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DESCRIÇÃO
Determinação de preço e quantidade produzida em um monopólio. Ineficiência do monopólio. Estratégias
de discriminação de preços praticadas em mercados de competição imperfeita. Modelo de competição
monopolística. Modelos de competição oligopolista.
PROPÓSITO
Entender os diversos setores da economia caracterizados por competição imperfeita, como monopólios e
oligopólios.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
Descrever o modelo de monopólio e seus impactos sobre eficiência econômica e preços.
MÓDULO 2
Descrever o modelo de competição monopolística e os modelos de oligopólio.
INTRODUÇÃO
Vamos apresentar um panorama geral sobre o comportamento das empresas em um contexto de
competição imperfeita, onde há apenas uma empresa operando no mercado (monopólio) ou algumas
empresas com poder de mercado (oligopólio).
No primeiro módulo, focaremos no problema de maximização de lucro do monopolista, determinando a
quantidade produzida e o preço de equilíbrio do mercado. Ainda mostraremos a ineficiência do
monopólio e as estratégias de discriminação de preços do monopolista.
No segundo módulo, apresentaremos o modelo de competição monopolística, assim como os modelos
de oligopólio, salientando as estratégias das empresas e suas consequências para o mercado.
MÓDULO 1
 Descrever o modelo de monopólio e seus impactos sobre eficiência econômica e preços
PODER DE MERCADO E DETERMINAÇÃO DE
PREÇOS
NÍVEIS DE PRODUÇÃO E PREÇO NO MONOPÓLIO
Nos modelos de competição perfeita, assumimos que tanto os consumidores quanto as firmas são
tomadores de preços — ou seja, não têm capacidade de influenciar os preços de mercado. Logo, esses
agentes econômicos tomam as suas decisões considerando os preços como dados.
No entanto, em muitas situações, os agentes econômicos têm poder de mercado, isto é, têm a
capacidade de alterar os preços de modo a mantê-los acima do nível competitivo, aumentando seus
lucros.
O exemplo mais simples (e extremo) de poder de mercado é o monopólio, estrutura na qual há apenas
uma empresa vendedora de determinado produto, para o qual não há similares acessíveis ao
consumidor. Um exemplo é o serviço de distribuição de água em uma cidade.
Imagem: Caio Pederneiras/Shutterstock.com
 Sabesp
Neste contexto, a empresa não toma os preços como dados, pois reconhece seu poder de influenciá-los.
Se, no mercado competitivo, a empresa decidir praticar um preço maior que aquele de equilíbrio de
mercado, ela perde toda a sua demanda para as empresas concorrentes. Já no monopólio, como não há
concorrência, a empresa percebe que um pequeno aumento dos preços acima do nível competitivo gera
apenas uma pequena redução da demanda, aumentando os lucros.
O monopolista escolhe o preço e a quantidade produzida para maximizar seu lucro total. No entanto,
essas escolhas são duas faces de uma mesma moeda.
Para qualquer quantidade de produção escolhida

A demanda dos consumidores determinará o preço do produto.
Ou, de maneira recíproca,
Para qualquer preço determinado pelo monopolista

A quantidade produzida será aquela demandada pelos consumidores.
Se escolher um valor muito alto, por exemplo, a empresa só conseguirá vender uma quantidade
pequena.
Uma pergunta que se coloca é a causa dos monopólios. Ou, de outra maneira, qual é a razão para que
potenciais competidores não entrem no mercado?
Os impedimentos à entrada de novas empresas em um mercado monopolizado são denominados
barreiras à entrada. Segundo Mankiw (2019), as barreiras à entrada têm três origens principais:
UM RECURSO-CHAVE É EXCLUSIVO DE UMA ÚNICA
EMPRESA
Caracteriza-se pela propriedade exclusiva de um importante insumo produtivo, acarretando o monopólio
do mercado pela empresa. Por exemplo, só a Coca-Cola possui a fórmula do seu refrigerante.
EXCLUSIVIDADE DE DIREITO CONCEDIDA PELO GOVERNO
O governo impõe restrições legais para a operação no mercado. Por exemplo, os Correios são um
monopólio concedido pelo governo brasileiro no envio e na entrega de correspondências.
A lei de patentes e direitos autorais é outro exemplo de monopólio criado pelo governo com intuito de
encorajar a inovação, em que os inventores e criadores detêm o direito exclusivo de beneficiar-se de
suas inovações/criações.
MONOPÓLIO NATURAL
Caracteriza-se pelo fato de que os custos de produção e a tecnologia do setor tornam a operação de
uma única empresa mais eficiente que um grande número de empresas. Ou, de outra maneira, a
produção de determinado bem ou serviço por uma única firma minimiza o custo social.
Em um monopólio natural, a curva de custo médio de longo prazo é decrescente para todos os níveis
relevantes de produção. Isto é, há economias de escala para toda a faixa relevante de produção. Um
exemplo de monopólio natural está na distribuição de gás encanado.
Os custos fixos são muito grandes na criação e manutenção do sistema de canalização do gás, e o custo
marginal de se ofertar unidades extras de gás é muito baixo. Muitas empresas de prestação de serviços
de utilidade pública são monopólios naturais (água, luz, gás, entre outras). De maneira geral, se o nível
de produção que minimiza o custo médio de operação da empresa for alto em relação ao tamanho do
mercado, cria-se uma situação de monopólio natural.
Agora que já sabemos como os monopólios surgem, podemos analisar o problema de determinação de
preço e quantidade produzida em uma estrutura de mercado monopolista. Como já salientamos, ao
contrário do mercado de competição perfeita, no monopólio, a firma pode alterar o preço do seu bem de
acordo com sua decisão de produção.
Ao escolher o nível ótimo de produção que maximiza seu lucro, a curva de demanda de mercado
estabelecerá o preço de equilíbrio compatível com a quantidade produzida. No entanto, como a firma
monopolista escolhe a quantidade a ser produzida?
A quantidade produzida pela firma monopolista é determinada como solução do problema de
maximização de lucro da empresa. O lucro da firma monopolista será dado pela diferença entre a receita
e o custo de produção (vale lembrar que, em ciências econômicas, os custos de oportunidade são
sempre incluídos):
 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Seja q a quantidade produzida. Utilizando p(q) para representar a curva de demanda inversa do
mercado, teremos que a receita da empresa monopolista será dada por r(q) = p(q)q. Assumindo c(q)
como o custo total de produção da firma, podemos reescrever a função lucro da seguinte forma:
 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Sendo assim, o problema de maximização de lucros da firma monopolista assume a seguinte forma:
 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Vamos supor que a receita e o custo sejam funções diferenciáveis da quantidade. Pela condição de
primeira ordem (CPO) desse problema de otimização, sabemos que, no ponto ótimo de produção,
teremos que:
 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Lucro = Receita − Custo
Lucro = r(q)−c(q)
max
{ q≥0 }
 r(q)−c(q)
= 0dLucro
dq*
Ou seja, para a quantidade ótima de produção q*, a derivada da função lucro do monopolista em relação
à quantidade produzida deve ser igual a zero. Estamos supondo implicitamente que a restrição  é
respeitada na escolha ótima. Isso vale para as funções demanda e custo tipicamente usadas.
Além disso, vamos supor que as condições de segunda ordem são respeitadas — isso vale se a receita
for côncava e o custo for convexo, por exemplo. A CPO implica que:
 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Em que r’(q*) e c’(q*) representam, respectivamente, as derivadas das funções receita e custo no ponto
de produção ótima, q*. Isto é, r’(q*) é a receita marginal (RMg) e c’(q*) é o custo marginal (CMg) em
q*.
A escolha ótima de produção pelo monopolista será aquela que iguala:
Receita marginal (RMg)

Custo marginal (CMg)
É fácil entendera razão disso. Imagine que a receita marginal é maior que o custo marginal, RMg >
CMg: Neste caso, vale a pena para a firma monopolista produzir quantidades adicionais do produto, já
que a receita adicional com o aumento da produção será maior que o custo adicional, elevando os
lucros.
Da mesma forma, caso a receita marginal seja menor que o custo marginal, RMg < CMg, a empresa terá
incentivos para diminuir a produção, na medida em que a redução da quantidade produzida gera uma
economia de gastos maior que a receita perdida.
Portanto, a empresa irá ajustar sua quantidade produzida até que, em equilíbrio, a receita marginal se
iguale ao custo marginal, RMg = CMg ou r’(q*) = c’(q*). Neste ponto, a firma monopolista não terá
incentivos a alterar sua produção.
q ≥ 0
r'(q*)−c'(q*)= 0
r'(q*)= c'(q*)
Vamos refazer essa conta olhando com mais detalhes a função receita. Como r(q) = p(q)q, podemos
reescrever a função lucro do monopolista da seguinte maneira:
 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Assim, o problema de maximização de lucro do monopolista terá a forma a seguir:
 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
 SAIBA MAIS
Observe que usamos a quantidade como variável de escolha. Podemos fazer o mesmo exercício
utilizando o preço como variável de escolha. Usaríamos, então, a função demanda (e não a demanda
inversa). O problema seria:
 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Pela condição de primeira ordem e aplicando a regra do produto da derivação, teremos a forma
alternativa da condição de primeira ordem do monopolista:
Lucro = p(q)q − c(q)
max
{ q≥0 }
 p(q)q − c(q)
max
{p≥0 }
 pq(p) − c(q(p))
p(q*)+p'(q*)q* − c'(q*)= 0
 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
O resultado obtido é o mesmo que vimos antes — apenas abrimos o termo da receita marginal. No
entanto, o interessante desse resultado é que ele nos permite comparar os casos das empresas
competitivas com as monopolistas. A quantidade ótima produzida pelas firmas competitivas também é
aquela que iguala a receita marginal ao custo marginal, RMg = CMg.
Para as empresas competitivas, porém, a receita marginal é igual ao preço
Dessa forma, em mercados competitivos, o preço será igual ao custo marginal. No caso do monopolista,
no entanto, a receita marginal não se reduz simplesmente ao preço, como podemos ver no resultado
anterior.
Se o monopolista aumenta sua quantidade produzida, dois efeitos distintos afetarão sua receita marginal:
EFEITO QUANTIDADE
EFEITO PREÇO
EFEITO QUANTIDADE
Sua receita aumentará pela quantidade adicional do bem vendido ao preço de mercado. Esse impacto é
exatamente o preço: p(q*).
EFEITO PREÇO
Ao ofertar mais produto no mercado, o preço cairá em toda a produção vendida. Esse impacto é o
produto da variação do preço (a derivada) pela quantidade total: p’(q*)q*.
Assim, o efeito total sobre a receita da produção de um bem adicional se dará pela expressão p(q*) +
p’(q*)q*.
Para a empresa competitiva, esse segundo termo não existe, exatamente porque a derivada do preço
em relação à quantidade produzida pela firma é igual a zero: ou seja, a firma competitiva não consegue
afetar o preço de mercado.
Como a função demanda inversa, p(q*), é decrescente na quantidade (quanto maior a quantidade
produzida, menor será o preço), então temos que sua derivada em relação à quantidade será negativa,
p(q*)+p'(q*)q* = c'(q*)
p’(q*) < 0. Com isso, teremos a seguinte implicação:
 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Ou seja, enquanto para as empresas competitivas, temos p* = RMg = CMg, para as empresas
monopolistas, encontramos p* > RMg = CMg. No ponto ótimo de produção, a receita marginal será igual
ao custo marginal para os mercados de concorrência perfeita e monopolista. No entanto, será a relação
do preço com a receita marginal (e, portanto, com o custo marginal) que irá mudar, já que...
A firma monopolista irá operar em um ponto em que o preço é maior que seu custo marginal de
produção.
Como salientado por Varian (2012), também podemos exprimir a receita marginal em termos da
elasticidade. Em equilíbrio, temos que:
 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Colocando p(q*) em evidência:
 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Onde só mudamos o símbolo da derivada p’(q*) = dp(q*)/dq. Definindo-se a elasticidade de demanda do
bem como ε(q*) = (dq/dp(q*))(p/q), podemos reescrever a receita marginal:
 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
RMg = p(q*)+p'(q*)q* < p(q*)
RMg = p(q*)+p'(q*)q* = c'(q*)= CMg
RMg = p(q*) (1 +   )= CMg
dp(q*)
dq
q
p(q)
RMg = p(q*) (1 +   )= CMg1
ε(q*)
Como a elasticidade é negativa, podemos reescrever a equação como:
 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Com essa última equação, também podemos verificar a relação entre o preço, a receita marginal e o
custo marginal para as empresas competitivas e monopolistas.
No caso de concorrência perfeita, a curva de demanda é infinitamente elástica, implicando que |ε(q*)|→
∞ e, portanto, 1/|ε(q*)|→ 0. Assim, para um mercado competitivo, as empresas operarão no ponto de
equilíbrio em que p* = Rmg = CMg. Na área onde a curva de demanda é inelástica, |ε(q*)| < 1, a receita
marginal do monopolista torna-se negativa. Logo, a firma monopolista só irá operar na área em que a
elasticidade da curva de demanda é unitária ou elástica, |ε(q*)| ≥ 1, implicando, portanto, que p* > RMg
= CMg.
Se a igualdade entre a receita marginal e o custo marginal da firma monopolista nos dá a quantidade
ótima de produção, ou seja, a quantidade que maximiza o lucro da firma, resta-nos saber o preço que
maximiza o lucro para seu produto. Esse preço será determinado pela capacidade que os consumidores
estão dispostos a pagar pela quantidade ofertada pelo monopolista.
Como fica claro pela figura a seguir, após decidir a quantidade de produção que maximiza seu lucro,
igualando a receita marginal ao custo marginal, a curva de demanda estabelece o nível de preço que
é consistente com essa produção.
Em suma: a quantidade produzida que maximiza o lucro do monopolista é q*, tal que RMg = r’(q*) =
c’(q*) = CMg. De q* e da curva de demanda, obtemos o nível de preço de equilíbrio do monopolista, p* =
p(q*).
Preço e Quantidade Produzida no Monopólio
RMg = p(q*) (1 −   )= CMg1
∣∣ε ( q* ) ∣∣
Imagem: Pedro Américo de Almeida Ferreira
Observe, no gráfico, que o monopólio não minimiza o custo médio de produção.
Lembre-se de que o custo médio é minimizado pela firma competitiva no ponto em que CMe = CMg.
Como o monopólio cobra um preço mais alto e produz uma quantidade menor do que sob competição
perfeita, fica à esquerda do ponto mínimo de custo médio.
Por fim, o lucro do monopolista será dado por r(q*) – c(q*). O lucro está representado na área destacada
da figura, correspondendo à diferença entre o preço de equilíbrio e o custo médio, multiplicada pela
quantidade produzida. Essa relação fica mais clara pela equação a seguir:
 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Que pode ser reescrita como:
 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Como r(q*)/q* é a receita média, que é simplesmente o preço, e sendo c(q*)/q* o custo médio (CMe),
então:
Lucro = r(q*)−c(q*)
Lucro =  ( − )q*
r(q*)
q*
c(q*)
q*
 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Exatamente a área hachurada do gráfico.
A INEFICIÊNCIA DO MONOPÓLIO
Como já mostramos, em um mercado monopolista, a firma opera no ponto em que o preço é maior que o
custo marginal de produção do bem. Esse preço, portanto, é maior que aquele correspondente ao
mercado competitivo.
Para os consumidores, umasituação de monopólio é pior que uma competitiva, por conta desse
aumento dos preços. No entanto, para a firma, a situação do monopólio será melhor, já que, no geral, irá
operar cobrando um preço maior pelo produto e produzindo uma quantidade menor em relação à
estrutura competitiva.
E do ponto de vista da sociedade como um todo? Se os consumidores perdem com o monopólio e os
proprietários da empresa monopolista ganham, é possível chegar a alguma conclusão para a sociedade
de forma geral?
Podemos mostrar que o monopólio gera ineficiência. Isto é, o nível de produção do monopólio não é
eficiente no sentido de Pareto.
Como no monopólio o preço de equilíbrio é maior que o custo marginal de produção, p* > CMg, há
consumidores dispostos a pagar um valor maior que o custo adicional de produção desse bem. Caso o
monopolista conseguisse cobrar um preço específico para essa unidade adicional do produto,
discriminando preços entre consumidores, ele aumentaria seu excedente. Logo, na produção dessa
unidade adicional do produto, tanto o consumidor quanto o produtor estariam em uma situação melhor,
ou seja, há uma melhoria de Pareto.
Lucro = (p* − CMe)q*  
No entanto, o monopolista, ao não produzir esse bem, gera ineficiência, já que há consumidores
dispostos a pagar mais que o custo de produção do bem. E o monopolista decide não produzir essa
unidade adicional do bem.
Afinal, caso fosse produzida, ele teria de baixar o preço de venda de todas as outras unidades
produzidas (também chamadas de “unidades inframarginais” — ou seja, quase todas, à exceção da
última).
A ineficiência provocada pela estrutura de mercado monopolizada pode ser medida. Ela corresponde à
perda do excedente total (excedente do produtor e consumidor) dissipado na economia, por conta da não
realização de transações que beneficiariam produtores e consumidores.
Essa ineficiência é denominada de ônus do monopólio, e corresponde à área hachurada da figura a
seguir (se as curvas de demanda e custo marginal forem lineares, essa área será um triângulo).
O ônus do monopólio
Imagem: Pedro Américo de Almeida Ferreira
O ônus do monopólio (também conhecido como peso morto causado pelo monopólio) mede o valor da
produção perdida daqueles bens que poderiam ser transacionados com os consumidores que atribuem a
esses bens um valor maior que o seu custo marginal de produção.
Como a curva de demanda representa o quanto os consumidores estariam dispostos a pagar pelo bem e
a curva de custo marginal indica o custo para a produção de uma unidade adicional do bem pelo
monopolista, então a área entre a curva de demanda e a curva de custo marginal nos dá o ônus do
monopólio.
Mais especificamente, como q* e q’ da nossa figura medem, respectivamente, as quantidades ótimas de
produção em um mercado monopolista e competitivo, o peso morto do monopólio corresponderá à
região entre esses dois níveis produtivos que está entre as curvas de demanda e custo marginal,
representando, assim, o valor do excedente perdido pelo fato de o monopólio operar em um ponto em
que o preço é maior que o custo marginal, em que, portanto, a quantidade produzida será inferior àquela
que maximiza o excedente total.
Considere um exemplo simples.
A demanda inversa é dada por , e, portanto:
A receita é:
 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
A receita marginal é:
A curva de custo é:
E, portanto, o custo marginal é constante:
O monopolista fará receita marginal igual a custo marginal: , e escolhe , e, portanto,
 (basta usar a curva de demanda inversa com ).
O equilíbrio competitivo é dado por preço igual a custo marginal: , e, portanto, . O
preço é o próprio custo marginal, constante neste exemplo.
Como calcular o peso morto?
Precisamos calcular a área entre as curvas de demanda inversa e de custo marginal.
Nesse exemplo, precisamos simplesmente calcular a área de um triângulo (desenhe o gráfico). A base é
dada por 8 – 4 = 4, ou seja, a diferença entre a quantidade competitiva e a produção do monopolista. A
altura é dada por 6 – 2 = 4, a diferença entre os preços cobrados em cada caso. A área é, portanto, igual
p(q) = 10 − q
p(q)q =(10 − q)q = 10q − q2
RMg = 10 − 2q
c(q) = 2q
CMg = 2
10 − 2q = 2 q = 4
p = 6 q = 4
10 − q = 2 q = 8
a  (lembre-se de que a área do triângulo é base vezes altura dividido por 2). Esse é o peso
morto.
De forma geral, podemos ter funções não lineares, e precisaremos calcular a integral da diferença entre
a demanda inversa e o custo marginal, entre as quantidades de monopólio e de competição perfeita:
 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Exatamente como encontramos antes.
DISCRIMINAÇÃO DE PREÇOS
A ineficiência do monopólio reside, como vimos, no seguinte fato:
No seu ponto ótimo de produção, o preço cobrado pelo bem é maior que o custo marginal de produzi-lo.
Portanto, há consumidores dispostos a pagar pelo bem um valor maior que o seu custo adicional de
produção. No entanto, para o monopolista, não é de interesse produzir esse bem adicional, já que isso
levaria a uma redução dos preços de venda de toda a sua produção.
4×4/2 = 8
8
∫
4
(p(q) − CMg(q))dq =
8
∫
4
(10 − q − 2)dq =
=
8
∫
4
(8 − q)dq =(8 ×(8)− )−(8 ×(4)− )= 8( 8 )
2
2
( 4 )
2
2
Até agora, no entanto, estamos supondo que a firma monopolista vende o bem pelo mesmo preço
independentemente do comprador e da quantidade vendida a ele.
E se o monopolista conseguisse diferenciar o preço do produto pela identidade do comprador e pela
quantidade vendida?
 RESPOSTA
Em tais situações, dizemos que há discriminação de preços. Esse tipo de estratégia, como
mostraremos, pode afetar o peso morto do monopólio.
Porém, a forma como os ganhos adicionais de eficiência irão se distribuir entre consumidores e
monopolista depende do tipo de discriminação de preço. Podemos classificar as estratégias de
discriminação de preços em três grupos distintos:
1
DISCRIMINAÇÃO DE PREÇOS DE PRIMEIRO GRAU OU
DISCRIMINAÇÃO DE PREÇOS PERFEITA:
O monopolista vende diferentes quantidades do produto a diferentes preços, que podem também diferir
de acordo com o consumidor. O monopolista conhece o preço de reserva de cada consumidor.
2
DISCRIMINAÇÃO DE PREÇOS DE SEGUNDO GRAU:
O monopolista vende diferentes quantidades do produto a diferentes preços, mas os preços não variam
com os consumidores. O preço varia no que tange à quantidade vendida, mas não com respeito ao perfil
do consumidor. Pense, por exemplo, em um desconto por quantidade.
3
DISCRIMINAÇÃO DE PREÇOS DE TERCEIRO GRAU:
O monopolista vende o produto a preços diferentes para perfis diversos de consumidores. No entanto,
cada unidade vendida a determinada pessoa tem o mesmo preço. Pense em descontos no ingresso do
cinema para estudantes.
A seguir, analisaremos cada um dos tipos de discriminação de preços:
Discriminação de Preços de Primeiro Grau
Neste caso, o preço do bem varia pela quantidade vendida e pela identidade do comprador.
O monopolista venderá cada unidade produzida do bem para o consumidor que lhe atribui maior valor,
recebendo o preço máximo que ele estaria disposto a pagar.
Não é muito fácil acharmos casos práticos de aplicação desse tipo de estratégia de precificação; no
entanto, como apontado por Varian (2012), um exemplo seria o médico de uma pequena cidade do
interior que cobra preços diferentes de seus clientes, de acordo com a capacidade de cada um de pagar
pela consulta.
Imagem: Shutterstock.com
O interessante deste tipo de estratégia de discriminação de preços é que ela elimina a ineficiência do
monopólio: o resultado é eficiente no sentido de Pareto.
Suponha que um monopolista seja capaz de vender cada unidade de sua produção ao maior preço que
cada consumidor estaria disposto a pagar pela unidade do bem, ou seja, ao preço de reserva de cada
consumidor. Enquanto alguém estiver disposto a pagar o custo marginal de produção, a firma venderá, e,
portanto, aineficiência deixa de existir.
Porém, como o monopolista irá cobrar de cada cliente exatamente a sua disposição a pagar pelo bem, o
excedente total da transação irá inteiramente para o produtor. O excedente do consumidor nesse
mercado é igual a zero: todo o excedente irá para o monopolista.
Não há ineficiência, mas a alocação resultante é fortemente desigual.
Na figura a seguir, apresentamos um exemplo de discriminação perfeita de preços. O monopolista
mantém seu nível de produção no ponto em que o preço é igual ao custo marginal de produção de uma
unidade adicional do bem. Caso contrário, haveria alguém propenso a pagar mais pelo bem que seu
custo adicional de produzi-lo, fazendo com o que o monopolista produzisse essa unidade extra no intuito
de aumentar seu lucro.
Discriminação de Preços de Primeiro Grau
Imagem: Pedro Américo de Almeida Ferreira
Como todo excedente do mercado é capturado pelo produtor, seu objetivo será maximizar o excedente
total da economia (e, consequentemente, seu lucro). Assim como no caso de competição perfeita, a
soma dos excedentes do consumidor e produtor será maximizada, gerando um resultado eficiente no
sentido de Pareto.
No entanto, na discriminação de preços de primeiro grau, todo o excedente gerado pelo mercado irá para
o produtor. O excedente do consumidor é todo apropriado pelo monopolista (área em azul da figura).
Se compararmos com o caso de monopólio sem discriminação de preços, lembraremos que, nessa
situação, o monopolista produz no ponto em que o preço é maior que o custo marginal de produção.
Com discriminação perfeita de preços, o produtor venderá cada unidade de acordo com a propensão de
compra de cada consumidor, operando no ponto em que o preço é igual ao custo marginal.
Discriminação de preços de segundo grau
Na discriminação de preços de segundo grau, os preços dos bens diferem com respeito à quantidade
comprada, mas não variam com o perfil do consumidor.
O principal exemplo deste tipo de estratégia são os descontos por quantidade. Por exemplo, muitos
mercados e farmácias oferecem descontos por quantidade comprada de determinado produto. Isto é
uma forma de discriminação de preço, pois o consumidor pagará um preço diferente pela primeira
unidade comprada em relação à enésima unidade.
Imagem: Tarcisio Schnaider/Shutterstock.com
Como as empresas monopolistas não conhecem as curvas de demanda de cada consumidor, ou seja,
não têm informação sobre a propensão a pagar de cada um, a discriminação de preços de segundo grau
pode ser útil na geração de incentivo à autosseleção dos consumidores.
Por exemplo, suponha que uma firma monopolista tenha dois tipos de consumidores, um com maior e
outro com menor propensão a pagar pelo produto. Como a empresa não consegue distinguir esses dois
grupos de consumidores, uma solução será criar pacotes diferenciados de preço-quantidade para tentar
induzir cada grupo a escolher o pacote a ele destinado (o que chamamos aqui de autosseleção). Assim,
a empresa consegue capturar parte do excedente do consumidor.
Uma alternativa é fazer variações não de quantidade, mas de qualidade. A ideia é a mesma: induzir
autosseleção. Pense, por exemplo, em companhias aéreas que oferecem dois pacotes distintos do
serviço “transporte por avião”:
Imagem: Shutterstock.com
NA PRIMEIRA CLASSE
Com preço caro

Imagem: Shutterstock.com
NA CLASSE TURÍSTICA
Com preço mais barato
Ao discriminar preços, a empresa busca cobrar mais de parte dos seus consumidores.
Discriminação de Preços de Terceiro Grau
A discriminação de preços de terceiro grau caracteriza-se pela diferenciação dos preços de acordo com o
consumidor, sendo que todas as unidades vendidas a determinado consumidor terão o mesmo preço.
Esse é o tipo mais comum de prática de diferenciação de preços. Descontos para estudantes no cinema
ou idosos na farmácia são dois exemplos clássicos de discriminação de preço de terceiro grau.
Imagem: Shutterstock.com
No geral, as empresas irão trabalhar com preços mais baixos para o grupo de pessoas que é mais
sensível às variações dos preços. Vamos ver isso formalmente.
Imagine que um monopolista identifique dois tipos distintos de consumidores, cada qual tendo uma curva
de demanda inversa própria, p1(q1) e p2(q2). Suponha que os consumidores não consigam revender os
bens (caso um grupo conseguisse revender a outro o bem que comprou a um preço mais barato, a
empresa não conseguiria fazer essa discriminação: bastaria que os estudantes vendessem seus
ingressos baratos de cinema para os não estudantes). Sendo c(q1+q2) a função custo de produção da
firma, então o problema de maximização de lucros da firma monopolista será dado por:
 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Pela condição de primeira ordem, e resolvendo o problema para q1 e q2, a solução ótima será aquela
que iguala a receita marginal de cada bem ao custo marginal de produção:
max
q1,q2
  p1(q1)q1

R(q1)
+ p2(q2)q2

R(q2)
− c(q1 + q2)
RMg(q1)= CMg(q1 + q2)
 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Ou seja, a receita marginal obtida no mercado de cada grupo de consumidores deve ser igual ao custo
marginal total de produção do bem.
Se a receita marginal em um mercado for maior que o custo marginal, valeria a pena aumentar a
produção nesse mercado. Portanto, as receitas marginais em cada mercado consumidor devem ser
iguais e correspondentes ao custo marginal de produção total.
Aplicando a fórmula de elasticidade-demanda do bem, como já fizemos anteriormente, obteremos o
seguinte resultado:
 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Portanto:
 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Reorganizando:

RMg(q2)= CMg(q1 + q2)
RMg(q1) =   p1(q1) (1 −   )= CMg(q1 + q2)1|ε1 ( q1 ) |
RMg(q2) =   p2(q2) (1 −   )= CMg(q1 + q2)1|ε2 ( q2 ) |
  p1(q1) (1 −   )=   p2(q2) (1 −   )1|ε1 ( q1 ) |
1
|ε2 ( q2 ) |
=  
  p1 ( q1 )  
  p2 ( q2 )
( 1−  )1
∣∣ε2 ( q2 ) ∣∣
( 1−  )1
∣∣ε1 ( q1 ) ∣∣
 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Observemos agora que, se p1 > p2, teremos:
 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Logo:
 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Portanto:
 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
O que implica:
 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Ou seja,

> 1
  p1 ( q1 )  
  p2 ( q2 )
=   > 1
( 1−  )1
∣∣ε2 ( q2 ) ∣∣
( 1−  )1
∣∣ε1 ( q1 ) ∣∣
(1 −   )>(1 −   ) 1
|ε2 ( q2 ) |
1
|ε1 ( q1 ) |
( )>  (  )1
|ε1 ( q1 ) |
1
|ε2 ( q2 ) |
|ε1(q1)|<  |ε2(q2)|
 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Portanto, o mercado que apresenta maior preço será aquele com menor elasticidade de demanda do
bem.
A empresa irá operar com preços mais baixos para o grupo de consumidores de maior elasticidade de
demanda do bem. Ou seja, ela maximiza o lucro colocando preços mais baratos para o grupo de
consumidores mais sensível às variações dos preços do produto (os estudantes no cinema ou os idosos
na farmácia de nosso exemplo).
Vejamos um exemplo simples. O monopolista atua em dois mercados, com demandas inversas dadas
por e . O custo é . O problema da firma é:
 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
As condições de primeira ordem são (lembre-se de que há uma para cada variável de escolha, ou seja,
uma para cada mercado):
 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Ou seja, o preço é maior no mercado 2, o que significa que a curva de demanda é menos elástica nesse
ponto. De fato, podemos calcular a elasticidade da demanda na solução para os dois mercados.
Usaremos as funções demanda, obtidas a partir da demanda inversa emcada mercado:
p1 = 10 − q1 p2 = 20 − 4q2 c(q1, q2) = q1 + q2
max
q1,q2
(10 − q1)q1 +(20 − 4q2)q2 − q1 + q2
10 − 2q1 = 1⟹ q1 = 9/2 ⟹ p1 = 10 − 9/2 = 11/2
20 − 8q2 = 1⟹ q2 = 19/8 ⟹ p2 = 20 − 4 × 19/8 = 21/2 > p1
ε1 = = = (−1) = − 11/9 ≅−1,22
dq1
dp1
p1
q1
d ( 10−p1 )
dp1
p1
q1
11/2
9/2
 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Ou seja, o mercado 2, onde a elasticidade é (em módulo) menor, tem o preço mais caro.
PREÇO E PRODUÇÃO NO MONOPÓLIO COM
DEMANDA LINEAR E RETORNOS CONSTANTES
DE ESCALA
Nesse vídeo, o especialista irá resolver um exercício para exemplificar o que foi ensinado até aqui.
ε2 = = = − = − 21/19 ≅−1,10
dq2
dp2
p2
q2
d ( 5− p2/4 )
dp2
p2
q2
1
4
21/2
19/8
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. DAS ALTERNATIVAS A SEGUIR, QUAL É A ÚNICA VERDADEIRA SOBRE A ESCOLHA ÓTIMA DE
PRODUÇÃO DAS FIRMAS MONOPOLISTAS?
A) O nível ótimo de produção pode ser obtido pela maximização da receita da firma monopolista.
B) O nível ótimo de produção da firma monopolista será aquele em que a receita marginal é maior que o
custo marginal.
C) O nível ótimo de produção da firma monopolista será aquele em que a receita marginal é igual ao
custo marginal de produção.
D) No ponto de produção ótima da firma monopolista, o preço de equilíbrio será igual ao custo marginal
de produção.
E) A quantidade ótima produzida pela firma monopolista corresponde àquela em que o custo marginal de
produção é maior que a receita marginal.
2. NO QUE DIZ RESPEITO ÀS ESTRATÉGIAS DE DISCRIMINAÇÃO DE PREÇOS DO
MONOPOLISTA, INDIQUE A ÚNICA ALTERNATIVA VERDADEIRA:
A) A discriminação de preços perfeita corresponde àquela em que o monopolista vende diferentes
unidades do produto ao mesmo preço, independentemente da quantidade comprada do perfil do
consumidor.
B) Na discriminação de preços de terceiro grau, o preço da unidade vendida não varia com a quantidade
comprada pelo consumidor, mas difere com o perfil do consumidor.
C) Descontos para estudantes no cinema é um exemplo clássico de discriminação de preços de segundo
grau.
D) A prática de estratégia de discriminação de preços não é capaz de alterar a eficiência do mercado
monopolista.
E) Os descontos por quantidade são um exemplo de discriminação de preços de terceiro grau.
GABARITO
1. Das alternativas a seguir, qual é a única verdadeira sobre a escolha ótima de produção das
firmas monopolistas?
A alternativa "C " está correta.
Da maximização de lucro da firma monopolista, obtemos que, na escolha ótima de produção, a receita
marginal é igual ao custo marginal de produção. Além disso, em equilíbrio, o preço será maior que a
receita marginal e o custo marginal.
2. No que diz respeito às estratégias de discriminação de preços do monopolista, indique a única
alternativa verdadeira:
A alternativa "B " está correta.
A discriminação de preços de terceiro grau caracteriza-se pela diferenciação dos preços de acordo com o
perfil dos consumidores, apesar de não variar com a quantidade consumida. Os descontos para
estudantes no cinema são um exemplo. A fim de maximizar seu lucro, as firmas estipulam preços mais
baratos para grupos de consumidores mais sensíveis às variações dos preços.
MÓDULO 2
 Descrever o modelo de competição monopolística e os modelos de oligopólio
CONCORRÊNCIA MONOPOLÍSTICA:
EQUILÍBRIOS NO CURTO E LONGO PRAZOS
Até agora, quando analisamos uma estrutura de mercado de monopólio, partimos do pressuposto de que
há uma única firma detentora de poder de mercado total no comércio de determinado bem. No entanto,
na maioria dos mercados onde há competição imperfeita, as firmas detêm algum grau de monopólio no
comércio de seu produto, mas enfrentam alguma competição.
 EXEMPLO
Imaginemos o mercado de pasta de dente, onde há várias empresas produzindo um bem que, apesar de
semelhante, não é exatamente igual entre as empresas. Cada marca de pasta de dente terá seu
diferencial.
Imagem: Shutterstock.com
Neste mercado, cada firma tem o monopólio de produção de sua marca, competindo, no entanto, com
outras firmas que produzem um produto semelhante, já que, para o consumidor, as opções de pastas de
dente são substitutas em algum grau: eu posso ter minha pasta preferida e aceito pagar um pouco mais
por ela, mas não estou disposto a pagar qualquer preço.
Uma estrutura de mercado deste tipo é denominada concorrência monopolística (ou competição
monopolística).
A concorrência monopolística compartilha características de competição perfeita e de monopólio. Como
cada firma produz um bem substituto próximo ao das concorrentes, mas a substituição não é perfeita:
cada firma deterá algum poder de mercado, ou seja, cada empresa terá algum grau de monopólio sobre
o comércio do bem. E tal grau de monopólio será crescente no nível de diferenciação dos bens
produzidos pelas diferentes firmas.
Voltando ao nosso exemplo do mercado de pasta de dente, quanto maior for o nível de diferenciação do
produto de determinada firma, maior será o seu poder de monopólio. Em um mercado onde há várias
firmas que produzem pastas de dente convencionais, aquela empresa que produzir uma pasta de dente
capaz de clarear os dentes terá maior poder de monopólio, por exemplo.
O nível de diferenciação do produto em um cenário de concorrência monopolística determinará a curva
de demanda que cada empresa enfrentará, já que as decisões de produção e preços das firmas que
fabricam bens similares alteram a inclinação da curva de demanda das demais.
Se um grande número de firmas produz um produto idêntico

A curva de demanda tenderá a ser plana, próxima à curva de demanda de uma firma competitiva.
Lembre-se: uma curva plana é muito elástica, e pequenas variações de preços geram grandes
mudanças na quantidade demandada. Ou seja, qualquer tentativa de aumento de preços faria a firma
perder todos os seus clientes para as concorrentes. Neste cenário, o poder de mercado da monopolista
será pequeno.
Agora, imaginemos um cenário alternativo de grande diferenciação de produto. Com isto, a curva de
demanda tende a ser mais inclinada, e o aumento do preço geraria uma perda de clientes, mas não em
seu total. O tamanho da perda de clientes dependerá do grau de diferenciação do produto:
Quanto mais diferenciação

Maior será o poder de mercado da firma produtora e, portanto, menor será a perda de clientes.
Também podemos colocar esses resultados em termos de elasticidade de demanda:
Quanto maior for a diferenciação dos produtos

Menos elástica será a curva de demanda do produto e, portanto, maior poder de mercado terá a firma.
Apesar de ser uma estrutura de mercado comum, a competição monopolística é de difícil modelagem.
Em geral, a análise tem de ser feita especificamente para cada mercado, limitando a capacidade de
generalização dos resultados.
De toda maneira, resultados interessantes podem surgir quando analisamos os equilíbrios de curto e
longo prazos da competição monopolística.
Assumimos que, no curto prazo, o número de firmas no mercado é fixo. Já no longo prazo, há livre
entrada e saída de firmas no mercado.
As firmas, para maximizarem seu lucro, produzirão no ponto onde a receita marginal se iguala ao custo
marginal. Neste ponto, o preço do bem será maior que o custo marginal e maior que o custo médio,
assim como vimos no caso de uma firma monopolista.
Portanto, no curto prazo, em um cenário de concorrência monopolística, as firmas terão lucro econômico
positivo — ou seja, remuneração extraordinária dos fatores de produção.
Por outro lado, no longo prazo, com a livre entrada e saída de firmas concorrentes, o lucro da firma tende
a zero. Em um cenário de competição monopolística, se uma empresa está operando com lucros
positivos, há uma tendência em longo prazo de entrada de novas firmas para capturar parte desse lucro.
Com isso, mais e mais produtos similares seriam produzidos por diferentes empresas, tornando a curva
de demanda mais elástica.
Mais do que isso, no nível ótimo de produção,como a concorrência leva os lucros a zero, as firmas
operarão no ponto em que a curva de demanda tangencia a curva de custo médio. Para ver isso,
lembremos que, em equilíbrio, o lucro do monopolista pode ser escrito como:
 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
No longo prazo, com a entrada competitiva de outras firmas, esse lucro torna-se zero, implicando p* =
CMe (ponto de tangência entre as curvas de demanda e custo médio). Graficamente, podemos
representar os equilíbrios de curto e longo prazos de uma competição monopolística como mostram as
figuras a seguir:
Curto Prazo
Imagem: Pedro Américo de Almeida Ferreira
Longo Prazo
Lucro = (p* − CMe)q*  
Imagem: Pedro Américo de Almeida Ferreira
Pelo gráfico, fica claro que, no equilíbrio de curto prazo, a quantidade produzida pela firma será tal que a
receita marginal é igual ao custo de marginal de produção. Neste ponto, como a empresa tem poder de
mercado, o preço será maior que o custo marginal. Mais do que isso, a firma terá lucro positivo
correspondente à diferença entre o preço de equilíbrio e o custo médio total vezes a quantidade
produzida (área hachurada do gráfico de curto prazo).
No longo prazo, com a entrada de novos competidores atraídos pelos lucros positivos do mercado, o
poder de mercado da firma diminui e a curva de demanda torna-se mais elástica. Em equilíbrio, a
empresa escolherá produzir a quantidade que iguala a receita marginal ao custo marginal.
No entanto, agora, o preço de equilíbrio será igual ao custo médio de produção, fazendo com que o lucro
da firma seja zero. Além disso, devemos destacar que o preço continuará sendo maior que o custo
marginal de produção, já que ainda há alguma ineficiência de mercado decorrente do poder de
monopólio restante da firma.
 RESUMINDO
Podemos dizer que, tanto no equilíbrio de curto como no de longo prazos, o preço é maior que o custo
marginal. No entanto, enquanto no curto prazo esse preço é maior que o custo médio, gerando lucros
positivos, no longo prazo, o preço será igual ao custo médio de produção, acarretando lucro econômico
igual a zero.
O modelo básico de concorrência monopolística toma o grau de diferenciação de produtos como dado e,
portanto, não permite interação estratégica entre as firmas. Entretanto, em geral, as firmas buscam
ativamente diferenciar seus produtos daqueles produzidos pelas concorrentes.
Uma ilustração importante é o modelo de Hotelling, em que a diferenciação do produto se dará pela
distância do consumidor à firma vendedora.
Apesar de os produtos serem homogêneos, há diferenciação por conta dos custos de deslocamento do
consumidor. Esse exemplo salienta, entre outras coisas, que a diferenciação do produto pode se dar de
inúmeras formas.
A maneira mais simples de pensarmos em competição monopolística por localização é imaginarmos o
caso em que os consumidores se distribuem de maneira homogênea ao longo do calçadão de
Copacabana e escolhem onde comprar sua bebida preferida com base na distância necessária a ser
percorrida. Um quiosque que deseje maximizar o bem-estar social irá escolher localizar-se na metade do
calçadão, já que esse será o ponto de minimização da distância total percorrida por todos os
consumidores.
Da mesma maneira, se apenas dois quiosques detêm permissão de trabalho no calçadão, em equilíbrio,
ambos os vendedores irão se estabelecer no meio do calçadão.
1
Imagine que cada vendedor esteja inicialmente nos pontos extremos.
Se o vendedor que está no extremo esquerdo do calçadão se mover um pouco para a direita, ele ganha
alguns consumidores de seu concorrente (torna-se a opção mais próxima para alguns clientes situados à
sua direita) e não perde nenhum dos seus (continua sendo a opção mais próxima dos clientes à sua
esquerda), aumentando sua fatia de mercado e seus lucros.
2
3
Pelo mesmo motivo, o quiosque da extrema direita do calçadão terá incentivos a se deslocar um pouco
para a esquerda.
O único ponto de equilíbrio, ou seja, aquele ponto do calçadão em que os quiosques não terão mais
incentivos de deslocamento será o centro. Será nesse ponto que ambos se localizarão.
4
É importante percebermos que esse ponto não é o que maximiza o bem-estar social: para minimizar a
distância total percorrida pelos consumidores, devemos colocar um vendedor em ¼ do comprimento do
calçadão, e o outro em ¾.
Destacamos ainda que o número de concorrentes altera o equilíbrio de localização desse mercado.
No caso de três quiosques, por exemplo, não haverá equilíbrio de localização.
O caso do calçadão exemplifica situações mais gerais em que, em equilíbrio, as firmas escolherão
operar com pouca diferenciação entre os produtos. No entanto, não podemos concluir que esse é o
comportamento padrão da firma em competição monopolística.
Como já dissemos anteriormente, a análise da competição monopolística depende de inúmeras
características do próprio mercado, como tecnologia, produto, arcabouço institucional, entre outras.
MODELOS DE OLIGOPÓLIO: CONLUIO E
EQUILÍBRIOS SIMULTÂNEOS DE COURNOT E
BERTRAND
Como vimos, o modelo básico de competição monopolística não considera interações estratégicas entre
as firmas. Estudaremos agora os casos em que essas situações são relevantes.
O contexto em que há mais de uma firma competindo em um mercado, mas não muitas, é denominado
oligopólio. A característica mais relevante do oligopólio é que, apesar de várias firmas competirem, elas
ainda detêm algum poder de mercado.
Mais do que isso, a relação entre essas grandes firmas ocorrerá por interação estratégica, isto é, a
estratégia de decisão de cada firma levará em consideração as ações das firmas rivais.
Em um oligopólio, dado que as firmas interagem estrategicamente, como será o equilíbrio de mercado?
Como as firmas percebem que suas ações podem resultar na diminuição do lucro das outras
concorrentes, uma solução seria a formação de um cartel.
Imagem: Shutterstock.com
Aos formarem um conluio, as firmas oligopolistas iriam escolher as quantidades produzidas de modo a
maximizar o lucro total de toda a indústria (lucro de todas as firmas somadas) — indústria referindo-se,
aqui, a setor econômico, e não apenas a indústria no sentido tradicional — e, então, dividiriam o lucro
entre si.
Chamamos isso de alocação de conluio, em que as firmas se articulam para se comportarem como
uma monopolista, maximizando a soma dos lucros totais do setor.
Imaginemos o caso simples de um setor com apenas duas firmas oligopolistas formando um conluio.
Assim, o objetivo das firmas será escolher o nível de produção que maximiza o lucro total. Sendo c1(q1)
e c2(q2), respectivamente, as funções custos das firmas 1 e 2, então o problema de maximização pode
ser escrito como:
 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Essa é uma situação igual ao nosso problema de monopólio já descrito anteriormente. Portanto, em
equilíbrio, a receita marginal de produção de cada firma tem de ser igual ao seu custo marginal. As
condições de primeira ordem para as quantidades ótimas de produção, , serão dadas por:
 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Portanto, na solução, temos que a receita marginal de produção de uma unidade adicional do bem tem
de ser a mesma, não importando por qual firma seja produzido. Isso implica que os custos marginais de
produção devem igualar-se em equilíbrio:
 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Devemos perceber que, se alguma das firmas tiver vantagem de custo, sua produção terá de ser maior
em equilíbrio de conluio. Isso porque, em equilíbrio, os custos marginais das duas firmas devem ser
iguais.
max
q1,q2
 p(q1 + q2 )(q1 + q2 )− c1(q1)− c2(q2) 
q*1  e q
*
2
p(q*1 + q
*
2 )+(q
*
1 + q
*
2 )p
'(q*1 + q
*
2 )=  c
'
1(q
*
1 )
p(q*1 + q
*
2 )+(q
*
1 + q
*
2 )p
'(q*1 + q
*
2 )=  c
'
2(q
*
2 )
c′1(q
∗
1) = c
′
2(q
∗
2)No entanto, como mostraremos, a alocação de conluio é frágil: cada empresa terá incentivos para burlar
a regra de produção definida pelo cartel.
A grande questão do conluio é que ele não é estável: há incentivos econômicos para as firmas burlarem
a solução de cartel. Sejam as quantidades produzidas em conluio pelas firmas 1 e 2. Assim, se
a empresa 1 decidir aumentar um pouco sua produção, então seu ganho marginal de lucro será dado
por:
 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Como pela CPO já sabemos que:
 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Então, podemos isolar na última equação e substituir na
penúltima para concluir:
 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Pois : a curva de demanda tem inclinação negativa.
Assim, concluímos que, para a firma 1, haverá incentivos para aumentar sua produção. Afinal, a derivada
do lucro em relação à produção individual é estritamente positiva, ou seja, a firma pode aumentar seu
lucro produzindo uma quantidade maior que a prevista no cartel. Em suma, caso a firma 2 mantenha sua
produção, para a firma 1, um aumento de produção geraria aumento no lucro. Essa mesma conclusão
valerá para a firma 2.
Portanto, no conluio, sempre será lucrativo para uma empresa aumentar unilateralmente sua produção,
caso a outra firma mantenha seu nível de produção fixo. Há fortes incentivos ao desvio. A estabilidade do
(q*1 , q
*
2 )
=  p(q*1 + q
*
2 )+q
*
1 p
'(q*1 + q
*
2 )− c
'
1(q
*
1)
∂π1(q*1 ,q
*
2 )
∂q1
p(q*1 + q
*
2 )+(q
*
1 + q
*
2 )p
'(q*1 + q
*
2 )=  c
'
1(q
*
1 )
[p(q*1 + q
*
2 ) + q
*
1 p
'(q*1 + q
*
2 ) − c
'(q*1 )
=   − q*2 p
'(q*1 + q
*
2 )> 0
∂π1(q*1 ,q
*
2 )
∂q1
p'(q*1 + q
*
2 )< 0
conluio só se dará caso haja algum tipo de punição para as firmas que, porventura, decidam trair o
acordo de cartel.
Observe que temos aqui um problema de externalidade negativa.
1
Ao aumentar sua produção unilateralmente, a firma obtém todo o benefício (vende mais unidades a um
preço positivo).
Porém, tem apenas o custo de produção adicional, além de uma redução de preço causada pelo seu
aumento de produção, o que não representa todo o custo decorrente de sua decisão.
2
3
Parte do custo recai sobre a outra empresa do cartel.
Que é prejudicada por um preço mais baixo, decorrente do aumento da produção da rival.
4
A externalidade negativa entre as firmas faz com que, do ponto de vista delas, o resultado seja um
excesso de produção.
Se, em um conluio, as estratégias das firmas são cooperativas, em muitas situações, as interações
estratégicas se darão de forma não cooperativa, isto é, as firmas não se juntarão para decidir o nível de
produção; apenas escolherão a produção (ou preço) que maximize seu lucro individual, dadas as
escolhas estratégicas das firmas concorrentes.
Vamos agora analisar modelos em que as firmas oligopolistas tomam suas decisões de forma
simultânea, isto é, tomam suas decisões sem saber as escolhas das firmas concorrentes.
MODELO DE COURNOT
No modelo de Cournot, as firmas escolhem a sua quantidade produzida de forma simultânea. Com base
em sua previsão da produção das outras firmas, cada empresa escolherá seu nível de produção que
maximize seu próprio lucro. Ou, de outra maneira, dizemos que:
As firmas competem na quantidade produzida.
No equilíbrio de Cournot, cada firma escolhe seu nível ótimo de produção, dadas suas crenças sobre
as escolhas de produção das outras firmas e, mais do que isso, supondo que a crença de cada firma
sobre o comportamento das demais seja correta.
Comecemos com um caso simples em que há apenas duas firmas produzindo um bem homogêneo.
Suponha que a firma 1 tenha uma função custo dada por c1(q1) para a quantidade produzida q1.
Se tal firma acredita que sua concorrente produzirá q2e, e sendo a função demanda inversa de mercado
p(q1+ q2e), então o problema de maximização de lucro da empresa 1 será:
 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
De maneira simétrica, e esperando que a firma 1 escolherá produzir q1e, então o problema de
maximização de lucro da empresa 2 será:
 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Pela condição de primeira ordem para os problemas das firmas 1 e 2, teremos que:
max
q1
 p(q1 + qe2  )q1 −  c1(q1) 
max
q2
 p(qe1 + q2 )q2 −  c2(q2) 
=  p(q1 + qe2)+q1p
'(q1 + qe2)− c
'
1(q1)= 0
∂π1(q1,qe2)
∂q1
 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Das condições de primeira ordem, fica claro que, para qualquer expectativa sobre a escolha de produção
da firma concorrente, haverá uma escolha ótima de produção para cada empresa.
Chamemos tal relação de função de reação, isto é, a função que nos fornece a produção maximizadora
de lucro de determinada firma dada a expectativa sobre as escolhas da outra empresa.
Denotando as funções de reação das firmas 1 e 2, respectivamente, por f1(q2e) e f2(q1e), então o
equilíbrio de Cournot desse duopólio será a combinação de produção (q1*,q2*), em que cada firma
confirma sua expectativa sobre a produção da outra firma, isto é, q1e = q1* e q2e = q2*.
Portanto, no equilíbrio de Cournot, os níveis de produção (q1*,q2*) devem ser tais que:
Q1* = F1(Q2*)
Q2* = F2(Q1*)
Em equilíbrio de Cournot, cada empresa escolhe o seu nível ótimo de produção com base em
expectativas sobre a produção das firmas concorrentes, e tais expectativas são confirmadas (se não
fossem confirmadas, não seria equilíbrio). Ao contrário do conluio, no equilíbrio de Cournot, as empresas
não terão incentivos individuais em mudar seu nível de produção ótimo, ou seja, o equilíbrio de Cournot é
estável.
Devemos ressaltar ainda que o equilíbrio de Cournot será o par de níveis de produção em que as
funções de reação se cruzam: essa é simplesmente a solução para o sistema de equações citadas
anteriormente.
Até o momento, e para simplificar o entendimento, trabalhamos com o duopólio de Cournot. No entanto,
o caso mais geral pode nos trazer resultados interessantes.
Suponha que temos um mercado com J firmas produzindo um bem homogêneo. Seja a produção de
cada uma dessas firmas dada por q1,q2,...,qJ, tal que Q = q1 + q2 + ... + qJ. A função demanda inversa
=  p(qe1 + q2)+q2p
'(qe1 + q2)− c
'
2(q2)= 0
∂π2(qe1 ,q2)
∂q2
do mercado é representada por p(Q), e a função custo de cada firma i é ci(qi). O problema de otimização
da firma oligopolista i será:
 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Assim, pela condição de primeira ordem, teremos que:
 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Essa equação determina o ponto em que a receita marginal se iguala ao custo marginal. Vamos colocar
p(Q) em evidência e multiplicar o lado esquerdo por Q/Q. Além disso, vamos usar a notação  
. Obtemos então:
 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Definindo si = qi/Q como a participação da empresa i no mercado, e pela definição da elasticidade da
demanda ( ), temos:
 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
A última equação ilustra em que medida podemos interpretar o modelo de Cournot como algo
intermediário entre os casos de monopólio e equilíbrio competitivo.
Perceba que, se a participação da empresa no mercado for igual a 100% ( ), então temos
exatamente o resultado de monopólio em que a curva de demanda com que a empresa se defronta é a
max 
qi
p(Q)qi −  ci(qi)
p(Q)+p'(Q)qi =  c'i(qi)
p'(Q)=
dp
dQ
p(Q) (1 +   )= c'
i
(qi)
dp
dQ
Q
p(Q)
qi
Q
ε(Q)=
dQ
dp
p(Q)
Q
p(Q) (1 −   )= c'
i
(qi)
si
|ε (Q ) |
si = 1
curva de demanda do mercado – temos, de fato, um monopolista.
Já para a participação tendendo a zero, então o equilíbrio de Cournot aproxima-se de um equilíbrio
competitivo com as empresas, defrontando-se com uma curva de demandaplana e o preço igualando-se
ao custo marginal.
Para visualizar esse último ponto, suponha por um instante que todas as firmas sejam iguais, ou seja,
tenham a mesma função custo. Podemos obter um equilíbrio simétrico em que todas produzem a mesma
quantidade e portanto, a participação de todas elas no mercado é igual: . A equação anterior se
torna:
 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Se o número J de firmas tender ao infinito, o equilíbrio de Cournot tende ao equilíbrio de mercado
competitivo.
Um mercado oligopolista, onde as firmas competem em quantidades, é ineficiente no sentido de Pareto,
pois as empresas não operam no ponto em que o preço se iguala ao custo marginal de produção.
Apesar de a produção total no oligopólio ser maior que no monopólio, ainda será menor que no mercado
competitivo. O peso morto desse mercado só desapareceria caso o número de firmas tendesse ao
infinito (caso de concorrência perfeita).
MODELO DE BERTRAND
No modelo de Cournot, as empresas competem via quantidades produzidas.
Já no modelo de Bertrand, a variável de escolha da firma é o preço, isto é, as firmas competem em
preços.
Vamos supor o caso mais simples: duas empresas que competem em preços pela venda de um bem
homogêneo. Suponha ainda que as duas firmas têm custos marginais constantes e iguais.
Observe, em primeiro lugar, que nenhuma empresa escolherá um preço menor que seu custo marginal,
pois ela teria prejuízo, o que poderia ser reduzido ao fazer um preço maior ou igual a esse custo (na pior
hipótese, ela teria lucro zero).
si =
Q
J
p(Q) (1 −   )= c'i(qi)
Q
J×|ε (Q ) |
1
Se a empresa 1 escolher um preço maior que o custo marginal,
A empresa 2 achará lucrativo anunciar um preço apenas um pouco menor, mas ainda maior que o custo
marginal.
2
3
Dessa forma, obteria lucro econômico positivo ao roubar o mercado da firma 1 (que ficaria com lucro
zero).
No entanto, a empresa 1 pode pensar da mesma forma.
4
5
Sendo assim, o único equilíbrio será aquele em que o preço é igual ao custo marginal, isto é, o equilíbrio
competitivo.
Neste ponto, nenhuma das duas empresas teria incentivos em alterar o preço cobrado pelo bem, pois
qualquer aumento de preço, por menor que fosse, levaria a empresa a perder todo o mercado para a
concorrente.
6
Destacamos ainda que, no equilíbrio de Bertrand, os lucros das firmas serão nulos, já que cada unidade
vendida do bem terá como preço seu próprio custo de produção.
No modelo de Bertrand, as firmas se comportam como se fossem competitivas. Definindo um preço igual
ao custo marginal de produção, não haverá ineficiência econômica nesse mercado. Os preços serão
iguais ao custo marginal, e a demanda de mercado definirá a quantidade produzida.
Se, no modelo de Cournot, a diferença entre o preço e o custo marginal declina com o aumento do
número de firmas competidoras, no modelo de Bertrand, essa diferença é zero, mesmo para a
competição de apenas duas empresas. Esse resultado não valeria se:
1
Os bens não fossem homogêneos.
2
As firmas que concorressem tivessem custos marginais distintos.
3
Uma única firma tivesse um limite de capacidade de produção que a impedisse de abastecer todo o
mercado ao fazer um preço um pouco menor que o da rival.
Observe o que ocorre se os bens forem diferenciados (ou seja, não homogêneos). Nesse caso, uma
empresa não consegue roubar todo o mercado da concorrente ao cobrar um preço um pouco menor.
Considere, por exemplo, que a demanda de cada firma é dada por:
FIRMA 1
q1 = 10 – 2p1 + p2
FIRMA 2
q2 = 10 – 2p2 + p1
Observe que a demanda de cada firma é decrescente no seu preço e crescente no preço da rival – ou
seja, os consumidores podem trocar de firma quando um produto fica caro. Os bens são substitutos
imperfeitos.
Vamos supor que a função custo seja a mesma para as duas firmas:  para . A firma 1
escolhe seu preço para maximizar seu lucro, dado por:
 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Observe que temos uma função-objetivo semelhante à de Cournot, apenas trocando a variável de
escolha, que passa a ser preço. Podemos resolver então de maneira análoga. A condição de primeira
ordem é:
 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Resolvendo o mesmo problema para a firma 2, obtemos:
 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Podemos então resolver esse sistema de duas equações e duas variáveis, obtendo .
 DICA
Como as firmas são simétricas (pelo lado da demanda e do custo), sabemos que os preços serão iguais.
Portanto, podemos usar apenas uma condição de primeira ordem, e impor . Usando a condição
de primeira ordem da firma 1, obtemos:
c(qi)= qi i = 1,2
π1 = p1q1 − q1 = q1(p1 − 1)=( 10 –  2p1  +  p2)(p1 − 1)=
=( 10p1 –  2p12  +  p2p1 − 10 +  2p1  −  p2)
10 –  4p1  +  p2 +  2 = 0
10 –  4p2  +  p1 +  2 = 0
p1 = p2 = 4
p1 = p2
 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Exatamente como encontramos antes. Também podemos usar esse atalho em Cournot, se as empresas
forem simétricas.
 ATENÇÃO
Só podemos fazer a substituição na condição de primeira ordem, e jamais na própria função
objetivo!
MODELOS DE OLIGOPÓLIO: LÍDERES E
SEGUIDORES – STACKELBERG E LIDERANÇA
DE PREÇOS
Se, nos modelos apresentados anteriormente, as firmas escolhem as quantidades ou os preços de forma
simultânea, há interessantes modelos de oligopólio em que as empresas escolhem quantidades ou
preços, já sabendo das escolhas das firmas concorrentes. Ou seja, as interações estratégicas das firmas
se dão de forma sequencial.
Assim, haverá uma firma líder de quantidade (ou preço), que faz sua escolha produtiva antes das
firmas concorrentes, e há as firmas seguidoras de quantidade (ou preço), que estabelecem sua
quantidade ou preço posteriormente. Apresentaremos os modelos de liderança de quantidade (ou
modelo de Stackelberg) e de liderança de preço, de forma separada, a seguir.
LIDERANÇA DE QUANTIDADE (OU MODELO DE
STACKELBERG)
Neste tipo de modelo, a firma líder escolhe a quantidade que produzirá primeiro. Dada a sua escolha, as
firmas seguidoras definirão sua produção. Como a firma líder tem primazia na decisão, ela incorpora a
função de reação das firmas seguidoras em sua decisão de produção.
10 –  4p1  +  p1 +  2 = 0⟹ 3p1 = 12⟹ p1 = 4
p1 = p2
Para simplificar, vamos supor o caso em que há apenas duas empresas no mercado, sendo que a
empresa 1 é a líder e 2, a seguidora. Sendo q1 e q2 as quantidades produzidas para atender a uma
demanda do tipo p(Q), tal que Q = q1 + q2, e dado que as firmas têm uma função custo de produção,
respectivamente, c1(q1) e c2(q2), então o problema da seguidora será o seguinte:
 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Da condição de primeira ordem, temos que a receita marginal tem de ser igual ao custo marginal no
ponto ótimo de produção:
 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Pela condição de otimização anterior, fica claro que a quantidade que maximiza o lucro da seguidora
dependerá da escolha feita pela líder, ou seja,
Para cada escolha da líder, haverá uma diferente quantidade de produção que maximizará o lucro da
seguidora.
Na nossa notação,  é um parâmetro dado no problema da seguidora, exatamente porque é uma
quantidade definida no período anterior. Dizemos que a firma líder tem capacidade de comprometimento:
como a decisão de produção já foi tomada no período anterior, a líder não pode mais ajustá-la.
Definindo essa função de reação da seguidora como f2(q1), a firma líder incorporará tal função de
reação em seu problema de otimização. Como a líder escolhe a quantidade produzida primeiro, e como
ela sabe que suas decisões afetam o comportamento da seguidora, então seu problema de maximização
de lucro deve levar em consideração o comportamento da seguidora:
max 
q2
p(q1 +q2)q2 −  c2(q2)
p(q1 + q2)+p'(q1 + q2)q2 =  c′2(q2)
q1
 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Sujeito a:
 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Podemos reescrever o problema da firma líder como:
 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Assim, ao escolher seu nível de produção, a líder reconhece e incorpora sua capacidade de influência
sobre a firma seguidora. Pela condição de primeira ordem, teremos:
 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
No modelo de Stackelberg, as firmas sempre preferirão serem líderes a seguidoras, pois isto lhes
garantirá maiores lucros. Além disso, quando comparamos o equilíbrio de Stackelberg com o de Cournot,
podemos concluir que a firma líder terá lucro maior ou igual como líder.
Observe que resolvemos, primeiro, o problema da firma seguidora e, depois, usamos essa informação
para resolver o problema da líder. Fizemos isso exatamente porque a seguidora toma a decisão da líder
como dada, e a líder antecipa a decisão da seguidora e utiliza essa informação ao maximizar seu lucro –
ou seja, a líder sabe que sua decisão afeta a escolha da seguidora. Chamamos esse processo de
indução retroativa.
max 
q1
p(q1 + q2)q1 −  c1(q1)
q2 =  f2(q1)
max 
q1
p(q1 + f2(q1))q1 −  c1(q1)
p(q1 + f2(q1))+p'(q1 + f2(q1))(1 + f2
'(q1))q1 =  c'1(q1)
LIDERANÇA DE PREÇO
No modelo de liderança de preço, a firma líder escolhe seu preço, que a seguidora toma como dado.
No entanto, para a firma líder tomar a melhor decisão sobre a escolha de seu preço, ela incorporará a
decisão (posterior) da seguidora em seu problema de otimização.
Assim como no modelo de Stackelberg, primeiro vamos derivar o comportamento da seguidora, e então
analisaremos a decisão da firma líder.
Supondo o caso mais simples de duas firmas vendendo um produto homogêneo, é fácil perceber que,
em equilíbrio, o preço praticado pela seguidora tem de ser igual ao da firma líder. Caso contrário, uma
das firmas capturaria todo o mercado. Assim, a firma seguidora tomará o preço como dado e escolherá a
quantidade a ofertar que maximize seu lucro.
Nessa quantidade, em equilíbrio, o preço será igual ao custo marginal de produção (como a seguidora
toma o preço como dado, a solução de seu problema de otimização é como se fosse do modelo
competitivo). Do problema de maximização da seguidora, obtemos sua curva de oferta.
A líder se defrontará com uma curva de demanda residual:
A demanda total do mercado

A oferta da empresa seguidora

Curva de demanda residual
Assim, para maximizar o lucro, a líder se comportará como um monopolista escolhendo a combinação de
preço e produção que igualam a receita marginal ao custo marginal; para a quantidade ótima de
produção, o preço será determinado pela curva de demanda residual.
Vamos formalizar isso. A líder escolhe um preço sabendo que a seguidora escolherá , e,
portanto, as duas firmas dividirão igualmente o mercado. Se é a demanda total ao preço p, então o
problema da líder é:
 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Observe que isso é análogo ao problema do monopolista – a única diferença é que, em vez de
considerarmos a demanda total , usamos apenas metade dela, ou seja, a demanda residual que
cabe à firma líder.
PRODUÇÃO E PREÇO EM COURNOT E
STACKELBERG COM DEMANDA E CUSTOS
LINEARES
Neste vídeo, o especialista irá resolver um exercício para exemplificar o que foi ensinado neste módulo.
p1 p2 = p1
Q(p)
max 
p1
p1 −  c1( )
Q (p1 )
2
Q (p1 )
2
Q(p1)
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. SOBRE O MODELO DE COURNOT, ASSINALE ABAIXO A ÚNICA ALTERNATIVA VERDADEIRA:
A) Em um modelo de Cournot, as firmas tomam suas decisões sobre os preços de maneira sequencial.
B) Em equilíbrio de Cournot, quanto menor o número de firmas, menor será a diferença entre o preço e o
custo marginal.
C) Um mercado oligopolista, onde as firmas competem via quantidade, é Pareto eficiente.
D) Quando o número de firmas tende ao infinito, o preço de equilíbrio de Cournot tende ao custo
marginal de produção.
E) Em um modelo de Cournot, as firmas tomam suas decisões sobre as quantidades produzidas de
maneira sequencial.
2. CONSIDERE DUAS FIRMAS COM FUNÇÃO CUSTO . SUPONHA QUE A DEMANDA
INVERSA SEJA DADA POR:
 ATENÇÃO! PARA VISUALIZAÇÃO COMPLETA DA EQUAÇÃO UTILIZE A ROLAGEM
HORIZONTAL
EM QUE Q1 E Q2 SÃO AS QUANTIDADES PRODUZIDAS PELAS FIRMAS 1 E 2,
RESPECTIVAMENTE. ASSINALE A ALTERNATIVA CORRETA.
c(q)= 2q
p(q1 + q2) = 10 − q1 − q2
A) Se as firmas competem em quantidade, as firmas líder e seguidora cobram preços diferentes em
equilíbrio.
B) O preço de Cournot (14/3) é maior que o preço de Stackelberg.
C) Se as firmas operassem em cartel, a produção total seria igual a 6, mas as firmas teriam incentivo
unilateral a desviar dessa produção.
D) A quantidade total em Stackelberg é maior que em Cournot.
E) Em Stackelberg, a líder produz o dobro da quantidade da seguidora.
GABARITO
1. Sobre o modelo de Cournot, assinale abaixo a única alternativa verdadeira:
A alternativa "D " está correta.
O resultado de equilíbrio da competição perfeita pode ser interpretado como um caso limite do modelo de
Cournot, quando o número de firmas operando no mercado tende ao infinito. Assim, nesse extremo, o
preço tenderá a ser igual ao custo marginal.
2. Considere duas firmas com função custo . Suponha que a demanda inversa seja dada
por:
 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Em que q1 e q2 são as quantidades produzidas pelas firmas 1 e 2, respectivamente. Assinale a
alternativa correta.
A alternativa "E " está correta.
Vamos resolver o problema por indução retroativa. O problema da firma seguidora é:
 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Podemos reescrever:
c(q)= 2q
p(q1 + q2) = 10 − q1 − q2
max 
q2
(10 − q1 − q2)q2 − 2q2
 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
A condição de primeira ordem é:
 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
A função de reação da firma 2 é, portanto:
 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
O problema da firma líder é:
 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Como a líder sabe que a seguidora escolherá de acordo com sua função de reação, podemos
reescrever:
max 
q2
(10 − q1 − q2 − 2)q2
max 
q2
(8 − q1 − q2)q2
max 
q2
8q2 − q1q2 − q22
8 − q1 − 2q2 = 0
q2 =
8−q1
2
max 
q1
(10 − q1 − q2)q1 − 2q1
 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Reorganizando:
 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
A condição de primeira ordem é:
 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Usando a função de reação da seguidora, obtemos:
max 
q1
(10 − q1 −( ))q1 − 2q1
8−q1
2
max 
q1
(8 − q1 −( ))q1
8−q1
2
max 
q1
(8 − q1 − 4 + )q1
q1
2
max 
q1
(4 − )q1
q1
2
max 
q1
(4q1 − )
q1
2
2
4 − q1 = 0⟹ q1 = 4
 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Logo, a líder produz o dobro da quantidade da seguidora.
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Apresentamos, neste tema, um panorama sobre os principais modelos de competição imperfeita. Apesar
de o modelo de competição perfeita ser extremamente útil por motivos analíticos, na realidade, diversos
agentes econômicos possuem algum poder de mercado, e é relevante entender as implicações disso.
Os modelos de monopólio e oligopólio que estudamos nos permitem compreender melhor o
funcionamento dos mercados e suas consequências. Ao longo do tema, mostramos que a presença de
poder de mercado pelas firmas traz inúmeras consequências para as escolhas ótimas das empresas,
alterando, portanto, o nível de bem-estar social.AVALIAÇÃO DO TEMA:
REFERÊNCIAS
q2 = = = 2
8−q1
2
8−4
2
MANKIW, N. G. Introdução à economia. 8. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2019.
VARIAN, H. R. Microeconomia: uma abordagem moderna. 8. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012.
EXPLORE+
Para uma abordagem aprofundada da microeconomia moderna, leia Advanced Microeconomic Theory,
de Geoffrey A. Jehle e Philip John Reny.
O livro A Course in Microeconomic Theory, de David M. Kreps, é um texto sobre microeconomia que
pode ser entendido por iniciantes, ao mesmo tempo que é de interesse para estudantes mais avançados.
Microeconomic Theory, de Andreu MAS-COLELL et al., faz uma análise aprofundada dos fundamentos
da microeconomia.
Microeconomia, de Robert S. Pindyck, Daniel L. Rubinfeld e Esther Rabasco, traz muitos exemplos para
explicar a temática.
O livro Salvando o capitalismo dos capitalistas, de Rajan e Zingales, explica como é importante preservar
a concorrência contra a ação das próprias firmas, que buscam obter poder de mercado para aumentarem
seus lucros.
CONTEUDISTA
Pedro Américo de Almeida Ferreira
 CURRÍCULO LATTES
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