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CTM – Primeira Lista de Exercícios 1. Cite 3 características típicas de cada uma das 5 classes de materiais apresentadas no curso. Metais: resistentes, dúcteis, bons condutores térmicos/elétricos Cerâmicas: resistentes, frágeis, refratárias, isolantes Polímeros: resistência menor do que metais/cerâmicas, baixa densidade, isolantes Compósitos: combinação de materiais de diferentes classes, alta resistência específica Semicondutores: não tem aplicação estrutural, condutividade depende da dopagem, podem emitir luz. 2. Calcule a força de atração entre um cátion Mg+2 e seu vizinho Cl- no composto MgCl2. Assumir que os íons são cargas puntiformes. Dados: RMg+2 = 0,078 nm e RCl- = 0,181 nm. 2 21 a qZqZK Fatração , onde Z1 e Z2 são as valências. MgCl2 Mg+2 ------------- 2Mg r = 0,78 Å (2 valências) Cl-1 ------------- cl r = 1,81 Å (1 valência) q = 1,6x10-19 Coulomb a = 2Mg r + cl r K = 9x109 V.m/C 210 19199 1081,178,0 106,11106,12109 atraçãoF NFatração 91086,6 3. Calcule qual dos seguintes compostos: MgO e BaO, possui maior força de atração (Fa) para suas distâncias de equilíbrio (ao). Considere os raios iônicos listados a seguir para o cálculo das distâncias de equilíbrio ao = Rcátion + Ranion: RMg 2+ = 0,072 nm, RBa2+ =0,136 nm e RO2- = 0,14 nm As valências (Z1) dos cátions é +2, enquanto a valência de oxigênio (Z2) é -2. As constantes, K e q, têm valores de 9 x 109 V.m/C e 1.6 x 10-19C, respectivamente. Use o valor calculado da força de atração para a distância de equilíbrio (Fa) para determinar qual dos dois compostos terá temperatura de fusão mais alta. MgO: a0=0,072nm + 0,14nm a0=0,212nm. BaO: a0=0,136nm + 0,14nm a0=0.276nm. O MgO possui Tf mais alta, pois sua Fa o distancia de equilíbrio e maior, que a Fa da BaO. 4. Para as células unitárias das redes Cúbica Simples, Cúbica de Corpo Centrado e Cúbica de Face Centrada: Calcule o número de átomos por célula unitária Obtenha a relação entre o parâmetro de rede (a) e o raio atômico (R). Calcule o Fator de Empacotamento Atômico Cúbico simples nº de átomos 18 8 1 átomo volume da célula unitária = 3a Considerando os átomos como esferas rígidas: volume do átomo = 3 3 4 R relação entre a e r: RaCS 2 52,0 2 3 4 3 4 1 3 3 3 3 R R a R FEA Cúbico corpo centrado n° de átomos = 218 8 1 átomos relação entre a e r: 3 4 R aCCC 68,0 3 4 3 4 2 3 3 R R FEA Cúbico de faces centradas nº de átomos = 4 2 1 68 8 1 átomos relação entre a e r: 2 4 R a 74,0 2 4 3 4 4 3 3 R R FEA 5. Calcule a densidade atômica planar (DAP) para os planos cristalinos dos desenhos abaixo. O que você pode concluir sobre a probabilidade de deslizamento nestes planos? (a) (b) (c) planodoÁrea átomosdetotalÁrea DAP 2 4 r aCFC (a) n° de átomos = 214 4 1 átomos. Área do plano: 2a 2 2 2 2 2 2 16 2 2 4 22 r r r r a r DAP = 0,785 (b) n° de átomos = 222 1 4 4 1 átomos. Área do plano: 22 2aaa 2 2 4 2 2 2 2 2 2 2 r r a r DAP = 0,555 (c) 2 2 2 2 2 2 a ha 2 3 2 3 a ah n° de átomos = 25,05,1 6 1 3 2 1 3 átomos Área do plano (111): 2 3 2 2 3 2 2 2a a a alturabase 2 3 2 2 2 a r DAP = 0,906 6. Determine o raio (r) do maior interstício nas redes CCC e CFC. Expresse seu resultado em função do raio atômico (R). Calcule o valor de r para Ferro, nas duas estruturas, sabendo que RFe=0,124 nm. Compare com o raio do Carbono (RC = 0,077nm). O que você pode concluir sobre a facilidade de diluir Carbono em Ferro CCC ou CFC? Para visualizar os interstícios é útil imaginar um corte vertical passando pelo centro da célula unitária. Estes cortes estão representados abaixo para as duas redes, com os átomos originais da rede representados como círculos grandes e os interstícios representados como círculos pequenos. Nota-se que o interstício da rede CFC tem raio ≈ 1.4 vezes maior do que o interstício da rede CCC o que leva a um volume quase 3 vezes maior. Em ambos os casos, o átomo de carbono é maior do que o interstício e causará distorção na rede cristalina do ferro ao ocupar os interstícios. Como esta distorção será substancialmente maior na rede CCC, a solubilidade máxima de carbono em ferro CCC (ferrita) será muito menor, 0,02 wt%, do que em ferro CFC (austenita), 2,11 wt%. CCC e para RFe = 0,124 nm r = 0,019 nm OBS: Na verdade o maior interstício na rede CCC não é o que está desenhado, mas outro posicionado em uma coordenada (½, ¼, 0), cuja visualização e cálculo são mais complexos. Este interstício, na rede do ferro CCC, tem r = 0,036 nm. CFC e para RFe = 0,124 nm r = 0,051 nm 7. Calcule a fração dos sítios atômicos que estão vagos para o chumbo na sua temperatura de fusão de 327oC. Suponha uma energia para a formação de lacunas equivalente a 0,55 eV/átomo. Adote: CD = ND / N = exp (- QD / kT) QD = 0,55 eV/átomo; k = 8,62 x 10-5 eV/átomo-K T = 600 K ND / N = fração de sítios vazios = 2,4 x 10 -5 Resp: 2,4 x 10-5 8. Calcule a energia para a formação de lacunas na prata, sabendo-se que o número de lacunas em equilíbrio a 800oC é de 3,6x1023m-3. O peso atômico e a densidade para a prata são, respectivamente, 107,9g/mol e 9,5g/cm3. m = N x (massa atômica / A) (Eq. 1) m = massa do material N = número de átomos A = n. de Avogadro Dividindo Eq. 1 pelo volume (v), tem-se: N / v = (ρ x A) / massa atômica (Eq. 2) Onde ρ = densidade Da Eq. 2, calcula-se N / v = 53 x 1021 átomos/cm3 = = 53 x 1027 átomos/m3 ND / N = exp (-(QD / kT) (Eq. 3) Da Eq. 3 com ND = 3,6 x 10 23 m-3, N = 53 x 1027 átomos-m-3, k = 8,62 x 10-5 eV/átomo-K e T = 1073 K, calcula-se QD = 1,1 eV/átomo Resp: 1,1 eV/átomo 9. Uma chapa de ferro de 1mm de espessura está exposta a uma atmosfera gasosa carbonetante por um de seus lados e a uma atmosfera descarbonetante pelo outro lado. A temperatura é de 725oC. Após ter atingido uma condição de estado estacionário, o ferro foi rapidamente resfriado à temperatura ambiente. As concentrações de carbono nas duas superfícies da chapa foram determinadas como sendo de 0,012 e 0,0075%. Calcule o coeficiente de difusão se o fluxo de difusão é de 1,4x10-8Kg/m2s. Este problema considera a o coeficiente de difusão no estado estacionário. Precisamos converter as concentrações de carbono de % em peso para kg /m3 Para 0.012%C , onde = densidade C = composição Similarmente para 0,0075%. Agora aplicando a equação de Difusão 10. Para discordâncias em aresta e em hélice indique a relação de orientação entre a discordância, o vetor de Burgers, uma tensão cisalhante aplicada e direção de movimento da discordância. Discordância em aresta: a direção da tensão cisalhante é paralela à direção do movimento da discordância. O vetor de Burgers é perpendicular à discordância. Discordância em hélice: a direção da tensão cisalhante é perpendicular à direção do movimento da discordância. O vetor de Burgers é paralelo à discordância. 11. A figura abaixo se encontra em escala e representa o comportamento tensão-deformação em tração de um corpo de prova de uma liga de latão com comprimento e diâmetro iniciais de 250 mm e 12,8 mm, respectivamente. A região elástica do material acha-se detalhada no interior da referida figura e observe que a reta passa pela origem. Com base no diagrama apresentado e sabendo que MPa = MN / m2, determine: O módulo de elasticidade da liga de latão. O módulo de elasticidade é a inclinação da parte inicial (linear elástica) da curva tensão-deformação. Adotando-se a Lei de Hooke (σ = Eε) na figura ampliada desta região, para tensão de 150 MPa, encontra-se a deformação correspondente(0,0016) e calcula-se E = 94 GPa. O alongamento do corpo de prova sob tensão de 400 MPa; Para a tensão de 400 MPa, a deformação corresponde a 0,125. Fazendo-se ε = Δl/l0, para l0 = 250 mm, calcula-se Δl = 31,3 mm A carga máxima que pode ser suportada pelo material. A carga máxima corresponde ao limite de resistência mecânica (450 MPa). Fazendo-se σ = F / A0 (= 128,6 mm 2), calcula-se F = 58 kN. 12. A tabela abaixo apresenta os resultados de um ensaio de tração em uma barra de alumínio com 12,8 mm de diâmetro e 50,8 mm de comprimento. Determine: Carga (kN) Elongamento (mm) 0 0,000 4,448 0,0254 13,345 0,0762 22,241 0,1270 31,138 0,1778 33,362 0,762 35,141 2,032 35,586 3,048 35,363 4,064 33,806 (fratura) 5,207 O módulo de elasticidade do material. A tensão (σ = F / A0) e deformação (ε = Δl / l0) para a menor carga (4.448 N), A0 = 128,6 mm 2, alongamento corresponde à carga (0,0254 mm) e l0 = 50,8 mm, equivalem a 34,6 MPa e 0,0005, respectivamente. Adotando-se σ = Eε, calcula-se E = 69 GPa. O limite de escoamento e sua respectiva deformação (%), considerando que, neste instante, o alongamento da barra equivale a 0,1778 mm. Para o alongamento de 0,1778 mm, a carga equivale a 31.138 N. Fazendo-se LE = F / A0 (= 128,6 mm 2) e ε = Δl / l0 (= 50,8 mm), calcula-se LE = 242 MPa e ε = 0,0035. A tensão máxima que pode ser suportada pelo material, e sua respectiva deformação. Resp: 277 MPa; 6% Para a carga máxima (35.586 N), o alongamento equivale a 3,048 mm. Fazendo-se LRM = F / A0 (= 128,6 mm 2) e ε = Δl / l0 (= 50,8 mm), calcula-se LRM = 277 MPa e ε = 0,06 (ou 6%). A tensão de fratura e sua respectiva deformação. Resp: 263 MPa; 10,3% Para a carga de fratura (33.806 N), o alongamento equivale a 5,207 mm. Fazendo-se TF = F / A0 (= 128,6 mm 2) e ε = Δl / l0 (= 50,8 mm), calcula-se tensão TF = 263 MPa e ε = 0,103 (ou 10,3%). 13. O limite de escoamento ( y) de um aço, com baixo teor de carbono e tamanho de grão médio de 0,05 mm é de 137,9 MPa. Se considerarmos o mesmo aço com um tamanho de grão de 0,007 mm, esse limite será de 275,8 MPa. Qual será o tamanho médio de grão desse aço com um limite de escoamento de 206,85 MPa? Considere que a equação de Hall-Petch é válida e que as alterações no limite de escoamento devem- se apenas às mudanças no tamanho do grão. Solução: Hall-Petch (σ0 e µ são constantes para cada metal). I II. . 14. Considere uma liga Bismuto-Antimônio na quantidade 70Bi-30Sb. Baseado no diagrama de fases abaixo, responda. Quais as fases, suas composições e quantidades, presentes a 400 °C? i. e líquido ii. = 59Sb e 41Bi , líquido = 18Sb e 82Bi iii. = 29% e líquido = 71% Idem a 300°C. i. 100% com 30Sb e 70Bi Di Diagrama de equilíbrio da liga Bismuto-Antimônio 15. Para uma liga Alumínio-Germânio na quantidade 80Al-20Ge, considere a fase rica em alumínio e a fase rica em germânio. Quais as fases, suas composições e quantidades, presentes a 590 °C? i. e líquido ii. = 98Al e 2Ge, líquido = 76Al e 24Ge iii. = 18% e líquido = 82% Idem a 500 °C. i. e líquido ii. = 96Al e 4Ge, líquido = 59Al e 41Ge iii. = 57% e líquido = 43% Idem a 420 °C. i. e líquido ii. = 95Al e 5Ge, líquido = 48Al e 52Ge iii. = 68% e líquido = 32% Idem a 200 °C. e ii. = 99,5Al e 0,5Ge (considerado), = 99,9Ge e 0,1Al (considerado) e sólido eutético = 48Al e 52Ge iii. = 62% (também chamado de pró-eutético) e sólido eutético = 38%. O sólido eutético não é fase, mas sim um sólido bifásico formado de e No sólido eutético, = 49% e = 51%, daí: total = pró-eut + eut = 80.5% e total = eut = 19.5% Diagrama de equilíbrio da liga Alumínio-Germânio 16. Para uma liga Bismuto-Cádmio na quantidade 70Cd- a fase rica em Cádmio. Quais as fases, suas composições e quantidades, presentes a 210 °C? i. e líquido ii. = 0,1Bi e 99,9Cd (considerado), líquido = 46Bi e 54Cd iii. = 35% e líquido = 65% Idem a 160 °C. i. e líquido ii. = 0,1Bi e 99,9Cd (considerado), líquido = 58Bi e 42Cd iii. = 48% e líquido = 52% Idem a 150 °C. i. e líquido ii. = 0,1Bi e 99,9Cd (considerado), líquido = 60Bi e 40Cd iii. = 50% e líquido = 50% Idem a 50°C. i. e ii. = 0,1Bi e 99,9Cd (considerado), = 99,9Bi e 0,1Cd (considerado) e sólido eutético = 60Bi e 40Cd. iii. = 50% ( pró-eutético) e sólido eutético = 50%. No sólido eutético, = 60% e = 40%, daí: total = pró-eut + eut = 70% e total = eut = 30% Diagrama de equilíbrio da liga Bismuto–Cádmio 17. Considerando o diagrama de fases Cu-Ni, seria possível endurecer uma liga destes dois elementos por mecanismo de precipitação? Caso seja possível, explicar como este endurecimento seria realizado. Caso não seja possível, evidenciar se há outro mecanismo de endurecimento disponível para este caso e explicar como este seria provocado. Use o diagrama de fases Cu-Ni abaixo para justificar suas respostas. Solução: Não é possível realizar endurecimento por precipitação numa liga Cu-Ni, pois não há campos bifásicos de estabilidade. Com base no diagrama isomorfo Cu-Ni um possível mecanismo de endurecimento é endurecimento por solução solida. Acrescentando Ni ao Cu ou vice versa, adicionamos os elementos impurezas em relação ao metal puro endurecendo a liga, ao criar obstáculos para a movimentação de discordâncias.
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