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APG – SOI 1 S15P1 - PROCESSO DIGESTÓRIO CONCEITOS GERAIS A maioria dos alimentos que consumimos são compostos por moléculas grandes demais para serem usadas pelas células do corpo, por isso, os alimentos precisam ser clivados em moléculas que sejam pequenas o suficiente para entrar nas células, em um processo conhecido como digestão. O sistema digestório se estende da boca ao ânus e contribui para a homeostasia ao fragmentar os alimentos em substâncias que podem ser absorvidas e utilizadas pelas células do corpo. Também absorve água, vitaminas e minerais, e elimina escórias metabólicas do corpo. - Dois grupos de órgãos compõem o sistema digestório: DEGLUTIÇÃO O movimento do alimento da boca para o estômago é alcançado pelo ato de engolir, ou deglutição. A deglutição é facilitada pela secreção de saliva e muco e envolve a boca, a faringe e o esôfago. A deglutição ocorre em três fases: (1) a fase voluntária, em que o bolo alimentar é passado para a parte oral da faringe; (2) a fase faríngea, a passagem involuntária do bolo alimentar pela faringe até o esôfago; e (3) a fase esofágica, a passagem involuntária do bolo alimentar através do esôfago até o estômago. FASES DA DIGESTÃO As atividades digestórias ocorrem em três fases que se sobrepõem: a fase cefálica, a fase gástrica e a fase intestinal. - Fase Cefálica: Durante a fase cefálica da digestão, o olfato, a visão, o pensamento ou o gosto inicial da comida ativam centros neurais no córtex cerebral, no hipotálamo e no tronco encefálico. O tronco encefálico então ativa os nervos facial, glossofaríngeo e vago. Os nervos facial e glossofaríngeo estimulam as glândulas salivares a secretar saliva, enquanto o nervo vago estimula as glândulas gástricas a secretar suco gástrico. A finalidade da fase cefálica da digestão é preparar a boca e o estômago para o alimento que está prestes a ser ingerido. - Fase Gástrica: Quando o alimento chega ao estômago, começa a fase gástrica da digestão. Mecanismos neurais (quimiorreceptores - ⬆pH, ⬆ ondas do peristaltismo, ⬆ da secreção de sulco gástrico) e hormonais (gastrina - estimula a secreção de suco gástrico, reforça a contração do esfíncter esofágico, aumenta a motilidade do estômago e relaxa o músculo esfíncter do piloro) regulam esta fase, a fim de promover a secreção e motilidade gástrica. - Fase intestinal: A fase intestinal da digestão começa quando o alimento entra no intestino delgado. Os reflexos que ocorrem durante a fase intestinal têm efeitos inibitórios que retardam a saída do quimo do estômago. Isso impede que o duodeno seja sobrecarregado com mais quimo do que pode suportar. Além disso, as respostas que ocorrem durante a fase intestinal promovem a digestão continuada dos alimentos que chegaram ao intestino delgado. Estas atividades da fase intestinal da digestão são reguladas por mecanismos neurais (reflexo enterogástrico - a motilidade gástrica é inibida e há um aumento na contração do músculo esfíncter do piloro, diminuindo o esvaziamento gástrico) e hormonais (colecistocinina - estimula a secreção de suco pancreático, provoca a contração da vesícula biliar, provoca o relaxamento do esfíncter hepatopancreática, possibilitando que o suco pancreático e a bile fluam para o duodeno e retarda o esvaziamento gástrico - e a secretina - estimula o fluxo de suco pancreático, inibe a secreção de suco gástrico, promove o crescimento normal e a manutenção do pâncreas, e incrementa os efeitos da CCK. PASSO A PASSO DO PROCESSO DIGESTIVO O processo inicia na boca, onde os dentes irão fazer a trituração dos alimentos, fazendo com que se misture de maneira mais homogênea á salivá que possui em sua composição uma enzima conhecida como amilase salivar, responsável pelo início da digestão do amido, o transformando em maltose, maltotriose e α-dextrina. A saliva contém também lipase lingual, secretada pelas glândulas linguais na língua. Esta enzima torna-se ativa no ambiente ácido do estômago. Ela cliva os triglicerídios (óleos e gorduras) em ácidos graxos e diglicerídeos. Após a deglutição, o alimento entra no estômago, onde se inicia primeiramente o processo mecânico da digestão através de um processo conhecido como propulsão (movimento do bolo alimentar até que as partículas misture com o ácido estomacal e se tornem menores, transformando o bolo alimentar em quimo). Então se inicia a digestão química com a ação do ácido gástrico e das enzimas digestivas como a pepsina, responsável pela digestão enzimática das proteínas no estômago. Temos também no estômago a enzima conhecida como lipase gástrica, que cliva os triglicerídios (gorduras e óleos) das moléculas de gordura (como as encontradas no leite) em ácidos graxos e monoglicerídeos. Do estômago, o quimo passa para o intestino delgado, onde vai acontecer a digestão mecânica e química do quimo. Na mecânica temos a segmentações misturam o quimo aos sucos digestórios e colocam as partículas de alimentos em contato com a túnica mucosa para serem absorvidos; temos ainda na mecânica o processo denominado complexo mioelétrico migratório (CMM) que empurra o quimo para a frente ao longo de um trecho curto do intestino delgado. Na digestão química nos temos a ação das enzimas produzidas pelo pâncreas, pelo fígado e pelo próprio intestino que vão concluir o processo digestivo, temos a amilase pancreática, α-dextrinase, sacarase, lactase, maltose, pepsinas, lipases, ribonuclases, desoxirribonuclease, entre outras, também temos a ação das bactérias que habitam o lumem que fermentam quaisquer carboidratos restantes e liberam hidrogênio, dióxido de carbono e gás metano, contribuindo para a flatulência. As bactérias também convertem quaisquer proteínas restantes em aminoácidos e fragmentam os aminoácidos em substâncias mais simples: indol, escatol, sulfeto de hidrogênio e ácidos graxos. Após, a digestão e absorção no intestino, os movimentos peristálticos em massa empurram o material fecal do colo sigmoide para o reto. DIGESTÃO DAS MACROMOLÉCULAS CARBOIDRATOS A digestão começa na boca Quando o alimento é mastigado, é misturado à saliva, que contém a enzima digestiva amilase salivar(uma α-amilase), secretada principalmente pelas glândulas parótidas. Essa enzima hidrolisa o amido em dissacarídeo, maltose e em outros pequenos polímeros de glicose, não mais do que 5% de todos os amidos são hidrolisados quando o alimento é engolido. A digestão do amido às vezes contínua no corpo e, no fundo do estômago por até uma hora antes que o alimento se misture com as secreções estomacais. A atividade da amilase salivar é então bloqueada pelo ácido das secreções gástricas, porque a amilase é essencialmente inativa como enzima, uma vez que o pH do meio cai abaixo de cerca de 4. No intestino delgado, o processo fica sob responsabilidade da amilase pancreática, que contem uma abundância de α-amilase, sendo várias vezes mais poderosa que a amilase salivar, onde de 15 a 30 minutos depois que o quimo sai do estômago para o duodeno e se mistura com o suco pancreático, praticamente todos os carboidratos são digeridos. Os carboidratos são quase totalmente convertidos em maltose e/ou em outros pequenos polímeros de glicose antes de passarem além do duodeno, ou jejuno superior. Além da amilase produzida pelo pâncreas, o intestino tem no enterócitos que o revestem quatro enzimas (lactase, sucrase, maltase e α-dextrinase), capazes de dividir os dissacarídeos lactose, sacarose e maltose, além de outros pequenos polímeros de glicose, em seus monossacarídios constituintes. Assim, os produtos finais da digestão dos carboidratos são todos monossacarídios. Eles são todos solúveis em água, absorvidos imediatamente pelo sangue portal. PROTEÍNAS Digestão de proteínas no estômago. A pepsina, uma importante enzima péptica do estômago, é mais ativa em um pH de 2 a 3 sendo inativa em um pH acima de 5. Uma das características importantes da digestão da pepsina é sua capacidade de digerir a proteína colágeno. A pepsina apenas inicia o processo de digestãoda proteína, geralmente fornecendo apenas de 10 a 20% da digestão total da proteína para convertê-la em proteoses, peptonas e em alguns polipeptídios. A maioria da digestão das proteínas ocorre no intestino delgado superior, no duodeno e no jejuno, sob a influência de enzimas proteolíticas da secreção pancreática (tripsina, quimiotripsina, carboxipolipeptidase e elastase). O último estágio digestivo das proteínas no lúmen intestinal é alcançado pelos enterócitos que revestem as vilosidades do intestino delgado, principalmente no duodeno e no jejuno. Nas microvilosidades encontram-se múltiplas peptidases (aminopolipeptidase e várias dipeptidases) que vão dividir os polipeptídios maiores restantes em tripeptídios e em dipeptídios, e alguns, em aminoácidos, sendo facilmente transportados através da membrana microvilosa para o interior do enterócito. Mais de 99% dos produtos digestivos de proteínas finais que são absorvidos são aminoácidos individuais, com apenas uma rara absorção de peptídios e uma absorção muito mais rara de moléculas de proteínas inteiras. GORDURA Uma pequena quantidade de triglicerídios é digerida no estômago pela lipase lingual, secretada pelas glândulas linguais na boca e engolida com a saliva. O primeiro passo na digestão da gordura é quebrar fisicamente os glóbulos de gordura em tamanhos pequenos para que as enzimas digestivas solúveis em água possam atuar nas superfícies dos glóbulos. Esse processo é chamado de emulsificação da gordura e começa com a agitação no estômago para misturar a gordura com os produtos da digestão estomacal. A maioria da emulsificação ocorre, então, no duodeno, sob a influência dos ácidos biliares, que contém uma abundância de sais biliares e fosfolipídios lectina que atuam na diminui muito a tensão interfacial da gordura a tornando então solúvel, com isso é possível dividir em muitas partículas minúsculas com muito mais facilidade, (ação detergente). Essa emulsificação faz com que a área de superfície total da gordura aumente em até 1.000x, fazendo com que a lipase tenha maior contato com as moléculas. De longe, a enzima mais importante para a digestão dos triglicerídios é a lipase pancreática, presente em enormes quantidades no suco pancreático, o suficiente para digerir em um minuto todos os triglicerídios que puder atingir. A maioria dos triglicerídios da dieta é dividida pela lipase pancreática em ácidos graxos livres e 2-monoglicerídios. Tanto os ésteres de colesterol quanto os fosfolipídios são hidrolisados por duas outras lipases na secreção pancreática que liberam os ácidos graxos – a enzima colesterol hidrolase, para hidrolisar o éster de colesterol, e a fosfolipase A2, para hidrolisar o fosfolipídio.
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