Buscar

Trabalho Processos Psicológicos Básicos

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 19 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 19 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 19 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

UNIP - UNIVERSIDADE PAULISTA
Instituto de Ciências Humanas
Curso de Psicologia
Aline do Amaral Zanchetta – RA N699736
Bruna Torres Gonçalves Rodrigues – N6963A0
Filipi Martins Jorge – G277970
Izabelly Bossa de Oliveira – G229860
SENSAÇÃO E PERCEPÇÃO: FATORES QUE INTERFEREM NO PROCESSO PERCEPTIVO DE PESSOAS EM DIFERENTES FAIXAS ETÁRIAS
	Trabalho acadêmico apresentado à disciplina Processos Psicológicos Básicos, sob orientação do Prof. Vinicius Marangoni
Campus Assis – São Paulo
2021
7
SUMÁRIO
1 APRESENTAÇÃO ......................................................................................................01
2 OBJETIVO ..................................................................................................................01
3 METODOLOGIA ........................................................................................................01
	3.1 INSTRUMENTOS.........................................................................................01
4 DESENVOLVIMENTO ..............................................................................................02
	4.1 BREVE HISTÓRICO ....................................................................................02
	4.2 ALGUNS CONCEITOS ................................................................................03
5 SENSAÇÃO E PERCEPÇÃO ......................................................................................04
6 RESULTADOS ............................................................................................................05
7 DISCUSSÃO DOS DADOS ........................................................................................08
8 CONCLUSÃO .............................................................................................................10
9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .........................................................................11
10 ANEXOS ....................................................................................................................11
10.1 TERMOS DE CONSENTIMENTO ............................................................11
	10.1.1 TERMO DE CONSENTIMENTO 1 .............................................12
	10.1.2 TERMO DE CONSENTIMENTO 2 .............................................13
	10.1.3 TERMO DE CONSENTIMENTO 3 .............................................14
	10.1.4 TERMO DE CONSENTIMENTO 4 .............................................15
	10.1.5 TERMO DE CONSENTIMENTO 5 .............................................16
	10.1.6 TERMO DE CONSENTIMENTO 6 .............................................17
	10.1.7 TERMO DE CONSENTIMENTO 7 .............................................18
	10.1.8 TERMO DE CONSENTIMENTO 8 .............................................19
10.2 FIGURA ......................................................................................................20
1. Apresentação
Trata-se de trabalho acadêmico apresentado à disciplina Processos Psicológicos Básicos, desenvolvido por alunos do 2º semestre do curso de Psicologia da Universidade Paulista – UNIP, Campus Assis.
A temática desenvolvida refere-se à realização de mini experimento sobre a “Percepção”, cujo problema de pesquisa é a investigação dos fatores que interferem no processo perceptivo de pessoas em diferentes faixas etárias. Neste caso, fase adulto jovem (20 a 40 anos) e meia idade (41 a 60 anos).
2. Objetivo
Elucidar respostas para o problema apresentado, sob a questão: os fatores que interferem no processo perceptivo diferem conforme a faixa etária.
3. Metodologia
Esta pesquisa busca compreender quais fatores interferem no processo perceptivo, nas diferentes faixas etárias. Para tanto foi realizada uma pesquisa com 08 pessoas entre homens e mulheres, com idades entre 20 e 40 anos (adultos jovens) e 41 a 60 anos (meia idade), sendo todos saudáveis, não possuem doença preexistente e nem deficiência em algum dos órgãos dos sentidos. 
Os participantes são residentes no estado de São Paulo, nas cidades de Assis, Cândido Mota, Tarumã e Ibirarema e, cada um recebeu a mesma figura (em anexo) para analisar e descrever o que viam e sua percepção sobre o que viam. 
A pesquisa foi realizada individualmente e cada integrante da equipe entrevistou 02 (duas) pessoas, em separado, de idades diversas, em ambiente calmo e tranquilo, solicitando ao entrevistado sua atenção e os deixando ciente de que não era um teste psicológico, mas apenas uma avaliação da percepção.
Para obtermos resultados concretos e satisfatórios nas pesquisas, todos os participantes receberam as mesmas orientações e foram submetidos aos mesmos questionamentos.
3.1 Instrumentos
As ferramentas utilizadas para o desenvolvimento da pesquisa foram:
· Termo de consentimento livre e esclarecido (em anexo);
· Imagem impressa colorida da figura, objeto da pesquisa (em anexo);
· Papel e caneta para anotações das impressões dos entrevistados.
4. Desenvolvimento
4.1 Breve Histórico
Estamos no mundo desde há muito, evoluindo enquanto espécie e buscando a melhor maneira de nos adaptarmos ao meio, de sobreviver aos desafios impostos a nós, em cada fase de nossa estadia neste planeta. O homem aprendeu como conseguir e cultivar alimentos, se proteger das intempéries climáticas, criar e adaptar ferramentas e equipamentos que facilitem seu trabalho e supra suas necessidades; notou as vantagens de formar grupos, entendeu como e porquê constituir família e organizar comunidades.
Tudo o que fazemos, enquanto humanidade, tem a função primeira da sobrevivência; fazemos o que fazemos, em primeiro lugar para sobreviver, na acepção mais primitiva do termo. E, para sobreviver, precisamos conhecer o mundo e aqui, conhecer se refere especificamente a sentir e perceber o meio em que vivemos; tudo em nosso derredor tem seu significado e sentido e, para percebe-los, temos de fazer uso dos sentidos: visão, audição, tato, olfato e paladar.
Gleitman (2003, p. 225), explica que “o estudo da experiência sensorial tem origem numa questão muito antiga: de onde vem o conhecimento humano?” e assim, ao longo dos séculos, o tema vem sendo estudado e debatido por diferentes estudiosos. Aqui destacaremos a corrente filosófica defendida por John Locke (1632 – 1704), o Empirismo e a principal alternativa a ele, o Inatismo, que tem como um dos defensores o filósofo alemão Immanuel Kant (1724 – 1804).
Segundo Gleitman (2003, p. 226) o Empirismo “defende que todo conhecimento é adquirido pela experiência (...). Locke defendia que não havia ideias inatas: à nascença o espírito humano era simplesmente uma folha em branco, uma tabula rasa, sobre a qual a experiência inscreve as suas marcas.”
“Suponhamos que a mente seja, como dizemos, papel em branco sem quaisquer caracteres, sem quaisquer ideias: - como se chega a preencher? De onde lhe vem esse imenso tesouro que a diligente e ilimitada fantasia do homem coloriu com variedade quase infinita de tons? A isto repondo com uma palavra: da experiência. Nela se funda todo nosso conhecimento; e daí deriva, em última instância, ele próprio.” (GLEITMAN 2003, p. 226 apud LOCKE 1690).
Ainda de acordo com Gleitman (2003, p. 230) o Inatismo “afirma que vários aspectos da experiência perceptiva dependem da nossa capacidade de categorizar e interpretar a informação sensorial proveniente dos sentidos. Esta capacidade de compreender o dado sensorial é, segundo os inatistas, aquilo que torna a percepção possível (...). Kant defendia que o conhecimento não pode provir apenas do que nos vem dos sentidos; tem de haver categorias prévias que vão ordenar e organizar este material sensorial. (...).”
4.2 Alguns Conceitos
Conforme elencamos acima, para haver a experiência sensorial, fazemos uso de nossos sentidos de maneira conjunta ou separada, a depender da necessidade. Porém é sabido que muitas pessoas não contam com a completa funcionalidade do seu aparelho sensorial, como é o caso das pessoas cegas ou surdas, por exemplo e, apesar disso, se adaptam e seus corpos trabalham para captar informações por meiodos sentidos restantes, muitas vezes até, potencializando um dos sentidos funcionais para aprimorar ao máximo possível a experiência sensorial. Para Feldman (2015, p. 88), “nossos sentidos oferecem uma janela para o mundo, proporcionando-nos não somente consciência, compreensão e apreciação da beleza do mundo, mas nos alertando para seus perigos.”
Faremos a seguir uma breve descrição dos órgãos dos sentidos:
Visão: Começa com a luz, energia física que estimula o olho. As ondas de luz, emitidas por algo externo, são convertidas pelos olhos para uma forma que pode ser usada pelos neurônios para servirem de mensagem para o cérebro.
Audição: Os sons chegam à orelha externa na forma de vibrações semelhantes a ondas, são canalizados para dentro do canal auditivo, uma passagem tubular que leva ao tímpano. Este, por sua vez, opera com um tambor em miniatura, vibrando quando os sons o atingem. Estas vibrações são em seguida transferidas para a orelha média, uma câmara diminuta que contém três ossos (o martelo, a bigorna e o estribo) que transmitem vibrações à janela oval, uma membrana delgada que chega à orelha interna. Esta é, por fim, a porção que altera as vibrações do som para uma forma em que elas possam ser transmitidas para o cérebro.
Tato: O órgão responsável pelo tato é a pele, maior órgão do corpo humano. Dessa forma, a pele é formada por diversos receptores e terminações nervosas que estão em constante diálogo com o sistema nervoso. O tato compõe o conjunto dos “sentidos da pele”, responsáveis pelas experiências de tato, pressão, temperatura e dor.
Olfato: É despertado quando as moléculas de uma substância entram nas passagens nasais e atingem as células olfativas, os neurônios receptores do nariz; mais de mil tipos separados já foram identificados nas células olfativas até hoje. As respostas das células olfativas separadas são, então, transmitidas ao cérebro, onde são combinadas para o reconhecimento de determinado cheiro.
Paladar: Envolve células receptoras que respondem a quatro qualidades básicas do estímulo: doce, azedo, salgado e amargo. As células receptoras para sabor estão localizadas em aproximadamente 10 mil papilas gustativas, que se distribuem pela língua e por outras partes da boca e da garganta.
Nós, através do aparelho sensorial, somos o tempo todo atingidos pelos mais diversos estímulos, que ao serem captados, são processados e nos fornecem a resposta (reconhecimento do som, do gosto, do cheiro, etc). Este processo ocorre numa fração de segundos e ainda assim, existem estímulos aos quais somos ainda mais sensíveis e, para defini-los há os conceitos de “limiar absoluto” e “limiar diferencial.” De acordo com Myers (2012, p. 175) limiar absoluto é “a estimulação mínima necessária para se detectar um estímulo específico em 50% das vezes.” Exemplificando:
“Somos extremamente sensíveis a certos tipos de estímulos. De pé no cume de uma montanha em uma noite de céu claro e absolutamente escura, a maioria de nós seria capaz de ver a chama de uma vela em outro cume a cerca de 50 quilômetros de distância. (...). Poderíamos sentir o odor de uma gotinha de perfume em um apartamento de três cômodos.” (MYERS 2012, p. 175 apud GALANTER, 1962).
Ainda segundo Myers (2012, p. 175), “nossa consciência desses tênues estímulos ilustra nossos limiares absolutos.”
O limiar diferencial nos permite distinguir pequenas diferenças entre estímulos e, de acordo com Myers (2012, p. 177), é a “diferença mínima que uma pessoa pode detectar entre dois estímulos quaisquer em 50% das vezes.”
5. Sensação e Percepção
Denominamos Sensação o processo envolvido na recepção do estímulo, de origem interna ou externa, sua transformação em impulso elétrico e sua transmissão ao córtex sensorial correspondente. Portanto, ela compreende basicamente a atividade dos sentidos, e pode ser frequentemente associada ao início do processo da percepção. Contudo, cabe salientar que a maior parte da atividade sensorial não se converte em percepção e nem toda percepção depende de atividade sensorial.
A sensação é um fenômeno eminentemente fisiológico, ou seja, a recepção de algum tipo de estímulo através de algum receptor especializado, manifesto através da atividade dos sentidos. Em Myers (2012, p. 175), temos uma definição suscinta e clara: “sensação é o processo pelo qual nossos receptores sensoriais e o sistema nervoso recebem e representam energias de estímulos do ambiente.”
Já a Percepção compreende, geralmente, a interpretação pessoal dada aos estímulos que nos chegam através de algum ou do conjunto de canais sensoriais. Logo, o que percebemos não se constitui apenas numa decodificação efetivada pelo cérebro dos estímulos sensoriais.
Toda a informação que nos chega através dos sentidos não pode ser neutra, mas vem carregada de significados que não se limitam à experiência imediata, mas resulta de atividade mental que engloba a influência do conjunto de aprendizagens efetivadas pela pessoa.
A ausência de neutralidade na percepção pode ser ilustrada comparando a visão que duas pessoas podem ter em relação a um estranho comum: um deles pode considera-lo simpático, charmoso, cordial, etc., e o outro pode descrevê-lo como antipático e feio.
Logo, nós percebemos a realidade não como ela é, mas como acreditamos ou desejamos que ela seja. A percepção, portanto, está intimamente ligada à estrutura e dinâmica da personalidade de um indivíduo. Por esta razão nós não vemos as coisas como elas são e sim como nós somos.
Existem então grandes diferenças individuais na percepção, já que o mesmo objeto, pessoa, grupo, ideia ou crença pode ser percebido de modo completamente diferente por diferentes pessoas.
As questões afetivas também afetam a percepção. Aceita-se quase universalmente o dito popular que afirma “quem ama o feio bonito lhe parece”. O conhecimento e as crenças que temos em relação a pessoas ou objetos afetam nossa forma de percebê-los além de também, as expectativas que alimentamos em relação a pessoas ou grupos. Para Myers (2012, p. 175), a “percepção é o processo de organização e interpretação das informações sensoriais, habilitando-nos a reconhecer objetos e eventos significativos.”
6. Resultados
A seguir descreveremos as respostas dos entrevistados às seguintes perguntas: O que você vê? O que influenciou sua percepção sobre o que viu?
Primeira entrevistada: Mulher, 34 anos.
O que você vê? Um senhor barbudo, calvo; um anjo; uma mulher com um bebê de colo e uma saia longa; um pássaro sobre um pilar; um muro com dois pilares uma laje sobre cada um; uma calçada de tijolinhos; um cachorro deitado na rua; um rosto feminino no pilar direito; uma paisagem cinza/nublada/fim de tarde; muro mal cuidado. Depois, com olhar mais apurado, analisa que a cabeça do senhor barbudo é na verdade uma passagem, um portal, parecendo a entrada de um cemitério.
O que influenciou sua percepção sobre o que viu? Ela é dentista, e gosta muito de atender aos idosos, isso a fez ver um de imediato. Com relação à paisagem cinza, associou à depressão, a fez lembrar dos dias mais difíceis; o asfalto mal cuidado lhe causa repulsa, pois gosta de organização, limpeza e asseio.
Segundo entrevistado: Homem, 20 anos.
O que você vê? O rosto de um senhor idoso, de perfil; duas pessoas que formam o rosto do senhor idoso, avistado primeiramente; um homem mostrando sua camisa; uma mulher com um bebê no colo; um cachorro deitado na rua; na parte do rosto do senhor idoso, viu um morro que estaria dividido em dois, com uma construção no meio; um pássaro sobre um pilar, depois do morro; a careca do senhor idoso forma um túnel para o morro, onde vê uma luz refletida no chão.
O que influenciou sua percepção sobre o que viu? A necessidade de decifrar o que haveria escondido por trás da imagem, fez com que ele a analisasse por todos os ângulos possíveis, se sentiu desconfortável e observado.
Terceira entrevistada: Mulher, 39 anos.
O que você vê? Um homem careca, alguém mais velho e importante; uma mulher da Grécia no canto esquerdo; um homem com chapéu mexicano, segurando uma bengala;uma mulher, que parecia ser a esposa deste homem, segurando algo em seus braços; um cachorro, com semblante triste, deitado na calçada; um portal; a entrada de um cemitério; rostos tristes.
O que influenciou sua percepção sobre o que viu? Sentiu medo, e um certo pavor. Tudo ali lhe lembrava morte, que para ela é algo ruim.
Quarto entrevistado: Homem, 38 anos
O que você vê? Um velho; um casal de frente para uma porta; um cachorro; alguns pássaros; uma coruja; um gavião; um rosto de mulher na parte superior; algumas casas, lembrou um condomínio; pessoas e edificações antigas, tudo provavelmente pertencia ao século passado.
O que influenciou sua percepção sobre o que viu? Sentiu tristeza ao analisar a imagem.
Quinta entrevistada: Mulher, 61 anos.
O que você vê? Uma escultura (busto) de um homem; não há corpo, apenas a cabeça sobre uma porta; um monumento religioso; algo antigo; a fisionomia de uma mulher, acima; à esquerda, um pássaro; na orelha da escultura parece haver fones de ouvido; abaixo, parece uma sombra do corpo da escultura (que não aparece); expressão “carrancuda” do homem.
O que influenciou sua percepção sobre o que viu? Sua infância, os livros que usava na biblioteca, quando criança.
Sexta entrevistada: Mulher, 48 anos.
O que você vê? Um cachorro; um senhor; um homem com o braço dobrado dentro da cabeça do senhor; uma mulher no rosto do senhor; um pássaro no pilar esquerdo; um rosto de mulher, do outro lado do pilar; sobre a cabeça do senhor, há um portal.
O que influenciou sua percepção sobre o que viu? Analisou a imagem com bastante calma, sem demonstrar maiores reações ou dúvidas.
Sétimo entrevistado: Home, 56 anos.
O que você vê? Um casal; um senhor com algo na mão; um cachorro deitado; um pássaro perto do pilar esquerdo; um portal no fundo da imagem; a face de uma mulher do lado direito do pilar; uma rua.
O que influenciou sua percepção sobre o que viu? As imagens não tem relação ou conexão entre si, nem com nada relativo a ele.
Oitava entrevistada: Mulher, 66 anos.
O que você vê? Um velho; um pássaro no pilar esquerdo; um cachorro deitado, que faz a mão do homem velho; uma mulher, com uma criança de colo, que compõe a orelha do homem velho; no olho do homem velho, tem um outro homem cujo braço é o nariz do primeiro homem; um rosto do lado esquerdo do pilar; um portal sobre a cabeça do velho.
O que influenciou sua percepção sobre o que viu? A imagem da mulher com a criança de colo, a fez lembrar de uma santa. Aproximou e afastou a imagem do rosto várias vezes.
7. Discussão dos Dados
Durante a aplicação do presente experimento, pudemos observar como as mais diversas pessoas se sentem e percebem o mesmo objeto; neste caso, uma imagem apresentada para análise. De acordo com Feldman (2015, p 137):
“A sensação compreende os processos pelos quais nossos órgãos dos sentidos recebem informações do ambiente. A percepção é a separação, interpretação, análise e integração dos estímulos realizada pelo cérebro e pelos órgãos dos sentidos.”
Analisando as respostas dos participantes à primeira questão – O que você vê? - nota-se que a primeira imagem vista por eles é:
O fato de 75% dos participantes terem visto, em primeira análise, o homem idoso, se deve à chamada “interpretação alternativa”. Isto ocorre, segundo Feldman (2005, p. 116), porque “uma vez que cada figura é bidimensional, os meios que costumamos empregar para distinguir a figura (o objeto percebido) do fundo (o segundo plano ou os espaços dentro do objeto) não funcionam.”
A forma como percebemos o todo ao nosso redor, é explicada pelas Leis da Gestalt, que são princípios que esmiuçam e definem o modo como organizamos os fragmentos de informação para compor uma totalidade significativa. Explica Feldman (2005, p. 116):
“Conhecidos como Leis da Organização da Gestalt, esses princípios foram estabelecidos no início do século XX por um grupo de psicólogos alemães que estudaram padrões (...). Eles descobriram uma série de importantes princípios que são válidos para estímulos visuais (assim como auditivos): fechamento, proximidade, semelhança e simplicidade.”
De acordo com essas definições, podemos afirmar também que outra razão para que a maioria dos participantes tenha visto o homem idoso, é o princípio do fechamento, que de acordo com Feldman (2005, p. 116), nós “geralmente agrupamos os elementos para formar figuras fechadas ou completas, em vez de abertas. Tendemos a ignorar os intervalos e concentrar-nos na forma global.” 
Ao discutir e descrever os resultados da pesquisa à resposta da segunda questão – O que influenciou sua percepção sobre o que viu? – pudemos notar que os participantes, em sua maioria, buscam dentro do seu cabedal de conhecimento, explicar a imagem que veem. Puxam pela memória alguma semelhança com fatos do seu passado, ou ainda com algo que tenham lido ou estudado ao longo da vida. Outros ainda, querem encontrar um sentido lógico para as imagens ou buscam explicações de acordo com as emoções que as imagens lhes despertaram. Há também os que não relacionam a imagem com nada ou ninguém e nem sentem uma emoção relevante, permanecem apáticos.
A maneira como percebemos as coisas ao nosso redor, as outras pessoas ou a nós mesmos, é influenciada por inúmeros fatores, inatos e aprendidos durante a vida. Essas formas de entender a percepção, vem desde há muito povoando o ideário da humanidade, sendo objeto de debates por parte de alguns filósofos. 
Um deles, Immanuel Kant (1724 – 1804) sustentava que o “conhecimento vem de nossas formas inatas de organizar as experiências sensoriais”. (MYERS, 2012, p. 207). Já o filósofo britânico John Locke (1632 – 1704) argumentou que “por meio de nossas experiências também aprendemos a perceber o mundo.” (MYERS, 2012, p. 207).
Talvez, se fossem contemporâneos hoje, concordariam que suas ideias não se contradizem, ao contrário, se complementam. E, assim sendo, ao apresentar a figura, objeto deste experimento para que fosse analisada pelas mais diversas pessoas, é inevitável que se obtenha como resultado reações e interpretações diversas, principalmente por não haver, neste caso, um conceito definido de certo e errado.
Trazendo para a literatura, para que a percepção ocorra à contento, ela percorre dois caminhos distintos e simultâneos, conhecidos como processamento descendente e processamento ascendente. No processamento descendente, nosso conhecimento, nossas experiências, aquilo que sabemos sobre o estímulo, trabalham para obtermos a resposta. Segundo Feldman (2015, p. 117), é a “percepção que é guiada por conhecimentos, experiências, expectativas e motivações de nível superior.” No processamento ascendente, identificamos em primeiro os fragmentos individuais de um estímulo, seguida então da percepção do estímulo completo. Feldman (2015, p. 118) define-o então, como sendo a “percepção que consiste na progressão de reconhecer e processar informações de componentes individuais de um estímulo e passar para a percepção do todo.”
Estes processos, apesar de distintos, são responsáveis em igual medida pela ação concreta de perceber o mundo ao redor e compõe a complexa engenharia de processamento das informações executadas pelo nosso cérebro.
8. Conclusão
A presente pesquisa teve como objetivo avaliar a percepção das pessoas, nas diferentes faixas etárias, ao serem apresentadas a uma imagem. Foi consenso geral a estranheza percebida pelos participantes da pesquisa perante a imagem, algumas dúvidas comuns, uns instantes de silêncio contemplativo, para então discorrerem sobre o que viam.
Observamos que alguns dos participantes tentaram identificar o maior número possível de itens na imagem como se fosse uma competição de quantidade de acertos, o que, obviamente, não era o caso. Foi apenas quando passamos para a segunda questão, “o que influenciou sua percepção sobre o que viu?” que a análise se tornou mais apurada e então o processo de percepção assumiu a direção do experimento.
O que ficou claro para nós foi a comprovação pela experimentação e prova de que a percepção é, além de inata, frutodo construto de vida de cada participante. Os que detalharam suas percepções sobre a imagem, o fizeram com riqueza de detalhes, buscando explicar, com argumentos e exemplos as razões pelas quais viram isso ou aquilo na imagem e o como isso as fez sentir. 
Cabe destacar também que na faixa etária dos adultos jovens (20 a 40 anos), notamos que as emoções se fizeram presentes com mais intensidade em sua fala, evocando sentimentos e os fazendo lembrar de situações de suas vidas. Isso vai na contramão de nossa expectativa inicial de que seriam os adultos de meia idade (41 a 60 anos) que seriam mais influenciados pelas emoções.
Myers sintetiza de maneira muito acertada a importância dos processos envolvidos na percepção e, para corroborar nossa conclusão, citamos:
“Para retornarmos à questão sobre se a percepção é inata ou aprendida, podemos responder: ambas. O rio da percepção é alimentado por sensação, cognição e emoção. E é por isso que precisamos de múltiplos níveis de análise. (...).” (MYERS, 2012, p. 212).
Assim, tendo em vista os aspectos observados durante a aplicação do mini experimento e com base na literatura proposta, podemos concluir que há diferenças no processo perceptivo nas diferentes faixas etárias, sobretudo no que toca à percepção propriamente dita; a subjetividade que ela imprime é parte essencial da totalidade do processo perceptivo. 
9. Referências Bibliográficas
FELDMAN, R. S. Introdução à Psicologia. 10ª ed. Porto Alegre: AMGH, 2015.
MYERS, D. Psicologia. 9ª ed. Rio de Janeiro: LTC, 2012.
GLEITMAN, H.; REISBERG, H. & GROSS, J. Psicologia. 7ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2009.
RIES, B. E.; RODRIGUES, E. W. (org.). Psicologia e Educação: Fundamentos e Reflexões. 1ª ed. Porto Alegre: Edipucrs, 2004.
10. Anexos
10.1 Termos de Consentimento Livre e Esclarecido
Termo de Consentimento 1
Termo de Consentimento 2
Termo de Consentimento 3
Termo de Consentimento 4
Termo de Consentimento 5
Termo de Consentimento 6
Termo de Consentimento 7
Termo de Consentimento 8
10.2 Figura
O que você vê?	
Homem idoso	Casal	Cachorro	0.75	0.125	0.125	
Coluna1	
Buscam explicar através de seu conhecimento	Buscam explicar pela lógica	Buscam explicar pelas emoções	Apatia	0.25	0.125	0.375	0.25

Continue navegando