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Conceituação de grupo e breve contextualização histórica Professora: Dra. Tatita brito Base dos livros: • Fundamentos básicos das Grupo terapias • Oficinas em dinâmica de grupo Parte 01 – conceituação • Como definir o que é grupo? Na concepção de Pichon Riviere, o grupo apresenta se como instrumento de transformação da realidade, e seus integrantes passam a estabelecer relações grupais que vão se constituindo, na medida que começam a partilhar objetivos comuns, a ter uma participação criativa e critica e a poder perceber como interagem e se vinculam. • Definição de agrupamento? Agrupamento é um grupo de grupos, ou seja, é a união de dois ou mais grupos. Dessa forma para que haja um agrupamento é necessário que existam mais grupos. Um exemplo é a sala de aula, existem alunos com o objetivo de aprendizagem (mesmo objetivo), portanto, divididos em vários grupos (um grupo grande desmembrado em vários grupos pequenos). • Definição de grupo? Conjunto de pessoas ou coisas dispostas proximamente e formando um todo, ou determinado número de pessoas. Ou seja, grupo é um conjunto de pessoas que reunidos formam um todo. São diversas as expressões que caracterizam os grupos, por exemplo: multidão, platéia, publico, bando, marcha, panelinha, associação, equipe etc. Em sociologia a palavra grupo as aplica indiscriminadamente a conjuntos diferentes de pessoas, cuja relações se fundem numa série de papeis interligados, e que integram de modo mais ou menos padronizado e formam os mais diversos grupos sociais, como por exemplo: membros de uma igreja, grupos de professores, sócios de um clube, alunos de uma escola. Assim, a unidade de ação de um grupo social é fundamental e se produz em virtude da conduta de seus membros, afim de que a ação do grupo, como um todo, tenha um propósito. Como por exemplo: uma equipe de futebol onde os membros ajustam e coordenam de tal modo ás atividades de cada um deles, e a equipe inteira atua como se fosse uma maquina em busca de resultados. A sociologia, na analise dos grupos, classifica os grupos como primário e secundário. • Grupo primário: é aquele cujos componentes, em número relativamente pequeno, estão associados de maneira intima. Os contatos são predominantemente pessoais, visando uma convivência estreita e integral de seus membros. O principal grupo primário é a família, e inclui também os amigos em alguns casos vizinhança e em em certas circunstâncias, uma sociedade inteira, necessariamente pequena. • Grupo secundário: é o grupo social cujos membros, geralmente em números elevados, estão associados em virtudes de interesse comum, ou para atingir metas pré- estabelecidas. Neles os contatos são predominantes impessoais. O grupo secundário é um macro grupo onde predominam as forças de controle social indireto, chefiado, geralmente, por pessoas ou instituições especializadas. Entre os grupos secundários estão as grandes empresas, os sindicatos, as associações, os partidos políticos etc. • Um agrupamento pode se tornar um grupo? Zimmerman (1997) destaca que o agrupamento caracteriza se por um conjunto de pessoas que partilha de um mesmo espaço e tem interesses comuns, podendo vir a tornar se um grupo. A passagem de agrupamento a um grupo propriamente dito resultaria, segundo o autor, da transformação de interesses comuns em interesse em comum; isto é, os integrantes de um grupo reúnem se em torno de uma tarefa e de um objetivo comum ao interesse de todos. Além dessa peculiaridade, o autor enumera outras características de grupo: forma uma entidade, com leis e mecanismos próprios; garante além de uma identidade própria, as identidades especificas, preserva a comunicação, garante espaço, tempo e regras que normatizam a atividade proposta organiza se em função de seus membros e esses organizam se em função do grupo, apresentam duas forças contraditórias, uma tendente a coesão e outra a desintegração, apresenta integração afetiva e distribui posições de modo hierárquico. A questão da realidades dos grupos, é pertinentes á medida que nem todos os autores têm se mostrado unanime quanto a sua existência. Rodrigues e Hera (1998) fazem um resgate histórico de três movimentos que discutem essa temática. Seguindo o caráter temporal, o primeiro movimento defende a noção de grupo enquanto “mente”, isto é, existe uma mente grupal independente, possuidora de características e leis próprias e que atua sobre os membros que compõe o grupo. Essa leitura do grupo supõe que o mero fato de estarem reunidos configura uma espécie de “alma coletiva” que induz o sujeito a sentir, pensar e agir como não faria em separado. Floyd Allport, em 1924, apresenta uma relação a esta abordagem pois, segundo este autor, falar em mente, consciência ou alma de grupo era algo sem sentido, uma vez que grupo era um ficção que pretendia ultrapassar os comportamentos individuais. Nessa perspectiva, nada havia em um grupo que estivesse além ou acima das ações dos sujeitos. Rodrigues e Hera afirmam que esta abordagem permitiu repensar as mistificações que eram construídas em torno do grupo porem propunha uma explicação tão reducionista quanto a anterior, só que no sentido contrário. A saída desse impasse encontra se na psicologia dos grupos desenvolvida na década de trinta e quarenta, por autores como: Muzafer Sherif, Kurt Lewin e Solomon Asch, os quais afirmam a existência dos grupos e assim viabilizam a investigação dos mesmos. Nesse terceiro movimento encontra se implícito o conceito de interdependência entre os membros. O grupo passa a ser visto como totalidade possuidora de realidade própria, produto de interação de suas partes componentes e que não se equivale a soma das mesmas. Ainda que, na referência citada, a teoria lewiniana seja apresentada como uma solução entre a ideia de uma mente grupal e a redução do grupo aos comportamentos individuais, Carlos (1998) analisa essa teoria como um ser que transcende as pessoas que o compõem. Esta ultima analise permite equiparar a teoria de lewin ao primeiro movimento em defesa da realidade do grupo apresentado por Rodrigues e Hera. Nesse sentido, os estudos sobre pequenos grupos vinculado á teoria de Lewin, isto é, que trabalham com a definição de grupo em termos de espaço e sistema de força, pensando a dinâmica do grupo a partir da interdependência em relação aos membros ou a uma tarefa proposta, acabam, segundo Lane (1985), por reduzir os valores do individualismo e da harmonia. O grupo coeso, estruturado, é um grupo ideal, acabado, como se os indivíduos envolvidos estacionassem e os processos de interação pudessem se tornar circulares Lane, 1985, p. 79). Tschiedel (1998), em consonância, afirma que estas propostas conceituais e praticas produzem demandas que omitem o aparecimento do novo, a existência de fluxo. Conforme Lane (1985), em um não grupo as tarefas são sempre individuais e não há ações encadeadas para produção conjunta. O grupo, por sua vez, só existe enquanto tal quando, ao se produzir algo, transformam se as relações entre os sujeitos. Desse modo, a autora não identifica a produção grupal, necessariamente, com a tarefa nem com os objetivos do grupo. • Características Não é um mero somatório de indivíduos; se constitui como uma nova entidade, com leis e mecanismos próprios e especifico. Todos os integrantes estão reunidos em torno de uma tarefa e/ou um objetivo comum. O tamanho do grupo não pode exceder o limite que ponha em risco a indispensável preservação da comunicação, tanto a visual como a auditiva, a verbal e a conceitual. Deve haver a instituição de um enquadre e o cumprimento das combinações nele feitas. Objetivos claramente definidos; deve levar em conta uma estabilidade de espaço (local das reuniões), de tempo (horários, férias, etc.) algumas regras e outras variáveis equivalentes que delimitam e normatizam a atividade grupalproposta. É uma unidade que se manifesta como uma totalidade, tão importante como o fato de se organizar a serviço de seus membros, é também a recíproca disso. Indispensável que fiquem claramente perseveradas as identidades especificas de cada um dos indivíduos componentes. Existência de uma interação afetiva entre os seus membros, a qual costuma ser de natureza múltipla e variada. Coexistem duas forças contraditórias permanentemente em jogo: uma tendente a sua coesão, e a outra a sua desintegração. • Qual a diferença entre grupo e processo grupal? O grupo como produto histórico, construído em um determinado espaço e tempo, resultados de relações cotidiana, e simultaneamente, traz em sua experiência presente aspecto gerais da sociedade contemporânea, evidenciadas nas contradições e determinações que surgem nos grupos (Lane, 1984). Parte 02 – contextualização histórica Psicologia grupal: • Psicanálise = ciências sociais = sociologia = antropologia social = psicologia social Sobre as principais abordagens: • Empírica: Pesquisa empírica, também chamada de pesquisa de campo, pode ser entendida como aquela que é necessária comprovação prática de algo, seja através de experimentos ou observação de determinado contexto para coleta de dados em campo. Na relação com a teoria a pesquisa empírica serve para ancorar e comprovar no plano da experiencia aquilo apresentado conceitualmente, ou, em outros casos, a observação e experimentação empírica oferecem dados para sistematizar a teoria. Embora possa ser caracterizada como uma categoria menor de pesquisa (preconceito advindo de tempos mais remotos|), por supostamente envolver menos esforço intelectual e mais esforço braçal, a pesquisa empírica é fundamental á comprovação da teoria e á sua validação particularmente em determinadas áreas como as ciências biológicas, ciências sociais aplicadas ou arquitetura em que a teoria trabalha muitas vezes a serviço da prática, e sem esta ultima perde até seu objetivo. Ao contrario da pesquisa teórica, no entanto, a pesquisa empírica não é autossuficiente, ou seja, não se sustenta dissociada absolutamente da teoria, fundamental a sistematização do conhecimento. Esta serve para dar fundamento aos experimentos realizados e dados observados ou colhidos em campo. Ou seja, mais fruto de uma intuição e experimentação do que, propriamente, de bases cientificas. O método empírico, que mostrou excelentes resultados na aceleração da recuperação dos doentes, esta baseados na identificação dos pacientes com o médico, compondo uma estrutura familiar – fraternal e exercendo o que hoje chamaríamos de função continente do grupo. Pode se dizer que tal sistema empírico foi o modelo de outras organizações similares, como, por exemplo, a dos alcoólicos anônimos, iniciada em 1935, e que ainda se mantém com uma popularidade crescente. • Psicodramática: A abordagem psicodramática é considerada uma abordagem existencial. Essa abordagem parte do princípio de que o homem é o construtor de si próprio e de seu mundo. Seus objetivos convergem para a compreensão da experiencia de existir. O grande nome dessa corrente é Jacobo Levy Moreno, médico judeu, nascido na Romenia em 1892, tendo migrado para os estados unidos em 1925, onde criou, desenvolveu e sistematizou suas descobertas, e onde veio a falecer, em 1974, aos 82 anos. 1910: montava encenações e enredos com crianças em parques abertos de Viena. 1913: trabalhou com grupos de discussão e dramatização com prostitutas e também com presidiários. 1930: criou a expressão terapia de grupo e, anos depois, fundou, em Viena, o teatro de improvisação que se constituiu como o protótipo original do que veio a ser conhecido como psicodrama • Sociológica: Para melhor entender precisamos entrar em psicologia social, que é uma área que se encontra entre a psicologia e a sociologia, de acordo com alguns teóricos. Na realidade, o ponto que diferencia ambas é o fato do objeto de estudo da psicologia se focar no individuo, enquanto que a sociologia se concentra no grupo social. No entanto, como objeto de estudo, a psicologia social pode ter duas vertentes: psicológica ou sociológica. A psicologia social psicológica se limita a explicar as ações do individuo a partir dos estímulos que recebe do exterior (os seus sentimentos, comportamentos e pensamentos, por exemplo). Já a psicologia social sociológica estuda os fenômenos que surgem nos diferentes grupos a partir da interação das pessoas com estes. O proposito da psicologia social é identificar os traços que ligam os indivíduos aos grupos. De acordo com este ramo de estudo, todas as pessoas teriam um comportamento distinto quando estão inseridas numa esfera social, diferente daquele apresentado quando estão sozinhas. Fortemente inspirada em Kurt Lewin, criador do termo, dinâmica de grupo. A partir de 1936, concentra todos os seus esforços no sentido de integrar as experiências do campo das ciências sociais a dos grupos. Criou laboratórios sociais com a finalidade de descobrir as leis grupais gerais que regem a vida dos grupos humanos e diagnosticar uma situação grupal especifica. Estudos sobre a estrutura psicológica das maiorias e das minorias, especificamente as judaicas. Concepção sobre o campo grupal e a formação de papéis. Qualquer indivíduo, por mais ignorado que seja, faz parte do contexto do seu grupo social, o influencia e é por ele fortemente influenciado. • Operativa: A técnica do grupo operativo consiste em um trabalho com grupos, cujo objetivo é promover um processo de aprendizagem para os sujeitos envolvidos. Aprender em grupo significa uma leitura crítica da realidade, uma atitude investigadora, uma abertura para as dúvidas e para as novas inquietação. O grande nome nessa área é o do psicanalista argentino Pichon Riviere. Aprofundou o estudo dos fenômenos que surgem no campo dos grupos que se instituem para a finalidade não de terapia, mas, sim, de operar numa determinada tarefa objetiva, como por exemplo, a de ensino aprendizagem. • Institucional: Análise institucional ou socio analise, é uma das modalidades do institucionalismo mais difundidas no Brasil. Protagonizada por René Loural e Georges Lapassada a partir da década de 60, surgiu como prolongamento da terapia institucional, da pedagogia institucional, da filosofia, da sociologia politica e da dinâmica de grupo americana de Kurt lewin. Direcionou se em seguida para a análise de grupos sociais (e não de indivíduos). Trata se de uma análise sustentada pelo coletivo, que assume a tarefa de pesquisar, questionar e analisar a história, os objetivos, a estrutura e o funcionamento da organização, além dos dispositivos, práticas e agentes grupais. Um importante expoente dessa perspectiva foi Elliot Jacques 1965, psicanalista inglês Importância dos atravessamentos institucionais na dinâmica interna dos grupos. O atravessamento das ideologias e práticas sociais no grupo é chamado de transversalidade (Enriquez, 1997). • Círculos de cultura: Círculo de cultura é um método criado por Paulo Freire que parte do pressuposto da construção do conhecimento por meio do diálogo, fator básico e necessário a prática pedagógica democrática. Estas são características do círculo de cultura – dialogo, a participação, o respeito ao outro, ao trabalho em grupo, dinâmica de um constructo continuo. Portanto, os círculos de cultura são espaços no qual se ensina e se aprende. Espaço em que a preocupação não é simplesmente transmitir conteúdos específicos, mas despertar uma nova forma de construção de conhecimento de forma coletiva, através das experiências vividas. Propostos por Paulo Freire (1976, 198,) Fundamentam perspectivas como as oficinas psicossociais. Década de 60, grupos compostos por trabalhadores populares, que se reuniam sob a coordenação de um educador, com o objetivode debater assuntos temáticos, do interesse dos próprios trabalhadores. Construção do conhecimento a partir do dialogo horizontalidade na relação educador – educando e a valorização das culturas locais. Surgem no âmbito das experiências de alfabetização de adultos no Rio Grande do Norte e Pernambuco e do movimento de cultura popular. O saber não é algo que alguém de a alguém, mas é produzido em interação dentro de um contexto. Compreensão da aprendizagem como um processo dialógico. Método de leitura que levasse não apenas ao aprendizado de uma habilidade formal (leitura) mas a uma compreensão crítica do sujeito sobre seu contexto (leitura do mundo) e de si próprio nesse contexto. • Gestáltica: É uma abordagem psicoterapêutica centrada no cliente. Essa abordagem ajuda os clientes a se concentrarem no presente. Eles passam a entender o que realmente está acontecendo em suas vidas agora. Em vez de simplesmente falar de situações passadas, os clientes são encorajados a experimentar demandas atuais por meio de reencenação. Através dos processos gestáltico, os clientes aprendem a tornar se mais consciente de como seus próprios padrões de pensamentos. Passam, então, a conhecer comportamentos negativos que possam bloquear a verdadeira autoconsciência e tornando os felizes. O fundador da gestalterapia é Frederik perls. Baseia se no fato de que um grupo se comporta como um catalizador: a emoção de um desencadeia emoções nos outros, e a emoção de cada um é amplificada pela presença dos outros. A gestalterapia empresta grande importância a tomada de consciência do comportamento não verbal dos elementos do grupo, e daí eles utilizam um elevado número de exercícios que possibilitam a melhora da percepção e da comunicação internacional. • Sistêmica: Abordagem sistêmica é uma metodologia que busca conjugar conceitos de diversas ciências a respeito de determinado objeto de pesquisa. É baseada na ideia de que um determinado objeto de estudo possui diversas dimensões e facetas que podem ser estudadas e entendidas por diversas ciências e que conceitos e princípios emanados de diferentes ciências podem ser empregados no estudo e compreensão de determinado fenômeno por determinada ciência. Base da terapia de família, como o nome sugere, concebe a família como um sistema em que seus diversos componentes se dispõem numa combinação e hierarquização de papeis que visa, sobretudo, a manter o equilíbrio do grupo. • Comportamentalista: A abordagem comportamental pressupõe que cada pessoa nasça uma tabula rasa, ou folha em branco. Em vez de serem influenciados por genes e processos biológicos, os behavioristas acreditam que que nosso comportamento é determinado por nosso ambiente externo. Uma pessoa aprende com suas experiências de vida e é moldada para se comportar de maneira específica como resultado. Os behavioristas observam o comportamento que uma pessoa exibe, em vez dos processos internos da mente. Para a corrente comportamentalista o foco esta sempre nos processos conscientes, levando em conta a tríade pensamento, emoção e comportamento. Essa perspectiva é aplicada para entender os grupos sociais. São utilizadas técnicas de reeducação. • Psicanalítica: É aquela na qual o terapeuta busca ver o paciente em seu conjunto completo e não somente os sintomas que ele apresenta ou as circunstancia atuais de sua vida. Essa é uma modalidade de psicoterapia de percurso, pois o acompanhamento terapêutico do paciente costuma estender se por muitos anos. Assim, o terapeuta vai acompanhando a vida daquela pessoa, a cada semana, observando todas as dinâmicas relacionadas ao funcionamento das situações da vida e as relações interpessoais do paciente. Freud construiu o sólido edifício teórico técnico (descoberta do inconsciente dinâmico, ansiedades, regressão, complexo de édipo, formação do superego, etc.) que, indiretamente, se constitui como o alicerce básico da dinâmica grupal. Teoria de Floukes, em Londres, 1948, Floukes inaugurou a pratica da psicoterapia psicanalítica de grupo. Ele costumava chamar de psicoterapia grupo analítico com um enfoque gestáltico, ou seja, para ele o grupo de organiza como uma nova totalidade, diferente da soma dos indivíduos. Fortemente influenciado por kurt lewin, especialmente na concepção de que o ser humano é iminentemente grupal, social, ligado, com um nó, a realidade exterior. Estabeleceu uma metáfora de que: O grupo se comporta como uma rede, tal qual como o cérebro, onde cada paciente, como cada neurônio, e visto como um ponto nodal. Comparação entre a situação do grupo e a de uma sala de espelho, onde cada individuo pode entrar em contato com os seus aspectos psicológicos e sociais que estão refletidos nos demais do grupo. Teoria de Bion: na década de 40, o psicanalista da sociedade britânica de psicanálise (mecanismo defensivo do ego e o fenômeno da identificação projetiva). Experiência com grupos em um hospital militar durante a segunda Guerra Mundial. Executou no hospital militar um plano de reuniões coletivos, nas quais se discutiam os problemas comuns a todos, e se estabeleciam programas de exercícios e atividades Seguindo com conceitos e fenômenos dos processos grupais, temos: • Mentalidade grupal – um grupo adquire uma unanimidade de pensamento e de objetivo, transcendendo aos indivíduos e se instituindo como uma entidade a parte. • Cultura do grupo – resulta na oposição conflitiva entre as necessidades da mentalidade grupal e as de cada indivíduo em particular. • Valência: termo extraído da química (o numero de combinações que um átomo estabelece com outros) e que designa a aptidão de cada individuo combinar com os demais, em função dos fatores inconscientes de cada um. Bion alertava para o fato de que sempre teria que haver algumas valências disponíveis para ligar a algo que ainda não aconteceu. • Cooperação: designa a combinação entre duas ou mais pessoas que interagem sob a égide da razão, logo, ela é própria do funcionamento do que Bion denomina como grupo de trabalho Grupo de trabalho: está voltado para os aspectos conscientes de uma determinada tarefa combinada por todos os membros do grupo. • Grupo de (PRE) supostos básicos (SB): é certamente, na área grupal, a concepção mais original de BION, e a mais largamente conhecida e difundida. • Os supostos básicos (SB) funcionam nos modelos do processo primário do pensamento e, portanto, obedecem mais as leis do inconsciente dinâmico . Três modalidades de supostos básicos: dependência, luta e fuga e acasalamento ou pareamento • A contratransferência do grupo terapeuta: é indispensável que um grupo terapeuta funcione como um continente adequado ao incessante e cruzado bombardeio de identificação projetiva de uns nos outros. A contra transferência pode servir como uma excelente bussola empática.
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