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aula 3 5

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Podemos considerar o poema abaixo, de Carlos Drummond de Andrade, modernista porque:
 
Ponho-me a escrever teu nome
com letras de macarrão.
No prato, a sopa esfria, cheia de escamas
e debruçados na mesa todos contemplam
esse romântico trabalho.
Desgraçadamente falta uma letra,
uma letra somente
para acabar teu nome!
Estás sonhando? Olhe que a sopa esfria!
Eu estava sonhando...
E há em todas as consciências, um cartaz amarelo:
"Nesse país é proibido sonhar".
Cântico VI
Tu tens um medo de Acabar.
Não vês que acabas todo o dia.
Que morres no amor.
Na tristeza.
Na dúvida.
No desejo.
Que te renovas todo dia.
No amor. Na tristeza.
Na dúvida.
No desejo.
Que és sempre outro.
Disc.: LITERATURA BRASILE 2023.1 EAD (G) / EX
Prezado (a) Aluno(a),
Você fará agora seu TESTE DE CONHECIMENTO! Lembre-se que este exercício é opcional, mas não valerá ponto para
sua avaliação. O mesmo será composto de questões de múltipla escolha.
Após responde cada questão, você terá acesso ao gabarito comentado e/ou à explicação da mesma. Aproveite para se
familiarizar com este modelo de questões que será usado na sua AV e AVS.
 
1.
valoriza o tema onírico.
a linguagem coloquial apresenta com humor o lirismo do cotidiano.
apresenta linguagem formal.
valoriza os padrões da poesia clássica.
 satiriza o modelo romântico.
Explicação:
O eu lírico divaga, procurando formar o nome da amada com as letras da sopa, uma atividade prosaica, nada romântica.
Gabarito
Comentado
Gabarito
Comentado
 
2.
Que és sempre o mesmo.
Que morrerás por idades imensas.
Até não teres medo de morrer.
E então serás eterno.
MEIRELES, C. Antologia poética. Rio de Janeiro: Record, 1963 (fragmento).
A poesia de Cecília Meireles revela concepções sobre o homem em seu aspecto existencial. Em Cântico VI, o eu lírico
exorta seu interlocutor a perceber, como inerente à condição humana,
Em:
 
Não serei o poeta de um mundo caduco.
Também não cantarei o mundo futuro.
Estou preso à vida e olho meus companheiros.
Estão taciturnos mas nutrem grandes esperanças.
Entre eles, considero a enorme realidade.
 
Os versos acima, do poema Mãos dadas, de Carlos Drummond de Andrade,
prendem-se a uma fase de sua poesia na qual o poeta mineiro,
a vontade inconsciente de perpetuar-se em estado adolescente. 
a sublimação espiritual graças ao poder de se emocionar.
um receio ancestral de confrontar a imprevisibilidade das coisas.
o questionamento cético sobre o rumo das atitudes humanas.
o desalento irremediável em face do cotidiano repetitivo.
Explicação:
O eu lírico do texto de Cecília Meireles refere-se diretamente a um interlocutor na segunda pessoa do singular, buscando
convencê-lo de que não é necessário ter medo do fim da vida. Como argumento, afirma que a eternidade, espécie de
sublimação espiritual, pode ser atingida justamente por meio de sentimentos como ¿amor¿, ¿tristeza¿, ¿dúvida¿ e
¿desejo¿, que estão presentes no dia a dia de todos, acabando-se e renovando-se continuamente.
(http://angloresolve.plurall.net/press/question/695697)
 
3.
já na casa dos setenta anos, entrega-se a um memorialismo em tom de crônica, revivendo suas
experiências juvenis.
influenciado diretamente por Oswald de Andrade, passa a compor epigramas irônicos
desiludido com os rumos do mundo contemporâneo, recolhe-se à in�midade e passa a refle�r sobre o
absurdo da existência
rela�vizando a ironia que caracterizava momentos anteriores, escreve poemas de cunho polí�co-social.
promovendo um balanço crí�co de sua poesia, aventura-se em novas formas poé�cas, de caráter
experimental
Explicação:
Nos anos 40 o mundo passava pelo intervalo entre o primeiro e o segundo conflito mundial e ideologias nazistas
dominavam países, incluindo o Brasil. Isso influenciou os poemas de Sentimento do Mundo, revelando a preocupação de
Drummond com as transformações que o mundo viria a sofrer, tanto com a campanha nazista de Adolf Hitler, como com a
ditadura que Getúlio Vargas aplicava em terras brasileiras.
Dentro deste panorama, o poeta aborda temáticas políticas e sociais, assuntos considerados novos em sua poesia naquela
época, que se consolidariam na obra de 1945, A Rosa do Povo. Entre estas leituras que Drummond faz sobre o contexto
social da época pré Segunda Guerra, aparece em sua poesia uma acidez que o revela como um poeta irrequieto. Apesar
disso, a delicadeza e a sua visão lúcida e subjetiva da realidade ainda continuam a fazer parte de seu estilo.
No poema abaixo de Carlos Drummond de Andrade é flagrante: Cota zero Stop. A vida parou Ou foi o automóvel?
Os bens e o sangue
VIII
(...)
Ó filho pobre, e descorçoado*, e finito
ó inapto para as cavalhadas e os trabalhos brutais
com a faca, o formão, o couro... Ó tal como quiséramos
para tristeza nossa e consumação das eras,
para o fim de tudo que foi grande!
Ó desejado,
ó poeta de uma poesia que se furta e se expande
à maneira de um lago de pez** e resíduos letais...
Encontra-se nas linhas de Sentimento do Mundo um traço corrosivo e preciso. Uma característica da poesia de Carlos
Drummond que, nesta obra, encontra a apreensão quanto aos caminhos escolhidos pelos seres humanos. Apesar das
preocupações, a obra apresenta o poeta individualista, que aparecia em Alguma Poesia, tornando-se mais consciente do
mundo, mas sem esquecer a emoção.
Por Felipe Araújo. Disponível em: http://www.infoescola.com/livros/sentimento-do-mundo/ Acesso em 18 mar. 2014.
Gabarito
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4.
A linguagem formal
O humor
A importância da rima
A valorização da métrica
A retomada do princípio parnasiano da ¿Arte pela Arte¿.
Explicação:
Anállise de Domício Proença Filho, sintetizada em http://oficinadoescritor.blogspot.com.br/2008/07/literatura.html)
1- O título anuncia uma situação neutra: zero; simultaneamente positivo e negativo; com esta significativa palavra cota,
entendida como parte, quinhão que cabe a cada um, ou como na linguagem matemática, a distância de um ponto a um
plano de referência.
2 - Stop. Palavra universalmente conhecida e difundida que indica parada momentânea, estacionamento. Muito usada na
sinalização do trânsito para orientação de veículos.
3 - Mas quem pára é a vida; isto é muito mais sério e importante: se a vida pára, é a neutralidade, a ausência de valores; é
o desespero, a angústia de não saber aonde vamos e, às vezes, nem de onde viemos... E o poeta surpreende o leitor:
espera-se naturalmente que o automóvel pare; a parada da vida provoca um impacto de surpresa.
4- Qual seria a solução? Fugir para Minas? Abrir a porta, cuspir? Tomar o bonde? Atingir uma utopia? Descobrir uma
teogonia? Ou dar de ombros, menosprezar a vida, como se ela não fosse mais do que um automóvel que passa?
5 - Esta última, a solução: ironizar: ou foi um automóvel? Desvalorizar, para não chorar. Rir, num riso chapliniano, onde,
através do humor, se percebe a tragédia de quem se sente neutro, nulo, vazio, num instante da existência em que pára a
vida e a cota ainda é zero.
Gabarito
Comentado
 
5.
És nosso fim natural e somos teu adubo,
tua explicação e tua mais singela virtude...
Pois carecia que um de nós nos recusasse
para melhor servirnos. Face a face
te contemplamos, e é teu esse primeiro
e úmido beijo em nossa boca de barro e de sarro.
Carlos Drummond de Andrade, Claro enigma.
* descorçoado: assim como desacorçoado, é uma variante
de uso popular da palavra desacoroçoado, que significa
desanimado.
** pez: piche.
Assinale a alternativa INCORRETA sobre o poema.
(MACK) Assinale a alternativa que não se aplica à obra de Carlos Drummond de Andrade.
Leia a seguir o poema PRÉ HISTÓRIA, de Murilo Mendes, e assinale o tema que dá unidade temática ao texto: Mamãe
vestida de rendas/ Tocava piano no caos./ Uma noite abriu as asas/ Cansada de tanto som,/ Equilibrou-se no azul,/ De
tonta não mais olhou/ Para mim, para ninguém!/ Caiu no álbum de retratos.
O trecho o fim de tudo que foi grande remete à ruína das oligarquias, das quais Drummond é tributário.
Os familiares, que falam no poema, ironizam a condição frágil do poeta.
A imagem deuma poesia que se furta e se expande/à maneira de um lago de pez e resíduos letais... sintetiza o
pessimismo dos poemas de Claro enigma.
Trata-se de um poema exemplar da lírica amorosa do autor
O passado é uma maldição da qual o poeta, como revela o título do poema, não consegue se desvencilhar.
Explicação:
O poema faz parte da lírica autobiográfica andradina
 
6.
"A procurada poesia" é um poema em que o autor se preocupa com a própria confecção da poesia.
Em muitos poemas, apresenta seu desencanto em relação à vida.
"Morte do leiteiro" é um poema baseado na problemática do dia-a-dia.
 
Participante da Semana de Arte Moderna, sua poesia é típica representante da primeira geração modernista
brasileira.
Extrai do mundo interiorano de Itabira o tema para alguns de seus poemas.
Explicação:
Carlos Drummond de Andrade não participou da Semana de Arte Moderna. Sua poesia se insere na Segunda fase do
Modernismo.
 
7.
(PUC)
"Não faças versos sobre acontecimentos.
...................................................
Não faças poesia com o corpo.
...................................................
Não cantes tua cidade, deixa-a em paz.
...................................................
O canto não é a natureza
nem os homens em sociedade.
...................................................
Não recomponhas
tua sepultada e merencória infância.
...................................................
Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos."
Explicitando uma atitude que ele próprio assume como escritor, Carlos Drummond de Andrade sugere, nos versos acima,
que o poeta:
A maternidade
A morte
O passado
O sonho
O medo
Explicação:
O eu lírico conta a morte da mãe de forma muito delicada. Ele revela a sua saída do cotidiano, do convívio, para entrar no
álbum de retratos, ou seja, para o campo do passado e das memórias.
Gabarito
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Gabarito
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Gabarito
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8.
recorra à linguagem coloquial como forma de fazer-se porta-voz dos anseios do povo.
busque transmitir suas emoções pessoais mais íntimas e os desejos de seu corpo.
faça do poema um meio de cantar atos humanos dignos de louvor.
procure as palavras e a sintaxe adequadas ao ritmo da vida urbana moderna.
entenda como essência do texto poético o debruçar-se sobre o enigma da palavra.
Explicação:
As duas últimas estrofes do poema indicam o caminho que o poeta deve seguir: penetrar no universo das palavras e seus
significados. Assim, deve afastar-se dos assuntos mundanos ou pessoais, que não devem servir de temas aos poemas.

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