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ASSOCIAÇÃO DE ENSINO E CULTURA PIO DÉCIMO FACULDADE PIO DÉCIMO CURSO DE ENGENHARIA CIVIL PRISCILA DOS SANTOS DIAS ANÁLISE DA SUSTENTABILIDADE DOS SISTEMA CONSTRUTIVO SUSTENTÁVEL LIGHT STEEL FRAMING VERSUS PAREDES DE CONCRETO MOLDADO IN LOCO EM DOIS CANTEIROS DE OBRAS NAS CIDADES DE CAMAÇARI-BA E ARACAJU-SE ARACAJU – SERGIPE 2022 PRISCILA DOS SANTOS DIAS ANÁLISE DA SUSTENTABILIDADE DOS SISTEMA CONSTRUTIVO SUSTENTÁVEL LIGHT STEEL FRAMING VERSUS PAREDES DE CONCRETO MOLDADO IN LOCO EM DOIS CANTEIROS DE OBRAS NAS CIDADES DE CAMAÇARI-BA E ARACAJU-SE Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Associação de Ensino e Cultura Pio Décimo, tendo como requisito a obtenção do grau de Bacharel em Engenharia Civil pela Faculdade Pio Décimo. ORIENTADOR: PROF. ESP. JORGE EDUARDO FONTES LEITE ARACAJU – SERGIPE 2022 PRISCILA DOS SANTOS DIAS ANÁLISE DA SUSTENTABILIDADE DOS SISTEMA CONSTRUTIVO SUSTENTÁVEL LIGHT STEEL FRAMING VERSUS PAREDES DE CONCRETO MOLDADO IN LOCO EM DOIS CANTEIROS DE OBRAS NAS CIDADES DE CAMAÇARI-BA E ARACAJU-SE Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Associação de Ensino e Cultura Pio Décimo, tendo como requisito a obtenção do grau de Bacharel em Engenharia Civil pela Faculdade Pio Décimo. APROVADA EM 20 DE JUNHO DE 2022 BANCA EXAMINADORA ___________________________________________________________________ 1º Examinador: – Prof. MSc. Thiago Porto de Andrade – Faculdade Pio Décimo ___________________________________________________________________ 2º Examinador:– Prof. MSc. Hamilton Gomes Coelho – Faculdade Pio Décimo ___________________________________________________________________ Orientador: Prof. Esp. Jorge Eduardo Fontes Leite – Faculdade Pio Décimo Dedico esse trabalho a Deus, que me deu essa oportunidade e forças pra chegar até aqui. AGRADECIMENTOS Agradeço a Deus por me proporcionar essa oportunidade e me capacitar para a realização desse sonho, por me trazer paz nos momentos de turbulência, por falar ao meu coração quando me sentia fraca e pequena, nesses momentos o senhor me lembrava o quanto sou forte, corajosa e capaz de alcançar essa conquista. Deus é poderoso para fazer tudo e muito mais, além daquilo que pedimos ou pensamos (Efésios 3: 20). A minha família que sempre esteve ao meu lado em todos os momentos, em especial o meu esposo, Anderson Santos Lima de Andrade, que se doou, se sacrificou para que eu pudesse da continuidade aos meus estudos, por cada conselho e consolo, obrigada meu amor por tudo, te amo muito. A minha filha Noemi Vitória dos Santos de Andrade, minha força e inspiração diária e ao meu filho José Pedro dos Santos de Andrade, vocês são tudo pra mim nessa terra. A minha mãe, Maria José dos Santos, que com muita luta e sacrifício me criou sendo mãe solo, obrigada Mainha por esta ao meu lado. A minha tia Maria Luiza Santos por todo apoio e ajuda, gratidão por você. As minhas irmãs Paloma Dias, Maria Paula Dias, Vitória Dias e Isadora Dias, muito obrigada por todo apoio e ajuda a mim dada, amo vocês. Meu coração é grato por tudo. A minha amiga Renata Almeida, que esteve comigo por uma bom tempo nessa caminhada, você foi muito importante para essa conquista, obrigada Reh. Agradeço também, aos meus amigos, que a faculdade me deu, Elisangela Ferreira, Douglas Marques, Marcelo Max, Luiza Dorea e Mayra Shimonishi, obrigada por cada mão amiga estendida durante minha graduação. Agradeço ao meu orientador, Prof. Jorge Eduardo Fonte Leite, que com toda paciência esteve junto comigo para a realização desse sonho, obrigada. Gratidão pelos professores, que tive o privilégio de ser aluna, pois eles tiveram participação direta nesse sonho realizado, obrigada meus queridos (as), vocês são incríveis, minha eterna gratidão. RESUMO Visto que há um grande consumo de recursos naturais, elevado consumo de energia, poluição ambiental e geração de resíduos, a construção civil é classificada como uma atividade altamente desgastante para o meio ambiente. Tendo em vista que, no Brasil, são utilizadas técnicas tradicionais de construção que trazem consigo prejuízos financeiros e ambientais durante todo o processo de construção, a presente pesquisa vem mostra que possível encontrar uma via que vise reduzir os danos ambientais e obter obras executadas de forma rápidas e economicamente viável. Portando, tendo como tema abordado o light steel framing (LSF), que tem se apresentado como uma excelente alternativa nestes quesitos, servindo como contraponto direto aos sistemas convencionais amplamente utilizados. Sendo assim, esse trabalho, feita a partir de estudos bibliográficos, tem como objetivo principal comparar a sustentabilidade dos sistemas construtivos da construção civil, o light steel framing e as construções convencionais. A partir da análise feita, os resultados mostram que construções utilizando o método LSF, geram quantidades significativamente menores de resíduos, água, recurso naturais extraído em jazidas e energia, quando comparadas com alvenaria convencional, possuindo também menor associação a impactos ambientais, sendo considerada uma prática menos agressiva e mais sustentável. Palavras-chave: Light Steel Framing. Sistema Construtivo. Sustentabilidade. ABSTRACT Since there is a large consumption of natural resources, high energy consumption, environmental pollution and waste generation, civil construction is classified as an activity that is highly damaging to the environment. Considering that, in Brazil, traditional construction techniques are used that bring with them financial and environmental losses during the entire construction process, this research shows that it is possible to find a way to reduce environmental damage and get works executed quickly and economically viable. Therefore, having light steel framing (LSF) as the approached theme, which has presented itself as an excellent alternative in these issues, serving as a direct counterpoint to the widely used conventional systems. Therefore, this work, based on bibliographic studies, has as its main objective to compare the sustainability of the constructive systems of civil construction, light steel framing and conventional constructions. From the analysis made, the results show that buildings using the LSF method generate significantly lower amounts of waste, water, natural resources extracted from quarries and energy, when compared to conventional masonry, also having less association with environmental impacts, being considered a less aggressive and more sustainable practice. Keywords: Light Steel Framing. Constructive System. Sustainability. LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1 – Ilustração de sistema drywall .............................................................................. 26 Figura 2 – Tipos de placas de drywall .................................................................................. 26 Figura 3 – Sistema construtivo light steel framing. ............................................................... 28 Figura 4 – Anatomia steel framing ....................................................................................... 30 Figura 5 – Mapa situação geográfica da área de estudo ...................................................... 34 Figura 6 – Vista aérea da cidade de Camaçari .................................................................... 35 Figura 7 – Mapa situação geográfica da área de estudo ...................................................... 35 Figura 8 – Vista aérea da cidade de Aracaju/SE ..................................................................36 Figura 9 – Localização da primeira obra .............................................................................. 37 Figura 10 – Foto fachada da obra ........................................................................................ 37 Figura 11 – Perfil engenheirado (treliças) ............................................................................ 38 Figura 12 – Perfil vara ou stick ............................................................................................. 38 Figura 13 – Embalagem envolta dos perfis .......................................................................... 39 Figura 14 – Localização da segunda obra ........................................................................... 40 Figura 15 – Maquete eletrônica da obra............................................................................... 41 Figura 16 – Construção em parede de concreto moldada in loco......................................... 42 Figura 17 – Caixa coletora de resíduos ............................................................................... 42 Quadro 1 – sistema construtivo light steel framing ............................................................... 44 Quadro 2 – Sistema construtivo parede de concreto moldada in loco .................................. 44 Figura 18 – Planta baixa do estudo ...................................................................................... 45 Figura 19 – Resíduos por parte da edificação de LSF ......................................................... 46 Figura 20 – Perdas por parte da edificação de alvenaria ..................................................... 47 LISTA DE SIGLAS ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas ABDI Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial ACV Análise do Ciclo de Vida CBCA Centro Brasileiro da Construção em Aço CO2 Dióxido de Carbono EPS Poliestireno ISO International Organization for Standardization LSF Light Steel Framing NBR Norma Brasileira PNUMA Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente RCC Resíduo da Construção Civil SGA Sistema de Gestão Ambiental LISTA DE SÍMBOLOS m2 Metro quadrado m Metros % Porcentagem kg Quilograma SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................. 10 2 REFERENCIAL TEÓRICO ........................................................................... 11 2.1 CONCEITO DE SISTEMA CONSTRUTIVO .................................................. 11 2.1.1 Conceito de subsistemas ........................................................................... 12 2.1.2 Sistema construtivo convencional ............................................................ 13 2.2 SISTEMAS CONSTRUTIVO MAIS UTILIZADO NO BRASIL ........................ 13 2.2.1 Alvenaria convencional .............................................................................. 14 2.2.2 Alvenaria estrutural ..................................................................................... 14 2.2.3 Wood frame .................................................................................................. 14 2.2.4 Steel frame ................................................................................................... 15 2.2.5 Parede de concreto ..................................................................................... 15 2.3 CONCEITOS DE SUSTENTABILIDADE NA CONSTRUÇÃO CIVIL ............. 15 2.3.1 Requisitos para uma construção sustentável .......................................... 17 2.3.2 Industrialização dos sistemas construtivos ............................................. 19 2.4 CONCEITOS DE CONSTRUÇÃO OTIMIZADA ............................................ 20 2.4.2 Construção a seco ...................................................................................... 23 2.4.3 Construções modular ................................................................................. 24 2.4.4 Drywall .......................................................................................................... 25 2.5 LIGHT STEEL FRAMING .............................................................................. 27 3 METODOLOGIA........................................................................................... 34 3.1 ÁREA DE ESTUDO ....................................................................................... 34 3.2.1 Primeiro método construtivo ...................................................................... 34 3.2.2 Segundo método construtivo ..................................................................... 35 3.2 COLETA DE DADOS .................................................................................... 36 3.2.1 Características da primeira obra ................................................................ 36 3.2.2 Características da segunda obra ............................................................... 39 3.3 ANÁLISE DOS DADOS ................................................................................. 43 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................... 44 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................... 48 REFERÊNCIA ..........................................................................................................49 APÊNDICE A – PESQUISA SOBRE SUSTENTABILIDADE NO CANTEIRO DE OBRAS ............................................................................................ 53 10 1 INTRODUÇÃO Ao observar o cenário da indústria da construção Civil no Brasil, percebe-se que a mesma é uma das grandes responsáveis por alguns impactos ambientais; nesse sentido faz-se mister implementar medidas que busquem a sustentabilidade mitigando os danos causados á natureza. A sustentabilidade define-se como ações e atividade humana, visando suprir as necessidades atuais dos seres humanos, sem comprometer o futuro das próximas gerações. Usando os recursos naturais com prudência a humanidade faz com que os mesmos durem por mais tempo. Conforme De lucca (2008) podendo ser alcançada através de um projeto que utilize tecnologias que visem à redução dos desperdícios de materiais de construção civil e o uso racional das fontes de energia renováveis. Existem alguns métodos usados para essa melhoria como economia de água e energia elétrica, reciclagem de embalagens, coleta seletiva e outros sistemas construtivos sustentáveis, visando assim a melhoria dos impactos causados ao meio ambiente. O sistema construtivo light steel frame é um exemplo disso. Segundo Neiva (2020), o Sistema Construtivo Light Steel Frame é estruturado em perfis de aço galvanizado formado a frio, projetado para suportar cargas da edificação e trabalhar em conjunto com outros subsistemas industrializados para garantir os requisitos de funcionamento da edificação. Muitas empreiteiras, pelo fato de o Brasil ser um país “conservador”, retardam a aceitar novas tecnologias insistindo na cultura do concreto armado, ou seja, no sistema construtivo convencional. A grande dúvida é: até quando será possível construir com esses sistemas não sustentáveis. A referida pesquisa tem como objetivo geral demostrar a possibilidade de se construir de maneira sustentável utilizando o sistema construtivo light steel framing, afim de reduzir os impactos ambientais, provenientes da construção civil. 11 2 REFERENCIAL TEÓRICO Segundo Martins (2019), o referencial teórico é o embasamento ue dá sustentação científica a pesquisa; tudo que se escreve no trabalho científico. Refere- se a uma revisão de pesquisa e discussões feitas por outros autores sobre o tema abordado neste trabalho; simplificando, o referencial teórico é um conjunto de conhecimentos relativos a teoria sobre os elementos inseridos no tema.Machado (2020), a firma que eu trabalho de conclusão de curso é um texto estruturado de tudo o que foi publicado até o momento da pesquisa. O objetivo final é levar o leitor a compreensão do tema abordado em questão. 2.1 CONCEITO DE SISTEMA CONSTRUTIVO Weidle (2019), define sistema construtivo como conjunto das regras práticas, ou o resultado de sua aplicação, o uso adequado e coordenado de materiais e mão- de-obra se associam e se coordenam para a concretização de espaços previamente descritos em projeto. A origem da palavra sistema, e as aplicações clássicas de seu significado permitem ampliar esta definição. Do grego systema significa “reunião, grupo, associação”. O que implica um conjunto de coisas, ou ideias, ou partes. Sendo assim o sistema é visto como um todo formado de partes interligadas entre si, uma dependendo da outra para cumprir sua função, portanto cada uma podendo contribuir, e até determinar, o funcionamento dá obra (WEIDLE, 2019). Definir o sistema construtivo somente de um ponto de vista da organização em si não permite uma clara compreensão da sua complexidade. é preciso principalmente, que se considere as partes do todo que também influenciam a maneira de o compor; consequentemente sistema construtivo é o conjunto de elementos da construção que associados e coordenados formam um todo lógico (a construção final). Ainda segundo Weidle (2019), alguns elementos constituem em si um sistema; entendemos por partes do sistema construtivo os vários subsistemas que o compõem. Estes vários subsistemas são interdependentes, formados por componentes e 12 materiais, ambos organizados e compatibilizados no projeto de modo a cumprir os requisitos e critérios funcionais e construtivos da edificação. 2.1.1 Conceito de subsistemas Subsistema são as partes que compõem um sistema construtivo, métodos aplicados para cada fase do projeto, afim de da forma ao produto final. Uma construção precisa seguir uma sequência lógica e os responsáveis por essa sequência são os subsistemas, necessariamente relacionados, coordenados e integrados. Em um sistema construtivo convencional (concreto armado) temos alguns subsistemas: Serviços Preliminares Fundações Estrutura Cobertura Instalações Vedações Esquadrias Revestimentos Piso e pavimentações Serviços complementares A escolha do melhor sistema construtivo não é feita de qualquer forma. Recomenda-se que os responsáveis pela obra realizem um estudo preliminar para determinar qual o método ideal para cada caso (ENTENDA ANTES, 2020). Portanto, o profissional precisa considerar as necessidades do projeto, o tipo de construção, questões ambientais, orçamento, tempo de obra, materiais, mão de obra disponível. Segundo o sítio Entenda Antes, (2019) acredita-se que optar pelo sistema construtivo adequado tem muitas vantagens, incluindo um processo de construção mais simples, melhor controle de qualidade e redução de desperdício. 13 2.1.2 Sistema construtivo convencional Segundo Niehues (2015); Tomim (2015), o sistema convencional de alvenaria de blocos cerâmicos é um dos mais antigos da humanidade. As primeiras alvenarias apresentavam grandes espessuras, feitas em pedra ou tijolo cerâmico. Isto, pelo desconhecimento das características resistentes dos materiais e por seguirem o método empírico de execução. Sendo o principal método utilizado, as construções em alvenaria de pedra ou tijolo cerâmico queimado predominaram até o início de nosso século. O termo alvenaria convencional refere-se às construções onde a estrutura é em concreto armado, formada por pilares, vigas e lajes e com vedação em tijolos de blocos cerâmicos (SPANIOL, 2018). O concreto é uma mistura homogênea constituído de cimento, água, agregado miúdo, agregado graúdo e ar, sendo possível incluir aditivos químicos com a finalidade de alterar suas propriedades básicas (NIEHUES, 2015; TOMIM, 2015). Segundo Niehues (2015); Tomim (2015), o concreto para fins estruturais pode ser produzido, tanto em in loco, quanto em usinas. Para construções de médio e grande porte, é mais comum a obtenção de concretos usinados, em razão de: maior precisão na dosagem, maior capacidade de produção. A carga da edificação é distribuída nos pilares, vigas, lajes e fundações. Por não possuir função estrutural, as alvenarias convencionais geralmente são cortadas para a passagem de tubulações hidráulicas e eletrodutos. Existem flexibilidades arquitetônica: aberturas podem ser relocadas, paredes são dispostas com menores exigências, além de possíveis trocas de lugares (SENA ,2018; CARMO 2018). Porém o sistema conta com uma baixa produtividade e um alto desperdício de matérias, gerando uma grande quantidade de resíduos (SPANIOL, 2018) 2.2 SISTEMAS CONSTRUTIVO MAIS UTILIZADO NO BRASIL No Brasil temos a predominância da alvenaria convencional como principal método construtivo, contudo, o cenário vem mudando gradativamente, devido à 14 industrialização dos sistemas construtivos, trazendo novos conceitos de sistemas construtivos inovadores para no Brasil (RIBEIRO, 2020). Ainda para Ribeiro (2020), os sistemas mais solicitados nos tempos atuais são: alvenaria convencional, estrutural, wood freme, steel frame e parede de concreto. 2.2.1 Alvenaria convencional Sistema mais usado nos dias atuais, sendo método construtivo que se utiliza- se de vigas, lajes e pilares, os quais são preenchidos com unidades menores, como o tijolo, lajota e o bloco de concreto (PEREIRA, 2018). Para Neihus; Tomim (2018), as alvenarias convencionais, são aquelas que possuem a função de determinar espaços, completando os vãos de estruturas de concreto armado, aço ou outras estruturas. Devem resistir ao peso próprio e não possuem função estrutural. 2.2.2 Alvenaria estrutural Sistema que tem como parâmetros o uso de blocos, vigas e pilares, a estruturação e a vedação do imóvel ocorrem ao mesmo tempo (ROMAN, 1999). Pode ser do tipo estrutural armado (com blocos preenchidos de concreto e fixados com aço), não armado (paredes de alvenaria, reforçadas com vergas e cintas, mas sem armação) e parcialmente armado (KALIL, 2007). 2.2.3 Wood frame Wood frame (“quadro de madeira”) é um sistema construtivo que usa perfis de madeira, formando placas estruturais que conseguem resistir à carga do telhado e do pavimento, transmitindo as forças para a fundação, sendo um sistema mais sustentável (CARDOSO, 2015). Ainda segundo Cardoso (2015), a execução de uma edificação envolve muitos aspectos distintos, dos mais simples aos mais complexos, desde as etapas iniciais https://maiscontroleerp.com.br/transferencia-de-imovel/ 15 como a preparação do canteiro de obras, limpeza, terraplenagem do local e execução das fundações, até as etapas de acabamento como telhado, revestimento interno e externo e paisagismo. 2.2.4 Steel frame Para Neiva (2020), Steel frame “estrutura de aço”, sendo um sistema construtivo industrializado que usa perfis de aço galvanizado, produto resistente à corrosão, suporta cargas, tem flexibilidade e oferta uma gestão saudável de custos e perdas, é reciclável, resistente a incêndios e tem durabilidade surpreendente. Para Neiva (2020), a estrutura de aço galvanizado formado a frio pode ser fechada com placas cimentícia em sua fachada, em seu interior é usado gesso acartonado (produzida de gesso e papel-cartão) para o fechamento. Neste presente trabalho será abordado com mais profundidade esse sistema construtivo, que agrega de maneira positiva a indústria da construção civil com seus inúmeros benefícios para o setor. 2.2.5 Parede de concreto Para Nakamura (2019), nesse sistema construtivo, a estruturação e a vedação do edifício são feitas com concreto, que é moldado no local e pode ser incorporado, parcialmente, a outras instalações. Ainda segundo Nakamura (2019), o sistema é bastanteutilizado no Brasil devido à facilidade de planejamento e acompanhamento da obra, reduzindo os custos com mão de obra e evitando um trabalho improvisado, solução racionalizada, que pode ser utilizada na construção de casa térreas, sobrado, edifícios de até cinco pavimentos padrão. 2.3 CONCEITOS DE SUSTENTABILIDADE NA CONSTRUÇÃO CIVIL O conceito de sustentabilidade tem suas origens na década de 1960, quando o movimento ambientalista se fortaleceu, sendo que a sua definição mais difundida foi o resultado da publicação do relatório Brundtland em 1987, sob o título “Nosso futuro https://maiscontroleerp.com.br/steel-frame-construcao-civil/ https://maiscontroleerp.com.br/acompanhamento-de-obra/ https://maiscontroleerp.com.br/acompanhamento-de-obra/ 16 comum”, desenvolvido após quatro anos de estudos e debates promovidos pelo World Commission on Environment and Development e coordenados pela então primeira – ministra da Noruega, GroHarlem Brundtland. Segundo Allen, (1993), sendo a habilidade de sustentar ou suportar uma ou mais condições, exibida por algo ou alguém. É uma característica ou condição de um processo ou de um sistema que permite a sua permanência, em certo nível, por um determinado prazo. Ultimamente este conceito tornou-se um princípio, segundo o qual o uso dos recursos naturais para a satisfação de necessidades presentes não pode comprometer a satisfação das necessidades das gerações futuras, e que precisou do vínculo da sustentabilidade no longo prazo, um "longo prazo" de termo indefinido, em princípio. Sustentabilidade também pode ser definida como a capacidade do ser humano interagir com o mundo, preservando o meio ambiente para não comprometer os recursos naturais das gerações futuras. O Conceito de sustentabilidade é complexo, pois atende a um conjunto de variáveis interdependentes, mas podemos dizer que deve ter a capacidade de integrar as Questões Sociais, Energéticas, Econômicas e Ambientais (ALLEN,1993). Segundo Sattler, 2007, nesse momento, no qual o tema aquecimento global toma as manchetes do mundo inteiro, sustentabilidade torna-se peça-chave, despertando o interesse de todos os setores de produção. Atender as necessidades do presente sem comprometer às possibilidades de as futuras gerações atenderem as suas próprias necessidades é uma das definições mais abrangentes deste conceito. Ainda diz que, para ser sustentável, portanto, qualquer empreendimento humano de ser ecologicamente correto, economicamente viável, socialmente justo e culturalmente aceito. Para não entra na contramão desse movimento, é preciso compreender a construção da sustentabilidade como um desafio essencial, já que significa estudar profundamente o planeta e a sociedade, para buscar alternativas viáveis e mudar uma cultura. Este novo paradigma atinge de frente o setor da construção civil, considerando um dos grandes vilões do meio ambiente. E não é à toa, portanto, que edificações que geram a própria energia e aproveita água da chuva são cada vez mais cobiçados por grandes empresas no mundo todo, tornam-se importantes projetos arquitetônicos (ALLEN, 1993) 17 De acordo com relatório do programa das nações unidas para o meio ambiente (PNUMA), divulgado no site da Procel uso mais eficiente de concreto, metais e madeiras na construção e um menor consumo de energia em aparelhos de ar- condicionado e pela iluminação poderia economizar bilhões de dólares em um setor responsável por 30% a 40% do consumo mundial de energia. Destaca, ainda, que o setor de construção em todo o mundo poderia promover a redução da emissão de 1,8 bilhões de toneladas de dióxido de carbono. Para tanto, o setor da construção precisa se engajar cada vez mais. As empresas devem mudar sua forma de produzir e gerir suas obras. Elas devem fazer uma agenda de introdução progressiva de sustentabilidade, buscando, em cada obra, soluções que sejam economicamente relevantes e viáveis para o empreendimento (SATTLER, 2007). A sustentabilidade tem sido a alternativa para mitigar as causas dos impactos ambientais, sendo assim foram criados métodos construtivos e ferramentas para a gestão racional de energia, de água, resíduos sólidos, líquidos e gasosos. 2.3.1 Requisitos para uma construção sustentável Segundo Araújo (s.d.), construção sustentável é um processo construtivo que exerce alterações conscientes no entorno, de forma a atingir as necessidades de edificação, habitação e uso do homem moderno, garantindo qualidade de vida para as gerações atuais e consequentemente as futuras preservando o meio ambiente e os recursos naturais. A construção sustentável é uma forma de pensar em desenvolvimento sem deixar de ofertar empreendimento e, possam atingir as necessidades de quem vai habitá-lo. Quanto mais sustentável um empreendimento, mais responsável ele será por tudo que consome, gera, processa e também descarta. Suas características principais deve ser a capacidade de planejar e prever todos os impactos que podem gerar antes, durante e depois do fim de sua vida útil (COSTA, 2019). Para Costa ( 2019), tem algumas Normas que seguem o padrão Ambiental; as Normas ISO 14000, criada em 1993 que estabelece um Sistema de Gestão Ambiental 18 – SGAglobal, que dá certificação, identificação de produtos e serviços no segmento já incorporam a ACV, sendo as mais difundidas: ISO 14040 de 1998 – Gestão Ambiental, de avaliação do ciclo de vida, Princípios e Estruturas; ISO 14041, de 1998 – Gestão Ambiental, ACV, Definição de Objetivos, Alcance e Análise de Inventários; ISO 14042, de 2000, Análise do Impacto de Ciclo de Vida e ISO 14043, de 2000, Interpretação do Ciclo de Vida. As diretrizes gerais para edificações sustentáveis podem ser resumidas em nove passos principais, que estão conformes ao que recomendam alguns dos principais sistemas de avaliação e certificação de obras no mundo. Planejamento sustentável: deve ser econômico ter uma vida útil longa, com ter apenas materiais com potencial até o termino de sua vida útil, onde deve ser reciclado e reutilizado e seu objetivo é ter resíduo zero. Aproveitamento passivo dos recursos naturais: sol, umidade, vento, vegetação promovendo conforto e bem-estar, além de economizar recursos limitados como água e energia. Eficiência energética: minimizando a demanda de energia gerada por edificações priorizando os recursos de energias renováveis. Gestão de economia de água: economizar a água, tratá-la localmente e reciclá-la, além de aproveitar recursos como água da chuva. Gestão de resíduos da edificação: utilizar mecanismo na gestão de resíduos gerados pelos usuários da edificação. Qualidade do ar e do ambiente interior: melhorando a qualidade de vida física psíquica dos indivíduos. Conforto termo acústico: ambiente interno e externo com alta qualidade tratando-se da paisagem local e qualidade atmosférica e elétrica. Uso racional dos materiais: matérias que não comprometam o meio ambiente, saúde dos ocupantes e que contribuam para promover um estilo de vida sustentável e consciência ambiental dos indivíduos. Uso do produto e tecnologias ambientalmente amigáveis: estimular um novo modelo econômico-social, que gere empresas de produtos e serviços sustentáveis e dissemine consciência ambiental entre colaboradores, fornecedores, comunidade e clientes. 19 2.3.2 Industrialização dos sistemas construtivos A industrialização dos sistemas construtivos na construção civil pode ser definida como a “utilização de tecnologias que substituem a habilidade do artesanato pelo uso da máquina”. Desenvolvimento assim técnicas construtivas a fim de aperfeiçoar o processo e o produto final (OLIVEIRA,2013). A evolução dos sistemas construtivos tem um considerável avanço, a partir da Revolução Industrial no final do século XVIII. Antes disso, a construção civil se baseava apenas em técnicas manuaise artesanais, extremamente imprecisas e tratadas caso a caso. Durante os séculos XVIII e XIX surgiram no mercado novos materiais como o ferro fundido, o vidro e posteriormente o aço e o concreto armado, incorporados aos já tradicionais como a pedra, tijolo cerâmico e madeira. Houve ainda o desenvolvimento de novas ferramentas construtivas, que passaram a realizar as tarefas antes realizadas pelo homem, trazendo maior produtividade aos canteiros de obras (BIELER; SOUZA, 2012). Ainda segundo Bieler; Souza (2012), ao longo dos anos, juntamente com o avanço industrial, os sistemas construtivos foram aperfeiçoando e se adaptando às necessidades dos projetos arquitetônicos. Os processos nos canteiros de obras, antes artesanais, foram sofrendo alterações de acordo com o avanço tecnológico, onde nos dias atuais já possível obter um melhor controle da produtividade e de qualidade sem interferência de condições climáticas. Oliveira (2013), conceitua que existem dois tipos de industrialização dentro da construção civil: industrialização fechada ou de ciclo fechado; e industrialização aberta ou de ciclo aberto. Cada uma define diferentes processos produtivos e construtivos. Isso determina resultados diferentes para a edificação. A industrialização de ciclo fechado segundo Oliveira (2013), é caracterizada pela produção de um módulo inteiro da edificação. A empresa cria seu projeto, que pode ser decomposto em componentes construtivos, o que permite a produção em série dentro da fábrica, sendo viável, economicamente falando, em casos de construção para um grande número de unidades habitacionais. O Ciclo Aberto, caracteriza-se pela produção de componentes pré-fabricados que podem ser combinados de diversas maneiras para compor uma construção. 20 Esses componentes são criados com tamanhos determinados e específicos à sua função arquitetônica (OLIVEIRA,2013). Agência Brasileira Nacional do Desenvolvimento Indústria – ABNDI, relata que a industrialização dos sistemas possui diversos benefícios, que abrangem desde a racionalização dos recursos, até a melhoria da qualidade do produto, já que quando este é fabricado na indústria, em geral o seu controle de qualidade é maior. Alguns desses benefícios são: Menor prazo de execução; Produção independente de condições climáticas; Uso de mão de obra especializada; Matéria-prima selecionada; Maior controle de qualidade na execução; Maior qualidade e precisão geométrica; Menor consumo de materiais e percentual de perdas; Maior potencial de desconstrução; Maior controle do custo. Os sistemas construtivos industrializados podem oferecer melhores condições de maior controle do desempenho ambiental, com a redução da geração de resíduos, uso de energia e água no processo de fabricação e no canteiro (ABNDI, 2021). Portanto, pode-se considerar que o uso de sistemas construtivos industrializados permite produzir em maior quantidade, com melhor qualidade, melhor controle e demonstração do desempenho ambiental e em um tempo menor comparativamente a outros tipos de sistemas construtivo. 2.4 CONCEITOS DE CONSTRUÇÃO OTIMIZADA A Toyota foi pioneira ao desenvolver o sistema de produção otimizada, onde tinha como princípios básicos o estabelecimento de objetivos específicos na produção, visando reduzir o tempo de produção, desperdícios e atividades que não agregam valor ao produto final (BATISTA; SAMPAIO, 2018). 21 No ano de 1973, com a crise do petróleo governos, empresas e sociedades no mundo inteiro enfrentaram pesados prejuízos. Enquanto a Toyota Motor Company, empresa japonesa continuou obtendo lucros, não com a mesma proporção, sendo uma das poucas empresas a escapar dessa crise. Este fenômeno despertou a curiosidade das organizações (GHINATO, 2020 s. p.). Segundo Batista; Sampaio (2018), a Toyota manteve sua economia sem percas, mesmo com a crise, a implantação de procedimentos padronizados, objetivos específicos na produção, além do sistema de produção puxada que busca reduzir estoques finais e intermediários trabalhando com pequenos lotes de produção e uma alta quantidade de entregas e transporte. A Toyota Motor Company é um grande exemplo para a indústria da construção civil, uma vez que a otimização de recursos, serviços e custo é bom pra todos. A Toyota traz o Just in Time com o objetivo de garantir o fluxo contínuo de produção, buscando identificar, localizar e eliminar as perdas (LIMA, 2019). Para a construção civil a redução de perdas de matérias, insumos e tempo, significa obra econômica. Aplicando alguns princípios para construção otimizada é possível obter ótimos resultados, o autor traz alguns destes abaixo: Logística da obra: para evitar o desperdícios de material é necessário uma boa armazenagem e utilização, portanto deve-se determinar a hora certa de comprá-los e armazená-los. Acompanha a demanda da obra e não pedir materiais a mais é uma forma de otimizar. Organização do canteiro de obras; geri bem o canteiro de obra é fundamental para a eficiência da execução, facilita a circulação dos profissionais e materiais, ganhando tempo e reduzindo os erros. Elaboração de calendário; um grande vilão da construção civil é o atraso, obra atrasada é igual à desperdício financeiro, elaboração de um cronograma das etapas da obra e estipular prazos para conclusão do serviço evita dores de cabeça. Otimizar o sistema produtivo na construção civil não é algo simples, entretanto faz-se necessário, afim do aumento da produtividade e qualidade da obra, ao mesmo tempo que reduz custos (CONSTRUTOR, 2018). https://info.casadoconstrutor.com.br/almanaque/dicas/como-aumentar-a-produtividade-no-canteiro-de-obra/?utm_source=blog&utm_campaign=rc_blogpost 22 2.4.1 Construção enxuta Lima (2018), explica que a construção enxuta, também conhecida como lean construction, é termo que se refere ao sistema desenvolvido pela Toyota no Japão, na década de 40, com o objetivo principal de aumentar a eficiência e a produtividade por meio da diminuição de desperdícios, superprodução, tempo de espera e prevenção de situações prejudiciais durante o andamento das atividades. O sítio Pointer (2022), diz que o sistema utiliza métodos científicos e metodologias de análises de processos para reduzir desperdícios, e aumentar a produtividade. Aumentar a eficiência e a eficácia do processo produtivo como um todo. A construção enxuta é a aplicação dos conceitos de produção na indústria da construção civil. Lima (2018), traz ainda princípios fundamentais que devem ser observados na implementação da construção enxuta: Reduzir as atividades que não agregam valor: atividades que representam custos extras e desnecessário. Considerar as necessidades dos clientes para agregar valor ao produto: identificar claramente as necessidades do cliente e usá-las na elaboração do projeto. Reduzir a variabilidade: a exemplo de equipes de trabalho, fornecedores e processos de execução. Reduzir o tempo de ciclo: diminuição do tempo de ciclo, ou seja, redução da soma de todos os tempos das atividades que envolvem a produção. Simplificar e diminuir o número de passos e de etapas: reduzindo-se o número de passos ou etapas de um processo, a tendência é que diminuam também as atividades que não agregam valor. Aumentar a flexibilidade de saída: possibilidade de se alterar as características do produto entregue ao cliente sem alteração significativa de preço. Aumentar a transparência do processo: faz com que os erros sejam percebidos com antecedência 23 A aplicação do conceito de construção enxuta traz uma construção mais definida, organizada e consequentemente, de menor custo. A identificação das atividades é o ponto principal da construção enxuta, atividades essas que não agregam valor ao produto final, das etapas que geram desperdício e dos erros recorrentesque trazem a necessidade de retrabalho (POINTER, 2022). Lean Construction é uma forma eficiente de reduzir as etapas de produção na construção civil, reduzindo custos de forma inteligente e sustentável. É importante ressaltar que essa metodologia envolve a busca por melhorias de forma contínua entre todos os processos, dependendo assim de muita organização, disciplina e acompanhamento constante de informações sobre cada projeto (ALVES, 2017). 2.4.2 Construção a seco A construção a seco é um sistema construtivo inovador que dispensa o uso da água no processo construtivo, dispensa também o uso do cimento e argamassa, nesse tipo de construção são utilizados elementos previamente fabricados em ambiente industrial. Com os elementos estruturais sendo fabricados fora do canteiro de obra, faz-se necessário elaborar um projeto eficiente para obter êxito no resultado (LIMA, 2018). Para Lima (2018), a principal diferença da construção a seco com relação a outros sistemas de construção civil é o uso de água que é restrito apenas à fundação e por ser uma estrutura leve sua fundação é rasa por isso necessita de menos concreto. Seus sistemas de vedação mais leves, a carga atuante na fundação diminui, o que reduz também o tempo de construção, a quantidade de equipamentos e, consequentemente, o preço total da obra. A construção a seco tem um tempo de execução reduzido, praticidade nas manutenções, possui uma excelente proteção contra umidade e realiza com precisão os projetos. Além disso o sistema é sustentável, devido a sua redução de resíduos, com qualidade superior e eficiência do início ao fim da obra (THOMAZ, 2017). Para Thomaz (2017), existem várias tipologias de construção a seco, como as placas de gesso, parede dupla de concreto, Steel Frame, wood frame e painéis EPS. Os matérias mais utilizados podem ser variados, como madeira; gesso; placas de https://pointer.com.br/blog/etapas-de-uma-obra/ 24 concreto pré-fabricadas; entre outros. Visto que dentre tantas opções o Steel Framing tem sido bem requisitado, com o aço galvanizado a frio sendo seu principal material. De acordo com o blog Regional telhas (2021), a construção a seco é um processo que consiste em montar e instalar os elementos estruturais fabricados na indústria no canteiro de obra, sendo utilizadas estruturas de aço galvanizado e placas cimentícias. Esse sistema de montagem reduz em até 70% o tempo da obra, quando comparadas a outros sistemas construtivos. Com o objetivo de simplificar as etapas da obra mantendo a qualidade e durabilidade, a construção a seco vem se destacando no mundo como um todo. 2.4.3 Construções modular O blog tomadas e interruptores (2021), vê a construção modular como um método construtivo da construção civil que possui por sua vez característica de padronização das partes que configuram uma casa ou um prédio. Esses módulos são projetados de acordo com a necessidade do projeto e levados para confecção na indústria, assim os módulos prontos são transportados um a um e montados no terreno previamente preparados para recebe-los, assim dando forma a construção projetada. Esse método não constrói apenas casas comuns, podendo também construir residências de luxo, prédios comercias, hospitais, entre outros. Neves (2021), retrata a construção modular como método da construção civil que se baseia em módulos individuais pré-fabricados em linha de montagem e instalados no local da obra, pode-se ser utilizados diversas matérias primas, tais como: madeira, vidro, concreto, aço, entre outras. Essa técnica é eficiente e permite processo simultâneos, reduzindo custos e prazo da obra, sua versatilidade para a engenharia e arquitetura é um ponto positivo, preservando o estilo e beleza da edificação. Ainda segundo Tomadas e Interruptores (2021), apesar de padronizados, os módulos possuem grande resistência e podem ser encaixados de diversas formas. Assim, as dimensões dos módulos, os acabamentos e a arquitetura são totalmente customizáveis para se adequar a cada necessidade. 25 A sustentabilidade é uma característica marcante no sistema de construção modular, isso porque os módulos são criados de forma controlada e a quantidade de entulho gerado é inferir, fazendo com que os desperdícios de material sejam reduzidos. Se comparada à alvenaria convencional no quesito demolição e impacto ao meio ambiente, o sistema de construção modular ganha, uma vez que é possível remover os módulos para outro “endereço” e monta-los novamente, podendo ainda ser eficiente no consumo de energia e água, visto que é possível incorporar painéis fotovoltaicos e estrutura para captação de água da chuva, gerando economia pra ambos e reduzindo os impactos ao meio ambiente (Neves,2021). 2.4.4 Drywall O sistema construtivo drywall trata de construção a seco, ou seja, que não utiliza água durante a sua execução. Permitindo uma construção mais limpa por não utilizar argamassa (Areia, cimento e água). No Brasil, o drywall foi introduzido em 1970 como uma alternativa econômica, funcional e sustentável. Ganhando espaço em construções de diversos tamanhos (VIVADECORA, 2021). A utilização do drywall proporciona diversas vantagens quando comparado ao sistema construtivo convencional. As principais são a rapidez na execução, diminuição de resíduos, aumento da área útil, redução de custo das fundações devido à baixa carga, redução da mão de obra, facilidade das instalações elétricas e hidros sanitárias, conforto termo acústico e segurança ao fogo (FAGUNDES, 2020) O sistema drywal é um exemplo de construção a seco. A palavra, em inglês, significa “parede seca”, ou seja, que não precisa de um componente úmido para ser construída. No entanto a parede do sistema convencional é composta pelo conjunto: tijolos ou blocos, cerâmicos ou de concreto, unidos por uma argamassa, no sistema drywall é realizado a montagem de elementos pré-fabricados (BAGGIO, 2020). Para Baggio (2020), o sistema é chamado comumente de parede de gesso, tendo em sua composição estrutura de perfis metálicos que, após posicionada no local projetado, recebe placas de gesso de ambos os lados da estrutura. Essa estrutura metálica são perfis de aço galvanizado, posicionadas em local adequados, criando pontos específicos para a fixação das placas. Eles são dispostos 26 verticalmente com uma distância de aproximadamente um metro entre eles. O interior das paredes é preenchido com isolante termo acústico, que pode ser lã ou fibra de vidro (Figura 1). Figura 1 – Ilustração de sistema drywall Fonte: knauf (2022) Existem três tipos de placas de drywall (Figura 2), diferenciada por sua cor interna. A branca é a mais básica, sendo a mais utilizada; a verde é uma placa com uma elevada resistência a água e contém hidrofugantes em sua fórmula; e a rosa é mais resistente ao fogo, pois tem em sua composição fibra de vidro (BAGGIO, 2020). Figura 2 – Tipos de placas de drywall 27 Fonte: Pinterest (2022) Segundo blog Tomadas e Interruptores (2018), o sistema construtivo drywall é extremamente versátil, divide ambientes, ótimo para isolamento acústico, embuti iluminação e tem a capacidade de criar móveis, ressaltando a rapidez na execução do serviço, dois especialista consegue erguer até 30m2 de parede dia. Projetos executado com esse sistema possibilita um acabamento facilitado, uma vez que as chapas são planas, com isso é possível obter uma redução de até 60% do orçamento final da obra. Por outro lado não é possível utilizar o sistema em ambiente externos devido à sua sensibilidade à água e raio solares, contudo as vantagens sobrepõe as desvantagens. 2.5 LIGHT STEEL FRAMING Blog Mais Controle (2022), retrata que a revolução do setor metalúrgico nos Estados Unidos e com o fim da Segunda Guerra Mundial, o aço se tornou um material abundante, de forma a ser mais requisitado para a indústriada construção civil. O aço leve moldado a frio passou a ser usado em divisórias de edifícios de habitação e acreditava-se que poderia substituir a inteira estrutura de madeira nas moradias. Um grande impulso foi dado nos anos 1980, quando houve a interrupção da exploração de florestas mais antigas, afetando à indústria madeireira. Isto fez com que ocorresse uma queda na qualidade da madeira destinada na construção e a grandes variações no preço desta matéria prima. Em 1991, a madeira usada na construção teve um aumento de 80% em quatro meses, o que levou muitos construtores a passar a usar o aço de forma imediata. O aço teve um início explosivo na construção civil, devido a problemas da madeira e abundância do mesmo, porém ainda pouco estruturado, achou-se necessário criar associações de técnicos e construtores, com o objetivo de torna o uso do LSF profissional. Este sistema é utilizado há anos nos Estados Unidos e é um dos mais comuns entre os sistema de estrutura do mundo (MAIS CONTROLE, 2022). Ainda segundo o Mais Controle (2022), a palavra steel indica a matéria prima usada na estrutura, o aço. O ingresso da palavra light (leve) indicando que os 28 elementos em aço são de baixo peso, uma vez que são produzidos a partir de chapa de aço com espessura reduzida. O termo light lembra que não é necessário utilizar equipamentos e maquinaria pesada na construção. Ressaltando a sua flexibilidade, dando viabilidade e permitindo qualquer tipo de acabamento exterior e interior. Framing (enquadramento) defini um esqueleto estrutural composto por diversos elementos individuais ligados entre si, passando estes a funcionar em conjunto, para dar forma e suportar a edificação (Figura 3). Figura 3 – Sistema construtivo light steel framing. Fonte: https://metalica.com.br/steel-frame-a-construcao-inteligente/ Para Pereira (2019), o LSF constitui-se por estruturas de perfis de aço galvanizado, o mesmo não tem necessidade da utilização de água, mantendo o canteiro de obra seco e limpo. É um sistema construtivo com precisão elevada, tanto nos levantamentos quantitativos dos materiais solicitados quanto na execução. Comumente, sua fundação é do tipo radier porque se trata de uma estrutura leve, ressaltando que o único uso de água é na execução da fundação. O Light Steel Framing é um modelo estrutural que suporta cargas, tem flexibilidade, oferta diversas possibilidades de gestão, reciclável, resiste a incêndios e tem durabilidade, por ser um sistema construtivo industrializado, que traz no pacote maior segurança para o cronograma físico-financeiro (NEIVA, 2020). Ainda segundo Neiva (2020), o fato de não utiliza água durante a sua montagem, implica na redução do consumo de energia, resultando na diminuição dos custos diretos (gastos com água) e indiretos relacionados à construção. Além disso, 29 esse sistema construtivo facilita as instalações hidráulica e elétrica, por permitir se encaixar todas as instalações no interior das paredes que são constituídas pelo perfil de aço galvanizado e placas (cimentícias, gesso acartonado e etc.) sem a necessidade de quebrar às paredes. 2.5.1 Caracterização do sistema construtivo light steel framing O manual de Construção em Aço (2012), vê o LSF como um sistema construtivo de concepção racional, ou seja, melhor utilização dos recursos existentes em todas as etapas da obra e utilizados em sua total capacidade. Tendo como principal característica uma estrutura composta por perfis formados a frio de aço galvanizado que são utilizados para a composição de painéis estruturais e não-estruturais. Por ser um sistema industrializado, possibilita uma construção a seco com grande rapidez de execução. Assim, devido a essas características, o sistema LSF também é conhecido por Sistema Autoportante (sustenta o próprio peso) de Construção a Seco. Neiva (2020), define o sistema como estruturas compostas por três tipos de subestruturas principais: fundações, que são as estruturas horizontais; as paredes, que podem ser estruturais ou não e fazem parte dos fechamentos verticais; o sistema de coberturas. Dessa forma as fundações (em concreto armado ou vigas baldrames) recebem os painéis de LSF, que transmite as cargas ao solo. Como Todo projeto faz- se necessário uma premissa de cálculo de todas as forças e cargas que surgiram sobre a estrutura Inclusive a dos Ventos e das intempéries Ainda segundo o manual, o processo pelo qual faz-se um esqueleto estrutural em aço tem diversos elementos individuais ligados entre si, obtendo assim um conjunto, para resistir às cargas que solicitam a edificação e ao mesmo tempo da forma a mesma. O sistema LSF não se resume apenas a sua estrutura, é possível obter uma compatibilidade com outros projetos de maneira eficaz. Sistemas como de isolamento termo-acústico, de fechamento interno e externo, instalações elétricas, hidráulicas e etc. Torna-se de fácil execução no LSF, todos unificados funcionando como um conjunto (CBCA, 2016). 30 O Sítio Metálica (2022), ressalta que a anatomia da construção em Steel Frame segue uma lógica diferenciada em relação à alvenaria, chegando num resultado visual semelhante, porém muito superior em precisão e qualidade (Figura 4). Figura 4 – Anatomia steel framing Fonte: https://metalica.com.br/steel-frame-a-construcao-inteligente/ (20220 Mossinato (2017), traz as normas técnicas brasileiras que regularizam esse sistema construtivo: a Associação Brasileira de Normas Técnica – ABNT NBR 14762:2010 – Dimensionamento de estruturas de aço constituídas por perfis formados a frio procedimento e ABNT NBR 15253:2014 – Perfis de aço formados a frio, com revestimento metálico, para painéis estruturais reticulados em edificações. 2.5.2 Impacto ao meio ambiente, sistema construtivo convencional X LSF É notório que as atividades na indústria da construção civil possui impacto ambiental e de alguma maneira interfere no andamento comum das atividades do meio ambiente, ou seja, ocorre modificação em suas característica, na construção civil temos diversas dessas atividades que causam essas transformações, seja através da retirada de materiais da natureza, inserção de resíduos ou liberação de gases no ambiente (CASTELAR, 2017). Castelar (2017), vê a construção civil como um setor de suma importância para a economia do país e geração de empregos, sabe-se que essa indústria gera grandes impactos ambientais ao planeta, porém faz-se necessário e essencial sua utilização https://metalica.com.br/steel-frame-a-construcao-inteligente/ 31 para o desenvolvimento das cidades. A busca por sistemas construtivos alternativos e inovadores é uma estratégia para tentar minimizar esse problema, fazendo com que seja possível construir de forma segura, eficaz, econômica e com baixo impacto ao meio ambiente. Souza (2021), fala que no Brasil, as técnicas de construções predominantes são as tradicionais, salientando que tais técnicas trazem consigo alguns prejuízos, entre eles os ambientais durante todo o processo de construção, a geração de resíduos e desperdício de materiais é predominante nesse tipo de sistema construtivo. O sistema construtivo convencional é composto basicamente por: blocos cerâmicos ou cimentícios; argamassa (cimento, areia e água). Nesse sistema a geração de resíduos é maior devido a quebra de material, desperdícios, gerenciamento dos insumos de forma inadequada, projetos com incompatibilidade, o entulho já é orçado, pois coloca-se um percentual adicional para quebra de material. Nas grades cidades brasileiras os resíduos da construção civil representam um grave problema. A sua disposição irregular pode gerar impactos de ordem estética, ambiental e de saúde pública (MOSSINATO, 2017). Para Mossinato (2017), o uso da água é um fator importante nesse método construtivo, o gasto com energia é mais elevado, pois não tem um isolamentotérmicos eficaz, absolvendo assim mais calor, exigindo mais uso de energia para ventilação não natural, se comparado com outros sistemas construtivos tecnólogos e inovadoras como o sistema construtivo LSF, o sistema construtivo convencional torna-se mais danoso ao meio ambiente. Segundo Neiva (2020), o steel frame é considerado um sistema com um potencial de baixo impacto ambiental devido sua industrialização, uma vez que o desperdício do sistema convencional pode chegar a 38% dos insumos, sem falar na quantidade de resíduos depositado no canteiro de obras. Possuindo um conforto térmico e acústico resultante do isolamento das placas com as lãs de vidro, Rocha ou pet. Com isso a retenção de calor é diminuída e automaticamente o uso de aparelhos de refrigeração e ventilação é reduzida tendo assim uma ótima economia energética. Neiva (2020), ressalta ainda que a sustentabilidade do sistema é positiva, pois trata-se de um sistema totalmente industrializado onde é feito cálculos para dimensionamento de todas as peças que serão utilizadas. As peças são feitas sobre 32 medidas, reduzindo assim o desperdício de material. Além disso o aço é um dos materiais mais recicláveis do mundo e possibilita reciclagem infinitas vezes (mantendo sua característica iniciais). Um sistema de construção a seco (não utiliza água), possibilita uma construção limpa e uma economia hídrica. 2.5.3 Vantagens do uso do sistema LSF Segundo o manual, existem inúmeras vantagens em se trabalhar com o LSF em comparação à construção convencional: redução no prazo de execução da obra; As peças chegam ao canteiro de obras devidamente catalogadas e separadas por adesivos informando seu posicionamento facilitando assim sua montagem e reduzindo ao máximo a possibilidade de erros humanos durante a execução do serviço (CBCA, 2016). Os componentes estruturais mais leves em aço exige menos da fundação, podendo usar fundações rasas como radier e vigas baldrames. O sistema conta ainda com uma alta resistência à corrosão uma vez que o aço é galvanizado, e com alta durabilidade e uma maior precisão na montagem de paredes e pisos (NEIVA, 2020). Redução de desperdício e perda de material; como trata-se de um sistema com alta precisão nas confecções das peças o desperdício é mínimo ou nulo, todo o projeto vem pronto de acordo com a etapa da obra, se ocorrer alguma perca de material, o mesmo e é encaminhado a reciclagem, sendo também incombustível. A qualidade do aço é garantida pelas siderúrgicas nacionais (CBCA, 2016). Para Brasil Escola (2022), a flexibilidade construtivo do sistema não se limita, uma vez que dá liberdade ao projetista/arquiteto, de usar sua criatividade, visto que este sistema atende às variadas concepções estéticas e tendências de mercado. Além disso as Instalações hidráulicas e elétricas são simplificadas, porque as paredes de fechamento são formadas por perfis que podem ser perfurados de forma prévia, o que facilita a passagem de encanamentos e condutos elétricos. O Light Steel Framing é um sistema de construção à seco, e isso faz com que o desperdício de água seja drasticamente reduzido. Seu desempenho termo-acústico é excelente devido à combinação dos materiais de fechamento e isolamento. O aço, 33 que é um material que pode ser reciclado várias vezes, faz com que a construção seja classificada como sustentável (JIUNIOR, 2022). O custo benefício existente na utilização do sistema construtivo LSF está diretamente ligado a rapidez na execução da obra como um todo, obras com entrega mais rápidas resultam em obras mais econômicas (NEIVA, 2020). 2.5.4 Desvantagens envolvendo o sistema Light Steel Framing Segundo matéria publica no sítio sistema Light Steel Framing (2019), mostra que o sistema é limitado quando falamos da quantidade de pavimentos que pode ser vencidos, então, temos que cinco pavimentos é a altura máxima que pode ser construída com aço leve puro no momento atual, para alturas mais elevadas é necessário envolver outros sistemas construtivos no projeto. Neiva (2020), relata que o Brasil ainda é um país conservador, e isso implica na falta de conhecimento do sistema construtivo LSF, uma vez que predomina o sistema construtivo convencional, essa falta de conhecimento gera receio para investidores, acarretando assim uma certa demora para aceitar nova tecnologia, em resumo o sistema LSF ainda é pouco conhecido no país. Junior (2022), descreve o LSF como um método construtivo que por ser industrializado, requer planejamento e execução diferenciada, comparando com outros métodos empregados no país. Salienta também que a falta de conhecimento técnico, tanto na elaboração de projetos quanto na execução da obra, pode gera déficit para o sistema, ou seja, fica claro que falta mão de obra especializada para o steel frame. O autor lembra, que o Brasil ainda não possui uma alta tecnologia, quando comparamos com outros países. É fato que o novo sistema ainda tem uma caminho a percorrer até alcançar ou se aproxima do sistema construtivo predominante na nação brasileira, mas é possível visualizar seu crescimento, por mais que tenha algumas desvantagem, sendo uma boa opção para quem quer construir com agilidade e precisão. 34 3 METODOLOGIA Define-se método como um conjunto de etapas, com uma ordem estabelecida, que buscam a veracidade dos fatos, o estudo de uma ciência, ou para um fim específico. Já a metodologia, palavra de origem grega, tem como significado o estudo do método (RAMPAZZO, 2005). 3.1 ÁREA DE ESTUDO A área de estudo, será desenvolvida em duas construções em andamento onde pretendemos realizar um estudo comparativo abordando os conceito de obras sustentáveis. Desta forma, estudaremos sobre dois sistemas construtivos diferentes, sendo no primeiro caso a construção utilizando o sistema construtivo Light Steel Framing, no segundo caso o sistema construtivo parede de concreto moldada in loco. 3.2.1 Primeiro método construtivo O empreendimento em estudo está localizado no município de Camaçari estado da Bahia O município de Camaçari, está localizado 41 km na região metropolitana da Grande Salvador, capital do estado da Bahia. Suas coordenadas são 12°41'51” S, 38°19'27” W. (Figura 5). Figura 5 – Mapa situação geográfica da área de estudo Fonte: Adaptado Google Maps (2022) 35 Camaçari-Ba (Figura 6), possui uma área territorial de 784,658 km², segundo dados da prefeitura municipal e, uma população estimada em 309.208 hab. em 2021, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE Figura 6 – Vista aérea da cidade de Camaçari Fonte: https://www.camacari.ba.gov.br/municipio-de-camacari/ (2022) 3.2.2 Segundo método construtivo O empreendimento em estudo encontra-se na cidade de Aracaju-Se, capital do estado de Sergipe no bairro Farolândia, zona sul da cidade (Figura 7). Figura 7 – Mapa situação geográfica da área de estudo Fonte: Adaptado Google Maps (2022) 36 Aracaju é a capital do estado de Sergipe. Está localizada na região litorânea, banhada pelos rios Sergipe e Poxim. Segundo a estimativa populacional IBGE (2021), sua população é de 672.614 hab (Figura 8). Figura 8 – Vista aérea da cidade de Aracaju/SE Fonte: Fotografia aéreo espacial Google Maps (2017) 3.2 COLETA DE DADOS O primeiro passo adotado para esse estudo foi realização da revisão bibliográfica, em livros, artigos, teses, sites e normas visando colher o máximo de informações sobre o tema abordado. A pesquisa de campo objetivando coletar dados se deu através de visita em in loco e entrevistas, afim de colher informações para preenchimento do questionário sobre sustentabilidade no canteiro de obras (APÊNDICE 1), e através deste analisar quais os pontos que mais causam impacto para a sustentabilidade em cada sistema construtivo. 3.2.1 Características da primeira obra A obra estálocalizada na Estrado do Cocô, Km 8, Catu de Abrantes, nos domínio de um Condomínio Residencial Reserva Buscaville (Figura 9) 37 Figura 9 – Localização da primeira obra Fonte: Google Maps (2022) Tendo como responsável o engenheiro Civil Luciano Villas-Bôas, o mesmo é pós graduado em gestão de negócios e, especializado em light steel framing, com formação em Coimbra-Portugal. Segundo Vilas-Bôas (2022), a obra está sendo executada através do sistema construtivo light steel frame, o aço utilizado na obra é o perfil engenheirado e tipo aço stick que praticamente não gera de entulho (Figura 10). Figura 10 – Foto fachada da obra Fonte: Acervo particular do RT da obra (2022) De acordo com o sítio Tecnoframe (2019), o perfil engenheirado é completo e mais procurado para as obras nesse sistema, chamado também como perfil sob medida, porque ele é fabricado exatamente conforme o projeto arquitetônico. Tendo 38 uma ótima precisão, todos os perfis já vão em seus tamanhos e quantidades certas, além de já conter todas as furações para a fixação dos perfis, sendo necessário apenas encaixar e parafusar (Figura 11). Figura 11 – Perfil engenheirado (treliças) Fonte: Acervo particular do RT da obra (2022) De acordo com a Tecnoframe (2019), o perfil stick, ou perfil em vara, mede de 3m ou 6m, a depender do projeto, entregues apenas com os furos de serviço. Por isso, existe a necessidade de realizar alguns corte para adequação dos projetos. Diferentemente do perfil engenheirado que vem todo sob medida pronto para montagem, o stick pode gerar alguns resíduos sólidos (Figura 12). Figura 12 – Perfil vara ou stick Fonte: Acervo particular do RT da obra (2022) Para o responsável da obra, o engenheiro Luciano Villas-Bôas, utilizado esses perfis de aço é mínimo a geração de resíduos sólidos na obra, os corte são mínimos, 39 e as sobra podem ser recicladas uma vez que o aço galvanizado é 100% reciclável sem perder suas características mecânicas. Outro tipos de resíduos que pode ser gerado, são oriundos do chapeamento das placas que tem cortes, arremates, mas também muito pouco. Sendo que os cortes podem ser guardados para poder usar futuramente. Na (Figura 13), observa-se que alguns perfis vêm envoltos por embalagens, um potencial resíduos sendo gerado na obra. Salientando que todos esses resíduos gerados nessa obra, podem ser reutilizados ou reciclados, a obra fica quase limpa se comparado com o método convencional. Figura 13 – Embalagem envolta dos perfis Fonte: Acervo particular do RT da obra (2022) 3.2.2 Características da segunda obra A obra está localizada na Avenida Dr. Abel Nunes, nº 1401, bairro Farolândia na cidade de Aracaju. Por motivo de preservação da imagem não será possível informar o nome da empresa. Porém é mesma é uma empresa altamente conceituada no mercado atuando no setor público e n o imobiliário. A obra em estudo é composta por oito torres com finalidade residencial, padrão classe média alta e tem como sistema construtivo adotado a parede de concreto moldada in loco (Figura 14). 40 Figura 14 – Localização da segunda obra Fonte: Google Maps (2022) O Condomínio Residencial Del Rey está dimensionado para 8 torres com 7 pavimentos, totalizando 224 unidades habitacionais disponibilizadas em dois tipos de apartamentos, 55,29 m² e 68,86 m² de área privativa, dois ou três quartos com ou sem suíte, uma ou duas vagas de garagem por apartamento. O empreendimento ainda oferece uma gama de diferenciais como: Apartamento adaptado para pessoa com deficiência; Sensores de presença nas áreas comuns; Sistema de segurança através de cerca elétrica; Ponto de ar condicionado tipo Split, para todos os quartos/ suítes; Piso laminado na sala e nos quartos; Energia solar nas áreas comuns; Equipamentos de wi-fi nas áreas de lazer; Câmeras de segurança com visão externa; Guarita dotada de infraestrutura para implantação da portaria remota; Itens de Sustentabilidade Sensores de presença em áreas comuns: este sistema possibilita um consumo de energia otimizado visto que a luz só é ativada quando alguém está presente no ambiente; 41 Torneira com temporizador em áreas comuns: um outro benefício implantando que também possibilita a economia em água, já que o uso da água nas torneiras é limitado; Energia Solar nas áreas comuns: empreendimento com este recurso produz energia elétrica renovável e limpa para atendimento à demanda das áreas comuns do condomínio; Itens gerais: Salão de festas; Deck solarium; Jogos; Piscina infantil e de adulto; Deck molhado; Academia; Churrasqueira; Kids; Parque infantil; Espaço para esporte; Play baby; Bicicletário. Obra em estudo está localizada entre os bairros Farolândia, Inácio Barbosa e Jardins, transformando a região e por possuir uma localização privilegiada é grande potencial de valorização (Figura 15). Figura 15 – Maquete eletrônica da obra Fonte: Acervo da construtora (2022) Uma das principais características do concreto é a resistência a processos químicos e físicos, incluindo o fogo; além dessas características, a sustentabilidade está incluída uma vez que as paredes de concreto moldadas in loco minimizam os Resíduos da Construção Civil – RCC, que diferentemente das construções convencional, as parede são quebradas para realizar a montagem das partes hidráulica e elétrica. 42 Na (Figura 16), temos uma visão da obra do Residencial Del Rey em andamento, porém com todo sistema construtivo de parede de concreto moldada in loco concluído. Figura 16 – Construção em parede de concreto moldada in loco Fonte: Acervo particular da pesquisadora (2022) Outro fator observado na visita é que foi possível identificar, pontos relacionados à sustentabilidade. Na questão da geração dos RCC, vemos um volume considerável de resíduos, assim como materiais gerado na obra alocados em caixas coletoras (Figura 17). Figura 17 – Caixa coletora de resíduos Fonte: Acervo particular da pesquisadora (2022) 43 3.3 ANÁLISE DOS DADOS Análise dos dados foi realizada através das respostas do questionário aplicado em cada obra de acordo com o método construtivo utilizado. Foi elaborado tabelas utilizando o aplicativo Microsoft para facilitar a visualização e compreensão do assunto. Além de pesquisa quantitativa comparativa da geração dos RCC por cada etapa da obra, tanto para sistema construtivo light steel framing quanto para o sistema combustível convencional. 44 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO Para que o objetivo desse estudo fosse atingido, foi necessário aplicar dois questionários nas duas obra abordando as quantidades de materiais utilizados no dia a dia das obras, pois só assim seria possível mensurar qual sistema construtivo melhor se adequa à sustentabilidade (Quadro 1 e 2). Quadro 1 – sistema construtivo light steel framing Resíduo sólidos gerado durante a execução da obra. Pouco resíduo gerado Matérias e insumos utilizados para execução da obra, podem ser reciclados? Sim Reutiliza sobras de matérias para obras futuras? Sim A água é utilizada pelo sistema construtivo escolhido? Sim, pouca O cimento, um dos maiores emissores de CO2 (dióxido de carbono). Sistema construtivo escolhido, faz uso do mesmo? Sim, pouco O empreendimento tem eficiência energética? Com relação a redução de ventilação não natural pelo futuro morador. Sim No canteiro de obras aplica-se a sustentabilidade? No que diz respeito à gestão de resíduos sólidos. Sim Fonte: Dados colhidos na pesquisa de campo pela pesquisadora (2022) No primeiro caso, tabela 1, obra executada pelo sistema construtivo LSF, observa-se, pontos importante de sustentabilidade, como baixa geração de resíduos sólidos, utilização de pouca água, uma vez que seu uso é apenas nas fundações e lajes e o uso do cimento,assemelha-se com a água, pouco uso desse material. Quadro 2 – Sistema construtivo parede de concreto moldada in loco Resíduo sólidos gerado durante a execução da obra. Muito resíduo gerado. Matérias e insumos utilizados para execução da obra, podem ser reciclados? Sim Reutiliza sobras de matérias para obras futuras? Sim A água é utilizada pelo sistema construtivo escolhido? Sim, muito O cimento, um dos maiores emissores de CO2 (dióxido de carbono). Sistema construtivo escolhido, faz uso do mesmo? Sim, muito O empreendimento tem eficiência energética? Com relação a redução de ventilação não natural pelo futuro morador. Não No canteiro de obras aplica-se a sustentabilidade? No que diz respeito à gestão de resíduos sólidos. Sim Fonte: Dados colhidos na pesquisa de campo pela pesquisadora (2022) 45 No segundo caso, tabela 2, também existem pontos de sustentabilidade, como reutilização de sobras de matérias, aplicação de sustentabilidade no canteiro de obras, matérias utilizados podem ser reciclados. Contudo temos pontos a se melhorar, a quantidade de água usada no processo é maior, uma vez que o empreendimento é todo em concreto. O cimento um dos matérias principal para dessa obra, é um grande emissor de CO2, um causador do efeito estufa e diferente do sistema anterior, que tem uma boa eficiência energética, o sistema construtivo parede de concreto moldada in loco, apenas atende a norma ABNT NBR 15575:2013 Mass (2017), fez uma análise comparativa, para um projeto unifamiliar para melhor entendimento, referente a geração de RCC para o sistema construtivo LSF e o sistema convencional. Pelo fato do LSF ter uma estrutura com carga inferior à das construções convencionais, sua fundação é significativamente menor e de baixa complexidade, sendo esta portanto uma das parte da construção que gera a maior quantidade de resíduos (Figura 18). Figura 18 – Planta baixa do estudo Fonte: Mass (2017) Utilizando o método LSF para a execução desse projeto modelo, ocorreu um comprometimento em cerca de 12,93% do montante total de materiais adquiridos para obra, que se tornarão RCC. 46 Na (Figura 19) percebe-se que as quantidades descartadas pela parte estrutural da obra gera cerca de 14,21% de RCC, quando comparada com perdas pela parede (3,33%) e cobertura (3,32%), chega a ser quase que 4 vezes maior. Figura 19 – Resíduos por parte da edificação de LSF Fonte: Mass (2017) Quando Mass (2017), faz a comparação com uma construção convencional observou que a quantidade de materiais utilizados é significativamente maior, porém o comprometimento desta totalidade que se tornará RCC excede a percentagem do LSF, chegando a comprometer cerca de 31,38% do montante total de materiais adquiridos para essa mesma obra. Na (Figura 20), percebe-se que as quantidades descartadas pela parte estrutural da obra geram cerca de 22,68% de RCC, quando comparada com perdas pela parede/revestimentos (59,39%) e cobertura (12,33%), observa-se que o quadro inverte drasticamente, sendo a etapa da parede/revestimentos responsável por mais que o dobro de RCC gerados pela estrutural. Após essa análise, é possível concluir que o sistema construtivo LSF gera uma quantidade de resíduos sólidos inferior que o método convencional, ressaltando, que para se construir com o steel frame faz-se necessário uma excelente projeto e execução para não haver muitos cortes e perdas de material. 47 Figura 20 – Perdas por parte da edificação de alvenaria Fonte: Mass (2017) Além desses resultados, observa-se nessa pesquisa, que o sistema faz um uso mínimo de água, cimento e matérias como brita e areia, obtendo uma redução drástica dos recurso naturais. Para Meneguelli (2018), produção de cimento é fonte de Dióxido de Carbono – CO2, responsáveis pelo aquecimento global, e contribui em 8% das emissões dos gases mundo. A não utilização ou redução do uso do cimento reduz o impacto ao meio ambiente, uma característica forte do sistema LSF e o aço, sua principal matéria prima é 100% reciclável, tendo suas características mecânicas preservadas. 48 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS Após ler, analisar, comparar e resumir diversos autores a respeito do tema, e tendo realizado a pesquisa de campo e remota, conclui-se que é notória a diferença entre os dois métodos construtivos no tocante, aos pontos de sustentabilidade que cada um apresenta. O sistema construtivo Light Steel Framing é pouco difundido no Brasil e isso pesa, porque gera receio para os construtores e investidores. Para as construções com LSF, deve ser levado em consideração o tempo de execução, a redução na geração de resíduos sólidos, qualidade do imóvel, além do conforto térmico e acústico, tornando o sistema uma opção de construção moderna e sustentável, tendo em vista que, optar pelo sistema construtivo que proponha mais sustentabilidade não significa apenas zelar pela natureza, mas também gerar um ambiente de trabalho saudável, organizado, limpo, econômico e, certamente, mais seguro para todos. Optar por alternativas que trilhe a favor da sustentabilidade, faz-se necessário, pois os recursos naturais não são eternos e a tecnologia nos dá essa opção de se construir sem agredir o meio ambiente. O steel frame, um sistema industrializado de alta precisão, que oferece obras rápidas, mais limpas, sua principal matéria prima, o aço, é 100% reciclável, e o uso de água é mínimo e com uma baixa geração de resíduo. Conclui-se que o Sistema Construtivo Light Steel Framing tem tudo para ser umas das soluções para o problemas de sustentabilidade na construção civil. 49 REFERÊNCIA AGÊNCIA BRASILEIRA NACIONAL DO DESENVOLVIMENTO DA INDÚSTRIA – ABNDI. 2021. Industrialização dos sistemas. Disponível em: https://www.abdi.com.br/. Acesso em 02 mai. 2022 ALLEN, P. (Editor). Alimentos para o futuro: condições e contradições de sustentabilidade. Folheto, ISB NO471-58082-1, 1993. ALVES, N. 2017. Lean Construction: benefícios, exemplos e 5 princípios fundamentais. Disponível em:https:<//constructapp.io/pt/lean-construction/>. Acesso em 6 abril. 2022 BAGGIO, V. Drywall: o que é e como utilizar este sistema construtivo na sua casa. Brasil: 2020. BATISTA, V. T.; SAMPAIO, D. C. Construção enxuta: otimização e controle de produção em edificações. Maceió/AL, 2018. BIELER, H. E.; SOUZA, H. A. 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