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Helmintos: Parasitas Humanos e Veterinários

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Helmintos
Disciplina: MAD III
Prof. Dra. Carla Nunes de Araújo
Parasitas de importância humana e veterinária
• Reino Protista: Subreino Protozoa
• Reino Animalia: Subreino Metazoa
– Filos: 
• Platyhelmintes
– Classe Trematoda
– Classe Cestoda
• Nematoda
• Arthropoda - vetores e ectoparasitas
• Mollusca - vetores
Esquistossomose mansônica
Schistosoma mansoni
Fasciolíase
Fasciola hepatica
Disponível em: <http://www.rnw.nl/english/article/scientists-unravel-bilharzia-worm%E2%80%99s-genetic-code>. Acesso em 02/12/2010.
Disponível em: < http://fundacionio.org/img/parasitology/cont/fasciola_hepatica.html>. Acesso em 02/12/2010. 
Ciclo de Vida
Schistosoma
Trematóide digenético
Eurixênico – parasitam todas as classes de 
vertebrados
Dióicos
Schistosoma
mansoni
300 
ovos/dia/fêmea 
de S. mansoni
Habitat:
Após o acasalamento, 
migram para a luz dos 
pequenos vasos sanguíneos 
do plexo mesentérico 
hemorroidiário. 
Os ovos são colocados 
neste local. 
Podem migrar após a 
postura.
Casal de Schistosoma mansoni
Resistência ao parasitismo
• Pele
– Destruição de cercárias e esquistossômulos em grande 
número
– Tanto em hospedeiros imunes como nas primoinfecções
• Localizações diversas
– Destruição de esquistossômulos durante a migração
– Principalmente em hospedeiros já sensibilizados aos 
antígenos do parasito
Dermatite cercariana
Cercárias/esquistossômulos de Schistosoma ou de outros 
trematódeos

1-3 h após a penetração aparece na pele uma reação 
inflamatória com células polimorfonucleares / 
mononucleares

Não conseguem completar sua atividade migratória

Morrem 
Produzem fenômenos inflamatórios locais bastante 
pronunciados = dermatite cercariana
Dermatite cercariana nas pernas e costas
Respostas imunes adaptativas aos helmintos
Ativação de células Th2 (IL-4, IL-5)

Produção de anticorpos IgE

Aderem-se à superfície dos 
helmintos

Ativação de eosinófilos

Secretam enzimas (proteína básica 
principal, etc) que destroem os 
parasitas
• Formas larvárias
Mais imunogênicas
Mais sensíveis aos mecanismos imunológicos que os adultos

Impede que o número de vermes albergados vá 
aumentando continuamente sempre que exposto a 
reinfecções
Desenvolvimento da resposta imune na esquistossomose
Mecanismos de escape da resposta imunológica
• Modificação do tegumento das larvas
– Deixam de fixar anticorpos ou complemento
• Contínua descamação da superfície externa do tegumento 
dos vermes adultos e sua substituição por novas capas de 
membrana celular 
• Camuflagem
– Presença de antígenos do hospedeiro (ou antígenos semelhantes 
aos do hospedeiro) adsorvidos ou incorporados à membrana do 
parasito
Parasito: 
• Linhagem
• Carga infectante
• Condições fisiológicas das 
cercárias
Hospedeiro:
• Idade
• Estado nutricional
• Fase do desenvolvimento
• Hábitos
• Condições de vida
• Duração da infecção
• Reinfecção
• etc
Patogênese e Patologia
Variam com uma série de fatores:
Papel do cálcio na infecção pelo Schistosoma mansoni
Fase aguda
• Penetração das cercárias
• Exantema
• Prurido
• Outras manifestações alérgicas locais
• Forma toxêmica
– Reação imunológica provocada por imunocomplexos
• Febre
• Eosinofilia
• Linfadenopatia
• Esplenomegalia
• Urticária 
Fase crônica
• Adulto
– Espoliação
• Consome glicose e 2,5 mg de ferro/dia
• Ovo
– Principal elemento responsável pela patogênese
– Intestino – hemorragias
– Fígado - reação inflamatória crônica: reação 
inflamatória granulomatosa ou granuloma
Veia porta
Reto
Ovo na luz com muco inflamatório
Sangue sob a mucosa intestinal
Ovos em migração pela
mucosa intestinal
Ovos de S. mansoni migrando pela luz intestinal
Ovos de Schistosoma mansoni

Neutrófilos, eosinófilos, linfócitos, 
plasmócitos, macrófagos

Se justapõem

Ficam em contato direto com os restos 
ovulares

Fundem-se: gigantócitos - abarcam total 
ou parcial/ os ovos

Digestão

Depósito de fibras reticulares que se 
dispõem em círculo, na periferia do 
granuloma

Alguns macrófagos se transforma em 
fibroblastos

Fabricam colágeno

Fibrócitos

Granuloma: cicatriz fibrosa de estrutura 
lamelar
Granulomas
Granuloma intestinalGranuloma hepático
Macrófagos e 
eosinófilos
Os granulomas
servem para conter os 
ovos do S. mansoni
Processo inflamatório ao redor de muitos ovos
+
Contínua produção de mais ovos
=
Confluência de granulomas
Extensas áreas cicatriciais

Alteram a arquitetura dos tecidos onde se encontram
Órgão mais atingido é o fígado
Fibrose periportal

Dificuldades de circulação sanguínea hepática (1,5 L de sangue/min
passa pelo fígado; 75% procedem da veia porta)

Hiperplasia e hipertrofia do SFM

Megalia do fígado, congestão funcional

Hipertensão porta

Congestão e edema na parede do estômago e dos intestinos
Megalia do baço (congestão venosa e aumento de SFM)
Alterações na circulação e atividade fisiológica de outros órgãos 
abdominais
Dificuldade circulatória aumenta

Sangue abre passagem através das anastomoses que existem 
entre o sistema porta e cava inferior e entre porta e cava 
superior

Vasos calibrosos muito evidentes

Fases mais avançadas:

Hepatoesplenomegalia descompensada
Hemorragias digestivas (edema e derrame cavitário ou ascite)
Fígado torna-se incapaz de cumprir suas funções (cirrose) podendo levar o 
paciente à caquexia e ao coma hepático
Pacientes com 
circulação colateral, 
nos quais se destacam 
as veias superficiais da 
parede abdominal e 
torácica, muito 
dilatadas
Lesões cardiopulmonares
Ovos

Retidos nos capilares e pré-capilares pumonares

Aglutinação de plaquetas, formação de trombos intravasculares e necrose 
dos vasos

Granulomas

Hipertensão na pequena circulação

Hipertrofia do coração direito 

Dilatação

Insuficiência cardíaca de mau prognóstico
Evolução Patológica e Sintomatológica da 
Esquistossomose Mansônica
• Forma intestinal
• Forma hepatointestinal
• Forma hepatoesplênica
• Forma cardiopulmonar
• Outros órgãos: aparelho genital feminino, medula 
espinhal, rim, sistema nervoso central
• Infecções associadas: 
– Salmoneloses
– HBV
Sintomatologia
Fase de penetração da cercária na pele
– Mais freqüentemente é assintomática
– Exceto em indivíduos já infectados antes, onde pode surgir
• Eritema
– Vermelhidão
• Dermatite cercariana
– Reação de sensibilidade com urticária
• Prurido ou pápulas na pele no local penetrado
Período de incubação
– Entre infecção e sintomas
– Dois meses
Reação inicial à penetração de várias larvas na pele do 
braço. Por cada marca entrou uma larva 
Fase inicial ou aguda
Disseminação das larvas pelo sangue e a chegada ao fígado

Ativa o sistema imunitário

Febre
Mal estar
Cefaléias (dores de cabeça)
Astenia (fraqueza)
Dor abdominal
Diarréia sanguinolenta
Dispnéia (falta de ar)
Hemoptise (tosse com sangue)
Artralgias
Linfonodomegalia e esplenomegalia
Eosinofilia
Produção de anticorpos podem levar à formação de complexos que causam 
danos nos rins
Estes sintomas podem ceder espontaneamente ou podem nem sequer surgir, mas a doença 
silenciosa continua
Diagnóstico 
• Exame parasitológico de fezes
– Infecções recentes
• O exame apresenta baixa sensibilidade
• Para aumentar a sensibilidade podem ser usados métodos 
de coproscopia qualitativa, como Hoffman ou 
quantitativo, como Kato-Katz
• A eficácia com três amostras chega apenas a 75%
• Hemograma: leucopenia (com neutropenia e eosinofilia), 
anemia e plaquetopenia
• Alterações das provas de função hepática
• Ultra-sonografia
– Fibrose e espessamento periportal, hipertrofia do lobo hepático 
esquerdo, superfície bocelada e aumento do calibre da mesentérica 
superior
S. mansoni
S. haematobium
S. japonicum
S. intercalatum
S. bovis
• Biópsia retal
• Métodos 
imunológicos
– ELISA
– Reação 
intradérmica
– Reação de 
fixação do 
complemento
– Imunofluorescência– Etc...
Tratamento
• Eficiente
• Fácil administração
• Baixa toxicidade
• Controle de cura
• Drogas recomendadas pela Organização Mundial da Saúde
– Praziquantel
– Oxaminiquina
• Podem ser contra-indicadas devido ao quadro clínico grave do 
paciente
• Pelo menos até que haja melhora
• O tratamento cirúrgico é reservado para as complicações
Vacina
• Cinco razões para o desenvolvimento da vacina 
contra esquistossomose
– As vacinas são únicas em prover controle com custo-efetividade de muitas 
doenças infecciosas
– Alto nível de proteção é consistentemente obtido com cercárias irradiadas 
– A reinfecção rápida após o tratamento torna a quimioterapia dispendiosa
– A distribuição do medicamento requer uma infra-estrutura substancial 
para cobrir todas as áreas endêmicas regularmente
– A expansão de programas de quimioterapia trazem consigo o espectro da 
resistência à drogas
Bergquist e Colley, 1998
Epidemiologia
• Doenças humanas antigas
– Achados de ovos de Schistosoma em múmias egípcias humanas que 
viveram por volta do ano de 3.500 a.C.
• Segunda maior prevalência entre as doenças tropicais
– ~240 milhões de pessoas, no mundo, encontram-se infectadas
• Sério problema de saúde pública
– Coloca em risco cerca de 700 milhões de pessoas
– ~20 milhões de pessoas morrem em conseqüência de doenças associadas à 
esquistossomose
• Como o câncer de bexiga (esquistossomose urinária)
• Cirrose (esquistossomose intestinal) 
(Disponível em: http://www.who.int/schistosomiasis/en/>. Acesso em 16/05/2011)
Mapa de Distribuição da Esquistossomose no Mundo
África, América Latina, Oriente Médio, Ásia e Caribe
http://in.reuters.com/article/2008/03/17/us-schistosomiasis-drug-idINN1647761920080317.
A distribuição de 
S. mansoni no 
Brasil coincide 
com a distribuição 
dos caramujos 
planorbídeos
vetores 
(Biomphalaria
spp)
Condições 
climáticas e 
socioeconômicas 
favorecem a 
transmissão
Disponível em: <http://www.who.int/schistosomiasis/en/>. Acesso em 16/05/2011.
Disponível em: <http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/gve_7ed_web_atual_esquistissomose_mansonica.pdf>. Acesso em 16/05/2011.
Distribuição da Esquistossomose no Brasil
A distribuição dos medicamentos esquistossomicidas é gratuita e repassada para as secretarias de estado da 
saúde (SES), pela Secretaria de Vigilância em Saúde, do Ministério da Saúde. Estão disponíveis na rede de 
Atenção Básica de Saúde dos municípios ou nas unidades de referência para tratamento da esquistossomose.
Focos
A. Açude
B. Rio assoreado
C. Represa
D. Vala de cultura irrigada
E. Canal de rio para 
irrigação
F. Oásis
• Fatores importantes na 
transmissão: 
– Fontes de infecção: pessoas 
parasitadas 
– Molusco 
– Coleções de água doce e falta de 
saneamento básico
– Hábitos da população: contato 
com a água, poluição com fezes 
humanas
Moluscos transmissores
• Ordem Pulmonata
• Família Planorbidae
• Subfamília Planorbinae: 
– Biomphalaria glabrata, B. straminea, B. tenagophila
(Américas)
– Biomphalaria pfeifferi (África e Ásia ocidental)
– B. alexandria (Egito)
• Subfamília Bulininae
– Bulinus spp (África e Próximo Oriente)
• Schistosoma haematobium
Controle
• Saneamento básico com esgotos e 
água tratadas
• Erradicação dos caramujos que são 
hospedeiros intermediários
• Proteção dos pés e pernas com botas 
de borracha quando é feita a cultura 
do arroz e outros vegetais
• Informando a 
população sobre a 
doença e servindo 
água de qualidade a 
população
• Não entrar em águas 
que tenham 
caramujos
• Tratamento da 
população infectada

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