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0 AURICULOTERAPIA Olá, seja bem-vindo ao curso! O conteúdo abordado neste curso fornecerá elementos conceituais de qualidade, o que o habilitará saber mais sobre essa área de atuação. Para realização das aulas você deve ler artigos, livros e assistir a vídeos que são indicados em cada tema. Lembre-se de anotar o conteúdo, pois ao final do curso você deve realizar uma avaliação e obter média 7,0 para conclusão e certificação. É imprescindível que acesse e leia todos os links de estudo complementar, pois nele você encontrará informações mais robustas de cada item estudado, possibilitando uma formação mais sólida no tema e preparando-o melhor para aplicação em sua rotina profissional. Página 1 Vamos juntos entender um pouco mais sobre Auriculoterapia? Aula 1: Histórico evolutivo da técnica, hoje mundialmente aplicada Material de Preparação As referências mais antigas em relação ao pavilhão auricular em medicina encontram-se na China. Na obra Huáng Dì Nèi Jing, Ling Shu se encontram algumas referências da aurícula, mediante a inspeção de sua forma, cor, secura ou não e pelo aspecto dos capilares da orelha, os quais podem indicar diversas enfermidades. A maioria dessas referências geralmente se referem mais ao ouvido interno que o pavilhão auricular externo, no entanto, durante a dinastia Jin (265-420), a massagem auricular já era usada para preservar a saúde, bem como para o diagnóstico e tratamento de várias doenças: durante a dinastia Táng (608-907) foram publicados os primeiros Página 2 trabalhos, atualmente perdidos, sobre acupuntura e moxabustão auricular. Por outro lado, existem referências históricas de atuação terapêutica no Antigo Egito segundo os quais as mulheres usavam pontos auriculares como forma anticoncepcional, ou da antiga Grécia, relacionadas com transtornos sexuais (Hipócrates e Galeno) porém se desconhece a sua origem. No Sri Lanka, documentos descrevem pontos auriculares para controle da deambulação do elefante. Os turcos do século III usavam a cauterização de pontos auriculares no tratamento de diversas doenças. Escritos na China, muito antes do cristianismo e de Hipócrates, o uso terapêutico do pavilhão auricular era associado ao tratamento de acupuntura sistêmica. Os primeiros escritos chineses demonstram a orelha como um órgão isolado que mantém relação com os demais órgãos e regiões do corpo. Atualmente se entende por auriculoterapia a intervenção no pavilhão auricular com fins terapêuticos. O nome auriculoterapia engloba, ou deveria englobar, tanto a auriculoacupuntura quanto a auriculomedicina, Página 3 embora trabalhos publicados no Ocidente tendem a chamar auriculoterapia e auriculomedicina. A auriculomedicina foi desenvolvida por Paul Nogier na década de 1950 quando ele investigou a cauterização que alguns pacientes tinham, realizada por alguns curandeiros, em uma determinada área da orelha (anti-hélice) para tratar a ciática. Paul Nogier deu importante contribuição para o uso terapêutico do pavilhão auricular. Segundo Neves (2009), os estudos de Nogier partiram dos pontos auriculares chineses e da criação de novos métodos de mapeamento e estimulação dos pontos e foi Nogier que “estabeleceu a relação do pavilhão auricular com a figura de um feto na posição invertida e batizou sua descoberta de Auriculoterapia”. As primeiras experiências de Nogier iniciaram quando o médico observou a existência de cicatrizes na orelha de alguns pacientes que chegavam ao seu consultório em Lyon. Essas pessoas tinham sido tratadas da ciatalgia. Por estatística clínica, o médico francês mapeou aproximadamente 35 pontos auriculares. Os estudos de Nogier também serviram de base para o desenvolvimento da Auriculoterapia na China. Em 1958 a descoberta da Auriculoterapia e o mapa auricular de Nogier foram publicados na Revista de Medicina Página 4 Tradicional de Shangai. Em uma cultura que é o berço da Acupuntura, a descoberta da Auriculoterapia impulsionou muitos estudos em diversas universidades e hospitais da China. Conforme as pesquisas eram intensificadas e novas publicações eram feitas, o desenvolvimento da Auriculoterapia se acentuou gradativamente, e a orelha foi sendo mapeada e utilizada como meio de diagnóstico e tratamento das doenças (NEVES, 2009). A terapia auricular cresceu vertiginosamente após a década de setenta. E em 1989 foi realizado o Primeiro Congresso Internacional de Auriculoterapia em Pequim. Esse evento foi um novo marco mundial que transformou a Auriculoterapia em uma especialidade universitária. Em 1990 a Organização Mundial de Saúde (OMS) reconheceu a Auriculoterapia como terapia de microssistema para benefício, promoção e manutenção da saúde, no tratamento de diversas enfermidades. Ao longo dos anos, temos visto inúmeras publicações sobre essa terapia no mundo inteiro. Em 1999 a médica chinesa Huang Li Chun publicou, na Conferência Mundial de Auriculoterapia, um novo mapa posterior dos pontos auriculares. Em seus 30 anos de pesquisas, ela pode comprovar a eficácia no estímulo dos pontos pelo uso de sementes e a importância tanto dos pontos posteriores no tratamento das disfunções osteo-mio Página 5 articulares como do uso dos pontos de área correspondente para analgesia, além de ter criado a técnica das sementes duplas (NEVES, 2009). VANTAGENS DA AURICULOTERAPIA 1) Tratamento em grupo: pode se tratar conjuntamente um maior número de enfermos, sendo quase nulas as reações negativas; 2) Tratamento rápido e eficaz; é um potente analgésico em fases pós-operatórias, inflamação, luxações, fraturas, úlceras, espasmos gastrointestinais, dores pós-parto, cálculos uretrais etc. Todos os casos de dor podem desaparecer em poucos minutos; 3) Fácil manejo: não requer elementos complicados para sua aplicação, é manual e pode realizar-se em qualquer momento ou local; 4) Fácil aprendizado: os pontos da orelha corresponde exatamente a localização dos órgãos internos, tal como se acha uma criança que ainda está no ventre da mãe para nascer. Os pontos levam o nome do órgão, portanto é fácil de memorizar. 5) Econômico e prático: somente umas poucas agulhas, algodão e álcool é o que se requer, e algumas sementes que Página 6 permanecerão no lugar das agulhas, não devendo o paciente abandonar nenhuma de suas ocupações habituais e prosseguindo seu ritmo normal de vida. 6) Ausência de transtornos: não ocasiona nenhum tipo de transtorno colateral, limitando-se sua ação ao órgão afetado. O único desconforto é que uma agulha introduzida no pavilhão auricular doe mais que em qualquer lugar do corpo. 7) Diagnóstico: ao estar afetado de forma aguda os órgãos contidos no abdome, às vezes, se torna difícil o diagnóstico se não tivermos radiografias ou exames mais adequados de imagem e clínica. Na auriculoterapia basta um detector eletrônico, podemos diagnosticar quase que com certeza em poucos minutos o mal e o órgão afetado. Exemplo: apendicite, cálculos biliares, ou cálculos uretrais, inflamação nos ovários etc. 8) Vacinação: se utiliza para prevenir o contágio da parotidite, malária, gripes viróticas etc. Mediante experiência realizada na China com grupos de voluntários comprovou-se que o grupo tratado profilaticamente com auriculoterapia por 12 sessões, permaneceram imunes durante 1 ano, enquanto o outro grupo teve uma incidência de 8,5% de enfermos no mesmo período. Página 7 9) Analgesia: aplicando-se a auriculoterapia, ajudado por um eletroestimulador como analgesia para pequenas cirurgias, com a vantagem de o paciente permanecer com seu estado de consciência assim como as condições normais de pressão arterial, respiração e reflexos vitais, como também alcançando uma boa relação médico-paciente durante o ato cirúrgico, evitando transtornos anestésicos pós cirúrgicos. Leitura Básica Como introdução a esse vasto estudo indico baixar a obra Manual Prático de Auriculoterapia do Prof. Dr. Marcos Lisboa Neves, obra atualizada, escrita comcritério científico cujo conteúdo é um norte aos que querem adentrar ao mundo da Auriculoterapia. Leia o primeiro tema que fala do referencial histórico da Auriculoterapia Estudo complementar Também indico para aprofundar seu conhecimento a leitura do artigo ``Auriculoterapia para Analgesia, onde Página 8 https://www.academia.edu/29182051/Auriculoterapia_Manual_Pr%C3%A1tico_Marcos_Lisboa_Neves https://www.academia.edu/29182051/Auriculoterapia_Manual_Pr%C3%A1tico_Marcos_Lisboa_Neves https://portalidea.com.br/cursos/deefb5942922366af981be8c05f75c04.pdf poderá ler mais sobre a história da terapia auricular e seus efeitos no tratamento da dor. Curiosidade Você sabia que são muitos os benefícios que a Auriculoterapia pode trazer para a saúde? Diferentes doenças físicas e emocionais podem ser tratadas com essa terapia. Acesse o texto ``Auriculoterapia é alívio para as dores do corpo e da alma, e leia mais sobre o tema. Referências Bibliográficas BOURDIOL, R, J. Éléments d'auriculothérapie. Maisonneuve,1980. CHAO, L, C P: Auriculoterapia, Editorial Médica Panamericana, Buenos Aires 1976. GARCIA , E. Auriculoterapia. São Paulo: Editora Roca, 1999. HUANG Li CHUN & ZHEN DUAN ZHI LIAO XUE – Pequim, Editora de Ciência e Tecnologia. Página 9 https://www.saude.go.gov.br/noticias/391-auriculoterapia-e-alivio-para-dores-do-corpo-e-da-alma#:~:text=Ap%C3%B3s%20o%20diagn%C3%B3stico%20%E2%80%93%20realizado%20por,outros%20(na%20terapia%20chinesa). https://www.saude.go.gov.br/noticias/391-auriculoterapia-e-alivio-para-dores-do-corpo-e-da-alma#:~:text=Ap%C3%B3s%20o%20diagn%C3%B3stico%20%E2%80%93%20realizado%20por,outros%20(na%20terapia%20chinesa). NEVES, M. L. Manual prático de Auriculoterapia. Porto Alegre. Ed. Do Autor. 2009. NOGIER P: Traité d’auriculothérapie. Moulin-lès-Metz, France: Maisonneuve,1969. Página 10
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