Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.
left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

Prévia do material em texto

1
2
3
1ª edição
Brasília – DF
2010
Maristella Miranda Ribeiro Gondim (in memorian)
Selma Alves Passos Wanderley Dias
4
D a D o s I n t e r n a c I o n a I s D e c a t a l o g a ç ã o n a P u b l I c a ç ã o ( c I P )
c e n t r o D e I n f o r m a ç ã o e b I b l I o t e c a e m e D u c a ç ã o ( c I b e c )
Dias, selma alves Passos Wanderley.
caderno de ensino e aprendizagem : língua portuguesa 5 / selma alves Passos Wanderley 
Dias. – brasília : ministério da educação, secretaria de educação continuada, alfabetização e 
Diversidade, 2010.
 180 p. : il. -- (Programa escola ativa) 
1. educação no campo. 2. língua portuguesa. 3. Programa escola ativa. I. Dias, selma alves 
Passos Wanderley. II. mattos, maria célia elias. III. título. IV. série. 
Isbn: 978-85-7994-026-2 cDu 373.3(1-22)
Coordenação Geral de Educação do Campo – CGEC/SECAD/MEC
sgas Quadra 607, lote 50, sala 104
ceP: 70.200-670 – brasília - Df
(61) 2022- 9011
coordenacaodocampo@mec.gov.br
e Q u I P e e D I t o r I a l
armênio bello schimidt 
eliane alves de melo
eliete Ávila Wolff
Ivanilde oliveira de castro
rosimar da silva feitosa soares costa
sisley cíntia lopes rocha
Viviane costa moreira
Wanessa Zavareze sechim
a s s e s s o r I a P e D a g Ó g I c a
aurelice lopes Queiroz 
ana maria morais
angélica maria frazão de souza
elaine maria augusto azevedo
eliane alves de melo
Karla giane cruz Vighi
maria de fátima da costa saraiva
sisley cíntia lopes rocha
Viviane costa moreira
P r o J e t o g r Á f I c o
andré carvalho & Iluminura Design
D I a g r a m a ç ã o
Paulo Henrique alves castelo branco e guilherme teles
D e s I g n d e P e r s o n a g e n s
estevan gracia
I l u s t r a ç Õ e s
edson farias
r e V I s ã o
Denise goulart
5
6
neste livro, você vai encontrar ícones que indicam 
como a atividade deve ser realizada. Veja: 
reúna-se com um colega ou uma colega. Passe as 
folhas de seu livro para descobrir esses desenhos. 
Fale o que eles indicam.
leItura atIVIDaDe em casa
atIVIDaDe no
caDerno
atIVIDaDe 
coletIVa 
atIVIDaDe em 
PeQuenos gruPos
atIVIDaDe 
InDIVIDual
atIVIDaDe em 
DuPla
atIVIDaDe InDIVIDual 
com o eDucaDor
atIVIDaDe em DuPla 
com o eDucaDor
reDação /
ortografIa
77
índice
UNIDADE 1
UNIDADE 2
UNIDADE 3
UNIDADE 4
UNIDADE 5
CALEIDOSCÓPIO 11
 
LINGUAGEM, LINGUAGENS!
MUITAS FALAS! 59
ASPECTOS REGIONAIS 87
AQUARELA BRASILEIRA 121
PASSAREDO 143
8
RELEMBRE!
Sua página de abertura é uma 
explicação e um convite à leitura.
Aceite! Você vai amar como fez no livro 4.
Releia o texto: AULA DE LEITURA.
8
9
Aula de Leitura
a leitura é muito mais do que palavras. 
Quem quiser parar pra ver pode até se surpreender:
1 vai ler nas folhas do chão se é outono ou verão;
2 nas ondas soltas do mar, se é hora de navegar;
3 e no jeito da pessoa, se trabalha ou se é à toa;
4 na cara do lutador quando está sentindo dor;
5 vai ler na casa de alguém o gosto que o dono tem;
6 e no pelo do cachorro se é melhor gritar socorro;
7 e na cinza da fumaça o tamanho da desgraça;
8 e no tom que sopra o vento se corre o barco ou vai lento;
9 e também na cor da fruta, e no cheiro da comida,
10 e no ronco do motor, e nos dentes do cavalo,
11 e na pele da pessoa, e no brilho do sorriso,
12 vai ler nas nuvens do céu, vai ler na palma da mão,
13 vai ler até nas estrelas e no som do coração.
uma arte que dá medo é a de ler um olhar, pois os olhos 
têm segredos difíceis de decifrar.
aZeVeDo, ricardo. Dezenove poemas desengonçados. 
são Paulo: Ática, 1998, p. 41-42.
1010
11
Unidade 1
caleIDoscÓPIo
11
12
Convivendo com Textos
a primeira unidade do livro 5 que você vai começar a ler, 
oferece-lhe textos poéticos, narrativas que falam de medos, 
desentendimentos, algumas brincadeiras, quadrinhos e 
outros mais, como num caleidoscópio.
Descubra por quê.
Para iniciá-la... um livro!
Papo de Pato
• Você já leu este livro?
bartolomeu campos Queirós, o autor, passa genialmente1 
pela prosa e pelo verso.
1 leia o texto! Pense! Imagine!
• Descubra o jogo jogado, o brinquedo com as palavras:
1 - com genialidade, com muita criatividade
A
arranjos
sentidos
novos novas palavras
13
Papo de Pato
o pato com penas
tem pena
do pato sem pena.
Pato com penas
é penado.
Pato sem penas
é pelado.
Pato não fala.
Pato bate papo.
(fragmentos)
14
o papo do pato penado é de pena
do frio do pato pelado.
o papo do pato pelado é de pena
do calor do pato penado.
o pato penado nada.
o pato pelado...
nada de pena!
15
o pato pelado
pega na pena
e escreve ao pato penado:
Caro P
enado
Até pet
eca
tem pen
a.
É um p
ecado 
eu ser d
espena
do.
Quero 
apenas
umas p
enas.
Abraço
s,
 
 
Pelado
16
o pato penado
lê com pena
a carta do pato pelado.
a mãe despena
— pena por pena —
um lado do pato penado.
o pai empena
— pena por pena —
um lado do pato pelado.
Duas metades peladas
e somadas são
um pato inteiro pelado.
Duas metades penadas
e somadas são
um pato inteiro penado.
era um pato penado
irmão de um pato pelado.
agora o pato penado
é igual ao pato pelado.
QueIrÓs, Bartolomeu Campos. 
Papo de Pato. bH. formato.89
17
2 conheça mais sobre bartolomeu campos Queirós.
• aprecie a beleza literária, a leveza e o toque de simplicidade 
dado pelo escritor ao escrever sobre si mesmo.
 Não tenho lugar. Nasci tantas vezes, em vários tempos 
e em muitas cidades: Papagaio, Pará de Minas, Pitangui, 
Divinópolis. Daí eu não ter também idade. Hoje vivo antigo em 
Belo Horizonte, onde preparo os meus 
vôos. Gosto de viajar, mas não gosto 
de voltar. Caminhar sobre caminho 
andado é perder tempo.
 Sempre — e no início por intuição 
— reconheci a infância como tempo 
de liberdade, de criação, de afeto. 
Então, buscar o meu olhar infantil 
para escrever tem sido o meu mais 
difícil trabalho. Tenho alguns livros 
publicados.
 Escrevo muito, mas publico pouco. Sou paciente com a 
escrita, os amigos, os trabalhos. Já recebi muitos prêmios Por 
ser assim, cada dia fica mais difícil escrever. Cada prêmio vem 
acompanhado de mais responsabilidade. Hoje tenho apenas 
duas atividades: a escrita e a educação. São dois trabalhos 
que se não forem feitos criativamente não representam nada.
bartolomeu campos Queirós
3 converse com seus colegas , que outros livros vocês leram? 
Que outos autores vocês conhecem?
18
B Pensando e Compreendendo Textos
1 comente com os colegas de grupo e com o educador o 
texto que bartolomeu escreveu sobre ele mesmo.
Vamos, agora, bater um papo sobre
PAPO DE PATO?
2 ouça, primeiro, uma nova leitura do texto feita pelo 
educador.
3 Veja só o título: bartolomeu muda uma letra e a palavra 
muda de sentido.
• escreva em seu caderno quais letras foram trocadas?
Papo vira
Pato vira
Papo quer dizer
Pato quer dizer
Papo de Pato
Pa o de Pa o
19
4 Pense! Descubra e escreva no caderno!
significados diferentes para a mesma palavra:
5 Procure, no texto, frases em que as palavras:
papo - pato - pena - nada - pata
tenham o sentido a ou b acima.
• escreva frases para os significados que não aparecem no 
texto.
A) pato
a)
b)
B) papo
a)
b)
C) pena
a)
b)
D) nada
a)
b)
E) pata
a)
b)
20
observe
Discuta
Pergunte
: bater
um papo = conversar
no tambor =
na porta =
a porta =
o bife =
palmas =
ovos =
o pé = teimar
o que fez a ação de bater ficar diferente?
Você já ouviu falar em “bater na cangalha para o burro
entender”?
• Pesquise outros significados usando bater.
• bata um papo com seus colegas e confirme tudo isso com 
o educador.
7 no texto você encontra três sentidos (significados)
diferentes para a palavra pena , usados pelo autor.
Desenhe-os em seu caderno.
como você descobriu os significados?
a seta ( ) indica onde você vai escrever:
uma legenda ou uma explicação, rótulo ou etiqueta.
(desenho)
(legenda)
21
• bartolomeu apresenta mais um outro sentido para pena.
8 o Pai Pato e a mãe Pata fazem duas operaçõesmatemáticas:
• Identifique-as, no texto:
Qual foi o resultado dessas operações?
• explique-as.
o que isso tem a ver com o final da história?
9 e a peteca? o que ela está fazendo no texto?
• Discuta com seus colegas.
=pena por pena
uma a uma
uma por uma
adição ou soma e subtração
agora o pato penado
é igual ao pato pelado.
22
Produzindo Textos
1 releia a página 15.
o pato pelado escreveu ao pato penado:
um bilhete?
um convite?
uma carta?
• Justifique a sua resposta.
2 ajude Penado! responda por ele.
Pelado escreveu para Penado.
Penado precisa responder.
• antes de responder, discuta com seus colegas de grupo:
Por que Pelado escreveu para Penado?
Qual é o problema de Pelado?
o que ele espera de Penado?
Você acha que ele deve responder? Por quê?
como deverá ser a resposta de Penado?
como ele poderá fazer isso?
23
• escolha:
o melhor tipo de texto para fazer isso, a melhor forma 
para a resposta e comece.
3 Participe do debate sobre os textos produzidos no 
 seu grupo.
• comente o texto dos colegas.
• ouça comentários sobre seu texto.
• faça modificações, substituições ou acrescente algo, se 
necessário.
• Verifique se há correções a fazer.
4 Peça ao educador que aprecie seu trabalho.
• ouça as recomendações e explicações do educador.
Conhecendo sua Língua
1 no jogo com as palavras bartolomeu troca letras e 
sílabas.
• reproduza o quadro no caderno e complete-o.
• Discuta essas modificações com seu educador.
Palavra Palavranovamudançasignificado
significado
novo
Pelado
despela
penado
pena
l por n
+ des
+ em
24
1 observe as terminações ADO ou ADAS.
muitas palavras, no texto, terminam assim.
essas e outras terminações iguais rimam, repetem-se.
• Identifique outras rimas no texto.
lembre-se de visitar o Cantinho da Leitura!
escolha um livro para ler em casa.
2 Invente rimas.
• se quiser, faça versos (cada linha de um poema). 
faça quadras: 4 versos ou 4 linhas
rime os versos assim:
• experimente! Jogue com as palavras!
• escreva um bilhete enviando esses versos para alguém.
2 leia, expressivamente para sua família, a história do 
Papo de Pato.
3 leia o livro que tirou no Cantinho da Leitura.
C
APRESENTE AO EDUCADOR SUAS ATIVIDADES 
REALIZADAS NESTE MÓDULO E PEÇA QUE 
ELE REGISTRE SEU PROGRESSO NA FICHA DE 
CONTROLE DE PROGRESSO.
1º verso com o 3º verso,
2º verso com o 4º verso,
ou
1º com o 2º e 3º com o 4º.
25
A Convivendo com Textos
outro poema! outro poeta!
e o pato? será o mesmo?
Você conhece esse poema? Já cantou essa música?
O PATO
Vinicius de morais
1 ouça a leitura feita pelo educador.
2 leia junto com seus colegas.
o conjunto MPB4 canta esse poema no disco Arca de 
Noé. Você encontrará esse poema e outros de Vinícius de 
Moraes em várias publicações. Procure e aprecie.
• Você conhece outra música de Vinícius de moraes?
• cante, se souber.
lá vem o Pato
Pata aqui, pata acolá
lá vem o Pato
Para ver o que é que há.
o Pato pateta
Pintou o caneco
surrou a galinha
bateu no marreco
Pulou do poleiro
no pé do cavalo
levou um coice
criou um galo
comeu um pedaço
De jenipapo
ficou engasgado
com dor no papo
caiu no poço
Quebrou a tigela
tantas fez o moço
Que foi pra panela.
26
Pensando e Compreendendo Textos
1 Participe do comentário sobre os dois textos que você já leu:
Papo de Pato
e
O Pato.
• Identifique semelhanças e diferenças nesses dois textos entre:
- a sua forma de apresentação;
- os patos (pelado, penado e pateta);
- o jogo com as palavras;
- o brinquedo com as rimas;
- a função dos textos (para que servem);
- as emoções e os sentimentos que provocam;
- outras...
• Qual texto mais lhe agradou? Por quê?
2 Você notou que, nos dois textos, além da rima, há
um ritmo,
uma cadência,
uma melodia?
3 cante novamente O Pato!
• repare como o canto acentua o ritmo!
o canto pode ser acompanhado por palmas.
 experimente.
B
27
1 além do jogo com as palavras, você pode fazer outros.
• É um jogo de formar pares.
Você pode casar palavras com palavras ou com desenhos.
É um jogo de cartas.
• uma das cartas é ímpar, não faz par com nenhuma outra 
e quem fica com ela, ao final, perde o jogo.
2 como fazer as cartas
a) recorte, em papel mais grosso, pelo menos 20 cartas 
iguais, no tamanho 4 x 8 cm ou outro que queira.
b) escreva palavras, desenhe, pinte ou cole papel colorido, 
só de um lado (na frente), formando desenhos.
o outro lado (costas) fica sempre limpo.
faça cartas iguais, duas a duas.
apenas uma das cartas não tem par.
Sugestões:
De desenhos:
De palavras:
• com essas cartas você pode brincar dois jogos:
 jogo de pares e jogo de memória.
• Discuta no seu grupo como esses dois jogos são
 jogados: semelhanças, diferenças, regras (instruções).
depenado pegou na pena sem penas escreveu
28
3 agora, com seus colegas, escreva as regras (instruções) 
dos jogos.
Vocês podem se subdividir em 3 grupos:
um escreve as regras do jogo de pares, o outro escreve 
as regras do jogo da memória, o terceiro faz a revisão dos 
textos produzidos, fazendo alterações, completando-os, se 
for necessário.
• cada item da instrução de jogo pode ser indicado com 
números ou letras do alfabeto.
• as instruções devem ser escritas numa folha de papel 
ou cartão e colocadas na mesma caixa, onde serão 
guardadas as cartas do jogo.
4 Verifique se tudo deu certo.
• troque de instruções no seu grupo.
• Jogue o jogo do qual você não participou na elaboração 
das regras.
• Veja se as instruções estão claras:
- se precisam ser modificadas
- se há algo a ser acrescentado
- se algum item deve ser eliminado ou substituído.
• considere também a forma de apresentação das regras e 
se o registro escrito necessita de correção.
conte com a colaboração de seu educador(a)
• Divulgue seu jogo para colegas de outras séries.
29
Conhecendo sua Língua
1 observe os quadros com palavras que rimam ou têm 
elementos comuns.
2 escolha, invente, procure outras rimas que você possa usar:
• Para formar quadrinhas rimadas e ritmadas ou
trava-línguas ou, até, parlendas.
 Escolha um livro e leve para ler em casa.
bela - ela
vela - amarela
amar - rafaela
olhar - maré
ama - manuela
palha - calha
bolha - rolha
telha - molha
folha - ralha
olha - falha
luar - raul - lua - rua
sua - azul - voar - tua
30
1 leia, para alguém de sua família, os dois textos:
Papo de Pato
e
O Pato.
2 comente os dois textos:
• tipo de texto,
• função (para que servem),
• semelhanças e diferenças,
• outros...
• Peça a opinião dessa pessoa sobre os dois textos confronte 
a sua opinião com a dela e conte as opiniões apresentadas 
por colegas na sala de aula.
• Discuta sobre a veracidade dos textos: 
realidade? fantasia? Por quê?
3 se houver patos no seu quintal (terreiro), roça ou onde 
você mora, observe esses animais.
• Imagine tudo que os textos contam acontecendo com eles.
Veja-os como sendo o Penado, o Pelado e o Pateta.
De acordo com o comportamento observado dê a eles 
outros nomes que lhe parecerem adequados.
anote se quiser.
• conte, na escola, como foi essa atividade.
4 leia o livro que trouxe da escola.
C
31
5 mais uma brincadeira para você.
empilha-desempilha
empilhe dez latas vazias. 
corra até um ponto determinado.
Vire-se e...
Já! atire a bola na pilha.
ganha quem derrubar mais latas.
APRESENTE AO EDUCADOR SUAS ATIVIDADES 
REALIZADAS NESTE MÓDULO E PEÇA QUE 
ELE REGISTRE SEU PROGRESSO NA FICHA DE 
CONTROLE DE PROGRESSO.
32
A Convivendo com Textos 
Você tem medo de alguma coisa?
um medo? um medinho? um medão?
• comente isso com seus colegas.
 
era uma vez uma mãe... que tinha medo de lagartixa. no
resto, era uma valente: ficava sozinha, cantava no escuro,
tomava sopa quente. era mesmo corajosa: enfrentava 
barata, discutia com o chefe, tomava injeção toda prosa.
 De bicho de pena e de bicho de pêlo, ela gostava muito.
filho dela podia ter cachorro, gato, coelho, periquito,
curió, canário, porquinho-da-índia. nem que fosse tudo ao
mesmo tempo, ela não se incomodava, até animava, mais
ainda, inventava. Peixe e jabuti,também, ela deixava
como ninguém. e tinha aquário redondo com peixe 
vermelho e tinha varanda vermelha com jabuti redondo.
 se os filhos descobrissem macaco de asa, ela era capaz
de deixar em casa. se para uma vaca encontrassem
lugar, não ia ser ela quem ia atrapalhar. se na área um
cavalo coubesse direito, a meninada ia logo dar jeito, e ela
na certa ia achar bem perfeito.
mas sapo? minhoca? Perereca? camaleão?
nem queria saber. Disfarçava e ia se esconder.
MÃE COM MEDO DE LAGARTIXA
33
os filhos explicavam:
 — mamãe, que é que tem? um bicho tão bonzinho, não 
faz nada, olha aí!
 ela olhava, mas não gostava.
 e aqueles lagartinhos nas pedras-do-sol?
 — um bichinho à-toa, mãe, deixe de ser boba!
 mas aí ela era boba. tão boba que no caminho da praia, 
pelo meio do matinho, ia pisando forte e falando alto, 
fazendo barulho só para assustar os lagartinhos — que 
saíam correndo, morrendo de medo de uma mulher tão 
grande e barulhenta. mas o medo maior era o que a mãe 
tinha de lagartixa.
 — um perigo dentro de casa! Pode atacar a qualquer 
instante!
 — atacar, mãe? Que idéia! — ria antônio.
 — Que gracinha, mãe. olha aquela lagartixa lá no alto da 
parede — mostrava João.
 — É mesmo, branquinha e transparente, de cabeça em 
pé. Parece filhote de jacaré — dizia luiza.
 não adiantava, ela não gostava.
 um dia, resolveram pregar uma peça nela.
 na saída da escola, tinha um vendedor de bala, estalinho,
pirulito e brinquedo. brinquedos gozados: baratas e 
aranhas de plástico, lagartixas de mentirinha.
 compraram duas e levaram para casa. Puseram uma
na gaveta, outra na prateleira, ao lado.
Quando ela chegou do trabalho e foi mudar a roupa, foi
um susto. Quer dizer, primeiro foi um:
 — ai! me ajudem! antônio! luiza! João!
 Depois foram dois sustos:
 — Depressa! Vem cá todo mundo!
 os meninos foram correndo. e viram a mãe tremendo.
 — uma lagartixa horrorosa! subiu pelo meu braço 
34
e correu para a gaveta! e tem outra medonha ali na 
prateleira... Pelo amor de Deus, vocês peguem esses bichos 
horríveis, que eu não agüento nem ver!
 os meninos se olharam enquanto ela saía:
 — e lagartixa de brinquedo sobe pelo braço?
 — será que tem alguma de verdade?
 olharam bem. não tinha. só as mesmas, de brinquedo. 
e ela com tanto medo! Que mãe fiteira! e ainda por cima 
inventadeira...
 foram rir dela, numa grande gozação: mas chegaram na 
sala e não riram. Porque o que ela falou foi assim:
 — Que bom que vocês estavam em casa. Vocês são tão 
corajosos... fico tão orgulhosa de meus filhos que não têm 
medo e tomam conta de mim...
 e, sentada no sofá, abraçou os três ao mesmo tempo, 
fehou os olhos, encostou a cabeça neles feito menina 
pequena.
 e eles se olharam e entenderam.
 todo mundo tem seu medo, cada um tem seu segredo.
Quem parece sempre forte, no fundo é meio sem sorte:
tem que agüentar bem sozinho, sem ajuda nem carinho:
 — a mãe é que nem a gente.
 e gente se assusta, chora, ri, fala, inventa, conta, grita e 
cochicha. e pode até ter medo de lagartixa.
• Participe da leitura dialogada do texto.
 escolha com os colegas:
 o narrador (aquele que lê a narração da história); três
 crianças para as falas: de antônio, de João e de luiza.
• Participe, também, da avaliação dessa leitura: 
 expressão, pronúncia e entonação.
macHaDo, ana maria. Alguns medos e seus Segredos.
rio de Janeiro: nova fronteira, 1984.
35
B Pensando e Compreendendo Textos
Quando você leu o texto, encontrou alguma palavra cujo 
significado não compreendeu muito bem?
1 retire essa dúvida consultando o dicionário.
• releia o trecho onde está cada palavra e verifique se o 
significado encontrado é adequado ao sentido no texto.
• registre essas palavras, com seu significado, no glossário 
que você começou a fazer quando trabalhou com o livro 4.
2 Discuta.
• o que é medo?
• Por que as pessoas têm medo? Isso é bom ou ruim?
• o sentir medo pode trazer conseqüências? Quais?
• Você é medroso?
 conhece alguém que seja?
 conte como é essa pessoa.
• É possível acabar com determinados medos? como? 
Dê exemplos.
• Você acha que há pessoas que não têm medo algum?
 Dê sua opinião sobre isso.
• e você? tem algum medo escondido?
• Você falaria sobre isso? a que você atribui esse medo?
3 comente:
a) um dia os meninos da história resolveram pregar uma 
peça em sua mãe.
• o resultado foi o que eles esperavam? Por quê?
b) os meninos da história chegaram a uma conclusão.
• Qual foi essa conclusão?
c) existem outras conclusões que podem ser tiradas do texto. 
Pense e descubra quais.
• liste-as no caderno, confira e discuta com os colegas.
36
relembre ou invente um caso acontecido com você ou
outra pessoa por causa de um medo.
• comente no seu grupo:
Que caso é esse?
onde esse fato aconteceu?
Quem estava envolvido?
o que o medo provocou?
como as pessoas envolvidas saíram da situação 
provocada pelo medo?
como se sentiram depois?
o medo continuou ou foi superado?
Por quê? como?
 antes de registrar o caso, por escrito, lembre-se:
Para que você vai escrever esse texto?
onde vai registrá-lo?
Quem vai ler esse texto?
como você vai divulgá-lo?
Para isso é preciso considerar que:
a) um texto deve ter uma organização coerente e completa 
entre as idéias e as palavras que você selecionar para 
registrá-lo;
b) essa coerência depende de como você vai combinar, ligar 
e seqüenciar as palavras e as frases que expressarão as 
idéias que selecionou;
c) além disso, você deverá cuidar do registro correto das 
palavras, da pontuação e da apresentação do texto.
37
• Produzido e registrado, o texto deve sofrer uma revisão 
cuidadosa: Você deverá verificar:
- se o seu objetivo foi atingido;
- como isso aconteceu;
- se seu texto está claro e coerente;
- se o provável leitor terá facilidade em compreendê-lo;
- se há alguma modificação a ser feita: substituição, 
 correção, transposição, etc...
• Depois disso, troque de texto com outras duplas e 
apresente-o ao educador. ouça suas explicações e 
orientações.
• exponha o seu texto no mural à frente de sua sala de aula 
para que ele possa ser lido por outras pessoas.
Conhecendo sua Língua
Você leu um texto em prosa, um texto narrativo.
observe que a autora — ana maria machado — usa, em 
todo ele, o recurso das rimas, o que é mais comum no texto 
em versos.
ao usar rimas, ela conseguiu um efeito sonoro muito 
interessante.
1 faça uma nova leitura do texto, procurando identificar as 
rimas usadas.
• Depois faça, oralmente, o seguinte jogo:
a) um aluno lê em voz alta
 “era uma valente, tomava sopa”...
b) outro aluno completa rapidamente:
 “quente”.
• ganha um ponto quem completar com a rima em
 primeiro lugar.
38
• continue o jogo, identificando outras rimas em todo o 
texto (pelo menos 10 diferentes).
c..... D..... etc.
• o jogo continua enquanto perdurar o interesse.`
• ganha o jogo quem fizer mais pontos.
2 no texto Mãe com Medo de Lagartixa você encontra 
várias palavras com x.
Você sabia? o x tem vários sons:
observe:
3 Quando você escreve, tem usado o X com esses sons? 
lembra-se de algumas palavras com essa característica? 
Qual ou quais?
• registre essas palavras no seu caderno.
Procure outras.
faça frases com algumas delas.
lagartixa
deixava
peixe
som de ch
som de sexplicavam
• outros sons do x:
próximo som de ss
crucifixo som de cs
X S
39
APRESENTE AO EDUCADOR SUAS ATIVIDADES 
REALIZADAS NESTE MÓDULO E PEÇA QUE 
ELE REGISTRE SEU PROGRESSO NA FICHA DE 
CONTROLE DE PROGRESSO.
C comente com seus familiares o texto que você leu: 
Mãe com medo de lagartixa.
• será que alguém conhece outra história sobre medo?
• Quais são os medos mais comuns? comente-os
40
A Convivendo com Textos
• Você tem um cachorrinho 
 ou algum animal de estimação?
samba é um cachorrinho, personagem 
de vários livros de maria José Dupré. 
o texto que você vai ler conta um episódio interessante, 
acontecido em Diamantino, no interior de mato grosso. a 
dona do cachorrinho samba fora visitar sua irmã que era 
freira na missão existente no lugar.
os dois viveram muitas aventuras.Você vai conhecer uma delas. Preste atenção à leitura 
para que, ao final, você possa responder a estas perguntas:
 Para que D. benedita comprou a galinha?
 Que aconteceu quando ela matou a ave?
 Qual foi a reação de D. teté quando soube do achado?
 Qual a sua opinião sobre o acontecido?
 explique-a.
 caso você não saiba o significado de algumas palavras 
do texto, tente descobri-lo pelo sentido (ou contexto). se 
não conseguir, anote-as em seu caderno, organizando uma 
lista das palavras que devem ser procuradas no dicionário. 
faça isso após a primeira leitura.
Que
problema!
41
A Moela da Galinha
 o dia amanheceu e a cidade se movimentou. crianças 
iam para as aulas da missão, mulheres faziam compras no 
mercado, os homens cavacavam pensando em ficar ricos de 
repente.
 a dona do cachorrinho olhava tudo na rua movimentada 
assistindo ao despertar da cidade dos diamantes. o dia 
prometia ser quentíssimo, como todos os outros.
 Dona benedita passou e disse: bom dia — para a dona do 
samba. o cachorrinho ao lado da dona levantou as orelhas 
e pensou que Dona benedita devia ser boa pessoa, estava 
sempre na missão conversando com as Irmãzinhas e logo 
à chegada deles mandara uns abacates do quintal para sua 
dona.
 movimentou-se todo e agitou a cauda de alegria; 
sentado na janela ao lado da dona, via os que passavam 
e acompanhava-os com os olhos por muito tempo. Dona 
benedita levava uma cesta no braço e dentro da cesta uma 
42
galinha: conversou um pouquinho com a dona, agradou o 
cachorrinho e contou que seu marido estava de cama e ela 
ia preparar uma canja com a galinha que comprara de Dona 
teté, outra senhora que morava nas redondezas.
 Despediu-se e entrou em sua casa, vizinha da missão. o sol 
batia em cheio nas ruas de Diamantino.
 a dona disse:
 — Vamos dar uma volta antes que o calor aumente.
Venha sambinha.
 samba pulou de contente e foi correndo buscar a trela.
a dona prendeu-a no pescoço dele e saíram os dois.
 as crianças da cidade já haviam entrado para as primeiras 
aulas. a dona e o samba deram voltas por vários quarteirões 
e já iam voltando quando viram uma aglomeração na porta da 
casa de D. benedita.
 uma mulher falava em voz alta, mais alta que as outras que 
estavam por ali. ela perguntava a todos ao redor se tinha ou 
não razão. a dona do samba quis saber o que havia. na porta 
da casa, Dona benedita suava por todos os poros e respondia 
também quase gritando. ao ver a dona de samba, dirigiu-se a 
ela:
 — Diga, dona, se eu não tenho razão. faz uma hora comprei 
uma galinha aqui da dona teté. a senhora viu quando passei, 
até conversei um pouco e agradei o cachorrinho. Pois bem: 
matei a galinha para fazer a canja pra meu marido que 
anda com febre. encontrei dentro da moela uma pedrinha 
insignificante, um brilhantinho à-toa.
 mostrei para as vizinhas e elas foram correndo mexericar; 
agora Dona teté veio dizer que o brilhante é dela.
 — É mesmo, gritou dona teté. Vendi a galinha mas não 
vendi o brilhante.
 — mas o brilhante estava dentro da galinha, fazia parte da 
bichinha, portanto é meu, não é, dona?
43
 Havia um grupo a favor de 
dona benedita e outro contra, 
dependia das respectivas 
simpatias porque o caso era 
muito difícil de ser resolvido. 
a dona do samba disse 
francamente que não podia dar 
opinião, nunca antes enfrentara 
semelhante situação.
 — não sei de nada, sei que a 
senhora vai me entregar o brilhante... insistiu dona teté.
 — eu entregar? respondeu dona benedita — a senhora está 
muito enganada! comprei a galinha, não comprei? Paguei a 
galinha, não paguei? então a galinha é minha por dentro e por 
fora.
 — Vendi a galinha sem brilhante por dentro porque se 
eu soubesse que tinha brilhante não venderia nem para o 
Presidente da república. tá? eu não vendi a pedra.
 as vozes se alteavam, as duas mulheres estavam quase 
se estapeando quando mais gente foi ajuntando e a rua ficou 
toda cheia de povo. o bate-boca continuava cada vez mais 
forte.
 o cachorrinho samba nunca vira nada igual. e se as duas 
mulheres começassem a brigar feio, a dar bofetadas
uma na outra?
 a dona olhava rua acima e rua abaixo, não havia polícia 
naquela cidade? era um caso tão complicado que ela não sabia 
mesmo que conselho dar. Dona benedita era muito simpática, 
será que não poderia ajudar Dona benedita? o marido dela 
apareceu na janela da casa e seu rosto estava tão amarelo 
como mamão maduro. estava com febre e podia ter uma 
recaída por causa da discussão. Que fazer?
•	 converse com seus colegas: quem tem razão?
DuPrÉ, maria José. O cachorrinho Samba entre os Índios.
são Paulo: ed. nacional.
44
B Pensando e Compreendendo Textos
1 Discuta com seu grupo as questões iniciais, sugeridas 
para a leitura do texto.
2 esse texto pode ser dividido em cinco partes.
Primeira parte: do início até “o dia prometia ser 
quentíssimo como todos os outros”.
Segunda parte: de “D. benedita passou” até “nas ruas 
de Diamantino”.
Terceira parte: de “a dona disse” até “casa de D. 
benedita”.
Quarta parte: de “uma mulher falava em voz alta” até 
“continuava cada vez mais forte”.
Quinta parte: de “o cachorrinho samba” até o final.
a) marque as partes no texto de modo que elas fiquem 
bem visíveis, mas que você possa desmarcá-las para seu 
colega que vai usar o livro no próximo ano.
b) Dê um título adequado a cada uma:
reproduza o quadro no caderno.
3 Pense e faça o que se pede.
a) Identifique o objetivo de D. benedita ao comprar uma 
galinha.
registre-o, com suas palavras.
Primeira parte:
Segunda parte:
Terceira parte:
Quarta parte:
Quinta parte:
45
b) Pode-se dizer que as vizinhas de D. benedita eram 
fofoqueiras? Por quê?
c) Qual foi a conseqüência disso?
d) a dona de samba ficou preocupada com a briga porque:
- teve medo de D. benedita e D. teté se machucarem;
- o caso era complicado e ela não sabia resolvê-lo;
- o marido de D. benedita apareceu na janela.
 (escolha a melhor resposta).
e) na briga, D. teté e D. benedita gritavam seus motivos 
(argumentos) para ficar com o diamante.
liste esses motivos (argumentos).
acrescente outros, se quiser.
f) a quem você daria razão?
 a D. benedita? a D. teté?
Justifique a sua resposta.
g) Desenhe o quadro com os balões de fala vazios. 
Preencha-os. troque com os colegas. Discuta. 
Prenda no mural os mais interessantes
4 algumas das frases abaixo estão contando fatos verdadeiros. 
outras são opiniões. leia todas com atenção. escreva F à 
frente dos fatos e O à frente das opiniões. explique o motivo 
de marcar F ou O.
• D. benedita merecia ficar com o brilhante.
• samba sabia buscar a trela.
• D. teté teve razão em reclamar o brilhante.
• D. benedita era boa pessoa.
• o marido de D. benedita estava doente.
5 “Os homens cavacavam pensando em ficar ricos de repente”.
a frase acima quer dizer que:
• os homens trabalhavam muito.
• os homens esperavam encontrar cavacos.
• os homens eram sonhadores. Justifique.
46
6 a dona de samba era uma pessoa prudente. Podemos 
afirmar isso porque ela:
• não quis entrar na briga;
• teve medo de o marido de D. benedita piorar;
• não quis chamar a polícia. Justifique.
7 samba pulou de contente e foi correndo buscar a trela.
Você acha que a autora conseguiu expressar bem a 
alegria do cachorrinho? Justifique sua opinião e desenhe 
o cachorrinho trazendo a trela.
8 Proponha a seu grupo as seguintes perguntas:
a) o verdadeiro motivo da briga na história que você leu 
seria o fato de ter sido encontrada uma pedrinha na 
moela da galinha?
b) achar uma pedrinha na moela da galinha é um fato 
normal ou fora do comum? Por quê?
c) Qual foi, então, o motivo da briga?
9 em dupla, faça leituras em voz alta, um para o outro (a e 
b alternadamente). comente cada leitura:
a) leia o trecho que descreve o despertar de Diamantino.
b) leia o trecho que conta o motivo da briga.
a) leia o trecho que conta a reação das pessoas que 
assistiam à briga.
b) leia o trecho que conta a preocupação de samba e de 
sua dona. 
a e b. leia o trecho que você achou mais interessante.
10 Participeda mímica ou da dramatização das seguintes 
situações:
a) D. benedita comprando a galinha.
b) D. benedita encontrando o brilhante.
47
c) D. benedita contando o achado para as vizinhas.
d) as vizinhas fofocando com D. teté.
e) a reação de D. teté.
f) a discussão e o envolvimento da dona do cachorrinho samba.
11 continue como no primeiro exemplo. Preste atenção!
a) D. benedita fez canja de 
galinha.
samba achou canja 
buscar a coleira.
b) as irmãzinhas moravam 
na Missão.
a missão das irmãzinhas 
era ajudar as pessoas 
necessitadas.
c) samba usava uma trela 
para passear.
a dona de samba não deu 
trela para D. teté.
d) os homens cavacavam à 
procura de brilhantes.
os olhos de D. benedita 
estavam brilhantes de 
raiva.
D. benedita fez sopa de 
galinha.
samba achou fácil buscar
a coleira.
as irmãzinhas moravam
 .
a 
das irmãzinhas era ajudar
as pessoas necessitadas.
samba usava uma
para passear.
a dona de samba não deu
 para D. teté.
os homens cavacavam à
procura de
os olhos de D. benedita
estavam 
de raiva.
- Você observou como algumas palavras podem ter 
significados diferentes?
- Você seria capaz de pensar em outro exemplo de 
palavra que tenha essa peculiariedade (característica)? 
Demonstre.
48
Produzindo Textos
Hoje você vai produzir um texto um pouco diferente. Você 
não vai registrá-lo por escrito, apenas oralmente.
1 leia! Participe! Produza!
a) Discuta com seus colegas e com o educador o que é um 
júri.
b) organize um júri para julgar “o caso da moela da galinha”.
Você vai precisar de colegas para representar:
• as queixosas: D. teté e D. benedita;
• o advogado de D. benedita;
• o advogado de D. teté;
• o juiz que vai dar a sentença;
• as testemunhas: a dona do samba e as vizinhas;
• os jurados que vão dizer com quem está a razão;
• o oficial de justiça que vai coordenar os trabalhos.
c) Prepare com os colegas e o educador o ambiente para o 
júri.
• Pense e prepare a sua fala, de acordo com o personagem 
que você vai representar.
anote os pontos mais interessantes, para consulta, se 
necessário.
e) realize o júri simulado (de faz-de-conta).
2 como vocês decidiram “o caso da moela da galinha?”
3 compare a solução dada por vocês com a seqüência da 
história, como foi narrada pela autora, no texto que vem 
à página 51:
comente, depois, sua opinião sobre o final da história.
 “TUDO SE ACALMA”
49
Conhecendo sua Língua
1 continue a trabalhar em dupla, sempre usando seu 
caderno.
enriqueça seu vocabulário:
a) coloque as seguintes palavras em ordem alfabética: 
cavacar - redondezas - insignificante - mexericar - 
respectivas - enfrentar - semelhante - estapeando - 
bofetadas - alteavam.
(considere a 1ª letra, depois a 2ª, a 3ª ...)
b) Procure, no dicionário, os significados dessas palavras e 
escreva-os adiante de cada uma no seu glossário.
c) escolha 3 dessas palavras e escreva uma frase para cada 
uma.
Pesquise
 Procure saber para que serve a moela da galinha e por 
que ela precisa comer pedrinhas.
 combine com seus colegas um meio de conseguir uma 
moela de galinha para que vocês possam abri-la e 
observar seu conteúdo.
50
1 comece a sua pesquisa em casa.
• Informe-se sobre a moela da galinha.
• anote todas as informações que você conseguir com a 
sua família ou outras pessoas.
• se for possível, arranje uma moela de galinha.
• leve tudo para a escola e contribua para a pesquisa 
proposta.
• o texto fala em diamantes (tantos que o nome do lugar 
é Diamantino) e em brilhantes.
Qual a relação de diamantes com brilhantes?
• faça uma pesquisa sobre: diamantes, brilhantes, 
carbono, minas, lapidação, comércio, pedras famosas 
e zonas que produzem diamantes, vários outros 
aspectos que você vai encontrar conhecendo mais sobre 
diamantes.
Você vai ficar supreso e orgulhoso de seu país.
• Procure e anote.
Você se lembra daquelas fichas de Informação que fez no 
trabalho com o Livro 3?
faça algumas sobre esse assunto.
APRESENTE AO EDUCADOR SUAS ATIVIDADES 
REALIZADAS NESTE MÓDULO E PEÇA QUE 
ELE REGISTRE SEU PROGRESSO NA FICHA DE 
CONTROLE DE PROGRESSO.
C
51
Convivendo com Textos
como será que acabou a confusão do diamante?
TUDO SE ACALMA
Do livro: O Cachorrinho Samba entre os Índios, de maria José Dupré.
 o povo à volta murmurava, já estavam formando os 
partidos: pró e contra. Parecia um espetáculo no meio da 
rua. alguns homens que passavam pararam para ver no 
que daria a briga.
 nesse instante surgiu um capangueiro: é o homem que 
compra diamante de garimpeiro para vender nas cidades 
grandes. a primeira coisa que ele fez foi pedir o diamante 
para verificar o valor. Dona benedita entrou na casa dela, 
gritou com o marido que voltasse para a cama e trouxe a 
pedrinha enrolada num lenço. Desenrolou com cuidado e 
mostrou para o capangueiro.
 este examinou bem a pedra, virou e revirou na palma da 
mão e ofereceu uma boa quantia para ser dividida entre 
as mulheres.
 nova discussão começou. É meu, não é seu, é meu, não 
é seu. e se a galinha não tivesse moela? mas tinha moela e 
A
52
moela abrilhantada.
 a dona do samba, que ouvia tudo de um lado, disse a 
dona benedita que aceitasse a oferta do capangueiro e a 
divisão. se não aceitasse, ficariam ali o dia e a noite, outro 
dia e outra noite e nunca chegariam a um acordo. se 
aceitasse, tudo acabaria bem.
 Dona benedita fungou e disse que, se o velho não 
estivesse doente, isso não ficaria assim, iria até o juiz, até o 
Presidente da república, mas, enfim...
 — levaria muitos anos até que o caso terminasse, disse a 
dona do cachorrinho. a senhora não aproveitaria o dinheiro, 
perderia tempo e se aborreceria muito.
 — a senhora tem razão, o melhor é aceitar. mas fico 
doente quando me lembro que o brilhante é só meu e ela 
quer a metade do dinheiro.
 o capangueiro aproveitou a calma do momento, pôs a 
mão no bolso e tirou um maço de notas. Dividiu tantas 
para Dona teté, tantas para Dona benedita. Pegou a 
pedrinha e sumiu no fim da rua.
 as duas mulheres recomeçaram a discutir rodeadas 
de assistentes. Quase se pegaram novamente. Dona 
benedita começou a dizer que, se não fossem as vizinhas 
faladeiras, novidadeiras, enredeiras, a burra da Dona 
teté não ficaria sabendo...
 ah, para que Dona benedita foi chamar Dona teté de 
burra? a outra avançou com unhas e dentes para Dona 
benedita. alguns homens que estavam por ali separaram 
53
as duas briguentas e disseram que não valia a pena, agora 
que estavam com o dinheiro na mão, era aproveitar. o 
marido de Dona benedita apareceu outra vez na janela, 
cada vez mais amarelo.
 Dona benedita gritou com ele, fosse para a cama, queria 
recaída?
 a dona do samba aconselhou que nada disso adiantava, 
que as duas estavam muito nervosas, o melhor era fazerem 
as pazes. Dona benedita dissera a palavra burra sem 
querer.
 foi só nesse instante que apareceu um guarda da polícia. 
tudo se acalmou e o grupo começou a se dispersar. tudo 
por causa da moela da galinha.
 a dona do cachorrinho voltou para a missão e comentou 
com samba:
 — samba, o negócio aqui em Diamantino é muito sério 
aparecem brilhantes e brigas com muita facilidade. até é 
divertido. Precisaria um salomão hoje aqui, não acha?
samba abanou o toco do rabo, entendeu tudo, menos o 
salomão de que ele nunca ouvira falar.
•	 e você sabe quem é
 esse salomão que a
 dona do cachorrinho
 falou?
•	 a solução encontrada
por vocês foi parecida
com a solução do
texto?
salomão?
??
?
54
B Pensando e Compreendendo Textos
1 agora você já sabe como terminou o “caso da moela da 
galinha” no livro O Cachorrinho Samba entre os Índios.
Você e seus colegas realizaram um Júri simulado e 
também chegaram a uma conclusão. será que a decisão foi 
legal, isto é, foi a decisão de um juiz de verdade se o caso 
tivesse ido a um julgamento?
Você poderia convidar um advogado para vir à sua sala 
de aula e dar um parecer sobre o caso. seria interessante 
entrevistá-lo, você não acha?
• Pode acontecer quevocê não encontre um advogado 
disponível.
convide, então, alguém que, por sua posição, possa 
desempenhar esse papel. Para isso será preciso:
a) escolher o advogado. Pode ser um amigo, o pai ou o 
irmão de um colega, um advogado conhecido na cidade 
ou que more perto da sua comunidade;
b) convidar a pessoa escolhida. Pode-se fazê-lo por 
telefone, por carta ou através de um comitê. marcar o 
dia, a hora e o local;
c) preparar adequadamente o local;
d) determinar alunos para receber o convidado, apresentá-
lo e agradecer, no final, a sua colaboração;
Observação: as perguntas a serem feitas devem sempre 
ser selecionadas anteriormente e apresentadas junto com 
o convite, para que o entrevistado possa pensar no melhor 
modo de respondê-las.
e) escolher um líder para coordenar a entrevista;
f) avaliar a entrevista.
conte com a colaboração do educador.
55
2 observe as seguintes divisões do texto:
1ª de O povo à volta... até daria a briga.
2ª de Nesse instante... até para o capangueiro.
3ª de Este examinou... até entre as mulheres.
4ª de Nova discussão... até abrilhantada.
5ª de A dona do Samba... até metade do dinheiro.
6ª de O capangueiro aproveitou... até fim da rua.
7ª de As duas mulheres... até ficaria sabendo...
8ª de Ah, para que a Dona... até recaída?
9ª de A dona do Samba... até moela de galinha.
10ª de A dona do cachorrinho... até ouvira falar.
3 reúna-se com seus colegas de grupo.
a) Identifique as dez partes no texto.
b) leia cada uma delas e converse com o grupo, identificando:
- o fato acontecido ou em acontecimento;
- o seu desenrolar ou seu desenvolvimento ou sua dinâmica;
- quantas ou quais personagens participam da situação 
 focalizada;
- o que dizem ou fazem esses personagens, isto é, falas e ações.
c) escolha o melhor modo de passar, na dramatização, as 
falas com entonação, timbre, melodia e ritmo adequados 
ao falante, às posturas ou atitudes, aos sentimentos dos 
personagens envolvidos.
d) Determine a marcação, isto é, quando, como e onde entram 
os personagens.
e) combine, participe e apresente a dramatização de cada 
parte.
e aí? como foi? faça a avaliação com seus colegas 
focalizando a clara compreensão do texto.
56
Produzindo Textos
1 comente com seus colegas de grupo como foi o júri que 
fizeram na sala de aula.
• anote, em papel à parte, cada fato, na ordem em que ele 
aconteceu, sem entrar em detalhes.
2 Decidam, juntos, quem irá registrar o relato por escrito.
3 Participe dessa produção: escrevendo o texto ou auxiliando 
na organização das idéias, que poderá ter essa seqüência:
a) dia, horário e local onde aconteceu o júri;
b) objetivo do júri simulado;
c) participantes: representantes (crianças) das autoridades e 
assistentes;
d) registro dos fatos, na ordem em que aconteceram;
e) conclusão do júri;
a linguagem desse texto deve ser simples, objetiva, sem 
detalhes desnecessários.
as falas dos representantes das autoridades não devem 
ser registradas em forma de diálogo, mas narradas.
Por exemplo: o advogado de defesa disse que...
4 Participe da revisão do texto.
• Verifique:
- se o objetivo da produção foi atingido;
- se há coerência na organização das idéias;
- se a linguagem e o vocabulário estão adequados ao tipo 
de texto;
- se o texto está compreensível para o leitor;
- se é preciso modificar alguma coisa;
- se são necessárias outras correções.
57
5 aguarde a avaliação, pelo educador, do texto produzido.
Depois exponha-o no mural da escola para que todos 
possam tomar conhecimento da atividade realizada por vocês.
Conhecendo sua Língua
• acompanhe a avaliação que o educador fará do relato que 
vocês produziram.
• com o texto reescrito, no quadro de giz, ele fará comentários 
e dará explicações necessárias quanto as dúvidas surgidas, 
modificações e correções a serem feitas no trabalho.
• Participe ativamente!
1 Pesquise
Quando o livro Cachorrinho Samba entre os Índios foi 
escrito, o estado de mato grosso ainda não tinha sido 
dividido. Indique essa divisão atualmente:
em qual dos estados localiza-se Diamantino? 
(uma pista: a missão fica no alto Xingu, use o mapa.)
2 “samba entendeu tudo menos o salomão de que ele nunca 
ouvira falar.”
e você? entendeu?
se não, descubra quem foi salomão e por que foi citado
no texto. anote e conte para seus colegas.
mato grosso
estado:
capital:
estado:
capital:
58
1 converse em sua casa, com amigos, vizinhos, parentes, 
comunidade...
alguém sabe de algum caso de disputa (desentendimento 
de qualquer tipo, e como terminou?
a) escute atentamente (e até anote, se achar necessário) e, 
na próxima aula, conte para os seus colegas. converse 
sobre o assunto. compartilhe esses casos.
2 Peça ajuda para encontrar na bíblia, no livro dos reis, 
a narração da sabedoria de salomão, rei dos judeus, ao 
julgar a disputa de duas mulheres que se diziam mães da 
mesma criança.
(observação: a fonte original dessa história é a bíblia, mas esse texto pode ser encontrado 
em outros livros ou revistas.)
a) leia ou escute a leitura ou narração desse fato.
b) Produza um texto contando essa história.
selecione o vocabulário adequado. 
organize as palavras na frase e as frases no texto, de modo 
que as idéias pensadas por você formem um todo coerente. 
não se esqueça de fazer a revisão.
C
59
Unidade 2
lInguagem, lInguagens!
muItas falas!
59
60
Convivendo com TextosA
a linguagem tem muitas falas!
• Você sabe contar histórias?
 
todas as noites, o pai de mateus reconta uma história, inventa 
outra, fantasia casos de sua infância. 
numa dessas noites ele contou a história de madalena, ou 
melhor, mandalena.
 madalena, de manhã, mandava “os minino istudá”. os meninos 
estudavam. madalena, meio-dia, mandava “os minino armuçá”. 
os meninos almoçavam. madalena, de tardinha, mandava “os 
minino quietá”. os meninos quietavam.
 madalena, já escuro, mandava “os minino deitá”.
 — e os meninos deitavam, né, pai? — o mateus emendou.
 — É claro que deitavam. Quem é que tinha coragem de 
desobedecer ordem da madalena? tudo que ela mandava,
os três meninos faziam. tanto foi que eles acabaram botando 
nela o apelido de mandalena. Já vou, mandalena! só um minuto, 
mandalena! sim senhora, mandalena...
— Ô pai, esses meninos eram você, o tio ernesto e a tia lica?
— não, mateus, claro que não. É só uma história que eu
61
estou contando. são três meninos inventados, nem nome 
tinham...
 os três obedeciam tudo, sem piscar. e não era de medo não, 
que a madalena era esmirradinha, não assustava ninguém.
 era respeito. Pros meninos, a baixotinha era a maior 
autoridade da casa. Desobedecer o pai? Às vezes. a mãe? De 
vez em quando. a madalena? Jamais.
 no fundo, até gostavam de obedecer: era feito um jogo, 
uma brincadeira. Pra conferir se as ordens eram cumpridas, 
a madalena ficava sempre atrás de uma porta, de uma janela, 
de uma árvore. os meninos nunca adivinhavam o esconderijo, 
mas sabiam que ela estava por perto, sempre, infalível.
 De vez em quando um resolvia desobedecer. Pra quê? não 
se sabe de onde vinha o aviso da madalena. uma tábua rangia, 
nhec!, uma janela batia, plaf!, um galho caía. no bosque, eles 
se camuflavam nas plantas, mas não tinha serventia: um 
bem-te-vi olhava do alto dum galho e cantava “vão deitá!”.
 a madalena mesma nunca aparecia. nem precisava: bastava 
o aviso. nhec, plaf!... os três davam um grito assustado e 
voltavam mais que depressa a fazer o que deviam. e ninguém 
arriscava desobedecer de novo. sabiam que, se viesse um 
segundo aviso, um segundo barulho, nossa senhora!
 — o que acontecia se viesse o segundo aviso, pai?
 — ninguém sabia, ninguém nunca soube. mas com certeza 
devia ser algum castigo horroroso.
 — entendi... Você tem certeza absoluta que esses três 
meninos não eram você, o tio ernesto e a tia lica?
 — Já falei que não, mateus, que insistência! fecha os olhos, 
puxa a coberta, deixa eu acabar a história...
 um dia, a madalena mandou “os minino istudá na 
biblioteca”. eles foram, é claro. mas antes ela segurou o mais 
novo pelo braço, comfirmeza, até doeu um pouco, e pediu:
 — fala aí de novo esse lugar onde cês vão istudá. Parece 
62
que ocê falou diferente de mim...
 — bi-bli-o-te-ca.
e o irmão emendou, só de brincadeira:
 — né não, madalena. É bisbilhoteca. bis-bi-lho-te-ca.
 — bis-bi-lho-te-ca? sei...
 os meninos saíram correndo, que já era tardezinha. mas, de 
noite, quando voltaram, não viram a mandalena, nem ouviram 
recado nenhum.
 acredita que ela ficou sentida com a brincadeira? logo ela, 
que nunca bisbilhotou “nem os patrão nem os minino”... no 
dia seguinte, a madalena acordou bem cedinho, arrumou as 
trouxas, mandou recado pra gente, rabiscado na sua letra 
tremida:
“agora chega de orde,
vou me mandá mundo afora,
vou mandá tudo pro ar”.
 mandou recado pra gente, eu disse. me entreguei. mas o 
mateus já estava dormindo, não assistiu ao meu choro de 
saudade.
 também não escutou o resto da história: que os meninos 
continuaram obedecendo como antes, mesmo sem a 
madalena. De manhã, iam “istudá”. meio-dia, iam “armuçá” De 
tardinha, iam “quietá”. Já escuro, iam “deitá” nenhum dos 
três tinha coragem de desobedecer. Porque os avisos, esses 
continuaram. era uma tábua que rangia sozinha, uma janela 
que batia, um galho que caía, um bem-te-vi. e quem era doido 
de arriscar o segundo aviso?
antunes, leo. Conversa para Boy Dormir. 
belo Horizonte: Dimensão, 1995.
• Você gostou dessa história? comente com seu grupo.
• Vocês conhecem alguém igual a madalena? Quem? fale 
sobre essa pessoa.
63
B Pensando e Compreendendo Textos
madalena - mandalena
1 observe e discuta com seus colegas.
- Qual é a diferença que aparece na segunda palavra?
- Por que o apelido mandalena?
- Por que os meninos não desobedeciam à madalena?
- o que será que acontecia quando um dos meninos 
 resolvia desobedecer?
2 reproduza o quadro em seu caderno. Preencha-o:
o que madalena mandava fazer?
o que os meninos faziam?
madalena meninos
De manhã
meio-dia
De tardinha
À noite
3
o menino mais novo é o pai de mateus
e o irmão é o tio ernesto.
essas afirmações estão corretas?
• Procure, no texto, as pistas que permitem dizer isso e 
explique por quê
64
4 confira no dicionário e registre no caderno:
Biblioteca e Bisbilhotar
Biblioteca
• Por extensão
- o que seria bisbilhoteca?
- Por que madalena não gostou da brincadeira?
Bisbilhotar
Bisbilhoteca
Você sabe o nome dessa brincadeira?
trocaDIlHo.
65
o aurélio(1) diz que trocadilho é: s.m. 1. jogo de palavras 
parecidas no som e diferentes no significado e que 
dão margem a equívocos. 2. emprego de expressão 
ambígua(2).
• a nossa língua Portuguesa permite uma grande 
variedade de trocadilhos.
• em geral, eles são usados para brincadeiras, em 
situações de humor e para temperar a conversa de 
amigos e companheiros.
Anedotinhas, como:
o que o peixinho falou para a peixinha?
nada.
• Discuta essas possibilidades e apresente outras:
a corda acorda
graça graça
cavá-lo cavalo
barata barata
como o que vejo vejo o que como
• compare a referência bibliográfica da página 62 com 
as da página 88. observe boy e boi. boy é uma palavra 
inglesa para menino (lê-se bói).
• comente a relação dos títulos dos livros com os 
respectivos textos, o trocadilho, a quebra de clichê(3), a 
criatividade, a inteligência, a invenção.
(1) - nome carinhoso para o dicionário — Descubra por quê.
(2) - com duplo significado
(3) - uma frase ou expressão que é muito usada e repetida sempre a mesma
66
1 com seus colegas de grupo:
• identifique outros trocadilhos;
• invente trocadilhos;
• use trocadilhos contando casos ou anedotas.
2 Madalena foi embora sentida com a brincadeira.
em nome dos meninos da história, escreva uma carta ou 
passe um telegrama para madalena, pedindo desculpas 
pela brincadeira.
Você já aprendeu, ao trabalhar o livro 4, a escrever 
cartas e passar telegramas.
relembre essas instruções antes de decidir qual tipo de 
texto você vai usar.
3 Produza o texto que escolheu.
• releia o que escreveu e verifique se ele está de acordo 
com as instruções para esse tipo de texto.
• apresente seu trabalho para os colegas e para o 
educador(a)
Produzindo Textos
Conhecendo sua Língua
a escola é onde você aprende a ler, a escrever e a falar a 
língua Portuguesa, na variante ou modalidade padrão. Vai 
precisar dela em muitas situações.
67
Coloquial? Palavrinha esquisita, não?
Vem de colóquio, que significa conversação, palestra
entre duas ou mais pessoas.
esse modo de falar — linguagem coloquial — é o mais 
comum, próprio do cotidiano, do dia-a-dia.
as palavras usadas são simples, comuns.
a linguagem coloquial admite (permite) gírias, 
regionalismos (expressões de uma região), expressões 
populares (né, pra quê, ocê), despreocupação gramatical 
(mandá, deixa eu).
os falantes são mais próximos, mais íntimos.
2 observe, relendo:
...acabaram botando nela o apelido de mandalena
• se fosse na linguagem formal, a palavra botando seria 
substituída por colocando. ou, então, a frase poderia ser 
mais sintética (resumida), com menos explicações, assim:
...apelidaram-na de Mandalena.
o texto madalena apresenta várias formas de língua
Portuguesa, em diferentes situações:
1 observe, no texto, a linguagem coloquial do mateus e do 
pai do mateus
3 leia o quadro e depois complete:
uma tábua rangia , !
uma janela batia , !
um galho caía !
68
nhec, nhec...
plaf! 
representa, imita o barulho da tábua.
representa, imita a queda do galho.
representa, imita o batido da janela.
as palavras que imitam o barulho (som) das coisas são
chamadas:
ONOMATOPÉIAS.
essas palavras “temperam” a frase e são muito usadas 
em histórias em quadrinhos.
4 Descubra de que são essas onomatopéias:
• nhec • plaft • glub...glub... • rec, rec...
• toc, toc • tic-tac • splash! • boooom!!!
• zzzzzz... • fom! fom! • bué, bué... • dim, dom...
• nhac, nhac... • crec, crec... • rá, rá, rá... • plim, plim.
• chuááá...chuááá • tichibum! • booommm! chiiiiiiiiiii!
69
5 escolha algumas dessas onomatopéias, e represente-as 
através de desenhos, exponha num varal na sua sala.
6 agora invente e desenhe uma história em quadrinhos 
usando onomatopéias e arquive no Cantinho de Leitura 
da sua sala.
7 Descubra outros sons onamatopaicos.
• Pesquise nas revistas em quadrinhos.
• anote os que achar mais interessantes.
• use-os sempre que houver oportunidade.
• se quiser, pode recortar ou ilustrar as situações e montar 
um cartaz para o mural da classe, com a contribuição dos 
colegas.
Quantas são as 
letras do nosso 
alfabeto?
26
uma obra 
famosa de 
guimarães rosa? Qual a última letra 
do nosso alfabeto?
grande 
sertão 
Veredas.
70
2 Você notou que, nem sempre, se compreende bem uma 
variante de língua?
• comente isso com pessoas de sua família.
• conte o que aprendeu sobre variantes lingüísticas.
• mostre, no texto, exemplos de variante coloquial.
3 leia as cenas 1 e 2 para essas pessoas.
• não deixe de ler a explicação dada pelo dono da fazenda.
• Veja se as falas dos lavradores foram compreendidas 
pelas pessoas de sua família.
• Pesquise outras situações de variantes coloquiais.
• escreva-as ou desenhe-as.
APRESENTE AO EDUCADOR SUAS ATIVIDADES 
REALIZADAS NESTE MÓDULO E PEÇA QUE 
ELE REGISTRE SEU PROGRESSO NA FICHA DE 
CONTROLE DE PROGRESSO.
C 1 DIVIrta-se com estas cenas de linguagem e.. linguagens!
 cena 1 cena 2
 — licença, patrão! o dotô tem pó pá 
tapá taio?
 — o quê???, diz o médico.
 — ah, doutor! ele quer saber se o 
senhor tem pó cicatrizante para 
colocar no talho — o corte do dedo 
— explica o dono da fazenda.
— Viche! Óia só!
o outro, assustado:
— minha nossa! Qui taio!
— e agora? Que sangrera!
71
Convivendo com TextosA
• Você conhece algum contador de casos 
na sua comunidade?
• converse sobre isso com seus 
colegas. 
 olavo romano é um grande contador 
de casos característicosde várias regiões de 
minas e que são registrados em seus livros.
 o que você vai ler, agora, é do livro 
Casos de Minas. o texto narra um fato 
acontecido, ou melhor, um “causo” de 
um menino que se expressava usando 
a linguagem da escultura em madeira, 
transformando, com canivete, pedaços 
de pau em obras de arte.
 ao mesmo tempo você encontrará 
outras linguagens:
linguagem produzindo linguagem.
 são deliciosas expressões 
regionais inventivamente
construídas por determinados grupos de pessoas.
 Vamos deixá-las grifadas no texto para que você melhor
aprecie.
não só a poesia fala!
não só o corpo fala e diz...
Há pessoas muito talentosas, capazes de fazer a
madeira, o mármore, o barro, a pedra, a argila e outros
materiais falarem.
É a arte pelas mãos! Outra forma de linguagem!
• acompanhe a leitura do educador(a)
72
LIÇÃO DE ARTE
 no sertão do carinhanha, quase divisa com a bahia, um 
menino vivia com um pedaço de pau e canivete na mão. 
 uns tempos depois o povo do lugar se espantava com 
sua arte. Era de ver a perfeição de onça, tatu, jacaré, 
saracura, todo tipo de animal nas mais diferentes posições 
e tamanhos.
 assombro maior é que ele mal desenhava o nome.
aquelas artes, tinha aprendido sozinho, sem ao menos
um prático pra ensinar.
 sô nominato, do correio, homem dado a leituras e 
filosofias, não entendia aquilo. um dia quis conhecer o 
método ou a técnica usada pelo pequeno artista. este se 
espantou com a questão. Não sabia patavina de métodos 
e técnicas, coisas muito complicadas pra cabeça dele. Ia só 
pegando e fazendo o que dava na idéia, era muito mais 
simples.
 sô nominato encabulou. mandou até encomendar pelo 
reembolso uns livros especializados, leu muito sobre o 
assunto, vivia falando daquilo o tempo todo.
 o menino, sem saber pra que lado ficava o rabo 
do “a”, continuava trabalhando lá do jeito dele, cada dia 
fazendo uma coisa mais bonita. mas com uma dificuldade 
agora.Cortar a peça, não tinha nada não.
 A questão era aturar o homem do correio com 
seu palavreado novo, tirado de livro, tanta pergunta, 
especulando sobre os tais métodos e as malditas técnicas. 
 o menino foi ficando espantado e meio com medo 
porque nunca havia pensado naquele tipo de coisa e o 
velho andava uma fera.
 um dia sô nominato, vendo uma garça que só faltava
sair voando de tão perfeita, encantoou o autor:
 — então, já tem resposta pra minha pergunta?
73
 — não senhor. acho que não.
 — mas isso é uma grossa besteira. Você acha, por 
acaso, que existe alguma coisa no mundo sem explicação? 
tudo na vida tem explicação. tem ou não tem?
 — Sei não, sô Nominato. não entendo disso não.
 — então vamos combinar o seguinte: conta como é que 
você faz.
o menino, mesmo não entendendo direito porque podia 
ser tão importante ter de explicar as coisas, fez um enorme 
esforço para encontrar a resposta. ficou calado, olhou a 
garça de madeira na mão, concentrou o pensamento e 
disse, mostrando com gestos:
 — É bem fácil. Pego o pedaço de pau e fico vendo o bicho 
que eu quero.
 — e aí? — perguntou o velho aflito.
 — aí eu tiro o resto com o canivete.
romano, olavo. Casos de Minas.
rio de Janeiro: Paz e terra, 1982 , p. 141-2
1 Discuta com o grupo:
• Você sabe fazer algum trabalho artesanal como o menino 
do texto faz?
• Você conhece alguem que faz algo do tipo?
74
Pensando e Compreendendo TextosB
em que transformava a madeira Qual a reação do povo
atitude do sô nominato reação do menino
local Quem vivia lá o que fazia com quê
1 use essas fichas como ponto de partida para o 
comentário oral sobre o texto.
2 Discuta com seus colegas e o educador o sentido das 
expressões destacadas no texto.
• compare-as com outros modos de dizer a mesma coisa.
sentiu as diferenças? os efeitos que têm certos arranjos de 
palavras para expressar certas idéias?
essas mesmas idéias são expressas diferentemente em sua 
região? como?
3 responda no seu caderno:
o que você entendeu ao ler?
“Há pessoas muito talentosas, capazes de fazer a madeira, 
o mármore, o barro, a pedra, a argila e outros materiais 
falarem.”
Por que o menino, o artesão, foi ficando espantado e meio 
com medo?
explicar como esculpia os animais foi fácil ou difícil
para o menino? Por quê?
Qual era a grande dúvida de sô nominato?
como sô nominato procurava saber das coisas?
Qual era a diferença entre o saber de sô nominato
e o saber do menino?
• Procure no texto as duas frases que mostraram para sô 
nominato como era que o menino fazia suas esculturas e 
copie-as no seu caderno.
75
Produzindo Textos
— Você já usou as suas mãos para construir ou 
transformar alguma coisa?
— usou caixas, pedras, madeiras, barro, argila, papel, 
plantas ou outros materiais para essa criação?
1 Pense nisso e registre, por escrito, essa sua atividade:
— o que levou você a construir algo?
— como você se preparou para isso?
— Quais emoções e sentimentos passaram por você 
 durante a atividade?
— o que você fez?
— como se sentiu quando terminou o seu trabalho?
— alguém se interessou por ele?
— alguém fez algum comentário sobre ele? Qual foi?
— Você ainda tem essa obra?
— o que pensa dela hoje?
2 escreva sobre isso
lembre-se das orientações já dadas a você sobre 
produção de textos:
 - pelo educador(a);
 - no livro 4;
 - neste livro 5 (Páginas 38 e 110)
• terminado o seu trabalho, faça aquela revisão, 
também já conhecida por você.
• leia o texto para os colegas do seu grupo.
 Ouça a leitura dos textos dos colegas.
• Participe dos comentários feitos, no grupo sobre essas 
produções.
76
• faça mais alguma reformulação no seu trabalho 
se julgar necessário.
• entregue-o ao educador(a)
• aguarde mais essa avaliação
Conhecendo sua Língua
• no texto lição de arte, você encontrou algumas 
dessas palavras:
• métodos
• próximos • íntimos
• fábula • página • árvore
• técnicas • prático
• observe o acento usado nessas palavras.
 Descubra o porquê desses acentos.
 (Para isso identifique: o 
número de sílabas de cada 
palavra e a sílaba mais 
forte de cada uma.)
77
1 leia o texto Lição de Arte para pessoas de sua família.
• leia, também, o texto que você produziu.
• comente os dois textos com essas pessoas.
ouça os comentários delas.
2 Procure, em livros, revistas ou jornais, palavras 
acentuadas pelo mesmo motivo das que pesquisou na 
sala de aula.
APRESENTE AO EDUCADOR SUAS ATIVIDADES 
REALIZADAS NESTE MÓDULO E PEÇA QUE 
ELE REGISTRE SEU PROGRESSO NA FICHA DE 
CONTROLE DE PROGRESSO.
C
78
Convivendo com TextosA
Do artesão mineiro que talhava a madeira vamos ao 
paraibano — mestre Vitalino, que modela o barro.
Passando por Vila rica dos séculos 18 e 19, hoje ouro 
Preto, encontraremos o aleijadinho com seu drama e sua 
arte em pedra-sabão.
atravessando o oceano atlântico e voltando no tempo,
chegaremos à Itália do século 16, de miguel Ângelo e
de sua arte em pedra mármore. Por fim encontraremos
outro tipo de poesia, na arte pela palavra, igualmente
belos na fala do poeta “clássico” e urbano e do poeta
“espontâneo” do Vale do Jequitinhonha.
1 leia: texto a Mestre Vitalino
 mestre Vitalino, grande 
oleiro(1) do agreste, 
transportou para o barro 
motivos da vida rural e 
do cotidiano (dia-a-dia) 
do homem do campo e do 
folclore nordestino.
 seu trabalho de cerâmica 
é de grande beleza.
 as suas representações 
plásticas (figuras de barro) mais conhecidas são: o 
casamento, a vaquejada, a família no trabalho, a velha 
tirando pulga, o bicho de pé do velho, o violeiro, os 
(1) - quem trabalha com o barro
antes de iniciar as leituras dos textos, acompanhe o
educador, que vai mostrar a você, no mapa ou globo
terrestre, onde ficam esses lugares.
• Você gosta de ler? o que você costuma ler?
79
 dançarinos, o homem brigando com o lobisomem, o 
palhaço de circo e outros.
 cada figura tem uma história contada por Vitalino, numa 
linguagem própria em que ele acentua as dificuldades, o 
humor, a malícia e a graça do seu povo.
texto b
texto c
Aleijadinho
Miguel Ângelo
 antônio francisco lisboa, o aleijadinho (1730-1814)
nasceuem Vila rica, hoje ouro Preto. foi um gênio 
universal, escultor, artesão, entalhador, santeiro e arquiteto.
 ele foi vítima de uma doença muito grave que deformou 
suas mãos e mutilou seus dedos.
 era conduzido por escravos que lhe amarravam nas 
pontas do antebraço o cinzel e outros instrumentos de
trabalho.
 suas obras, no estilo barroco, são encontradas nas igrejas 
de ouro Preto, mariana, caeté, tiradentes e são João del 
rei, dentre outras.
 michelangelo buonaroti 
foi escultor, arquiteto, poeta 
e engenheiro militar italiano 
(1475-1564).
 miguel Ângelo foi o primeiro grande escultor moderno.
esculpia peças em mármore com grande perfeição.
contam que, quando ele terminou de esculpir a estátua
de moisés, ela ficou tão perfeita, tão perfeita, que ele
disse para ela:
80
 — Parla! (essa palavra em italiano quer dizer: fala!)
 michelangelo, quando perguntado como escolhia o 
mármore e as estátuas a esculpir, respondia:
 — a estátua está presa no mármore. eu a vejo e só o
que faço é libertá-la, burilando-a.
(buril = instrumento de corte do escultor)
2 aprecie os poemas!
a) De carlos Drummond de andrade:
 “era uma vez um aleijadinho,
não tinha dedo, não tinha mão,
raiva e cinzel, lá isso tinha,
era uma vez um aleijadinho,
era uma vez muitas igrejas
com muitos paraísos e muitos infernos,
era uma vez são João, ouro Preto,
mariana, sabará, congonhas,
era uma vez muitas cidades
e o aleijadinho era uma vez”
(trecho de “o vôo sobre as Igrejas” de carlos Drumond de andrade, sobrecapa de aleijadinho, 
o Homem o Mito, suplemento Pedagógico. mg, ano VIII, bH. fev, 1989, n.62) 
b) De um poeta do Vale do Jequitinhonha, Dio cunha:
“um arco de lua nova
na janela desse céu
e paixões aqui na terra
são mistérios lá do céu
tão longe desse chão
estão minhas dores
me faço um violeiro
Para entender o segredo
sou do jogo cego tição
3 converse com seu grupo
• Quem conhecia estes autores?
• De qual texto vocês gostaram mais? Por quê?
• De qual poema vocês gostaram mais? Por quê?
sou das asas de uma ave
Que não voltou
sou das areias de ouro
Que o vento inda não soprou”.
81
Pensando e Compreendendo TextosB
Você leu três textos, com mais exemplos da linguagem do 
artista plástico (no caso, escultores). Pôde perceber como 
eles passam as suas mensagens, como mostram a sua 
experiência de vida e a sua visão de mundo.
em todas as linguagens mostradas nesses textos,
existe um ingrediente principal:
arte! criatividade! toque de gênio!
1 através do comentário, da troca de idéias e informações, 
da comparação. Penetre nesses textos e descubra sua 
riqueza em diversos aspectos (volte sempre ao texto).
1º comparando os três escultores entre si:
Mestre Vitalino - Aleijadinho - Miguel Ângelo
• o tipo de arte que desenvolvem;
• o material que usam;
• o que representam em sua arte;
• a sua atemporalidade.
2º comparando os três escultores com o menino do
sertão do carinhanha:
• em que a arte desse menino difere da arte de mestre 
Vitalino, de aleijadinho e de miguel Ângelo.
3º comparando a fala do menino,
— É bem fácil. Pego o pedaço de pau e fico vendo o 
bicho que eu quero.
 aí eu tiro o resto com o canivete.
82
com a fala de miguel Ângelo:
— a estátua está no mármore,
eu a vejo e só o que faço é libertá-la, burilando-a.
o que você acha? Houve uma cópia ou as mesmas coisas 
podem acontecer com os homens em tempos e lugares 
diferentes? os dois fatos são verdadeiros?
4º comentando o trabalho artístico de cada escultor:
• o humor, a malícia e a graça das peças de cerâmica
do mestre Vitalino;
• o gênio barroco do aleijadinho e a dificuldade para 
esculpir suas imagens;
• a perfeição das peças de mármore esculpidas por miguel 
Ângelo.
o que você conclui?
2 Procure no dicionário o significado de buril, para que 
você entenda melhor o sentido de burilando-a.
3 comente o sentido das expressões:
“motivos da vida rural”
“acentuava as dificuldades”
“gênio universal”
“escultor moderno”
“militar italiano”
83
Produzindo Textos
Pesquise
sobre outras linguagens
1 Participe da escolha:
artesão? escultor? poeta? violeiro?
pintor? repentista? outros? ou todos eles juntos?
• Decida com os colegas de grupo.
2 Procure informações:
... em enciclopédias,
... jornais ou revistas,
... almanaques ou folhetos,
... com pessoas de sua família, vizinhos, amigos e 
 também com o educador e pessoas da comunidade.
3 selecione as informações: as que você julgar mais 
importantes.
registre-as, por escrito, em folhas separadas.
4 colecione as folhas onde registrou as informações, para 
fazer um álbum.
... ilustre-as com fotos, gravuras ou desenhos;
... faça uma capa bem bonita, bem enfeitada;
... costure; amarre ou cole; prenda com fita crepe ou 
 cole uma tira de papel mais grosso. Você 
 pode,também, grampear as folhas ou inventar outro 
 modo de prendê-las.
84
• antes de terminar o álbum, não se esqueça de fazer 
revisão dos textos escritos e as modificações que forem 
necessárias.
apresente o trabalho para o educador(a).
Conhecendo sua Língua
1 nos textos lidos você encontrou várias palavras
 com som nasal.
algumas delas:
mão - artesão - complicadas
andava - campo - perfeição
contam - encabulou - reembolso
• Você pode observar que esses sons nasais do quadro são 
marcados ora por ão, ora por m, ora por n.
2 com seu grupo, retire do texto mais palavras com som 
nasal.
agrupe-as da seguinte maneira:
 ão – m - n
• observe e responda:
— Quando se usa ão?
— Quando se usa m?
— Quando se usa n?
(atenção para as formas como cantaram e cantarão, 
escreveram e escreverão.)
• Dê exemplos:
85
• continue:
as sílabas com som nasal podem aparecer em qualquer 
posição nas palavras?
Quando é que o som nasal aparece marcado pelo til ( ˜ )?
o til ( ˜ ) aparece apenas na situação indicada?
• Pesquise isso, consultando o dicionário.
 Você seria capaz de registrar as conclusões a que 
chegou? faça isto. 
3 Você já descobriu por que as palavras que se 
seguem são acentuadas?
 cerâmica, plásticas, última, séculos, mármore, Ângelo, 
número, mônica.
4 observe, agora, este outro quadro de palavras.
algumas foram retiradas dos textos que você leu.
• Preste atenção às que são acentuadas.
• Descubra o porquê do uso do acento.
uma dica:
Verifique o número de sílabas e identifique a sílaba.
• você • jogo • cipó • arte • pequi • fubá
• mapa • texto • café • angu • sabará • saci
• maré • catimbó • forte • poderá • urubu
86
1 releia, em casa, em voz alta os textos dos escultores.
• Peça a alguém que avalie sua leitura.
• comente os textos lidos com essa pessoa.
• Dê notícias do álbum sobre arte e peça colaboração.
2 Procure em livros ou revistas palavras que tenham os casos 
de acentuação trabalhados.
seja você também um artesão do barro!
use, também, essa linguagem!
represente, no barro, a sua visão de mundo (como você vê as 
coisas).
coloque no seu trabalho o que você pensa, sente e aprecia.
Siga estas instruções:
a) misture terra e água (barro, argila).
b) modele os bonecos, cenas, objetos, animais, santos, o que você 
quiser representar.
 Dê asas à sua imaginação.
c) coloque para secar ao sol ou, se possível e se você souber, leve 
ao forno.
aguarde o resultado!
• se você for do nordeste poderá enriquecer as feiras, como a de 
caruaru, com seu trabalho.
• se você for do Vale do Jequitinhonha ou de outras regiões, 
poderá também divulgar o seu trabalho.
• se no lugar onde você mora acontecerem feiras, poderá 
contribuir com seu trabalho.
• se quiser, poderá, também, pintar o seu trabalho. Poderá ainda 
ofertá-lo, como presente, para alguém de sua escolha.
C
APRESENTE AO EDUCADOR SUAS ATIVIDADES REALIZADAS 
NESTE MÓDULO E PEÇA QUE ELE REGISTRE SEU 
PROGRESSO NA FICHA DE CONTROLE DE PROGRESSO.
87
0 400 Km
Unidade 3
asPectos regIonaIs
87
88
Convivendo com TextosA
Você lê ou ouve histórias antes de dormir?
Quais?
• leia a história com seus colegase educador.
“Duda, antes de dormir, conversa com rosa.
 — lembro de uma dessas histórias que você aprendeu 
com sua mãe e que ela já tinha escutado da mãe dela, lá no 
maranhão. falava de um boi misterioso, não era?
rosa espreguiçou-se, tomou ares de narrador e começou
a contar a HISTÓRIA DE UM REI MAL-ASSOMBRADO.
— era uma vez um jovem rei chamado D. sebastião. 
Valente e decidido, sonhava ficar famoso e ser glorificado 
em todos os recantos do mundo. reuniu, um dia, muitos 
navios e se lançou ao mar com um grande exército, 
para lutar contra os mouros, inimigos dos cristãos. seus 
soldados perderam a batalha e o rei nunca mais foi 
encontrado. sumiu. uns diziam que estava escondido em 
algum lugar e que em breve retornaria vitorioso à sua 
terra; outros achavam que havia sido arrebatado para o 
céu. o certo é que ele veio parar nas praias do maranhão e 
lá, na época de são João, transforma-se num grande touro, 
todo iluminado, coberto de pedras preciosas, com uma 
enorme estrela brilhante na testa. seus chifres são de ouro 
maciço e os olhos reluzem como brasas. muita gente conta 
que viu esse touro assombrado galopando desabalado pela 
beira-mar, pregando susto nos pescadores e nas famílias 
que moravam por aquelas bandas”.
esPIrIto santo, antônio carlos do. Histórias para boi dormir.
recife: bagaço, 1996.
Consulte um globo ou mapa-múndi e localize:
Portugal na europa; a África; na américa do sul, o
brasil e, nele, o maranhão. Essa é a geografia do boi.
Dom sebastião, rei de Portugal (1554-1578),
organizou e comandou uma expedição contra os mouros,
na África. morreu na batalha de alcácer-Quibir
89
B Pensando e Compreendendo Textos
Você observou que esse texto é uma lenDa? logo, é uma 
tentativa fantasiosa de explicar um fato, um fênomeno real.
1 com seus colegas de grupo, separe, no texto, o que é 
realidade e o que é fantasia.
• Participe, depois, dos comentários:
a) em relação à realidade, descubra:
— Quem era esse rei D. sebastião?
— De onde ele era rei?
— Qual era a sua relação ou a de seu reino com o brasil?
b) em relação à fantasia, responda:
— Quem é o touro? Justifique.
— Você acha isso possível? Por quê?
— o que você acha que tem a ver a época de são João com 
o aparecimento do touro? comente.
2 leia e observe:
pregando susto nos pescadores
pregando prego na parede
pregando mentiras
pregando sermões na igreja
Discuta os significados de pregando.
3 explique a comparação:
reluzem como brasas
4 faça duas comparações diferentes, no seu caderno:
reluzem como 
como brasa
90
5 leia este outro texto:
 Pedro apareceu falando de um colega novo: um boi voador. 
É claro que ninguém acreditou. todos achavam que era 
bobagem.
 — bobagem, nada. Você está achando que meu colega novo 
não é assim? mas é... adivinhe só. o que é, o que é, que tem 
chifre e tem rabo, voa para tudo quanto é lado, é negro como 
a noite mais profunda, e cheio de fl ores, estrelas, pedacinhos 
de espelhos que brilham?
 — não sei, diga logo.
 — É um boi voador.
 — ah, bom, fez ela... e onde é que você já viu um boi voador?
 — no meu colégio hoje entrou um. É meu colega novo.
 mas eu já tinha visto um igual a ele, só que pequenininho, 
na sala da tia guguta.
 a mãe começou a entender e tratou de explicar a Pedro:
 — aquele boi não é voador, está pendurado ali só para
enfeitar. É uma cópia da fantasia que os homens usam para
dançar nas festas do bumba-meu-boi. acho que seu tio
trouxe do maranhão ou do Piauí.
 e então ele entrou voando, leve e lindo, brilhando e 
reluzindo. um maravilhoso boi Voador, boi bumbá em todo 
seu esplendor. negro como a noite mais profunda e cheio de 
estrelas, fl ores e brilhos de beleza.
 e enquanto ele voava as franjas coloridas de seu manto
dançavam com o vento. e tudo em volta aparecia nele por
um momento. e os espelhinhos de sua garupa estrelada
faziam uma festa de gala, refl etiam cada pessoa e cada coisa 
da sala. e cada um, brotando no brilho antigo, voava uma 
voltinha com o boi manso e antigo.”
macHaDo, ana maria. O Menino Pedro e seu Boi Voador.
rio de Janeiro: Paz eterra, 1979.
91
Produzindo Textos
se você se encontrasse com esse touro, à beira-mar ou na 
beira de um rio, o que faria?
• conte isso para nós.
1 Discuta, antes, com o seu colega:
— onde vocês estariam?
— o que estariam fazendo?
— como o boi apareceu?
— como ele era?
— o que sentiram ao ver o boi?
— o que fizeram?
— e o boi, o que fez?
— Vocês conseguiram o seu objetivo?
— e o boi conseguiu o que queria?
— como tudo terminou?
— como vocês se sentiram depois do ocorrido?
2 registre o que vocês pensaram.
3 façam, depois, a revisão do texto produzido.
consulte as orientações já apresentadas a você, neste livro 
(páginas 38 e 100/101).
ouça o educador (a).
92
Conhecendo sua Língua
1 observe as palavras e compare-as:
misterioso
mistério
famoso
fama
vitorioso
vitória
Qual a diferença?
o que faz a diferença? 
conclusão.
• forme outras palavras com oso (sufixo) e dê o 
significado. escreva no seu caderno e apresente para 
seus colegas e educador(a)
93
C 1 comente com pessoas de sua família os textos lidos em 
sala de aula.
• faça uma leitura oral de um dos textos para essas 
pessoas.
• Peça que elas avaliem a sua leitura.
2 converse sobre o boi focalizado nos textos.
• reúna mais informações sobre a história desse boi.
• registre-as, por escrito, e leve para a escola.
APRESENTE AO EDUCADOR SUAS ATIVIDADES 
REALIZADAS NESTE MÓDULO E PEÇA QUE 
ELE REGISTRE SEU PROGRESSO NA FICHA DE 
CONTROLE DE PROGRESSO.
94
Convivendo com TextosA
• comente com seus colegas.
Você já dormiu ouvindo música alta ou barulhos de alguma 
festa?
onde? Quando? Que festa?
Já pensou em dormir ouvindo, não muito longe, a música 
e altos sons característicos de uma representação do 
bumba-meu-boi?
Difícil, não? Você quer participar ou assistir?
também o Duda...
DURMA-SE COM UM BARULHO DESSES
a lua surge, esplendorosa, por entre as montanhas, 
destacando a silhueta do velho casarão do engenho. um 
engenho que, em outros tempos, fora dos mais afamados 
da Zona da mata pernambucana. Hoje, desativado, ou como 
se diz, de “fogo-morto”, vive do plantio da cana que antes 
moía e agora apenas fornece para uma usina de açúcar da 
região. Vive, também, das lembranças que provocava nos 
mais velhos, lembranças daquela movimentação intensa 
nas épocas de colheita e moagem e das animadas festas 
95
de junho. Vive, ainda, da alegria que oferece a crianças como 
Duda, neto do proprietário, que ali vem todos os anos passar 
as férias, envolvendo-se em mil e uma aventuras, junto com 
os filhos dos moradores que lá ainda permanecem.
 naquele momento, num dos muitos quartos do andar 
superior e já em roupas de dormir, ele tagarela com a criada, 
que reclama:
 — eta, seu Duda! Parece que essa vai ser uma daquelas 
noites de serão, hein? esse sono chega ou não chega?
 Duda, sentado na cama, com o cobertor até a cintura, 
responde de braços cruzados e cara amarrada:
 — ah, rosa, tenha santa paciência. Quem é que pode dormir 
com esse bumba-meu-boi rolando lá fora a noite toda?
 o vento, de fato, trazia dos lados da vila, uma voz de 
mulher, acompanhada pelo som inconfundível da rabeca, essa 
espécie de violino rústico, que já teve presença obrigatória em 
tantos folguedos populares. o bombo e o pandeiro marcavam 
o ritmo daquela toada, que era a chamada de mateus e 
bastião, figuras saltitantes e brincalhonas, que dão início à 
apresentação. De cara pintada e folgadas roupas de estampa 
berrante, deviam àquela hora estar dançando nas pontas 
dos pés ou distribuindo inofensivas bordoadas na roda de 
espectadores, com suas bexigas de boi cheias de ar. era o que 
se podia imaginar ouvindo a mistura de gritos e gargalhadas 
que vinham se juntar à música.
esPÍrIto santo, antônio carlos do. Histórias para Boi Dormir.
recife: bagaço, 1996
• consulte o dicionário, se houver necessidade.
96
• Você já foi a uma festa que tinha um bumba-meu-boi?
• comente com os colegas:
- onde;
- quando;
- quem estava lá;
- o queaconteceu;
- as músicas tocadas, etc.
97
B Pensando e Compreendendo Textos
1 releia a frase abaixo. substitua o que está destacado por 
palavras que conservem o mesmo significado.
• um engenho que, em outros tempos, fora
dos mais afamados da Zona da mata pernambucana.
2 leia e observe as expressões.
• comente o seu significado.
engenho desativado engenho de “fogo-morto”
3 Pense e responda:
• Por que “fogo-morto”? explique.
Você se lembra das expressões:
Sentido próprio? Sentido figurado?
aplique-as a fogo morto.
4 agora, observe:
cara amarrada
a ilustração mostra o verdadeiro 
significado dessa expressão?
a expressão está registrada no 
texto em seu sentido próprio 
ou no sentido figurado?
98
5 releia as expressões, também encontradas no texto:
noites de serão presença obrigatória
estampa berrante
santa paciência
rolando lá fora folguedos populares
inofensivas bordoadas
• Identifique as que têm:
sentido próprio e sentido figurado.
• consulte o texto, se precisar.
• Peça ajuda ao educador.
6 escreva as afirmações abaixo na coluna a que pertencem 
dentro do quadro. faça isto no caderno.
Duda estava com sono.
o menino assistia ao bumba-meu-boi.
mateus e bastião dançavam.
o engenho era antigo.
uma mulher fantasiada tocava pandeiro.
falso Verdadeiro
• acrescente mais três afirmações em cada coluna.
99
Produzindo Textos
“Durma-se com um Barulho Desses” começa assim:
a lua surge, esplendorosa, por entre as montanhas, 
destacando a silhueta do velho casarão do engenho.
1 lua e poeta são uma dupla inseparável. algumas 
amostras para você. aPrecIe!
VÁRZEA
Pela várzea
verde-moita
sob as cortinas
da noite,
pulam sapos
de contentes,
grilos mostram
finos dentes.
chegam todos
serelepes
para a festa
que promete.
Vagalumes
 – lamparinas –
conduzem os
convidados.
Vento sopra
numa flauta
treme-treme 
de bambu.
Pernilongos
tisiquinhos
são violinos
em surdina.
lá nos altos
Dona lua
sem sorrir
e sem chorar.
enquanto isso
bailareco
das acácias
– saias brancas
de papel –
animado
continua
até a vinda do 
sol.
lIsboa, Henriqueta. O Menino Poeta,
rio de Janeiro: bedeschi, 1943, p. 35-36.
100
NO MUNDO DA LUA
Martins D’Alvares
lá vai a lua…
lá vai!
boiando…
como um limão que flutua
e eu fico de cá, pensando:
Que haverá dentro da lua?
mas a lua nem escuta…
fura uma nuvem.
se esconde.
surge e se põe a me olhar
será que de “esconde-
esconde”
ela está me convidando
Para brincar?
e a lua
continua...
lá vai andando.
lá vai...
ninguém a está segurando…
Por que é que a lua não cai?
FÉRIAS
Que noite escura!
Que breu!
cadê a lua?
Pegou carona
no rabo do 
cometa,
foi brilhar
noutro planeta.
amarante, Wânia. Arco-íris.
belo Horizonte: miguilim, 1983
101
Ouça a leitura dos poemas pelo educador.
• Participe da leitura em grupo.
2 forme com seus colegas outros grupos.
• cada grupo vai ensaiar a apresentação de um dos 
poemas, em jogral:
Você sabe o que é um jogral?
Jogral é um coro falado.
ele pode ser organizado de várias maneiras:
a) em uníssono: todos falam (ou lêem) o poema juntos, 
como se fosse uma só voz;
b) grupos alternados: cada grupo fala (ou lê) uma parte do 
poema;
c) alternância de voz e coro: um coro de vozes fala (ou lê) 
partes do poema, outras partes são faladas (ou lidas) por 
apenas uma voz (solista).
• Peça ajuda do educador, na organização e no ensaio 
desse jogral.
3 marque o dia da apresentação e convide outros colegas e 
educadores da escola.
o coro falado, se bem ensaiado, é tão bonito 
como um coro cantado.
Participe da avaliação da apresentação.
102
4 Você leu, apreciou e apresentou, em jogral, poemas que 
falam da lua.
— Você gosta de observar e apreciar a lua, nas noites do 
lugar onde você mora?
Faça isso por alguns dias.
• observe bem a lua!
forma e cor.
o céu (cenário onde ela está).
se há estrelas e como elas se apresentam.
se há mais alguma coisa nesse cenário: o quê, como.
como está o cenário na terra: a noite (agradável, fresca, 
fria, quente...); as árvores; sons noturnos; barulho ou vozes 
de animais...
o vento...
5 Depois de alguns dias de observação, pense sobre o que viu 
e, com um colega, faça uma descrição de uma noite de lua.
6 terminada a produção, faça a revisão do texto com seu 
colega.
Verifique:
- se o objetivo da produção foi atendido (fazer uma 
descrição de uma noite de lua);
- se as idéias estão seqüenciadas numa ordem lógica
(coerência);
- se essas idéias estão bem organizadas nas frases;
- se o vocabulário está adequado;
- se o texto está claro, não confuso;
103
Conhecendo sua Língua
1 no texto lido você encontrou esses nomes que são dos 
personagens da história:
 Duda, Rosa, Mateus e Bastião
• brinque, chamando esses nomes.
 • chame: o Duda. Du...da!
 a rosa. Ro...sa!
 o mateus. mate...us!
 o bastião. bastião...ão!
observe a sílaba onde você demorou mais na pronúncia.
Du Ro te ão
- se as palavras estão concordando, umas com as outras, 
nas frases;
- se a pontuação usada está correta;
- se não há palavras com problemas de grafia;
- se o leitor (provável) vai compreender bem o texto;
- se há modificações, deslocamentos de idéias, 
substituições ou transformações a serem feitas;
- se você está satisfeito com o seu trabalho de produção.
entregue esse trabalho ao educador.
aguarde comentários, explicações e/ou sugestões.
estas silabas são chamadas de sílabas tônicas
são as sílabas mais fortes das palavras.
2 experimente: chame os seus colegas. Identifique a sílaba mais 
forte de cada nome — a sílaba tônica.
escreva esses nomes no caderno e pinte a sílaba tônica.
104
3 Veja!
 Duda Rosa Mateus Bastião
• estas palavras dão nomes a pessoas.
• Há também palavras que dão nomes a coisas, objetos, 
lugares, sentimentos, animais...
 casa, caderno, árvore, saudade, amor, nordeste, boi,
 festa, lembranças, sudeste, centro-oeste...
• comente essas palavras com seu educador e colegas: 
para que servem, sua importância, como e quando são 
usadas, como se diferenciam em relação a outras, sua 
origem, características, etc.
4 observe a pontuação usada no texto. explique:
• Por que foram usados: ? : ! -
Voce se lembra da turminha do campo? Pois faça o 
mesmo com seus nomes. Desenhe as carinhas também.
105
C 1 leia, em casa, os poemas sobre a lua.
• Peça a alguém que aprecie sua leitura.
2 chame os nomes das pessoas de sua família e da 
turminha do campo, para identificar a sílaba tônica.
• escreva esses nomes no caderno: pinte as sílabas mais 
fortes, as sílabas tônicas.
3 não se esqueça de apreciar a lua no céu.
APRESENTE AO EDUCADOR SUAS ATIVIDADES 
REALIZADAS NESTE MÓDULO E PEÇA QUE 
ELE REGISTRE SEU PROGRESSO NA FICHA DE 
CONTROLE DE PROGRESSO.
106
Convivendo com TextosA
Você já assistiu ou participou de uma representação do 
bumba-meu-boi?
Quando? onde? como foi?
• comente com seus colegas e o educador.
saiba melhor o que é o bumba-meu-boi por meio desta 
leitura. são “flashes” de um bumba-meu-boi.
• leia:
 o bumba-meu-boi é um espetáculo popular nordestino 
que reúne religiosidade, drama e comédia a um só tempo. 
antigamente era encenado nas festas de natal até santos 
reis. com o tempo, realçou mais suas brincadeiras,suas 
comédias, passando a ser folguedo até de carnaval. mas 
nunca perdeu sua idéia central, o eixo da sua dramaturgia 
religiosa e pastoril em torno da vida, da morte e da 
ressurreição do boi.
o espetáculo folclórico bumba-meu-boi aparece em 
todas as regiões brasileiras, com outros nomes e 
caracterizações. Pesquise, registre, ilustre e apresente 
para sua comunidade no Dia das Conquistas
107
Curiosidade
o bumba meu boi é uma festa do folclore do brasil.
em cada lugar ela é um pouco diferente e tem até outros 
nomes:
- Boi bumbá, no Pará e amazonas;
- Boi de Mamão, em santa catarina;
- Boi-calemba, em recife e rio grande do norte;
- Boi de Reis; de Matraca ou Boi-bumbá, no maranhão;
- Três Pedaços, em alagoas;- Folguedo do Boi, no rio de Janeiro, cabo frio
- Boi-surubi, no ceará;
- Boizinho ou Boi de Jaca, em são Paulo;
- Mulinha ou Boi-da-manta, em minas gerais;
- Rancho do Boi, na bahia;
- Bumba-meu-boi, em Pernambuco e alagoas.
3 comente com seus colegas e educador(a):
• como é a festa do bumba-meu-boi no lugar onde você mora?
4 Você observou que fizemos uma viagem pela cultura 
nordestina? agora, com a ajuda e a orientação do seu(a) 
educador(a), faça uma pesquisa dos seguintes aspectos 
típicos de sua região:
- falares
- Danças
- folguedos
- culinária (receitas)
- lendas
- literatura
- artesanato
- músicas
- costumes
- outros aspectos que 
 considerar importantes.
108
5 Discuta, no grupo, como será o roteiro da pesquisa, forme 
comitês.
Distribua um aspecto para cada comitê.
• Quando a pesquisa estiver concluída, organize uma bela 
exposição para apreciar e aprender.
• Pode também por em prática tudo que foi estudado por 
meio de uma feira regional, com barraquinhas diversas, 
onde os visitantes poderão encontrar amostras de 
produtos regionais, artesanato em geral, culinária (receitas, 
degustação), trajes típicos, músicas, livros e textos literários, 
etc. Programe essas apresentações, expondo um cartaz 
com data e horário.combine com o educador.
109
maIor, mário souto. Comes e Bebes do Nordeste.
recife: bagaço, 1995 
1 lendo o texto que se segue, além de conhecer mais 
sobre a língua, você vai aprender a fazer uma comida 
muito gostosa e muito usada no nordeste.
• Você gosta de carne-de-sol?
leia. (use o dicionário, se precisar):
texto1 
Carne de Sol
a carne-de-sol é um dos pratos mais típicos do 
nordeste rural. assim como no sul, os estancieiros, nas 
charqueadas, abatem suas reses em grande escala, 
transformando-as em mantas de carne salgada, para não 
se deteriorarem enquanto são estocadas.
 exportadas e consumidas, os fazendeiros nordestinos 
usam processo quase semelhante em relação à carne-de- 
sol, também conhecida como carne-do-sertão, em menor 
escala, com menos sal e, conseqüentemente, sem suportar 
uma estocagem prolongada como a do charque.
 É encontrada nas feiras e algumas cidades são 
conhecidas por seu modo de prepará-la, como campina 
grande e guarabira, na Paraíba. mas, você sabia que pode 
fazer sua carne-de-sol em casa? tome um pedaço de 
contra-filé, sem lavar, que tenha uma parte de gordura; 
lave e, em seguida, dê uns talhos verticais; tempere com sal 
e pimenta-do-reino e bote no sol durante um dia, virando 
quando o lado exposto ao sol estiver escuro. antes de assar 
lave-a ligeiramente e estará pronta para ser passada na 
grelha ou numa frigideira com óleo e uma rodela grossa de 
cebola. come-se a carne-de-sol com feijão verde, farofa 
branca, de jerimum ou de batata doce. fica uma beleza.
B
Pratos típicos de sua região.
Pesquise
110
1 explique o significado de salgadinhos.
• outros salgadinhos:
e a sua receita? Você tem uma?
fatias de pão com patê(1)
lombo
torresmo
queijo com ervas
(1) - pasta feita com carne amassada e temperada (frango, fígado, presunto, etc)
Pedaços pequenos de carne-de-sol e de mandioca ou 
aipim fritos são salgadinhos muito apreciados.
111
2 troque receitas de outros salgadinhos com seus colegas.
Observe: João comprou uma manta
 de carne-de-sol.
 João cobriu-se com a manta.
Complete: manta de carne-de-sol =
 manta =
4 outro prato típico do nordeste é a galinha de cabidela.
 A galinha de cabidela é um prato famoso no nordeste 
Prato dominical, preparado com muito cuidado e carinho 
para ficar ainda mais gostoso.
Receita
Ingredientes: uma galinha de capoeira gorda, de
preferência uma galinha de pescoço pelado, uma cebola
picada, uma colher de sopa de coentro e cebolinha bem
picados, uma de banha, outra de manteiga e sal a gosto.
no sul, a galinha de cabidela é conhecida como galinha ao 
molho pardo. na linguagem popular, cabidela é roupa de 
casemira, velha, já surrada.
maIor, mário souto. Comes e Bebes do Nordeste.
recife: bagaço, 1995, p. 105.
112
5 se você fosse vender carne-de-sol ou charque (descubra 
a diferença)
- como escreveria um anúncio para isto?
- como faria uma propaganda?
6 leia e descubra a diferença. comente no seu grupo.
7 faça também a propaganda de produtos da sua região.
113
1 mostre para quem cozinha em sua casa:
o texto da carne-de-sol;
a receita da galinha de cabidela.
• comente com essa pessoa os dois textos.
Você notou que eles são um pouco confusos para servir 
como uma receita?
será que alguém que não sabe cozinhar conseguiria fazer 
essas duas comidas?
2 releia esses textos.
• reescreva-os, transformando-os num texto-instrução, 
que facilite a execução das receitas.
Você já sabe escrever esse tipo de texto.
• se tiver dúvidas, consulte as receitas encontradas no 
Cantinho da Leitura.
C
114
A
os cantores de viola, os repentistas, por meio de 
versos improvisados, “traziam notícias de terras 
distantes, dos engenhos de açúcar, fazendas, povoados 
do sertão e cantavam, também, narrativas de velhas 
épocas que a memória popular foi conservando”.
com o passar do tempo, esses versos foram 
impressos em folhetos de 16 x 11,5 cm, com 8 a 16 
páginas, em papel jornal. 
eram vendidos como textos de literatura de cordel, 
que durante um século foi o único tipo de leitura e 
o principal veículo de informações para milhões de 
pessoas semi-isoladas na vastidão nordestina”.
Literatura de cordel
115
Zé lanceiro era um boneco
inventado por romeu
para, nos dias de festa,
se transformar em mateus,
mas, por causa de ciúmes,
quase que ele morreu.
acontece que o lanceiro
teve de se apaixonar
por uma tal catirina
e achou que ia casar.
não pensava que uma briga
tudo podia mudar.
Durante o correr do ano,
catirina acompanhava
Zé lanceiro com seu bloco,
tudo pra ele ajeitava.
ele era, dessa maneira,
o que um dia ela sonhara.
Durante o correr do ano,
catirina acompanhava
Zé lanceiro com seu bloco,
tudo pra ele ajeitava.
ele era, dessa maneira,
o que um dia ela sonhara.
catirina amava o frevo
e Zé lanceiro, também;
quando o carnaval chegava,
quem dava conta de quem?
se perdiam um do outro,
ninguém pensava em ninguém.
Zé lanceiro, bem na frente,
ia pedindo passagem,
os caboclinhos seguindo
tal qual alguma miragem,
o povo todo assistindo
àquela bonita imagem.
ferreIra, elita. Zé Lanceiro e Catirinha.
recife: bagaço, 1996 (fragmentos).
a história é verdadeira
e muito feliz termina;
quem comprar este folheto
vai ter sorte em sua sina
para amar e ser amado,
tal lanceiro e catirina.
a sua roupa brilhava
como se fosse o luar;
a lança, toda de fita,
quando dançava no ar,
traçava desenhos lindos
no céu daquele lugar.
Depois, saíram dançando
ao som daquele congado,
nunca mais se arriscariam
brincar, os dois, separados.
mil promessas se fariam,
mesmo depois de casados.
se puder leia o livro para
apreciar melhor todo 
o cordel
texto I - Zé Lanceiro e Catirina
É um cordel com elementos do auto do Bumba e do Maracatu. 
leia algumas estrofes:
leia os textos e comentes com seus colegas e educador.
116
• releia esta estrofe:
A sua roupa brilhava
como se fosse o luar
a lança, toda de fita,
quando dançava no ar,
trançava desenhos lindos
no céu daquele lugar.
• tente imaginar a cena.
• represente-a de algum modo: desenho; dança; 
dramatização; modelagem do boneco Zé lanceiro; 
vestimenta ou caracterização de um boneco com a lança 
enfeitada de fita e a roupa brilhante.
• escolha outra estrofe para representar com a 
colaboração de colegas.
• as estrofes que contam a briga não aparecem no texto. 
suponha o que aconteceu.
• escreva ou comente com seus colegas.
texto II - Baile No Sereno
cantador canta tristeza,
canta alegria também.
É de sua natureza
cantar o mal e o bem.
Pois ele tem dentro dele
o canto que o canto tem...
Por isso, se o mar secar,
se cobra comprar sapato,
se o cachorro virar gato,
se o mundo puder falar,
se a chuva chover para cima,
se barata for grã-fina,
Quando o embaixo for em cima,
cantador vai se calar.
rocHa, ruth. Boi,Boiada, Boiadeiro
são Paulo: Quinteto, 1995.
117
texto III - Os Fios das Histórias
• ouça, agora, a leitura feita pelo educador.
— Você sabe o que é XaXaDo?
— É uma dança típica do nordeste.
Pode-se dizer que é um sapateado de alpercatas, 
alpargatas ou sandálias de couro dos vaqueiros 
cearenses.
mas, de repente, vi uma cor brilhar... Que linda cor!
era um fio amarelo, cheio de luz. e, puxado pelo fio, 
apareceu um boneco, desses que são manipulados.
era uma marionete! o boneco, muito alegre, fez uma 
curvatura e se apresentou, dançando:
— muito prazer! meu nome é Xaxador! e...
tem que tem-tem,
vem que é tantã,
xaxadinho puxa o fio
da aranha tecelã!
Xaxadinho, xaxadeiro,
quem entrar neste xaxado,
ou é boi ou boiadeiro,
ou é um cabra da peste,
coronel lá do nordeste,
ou é valente e maneiro,
xaxado bem brasileiro!
Do meu passo ninguém ganha,
pois no pé do meu compasso
vem surgindo a dona aranha!
tem que tem-tem,
vem que é tantã,
xaxadinho puxa o fio
da aranha tecelã!
• Vamos dançar o xaxado?
ortHof, sylvia. A Gema do Ovo.
são Paulo: ftD, 1988
118
Pensando e Compreendendo TextosB
1 Programe, com o educador e colegas, a releitura dos três 
textos.
Literatura de Cordel — um colega lê o texto que introduz 
a literatura de cordel; outros lêem, cada um, uma estrofe do 
texto Zé lanceiro e catirina.
algumas crianças podem dramatizar o texto ou fazer
mímica durante a leitura.
Baile no Sereno — um grupo selecionado faz a leitura do 
poema em uníssomo (todos de uma vez) depois de ouvir uma 
leitura feita pelo educador.
Os Fios das Histórias — uma colega lê o primeiro parágrafo 
do texto. Você ou outro colega lê a parte do Xaxador.
2 selecione, com seus colegas de grupo, palavras cujo 
significado deixa dúvidas.
• Procure os significados no dicionário.
• Inclua essas palavras no seu glossário.
3 comente as características dos três textos.
• saliente semelhanças e diferenças.
4 comente os aspectos folclóricos dos textos:
• origem e região;
• compare com o folclore da sua região;
• se você for da região do xaxado, compare-o com o folclore 
de outras regiões.
• relacione outras danças parecidas com o xaxado, da sua 
ou de outras regiões.
5 Você conhece outras danças da sua região?
• e desafios, você já assistiu a algum?
• comente isto com colegas e educador.
119
Produzindo Textos
Dance o xaxado!
4 reserve com seu educador e colegas um momento para 
vocês dançarem o xaxado.
• tente dançar. Pode ser assim:
batendo os dois pés ao mesmo tempo, falando os versos 
e marcando o ritmo com palmas.
2 escreva uma carta: para nós (autoras deste livro), 
dizendo se estamos ensinando a dançar o xaxado de 
maneira correta.
explique para nós, na carta, como é essa dança.
Você já escreveu muitas cartas, desde o trabalho com o livro 1.
• sabe como é, não?
Nosso endereço: cePemg - av. carandaí 863 
 funcionários - ceP: 30130-060
 belo Horizonte - minas gerais
Conhecendo sua Língua
1 o xaxador se apresentou, dizendo:
— muito prazer! meu nome é Xaxador!
— se você fosse apresentado a alguém, o que diria?
— como isso se faz no lugar onde você mora?
• comente, com seus colegas de grupo, maneiras diferentes 
de fazer essa apresentação.
• Você pode simular uma situação semelhante na sala de aula.
• combine com seu educador.
• Pense em ocasiões diferentes quando a apresentação é 
necessária.
120
1 comente o xaxado com pessoas da família.
• Dance com eles, se possível.
2 Peça a alguém que lhe fale sobre outras danças 
nordestinas.
• escreva o nome dessas danças no caderno, explicando 
como são dançadas.
3 na escola, organize com os colegas uma coleção de 
danças do nordeste. coloque no Cantinho da Leitura.
Participe da confecção de um álbum, bem ilustrado por todos, 
sobre danças do nordeste. lembre-se de fazer o mesmo 
para outras regiões brasileiras, principalmente a sua.
este álbum deve fazer parte do acervo da biblioteca.
4 leia o livro que retirou do Cantinho da Leitura.
APRESENTE AO EDUCADOR SUAS ATIVIDADES 
REALIZADAS NESTE MÓDULO E PEÇA QUE 
ELE REGISTRE SEU PROGRESSO NA FICHA DE 
CONTROLE DE PROGRESSO.
C
Unidade 4
aQuarela brasIleIra
121
122
Convivendo com TextosA
— Você gosta do samba, do frevo e do maracatu?
 Qual a experiência que você tem em relação a esses ritmos?
• troque-a com seus colegas.
 Depois...
• leia:
 assim como no nordeste, cada região brasileira apresenta 
características que lhe são peculiares (próprias), como usos, 
costumes, comidas, danças, linguagens...
tudo isto faz parte do folclore de uma região.
o folclore de cada região é parte do folclore brasileiro, ou seja, 
do nosso país, o brasil.
o nosso folclore é muito rico, em todos os aspectos.
uma das festas folclóricas, que acontecem em todas as 
cidades brasileiras e é conhecida mundialmente, é o carnaval.
Durante o carnaval, o brasil se enche de turistas do mundo 
inteiro. eles se distribuem pelo rio de Janeiro, por são Paulo 
e pelo nordeste, pela fama e beleza dessa festa em cada um 
desses lugares, bem como outras localidades. Qual é a sua?
carnaval, festa popular!
o carnaval é uma festa popular que acontece em muitos 
lugares do mundo.
o carnaval, também, em cada lugar, tem suas características.
123
no brasil é famoso e atrai muitos turistas.
— Você sabe por quê?
Leia e descubra!
Viva o Carnaval!
 o carnaval brasileiro é um dos mais bonitos do mundo. 
Há carnaval em muito canto, como em recife, no rio de 
Janeiro, em olinda.
 um dos carnavais mais conhecidos é o carioca. em 
parte isso acontece porque no rio de Janeiro desfilam, na 
semana de carnaval, as maiores escolas de samba do país.
 a primeira escola de samba brasileira foi a Deixa falar, 
fundada no bairro carioca do estácio, em 1929. naquela 
época, as escolas desfilavam assim: na frente vinha o abre 
alas; depois a diretoria ou comissão de frente; uma ala 
de pastoras, todas vestidas de baiana; a baliza e a porta-
bandeira; a academia, com 
coro masculino e bateria.
agora as escolas são mais 
complicadas. cresceram 
muito, têm novas fantasias 
e novos personagens. num 
desfile de escolas a gente 
assiste a um espetáculo 
completo, como se fosse 
uma ópera ambulante: 
música, canto, dança, 
cenários e figurinos.
124
 todo ano cada escola seleciona um tema do folclore 
ou da História do brasil para apresentar na avenida. o 
tema é o enredo daquele ano. Dele vão sair as fantasias, 
os cenários e os carros alegóricos. a história do tema será 
narrada pelo samba-enredo.
a escola pode escolher, por exemplo, como tema o circo 
tem gente que vai se fantasiar de palhaço, tem gente que 
vai de bailarina, de equilibrista, um carro alegórico pode 
trazer o leão e seu domador... a escola encena vários 
aspectos circenses e o samba-enredo vai falar dos grandes 
palhaços e dos belos circos no brasil.
no carnaval de 1987, por exemplo, a escola de samba 
mangueira escolheu como tema a vida do grande poeta 
carlos Drummond de andrade. suas poesias e seus contos 
foram vividos por toda a escola.
embora hoje em dia muita gente se deixe fascinar pelo luxo 
das fantasias e dos enfeites que uma escola apresenta, 
as coisas mais importantes de um desfile são: a bateria, 
composta por vários ritmistas que tocam instrumentos 
diferentes, como agogôs, taróis, surdos, tamborins, 
pandeiros; o mestresala e a porta-bandeira que conduzem 
a bandeira da escola e exibem uma dança muito especial 
e graciosa; os passistas, que, embora nunca tenham 
aprendido a dançar, sabem fazer uns passos que muito 
bailarino não sabe fazer; e os compositores, autores de 
sambas que toda a gente canta durante o ano inteiro.
Comente com seus colegas como é o carnaval na sua 
comunidade. Troque informações.
m. Júlia goldwasser. museu Hist. da cidade do r. de Janeiro
125
B Pensando e Compreendendo Textos
1 Procure, no dicionário, o significado das palavras que 
você não compreendeu bem.
• releia o texto identificando nele os significados 
encontrados.
• Inclua essas palavras no seu glossário.
2 comente com os colegas e com o educador.Por que a autora comparou o desfile de uma escola
de samba com uma ópera ambulante ?
3 faça frases, explicando o que é:
4 o que é, para você, o mais importante numa escola de 
samba? Por quê?
5 Você conhece muitas músicas de carnaval?
— Quais?
• comente com seus colegas.
126
uma das músicas de carnaval mais antigas e famosas é 
o abre-alas, de chiquinha gonzaga.
• leia a letra:
Ó abre-alas
que eu quero passar!
eu sou da lira
não posso negar.
Ó abre-alas
que eu quero passar!
• se você não sabe a música, pergunte a alguém que possa 
lhe ensinar.
Depois, cante!
127
leia e cante com seu educador e colegas:
mÁscara negra
tanto riso,
oh, quanta alegria
mais de mil palhaços
no salão.
arlequim está chorando
pelo amor da colombina,
no meio da multidão.
foi bom te ver outra vez
está fazendo um ano,
foi no carnaval que passou.
eu sou aquele Pierrô
que te abraçou
e te beijou, meu amor.
na mesma máscara negra
que esconde teu rosto,
eu quero matar a saudade.
Vou beijar-te agora,
não me leve a mal
hoje é carnaval...
 Pesquise e cante outras músicas de carnaval. Que tal 
formar um bloco carnavalesco? seja criativo!
Máscara Negra é uma marcha-rancho considerada um 
dos clássicos do carnaval brasileiro.
foi composta por Zé Keti e Pereira matos, dois grandes 
e famosos carnavalescos.
marcHa-rancHo é uma marcha de
andamento lento, composta para ser cantada pelos
rancHos (tipo de bloco carnavalesco).
Zé Keti e Pereira matos.
128
mais informações, para você, sobre o carnaval!
Zé Pereira – o carnaval tem 
personagens que, mudem-se os 
tempos e as ideologias, continuam 
os mesmos. o primeiro é, sem 
dúvida, o Zé Pereira, que deu 
nome a um grupo carnavalesco 
que, enfrentando as mudanças, 
continua vivo em ouro Preto. uma 
figura imensa, de fortes bigodes 
lusitanos(1), grande barriga que, ao 
dançar, sacode a pança.
Rainha do Carnaval – a primeira 
rainha do carnaval “organizado” 
brasileiro foi eleita em 1933, no 
rio de Janeiro. antes, porém, o 
carnaval pernambucano, herdeiro de 
tradições centenárias, sempre teve, 
no maracatu, a sua rainha ginga, 
descendente direta das rainhas do 
congo e das festas de reinado do 
rosário. Há que se ter princesas, que 
dancem e mexam com o corpo e com 
a mente dos foliões.
Rei Momo – gordo obrigatoriamente 
tem que ser o rei momo, símbolo 
que lembra o deus baco, romano, 
mexendo a barriga enquanto bebe 
um odre(2) de vinho e tenta beliscar 
uma vestal(3).
Simbolos do carnaval
(1).(2).(3) - o dicionário é seu amigo. confira.
129
Clovis – nos carnavais de 
antigamente, ainda lembrando 
o entrudo(1), havia os “clovis, 
personagens mascarados que 
andavam pelas ruas das cidades, 
jogando água nas pessoas, correndo 
atrás delas e lhes passando medo. 
Havia “clovis” em muitas cidades de 
minas, como Itabira por exemplo. 
Hoje é raro achá-los.
Pierrô, Colombina, e 
Polichinelo – os três surgiram 
na “commédia del’arte” européia 
pós-medieval. o Pierrô sempre 
apaixonado pela colombina 
que, no entanto, está de olho no 
Polichinelo, no escaramouche 
ou no valentão matamouros 
e até no terrível rodomonte. 
todos vestindo roupas clássicas. a colombina de branco, o 
Pierrô de azul, o escaramouche de vermelho, o Polichinelo 
de amarelo e assim por diante. a música brasileira 
encontrou nestes personagens muitos motivos 
de inspiração.
Confete e serpentina – Do 
mesmo modo, quando se 
fala em carnaval, há que se 
pensar em outras imagens 
não humanas. um deles o 
confete, “pedacinho colorido de 
saudade”, surgido no carnaval 
de 1892, mesmo ano em que 
era introduzida a serpentina.
(1) - consulte seu amigo dicionário.
130
Lança perfume – outro produto, 
praticamente existente só na 
lembrança de alguns, é o lança-
perfume. ele surgiu no carnaval 
de 1906, substituindo a bisnaga 
do entrudo. famoso no carnaval 
brasileiro foi o lança perfume 
rodouro, proibido, como outros 
produtos semelhantes na década 
de 60. Hoje, usar lança-perfume, 
importado principalmente da 
argentina, dá cadeia, por causa 
do seu potencial alucinógeno. mas 
houve um tempo em que “carnaval 
só se brincava com lança-perfume 
na mão”.
estaDo De mInas. Espetáculo.
belo Horizonte, 10 de fevereiro de 1997, p. 3.
Portas-bandeira e 
Mestre-sala – as escolas 
de samba produziram novos 
tipos. cada uma delas 
tem que ter uma porta-
bandeira e um mestre-
sala, uma comissão de 
frente, destaques, uma 
bateria com seu mestre 
e uma ala de baianas. 
todos definitivamente 
incorporados ao imaginário 
 carnavalesco.
131
Produzindo Textos
1 Produza um texto contando como é o carnaval no lugar 
onde você mora.
2 antes de escrever o seu texto, participe do debate com 
colegas:
- o carnaval é comemorado em sua comunidade?
• onde:
- em espaços improvisados?
- em escolas?
- em clubes?
- nas ruas?
- em praças?
- em outros lugares?
• como:
- bailes?
- grupos?
- blocos?
- escolas de samba?
- com fantasias? de que tipo?
- com roupas adaptadas?
- com roupas comuns?
- como é feita a ornamentação para a festa?
- Quem participa?
- o que é usado na ornamentação?
- Quais cores prevalecem?
132
- como as músicas são cantadas?
- sem acompanhamento?
- acompanhadas:
- por orquestras?
- por conjuntos?
- só por baterias?
- outros?
- Quem participa dos bailes ou brincadeiras?
- o que se sente numa festa dessas?
- Qual a maior emoção?
- o que, de bom, o carnaval nos traz?
- outras...
- e o seu carnaval? como é?
• esgotado o debate, em grupo ou com um colega, produza 
o seu texto.
lembre-se dos cuidados necessários a uma boa
produção de texto, relativos a preparação, execução,
revisão e apreciação.
3 faça a revisão do texto produzido:
• se o objetivo da produção foi atingido;
• se há algo a ser modificado, substituído, retirado ou 
acrescentado;
• se há correções a fazer.
• após a avaliação feita pelo educador, reserve seu texto 
para uma utilização posterior.
133
Conhecendo sua Língua
1 Você conhece esses instrumentos?
agogô
tamborim pandeiro
tarol
surdo
— Você sabe tocar algum deles?
— explique como é ou descubra.
— brinque de Ditado com essas e outras palavras.
 (Informe-se com o educador)
134
2 Já pensou? com criatividade e sucata, você pode 
construir esses instrumentos.
• faça isso com seus colegas.
• forme uma bateria na escola.
• ensaie.
• treine bastante.
• Depois, você e seus colegas podem fazer apresentações 
na escola e na comunidade.
3
busque mais informações sobre o carnaval no lugar 
onde você mora. Identifique semelhanças e diferenças 
do carnaval em diferentes lugares do brasil.
4 organize, com seus colegas e ajuda do educador, um 
álbum sobre o carnaval.
Inclua no álbum:
• informações que você coletou na pesquisa,
• textos que encontrou neste livro,
• o texto que você produziu sobre carnaval,
• fotos, gravuras e ilustrações.
coloque o álbum sobre o carnaval no
Cantinho da Leitura.
Pesquise
135
1 converse em casa sobre o carnaval na sua região:
• Pergunte sobre o carnaval atual e o de antigamente.
• anote as semelhanças e as diferenças dos carnavais em 
diferentes lugares.
• Procure conhecer um ou dois sambas ou marchas mais 
antigos que ficaram famosos.
• Peça à pessoa que lhe deu as informações que dite as 
letras das músicas para você.
Peça, também, se possível, que ela verifique se você 
escreveu “corretamente”.
2 releia para alguém de sua família o texto informativo 
sÍmbolos Da folIa, do jornal Estado de Minas.
• escreva uma frase que explique cada um desses 
símbolos.
C
apresente ao educador suas atividades
136
Convivendo com TextosA
Você já sabe o que é um samba-enredo?
Leia.
o texto que se segue é um samba-enredo.
observe como é diferente de outras letras de música que 
são poemas.
Isso acontece porque o objetivo do samba-enredo é contar 
uma história que foi escolhida para ser o tema-enredo 
daquele ano.
a letra do samba vai, assim, explicando todas as alas, todos 
os quadros e carros alegóricos que aparecem no roteiro da 
apresentação e que representam partes da história-tema.
137
Leia.AQUARELA BRASILEIRA
Vejam esta maravilha de cenário
É um episódio relicário
Que o artista num sonho genial
escolheu para este carnaval
e o asfalto como passarela
será a tela do brasil em forma de aquarela
Passeando pelas cercanias do amazonas
conheci vastos seringais
no Pará, a Ilha de marajó
e a velha cabana do timbó
caminhando ainda um pouco mais
Deparei com lindos coqueirais
estava no ceará, terra de Irapuã
De Iracema e tupã
fiquei radiante de alegria
Quando eu cheguei na bahia
bahia de castro alves
Do acarajé
Das noites de magia do candomblé
Depois de atravessar as matas do Ipu
assisti em Pernambuco a festa
Do frevo e do maracatu
brasília tem o seu destaque
na arte, na beleza e arquitetura
feitiço de garoa pela serra
são Paulo engrandece a nossa terra
Do leste por todo o centro-oeste
tudo é belo e tem lindo matiz
e o rio dos sambas e batucadas
Dos malandros e mulatas
De requebros febris
brasil, estas nossas verdes matas
cachoeiras e cascatas
De colorido sutil
e este lindo céu azul de anil
emolduram a aquarela do meu brasil.
• cante com os colegas.
sIlas De olIVeIra
(Irmãos Vitale)
138
1 explique o que é um samba-enredo.
2 releia novamente o texto.
use o dicionário se precisar.
escreva ao lado do nome de cada estado brasileiro a(s 
sua(s) característica(s), indicada(s) no samba-enredo.
amazonas Pernambuco
Pará goiás
ceará são Paulo
bahia rio de Janeiro
3 releia o texto: a cara do carnaval.
• compare as características do carnaval em algumas 
cidades do brasil.
a) cidade:
b) marca registrada: (o mais importante.)
c) características:
d) local onde acontece:
e) blocos:
f) onde o carnaval é mais caro, onde é mais barato?
— o que você fez para descobrir isso?
g o que você leu motivou-o a ir a algum desses lugares?
Pensando e Compreendendo TextosB
139
— se você fosse passar o carnaval fora de onde você 
mora, qual cidade escolheria?
— Por quê?
4 escreva o nome do estado onde fica cada cidade: olinda, 
recife, salvador, ouro Preto, Diamantina, são João Del 
rei, florianopólis, Porto alegre, brasília e Parintis.
5 como os jornais de seu estado têm noticiado o carnaval?
• Pesquise; recorte; cole em papel grosso e coloque no 
mural ou no cantinho de leitura.
140
Produzindo Textos
escolheu uma cidade onde passar o carnaval?
• escreva, então, uma carta para a Prefeitura (secretaria 
de turismo ou de cultura ou outra) dessa cidade, pedindo 
mais informações sobre o carnaval nesse lugar.
• mostre sua carta ao educador, antes de enviá-la.
Conhecendo sua Língua
1 no texto da página 137 você encontrou várias palavras 
acentuadas:
• releia:
• timbó
• goiás • Pará • ceará
• acarajé • candomblé
• relicário
• dicionário • glossário
• cenário • episódio
• Você já sabe explicar o motivo da acentuação dessas 
palavras.
2 agora, leia:
Por que essas palavras são acentuadas?
• Pesquise, discuta isso com seus colegas de grupo e 
confirme com o educador.
141
1 leia os textos sobre carnaval nas cidades de minas, 
Pernambuco e bahia para pessoas de sua família.
2 Peça a essas pessoas que façam comentários sobre esses 
carnavais.
3 se você fosse se fantasiar no próximo carnaval, que 
fantasia escolheria?
• Desenhe e pinte essa fantasia, bem bonita.
4 Produza um texto, descrevendo essa fantasia, nos 
mínimos detalhes.
• leve seu trabalho para a sala de aula e apresente-o para 
o educador e colegas.
APRESENTE AO EDUCADOR SUAS ATIVIDADES 
REALIZADAS NESTE MÓDULO E PEÇA QUE 
ELE REGISTRE SEU PROGRESSO NA FICHA DE 
CONTROLE DE PROGRESSO.
C
142
Unidade 5
PassareDo
143
144
Convivendo com TextosA
bicho-pássaro, bicho-homem e... seus combinados
Você sabe o que é constituição?
1 Procure essa palavra no dicionário e comente com 
colegas e com o educador.
2 Você já sabe o que é uma fábula.
(recorde em comentários com colegas.)
a que vai ler é a de uma sociedade de pássaros — 
caturama — e que tem coisas importantes a nos ensinar.
será que aprenderemos?
caturama é uma palavra indígena que quer dizer “o que
há de ser bom” e também “terra boa”.
nesse fabuloso país de passarinhos, pardais ambiciosos 
tranformaram-se em gaviões predadores.
mas os passarinhos fizeram uma revolução, expulsaram os 
gaviões ditadores e resolveram elaborar uma constituição 
democrática de direitos iguais.
eis o que fizeram:
3 leia o texto, silenciosamente.
(boca fechada, sem vocalização ou movimento com lábios.)
• não interrompa a leitura caso alguma palavra não seja 
bem compreendida.
Marque, levemente, essa palavra com lápis.
• Você já sabe o que fazer. Discutir com os colegas, 
educador, perguntar para pessoas da sua comunidade e 
consultar o dicionário.
145
Texto A
A CONSTITUIÇÃO DE CATURAMA
 toda tarde havia uma grande reunião na mangueira.
era uma festa! todos cantavam, davam sua opinião, 
traziam suas idéias. claro que às vezes ninguém se 
entendia, pois todos piavam ao mesmo tempo! só que
“— bico calado!” era uma ordem que não se ouvia mais
em caturama...
 as fêmeas exigiram que os machos também ajudassem
a chocar os ovos, o que deu muita discussão! mas elas
acabaram convencendo os de cabeça mais dura.
 — tem certas coisas que não são mesmo para macho 
fazer.
 — concordo! Dizer uma besteira dessas, por exemplo, 
não fica bem para nenhum macho.
os filhotinhos também piaram, e bem alto:
146
 — Queremos que as nossas escolas nos ensinem logo 
a voar. chega de ficar só aprendendo quem descobriu 
caturama, por que minhoca não tem osso, que é proibido 
ciscar na grama ou que todo gavião é um colosso!
 Depois de alguns meses e muitos debates, ficou pronta a 
constituição de caturama. um documento muito bonito!
 — bem-feitinho porque não teve nenhum come-dorme,
que só põe o nome no fim do trabalho — lembrou a 
cambaxirra.
 a constituição de caturama era simples e curta como 
o canto da maioria dos passarinhos. seus artigos eram 
sete, como as cores do arco-íris. Por sugestão de um véu-
de fogo, que não era muito fã de matemática, eles não 
receberam numeração.
 a constituição de caturama era bela, sonora e preciosa 
como as quinze manhãs do ano em que o uirapuru cantava, 
construindo seu ninho. e ninguém precisou decorá-la, pois 
o que ela dizia era o dia-a-dia de caturama, “o que há de 
ser bom”.
147
Artigos da Constituição de Caturama
 nenhum pássaro será mais que o outro. todos, 
machos e fêmeas, grandes e pequenos, pretos, brancos, 
azuis, verdes, vermelhos, marrons e amarelos voarão 
por onde quiserem e sempre respeitarão o direito 
maior, que é o de todos.
 nossos líderes não cortarão as asas de ninguém e só 
tomarão decisões de acordo com a vontade da maioria. 
a mata pertence a todos, e ninguém será o único dono 
de uma fruta, uma minhoca ou um remanso sequer. 
 uma parte das terras, onde hoje só existem capinzais, 
receberá sementes de caju, goiaba, pitanga, jambo, 
sapoti e jabuticaba, para que todos possam saborear 
essas deliciosas frutas da nossa terra.
 a segurança de caturama é a segurança de toda a 
passarada, e cada passarinho é responsável por ela, 
estando obrigado a comunicar a todos a presença de 
estilingues, alçapões e gaviões.
 os ninhos são sagrados, invioláveis e qualquer um 
poderá construir o seu, no galho que bem entender.
 os gaviões que ainda restam em nosso meio têm o
direito de voltar a ser pardais.
 os periquitos verdes, livres da função de tomar conta 
dos outros, não cabiam em si de tão alegres. e gritavam em 
revoada a grande lição que a vida ensina sempre:
— somos todos iguais, mas todos diferentes!
e é isso que nos deixa contentes!
Discuta o texto com os colegas e com o seu educador. Você 
conhece alguma constituição como essa?
alencar, chico. Passarinhos e Gaviões; Uma Fábula da Constituinte.
são Paulo: moderna, 1986. p. 32-39
Texto B
148
Pensando e Compreendendo TextosB
1 retire do texto as palavras que você marcou.
• Discuta e descubra com os colegas o significado delas, 
sempre consultando o texto.
• se ficar alguma dúvida, consulte o dicionário.
 ajuste o significado ao sentido do texto.
2 Incluaessas palavras no seu glossário.
3 releia o texto, novamente e em silêncio, sem 
interrupções (paradas).
4 Há muito o que conversar sobre esse texto:
• reconte a fábula com a ajuda de colegas.
atenção para os itens sugeridos abaixo:
 a) constituição de...
 b) Quem eram os constituintes.
 c) como eram as reuniões.
 d) reivindicações.
 e) onde se realizavam as reuniões.
 f) Quando.
 g) Duração.
 h) Processo usado.
5 leia os sete artigos da constituição de caturama.
• Pense, discuta sobre cada um deles e diga o mesmo, de 
preferência, com uma só palavra.
se ao mesmo artigo aplicar-se uma outra palavra, 
acrescente.
149
alguns exemplos de palavras:
democracia fraternidade igualdade
justiça segurança liberdade participação
propriedade (direito de) responsabilidade
trabalho cidadania soberania
6 os filhotinhos piaram:
Queremos que as nossas escolas nos ensinem logo a voar.
a) explique o que significa voar para um pássaro.
b) e para os filhotinhos dos homens, a que corresponderia o 
voar? — Por quê?
c) o que significa, na constituição de caturama, não cortar 
as asas de ninguém? localize o artigo e comente.
7 Há um outro motivo diferente da sugestão do véu-de-
fogo para não numerar os artigos da constituição de 
caturama.
Qual é?
8 Por que no antigo regime de caturama os periquitos 
verdes tinham a função de tomar conta dos outros?
— o que eles representam?
9 releia, na página 147, a referência bibliográfica da fábula 
que você leu.
• encontre e explique o nome do livro onde está essa 
fábula.
10 Você percebeu qual é a moral da fábula e o que ela quer 
 ensinar?
• Discuta isso.
150
o brasil, em 5 de outubro de 1988, através dos 
deputados e senadores, reunidos em assembléia 
constituinte, votou a reforma de sua constituição.
11 comente com colegas e o educador.
o que a constituição de caturama tem a ver com a 
constituição do brasil?
atenção! não vale 
dizer que ambas 
são constituições. 
É óbvio, não?
além disso, você deve ter percebido que caturama, 
claramente, é o brasil.
• no texto há uma pista que indica isso.
Tente descobrir. Peça ajuda, se não conseguir.
mais dicas: Há, nessa unidade, outros textos que 
reforçam essa identificação.
• Descubra neles os pontos que mostram isso.
12 agora você vai ler um texto com o preâmbulo
(apresentação, introdução) e o Título I da Constituição 
da República Federativa do Brasil
(princípios fundamentais).
151
• É uma apresentação inicial, mas não é necessário que você 
entenda tudo.
 É uma aproximação, o começo, um início de conhecimento, pois 
todos os cidadãos precisam conhecer a Constituição do País.
• Você vai dar apenas um passo, mas como “toda caminhada ou 
uma grande jornada começam sempre com um passo”...
• lendo este texto, você terá uma idéia do conteúdo de nossa 
Constituição.
• além de tudo isso, você poderá estabelecer melhor comparação 
entre as duas constituições (caturama (suposta) e brasil (real).
• Você vai fazer isso em conjunto com seus colegas e com a 
colaboração do educador; um ajuda a outro, democraticamente.
• compare os artigos de uma e de outra e tire suas conclusões.
CONSTITUIÇÃO DA
REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL
PREÂMBULO
nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em 
assembléia nacional constituinte para instituir um estado 
Democrático, destinado a assegurar o exercício dos 
direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o 
bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça 
como valores supremos de uma sociedade fraterna, 
pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia 
social e comprometida, na ordem interna e internacional, 
com a solução pacífica das controvérsias, promulgamos, 
sob a proteção de Deus, a seguinte constItuIção Da 
rePÚblIca feDeratIVa Do brasIl.
PreÂmbulo
Texto C
152
Título I
DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS
Art. 1º a república federativa do brasil, formada pela 
união indissolúvel dos estados e municípios e do Distrito 
federal, constitui-se em estado Democrático de Direito e 
tem como fundamentos:
 I - a soberania;
 II - a cidadania;
 III - a dignidade da pessoa humana;
 IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
 V - o pluralismo político.
 Parágrafo único. todo poder emana do povo, que 
o exerce por meio de representantes eleitos ou 
diretamente, nos termos desta constituição.
Art. 2º são Poderes da união, independentes e 
harmômicos entre si, o legislativo, o executivo e o 
Judiciário.
Art. 3º constituem objetivos fundamentais da república 
federativa do brasil:
 I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;
 II - garantir o desenvolvimento social;
 III - erradicar a pobeza e a marginalização e reduzir 
as desigualdades sociais e regionais
 IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de 
origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas 
de discriminação.
Art. 4º a república federativa do brasil rege-se nas 
suas relações internacionais pelos seguintes princípios:
 I - independência nacional;
 II - prevalência dos direitos humanos;
arts. 1º a 4º
153
 III - autodeterminação dos povos;
 IV - não-intervenção;
 V - igualdade entre os estados;
 VI - defesa da paz;
 VII - soluição pacífica dos conflitos;
 VIII - repúdio ao terrorismo e ao facismo;
 IX - cooperação entre os povos para o progresso da 
humanidade;
 X - concessão e asilo político.
 Parágrafo único. a república federativa do brasil 
buscará a integração econômica, política, social e cultural 
dos povos da américa latina, visando à formação de uma 
comunidade latino-americana de nações.
• essa constituição tem 9 títulos, divididos em capítulos, 
seções e artigos (245), além de atos dos Dispositivos 
constitucionais transitórios (70 artigos).
• ouça as explicações do seu educador sobre isso.
13 observe a estruturação do texto sobre a constituição 
brasileira.
consulte o dicionário e/ou o educador.
154
Produzindo Textos
1 Por que não elaborar, você e seus colegas, combInaDos 
(normas) para a sua classe ou para a escola?
• Isso se você achar que existem necessidades as quais 
esses combinados poderiam resolver ou viabiliazar.
 não é bem uma constituição, mas ...
 claro que é discutível e negociável. afinal,são 
combinados.
• Discuta todas as sugestões, escolha e redija esses 
combinados.
• exponha-os no mural da classe ou da escola e cumpra.
Conhecendo sua Língua
1 leia a informação sobre o uirapuru, tirada de uma 
enciclopédia.
Uirapuru. s.m. - ornit. 
ave passeriforme, piprídea; 
porte pequeno; bico, curto 
e alargado; asa e cauda 
curtas. os machos ostentam 
plumagem colorida. Habita 
as matas e alimenta-se 
de frutos e insetos; ninho, 
em geral, redondo......
comprimento, cerca de 12 
cm; plumagem de cor parda; cabeça vermelha; fronte 
e garganta amareladas; peito e ventre vermelhos; 
coxas brancas a fêmea é verde com a garganta e o 
ventre amarelados. ocorre na amazônia, brasil, na 
Venezuela e guianas chamado, também, Uiramiri.
(Enciclopédia Brasileira Merito. Vol. 20.)
Texto D
155
2 reproduza o quadro no caderno e preencha-o.
onde habita
como vive
Quando canta
característica do canto
outro nome e algumas características
UIRAPURU
3 explique esta frase do texto a: constituição de caturama:
a constituição de caturama era bela, sonora e preciosa 
como as quinze manhãs do ano em que o uirapuru 
cantava construindo seu ninho.
4 observe no texto informativo da enciclopédia (uirapuru) 
a abreviatura s. m. . Peça explicações ao educador.
• Você já vem fazendo isso desde o trabalho com o livro 4.
toda vez que consultar o dicionário procure saber o que
significam as abreviaturas antes de cada palavra.
o uirapuru e muitos outros pássaros brasileiros estão na
música Passaredo, de chico buarque e francis Hime.
156
4 leia
PASSAREDO
chico buarque e francis Hime
ei pintassilgo
oi pintarroxo
melro
uirapuru
ar chega e vira
engole o vento
saíra, inhambu
foge asa branca
Vai patativa
torjo, tuju, tuim
Xô tiê sangue
Xô tiê fogo
Xô rouxinol sem fim
some coleiroanda trigueiro
te esconde colibri
Voa macuco
Voa viúva
uitiariti
bico calado
toma cuidado
Que o homem
o homem vem aí (bis)
ei quero-quero
oi tico-tico
anum, pardal, chapim
Xô cotovia
Xô ave-fria
Xô pescador-martim
some rolinha
anda andorinha
te esconde bem-te-vi
Voa bicudo
Voa sanhaço
Vai juriti
bico calado, muito cuidado
o homem vem aí (bis)
• ouça a leitura desse poema/canção pelo seu educador.
• leia o poema silenciosamente.
• Pense:
Você concorda com a mensagem dos autores?
Por quê?
se pudesse, o que você diria a um pássaro?
• Participe dos comentários sobre o poema.
como você o liga aos outros textos?
Texto E
157
Há aspectos comuns entre esses textos?
• Há um pássaro que aparece em três textos (a, D, e).
Qual é a sua importância em cada texto?
e as diferenças? (tipo de texto e assunto).
• aprenda a cantar essa canção.
• Dê sugestões para um coro falado e participe dele com 
seus colegas.
5 o arranjo ou a combinação das palavras na frase criam 
expressões novas que se popularizam (ficam populares, 
comuns).
essas expressões passam, então, a ser usadas no dia-a-
dia pelo povo. no texto da constituição de caturama há 
algumas bem interessantes.
Você as conhece? Já usou alguma?
• explique-as.
come-dorme
bico calado!
nenhum pio!
dia-a-dia
quer
dizer
6 Você sabia que um modo de formar palavras em 
nossa língua materna é pelo acréscimo de sílabas, com 
determinado signifi cado, antes ou depois da palavra 
principal? antes prefixo
depois sufixo
158
• complete as lacunas, formando outras palavras:
árvore
que dá:
caju
goiaba
pitanga
jambo
sapoti
jabuticaba
laranja
manga
pequi
cacau
• Pense no seu significado.
Identifique o sufixo.
Qual a relação que esse sufixo 
estabeleceu entre a palavra 
de origem (árvore) e a palavra 
derivada?
conclusão:
8 releia:
os periquitos verdes, livres da função de tomar conta 
dos outros, não cabiam em si de tão alegres.
e gritavam em revoada a grande lição que a vida ensina 
sempre:— somos todos iguais, mas todos diferentes!
e é isso que nos deixa contentes!
159
• observe a palavra revoada.
Procure no dicionário os significados de:
revoada e revoar
estas palavras são palavras compostas? Por quê?
o que mostra isto para você?
De qual palavra elas se originam?
o que significa o prefixo re?
um desafio para você
• releia este artigo da constituição de caturama:
a mata pertence dono de todos, e ninguém serão único 
uma fruta, uma minhoca ou um remanso qualquer.
• observe a palavra remanso.
Procure seu significado no dicionário.
Pode-se dizer que essa palavra é também uma palavra 
composta?
Que a palavra principal é manso e o prefixo é re?
• Justifique sua resposta.
explique o que precisou fazer para descobrir essa resposta.
E então? Qual é uma conclusão importante que se 
pode tirar?
160
1 leia, em casa, os textos trabalhados na sala de aula.
• comente-os com pessoas de sua família.
2 Procure em jornais, revistas ou no próprio livro palavras 
compostas por prefixos ou sufixos. 
• liste-as e leve para a escola.
3 leia o livro que retirou do Cantinho da Leitura.
APRESENTE AO EDUCADOR SUAS ATIVIDADES 
REALIZADAS NESTE MÓDULO E PEÇA QUE 
ELE REGISTRE SEU PROGRESSO NA FICHA DE 
CONTROLE DE PROGRESSO.
C
161
Convivendo com TextosA
Hoje mais do que nunca, os direitos do homem têm sido a 
grande preocupação da humanidade. Por esse motivo, o 
seu cumprimento vem sendo exigido pelos povos de todas 
as nações.
sua presença é obrigatória nas diferentes constituições.
na verdade, os direitos do homem são a base de todas elas. 
• Você já trabalhou com isso nos textos: constituição de 
caturama e constituição federativa do brasil.
• agora vai apreciar outra abordagem do tema, ou seja, 
outra maneira de tratar desse assunto: a poética.
nessa abordagem, o poeta lida com os sentimentos, 
com a emoção, num arranjo criativo com as palavras, 
conduzindo a resultados mais profundos e duradouros que 
os conseguidos por uma informação técnica ou um texto 
formativo.
Leia e comente com o educador(a) e colegas.
thiago de mello, poeta
e cantador, caboclo
do amazonas, nascido
em barreirinha, dá
o seu recado.
o seu recado é o da
esperança e de fé no homem.
o seu recado é o do amor.
com estatutos do Homem,
seu canto foi ouvido
mundo afora, traduzido que
foi em diversas línguas:
162
ESTATUTOS DO HOMEM
Artigo 1 fica decretado que agora vale a verdade.
 que agora vale a vida
 e que de mãos dadas
 trabalharemos todos pela vida verdadeira.
Artigo 2 fica decretado que todos os dias da semana,
 inclusive as terças-feiras mais cinzentas,
 têm direito a converter-se em manhãs de 
 domingo.
Artigo 3 fica decretado que, a partir deste instante,
 haverá girassóis em todas janelas,
 que os girassóis terão direito
 a abrir-se dentro da sombra;
 e que as janelas devem permanecer, o dia 
 inteiro, abertas para o verde onde cresce a 
 esperança.
Artigo 4 fica decretado que o homem
 não precisará nunca mais
 duvidar do homem.
 Que o homem confiará no homem
 como a palavra confia no vento,
 como o vento confia no ar,
 como o ar confia no campo azul do céu.
 § o homem confiará no homem
 como o menino confia em outro menino.
Artigo 5 fica decretado que os homens
 estão livres do jugo da mentira.
 nunca mais será preciso usar
 a couraça do silêncio
 nem a armadura de palavras.
 o homem se sentará à mesa
 com seu olhar limpo
 porque a verdade passará a ser servida
 antes da sobremesa.
163
Artigo 6 fica estabelecida, durante dez séculos,
 a prática sonhada pelo profeta Isaías,
 e o lobo e o cordeiro pastarão juntos
 e a comida de ambos terá o mesmo gosto de 
outrora.
Artigo 7 Por decreto irrevogável fica estabelecido
 o reinado permanente da justiça e da caridade,
 e a alegria será uma bandeira generosa
 para sempre desfraldada na alma do povo.
Artigo 8 fica decretado que a maior dor
 sempre foi e será sempre
 não poder dar-se amor a quem se ama
 e saber que é a água
 que dá à planta o milagre da flor.
Artigo 9 fica permitido que o pão de cada dia
 tenha no homem o sinal de seu amor,
 mas que sobretudo tenha sempre
 o quente sabor da ternura.
Artigo 10 fica permitido a qualquer pessoa,
 a qualquer hora da vida,
 o uso do traje branco.
Artigo 11 fica decretado, por definição,
 que o homem é um animal que ama
 e que por isso é belo,
 muito mais belo que a estrela da manhã.
Artigo 12 Decreta-se que nada será obrigado nem 
 proibido.
 tudo será permitido,
 inclusive brincar com os rinocerontes
 e caminhar pelas tardes
 com uma imensa begônia na lapela.
 § só uma coisa é proibida:
 amar sem amor.
164
Artigo 13 fica decretado que o dinheiro não poderá mais 
comprar o sol das manhãs vindouras. 
expulso do grande baú do medo, o dinheiro se 
transformará em uma espada fraternal para 
defender o direito de cantar e a festa do dia 
que chegou.
Artigo fica proibido o uso da palavra liberdade
final a qual será suprimida dos dicionários
 e do pântano enganoso das bocas.
 a partir deste instante
 a liberdade será algo vivo e transparente
 como um fogo ou um rio,
 ou como a semente do trigo,
 e a sua morada será sempre
 o coração do homem.
Discuta o estatuto com seus colegas e seu educador.
mello, thiago de. Estatutos do Homem.
são Paulo: martins fontes, 1997.
165
B Pensando e Compreendendo Textos
Planeje uma apresentação do texto lido, com o educador e 
colegas, sobre os estatutos do Homem.
Veja sugestões:
1 Depois de uma primeira leitura, feita por você e colegas, 
acompanhados pelo educador, o texto poderá ser lido 
novamente, em uníssomo (todos juntos) por um grupo de 
alunos. outro grupo fará uma pantomima, à medida que a 
leitura for acontecendo.
ou
2 alguém, capaz de ler com expressividade, fará a leiturade 
todo o texto.
ou
3 cada aluno lê um direito (artigo).
• Ouça com atenção. Sinta.
• comente em seguida. Procure os elementos, os arranjos, as 
ligações, as sugestões que fazem a beleza do texto.
• aprecie e deixe essa beleza fluir.
4 um jogral poderá ser organizado com todos da classe.
• um fundo musical dará um toque de beleza à apresentação,
ou
• uma coreografia feita por alguns alunos ou as duas coisas 
juntas.
166
• também uma iluminação colorida pode dar grande efeito:
luzes que se acendem e se apagam
ou
lanternas (cobertas com papel colorido de várias cores) 
percorrendo o palco
ou
as mesmas lanternas acendendo e apagando e sendo 
retiradas aos poucos do foco.
• Prepare, com seus colegas, sob a orientação do educador, 
com antecedência, a apresentação desse trabalho.
167
Produzindo TextosC
• Participe dos depoimentos orais sobre a leitura e/ou 
apresentação do texto: Estatutos do Homem.
• com as carteiras posicionadas em semicírculo, cada aluno:
... falará de suas emoções, 
... dará suas impressões e opiniões sobre o texto de thiago 
de mello,
... comentará sobre os direitos do homem, de um modo 
geral, relacionando-os ao momento atual.
Conhecendo sua Língua
• com seus colegas de grupo encontre, no texto, os artigos 
que mais lhe chamaram atenção pelo arranjo com as 
palavras.
• Identifique os recursos que o poeta usou para conseguir a 
beleza poética nesse arranjo.
• comente e ouça o educador(a).
1 leia para as pessoas de sua família os textos:
• constituição de caturama,
• Passaredo e
• estatutos do Homem.
2 ouça a opinião dessas pessoas sobre esses textos.
3 comente com elas a relação que você encontrou entre 
esses textos.
4 convide-as, se possível, a fazer um jogral de algum dos 
textos.
• escolha a melhor forma.
168
ÚLTIMO ATO
E, PARA TERMINAR!
— QUE TAL FAZER
TEATRO?
169
Convivendo com TextosA
Você se lembra da mãe com medo de lagartixa?
a mãe de Pluft, também tem um medo: medo de gente!
Por que será?
o texto que se segue é parte de uma peça de teatro de 
maria clara machado.
leia:
PLUFT, O FANTASMINHA
(Ao abrir o pano, a Senhora Fantasma faz tricô, balançando-
se na cadeira, que range compassadamente.Pluft, o 
Fantasminha, brinca com um barco. Depois larga o barco 
e pega uma velha boneca de pano. Observa-a por algum 
tempo.)
Pluft — mamãe!...
Mãe — o que é, Pluft?
Pluft — (sempre com a boneca de pano) mamãe, gente 
existe?
Mãe — claro, Pluft, claro que gente existe.
Pluft — mamãe, eu tenho tanto medo de gente! (Larga a
boneca.)
Mãe — bobagem, Pluft.
Pluft — ontem passou lá em baixo, perto do mar, e eu vi.
Mãe — Viu o que, Pluft?
Pluft — Vi gente, mamãe. só pode ser. três.
Mãe — e você teve medo?
170
Pluft — muito, mamãe.
Mãe — Você é bobo, Pluft. gente é que tem medo de 
fantasma e não fantasma que tem medo de gente.
Pluft — mas eu tenho.
Mãe — se seu pai fosse vivo, Pluft, você apanharia uma 
surra com esse medo bobo. Qualquer dia destes eu vou te 
levar ao mundo para vê-los de perto.
Pluft — ao mundo, mamãe?!!!
Mãe — É, ao mundo. lá em baixo, na cidade...
Pluft — (Muito agitado vai até a janela. Pausa.) não, não... 
não.
eu não acredito em gente, pronto...
Mãe — Vai sim, e acabará com estas bobagens. são 
histórias demais que o tio gerúndio conta para você.
(Pluft corre até um canto e apanha um chapéu de 
almirante.)
Pluft — olha, mamãe, olha o que eu descobri! o que é 
isto?!
Mãe — seu tio gerúndio trouxe do mar. (Pluft fora de 
cena continua a descobrir coisas, que vai jogando em cena: 
panos, chapéus, roupas, etc.)
Pluft — (Sempre remexendo, descobre um espartilho de 
mulher.) e isso, mamãe (aparecendo), que é isso?
ele trouxe isto também do mar? (Coloca o espartilho
na cabeça e passeia em volta da mãe.)
Pluft — Por que tio gerúndio não trabalha mais no mar, 
heim, mamãe?
Mãe — Porque o mar perdeu a graça para ele...
Mãe — Pluft, chega de remexer tanto nas coisas.
Pluft — (Larga o espartilho no chão e passeia na cena à 
procura do que fazer.) Vamos brincar, tá bem? finge que eu 
sou gente. (Veste-se de fraque e de cartola.)
171
Mãe — (Sem vê-lo) chega de fazer desordem, meu filho. 
Você acaba acordando tio gerúndio. (Ela olha para o baú.)
Pluft — (Pé ante pé, chega detrás da cadeira da mãe e 
grita.) uuuuh! (A mãe leva um grande susto e deixa cair as 
agulhas e o tricô.) eu sabia que você também tinha medo 
de gente. Peguei! Peguei! Peguei mamãe com medo de 
gente...
macHaDo, maria clara. Pluft, o fantasminha. in Teatro.
rio de Janeiro: agir, 1975.
2 Participe da leitura dialogada do trecho da peça.
• repita a atividade enquanto houver interesse trocando 
sempre os papéis.
• Dramatize essa cena. a diferença entre teatro e 
dramatização é que a dramatização é espontânea, sem 
papéis decorados e admite improvisações.
• comente com seus colegas ou seus amigos as diferenças 
encontradas entre a leitura dialogada, a dramatização 
do texto e a sua representação teatral (teatralização, 
teatro).
172
Pensando e Compreendendo TextosB
1 Informação
Peça teatral atos cenas÷
Às vezes há: introdução ou prólogo, entre atos e apoteose 
(final).
2 Você leu uma das cenas da peça Pluft, o fantasminha.
_ consulte o texto, observe e responda:
a) — Quais são os personagens em cena?
(— observou que sempre antes de suas falas seus nomes 
são escritos?)
b) o texto da peça começa com um trecho em parênteses: ( )
leia e responda:
Por que esse trecho? — Para quê?
c) Há vários outros trechos entre parênteses ( )
• leia-os e conclua:
Qual é a sua importância?
Por que são escritos com outro tipo de letra?
3 escreva no caderno e risque o que está sobrando.
Pluft é um:
fantasma
menino
fantasma-menino
fantasminha
173
4 Você sabe dizer qual é a relação entre a boneca e a 
pergunta de Pluft?
5 comente com seus colegas.
• Procure as causas e compare com situações de sua vida 
diária.
• encontre semelhanças e diferenças em:
medo de Pluft
reação da mãe
atitude de Pluft
174
Produzindo Textos
aprenda mais um pouco sobre teatro.
1 releia o trecho da peça de teatro de maria clara 
machado.
a) numere, de leve, as falas. comece com 1 e termine com 
27, de Pluft.
b) Inverta as falas 3, 4, 5, 12, 25 e 27, de fantasma, para 
um menino de verdade e uma mãe de verdade.
c) escreva essas falas, formando um novo diálogo. 
(não copie o que está entre parênteses.)
2 Programe com seu grupo a apresentação desse
trecho da peça de Pluft, o fantasminha.
• Participe da escolha dos papéis (personagens).
• ensaie bem a peça.
• observe:
a) as falas expressão, ritmo, entonação, timbre 
da voz, adequados aos personagens e à situação.
b) as narrações posição dos personagens e 
movimentação conforme o que está nos parênteses (...) 
do texto.
c) o cenário o local onde acontecem os fatos, o 
ambiente, a decoração, os objetos que aparecem.
d) o figurino roupa dos personagens.
• Participe da apresentação da peça
• Participe da avaliação da apresentação da peça.
— como foi?
— podia melhorar?
— precisa mudar alguma coisa?
175
— qual a reação da turma?
— qual grupo encenou melhor a peça?
3 Desenhe e pinte:
• o chapéu do almirante
• o espartilho
• o fraque
• a cartola
Você poderá usá-los na peça.
1 leia novamente a cena de Pluft.
• responda:
a) qual a graça do texto?
b) onde Pluft mora? (identifique pelo texto)
2 Pense no humor (graça) das falas:
— se seu pai fosse vivo...
— eu não acredito em gente, pronto.
— eu sabia que você também tinha medo de gente.
3 observe:
Pluft — Por que tio gerúndio não trabalha mais no 
mar, hein, mamãe?
Mãe — Porque o mar perdeu a graça para ele...
InVente um motivo, um fato acontecido com o tio gerúndio que 
justifi que o diálogo do quadro e produza um texto.
aPresente para seus colegas, na escola.
leia os dos colegas também. escolha o melhor.
176
1 Para o seu prazer, leia outra cena da mesma peça. (antes 
leia essa explicação):
A menina Maribel é seqüestrada por três marinheiros e 
levada para uma casa abandonada onde vivem Pluft e 
sua mãe. Lá ela é amarradaem uma cadeira e deixada 
enquanto os seqüestradores vão à cidade. Pluft entra na 
sala e vê a menina e fica com medo (de gente). A menina 
Maribel vê o fantasminha e também fica com medo. Mas 
como são crianças (gente, fantasma) curiosas, vão se 
observando, perdendo o medo e começam a conversar:
Maribel (tensa) — como é que você se chama?
Pluft (tenso) — Pluft. e você?
Maribel — eu sou maribel.
Pluft — Você é gente, não é?
Maribel — sou. e você?
Pluft — eu sou fantasma.
Maribel — fantasma mesmo?
Pluft — É. fantasma mesmo. mamãe também é fantasma.
Maribel (relaxando) — engraçado, de você eu não tenho 
medo...
Pluft — nem eu de você. engraçado...
Mãe (de dentro) — Pluft!
Pluft — É minha mãe. com licença. Que é mamãe?
Mãe (de dentro) — com quem é que você está falando?
Pluft — com maribel.
Mãe — com quem?
Pluft (gabando-se) — ora, mamãe, com gente... com 
maribel.
Maribel — mas sua mãe também é fantasma?
C
177
se você gostou dessa peça e quer conhecê-la todinha, 
peça à educadora ou a outra pessoa para arranjar o 
livro de maria clara machado, Teatro, da editora agir.
e... terminando!
mais uma receita para você!
CANTINHO DA LEITURA
receita para escolher um livro
Ingredientes: Você, sua sensibilidade e o Cantinho 
 da Leitura
modo de fazer: entre no Cantinho da Leitura.
 escolha os livros que desejar.
 misture bem os assuntos.
 sente-se confortavelmente, olhe as
 capas, leia prefácios e, se tiver tempo, 
 um capítulo.
 leve para casa o que mais gostou.
 Quando acabar a leitura, devolva-o 
 sem estragos.
convide um amigo para visitar o Cantinho da Leitura.
Você não vai deixá-lo sem os prazeres de ler, não é mesmo?
178
POSFÁCIO
- como foi a sua viagem?
- estrada limpa, sem acidentes de percurso? ou 
precisou fazer algumas paradas para recuperação ou 
abastecimento?
- encontrou barreiras? trechos interrompidos? Desvios?
- Perdeu-se algumas vezes pelo caminho? mas o 
reencontrou?
- Precisou da ajuda da turminha do campo?
- malas e bagagens pesadas, extraviadas (perdidas),
porém recuperadas?
De toda essa aventura, chegou lá:
ao país do PoDerler?
se está nesta página, sabemos que sim.
PARABÉNS!
agora, você tem:
a FORÇA, o PODER, a CHAVE!
Pode ler, abrir quaisquer portas e janelas e trilhar os
caminhos que preferir.
SEJA FELIZ!
179
180

Mais conteúdos dessa disciplina