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UNIVERSIDADE DE VASSOURAS – CAMPUS SAQUAREMA-CURSO DE PEDAGOGIA 
Disciplina: HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO 
Professora: Arilda Rocha Vellasco 
Texto para Reflexão e debate: RITOS DE INICIAÇÃO 
 Júlio Cezar Melatti 
Várias sociedades indígenas marcam a passagem do jovem para a vida adulta, onde vai 
gozar da plenitude dos seus direitos, com certos ritos, chamados de iniciação, os quais constituem, 
também, ritos de passagem. 
Entre os índios Apinayé, a transformação dos meninos em guerreiros se dá em duas etapas, 
que juntas cobrem o espaço de um ano. E cada uma dessas etapas constitui ritos de passagem. A 
primeira etapa é como que uma preparação para a segunda, a qual constitui realmente a 
passagem para a classe dos guerreiros. Não vamos descrever aqui esses ritos em seus detalhes por 
serem demasiado complexos. De qualquer modo, vamos fazer notar que as duas etapas citadas 
constituem ritos de passagem, porque podem ser divididos nas três fases que caracterizam esses 
ritos: a) separação; b) transição; e c) incorporação. Na primeira etapa, os meninos que têm por 
volta de quinze anos de idade são separados dos demais por uma cerimônia que pode ser 
considerada como um rito de separação. Passam então a serem chamados de pebkaág, isto é, 
“semelhantes a guerreiros”. Daí por diante, durante alguns meses, embora durmam em suas casas 
maternas, os jovens em iniciação passam praticamente os dias separados da aldeia: têm um 
acampamento próprio, um local de banho só para eles, um pátio deles a leste da aldeia, um 
caminho circular em torno da aldeia pelo qual vêm buscar alimento em suas casa maternas. 
Recebem instrução todos os dias de dois índios maduros. Levam uma vida à parte da dos demais 
moradores, vindo à aldeia quase que somente para dançar à noite e dormir. Tal fase é marcada 
pelos ritos de transição. É durante esse período que os jovens têm suas orelhas e seu lábio inferior 
perfurado para uso de batoques. Finalmente, depois de algum tempo são de novo trazidos à vida 
da aldeia por uma cerimônia constituída de ritos de incorporação. A segunda etapa começa 
também por um rito de separação. Os jovens a partir de então são chamados de pemb, isto é, 
“guerreiros”. Nessa segunda etapa, os jovens ficam numa reclusão rigorosa, sendo feito para cada 
um deles um pequeno quarto totalmente fechado dentro de sua casa materna. Os jovens não 
devem ser vistos: ou estão em seus quartos ou, então, longe da aldeia. Nesta fase, seus instrutores 
lhes aconselham sobre como escolher e como tratar a esposa, como tratar seus colegas, como 
confeccionar seus enfeites, exortam-nos a obedecer a seus chefes etc. Marcam essa fase os rituais 
de transição. Finalmente eles voltam outra vez à vida da aldeia através dos ritos de incorporação. 
Ao serem novamente incorporados à vida da aldeia, os jovens já não são mais os mesmos. Já não 
são considerados meninos, são tratados como adultos e podem casar-se. As mulheres não passam 
por esses ritos, a não ser algumas por privilégio especial. FONTE: MELATTI, Júlio César. Índios do 
Brasil. 3. ed. São Paulo: Hucitec, 1980, p. 123-124. 
FONTE: NÓVOA, António. Evidentemente: história da educação. Lisboa: Edições Asa, 2005. 
1)Após leitura do texto, conte para os colegas de turma a parte que mais chamou sua 
atenção.

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