Kochtopus” seguir um caminho errado e 
equivocado. Da perspectiva antipartidária de Konkin, por exemplo, é 
perfeitamente legítimo que ele critique a ligação de Koch com o 
Libertarian Party, mas não a existência da generosidade de Koch per se. 
Em muito dos escritos de Konkin, entretanto, tem-se a impressão 
de que simplesmente receber uma concessão ou aceitar um trabalho de 
Koch é mal per se, ou, de fato, aceitar qualquer emprego estável (pace, 
Konkin sobre trabalho assalariado). 
Mas, mesmo que não haja nada imoral ou ilegítimo sobre a 
existência de um monopólio de Koch no movimento, ele constitui 
sérios problemas sociológicos. Pois se apenas um homem ou 
organização constitui ou controla o movimento inteiro, então qualquer 
erro de ideologia, estratégia ou tática que ele ou ela possa cometer terá 
graves consequências para todo o movimento. Se uma pequena 
organização comete um erro, no entanto, as consequências não são tão 
catastróficas. 
Aqui está um problema real, que é impossível de se ver como 
curar, a não ser encontrando uma dúzia a mais de pessoas como Koch. 
(Certamente, a solução putativa de Konkin para Koch desaparecer do 
cenário libertário é um “remédio” muito pior que a doença.) A única 
coisa que posso pensar é tentar convencer Koch a estabelecer 
instituições diversas e “competidoras” no movimento, da mesma forma 
que corporações frequentemente estabelecem centros de lucro 
Konkin sobre a Estratégia Libertária 
175 
competidores dentro de sua própria organização. (Até certo ponto isso, 
já está sendo feito, como no caso de uma instituição tão estimada como 
o Council for a Competitive Economy.) 
IV. O Problema do Partido Libertário 
Boa parte da crítica konkiniana ao LP foi confundida com 
ataques a organização e a “monopólio” per se, e acredito ter mostrado 
que todo esses criticismos são ou falaciosos ou equivocados – o 
principal ponto sendo que essas instituições são voluntárias e valem os 
problemas que inevitavelmente têm, ao menos àqueles que participam 
delas. Nenhuma dessas instituições são não-libertárias e as dificuldades 
que elas trazem consigo são os problemas da vida. 
Voltemo-nos à bête noire de Konkin, o Partido Libertário. Há 
duas questões importantes a serem resolvidas sobre o PL: 
1. ele é mau per se? ; 
2. assumindo que não, é uma estratégia legítima ou mesmo 
necessária para os libertários o adotarem? 
Assumirei, por enquanto,que um partido político libertário (ou, 
nesse caso, outras formas de ação política, como lobby) não é mau per 
se. Mas, se isso é verdade, então todos os argumentos seguidos de 
Konkin sobre a natureza hierárquica do PL, suas lutas por poder, brigas 
de facção, etc. não passam de problemas inerentes a todas as 
organizações. E já lidamos com isso. 
Mais importante, eu não vejo outra estratégia concebível para a 
conquista da liberdade além da ação política. A conversão religiosa ou 
filosófica de cada homem e mulher simplesmente não funcionará; essa 
estratégia ignora o problema do poder, o fato de que milhões de 
pessoas têm um interesse manifesto no estatismo e provavelmente não 
o abandonarão. Revolução violenta não funcionará em um sistema 
Murray N. Rothbard 
176 
político democrático. O agorismo konkiniano não é resposta, como eu 
demonstrei acima. 
A educação em liberdade é naturalmente vital, mas não é o 
suficiente; ação também deve ser tomada para reduzir o estado, 
especificamente para revogar leis do estado, como controle de preços 
ou imposto de renda sobre folha de pagamento. Ou mesmo como leis 
da maconha. 
Apesar da sua extensa não aplicação, sempre há algumas pessoas 
que são reprimidas, especialmente se a polícia deseja enquadrá-los por 
outros motivos. Os rebeldes fiscais são admiráveis, mas apenas em 
termos “micro”; os impostos ainda estão sendo cobrados e os 
assalariados os pagam. A rebelião fiscal não é uma estratégia para a 
vitória. Grupos de lobby de questões únicas (por exemplo, organizações 
contra o serviço militar obrigatório, organizações de contribuintes, 
grupos a favor do padrão-ouro, etc.) são legais e admiráveis, mas eles 
não concluem o trabalho, por dois motivos básicos: 
1. porque são de questões únicas e, portanto, não podem educar 
ninguém sobre o libertarianismo de maneira geral; 
2. porque não podem realizar o trabalho vital de revogar as leis 
estatistas. 
Eles podem apenas pedir a revogação do serviço militar 
obrigatório, por exemplo; eles não podem realmente fazer a revogação. 
Por que deveríamos nos eliminarmos desse passo necessário e vital de 
fazer a revogação? É claro, se alguém acredita com Robert LeFevre que 
é igualmente imoral revogar assim como impor o serviço militar 
obrigatório, então a revogação de qualquer coisa está fora de questão. 
Mas eu diria aleluia para qualquer revogação do estatismo e não me 
preocuparia com a “coerção” daqueles que gostariam de manter o 
serviço militar obrigatório e são privados disso. 
Konkin sobre a Estratégia Libertária 
177 
Antes da existência do PL, a única revogação poderia ser feita 
por Democratas e Republicanos e assim libertários engajados nessa 
forma de ação política tinham que tentar achar o candidato mais 
libertário, ou melhor, o candidato menos antilbertário. Ao contrário de 
Konkin, houve partidos políticos no passado, especialmente os séculos 
XVIII e XIX, que, embora não fossem anarquistas, eram forças 
admiráveis a favor do laissez-faire. Eles não esmagaram o estado (não 
era essa a intenção, de qualquer forma), mas alcançaram uma enorme 
quantidade de liberdade: inauguraram a Revolução Industrial, e todos 
nós estamos em dívida com eles. Penso no Partido Democrata nos 
Estados Unidos, os Liberais na Inglaterra, os Progressistas na 
Alemanha, etc. Historicamente, os partidos políticos liberais clássicos 
realizaram muito mais pela liberdade humana do que qualquer mercado 
negro. 
Mas empiricamente, é claro, nenhum dos principais partidos 
neste momento valem a pena e assim o Libertarian Party fornece uma 
alternativa bem-vinda, de realmente nos permitir engajar em ação 
política libertária. 
Um Partido Libertário apresenta muitas dificuldades. Primeiro, há 
a constante tentação de substituir o número de votos por lucros como 
teste de sucesso, e isso significa a diluição do princípio para apelar ao 
mínimo denominador comum dos eleitores. A campanha de Clark 
cedeu a essa tentação com grande entusiasmo. Mas o preço da 
liberdade é a vigilância eterna, nunca mais que em um partido político 
libertário. O LP precisa de uma autocrítica contínua e, sim, a crítica 
konkiniana também. 
Felizmente, temos agora uma plataforma admirável; agora, uma 
batalha para que os candidatos do partido se mantenham na plataforma 
deve ser travada. A batalha contra o oportunismo não será fácil e talvez 
nem mesmo seja bem-sucedida. Mas o LP é uma instituição valiosa o 
Murray N. Rothbard 
178 
suficiente para que a batalha valha a pena. Que é por isso que se 
necessita do Radical Caucus. 
E por isso necessita-se de libertários que são estudados em 
princípios libertários e estão preocupados em mantê-los. Um problema 
com esse PL em específico é que, em um sentido profundo, ele foi 
fundado prematuramente: antes de haver ativistas suficientes para fazê-
lo funcionar e para educar os recém-chegados. O LP cresceu 
como Topsy; como resultado, muito estranhamente para um partido 
ideológico, literalmente não havia instituições dentro do Partido (com 
exceção do Radical Caucus) envolvidas na educação ou discussão de 
princípios ou questões políticas. 
O LP é um dos partidos ideológicos mais estranhos da história; é 
um partido político ideológico em que a maioria de seus membros não 
demonstram interesse algum em ideologia ou política. Grupos 
marxistas geralmente não fundam partidos por um longo período; 
primeiro, eles criam “formações pré-partidárias” que reúnem a força e o 
conhecimento para criar um partido normal. Não tivemos tal formação 
e estamos sofrendo as consequências. Mas aqui está o partido, e temos 
que nos contentar com o que temos. 
Então o Libertarian Party é vital, se não necessário, para revogar 
o estatismo. E, contrário ao calendário de um milênio sugerido por 
Konkin, um LP militante e abolicionista em controle do Congresso 
poderia acabar com todas as leis da noite para o dia. Tudo o que seria 
necessário é vontade. Nenhuma outra estratégia para liberdade pode 
funcionar. E, mesmo assim, tudo isso empalidece frente ao problema 
mais importante: O Libertarian Party é mau per se? Votar é mau per 
se? Minha resposta é não. 
O estado é um Moloch que nos cerca, e seria grotesco e 
literalmente impossível funcionar se o negarmos nossa “aprovação” em 
geral. Não penso que estou cometendo agressão quando eu ando em 
uma rua pública e subsidiada pelo governo, dirijo em uma estrada 
Konkin sobre a Estratégia Libertária 
179 
pública ou subsidiada, ou voo em uma companhia aérea regulada pelo 
governo. Seria participar da agressão se eu fizesse lobby para que essas 
instituições continuassem. Eu não pedi por essas instituições, droga, 
então não me considere responsável se sou forçado a utilizá-las. 
Da mesma forma, se o estado, pelos seus próprios motivos, nos 
permite uma escolha periódica entre dois ou mais senhores, eu não 
acredito que somos agressores se participarmos para votar no senhor 
mais amigável, ou para votar em pessoas que abolirão ou revogarão a 
opressão. De fato, acredito que estamos em débito com a nossa própria 
liberdade para usar tais oportunidades para promover a causa. 
Coloquemos desta maneira: suponha que éramos escravos no Old 
South e que, por algum motivo, cada plantação tivesse um sistema em 
que era permitido aos escravos escolher, a cada quatro anos, entre dois 
senhores diferentes. Seria mau, e aprovar a escravidão, participar em tal 
escolha? 
,Suponha que um senhor fosse um monstro que sistematicamente 
torturava todos os escravos, enquanto o outro era gentil, impunha quase 
nenhuma regra de trabalho, liberava um escravo por ano, ou o que 
fosse. Pareceria a mim não apenas não agressão votar no senhor mais 
gentil, mas idiota se não o fizéssemos. É claro, poderia haver muito 
bem circunstâncias – digamos, quando ambos os senhores são similares 
– em que seria melhor os escravos não votarem para fazer um protesto 
visível –mas essa é uma consideração tática e não moral. Votar não 
seria mal, mas, em tal caso, menos efetivo que o protesto. 
Mas se é moralmente lícito e não agressivo para os escravos 
votarem em uma escolha de senhores, da mesma forma que é lícito para 
nós votarmos pelo que acreditamos ser o menor de dois ou mais males, 
e ainda mais benéfico votar em candidatos declaradamente libertários. 
Então aí está. A estratégia konkiniana acaba sendo estratégia 
nenhuma. Konkin prejudica a eficiência libertária ao criar problemas 
Murray N. Rothbard 
180 
morais onde eles não existem: ao indicar como não-libertário ou contra 
o mercado toda uma série de instituições necessárias para o triunfo da 
liberdade: organização, hierarquia, trabalho assalariado, concessão de 
fundos por milionários libertários e um partido político libertário. 
Konkin é o que costumava ser chamado de “estraga prazeres”: deixe 
alguma instituição ou organização parecer estar fazendo um bom 
trabalho pela liberdade em algum lugar e Sam Konkin certamente 
estará lá para atacá-la moralmente. 
E, mesmo assim, os escritos de Konkin têm de ser bem-vindos. 
Porque precisamos de muito mais policentrismo no movimento. Porque 
ele sacode os partidarquistas que tendem a cair em complacência sem 
pensar. E especialmente porque ele se preocupa profundamente com a 
liberdade e pode ler e escrever – qualidades que parecem estar saindo 
de moda no movimento libertário. Ao menos podemos contar com Sam 
Konkin para não se unir aos cretinos desmiolados nos comerciais da 
Clark TV cantando sobre “Um Novo Começo, Amér-i-ca.” E isso já 
vale muito.
 
181 
Resposta a Rothbard 
 
O ataque vigoroso de Murray N. Rothbard é revigorante; não 
tenho certeza se teria levado a sério minha primeira grande tentativa 
teórica se não tivesse evocado o Dr. Rothbard em seu vigoroso auge. 
Afinal, Rothbard e sua visão neorromântica das ideias como super-
heróis e vilões quase conflitantes inspiraram e energizaram muitos, se 
não a maioria, dos ativistas libertários. Eu, com certeza. 
Tendo sido oferecido uma cadeira de honra, Rothbard veste as 
luvas de boxe logo de cara: “acredito que o agorismo de Konkin é um 
fracasso total”. A partir de então, é investir, defender e cortar. 
Em boa forma, Rothbard, infelizmente, está incontestavelmente 
sem armas reais. Sua acusação de uma falha fatal — aparentemente a 
falha fatal — do agorismo é tão irrelevante para a base do agorismo que 
mal é mencionada en passant e em uma nota de rodapé do New 
Libertarian Manifesto (nota de rodapé, p. 21). 
Antes de descartá-lo como uma crítica ao agorismo, deixe-me 
salientar que um debate real é justificado aqui entre Rothbard (e 
muitos, muitos outros, com certeza) e eu (e alguns) sobre a validade de 
contratar alguém. A necessidade disso está em questão (a cibernética e 
a robótica substituem cada vez mais o trabalho penoso — incluindo a 
atividade de gerenciamento); a psicologia disso está em questão 
(vender a atividade pessoal sob a direção e supervisão de outro 
incentiva a dependência e as relações autoritárias); e o lucro nisso é 
questionável (apenas as habilidades mais raras — atuação, arte, 
superciência — chegam perto da recompensa de mercado até mesmo 
do empreendedorismo de baixo nível). 
Dito isso, resta que este debate é irrelevante no contexto da 
validade do agorismo. Certamente, tanto Rothbard quanto eu 
Samuel Edward Konkin III 
 
182 
concordaríamos com a conveniência do aumento de empreendedores 
em nossa sociedade; certamente nós dois desejaríamos mais 
empreendedores do libertarianismo. Rothbard simplesmente “deixaria 
acontecer” (laisser passer), achando misteriosas as origens dos 
empreendedores. Minha própria experiência é que empreendedores são 
feitos, não nascem, e não com tanta dificuldade, de modo que 
“empreender empreendedores” é uma atividade lucrativa. 
Mas ceteris paribus, como diz o Maestro, mantenhamos 
constante o número de empreendedores. Como isso afeta o agorismo? 
Torna difícil converter libertários ao empreendedorismo 
contraeconômico, mas eles ainda podem (e devem) tornar-se 
capitalistas e trabalhadores contraeconômicos — até acadêmicos! 
(George H. Smith abriu caminho para se tornar um filósofo 
amplamente contraeconômico!). 
Mas quando estamos falando sobre converter talvez dois milhões 
de libertários (no presente) à ContraEconomia e quarenta milhões, 
aproximadamente, de contraeconomistas (já provados terem um forte 
componente empreendedorial) ao libertarianismo, a perda de alguns 
milhares de empreendedores extras parece menos do que crucial. Além 
disso, existe um certo grau de sobreposição entre libertários e 
contraeconomistas — um alto grau em minhas associações. 
Mais uma vez, apenas de passagem, minhas próprias observações 
são que a contratação independente reduz os custos de transação — na 
verdade, quase os elimina em relação às relações patrão/trabalhador 
que vão desde o trabalho casual com papelada e registros irritantes até 
o bem-estar do trabalhador da Krupp em grande escala. Mas essa é uma 
questão empírica, como diria Mises, nem mesmo para economistas, 
mas para historiadores econômicos. Porque minhas credenciais 
austríacas deveriam ser questionadas sobre tal observação é 
inexplicável — exceto como um ato de intimidação verbal. En garde, 
então. 
Resposta a Rothbard 
183 
E o benefício histórico do trabalho assalariado pode ter sido tão 
grande quanto a invenção da fralda — mas certamente ensinar a usar o 
banheiro (neste caso, empreendedorização) não é um avanço ainda 
mais significativo? 
Terminada a excursão paralela, voltamo-nos para a 
Contraeconomia, reconhecidamente a base do agorismo e da Nova 
Estratégia Libertária. Rothbard acha que a NEL está negligenciando o 
“mercado branco” — mas há um ponto crucial no qual ele 
definitivamente não é negligenciado, aqui ou em meus outros escritos 
Contraeconômicos. O imperativo agorista é transformar o Branco em 
Negro. Nada poderia ser mais claro. Fazer isso é criar uma sociedade 
libertária. O que mais uma sociedade libertária pode significar em 
termos econômicos senão retirar a atividade de mercado do controle do 
estado? A atividade de mercado que não está sob controle do estado é o 
mercado negro. A atividade de "mercado" sob o controle do estado é 
mercado branco e nós somos contra. 
Para ilustrar, escravos construindo pirâmides são mercado 
branco. Escravos que fogem, lidam com pedras e ferramentas que 
roubam e se envolvem em atividades não escravas são mercado negro 
— e livres até esse ponto. Qual deve ser a visão libertária em relação à 
construção de pirâmides no mercado branco? Ou, se você acha que 
pirâmides não existiriam em uma sociedade livre, mas aquedutos sim, 
qual deve ser nossa novidade em relação à construção de aquedutos no 
mercado branco vs contrabando de água no mercado negro? Os novos 
libertários exortam os escravos a ferrarem o aqueduto e irem buscar 
seus baldes particulares até que os aquedutos possam ser construídos 
sob acordos voluntários. Rothbard sugeriria mais alguma coisa? A 
eliminação gradual da construção de aquedutos e, portanto, a 
eliminação gradual da escravidão? 
As credenciais abolicionistas de Rothbard não são contestadas, 
embora meu próprio tratamento em tais assuntos possa me levar ao 
Samuel Edward Konkin III 
 
184 
contrário. Mas um empresário majoritariamente inocente que paga 
impostos é escravizado nessa medida e certamente o fato de ele ir para 
o mercado negro se esquivando ou desafiando os impostos (o que 
funcionar melhor) não significa a emancipação imediata desse escravo? 
Como Rothbard pode rejeitar qualquer movimento contraeconômico de 
um marqueteiro branco que tenha menos de 100% de risco de 
apreensão sem render seu bona fides abolicionista? 
A lista de serviços e bens contraeconômicos de Rothbard é 
interessante em um aspecto: de “joias, ouro, drogas, barrasde 
chocolate, meias, etc.”, apenas uma — drogas — é mencionada no 
Manifesto. Verdade, Counter-Economics só agora está sendo publicado 
capítulo por capítulo, mesmo assim, os poucos exemplos que dei eram 
qualquer coisa exceto algumas poucas indústrias de serviços ou 
mercadorias facilmente escondidas. Aqui está uma lista, peneirada das 
páginas 16 e 17, que foram mencionadas: “de comida a conserto de 
televisão”; um país inteiro “A Birmânia é quase um mercado negro 
total” — isso de fato inclui a indústria pesada, embora a Birmânia 
tenha menos do que a indústria pesada da Índia, que é majoritariamente 
negra; a grande força de “trabalho negro” da Europa Ocidental; 
habitação na Holanda; evasão fiscal na Dinamarca; evasão de controle 
de moeda na França; trocas isentas de impostos da “economia 
subterrânea” nos EUA; “drogas incluindo laetrile e material médico 
proibido;” “prostituição, pornografia, contrabando, documentos de 
identificação falsos, jogos de azar e conduta sexual realizada entre 
adultos consentidos”; transporte rodoviário (a maioria, diga-se de 
passagem); contrabando em todos os níveis; e desorientação dos 
reguladores governamentais. Todos esses não são insignificantes, mas, 
conscientemente ou não, agregam grandes negócios! 
Automóveis são feitos ContraEconomicamente. Deixe-me contar 
as maneiras: enviá-los através das fronteiras e evadir impostos ou 
controles — seja fisicamente ou em papel; trabalho estrangeiro ilegal 
para produção em linha de montagem; desnatação de peças pela 
Resposta a Rothbard 
185 
gerência, pela mão de obra, ou mesmo com conhecimento dos 
proprietários, que depois passam a produzir carros personalizados; 
executivos de fábricas de automóveis contratados como “consultores 
independentes”; design, pesquisa, engenharia, executivos e 
“consultores” de informática, todos pagos em termos contraeconômicos 
parciais ou totais; “corrupção” sindical para fazer acordos para evitar 
regulamentações trabalhistas (estaduais); OSHA e outros inspetores 
comprados ou desviados; produto “não vendido” baixado do estoque e 
dos impostos e depois vendido; ... esqueça, não posso contar todas as 
maneiras. E ao lado de automóveis, aço e cimento têm reputações 
positivamente desagradáveis — quando se trata de crimes de 
“colarinho branco”. 
Mas há um problema de escala aqui. Grandes indústrias 
cartelizadas podem comprar políticos e obter suas vantagens 
diretamente do estado. É verdade que qualquer pessoa prestes a ser 
apreendida pelo estado pode, em verdade deve, se pega, subornar e 
aplicar “graxa” aos executores do estado. Mas em qual grande indústria 
altamente competitiva com muitos produtores aptos a efetivamente 
comprar votos e políticos — e, portanto, apta a ser tentada a usar sua 
influência política ofensivamente, poderíamos tentar atuar? A grande 
indústria no sentido cartelizado não é terreno fértil para o apoio 
libertário, mas sim para os interesses do estado. No entanto, não há 
necessidade de confundir produção em grande escala com 
características oligopolistas, como Rothbard parece estar fazendo aqui. 
Finalmente, enquanto fechamos esta área, Rothbard me acusa de 
ignorar a classe trabalhadora. Considerando a frequência com que ele 
foi acusado, pode-se esperar um pouco mais de percepção, se não 
sensibilidade. O que são encanadores, mecânicos, carpinteiros, 
soldadores, motoristas, trabalhadores agrícolas, pilotos, atores, 
contadores, engenheiros, técnicos, assistentes de laboratório, 
programadores de computador, operadores de digitação, enfermeiros, 
parteiras, paramédicos e ortomédicos (doutores), vendedores, relações 
Samuel Edward Konkin III 
 
186 
públicas, garçons, garçonetes, escritores, operários, advogados, 
executivos e todos os tipos de reparadores, se não trabalhadores, 
cobrindo todo o espectro do proletariado? 
Todos dessa lista são pelo menos 20% contraeconômicos e 
muitos são mais de 50%. Se eles não derem o primeiro passo tornando-
se contratantes independentes em direção à liberdade econômica, então 
seu empregador o fará (gorjetas isentas de impostos para garçonetes, 
trabalhadores ilegais de fábricas ilegais, agentes lidando com atores, 
escritores e assim por diante). Eu desafio o Dr. Rothbard a encontrar 
qualquer campo econômico legítimo (que não sirva ao estado) que não 
possa ser contraeconomizado, dez que não possam ser 
contraeconomizados sem inovação organizacional ou tecnológica, ou 
cem que não possam ser contraeconomizados sem ganho significativo 
em eficiência organizacional e lucro. O “konkinismo” tem muito a 
dizer a todos que não são estatistas. 
A afirmação de Rothbard de que a ação política é superior e 
preferível à desobediência civil na redução da taxa é uma distorção 
incrível da história vinda de quem me converteu ao revisionismo. 
Nunca houve uma única revogação de tributação ou corte significativo 
(exceto alguns menores nos últimos anos para fins de ajustes 
keynesianos e agora lafferianos “menos recebe mais”) que não resultou 
da recusa em massa de pagar ou da ameaça de tal desobediência. Além 
disso, a ação política resultou em mudanças na base tributária e maior 
pilhagem total – como o famoso e espetacular desastre da Proposta 13 
aqui na Califórnia. 
O acordo de Rothbard com Pyro Egon é desagradavelmente 
rejeitado pelo Sr. Egon, que me informa que o que ele vê como minha 
“atividade política” (NLA, MLL) não gerará mais empreendedores, 
mas que os empreendedores são de fato “criáveis”. Rothbard, em 
correspondência posterior, acrescentou que acredita que os 
Resposta a Rothbard 
187 
empreendedores nascem e não são feitos — ou pelo menos não são 
criáveis. 
“Empreendedores de sucesso não serão teóricos agoristas como o 
Sr. Konkin, mas empreendedores de sucesso. O que eles querem com 
Konkin e seu grupo?” Que tal: “Empresários de sucesso não serão 
teóricos econômicos como o Dr. Rothbard, mas homens de negócios de 
sucesso. O que eles querem do Dr. Rothbard?” Ou “engenheiros de 
sucesso não serão teóricos da física como o Dr. Einstein...” Ou, 
“escritores de sucesso não serão instrutores de inglês como o professor 
Strunk...” Eu preciso falar sobre a falácia de Rothbard? 
A posição de Rothbard sobre libertários sendo dicotomizados de 
empreendedores é absolutamente monstruosa para mim. “Libertário” 
não tem nada a ver com o que se diz, mas com o que se faz. Portanto, 
um libertário deve ser mais confiável e ter uma compreensão mais 
racional do mercado ou ele/ela não é um libertário, independentemente 
do que eles professem de maneira sedutora. Esta é a base para o meu 
jornalismo investigativo, pelo qual o Dr. Rothbard me elogia. E, no 
geral, encontro nele a mesma falta de óculos pretos, apresso-me a 
acrescentar. 
E que experiência pessoal ou estudo acadêmico leva Rothbard a 
concluir que os contraeconomistas pré-libertários se saem bem sem os 
agoristas “para animá-los e libertá-los da culpa”. Minha experiência 
pessoal me leva exatamente à conclusão oposta — e cancelei cheques 
de contribuição e cartas de agradecimento para provar isso. Resumindo, 
qualquer planeta que o bom doutor esteja descrevendo em contraste 
com minha ContraEconomia com certeza não é a Terra. 
A afirmação de Rothbard de que a revolução violenta (que outro 
tipo poderia existir contra uma classe dominante — ele gostaria de 
mencionar um establishment que desceu pacificamente?) nunca teve 
sucesso na história distorce a linguagem ou a história. Ou ele está 
dizendo que nenhuma revolução foi libertária o suficiente para triunfar 
Samuel Edward Konkin III 
 
188 
sem que suas contradições a derrubem (verdade, mas então irrelevante 
para trazê-la como precedente) ou ele está dizendo que nenhum grupo 
derrubou uma classe dominante usando meios democráticos de 
opressão. 
Este último não é apenas falso, mas uma inversão direta da 
história. Quase todas as revoluções de alguma forma bem-sucedidasna 
história recente derrubaram armadilhas precisamente democráticas: 
VI. Revolucionários americanos versus os democráticos 
imperialistas britânicos; 
VII. Revolucionários jacobinos versus a assemblee burguesa; 
VIII. Revolucionários liberais contra a Duma do Czar (março 
de 1917); 
IX. Revolução bolchevique contra os liberais e social-
democratas (novembro de 1917); 
X. A falange contra a República Espanhola (1936); 
XI. Os sem camisa de Perón contra o parlamento argentino; 
XII. Frente de Libertação Nacional do Vietnã versus o 
parlamento sul-vietnamita (pelo menos até perto do fim); 
XIII. Derrubada popular do regime democraticamente eleito 
de Allende (com Pinochet cooptando a revolução para os militares); 
XIV. A recente derrubada do presidente de El Salvador 
democraticamente eleito, mas de direita, por uma junta “popular” 
centrista 
Essa lista não é exaustiva. A afirmação de que a “revolução 
violenta” só teve sucesso em “países democráticos com eleições livres” 
estaria mais próxima do alvo, e é frequentemente usada pela América 
Latina como justificativa para golpes preventivos. 
Todos os grupos revolucionários acima têm suas credenciais 
abertas à questão libertária, com certeza — mas quem não tem até 
agora? Para encerrar esta questão paralela, ou Rothbard está dizendo 
que todas as quedas “violentas” de estados não foram uma revolução 
Resposta a Rothbard 
189 
porque eles não eram libertários (nesse caso o caso libertário não foi 
experimentado) ou ele está historicamente errado. 
Rothbard tem a audácia de exigir que eu separe o libertarianismo 
dos contraeconomistas porque os últimos não precisam disso — e então 
se vira e pergunta porque os contraeconomistas russos não se 
condensaram em ágoras. A ação humana é ação de vontade; sem 
empresários do libertarianismo, não será vendida. Mesmo assim, minha 
estimativa da cena soviética coincide com a de vários dissidentes 
russos, de que a Rússia é um barril de pólvora esperando para explodir. 
A situação polonesa, é claro, se encaixa perfeitamente no paradigma 
agorista, até os trabalhadores contraeconômicos sendo cooptados pelo 
sindicato Solidariedade, tipo partidarquia. 
Rothbard, portanto, falha em fazer qualquer argumento 
substantivo contra a ContraEconomia e, portanto, a estratégia agorista. 
Ele atira em periféricos e distorce a linguagem ou a história para 
defender seu caso. Ainda assim, nosso desacordo me parece em grande 
parte um mal-entendido e, mais ainda, um mal-entendido de fatos 
verificáveis, não de teoria especulativa. Isso não é surpreendente, pois 
— que eu saiba — compartilhamos a mesma premissa e métodos 
analíticos. Considerando que adotei o meu a partir dele, é ainda menos 
surpreendente. 
A crítica de Rothbard ao Novo Libertarismo parece se basear em 
ver pontas de icebergs e descartar as vastas bases. Ele vê apenas um 
por cento da economia pensada como “mercado negro” e não os 20-
40% da economia que a Receita Federal vê como “subterrâneo” e o 
dobro disso para compor toda a Contraeconomia que a Receita ignora 
como irrelevante para a tributação. É preciso um libertário, educado 
por Rothbard e outros, para perceber uma característica comum e somar 
o todo antiestatista. 
E o mesmo pode ser dito da visão de Rothbard sobre minhas 
atividades e as centenas de outros Novos Aliados Libertários ao redor 
Samuel Edward Konkin III 
 
190 
do mundo. A pequena, mas justificada atenção que prestamos aos seus 
poucos desvios parece-lhe proeminente e isso é compreensível. A 
quantidade um pouco maior de críticas públicas que temos ao Partido 
Libertário e outras atividades nas quais ele está mais interessado, seja 
em nossas publicações ou em fóruns públicos, é o que mais lhe 
interessa e permanece com ele. As 10.000 pessoas que eu estimo, sendo 
conservador nos números, que se autodenominam libertárias após 
contato primário ou secundário comigo e com meus aliados hardcore 
que ele nunca conheceu, portanto, são invisíveis. A rede de negócios 
contraeconômicos vieram ao encontro desses e, portanto, é invisível. A 
rede de negócios contraeconômicos que estamos nutrindo 
meticulosamente e os milhões de dólares cumulativamente trocados 
“invisivelmente” também são compreensivelmente invisíveis para ele 
também. 
Eu, pelo menos, não vejo nenhuma barreira real para a 
convergência (“reagrupamento” como diriam os marxistas) entre 
Rothbard e seu “centro anarquista sóbrio, são e anarquista” e nós 
“dissidentes ultra esquerdistas”. A crítica restante de Rothbard 
realmente não é tão pertinente ao próprio Manifesto, embora componha 
a maior parte de seu artigo. No entanto, de certa forma, é a crítica mais 
reveladora a mim pessoalmente, pois vicia seu elogio à minha 
capacidade de escrever, quando obviamente devo ter falhado em me 
comunicar de maneira eficaz. A maioria de suas críticas a mim são 
interpretações errôneas da última parte, e vou apenas listar e negá-las 
quando urgentes. Claro, a questão partidária é outro problema 
inteiramente. 
O Novo Libertarismo tem uma preferência organizacional. Outras 
formas de organização podem então ser consideradas não-Novo 
Libertárias, mas não necessariamente “não libertárias” ou não agoristas. 
O que a Nova Estratégia Libertária busca é otimizar a ação para levar a 
uma sociedade Nova Libertária da forma mais rápida e limpa possível. 
As atividades que levam à dependência autoritária e à aceitação passiva 
Resposta a Rothbard 
191 
do estado são subótimas e desaprovadas; ações que são individualistas, 
empreendedoras e organizadas pelo mercado são vistas como ótimas. 
Com isso constantemente na consciência do leitor (as páginas 22, 
23 e 24 do NLM são um longo aviso sobre este ponto!), é óbvio que 
não há questões morais (além da autoestima individual) envolvidas na 
organização e hierarquia. (Meu “juntar todos eles” que Rothbard 
condena pode ser considerado integração de conceitos por outros.) 
Em nenhum lugar me opus a sociedades anônimas (veja a página 
23 novamente onde elas são especificamente afirmadas). Depois que 
escrevi o NLM, configurei exatamente uma dessas como dono da 
revista New Libertarian. Presumo que ambos continuamos a nos opor à 
perversão estatista das sociedades anônimas em corporações de 
responsabilidade limitada. 
Eu nunca sugeri “grupos de afinidade flutuantes”. Se o Dr. 
Rothbard estabelecer uma Aliança Libertária geral que não gere 
candidatos e não se envolva em estatismo, eu vou oferecer uma adesão 
de cem anos imediatamente. Eu o exorto a me tirar desse ponto. 
Vejo menos problemas na organização do que Rothbard e posso 
ver facilmente que algumas organizações não têm nenhum. Há um 
pouco de ironia na defesa espirituosa de Rothbard do “Kochtopus” uma 
vez que ele passou por sua própria deserção, mas vou deixar isso 
passar. Eu tenho que mencionar sua secessão e oposição a ela porque 
isso, efetivamente, encerra minha principal objeção e eu então a 
considero relativamente inofensiva e concebivelmente precisando de 
minha defesa em um futuro próximo, à medida que o coro da oposição 
aumenta. Na medida em que meus primeiros ataques são responsáveis 
pela desmonopolização do Movimento, sou grato. 
Para que conste, meu objetivo em chamar a atenção de forma tão 
espetacular para o monocentrismo em torno do dinheiro de Koch como 
fiz foi um aviso. Muitos novos libertários pensam que apenas tirar 
Samuel Edward Konkin III 
 
192 
dinheiro do estado leva à dependência e ao controle. É verdade que não 
é imoral no sentido libertário se tornar o escritor ou ativista do colo de 
um bilionário, mas dificilmente serve à imagem ou substância do 
movimento e, portanto, não é novo libertário. Eu sabia que o resto da 
esquerda atacaria os libertários por serem uma ferramenta de plutocrata 
(como Mother Jones acabou fazendo) e tomei medidas para mostrar a 
existência de diversidade e independência. Sem intenção, eudiria que 
funcionou. 
Concordo com toda a defesa de Rothbard de libertários 
milionários e tenho alguns (não multimilionários, com certeza) em 
aliança comigo. A solução dele para aumentar a concorrência no 
Movimento é e foi a minha solução. No entanto, duvido que fazer Koch 
competir consigo mesmo seja uma resposta viável; até Rothbard parece 
hesitante em sugerir isso. 
O fato de eu ser “injusto com Charles Koch” requer um pouco de 
cuidado semântico. Nunca dei a entender que Charles Koch estivesse 
pessoalmente motivado a fazer qualquer coisa. Qualquer um que 
jogasse milhões no Movimento com tão pouco de julgamento na 
compra de instituições teria produzido os mesmos resultados. 
Vou aceitar a palavra de Rothbard e LeFevre — que o conhecem 
pessoalmente — de que Koch é um cara legal. Que ele lucre ricamente 
e fuja do estado para sempre! (Mas que ele nunca compre outro 
político). E que ele contribua com o conteúdo de seu coração para 
qualquer libertário ou organização libertária (salve o LP). Puxa, que 
grande ação é quando um pobre ativista como eu pode ser tão generoso 
com um bilionário do petróleo! 
Mas irei além de Rothbard em meu reconhecimento voluntário 
das características pessoais positivas do Kochtopus. Roy Childs pode 
ser mal-humorado e implacável às vezes, mas ele é uma pessoa 
divertida e erudita de gosto superior, não mais dissidente do que o Dr. 
Rothbard. Jeff Riggenbach continua sendo um amigo, associado e as 
Resposta a Rothbard 
193 
vezes aliado, mesmo trabalhando em tempo integral para a Libertarian 
Review de Koch. Joan Kennedy Taylor, Victoria Vargas, Milton 
Mueller — quem deixei de fora? — só tive contatos agradáveis com 
todos eles. Até Ed Crane (sim — a bête noire de Rothbard) me concede 
uma risada por minuto com um aperto de mão pronto e um gracejo 
rápido que serve a Liberdade da forma que ele vê melhor para ele e 
para o Movimento. 
Que nenhum de nós jamais se afunde no ad hominem. 
Finalmente, o Partido Libertário. Rothbard diz que vai “assumir 
por enquanto a ideia de que um partido político libertário ... não é mal 
per se”. Eu me pergunto até que ponto ele estaria aberto a assumir que 
o estado não é mau per se e depois continuar a discussão de alguma 
legislação, vamos ver onde isso o leva. Parece levar à maravilha da 
revogação das leis. 
Agora, a perspicácia histórica de Rothbard parece tê-lo falhado 
novamente. Desde quando o estado revogou qualquer coisa das Leis do 
Milho ao imposto sobre a propriedade suburbana, a menos que tivesse 
autoridade para manter essa lei? Primeiro vem a zombaria 
contraeconômica, depois a desobediência civil em massa, depois a 
ameaça de insurreição e só então a revogação. Não, eu não concordo 
com LeFevre que é imoral revogar o projeto (assumindo que LeFevre 
diria exatamente isso), mas é imoral apoiar políticos para nos oprimir 
porque eles podem aliviar uma opressão. Por todo o dinheiro, tempo e 
energia necessários para eleger um político bom em uma ou algumas 
questões, quantos poderiam ser libertados diretamente e quanto seu 
risco de apreensão seria reduzido em sonegação de impostos, 
sonegação de projetos, sonegação de regulamentos e assim por diante? 
Nem você precisa exortar os sonegadores a contribuir para uma causa 
nobre, mas simplesmente oferecer — e alguns vendem isso por taxas 
exorbitantes! — instruções sobre como fazer a detecção de batidas e 
vê-los fazer isso... Libertando-se, não sendo libertado por outra pessoa. 
Samuel Edward Konkin III 
 
194 
Os votos são os “lucros” de um partido político. Um partido é um 
órgão do estado cujo objetivo explícito é disputar o controle do estado e 
cujo objetivo oculto é cooptar apoio da vítima. O número de votos dita 
o número de funcionários eleitos com sucesso e sua parcela de poder e 
pilhagem, assim como o número daqueles que ainda aceitam a 
legitimidade e a possível utilidade do estado. Crane e a Campanha 
Clark estavam apenas agindo de acordo com sua natureza enquanto 
partidarquistas. Como Frank Chodorov poderia ter dito: “A maneira de 
se livrar dos vendidos em empregos no LP é se livrar de empregos no 
LP”. 
Vamos assumir aqueles partidos políticos que Rothbard agora 
considera admiráveis. É claro que os democratas não foram tão amáveis 
em Conceived in Liberty quando, como os republicanos de Jefferson, 
lutaram contra os antifederalistas e cooptaram a oposição à 
Constituição. Jackson, o agente da derrota da Nulificação; Van Buren, 
o arquétipo da política do chefe; Polk, o imperialista antimexicano; ou 
Pierce e Buchanan, os defensores da escravidão: irão redimir esse 
começo contaminado? 
E os liberais britânicos foram condenados por Rothbard por 
liderar os defensores da Liberdade na defesa do Império e da Guerra 
Mundial. Nem os minarquistas moderados — muito menos os muitos 
anarquistas de então — da época tinham qualquer utilidade para 
democratas ou liberais. Esses reformadores minarquistas estavam então 
no Free Soil Party nos EUA e no Philosophic Radical Party na Grã-
Bretanha, respectivamente. 
Seria sem tato de minha parte lembrar ao Dr. Rothbard quem 
inventou o Caucus Radical e depois o descartou quando não serviu para 
nada além de fins “objetivamente contrarrevolucionários”, então vou 
pular esta seção. 
“Um LP militante e abolicionista no controle do Congresso” 
levanta a questão – como ele chegou lá? Como poderia chegar lá? O 
Resposta a Rothbard 
195 
cenário de George Smith parece muito mais plausível. De fato, o LP 
estará no poder durante os estágios finais da revolução agorista para 
alertar nossos aliados marginais e prender os incautos com novilíngua 
“libertária”. O LP será colocado no poder assim que os Círculos 
Superiores precisarem disso. Não tenho dúvidas de que o Dr. Rothbard 
será o primeiro a notar e denunciar a colaboração. 
Você pode imaginar escravos em uma plantação sentados 
votando em senhores e gastando sua energia em campanhas e 
candidatos quando poderiam estar indo para a “ferrovia subterrânea”? 
Certamente eles escolheriam a alternativa contraeconômica; certamente 
o Dr. Rothbard os encorajariam a fazê-lo e não seriam seduzidos a 
permanecerem na fazenda até que o Partido Abolicionista dos Mestres 
de Escravos fosse eleito. 
O fato de Rothbard me caracterizar como um "destruidor" é 
realmente surpreendente para mim, considerando todas as organizações 
e publicações libertárias que construí e apoiei — mais do que qualquer 
outra pessoa, exceto o próprio Dr. Rothbard, de Wisconsin a Nova 
York e Califórnia, e em quase todos os estados, província e país neste 
globo. Devo listar todos os grupos libertários que não foram 
submetidos a ataques morais por mim? Que tal todos os supper club 
libertários em Los Angeles e Nova York? A Society for Individual 
Liberty, Society for Libertarian Life, as antigas California Libertarian 
Alliance e Texas Libertarian Alliance, a British Libertarian Alliance, a 
conferência anual Future of Freedom, a Southern Libertarian 
Conference. Ah, isso é ridículo. Sim, parei de bater na minha esposa — 
mesmo não sendo casado. 
As únicas coisas que destruí são os destruidores do nosso 
movimento outrora livre de partidos, a defesa da partidarquia e o 
comprometimento do libertarianismo em geral. 
Rothbard está alegando que ele desviou os olhos daqueles que 
estavam saindo de “The Plumb Line” por que eles poderiam estar 
Samuel Edward Konkin III 
 
196 
fazendo um bom trabalho? Concluindo, Rothbard e eu continuamos a 
lutar pelas mesmas coisas — e contra as mesmas coisas. Espero que 
continuemos lutando do nosso jeito, alcançando aqueles que o outro 
perdeu. E mais, espero que possamos reduzir nosso tempo e energia 
gastos em lutar uns contra os outros para liberar recursos contra o 
inimigo comum. Não deixarei que nenhuma mão estendida seja deixada 
de lado. 
Se os Novos Libertários e os Centristas Rothbardianos devem 
dedicar algum tempo àsnossas diferenças (“engajar-se no Diálogo 
Revolucionário”), que seja esse tempo devotado primeiro a entender 
um ao outro — como esta troca é dedicada — e então a resolver as 
diferenças. Ah, e então que o estado e sua elite de poder estremeçam!
 
197 
Retorno à Babilônia 
Robert LeFevre 
 
O New Libertarian Manifesto, de Samuel Edward Konkin III, fica 
aquém de suas aclamações literárias e falha, pelo menos no meu 
julgamento, em soar um toque de clarim para a causa libertária. Isso 
não implica falta de valor ou significado. 
As trinta e uma páginas de letras pequenas têm mérito definido 
em vários lugares e aqui e ali lampejos de sabedoria iluminam uma 
passagem. 
O autor deve ser elogiado por sua apreensão clara dos princípios 
econômicos e sua devoção aos procedimentos de mercado na medida 
em que os persegue. Essa é a grande conquista que emerge da chamada 
"Old Left" e esperançosamente sinaliza um crescente retorno à 
sanidade para aqueles que, em tempos anteriores, sofriam de 
hemorragia interna, mas cuja "cura" era o nivelamento sem sentido de 
todos e de tudo na sociedade que conseguiu, apesar das probabilidades, 
continuar a se manter à tona. 
A dedicação de Konkin ao que ele chama de táticas agoristas 
transmite a substância de sua posição. Significa, em suma, que os 
indivíduos libertários são capazes de agir agora dentro de um contexto 
de livre mercado, se não permitirem que o medo do governo os iniba 
completamente. Essa posição merece ser aplaudida até que o som ecoe 
e eu sinceramente dou meu apoio a ela. 
Uma palavra de cautela deve ser inserida. O Manifesto de Konkin 
não é o lugar apropriado para tais palavras de aconselhamento e minha 
adição inclui uma crítica a esse documento. Mas já é hora de dizer 
alguma coisa, e este parece ser um lugar apropriado para dizê-lo. 
Robert LeFevre 
 
198 
Se as empresas agoristas devem causar o impacto que merecem, 
os empresários libertários terão que fazer um trabalho melhor do que 
seus concorrentes que já estão no campo. Até agora, eles não estão 
fazendo isso. 
A vantagem de preço e a chance de evitar o estado por meio da 
evasão fiscal não substituem a integridade. Muitos que aparecem como 
empresários agoristas enganaram ou traíram seus clientes. Na verdade, 
eu pessoalmente achei necessário ser especialmente cuidadoso ao lidar 
com certa pessoa que se diz libertária. Com demasiada frequência, o 
autointitulado libertário demonstrou falta de preocupação até mesmo 
com a honestidade fundamental. Muitos já experimentaram essa falta 
entre os profissionais de marketing convencionais e mais do mesmo 
não é útil. 
Embora eu não subscreva pessoalmente a prática, muitos 
possíveis clientes das empresas agoristas descobrem, para seu 
desânimo, que, se forem enganados pelo patrocínio do mercado negro, 
uma ação legal contra seus fornecedores está fora de questão. As 
empresas agoristas não podem ter sucesso sem construir a confiança do 
cliente. As pessoas que são persuadidas a comprar simplesmente por 
causa de um sentimento de companheirismo filosoficamente, perdem 
tanto o sentimento quanto a filosofia quando confrontadas com 
deturpação, má qualidade e engano sem recurso. 
De fato, o mérito de qualquer filosofia é descoberto pelo caráter 
de seus adeptos. Nesse sentido, fica claro que muitos que se dizem 
libertários estão apenas empregados na obtenção de coloração 
protetora. 
O que o precede, embora não seja uma crítica ao Manifesto, abre 
a porta. O mortal comum, considerando a condição em que nos 
encontramos; dominada e coagida pelo estado por todos os lados, 
tendeu insensivelmente a equiparar toda a legislação governamental à 
repressão. Mas o governo é um polvo de muitos tentáculos. Há uma 
Retorno à Babilônia 
 
199 
série de leis nos livros do estado condenando a desonestidade, a 
representação falsa e a violência. São ações que devem ser reprimidas; 
mas, é claro, reprimidas pela disciplina e determinação do indivíduo. 
Quando a desobediência ao governo é recomendada per se e ad 
hoc, é uma questão simples para o indivíduo concluir que a 
desonestidade, a representação falsa e a violência são formas aceitáveis 
de conduta, uma vez que o estado está "sempre" errado. 
Há milhares que falham em fazer a distinção de que, embora o 
estado esteja errado em seus métodos e procedimentos em todos os 
casos, os fins ostensivamente buscados podem muito bem ser 
desejáveis e necessários. 
O Manifesto está falhando nesse ponto. Quebrar uma lei não é um 
ato virtuoso per se, mas o Manifesto faz parecer que sim. Assim, pode 
ocorrer que algumas mentes simplistas, pensando em obstruir o estado, 
concluam que qualquer ação que tomem que viole algum ucasse do 
governo é louvável. 
O estado tem sido muito mais inteligente do que muitos supõem. 
Misturou a virtude e a não-virtude em suas demandas. Mas tem usado 
todos os seus instrumentos de propaganda para fazer com que os leigos 
e os simplistas acreditem que tudo o que é moralmente correto é 
exigido pelo estado. Assim, a lei e a moral estão inextricavelmente 
entrelaçadas. Violar a lei tornou-se imoral; obedecê-lo, moral. 
Não é necessariamente o caso. O objetivo de um determinado 
decreto deve ser examinado quanto ao seu caráter intrínseco. Com o 
estado, devemos lidar constantemente com fins e meios. Os meios do 
estado são corrosivos e viciosos sem exceção. Os libertários estão entre 
aqueles que supostamente têm a perspicácia necessária para determinar 
a diferença entre fins e meios. 
Robert LeFevre 
 
200 
Assim, eles devem ser capazes de praticar a autodisciplina pela 
demonstração aberta de que são mais honestos do que aqueles que são 
honestos apenas porque o estado parece compeli-los. 
De fato, essa confusão decorrente de meios inadequados 
empregados para alcançar fins desejáveis pode ser a razão mais 
profunda pela qual o estado não pode atingir seus objetivos. É nesse 
ponto que o Manifesto atinge seu maior pico. 
A explicação de Konkin sobre o uso obrigatório de meios 
desejáveis para atingir os fins desejáveis é esplêndida. Ele defende a 
consistência. É o cerne de sua oposição a supostas atividades 
"libertárias" como o ativismo dos partidos políticos. 
Uma das principais objeções que devo fazer diz respeito à 
posição assumida no Manifesto sobre a restauração e/ou restituição, 
após a prática de um crime. Embora eu afirme rapidamente que a 
explicação de Konkin é lúcida e breve, ela não condiz com sua 
insistência na harmonia entre fins e meios. 
Se cada ser humano individual tem direito à sua própria vida e 
propriedade, segue-se que nenhum indivíduo tem direito à vida ou 
propriedade de qualquer outro. Em seu zelo por satisfazer os desejos 
daqueles que se dizem vitimizados, Konkin apresenta um argumento, 
ora brilhante, ora sofista, no qual parece que o indivíduo que tem 
direitos sobre sua própria vida e propriedade, perde esses direitos se e 
quando viola o limite de propriedade de outro. 
Se tal conclusão for válida, segue-se que as únicas pessoas que 
têm direitos são aquelas que não violam os limites da propriedade. Se 
essa proposição for aceita, então o conceito de direitos se aplica apenas 
a um número limitado de pessoas e é baseado em seu comportamento e 
não em sua natureza como seres humanos. 
Agora, o núcleo fundamental em torno do qual orbita a noção de 
direitos é que o conceito deve ser aplicado universalmente ou será sem 
Retorno à Babilônia 
 
201 
significado. Se o conceito de direitos deve ser delimitado, aplicando-se 
apenas àquelas pessoas que se comportam de uma maneira específica, 
então temos um conceito de privilégio e não um conceito de direitos. 
Se aceitarmos a noção de privilégio como o núcleo de nossa 
estrutura social, estamos, imediatamente, retornando ao feudalismo. 
Somente aqueles que se comportam como o Senhor dita, têm o 
privilégio de viver. O Senhor tem o direito "divino" deeliminar os 
outros, já que eles não tinham direitos próprios em primeiro lugar. 
Mas Konkin perde pouco tempo com essas sutilezas. Em vez 
disso, ele faz parecer que o criminoso não apenas perdeu seus direitos, 
mas que sua vítima ganhou direitos sobre ele e, assim, a vítima em 
grande medida torna-se proprietária e possuidora do criminoso e pode 
dispor dele de acordo com os desejos da vítima, talvez amenizados 
pelos apelos de uma seguradora de terceira parte ou outro árbitro. 
Esse é o argumento do Estatista. Mas tendo denunciado o estado 
nos termos mais específicos e conclusivos, Konkin agora abraça os 
procedimentos do estado como uma grande virtude. Embora seja errado 
que o estado reivindique a vida ou a propriedade de alguém porque 
ninguém é propriedade do estado, é totalmente aceitável que a vítima 
reivindique a restituição e a restauração às custas do criminoso. De 
fato, Konkin descreve a restituição e a restauração como um imperativo 
moral. Mas isso é o que o estado diz. 
Em seguida, citando Rothbard e os Tannehill como pioneiros 
nessa área, Konkin nos oferece um parágrafo que repito aqui na íntegra 
para que seu caráter possa ser julgado. 
"Em primeiro lugar, sempre deixando de fora aqueles que optam 
por não participar, a pessoa se mantém segura contra agressão ou 
roubo. Pode-se até atribuir um valor à vida em caso de assassinato (ou 
homicídio culposo) que pode variar desde a tomada da vida do 
iniciador da violência até a retirada de órgãos substituíveis (dispostos à 
Robert LeFevre 
 
202 
tecnologia) para restaurar a vida, ao pagamento a uma fundação para 
continuar o trabalho de sua vida. O que é crucial aqui é que a vítima 
atribua o valor de sua vida, corpo e propriedade antes do acidente. 
(Bens trocáveis podem simplesmente ser substituídos ao preço de 
mercado. Veja abaixo.)" 
Se entendi essa proposta, a vítima de um crime ganha um direito 
de propriedade, não apenas sobre a propriedade do criminoso, mas, 
dependendo da natureza do crime, sobre a pessoa da vítima e até 
mesmo a vida da vítima. 
Além disso, e com base no que aconteceu antes, bem como na 
citação usada, é moralmente obrigatório que a vítima receba de volta 
mais do que lhe foi tirado. É essa margem que é vista como um 
impedimento contra crimes futuros. 
De alguma forma, nessa conjuntura, gostaria que Konkin 
estivesse menos familiarizado com a ficção científica. Eu sou levado de 
volta aos meus dias de infância e às maravilhosas histórias de Edgar 
Rice Burroughs, mais particularmente seu clássico Mastermind of Mars 
com Ras Thavas e seu protagonista, Vad Varo. 
O Manifesto nos convidou a viajar no tempo em um esforço para 
reconhecer a magnificência de uma sociedade verdadeiramente 
libertária. Achei surpreendentemente fácil de obedecer. Pelos 
argumentos apresentados, não estou apenas voltando à minha 
adolescência e ao Warlord of Mars, sou arrastado de volta à Babilônia 
e a um déspota oriental chamado Hamurabi. O que o Manifesto chama 
de sociedade libertária existia naquela época, cerca de 3.800 anos atrás. 
Não havia polícia. Ela foi inventada no século 19 por Sir Robert Peel 
na Grã-Bretanha. 
Hamurabi, como se viu, tinha uma espécie de agência de 
restituição/restauração. Os historiadores geralmente concordam que 
Retorno à Babilônia 
 
203 
poderia ser denominado o princípio de “um olho por um olho; um dente 
por um dente.” 
Enquanto o Manifesto nos convida a viajar tanto para trás quanto 
para frente no tempo, o resultado que vejo nos leva de volta à Babilônia 
e lá estamos encalhados. Não teremos apenas “um olho por um olho; 
um dente por um dente.” Teremos fígado por fígado; baço por baço, 
um rim, coração ou vesícula biliar por sua contraparte. 
A menos que eu seja grosseiramente incapaz de entender as 
palavras empregadas, vejo aqui uma câmara de horrores tão brutal e 
hedionda que, em comparação, a cremalheira e o parafuso de dedo de 
Torquemada se tornam um puxa-puxa e manicure. 
Mas deixe-me deixar o sadismo de lado por um momento e 
considerar as consequências de tal sistema. Dado esse conceito como 
um modus vivendi, milhões de pessoas desejarão se tornar vítimas! 
Crimes que não ocorreram podem ser encenados. Evidências 
incriminatórias podem ser plantadas. Na verdade, eu posso imaginar 
escolas conduzidas por vários Fagins engajados em encorajar a 
perpetração de pseudo-agressão. 
As possibilidades são infinitas. Que maneira maravilhosa de levar 
um inimigo à ruína. Acuse-o de ter imposto um dano a você. Tome 
cuidado para comprar algumas testemunhas e plantar um pouco de 
evidência, e você terá um negócio lucrativo. De fato, como a classe 
criminosa no Egito, você pode permitir-se ser mutilado e tornado 
grotesco. Isso garantirá esmolas generosas e uma boa vida. 
Estamos agora de volta a Shakespeare e ao Mercador de Veneza. 
Afinal, o pedido de Shylock foi o cumprimento de seu vínculo. E isso 
seria garantido no que o Manifesto chama de sistema “libertário”. 
Nesse estranho sistema, Antonio morrerá sob a faca, e o sangue 
derramado, embora não mencionado no vínculo, constituirá "lucro" 
para a vítima; que dissuasivo marginal. 
Robert LeFevre 
 
204 
Para compensar isso, o Manifesto e seus apoiadores terão que 
escrever uma série de leis elaboradas que identificam, definem e 
especificam um crime pretenso como um crime em si. Excluindo a 
semântica, o que torna tal procedimento diferente daquele de todos os 
estados existentes? 
Se tal procedimento não for seguido, teremos cada seguradora 
engajada em preencher cada contrato com letras miúdas sobre o que é e 
o que não é crime, conforme estabelecido pelos diretores dessa 
empresa. Vejo pouco mérito na competição pela brutalidade. 
De fato, essa tem sido a ruína de quase todos os esforços feitos 
por supostos anarquistas, dos quais tenho conhecimento. Eles 
condenam o estado. Eles vilificam o estado. Eles o escoriam. Será 
abolido. E no lugar disso, eles nos dizem que teremos um sistema no 
qual precisamente os mesmos remédios são buscados por processos que 
incluem o uso da violência e a violação das mentes, corpos e 
propriedades dos homens. Mas não vamos chamar isso de estado! Será 
uma Seguradora. Ou uma Companhia de Proteção. Ou um Ragu de 
Retaliação de Restauração, Restituição. 
Infelizmente, ainda há mais. Foi-me dito (página 10, parágrafo 3), 
“Somente neste ponto, quando a questão tiver sido totalmente 
contestada, investigada e julgada, e ainda B recusar a entregar a 
propriedade roubada, é que a violência ocorreria”. 
Se dermos uma olhada no mundo real, descobriremos que se B (o 
agressor) não deseja ser um contestante e se recusa a ser investigado, a 
coerção deve ser empregada muito antes do julgamento ser proferido. 
Se B não permitirá a entrada em sua casa, onde a vítima alega ter visto 
sua propriedade roubada, então, para verificar a alegação, deve-se usar 
a força para obter a conformidade de B. 
Mas e se, de fato, B não for culpado de nada, exceto que ele se 
parece com o agressor, ou que o que supostamente foi roubado tinha 
Retorno à Babilônia 
 
205 
uma duplicata que B adquiriu honestamente? Então encontramos um 
inocente, procurando manter sua privacidade e fazer seus negócios 
pacificamente, vitimado por uma empresa de investigação apenas para 
satisfazer os desejos de A, que, na verdade, pode até não ter 
experienciado um ato de roubo, mas deseja destruir a credibilidade de 
B. 
A verdadeira natureza de B não pode ser determinada antes de 
uma investigação. E uma contestação, e um julgamento. Mas essas 
coisas não podem ser obtidas sem coerção, se B não estiver em 
conformidade. O culpado concebivelmente sempre não estaria em 
conformidade. Mas muitos inocentes também não estariam. Ou a 
conformidade será lei? 
Sugere-se que possamos ter campos de prisioneiros para os 
recalcitrantes (mas não prisões) e que aqui e ali podemos sempre matar 
a pessoa que, (éalegado) ela mesma, cometeu algum ato de assassinar. 
Não é um caso claro de pedir os fins para justificar os meios? 
Parece que sim, momento em que acenamos em despedida à 
consistência. Acho difícil chegar a uma escala de dólares por meio da 
qual possamos estabelecer um preço para a vida, ao consentimento da 
intimidade e ao não sequestro. 
De fato, e pelas razões que Konkin apresentou, acho difícil, se 
não impossível, chegar a um valor em dólares, mesmo para propriedade 
roubada. Um único dólar tem um valor diferente para diferentes 
pessoas, dependendo de suas escalas relativas de valor, para dólares, 
bens e serviços. 
Assim, como Konkin mostra corretamente, os juízos de valor 
entram e a restituição e a restauração devem ser arbitrariamente 
impostas como um impedimento. Na verdade, essa parece ser a razão 
principal para pedir mais do que uma mera restauração ou restituição. 
Como seria impossível chegar a uma condição idêntica à que antecedeu 
Robert LeFevre 
 
206 
o crime, então o erro é provável de ser cometido, mas deve ser feito em 
benefício da vítima. 
Essa insistência em estabelecer direitos de propriedade sobre o 
autor de um crime parece ignorar o fato de que, ocasionalmente, um 
crime pode ser cometido por causa de condições financeiras precárias. 
Tais condições sempre serão manifestas em qualquer mundo de 
recursos limitados e seres humanos imperfeitos. 
Enquanto a "Old Left" tentou fazer parecer que todo crime surgiu 
da pobreza (absurdo em sua face), o fato é que alguns crimes sempre 
foram causados pela privação. Se uma pessoa está morrendo de fome, 
ela provavelmente roubará, mesmo que tenha que infligir danos físicos 
a um espectador inocente no processo. 
Eu não tolero o roubo por causa desse fato. Qualquer ato de 
roubo é um ato ilícito. Independentemente da motivação. Mas não vejo 
nada no Manifesto que leve em consideração tal possibilidade. O 
criminoso é um criminoso; a vítima é uma vítima. Uma rosa, é uma 
rosa. Konkin foi generoso e gracioso no Manifesto em relação à minha 
própria posição, pelo que lhe agradeço. Além disso, ele está pelo menos 
parcialmente correto ao afirmar (nota de rodapé, página 7) “O 
pacifismo de LeFevre também dilui a atração de suas táticas libertárias, 
provavelmente muito mais do que merecido.” 
Confirma-se que minha posição tende a afastar muitos. Que eu 
mereço mais é um ponto discutível. 
Mas nunca tomei uma posição com o objetivo de torná-la 
popular. Em todas as declarações que fiz tentei ser consistente com a 
verdade e com a definição fundamental da liberdade humana. Não pedi 
seguidores. Encontrei meu próprio caminho e não privaria uma única 
pessoa da alegria que pode experimentar ao encontrar o seu. 
Konkin está correto quando observa na mesma nota de rodapé 
que: “Ele (LeFevre) se abstém de descrever uma estratégia completa 
Retorno à Babilônia 
 
207 
resultante dessas táticas pessoais, em parte devido ao medo de ser 
acusado de prescrever e descrever.” 
A estratégia que eu repetidamente avancei não parece, nem 
parecerá, ser uma estratégia para aqueles que insistem em ação de 
grupo. Eles não podem conceber uma estratégia que mereça esse nome 
até que as pessoas sejam de alguma forma soldadas a um grupo. 
- - A estratégia que ofereci anda de mãos dadas com as táticas 
que também recomendo. É o mesmo procedimento individual que ajuda 
cada indivíduo a retirar-se sem violência dos tentáculos nauseantes e 
agarradores de todos os estados. Embora reconhecidamente não possa 
ser feito instantaneamente nem perfeitamente, pode ser alcançado por 
aqueles que desejam alcançá-lo. Não peço desculpas por suas 
imperfeições. As empresas agoristas também não são perfeitas, e nunca 
serão. A humanidade não produz espécimes perfeitos. 
Finalmente, chego ao que considero uma segunda inconsistência 
no Manifesto. Encorajado pelo convite do autor, deixe-me apontar para 
ele. 
Ao passar pelas várias fases que a imaginação de Konkin 
retratou, chegamos finalmente à transição entre a fase 3 e 4. Konkin vê 
esse período como inevitavelmente violento, em total traição aos 
próprios princípios que ele afirma defender. 
“A revolução é tão inevitável quanto qualquer ação humana pode 
ser”, é a afirmação da nota de rodapé de Konkin. Então, no final, 
independentemente de meios pacíficos, devemos jogar fora os 
princípios agoristas de autorrealização e matar os estatistas como o 
único caminho para uma sociedade livre. 
Konkin reconhece que há argumentos contra essa visão. 
Pessoalmente, acredito que é a origem filosófica de Konkin em áreas de 
centro-esquerda que o leva a se apegar a essa posição. 
Robert LeFevre 
 
208 
As principais razões que eu gostaria de oferecer que, em minha 
opinião, alteram significativamente a “inevitabilidade” que ele vê, 
relacionam-se ao método que ele usa para promover as causas agoristas 
e a natureza do capitalismo em todas as formas, incluindo a agorista. 
Ao empregar o método educacional um a um, o ressurgimento 
gradual da livre iniciativa avançará tão rapidamente quanto nossa 
capacidade de educar o tornar possível. Assim, os princípios do livre 
mercado nunca são impostos, são aprendidos e comprovados por quem 
aprende e prática. 
Um mercado desinibido é muito mais lucrativo e confortável do 
que um mercado inibido. A afirmação de que “Estatistas” aderirão ao 
estatismo negligencia a realidade de uma característica principal de 
todos os Estatistas. 
Eles também buscam o lucro. Eles buscam aplausos, 
reconhecimento e conforto. À medida que os princípios agoristas se 
desdobram e se ampliam pela adição de praticantes dedicados, mover-
se nessa direção torna-se expediente. Todos os estatistas são dados à 
conveniência e buscam o terreno elevado. Haverá uma tendência 
natural para os estatistas mais ambiciosos e mais capazes se moverem 
nessa direção. 
Para ter sucesso em qualquer tipo de livre mercado, agorista ou 
convencional, é preciso fazer investimentos de capital. Ninguém com 
capital investido pode arcar com os riscos de destruição e alienação de 
capital decorrentes da guerra. E, neste contexto, tome nota: todas as 
guerras são inspiradas pelo estado. Mas elas são invariavelmente 
dirigidas contra outro estado, não contra os políticos do estado local. 
Políticos não conduzem guerra. Eles fazem a guerra encorajando 
o conflito que os mantém fora de perigo. Parte do “capital” do político 
é a sanção que obteve de seus próprios compatriotas, e parte consiste 
em sua pose de superinteligência que deve ser protegida pelo sacrifício 
Retorno à Babilônia 
 
209 
de outros. Ele se arriscará mais pelo conflito violento do que se 
movendo em direção à livre iniciativa. 
Estou encantado por ver o Manifesto de Konkin e posso aplaudi-
lo em geral por sua posição de respeito à consistência, objetivo e 
método. Minhas objeções, se compreendidas, podem aumentar seu 
impacto. Acredito que terá e merece ter uma influência convincente 
sobre os membros da “Old” esquerda. Aqui, sua sintaxe e suas 
passagens às vezes roxas podem muito bem ser fundamentais em vários 
casos. Desejo-lhe bem e ao seu autor. 
Robert LeFevre, outubro de 1980
 
210 
Resposta a LeFevre 
 
 
Uma característica da posição de LeFevre que é frequentemente 
negligenciada são todas as inovações que ele introduziu à filosofia 
libertária. O princípio pacifista faz com que ele encontre métodos 
engenhosos de garantir proteção, defesa e a fuga de agressões. Alguns 
dos melhores seguidores ou estudantes que se mantêm verdadeiros à 
sua posição fundamental: Richard Radford, Caroline Roper-Deyo, 
Linda Abrams, Sy e Riqui Leon e Harry Browne me vem à mente, 
demostram o mesmo tipo de engenhosidade e tendência à inovação. 
Nós libertários que se autodefendem podemos tolerar um monte de 
inconvenientes por sermos atormentados por nossas tendências 
violentas ou por nossa retórica a favor do valor daquela pesquisamotivada pelo pacifismo. O quanto menos nos prendermos ao peso da 
autodefesa, melhor; poderia algo ser mais próximo de um "bem 
universal"? 
Dado tudo isso, LeFevre merece ser respondido. De fato, não 
responder diretamente aos ataques dele como muitos teoristas 
libertários optaram por fazer, é uma forma de condescendência que ele 
certamente não merece. Francamente, eu considero a posição dele 
obstinadamente errada, considerando toda a evidência que ele teve de 
enfrentar. Mas não tem nada desprezível ou baixo sobre ele. 
Colocar o princípio pacifista na mente de alguém parece ter o 
efeito de ingerir uma droga psicoativa. Flashes de insights brilhantes e 
inovações e invenções de outra forma inimagináveis resultam, mas na 
maioria das vezes o que vem é uma visão distorcida da realidade. Tudo 
é deformado na visão direta do observador, apesar de fazer perfeito 
sentido para o psiconauta. Ainda, com tempo e observações, a lógica 
interna para a deformação é perceptível para o observador. 
Resposta a LeFevre 
 
211 
Passando pela parte de apreciação mútua da resposta de LeFevre - 
e nós concordamos em muitas coisas - chega-se à crítica. É claro, é 
pressuposto que alguém leu o Manifesto do Novo Libertário antes de 
ler isso, mesmo assim, uma tradução do "fator deformador" de LeFevre 
não pode ajudar alguma saída. 
Primeiro, tanto quanto ensinar libertários sobre integridade e 
tendo certeza de que não estou dizendo a eles para violar a lei natural, 
eu não acredito que um libertário possa ler o NML e pensar de outra 
maneira. Talvez algum não-libertário consiga ver algo como um 
chamado indiscriminado para "violação da lei", mas claramente não 
sou aquele para alcançar estes uma habilidade de racionalização tão 
ruim. Talvez nós precisemos de anarcoterapistas para aqueles que o 
cérebro derreteu por overdose de estatismo? E enquanto eu devo ter 
sido queimado tão frequentemente quanto LeFevre em transações com 
alegados libertários, eu preparei "white lists" apropriadas de tipos de 
venda não confiáveis. À medida que whitelisting é desenvolvido pela 
ContraEconomia, a taxa de enganação deve cair rapidamente. Eu 
considero as queimaduras que experimentei como custos de fundação 
da Ágora. 
O argumento de LeFevre sobre a ação legal estar fora de questão 
após uma queima no mercado negro soa estranho. Claramente, ação 
legal está fora de cogitação para LeFevrianos em qualquer mercado, 
seja branco, cinza ou negro. De fato, apesar de não LeFevrianos no 
geral, Novos Libertários urgem por soluções reconstituintes e 
defensivas completamente fora do sistema legal do estado em todas as 
circunstâncias. Ninguém seria capaz de te ameaçar com tanta agressão 
quanto o estado; chamar o estado para eliminar um assaltante é como 
chamar o Satã para exorcizar um demônio. 
Nossa bifurcação no caminho aparece quando LeFevre enxerga 
"boas leis" nos livros do estado, e isso combina com sua afirmação 
posterior que agoristas precisariam de um sistema legal para impor a 
Samuel Edward Konkin III 
 
212 
restauração de propriedade. O que ele parece falhar em perceber nos 
Novos Libertários e na maioria dos outros libertários anarquistas é que 
nós objetamos à nacionalização das "empresas de justiça" pelo estado. 
Não existem leis que o estado poderia ter em comum com uma agência 
do mercado porque a última precisa legislar com a execução estatista 
escrita na lei. Restauradores e protetores do mercado seguirão a Lei 
Natural, que é descoberta como qualquer outro fenômeno na natureza, 
através da observação e a resposta natural - ou ótima entre várias - 
aplicada. 
Mais para frente, ouvimos um hino à autodisciplina: ouvir, ouvir. 
Agora quando LeFevre contesta minha consistência, ele parte 
para a retaliação. Ele afirma que eu aceito o direito de uma pessoa à 
vida e propriedade para então negá-la ao agressor. Mas se eu entregar a 
propriedade da vítima para o agressor - quando eu poderia restitui-la - 
então eu estaria violando a minha consistência. Pelo que entendo, o 
agressor abriu as fronteiras de sua propriedade (e não estamos falando 
apenas de "terras") e abriu passagem para a propriedade roubada, que 
não está dentro dos seus próprios limites, que eu fecho novamente 
depois de recuperar o item perdido. 
O agressor escolheu voluntariamente seguir esse caminho. A 
vítima não consentiu com nada. Se a vítima negligenciou a recuperação 
de qualquer dos seus bens, eu tenho o direito delegado para assim fazer. 
A aprovação do agressor é dada à vítima no momento que o ataque é 
iniciado pela vontade do agressor. 
LeFevre escolhe olhar para o mundo pelos olhos irracionais do 
agressor que deseja iniciar sua ação e ficar livre das consequências. Eu 
não tenho nenhuma intenção de falsificar a realidade para os 
iniciadores de violência. Talvez ele possa evitar a apreensão pelo roubo 
ou ser levado pela correnteza como alguém que pula de um penhasco; 
mas assim como a consequência natural da gravidade é cair para a 
morte, a consequência natural da invasão é a restituição. 
Resposta a LeFevre 
 
213 
Para deixar claro onde LeFevre e eu discordamos, eu não vejo 
nenhum direito do agressor sendo violado por uma ação de restituição. 
Se alguém soca uma pedra e sangra, o direito de alguém é violado? A 
mesma lei natural se aplica àqueles que podem e se defendem com 
sucesso. 
.
 
214 
O Novo Altruísmo: Uma Crítica ao 
Manifesto do Novo Libertário 
Por Erwin S. (Filthy Pierre) Strauss 
 
Tenho pouca discordância com a visão básica de sociedade 
apresentada em seu Manifesto do Novo Libertário: “um sistema 
contraeconômico avançado (aproximando-se) da sociedade livre”. 
Também concordo que a própria “sociedade livre” seria instável pelas 
razões que você dá no parágrafo 2 da página 8. No entanto, à medida 
que a atividade pró-agorista se estende de ações individuais, empresas 
comerciais, etc., para a busca explícita de uma grande estratégia por 
meio de um "Movimento" continental surge um problema. Em algum 
momento, a ligação entre o que um indivíduo coloca na atividade (em 
termos de recursos escassos, como trabalho ou dinheiro) e o que o 
indivíduo pode esperar obter (em termos de maior liberdade) começa a 
se romper. As atividades mais amplas do “Movimento” lidam cada vez 
mais com bens públicos. Os benefícios de “um sistema 
contraeconômico avançado à medida que se aproxima da sociedade 
livre” serão usufruídos tanto por aqueles que não contribuíram com 
recursos escassos para sua realização quanto por aqueles que o fizeram. 
Portanto, é difícil justificar racionalmente fazer tal contribuição, que 
envolveria incorrer em um custo significativo em troca (na melhor das 
hipóteses) de um aumento microscópico no valor esperado para si 
mesmo de um bem (aumento da liberdade) a ser recebido no futuro. 
Parece-me que as pessoas que provavelmente contribuirão para 
tal “Movimento” serão aquelas motivadas pelo altruísmo. Ou seja, 
serão aqueles que estão interessados em viver suas vidas para o bem 
dos outros. Em outras palavras, serão aquelas pessoas que estão 
dispostas a deduzir os custos incorridos por eles mesmos contra os 
benefícios conferidos a outras pessoas, como se esses benefícios 
O Novo Altruísmo: Uma Crítica ao Manifesto do Novo Libertário 
 
215 
tivessem sido conferidos a si mesmos. Esta é uma boa definição 
econômica de altruísmo. 
Ora, eu mesmo não me oponho categoricamente ao altruísmo. 
Reconheço que os genes e/ou valores culturais profundos incorporados 
em mim evoluíram em certos contextos. Esses contextos selecionavam 
genes e/ou valores que gratificavam seu portador por buscar 
determinados objetivos. Esses objetivos incluem coisas como comer 
alimentos doces, copular com membros do sexo oposto — e promover 
os interesses de outros portadores dos mesmos genes e/ou valores (por 
exemplo, altruísmo). Reconheço que esses objetivos podem, em geral, 
ser contráriosao meu interesse próprio racional no contexto atual. No 
entanto, até certo ponto, a política mais eficaz para mim pode ser 
relevar esses valores, se isso puder ser feito a um custo razoável. No 
entanto, à medida que aumentam os escassos recursos dedicados a tal 
apaziguamento, chega-se a um ponto em que quanto mais se releva 
esses valores mais se paga um preço excessivo por valores psicológicos 
efêmeros. Nesse ponto, é hora de parar com essas indulgências e 
começar a trabalhar buscando objetivos mais substanciais. 
No entanto, sou categoricamente contra a contradição lógica. 
Você se coloca como categoricamente oposto ao altruísmo (por 
exemplo, em “Our Enemy, The Party”, você chama isso de imoralidade 
— embora seja imoralidade pessoal, em vez da imoralidade social com 
a qual você a agrupa, desde que não envolva coerção). Mas no 
Manifesto, você diz que se inclui entre aqueles “que anseiam pela 
Liberdade e desejam se dedicar ao trabalho dessa vida” (página 22). 
Mas a Liberdade não existe no abstrato; ela é usufruída por pessoas 
específicas. O conjunto dessas pessoas por cuja liberdade você tanto 
deseja ou não contém ninguém além de você mesmo, ou contém outras 
pessoas. Se o primeiro, então sua declaração anterior na página 22 se 
aplica: "Para aqueles que desejam apenas viver suas vidas o mais livre 
possível, [...] o libertarianismo contraeconômico é suficiente. Não é 
necessário nada mais." Mas você quer mais. Portanto, você deve ansiar 
Erwin S. (Filthy Pierre) Strauss 
 
216 
por uma Liberdade a ser desfrutada pelos outros. Em outras palavras, 
você está preparado para gastar seus recursos escassos para garantir um 
valor aos outros. Esta é nossa definição básica de altruísmo novamente. 
O apelo ao altruísmo também é proeminente nos lançamentos de 
seus cupons do Movimento da Esquerda Libertária. Em “Our Enemy, 
The Party”, você recebe “doações de encorajamento” e me pede para 
“expressar minha aprovação de seu trabalho” por meio de contribuição 
financeira. No Manifesto, você pede às pessoas que “expressem apoio 
material para a Ação MLL!” Todos estes referem-se a doações para a 
MLL além da taxa de adesão, sem nada a ser entregue pela MLL em 
troca. 
Um tom altruísta semelhante emerge de grande parte de sua obra. 
Tudo isso cria um problema de inconsistência de meios e fins. É 
improvável que um Movimento apoiado por meios altruístas busque 
consistentemente uma sociedade libertária. De fato, sem o guia do 
lucro, é improvável que os apoiadores de tal Movimento persigam 
consistentemente qualquer objetivo de longo prazo. Historicamente, 
tais Movimentos gravitam em torno do Manifesto retumbante, do 
comício emocionante e de outras formas de ação que proporcionam 
gratificação emocional imediata — em vez de formas de ação que 
levam a mudanças substanciais de longo prazo. Suas atividades ao 
longo da última década parecem ter seguido essas linhas. 
Das opiniões que você discute, a minha é a que mais se aproxima 
daquelas que você cita na nota na página 7 para Harry Browne — e, 
claro, as da Libertarian Connection. No entanto, Browne exagera ao 
denunciar a ação cooperativa, adotando uma visão da natureza humana 
de um quadrinho borscht-belt: toda esposa é uma megera irritante, todo 
parceiro de negócios é um sanguessuga, etc. A ação cooperativa pode 
ser muito vantajosa se alguém escolher os coparticipantes com 
prudência e definir o relacionamento com cuidado. O fato de Browne 
não oferecer “nenhuma estratégia geral” para a mudança social não é 
O Novo Altruísmo: Uma Crítica ao Manifesto do Novo Libertário 
 
217 
uma crítica mais válida do que a reclamação de um cristão de que o 
ateísmo não oferece vida após a morte, ou a reclamação de um estatista 
de que o anarquismo não oferece um estado benevolente. A questão 
não é oferecer essas coisas, é claro, mas entregá-las. Resumi acima 
porque não acho que a busca de sua grande estratégia resultará em uma 
sociedade libertária — e ainda mais porque não é um uso eficaz dos 
recursos escassos da maioria das pessoas. 
O processo de “flanquear o estado com tecnologia”, como você 
resume a posição da Connection, não é uma receita para sentar-se e 
esperar que esse flanqueamento aconteça. Em vez disso, sugere cursos 
de ação contraeconômicos que podem ser seguidos para lucrar durante 
e após o declínio do estado — e, incidentalmente, para acelerar esse 
declínio. Sua invocação infundada da "engenhosidade" dos estatistas 
para confundir essas abordagens parece derrotista para mim. Será 
preciso muita engenhosidade, por exemplo, para impedir a 
disseminação de armas de destruição em massa. O resultado dessa 
disseminação dificilmente será puro libertarianismo, mas quase 
certamente soará a sentença de morte para o estado como o 
conhecemos — se o estado não sucumbir antes disso. 
—Erwin S. “Filthy Pierre” Strauss. Março de 1981 
 
218 
Resposta a Filthy Pierre por S.E. 
Konkin 
 
 
Embora o terceiro polo do libertarianismo representado pela 
Libertarian Connection possa não ter existido há tanto tempo quanto 
Rothbard e LeFevre, para alguém que entrou no Movimento durante a 
Grande Conversão de 1969 como eu, as três estrelas da Connection — 
“Skye D'Aureous”, “Natalee Hall” e “Filthy Pierre” — eram uma visão 
quase tão estabelecida e respeitada quanto. Até certo ponto, a posição 
da Connection difere de ambas e é claramente independente. Além 
disso, os Connectors são geralmente mais orientados para o futuro, 
fortemente voltados para inovações tecnológicas e de mercado. De fato, 
se Rothbard procura nos levar a revolução para a Liberdade e LeFevre 
nos pacificar lá — simplificações grosseiras, com certeza — os 
Connectors querem nos inovar lá. Desde que “Skye” e “Natalee” 
passaram a fazer um excelente trabalho nessa área sob seus nomes 
reais, Filthy Pierre tornou-se editor da APA libertária e o mais próximo 
de um porta-estandarte e porta-voz que o ponto de vista ultra 
individualista da Connection tem. 
Para começar, tenho orgulho de Pierre concordar com a “visão” 
do Novo Libertário. Embora eu tenha sido pouco influenciado 
diretamente pela Connection e seus colaboradores, tendo lido apenas 
uma edição antes dele se tornar editor (que foi após a publicação do 
NLM), algumas de suas melhores ideias sem dúvida se infiltraram na 
tradição geral do movimento e eu reconheço com gratidão qualquer 
uma que inspirou as apresentações mais originais e inovadoras do New 
Libertarian e do New Libertarian Manifesto do caso libertário. Então, 
vamos verificar nossas poucas diferenças. 
Resposta a Filthy Pierre 
219 
Pierre está vigilante contra a recoletivização do Movimento 
Libertário em um estado potencial. Ouça, ouça: ele é bem-vindo para 
ser um cão de guarda pago permanente nas páginas de New 
Libertarian, SNLA ou onde quer que seja. Eu também temo uma 
possível ocorrência e vejo isso já acontecendo sob o disfarce do PL. 
Mas temo que ele veja altruísmo onde nenhum foi planejado e, eu 
afirmo, nenhum está presente. Descartando uma questão secundária, 
considero “bens públicos” um problema para os economistas de 
Chicago se debruçarem — como teólogos contando anjos em alfinetes. 
Pierre oferece o serviço que eu estava procurando ao solicitar 
críticas. Ele descobriu uma área que não só não era clara em expressar, 
mas que eu ainda não havia percebido que era um problema. Meus 
agradecimentos à sua contribuição para a clareza da causa. 
O que deixei claro é que há liberdade pessoal e liberdade para 
uma sociedade em geral — incluindo a si mesmo. O comentário de 
Pierre sobre Browne — com o qual concordo quase totalmente! — 
confirma isso. O que falhei em tornar claro é que tornar a sociedade 
mais livre tem recompensas imediatas na redução do risco. Assim, 
julga-se o quanto uma contribuição para a atividade agorista reduz os 
riscos contraeconômicos e contribui de acordo. À medida que passamos 
pelasetapas descritas no Manifesto, as vantagens tornam-se mais 
tangíveis e óbvias se mais difusas, mas ressalto que o P&D agorista 
será transferido para indústrias específicas para seu lucro e/ou redução 
de custos — especialmente seguros e proteção. 
Onde Pierre vê vários graus de “altruísmo”, vejo investimentos 
de curto, médio e longo prazo na melhoria do ambiente ao redor — 
investimentos que não se chocam, mas são complementares ao 
investimento em liberdade e segurança pessoais. 
Eu poderia me importar menos com “altruísmo genético” e sua 
indulgência. 
Samuel Edward Konkin III 
220 
Pierre coloca o dedo na estática semântica gerada pelo uso de 
termos evoluídos na política para fins de ativismo agorista e espero vê-
lo trabalhando ainda mais com os Novos Libertários no 
desenvolvimento de rótulos alternativos e mais claros e na 
popularização deles (minha conhecida propensão para a neologização 
— cunhar novas palavras — é impelida precisamente para alcançar 
essa clareza semântica e libertar nossa linguagem de associações 
impróprias). 
A disseminação geral e a comercialização de armas de destruição 
em massa podem estar chegando, mas não consigo ver como isso terá o 
efeito crítico de abolir o estado. Um debate mais aprofundado sobre 
esta questão (aberto no New Libertarian Weekly) pode ser justificado. 
—Samuel Edward Konkin III, 
1º de Maio de 1981 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
S E Ç Ã O Q U A T R O 
Epílogo 
 
223 
Esmagando o estado por diversão e 
lucro desde 1969 
Entrevista com o Ícone Libertário Samuel Edward Konkin III (SEK3) 
Conduzida por _wlo:dek & michal 
Publicado em 1 de Janeiro de 2002 
 
Você não conhece SEK3 e intitula-se um libertário? Bem, na 
verdade — e infelizmente —, Sam precisa de uma introdução. Embora 
ele seja bem conhecido entre todos os libertários da turma de 69 que 
estavam lá antigamente, ele é praticamente desconhecido entre 
aqueles que eram jovens demais para participar do movimento inicial. 
Até certo ponto, ele é o culpado disso. Durante o início dos anos 90, 
quando a maioria dos jovens ativistas foram apresentados ao 
Libertarianismo, Sam fez uma pequena pausa do Movimento 
Libertário. Mas agora ele está de volta, e com tudo. 
Mas então, quem diabos é Samuel E. Konkin III? Quem é John 
Galt? Foi preciso um livro inteiro para responder a essa pergunta. 
Quanto a Sam — Libertário original, que ganhou o seu L maiúsculo 
nas ruas da Batalha de St. Louis. Editor de “The Agorist Quarterly“, 
“New Isolationist“, “Frefanzine” e muitas, muitas outras publicações 
libertárias, agoristas, anarquistas, e anti-intervencionistas, das quais a 
mais conhecida é a “New Libertarian“, publicada desde 1970 e 
aclamada pelo Sr. Libertário (vulgo Murray N. Rothbard) como a 
principal revista “de alcance” em Neste Movimento Nosso. 
Em 1980, ele deu um grande salto com o seu “New Libertarian 
Manifesto“, aplaudido por Robert LeFevre pela sua “posição 
respeitosa quanto à consistência, ao objetivo e ao método” (disponível 
online). Para promover o Libertarianismo, Sam financiou o 
Movimento da Esquerda Libertária, o Agorist Institute e o Clube Karl 
Samuel Edward Konkin III 
224 
Hess. Também organizou conferências acadêmicas, aulas, seminários 
e reuniões. Assim, Sam tornou-se um modelo para heróis libertários 
fictícios criados por L. Neil Smith (“The American Zone”), Victor 
Koman (“Kings of the High Frontier”) e J. Neil Schulman 
(“Alongside Night”). 
OK, agora que você viu a ponta do iceberg, não me deixe 
enrolá-lo por mais tempo. Vá em frente. 
Antecedentes necessários 
P: Antes de iniciarmos a entrevista, gostaria de lhe pedir que 
definisse um termo que irá aparecer muitas vezes durante esta 
discussão e que, como muitas pessoas pensam, é um sinônimo. Na sua 
opinião, o que é Libertarianismo? 
SEK3: Libertarianismo é outro termo para Anarquista de Livre 
Mercado, embora inclua frequentemente simpatizantes menos 
rigorosos, como os minarquistas. A palavra originalmente era usada 
pelos pensadores livres em relação à religião para significar aqueles 
que acreditavam no livre arbítrio em detrimento do determinismo (que 
não é uma associação tão ruim para nós) e depois tornou-se um 
eufemismo para os anarquistas europeus do século XIX. 
Foi reavivado por Leonard Read na década de 1940 para 
significar aqueles liberais clássicos que se recusaram a juntar-se ao 
resto do Movimento Liberal para se tornarem estatistas de esquerda 
moderada, e que tinham se juntado em grande parte à coligação da 
Old Right dos EUA contra um tipo de liberal, fazendo fronteira com o 
fascista, New Deal. Com a eleição de Eisenhower e a morte de Robert 
Taft, a coligação da Old Right desintegrou-se. Buckley puxou os 
conservadores pró-estado para a sua Nova Direita, enquanto Murray 
Rothbard reuniu os isolacionistas (não-intervencionistas na política 
externa) Libertários em aliança com a New Left. 
Esmagando o estado por diversão e lucro desde 1969 
 
225 
Rothbard, sediado em Nova Iorque, tornou-se anarquista em 
1950 e definiu de maneira coerente a posição hardcore. Robert 
LeFevre conseguiu o mesmo na zona oeste dos Estados Unidos. 
P: Infelizmente, muitas pessoas associam o Libertarianismo ao 
Libertarian Party. Algumas pessoas acreditam mesmo que foi a 
primeira organização a definir o libertarianismo. Você poderia 
esclarecer isso? 
SEK3: Em 1969, tanto o SDS como os Young Americans for 
Freedom separaram-se em seus próprios nichos. Os libertários “de 
direita” da YAF juntaram-se aos anarquistas de livre mercado da SDS 
numa conferência histórica em Nova Iorque durante o fim de semana 
do Dia de Colombo, convocada por Murray Rothbard e Karl Hess. Em 
Fevereiro de 1970, vários ativistas, trabalhando para Robert LeFevre, 
organizaram uma conferência ainda maior em Los Angeles na USC, 
que incluiu Hess, o ex-presidente da SDS Carl Oglesby e quase todos 
os grandes nomes do Movimento até esse momento. Participei em 
ambos, bem como da Convenção YAF em St. Louis, antes. 
Após a conferência de L.A., Alianças Libertárias de campus 
surgiram em todo o país. Organizei pessoalmente cinco em Wisconsin 
durante 1970 e uma dúzia no estado de Nova Iorque (Nova Iorque e 
arredores) de 1971-73. A primeira campanha “real” do Libertarian 
Party foi a candidatura de Fran Youngstein para Presidente da Câmara 
(da cidade de Nova Iorque) em 1973, e foi a única campanha em que 
os anti-políticos (o que os europeus chamariam de antiparlamentares) 
libertários trabalharam com anarquistas que abraçaram o oferecimento 
de cargos políticos (a quem dei o nome de partidarquistas). 
Nessa altura, o Movimento Libertário já tinha crescido da “sala 
de Murray” (e da Escola da Liberdade, de LeFevre, mais tarde a 
Rampart College) para milhares em 1970, para dezenas de milhares 
em 1971 e para centenas de milhares (alguns no estrangeiro, como na 
Samuel Edward Konkin III 
226 
Grã-Bretanha e Austrália) em 1972. A taxa de crescimento acentuada 
do Movimento nivelou-se com o aumento da visibilidade do Partido. 
P: É verdade que alguns ativistas começaram o primeiro capítulo 
do Libertarian Party como uma piada? 
SEK3: Ed Butler, editor da Westwood Village Square dos anos 
60, tornou-se um libertário em 1970. Juntamente com os antipolíticos 
libertários Gabriel Aguilar (um galambosiano) e Chris Shaefer 
(LeFevriano), ele registrou o nome “Libertarian Party” na Califórnia 
para gozar do processo eleitoral por um ano inteiro antes de David 
Nolan ter a sua festa de Natal de 1971, onde anunciou seriamente a 
criação do Libertarian Party. 
A propósito, Murray Rothbard e muitos outros recusaram-se a 
levar a sério o partido de Nolan durante a campanha Hospers-Nathan. 
Teria desaparecido sem deixar rastro se o eleitor presidencial Nixon 
Roger MacBride não tivesse saltado a cerca e votado em Hospers em 
vez de Nixon no Colégio Eleitoral (que é quem na realidadedecide o 
presidente nos Estados Unidos). Walter Block, que era um candidato 
raro do Libertarian Party concorrendo a um cargo inferior em Nova 
Iorque, em 1972, dirigiu sua campanha humoristicamente para a 
Assembleia Estatal, colocando autocolantes de para-choques que 
diziam “Block para a Desassembleia”. 
P: Quando a França estava sob ocupação, havia um costume de 
raspar as cabeças das mulheres que colaboravam com os alemães. 
Quais “libertários”, exceto os do Libertarian Party, você acha que 
deveriam receber o mesmo tratamento? 
SEK3: Honestamente, gosto da sua metáfora de libertários como 
maquis ou Resistência. No entanto, existem duas grandes diferenças, e 
não me refiro à forma como tratamos os nossos inimigos. Primeiro, 
não estamos a viver parasitariamente da economia do inimigo, mas a 
construir uma melhor “clandestinamente”; segundo, somos 
autorizados pelo estado (força de ocupação) a discutir e recrutar 
Esmagando o estado por diversão e lucro desde 1969 
 
227 
publicamente (pelo menos por agora). Suspeito que este último caso 
deixará de existir no momento em que nos tomarem como uma séria 
ameaça. 
P: Algumas pessoas tornam-se libertários depois de lerem os 
romances de Ayn Rand; um livro de Heinlein ou de Rothbard 
converteu alguns. Como você se converteu ao libertarianismo? 
SEK3: O livro de Heinlein The Moon is a Harsh Mistress me 
apresentou pela primeira vez o conceito (“anarquista racional”). 
Quando descobri que Bernardo de la Paz se baseava numa pessoa real 
(Robert LeFevre), levei-o a sério. Progredi através da direita 
canadense e depois americana através de Frank Meyer (que, até à sua 
morte em 1970, tentou uma síntese de conservador e libertário, 
chamada “Fusionismo”) e Ludwig von Mises (que se autodenominou 
liberal até à sua morte em 1973, aos 92 anos de idade; conheci-o 
durante os seus últimos três anos). 
Ambos me levaram de formas diferentes a Rothbard, mas ele 
estava a ser manchado como pró-comunista naqueles dias de Guerra 
do Vietnã pelo seu isolacionismo militante. 
O passo final foi dado por um anarquista anticomunista do livre 
mercado chamado Dana Rohrabacher na Convenção de St. Louis 
YAF. Era um ativista carismático do campus, radicalizado por Robert 
LeFevre que lhe proporcionou um pequeno financiamento para viajar 
pelo país com o seu instrumento e canções populares de campus em 
campus, convertendo os capítulos do YAF em Alianças Libertárias e 
capítulos do SIL. Infelizmente, mais tarde ele caiu na política, mas 
não no LP. 
O bilionário libertário Charles Koch apoiou-o em duas 
campanhas primárias fracassadas dos republicanos, e depois de 
Rohrabacher ter sido um tempo o autor de discursos de Ronald 
Reagan, ele recebeu a sua recompensa de um lugar seguro na Câmara 
dos Representantes do Condado de Orange, nos EUA. Ainda hoje se 
Samuel Edward Konkin III 
228 
encontra em funções, com uma antiguidade crescente. Há poucos 
assuntos em que ele ainda seja libertário, certamente menos do que, 
digamos, Ron Paul detém. 
Mas em 1969-71, Dana Rohrabacher foi o ativista libertário 
mais bem sucedido e mais amado, e, na minha opinião, não teria 
havido um Movimento sem ele. E ele foi um grande amigo meu até ter 
ultrapassado a linha com a sua campanha para o Congresso. 
P: A propósito, o que pensa de Ron Paul? Muitos dos 
partidarquistas confrontados com argumentos voluntaristas contra a 
política eleitoral apontam para ele e perguntam: “Olhe para Ron, 
pensa realmente que ele está a destruir o movimento libertário”? 
Como responderia a essa pergunta? 
SEK3: Ron Paul pertence, em muitos aspectos, a uma outra era. 
O seu antepassado ideológico mais próximo foi o congressista Iowa 
H.R. Gross nos anos 60 e 70, e o favorito de Rothbard, o congressista 
Howard Buffett do Nebraska nos anos 50. Pode-se ir até o 
Antepassado Original que se separou dos republicanos de Thomas 
Jefferson no início do século XIX, John Randolph de Roanoke, 
Virgínia. 
A Câmara dos Representantes dos EUA, com 435 membros, 
parece ser capaz de tolerar cerca de um em qualquer tempo, talvez 
como um bobo da corte, ou talvez como um exemplo solitário do que 
a Câmara deveria fazer em teoria. Note-se que nunca há dois ao 
mesmo tempo. Note-se também que eles têm de operar dentro do 
oligopólio bipartidário. 
E, finalmente, note que Paul NÃO teve a coragem de se juntar à 
democrata afro-americana de esquerda Barbara Lee na votação contra 
a resolução de habilitação da Câmara dos EUA que permitiu a George 
III (Bush II) enredar uma Declaração de Guerra (contra quem? que 
estado inimigo?), embora tenha sido um defensor mais consistente das 
liberdades civis e econômicas depois dessa votação do que Lee. 
Esmagando o estado por diversão e lucro desde 1969 
 
229 
Finalmente, Paul é demasiado independente para sequer viajar 
num pacote com o “Republican Liberty Caucus”, a última de quatro 
tentativas para construir um bloco de voto conservador e de núcleo 
mole no Partido Republicano como alternativa à futilidade de outros 
partidos. 
Da história à teoria… 
P: Muitos libertários procuram o nascimento do movimento 
libertário na convenção dos Jovens Americanos pela Liberdade em St. 
Louis. O senhor foi um dos participantes, poderia dizer-me o que 
aconteceu lá? 
SEK3: As principais questões da década de 1960 para a 
juventude americana foram a Guerra do Vietnã e sua conscrição, a 
legalização das drogas e a liberdade de protestar. Os libertários 
concordaram com a New Left (SDS, etc.) em todas estas questões e os 
conservadores tradicionais (“trads”), que controlavam a YAF, 
opuseram-se. O primeiro presidente da YAF, Bob Schuchman, era um 
libertário, razão pela qual eram chamados de os Jovens Americanos 
pela Liberdade e não, digamos, “Jovens Conservadores”, embora a 
maioria dos membros se tenha identificado com William F. Buckley e 
a National Review. 
Assim, muitos jovens libertários foram atraídos pelo YAF. No 
início de 1969, os Trads iniciaram purgas contra outros direitistas, não 
apenas Libertários; Objetivistas, racistas, nazis de armário, Wallacites 
e tradicionalistas radicais católicos romanos, os “Rad Trads” foram 
todos expulsos onde quer que tivessem controle. 
Na Costa Leste e na Califórnia, havia principalmente capítulos 
libertários e esses apareceram em St. Louis na Convenção Nacional 
para lutar pelas suas credenciais. Os Trads abandonaram a sua 
abordagem “Conservadorismo com uma Face Libertária” e permitiram 
apenas cerca de 200 delegados libertários (dos quase 1000 antes das 
Samuel Edward Konkin III 
230 
purgas, talvez 500 teriam sido libertários ou outros opositores do 
Gabinete Nacional). 
Alguns, como eu, tinham sido selecionados pelo futuro 
presidente nacional David Keene como apoiadores leais, mas depois 
mudaram de lado quando abordados por Rohrabacher e Don 
Ernsberger da Pensilvânia YAF (mais tarde fundador da SIL) com as 
histórias do que se estava a passar. 
Jared Lobdell (ainda um grande amigo meu) tentou forjar um 
compromisso sobre o projeto chave (alistamento obrigatório). No 
entanto, durante os procedimentos após o relatório da sua comissão, 
um delegado anarquista Rothbardiano (um de muito poucos, menos de 
20) botou fogo no que parecia ser uma cópia Xerox do seu rascunho 
de cartão. 
O Gabinete Nacional (David A. Keene e Jim Farley liderando a 
votação) ganhou facilmente e os libertários foram expurgados da 
YAF. Mas houve variações de estado para estado. Por exemplo, no 
Wisconsin (onde eu estava então baseado), fui de certa forma 
protegido da purga pela minha proximidade com Keene e Lobdell. E 
Dana Rohrabacher veio ao Wisconsin para fazer campanha por David 
para o Senado do estado (Keene perdeu), mas na realidade subverteu o 
capítulo de Madison UW. 
Três de nós partiram sozinhos e juntaram-se a três YIPpies em 
finais de 1969 para formar a Aliança Libertária da Universidade de 
Wisconsin. Mashouve dezenas, se não centenas, de histórias como 
esta nos campi de toda a América do Norte. Cada universidade teve 
uma Aliança Libertária (ou capítulo SIL) no Outono de 1970; durante 
os quatro anos seguintes, houve duas ou mais grandes Conferências 
Libertárias por ano na Costa Leste (Nova Iorque ou Filadélfia) ou na 
Costa Oeste (Los Angeles), todas antecedendo o Partido “libertário”. 
P: Num dos primeiros números do New Libertarian Notes, você 
teve uma discussão com David Nolan sobre a moral por detrás da 
Esmagando o estado por diversão e lucro desde 1969 
 
231 
candidatura ao cargo acusando-o de trair os ideais libertários, mas 
alguns meses mais tarde juntou-se ao Libertarian Party de Nova 
Iorque. Foi uma súbita mudança de opinião ou tentou simplesmente 
destruir o partido por dentro? 
SEK3: Na verdade, isso não ocorreu TÃO cedo no início da 
nossa publicação. Estava na edição 17, em 1972, e fez com que a NLN 
fosse expulsa do Laissez Faire Books porque “ousei” comparar a 
nossa troca com a de Lysander Spooner e do Senador Thomas Bayard 
na década de 1870. 
Ed Clark, o presidente fundador da LP de Nova Iorque (antes de 
se mudar para a Califórnia) entregou o Free Libertarian Party (foi 
chamado assim porque o Partido Liberal de Nova Iorque ameaçou 
processar a LP por confundir a votação) a Jerry Klasman. Jerry 
convidou-me para me juntar ao Conselho Executivo da FLP. Quando 
lhe disse que não acreditava no Partido e que iria trabalhar para o seu 
desaparecimento, ele disse “Está bem”. Em 1973 fui reeleito com o 
mais alto voto de qualquer candidato, mas não consegui trazer 
nenhum dos membros restantes do Partido Radical Caucus para o 
cargo. (O mais próximo disso foi a minha então namorada e mais 
tarde brevemente a minha primeira noiva, Nona Aguilar). 
Em 1974 estávamos, em aliança com os reformadores do 
Upstate contra a máquina “Anarcocentrista” de Manhattan, prontos a 
ganhar o controle do FLP. A última coisa que queríamos (no RC) era 
tomar o poder político, por isso eu e alguns dos mais duros (admito, 
alguns dos meus camaradas foram tentados a ficar e tentar tomar o 
poder) recusámo-nos a entrar na sala de convenções e a votar. 
Sentámo-nos lá fora e vendemos NLNs. 
Basicamente, eu tinha expressado as contradições internas da 
partidarquia. Exigi simplesmente que a LP aplicasse à sua própria 
estrutura as mesmas tácticas de descentralização e de enfraquecimento 
da autoridade que desejava fazer ao estado. Rothbard e Gary 
Samuel Edward Konkin III 
232 
Greenberg lideraram os centralistas que argumentaram que a LP tinha 
de ter uma cadre disciplinada e um mínimo de brigas internas (isto é, 
debate e dissidência). Estranhamente, a minha abordagem parecia 
apelar mais aos libertários do que a sua táctica leninista. 
Murray Rothbard, vendo o caos que já não conseguia controlar, 
com frustração, apontou-me através da porta aberta do salão de 
convenções e disse: “Será ele a única outra pessoa que compreende o 
que se passa aqui?” 
Antes de saímos do FLP, tínhamo-nos tornado Delegados da 
Convenção Nacional de Dallas, pelo que decidimos experimentar 
táticas lá. Aliei os nossos delegados do Radical Caucus aos delegados 
do desafiante Eric Scott Royce (a quem chamamos o caucus da 
Reforma), contra a Máquina Nolan. Mas Nolan já tinha perdido o 
controle para Ed Crane, que ganhou facilmente. Nessa altura, o 
Radical Caucus (com exceção de duas vira-casacas) saiu da LP para 
sempre, e levamos conosco alguns dos reformadores, incluindo 
Royce, que escreve para as minhas publicações até aos dias de hoje. 
P: Em 1971, você coorganizou a “Freedom Conspiracy’s 
Columbia Libertarian Conference” durante a qual teve uma discussão 
com Milton Friedman. Qual foi a razão da discussão? 
SEK3: O tio Miltie respondeu a perguntas, mas apenas a 
perguntas escritas. Por isso, escrevi num cartão 1. Teve alguma coisa a 
ver com a passagem da retenção na fonte do imposto de renda? 2. Em 
caso afirmativo, lamenta-o? 3. Em caso afirmativo, fá-lo-ia 
novamente? 
Para meu espanto (e aqui dou-lhe crédito), ele leu o cartão e 
respondeu de forma direta. Para espanto do seu público 
(aparentemente pensava que eram conservadores, não libertários cada 
vez mais radicais), Friedman respondeu . . . 
Esmagando o estado por diversão e lucro desde 1969 
 
233 
1. Sim, foi durante a Segunda Guerra Mundial que ele teve a 
ideia, a fim de angariar dinheiro para o estado mais 
rapidamente, em nome do esforço de guerra. 
2. Não, ele não se arrependeu, uma vez que a guerra era 
justificada. 
3. Sim, pela mesma razão, ele faria de novo. 
Friedman perdeu quase todos na audiência depois disso, e o 
Friedmanismo foi esmagado para sempre no Movimento Libertário de 
1971. Ludwig von Mises e o seu aluno Murray Rothbard, bem como a 
Escola Austríaca reina sem qualquer contestação até ao dia de hoje. 
P: Desde essa conferência, muitos libertários rejeitam 
frequentemente a escola de Chicago e a economia neoclássica como 
sendo impossíveis de reconciliar com as ideias libertárias. Algumas 
pessoas afiliadas a ela ainda são anarquistas (i.e. D. Friedman ou B. 
Caplan). Não acha que eles estão a ser um pouco duros demais? 
SEK3: Não. Rothbard provou que os economistas da Escola de 
Chicago são simplesmente especialistas em eficiência para o estado. 
Os piores casos foram os “Chicago Boys” chilenos que serviram 
Augusto Pinochet e os israelitas que trabalharam para o Sionista 
Revisionista (ou seja, fascista) Menachem Begin. 
P: Quando viveu em Nova Iorque nos anos 70, teve 
oportunidade de participar nas noites de discussão na casa da Sra. e do 
Sr. Rothbard? 
SEK3: Sim e apreciei-as imensamente. Embora o Movimento já 
se tivesse expandido a partir da “Murray Rothbard’s Living Room”, 
era ainda o lugar mais “dentro” para estar no Movimento inicial. 
P: Como sabemos, a natureza de Rothbard era um pouco 
desordenada e ele disse muitas coisas que causaram uma cisão no 
movimento libertário. Como foi a sua colaboração com ele? 
Samuel Edward Konkin III 
234 
SEK3: Na verdade, Rothbard raramente foi responsável por 
cisões pessoais; ele era bastante afável. A sua maneira de falar era, 
descrevi-a na NLN, como Woody Allen, mas com um domínio da 
economia. (Allen, a propósito, é um anarquista, embora não de livre 
mercado.) Originalmente, recusou-se a levar o LP a sério, por isso, 
quando o fiz, recorri em grande parte aos ataques de princípios de 
LeFevre à política. 
Rothbard já tinha escrito ensaios antipolíticos antes, por isso 
fiquei surpreendido por ele ter abraçado o LP durante a campanha de 
Fran Youngstein. Talvez ele pensasse que era um novo método para 
trazer jovens profissionais, especialmente mulheres atraentes como 
Fran e as suas amigas. (Youngstein trabalhou para a IBM.) 
Nessa altura, dividimo-nos ideologicamente, embora nunca 
tenha sido tão pessoal como, digamos, Rand e Branden, LeFevre e Sy 
Leon, ou Galambos e Jay Snelson. Rothbard opôs-se ativamente ao 
desenvolvimento de um culto da personalidade. Ele continuou a 
escrever para mim quando pedi, e reunimo-nos numa aliança anti-
Kochtopus em 1980, após a desastrosa campanha Clark. 
Apoiei-o quando Crane retirou a parte de Murray no Instituto 
Cato, expurgando-o efetivamente, ao oferecer-lhe ações na revista 
New Libertarian. E, como mencionei anteriormente, tornou-se 
conselheiro fundador do Instituto Agorista em 1985. 
Correspondemos durante as eleições de 1990 (ele tinha 
quebrado permanentemente com a LP em 1988, perseguindo uma 
nova aliança Paleoconservadora) e depois, novamente, após o meu 
divórcio em 1992 até à sua morte em 1995. 
P: Há quem afirme que o falecido Rothbard abandonou não só o 
movimento libertário, mas também a própria teoria libertária. Poderia 
esclarecer isso? 
SEK3: Murray Newton Rothbard, Ph.D., deixou sempre a si 
próprio a latitude máxima tanto na estratégia como na tática, enquanto 
Esmagandoo estado por diversão e lucro desde 1969 
 
235 
se agarrava ao que ele chamou “A Linha de Prumo” do 
libertarianismo ortodoxo. É verdade que ele terminou a sua vida 
tentando reconstruir a aliança da Old Right da sua juventude de 
Paleoconservador e “paleolibertario”, mas ele insistiu que não cedeu 
nenhum terreno nos princípios libertários. 
Desde a sua aceitação da anarquia em 1950 até à sua expulsão 
da National Review em 1957, ele fez parte da Direita. Mas foi expulso 
por se juntar às frentes populares antinucleares largamente dirigidas 
pela Esquerda, e acusou a “New Right” de abandonar o anti-
imperialismo e aceitar o Grande Governo como necessário para 
combater o comunismo (mal porque era . . . Grande Governo). Foi 
expulso dos Objetivistas, embora ele próprio fosse ateu, por se recusar 
a pressionar a sua esposa a desistir do seu Cristianismo Protestante. 
Trabalhou entusiasticamente para a New Left durante os anos 
60, saindo apenas quando se tornou óbvio que os anarquistas tinham 
sido expulsos da SDS e de todas as organizações importantes, 
deixando variantes do maoísmo e do stalinismo a lutar pelo controle 
de grupúsculos cada vez menores. Considerou apoiar um Republicano 
Liberal (geralmente um anátema tanto para os Libertários como para 
os Conservadores), Mark Hatfield, para Presidente em 1972, até que 
Hatfield se retirou. Embora tivesse trabalhado com democratas 
antiguerra de preferência até então, acabou por apoiar Nixon em 
detrimento de McGovern. 
Ele opôs-se ao Libertarian Party desde a sua fundação, mas 
principalmente por razões estratégicas: considerou-o “prematuro” 
nesta fase da história do Movimento. Quando o abraçou depois de ver 
uma popularidade superficial entre muitos dos seus amigos ativistas, 
tentou moldá-lo no seu conceito de Partido Libertário: uma Cadre 
altamente disciplinada sobre o modelo leninista. Esse modelo era 
pouco atrativo para 90% dos membros do LP (e uma percentagem 
ainda maior dos que estão fora do partido, claro) e quando o seu 
candidato foi rejeitado em 1988 (depois de perder), notou Tom 
Samuel Edward Konkin III 
236 
Fleming a organizar os Paleoconservadores e juntou forças com eles, 
chegando ao ponto de se tornar o conselheiro econômico do seu 
candidato, Pat Buchanan, em 1992. 
Morreu antes das eleições de 1996, e sem Rothbard, Buchanan 
abandonou o mercado por um protecionismo desenfreado e quase 
escolheu uma socialista negra como candidata. 
P: Em 1975, decidiu mudar-se de Nova Iorque para a Califórnia, 
precedendo uma viagem de três semanas. Há lendas que se espalham 
por essa viagem. Pode dizer-me algo sobre isso? 
SEK3: Foi como se saísse de uma obra de Jack Kerouac e 
qualquer coisa menos em linha reta. Quatro de nós e os pertences que 
podíamos levar, estávamos enfiados num Toyota. Embora eu não 
gostasse de conduzir, quando chegámos ao Oregon (disse que não 
estava em linha reta), os restantes estavam tão cansados que todos 
concordaram que eu devia dar uma volta. Por isso atravessei todo o 
Oregon em cerca de três horas e eles nunca mais me pediram para 
conduzir. 
Paramos em Louisville, Kentucky, para a primeira RiverCon 
(uma convenção de ficção científica) e visitamos o mais conhecido fã 
da ficção científica libertária a essa altura, Richard E. Geis, em 
Portland, Oregon. Perdemo-nos no condado de Marin durante o seu 
período mais escamoso (retratado no romance e filme, Serial, 
perfeitamente) e conduzimos por toda a costa ocidental até L.A. onde 
Dana Rohrabacher nos encontrou apartamentos. 
Nenhum de nós voltaria a passar por isso, mas todos o 
recordamos como um Rito de Passagem e, pelo menos para mim, o 
momento decisivo de deixar a mentalidade dos anos 60 e finalmente 
entrar nesse longo período amorfo desde 1975 até à queda do Muro de 
Berlim em 1990. 
Esmagando o estado por diversão e lucro desde 1969 
 
237 
P: Depois de ter chegado à costa ocidental, mudou-se com um 
grupo de pessoas para a chamada Anarchovillage. Pode explicar o que 
se esconde sob esse nome? 
SEK3: Pessoas diferentes tinham objetivos diferentes. Em 
primeiro lugar, era um “recurso de trabalho” para rodar o Novo 
Libertário semanalmente (sim, ouviu bem, todas as semanas, exceto 
duas para 101 edições) de Dezembro de 1975 a Janeiro de 1978. 
Havia 10 apartamentos e uma casa, e no nosso auge tínhamos 8 deles 
e a casa ocupada por libertários. Dois escritores conservadores de SF 
também lá viviam, um mudou-se deliberadamente para estar conosco. 
Um antigo ativista Quaker SDS que se tinha escondido ali para 
escrever SF descobriu que nós tínhamos mudado para lá e juntou-se a 
nós. 
Nenhuma mulher tinha os seus próprios apartamentos, mas 
algumas visitaram muito e algumas mudaram-se para lá com homens 
diferentes, por vezes sequencialmente. Uma em particular percorreu 
90% de nós antes de se mudar. 
E tivemos até um tipo gay simbólico, embora não o tenhamos 
descoberto durante vários anos (a mulher mais promíscua, 
mencionada acima, deixou-o de fora); era o gerente do apartamento e 
amigo de Dana Rohrabacher que nos arranjou originalmente o 
apartamento. 
P: O Libertário Contemporâneo parece estar muito pouco ligado 
à contracultura. Algo me diz que nem sempre foi assim… 
SEK3: Hmm. Não tenho a certeza de como responder a isso. 
Tanto quanto posso dizer, o que resta da Contracultura é quase 
inteiramente libertário. A mais recente “cultura alternativa” dos geeks 
do ciberespaço não é apenas libertária, mas sim agorista. A 
contracultura hippie tinha princípios libertários não reconhecidos (ver 
Em Louvor da Decadência de Jeff Riggenbach) e ativistas libertários 
de Kerry Thornley, talvez o primeiro “Libertário de Esquerda” (editor 
Samuel Edward Konkin III 
238 
do Inovador Liberal), o sempre-direita Dana Rohrabacher abraçou-o 
de bom grado. O fandom de ficção científica, outra grande cultura 
alternativa, passou do libertário não reconhecido (Heinlein, Anderson) 
a aceitá-lo ou criticá-lo explicitamente como demasiado dominante. 
Talvez esteja a insinuar que o atual Movimento Libertário não é 
inteiramente contracultural e que costumava ser mais? Na verdade, é 
mais ou menos a mesma divisão entre aqueles que abraçam 
largamente a cultura existente (como Rothbard, tão direto como pode 
imaginar) e aqueles que abraçam alternativas, embora as ofertas 
alternativas se tenham expandido consideravelmente. Se alguma coisa 
pode ser dita, eu diria que a rejeição da cultura predominante é maior 
do que nos anos 60, mas menos evidente. Caras (e agora garotas) que 
de fato trabalham num escritório empresarial, depois voltam para casa 
para fumar droga, conversam online com subversivos, assistem às 
suas convenções de “estilo de vida alternativo” aos fins de semana, e 
que viram as lapelas dos ternos para mostrar um botão de bandeira 
negra preso ali, são comuns. Esta atitude de “balançar para os dois 
lados” é certamente posterior aos anos 60 e bastante comum entre os 
nossos pessoal mais jovem. 
…e da teoria à prática 
P: Durante as décadas de 60 e 70 muitos Libertários cooperaram 
com grupos da esquerda radical, Karl Hess foi membro dos Panteras 
Negras e dos Students for a Democratic Society, Rothbard cooperou 
com M. Bookchin no clube de jantar anarquista da esquerda-direita de 
Nova Iorque. Os contatos entre estas pessoas romperam muito 
depressa, por quê? 
SEK3: Casos muito diferentes. Rothbard e Bookchin caíram por 
causa da rivalidade entre jovens novos recrutas, mas enfatizaram as 
diferenças ideológicas. Os Panteras Negras e SDS basicamente 
desfizeram-se deixando Hess para trás, mas Karl continuou a trabalhar 
com a Esquerda muito depois das convenções de 1969 e foi filiado no 
Institute for Police Studies (IPS) até ao seu falecimento. Mas no final 
Esmagando o estado por diversão e lucro desde 1969 
 
239 
dos anos 80 ele reativou as suas ligações libertárias, e convidámo-lo 
em 1985 a juntar-se ao

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