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APOSENTADORIA ESPECIAL
 Professor: Rodrigo Sodero
 Facebook: Professor Rodrigo Sodero (fanpage) e Rodrigo
Sodero III
 Instagram: @profrodrigosodero
Aposentadoria Especial: Fundamentos e Conceito
 Fundamentos: art. 201, § 1º, da CF, arts. 57 e 58, da Lei
8.213/91 (LB), arts. 64 a 70, do Decreto 3.048/99 e arts. 246 a
299, da IN INSS/PRES 77/2015.
 Definição: a aposentadoria especial é um benefício que
visa proteger o segurado que trabalha sujeito a condições
prejudiciais à sua saúde ou integridade física,
proporcionando-lhe a retirada da atividade nociva antes que
efetivamente sofra os efeitos da mencionada exposição.
Aposentadoria Especial: Pressupostos
 Pressupostos de concessão:
1. 15, 20 ou 25 anos trabalhados em atividade
nociva à saúde e/ou integridade física
(especificidades serão abordadas
oportunamente).
2. Carência de 180 contribuições ou tabela do art.
142, da LB.
Caracterização e Comprovação do Tempo 
Especial
 Com relação à caracterização da atividade como especial
devemos aplicar o princípio do tempus regit actum (art.
70, § 1º, do Decreto 3.048/99), tendo em vista o direito
adquirido (art. 5º, inciso XXXVI, da CF e art. 6º, da LINDB)
 Assim sendo, para se averiguar se a atividade deve ser
considerada ou não especial deve-se observar a
legislação vigente à época da prestação do serviço.
Caracterização e Comprovação do Tempo 
Especial
 As normas mais importantes para a caracterização da
atividade como especial são:
1. Lei 3.807/60 e Decreto 53.831/64 (Quadro Anexo a que se
refere o seu art. 2º) e 83.080/79 (Anexos I e II),
2. Artigos 57 e 58, da Lei 8.213/91;
3. Lei 9.032/95 e Decreto 2.172/97 (Anexo IV), e
4. Decreto 3.048/99 (Anexo IV).
 A seguir, trataremos em mais detalhes dessas normas.
Caracterização e Comprovação do Tempo 
Especial
 Os Decretos 53.831/64 e 83.080/79 traziam em seus quadros
anexos listagens de atividades profissionais e de agentes
agressivos à saúde e/ou integridade física que davam ao
segurado que exercesse uma dessas profissões ou que se
expusesse à algum dos referidos agentes, o direito ao
cômputo do tempo como especial.
 O entendimento jurisprudencial é pacificado, no sentido de
que os decretos acima referidos podem ser simultaneamente
invocados.
Caracterização e Comprovação do Tempo 
Especial
 Assim, as atividades exercidas durante a vigência dos referidos
decretos podem ser consideradas como especiais pela CATEGORIA
PROFISSIONAL (prova: art. 270, IN INSS/PRES 77/2015) ou pela
EXPOSIÇÃO AOS AGENTES NOCIVOS (formulários*: AGENTES
INSALUBRES, PENOSOS OU PERIGOSOS).
 Segundo a Resolução 25/2017, do CRPS, a CTPS é prova suficiente
para comprovação do enquadramento pela atividade profissional.
 Segundo a Súmula 198, do extinto TFR e remansosa jurisprudência,
o rol de profissões e de agentes nocivos dos referidos decretos não
são exaustivos ou taxativos, mas, sim, meramente exemplificativos
ou elucidativos.
 Vide o art. 277, § 3º, da IN INSS/PRES 77/2015 quanto ao Anexo IV do
RPS: EXEMPLIFICATIVO.
Caracterização e Comprovação do Tempo 
Especial
 Padeiro: A atividade encontra previsão por similaridade no código 1.1.1
do Decreto nº 53.831/64, código 1.1.1 do Decreto nº 83.080/79, código
2.0.4 do Decreto nº 2.172/97 e código 2.0.4 do Decreto nº 3.048/99 (TRF
3ª Região, OITAVA TURMA, AC - APELAÇÃO CÍVEL - 2238619-
0014161-73.2017.4.03.9999) (agente nocivo calor).
 Súmula 70, da TNU: A atividade de tratorista pode ser equiparada
à de motorista de caminhão para fins de reconhecimento de
atividade especial mediante enquadramento por categoria
profissional.
Caracterização e Comprovação do Tempo 
Especial
 Precedentes do STJ: REsp 1.500.503/RS, REsp
1.410.057/RN e REsp 1.658.049/RS.
Caracterização e Comprovação do Tempo 
Especial
 Outro ponto importante é aquele que diz respeito à data
limite de vigência dos Decretos 53.831/64 e 83.080/79 e,
por conseguinte, da caracterização da atividade como
especial de acordo com a atividade profissional
(presunção jures et de jure de especialidade).
 Possível até a edição da Lei 9.032/95!!!
Caracterização e Comprovação do Tempo Especial
 FORMULÁRIOS:
 IS SSS-501.19/71: Anexo I, da Seção I, do BS/DS 38, de 26.02.1971.
 ISS-132: Anexo IV, da parte II, do BS/DG 231, de 06.12.1977.
 SB-40: OS/SB 52.5, de 13.08.1979.
 DISES BE 5235: Resolução INSS/PR 58, de 16.09.1991.
 DSS-8030: OS/INSS/DSS 518, de 13.10.1995.
 DIRBEN 8030: IN 39, de 26.10.2000.
 PPP: IN/INSS/DC 99, de 05.12.2003 (a partir de 01.01.2004 – informações
falsas: falsidade ideológica (art. 297, do CP) e multa (art. 68, § 6º c/c art. 283,
do RPS).
Aposentadoria Especial: Agentes nocivos
 Agentes: Químicos, físicos,
biológicos, psicológicos,
ergonômicos, perigosos ou
associação desses agentes.
Aposentadoria Especial: Agentes nocivos
 Hoje, o Anexo IV, do Decreto 3.048/99, é quem traz a
quantidade de anos de exposição necessários para a
concessão da aposentadoria especial (vide art. 252, da IN
INSS/PRES 77/2015). Vejamos:
 15 anos: trabalhos em mineração subterrânea, em frentes
de produção, com exposição à associação de agentes
físicos, químicos ou biológicos. (4.0.2, do Anexo IV, ao
Decreto 3.048/99).
Aposentadoria Especial: Agentes nocivos
 20 anos: asbestos; trabalhos em mineração subterrânea,
afastados das frentes de produção, com exposição à
associação de agentes físicos, químicos ou biológicos.
(itens 1.0.2 e 4.0.1, do Anexo IV, ao Decreto 3.048/99).
 25 anos: demais casos.
Aposentadoria Especial: Agentes nocivos
 A Lei 9.732, de 11.12.1998 (advinda da conversão da
MP 1.729/98, publicada em 03.12.1998), trouxe a
questão da qualidade e da quantidade para definir se o
agente presente no ambiente laboral é ou não nocivo,
quando autorizou que a legislação trabalhista fosse
parâmetro para o enquadramento das atividades
especiais (art. 58, § 1º, da Lei 8.213/91).
Aposentadoria Especial: Agentes nocivos 
 Agente qualitativo: nocividade presumida; constantes nos
Anexos 6, 13, 13-A e 14, da NR 15 e no Anexo IV, do Decreto
3.048/99, para agentes iodo e níquel.
 São agentes qualitativos: Ar comprimido e pressão
atmosférica anormal (6), agentes químicos (13), benzeno
(13-A) e agentes biológicos(14).
 Observação: art. 278, § 1º, inciso I, da IN INSS/PRES
77/2015.
Aposentadoria Especial: Agentes nocivos
 Agente quantitativo: considerado pela ultrapassagem dos
limites de tolerância ou doses, dispostos nos Anexos 1, 2,
3, 5, 8, 11 e 12, da NR 15.
 São agentes quantitativos: Ruído (1), ruído de impacto (2),
calor (3), radiações ionizantes (5), vibrações (8), agentes
químicos quantitativos (11), poeiras minerais(12).
 Observação: art. 278, § 1º, inciso II, da IN INSS/PRES
77/2015.
Aposentadoria Especial: Responsável pela análise
 Responsável pela análise: Nos termos do art. 297, da IN
INSS/PRES 77/2015, o Perito Médico realizar análise técnica dos
períodos de atividade exercida em condições especiais com
exposição a agentes nocivos químicos, físicos, biológicos ou
associação de agentes prejudiciais à saúde ou à integridade
física, quando requisitado tanto em processos administrativos,
quanto em processos judiciais, avaliando as informações: a)
dos formulários de reconhecimento de períodos laborados em
condições especiais, conforme o caso, observando o disposto
no art. 260, da IN 77/2015, confrontando as informações com os
documentos contemporâneos apresentados; e b) do LTCAT ou
documentos substitutivos informados no art. 261, da IN
77/2015, confrontando com os documentos apresentados,
observando o art. 262, da mesma IN.
Aposentadoria Especial: Responsável pela análise
 É atribuição do Perito Médico solicitar esclarecimentos,
remetendo às solicitações ao servidor administrativo para os
devidos encaminhamentos, caso identifique inconsistência,
divergência ou falta de informações indispensáveis ao
reconhecimento do direito de enquadramento de período deatividade exercido em condições especiais e emitir parecer
técnico através do preenchimento do formulário denominado
Análise e Decisão Técnica de Atividade Especial - Anexo LII, da
IN 77/2015, de forma clara, objetiva e legível, com a
fundamentação que justifique a decisão e realizar o
enquadramento no sistema do(s) período(s) de atividade
exercido em condições especiais por exposição à agente
nocivo.
Aposentadoria Especial: Responsável pela análise
 Na forma do art. 298, da IN INSS/PRES 77/2015, o Perito Médico
poderá, sempre que julgar necessário, solicitar as
demonstrações ambientais (Programa de Prevenção de Riscos
Ambientais - PPRA; Programa de Gerenciamento de Riscos -
PGR; Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na
Indústria da Construção - PCMAT; Programa de Controle Médico
de Saúde Ocupacional – PCMSO; Laudo Técnico de Condições
Ambientais do Trabalho - LTCAT; e Perfil Profissiográfico
Previdenciário – PPP) e outros documentos pertinentes à
empresa responsável pelas informações, bem como inspecionar
o ambiente de trabalho.
Aposentadoria Especial: Permanência
 Conceito de permanência:
 Em regra, trabalho permanente é aquele em que o
segurado, no exercício de suas funções, esteve
efetivamente exposto a agentes nocivos.
 Exigência trazida pela Lei 9.032/95 (§ 3º, do art. 57, da
LB).
Aposentadoria Especial: Permanência
 O Decreto 4.882/03, alterou alguns dispositivos do
Decreto 3.048/99, evidenciando uma nova realidade
quanto à concessão do benefício.
 A principal alteração diz respeito à não haver mais a
necessidade de exercício da atividade laboral de forma
“habitual e contínua” com agentes nocivos para se ter
direito ao benefício, mas sim, de atividade
PERMANENTE.
Aposentadoria Especial: Permanência
 De acordo com a nova redação dada ao art. 65, do Decreto 3.048/99,
considera-se trabalho permanente aquele que é exercido de forma
não ocasional nem intermitente, no qual a exposição do empregado,
do trabalhador avulso ou do cooperado ao agente nocivo seja
indissociável da produção do bem ou da prestação do serviço.
 Com isto, o Decreto 3.048/99 permite uma flexibilização da
necessidade de cumprimento de jornada integral para fins de
obtenção do benefício (Precedentes: TNU, Processo 244-
06.2010.4.04.7250/SC e TRF4, Processo 96.04.54988-0/SC, Resolução
21/2014, do CRPS).
Aposentadoria Especial: Permanência
 Neste sentido, também vejamos:
 Súmula 49, da TNU: Para reconhecimento de condição
especial de trabalho antes de 29.04.1995, a exposição a
agentes nocivos à saúde ou à integridade física não precisa
ocorrer de forma permanente.
 Precedente do STJ: REsp 658.016/SC, Rel. Ministro
HAMILTON CARVALHIDO, SEXTA TURMA, julgado em
18/10/2005, DJ 21/11/2005.
Aposentadoria Especial: Permanência
 No que diz respeito aos períodos de gozo de auxílio-
doença ou aposentadoria por invalidez, que
sucedem período de exercício de atividade especial,
o parágrafo único, do art. 65, do Decreto 3.048/99,
diz que o período de afastamento deve ser
computado como especial, desde que o benefício
tenha natureza acidentária.
Aposentadoria Especial: Permanência
 No mesmo sentido dispõe o art. 291, da IN INSS/PRES 77/2015: São
considerados períodos de trabalho sob condições especiais, para fins
desta Subseção, os períodos de descanso determinados pela legislação
trabalhista, inclusive férias, os de afastamento decorrentes de gozo de
benefícios de auxílio-doença ou aposentadoria por invalidez
acidentários, bem como os de recebimento de salário-maternidade,
desde que, à data do afastamento, o segurado estivesse exercendo
atividade considerada especial.
 O parágrafo único do referido artigo determina que: Os períodos de
afastamento decorrentes de gozo de benefício por incapacidade de
espécie não acidentária não serão considerados como sendo de
trabalho sob condições especiais.
Aposentadoria Especial: Permanência
 Entendemos que o afastamento deve ser computado
como especial desde que o benefício por
incapacidade suceda interregno no qual houve
exercício de atividade especial, independentemente
da espécie do benefício. (o Decreto afronta o art. 84,
inciso IV, da CF e o art. 29, § 5º, da Lei 8.213/91)
Aposentadoria Especial: Permanência
 STJ: o Tribunal julgou o tema repetitivo (Tema 998, REsp`s
repetitivos 1.759.098/RS e 1.723.181/RS) favoravelmente aos
segurados.
 TRF4: IRDR no Processo 5017896-60.2016.4.04.0000, também
julgado a favor dos segurados.
 TNU dos JEF`s: no Processo nº 5012755-25.2015.4.04.7201 a
TNU determinou a suspensão de todos os processos que
tramitam pelo JEF sobre o tema.
Aposentadoria Especial: Permanência
 Alguns outros precedentes:
 Apelação 5000354-68.2011.404.7107/RS, julgada pelo
TRF4.
 PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE BENEFÍCIO.
CONVERSÃO DE AUXÍLIO-DOENÇA EM AUXÍLIO-
ACIDENTE. SUBSTITUIÇÃO DA APOSENTADORIA POR
TEMPO DE SERVIÇO EM APOSENTADORIA ESPECIAL.
CONVERSÃO NÃO RECONHECIDA. APOSENTADORIA
ESPECIAL CONCEDIDA.
Aposentadoria Especial: Permanência
 APELAÇÃO DA PARTE AUTORA PARCIALMENTE PROVIDA. 1. O pedido da
parte autora se funda na conversão do auxílio-doença em auxílio-acidente
para a contagem deste como período especial e a conversão da
aposentadoria por tempo de serviço em aposentadoria especial. 2. O
período em que o segurado esteve em gozo de auxílio-doença pode ser
considerado como tempo de serviço especial, desde que precedido de labor
especial. 3. O segurado que estiver em gozo do benefício de auxílio-doença
tem direito a computá-lo como tempo de serviço especial, fazendo jus à sua
conversão para comum, uma vez que existe expressa autorização legislativa
contida no artigo 63 do Decreto nº 2.172/97, no sentido de se tomar como
especial o interregno em gozo de auxílio-doença, quando esse se situar
entre dois lapsos temporais assim qualificados, o que é o caso dos autos.
Aposentadoria Especial: Permanência
 4. Ainda que não reconhecido a conversão do período de auxílio-doença em
auxílio-acidente, considerando que não há documentos suficientes a
demonstrar que o afastamento do autor se deu exclusivamente ao fato do
acidente ocorrido, deve o INSS averbar como atividade especial o período
de 16/04/2005 a 12/12/2005, período em que o autor estava em auxílio-
doença, tendo em vista que o trabalho por ele exercido antes e após o
referido auxílio fora reconhecido como período especial na empresa
"ferrobran", de 29/08/1981 a 30/08/2006. 5. Computado o período de
16/04/2005 a 12/12/2005 como atividade especial, acrescido aos demais
períodos reconhecidos e já averbado pelo INSS, até a data do requerimento
administrativo (20/11/2008) perfaz-se um total de 25 anos e dois dias de
trabalho exercido em atividade especial, suficientes para o deferimento da
aposentadoria especial, nos termos dos artigos 57 e 58 da Lei nº 8.213/91.
Aposentadoria Especial: Permanência
 6. O segurado à revisão de benefício previdenciário de aposentadoria
por tempo de serviço para sua conversão em aposentadoria especial,
vez que preenchidos os requisitos para seu deferimento, bem como ser
mais vantajosa à parte autora, conforme requerido na inicial. 7.
Observar a prescrição quinquenal das parcelas que antecedem o
quinquênio contado do ajuizamento da ação e a obrigatoriedade da
dedução, na fase de liquidação, dos valores eventualmente pagos à
parte autora na esfera administrativa. 8. Apelação da parte autora
parcialmente provida. (TRF 3ª Região, SÉTIMA TURMA, AC -
APELAÇÃO CÍVEL - 1790532 - 0038287-66.2012.4.03.9999, Rel.
DESEMBARGADOR FEDERAL TORU YAMAMOTO, julgado em
06/03/2017, e-DJF3 Judicial 1 DATA: 14/03/2017)
Aposentadoria Especial: Permanência
 PROCESSO CIVIL. PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA ESPECIAL.
ATIVIDADE ESPECIAL. COMPROVAÇÃO DE EXPOSIÇÃO À TENSÃO
ELÉTRICA SUPERIOR A 250 VOLTS. OBSERVÂNCIA DA LEI VIGENTE À
ÉPOCA PRESTAÇÃO DA ATIVIDADE. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS.
IMPLANTAÇÃO IMEDIATA DO BENEFÍCIO. I - No que tangeà atividade
especial, a jurisprudência pacificou-se no sentido de que a legislação
aplicável para sua caracterização é a vigente no período em que a atividade
a ser avaliada foi efetivamente exercida, devendo, portanto, no caso em tela,
ser levada em consideração a disciplina estabelecida pelos Decretos n.
53.831/64 e 83.080/79, até 05.03.1997 e, após, pelo Decreto n. 2.172/97, sendo
irrelevante que o segurado não tenha completado o tempo mínimo de
serviço para se aposentar à época em que foi editada a Lei nº 9.032/95.
Aposentadoria Especial: Permanência
 II - Quanto à conversão de atividade especial em comum após
05.03.1997, por exposição à eletricidade, o E. Superior Tribunal de
Justiça, através do RESP nº 1.306.113-SC (Relator Ministro Herman
Benjamin, julgado em 14.11.2012, DJe 07.03.2013,), entendeu que o
artigo 58 da Lei 8.213/91 garante a contagem diferenciada para fins
previdenciários ao trabalhador que exerce atividades profissionais
prejudiciais à saúde ou à integridade física (perigosas), sendo a
eletricidade uma delas, desde que comprovado mediante prova técnica.
III- No caso dos autos, houve comprovação de que o autor esteve
exposto à tensão elétrica superior a 250 volts, que, por si só, justifica o
reconhecimento da especialidade pleiteada.
Aposentadoria Especial: Permanência
 Ademais, em se tratando de exposição a altas tensões elétricas, que
tem o caráter de periculosidade, a caracterização em atividade
especial independe da exposição do segurado durante toda a
jornada de trabalho, pois que a mínima exposição oferece potencial
risco de morte ao trabalhador, justificando o enquadramento
especial. IV - A percepção de benefício de auxílio-doença não elide o
direito à contagem com acréscimo de 40%, tendo em vista que o
autor exercia atividade especial quando do afastamento do trabalho.
V - Honorários advocatícios arbitrados em 15% sobre o valor das
prestações vencidas até a data da sentença, em conformidade com
a Súmula 111 do STJ.
Aposentadoria Especial: Permanência
 VI - Nos termos do artigo 497 do Novo Código de Processo Civil,
determinada a imediata implantação do benefício de aposentadoria
especial. VII - Apelação da parte autora provida. (TRF 3ª Região,
DÉCIMA TURMA, AC - APELAÇÃO CÍVEL - 2169181 - 0001012-
51.2013.4.03.6183, Rel. DESEMBARGADOR FEDERAL SERGIO
NASCIMENTO, julgado em 11/10/2016, e-DJF3 Judicial 1
DATA:19/10/2016)
Aposentadoria Especial: Permanência
 Dica Prática: Sempre que formos realizar a contagem do
tempo especial devemos analisar com atenção o CNIS do
segurado e eventual(ais) carta(s) de concessão de
auxílio(s)-doença(s) e/ou aposentadoria por invalidez!
Aposentadoria Especial: Prova da exposição 
permanente
 Permanência implícita no PPP: O PPP trata-se de um histórico
laboral do trabalhador, indicando o setor, a função, o cargo, a
CBO (Classificação Brasileira de Ocupação), bem como
indicando de forma pormenorizada as atividades exercidas,
não restando dúvida, portanto, de que, se o trabalhador não
exerceu outra função e/ou atividade em outro setor, e se
naquele setor indicado no PPP esteve exposto a agentes
nocivos, o critério da permanência encontra-se implícito neste
documento.
Aposentadoria Especial: Prova da exposição 
permanente
 Utilização de EPI de modo contínuo: O PPP traz a informação
de que o EPI foi utilizado de modo contínuo. Assim sendo,
obviamente, que a exposição se deu de modo permanente.
 Prova testemunhal: A prova testemunhal pode ser utilizada
para comprovação da permanência na exposição aos agentes
nocivos.
Aposentadoria Especial: Beneficiários
 BENEFICIÁRIOS: Para o INSS, somente o
empregado, trabalhador avulso e contribuinte
individual cooperado (art. 247, da IN INSS/PRES
77/2015).
Todos os segurados, no nosso entendimento!!!
Tempo Especial e o Contribuinte Individual
 Nos casos de contribuinte individual, nos termos do
inciso I, do art. 259, da IN INSS/PRES 77/2015, o INSS
deve reconhecer o período trabalhado em atividade
especial, por categoria profissional, até 28.04.1995,
mediante apresentação de documentos que comprovem,
ano a ano, a permanência na atividade exercida (não
seria necessário o PPP ou qualquer formulário).
Tempo Especial e o Contribuinte Individual
 Com relação ao período trabalhado após a edição da Lei
9.032/95, entretanto, é aconselhável que o contribuinte
individual não cooperado - se possível - contrate uma
empresa especializada para “laudar” o ambiente de
trabalho e confeccionar o PPP, pois o INSS não
reconhece o tempo trabalhado como especial (art. 259,
inciso II, da IN INSS/PRES 77/2015).
 Além disso, outras provas podem ser produzidas!!!
Tempo Especial e o Contribuinte Individual
 Súmula 62, da TNU: “O segurado contribuinte individual
pode obter reconhecimento de atividade especial para
fins previdenciários, desde que consiga comprovar
exposição a agentes nocivos à saúde ou à integridade
física." (DOU 03.07.2012)
 Precedente: TRF4, APELREEX 200870010033295, Rel.
Luís Alberto D’Azevedo Aurvalle. D.E. 22.04.2010.
Tempo Especial e o Contribuinte Individual
 STJ (dentista): “... A Primeira Turma desta Corte, ao examinar
o tema, no julgamento do REsp 1.473.155/RS, Relator o Ministro
Sérgio Kukina, afirmou que o art. 57, que trata da aposentadoria
especial, não faz distinção entre os segurados, estabelecendo
como requisito para a concessão do benefício o exercício de
atividade sujeita a condições que prejudiquem a saúde ou a
integridade física do trabalhador (...)
Concluiu-se, também, por equivocado o argumento de que a
contribuição específica realizada pelo empregador em razão da
submissão dos empregados a condições especiais de trabalho,
prevista no art. 22, II, da Lei n. 8.212/91, não pode também
financiar a aposentadoria especial dos segurados individuais,
pois o sistema contributivo, adotado no RGPS, tem como
pressuposto a repartição de receitas de um fundo único que
arrecada e financia os benefícios.
Tempo Especial e o Contribuinte Individual
 Por fim, foi destacado que o segurado individual não está
excluído do rol dos beneficiários da aposentadoria
especial, mas cabe a ele demonstrar o exercício de
atividades consideradas prejudiciais à saúde ou à
integridade física, nos moldes previstos à época em que
realizado o serviço - até a vigência da Lei n. 9.032/95 por
enquadramento nos Decretos 53.831/1964 e 83.080/1979 e,
a partir da inovação legislativa, com a comprovação de
que a exposição aos agentes insalubres se deu de forma
habitual e permanente (STJ, REsp 1.540.963, Rel. Min.
Sérgio Kukina. DJ 20/03/2017)
Tempo Especial e o Contribuinte Individual
 Algumas provas:
1. Notas Fiscais de compras de produtos específicos da
atividade;
2. Certidão do órgão de classe (CRO, CRM, CNH
profissional, etc.);
3. Diploma universitário, informando a graduação na
atividade especial, se for o caso;
4. Certificados de especialização de cursos durante a vida
laboral;
5. Inscrição na Prefeitura e respectivos impostos (ISS, TL);
6. Contratar empresa de saúde e segurança do trabalho
para elaboração de PPRA e PCMSO;
Tempo Especial e o Contribuinte Individual
7. Testemunhas; 
8. Prova pericial judicial;
9. Contrato de prestação de serviço;
10. Laudo da empresa tomadora do serviço;
11. Fretes (no caso de motorista de caminhão);
12. Inscrição no INSS de autônomo;
13. Fichas dos pacientes atendidos (uma por ano), no caso 
de dentista ou médico.
*** Fonte: Professora Adriane Bramante
Tempo Especial e o Contribuinte Individual
 Súmula 62, da TNU: “O segurado contribuinte individual
pode obter reconhecimento de atividade especial para
fins previdenciários, desde que consiga comprovar
exposição a agentes nocivos à saúde ou à integridade
física." (DOU 03.07.2012)
 Precedente: TRF4, APELREEX 200870010033295, Rel.
Luís Alberto D’Azevedo Aurvalle. D.E. 22.04.2010.
Aposentadoria Especial: Laudo Técnico
 LAUDO TÉCNICO: A Lei 9.528, de 10.12.1997,alterou a
redação do art. 58, § 1º, da Lei 8.213/91, passando a exigir
que o formulário comprobatório do tempo especial fosse
emitido com base em Laudo Técnico - LTCAT.
 O lastreamento em Laudo sempre foi exigido para o
agente nocivo ruído (segundo algumas decisões, também
para frio e calor).
Aposentadoria Especial: Laudo Técnico
 Nos termos do art. 258, da IN INSS/PRES 77/2015
para caracterizar o exercício de atividade sujeita a
condições especiais o segurado empregado ou
trabalhador avulso deverá apresentar, original ou cópia
autenticada da Carteira Profissional - CP ou da Carteira
de Trabalho e Previdência Social - CTPS, acompanhada
dos seguintes documentos:
Aposentadoria Especial: Laudo Técnico
 Para períodos laborados até 28 de abril de 1995, véspera da
publicação da Lei 9.032/95:
 a) Os antigos formulários de reconhecimento de períodos laborados
em condições especiais emitidos até 31 de dezembro de 2003, e quando
se tratar de exposição ao agente físico ruído, será obrigatória a
apresentação, também, do Laudo Técnico de Condições Ambientais do
Trabalho - LTCAT; ou
 b) Perfil Profissiográfico Previdenciário - PPP emitido a partir
de 1º de janeiro de 2004; (NÃO FALA DO LAUDO NEM PARA O
RUÍDO!!!)
Aposentadoria Especial: Laudo Técnico
 Para períodos laborados entre 29 de abril de 1995, data da
publicação da Lei 9.032/95, a 13 de outubro de 1996, véspera
da publicação da MP 1.523/96:
 a) Os antigos formulários de reconhecimento de períodos
laborados em condições especiais emitidos até 31 de
dezembro de 2003, e quando se tratar de exposição ao agente
físico ruído, será obrigatória a apresentação do LTCAT ou
demais demonstrações ambientais arroladas no inciso V do
caput do art. 261, da IN INSS/PRES 77/2015; ou
 b) Perfil Profissiográfico Previdenciário - PPP emitido a partir
de 1º de janeiro de 2004; (NÃO FALA DO LAUDO NEM PARA O
RUÍDO!!!)
Aposentadoria Especial: Laudo Técnico
 Para períodos laborados entre 14 de outubro de 1996, data da
publicação da MP 1.523/96 a 31 de dezembro de 2003, data
estabelecida pelo INSS em conformidade com o determinado
pelo § 3º do art. 68 do RPS:
 a) Os antigos formulários de reconhecimento de períodos
laborados em condições especiais emitidos até 31 de
dezembro de 2003 e, LTCAT para exposição a qualquer
agente nocivo ou demais demonstrações ambientais
arroladas no inciso V do caput do art. 261, da IN INSS/PRES
77/2015; ou
 b) Perfil Profissiográfico Previdenciário - PPP emitido a partir
de 1 de janeiro de 2004; (NÃO FALA DO LAUDO!!!)
Aposentadoria Especial: Laudo Técnico
 Para períodos laborados a partir de 1º de janeiro de 2004,
o documento a ser apresentado deverá ser o PPP,
conforme estabelecido por meio da Instrução Normativa
INSS/DC 99, de 5 de dezembro de 2003, em cumprimento
ao § 3º do art. 68 do RPS.
 NÃO FALA DO LAUDO!!!
Laudo Técnico e PPP: o que diz o STJ?
 Pet 10.262/RS:
 É lícito concluir que apresentado o PPP, mostra-e
desnecessária a juntada do LTCAT, exceto quando suscitada
dúvida objetiva e idônea pelo INSS quanto à congruência entre
os dados do PPP e do próprio laudo que o tenha embasado!
Tempo Especial: Outros meios de prova
 Em que pese a existência do PPP, entendemos que o tempo especial
pode ser comprovado por todos os meios de prova, como a
realização de perícia no local de trabalho, em estabelecimento
similar, através de sentença trabalhista que reconheceu o trabalho
em exposição à agentes nocivos, etc.
 CNIS com anotação de IEAN: exposição à agentes nocivos no
grupo 15, 20 ou 25 anos.
Tempo Especial: Códigos na GFIP
• 1 - Não exposição a agente nocivo
• 2 - Exposição a agente nocivo ( 15 anos de serviço)
• 3 - Exposição a agente nocivo (aos 20 anos de serviço)
• 4 - Exposição a agente nocivo (aos 25 anos de serviço)
• Obs. O código 1 somente será utilizado no caso de trabalhador que
esteve e deixou de estar exposto a agente nocivo, no mês de
competência. Para os trabalhadores com mais de um vínculo
empregatício:
• 5 - Não exposição a agente nocivo
• 6 - Exposição a agente nocivo (aos 15 anos de serviço)
• 7 - Exposição a agente nocivo (aos 20 anos de serviço)
• 8 - Exposição a agente nocivo (aos 25 anos de serviço)
Tempo Especial: Outros meios de prova
 Perícia indireta ou por similaridade como meio de prova do tempo
especial:
 PREVIDENCIÁRIO. ATIVIDADE ESPECIAL. CONFIGURAÇÃO.
PERÍCIA INDIRETA EM EMPRESA SIMILAR. LOCAL DE TRABALHO
ORIGINÁRIO INEXISTENTE. POSSIBILIDADE. 1. "Mostra-se legítima
a produção de perícia indireta, em empresa similar, ante a
impossibilidade de obter os dados necessários à comprovação de
atividade especial, visto que, diante do caráter eminentemente social
atribuído à Previdência, onde sua finalidade primeira é amparar o
segurado, o trabalhador não pode sofrer prejuízos decorrentes da
impossibilidade de produção, no local de trabalho, de prova, mesmo
que seja de perícia técnica". (REsp 1.397.415/RS, Rel. Ministro
Humberto Martins, Segunda Turma, DJe 20.11.2013). 2. Agravo
Regimental não provido. (AgRg no REsp 1422399/RS, Rel. Ministro
HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 18/03/2014,
DJe 27/03/2014)
Tempo Especial e necessidade de 
documentação contemporânea
 Quanto à necessidade de que os documentos comprobatórios do
exercício da atividade especial sejam contemporâneos à época da
prestação do serviço, nota-se que tal exigência é completamente
desarrazoada.
 É evidente que o fato de os documentos terem sido fornecidos após
o término da prestação dos serviços não pode prejudicar o
segurado do Regime Previdenciário, sendo legítima a utilização do
laudo e documento fornecido pela empresa ou órgão público, de
acordo com as informações constantes em seus dados arquivados.
Tempo Especial e necessidade de 
documentação contemporânea
 Ademais, ao contrário do que costuma afirmar o INSS, não há
impedimento legal para que se aceite o laudo extemporâneo à época
em que o segurado efetivamente trabalhou.
 Como bem salienta Maria Helena Carreira Alvim Ribeiro, “muitas
vezes esses formulários não são emitidos à época em que o
segurado exerceu a atividade insalubre, mas quando se desliga do
trabalho, e, outras vezes, são reeditados em substituição ao
formulário extraviado, além de serem muitas vezes emitidos após
reclamação do segurado contra a empregadora, objetivando o
reconhecimento de condições de trabalho insalubres”.
(Aposentadoria Especial. 2ª Ed. Curitiba:Juruá, 2005, p. 289/290.)
Tempo Especial e necessidade de 
documentação contemporânea
 Portanto, não há qualquer razão para que os documentos
“EXTEMPORÂNEOS” não sejam aceitos como verdadeiros,
devendo-se considerar, inclusive, que o INSS nunca foi
impedido de examinar o local de trabalho onde foi
desenvolvido o trabalho nocivo para que pudesse apurar
possíveis irregularidades ou fraudes no preenchimento
desses documentos. Destaca-se ainda que, a exigência de
contemporaneidade dos documentos, em alguns casos,
simplesmente inviabilizaria a demonstração do exercício da
atividade especial.
Tempo Especial e necessidade de 
documentação contemporânea
 Neste sentido, vejamos:
 Súmula 68, da TNU: O laudo pericial não contemporâneo ao
período trabalhado é apto à comprovação da atividade
especial do segurado.
 Precedente do TRF3: Processo 2006.03.99.006918-7, Turma
Suplementar da 3ª Seção, Rel. Juíza Convocada Louise
Filgueiras, DJF3 de 13.11.2008.
Tempo Especial e necessidade de 
documentação contemporânea
 Tempo especial já reconhecido em processo administrativo
anterior: o Memorando Circular Conjunto 24
DIRBEN/DIRSAT/INSS, de 25 de julho de 2017, determina que
o tempo especial já reconhecido em processo administrativo
anterior deve ser automaticamente caracterizado como tal,
caso haja novo requerimento. A recíproca é verdadeira!
 Exceção: apresentação de novos elementos capazes de
modificar o resultado da análise anterior!
Utilização de EPI
 A matéria foi apreciadapelo STF, em 04.12.2014, quando
do julgamento do ARE 664.335/SC, com repercussão
geral reconhecida pela Corte Suprema (Rel. Min. Luiz
Fux).
 O STF firmou, para os efeitos do art. 543-B, do CPC, duas
teses que veremos a seguir.
Utilização de EPI
 TESE ESPECÍFICA: Em se tratando de exposição do segurado ao
agente nocivo ruído, acima dos limites de tolerância, a eficácia do
EPI NÃO DESCARACTERIZA a atividade especial para fins de
aposentadoria.
 TESE GERAL: O direito à aposentadoria especial (art. 201, §1º, da
CF) pressupõe a efetiva exposição do trabalhador a agente nocivo.
Se o EPI é eficaz para neutralizar, o tempo de atividade não se
caracteriza como especial. O ônus da prova seria do INSS, segundo
nosso entendimento!
Utilização de EPI
 (...) Sublinhe-se o fato de que o campo "EPI Eficaz (S/N)" constante
no Perfil Profissiográfico Previdenciário (PPP) é preenchido pelo
empregador considerando-se, tão somente, se houve ou não
atenuação dos fatores de risco, consoante determinam as
respectivas instruções de preenchimento previstas nas normas
regulamentares. Vale dizer: essa informação não se refere à real
eficácia do EPI para descaracterizar a nocividade do agente. (...)
(TRF 3ª Região, NONA TURMA, AC - APELAÇÃO CÍVEL - 2205341 -
0013273-48.2013.4.03.6183, Rel. JUIZ CONVOCADO RODRIGO
ZACHARIAS, julgado em 13/02/2017, e-DJF3 Judicial 1
DATA:01/03/2017)
Utilização de EPI
 (...) I - O uso de equipamentos de proteção individual - EPI não é
suficiente para descaracterizar a especialidade da atividade, a não
ser que comprovada a real efetividade do aparelho na neutralização
do agente nocivo. II - A informação registrada pelo empregador no
Perfil Profissiográfico Previdenciário (PPP) sobre a eficácia do EPI
não tem o condão de descaracterizar a sujeição do segurado aos
agentes nocivos. Conforme decisão proferida pelo C. STF na
Repercussão Geral nº 664.335/SC, a legislação previdenciária criou,
com relação à aposentadoria especial, uma sistemática na qual é
colocado a cargo do empregador o dever de elaborar laudo técnico
voltado a determinar os fatores de risco existentes no ambiente de
trabalho, ficando o Ministério da Previdência Social responsável por
fiscalizar a regularidade do referido laudo. Ao mesmo tempo,
autoriza-se que o empregador obtenha benefício tributário caso
apresente simples declaração no sentido de que existiu o
fornecimento de EPI eficaz ao empregado.
Utilização de EPI
 III - Não se pode impor ao segurado - que não concorre para a
elaboração do laudo, nem para a sua fiscalização - o dever de fazer
prova da ineficácia do equipamento de proteção que lhe foi
fornecido. Caberá ao INSS o ônus de provar que o trabalhador foi
totalmente protegido contra a situação de risco, pois não se pode
impor ao empregado - que labora em condições nocivas à sua saúde
- a obrigação de suportar individualmente os riscos inerentes à
atividade produtiva perigosa, cujos benefícios são compartilhados
por toda a sociedade. IV - Recurso improvido. (TRF 3ª Região,
TERCEIRA SEÇÃO, EI - EMBARGOS INFRINGENTES - 1869483 -
0019738-71.2013.4.03.9999, Rel. DESEMBARGADOR FEDERAL
NEWTON DE LUCCA, julgado em 10/11/2016, e-DJF3 Judicial 1
DATA: 25/11/2016)
Utilização de EPI
 DICA PRÁTICA: ATENÇÃO AO CERTIFICADO DE
APROVAÇÃO (C.A.) DO EPI!!! CONSULTA PELA INTERNET
(TIPO DE EPI E VALIDADE).
 DICA PRÁTICA: RECLAMAÇÕES TRABALHISTAS PARA
RETIFICAÇÃO DO PPP, EM DETERMINADAS SITUAÇÕES
SÃO INTERESSANTES!
Utilização de EPI
 Enunciado 21, do CRPS: “O simples fornecimento de
equipamento de proteção individual de trabalho pelo
empregador não exclui a hipótese de exposição do
trabalhador aos agentes nocivos à saúde, devendo ser
considerado todo o ambiente de trabalho”.
 Resolução 50/2017 do CRPS: diz que o existindo prova de que
o EPI neutralizou a exposição ao ruído o tempo deve ser
considerado comum (???).
Utilização de EPI
 Súmula 09, da TNU: “O uso de Equipamento de Proteção
Individual, ainda que elimine a insalubridade, no caso de
exposição a ruído, não descaracteriza o tempo de
serviço especial prestado.”
Utilização de EPI
 EPI PARA EXPOSIÇÃO À BENZENO: EPI é ineficaz (Memorando
Circular 8 DIRSAT).
 EPI PARA AGENTES BIOLÓGICOS: EPI é ineficaz (item 3.1.5. do
Manual da Aposentadoria Especial editado pelo INSS, 2017).
 EPI PARA PERICULOSIDADE: EPI é ineficaz (TRF4, Processo
5054341-77.2016.4.04.0000).
Utilização de EPI
 EPI PARA AGENTES CANCERÍGENOS: Memorando-Circular 02
DIRSAT/DIRBEN/INSS. A presença no ambiente de trabalho,
com possibilidade de exposição a agentes nocivos
reconhecidamente cancerígenos em humanos, listados pelo
Ministério do Trabalho e Emprego, será suficiente para a
comprovação de efetiva exposição do trabalhador, pelo critério
qualitativo e mesmo com uso de EPI. (art. 68, § 4º, do Decreto
3.048/99 e art. 284, parágrafo único, da IN INSS PRES 77/2015)
Utilização de EPI
 EPI x tempus regit actum: segundo a Súmula 87 da TNU,
foi apenas com o advento da MP 1729, de 03.12.1998,
convertida na Lei 9.732/98, que a redação do art. 58, § 2º
da Lei 8.213/91 passou a exigir a informação sobre EPI
ou EPC, devendo, assim, serem consideradas como
especiais as atividades realizadas antes deste marco
temporal, independentemente de o documento atestar a
eficácia do EPI.
Ruído como Agente Nocivo
 Segundo o STJ, o tempo de trabalho laborado com
exposição a ruído é considerado especial, nos seguintes
níveis: superior a 80 decibéis, na vigência do Decreto n.
53.831/64 (1.1.6); superior a 90 decibéis, a partir de 5 de
março de 1997, na vigência do Decreto n. 2.172/97;
superior a 85 decibéis, a partir da edição do Decreto n.
4.882, de 18 de novembro de 2003. (Tema 694 - REsp
repetitivo 1.398.260/PR)
Ruído como Agente Nocivo
 Entendemos que após a edição do Decreto 2.172/97, para
fins de reconhecimento do tempo como especial, basta a
exposição a ruído superior a 85 dB, pois a questão não é
jurídica, mas sim, técnica, já que está cientificamente
comprovada a nocividade do agente nesse nível.
 No mínimo, após a edição da MP 1.729, de 03.12.1998,
transformada na Lei 9.732/98, o limite a ser considerado
deve ser o de 85 dB, pois remete o intérprete à observação
da legislação trabalhista (art. 58, § 1º, da LB).
Ruído como Agente Nocivo
 Isso porque, a partir da vigência da MP 1.729, de
03.12.1998, transformada na Lei 9.732/98, diante do
princípio da hierarquia das normas, o Decreto 2.172/97 foi
revogado.
 Ademais, o segurado não pode ser apenado pela demora
da regulamentação da lei pelo Executivo, o que neste caso
somente aconteceu em 2003, com a edição do Decreto
4.882.
Ruído – Margem de Erro
 (...) IV - Mantidos os termos da sentença que reconheceu a
especialidade dos períodos de (...) e de 05.02.2001 a 26.04.2011, por
exposição a ruído de 89,1 decibéis (conforme PPP encartado aos
autos), pois mesmo em parte do período sendo inferior ao patamar
mínimo de 90 decibéis previsto no Decreto 2.172/97, pode-se concluir
que uma diferença de menos de 01 (um) dB na medição pode ser
admitida dentro da margem de erro decorrente de diversos fatores (tipo
de aparelho, circunstâncias específicas na data da medição, etc.). (TRF
3ª Região, DÉCIMA TURMA, APELREEX - APELAÇÃO/REMESSA
NECESSÁRIA - 2138197 - 0015395-74.2013.4.03.6105, Rel.
DESEMBARGADOR FEDERAL SERGIO NASCIMENTO, julgado em
18/10/2016, e-DJF3 Judicial 1 DATA:26/10/2016)
Ruído – Margem de Erro
 Resolução 26/2018, do CRPS: a medição do ruído pela
dosimetria (NR15), e não de acordo com a NHO-01 da
FUNDACENTRO, não descaracteriza o reconhecimento do
tempo especial.
 Tema 174, na TNU: no julgamento dos Embargos de
Declaração a TNU reconheceu a omissão no julgado e firmou
a tese de que a aferição do ruído pode ser feita tanto pela
metodologia da NHO-01 quanto pela NR15.
TÉCNICA OU METODOLOGIA UTILIZADA. 
Campo 15.5 do PPP: NHO x NR-15
NR-15
LIMITE 
MÁXIMO 
DIÁRIO 
PERMITIDO
85 DB 8 horas88 DB 5 horas
90 DB 4 horas
95 DB 2 horas
NHO - 01
LIMITE 
MÁXIMO 
DIÁRIO 
PERMITIDO
85 DB 8 horas
88 DB 4 horas
90 DB 2 horas
95 DB 47,62 minutos
Agentes nocivos perigosos e Aposentadoria 
Especial
 O Anexo IV, do Decreto 2.172/97, não mais relaciona os agentes
perigosos para fins de caracterização do tempo especial.
 Observa-se, no entanto:
 O art. 201, § 1º, da CF o art. 57, da Lei 8.213/91, quando trata das
atividades exercidas em condições especiais, incluem as que
colocam em risco a integridade física do trabalhador;
 Os róis trazidos pelos decretos regulamentadores são meramente
exemplificativos;
 O art. 193, da CLT, descreve as atividades perigosas.
Agentes nocivos perigosos e Aposentadoria 
Especial
 Entendemos que é possível o reconhecimento da
atividade especial por exposição à agentes perigosos até
os dias atuais.
 Precedentes da TNU: Processo 0008265-
54.2008.4.04.7051, Processo nº 5000067-
24.2012.4.04.71.08
Eletricidade como Agente Nocivo
 A partir da edição do Decreto 2.172/97, não há mais previsão
expressa de caracterização da atividade especial por exposição a
eletricidade.
 O posicionamento do STJ, firmado no julgamento do Tema 534
(REsp repetitivo 1.306.113/SC, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN,
PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 14/11/2012, DJE 07/03/2013) é no
sentido de que é sim, permitida a caracterização do tempo como
especial por exposição a eletricidade acima de 250V, desde que a
exposição seja permanente.
Frentista
 Trabalho como Frentista
 (...) No caso dos autos, nos períodos de 01.06.1980 a
30.01.1981, 01.08.1981 a 01.02.1983, 01.09.1983 a 02.03.1995,
01.09.1995 a 10.12.1996, 01.10.1997 a 01.11.1997, 01.12.1997 a
10.12.1997 e 01.05.2004 a 21.11.2014, a parte autora, na
atividade de frentista, esteve exposta a agentes químicos
consistentes em óleos, graxas, gasolina, diesel e álcool (fls.
14/17), devendo ser reconhecida a natureza especial da
atividade exercida nesses períodos, (...)
Frentista
 (...) conforme código 1.2.11 do Decreto nº 53.831/64,
código 1.2.10 do Decreto nº 83.080/79, código 1.0.19 do
Decreto nº 2.172/97 e código 1.0.19 do Decreto nº
3.048/99. (TRF 3ª Região, DÉCIMA TURMA, Ap -
APELAÇÃO CÍVEL - 2090441 - 0031157-
20.2015.4.03.9999, Rel. DESEMBARGADOR FEDERAL
NELSON PORFIRIO, julgado em 30/01/2018, e-DJF3
Judicial 1 DATA: 07/02/2018)
Vigilante
 Trabalho como vigilante: segundo o posicionamento
firmado pelo STJ é possível reconhecer a possibilidade
de caracterização da atividade de vigilante como
especial, com ou sem o uso de arma de fogo, mesmo
após 5.3.1997, desde que comprovada a exposição do
trabalhador à atividade nociva, de forma permanente,
não ocasional, nem intermitente (REsp 1.410.057/RN).
Trabalho na limpeza de hospital
 Súmula 82, da TNU. O código 1.3.2 do quadro anexo ao
Decreto nº 53.831/64, além dos profissionais da área da
saúde, contempla os trabalhadores que exercem
atividades de serviços gerais em limpeza e higienização
de ambientes hospitalares.
Penosidade e Aposentadoria Especial
 A caracterização do tempo especial por penosidade
(trabalho que causa dor, sofrimento, incômodo) é
possível até, ao menos a edição do Decreto 2.172/97.
 São exemplos de atividades especiais penosas previstas
na lista do Decreto 53.831/64: as de telefonista,
motoristas e cobradores de ônibus, etc.
Penosidade e Aposentadoria Especial
 Não se pode ignorar, entretanto, que o trabalho penoso é
uma realidade e se restar comprovada a exposição a
fatores nocivos a saúde ou integridade física do
trabalhador, o tempo de serviço deve ser reconhecido
como especial.
 Exemplos: agentes psicológicos e agentes ergonômicos
(bancário, segurança, etc.).
RMI da Aposentadoria Especial
 A RMI da aposentadoria especial é de 100% do salário-
de-benefício (art. 57, § 1º da LB), aplicando-se o divisor
mínimo para sua apuração, conforme disposição do art.
3º, § 2º, da Lei 9.876/99.
Data de Início da Aposentadoria Especial
 A DIB da aposentadoria especial segue os mesmos
parâmetros da aposentadoria por idade (vide art. 253, da
IN INSS/PRES 77/2015).
 Art. 58, § 2º, da LB: A data de início do benefício será
fixada da mesma forma que a da aposentadoria por
idade, conforme o disposto no art. 49.
Data de Início da Aposentadoria Especial
 Art. 49. A aposentadoria por idade será devida:
I - ao segurado empregado, inclusive o doméstico, a partir:
a) da data do desligamento do emprego, quando requerida
até essa data ou até 90 (noventa) dias depois dela; ou
b) da data do requerimento, quando não houver desligamento
do emprego ou quando for requerida após o prazo previsto na
alínea "a";
II - para os demais segurados, da data da entrada do
requerimento.
Continuidade no Trabalho Especial
 Nos termos do art. 57, § 8º, da Lei 8.213/91, aplica-se o disposto no
art. 46, da LB, ao segurado que se aposentar especial e continuar no
exercício de atividade ou operação que o sujeite aos agentes
nocivos: Art. 46. O aposentado por invalidez que retornar
voluntariamente à atividade terá sua aposentadoria
automaticamente cancelada, a partir da data do retorno.
 Para o INSS a proibição se refere as aposentadorias requeridas e
concedidas a partir de 29.04.1995, na forma do art. 254, da IN
INSS/PRES 77/2015.
Continuidade no Trabalho Especial
 Por outro lado, há precedentes jurisprudenciais no sentido da
inconstitucionalidade do art. 57, § 8º, da Lei 8.213/91, devido a
afronta ao art. 5º, inciso XIII, da CF (direito de profissão).
 Precedentes do TRF4: Incidente de Arguição de
Inconstitucionalidade 5001401-77.2012.404.0000 e
Apelação/Reexame necessário 5000262-89.2010.404.7104.
 STF: RE 791.961/PR, com repercussão geral reconhecida,
aguarda julgamento!
Conversão do Tempo de Serviço
 A aposentadoria especial, como visto, poderá ser
concedida àquele trabalhador que labore por 15, 20 ou 25
anos em atividades nocivas à saúde ou integridade
física.
 Ocorre que muitas vezes o trabalhador não consegue
concluir o tempo de labor na mesma atividade iniciada.
Conversão do Tempo de Serviço
 Assim, para facilitar a percepção de benefício previdenciário
– aposentadoria especial ou por tempo de contribuição –
aqueles segurados que venham a trabalhar em atividades de
nocividade máxima, média, mínima ou sem nocividade,
poderão ver o tempo convertido por um fator multiplicador
que preserve o equilíbrio/igualdade do tempo trabalhado (art.
5º, da CF (princípio da isonomia).
 A possibilidade de conversão está prevista no § 1º, do art. 201
da CF e no § 5º, do art. 57, da LB.
Conversão do Tempo de Serviço
 Neste sentido, vejamos:
 Súmula 50, da TNU: É possível a conversão do tempo de
serviço especial em comum do trabalho prestado em
qualquer período.
 STJ, Temas 422 e 423 (REsp repetitivo 1.151.363/MG): no
mesmo sentido da TNU.
Conversão do Tempo de Serviço
 Conversão de especial para especial: A existência de 03
hipóteses de incidência da norma jurídica que
ocasionam o direito à percepção da aposentadoria
especial levou o legislador à criação da possibilidade de
conversão de tempos de serviços nocivos exercidos em
diversos graus de nocividade laboral.
Conversão do Tempo de Serviço
 Conversão de Comum para Especial: Até a edição da Lei
9.032/95 era possível converter tempo comum para
especial. Era possível, através do fator conversor
redutor trocar um tempo de serviço comum pelo ficto
especial a fim de que se pudesse aposentar na
Aposentadoria Especial. Contudo, para tanto o segurado
deveria contar com períodos mistos: especial e comum.
Conversão do Tempo de Serviço
 Conversão Especial para Comum: Esta modalidade
serve para aquele segurado que trabalhou por um
determinado tempo exposto a agentes especiais, sem
contudo, ter completado o tempo para concessão do
benefício na modalidade especial. Deste modo, é dado a
ele o direito de converter o tempo especial por um fator
multiplicador no qual o seutempo especial será contado
com um acréscimo para fins de concessão da
aposentadoria por tempo de contribuição.
Conversão do Tempo de Serviço
Atividade a 
converter 
Para 
Nocividade 
Máxima
Para 
Nocividade 
Média
Para 
Nocividade 
Mínima
Para 
Comum de 
Mulher
Para 
Comum de 
Homem
De 
Nocividade
Máxima
1,00 1,33 1,67 2,00 2,33
De 
Nocividade 
Média
0,75 1,00 1,25 1,50 1,75
De 
Nocividade 
Mínima
0,60 0,80 1,00 1,20 1,40
Comum de 
Mulher 
0,50 0,67 0,83 1,00 1,17
Comum de
Homem
0,43 0,57 0,71 0,86 1,00
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../Hiperlinks/planilha de contagem de tempo de serviço homem.xls
Conversão de Tempo Comum em Especial
 O Decreto 83.080/79, bem como o Decreto 611/92 (art.
64), previam a possibilidade de conversão tempo comum
em especial. Esta previsão foi extinta com a Lei 9.032/95
(vide art. 249, da IN INSS PRES 77/2015).
 Os Decretos traziam uma tabela que deveria ser utilizada
nesta conversão (art. 64, do Decreto 611/92). A tabela é
variável conforme a nocividade da atividade (mínima,
média e máxima).
Conversão de Tempo Comum em Especial
 Precedentes favoráveis aos segurados: Processo
2013.61.10.001091-6/SP (TRF3); Agravo Regimental no REsp 476.333
(STJ); PEDILEF 5011435-67.2011.4.04.7107 (TNU).
 Ocorre que, quando do julgamento dos embargos de declaração no
Tema 546 (REsp repetitivo 1.310.034/PR ), opostos pelo INSS, houve o
provimento dos embargos com efeitos infringentes, para se dar
provimento ao recurso do INSS e afirmar a tese de que não é possível a
conversão do tempo de atividade comum em tempo especial para
atividades anteriores à vigência da Lei 9.032/95, quando o direito à
aposentadoria especial é adquirido apenas após este marco legal.
Conversão de Tempo Comum em Especial
 Assim sendo, de acordo com a orientação do STJ, após a vigência
da Lei 9.032/95, só é possível a concessão de aposentadoria
especial ao segurado que exercer todo o tempo de atividade exigido
(15, 20 ou 25 anos) em condições especiais.
 Segundo o Tribunal, a lei que disciplina o direito à conversão de
tempo de serviço, portanto, é aquela vigente ao tempo do
requerimento da aposentadoria - e não aquela vigente ao tempo da
prestação do serviço.
Conversão do Tempo de Serviço Especial em 
Comum
 É possível converter o tempo especial em comum?
 O fator de conversão do tempo de serviço especial do
homem (nocividade mínima) em comum trabalhado da
edição do Decreto 87.374/82 à edição do Decreto 611/92:
1,20 ou 1,40?
Conversão do Tempo de Serviço Especial em 
Comum
 Súmula 55, da TNU: A conversão do tempo de atividade
especial em comum deve ocorrer com aplicação do fator
multiplicativo em vigor na data da concessão da
aposentadoria.
 STJ: REsp repetitivo 1.310.034/PR (Tema 546), Rel.
Ministro HERMAN BENJAMIN, PRIMEIRA SEÇÃO,
Julgado em 24/10/2012, DJE 19/12/2012.
Aposentadoria Especial do Servidor Público
 No que diz respeito ao direito do servidor público (funcionário
público) à aposentadoria especial, vejamos o que dispõe o art. 40,
da CF:
 Art. 40. Aos servidores titulares de cargos efetivos da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, incluídas suas
autarquias e fundações, é assegurado regime de previdência de
caráter contributivo e solidário, mediante contribuição do respectivo
ente público, dos servidores ativos e inativos e dos pensionistas,
observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial
e o disposto neste artigo. (...)
Aposentadoria Especial do Servidor Público
 § 4º - É vedada a adoção de requisitos e critérios
diferenciados para a concessão de aposentadoria aos
abrangidos pelo regime de que trata este artigo, ressalvados,
nos termos definidos em leis complementares, os casos de
servidores:
 I - portadores de deficiência;
 II - que exerçam atividades de risco;
 III - cujas atividades sejam exercidas sob condições especiais
que prejudiquem a saúde ou a integridade física.
Aposentadoria Especial do Servidor Público
 § 12 - Além do disposto neste artigo, o regime de
previdência dos servidores públicos titulares de cargo
efetivo observará, no que couber, os requisitos e
critérios fixados para o regime geral de previdência
social.
 Todavia, a menção de que uma Lei Complementar estaria
a regulamentá-la, não foi, imposta pelo legislador
originário sem razão.
Aposentadoria Especial do Servidor Público
 Ao prever a regulamentação via Lei Complementar o constituinte só
o fez, por pensar que a matéria seria melhor regulamentada por uma
lei específica, não imaginou, no entanto, que a mesma demoraria
mais de 28 anos para ser editada. Nobre foi a intenção, não
obstante, o resultado não é aceitável.
 Assim, o STF pacificou a matéria, quando do julgamento do MI 721,
no sentido de que ao funcionário público devem ser aplicadas as
normas do RGPS com relação à aposentadoria especial.
 É possível o ingresso de ações individuais neste sentido.
Aposentadoria Especial do Servidor Público
 Súmula Vinculante 33, do STF: APLICAM-SE AO
SERVIDOR PÚBLICO, NO QUE COUBER, AS
REGRAS DO REGIME GERAL DA PREVIDÊNCIA
SOCIAL SOBRE APOSENTADORIA ESPECIAL DE
QUE TRATA O ARTIGO 40, § 4º, INCISO III DA
CONSTITUIÇÃO FEDERAL, ATÉ A EDIÇÃO DE LEI
COMPLEMENTAR ESPECÍFICA.
Aposentadoria Especial do Servidor Público
 Paridade e integralidade: Processo 0024160-
95.2015.4.02.5101, da 2ª Vara Federal do Rio de
Janeiro (sentença em MS); Processos
0022130.87-2015.4.02.5101 e 0023854-
29.2015.4.02.5101, da 8ª Vara do Rio de Janeiro
(liminares em MS).
Aposentadoria Especial do Servidor Público
 Conversão do tempo especial em comum: Tema
942 (repercussão geral reconhecida no STF).
Referências
 LADENTHIN, Adriane Bramante de Castro. Aposentadoria
Especial.4. ed. Curitiba: Juruá. 2018.
 RIBEIRO, Maria Helena Carreira Alvim. Aposentadoria
Especial. 9. ed. Curitiba: Juruá. 2018.

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