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Manual De Técnicas De Diagnóstico Parasitológico. Prof. Edson Claudio Cambinda Manual De Técnicas De Diagnóstico Parasitológico. Prof. Edson Claudio Cambinda Manual De Técnicas De Diagnóstico Parasitológico Disciplina Parasitologia Clínica Laboratorial Prof. Edson Claudio Cambinda Manual De Técnicas De Diagnóstico Parasitológico. Prof. Edson Claudio Cambinda Manual De Técnicas De Diagnóstico Parasitológico. Prof. Edson Claudio Cambinda Parasitologia é a ciência que estuda os parasitas, os seus hospedeiros e relações entre eles. Engloba os filos Protozoa (protozoários), do reino Protista e Nematoda (nematódes), Platyhelminthes (platelmínteos) e Arthropoda (artrópodes), do Reino Animal. Os protozoários são unicelulares, enquanto os nematódeos, platelmintos e artrópodes são organismos multicelulares. Temos também parasitismo em plantas (holoparasta e hemiparasita) como é o caso do cipó-chumbo. temos parasitismo em fungos (micose) e em bactérias e até vírus. A parasitologia médica também se preocupa com o estudo do vetor. Protozoários Presentam 4 fases ou forma de vida. • Trofozoitos • Prequistes • Cistos ou quistes • Metaquistes • Doença de Chagas (Trypanosoma cruzi) • Malária (plasmodium ssp) • Amebíase (Entamoeba histolytica) • Leishmaniose (leishmânia) • Doença do Sono (trypanosoma brucei) • Giardíase (Giardia lamblia) • Toxoplasmose (tpxoplasma gondi) • Tricomoníase (Trichomonas vaginalis) Helmintos: São divididos em dois filos, Nematoda e Platyhelminthes. Fases ou forma de vida. Miracidios, Cercarias, Metacercarias, Cistecercos, Ovos e Larvas Nematoda: constituído por vermes arredondados que possuem corpos cilíndricos. Podem ser parasitas intestinais ou podem infectar o sangue e tecidos. Nematoda mas frequentes - Ascaris lumbriocoides - Trichuris trichiura - Ancylotoma duodenale - Necator americanus - Strongyloides stercoralis - Enterobius vermicularis Filariose ou elefantíase Platyhelminthes: constituído pelos platelmintos, que possuem corpos achatados. Podem ser subdivididos em trematódeos e cestódeos. Manual De Técnicas De Diagnóstico Parasitológico. Prof. Edson Claudio Cambinda Manual De Técnicas De Diagnóstico Parasitológico. Prof. Edson Claudio Cambinda Os trematódeos Cestódeos Fasciola hepatica Taenia solium Clonorchis sinensis Taenia saginata Paragonimus spp. Diphylobotrium latum Schistosoma spp Hymenolepis nana Algumas Doenças causadas por Protozoários Tricomoníase -Trichomonas Vaginalis Local da infecção: Trato geniturinário do homem e da mulher. Transmissão:. É transmitido pela relação sexual e pode sobreviver por mais de um mês no prepúcio de um homem sadio, após o coito com uma mulher infectada. O homem é o vetor da doença; com a ejaculação, os tricomonas presentes na mucosa da uretra são levados a vagina pelo esperma. A tricomoníase neonatal em meninas é adquirida durante o parto. Patologia Mulher: Varia da forma assintomática ao estado agudo. A infecção vaginal provoca uma vaginite que se caracteriza por um corrimento vaginal fluidoabundante de cor amarelo-esverdeada, bolhoso, de odor fétido, mais comumente no período pós-menstrual. - A mulher apresenta dor e dificuldade para as relações sexuais, desconforto nos genitais internos, dor ao urinar e frequência miccional. Homem: A tricomoníase no homem é comumente assintomática. Se sintomática, apresenta como uma uretrite com fluxo leitoso ou purulento e uma leve sensação de prurido na uretra. Pela manhã, antes da passagem da urina, pode ser observado um corrimento claro, viscoso e pouco abundante, com desconforto para urinar (ardência miccional). Diagnóstico: Clínico: o diagnóstico diferencial da tricomoníase, tanto no homem como na mulher é difícil, sendo essencial o diagnóstico parasitológico. Parasitológico: Coleta da amostra: No homem: os pacientes devem comparecer no local pela manhã, sem terem urinado no dia e sem terem tomado nenhum medicamento tricomonicida há mais de 15 dias. O material uretral é colhido com uma alça de platina ou com swab de algodão não absorvente ou de poliéster. O organismo é mais encontrado no sêmen que na urina ou em esfregaços uretrais. Uma amostra fresca poderá ser obtida pela masturbação em um recipiente limpo e estéril. Também pode debe ser observado o sedimento centrifugado (600 g por 20 min.) dos primeiros 20 ml de urina matinal. Manual De Técnicas De Diagnóstico Parasitológico. Prof. Edson Claudio Cambinda Manual De Técnicas De Diagnóstico Parasitológico. Prof. Edson Claudio Cambinda Na mulher: a vagina é o local mais facilmente infectado, e os tricomonas são mais abundantes durante os primeiros dias após a menstruação. O material é normalmente coletado na vagina com um swab de algodão não absorvente ou de poliéster. O diagnóstico é feito através da observação do material coletado a fresco no microscópio ou em cultura de parasitos. O exame é feito com o material coletado diluído em solução salina isotônica (0,15M) tépida. Este é o mais prático e rápido método de diagnóstico, mas possui uma sensibilidade relativamente GIARDÍASE Agente etiológico: Giardia lamblia ( diarrea e mal absorcao Morfologia: Apresenta duas formas: cística e trofozoítica. Ciclo de vida A G. lamblia é um parasito monoxeno de ciclo biológico direto. A via de infecção normal para o homem é a ingestão de cistos. Após a ingestão do cisto, o desencistamento ocorre no meio ácido do estômago e é completado no duodeno e jejuno, onde ocorre a colonização do parasito. Este se reproduz por divisão binária longitudinal. O ciclo se completa com o encistamento do parasito e a sua eliminação nas fezes Transmissão: Através da ingestão de cistos,: ingestão de agua, alimentos contaminados, pessoa a pessoa, através de mãos contaminadas e através de sexo anal; -. Sintomatologia: A maioria das infecções por G. lamblia é assintomática. A forma aguda se apresenta como uma diarréia do tipo aquosa, explosiva, de odor fétido, acompanhada de gases, com distensão e dores abdominais. Essa forma aguda dura poucos dias e seus sintomas iniciais podem ser confundidos com diarréias virais e bacterianas. Ela se resolve espontaneamente e os parasitos podem desaparecer das fezes. Após o desenvolvimento da imunidade, há uma regressão dos sintomas, podendo alguns pacientes se tornarem portadores assintomáticos. Diagnóstico Laboratorial: deve-se fazer exame de fezes nos pacientes para identificar cistos ou trofozoítos nestas. Em fezes formadas: os métodos de escolha são os de concentração: método de Faust ou de MIFC. Em fezes diarréicas: usar o método direto (com salina ou lugol) ou o método da hematoxilina férrica. Amebíase Amebíase é uma infecção intestinal ou hepática causada por espécie de amebas patogenias principalmente Entamoeba histolytica Entamoeba sp existem em 2 formas: Manual De Técnicas De Diagnóstico Parasitológico. Prof. Edson Claudio Cambinda Manual De Técnicas De Diagnóstico Parasitológico. Prof. Edson Claudio Cambinda • Trofozoíto • Cisto Transmissão: os cistos podem ser transmitidos diretamente de pessoa para pessoa, ou de forma indireta pelos alimentos ou pela água. A amebíase também pode se disseminar por sexo oral-anal. Sinais e sintomas Os sintomas de amebíase desenvolvem ao longo de 1 a 3 semanas podem inclui: Diarreia, as vezes com sangue visível nas fezes Dor abdominal acompanhadas de cólicas Perda de peso e febre Diagnostico Exame de fezes Exame de sangue para detetar anticorpos contra as amebas Algumas Doenças causadas por Nematodes Ascaridíase é uma doença parasitária causada pelo verme nematoda Ascaris lumbricoides,u Localização intestino delgado. u A reprodução é sexuada, sendo a fêmea (20 a 35cm) maior que o macho (15 a 20cm) e com o diâmetro de um lápis. Os vermes adultos podem viver de um a dois anos. Seus ovos têm 50 micrómetros, o que causa dificuldade de observar se o alimento está contaminado u FI: ovo embrionado u HD: homem O período de incubação dois meses. Nesse período as larvas passam por vários órgãos, como fígado e pulmões. Normalmente não causam problemas na sua migração mas, particularmente se existirem em grandes números, podem causar irritação pulmonar com hemorragias e hemoptise (tosse com sangue). Outros sintomas nessa fase além da tosse são, falta de ar e febre baixa. Após chegada ao intestino e maturação nas formas adultas, os parasitas nutrem-se do bolo alimentar e não são invasivos. Sintomas possíveis incluem u Náusea e vômito; u Diarreia e dor abdominal; u Perda de apetite; u Febre; u Ruído ao respirar. Lesões respiratórias, intestinais, neurológicas, nutricionais, produto das migrações Complicações subnutrição do hospedeiro e os parasitas passam a alimentar-se das próprias paredes intestinais causando hemorragias internas com dores abdominais intensas. Manual De Técnicas De Diagnóstico Parasitológico. Prof. Edson Claudio Cambinda Manual De Técnicas De Diagnóstico Parasitológico. Prof. Edson Claudio Cambinda (Obstrução intestinal) . Grande número de parasitas migrando pelos pulmões e faringe ou para os ductos biliares, pancreáticos ou apêndice resultar em dificuldade para respirar, colecistite, pancreatite ou apendicite. Pode ainda ocorrer tosse com sangue e larvas, Ciclo de vida u Ingestão de ovos férteis de pessoas infestadas, no ID é liberada a larva que percorre os capilares venosos e linfáticos, em direção ao lado direito ao coração e depois para os pulmões, depois a faringe sendo deglutida e passando para o DI, onde se torna um adulto. Diagnostico Identificação macroscópica A fêmea possui uma cintura vulvar. As bobinas macho em sua posição terminal. Ex. direto, eosina, lugol, sol. salina. Conc. Kato-Katz, permite a contagem do nº de ovos, dá-nos a medida da intensidade da parasitemia e medida para avaliar o tto. Outros. Radiografia, colangiografia, Ato cirúrgico quando há apenas parasitas machos ou fêmeas imaturas, a expulsão é escassa e o diagnóstico é difícil x ausência de ovos A Tricuríase, também conhecida como infecção do verme do chicote, é uma infecção pelo verme parasita Trichuris trichiura u Tichuris-trichura Nematode u Localização Intestino grosso u Reproduz-se sexuadamente. u FI: ovo embrionado u HD: macho Ciclo de vida A ingestão de ovos férteis de água e alimentos contaminados, uma vez dentro do trato digestivo, desce para o intestino grosso, rompendo o tampão mucoso e liberando as larvas que migram para se tornarem adultas no cólon. Se a carga de parasitas é baixa, a doença é assintomática, porém se for elevada (mais de 200 vermes) pode ocorrer: u Evacuação noturna frequente; u Diarreia; u Prolapso retal (ânus aumentado); u Menor crescimento em crianças; u Desconforto abdominal. Complicações possíveis incluem necrose da mucosa intestinal com hemorragias e diarreia sanguinolenta, podendo progredir para anemia por déficit de ferro. Outros sintomas são a dor abdominal, perda de peso em indivíduos já desnutridos, flatulência e fadiga. Em casos incomuns pode ocorrer apendicite (se o verme entrar no apêndice e não conseguir sair) e prolapso rectal com hemorroidas. Manual De Técnicas De Diagnóstico Parasitológico. Prof. Edson Claudio Cambinda Manual De Técnicas De Diagnóstico Parasitológico. Prof. Edson Claudio Cambinda Diagnostico. Ex direto, lugol, eosina e SSF. Reveja com Ritchie e Willis. A ancilostomíase ou ancilostomose é uma verminose causada por parasitas nematódeos das espécies Necator americanus e Ancylostoma duodenale. Esses animais apresentam de um a dois centímetros de comprimento e alojam-se no intestino, desencadeando complicações, como a anemia. u Ancilostomidae Necator Ancylostoma u intestino grosso u Reprodução sexuada. u FI larva filariforme que penetra na pele u HD homem ciclo de vida Seu ciclo é muito simples, eles têm apenas algumas diferenças 1. Os ovos atingem o solo por fecalismo ao ar livre. 2. Em condições ambientais adequadas, os ovos dão origem a larvas rabditiformes, que sofrem várias mudas e se transformam em larvas filariformes. Embainhada, penetra na pele do humano exposto ao solo, através da região glútea, abandona sua bainha e viaja no lado direito do coração, pulmões e faringe, sendo deglutido. Eles vão para o ID. Para se tornar um adulto. A larva de Ancylostoma passa para o intestino sem completar o ciclo x pulmão. Exame macroscópico - presença de larvas e ovos rabditiformes na IC. os ovos são difíceis de distinguir, relatados como ancilostomídeos. Diferencia-se na coprocultura x o método Harada-Morí para diferenciar Necator de Ancylostoma Tec. De concentração de sedimentação de Willis ou Richie. Kato-Katz para observar a intensidade da infecção. ENTEROBIOSE Agente etiológico: Enterobius vermicularis Conhecido popularmente como oxiúros, devido ao fato que este verme pertencia anteriormente ao gênero Oxyuris. Ciclo de vida É do tipo monoxênico, após a cópula os machos morrem e são eliminados nas fezes. As fêmeas repletas de ovos (5 a 16 mil ovos) são encontradas na região perianal. A fêmea se assemelha a um “saco de ovos” e muitos autores acreditam que ela não realiza a oviposição, simplesmente se rompe na região perianal liberando os ovos.Os ovos liberados se tornam infectantes em poucas horas e são ingeridas pelo hospedeiro. No intestino delgado as larvas eclodem e fazem duas mudas no trajeto intestinal até o ceco. Aí chegando se tornam adultos, e um ou dois meses depois as fêmeas já são encontradas na região perianal. Manual De Técnicas De Diagnóstico Parasitológico. Prof. Edson Claudio Cambinda Manual De Técnicas De Diagnóstico Parasitológico. Prof. Edson Claudio Cambinda Transmissão - Heteroinfecção: ovos presentes na poeira ou alimentos atingem um novo hospedeiro. - Indireta: Ovos presentes na poeira atingem o mesmo hospedeiro que o eliminou. - Auto-infecção externa: a criança leva os ovos da região perianal a boca. Causa a cronicidade da doença. - Retroinfeção: as larvas eclodem na região perianal e migram para o ceco. Patogenia - Na maioria dos casos passa desapercebida. - Prurido anal, principalmente a noite. - O ato de coçar pode provocar infecções secundárias, além de provocar perda de sono e nervosismo. - Pela proximidade dos órgãos sexuais pode levar a masturbação e erotismo, principalmente em meninas. Diagnóstico - Clínico: Prurido anal noturno e contínuo. - Laboratorial: O exame de fezes não funciona bem para essa verminose. O método mais indicado é o da fita adesiva ou fita gomada. Método da fita gomada: *Corta-se um pedaço de 8 a 10 cm de fita adesiva tranparente; *Coloca-se a mesma com a parte adesiva para fora sobre um tubo de ensaio; *Opõe-se várias vezes a fita na região perianal; *Coloca-se a fita na lâmina de vidro como se fosse uma lamínula; *Leva-se ao microscópio e examina-se no aumento de 10 e 40x . Estrongiloidíase é uma infecção intestinal causada pelo parasita Strongyloides stercoralis, que provoca sintomas como diarreia, dor abdominal e excesso de gases intestinais. No entanto, existe uma variante mais grave da infecção, que afeta o pulmão e a circulação, causando febre acima de 38ºC, vômitos, tosse e falta de ar. Ciclo de vida do Strongyloides stercoralis As larvas infectantes do parasita, também chamadas de larvas filarioides, estão presentes no chão, principalmente no solo com areia e lama, e conseguem penetrar no corpo através da pele, mesmo que não exista uma ferida. A seguir, se espalham pela circulação sanguíneaaté chegar aos pulmões. Nesta região, as larvas se misturam ao muco e secreções respiratórias, e alcançam o estômago e intestino quando estas secreções são engolidas. No intestino, os parasitas encontram locais favoráveis para crescer e se reproduzir, onde atingem o tamanho de até 2,5mm, e liberam ovos que dão origem a novas larvas. A estrongiloidíase é transmitida pelas pessoas, principalmente, mas também por cães e gatos, que liberam as larvas no ambiente através das fezes. Manual De Técnicas De Diagnóstico Parasitológico. Prof. Edson Claudio Cambinda Manual De Técnicas De Diagnóstico Parasitológico. Prof. Edson Claudio Cambinda Outras formas de infecção são pela ingestão de água e alimentos contaminados com larvas ou fezes de pessoas contaminadas. O período entre a contaminação até a liberação de larvas pelas fezes e início dos sintomas pode variar entre 14 e 28 dias. Principais sintomas Manchas vermelhas na pele, que surgem quando as larvas penetram na pele ou quando se movimentam através dela; Diarreia, flatulência, dor abdominal, náuseas e falta de apetite surgem quando os parasitas estão no estômago e intestino; Tosse seca, falta de ar ou crises de asma, quando a larva causa inflamações nos pulmões ao passar por esta região. As pessoas com sistema imunológico comprometido, como pessoas com AIDS ou desnutridas, por exemplo, frequentemente desenvolvem a forma mais grave da infecção, que se manifesta com febre acima de 38ºC, dor intensa na barriga, diarreias persistentes, vômitos, falta de ar, tosse com secreção ou até com sangue. Além disso, como esse parasita consegue perfurar a parede do intestino, é provável que aconteça o transporte de bactérias intestinais para outros locais do corpo, resultando em infecção generalizada. diagnóstico A estrongiloidíase é diagnosticada pelo exame de fezes, através da identificação das larvas, pelo método MÉTODO BAERMANN E MORAES É específico para o isolamento de larvas de estrongilóides e acompanhamento do tratamento. Mas, para a confirmação, muitas vezes pode ser necessário repetir o exame várias vezes até se encontrar o parasita. TRICOMONÍASE Trichomonas vaginalis Local da infecção: Trato geniturinário do homem e da mulher. Transmissão:. É transmitido pela relação sexual e pode sobreviver por mais de um mês no prepúcio de um homem sadio, após o coito com uma mulher infectada. O homem é o vetor da doença; com a ejaculação, os tricomonas presentes na mucosa da uretra são levados a vagina pelo esperma. A tricomoníase neonatal em meninas é adquirida durante o parto. Patologia Mulher: Varia da forma assintomática ao estado agudo. A infecção vaginal provoca uma vaginite que se caracteriza por um corrimento vaginal fluidoabundante de cor amarelo-esverdeada, bolhoso, de odor fétido, mais comumente no período pós-menstrual. - A mulher apresenta dor e dificuldade para as relações sexuais, desconforto nos genitais internos, dor ao urinar e frequência miccional. Homem: A tricomoníase no homem é comumente assintomática. Se sintomática, apresenta como uma uretrite com fluxo leitoso ou purulento e uma leve sensação de prurido na uretra. Pela manhã, antes da passagem da urina, pode ser observado um corrimento claro, viscoso e pouco abundante, com desconforto para urinar (ardência miccional). Manual De Técnicas De Diagnóstico Parasitológico. Prof. Edson Claudio Cambinda Manual De Técnicas De Diagnóstico Parasitológico. Prof. Edson Claudio Cambinda Diagnóstico: Clínico: o diagnóstico diferencial da tricomoníase, tanto no homem como na mulher é difícil, sendo essencial o diagnóstico parasitológico. Parasitológico: Coleta da amostra: No homem: os pacientes devem comparecer no local pela manhã, sem terem urinado no dia e sem terem tomado nenhum medicamento tricomonicida há mais de 15 dias. O material uretral é colhido com uma alça de platina ou com swab de algodão não absorvente ou de poliéster. O organismo é mais encontrado no sêmen que na urina ou em esfregaços uretrais. Uma amostra fresca poderá ser obtida pela masturbação em um recipiente limpo e estéril. Também pode debe ser observado o sedimento centrifugado (600 g por 20 min.) dos primeiros 20 ml de urina matinal. Na mulher: a vagina é o local mais facilmente infectado, e os tricomonas são mais abundantes durante os primeiros dias após a menstruação. O material é normalmente coletado na vagina com um swab de algodão não absorvente ou de poliéster. O diagnóstico é feito através da observação do material coletado a fresco no microscópio ou em cultura de parasitos. O exame é feito com o material coletado diluído em solução salina isotônica (0,15M) tépida. Este é o mais prático e rápido método de diagnóstico, mas possui uma sensibilidade relativamente GIARDÍASE Agente etiológico: Giardia lamblia ( diarrea e mal absorcao Morfologia: Apresenta duas formas: cística e trofozoítica. Ciclo de vida A G. lamblia é um parasito monoxeno de ciclo biológico direto. A via de infecção normal para o homem é a ingestão de cistos. Após a ingestão do cisto, o desencistamento ocorre no meio ácido do estômago e é completado no duodeno e jejuno, onde ocorre a colonização do parasito. Este se reproduz por divisão binária longitudinal. O ciclo se completa com o encistamento do parasito e a sua eliminação nas fezes Transmissão: Através da ingestão de cistos,: ingestão de agua, alimentos contaminados, pessoa a pessoa, através de mãos contaminadas e através de sexo anal; -. Sintomatologia: A maioria das infecções por G. lamblia é assintomática. A forma aguda se apresenta como uma diarréia do tipo aquosa, explosiva, de odor fétido, acompanhada de gases, com distensão e dores abdominais. Essa forma aguda dura poucos dias e seus sintomas iniciais podem ser confundidos com diarréias Manual De Técnicas De Diagnóstico Parasitológico. Prof. Edson Claudio Cambinda Manual De Técnicas De Diagnóstico Parasitológico. Prof. Edson Claudio Cambinda virais e bacterianas. Ela se resolve espontaneamente e os parasitos podem desaparecer das fezes. Após o desenvolvimento da imunidade, há uma regressão dos sintomas, podendo alguns pacientes se tornarem portadores assintomáticos. Diagnóstico Laboratorial: deve-se fazer exame de fezes nos pacientes para identificar cistos ou trofozoítos nestas. Em fezes formadas: os métodos de escolha são os de concentração: método de Faust ou de MIFC. Em fezes diarréicas: usar o método direto (com salina ou lugol) ou o método da hematoxilina férrica. O Schistosoma mansoni é um platelminto trematódeo agente da esquistossomose intestinal, popularmente conhecida como ‘mal do caramujo’ ou ‘barriga d´água’. Essa espécie é comum em regiões da África, Antilhas e América do Sul, pela presença de hospedeiros intermediários adequados e condições ambientais favoráveis Transmissão: ocorre pela penetração das cercárias na pele e na mucosa do hospedeiro humano, especialmente em pés e pernas em contato com água contaminada. Ciclo biológico caramujo como hospedeiro intermediário. Os vermes adultos vivem no sistema porta, local onde os esquistossômulos atigem maturação sexual, de modo que migram para a veia mesentérica superior, se reproduzem sexuadamente e as fêmeas começam a colocar os ovos. Eles ganham o meio externo pelas fezes, de modo que irão eclodir na água e liberar miracídeos quando estimulados por fatores como altas temperaturas, luz intensa e oxigenação da água. Os miracídeos seguem até o hospedeiro intermediário, onde perdem estruturas e se transformam em um saco com a geração das células germinativas, denominado esporocisto. As células germinativas no esporocisto se multiplicam e formam o esporocisto secundário com o dobro do tamanho. Essas estruturas migram para as glândulas digestivas domolusco por volta do 18º dia, onde sofrerão profundas modificações anatômicas até serem eliminadas na forma de cercária. Sabe-se que um único miracídeo pode gerar por volta de 100 a 300 mil cercárias, essas que podem sobreviver por até 48 horas na água. Elas nadam até atingir o hospedeiro correto, penetrando na pele e mucosas com auxílio das ventosas e de uma substância mucoproteica secretada por suas glândulas. Após penetração, as cercárias perdem sua cauda e as larvas são denominadas esquistossômulos, esses que se adaptam ao meio interno e são levados da pele até os pulmões pelo sistema vascular sanguíneo. Depois, se encaminham para o sistema porta, onde se desenvolvem em macho e fêmea após cerca de 28 dias, sendo capazes de perpetuar o ciclo. Quando o sistema porta-hepático fica hiperparasitado os vermes podem migrar para locais como testículos, coração, sistema nervoso central (SNC), bexiga, entre outros. Quadro clínico: a entrada do helminto pode promover dermatite cercariana, sendo que a fase inicial da infecção possui sintomatologia variada e pode até mesmo ser assintomática. Pode-se ter febre, quadros pulmonares, dores musculares, desconforto abdominal, entre outros. Durante o processo de Manual De Técnicas De Diagnóstico Parasitológico. Prof. Edson Claudio Cambinda Manual De Técnicas De Diagnóstico Parasitológico. Prof. Edson Claudio Cambinda passagem dos esquistossômulos dos pulmões em direção ao sistema porta-hepático eles podem promover lesão tecidual, febre, necrose, linfadenopatia, necrose e hepatite aguda. Após cerca de 50 dias, na fase aguda da infecção, tem-se a oviposição e seus efeitos no organismo como febre elevada com calafrios, sudorese, astenia, tosse não produtiva, náuseas, vômitos, diarreia, mialgia, entre outros que caracterizam a forma toxêmica. Ao exame físico pode-se ter hepatomegalia, mucosas desidratadas, taquicardia, icterícia nas formas mais graves e esplenomegalia por congestão do ramo esplênico – podendo formar varizes esofagianas em decorrência da formação de circulação colateral. Ao exame laboratorial pode ter aumento de enzimas hepáticas e bilirrubina, além de leucocitose com hipereosinofilia. Os ovos podem gerar áreas de necrose e promover formação de granulomas, esses que podem ser formar em inúmeros órgãos, como: 1) Fígado: hipertensão portal, fibrose e desorganização do parênquima, 2) Intestino: formação de pseudotumores e obstrução, 3) Sistema nervoso central: disfunções neurológicas e 4) Pulmão: lesões vasculares pulmonares. Além disso, na fase crônica da doença tem-se a presença de inúmeros vermes adultos, esses que promovem ação espoliativa (2,5mg de ferro por dia), liberam substâncias tóxicas e obstruem vasos, podendo causar diarreia, anemia, ascite, entre outros sintomas. Além disso, a espícula do ovo pode lesar a mucosa intestinal, fato que pode gerar hemorragias, dores abdominais e edema. Sabe-se que a reação antígeno-anticorpo pode formar imunocomplexos circulantes, esses que podem se depositar nos vasos renais e promoverem um quadro de nefropatia esquistossômica. Desse modo, nota-se que o quadro clínico da esquistossomose conta com alterações hemodinâmicas, reações imunológicas, lesão por imunocomplexos e repercussões sobre o organismo em geral, podendo interagir e favorecer outras patologias. Diagnóstico: pode ser feito por um teste parasitológico de fezes, encontrando o ovo com presença de espícula, tendo resultado satisfatório em infecções com carga parasitária média e alta, precisando repetir se ela for baixa. A biópsia da mucosa retal depende de profissional treinado para coleta e pode gerar certo desconforto para o paciente, mas possui maior sensibilidade. A ultrassonografia é muito importante, já que pode diagnosticar alterações hepáticas e precisar o grau de fibrose. Além desses podem ser realizados exames imunológicos ou indiretos como ELISA, testes intradérmicos, reação em cadeia da polimerase (PCR), entre outros. Como diagnóstico diferencial tem-se leishmaniose visceral, doença de Chagas, leucemias agudas, malária, mononucleose infecciosa, hepatites virais, entre outros. FASCIOLOSE A Fasciolose é uma zoonose: enfermidade que pode ser passada dos animais para o homem. Possui grande interesse econômico, pois é parasita de canais biliares de ovinos, bovinos, caprinos, suínos, bubalinos e vários mamíferos silvestres. Raramente acomete o homem. Manual De Técnicas De Diagnóstico Parasitológico. Prof. Edson Claudio Cambinda Manual De Técnicas De Diagnóstico Parasitológico. Prof. Edson Claudio Cambinda No homem, que não é seu hospedeiro habitual, encontra-se nas vias biliares, alvéolos pulmonares e esporadicamente em outros locais. Os ovos são eliminados pelo acetábulo, com a bile caem no intestino, de onde são eliminados com as fezes. No meio externo, há maturação da larva miracídio. Mas o miracídio só sai o ovo quando este ovo entra em contato com a água e é estimulado pela luz solar. O miracídio nada livremente e encontra o hospedeiro intermediário (caramujos do gênero Lymnaea columela e L. viatrix) ao acaso. Se não encontrar, morre em poucas horas ( sua vida média é de 6 h.). Se penetrar no molusco, cada miracídio forma um esporocisto, pelas células germinativas. Os esporocistos dão origem a várias rédias, que podem originar rédeas de segunda geração ou cercárias. Ao contrário da cercária do esquistosoma, sua cauda é única (no esquistosoma ébifurcada). Logo que a cercária sai do caramujo, perde a cauda, encista-se pela secreção das glándulas cistogênicas, encontrando substrato em plantas aquáticas, como o agrião, e vai para o fundo da água na forma de metacercária (cercária encistada). O homem (ou animal) infecta-se ao comer essas verduras ou beber água contaminada com metacercárias. As metacercárias desencistam-se no intestino delgado, perfurando a mucosa intestinal, caindo na cavidade peritoneal. Pelo peritôneo vão para o fígado e mais raramente para os pulmões. Mais tarde alcançam a vesícula biliar, onde atingem a maturidade, eliminando ovos e fechando o ciclo. TENÍASE E CISTICERCOSE Na família Taeniidae, dois cestódeos que tem o homem como hospedeiro definitivo eobrigatório são: Taenia solium e T. saginata, popularmente conhecidas como solitárias. Seus hospedeiros intermediários são os suínos e os bovinos, respectivamente. A teníase e a cisticercose são entidades mórbidas distintas, causadas pela mesma espécie porém em fases da vida diferentes. A teníase é caracterizada pela presença da forma adulta de T. solium e T. saginata no intestino delgado humano. A cisticercose é uma alteração provocada pela presença da larva (conhecida como “canjiquinha”) nos tecidos de seus hospedeiros intermediários (suíno e bovino). As larvas de T. solium podem ser encontradas em hospedeiros intermediários anômalos, como o homem e o cão.. As Taenia adultas vivem no intestino delgado do homem. O cisticerco de T. solium é encontrado no tecido subcutâneo, muscular, cardíaco, cerebral e no olho de suínos e acidentalmente no homem e no cão. O cisticerco de T. saginata é encontrado nos tecidos dos bovinos. Ciclo de vida O homem parasitado elimina as proglotes cheias de ovos no meio exterior junto com as fezes. Um hospedeiro intermediário próprio (suíno para T. solium e bovino para T. saginata) ingere os ovos. No estômago, os embrióforos sofrem a ação da pepsina, e no intestino as oncosferas sofrem a ação dos Manual De Técnicas De Diagnóstico Parasitológico. Prof. Edson Claudio Cambinda Manual De Técnicas De Diagnóstico Parasitológico. Prof. Edson Claudio Cambinda sais biliares, importantes para a ativação e liberação. As oncosferas saem dedentro do embrióforo e penetram nas veias mesentéricas, atingindo a corrente circulatória e sendo distribuído para todos os órgãos e tecidos do corpo. As oncosferas se desenvolvem em cisticercos em qualquer tecido mole. A infecção do homem se dá através da ingestão de carne crua ou mal-cozida de porco ou boi contendo cisticercos. Três meses após a ingestão da larva, inicia-se a liberação de proglotes grávidas. A T. solium pode viver até três anos no hospedeiro e a T. saginata 10 anos. Transmissão - Teníase: * Ingestão de carne bovina ou suína mal cozida contaminada com cisticercos. - Cisticercose: * Ingestão acidental de ovos viáveis de T. solium. Auto-infecção externa; O homem elimina proglotes e os ovos de sua própria tênia são levadas a boca por mãos contaminadas ou coprofagia. Auto-infecção interna; Durante vômitos ou retroperistaltismo, os proglotes podem chegar ao estômago e depois voltariam ao intestino delgado. Patogenia e sintomatologia Apesar de ser conhecida como solitária, normalmente as pessoas estão infectadas por mais de uma tênia. Podem causar: - Fenômenos tóxicos alérgicos; - Pode provocar hemorragia na mucosa; - Produzir inflamações. - Competição por alimento: o parasito compete com o hospedeiro, espoliando seu alimento. - A cisticercose é que causa as lesões realmente graves no homem. As manifestações clínicas dependem da localização, do número de parasitos, seu estágio de desenvolvimento e a característica orgânica do paciente. Podem atingir qualquer tecido do corpo, mas as mais importantes são as musculares e neurais. Diagnóstico - Parasitológico: Proglotes e ovos nas fezes pelos métodos rotineiros; Diagnóstico específico: Tamização das fezes, para recuperar e comparar as proglotes. Imunológico: Os métodos mais usados detectam anticorpos no soro, líquido cefalorraquidiano e humor aquoso. Reação imunoenzimática utilizando antígenos purificados dos cistos de T. solium. Estas proteínas purificadas são específicas para os cisticercos Manual De Técnicas De Diagnóstico Parasitológico. Prof. Edson Claudio Cambinda Manual De Técnicas De Diagnóstico Parasitológico. Prof. Edson Claudio Cambinda Exame de fezes 1- Receber as fezes em recipiente adequado. 2- As amostras devem ser correta e completamente identificadas com: o nome do paciente; idade, número de identificação do laboratório; hora da colheita e hora da chegada da amostra ao laboratório. As instruções, sobre a coleta de fezes devem ser claras e passadas ao paciente. É importante verificar se o paciente as entendeu, pois é na coleta adequada que se inicia a qualidade do exame parasitológico. 3- Para um trabalho rotineiro em Parasitologia é recomendável que se realize três exames parasitológicos em dias alternados. 4- Todos os parasitas observados devem ser relatados pelo nome científico, incluindo gênero e espécie, quando possível, e o estágio que estão. Determinados elementos celulares (GV, GB ou outras células), fungos ou cristais de Charcot-Leyden devem ser assinalados de modo semiquantitativo como: poucos cristais, moderados ou muitos. Também, deverão constar os métodos executados e a consistência das fezes. 5- Fezes líquidas devem ser examinadas dentro de 30 minutos; semi-sólidas dentro de 1 hora e formadas dentro de 24 horas. Se o exame for realizado depois de 24 horas a amostra deve ser mantida em conservadores tais como: formol a 10%, álcool polivinílico (PVA); o MIF conservador muito difundido composto de mertiolato ou mercurocromo, iodo e formol e o SAF que é um fixador usado para conservar cistos e trofozoítos. A proporção utilizada é de três partes de qualquer um dos conservadores para uma parte de fezes. Essa mistura deve ser bem homogeneizada. O formol e o MIF preservam ovos, cistos e trofozoitos para exames a fresco; PVA e o SAF preservam trofozoitos para coloração permanente. Formol a 10% Formol comercial 10ml. Solução salina a 0,85% 90ml. Fixador Álcool Polivinílico (PVA) Utilizada para conservar e transportar fezes líquidas. A proporção adequada é de 2 a 3ml. de fezes para 8 a 10ml.de solução de PVA. Rejeitar fezes contendo meio de contraste para Raios X (sais de bário), somente colher as fezes 5 a 10 dias após a ingestão de sais de bário. Não administrar purgativos tais como: óleo mineral, óleo de castor ou supositórios, porque é Manual De Técnicas De Diagnóstico Parasitológico. Prof. Edson Claudio Cambinda Manual De Técnicas De Diagnóstico Parasitológico. Prof. Edson Claudio Cambinda impossível pesquisar protozoários. Classificação dos métodos de exames coproparasitologico Manual De Técnicas De Diagnóstico Parasitológico. Prof. Edson Claudio Cambinda Manual De Técnicas De Diagnóstico Parasitológico. Prof. Edson Claudio Cambinda EXAME MACROSCÓPICO Procedimentos 1- Observar a consistência da amostra. Fezes moles ou líquidas sugerem a possível presença de trofozoítos de protozoários intestinais. Cistos de protozoários são encontrados com mais freqüência em fezes formadas. Ovos e larvas de helmintos podem ser encontrados tanto em fezes líquidas quanto em fezes formadas. 2- Examinar a superfície da amostra para observar a presença de proglotes de tênias, ancilostomídeos ou oxiúros adultos, por exemplo. 3- Examinar a amostra fecal com auxílio de um palito (sorvete) para verificar a presença de outros helmintos adultos. 4- Examinar as fezes quanto à presença de sangue e/ou muco. a) sangue fresco (vermelho vivo) indica hemorragia aguda no trato intestinal. b) muco sanguinolento sugere ulcerações e uma porção desse material deve, de preferência, ser examinada, ao microscópio, para a procura de trofozoitos. Os vermes adultos, quando encontrados, devem ser imediatamente examinados e identificados. As tênias são identificadas especificamente pelo exame das proglotes grávidas. As proglotes devem ser fixadas em formol a 10% e depois clarificadas por imersão em glicerina ou solução de lactofenol. EXAME MICROSCÓPICO Permite a visualização de trofozoitos, cistos e oocistos de protozoários e de ovos e larvas de helmintos. É recomendável, como rotina, o emprego de 03 procedimentos distintos a) exame direto a fresco, para observação dos movimentos do trofozoito, b) técnicas de concentração de parasitas c) um esfregaço de fezes com coloração permanente O exame pode ser quantitativo ou qualitativo. Os métodos quantitativos são aqueles nos quais se faz contagem de ovos para avaliação da carga parasitária. O mais conhecido é o de Stoll, mas, o mais empregado atualmente é o de Kato- Katz. Os métodos qualitativos são os mais utilizados para a demonstração da presença das formas parasitárias. Freqüentemente o número das formas parasitárias é pequeno, assim é necessário Manual De Técnicas De Diagnóstico Parasitológico. Prof. Edson Claudio Cambinda Manual De Técnicas De Diagnóstico Parasitológico. Prof. Edson Claudio Cambinda recorrer a processos de enriquecimento dessas formas para concentrá-las. Os principais métodos de enriquecimento ou de concentração utilizados são: Sedimentação espontânea: método de Hoffmann, Pons e Janer ou método de Lutz. Este método permite o encontro de ovos e larvas de helmintos e cistos de protozoários; Sedimentação por centrifugação: Método de Blagg, conhecido por MIFC; Método de Ritchie, e o Coprotest. Usados para a pesquisa de cistos de protozoários e de ovos e larvas de helmintos. Flutuação: Método de Willis. Indicado para pesquisa de ovos leves (ancilostomídeos). Centrífugo-flutuação: Método de Faust. Utilizado para pesquisa de cistos e oocistos de protozoários e de ovos leves. Concentração de larvas de helmintos: Método de Baermann-Moraes e o método de Rugai usados para pesquisa de larvas de Strongyloides stercoralis. As fezes enviadas ao laboratório clínicodevem ser submetidas a um desses métodos citados. Como não existe um método capaz de diagnosticar, ao mesmo tempo, todas as formas parasitárias o que se faz de rotina é o emprego de um método geral como o de Lutz ou de Hoffmann, Pons e Janer (de fácil execução e pouco dispendioso), um específico para cistos de protozoários e um para a pesquisa de larvas de helmintos. Exame direto a fresco Este método é indicado principalmente para a pesquisa de trofozoitos de protozoários em fezes diarréicas recém emitidas; para a identificação de cistos de protozoários e larvas de helmintos cora- se a preparação com Lugol. O uso de lamínula é facultativo. Método de Faust Você realizará ou solicitará este método quando houver suspeita de enfermidades causadas por parasitos helmintos ou protozoários. Mais especificamente sobre o método, também chamado de centrífugo-flutuação no sulfato de zinco, ele é um Exame Parasitológico de Fezes (EPF) simples, utilizado na pesquisa parasitológica de ovos e larvas de helmintos (principalmente ancilostomíneos) e cistos e oocistos de protozoários. É realizado com o objetivo de concentrar o que será investigado, eliminando resíduos fecais e facilitando a identificação, por isso a técnica de concentração é muito utilizada nas estratégias de exame para parasitos MÉTODO DE FLUTUAÇÃO (WILLIS) Fundamento: Concentração e flutuação de cistos de protozoários e ovos leves de helmintos em solução saturada de cloreto de sódio ou açúcar. Manual De Técnicas De Diagnóstico Parasitológico. Prof. Edson Claudio Cambinda Manual De Técnicas De Diagnóstico Parasitológico. Prof. Edson Claudio Cambinda Indicado na pesquisa de protozoários e ovos leves de helmintos (Ancilostomídeos, Enterobius vermicularis, Trichuris trichiura). MÉTODO DE SHEATHER É uma técnica de centrífugo-flutuação que foi criada para detectar a presença de ovos de helmintos nas fezes de gado bovino. Com o tempo, foram realizadas observações que indicam que a técnica pode ser aplicada para o diagnóstico de outras parasitoses. Nesta técnica a solução diluente utilizada é uma solução saturada de sacarose. Alguns pesquisadores tem proposto alterações na técnica de Sheather com alteração dos tempos de centrifugação (Figueiredo et al, 1984) ou da densidade da solução de sacorose (Huber, Bomfim, Gomes 2003) MÉTODO DE RITCHIE (Concentração pelo Formol-Éter) Fundamento: Emprego do formol e do éter com a finalidade de fixar e concentrar as estruturas parasitárias e separá-las dos detritos e gorduras fecais. Para que serve o método de Ritchie? conhecido por MIFC; Método de Ritchie, e o Coprotest. Usados para a pesquisa de cistos de protozoários e de ovos e larvas de helmintos. Utilizado para pesquisa de cistos e oocistos de protozoários e de ovos leves. Tecnicca de Hoffman ou sedimentação espontânea Este método detecta a presença de ovos nas fezes, e após coloração com lugol é possível verificar a presença de cistos de protozoários e larvas de helmintos. A técnica de Hoffman, Pons e Janer ou Lutz ou método de sedimentação espontânea consiste basicamente na mistura das fezes com água, sua filtração por uma gaze cirúrgica (ou parasitofiltro) e manutenção em repouso, formando uma consistente sedimentação dos restos fecais ao fundo do cálice. Quais são os parasitas que podem ser identificados pelo método de Hoffman? Permite identificação e a quantificação por grama de fezes das infestações por alguns helmintos (Ascaris lumbricoides, Necator americanus, Schistosoma mansoni, Trichuris trichura, Taenia sp, Enterobios vermiculares e Strongyloides stercoralis). Cistos de protozoários podem não ser identificados por este método. MÉTODO BAERMANN E MORAES (MOD.) É específico para o isolamento de larvas de estrongilóides e acompanhamento do tratamento. MÉTODO KATO KATZ Permite identificação e a quantificação por grama de fezes das infestações por alguns helmintos Manual De Técnicas De Diagnóstico Parasitológico. Prof. Edson Claudio Cambinda Manual De Técnicas De Diagnóstico Parasitológico. Prof. Edson Claudio Cambinda (Ascaris lumbricoides, Necator americanus, Schistosoma mansoni, Trichuris trichura, Taenia sp, Enterobios vermiculares e Strongyloides stercoralis). Cistos de protozoários podem não ser identificados por este método. A sua execução pode ser inviável em fezes diarréicas. Método de Harada e Mori Fundamento: Cultura de material fecal em papel de filtro visando a dentificação de larvas de nematelmintos. Indicação: Suspeita de estrongiloidíase ou ancilostomíase sem sucesso nos métodos mais frequentemente utilizados (Baermann-Moraes e Willis, repectivamente). Método de Graham, método da fita é um exame parasitológico, para pesquisa de ovos de Enterobius vermicularis, Taenia saginata e Taenia solium. Uma fita adesiva é colocada ao fundo de um tubo de ensaio com a parte colante voltada para fora. A prega anal do paciente é então aberta e assim é encostado diversas vezes a parte colante naquela região perianal. A fita adesiva é então colocada em lâmina e observada em microscópio.[1] Método de Stoll. Fundamento: Método quantitativo em solução de hidróxido de sódio 0,1 N. Indicação: Quantificação de ovos de helmintos em particular os ovos de casca fina cuja quantificação pelo Método de Kato-Katz pode ser comprometida. Contudo, se presta a quantificação de ovos de várias espécies. Em algumas infeções helmintícas, a partir da quantificação podemos inferir a carga parasitária, e por conseguinte, a espoliação sofrida pelo paciente.
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