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Análise de Ciclo de Vida de produto e eco design

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ANÁLISE DO CICLO DE 
VIDA DE PRODUTO 
E ECO DESIGN
UNIASSELVI-PÓS
Autoria: Ronei Tiago Stein
Indaial - 2021
1ª Edição
CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI
Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito
Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/SC
Fone Fax: (47) 3281-9000/3281-9090
Reitor: Prof. Hermínio Kloch
Diretor UNIASSELVI-PÓS: Prof. Carlos Fabiano Fistarol
Equipe Multidisciplinar da Pós-Graduação EAD: 
Carlos Fabiano Fistarol
Ilana Gunilda Gerber Cavichioli
Jairo Martins 
Jóice Gadotti Consatti
Marcio Kisner
Norberto Siegel
Julia dos Santos
Ariana Monique Dalri
Marcelo Bucci
Revisão Gramatical: Equipe Produção de Materiais
Diagramação e Capa: 
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Copyright © UNIASSELVI 2021
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri
 UNIASSELVI – Indaial.
Impresso por:
S819a
 Stein, Ronei Tiago
 Análise de ciclo de vida de produto e eco design. / Ronei Tiago Stein 
– Indaial: UNIASSELVI, 2021.
 128 p.; il.
 ISBN 978-65-5646-428-2
 ISBN Digital 978-65-5646-429-9
1. Desenho industrial. - Brasil. 2. Aspectos ambientais. – Brasil. II. 
Centro Universitário Leonardo da Vinci.
CDD 577
Sumário
APRESENTAÇÃO ............................................................................5
CAPÍTULO 1
Qual a importância da Análise do Ciclo de Vida (ACV) 
e do eco design? ............................................................................9
CAPÍTULO 2
Formas de promover a ACV e eco design ................................51
CAPÍTULO 3
Gestão e Engenharia do Ciclo de Vida (GECV) .......................93
APRESENTAÇÃO
Durante séculos o homem vem fazendo uso dos recursos ambientais para 
seu sustento e, em troca, ele acaba devolvendo poluição e contaminação. Como 
consequências, tem-se enormes impactos ambientais negativos. Conforme 
ressalta Schwanke (2013), esse modelo, denominado sistema aberto, depende 
de um suprimento contínuo e inesgotável de matéria e energia que, depois de 
utilizada, é devolvida ao meio ambiente. Para que tal modelo possa ter sucesso, 
as seguintes premissas teriam de ser verdadeiras:
 
• Suprimento inesgotável de energia.
• Suprimento inesgotável de matéria.
• Capacidade infinita do meio de reciclar matéria e absorver energia.
No entanto, sabe-se que essas premissas não são verdadeiras e, 
diariamente, uma grande quantidade de resíduos é gerado ao redor de todo o 
mundo. Estimativas apontam que, em média, cada pessoa gera diariamente 1,2 
kg, o que totalizada 1,4 bilhão de toneladas de resíduos sólidos urbanos (RSU) 
anualmente em nível mundial (SENADO FEDERAL, 2014). 
O uso descontrolado de recursos naturais (animais, florestais, minerais, 
energéticos, dentre vários outros), faz com que haja uma super exploração, 
colocando em risco o Planeta Terra. Ou seja, atualmente o homem vem tirando 
recursos em uma velocidade muito superior ao que o ambiente consegue repor. 
Como exemplo, podemos citar as florestas ao redor de todo o mundo que vem 
perdendo espaço para o desenvolvimento econômico. 
Mesmo que ainda tenhamos um longo caminho a percorrer buscando o 
desenvolvimento mais sustentável, cada vez mais, as indústrias, empresas, 
governos e a população de modo geral, estão se conscientizando dos impactos 
ambientais causados pelas atividades humanas. Por diferentes razões, como 
pressões de órgãos reguladores, pressões por parte dos consumidores, pressões 
internacionais, maior conscientização ambiental, dentre outros, o setor produtivo 
vem gradativamente incorporando ações no sentido da utilização racional dos 
recursos naturais, promovendo a redução dos resíduos, redução de custos de 
fabricação e do controle dos impactos negativos ao meio ambiente, buscando 
dessa forma, promover um desenvolvimento mais sustentável. 
Existem distintas maneiras das empresas se tornarem mais sustentáveis 
e neste material não se tem o objetivo de esgotar as formas de promover a 
sustentabilidade, devido às particularidades de cada empresa, porém, apresentar 
formas e caminhos para tal. Um dos caminhos para promover um processo 
produtivo mais sustentável é através da implantação de um Sistema de Gestão 
Ambiental (SGA).
No Brasil, a gestão ambiental surgiu principalmente na década de 90. 
Inicialmente, grandes empresas e multinacionais começaram a implantar sistemas 
de gestão ambiental. No entanto, com o passar do tempo, a gestão começou a 
ser incorporada por médias e pequenas empresas, dos mais diferentes setores e 
áreas. 
De maneira resumida, um SGA visa avaliar e controlar os impactos ambientais 
decorrentes do processo produtivo, visando minimizar estes impactos. O conceito 
de SGA engloba desde atividades complexas, como substituir atuais fontes de 
energia não renováveis por renováveis; realizar o reaproveitamento de água 
em uma grande empresa mineradora, até atividades simples, como educar os 
colaboradores sobre a importância de separar corretamente os resíduos gerados. 
No SGA são analisados todos os setores e segmentos de uma determinada 
empresa, visando diminuir os impactos ambientais e reduzir ao máximo o 
desperdício. Para garantir tal façanha, é necessário, por exemplo, Avaliar o Ciclo 
de Vida (ACV) dos produtos, desde a compra da matéria-prima até o final de vida 
do produto. 
Outra forma de promover uma produção mais sustentável e que ao mesmo 
tempo pode estar englobada dentro de um SGA é o eco design, que tem como 
objetivo fazer uso de materiais renováveis na produção. O eco design é utilizado 
especialmente na etapa de concepção de novos produtos, visando à conformidade 
com princípios da sustentabilidade. Desta forma, uma das temáticas do eco 
design é promover a reciclagem e reaproveitamento dos materiais após o final de 
vida do produto. 
Este material está dividido em três capítulos, sendo que no Capítulo 1 serão 
apresentadas formas de implantar um Sistema de Gestão Ambiental e as normas 
regulamentadoras. Serão expostos conceitos sobre a avaliação do ciclo de vida 
de produtos, eco design e sua importância para promover a sustentabilidade.
No Capítulo 2 serão abordadas as formas, etapas e cuidados necessários 
para promover a Análise do Ciclo de Vida, desde a cadeia produtiva até a 
disposição final do produto. Visto que o mercado comprador está cada vez mais 
exigente, compreenderemos a relação do produto com a criação de um design 
mais sustentável (eco design). 
Por fim, no Capítulo 3, compreenderemos a importância da logística reversa 
para o correto funcionamento da Análise do Ciclo de Vida. O avanço tecnológico 
pode ser uma grande aliada das empresas para gerenciar seus resíduos sólidos, 
analisar o ciclo de vida de produtos e promover o eco design. Logo, a produção 
sustentável é uma garantia de sobrevivência das empresas. 
CAPÍTULO 1
Qual a importância da Análise 
do Ciclo de Vida (ACV) e do eco 
design?
A partir da perspectiva do saber-fazer, neste capítulo você terá os seguintes 
objetivos de aprendizagem:
• Analisar os impactos ambientais causados pela produção e geração de 
resíduos.
• Debater a importância da Gestão Ambiental e normas regulamentadoras.
• Apresentar a importância do ciclo de vida dos produtos em empresas.
• Explicar o que é eco design e sua importância para promover a sustentabilidade.
10
 Análise do Ciclo de Vida de produto e eco design
11
Qual a importância da Análise do Ciclo de Qual a importância da Análise do Ciclo de 
Vida (ACV) e do eco Vida (ACV) e do eco designdesign??
 Capítulo 1 
1 CONTEXTUALIZAÇÃO
Visto que a população mundial vem aumentando e, em contrapartida, os 
recursos ambientais vêm se esgotando, já que muitos não são renováveis, é 
fundamental que as empresas se preocupem com a sustentabilidade. O sistema 
econômico em que vivemos tem alterado progressivamente as relações entre 
os recursos materiais, energéticos e humanos. Simultaneamente, o impacto da 
produção industrialsobre o ecossistema aumenta de forma exponencial. 
A preocupação crescente dos impactos ambientais gerados pela provisão 
de bens e serviços à sociedade tem sido indutora do desenvolvimento de novas 
ferramentas e métodos que visam auxiliar na compreensão, controle e redução 
dos impactos ambientais. A Análise do Ciclo de Vida (ACV), uma dessas 
ferramentas, considera o impacto ambiental ao longo de todo o ciclo de vida do 
produto: desde a extração das matérias-primas necessárias à produção ao uso e 
à disposição final do produto.
A ACV é uma técnica para avaliação dos aspectos ambientais e dos impactos 
ambientais associados à produção de determinado produto. ACV encoraja as 
indústrias a, sistematicamente, considerarem as questões ambientais associadas 
aos sistemas de produção (insumos, matérias-primas, manufatura, distribuição, 
uso, disposição, reuso e reciclagem).
A ACV é uma das etapas que são realizadas dentro de um Sistema de Gestão 
Ambiental. Não há processo de produção de um bem sem haver geração de 
impactos ambientais negativos. Além da ACV, existem outras formas que buscam 
a redução dos impactos ambientais e, dessa forma, promover a sustentabilidade, 
como a produção mais limpa, eco eficiência e eco design.
Todas elas têm como enfoque principal promover boas práticas operacionais; 
substituição de materiais; mudanças na tecnologia; redução do consumo de 
recursos; redução dos impactos ambientais; melhoria do valor do produto ou 
serviço. Portanto, o foco principal deste capítulo está centrado na ACV e eco 
design, que são formas de suma importância para promover a análise dos 
impactos ambientais negativos dentro de uma organização/empresa, garantindo 
maior sustentabilidade do processo produtivo. 
12
 Análise do Ciclo de Vida de produto e eco design
Existe uma grande diferença entre impactos e aspectos 
ambientais. Os impactos ambientais estão vinculados com a 
degradação ambiental, sendo que esta ocorre, segundo o IBAMA 
(1990), quando se tem uma ou mais das seguintes situações:
• A vegetação nativa e a fauna nativa foram destruídas, removidas 
ou expulsas.
• Ocorre remoção da camada fértil do solo.
2 IMPACTOS AMBIENTAIS NA 
CADEIA PRODUTIVA
Todas as pessoas têm direito a um ambiente equilibrado e livre de 
contaminação. Conforme Barbosa (2014, p. 100)
O meio ambiente é tratado em nossa Constituição como um 
direito fundamental, como também um elemento integrante 
da própria ordem econômica. Os modelos de produção 
são baseados na livre iniciativa, na livre concorrência e na 
apropriação privada de bens, mas também devem observar o 
desenvolvimento sustentável. 
Barsano, Barbosa e Viana (2014) mencionam que o desenvolvimento 
tecnológico industrial, bem como a busca desenfreada de riquezas naturais e 
a falta de um planejamento de recuperação do meio ambiente acarretaram um 
grande apanhado de consequências negativas ao meio ambiente. Cada vez 
mais as autoridades e a população de modo geral vêm se preocupando com a 
questão ambiental, buscando empresas e produtos mais sustentáveis. De olho 
nesse cenário, as empresas estão buscando diminuir seus impactos ambientais, 
visando, além de melhorar sua imagem perante a sociedade, diminuir desperdícios 
e aumentar os lucros.
 
Quando falamos de impactos ambientais, estamos falando das alterações 
causadas no ambiente, devido às atividades humanas. Todas as atividades 
exercidas pelo homem ocasionam impactos ambientais, os quais podem ser 
positivos e/ou negativos. Contudo, na grande maioria dos casos, os impactos 
ambientais negativos prevalecem, como a geração de resíduos sólidos, emissões 
atmosféricas, impactos na fauna e na flora, lançamento de efluentes industriais 
em recursos hídricos, aumento/alteração no trânsito local, entre outros.
13
Qual a importância da Análise do Ciclo de Qual a importância da Análise do Ciclo de 
Vida (ACV) e do eco Vida (ACV) e do eco designdesign??
 Capítulo 1 
• Tem-se alterações na qualidade e regime de vazão do sistema 
hídrico.
Já o aspecto ambiental é definido como sendo o mecanismo 
através do qual uma ação humana causa um impacto ambiental, ou 
seja, as ações humanas causam efeitos ambientais, que por sua vez, 
produzem impactos ambientais. No quadro a seguir apresentamos 
de forma prática a diferença entre aspectos e impactos ambientais. 
QUADRO – DIFERENÇA ENTRE ASPECTO E IMPACTO AMBIENTAL
Atividade Aspecto ambiental Impacto ambiental
Lavagem de roupa Consumo de água Redução da disponibilidade hídrica
Lavagem de louça Lançamento de água com detergentes
Contaminação e eutrofização de 
mananciais
Transporte de carga Emissão de ruídos e au-mento do tráfego
Incômodo aos vizinhos, maior fre-
quência de congestionamentos e 
aumento da poluição atmosférica
Armazenamento de 
combustível Risco de vazamento
Contaminação do solo e água (su-
perficial ou subterrânea)
FONTE: Adaptado de Sánchez (2008)
Barbosa (2014, p. 53) descreve que:
Os impactos ambientais causados por setores produtivos 
são inúmeros, principalmente na área industrial de bens 
de consumo e matéria-prima. A degradação ambiental, a 
poluição e o uso insustentável dos recursos naturais podem 
desestabilizar o meio ambiente e trazer grandes danos à saúde 
pública e laboral; portanto, é necessário que se tenha uma 
metodologia específica, que permita a avaliação dos impactos 
negativos que possam causar e a implementação de impactos 
positivos que agreguem valores aos seus produtos, aos seus 
clientes e ao atendimento dos aspectos legais.
Chehebe (1997) menciona que todo o produto, não importa de que material 
seja feito (madeira, vidro, plástico, metal, vidro ou outro elemento), provoca um 
impacto no ambiente, seja em função do seu processo produtivo, das matérias-
primas que consome ou então devido ao seu uso ou disposição final.
14
 Análise do Ciclo de Vida de produto e eco design
Imagine a seguinte situação: Carlos, gestor ambiental, foi 
contratado por uma empresa de consultoria ambiental para atuar no 
assessoramento ambiental dentro de empresas. Em seu primeiro 
trabalho, o profissional precisa vistoriar uma oficina mecânica para 
o atendimento de condicionantes de licença ambiental. Ao chegar 
no local, Carlos depara-se com um ambiente de aspecto sujo, com 
manchas de óleo pelo piso, peças jogadas pelos cantos e tonel com 
óleo direto no piso. Além disso, constatou que os funcionários não 
possuíam os devidos equipamento de segurança (EPIs) e o dono do 
estabelecimento reclamava do processo, das exigências por parte do 
órgão ambiental e do baixo fluxo de clientes. 
Desta forma, Carlos propôs ao dono do estabelecimento uma 
mudança completa na oficina, baseada na limpeza do local, na 
renovação de pintura, na colocação de caixa de madeira para 
estocagem de peças com óleo, no treinamento e no acompanhamento 
dos funcionários. O objetivo foi obter mais qualidade de vida, atividade 
e um local adequado para a colocação do tonel, assegurando 
que essas ações, além de atenderem às exigências do órgão 
ambiental, fariam a oficina crescer economicamente. As mudanças 
foram feitas na oficina e, de fato, a clientela retornou ao local. 
Levando em consideração o desenvolvimento sustentável, 
por que você acha que Carlos teve êxito nesse processo? 
Promover o crescimento econômico e social é fundamental. Porém, o homem 
precisa encontrar maneiras de promover esse crescimento de forma sustentável, 
respeitando o ambiente. Logo, a avaliação de impactos ambientais é fundamental 
para garantir um ambiente mais saudável para as atuais e futuras gerações, 
analisando todos os impactos ambientais (principalmente os negativos) que uma 
determinada atividade ou serviço possa ocasionar.
15
Qual a importância da Análise do Ciclo de Qual a importância da Análise do Ciclo de 
Vida (ACV) e do eco Vida (ACV) e do eco designdesign??
 Capítulo 1 
3 GESTÃO AMBIENTAL: CONCEITOS 
E IMPORTÂNCIA
Em se tratando da definição de gestão ambiental,Rosa, Fraceto e Moschini-
Carlos (2012) descrevem que existe uma certa confusão sobre o significado 
do termo “Gestão Ambiental” e, da mesma forma, muitos autores têm atribuído 
a ele diferentes conceitos. Segundo Philippi, Roméro e Bruna (2004), a gestão 
ambiental consiste na análise e tomada de decisões, as quais analisam as 
diferentes variáveis ambientais de um sistema/empresa. Essa tomada de decisão 
consiste em escolher as melhores opções por parte dos líderes do sistema, 
buscando encontrar as melhores soluções para diminuir os impactos ambientais.
Existem alguns itens básicos que devem ser considerados na gestão 
ambiental. Veja quais são eles na figura a seguir. 
FIGURA 1 – PRINCÍPIOS DO SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL
FONTE: Adaptado de Dal Forno (2017)
Analisando a figura anterior, percebe-se que a implantação de um Sistema 
de Gestão Ambiental tem como objetivo central reduzir os impactos ambientais 
causados por determinada empresa, proporcionando uma produção mais 
sustentável. A gestão ambiental está relacionada a diferentes iniciativas, 
podendo ser aplicada em diferentes tipos de empresas (indiferentemente do 
16
 Análise do Ciclo de Vida de produto e eco design
ramo de atuação ou do seu porte), analisando os problemas ambientais que elas 
ocasionam. Segundo Barbieri (2004), qualquer proposta de gestão ambiental 
inclui, no mínimo, quatro dimensões:
1. Espacial: que se refere à/ao área/setor que a gestão ambiental será 
implantada. 
2. Temática: refere-se às questões ambientais que deverão ser analisadas 
na gestão ambiental. Como exemplos, podemos citar a geração de 
resíduos, emissões atmosféricas, efluentes industriais, redução de 
desperdício, dentre outros. 
3. Institucional: relativa aos agentes que tomaram as iniciativas de gestão, 
ou seja, quem será responsável por implantar, analisar e organizar as 
ações de gestão ambiental dentro da empresa. 
4. Filosófica: trata da visão de mundo e da relação entre o ser humano e a 
natureza.
Imagine a seguinte situação: uma empresa presta consultoria 
ambiental para empresas e, em determinado cliente, verificou a 
geração de grande quantidade de resíduos sólidos que poderiam 
ser reciclados em suas atividades diárias, porém, nada é feito. Caso 
você fosse o responsável pelo setor de meio ambiente da empresa, 
quais são os recursos disponíveis para solucionar o problema?
É importante mencionar que para a gestão ambiental deve analisar a 
estrutura organizacional da empresa, realizar atividades de planejamento, definir 
responsabilidades e práticas que serão implantadas e analisar os processos e 
recursos necessários para desenvolver a gestão ambiental. Aliado a isso, a 
empresa deverá traçar formas de implementar as melhorias na área ambiental, 
além de analisar criticamente todos os setores e processos da empresa (TINOCO; 
KRAEMER, 2011). 
Mas atenção, os Sistemas de Gestão Ambiental (SGA) não são obrigatórios, 
ou seja, não há legislações que obrigue uma empresa a desenvolver e implantar 
o SGA. Entretanto, cada vez mais, o comércio internacional vem estabelecendo 
(como condição de comercialização de produtos e serviços) a certificação formal 
dos fornecedores em gestão ambiental.
17
Qual a importância da Análise do Ciclo de Qual a importância da Análise do Ciclo de 
Vida (ACV) e do eco Vida (ACV) e do eco designdesign??
 Capítulo 1 
Qualquer empresa pode implantar uma SGA, sem 
necessariamente, seguir o padrão de normas regulamentadoras, 
como ISO, BS 7750 e Emas. Porém, as empresas que visam 
implantar um Sistema de Gestão Ambiental podem se basear 
nas normas ISO 14.000 (a mais comumente empregada), a qual 
apresenta ferramentas, diretrizes e critérios para obter resultados 
positivos. Com foco na discussão acerca da importância do Sistema 
de Gestão Ambiental, indicamos que assista às lições apresentadas 
no seguinte vídeo disponível em: <https://www.youtube.com/
watch?v=TBTyJNokg7k&t=387s>. 
Além de reduzir os impactos ambientais, existem outros benefícios que 
um SGA pode trazer para uma empresa? A resposta é sim e, segundo Tinoco 
e Kraemer (2011), os benefícios podem ser divididos em três categorias: 
economia de custos (redução do consumo de água, energia e outros insumos; 
reciclagem, venda e aproveitamento de resíduos e diminuição de efluentes; 
redução de multas e penalidades por poluição); incremento de receita (aumento 
da contribuição marginal de “produtos verdes”, que podem ser vendidos a preços 
mais altos; aumento da participação no mercado, devido à inovação dos produtos 
e à menor concorrência; linhas de novos produtos para novos mercados; aumento 
da demanda para produtos que contribuam para a diminuição da poluição); e 
benefícios estratégicos (melhoria da imagem institucional; renovação da carteira 
de produtos; aumento da produtividade; alto comprometimento do pessoal; 
melhoria nas relações de trabalho; melhoria da criatividade para novos desafios; 
melhoria das relações com os órgãos governamentais, comunidade e grupos 
ambientalistas; acesso assegurado ao mercado externo; melhor adequação aos 
padrões ambientais.
Para implantar um SGA, deve-se identificar todos os aspectos pertinentes 
a atividades, produtos e serviços da empresa em questão e os impactos 
significativos que a empresa poderá provocar no meio ambiente. Para isso, é 
necessário analisar as legislação e outros instrumentos legais e normativos em 
vigor; os aspectos ambientais; a análise das práticas e procedimentos de gestão 
ambiental já realizados pela empresa; e avaliar os incidentes/acidentes prévios 
(JABBOUR; JABBOUR, 2013). Basicamente, gestão ambiental refere-se às 
atividades relacionadas ao ambiente e que determinarão a política ambiental, 
juntamente com os objetivos traçados pela empresa e suas responsabilidades 
(SHIGUNOV NETO; CAMPOS; SHIGUNOV, 2009).
18
 Análise do Ciclo de Vida de produto e eco design
3.1 IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA 
DE GESTÃO AMBIENTAL (SGA)
As empresas estão cada vez mais preocupadas em reduzir custos, melhorar 
os processos, diminuir desperdícios, estar adequadas às normativas e passar para 
a sociedade uma imagem de respeito ao meio ambiente. Para isso, é fundamental 
que as empresas invistam no Sistema de Gestão Ambiental (SGA), que tem 
como objetivo a formalização dos procedimentos operacionais, realizando um 
monitoramento constante e incentivando melhorias continuamente. A norma ISO 
14.000 apresenta caminhos, direções e objetivos que o SGA deve seguir.
A ISO 14.000 é constituída por um grupo de 28 normas para a padronização 
na gestão ambiental (TIBOR; FELDMAN, 1996; SCHWANKE, 2013). No quadro 
a seguir apresentamos um pequeno resumo das famílias de normas NBR ISO 
14.000.
QUADRO 1 – PRINCIPAIS NORMAS DA SÉRIE ISO 14.000
ISO 14001 – Sistema de Gestão Am-
biental (SGA) – Especificações para 
implantação e guia
ISO 14023 – Rotulagem Ambiental – Testes e 
Metodologias de Verificação
ISO 14004 – Sistema de Gestão Am-
biental – Diretrizes Gerais
ISO 14024 – Rotulagem Ambiental – Guia 
para Certificação com Base em Análise Mul-
ticriterial
ISO 14010 – Guias para Auditoria Ambi-
ental – Diretrizes Gerais
ISO 14031 – Avaliação da Performance Am-
biental
ISO 14011 – Diretrizes para Auditoria 
Ambiental e Procedimentos para Audito-
rias
ISO 14032 – Avaliação da Performance Ambi-
ental dos Sistemas de Operadores
ISO 14012 – Diretrizes para Auditoria 
Ambiental – Critérios de Qualificação
ISO 14040 – Análise do Ciclo de Vida – 
Princípios Gerais
ISO 14020 – Rotulagem Ambiental – 
Princípios Básicos
ISO 14041 – Análise do Ciclo de Vida – In-
ventário
ISO 14021 – Rotulagem Ambiental – Ter-
mos e Definições
ISO 14042 – Análise do Ciclo de Vida – 
Análise dos Impactos
ISO 14022 – Rotulagem Ambiental – 
Simbologia para Rótulos
ISO 14043 – Análise do Ciclo de Vida – Mi-
gração dos Impactos
FONTE: Adaptado de Dias (2019)
Para pôr em prática as medidas de correção dos impactos ambientais, 
é fundamental que as empresas (por meioda alta direção) criem uma política 
ambiental e que ela seja colocada em prática por intermédio do Sistema de 
Gestão Ambiental (BATALHA et al., 2008).
19
Qual a importância da Análise do Ciclo de Qual a importância da Análise do Ciclo de 
Vida (ACV) e do eco Vida (ACV) e do eco designdesign??
 Capítulo 1 
A elaboração de um SGA envolve, pelo menos, cinco etapas básicas que são 
apresentadas e descritas na NBR ISO 14.001 (ABNT, 2004b): política ambiental; 
planejamento; implementação e operação; verificação e ação corretiva; e 
análise crítica.
Em face da importância de esclarecer como implantar um 
sistema de gestão ambiental em uma empresa, indicamos que 
assista ao seguinte vídeo no YouTube: https://www.youtube.com/
watch?v=PHFLHWeDlIE.
Em relação à política ambiental, é fundamental que ela seja “mantida como 
informação documentada; ser comunicada na organização e estar disponível para 
as partes interessadas” (ABNTa, 2004). Mas o que seria exatamente a política 
ambiental? Os líderes da empresa (no caso a Alta Direção: diretores, gerentes, 
engenheiros, administradores, dentre outros) devem: identificar a escala e os 
impactos ambientais das atividades, produtos e serviços realizados pela empresa; 
criar objetivos ambientais, ou seja, o que a empresa busca atender e quais os 
padrões máximos; estar comprometido em realizar ações que visam proteger o 
meio ambiente. 
Ou seja, a política ambiental visa realizar uma análise ambiental da empresa, 
analisando todo o processo produtivo, setores/áreas, transporte, logística, 
fornecedores, dentre outros, buscando identificar impactos ambientais negativos e 
formas de evitá-los/minimizá-los, sempre em uma tentativa de melhoria contínua. 
Somente com a implantação da política ambiental, em que são analisados todos 
os setores da empresa e todos os impactos ambientais causados, é possível 
encontrar formas/maneiras de diminuir ou, até mesmo, eliminá-los.
 
Em relação à etapa de planejamento, deve-se identificar todos os aspectos 
ambientais e avaliar seu impacto no meio ambiente (confira o quadro intitulado 
Diferença entre aspecto e impacto ambiental no qual apresentamos a diferença 
entre aspecto e impacto ambiental). Muitas vezes, para poder minimizar ou 
eliminar determinado impacto ambiental, é necessário providenciar os meios 
humanos, tecnológicos e financeiros para a implementação e o controle do 
sistema (TINOCO; KRAEMER, 2011).
20
 Análise do Ciclo de Vida de produto e eco design
Uma ferramenta muito utilizada por empresas para implantação 
de um SGA é o ciclo PDCA (sigla para Plan, Do, Check, Action – 
planejar, executar, verificar, atuar). Essa é uma ferramenta de 
gestão, representando o caminho a ser seguido para que as metas 
estabelecidas possam ser atingidas. Para saber mais sobre essa 
importante ferramenta de gestão, leia o Capítulo 3 da obra intitulada 
Métodos PDCA e DMAIC e suas ferramentas analíticas, de autoria 
de Cristina Werkema, 2012. 
Por exemplo, imagine que determinada empresa vise investir no reuso de 
água para fins menos nobres (irrigação, lavagem de veículos, limpeza de piso). 
Logo, provavelmente haverá necessidade de realizar alteração no sistema 
de tratamento de efluentes. Isso acarretará custos financeiros, mão de obra 
especializada e treinada, alterações no sistema hidráulico da empresa (deve ser 
identificado que a água de reuso é apenas para fins de limpeza/irrigação e não 
deverá ser consumida), dentre outros. Logo, é essencial realizar um planejamento 
prévio, elaborando um orçamento, analisado as finanças da empresa, o tempo de 
retorno do investimento, treinar colaboradores, dentre outras ações. 
Na fase de implementação e operação, coloca-se em prática as ações que 
foram traçadas na política ambiental e planejamento. Nessa fase, colaboradores 
devem ser treinados/educados, tecnologias mais limpas devem ser adotadas, 
dentre outros. É fundamental que os responsáveis de cada setor/área coloquem 
em prática as ações que visam reduzir os impactos ambientais. 
Na etapa de verificação e ações corretivas, a empresa deve definir, 
estabelecer e manter procedimentos de controle e medida das características 
chaves de seus processos, que possam ter impacto sobre o ambiente. Ao 
mesmo tempo, a responsabilidade pela análise de não conformidades e pela 
implementação de ações corretivas e preventivas deve estar devidamente 
documentada, assim como todas as alterações daí resultantes. Todos os registros 
ambientais, incluindo os respeitantes às formações e auditorias, devem estar 
identificáveis e acessíveis (TINOCO; KRAEMER, 2011).
Por fim, tem-se a fase de análise crítica, na qual a alta direção reverá o SGA e 
avaliará a adequabilidade e eficácia dele. A análise crítica deve ser documentada 
em um processo que deverá ser devidamente documentado. Cabe mencionar 
que o SGA é cíclico e não quer dizer que a política ambiental da empresa não 
possa ser alterada. Com o tempo, novas legislações surgem, novas tecnologias 
são lançadas no mercado, modificações externas podem ocorrer etc., sendo 
essencial atualizar a política ambiental.
21
Qual a importância da Análise do Ciclo de Qual a importância da Análise do Ciclo de 
Vida (ACV) e do eco Vida (ACV) e do eco designdesign??
 Capítulo 1 
3.2 PRINCÍPIOS DA GESTÃO 
AMBIENTAL
A gestão ambiental baseia-se em diferentes princípios. Quando falamos de 
princípios em SGA, estamos falando dos itens básicos que devem ser abordados 
nesses sistemas. De modo geral, o SGA busca promover a sustentabilidade. 
Contudo, para um empreendimento ou empresa ser considerado sustentável, 
este deve levar em conta as cinco dimensões de sustentabilidade, as quais são 
descritas por Campos (2001, p. 33) da seguinte maneira:
● Sustentabilidade social: que se entende como a criação 
de um processo de desenvolvimento sustentado por uma 
civilização com maior equidade na distribuição de renda e de 
bens, de modo a reduzir o abismo entre os padrões de vida dos 
ricos e dos pobres.
● Sustentabilidade econômica: que deve ser alcançada através 
do gerenciamento e alocação mais eficientes dos recursos e 
de um fluxo constante de investimentos públicos e privados.
● Sustentabilidade ecológica: que pode ser alcançada através 
do aumento da capacidade de utilização dos recursos, limitação 
do consumo de combustíveis fósseis e de outros recursos e 
produtos que são facilmente esgotáveis, redução da geração 
de resíduos e de poluição, através da conservação de energia, 
de recursos e da reciclagem.
● Sustentabilidade espacial: que deve ser dirigida para a 
obtenção de uma configuração rural–urbana mais equilibrada e 
uma melhor distribuição territorial dos assentamentos humanos 
e das atividades econômicas.
● Sustentabilidade cultural: incluindo a procura por raízes 
endógenas de processos de modernização e de sistemas 
agrícolas integrados, que facilitem a geração de soluções 
específicas para o local, o ecossistema, a cultura e a área.
Para cada uma dessas formas de sustentabilidade, deve-se levar em 
consideração alguns princípios, os quais são fundamentais para que a gestão 
ambiental na empresa possa ser implantada de forma eficaz. Acompanhe no 
quadro a seguir os dezesseis princípios básicos que regem a gestão ambiental.
 
QUADRO 2 – PRINCÍPIOS PARA PROMOVER A GESTÃO AMBIENTAL
Princípios da gestão ambiental
1 – Prioridade corporativa 9 – Pesquisa
2 – Gestão integrada 10 – Princípio da Precaução
3 – Melhoria do processo 11 – Fornecedores e Contratadas
4 – Educação e treinamento 12 – Preparação e Atendimento a 
Emergências
5 – Avaliação Prévia 13 – Transferência de Tecnologia
6 – Foco nos Produtos e Serviços 14 – Contribuição para o Esforço Comum
7 – Informação ao Consumidor 15 – Abertura às Precauções
8 – Instalações e Operações 16 – Conformidade e Divulgação
FONTE: Adaptado de Donaire e Oliveira (2018)
22
 Análise do Ciclo de Vida de produto e eco design
Os princípios apresentados no quadro anteriortêm como objetivo central 
diminuir os impactos ambientais causados pela empresa. Vejamos a seguir a 
definição de cada um desses princípios.
1. Prioridade corporativa: não basta apenas ter a intenção de investir em um 
sistema de gestão ambiental, é fundamental também implantar a gestão 
ambiental. Para isso, a empresa deve criar uma política ambiental, 
traçando objetivos, metas, analisando resultados etc., sempre buscando 
uma melhora contínua. 
2. Gestão integrada: a gestão ambiental deve ser aplicada, 
preferencialmente, em todos os setores da empresa, visando diminuir/
eliminar o desperdício e realizar uma melhora dos insumos/matéria-
prima. 
3. Melhora do processo: cada setor/área da empresa deve ser analisada 
de forma isolada, a fim de melhorar o processo produtivo. Isso porque 
os diferentes setores podem apresentar particularidades e, dessa 
forma, deve-se analisar o processo de produção de cada setor e, caso 
necessário, realizar melhorias neles. 
4. Educação e treinamento: é fundamental que a empresa realize 
treinamentos e informe todos os colaboradores sobre os objetivos e 
metas traçados na política ambiental. Muitas vezes são necessários 
treinamentos específicos em determinado setor/área. 
5. Avaliação prévia: é necessário avaliar a atual situação da empresa, 
analisando os impactos ambientais que ela ocasiona, quais são os 
setores/áreas mais críticas, locais mais propícios a sinistros etc. 
6. Foco nos produtos e serviços: a empresa deve avaliar os produtos e/
ou serviços destinados ao mercado. Para isso, deve-se avaliar o tipo 
de embalagem, processo produtivo, riscos ao consumidor etc., sempre 
buscando melhorá-los.
7. Informação ao consumidor: uma empresa preocupada com o meio 
ambiente melhora sua imagem perante a sociedade/mercado, logo, 
a empresa deve investir no marketing verde. É importante informar ao 
cliente/consumidor quais são as atividades realizadas pela empresa, 
visando diminuir os impactos ambientais. 
8. Instalações e operações: muitas vezes, a fim de melhorar o processo 
produtivo, as empresas devem investir em melhorias nas instalações e 
no próprio processo produtivo. Para isso, a empresa deve levantar os 
custos necessários para garantir uma gestão ambiental eficaz. 
9. Pesquisa: a empresa deve constantemente realizar uma análise crítica 
dos processos produtivos, instalações, produtos, setores etc. Para isso, 
é importante estar atento às novidades que surgem no mercado, seja em 
relação à tecnologia, a produtos, legislações etc.
23
Qual a importância da Análise do Ciclo de Qual a importância da Análise do Ciclo de 
Vida (ACV) e do eco Vida (ACV) e do eco designdesign??
 Capítulo 1 
10. Princípios da precaução: nenhuma empresa está livre de sofrer algum 
tipo de sinistro/acidente, porém, é fundamental investir em formas/
tecnologias para evita-los. É importante criar um Plano de Gerenciamento 
de Riscos, no qual são apresentados os riscos relacionados a cada 
setor/área e formas de precavê-los. 
11. Fornecedores e contratadas: é importante que as empresas terceirizadas, 
as quais realizam ou fornecem algum tipo de serviço/produto/matéria-
prima, também tenham uma preocupação com o meio ambiente, 
respeitando legislações ambientais em vigor e, se possível, implantando 
um sistema de gestão ambiental. 
12. Preparação e Atendimento a Emergências: é fundamental saber quem 
são os responsáveis por cada setor/área da empresa que devem ser 
avisados, caso ocorra algum tipo de emergência. Além disso, deve-se 
saber os procedimentos padrões para evitar que o acidente se alastre. 
Para isso, recomenda-se que sejam realizados treinamentos entre os 
colaboradores, para prepará-los para casos de acidentes. 
13. Transferência de Tecnologia: em muitos casos, além de investir em 
melhorias nas instalações e operações, as empresas necessitam investir 
em novas tecnologias, seja para otimizar o processo produtivo, reduzir 
desperdício, melhorar o uso de matéria-prima ou até mesmo reduzir 
custos. 
14. Contribuição para o Esforço Comum: todos os colaboradores devem 
estar cientes da política ambiental traçada pela empresa e devem 
trabalhar juntos para que os objetivos e metas sejam alcançados. 
15. Abertura às Precauções: a empresa precisa querer melhorar suas 
atividades e estar ciente que, em muitos casos, é necessário investir 
financeiramente para obter melhores resultados.
16. Conformidade e Divulgação: a implantação de um sistema de gestão 
ambiental é cíclico, ou seja, de tempos em tempo, deve-se analisar se 
realmente os objetivos e metas estão sendo atendidos, se os setores/
áreas estão operando de acordo com a política ambiental traçada etc. 
Caso seja verificada alguma não conformidade, medidas devem ser 
tomadas. 
Donaire e Oliveira (2018) apresentam alguns passos básicos que as 
empresas devem seguir, a fim de obter a excelência ambiental:
1. Desenvolver e publicar uma política ambiental (conforme já mencionado 
anteriormente).
2. Estabelecer metas e continuar a avaliar os ganhos.
3. Definir claramente as responsabilidades ambientais de cada uma das 
áreas e de cada um dos colaboradores.
4. Divulgar interna e externamente a política, os objetivos e as metas e 
responsabilidades.
24
 Análise do Ciclo de Vida de produto e eco design
5. Obter recursos adequados.
6. Educar e treinar o pessoal/funcionários e informar os consumidores e a 
comunidade.
7. Acompanhar a situação ambiental da empresa e fazer auditorias e 
relatórios.
8. Acompanhar a evolução da discussão sobre a questão ambiental.
9. Contribuir para os programas ambientais da comunidade e investir em 
pesquisa e desenvolvimento aplicados à área ambiental.
10. Ajudar a conciliar os diferentes interesses existentes entre todos os 
envolvidos: empresa, consumidores, comunidade, acionistas etc.
Logo, a implantação de um SGA visa diminuir os impactos ambientais 
causados pelo processo produtivo de uma empresa, garantindo maior 
sustentabilidade. Não existe uma “receita de bola” que possa ser adotada em 
todas as empresas, visto que, uma determinada ação/atividade pode ser eficaz 
em determinada empresa, mas não necessariamente será eficiente em outra. 
Cada empresa apresenta suas próprias particularidades, sendo necessário 
analisar o processo produtivo, instalações, capital financeiro, objetivos e metas, 
dentre outros e, somente então, traçar uma política ambiental. As empresas que 
tenham interesse em implantar um SGA podem fazer uso da própria mão de 
obra e conhecimento interno da empresa (caso seja possível), ou então contratar 
empresas e profissionais especializados em SGA. 
 
4 ANÁLISE DO CICLO DE VIDA (ACV) 
DE PRODUTOS
Em média, cada pessoa gera, diariamente, cerca de 800g a 1kg de “lixo”, 
totalizando, mundialmente, 1,4 bilhão de toneladas (estimativa) de Resíduos 
Sólidos Urbanos (RSU) anualmente. Cabe mencionar que desta quantidade de 
resíduos, a metade é oriunda dos 30 países mais ricos do mundo (SENADO 
FEDERAL, 2021). 
Mas, se os números já parecem assustadores, estima-se que a quantidade 
de resíduos (indiferentemente do tipo de resíduo) tende a aumentar nos próximos 
anos, podendo chegar a 2,2 bilhões de toneladas em 2030. Se a humanidade não 
mudar seus hábitos, essa quantidade poderá chegar a 4 bilhões de toneladas em 
2050 (SENADO FEDERAL, 2021). 
25
Qual a importância da Análise do Ciclo de Qual a importância da Análise do Ciclo de 
Vida (ACV) e do eco Vida (ACV) e do eco designdesign??
 Capítulo 1 
É essencial realizar a gestão dos resíduos sólidos, que consiste 
em um conjunto de ações que direta ou indiretamente resolvem (ou 
então minimizam) o problema dos resíduos sólidos. Esse processo 
envolve coleta, transporte, transbordo, tratamento e destinação final 
dos rejeitos (BECHARA et al., 2013). Porém, não podemos confundir 
as expressões rejeitos e resíduos.
• Resíduo: todo material que apresenta potencial de reciclagem, reuso 
ou reaproveitamento. Estes materiais devem serencaminhados para 
centrais de reciclagem e beneficiamento. 
• Rejeitos (popularmente denominado de “lixo”): material que não pode 
ser reciclado/reaproveitado. Estes materias devem ser encaminhados 
para locais apropriados, como os aterros sanitários ou incineradores, 
dependo da classificação de periculosidade. 
Mas como é possível reduzir a quantidade de resíduos? Uma das maneiras 
é através da Análise do Ciclo de Vida (ACV) dos produtos. Conforme ACV Brasil 
(2021, p. 21), essa é uma “técnica que estuda os aspectos ambientais e os 
impactos potenciais (positivos e negativos) ao longo da vida de um produto ou 
serviço, desde a extração da matéria-prima até a destinação final”. 
Mihelcic et al. (2018) mencionam que a ACV deve levar em conta: o 
desempenho ambiental de um produto; processo ou sistema; aquisição 
de matérias-primas até o refino desses materiais; a manufatura; e o uso e 
gerenciamento quando o produto chega ao fim de vida. Para uma melhor 
compreensão, na figura a seguir, apresentamos um exemplo prático, indicando 
os estágios comuns do ciclo de vida de um celular, desde sua produção até seu 
final de vida. Os materiais que não podem ser reciclados, remanufaturados e 
reutilizados, devem ser encaminhados para disposição final. É importante investir 
no reuso dos materiais, pois dessa forma, menos recursos naturais são extraídos 
da natureza, diminuindo os impactos ambientais. 
26
 Análise do Ciclo de Vida de produto e eco design
FIGURA 2 – ESTÁGIOS COMUNS DO CICLO DE VIDA DE UM APARELHO CELULAR
FONTE: Mihelic et al. (2018, p. 11)
Chehebe (1997) descreve que a ACV é uma técnica que visa à avaliação 
dos aspectos e dos impactos potenciais associados a um determinado produto, 
compreendendo etapas que vão desde a retirada da natureza das matérias-
primas elementares que entram no sistema produtivo, até a disposição do produto 
final. Logo, a ACV é a parte da gestão ambiental que avalia produtos e processos. 
A partir da ACV é possível identificar e evitar falhas na questão ambiental e, 
assim, encontrar soluções que buscam minimizá-las ou eliminá-las, assim como 
eventuais impactos ambientais, até mesmo diminuir a quantidade de materiais/
rejeitos gerados. A ACV envolve distintas etapas, como do redesenho dos 
processos, treinamento de colaboradores, otimização dos recursos e matérias-
primas utilizados na produção e uso de tecnologias mais eficientes (ALVES, 
2016).
Manzini e Vezzoli (2002) mencionam que a análise do ciclo de vida de produtos 
deve levar em consideração o design dos produtos. É fundamental promover um 
eco design (assunto que será discutido logo a seguir) na ACV, visando diminuir os 
impactos ambientais. Conforme a ABNT NBR ISO 14040 (2009), existem alguns 
estágios básicos que envolvem a análise do ciclo de vida, sendo eles: a extração 
de matéria-prima; o transporte até a fábrica; a transformação da matéria-prima; 
o transporte ao centro de consumo; a utilização do componente; manutenção; e 
reuso/reciclagem/descarte. Na figura a seguir apresentamos as fases do ciclo de 
vida dos produtos.
27
Qual a importância da Análise do Ciclo de Qual a importância da Análise do Ciclo de 
Vida (ACV) e do eco Vida (ACV) e do eco designdesign??
 Capítulo 1 
FIGURA 3 – ESTRATÉGIAS E FASES DO CICLO DE VIDA
FONTE: Manzini e Vezzoli (2002, p. 106)
Manzini e Vezzoli (2002) apresentam as fases necessárias para uma correta 
análise do ciclo de vida de um determinado produto:
• Pré-produção: está relacionada à etapa de obtenção da matéria-prima, 
dos recursos necessários para confecção/construção de determinado 
produto, do transporte dos recursos e da transformação dos recursos em 
materiais e energia. Ou seja, nessa fase a ACV deve analisar a fonte 
dos recursos necessários, buscando preferencialmente utilizar materiais 
renováveis e recicláveis. 
• Produção: está relaciona à toda a etapa de transformação dos materiais, 
dos processos de montagem e do acabamento. É importante investir em 
processos produtivos mais sustentáveis e limpos. 
• Distribuição: momento da embalagem do produto, do seu transporte 
e, em alguns casos, do armazenamento. É importante investir em uma 
logística de distribuição eficaz, visando promover a redução de custos no 
transporte. 
28
 Análise do Ciclo de Vida de produto e eco design
• Uso: período de uso ou consumo do produto por meio dos consumidores, 
que podem necessitar de manutenção, reparo ou substituição de partes. 
Como exemplo prático, podemos citar os veículos, em que, de tempos 
em tempos, é necessário realizar manutenções, muitas vezes havendo 
necessidade de trocar peças. 
• Descarte: etapa em que o produto ou suas partes podem ser 
reaproveitados, reciclados ou descartados. Apenas os materiais que não 
podem ser reciclados/reaproveitados (rejeitos) devem ser encaminhados 
para aterros sanitários, incineradores, dentre outras formas de disposição 
final.
Para uma ACV eficaz, é imprescindível respeitar algumas regras e 
tomar alguns cuidados, tais como: minimização e redução dos recursos e 
energia utilizados. Essa estratégia está voltada para todas as fases do ciclo 
de vida; seleção de processos, materiais e fontes de energia com maior eco-
compatibilidade; otimização da vida dos produtos, ou seja, projetar produtos 
que durem mais tempo, reduzindo a distribuição e o descarte; extensão da vida 
dos materiais que compõem o produto, valorizando e promovendo o reuso e 
reaproveitamento após o descarte; facilidade de desmontagem e separação das 
partes do produto, auxiliando o reuso após o descarte.
Infelizmente, nem sempre é possível minimizar os impactos ambientais 
negativos diretamente na “fonte”, logo, Alves (2016) menciona que é necessário 
investir em tratamentos e destinação adequada dos resíduos sólidos ou efluentes, 
o chamado controle de “fim de tudo”, uma vez que não há uma preocupação 
em realizar o reuso e reciclagem de materiais, bem como, reduzir os impactos 
ambientais. Logo, essa ação contrasta com a “produção mais limpa (P+L), que 
visa reutilizar ao máximo os materiais, diminuindo a extração/retirada deles da 
natureza. Para um melhor entendimento, acompanhe o quadro a seguir, que 
apresenta a diferença entre as técnicas de “fim de tudo” e “produção mais limpa”.
QUADRO 3 – PRINCIPAIS DIFERENÇAS ENTRE AS TÉCNICAS 
DE “FIM DE TUDO” E A “PRODUÇÃO MAIS LIMPA”
Característica Técnicas de “fim de tudo” “Produção mais limpa”
Abordagem peculiar Reação Ação
Resíduos, efluentes e 
emissões
Controlados por meio de eq-
uipamentos de tratamento.
Ocorre a prevenção di-
reta na fonte. Evita-se o 
uso de matérias-primas 
potencialmente tóxicas.
Matérias-primas, água e 
energia
Não se preocupa com o seu 
uso eficiente.
Promove o seu uso efici-
ente.
29
Qual a importância da Análise do Ciclo de Qual a importância da Análise do Ciclo de 
Vida (ACV) e do eco Vida (ACV) e do eco designdesign??
 Capítulo 1 
Um restaurante gera diariamente cerca de 50kg de resíduo 
orgânico. Atualmente o proprietário destina esse material para a 
coleta seletiva municipal, sendo o material destinado para o aterro 
sanitário municipal. Um determinado dia, o proprietário pediu ao 
fornecedor de legumes e hortaliças se ele não poderia recolher esse 
material, a fim de utilizar como adubo nas culturas agrícolas. 
Em relação a essa atitude, ela pode ser considerada como 
uma forma de análise do ciclo de vida do produto?
Problemas ambientais São resolvidos com o auxílio 
da tecnologia disponível.
Todos na organização 
são responsáveis por 
sua solução, indepen-
dentemente do nível hi-
erárquico ou cargo que 
ocupa.
Etapa em que ocorre a 
proteção ambiental
Atua após o desenvolvimen-
to de processos e produtos.
Atua como parte inte-
grante da formulação dos 
processos produtivos e 
do desenvolvimento dos 
produtos.
Característica da 
proteção ambiental
Assunto para especialistas 
em meio ambiente.
Assunto e tarefa de to-
dos na empresa
Custos Acarretacustos adicionais 
para as empresas
Ajuda a reduzir custos, 
pois alia aspecto ambi-
ental ao econômico
FONTE: Adaptado de SENAI (2003 apud ALVES, 2016, p. 103)
O professor Aldo Roberto Ometto, da Engenharia da Produção 
da USP de São Carlos, fala sobre a avaliação do ciclo de vida e como 
esta técnica pode suportar a eco inovação por meio da engenharia e 
gestão do ciclo de vida. Logo, indicamos que você assista às lições 
apresentadas no vídeo do YouTube, disponível em: <https://www.
youtube.com/watch?v=LSR6w14aWVE>.
30
 Análise do Ciclo de Vida de produto e eco design
A ACV ajuda ainda na identificar oportunidades de melhoramento 
dos aspectos ambientais considerando as várias fases de um sistema 
de produção (ex.: produção, uso, disposição etc.); na tomada de 
decisão, por exemplo, no estabelecimento de prioridades ou durante 
o projeto de produtos e processos, podendo levar à conclusão de 
que a questão ambiental mais importante para uma determinada 
empresa pode estar relacionada ao uso de seu produto e não as suas 
matérias-primas ou ao processo produtivo; como parte do processo 
para avaliar a seleção de componentes feitos de diferentes materiais; 
na avaliação de performance ambiental (ex.: indicadores associados 
aos produtos).
FONTE: Adaptado de Chehebe (1997, p. 13-14).
Compreender e analisar os impactos ambientais nas empresas nem sempre 
é uma decisão fácil. Requer toda uma avaliação completa do ciclo de vida dos 
produtos envolvidos que pode ir da análise das matérias-primas consumidas, aos 
sistemas de produção e transporte e à própria utilização do produto estudado 
(CHEHEBE, 1997). No exemplo citado anteriormente, o proprietário voltou sua 
atenção apenas para um aspecto parcial do problema, no caso o uso das toalhas 
de papel. Ao buscar outras alternativas, o proprietário foi obrigado a estender sua 
análise para fora dos limites de sua empresa.
4.1 VANTAGENS DA ACV
A ABNT NBR ISO 14.040/2009, norma que trata da avaliação do ciclo de 
vida de produtos e apresenta as vantagens que as instituições/empreendimentos 
possuem ao implantarem a ACV:
Identificação de oportunidades para a melhoria do 
desempenho ambiental de produtos em diversos pontos de 
seus ciclos de vida; o nível de informação dos tomadores de 
decisão na indústria e nas organizações governamentais ou 
não governamentais (visando, por exemplo, ao planejamento 
estratégico, à definição de prioridades ou ao projeto ou 
reprojeto de produtos ou processos), a seleção de indicadores 
de desempenho ambiental relevantes, incluindo técnicas de 
medição, e o marketing (por exemplo, na implementação de 
um esquema de rotulagem ambiental, na apresentação de uma 
reivindicação ambiental ou na elaboração de uma declaração 
ambiental de produto) (ABNT, 2009, p. 6).
31
Qual a importância da Análise do Ciclo de Qual a importância da Análise do Ciclo de 
Vida (ACV) e do eco Vida (ACV) e do eco designdesign??
 Capítulo 1 
No quadro a seguir, apresentamos alguns exemplos de onde a análise do 
ciclo de vida de produtos pode ser adotada dentre de uma empresa e as formas 
de desenvolver melhorias.
QUADRO 4 – EXEMPLOS DE SETORES/ÁREAS QUE PODEM 
ADOTAR A ACV E EVENTUAIS MELHORIAS
Projeto de produtos O projeto para desenvolver determinado produto deve 
levar em consideração as implicações ambientais dos 
diversos estágios do ciclo e vida. Essa análise do ci-
clo de vida pode ser usada para dar apoio a decisões 
que digam respeito à composição de um componente 
específico do projeto.
Energia A análise do ciclo de vida pode ser utilizada para 
avaliar o perfil ambiental de suas operações não ger-
adoras de energia, incluindo consumo de materiais e 
manutenção. 
Produção de materiais A análise do ciclo de vida pode servir para orientar 
ações futuras da empresa e obter uma avaliação de 
performance em relação, por exemplo, a indicadores 
internacionais. 
Compra de materiais A análise do ciclo de vida pode ser útil para decidir 
quais matérias-primas comprar, visando gerar menos 
impactos ambientais. 
Manufatura Os fornecedores podem fornecer aos consumidores 
perfis ambientais dos produtos finais baseados nos 
dados de suas próprias atividades, seus materiais e 
uso de energia, visando influenciar os consumidores 
de seus produtos. 
Transporte A análise do ciclo de vida permite analisar o perfil 
ambiental de operações de transporte. Além disso, 
é possível prever o reuso ou reciclagem de embal-
agens. 
FONTE: Chehebe (1997, p. 17)
4.2 PRODUÇÃO MAIS LIMPA (P+L)
De modo geral, a produção mais limpa (P+L) consiste em realizar ajustes 
no processo produtivo, a fim de reduzir a emissão e geração de resíduos sólidos. 
Nascimento, Lemos e Mello (2008) mencionam que esses ajustes podem ser 
pequenas reparações na situação atual da planta empresarial, compra de 
novas tecnologias (simples ou complexas) ou então, na troca de todo o sistema 
32
 Análise do Ciclo de Vida de produto e eco design
As mudanças nos processos de fabricação devem objetivar a 
redução de todo tipo de perda durante a etapa de produção. Isso é 
possível ser realizado através de: 
• Boas práticas operacionais: envolvem atividades de 
planejamento e controle da produção, gestão de estoques, 
organização do local de trabalho, limpeza, manutenção de 
equipamentos, estudos destinados a evitar acidentes de trabalho, 
coleta e separação de resíduos, padronização de atividades, 
elaboração e atualização de manuais e fichas técnicas, 
treinamento de pessoal, entre outros.
de produção. Essa escolha vai depender de empresa para empresa, sendo 
necessário avaliar a produção de cada empresa de forma isolada. 
A P+L ao longo do tempo teve sua evolução para PCS (Produção 
e Consumo Sustentável) que inclui também o conceito de produção 
de baixo carbono. No vídeo disponível em: < https://www.youtube.
com/watch?v=egchEt18ma8>, são apresentados alguns pontos que 
devem ser respeitados na P + L. 
Hansen et al. (2000, p. 42) mencionam que a P + L é “a aplicação contínua 
de uma estratégia ambiental integrada, preventiva e aplicada a processos, 
produtos e serviços para aumentar a eficiência global e reduzir os riscos para 
os seres humanos e o meio ambiente”. Boyle (1999) menciona que a P+L tem 
como objetivo reduzir desperdícios, respeitar normas/legislações ambientais e 
promover tratamento dos resíduos gerados, visando, dessa forma, a minimização 
de custos. 
Corriqueiramente, as empresas devem: 
Repensar o projeto de seus produtos de forma a considerar o 
uso de matérias-primas que sejam facilmente recicláveis e ou/
reutilizáveis após a vida útil do produto e que possam reduzir 
a geração de resíduos durante a fabricação (ALVES, 2016, p. 
104). 
33
Qual a importância da Análise do Ciclo de Qual a importância da Análise do Ciclo de 
Vida (ACV) e do eco Vida (ACV) e do eco designdesign??
 Capítulo 1 
• Substituição de materiais: avaliação e seleção de materiais 
para reduzir ou eliminar materiais perigosos nos processos 
produtivos ou a geração de resíduos perigosos, por exemplo.
• Mudanças na tecnologia: são promovidas inovações nos 
processos produtivos visando à redução de emissões e 
perdas, podendo ser de pequeno impacto, como mudanças 
nas especificações do processo ou a aquisição de novos 
equipamentos e instalações, alterações no layout e outros 
componentes do processo. 
 FONTE: ALVES, R. R. Administração verde: o caminho sem 
volta da sustentabilidade ambiental nas organizações. 1. ed. Rio 
de Janeiro: Elsevier, 2016. 
Mas como é possível promover a P+L? Um exemplo é pela conservação da 
água que pode ser realizada por redução da demanda da água, melhoramento 
do seu uso ou redução das perdas e desperdícios (TOMAZ, 2001). O reuso de 
água promove uma redução do volume de água potável e, consequentemente, 
tem-se uma redução do efluente final. Mas, atenção, o reuso deve ser adotada no 
momento em que as características do efluente disponível sejam compatíveis com 
os requisitosde qualidade exigidos para a finalidade de sua aplicação (MIERZWA; 
HESPANHOL, 2005).
A P+L tem como objetivo evitar a geração de resíduos, a identificação, 
quantificação, tratamento e disposição final. Entretanto, a WBCSD (2015) 
menciona que a P+L deve promover a eco eficiência que, por sua vez, apresenta 
os seguintes objetivos centrais:
1. Redução do consumo de recursos: minimizar o uso de energia, materiais, 
água e solo, buscando facilitar a reciclagem e a durabilidade do produto.
2. Redução do impacto ambiental: busca minimizar as emissões 
atmosféricas, descargas líquidas (efluentes), eliminação de desperdício 
e proliferação de substâncias tóxicas; e impulsionar o uso sustentável de 
recursos renováveis. 
3. Melhora do valor do produto ou serviço: fornece maiores benefícios aos 
clientes, através da funcionalidade e flexibilidade do produto, ofertando 
serviços adicionais e apenas o que, de fato, os clientes necessitam. A 
mesma necessidade deve ser satisfeita com menos materiais e menor 
uso de recursos. 
34
 Análise do Ciclo de Vida de produto e eco design
4.3 LOGÍSTICA REVERSA
Conforme menciona Alves (2016, p. 113)
A produção de um bem qualquer representa apenas uma 
etapa do ciclo de vida de um produto, que ainda deve chegar 
ao consumidor para, posteriormente, ter uma destinação final. 
Para que esse novo bem chegue ao consumidor, é necessário 
estabelecer atividades de logística, e para que ele tenha 
uma destinação correta, é preciso estabelecer atividades de 
logística reversa. 
As atividades da logística reversa estão relacionadas com o destino 
adequado de produtos e embalagens, de forma que respeitem o meio ambiente. 
Leite (2009) e Pereira, Boechat e Tadeu (2011) mencionam que a logística reversa 
em empresas tem como vantagens/objetivos:
• Aumento da competitividade: a cobrança pela produção mais sustentável, 
por parte dos consumidores/governo/cenário internacional, faz com que 
a imagem de determina empresa melhore. 
• Promover a limpeza de estoque: evita-se que haja compra de materiais/
recursos sem necessidade, ou mesmo, que ocorra o desperdício de 
materiais. 
• Garantir o respeito às legislações em vigor: as legislações estão 
constantemente sendo alteradas. Com a implantação de uma logística 
reversa, diminui-se o risco de não atender a determina legislação, ou 
então, de ocorrerem acidentes que possam causar prejuízos ambientais. 
• Promover a valorização econômica: a logística reversa diminui o 
desperdício e promove o reuso/reciclagem de materiais. 
De acordo com a Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei nº 12.305/2010), 
a logística reversa é descrita como:
Instrumento de desenvolvimento econômico e social 
caracterizado por um conjunto de ações, procedimentos e 
meios destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos 
resíduos sólidos ao setor empresarial, para reaproveitamento, 
em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou outra destinação 
final ambientalmente adequada (BRASIL, 2010, s.p.).
Vale e Souza (2014) mencionam que a logística reversa deve envolver o 
processo de planejamento, implantação e controle de um fluxo de materiais, de 
produtos em processo, de produtos acabados e de informações relacionadas, 
desde o ponto de consumo até o ponto de origem, por meio de canais de 
35
Qual a importância da Análise do Ciclo de Qual a importância da Análise do Ciclo de 
Vida (ACV) e do eco Vida (ACV) e do eco designdesign??
 Capítulo 1 
distribuição reversos. O propósito da logística reversa é recuperar valor, além 
de garantir o descarte de forma apropriada dos materiais que não podem ser 
recuperados/reciclados. 
Esses mesmos autores mencionam a importância do conceito de entropia. Na 
extração, os elementos materiais encontram-se concentrados e, à medida que são 
transformados em produtos, vão se dissipando e se espalhando geograficamente. 
Na logística direta, os processos atuam como sistemas abertos porque interagem 
com o meio organizacional (logística interna) e com o ambiente externo (logística 
externa). Dessa forma, o sistema passa de uma menor para uma maior entropia. 
No sentido inverso, a logística reversa também é um sistema aberto, porém, é 
necessário diminuir a entropia, ou seja, reordenar e concentrar aquilo que foi 
dissipado ou “espalhado” pelo processo anterior (no caso a entropia negativa). 
Para um melhor entendimento, veja a figura a seguir na qual apresentamos a 
diferença entre a entropia direta e reversa.
FIGURA 4 – ENTROPIA NAS LOGÍSTICAS DIRETA E REVERSA
FONTE: Vale e Souza (2014, p. 20)
36
 Análise do Ciclo de Vida de produto e eco design
Existe uma grande diferença entre logística reversa e logística 
verde. 
• Logística reversa: preocupa-se com o fluxo reverso de materiais e 
produtos tanto no pós-venda como no pós-consumo. 
• Logística verde: ocupa-se da avaliação e minimização dos problemas 
ambientais associados às atividades de logística empresarial.
A logística verde se preocupa com os aspectos e impactos 
ambientais causados pela atividade logística, que pode 
trazer ganhos ambientais, pois tem como finalidade o 
desenvolvimento sustentável. Tanto a logística reversa 
quanto a logística verde se preocupam com a reciclagem, 
com a remanufatura e com as embalagens reutilizáveis 
(VALE; SOUZA, 2014, p. 21). 
Acompanhe na figura a seguir a diferença entre logística reversa 
e logística verde. 
Ou seja, a logística direta está preocupada em levar os materiais/produtos 
até o consumidor final, sem necessariamente estar preocupada com os impactos 
ambientais na cadeia produtiva. Diferentemente da logística reversa que tem o 
objetivo de coletar e reaproveitar os materiais dentro da cadeia produtiva.
Segundo Leite (2009), existem diversas possibilidades de logística reversa 
de produtos, que podem: retornar ao fornecedor; ser revendidos; ser vendidos 
no mercado secundário: como usados, seminovos, salvados, recondicionados, 
renovados e remanufaturados; ter os materiais recuperados; ser reciclados; 
ser dispostos no aterro sanitário: neste caso, apenas materiais que não podem 
ser reciclados/recuperados, seja devido ao grau de periculosidade, falta de 
tecnologias disponíveis ou os custos econômicos serem elevados. 
37
Qual a importância da Análise do Ciclo de Qual a importância da Análise do Ciclo de 
Vida (ACV) e do eco Vida (ACV) e do eco designdesign??
 Capítulo 1 
FIGURA – COMPARAÇÃO ENTRE LOGÍSTICA 
VERDE E LOGÍSTICA REVERSA
FONTE: Vale e Souza (2014, p. 21)
A logística reversa tem grande importância econômica, legal, ambiental e 
de competitividade. As empresas acompanham e investem na gestão do ciclo de 
vida de seus produtos e serviços, posto que os avanços tecnológicos possibilitam 
o lançamento de novos produtos de forma ágil e constante (PEREIRA; BOECHAT; 
TADEU, 2011).
De acordo com a Lei nº 12.305/2010 (BRASIL, 2010), Art. 33, fabricantes, 
importadores, distribuidores e comerciantes de produtos agrotóxicos, pneus, óleos 
lubrificantes, lâmpadas fluorescentes e EEE (equipamentos eletroeletrônicos) 
são responsáveis por implantar um sistema de logística reversa. Ou seja, os 
fabricantes desses produtos são os responsáveis pelo recolhimento dos resíduos, 
não cabendo ao poder público a destinação desses materiais. 
Conforme descreve Barbosa e Ibrahin (2014), para o correto gerenciamento 
dos resíduos sólidos, é essencial caracterizar e classificar os diferentes tipos de 
resíduos. Para isso, deve-se seguir a NBR 10004 (ABNT, 2004b), que apresenta 
os seguintes cuidados necessários: saber a origem do resíduo, o estado físico, 
o aspecto geral, cor e odor, grau de heterogeneidade, denominação do resíduo, 
estado físico, processo de origem, atividade industrial, constituinte principal, 
destinação (aterro de resíduo perigoso, não perigoso) ou o tratamento térmico a 
ser adotado (compostagem, incineração, coprocessamento).
38
 Análise do Ciclo de Vida de produto e eco design
5 ECODESIGNDe modo geral, o ecodesign é um método de desenvolver produtos, buscando 
reduzir os impactos ambientais ao longo do processo produtivo, gerando produtos 
e processos mais eficientes e sustentáveis. O termo ecodesign é relativamente 
novo, que surgiu nos anos 90, nos Estados Unidos, após as indústrias eletrônicas 
buscarem formas de reduzir o desperdício de material e os impactos ambientais. 
A discussão acerca dos danos ambientais, causados pelo 
desenvolvimento de artefatos, gerou mudanças no âmbito 
projetual, que consequentemente, fomentaram o surgimento de 
uma nova categoria de produtos, os produtos ecologicamente 
orientados, que buscam reduzir os prejuízos ambientais 
causados no decorrer de todo o ciclo de vida (ARRUDA; 
FERROLI; LIBERLOTTO, 2018, p. 90).
Borchardt et al. (2008) descreve que o ecodesign atualmente integra os 
programas de gestão ambiental. Dependendo da bibliografia consultada, o termo 
ecodesign pode ser substituído por design ambiental, design verde, design 
ecológico, design ambientalmente consciente ou lifecycle design.
O ecodesign pode ser realizado de distintas formas, 
dependendo do processo produtivo, produto a ser fabricado, recursos 
disponíveis, dentre outros. A título de saber um exemplo prático de 
como incorporar o ecodesign, indicamos que você assista às lições 
apresentadas no vídeo disponível em: <https://www.youtube.com/
watch?v=9U6hFv-uTRc>.
Projetar de acordo com uma lógica de redução do material significa fabricar 
um produto com quantidades optimizadas de materiais e de energia. A redução 
no uso de material tem como vantagens: permitir a proteção dos recursos 
naturais, graças a uma utilização cuidadosa dos materiais trabalhados; reduzir as 
emissões/poluentes para o ambiente.
O ecodesign busca evitar o uso de diferentes materiais, visto que, quanto 
maior a quantidade de materiais a ser utilizada, maior a dificuldade em relação 
aos processos de reciclagem e deposição final. O ecodesign deve prever que 
os objetos/produtos serão reciclados, e, para isso, precisam ser desmontados. 
É importante facilitar o reconhecimento dos materiais, de modo que todos os 
39
Qual a importância da Análise do Ciclo de Qual a importância da Análise do Ciclo de 
Vida (ACV) e do eco Vida (ACV) e do eco designdesign??
 Capítulo 1 
componentes, mesmo os constituídos por diferentes materiais, possam ser 
reciclados e reutilizados. 
Segundo Centralsul (2017), o ecodesign deve promover o reaproveitamento 
de materiais (ou seja, novos produtos devem ser feitos preferencialmente a partir 
do reaproveitamento de novos produtos); deve haver uma preocupação na escolha 
do material (preferencialmente escolher materias com baixo impacto ambiental, 
que apresentem menos compostos poluentes); apresentar durabilidade (um 
maior tempo de vida útil diminui o acúmulo de “lixo”); eficiência energética (poupar 
energia durante o processo de fabricação causa menos impactos ambientais). 
Carvalho e Mano (2019) descrevem que os processos e métodos dos 
materiais renováveis partem do descarte de um material ou de partes de um 
produto. Quanto mais fácil for a desmontagem e a extensão de vida desses 
materiais, maiores são as possibilidades de renovação de novos materiais. 
Borchardt et al. (2008) descrevem que o ecodesign deve analisar os impactos 
ambientais presentes em todas as etapas de um produto. Essas etapas envolvem 
a fabricação, embalagem, troca de peças e fim de vida. Quando o produto chega 
no fim da sua vida útil, a reciclagem e reaproveitamento devem prevalecer. Na 
figura a seguir apresentamos algumas características que devem ser levadas em 
consideração no ecodesign. 
FIGURA 5 – CARACTERÍSTICAS ESSENCIAIS NO ECODESIGN
FONTE: O autor
Quando o produto é descartado, significa que ele perdeu sua funcionalidade, 
ou que está quebrado/avariado, ou não consegue mais cumprir sua função. 
40
 Análise do Ciclo de Vida de produto e eco design
Contudo, um novo sentido de uso é atribuído a ele: um uso que comporte as 
condições de descarte do material. Os materiais renováveis são uma boa forma 
de exercer as práticas sustentáveis no design de interiores. São materiais que 
promovem a extensão do ciclo de vida de outros produtos, porém com pouco 
consumo energético e de forma simples e prática, visto que não contempla 
processos industriais e de transformações (CARVALHO; MANO, 2019). 
O estudo do ecodesign foca no ciclo de vida de um produto, buscando a 
redução dos impactos em toda a cadeia e a sustentabilidade. Uma ferramenta 
muito utilizada é o Programa 5Rs, que são apresentados por Alkimim (2015):
• Reduzir, mediante hábitos de consumo, a geração de resíduos.
• Reutilizar materiais a fim de evitar que novos materiais se tornem 
resíduos.
• Repensar, ou seja, colocar a mão na consciência, é fundamental. Será 
que realmente precisamos adquirir determinado produto? Será que esse 
produto ou material pode ser substituído por outro mais sustentável?
• Reciclar, por meio de processos artesanais ou industriais, a fim de 
transformar materiais usados em novos produtos.
• Recusar materiais que possuam alto risco de contaminação ambiental 
ou empresas que não se preocupam com o ambiente. 
O eco design deve levar em consideração:
Práticas Detalhamento
Escolha de materiais 
de baixo impacto am-
biental
Observar os itens descritos: 
•	 Reduzir o consumo de materiais ao longo da 
vida do produto (produção e uso). 
•	 Usar matéria-prima o mais próximo de seu es-
tado natural; evitar a mistura de materiais não 
compatíveis que impede a separação dos com-
ponentes na reciclagem. 
•	 Utilizar materiais que geram menos poluentes 
no processo de produção, durante o uso e na 
reciclagem ou no descarte.
•	 Usar materiais não tóxicos nas etapas de pro-
dução, uso, reciclagem ou descarte.
•	 Usar materiais reciclados ou que requerem 
menos energia na fabricação.
•	 Utilizar materiais que possibilitem a reutilização/
reaproveitamento de componentes. 
41
Qual a importância da Análise do Ciclo de Qual a importância da Análise do Ciclo de 
Vida (ACV) e do eco Vida (ACV) e do eco designdesign??
 Capítulo 1 
Práticas Detalhamento
Projetos voltados à 
simplicidade/ modular-
idade
Formas mais simples, visto que geralmente possuem um 
custo de produção menor, uma vez que utilizam menor 
quantidade de material, maior facilidade de montagem e 
desmontagem; criam produtos cujas peças possam ser 
substituídas em caso de defeito, sem que ocorra a ne-
cessidade de trocar todo produto; observar a facilidade 
de acesso aos componentes.
Incineração de resídu-
os
É a forma menos interessante de recuperação de resídu-
os, mas é ainda uma solução para países nos quais o 
espaço para aterros é restrito. Deve-se garantir os limites 
aceitáveis de substâncias perigosas.
Redução do uso de 
energia
•	 Uso de energia na produção: os programas de 
redução do consumo energético destacam-se 
por serem fáceis de implementar e afetarem di-
retamente a redução dos custos operacionais; 
usar equipamentos mais eficientes em termos 
energéticos, dimensionados apropriadamente 
ao uso e usar facilidades naturais como a ilumi-
nação natural e a exaustão eólica.
•	 Redução de energia na distribuição: de modo a 
se considerar a energia consumida na cadeia de 
distribuição dos produtos, desde a aquisição de 
matéria-prima até a entrega ao consumidor final.
•	 Redução de energia durante o uso do produto: 
desenvolver produtos que possuam dispositivos para 
a redução do consumo energético, tais como motores 
mais eficientes e mecanismos que desligam equipa-
mentos não utilizados ou que regulem a potência de 
acordo com a demanda.
Uso de formas de en-
ergia renováveis
Um dos pressupostos do desenvolvimento sustentável é 
o uso de formas de energia que utilizem recursos ren-
ováveis, como a solar, a eólica e a hidroelétrica, substi-
tuindo as que usam recursos não renováveis, como os 
combustíveis fósseis.
Produtos multifuncio-
nais
A extensãoda vida útil de um produto contribui significa-
tivamente para a eco eficiência (um produto durável evita 
a necessidade de fabricação de um substituto).
42
 Análise do Ciclo de Vida de produto e eco design
Práticas Detalhamento
Recuperação de em-
balagens
A aplicação desta prática prevê que as embalagens pos-
sam ser reaproveitadas, seja na reutilização, seja na re-
ciclagem. A utilização de produtos com refis é um bom 
exemplo de reutilização de embalagens.
Não utilização de sub-
stâncias perigosas
Eliminar do processo produtivo todas as substâncias que 
possam ocasionar algum dano à saúde dos funcionários 
da indústria, dos consumidores e ao elemento humano 
que faz a desmontagem do produto para a reciclagem. 
Preferir a utilização de produtos à base de água, princi-
palmente, nos solventes, adesivos e tintas, para a substi-
tuição de produtos à base de hidrocarboneto.
Prevenção de aci-
dentes
As práticas de prevenção de acidentes devem ser apli-
cadas no projeto do produto e em produtos já existentes. 
FONTE: Borchardt et al. (2008, p. 345)
Calijuri e Cunha (2013) apresentam dez regras básicas para que o ecodesign 
seja eficiente:
1. Não utilizar substâncias tóxicas e/ou buscar substituí-las por produtos 
naturais e com baixo risco à população e ao meio ambiente. 
2. Minimizar o consumo de energia e recursos na fase de produção e 
transporte.
3. Fazer uso de características estruturais e materiais de alta qualidade, a 
fim de minimizar o peso dos produtos. Mas, atenção, não pode interferir 
na flexibilidade, resistência a impactos ou outras prioridades funcionais.
4. Minimizar o consumo de energia e recursos na fase de uso, especialmente 
para produtos com os aspectos ambientais mais significativos nessa 
fase.
5. Promover reparos e atualizações, especialmente para produtos 
dependentes de sistemas, como celulares, computadores e outros 
eletroeletrônicos.
6. Promova vida longa, especialmente para produtos com impactos 
ambientais significantes fora da sua fase de uso.
7. Investir em melhores materiais, tratamentos de superfície ou arranjos 
estruturais para proteger o produto de sujeira, corrosão e desgaste, 
assegurando, dessa forma, maior vida útil ao produto.
8. Organizar atualizações, reparos e reciclagem por meio de facilidade de 
acesso, identificação das partes, módulos, pontos de ruptura e manuais.
9. Promover a atualização, reparo e reciclagem, usando poucos materiais, 
simples, reciclados e não misturados, com as ligas metálicas.
43
Qual a importância da Análise do Ciclo de Qual a importância da Análise do Ciclo de 
Vida (ACV) e do eco Vida (ACV) e do eco designdesign??
 Capítulo 1 
Veja a seguir dois exemplos de empresas que investem no 
ecodesign.
1. Philips: aspirador de pó concebido segundo critérios de ecodesign, cuja 
composição é de 50% de plástico pós-consumo e de 25% de polímeros 
de origem vegetal renovável. Dessa forma, o produto se destaca em 
relação ao critério de reciclagem. Em outro caso, a empresa oferece 
uma solução em diagnóstico por imagem baseada em um produto 
remanufaturado. Neste, o cliente submete seu equipamento Philips 
antigo à empresa, que se encarrega de devolvê-lo à condição de novo 
por meio da remanufatura. Dessa forma, recursos naturais e energia 
deixam de ser consumidos e resíduos sólidos gerados, contribuindo 
também para a redução na emissão de CO2.
2. Hewlett Packard (HP): a empresa possui três programas de prioridades: 
eficiência no consumo de energia – reduzir a necessidade de energia 
na fabricação e uso dos produtos; inovação de materiais – reduzir a 
quantidade de materiais usados nos produtos e desenvolver materiais 
que tenham um impacto ambiental menor e valor maior em seu fim de 
vida; e projeto para reciclagem – projetar o equipamento de modo a 
facilitar a atualização e/ou reciclagem. 
 FONTE: CALIJURI, M. C.; CUNHA, D, G, F. Engenharia 
ambiental: conceitos, tecnologias e gestão. 2. ed. Rio de Janeiro: 
LTC, 2013. 
10. Utilizar a menor quantidade possível de elementos de junção e, quando 
necessário, fazer uso de parafusos, adesivos, soldas, parafusos de 
pressão, travas geométricas, de acordo com o cenário de ciclo de vida.
O ecodesign visa substituir produtos antes construídos com materiais não 
renováveis, por materiais renováveis. Como exemplos, podemos citar o bambu, 
que é um produto versátil e possui características importantes para justificar seu 
consumo por meio de um pensamento sustentável. Uma das características do 
bambu é seu rápido crescimento, comparado a outras plantas. Além disso, sua 
madeira é resistente e flexível, o que faz com que seja utilizado em diferentes 
produtos, como na construção civil, utensílios domésticos, tábuas, móveis, dentre 
vários outros. 
44
 Análise do Ciclo de Vida de produto e eco design
Um exemplo prático de ecodesign é são as embalagens de isopor que vem 
sendo substituídos por materiais naturais como fécula de mandioca ou batata e 
resíduo fibroso (SCHMIDT, 2006). O tempo de decomposição desses materiais é 
muito pequeno, chegando a cerca de um mês, em comparação com as bandejas 
tradicionais de isopor (que podem levar mais de 400 anos).
Atualmente, já existem no mercado diversas empresas que vêm investindo 
em produtos biodegradáveis. Apesar dessas iniciativas estarem crescendo ao 
redor do planeta, a humanidade ainda tem um longo caminho a trilhar visando 
promover uma produção mais sustentável e reduzir o uso dos recursos naturais. 
6 ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
O SGA está baseado na sustentabilidade, uma vez que busca diminuir 
impactos ambientais, como a menor geração de resíduos, consumo de água ou 
energia. Em relação às vantagens econômicas, ao implantar um SGA, a empresa 
verifica todas as possíveis falhas/desperdícios, podendo tomar medidas para 
corrigir esses problemas, sem mencionar que a imagem do empreendimento 
é melhorada perante a sociedade, o que pode fazer com que as vendas dos 
produtos aumentem. A sociedade também sai ganhando ao consumir produtos 
com melhor qualidade de uma empresa preocupada e engajada em diminuir os 
impactos ambientais.
Cada vez mais a sociedade (clientes/consumidores) busca consumir 
produtos que agridam menos o ambiente. A gestão ambiental tem como enfoque 
a redução dos impactos ambientais, com menor geração de resíduos, diminuição 
do uso de água, fontes de energia mais limpa, tecnologia que agrida menos o 
ambiente, dentre outros. Sempre com uma visão de melhoria contínua, ou seja, 
uma vez implantado um SGA (Sistema de Gestão Ambiental), é fundamental que 
a empresa verifique constantemente formas de melhorar e impactar menos o 
ambiente. Logo, no primeiro subtópico apresentamos a importância, etapas, fases 
e vantagens de se implantar um sistema de gestão ambiental, visando diminuir os 
impactos ambientais.
Na segunda seção, exploramos os conceitos relacionados aos impactos 
ambientais negativos causados pelos processos produtivos. Além disso, 
apresentamos os atributos que devem ser analisados visando eliminá-los ou 
diminuí-los. A análise do ciclo de vida (ACV) dos produtos é uma maneira eficiente 
de promover um processo produtivo mais eficiente. 
A Avaliação do Ciclo de Vida (ACV) é regida pelas normas ISO 14040. 
Dentre as vantagens da ACV para as organizações/empresas, podemos citar a 
45
Qual a importância da Análise do Ciclo de Qual a importância da Análise do Ciclo de 
Vida (ACV) e do eco Vida (ACV) e do eco designdesign??
 Capítulo 1 
identificação de oportunidades de melhoria nos aspectos ambientais dos produtos 
(nas várias fases do seu ciclo de vida); reduzir o consumo de água e energia; 
diminuir a geração de resíduos; reduzir os custos dentro do processo, avaliar a 
utilização de máquinas e equipamentos; gerenciar outras atividades ambientais 
referentes ao processo industrial; dentre outros.
No entanto, não basta apenas realizar a ACV, deve-se investir em pesquisas 
visando fazer uso de materiais renováveis,

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