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Teoria Geral da Administração (Teorias da Administração)_DELÍNEA (versão digital)_V2

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TEORIA GERAL DA 
ADMINISTRAÇÃO
(Teorias da 
Administração)
Alice Carneiro de Castro;
Erica Sarraf Fernandes Biondo;
Flaviana Totti Custódio dos Santos.
Os antecedentes 
históricos da ciência da 
administração
UNIDADE 1
SST
Copyright © 2023. Delinea Tecnologia Educacional. Todos os direitos reservados.
Os antecedentes 
históricos da ciência da 
administração
3
Apresentação da unidade
A administração é uma ciência nova, se comparada, por exemplo, à astronomia, 
que é a ciência mais antiga de todas, com mais de cinco mil anos de registros. São 
pouco mais de cem anos de pesquisas e de estudos específicos sobre gestão de 
empreendimentos e seus impactos na vida das pessoas.
No entanto, o ato de administrar é ainda mais antigo que a astronomia, pois está presente 
evidentemente na vida humana desde as primeiras civilizações, há cerca de seis mil anos, 
isso porque diversos aspectos da administração foram necessários para a organização 
das primeiras comunidades e cidades, conforme esta unidade apresentará.
Ao evoluir com o ser humano, o ato de administrar foi adquirindo mais ferramentas 
e aprendizados, integrando mais elementos para lidar com civilizações, cidades, 
países, organizações e instituições formais (como exército e igreja, por exemplo), 
até chegarmos à Revolução Industrial e suas mudanças na história do mundo, 
representando a necessidade da administração, principalmente com o surgimento de 
empresas de maior porte e com mais elementos de tecnologia e produção em massa.
Durante essa jornada, o pensamento administrativo foi sendo ampliado e modificado, 
adquirindo características, linguagem e significados próprios. Por conta disso, temos hoje 
metodologias e modelos variados, que se aplicam aos mais diversos tipos de organização.
Nesta unidade, você vai conhecer as origens do pensamento administrativo e como 
o homem foi aprendendo a arte de administrar ao longo do tempo.
Para Maximiano (2015), objetivos e recurso são conceitos centrais na definição de 
organização. Administrar consiste em tomar decisões sobre o uso do recurso para 
realizar objetivos. As decisões são agrupadas em quatro processos principais: 
planejar, organizar, liderar e controlar. Um quinto processo (executar) seria o efeito 
prático dos anteriores. Essa é uma adaptação da definição feita por Henri Fayol, 
divulgada em 1911. Fayol é um dos teóricos que estudaremos nesta unidade. 
Também aprenderemos sobre o fordismo e sua linha de montagem, sobre Fayol e a 
administração científica e sobre a burocracia de Max Weber. 
Tenha ótimos estudos e bom aprendizado!
4
1.1 A administração na antiguidade
Para chegarmos ao que temos hoje, em relação a estudos organizacionais, muitas 
civilizações praticaram e aprenderam sobre gestão. Segundo Maximiano (2015), os 
antecedentes da administração atual são os seguintes:
Quadro 1.1: Antecedentes da administração moderna
Antecedentes Período Contribuição para os estudos da administração
R e v o l u ç ã o 
Urbana
4000 a.C.
Administração de grandes projetos de 
construção: cidades, pirâmides, templos, 
canais de irrigação e formação de uma classe 
de funcionários públicos.
Grécia 500 a.C. Democracia, ética, método científico, qualidade.
Roma 700 a.C. a 400 d.C.
Administração de império multinacional, 
formação de executivos, grandes empresas 
privadas e exército profissional.
Renascimento Século XVI – 1500 a 1600 d.C.
Retomada dos valores humanistas, grandes 
empresas de comércio, invenção da 
contabilidade, Maquiavel.
R e v o l u ç ã o 
Industrial
Século XVIII – 
1700 a 1800 d.C
Invenções das fábricas, surgimento do 
moderno trabalhador industrial e dos 
sindicatos, início da administração como 
disciplina.
Fonte: Adaptado de Maximiano (2015).
a.C e d.C. são siglas que abreviam as expressões “antes de
Cristo” e “depois de Cristo”, sendo utilizadas para apresentar as
datas considerando o nascimento de Jesus Cristo como marco
divisório na história. O calendário adotado no Brasil, assim como
na maioria dos países do mundo, considera que estamos no ano
de 2018 depois de Cristo.
Saiba mais
5
Vamos agora aprender sobre cada um desses antecedentes, começando pela 
Revolução Urbana, por volta de 4000 anos a.C., na região da Mesopotâmia, hoje 
conhecida como Oriente Médio, quando se instalou a primeira civilização da qual se 
tem registro: os sumérios.
1.1.1 Suméria
Os sumérios viveram entre os rios Tigre e Eufrates. Segundo Chiavenato (2014), os 
sumérios foram um dos primeiros povos a se fixar em um território, pois antes deles 
as comunidades eram nômades, ou seja, ficavam acampadas em algum espaço 
enquanto ali havia alimento disponível e depois se mudavam para outro local, 
vivendo em constante mudança de habitação. Ao se estabelecer em um espaço fixo, 
os sumérios desenvolveram técnicas de agricultura, pois começaram a escolher 
onde plantar os alimentos, e não apenas colher e partir para outro lugar. Também 
é deles a autoria da primeira urbanização, com a criação de cidades na região da 
Mesopotâmia.
Um fator que contribuiu muito para o sucesso administrativo dos sumérios foi a 
abundância de água em seu território. Tal condição possibilitou a esse povo formar 
pequenas comunidades autossuficientes, interligadas pelo sistema de irrigação que 
inventaram na época. Sua escrita, a cuneiforme, também é considerada a mais antiga 
já registrada na história da humanidade.
Na história dos sumérios, podemos perceber alguns aspectos de gestão que são muito 
conhecidos hoje por nós, como a coordenação das atividades laborais realizada pelos 
sacerdotes, sediados em templos que eram verdadeiros centros administrativos. Eles 
comandavam a gestão das comunidades em suas necessidades gerais (MAXIMIANO, 
2015).
Laborais: atividade desenvolvidas durante o trabalho. Atividade 
laboral é sinônimo de trabalho.
Curiosidade
Uma das características da administração é a formalização, ou seja, o registro de 
fatos e atos, e os sumérios iniciaram essa prática, tanto que foi possível conhecer 
sobre essa civilização devido aos registros deixados em placas de argila que 
resistiram ao tempo, nas quais estão lapidados livros primitivos de contabilidade, em 
6
que registravam a entrada, a armazenagem e a saída de materiais de seus locais de 
armazenagem.
Foi esta transição – de uma sociedade nômade para uma sociedade fixa – que 
exigiu novas modalidades de gestão e administração social. Junto da escrita e 
da contabilidade primitiva, os sumérios criaram a administração pública, com 
funcionários e procedimentos burocráticos que continuam sendo estudados por 
nós (MAXIMIANO, 2015). Com o declínio do império sumério, houve a ascensão da 
Babilônia e da Assíria. Suas histórias e legados serão abordados a seguir.
Perceba que, ao aprender a lidar com a água e a terra, o homem 
começa a plantar e deixa de mudar de ambiente para procurar o que 
comer, interagindo de forma diferente com a natureza. De lá para 
cá, o uso de recursos naturais tornou-se a base da indústria e de 
quase todos os produtos que consumimos, mas hoje a sociedade 
tem mais clareza da importância da preservação para que as 
civilizações continuem evoluindo. E você, como tem preservado 
os recursos naturais em suas atividades diárias?
Reflita
1.1.2 Babilônia
A história da Babilônia registra um grande desenvolvimento social, econômico e 
político. Maximiano (2015) relata que herdamos dos babilônios o princípio de que a 
responsabilidade não se delega. A prova disso pode ser vista em uma mensagem do 
rei, ordenando que dez homens construíssem uma ponte e, caso o serviço não fosse 
satisfatoriamente executado, a responsabilidade seria do mestre de obras.
Falar da Babilônia é também falar do famoso rei Hamurabi, um habilidoso homem que 
conquistou várias cidades ao redor. Para governá-las, criou severas leis conhecidas 
como o Código de Hamurabi. Uma das leis mais famosas é a chamada lei de talião, 
baseada na máxima “olho por olho, dente por dente”, ou seja, a pessoa que cometia 
um crime era punidada mesma forma e com a mesma intensidade.
7
Durante o governo de Hamurabi, a Babilônia tornou-se uma das regiões mais ricas 
daquele período. São também dessa época algumas das construções mais luxuosas do 
mundo antigo e as cidades babilônicas, a exemplo das sumérias, administradas pelos 
sacerdotes, que também tinham a função de tomar conta das finanças do governo.
Após a morte de Hamurabi, a Babilônia foi invadida e conquistada por diversas 
tribos da região. Em 605 a.C., os babilônicos, sob o comando do rei Nabucodonosor, 
voltaram a ampliar suas áreas de domínio e influência. O rei ordenou a construção de 
muralhas em volta da cidade e de luxuosos templos e palácios. Conta a história que, 
para sua esposa, Nabucodonosor mandou construir os famosos Jardins Suspensos 
da Babilônia, considerados uma das sete maravilhas do mundo antigo.
1.1.3 Egito
O Egito era formado por diversos povoados espalhados pelo nordeste da África. 
Somente por volta do ano 3100 a.C. foi unificado em um poderoso império sob a 
direção de um único comando. Da unificação até os primórdios da Era Cristã, quando 
foram dominados pelos romanos, em 30 a.C., os egípcios mantiveram um modo de 
vida estável, fundamentado no ciclo da inundação, cultivo e seca do Rio Nilo. Essa 
época foi caracterizada como um período de paz. (MAXIMIANO, 2015).
Em termos de gestão dos recursos naturais, os egípcios foram exemplares. Em função 
da regularidade das inundações do Nilo, desenvolveram uma linha de raciocínio 
prático, orientada para o planejamento de longo prazo. O ciclo das inundações era 
calculado pelos egípcios com o auxílio da estrela Sirius. Como os intervalos entre o 
surgimento de Sirius eram separados por 365 dias, os egípcios criaram um calendário 
solar de 12 meses, com 30 dias cada, e mais cinco dias de festa (MAXIMIANO, 2015) 
– o calendário solar que, praticamente, é utilizado até hoje no Brasil.
A organização social dos egípcios dá-nos uma ideia de como eles faziam a gestão 
de seu território, forma que influenciou a teoria da administração que você está 
estudando. A sociedade egípcia era organizada por meio de fundamentos religiosos 
e econômicos. O faraó ocupava o topo da hierarquia na condição de chefe de Estado e 
era considerado a encarnação de um deus. Em seguida, na hierarquia, encontravam-
se os sacerdotes, responsáveis pelos cultos e festividades religiosas. Depois, vinham 
os nobres e os escribas, que realizavam as tarefas burocráticas para a manutenção 
do Estado egípcio. Na base da hierarquia, ficavam os soldados, mantidos pelo Estado 
para proteger o poder faraônico. Abaixo dos soldados ficavam os camponeses e os 
artesãos, responsáveis pelas plantações e colheitas. Eles também serviam de mão 
8
de obra para as construções públicas necessárias ao desenvolvimento agrícola e 
comercial.
Hierarquia: estrutura das relações de subordinação entre os 
membros de um grupo, com graus sucessivos de poderes, de 
situação e de responsabilidades.
Saiba mais
As pirâmides do Egito são outra fonte de inspiração para as modernas ferramentas 
de gestão. Chiavenato (2014) afirma que as pirâmides são os mais fabulosos 
testemunhos das aptidões administrativas dos egípcios. Para construir as pirâmides, 
os egípcios precisaram lidar com grandes problemas de gestão que até hoje são 
enfrentados por nós, tais como a administração de mão de obra numerosa e um 
planejamento logístico para aquisição e transporte dos materiais necessários.
Figura 1.1: Registros do Egito
Fonte: Plataforma Deduca (2018).
Outra prova da excelência administrativa dos egípcios encontra-se em sua organização 
militar. Pensando na segurança do império, eles criaram um exército profissional, 
formado por soldados assalariados, e construíram uma rede de fortalezas, com 
muros de pedras e grandes celeiros, suficientes para alimentar centenas de homens 
durante um ano.
9
1.1.4 China
A China é um grande exemplo de sociedade que empregava soluções inovadoras na 
administração de seu território. Prova disso é que foram os chineses os primeiros a 
utilizarem o princípio de assessoria para obter mais eficiência na administração das 
vastas terras de seu império: o imperador nomeava, em cada região do império, uma 
pessoa responsável por analisar a situação econômica sob sua responsabilidade e 
relatar suas conclusões aos funcionários do imperador. Essa técnica de assessoria 
tornou-se tradicional na administração pública da China.
A China se notabilizou também pelas grandes guerras que travou para expandir 
suas fronteiras e manter sob seu domínio os territórios conquistados. Para tanto, 
desenvolveu estratégias bem fundamentadas de ataque e defesa, que podem ser 
estudadas no livro “A arte da guerra”, de Sun Tzu, muito utilizado nas escolas de 
administração. Esse livro é um manual de recomendações militares que sobreviveram 
por séculos e que abordam temas de planejamento, comando, controle e doutrina, 
reconhecidos como úteis à administração dos mais variados tipos de organizações. 
(MAXIMIANO, 2015).
Alguns dos princípios apresentados no livro “A arte da guerra” são 
utilizados até hoje em ferramentas da administração, tais como: 
“conheça a ti mesmo” (forças e fraquezas), “conheça teu inimigo” 
(ameaças) e “conheça o campo de batalha” (oportunidades). A 
Matriz FOFA une esses princípios e é uma das ferramentas mais 
utilizadas pelos administradores.
Curiosidade
1.1.5 Grécia
A Grécia foi o berço da filosofia, uma forma de conhecimento fundamental para 
nós atualmente. As indagações dos filósofos levaram ao desenvolvimento das 
ciências, tão importantes hoje. Prova disso é que estamos estudando uma delas, a 
ciência da administração. Conforme Maximiano (2015), o século V a.C. foi o período 
mais produtivo da Grécia, em termos de conhecimentos que viriam a influenciar a 
administração de organizações de todos os tipos. Foi quando se desenvolveram 
conceitos como democracia, igualdade de todos perante a lei, ética na administração, 
planejamento, raciocínio metódico etc.
10
A democracia grega orientava-se pelo princípio de que todos são iguais perante a lei e 
que o povo tem o direito de governar a si mesmo. Por isso, a democracia é conhecida 
como o governo do povo. Vale destacar que esses direitos eram válidos apenas para 
o cidadão grego. Os escravos, por exemplo, não eram considerados cidadãos e não
tinham esses direitos.
Cidadão grego: homens livres e nascidos nas cidades-estados. 
Possuíam boa condição econômica e social e eram os únicos que 
possuíam direitos políticos.
Saiba mais
Dessa forma, os cidadãos gregos podiam participar das chamadas assembleias, 
expondo suas ideias sobre assuntos como paz e guerra, impostos, obras públicas 
etc. Outro princípio que fundamentava a democracia grega era o da representação 
direta: todo cidadão tem o direito de dar pessoalmente sua opinião nas assembleias.
Assembleia: é o conjunto de representantes de uma comunidade 
que detêm o poder legislativo; também pode ser uma reunião de 
pessoas no mesmo local para discutir um assunto de interesse 
em comum.
Saiba mais
Além da democracia, a ética também é um forte legado dos gregos – tanto em nossa 
forma de pensar, como na forma de gerenciar atualmente. Segundo Maximiano (2015), 
Platão acreditava que a responsabilidade fundamental dos políticos era promover a 
felicidade dos cidadãos; e, para isso, era fundamental, então, administrar a cidade 
com ética absoluta, de acordo com os interesses destes.
A ética normativa – aquilo que é estabelecido como norma, que deve ser seguido 
pelas pessoas – tem impacto na vida social, ou seja, o dever ético cabe a todos, 
para que a sociedade fique em paz e para que as pessoas sejam felizes. A ética diz 
respeito ao comportamento do ser humano nessa sociedade.
Os gregos também deixaram como contribuição importante o método de investigação 
sistemática, isto é, em vez de aceitarem as explicações da mitologia, crença muito 
11
forte dos povos anteriores, buscaram o conhecimento por meio da naturezae do ser 
humano. (MAXIMIANO, 2015).
Outro conceito grego que é muito reforçado até hoje nos estudos da administração 
é o da qualidade. Para os gregos, a qualidade reflete o melhor que se pode fazer em 
qualquer campo de atuação. (MAXIMIANO, 2015). Qualidade e excelência caminham 
juntos e tal ideia vem de Platão até nossos dias, provocando o sujeito a ser melhor 
a cada dia e aproveitar seus talentos para melhorar também os ambientes por onde 
passa. Também é atribuído aos gregos o conceito de estratégia como a “arte dos 
generais”, a forma de se planejar para alcançar a vitória, hoje com diversos métodos 
e ferramentas. Esses e outros aspectos da sociedade grega influenciaram nossas 
formas atuais de viver em sociedade e de gerir os negócios.
1.1.6 Roma
Conforme Maximiano (2015), a história do Império Romano cobre o período que vai 
do século VIII a.C. até o século IV d.C. Seu fim marca o começo da Idade Média. 
Roma precisou desenvolver eficientes formas de administração para manter o poder 
e a ordem durante os 12 séculos de sua existência. O domínio do Império Romano 
compreendeu as terras da Inglaterra e do Oriente Próximo - região da Ásia próxima ao 
Mediterrâneo, a oeste do Rio Eufrates e do norte da África. Assim, podemos perceber 
que a capacidade dos romanos em construir e manter o império é uma evidência de 
suas impressionantes habilidades administrativas. (MAXIMIANO, 2015).
A experiência romana constituiu-se no primeiro caso no mundo de organização e 
administração de um império multinacional. Outras civilizações também conquistaram 
vastos territórios e incorporaram múltiplos povos, mas os romanos o fizeram de uma 
maneira diferente. Para conseguir administrar um império tão extenso, os romanos 
desenvolveram formas eficientes de controle dos territórios anexados, como coleta 
de impostos, implantação de sistemas de transporte e manutenção de funcionários 
burocráticos e militares.
Os romanos criaram várias hierarquias e cargos que foram distribuídos pelos 
territórios conquistados e todos tinham que se reportar a Roma. Era um sistema 
de gestão que exigia organização, planejamento, comando e controle, detalhes que 
veremos nas próximas unidades.
12
Figura 1.2: Carruagem romana
Fonte: Plataforma Deduca (2018).
Após analisar o impacto dos modelos administrativos da antiguidade na administração 
atual, vamos ver como a estrutura das organizações militares e religiosas acabaram 
por ser absorvidas no âmbito empresarial.
1.2 Administração na igreja e nas 
forças armadas
Ao dominar um território, o Império Romano levava o catolicismo como religião 
oficial, o que permaneceu depois de sua dissolução. Sem uma coordenação única, os 
nobres se fecharam em castelos e fortalezas, cada um com sua propriedade, servos 
e guerreiros, para defender-se dos bárbaros e saqueadores. No campo político, nesse 
período, a administração geográfica herdada dos romanos transformou-se em sistema 
feudal. Para se proteger, as pessoas se agrupavam em torno dos chamados senhores 
feudais, que, por sua vez, agregavam-se ao redor dos soberanos. Para Maximiano 
(2012), o principal aprendizado desse sistema para a ciência da administração é a 
importância do interesse comum, princípio que faltou aos senhores feudais. Isolados, 
tornaram-se frágeis para manter seu domínio.
13
O período que se estende da queda do Império Romano até o fim do século XV, 
chamado de Idade Média, foi marcado pelas crenças da Igreja Católica e pela forma 
de produção econômica conhecida como feudalismo.
Feudalismo: o nome é derivado dos feudos (ou vilas), unidades de 
habitação e produção que eram características do período. Havia 
um castelo ou casa principal do senhor feudal, sua fazenda para 
trabalho e uma vila de servos ao seu entorno.
Curiosidade
Permaneceram como união a religião e os laços familiares – relações de sangue ou 
casamentos para ampliar o poder das famílias, bem como a soberania de alguns 
reis que venciam outros com seus exércitos, dando origem assim a algumas nações, 
sempre com o apoio da igreja. Nesse período, a Igreja Católica administrava os 
territórios europeus utilizando muitas ferramentas administrativas herdadas dos 
romanos. A igreja dividiu o território sob seu comando em dioceses e províncias e 
a isso acrescentou uma poderosa administração central, com diversas assessorias, 
criadas ao longo dos dez séculos de seu domínio.
De acordo com Chiavenato (2014, p. 51), “ao longo dos séculos, a Igreja Católica 
estruturou sua organização com uma hierarquia de autoridade, um estado-maior 
(assessoria) e a coordenação funcional para assegurar integração”. Todo esse 
aparato administrativo estava a serviço da propagação da fé, da preservação da 
doutrina e da formação dos sacerdotes, ancorando-se fortemente na hierarquia, na 
disciplina, na divisão de tarefas e na centralização de comando. Simples e eficiente, 
essa estrutura possibilitou à igreja se espalhar pelo mundo todo, praticamente sem 
concorrência. (MAXIMIANO, 2015).
Também é importante destacar a contribuição da organização militar para a 
administração, pois há mais de três mil anos os exércitos vêm criando soluções 
para a administração de grandes contingentes de pessoas envolvidas em operações 
complexas e arriscadas. Conceitos sobre estratégia, planejamento, logística e 
hierarquia, que são utilizados hoje não apenas nas forças armadas, mas também 
em todos os tipos de empreendimentos, nasceram com os militares de um passado 
distante. (MAXIMIANO, 2012).
14
Figura 1.3: Hierarquia militar
Estratégico
-
General
Tático - Oficiais
Operacional - Soldados
Fonte: Elaborada pelas autoras (2018).
Vejamos alguns princípios que vêm da organização militar, segundo Chiavenato 
(2014):
Unidade de comando
Cada subordinado só pode ter um superior.
Hierarquia
Escala de níveis de comando de acordo com o grau de autoridade.
Direção
Ordens e normas para que todo soldado saiba o que se espera dele e o que 
deve fazer.
A seguir, veremos as mudanças de pensamento que ocorreram no fim da Idade Média 
e sua influência na administração.
15
1.3 Contribuições do Renascimento, 
Mercantilismo e Protestantismo para a 
administração
Após o fim da Idade Média, emerge o Renascimento, sob o qual artes e ciências 
humanistas florescem. O Renascimento é o período que marca a transição da Idade 
Média para a chamada Idade Moderna. A Idade Moderna apresenta grandes avanços 
em relação ao conhecimento que temos sobre o mundo. Isso fica evidente se você 
olhar o período que ficou conhecido como Iluminismo.
Idade Moderna: período histórico que se inicia em 1453, com a 
ocupação de Constantinopla pelos turcos otomanos, e extingue-
se com a Revolução Francesa, em 14 de julho de 1789.
Curiosidade
O Iluminismo representou a defesa da razão como a verdadeira forma de chegar-se 
ao conhecimento, opondo-se às crenças de todos os tipos, colocando em cheque 
o domínio que a Igreja Católica tinha sobre todos os aspectos da sociedade. São 
expoentes dessa época grandes filósofos que influenciaram o desenvolvimento das 
ciências sociais e das ciências da administração, tais como Voltaire, Jean-Jacques 
Rousseau, Montesquieu, Adam Smith e Immanuel Kant.
Com essas mudanças de pensamento, o espaço de compra e venda de mercadorias – 
chamado mercado – foi ampliando e dando oportunidade de enriquecimento não só 
aos senhores feudais, mas a outras pessoas que não eram de origem nobre. A reforma 
protestante e o surgimento de outras religiões cristãs na Europa também auxiliaram a 
enfraquecer a tradição de concentração de riqueza em heranças familiares, trazendo 
a prosperidade para todos.
Um dos teóricos marcantes do chamado período mercantil foi Adam Smith, que 
mostrou grande interesse por questões de natureza administrativa. Suas ideias 
exerceram muita influência sobre a burguesia europeia, fundamentando-se “no 
princípio de que o mercado transforma o egoísmo de cada um em um bem coletivo” 
(GIL, 2016, p. 206).
16
Adam Smith disseminou o liberalismo econômico,no qual defendia total liberdade 
econômica para que a iniciativa privada pudesse se desenvolver de forma autônoma 
e sem a intervenção do Estado. Assim, o mercado se regularia sozinho pela livre 
concorrência, o que levaria à queda de preços e à busca por inovações tecnológicas 
para melhorar a qualidade dos produtos e potencializar o ritmo de produção.
Assim, do Renascimento à Revolução Industrial, houve grande desenvolvimento do 
conhecimento humano sobre matemática, mecânica, física e eletricidade, ciências 
que mudaram para sempre a história da humanidade.
1.4 Administração e Revolução 
Industrial
Conforme relatado por Maximiano (2015), a Revolução Industrial foi fortemente 
marcada por dois eventos: o surgimento das fábricas e a invenção das máquinas a 
vapor. As organizações, a partir de então, tornaram-se centrais na sociedade. Antes, 
quem ocupava lugar de destaque eram os impérios, países, cidades, governantes, 
exércitos e organizações religiosas. Após o século XVIII, o desenvolvimento das forças 
produtivas concedeu à organização, do tipo empresa industrial, papel fundamental 
na modernidade.
A Revolução Industrial representou uma enorme mudança nas formas de produção 
de mercadorias. Inicialmente, os comerciantes reuniam os trabalhadores em galpões 
para poder exercer maior controle sobre seu desempenho, visando ao aumento da 
produtividade. Com produtividade maior, conseguiriam baratear os preços do produto 
final. Embora o controle sobre os trabalhadores tenha contribuído para o nascimento 
do sistema fabril, o que marca o início da Revolução Industrial é a invenção da 
máquina a vapor, que possibilitou o avanço do ritmo de produção, impactando em 
toda economia da época.
A necessidade de mão de obra tornou-se um assunto urgente: no fim do século 
XVIII, os trabalhadores eram continuamente trazidos da zona rural para as fábricas. 
Essa migração da área rural para os centros industriais fez crescer as cidades e, 
consequentemente, a necessidade de infraestrutura. (MAXIMIANO, 2015).
No início da Revolução Industrial, as práticas de gestão eram precárias e a qualidade 
dos produtos variável: vigorava o princípio de que cabia ao comprador inspecionar 
o que adquiria. Os salários eram baixos e os capatazes garantiam a produtividade 
17
com uso de força bruta. Com o tempo, no entanto, novos caminhos foram trilhados 
e a administração encontrou as condições ideais para se transformar em um corpo 
organizado de conhecimentos, alcançando a estatura de uma disciplina tal qual 
conhecemos atualmente, com destaque para a busca da eficiência (MAXIMIANO, 
2015). A Revolução Industrial criou a demanda necessária por técnicas e conceitos 
que pudessem que pudessem ser utilizados por um contingente de pessoas que 
precisavam de treinamento especializado: os administradores profissionais de 
organizações (CHIAVENATO, 2014).
Conforme Maximiano (2015), os Estados Unidos reuniram as condições mais 
favoráveis para essa tendência, uma vez que sua tecnologia industrial se desenvolveu 
mais do que em outros países. Assim, em 1881, a Universidade da Pensilvânia criou 
a primeira escola de administração do mundo. Na passagem para o século XX, 
surge, então, a administração científica, uma abordagem sobre as diferentes funções 
necessárias para a boa gestão, que você estudará a partir da próxima unidade.
2. Primeiras teorias da administração 
do século XX
No início do século XX, dois importantes engenheiros desenvolveram os primeiros 
trabalhos a respeito da administração: o americano Frederick Winslow Taylor, 
considerado pai da administração e criador da escola da administração científica, 
com ênfase no estudo dos tempos e movimentos; e o francês Henri Fayol, que 
desenvolveu a chamada teoria clássica, com a aplicação de princípios gerais da 
administração em bases científicas.
Figura 2.1: Base da administração
Fonte: Plataforma Deduca (2018).
18
Taylor foi responsável pela proposição dos chamados princípios da administração 
científica e pelo estudo dos tempos e movimentos para a melhoria do processo 
produtivo, a redução de custos e o aumento de produtividade. Por sua vez, Fayol 
preocupou-se em melhorar o processo administrativo, por meio da formulação de 
seus famosos princípios: planejar, organizar, comandar e controlar.
Segundo Maximiano (2015), Taylor defendeu que sempre haverá um método mais fácil 
e rápido de executar uma tarefa. Para tanto, esse engenheiro empreendeu o estudo 
dos tempos e movimentos na produção. Tal fato evidenciou que, com observação e 
análise de dados, a organização poderia produzir mais para o “patrão”, bem como 
melhorar, ao máximo, a prosperidade do empregado. Essa abordagem de Taylor ficou 
conhecida como organização racional do trabalho, transformando os métodos de 
trabalhos empíricos em métodos científicos.
De acordo com Chiavenato (2014), essa tentativa de substituir métodos empíricos e 
rudimentares por métodos científicos recebeu o nome de Organização Racional do 
Trabalho (ORT), que se fundamenta nos seguintes aspectos:
a. Estudo dos tempos e movimentos: o trabalho é metodicamente 
analisado, em sua totalidade, visando à eliminação de movimen-
tos desnecessários. Nesse estudo, os movimentos úteis são sim-
plificados, a fim de diminuir o tempo médio que o operário leva 
para desenvolver uma tarefa. Nesse tempo médio, são acrescen-
tados os tempos considerados mortos, como, por exemplo, o tem-
po de espera pela matéria-prima (com finalidade de padronizar o 
método de trabalho) e, também, o tempo destinado à execução 
desse trabalho.
Conforme Chiavenato (2014), Taylor observou as seguintes vanta-
gens no desenvolvimento de um método padrão de produção:
• elimina desperdício de esforço humano e movimentos inúteis;
• facilita e racionaliza a seleção e o treinamento de operários e 
melhora a eficiência e o rendimento da produção pela especiali-
zação das atividades;
• distribui uniformemente o trabalho e evita períodos de falta ou 
de excesso de trabalho;
• define métodos e estabelece normas para execução do traba-
lho;
19
• estabelece base uniforme para salários equitativos e prêmios de 
produção.
b. Estudo da fadiga humana com base na anatomia e na fisiologia 
humana: possui dupla finalidade:
• evita movimentos inúteis na execução de tarefas, do ponto de 
vista fisiológico;
• reduz a fadiga para aumentar a eficiência.
c. Divisão do trabalho e especialização do operário: há eliminação 
de movimentos desnecessários, economizando, assim, energia e 
tempo, consequentemente, elevando a produtividade do operário.
d. Desenho de cargos e de tarefas: tem como finalidade criar, proje-
tar e combinar cargos para que uma tarefa seja executada com os 
demais cargos existentes dentro da organização. A simplificação 
no desenho de cargos permite algumas vantagens, tais como:
• admissão de empregados com qualificações mínimas, o que 
reduz os custos de produção;
• minimização de custos de treinamentos;
• redução de erros na execução do trabalho.
e. Incentivos salariais e prêmios de produção: o operário é estimula-
do a produzir mais e também a ganhar mais pelos seus serviços, 
uma vez que a remuneração é baseada na produção.
f. Condições ambientais de trabalho: a eficiência depende não so-
mente do método de trabalho e do incentivo salarial, mas de um 
conjunto de condições que garantam o bem-estar do trabalhador, 
o que inclui:
• a adequação de instrumentos e ferramentas de trabalho e equi-
pamentos de produção para minimizar o esforço do operador;
• o arranjo físico das máquinas e equipamentos para racionali-
zar o fluxo de produção.
20
g. Padronização: o objetivo é minimizar a variabilidade no processo 
produtivo e, consequentemente, eliminar desperdícios, aumentan-
do, assim, a eficiência.
Cabe observar, conforme Chiavenato (2014), que a Organização Racional do Trabalho, 
maior contribuição de Taylor à teoria administrativa, é, sobretudo, uma forma de 
executar melhor as tarefas, tendo como referência a observação no chão de fábrica.Ao desenvolver esses princípios, Taylor, de acordo com Chiavenato (2014), tinha 
como objetivo tornar a empresa mais eficiente e mais produtiva, algo que, para a 
época, era impensável.
Foi também uma preocupação de Taylor desenvolver uma forma de aplicar esses 
princípios na prática administrativa das fábricas, porque, para ele, a ferramenta 
administrativa era uma prática estruturada que ajudaria a desenvolver não só o 
processo de administração, mas também a qualidade decisória das organizações.
Chiavenato (2014) define que a preocupação de racionalizar, padronizar e prescrever 
normas de conduta ao administrador levou os engenheiros da administração científica 
a pensar que tais princípios pudessem ser aplicados em todas as situações possíveis. 
Dentre a profusão de princípios defendidos pelos autores, os mais importantes são:
1. Princípios de planejamento: substituir a improvisação por méto-
dos baseados em procedimentos científicos, por meio de planeja-
mento.
2. Princípio de preparo: os trabalhadores são selecionados de acor-
do com suas aptidões e, então, é necessário prepará-los e treiná-
-los para produzir mais e segundo o método planejado.
3. Princípio do controle: controlar o trabalho para certificar que es-
teja sendo executado de acordo com os métodos estabelecidos e 
segundo o plano previsto.
4. Princípios da execução: distribuir atribuições e responsabilidades 
para que a execução do trabalho seja disciplinada.
Posteriormente, o século XX foi marcado por grandes mudanças no ambiente 
econômico e social das organizações. Um exemplo disso foi o grande desenvolvimento 
econômico dos Estados Unidos, no início do século, em virtude do sucesso do modo 
de produção fordista, idealizado por Henry Ford. Também, em meados desse século, 
Max Weber, nos seus estudos sobre a ação social, descreveu as formas de autoridade 
21
e de legitimidade que lhe permitiram refletir sobre as características da burocracia 
que se encaixariam em um tipo de autoridade racional-legal e que contemplariam 
alguns princípios centrais, como a impessoalidade, o profissionalismo, a hierarquia, 
o formalismo etc.
O século XX foi marcado por grandes mudanças no ambiente 
econômico e social das organizações, tendo como grande exemplo 
o desenvolvimento econômico dos Estados Unidos, decorrente da 
mudança no modo de produção.
Atenção
Observe no quadro a seguir as principais ideias da administração no século XX.
Quadro 2.1: Principais ideias da administração no século XX
Ideias/Enfoques/
Teorias 1900-1925 1925-1950 1950-1975 1975-2000
Produção em massa, 
preocupação com 
eficiência (ênfase 
na eficiência dos 
processos produtivos).
Administração 
científica, linha 
de montagem.
Popularização 
do fordismo.
Sistema toyota 
de produção.
Modelo 
japonês, 
empresa de 
classe mundial, 
“Seis Sigma”, 
redesenho de 
processos.
Humanismo, enfoque 
comportamental, escola 
das relações humanas 
(ênfase nas pessoas e 
na condição humana).
Características 
individuais.
Relações 
humanas, 
dinâmicas de 
grupo, liderança.
Administração 
participativa.
Gestão de 
pessoas, 
qualidade 
de vida no 
trabalho, ética.
Escola da qualidade 
(ênfase na 
uniformidade, na 
conformidade e na 
adequação ao uso).
Controle 
estatístico da 
qualidade.
Administração 
da qualidade.
Qualidade 
total, qualidade 
no Japão.
Sistemas da 
qualidade, 
qualidade 
garantida, 
normas ISO.
22
Enfoque no processo 
administrativo 
(ênfase no papel dos 
gerentes e no processo 
de administrar 
organizações).
Enfoque 
funcional da 
administração, 
políticas de 
negócios.
Processo 
decisório, 
estruturação 
das grandes 
empresas, 
política de 
negócios, 
administração 
por objetivos.
Planejamento 
estratégico.
Administração 
de projetos, 
administração 
por processos, 
cadeia de 
suprimentos, 
papéis e 
competências 
gerenciais.
Teorias das 
organizações (ênfase 
no entendimento 
da natureza das 
organizações).
Tipo ideal de 
burocracia.
Teoria das 
organizações.
Modelos de 
organização.
Imagens das 
organizações, 
aprendizagem 
organizacional.
Pensamento 
sistêmico (ênfase 
na compreensão de 
totalidades e nas 
relações entre as 
partes).
Aplicação do 
pensamento 
sistêmico na 
concepção 
de processos 
produtivos, 
especialmente 
na linha de 
montagem.
Teoria geral dos 
sistemas.
Pensamento 
sistêmico 
influenciando 
todas as 
ideias da 
administração.
Fonte: Maximiano (2015).
2.1 A linha de montagem e o fordismo
Segundo Chiavenato (2014), Henry Ford nasceu em 30 de julho de 1863, na cidade 
norte-americana Springwells. Em 1903, superando inúmeras adversidades, fundou a 
“Ford Motors Company”, com mais 11 acionistas, ficando com 25% das ações. Com 
o passar dos anos, comprou as ações dos demais investidores e, em 1919, passou a 
ser o controlador da companhia. Sua grande ambição sempre foi construir um carro 
para o povo e, então, em 1913, inaugurou a primeira fábrica com linha de produção 
em série.
23
Figura 2.2: Linha de produção
Fonte: Plataforma Deduca (2018).
Ford foi pioneiro no que ficou conhecido como linha de montagem e produção em 
série. Produzir em série significa fabricar produtos iguais, em grande quantidade, fato 
que reduz os custos de produção e aumenta sua velocidade. Pensando nisso, Ford 
entendeu que seria vantajosa a fabricação de automóveis padronizados.
2.1.1 O fordismo
O processo produtivo inventado por Henry Ford ficou conhecido como fordismo e 
funcionava da seguinte maneira: o automóvel passava por uma esteira de montagem 
em movimento, e os operários colocavam as peças. Isso era possível em função da 
especialização dos funcionários, ou seja, cada um executava uma função específica 
(ou única) no processo. Por exemplo: alguns operários trabalhavam com a pintura; 
outros colocavam os pneus; alguns retificavam os motores, e assim por diante. Em 
apenas 98 minutos, o automóvel ficava pronto.
O modelo de automóvel “T” foi o mais famoso produzido por Henry Ford. Também 
conhecido como “Ford Bigode”, esse veículo foi o mais vendido no fim do século XIX. 
Desse tempo, é famosa a frase de Ford a seus clientes, de que poderiam pedir a cor 
que quisessem para seus automóveis, desde que fosse preta. (MAXIMIANO, 2015).
24
Figura 2.3: Modelo Ford “T”
Fonte: Plataforma Deduca (2018).
Segundo Chiavenato (2014), foi utilizando as abordagens da administração científica 
que Henry Ford aplicou de forma intensiva o novo conceito de linha de montagem 
na sua indústria “Ford Motors Company”. Esse sistema revolucionou o mercado, em 
virtude da produção em massa, tornando os automóveis mais baratos.
Cabe destacar que as inovações de Ford permitiram eliminar quase todos os 
movimentos desnecessários às atividades dos trabalhadores. Para Ford, era 
importante organizar o trabalho de forma a requerer o mínimo possível de força e de 
esforço físico dos trabalhadores.
O sucesso do invento de Ford foi tão grande que, na década de 1920, chegou a 
produzir dois milhões de automóveis por ano. O sistema de produção de Ford foi 
muito importante para a sociedade, uma vez que democratizou o acesso à aquisição 
de automóveis. A estratégia de negócio no fordismo era produzir o automóvel o mais 
rápido possível e vendê-lo no mercado no menor prazo.
A rapidez nesse processo é um fator importante, pois, quando a linha de montagem 
está parada, não gera lucros, o que deve ser evitado. Isso também requer um estoque 
de peças de reposição indispensáveis para que a linha de montagem não pare. Com 
essa forma de produção, Ford desenvolveu um sistema de pagamento com base em 
bônus, que crescia à medida que a produtividade aumentava.
25
O taylorismo e o fordismo são sistemas de trabalho que visavam à racionalização 
extrema da produção e, consequentemente, à maximização da produção e do lucro. O 
sucesso desses dois modelos fez com que várias empresas adotassem as técnicas 
desenvolvidas por Taylor e Ford, sendo utilizadas até hoje por algumas indústrias. 
O fordismo se baseou nas propostas do taylorismo e desenvolveualguns avanços. 
Assim, enquanto Taylor focava a divisão eficiente e racional das tarefas dentro da 
fábrica, Ford buscava colocar seus trabalhadores em posições fixas no sistema 
produtivo.
Conforme Maximiano (2015), cabe destacar, ainda, que o fordismo era visto como um 
modelo de gestão da produção; mas, a partir de 1930, passou a ser concebido como 
um modelo técnico-econômico, irradiando-se pelo mundo no pós-guerra. Antes do 
fordismo, a produção de veículos era artesanal, dependente da habilidade técnica da 
mão de obra disponível e sem padronização.
Outro fator importante que contribuiu para as ferramentas de gestão diz respeito à 
aplicação dos princípios da administração científica no sistema fordista de produção, 
que levou à redução da complexidade das tarefas e à padronização e ao controle 
do processo produtivo: o processo saiu das mãos dos trabalhadores e passou para 
a gerência, levando até às últimas consequências a ideia de separação entre o 
planejamento (engenheiros) e a execução (operário).
A administração clássica de Taylor e o fordismo recuperaram o ideário do homem 
“economicus”, ou seja, o homem é um ser racional que toma suas decisões com base 
no conhecimento de todas as possibilidades de ações viáveis, bem como de suas 
consequências.
Segundo Maximiano (2015), esse modelo de homem, reduzido e simplificado, serviu 
de fundamento para a construção de uma teoria da administração que tinha como 
base a concepção de um homem racional e previsível, que se satisfazia com incentivos 
financeiros, vigilância e treinamento. Investir nesses quesitos, portanto, auxiliaria a 
aumentar a produtividade esperada.
Como consequência dessa visão de homem, os pensadores clássicos – Taylor, Fayol 
e Ford – compartilhavam da ideia de que o comportamento humano não era um 
problema em si. Isso quer dizer que, quando os gerentes percebiam nos trabalhadores 
26
um comportamento inadequado, deduziam que o problema decorria de defeitos na 
estrutura da organização ou no processo produtivo.
2.2 Aportes de Fayol à Administração científica
Henri Fayol nasceu em 1841, em Istambul, e faleceu em 1925, em Paris. Ele foi 
um importante pesquisador da chamada escola clássica da administração. Fayol 
dedicou-se a disseminar os princípios da administração, com base em seus anos de 
aprendizado prático na indústria. Para esse engenheiro, a administração compreende, 
basicamente, cinco funções:
• planejamento;
• organização;
• comando;
• coordenação;
• controle.
De acordo com Maximiano (2015), para Fayol, a administração é uma atividade que 
pode ser encontrada em todos os empreendimentos humanos, como a família, os 
negócios, as religiões e os governos, exigindo, mesmo que não nos demos conta, o 
uso de, pelo menos, alguma das cinco funções supracitadas.
Fayol propôs a divisão das organizações em seis estruturas de operações específicas, 
mas que se relacionam mutuamente:
• Técnica: produção, manufatura.
• Comercial: compra, venda, troca.
• Financeira: empréstimos, capital de giro.
• Segurança: proteção da propriedade privada e das pessoas.
• Contabilidade: registro de estoques, custos, estatísticas.
• Administração: planejamento, organização, comando, coordenação e
controle.
Observe, na figura a seguir, as funções da empresa.
27
Figura 2.4: Funções da empresa
EM
PR
ES
A
Função comercial
Função financeira
Função de administração
Função de segurança
Função de contabilidade
Função técnica
Planejamento
Organização
Comando
Coordenação
Controle
Fonte: Maximiano (2015, p. 68).
Lembre-se de que cada área empresarial tem, sob sua 
responsabilidade, diferentes funções. A área administrativa 
demanda planejamento, organização, comando, coordenação e 
controle.
Atenção
Perceba que, para Fayol, o conceito de administração está ligado ao ato de administrar, 
englobando as funções de administrador, as quais estão descritas a seguir, de acordo 
com Maximiano (2015):
• prever o futuro e traçar o programa de ação;
• organizar, isto é, constituir o duplo organismo material e social da em-
presa;
• comandar, o que significa dirigir e orientar o pessoal;
• coordenar: ligar, unir e harmonizar todos os atos e esforços coletivos;
• controlar compreende garantir que tudo ocorra de acordo com as re-
gras estabelecidas e as ordens dadas.
Chiavenato (2014) acha importante informar que nenhuma organização pode fazer 
mais do que permitem seus principais administradores, afinal de contas, o gargalo 
está sempre na parte superior da garrafa. De todas as tarefas de uma organização, 
a mais difícil, mas também a mais importante, é estruturar sua alta administração.
28
2.2.1 O nível gerencial
As atividades para o nível gerencial são a essência da administração. Sua característica 
principal é conseguir resultados por meio de terceiros. 
Chiavenato (2014) afirma que as atividades gerenciais são divididas em três níveis, 
cada um com responsabilidades específicas, conforme apresentamos a seguir.
Gerência geral
Comando geral do processo produtivo e acionamento dos recursos disponíveis 
para a realização dos objetivos fixados pelo nível de direção. Gerencia unidades 
complexas, englobando mais de uma função. Às vezes, esses gerentes são 
responsáveis por empresas subsidiárias.
Gerência média (ou funcional)
Comando das atividades de operações especializadas, como: finanças, 
marketing, recursos humanos, manutenção etc.
Supervisão imediata
Comando da realização propriamente dita e das tarefas, implicando contato 
direto com os executores. São os supervisores de primeira linha.
Ainda de acordo com Chiavenato (2014, p. 34-35):
O papel dos gerentes é fundamental para obter a cooperação dos 
subordinados, para os quais ele representa a empresa e deve ser capaz de 
29
motivá-los e fazê-los “vestir a camisa”. Por outro lado, deve ser capaz de 
levar aos níveis superiores as aspirações, os desejos e as necessidades 
do seu pessoal. Um gerente que não prestigia os subordinados não 
consegue mantê-los dedicados.
2.3 A burocracia de Weber
Max Weber nasceu no dia 21 de abril de 1864, na Alemanha. Foi um sociólogo que se 
preocupou com o estudo da organização burocrática e, por isso, propôs a teoria da 
burocracia. (CHIAVENATO, 2014).
Conforme Maximiano (2015), o ponto central dos estudos de Weber é a investigação 
sobre a ação social. Para esse sociólogo, as normas que compartilhamos na sociedade 
só se tornam concretas quando se manifestam em cada um de nós, sob forma de 
motivação. Cada sujeito age levado por um motivo, orientando-se pela tradição, por 
interesses racionais ou pela afetividade.
Figura 2.5: A ação social
Fonte: Plataforma Deduca (2018).
Para Weber, a ação social consiste na conduta humana, dotada de sentido e orientada 
pela ação de outros, apresentando quatro formas distintas:
30
1. Ação racional com relação a fins: determinada pela expectativa de 
alcançar os objetivos racionalmente avaliados e perseguidos. 
2. Ação racional com relação a um valor: definida pela crença cons-
ciente no valor (moral, religioso e estético) de uma determinada 
conduta. 
3. Ação afetiva: ditada por afetos ou por estados sentimentais e 
emocionais. 
4. Ação tradicional: ditada pelos hábitos, pelos costumes e pelas 
crenças.
Chiavenato (2014) afirma que a aplicação da burocracia de Weber levou, em muitos 
casos, a um excesso de normas e de regulamentos impessoais, não condizentes com a 
agilidade e a flexibilidade das organizações modernas. No entanto, ainda é empregada 
em grandes administrações públicas, por falta de substitutos eficazes para alguns 
casos.
Para Weber, a burocracia deveria ter as seguintes características:
1. organização contínua de cargos, limitados por normas escritas, 
às quais estão subordinados os detentores de poder, o sistema 
administrativo e os dominados;
2. divisão de trabalho definida e sistemática, com áreas específicas 
de competência;
3. cargos organizados segundo o princípio hierárquico;
4. regras e normas técnicas claramente definidas porescrito;
5. separação entre propriedade e administração, ou seja, as ativida-
des administrativas deverão ser exercidas por profissionais con-
tratados em virtude de suas qualificações técnicas.
Ainda na visão de Weber, as ênfases da burocracia serão as seguintes:
31
1. formalização (obediência a normas, rotinas, regras, regulamentos 
etc.);
2. divisão do trabalho;
3. hierarquia;
4. impessoalidade;
5. profissionalização e competência técnica dos empregados.
De acordo com Chiavenato (2014), a descrição de Weber sobre a burocracia não 
levou em conta a chamada organização informal nem o excesso de formalismo, que 
é fonte das denominadas disfunções da burocracia. Vamos verificar quais são as 
características das disfunções da burocracia.
2.3.1 Disfunções da burocracia
Quando as características da burocracia são levadas ao extremo, o excesso de 
rigidez e a falta de flexibilidade fazem surgir as disfunções da burocracia: no lugar de 
propiciar segurança e qualidade, acaba por emperrar o andamento dos serviços e a 
produção de bens, ou seja, é como se o sistema criasse vida própria. É a burocracia 
pela burocracia, que perde sentido e finalidade, beirando o absurdo, ao exigir carimbos 
e comprovantes desnecessários. 
Confira a seguir as principais características e disfunções da burocracia, conforme 
colocado por Chiavenato (2014).
Quadro 2.2: Características e disfunções da burocracia
32
Engessamento de regras e 
regulamentos
No modelo ideal de burocracia de Weber, as regras e os 
regulamentos têm objetivo de normatizar os procedimentos, 
ajudando, assim, a aumentar a produtividade e a melhorar a 
qualidade do que é produzido e realizado. No entanto, a falta 
de flexibilidade na aplicação de regras e regulamentos faz com 
que estes deixem de ser um meio para se atingir um dado fim, 
transformando-se em um objetivo em si mesmo: é o momento 
em que as pessoas cumprem regras e regulamentos sem saber 
o motivo pelo qual estão cumprindo.
Excesso de documentação
Para formalizar tudo e controlar a qualidade e a produtividade, 
é produzida uma quantidade excessiva de documentos, 
que geram perda de tempo – tanto no preenchimento de 
formulários e papéis quanto no resgate de informações.
Despersonalização de 
 relacionamentos
Como nos sistemas burocráticos o poder está no cargo, e não 
nas pessoas, as relações interpessoais ficam em segundo 
plano. No entanto, o ser humano necessita de interações 
sociais. A despersonalização pode provocar estresse 
excessivo.
Autoridade aparente
Como a autoridade é exercida pelo cargo, busca-se exibir 
sinais exteriores que reforcem tal posição, como uniformes, 
crachás de identificação com o cargo em destaque, placas na 
porta etc.
Autoridade descontrolada Como a pessoa está em um cargo de autoridade, passa a utilizar esse poder de maneira agressiva.
Fonte: Adaptado de Chiavenato (2014).
33
Sintese
Nesta unidade, aprendemos que a administração acompanha o ser humano há 
séculos e que as teorias que hoje estudamos têm origem nas civilizações antigas e 
vêm evoluindo com a humanidade.
Desde os sumérios (3000 a.C) à Revolução Industrial (1800 d.C), o homem vem 
mudando sua forma de viver e produzir. Saindo da vida nômade, fixou-se em 
comunidades e aldeias, necessitando administrar as famílias, organizar as rotinas 
e aprender a cultivar a terra. A partir desse aprendizado e estudando os astros e as 
águas, começou a desenvolver técnicas de agricultura e irrigação, o que possibilitou 
a instalação das primeiras cidades, gerando uma necessidade de hierarquia e 
ordenação social.
Essas escolhas de comando surgiram com base na religião e/ou na força física 
e foram se solidificando ao longo do tempo (lembre-se do faraó que acreditavam 
ser encarnação de um deus), passando de geração em geração. As lideranças das 
comunidades também queriam proteger seu poder e, para tanto, foram criando 
organizações militares para manter o comando, desenvolvendo também diversas 
técnicas gerenciais para controlar as forças armadas.
Nos conflitos entre os povos, ocorreram muitas invasões e dominações, dando origem 
a impérios poderosos, como o egípcio e o romano, que tinham lideranças únicas para 
muitas pessoas, ou seja, precisavam de ferramentas administrativas para coordenar 
tudo isso. Tanto isso é verdade que a queda do Império Romano se deu justamente 
pela perda de controle das fronteiras e pela invasão de terras por parte dos bárbaros 
germânicos.
Sem um comando central, os mais ricos cercaram suas propriedades para se proteger 
das invasões e levaram consigo servos e guerreiros. Nessas propriedades, chamadas 
de feudos, a atividade rural era a principal. Vendas e trocas eram realizadas em 
espaços separados, chamados de mercado.
Com a evolução do pensamento sobre a ciência, a liberdade do mercado e o 
questionamento de ideias religiosas, os comerciantes passaram também a fabricar 
produtos em maior quantidade e a contratar pessoas para suas pequenas fábricas. 
34
Dessa forma, começaram a enriquecer e a dominar os meios de produção, tornando as 
organizações formais as principais referências na sociedade, não mais as famílias ou 
a igreja.
Essa nova estrutura, somada a avanços na tecnologia de produção, deu origem à 
Revolução Industrial: a indústria é o novo império. Para gerenciar esse novo mundo, com 
empresas e empregados, máquinas e produtos, técnica e ciência, surgem os estudos da 
administração científica no início do século XIX, que veremos na próxima unidade.
Estudamos a abordagem clássica da administração, com ênfase nos seguintes tópicos:
• As primeiras teorias da administração do século XX.
• A administração científica de Frederick Winslow Taylor, com destaque
para os conceitos relacionados à padronização das ferramentas e ao
estudo dos tempos e movimentos.
• O modelo de produção fordista, entendido e aplicado por Henry Ford,
com sua linha de montagem e de inovação.
• Os processos administrativos liderados por Henri Fayol, por meio da
abordagem da estrutura das organizações, dos princípios da adminis-
tração e do papel dos gerentes nas organizações.
• A teoria da burocracia de Max Weber e suas disfunções.
Conheça mais sobre o que foi e como aconteceu a Revolução 
industrial por meio deste documentário do canal “History Channel 
Brasil”: <https://www.youtube.com/watch?v=feO4X3_EgtU>. 
Acesso em: 15 jun. 2018.
Conheça mais sobre as divergências e convergências entre os 
princípios da administração pública brasileira e os princípios 
de Henri Fayol. Acesse: <http://periodicos.uesc.br/index.php/
reflexoeseconomicas/article/view/1324/1493>.
Saiba mais
35
Referências
CHIAVENATO, I. Introdução à teoria geral da administração. 9. ed. São Paulo: Manole, 
2014.
CHIAVENATO, I. Introdução à teoria geral da administração. 9. ed. São Paulo: Manole, 
2014.
GIL, A. C. Teoria geral da administração: dos clássicos à pós-modernidade. São 
Paulo: Pioneira, 2016.
MAXIMIANO, A. A. Introdução à administração. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2012.
______. Fundamentos de administração: introdução à teoria geral e aos processos da 
administração. 3. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2015.
MAXIMIANO, A. A. Fundamentos de administração: introdução à teoria geral e aos 
processos da administração. 3. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2015.
A abordagem 
humanística 
da administração
UNIDADE 2
SST
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A abordagem humanística 
da administração
3
Apresentação da unidade
Nesta unidade, você conhecerá os fatores que contribuíram para o surgimento da 
teoria das relações humanas, bem como os motivos que a levaram a contrapor-se à 
administração científica, sobretudo a Taylor e a Ford.
Falaremos sobre temas básicos relacionados à abordagem humanística, com 
destaque para a análise do trabalho e a adaptação do trabalhador ao trabalho. Dentro 
dessa perspectiva, você conhecerá os assuntos predominantes, como o estudo da 
personalidade do trabalhador e do chefe; a motivação e os incentivos dotrabalho; 
a liderança; as comunicações; e as relações interpessoais e sociais dentro da 
organização.
Nomes como Hugo Münsterberg, Ordway Tead, Mary Parker Follett e Chester Barnard 
foram marcantes para a construção desse pensamento, em uma linha do tempo 
que vai de 1860 a 1961, com suas ideias sobre a transição do classicismo para o 
humanismo.
Você conhecerá também os principais fatos que deram origem à abordagem 
humanística, tais como a necessidade de humanização e democratização, o 
desenvolvimento das ciências humanas, as ideias de John Dewey e de Kurt Lewin 
e, principalmente, as conclusões da experiência de Hawthorne, que será tratada 
com mais detalhes, pois apresentaremos suas quatro fases: estudos da iluminação; 
condições de trabalho; entrevistas e pagamento por produtividade.
Serão apresentados os fatores que contribuíram para o surgimento da teoria 
estruturalista e a sua importância para a Administração. Nesse sentido, veremos que 
essa corrente teórica representou certo avanço em relação à teoria burocrática de 
Max Weber, bem como teve uma aproximação com a teoria das relações humanas 
de Elton Mayo, ocasionando uma visão relativamente crítica da organização formal.
No desenvolvimento dessas teorias, a abordagem estruturalista surgiu como um 
experimento de conceber a organização como um todo social complexo. Tendo 
isso em vista, você terá, nesta unidade, a oportunidade de conhecer os principais 
conceitos relacionados a essa abordagem, de maneira a identificar suas importantes 
contribuições para a ciência da Administração.
4
1.1 Relações humanas nas organizações
Por conta do grande impacto causado pelos estudos de Taylor, Fayol e Ford nos 
processos produtivos, houve, também, a necessidade de voltar a atenção para o elo 
dessa corrente, o ser humano em sua complexidade, e não somente como um recurso 
a ser maximizado.
Assim, conforme Maximiano (2015), o surgimento da escola humanista foi uma 
crítica à escola clássica da administração e resultado de estudos relacionados à 
Sociologia e à Psicologia. A escola humanista também questionou a necessidade da 
produtividade a qualquer preço, bem como estudou a influência dos sindicatos que 
lutavam por maior justiça e melhores condições de trabalho nas organizações.
Chiavenato (2014) observa que, com a teoria das relações humanas, criada em 1930, 
nos Estados Unidos, a administração sofreu uma verdadeira revolução. Antes, a 
ênfase estava voltada para a tarefa (Taylor e Ford) e a estrutura organizacional (Fayol), 
ou seja, para os aspectos técnicos e formais. A partir da abordagem humanista, o 
foco passou a ser as pessoas e o seu grupo social, isto é, os aspectos psicológicos 
e sociológicos.
Figura 3.1: Humanismo
Fonte: Plataforma Deduca (2018).
5
Nos primeiros anos da emergência da teoria das relações humanas, dois assuntos 
básicos ocuparam duas etapas de seu desenvolvimento: a análise do trabalho e a 
adaptação do trabalhador ao trabalho.
A análise do trabalho diz respeito à eficiência produtiva, por meio da verificação das 
características humanas que cada tarefa exige. Como decorrência desse interesse, 
a seleção dos empregados passa a ser científica, com a utilização de testes para 
identificar as características desejadas.
A adaptação do trabalhador ao trabalho, por sua vez, diz respeito à crescente 
atenção voltada para os aspectos individuais e sociais do trabalho, sendo os temas 
predominantes:
• O estudo da personalidade do trabalhador e do chefe.
• A motivação e os incentivos do trabalho.
• A liderança.
• As comunicações.
• As relações interpessoais e sociais dentro da organização.
Liderança
Essa palavra pode ser aplicada tanto nas situações em que o líder não tem 
nenhuma autoridade formal sobre os liderados quanto no caso dos chefes, 
que ocupam posições com autoridade formal. A liderança representa o papel 
que algumas pessoas desenvolvem por determinado espaço de tempo. 
(MAXIMIANO, 2015).
Figura 3.2: Liderança
Fonte: Plataforma Deduca (2018).
6
De acordo com Chiavenato (2014), alguns pensadores devem ser mencionados 
por conta do importante papel que exerceram na transição entre o classicismo e o 
humanismo na administração. Vamos conhecê-los?
Quadro 3.1: Transição classicismo para humanismo
Hugo Münsterberg 
(1863-1916) 
Introduziu a psicologia nas organizações e o uso de testes 
de seleção de pessoal.
Ordway Tead 
(1860-1933)
Tratou da liderança democrática na organização.
Mary Parker Follett 
(1868-1933) 
Rejeitou qualquer fórmula única e padronizada e introduziu 
a lei da situação: é a situação concreta que deve determinar 
o que é certo e o que é errado. Toda decisão depende de
conhecer o contexto em que está inserida.
Chester Barnard 
(1886-1961)
Trouxe a teoria da cooperação nas organizações. As 
limitações pessoais podem ser resolvidas por meio do 
trabalho em conjunto.
Fonte: Adaptado de Chiavenato (2014).
De acordo com Chiavenato (2014), a abordagem humanística teve origem nos 
seguintes fatos:
• A necessidade de humanizar e democratizar: a abordagem humanís-
tica configurou-se como um movimento direcionado a democratizar
conceitos administrativos, estando voltada, sobretudo, para os novos
padrões de vida dos americanos.
• O desenvolvimento das ciências humanas: a proposta, na época, era
provar que os princípios da teoria clássica eram inadequados. Houve
grande enfoque no desenvolvimento da Psicologia (sua influência inte-
lectual e suas aplicações em empresas do ramo industrial).
• As ideias da Filosofia pragmática de John Dewey e da Psicologia dinâ-
mica de Kurt Lewin: as ideias desses pensadores foram muitos impor-
tantes para a fundamentação da abordagem humanística na adminis-
tração. Dewey e Lewin foram fundamentais para a concepção da teoria
das relações humanas.
7
• As conclusões da experiência de Hawthorne: datadas do período entre
1927 e 1932, tais conclusões se destacaram sobre os principais argu-
mentos da teoria clássica.
Figura 3.3: Abordagem humanística
Fonte: Plataforma Deduca (2018).
As conclusões obtidas por meio da experiência de 
Hawthorne foram marcantes e decisivas para a abordagem 
humanística. A partir de agora, convidamos você a conhecer um 
pouco mais sobre essa experiência!
Atenção
1.2 A experiência de Hawthorne
Segundo Chiavenato (2014), a teoria das relações humanas surgiu nos Estados 
Unidos como consequência imediata das conclusões obtidas por meio da chamada 
experiência de Hawthorne, desenvolvida por George Elton Mayo e seus colaboradores. 
Foi basicamente um movimento de reação e de oposição à teoria clássica da 
administração, para a qual a tecnologia e o método de trabalho eram as mais 
importantes preocupações do administrador.
8
Figura 3.4: George Elton Mayo
Fonte: Wikimedia Commons (2018).
George Elton Mayo nasceu em 1880, em Adelaide, Austrália. Foi 
sociólogo, psicólogo e pesquisador das organizações. Em 1923, 
foi para os Estados Unidos lecionar na “Harvard Business School”. 
Ele faleceu em 7 de setembro de 1949, em Guildford, Reino Unido.
Curiosidade
Por meio da experiência de Hawthorne, ficou evidente a importância de considerar 
os fatores sociais implicados nas situações de trabalho. Concluiu-se, também, que 
o trabalho é uma atividade essencialmente coletiva, ou seja, o operário reage como 
membro de um grupo, e não isoladamente. Então, para elevar a produtividade, é 
necessário descobrir e satisfazer às necessidades psicológicas dos indivíduos. Logo, 
a chave para os conflitos sociais estaria nas relações humanas.
Os estudos de Elton Mayo representaram um importante ponto de mudança para a 
área da administração. A experiência de Hawthorne, realizada na fábrica “Western 
9
Eletric Company”, em 1927, tinha como objetivo principal verificar a influência da 
iluminação na produtividade, no índice de acidentes e na fadiga dos trabalhadores. 
Vejamos algumas imagens da experiência de Hawthorne:
Figura 3.5: Experiência de Hawthorne
Fonte: Teoria das Relações Humanas (2012). 
Figura 3.6:Parque industrial de Hawthorne
Fonte: Leal (2010).
Essa experiência, conforme relata Maximiano (2015), revelou a influência de fatores 
psicológicos e sociais no resultado do trabalho e na produtividade. Com isso, a escola 
10
das relações humanas contribuiu, sobremaneira, para destacar a importância dos 
grupos informais no âmbito das organizações.
Conforme dito anteriormente, o objetivo principal da experiência de Hawthorne era 
verificar se a iluminação do ambiente de trabalho (ou a falta dela) tinha relação com 
a produtividade dos funcionários. Assim sendo, essa experiência ampliou os estudos 
sobre acidentes de trabalho, fadiga, rotatividade de funcionários e produtividade. 
(CHIAVENATO, 2014).
A experiência de Hawthorne foi desenvolvida em quatro fases, de acordo com 
Chiavenato (2014):
1ª fase: a primeira fase estava direcionada aos estudos da iluminação. O objetivo era 
identificar o impacto da iluminação no rendimento dos operários. Dois grupos foram 
formados, colocados em salas diferentes, com iluminação também diferente (uma 
sala tinha iluminação variável e a outra sala tinha iluminação constante). Constatou-
se, então, que a produtividade não estava diretamente relacionada à iluminação, mas 
que o fator psicológico imperava sobre o fisiológico, ou seja, os operários produziam 
mais quando a intensidade da luz aumentava, por conta de suposições pessoais 
(achavam que eram obrigados a produzir mais quando a luz ficava mais intensa).
2ª fase: foi criado um grupo experimental para observações. Havia dois grupos, um 
de referência (sujeito a mudanças nas condições de trabalho) e outro de controle 
(trabalho em condições constantes). O grupo de referência era composto por seis 
mulheres, separadas do restante do departamento por meio de uma divisória de 
madeira. As participantes eram informadas sobre as medidas a que estariam sujeitas, 
tais como: aumento salarial, intervalos de descanso com durações variadas, redução 
das horas trabalhadas. Essas mulheres tinham conhecimento dos objetivos e dos 
resultados do experimento. A segunda fase contou com 12 períodos de observação 
da produção.
Mesmo com o conhecimento das medidas tomadas e dos resultados esperados, o 
impacto na produção foi mínimo, portanto, verificou-se que as condições de trabalho 
não eram fatores determinantes para o rendimento dos operários. No entanto, um 
fator psicológico, que já havia aparecido na primeira fase da experiência, voltou a 
surgir, proporcionando as seguintes conclusões:
• a sala em que estavam trabalhando era mais divertida, pois a super-
visão era mais branda (ao contrário da sala de controle, em que a su-
pervisão era mais rígida), consequentemente, tinham mais liberdade e 
menos ansiedade;
11
• o ambiente era amistoso, sem pressão e permitia conversas;
• o supervisor era visto como um orientador, não havia mais temor em 
relação a essa figura;
• houve interação social, pois as operárias estavam fazendo amizade en-
tre elas, ou seja, tornaram-se uma equipe, consequentemente, aumen-
taram a produção, mesmo sendo orientadas a trabalhar normalmente.
Comunicação
Desenvolver a competência da comunicação deve ser um objetivo básico 
dos administradores de organizações e das pessoas de forma geral, o que 
compreende a recepção e a transmissão de informações e de significados. 
Em qualquer processo de comunicação, sempre há os seguintes elementos: 
emissor, receptor, mensagem, canal de comunicação, ruídos e feedback. 
(MAXIMIANO, 2015).
Figura 3.7: Comunicação
Fonte: Plataforma Deduca (2018).
3ª fase: essa foi a fase das entrevistas. Como foi observado que as mulheres do 
grupo separado por uma divisória de madeira se comportavam de maneira diferente 
das outras operárias, o enfoque deixou de ser o aspecto físico e passou a ser a 
perspectiva das relações humanas.
Verificaram que, no grupo de controle, as operárias percebiam a supervisão como 
vigilante e constrangedora. Como a fábrica detinha pouco conhecimento sobre os 
fatores determinantes das atitudes das operárias, passaram a entrevistá-las para 
investigar melhor esse ambiente de produção.
12
Por conseguinte, um programa de pesquisas foi realizado. Percebeu-se, então, que há 
uma forma de organização informal dos operários que visa à proteção desse grupo 
contra as ameaças que podem vir da empresa. Logo, a organização passou a ter maior 
conhecimento sobre a lógica operária, no que diz respeito à empresa, à supervisão, 
aos equipamentos de trabalho, a sentimentos, atitudes, ouvir opiniões, entre outros 
aspectos.
4ª fase: o foco foi a análise da organização informal dos operários. Novamente, 
ocorreu a formação de um grupo experimental, constituído de nove operadores, 
nove soldadores e dois inspetores, assistido por um pesquisador e eventualmente 
entrevistado por outro. Para esse grupo, o pagamento tinha como base a produtividade, 
ou seja, quanto maior a produção, maior a remuneração. Durante a observação, 
quanto atingiam a produção ideal, verificou-se que os operários diminuíam o padrão 
de trabalho, ou seja, quando os operários julgavam ter alcançado o padrão normal 
de produção, diminuíam o ritmo, apresentando, assim, certa padronização de 
sentimentos e solidariedade grupal. Se alguém tentasse produzir mais do que o grupo 
determinou como padrão, era punido socialmente ou moralmente. Dessa forma, foi 
possível analisar a relação entre a organização formal da fábrica e a organização 
informal dos operários.
O experimento foi suspenso em 1932 por conta da recessão ocasionada pela “Crise 
de 1929” nos Estados Unidos. Veja no quadro a seguir um resumo das fases da 
experiência de Hawthorne.
Quadro 3.2: Fases da experiência de Hawthorne
1ª fase
Estudos da iluminação
Constatou-se que a produtividade dos operários não estava diretamente 
ligada à iluminação, mas que o fator psicológico imperava sobre o 
fisiológico.
2ª fase 
Condições de trabalho
Verificou-se que as condições de trabalho não eram fatores 
determinantes para o rendimento dos operários. No entanto, percebeu-se 
a influência de fatores psicológicos.
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3ª fase 
Entrevistas (divisória de madeira)
Verificou-se que, no grupo de controle, as operárias percebiam a 
supervisão como vigilante e constrangedora. Percebeu-se, também, que 
há uma forma de organização informal dos operários que visa à proteção 
desse grupo contra as ameaças que podem vir da empresa.
4ª fase 
Pagamento por produtividade
Quando atingiam a produção ideal, verificou-se que os operários 
diminuíam o ritmo de trabalho. Se alguém tentasse produzir mais do que 
o grupo determinou como padrão, era punido socialmente ou moralmente. 
Padronização de sentimentos e solidariedade grupal.
Fonte: Adaptado de Chiavenato (2014).
Vamos recapitular o que vimos até agora sobre a experiência de Hawthorne? Quais 
foram as decorrências dessa experiência?
De acordo com Maximiano (2015), foi verificado que a integração social define o nível 
de produção, em detrimento da capacidade física, ou seja, o homem é um ser social, 
necessita da convivência com outras pessoas para poder produzir e não responde 
somente a benefícios econômicos. A conduta do ser humano está apoiada no grupo, 
que determina o que deve ser feito, pois os indivíduos não agem singularmente.
Nesse sentido, são os grupos informais – não aqueles determinados pelas 
organizações – que ditam as regras de comportamento, surgindo de forma intrínseca, 
de acordo com a identificação por objetivos comuns, personalidades e amizades. 
Logo, esse é um fator crucial para as relações de confiança entre colegas de trabalho.
Em função da observação dessa organização informal, foram revistos o conteúdo e 
a natureza do trabalho. A partir dos resultados dessa experiência, as organizações 
passaram a implementar seus métodos de trabalho tendo um perfil de trabalhador 
em vista, no intuito de que este esteja de acordo com a função e execute suas tarefas 
com motivação. 
14
Motivação
Estado psicológico de disposição, interesse ou vontadede perseguir ou realizar 
uma tarefa ou meta. Dizer que uma pessoa está motivada para o trabalho 
significa dizer que apresenta uma disposição favorável ou positiva para o 
labor; possui três propriedades principais: direção, intensidade e permanência. 
(MAXIMIANO, 2015).
Figura 3.8: Motivação
Fonte: Plataforma Deduca (2018).
O trabalhador começa a ser visto como um ser humano complexo, e não somente 
como um recurso humano. Nesse sentido, suas emoções não devem ser ignoradas.
Um dos pontos mais importantes trazidos à tona pela escola 
das relações humanas foram os grupos informais. Por meio 
dessa abordagem, ficamos sabendo que os grupos informais 
são inerentes à organização e são compostos por pessoas em 
interações sociais de amizade, inimizade, simpatia, antipatia etc., 
em busca de identidade, liderança e subordinação. Na dinâmica 
desses grupos, pode ocorrer, muitas vezes, a chamada “rádio 
peão”, que consiste em boatos que se espalham pela empresa, 
podendo causar, em alguns casos, desmotivação e apatia. Diante 
disso, caro(a) aluno(a), como você atuaria diante do desafio dos 
grupos informais? De que maneira você pensa que eles podem ser 
importantes para uma empresa?
Reflita
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Nesta unidade, vimos a abordagem humanística nas organizações e a importância dos 
estudos relacionados à experiência de Hawthorne. Na próxima unidade, trataremos 
da abordagem estruturalista da administração.
2. Teoria estruturalista
Chiavenato (2014) afirma que, no fim da década de 1950, a teoria das relações 
humanas entrou em declínio. A oposição entre essa teoria e a teoria clássica criou 
um impasse dentro da Administração que nem mesmo a teoria da burocracia teve 
condições de superar.
Desse modo, a teoria estruturalista significou um desdobramento da teoria 
da burocracia, aproximando-se levemente da teoria das relações humanas e 
representando uma visão crítica da organização formal. Chiavenato (2014) apresenta 
a teoria estruturalista como uma corrente baseada na sociologia organizacional, que 
procura consolidar e expandir os horizontes da administração.
Ainda de acordo com Chiavenato (2014, p. 286), a origem da teoria estruturalista na 
administração teve como pressupostos:
1. A oposição que surgiu entre a teoria clássica e a teoria 
das relações humanas
Elas são incompatíveis entre si. Então, tornou-se necessária uma posição mais 
ampla, compreensiva e que integrasse os aspectos que eram considerados 
por uma e omitidos por outra, e vice-versa. A teoria estruturalista pretendeu 
ser uma síntese da teoria clássica (formal) e da teoria das relações humanas 
(informal), inspirando-se na abordagem de Max Weber e, até certo ponto, nos 
trabalhos de Karl Marx.
2. A necessidade de visualizar a organização como uma uni-
dade social grande e complexa
Nessa unidade social grande e complexa, interagem grupos sociais que 
compartilham alguns dos objetivos da organização (como a viabilidade 
econômica), mas que podem incompatibilizar com outros (como a maneira de 
distribuir os lucros). Assim, o diálogo maior da teoria estruturalista foi com a 
teoria das relações humanas.
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3. A influência do estruturalismo nas ciências sociais e sua
repercussão no estudo das organizações
O estruturalismo sofreu forte influência da Filosofia, da Psicologia (Gestalt), 
da Antropologia (Claude Lévi-Strauss), da Matemática (Nicolas Bourbaki) e 
da Linguística, chegando até a teoria das organizações (Thompson, Etzioni e 
Blau).
4. Novo conceito de estrutura
O conceito de estrutura é bastante antigo. Heráclito, nos primórdios da história 
da Filosofia, concebia o “logos” como uma unidade estrutural que domina 
o fluxo ininterrupto do devir, tornando-o inteligível. A estrutura é o conjunto
formal de dois ou mais elementos, permanecendo inalterada mesmo nas
mudanças. A mesma estrutura pode ser apontada em diferentes áreas, bem
como sua compreensão.
Para iniciar nossos estudos e reflexões sobre o tema, observe a afirmação de 
Chiavenato (2014, p. 256):
Embora tivesse escrito sobre a burocracia décadas antes, foi somente 
com a tradução do alemão para o inglês, em 1947, que Max Weber – 
considerado o fundador do movimento que se iniciou na sociologia – 
passou a ser conhecido e discutido nos meios acadêmicos e empresariais. 
A abordagem estruturalista é um movimento que provocou o surgimento 
da sociologia das organizações e que iria criticar e reorientar os caminhos 
da teoria administrativa.
Para Taylor e Fayol, o homem era um ser econômico. Já para Elton Mayo, o homem 
seria um ser social. No entanto, para a teoria estruturalista, segundo Chiavenato 
(2014), o foco está voltado para o homem organizacional, ou seja, aquele que 
cumpre diferentes papéis, em inúmeras organizações. De acordo com Chiavenato 
(2014), para ser bem-sucedido, esse homem organizacional precisa ter as seguintes 
características:
• Flexibilidade: para enfrentar as mudanças bruscas e a diversidade de
papéis/funções, bem como novos relacionamentos.
• Tolerância emocional: por causa do desgaste do enfrentamento dos
conflitos gerados por necessidades individuais e organizacionais.
17
• Capacidade de adiar as recompensas: compensar o trabalho rotineiro 
em detrimento de preferências e vocações pessoais.
• Permanente desejo de realização: garantir a conformidade das normas 
que controlam e asseguram o acesso às posições de carreira dentro da 
organização.
Figura 4.1: Mapa mental da teoria estruturalista
Sociedade de organizações
• Etapa da natureza
• Etapa do trabalho
• Etapa do capital
• Etapa da organização
Análise das organizações
(abordagem múltipla)
• Organização formal x informal
• Recompensas materiais x sociais
• Enfoque racional x natural
• Níveis de organização
• Diversidade de organizações
• Análise interorganizacional
Conflitos organizacionais
• Conhecimento x hierarquia
• Coordenação x comunicação livre
• Disciplina burocrática x especialização
• Planejamento centralizado x iniciativa
• Linha x assessoria (staff)
Objetivos organizacionais
• Visão da situação futura
• Fonte de legitimidade
• Padrões de desempenho
• Unidades de medidas
Apreciação crítica da teoria estruturalista
• Convergência de abordagens divergentes
• Ampliação da abordagem
• Dupla tendência teórica
• Análise organizacional mais ampla
• Inadequação das tipologias organizacionais
• Teoria da crise, transição e mudança
Tipologias de organizações
• Coercitivas
• Utilitárias
• Normativas
• Benefícios mútuos
• Interesses comerciais
• Serviços
• Estado
Fonte: Chiavenato (2014).
Lacombe e Heilborn (2015) afirmam que a teoria estruturalista surgiu a partir de 
críticas relacionadas à rigidez e à impessoalidade da teoria da burocracia, que tendia 
a transformar as organizações em sistemas fechados.
A seguir, você terá a oportunidade de estudar algumas abordagens da teoria 
estruturalista.
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2.1 Organizações contemporâneas
Para os estruturalistas, a sociedade moderna e industrializada é uma sociedade de 
organizações, das quais o homem passa a depender para nascer, viver e morrer. De 
acordo com Chiavenato (2014, p. 288):
Essas organizações são diferenciadas e requerem dos seus participantes 
determinadas características de personalidade que permitem a 
participação simultânea das pessoas em várias organizações, nas quais 
os papéis desempenhados variam. O estruturalismo ampliou o estudo 
das interações entre os grupos sociais – iniciado pela teoria das relações 
humanas – para as interações entre as organizações sociais. Da mesma 
forma como os grupos sociais interagem entre si, as organizações 
também interagem entre si.
Figura 4.2: Os grupos sociais
Fonte: Plataforma Deduca (2018).
As organizações constituem a forma dominante de instituição da sociedade moderna, 
em que predomina uma manifestação altamente especializada e interdependente, 
caracterizada por um crescente padrão de vida. As organizações permeiam todos os 
aspectos da vida moderna e envolvem a participação de numerosas pessoas. Cada 
organização

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