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Adaptações celulares ao estresse

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Patologia I – Gabriela Zogbi 
Adaptações celulares ao estresse 
 
• Introdução: 
As adaptações são alterações 
reversíveis em número, tamanho, 
fenótipo, atividade metabólica ou das 
funções celulares em resposta às 
alterações no seu ambiente. 
As adaptações podem ser de dois 
tipos: 
» Adaptações fisiológicas – 
normalmente representam respostas 
celulares à estimulação normal pelos 
hormônios ou mediadores químicos 
endógenos. 
» Adaptações patológicas – são 
respostas ao estresse que permitem 
às células modulares sua estrutura e 
função escapando, assim, da lesão. 
• Hipertrofia: 
A hipertrofia é um aumento do 
tamanho das células, o qual resulta em 
um aumento do tamanho do órgão. Ao 
contrário da hiperplasia, que é 
caracterizada por um aumento do 
número de células devido à 
proliferação de células diferenciadas e 
substituição por células-tronco do 
tecido. 
Então, na hipertrofia pura não existem 
células novas, e sim células maiores, 
contendo uma quantidade aumentada 
de proteínas estruturais e de organelas. 
A hipertrofia irá acontecer quando as 
células possuem capacidade limitada de 
se dividir. 
A hipertrofia e a hiperplasia podem 
ocorrer juntas, e ambas resultam em 
um órgão aumentado (hipertrófico). 
Existe a hipertrofia fisiológica ou 
patológica e é causada pelo aumento 
da demanda funcional ou por fatores 
de crescimento ou estimulação 
hormonal específica. 
» Exemplo de hipertrofia fisiológica: 
aumento fisiológico maciço do útero 
que ocorre como consequência da 
hipertrofia e hiperplasia do músculo liso 
estimulado pelo estrogênio. 
» Exemplo de hipertrofia patológica: 
aumento cardíaco que ocorre com 
hipertensão ou doença de valva aórtica. 
 
• Hiperplasia: 
A hiperplasia ocorre se o tecido 
contém populações celulares capazes 
de se dividir, e ocorre simultaneamente 
com a hipertrofia e sempre em 
resposta ao mesmo estímulo. 
Assim como a hipertrofia, a hiperplasia 
pode ser fisiológica ou patológica. Em 
ambas as situações, a proliferação 
celular é estimulada por fatores de 
crescimento que são produzidos por 
vários tipos celulares. 
Existem dois tipos de hiperplasia 
fisiológica: 
1. Hiperplasia hormonal – 
exemplificada pela proliferação 
do epitélio glandular da mama 
feminina na puberdade e 
durante a gravidez; 
2. Hiperplasia compensatória – 
cresce tecido residual após a 
remoção ou perda da porção de 
um órgão. 
A hiperplasia patológica é causada por 
estimulação excessiva hormonal ou 
por fatores de crescimento. 
• Atrofia: 
É a diminuição do tamanho da célula, 
pela perda de substância celular. 
Quando um número suficiente de 
células está envolvido, todo o tecido ou 
órgão diminui em tamanho, tornando-
se atrófico. 
Embora as células atróficas tenham sua 
função diminuída, elas não estão 
mortas. 
As principais causas da atrofia 
envolvem diminuição de carga de 
trabalho, perda da inervação, 
diminuição do suprimento sanguíneo, 
nutrição inadequada, perda da 
estimulação endócrina e o 
envelhecimento (atrofia senil). 
As alterações celulares representam 
uma retração da célula para um 
tamanho menor no qual a 
sobrevivência seja ainda possível, há 
um novo equilíbrio adquirido entre o 
tamanho da célula e a diminuição do 
suprimento sanguíneo, da nutrição ou 
da estimulação trófica. 
 
Os mecanismos da atrofia consistem 
em uma combinação de síntese 
proteica diminuída e degradação 
proteica aumentada nas células. A 
síntese proteica diminuir por causa da 
redação da atividade metabólica. 
Em muitas situações, a atrofia é 
acompanhada também pelo aumento 
da autofagia, que resulta no aumento 
do número de vacúolos autofágicos. 
» A autofagia é o processo no qual a 
célula privada de nutrientes digere seus 
próprios componentes no intuito de 
encontrar nutrição e sobreviver. 
• Metaplasia: 
É uma alteração reversível na qual um 
tipo celular adulto (epitelial ou 
mesenquimal) é substituído por outro 
tipo celular adulto. 
Nesse tipo de adaptação celular, uma 
célula sensível a determinado estresse 
é substituída por outro tipo celular mais 
capaz de suportar o ambiente hostil. 
A metaplasia epitelial é exemplificada 
pela mudança escamosa que ocorre 
no epitélio respiratório em fumantes 
habituais de cigarro. 
 
Além disso, é uma alteração do 
fenótipo em células diferenciadas, 
sempre em resposta a irritação crônica 
que torna as células mais capazes de 
diferenciação alterada das células-
tronco nos tecidos; pode resultar em 
redução das funções ou tendência 
aumentada para transformação 
maligna.

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