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CONTABILIDADE DE CUSTOS Professora Esp. Juliana Moraes da Silva GRADUAÇÃO Unicesumar C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a Distância; SILVA, Juliana Moraes da. Contabilidade de Custos. Juliana Moraes da Silva. Reimpresso em 2021. Maringá-Pr.: UniCesumar, 2018. 225 p. “Graduação - EaD”. 1. Contabilidade de custos. 2. Plano de contas . 3. Custeio 4. EaD. I. Título. ISBN 978-85-459-0823-4 CDD - 22 ed. 657 CIP - NBR 12899 - AACR/2 Ficha catalográfica elaborada pelo bibliotecário João Vivaldo de Souza - CRB-8 - 6828 Impresso por: Reitor Wilson de Matos Silva Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor Executivo de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva Pró-Reitor de Ensino de EAD Janes Fidélis Tomelin Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi NEAD - Núcleo de Educação a Distância Diretoria Executiva Chrystiano Minco� James Prestes Tiago Stachon Diretoria de Graduação e Pós-graduação Kátia Coelho Diretoria de Permanência Leonardo Spaine Diretoria de Design Educacional Débora Leite Head de Produção de Conteúdos Celso Luiz Braga de Souza Filho Head de Curadoria e Inovação Jorge Luiz Vargas Prudencio de Barros Pires Gerência de Produção de Conteúdo Diogo Ribeiro Garcia Gerência de Projetos Especiais Daniel Fuverki Hey Gerência de Processos Acadêmicos Taessa Penha Shiraishi Vieira Gerência de Curadoria Giovana Costa Alfredo Supervisão do Núcleo de Produção de Materiais Nádila Toledo Supervisão Operacional de Ensino Luiz Arthur Sanglard Coordenador de conteúdo José Manoel da Costa Qualidade Editorial e Textual Daniel F. Hey, Hellyery Agda Design Educacional Nádila de Almeida Toledo Camila Zaguini Silva Fernando Henrique Mendes Rossana Costa Giani Projeto Gráfico Jaime de Marchi Junior José Jhonny Coelho Arte Capa Arthur Cantareli Silva Editoração Daniel Fuverki Hey José Jhonny Coelho Revisão Textual Jaquelina Kutsunugi, Keren Pardini, Maria Fernanda Canova Vasconcelos, Nayara Valenciano Viver e trabalhar em uma sociedade global é um grande desafio para todos os cidadãos. A busca por tecnologia, informação, conhecimento de qualidade, novas habilidades para liderança e so- lução de problemas com eficiência tornou-se uma questão de sobrevivência no mundo do trabalho. Cada um de nós tem uma grande responsabilida- de: as escolhas que fizermos por nós e pelos nos- sos farão grande diferença no futuro. Com essa visão, o Centro Universitário Cesumar assume o compromisso de democratizar o conhe- cimento por meio de alta tecnologia e contribuir para o futuro dos brasileiros. No cumprimento de sua missão – “promover a educação de qualidade nas diferentes áreas do conhecimento, formando profissionais cidadãos que contribuam para o desenvolvimento de uma sociedade justa e solidária” –, o Centro Universi- tário Cesumar busca a integração do ensino-pes- quisa-extensão com as demandas institucionais e sociais; a realização de uma prática acadêmica que contribua para o desenvolvimento da consci- ência social e política e, por fim, a democratização do conhecimento acadêmico com a articulação e a integração com a sociedade. Diante disso, o Centro Universitário Cesumar al- meja ser reconhecido como uma instituição uni- versitária de referência regional e nacional pela qualidade e compromisso do corpo docente; aquisição de competências institucionais para o desenvolvimento de linhas de pesquisa; con- solidação da extensão universitária; qualidade da oferta dos ensinos presencial e a distância; bem-estar e satisfação da comunidade interna; qualidade da gestão acadêmica e administrati- va; compromisso social de inclusão; processos de cooperação e parceria com o mundo do trabalho, como também pelo compromisso e relaciona- mento permanente com os egressos, incentivan- do a educação continuada. Seja bem-vindo(a), caro(a) acadêmico(a)! Você está iniciando um processo de transformação, pois quan- do investimos em nossa formação, seja ela pessoal ou profissional, nos transformamos e, consequente- mente, transformamos também a sociedade na qual estamos inseridos. De que forma o fazemos? Criando oportunidades e/ou estabelecendo mudanças capa- zes de alcançar um nível de desenvolvimento compa- tível com os desafios que surgem no mundo contem- porâneo. O Centro Universitário Cesumar mediante o Núcleo de Educação a Distância, o(a) acompanhará durante todo este processo, pois conforme Freire (1996): “Os homens se educam juntos, na transformação do mundo”. Os materiais produzidos oferecem linguagem dialó- gica e encontram-se integrados à proposta pedagó- gica, contribuindo no processo educacional, comple- mentando sua formação profissional, desenvolvendo competências e habilidades, e aplicando conceitos teóricos em situação de realidade, de maneira a inse- ri-lo no mercado de trabalho. Ou seja, estes materiais têm como principal objetivo “provocar uma aproxi- mação entre você e o conteúdo”, desta forma possi- bilita o desenvolvimento da autonomia em busca dos conhecimentos necessários para a sua formação pes- soal e profissional. Portanto, nossa distância nesse processo de cres- cimento e construção do conhecimento deve ser apenas geográfica. Utilize os diversos recursos peda- gógicos que o Centro Universitário Cesumar lhe possi- bilita. Ou seja, acesse regularmente o AVA – Ambiente Virtual de Aprendizagem, interaja nos fóruns e en- quetes, assista às aulas ao vivo e participe das discus- sões. Além disso, lembre-se que existe uma equipe de professores e tutores que se encontra disponível para sanar suas dúvidas e auxiliá-lo(a) em seu processo de aprendizagem, possibilitando-lhe trilhar com tranqui- lidade e segurança sua trajetória acadêmica. A U TO R A Professora Esp. Juliana Moraes da Silva Possui graduação em Licenciado em Matemática pela Universidade Estadual de Maringá (2001), graduação em Bacharel em Ciências Contábeis pela Universidade Estadual de Maringá (2006) e Especialização em Auditoria e Controladoria pelo Centro Universitário de Maringá (2011). Atualmente é professora do UniCesumar - Centro Universitário Cesumar e UEM - Universidade Estadual de Maringá SEJA BEM-VINDO(A)! Há uma frase bastante popular que diz o seguinte: “Para quem não sabe aonde quer chegar, qualquer caminho serve”. É mais ou menos assim que muitas pessoas vivem, não sabem o que querem, seguem por qualquer caminho e por isso nunca conseguem nada, nem chegam a lugar nenhum. Mas você é diferente, você escolheu o caminho da academia! Caro(a) acadêmico(a), para seguir este caminho, é preciso traçar uma meta, e para buscá-la, é necessário planeja- mento, organização, perseverança, conhecer as possibilidades e aproveitar as oportuni- dades. Tenha calma, você vai chegar lá, mas deve ser um passo de cada vez. No ensino a distância, é a sua disciplina de cada dia, de cada mês, de cada ano, que lhe mostrará que você está chegando lá. Caro(a) aluno(a)! É com grande satisfação que escrevemos este material de Contabili- dade de Custos, especialmente elaborado para auxiliar nos passos da sua caminhada. Meu nome é Juliana Moraes da Silva, sou graduada em Licenciatura Plena em Matemáti- ca e Bacharelado em Ciências Contábeis, ambos pela Universidade Estadual de Maringá, sou especialista em Auditoria e Controladoria pelo Centro de Ensino Superior de Ma- ringá. Ministro aulas para o Curso de Ciências Contábeis presencial no CESUMAR desde 2009. Trabalho com cálculos periciais desde 2003. O presente material de Custos está estruturado em cinco unidades, nas quais apresenta- mos uma explanação teórica acerca dos temas abordados, exemplos, dicas e sugestões de leituras complementares, exercícios resolvidos, finalizando com uma lista de atividades. O surgimento da contabilidade de custos, as terminologias contábeis, os conceitos ini- ciais, fundamentais para um aprendizado eficaz da Contabilidade de Custos estão apre- sentados na Unidade I. Na Unidade II, abordamos os elementos que compõem os custos dos produtos,mercadorias e serviços, indispensáveis para o controle da empresa e para a formação do preço de venda. O processo de departamentalização, divisão do setor fabril em departamentos, bem como os sistemas de custeamento, estão explanados na Unidade III. Nessa unidade, di- ferenciamos a produção contínua da produção por encomenda. Na Unidade IV, destacamos os sistemas de custeios. Aqui, vamos aprender quais são as metodologias de cálculos utilizadas para apurar o custo de um produto, mercadoria e serviço de acordo com as Normas Contábeis e aceitas pela legislação fiscal. Também vamos abordar os métodos de apuração dos custos utilizados para fins gerenciais, cuja finalidade é fornecer informações para a tomada de decisão. Por fim, na Unidade V, finalizamos o conteúdo de custos com a fixação do preço de ven- da, uma das tarefas mais importantes para as empresas. Embora a literatura seja escassa quanto às atividades comerciais e prestadoras de serviços, abordamos neste material as particularidades destas atividades e a fixação do seu preço de venda. Ante todo o exposto, não perca mais tempo, o seu futuro só depende de você mesmo(a). Vamos dar o próximo passo? APRESENTAÇÃO CONTABILIDADE DE CUSTOS 8 - 9 SUMÁRIO 8 - 9 UNIDADE I INTRODUÇÃO À CONTABILDADE DE CUSTOS 13 Introdução 13 Surgimento da Contabilidade de Custos 20 Terminologias Aplicadas à Contabilidade de Custos 26 Classificação dos Custos 35 Plano de Contas 43 Considerações Finais UNIDADE II ELEMENTOS QUE INCORPORAM OS CUSTOS 53 Introdução 73 Mão de Obra Direta 82 Custos Indiretos de Produção 90 Apuração do Custo Total (I) 98 Contabilização dos Custos (I) 104 Considerações Finais UNIDADE III DEPARTAMENTALIZAÇÃO E SISTEMAS DE ACUMULAÇÃO DE CUSTOS 117 Introdução 117 Departamentalização 124 Apuração do Custo Total (II) – com Departamentalização SUMÁRIO 10 - PB 133 Contabilização dos Custos (Ii) – com Departamentalização 143 Sistemas de Acumulação de Custos 162 Considerações Finais UNIDADE IV SISTEMAS DE CUSTEIOS 171 Introdução 171 Custeio por Absorção 179 Custeio Variável 186 ABC - Custeio Baseado em Atividade 188 Custeio-Padrão 193 Considerações Finais UNIDADE V FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA NA INDÚSTRIA, COMÉRCIO E SERVIÇOS 201 Introdução 201 Formação do Preço de Venda na Indústria 208 Formação do Preço de Venda no Comércio 213 Formação do Preço de Venda na Prestadora de Serviço 219 Considerações Finais 223 CONCLUSÃO 225 REFERÊNCIAS U N ID A D E I Professora Esp. Juliana Moraes da Silva INTRODUÇÃO À CONTABILDADE DE CUSTOS Objetivos de Aprendizagem ■ Conhecer a origem da contabilidade de custos. ■ Compreender os termos aplicados à contabilidade de custos. ■ Diferenciar os custos diretos, indiretos, fixos e variáveis. ■ Identificar as contas de custos no plano de contas. Plano de Estudo A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: ■ Surgimento da Contabilidade de Custos ■ Terminologias Aplicadas à Contabilidade de Custos ■ Classificação dos Custos ■ Plano de Contas 12 - 13 INTRODUÇÃO A contabilidade de custos, a exemplo das demais áreas do conhecimento, sur- giu em razão da necessidade do homem em apurar os custos e o lucro. Nesta primeira unidade do livro, abordamos o surgimento da contabilidade de custos como um ramo da contabilidade financeira. Ainda, destacamos as terminologias contábeis, correspondentes aos conceitos que fundamentam a aprendizagem das operações e demonstra- ções contábeis. Para possibilitar a apuração dos custos dos produtos, definimos e exem- plificamos as classificações dos custos com relação à forma de apropriação ao produto e em relação ao volume de produção. Por fim, apresentamos a definição de plano de contas, exemplificando por meio de um modelo hipotético dos grupos e subgrupos das contas patrimoniais, contas de resultado e contas de compensação. SURGIMENTO DA CONTABILIDADE DE CUSTOS O NASCIMENTO DA CONTABILIDADE DE CUSTOS A história da contabilidade, segundo historiadores, é tão antiga quanto a pró- pria história das civilizações. A contabilidade teve origem na necessidade que as pessoas tinham de inventariar suas armas de pesca e caça, contar o reba- nho, controlar a quantidade de mantimentos, registrar as informações quanto às trocas efetuadas por elas, de modo a garantir o controle das coisas que pos- suíam ou deviam. O desenvolvimento da contabilidade foi lento. A descoberta do papiro e do cálamo facilitaram o registro das informações sobre os negócios provenientes das trocas de bens e serviços que os homens efetuavam. 12 - 13 Introdução Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . © sh ut te rs to ck 14 - 15 INTRODUÇÃO À CONTABILDADE DE CUSTOS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. I O aparecimento da moeda propiciou um salto na história da contabilidade, pois até então, as mercadorias eram inventariadas pelas quantidades físicas e, com o advento da moeda, estas mercadorias passaram a adquirir valor monetário. A partir deste momento, a contabilidade passou a ser um indispensável elemento para controle, organização dos negócios e aumento do patrimônio. Desde muitos anos atrás, as pessoas já se utilizavam da contabilidade para controlar os bens que produziam e as dívidas para com terceiros. Naquela época, as informações não exigiam muito da contabilidade, uma vez que o controle necessário referia-se apenas à quantidade de valores de bens e mercadorias negociadas. No entanto, com a intensificação do comércio, o aumento gradativo das trocas, dos bens e das dívidas, a contabilidade preci- sou se adaptar às novas exigências e passou a se desenvolver de acordo com as necessidades. A publicação da Summa de Arithmetica, em 1494, de autoria do então frei e professor de álgebra Luca Pacioli (1445-1517), foi um dos marcos históricos mais extraordinários da contabilidade. A referida obra abordava a sistematização da contabilidade por meio do método das partidas dobradas, até hoje aplicado, enfatizando o fato de que a teoria contábil do débito e do crédito corresponde à teoria dos números positivos e negativos. Fonte: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Luca_Pacioli> 14 - 15 Surgimento da Contabilidade de Custos Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . Desde então, a humanidade vem passando por sucessivas transformações no modo de guardar e registrar os bens. As pessoas passaram a se reunir em dois ou mais indivíduos e constituírem sociedades, onde cada mem- bro participava com uma determinada quantidade de ações. O objetivo desta constituição era oferecer mer- cadorias. Deste modo, houve o acúmulo crescente de bens e obrigações a serem controladas. Neste ambiente de negócios, surge a contabilidade financeira, ligada aos processos comerciais e seguindo determinadas regras e normas de escritura- ção, com finalidade de fornecer informações aos acionistas da sociedade e às demais pessoas interessadas. Anteriormente à Revolução Industrial, praticamente não existia a conta- bilidade de custo, pois os negócios desenvolvidos na época eram basicamente relacionados à comercialização de mercadorias, e não a produtos industriali- zados. Desta forma, existia a contabilidade financeira que atendia aos usuários externos. Havia outra contabilidade, denominada de contabilidade de custo, dire- cionada às questões internas, relacionada ao controle de mercadorias que eram registradas nos estoques avaliados pelo custo da aquisição. Assim, o custo das mercadorias era o valor constante do documento de compra do bem, acrescido dos gastos necessários para colocá-las em condição de uso. Relacionada aos processos comerciais, focada nos relatórios e demonstrati- vosdirigidos ao público externo da empresa, a contabilidade financeira abrange a apuração do resultado de cada período e o levantamento do balanço final, tomando por base os valores constantes dos seus estoques físicos, apurados por meio de diferença, conforme apresentado: 16 - 17 INTRODUÇÃO À CONTABILDADE DE CUSTOS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. I Apuração do custo das mercadorias vendidas Estoques Iniciais ..................................................... $ ( + ) Compras ....................................................... $ ( - ) Estoques Finais ............................................ $ ( = ) Custo das Mercadorias Vendidas ........ $ Fonte: a autora O resultado econômico obtido antes dos valores apurados a título de imposto de renda era resultante da diferença entre as receitas líquidas provenientes das vendas das mercadorias e o custo das mercadorias vendidas, deduzidas ainda despesas despendidas para obtenção da receita do mesmo período. Desta forma, a Demonstração de Resultado da Empresa era assim estruturada: APURAÇÃO DO RESULTADO DO PERÍODO Vendas Líquidas ..................................................................................... $ ( - ) Custo das Mercadorias Vendidas ............................................... $ Estoques Iniciais ...................................................................................... $ ( + ) Compras ............................................................................................ $ (- ) Estoques Finais .................................................................................. $ ( = ) Lucro Bruto....................................................................................... $ ( - ) Despesas ............................................................................................ $ Comerciais (vendas) ............................................................................. $ Administrativas ...................................................................................... $ Financeiras ............................................................................................... $ Resultado Antes do Imposto de Renda .......................................... $ Fonte: a autora 16 - 17 Surgimento da Contabilidade de Custos Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . A partir da Revolução Industrial, no século XVIII, a contabilidade teve o marco do crescimento, desenvolvimento e desdobramento, pois as empresas, até então comerciais, passaram a adquirir matéria-prima, agregar trabalho e outros fato- res chamados de custo de produção ou fabricação, de modo a transformá-los em novo produto destinado à venda. ©shutterstock Neste novo contexto, o balanço final e apuração do resultado não poderiam mais ser mensurados pelo simples valor de aquisição do bem, pois o novo produto era eivado de materiais e outros fatores despendidos na sua produção. Assim, houve uma maior valorização e exigência dos profissionais da área contábil para apuração das demonstrações, devido à complexidade de atribuir valor aos estoques, necessitando promover algumas adaptações dos critérios de avaliação de estoques utilizados nas empresas comerciais para as industriais. A complexidade da atividade industrial fez surgir a contabilidade de custo desdobrada da contabilidade financeira, com a finalidade de controlar e apro- priar custos, calcular o valor do bem a ser inventariado, auxiliar na formação do preço de venda, além de fornecer subsídios para a gestão eficiente da empresa. 18 - 19 INTRODUÇÃO À CONTABILDADE DE CUSTOS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. I A CONTABILIDADE DE CUSTOS NO CONTEXTO ATUAL A contabilidade de custos é uma técnica desenvolvida a partir da necessidade de aprimorar o método de avaliação dos estoques das empresas comerciais para as industriais. Com o advento de novas tecnologias e novos processos produti- vos, o gerenciamento e as análises dos custos foram se tornando cada vez mais exigíveis e indispensáveis. COMPARAÇÃO DO COMÉRCIO COM A INDÚSTRIA Compra - roupa Vende - roupa Comércio (compra e venda de mercadoria) Compra - tecido Vende - roupa Transformação Indústria (compra materiais e vende produto) Fonte: a autora Nas primeiras indústrias, pós-Revolução, a contabilidade de custos surgiu com o objetivo de apurar o custo dos produtos. A função de geradora de informações para a tomada de decisão não era exigida da contabilidade de custos, tendo em vista a pouca concorrência, o mercado da época absorvia os preços elevados e os problemas de ineficiência das empresas. Atualmente, a contabilidade de custo é utilizada como uma forma de sobre- vivência, as empresas necessitam de conhecimentos mais profundos sobre planejamento, organização, registro, análise e relatórios de custos. 18 - 19 Surgimento da Contabilidade de Custos Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . Outros fatores, além dos avanços tecnológicos e a competição dos mercados, como a escassez de algumas matérias-primas, o surgimento dos blocos econô- micos, o aumento da qualidade e da produtividade, também cooperaram para que os sistemas de custos adquirissem maior importância para as indústrias. Neste contexto, a contabilidade de custo passou a ser solicitada a prestar infor- mações referentes aos aspectos administrativos, econômicos e financeiros, bem como controlar as operações e determinar o lucro. Das sucessivas mudanças e adaptações, observa-se também uma alteração quanto aos custos ocorridos no âmbito das empresas nas últimas décadas. O perfil do custo fabril tem se deslocado. Estudos evidenciam o fato de que, no início das primeiras indústrias, o custo com mão de obra direta era extremamente elevado, no entanto, com o avanço tecnológico substituindo o trabalho braçal, o aperfeiçoamento cada vez maior em especializar-se em determinada área tem forçado uma redução no custo da mão de obra em relação ao custo total do produto. Por outro lado, os custos como investimentos tecnológicos em máquinas e equipamentos, projetos de melho- ria de produção de qualidade, são fatores que têm encarecido os custos de produção. Ante o exposto, a contabilidade de custo não pode ser utilizada apenas para controlar estoques, mas também para atentar-se às novas necessidades da socie- dade e expectativas do mercado consumidor, que estão cada vez mais exigentes com relação à qualidade dos produtos, prazos de entregas, preços e oferecimento de um trabalho diferenciado. ©shutterstock 20 - 21 INTRODUÇÃO À CONTABILDADE DE CUSTOS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. I TERMINOLOGIAS APLICADAS À CONTABILIDADE DE CUSTOS Os termos técnicos utilizados na contabilidade de custos não podem ser confun- didos com as palavras de profissionais de outras áreas de conhecimento como, por exemplo, a economia e a administração Com a finalidade de possibilitar a apuração e a compreensão das informa- ções das demonstrações contábeis, apresentamos alguns conceitos relevantes para o bom entendimento dos termos utilizados pela contabilidade. GASTOS Os gastos correspondem aos compromissos financeiros assumidos por meio de aquisições necessárias para a obtenção de seus produtos e serviços. Como exemplos de gastos, podemos citar: ■ Aquisição (compra) de mercadorias para revenda. ■ Aquisição de recursos para a realização de serviços. ■ Aquisição de matéria-prima para industrialização. ■ Aquisições de máquinas, equipamentos, móveis etc. ■ Aquisições de recursos para serem consumidos na administração. De acordo com o reconhecimento destes gastos para a empresa, eles poderão ser classificados contabilmentecomo investimentos, custos ou despesas. DESEMBOLSOS Os desembolsos consistem nos pagamentos, entrega de numerários da empresa. Os pagamentos são originados da aquisição de bens ou serviços de terceiros, independentemente do período em que os mesmos serão consumidos. ©shu tters tock 20 - 21 Terminologias Aplicadas à Contabilidade de Custos Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . Ao analisarmos o termo desembolso, pode- mos diferenciar os conceitos de Regime de Competência e Regime de Caixa. Enquanto o Regime de Competência está associado ao perí- odo de ocorrência dos fatos, o Regime de Caixa relaciona-se aos pagamentos ou recebimentos, independe do período de ocorrência dos fatos. A contratação de um vigia noturno que pres- tará seus serviços no mês de janeiro, mas só irá receber no mês subsequente, fevereiro. Para apuração do resultado de uma operação e seus reflexos patrimoniais, esse gasto é de competência do mês de janeiro, período em que os serviços foram presta- dos, mas em termos de Fluxo de Caixa, o desembolso será uma ocorrência da movimentação do mês de fevereiro, data da saída de dinheiro para pagamento. Os pagamentos de mercadorias, matéria-prima, seguros, salários, energia elétrica, máquinas, equipamentos, são exemplos de desembolsos. Os desembolsos podem ocorrer em três momentos: ■ Pagamento antecipado, anterior à aquisição. ■ Pagamento à vista, no momento da aquisição. ■ Pagamento a prazo, após a aquisição. Entende-se por pagamento antecipado o desembolso efetuado pela empresa em forma de adiantamento, antes mesmo das aquisições como, por exemplo, a compra de mercadorias à vista em um determinado mês para ser entregue em períodos seguintes. Os pagamentos à vista, como o próprio termo sugere, correspondem ao desembolso efetuado no momento na aquisição do bem ou serviço como, por exemplo, pagamento pela aquisição de uma peça para manutenção de uma máquina. Por fim, o pagamento a prazo representa o desembolso após o gasto, como a compra de matéria-prima para ser consumida imediatamente e paga em perí- odos subsequentes. 22 - 23 INTRODUÇÃO À CONTABILDADE DE CUSTOS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. I Do exposto, os desembolsos correspondem às saídas de numerários do caixa ou do banco da empresa para honrar obrigações assumidas anteriormente, no momento, ou ainda após a aquisição e utilização de bens ou serviços. O desembolso pode ser entendido como sendo o pagamento por algo adquirido. Os gastos normalmente são confundidos com desembolsos, no entanto, são conceitos distintos. Enquanto os gastos representam a aquisição de bens ou serviços adquiridos, o desembolso é considerado como o pagamento destes bens ou serviços. INVESTIMENTOS Os investimentos representam os gastos ativados em função de sua vida útil, os investimentos trarão benefícios presentes e futuros. Assim, os gastos com investimentos permanecem por determinado período de tempo no ativo e, posteriormente, quando consumidos ou utilizados, passam ser classificados como custos, despesas ou perdas. A aquisição de uma máquina pela empresa, no momento da compra, é considerada um gasto. Com o registro no imobilizado a máquina passa a ser considerada um investimento. Futuramente, com o desgaste gerado pelo uso, a máquina será transformada em custos ou despesas. Portanto, todo investimento efetuado pela empresa objetiva a geração de bene- fícios futuros, podem ser resultantes da venda do investimento ou da utilização no processo produtivo. Assim, a mercadoria quando adquirida é registrada no ativo com o objetivo de ser vendida no futuro e gerar receita para a empresa. Por outro lado, a matéria-prima é também um investimento, pois pode primeiramente ser registrada no ativo para posteriormente ser alocada ao produto como custo. PERDAS Consideram-se perdas anormais os bens ou serviços consumidos de forma anor- mal, não programada, inesperada ou involuntária. ©shutterstock 22 - 23 Terminologias Aplicadas à Contabilidade de Custos Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . Um gasto não intencional decorrente de fatores externos são perdas consi- deradas inesperadas, difíceis de serem previstas, alheias ao processo produtivo da empresa. Como exemplo de perdas anormais, podemos citar as enchentes, incêndios, desmoronamentos, acidentes e outros mais. Para a redução de riscos destas perdas, a empresa pode utilizar alguns meios como a prevenção de falhas mecânicas, conferências periódicas da rede elétrica e hidráulica, melhorias em relação à segurança, boa manutenção das instalações dentre outras medidas. Normalmente, as perdas anormais reduzem o resultado operacional como, por exemplo, greves de empregados, perda de veículos e de cargas em desastres. Existem também as perdas que estão relacionadas com a atividade produtiva da empresa, que são consideradas como perdas normais, pois normalmente são previsíveis e estimadas durante o processo produtivo. Alguns dos exemplos des- sas perdas são provenientes de dimensões de matéria-prima e corte de máquinas diferenciadas, reações químicas, evaporação e outros semelhantes. O valor das perdas normais é absorvido pelos custos das operações. 24 - 25 INTRODUÇÃO À CONTABILDADE DE CUSTOS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. I DESPESAS As despesas da entidade correspondem aos gastos de bens ou serviços consu- midos de maneira direta ou indireta para administrar a empresa e realizar as vendas, ou seja, são sacrifícios necessários para obtenção da receita. As despesas são gastos não associados na produção dos bens ou serviços, pois se referem a um determinado período de tempo e não a um determinado produto. Como exemplo de despesa, podemos citar o consumo de energia elétrica pela parte administrativa da empresa, os honorários advocatícios, o material de escri- tório consumido, depreciação dos computadores do departamento financeiro etc. As despesas são classificadas como Contas de Resultado, correspondem aos gastos administrativos, financeiros, comerciais, provenientes de natureza não fabril, indispensáveis para a colocação dos produtos ou serviços no mercado. Pelo fato das despesas estarem relacionadas a um determinado período e não aos produtos, elas são evidenciadas na Demonstração do Resultado do Exercício. CUSTOS Os custos correspondem aos bens e serviços consumidos no processo pro- dutivo de outros bens e serviços. Assim, os custos estão associados diretamente à produção de produtos ou serviços. A depreciação de uma máquina industrial é considerada um custo, pois o uso da máquina (redução de vida útil) foi efetuado na produção do bem a ser vendido ou no serviço prestado. O consumo da energia elétrica do setor indus-trial também recebe a classificação de custo, pois representa um gasto consumido pelo produto durante o processo produtivo. Os produtos industrializados concluídos com os custos de fabricação a eles atribuídos, são primeiramente ativados pela entidade no estoque de Produto Acabado, permanecendo no aguardo da venda. Uma particularidade dos cus-tos é que, enquanto o produto não for efetivamente vendido (custo realizado), aparece no Ativo do Balanço Patrimonial da empresa em forma de estoque de produtos acabados (custo a realizar). Os custos reduzem o resultado operacional no momento da realização, ou seja, na venda. 24 - 25 Terminologias Aplicadas à Contabilidade de Custos Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . Gastos Investimentos Custos Despesas Estoque de Produto Acabado Balanço Patrimonial Custo do Produto Vendido Demonstração do Resultado doExercício Fonte: a autora Depreende-se da figura acima que os gastos podem ser classificados em Investimentos, Custos ou Despesas. Os Investimentos são gastos registrados no Ativo do Balanço Patrimonial. As Despesas são gastos relacionados a um perí- odo de tempo, independentemente da ocorrência ou ausência de produção dos produtos, são evidenciadas na DRE – Demonstração do Resultado do Exercício. Os Custos estão associados à elaboração de produtos, só há custos se ocorrer produção. Os custos não realizados (produtos não vendidos), ficam registra- dos no Estoque do Balanço Patrimonial. No momento da Venda, os estoques tornam-se Custo dos Produtos Vendidos (custos realizados), evidenciados na Demonstração do Resultado do Exercício. RECEITAS Receita é um dos termos mais fundamentais para a Contabilidade de modo geral, corresponde ao ingresso de recursos no ativo da empresa sob forma de dinheiro ou direitos a receber, geralmente relacionados à venda de bens ou serviços. Segundo Franco (1996, p. 77), “A receita dá-se, portanto, quando da recupe- ração do custo (venda dos produtos, no caso das indústrias), independentemente do recebimento antecipado ou futuro do dinheiro”. 26 - 27 INTRODUÇÃO À CONTABILDADE DE CUSTOS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. I As receitas aumentam o patrimônio, aparecem refletidas no Balanço Patrimonial, quando à vista, no Caixa, e, se a venda for a prazo, em Duplicatas a Receber. Normalmente as receitas são provenientes de vendas de bens, serviços ou mercadorias, advindas da atividade principal da empresa. No entanto, muitas vezes as empresas podem obter receitas de atividades acessórias como venda de um veículo do ativo imobilizado e, neste caso, a receita normalmente é clas- sificada como receita não operacional, uma vez que a sua ocorrência não está diretamente relacionada com a venda de produtos correspondentes à atividade principal da empresa. RECEBIMENTOS Os recebimentos correspondem a entradas de recursos no caixa da empresa ou nas contas bancárias, como o recebimento de duplicatas, o recebimento pela venda de veículos usados, depósitos à vista efetuados por clientes. É importante notar que o recebimento não está relacionado com a realiza- ção da receita, pois as vendas podem ser efetuadas com promessa de pagamento futuro. Venda a prazo não corresponde à entrada efetiva de recursos financeiros na empresa no ato, mas um direito a crédito pactuado. CLASSIFICAÇÃO DOS CUSTOS Os sistemas de contabilidade de custos tradicionais classificam os custos quanto a sua apropriação aos produtos e em relação ao volume de produção. 26 - 27 Classificação dos Custos Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . CUSTOS QUANTO À APROPRIAÇÃO AOS PRODUTOS Consideram-se custos de produção todos os gastos relacionados diretamente ou indiretamente a um determinado produto acabado. Os custos correspondem aos materiais, mão de obra, seguro da fábrica e outros elementos de custos que são consumidos no processo de transformação de materiais em produtos acabados. Os custos de produção, para Atkinson et al. (2000, p. 126), são “Todos aque- les gastos em transformar matéria-prima em produto acabado, por exemplo, custos diretos (materiais direto e mão de obra direta) e custos indiretos (apoio à produção)”. Deste modo, uma vez conhecidos os gastos consumidos no processo produ- tivo, podemos classificar os custos em relação à forma de associação aos produtos fabricados como custos diretos e custos indiretos. Custos diretos Os custos diretos são objetivos, estão diretamente apropriados aos produtos, podem ser identificados como pertencentes a cada unidade produzida. Os cus- tos diretos apropriados aos produtos podem ser medidos em quilos, em horas, em quantidade ou em qualquer outra unidade de medida. Desta forma, classificam-se como custos diretos aqueles gastos apropriados aos produtos, facilmente alocados diretamente no cálculo do custo total do pro- duto, passíveis de serem mensurados, quantificados, não geram dúvida alguma quanto ao fato de fazerem referência a esta ou àquela unidade. O melhor exemplo de custo direto corresponde à matéria-prima consumida no processo produtivo, no entanto, há outros custos que podem ser alocados diretamente como, por exemplo: ■ Material secundário. ■ Material de embalagem. ■ Mão de obra direta. ■ Energia elétrica direta. 28 - 29 INTRODUÇÃO À CONTABILDADE DE CUSTOS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. I Assim, percebe-se que para serem considerados custos diretos de produção, devem ser perfeitamente mensuráveis de maneira objetiva, não oferecendo dúvida quanto ao fato de realmente pertencerem a determinada unidade de produto. No entanto, a classificação de custos diretos pode variar de uma empresa para outra como, por exemplo, em uma atividade empresarial do ramo de lâminas de alumínio, a energia elétrica é classificada como custo direto pelo fato do seu consumo ser intensivo, por outro lado, em uma indústria de parafusos, a ener- gia elétrica é considerada custos indiretos pela difícil mensuração de energia despendida em cada unidade produzida. Custos indiretos Os custos indiretos não são objetivos, são incorridos dentro de um processo pro- dutivo, mas não têm relação direta com os produtos acabados, não podem ser identificados como pertencentes a esta ou àquela unidade. ©shutterstock ©shutterstock 28 - 29 Classificação dos Custos Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . Alguns exemplos de custos indiretos são os gastos com: ■ Mão de obra da supervisão. ■ Aluguel da fábrica. ■ Energia elétrica da fábrica. ■ Seguro do setor produtivo. Consideram-se custos indiretos de produção aqueles gastos que não são passí- veis de serem identificados diretamente com cada uma das unidades produzidas, precisam ser apropriados aos produtos acabados por algum critério de rateio ou estimativa, artifícios utilizados para distribuir os custos aos itens a que se referem. A apropriação dos custos indiretos aos produtos é muito subjetiva, a mão de obra indireta, por exemplo, pode ser rateada em razão do número de emprega- dos, do número de horas, do consumo de materiais diretos etc. 30 - 31 INTRODUÇÃO À CONTABILDADE DE CUSTOS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. I CUSTOS EM RELAÇÃO AO VOLUME DE PRODUÇÃO Além da classificação dos custos em diretos e indiretos, há outras formas de classificá-los. Os proprietários ou administradores do negócio estão sempre interessados em informações quanto ao comportamento dos custos quando da ocorrência de alguma alteração no volume de produção. Para atender às neces- sidades destes usuários, a contabilidade passou a classificar os custos quanto ao volume de produção em custos fixos e variáveis. Custos fixos Consideram-se custos fixos aqueles gastos que não mudam em função da quan- tidade produzida, independentemente do volume de produção dentro do limite de uma capacidade instalada. Mesmo que não haja produção em determinado período de tempo, por falta de materiais, falta de energia elétrica, greves ou outras ocorrências de praxe, os custos fixos sempre ocorrerão. Alguns exemplos de custos fixos podem ser: ■ Salários dos supervisores dos setores produtivos. ■ Seguro da fábrica. ■ Aluguel da instalação. ■ Aluguel das máquinas industriais. Como consequência do acima exposto, tem-se que os custos fixos não estão rela- cionados ao volume produzido no período. Na hipótese da produção de milhares de itens, cada unidade produzida alo- cará parte dos custos fixos, por outro lado, na ocorrência da produção de uma única unidade, os custos fixos se manterão os mesmos e deverãoser totalmente alocados a esta unidade solitária. Assim, pode-se constatar que uma mudança de volume de unidades produ- zidas em um determinado período de tempo, dentro de um limite de capacidade instada, não altera o valor dos custos fixos para mais ou para menos. Segue um exemplo de custos fixos totais recebidos por unidades produzidas: 30 - 31 Classificação dos Custos Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . PERÍODO CUSTOS FIXOS DO PERÍODO VOLUME DE PRODUÇÃO CUSTOS FIXOS POR UNIDADE 01 $ 300.000 30.000 unidades $ 10,00 02 $ 300.000 60.000 unidades $ 5,00 03 $ 300.000 80.000 unidades $ 3,75 Custos fixos totais do período e unitários - Fonte: a autora Do exemplo acima, verificamos que os custos fixos normalmente mantêm seu valor total fixo em determinado período, independente do volume de produção. Os custos fixos são alocados aos produtos por estimativa ou pela escolha de um critério de rateio. Ainda, quanto maior a produção, menor serão os custos fixos suportados por unidade produzida, uma vez que o custo fixo permanente é diluído para um número maior de unidades produzidas. Comportamentos dos custos fixos em relação ao volume de produção $Custos 120 mil 0 20 mil Custo �xo Quantidade Fonte: a autora De acordo com a figura acima, os custos fixos permanecem constantes mesmo aumentando determinada quantia de produtos 32 - 33 INTRODUÇÃO À CONTABILDADE DE CUSTOS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. I Custos variáveis Custos variáveis são os gastos que oscilam em relação à proporção da quanti- dade de unidades produzidas na empresa. Alguns exemplos de custos variáveis são: ■ Matéria-prima. ■ Material de embalagem. Deste modo, a quantidade de matéria-prima a ser consumida é proporcional ao volume de produção, isto é, quanto maior for a quantidade de unidades produ- zidas, maiores deverão as aquisições de matéria-prima, da mesma forma, quanto menor for a quantidade de unidades produzidas, menores deverão ser as aqui- sições de matéria-prima. Para o exemplo da matéria-prima, o custo se altera em valor monetário na mesma proporção em que ocorrem as alterações na quantidade física de pro- duto industrializado. O custo variável de cada unidade não é influenciado pelo número de unidades produzidas. Assim, percebemos que os custos variáveis alteram para mais ou para menos na proporção em que as quantidades produzidas se elevam ou se retraem, salvo exceções como a de obtenção de descontos comerciais de valores consideráveis na aquisição dos custos considerados como variáveis. CONSUMO DE MATERIAIS DIRETOS POR UNIDADE PERÍODO PRODUÇÃO DO PERÍODO CONSUMO DE MATÉRIA- PRIMA POR UNIDADE CONSUMO TOTAL DE MATÉRIA-PRIMA 01 10.000 unidades 1 metro 10.000 metros 02 15.000 unidades 1 metro 15.000 metros 03 20.000 unidades 1 metro 20.000 metros Fonte: a autora 32 - 33 Classificação dos Custos Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . Ante o exposto, verificamos que os custos variáveis normalmente mantêm seu valor constante em cada unidade produzida, independente do volume de pro- dução, bem como a sua alocação aos produtos podem ser feitas de forma direta, dispensando qualquer forma de rateio ou estimativa. Comportamentos dos custos variáveis em relação ao volume de produção 0 20 mil Custo variável $Custos Quantidade Fonte: a autora De acordo com a figura anterior, os custos variáveis aumentam proporcional- mente com a quantidade das unidades produzidas. Além da classificação em custos fixos e custos variáveis, os custos também podem ser classificados como semifixos e semivariáveis. Custos semifixos Os custos semifixos correspondem aos custos que são fixos até um determinado limite de produção, mas que se alteram em razão da mudança da capacidade instalada. Como exemplo, suponhamos que uma empresa aumente muito o volume de produção, necessitando alugar outro imóvel. O custo do aluguel é fixo, no entanto, com o aumento da produção há também um aumento no custo fixo do aluguel. 34 - 35 INTRODUÇÃO À CONTABILDADE DE CUSTOS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. I Comportamentos dos custos semifixos em relação ao volume de produção 0 20 mil 120 mil $Custos Quantidade 150 mil 10 mil Fonte: a autora De acordo com a figura acima, os custos fixos permanecem constantes mesmo aumentando determinada quantia de produtos no limite da capacidade instalada. Aumentando a capacidade instalada, há um aumento nos custos fixos, perma- necendo constantes mesmo aumentando o volume de produtos dentro do limite desta nova capacidade instalada. Custos semivariáveis Os custos semivariáveis correspondem aos custos variáveis que não acompa- nham proporcionalmente a variação do volume de produção. São gastos que se mantêm fixos até um determinado limite de produção, mas que passam a ser variáveis a partir de uma alteração no volume de produção. Como exemplo, podemos citar a água. Ela pode ser classificada como um custo fixo até o limite do consumo mínimo da fatura, mas com o aumento no volume de produção também há um aumento no consumo. Assim, a medida que o consumo da água cresce em razão do aumento da produção, o custo tam- bém aumenta. 34 - 35 Plano de Contas Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . Comportamentos dos custos semivariáveis em relação ao volume de produção 0 20 mil 120 mil $Custos Quantidade 150 mil 10 mil Fonte: a autora De acordo com a figura acima, os custos fixos permanecem constantes até um determinado volume de produção e com o aumento da produção os custos pas- sam a se comportar como custo variável. PLANO DE CONTAS O plano de contas é um conjunto de contas dispostas de acordo com as normas contábeis que uniformiza os registros, servindo como parâmetro na elaboração das demonstrações contábeis. A estrutura do plano de contas é definida pelas normas contábeis, mas as contas devem ser cadastradas de acordo com realidade de cada empresa, visando atender às necessidades de informações dos usuários internos e adaptando-se às exigências dos usuários externos. Tendo em vista que o presente material tem por objetivo principal apurar os custos, vamos complementar o plano de contas abordado na disciplina de Contabilidade Introdutória, incluindo as contas de custos. 36 - 37 INTRODUÇÃO À CONTABILDADE DE CUSTOS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. I 1. CONTAS PATRIMONIAIS 1 A T I V O 1.1 ATIVO CIRCULANTE 1.1.1 DISPONIBILIDADES 1.1.1.01 Caixa Geral 1.1.1.01.01 Caixa 1.1.1.02 Bancos Conta Movimento 1.1.1.02.01 Banco A 1.1.2 CLIENTES 1.1.2.01 Duplicatas a Receber de Terceiros 1.1.2.01.01 Cliente A 1.1.2.03 (-) Perdas Estimadas em Créditos de Liquidação Duvidosa 1.1.2.03.01 (-) Perdas Estimadas em Créditos de Liq. Duvidosa 1.1.3 OUTROS CRÉDITOS 1.1.3.01 Títulos a Receber 1.1.3.01.01 Títulos a Receber 1.1.4 TRIBUTOS A RECUPERAR 1.1.4.01 Impostos a Recuperar 1.1.4.01.01 IPI a Recuperar 1.1.5 ESTOQUES 1.1.5.01 Produtos Acabados 1.1.5.01.01 Produto A 1.1.5.02 Mercadorias para Revenda 1.1.5.02.01 Mercadorias A 1.1.5.03 Produtos em Processo 1.1.5.03.01 Produto A 1.1.5.04 Matérias-primas 1.1.5.04.01 Matéria-prima A 1.1.5.05 Material Secundário 1.1.5.05.01 Material Secundário Direto 36 - 37 Plano de Contas Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 1.1.5.06 (-) Perdas Estimadas em Estoques 1.1.6 DESPESAS DO EXERCÍCIO SEGUINTE 1.1.6.01 Despesas Pagas Antecipadamente 1.1.6.01.01 Juros a Apropriar 1.2ATIVO NÃO CIRCULANTE 1.2.1 REALIZÁVEL A LONGO PRAZO 1.2.2 INVESTIMENTOS 1.2.3 IMOBILIZADO 1.2.3.01 Operacional Corpóreo (Material) 1.2.3.01.01 Computadores e Periféricos 1.2.3.02 (-) Depreciações Acumuladas 1.2.3.02.01 (-) Depreciação Acum Computadores e Periféricos 1.2.4 INTANGÍVEL 1.2.4.01 Operacional Incorpóreo (Imaterial) 1.2.4.01.01 Marcas e Patentes 1.2.4.02 (-) Amortizações Acumuladas 1.2.4.02.01 (-) Amortização Acumulada de Marcas e Patentes 2 P A S S I V O 2.1 PASSIVO CIRCULANTE 2.1.1 OBRIGAÇÕES OPERACIONAIS 2.1.1.01 Obrigações com Fornecedores 2.1.1.01.01 Fornecedor A 2.1.1.02 Empréstimos e Financiamentos 2.1.1.02.01 Empréstimos 2.1.1.03 Obrigações Tributárias 2.1.1.03.01 ICMS a Recolher 2.2 PASSIVO NÃO CIRCULANTE 2.2.1 EXIGÍVEL A LONGO PRAZO 38 - 39 INTRODUÇÃO À CONTABILDADE DE CUSTOS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. I 2.2.1.01 Obrigações Operacionais 2.2.1.01.01 Fornecedor A 2.2.1.01.02 Empréstimo Banco A 2.3 PATRIMÔNIO LÍQUIDO 2.3.1 CAPITAL SOCIAL 2.3.1.01 Capital Social 2.3.1.01.01 Capital Social Subscrito 2.3.1.01.02 (-) Capital Social a Integralizar 2.3.2 RESERVAS DE CAPITAL 2.3.2.01 Reservas de Capital 2.3.2.01.01 Reservas de Capital 2.3.3 AJUSTES DE AVALIAÇÃO PATRIMONIAL 2.3.3.01 Ajustes de Avaliação Patrimonial 2.3.3.01.01 Ajuste de Avaliação Patrimonial 2.3.4 RESERVAS DE LUCROS 2.3.4.01 Reservas de Lucros 2.3.4.01.01 Reserva Legal 2.3.4.01.02 Reserva Estatutária 2.3.4.01.03 Reserva para Contingências 2.3.4.01.04 Reserva de Lucros para Expansão 2.3.5 (-) AÇÕES EM TESOURARIA 2.3.5.01 (-) Ações em Tesouraria 2.3.5.01.01 (-) Ações em Tesouraria 2.3.6 LUCROS OU PREJUÍZOS ACUMULADOS 2.3.6.01 Prejuízos Acumulados 2.3.6.01.01 (-) Prejuízos Acumulados 2.3.6.02 Resultado do Período 2.3.6.02.01 Lucro do Período 2.3.6.02.02 (-) Prejuízo do Período 38 - 39 Plano de Contas Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 2. CONTAS DE RESULTADO 3 C O N T A S D E R E S U L T A D O 3.1 DESPESAS OPERACIONAIS 3.1.1 DESPESAS COM VENDAS 3.1.1.01 Despesas com Pessoal 3.1.1.01.01 Comissões 3.1.2 DESPESAS FINANCEIRAS 3.1.2.01 Despesas Tributárias 3.1.2.01.01 Impostos sobre Operações Financeiras 3.1.3 DESPESAS ADMINISTRATIVAS 3.1.3.01 Despesa com Pessoal 3.1.3.01.01 Salários e Ordenado 3.1.3.02 Despesas Gerais 3.1.3.02.01 Material de Consumo 3.1.4 OUTRAS DESPESAS OPERACIONAIS 4 C O N T A S D E R E S U L T A D O 4.1 CUSTOS 4.1.1 CUSTOS DE VENDAS 4.1.1.01 Custos dos Produtos Vendidos 4.1.1.01.01 CPV - Produto A 4.1.1.02 Custos dos Subprodutos Vendidos 4.1.1.02.01 CSV - Subproduto A 4.1.1.03 Custo das Mercadorias Vendidas 4.1.1.03.01 CMV - Mercadoria A 4.1.1.04 Custo dos Serviços Prestados 4.1.1.04.01 CSP - Serviço A 4.1.2 CUSTOS DE PRODUÇÃO 4.1.2.01 Produtos em Processo 4.1.2.01.01 Produto A 40 - 41 INTRODUÇÃO À CONTABILDADE DE CUSTOS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. I 4.1.2.02 Custos por Departamento 4.1.2.02.01 Departamento A 4.1.2.02.02 Departamento B 4.1.2.03 Material Direto Consumo 4.1.2.03.01 Matérias-primas Realizadas 4.1.2.03.02 Material Secundário Direto Realizado 4.1.2.03.03 ( - ) Materiais Diretos Aplicados 4.1.2.04 Mão de Obra Direta 4.1.2.04.01 Salários 4.1.2.04.02 13º Salário 4.1.2.04.03 ( - ) MOD Aplicada 4.1.2.04.04 Custos Indiretos de Produção – CIPs 4.1.2.05 Materiais Indiretos 4.1.2.05.01 Materiais de Manutenção 4.1.2.05.02 Mão de Obra Indireta 4.1.2.05.03 Salários e Ordenados 4.1.2.05.04 Encargos Sociais 4.1.2.05.05 INSS 4.1.2.05.06 FGTS 4.1.2.05.07 Gastos Gerais de Produção Indiretos 4.1.2.05.08 Água e Esgoto 4.1.2.05.09 Aluguéis e Arrendamentos 4.1.2.05.10 Combustíveis e Lubrificantes 4.1.2.05.11 Telefone 4.1.2.05.12 Conservação Predial 4.1.2.05.13 Depreciação 4.1.2.05.14 Energia Elétrica 4.1.2.05.15 ( - ) CIP Aplicado 4.1.2.06 Variação dos Custos 4.1.2.06.01 Variação – MDC 4.1.2.06.02 Variação – MOD 40 - 41 Plano de Contas Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 4.1.2.06.03 Variação – CIP 5 C O N T A S D E R E S U L T A D O 5.1 RECEITAS OPERACIONAIS 5.1.1 FATURAMENTO BRUTO 5.1.1.01 Vendas de Produtos 5.1.1.01.01 Vendas à Vista 5.1.1.01.02 Vendas a Prazo 5.1.1.01.03 ( - ) IPI sobre Vendas 5.1.1.02 Vendas de Mercadorias 5.1.1.02.01 Mercadoria A 5.1.1.03 Prestação de Serviços 5.1.1.03.01 Serviço A 5.1.2 DEDUÇÕES DA RECEITA OPERACIONAL 5.1.2.01 Vendas Devolvidas 5.1.2.01.01 ( - ) Devolução de Venda 5.1.2.02 Abatimentos e Descontos Comerciais 5.1.2.02.01 ( - ) Abatimentos sobre Vendas 5.1.2.02.02 ( - ) Descontos Incondicionais Concedidos 5.1.2.03 Impostos Incidentes 5.1.2.03.01 ( - ) ICMS sobre Vendas 5.1.2.03.02 ( - ) PIS sobre Vendas 5.1.2.03.03 ( - ) COFINS sobre Vendas 5.1.2.03.04 ( - ) ISSQN sobre Serviços 5.1.3 OUTRAS RECEITAS 5.1.3.01 Outras Receitas 5.1.3.01.01 Receitas Diversas 5.1.3.01.02 Recuperação de Despesas 5.1.3.01.03 Recuperação Impostos/Estaduais/Municipais 5.1.3.01.04 Indenizações de Seguros Recebidas 5.1.3.01.05 Alienações do Imobilizado 42 - 43 INTRODUÇÃO À CONTABILDADE DE CUSTOS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. I 5.1.3.01.06 Vendas de Bens do Imobilizado 5.1.3.01.07 Indenizações de Seguros e Sinistros 5.1.3.01.08 Vendas de Sucatas 5.1.4 APURAÇÃO DE RESULTADO DO EXERCÍCIO 5.1.4.01 Apuração do Resultado do Exercício 5.1.4.01.01 ( - ) Transf. de Resultado para Patrimônio Líquido 5.1.4.01.02 Encerramento do Exercício GASTOS, CUSTOS E DESPESAS: O vídeo sugerido corresponde aos conceitos de itens normatizados pela contabilidade de custos, apresentados na aula do Sr. Vicente Sevilha Junior. <http://www.youtube.com/watch?v=cfUx3br_8Fk>. CUSTOS FIXOS E VARIÁVEIS: Dentro de uma capacidade instalada, alguns custos variam e outros não. No vídeo sugerido, o Sr. Vicente Sevilha Junior diferencia, classifica e exempli- fica o custo. <http://www.youtube.com/watch?v=NEVLaYd9pXE>. A Contabilidade de Custo é um ramo da Contabilidade Financeira destinada à apuração dos custos, lucros, controle e tomada de decisões. 42 - 43 Considerações Finais Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . CONSIDERAÇÕES FINAIS Não apenas a contabilidade financeira como também a contabilidade de custos surgiram em virtude da necessidade da sociedade, foram evoluindo e se adap- tando aos novos anseios por meio da aplicação e do uso. Na era Mercantilista, a contabilidade de custo era extremamente simples, utilizada para apuração do custo e do lucro, no entanto, com o advento das empresas industriais, a contabilidade de custo passou a ser mais exigida, sendo utilizada como forma de controle, formação do preço de venda e principalmente como auxílio na tomada de decisão dos gestores do negócio. Para uma perfeita compreensão dos usuários acerca dos termos contábeis constantes dos demonstrativos, a contabilidade de custo utiliza uma termino- logia própria, uniformizando os conceitos de gastos, investimentos, custos, despesas, receitas e outros. O procedimento de apuração do custo de produtos é mais complexo que a apuração do custo das mercadorias. O custo da mercadoria corresponde ao custo de aquisição acrescida dos gastos necessários para colocá-la em condição de venda, enquanto que o custo dos produtos corresponde aos materiais adqui- ridos acrescidos de outros gastos de transformação. Os custos dos produtos são classificados em custos diretos e indiretos, enquanto nestes a apropriação ao produto se faz por meio de rateio ou estimativas, naquele, os custos são apro- priados diretamente por meio de uma medida de consumo.Os custos também podem ser classificados em relação ao volume de produção, custos fixos e vari- áveis. Dentro de um limite de capacidade instalada de produção, os custos fixos permanecem constantes, por outro lado, os custos variáveis variam proporcio- nalmente ao volume de produção. 44 - 45 1. De acordo com as Terminologias Contábeis, assinalar (V) se for Verdadeiro ou (F) se for Falso nas sentenças abaixo: ( ) Os investimentos podem ser posteriormente classificados como custos. ( ) O desembolso com material de escritório é a terminologia dada ao paga- mento. ( ) A aquisição à vista de matéria-prima é considerada diretamente como custo dos produtos industrializados. ( ) A perda de matéria-prima pode ser considerada como consumo normal no período. ( ) As despesas são gastos administrativos e financeiros no período, necessá- rios à colocação do produto no mercado. ( ) Os custos estão associados à elaboração de produtos e/ou serviços. ( ) As despesas não estão associadas ao consumo do período. 2. Correlacione os termos contábeis com as respectivas definições: ( 1 ) Custos ( 2 ) Despesas ( 3 ) Investimentos ( 4 ) Receitas ( 5 ) Desembolsos ( ) Gastos ativados objetivando benefícios futuros ( ) Entradas de elementos financeiros relacionados às vendas ( ) Bens consumidos para obtenção de receita ( ) Gastos destinados ao processo produtivo ( ) Pagamentos de bens adquiridos 3. Classifique as sentenças de acordo com a terminologia contábil, em (C) Custos, (D) Despesas, (R) Receita, (P) Perda, (O) Desembolso e (I) Investimento: Os fatos contábeis abaixo ocorreram em um determinado período em uma in- dústria de produtos alimentícios. ( ) Aquisição de veículos. ( ) Pagamento antecipado de fornecedores. ( ) Matéria-prima danificada. ( ) Consumo de energia elétrica do setor administrativo. ( ) Depreciação da máquina industrial em sacrifício do uso do período. ( ) Venda a prazo de produtos. ( ) Desfalque do estoque proveniente de roubo. ( ) Depreciação dos computadores do setor financeiro da empresa. 44 - 45 ( ) Pagamento de matéria-prima a ser consumida no futuro. ( ) Manutenção das máquinas industriais. ( ) Aquisição de ações de outras companhias. ( ) Consumo de energia elétrica pelo setor industrial. ( ) Consumo de água no setor de vendas. 4. Faça uma comparação entre gasto e desembolso. 5. Defina e exemplifique investimento, custo e despesa. 6. A compra de matéria-prima representa uma despesa? Quando a matéria-prima é consumida na produção há um desembolso? Justifique a resposta. 7. Os gastos podem ser classificados como investimentos, custos e despesas. Assi- nale a alternativa correta: I. A comissão de vendedores é um gasto considerado custo de produção. II. A conta Salários a Pagar é uma conta de resultado. III. Os gastos com salários dos supervisores são considerados custos. IV. O ordenado dos operários da fábrica é considerado despesa. ( a ) I está correta. ( b ) II e III estão corretas. ( c ) IV está correta. ( d ) III e IV estão corretas. ( e ) Nenhuma das alternativas. 8. Correlacione os termos contábeis com as respectivas definições. ( 1 ) Custos ( ) Débito – Fornecedores – Créditos – Banco Conta Movimento ( 2 ) Despesas ( ) Débito – Duplicatas a Receber – Crédito – Vendas de Produtos a Prazo ( 3 ) Investimentos ( ) Débito – Matéria-prima (estoque) – Crédito – Fornecedores ( 4 ) Receitas ( ) Débito – Mão de obra Direta – Produto A – Crédito – Salários a Pagar ( 5 ) Desembolsos ( ) Débito – Aluguel da Administração – Crédito – Aluguel a Pagar 9. O que é custo direto? Exemplifique. 10. O que é custo indireto? Exemplifique. 11. O que é custo fixo? Exemplifique. 12. O que é custo variável? Exemplifique. 46 - 47 13. De acordo com as Terminologias Contábeis, assinalar (V) se for Verdadeiro ou (F) se for Falso nas sentenças abaixo: ( ) A classificação dos custos diretos e indiretos é realizada em relação ao volu- me de produção. ( ) A classificação dos custos fixos e variáveis é realizada em relação ao volume de produção. ( ) Os custos semifixos têm como características uma parte dos custos fixos e outra parte variável. ( ) Os custos diretos são alocados aos produtos, passíveis de serem mensura- dos monetariamente. ( ) Os custos fixos correspondem aos custos com aluguéis, uma vez que o valor do aluguel é o mesmo durante determinado período de tempo. ( ) Os custos indiretos são alocados aos produtos fabricados por meio de um critério de reateio. 14. Assinale a alternativa correta: I. A classificação dos custos em fixos e variáveis está relacionada com a variação do volume de produção. II. Todo o salário e os encargos dos empregados da produção são sempre clas- sificados como custos diretos. III. Os custos indiretos correspondem aos gastos que não se alteram em razão da variação do volume de produção até o limite de uma capacidade instalada. IV. Os custos semivariáveis correspondem aos custos semifixos. ( a ) I está correta. ( b ) I e II estão corretas. ( c ) I e III estão corretas. ( d ) Todas estão corretas. 15. Uma indústria de brinquedos listou os gastos de um determinado período: $ 2.000 - salários dos supervisores de produção $ 5.000 - pró-labores dos sócios $ 8.000 – salários mensais de operários da fábrica $ 6.000 – matérias-primas consumidas $ 2.000 – aluguel da fábrica $ 1.000 – aluguel da administração 46 - 47 ( a ) Qual(is) custo(s) pode(m) ser(em) considerado(s) direto(s)? ( b ) Qual(is) custo(s) pode(m) ser(em) considerado(s) indireto(s)? ( c ) Qual(is) custo(s) pode(m) ser(em) considerado(s) fixo(s)? ( d ) Qual(is) custo(s) pode(m) ser(em) considerado(s) variáveis(s)? ( e ) Qual(is) gasto(s) corresponde(m) à(s) despesa(s)? 16. Diferencie custos semifixos de custos semivariáveis. 17. Uma empresa classifica o gasto com energia elétrica como sendo custo fixo. Exis- te alguma possibilidade deste gasto ter outra classificação? Justifique. 18. A Fábrica de Sorvetes Bom Ltda. vende as caixas de sorvetes por $ 30. Os custos fixos anuais totalizam $ 40.000, seus custos variáveis são iguais a $ 15 por caixa. Supondo o volume de produções anuais de 15.000 e 20.000 caixas, calcule: ( a ) As receitas totais. ( b ) O custo variável total anual. ( c ) O custo total anual e unitário. ( d ) O lucro bruto total anual e unitário. 19. Classifique as contas em: ( a ) ( P ) para conta Patrimonial ou ( R ) para conta de Resultado. ( b ) ( A ) Ativo, ( P ) Passivo, ( D ) Despesa, ( C ) Custo ou ( R ) Receita. ( c ) ( D ) Devedora ou ( C ) Credora. Conta (a) (b) (c) Aluguéis a Apropriar Banco conta Movimento Caixa Geral CIP Aplicado COFINS sobre Vendas Depreciação Acumulada de Computadores Depreciação de Computadores Depreciação de Máquinas Industriais Duplicatas a Pagar 48 - 49 Duplicatas a Receber Empréstimos Bancários a Pagar Energia Elétrica a Pagar Energia Elétrica da Administração Energia Elétrica da Fábrica Férias – Pessoal da Produção FGTS FGTS a Recolher Frete sobre vendas ICMS a Recolher ICMS a Recuperar ICMS sobre Vendas INSS INSS a Recolher IPI a Recolher IRRF a Recolher Juros a Apropriar Juros de Empréstimos a Pagar Juros Passivos Marcas e Patentes Materiais Diretos Consumidos Material Direto de Embalagem MOD Aplicada Perdas Estimadas nos Estoques PIS a Recuperar Salários da Administração Salários dos Operários da Fábrica Salários dos Supervisores de Produção Vendas à Vista Material Complementar MATERIAL COMPLEMENTAR 48 - 49 Curso de contabilidade de custos George S. G. Leone e Rodrigo José Guerra Leone Editora: Atlas Contabilidade de Custos Eliseu Martins Editora: Atlas Gestão de custos e formação de preços com aplicações na calculadora HP 12 C Adriano Leal Bruni e Rubens Famá Editora: Atlas U N ID A D E II Professora Esp. Juliana Moraes da Silva ELEMENTOS QUE INCORPORAM OS CUSTOS Objetivos de Aprendizagem ■ Conheceras formas de controlar estoques. ■ Apurar o custo dos materiais diretos. ■ Calcular o custo da mão de obra direta por hora. ■ Alocar os custos indiretos de produção aos produtos. ■ Aprender a contabilizar as operações de custos. ■ Compor o custo total do produto. Plano de Estudo A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: ■ Material direto ■ Mão de obra direta ■ Custos indiretos de produção ■ Apuração do custo total (I) ■ Contabilização dos custos (I) 52 - 53 INTRODUÇÃO Uma forma simples de representar o resultado de qualquer empresa (lucro ou prejuízo) corresponde às receitas auferidas deduzidas dos custos e despesas ocor- ridas. Para obtenção de resultados satisfatórios, as empresas se empenham na produção de bens e serviços para serem comercializados. Em uma empresa industrial, os custos dos produtos fabricados são mais complexos que nas comerciais. Enquanto nestas os custos são representados basicamente pelos custos de aquisição das mercadorias acrescidos dos gastos necessários para colocá-las em condição de venda, naquelas, os custos são com- preendidos pelo dispêndio com Materiais, Mão de obra e Outros Custos. Muitos elementos são consumidos no processo produtivo, matéria-prima, materiais auxiliares, material de embalagem, mão de obra, encargos sociais, mate- rial de limpeza, material de escritório etc. Nesta unidade, abordaremos os três grandes grupos de elementos que incor- poram os custos dos produtos fabricados, materiais diretos, mão de obra e custos indiretos de fabricação. Ainda, aprenderemos a apurar o custo total do produto, contabilizando todas as fases do processo de produção. MATERIAL DIRETO Dentre os elementos que incorporam o custo industrial dos produtos fabricados, o material direto é o que, normalmente, constitui a maior proporção nos produ- tos acabados. Considera--se como material direto a matéria-prima, o material secundário, e, às vezes, o material de embalagem. A eficiência do controle destes materiais possibilita uma melhor apuração de resultado, devido a sua grande influência no custo dos produtos fabricados. Os materiais diretos correspondem aos materiais apropriados, aos produtos passíveis de serem diretamente identificados com esta ou com aquela unidade produzida, caso haja impossibilidade de quantificação monetária alocada dire- tamente em cada unidade produzida, não poderá receber a classificação de material direto. 52 - 53 Introdução Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 54 - 55 ELEMENTOS QUE INCORPORAM OS CUSTOS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. II A matéria-prima é o principal material direto apropriado aos produtos. O material secundário é um material direto apropriado ao produto em menor quantidade. A embalagem é o material utilizado para embalar os produtos acabados. Como exemplo, vamos considerar a produção de um guarda-roupa. Para produzir um guarda--roupa, muitos elementos são consumidos: madeira, parafuso, puxadores, papelão etc. Dentre os materiais citados, podemos dizer que a madeira é o material direto mais utilizado na fabricação de móveis, considerada por isso como matéria-prima. Por outro lado, o parafuso e os puxadores também são materiais diretos, mas pela menor proporção incor- porada ao produto, são considerados como materiais secundários diretos. Por fim, tem-se a caixa de papelão utilizada para embalar o produto, conside- rada como material direto, classificada como material de embalagem. Outros materiais são consumidos na produção, como a lixa, estopa, pincel etc., no entanto, são classificados como materiais indiretos, por isso, não abordare- mos neste momento. ©shutterstock 54 - 55 Introdução Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . SISTEMAS DE INVENTÁRIOS Os sistemas de inventários correspondem às formas como a empresa controla o consumo dos materiais. Existem duas formas de controlar os estoques: inventá- rio periódico e inventário permanente. Inventário Periódico Como o próprio nome sugere, é um inventário realizado de período em período, consiste em levantar o consumo dos materiais (venda ou uso) somente no final de um período. Muitas empresas fazem este levantamento apenas no fechamento do Balanço Patrimonial, coincidindo com o final do exercício social. A apuração do consumo do período é realizada de forma bem simples, levanta-se o valor do estoque no início do período, somam-se todas as aquisi- ções, e, por fim, subtrai-se o estoque final apurado na contagem. Consumo de material direto = Estoque Inicial + Compras – Estoque Final Como exemplo, vamos considerar a empresa Gutamoc – Indústria e Comércio de Móveis Ltda. As compras de materiais diretos realizadas no ano 20XX cor- responderam a $ 300.000, o estoque no início do período era de $ 10.000 e o estoque no final do período (apurado pela contagem) foi de $ 60.000. Qual foi então o custo de materiais diretos do período de 20XX? Custo de material direto = EI + C – EF Custo de material direto = 10.000 + 300.000 – 60.000 = 250.000 Assim, o custo com materiais diretos dos produtos vendidos no período corres- ponde a $ 250.000. Inventário Permanente Neste tipo de inventário, os materiais são controlados na ficha de controle de estoque de forma contínua. Todas as compras, vendas ou requisições são contro- ladas individualmente. O objetivo do inventário permanente é identificar o custo dos produtos vendidos e o custo dos produtos estocados (ainda não vendidos). 56 - 57 ELEMENTOS QUE INCORPORAM OS CUSTOS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. II Material X Método Data Histórico Entrada Saída Saldo Quant. $ Unit. $ Total Quant. $ Unit. $ Total Quant. $ Unit. $ Total Custo do Produto Vendido (custo realizado) Custo do Estoque (custo a realizar) Modelo de Ficha de Controle de Estoque Fonte: a autora Por meio da ficha de controle de estoque, o valor do estoque pode ser levan- tado a qualquer momento, independente da época do fechamento do Balanço Patrimonial. Desta forma, no inventário permanente não é preciso realizar a contagem física dos materiais, exceto no caso de necessidade de conferência. Custo do material direto Normalmente, os materiais diretos não são totalmente consumidos ou transfor- mados em produtos no momento da aquisição, são primeiramente registrados no ativo, mais especificamente nos estoques, permanecendo no aguardo de requi- sições para consumo. De acordo com a Lei 6.404, de 1976, os ativos serão avaliados pelo valor justo, “o preço pelo qual possam ser repostos” ou pelo valor de aquisição. Mas qual é o valor de aquisição? Para atender ao fisco, a contabilidade de custo é escriturada de acordo com a legislação e com os princípios contábeis, assim, para compor o custo do estoque, contabilmente registramos o bem com o valor da aquisição acrescido do seguro, frete, armazenagem e outros gastos indispensáveis para colocá-los em condi- ção de venda ou utilização. Além disso, devem ser deduzidos todos os tributos que são compensáveis pela empresa no momento da venda (IPI, PIS, COFINS e ICMS), pois estes tributos recuperáveis não constituem custos para a empresa. A regra é bem simples, compõe o custo do bem o valor de compra acrescido dos gastos necessários para colocá-lo em condição de uso ou venda, deduzidos os tributos recuperáveis. 56 - 57 Introdução Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . O valor justo corresponde ao valor do mercado, assim, o estoque deve estar avaliado pelo valor de aquisição ou o valor justo (dos dois, o menor). Caso o valor do mercado seja inferior ao valor registrado, a empresadeve ajustar o valor do estoque: Débito Despesas com Provisão para Ajuste ao Valor do Mercado (despesa). Crédito Provisão para Ajuste ao Valor do Mercado (redutora do Ativo). Exemplo 01 A empresa de ralos Roll’s Comércio Ltda. é contribuinte de ICMS (paga ICMS na compra e também vende com ICMS), mas não recolhe IPI. Vejamos como fica o custo do material adquirido: ( + ) Valor pago ao fornecedor (valor total da nota de compra com IPI) ( - ) ICMS embutido no valor da nota fiscal de compra ( + ) Seguro ( + ) Frete pago pelo comprador (FOB) ( - ) ICMS do frete ( = ) Custo do material (valor que estará registrado no estoque) Exemplo 02 A indústria de janelas Win Ltda. é contribuinte de ICMS e o IPI é recuperável. Vejamos como fica o custo do material adquirido: ( + ) Valor pago ao fornecedor (valor total da nota de compra com IPI) ( - ) IPI ( - ) ICMS embutido no valor da nota fiscal de compra ( + ) Seguro ( + ) Frete pago pelo comprador (FOB) ( - ) ICMS sobre o frete ( = ) Custo do material (valor que estará registrado no estoque) 58 - 59 ELEMENTOS QUE INCORPORAM OS CUSTOS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. II Neste exemplo, vemos que o IPI e o ICMS não compõem o custo do material. No enunciado do exemplo consta a informação de que a empresa é contribuinte do ICMS, assim, a empresa compra material com ICMS e vende produto com ICMS, portanto, o ICMS da compra pode ser compensado com o ICMS da venda. Compra de material ICMS a recuperar = $ 12 Compensação do ICMS $ 24 para ser recolhido ($36 - $12) Venda de produto ICMS a recolher = $ 36 Por fim, alguns gastos como juros incorridos pelo atraso de pagamentos não podem ser incorporados ao custo do produto, deverão ser registrados como despesas do período. Método de avaliação dos estoques Avaliar os estoques é uma das tarefas essenciais da contabilidade. O custo interfere diretamente no resultado do exercício, assim, um péssimo controle dos estoques dos materiais pode distorcer todo o cálculo do custo do produto e, consequen- temente, influenciar negativamente o resultado do período. A avaliação do estoque seria extremamente simples se todas as aquisições fossem realizadas nas mesmas condições, no entanto, as aquisições podem ocor- rer em condições variadas de preços, fornecedores, formas de pagamento etc. Provavelmente constam dos estoques unidades de um mesmo item com custos distintos de aquisição. Face às condições variáveis de aquisição, avaliar o estoque nada mais é do que controlar o custo dos bens consumidos ou vendidos, e os bens em estoque. Existem vários critérios de avaliação dos estoques, mas abordaremos ape- nas os quatro principais: ■ Preço específico. ■ PEPS – Primeiro a Entrar, Primeiro a Sair, do termo inglês FIFO (First In, First Out). 58 - 59 Introdução Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . ■ UEPS – Último a Entrar, Primeiro a Sair, do termo inglês LIFO (Last In, First Out). ■ Custo médio ponderado. Preço específico Este critério de avaliação de estoque é utilizado somente quando é possível iden- tificar e controlar o preço individualizado de cada uma das unidades estocadas e suas respectivas baixas por venda ou consumo, pelo mesmo valor de entrada. O controle individualizado de cada um dos elementos é a principal carac- terística deste método de avaliação dos estoques. Ainda, é realizado de acordo com as normas contábeis e aceito pelo fisco. O referido método é aplicado principalmente pelas empresas que indus- trializam ou comercializam poucas unidades nos estoques ou quando os bens movimentados são de elevado valor unitário como, por exemplo, as empresas do ramo automobilístico, aeronáutica, marinha, construção civil e outras. Visando obter um melhor entendimento acerca deste método, segue um exemplo ilustrativo. Exemplo 03 A empresa Gutamoc - Comércio de Móveis Ltda. teve no mês de janeiro do ano de 20XX as seguintes movimentações (para fins didáticos, não vamos abordar as questões tributárias): ■ 05/01/XX – Compra de dois guarda-roupas de luxo, sendo um do modelo A, número de série 2587, no valor de $ 5.000, mais frete de $ 100 e o outro do modelo B, número de série 2589, no valor de $ 6.000, mais frete de $ 150. ■ 07/01/XX – Compra de um guarda-roupa do modelo B, número de série 2658, no valor de $ 7.000, mais frete de $ 200. ■ 10/01/XX - Venda de um guarda-roupa, modelo B, número de série 2658, pelo valor de $ 10.000. ■ 13/01/XX – Compra de um guarda-roupa modelo A, número de série 2678, no valor de $ 5.600, mais frete de $ 100 e impostos recuperáveis de $ 500, inclusos na nota fiscal. 60 - 61 ELEMENTOS QUE INCORPORAM OS CUSTOS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. II ■ 25/01/XX – Compra de um guarda-roupa modelo B, número de série 2754, no valor de $ 8.000, com frete incluso na nota fiscal, ainda, há imposto recuperável no valor de $ 1.000, também incluso na nota fiscal. ■ 28/01/XX – Venda de dois guarda-roupas modelo A, número de série 2587 e 2678, pelos valores de R$ $ 9.000 e $ 11.000, respectivamente. Assim, as fichas de controle de estoque dos guarda-roupas modelos A e B, segundo o método de avaliação de estoque pelo preço específico, são as seguintes: MERCADORIA: GUARDA-ROUPA MODELO A MÉTODO: CUSTO ESPECÍFICO Data Histórico Entrada Saída Saldo Quant $ Unit. $ Total Quant $ Unit. $ Total Quant $ Unit. $ Total 05/01/XX Compra 01 5.100 5.100 01 5.100 5.100 13/01/XX Compra 01 5.200 5.200 01 01 5.100 5.200 5.100 5.200 28/01/XX Venda 01 01 5.100 5.200 5.100 5.200 Ficha de controle de estoque do guarda-roupa modelo A – Custo específico Fonte: a autora MERCADORIA: GUARDA-ROUPA MODELO B MÉTODO: CUSTO ESPECÍFICO Data Histórico Entrada Saída Saldo Quant $ Unit. $ Total Quant $ Unit. $ Total Quant $ Unit. $ Total 05/01/XX Compra 01 6.150 6.150 01 6.150 6.150 07/01/XX Compra 01 7.200 7.200 01 01 6.150 7.200 6.150 7.200 10/01/XX Venda 01 7.200 7.200 01 6.150 6.150 25/01/XX Compra 01 7.000 7.000 01 01 6.150 7.000 6.150 7.000 Ficha de controle de estoque do guarda-roupa modelo B – Custo específico Fonte: a autora Tomando por base o critério Preço Específico, vamos apurar o resultado do período: 60 - 61 Introdução Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . DESCRIÇÃO CÁLCULO VALOR EM $ Receita Bruta 10.000 + 9.000 + 11.000 30.000 Custo das Mercadorias Vendidas 5.100 + 5.200 + 7.200 17.500 Resultado do Período (lucro) 30.000 – 17.500 12.500 No entanto, devido ao volume elevado de produção, a variância de materiais, datas e preços de aquisições diferenciados, é praticamente impossível contro- lar individualmente os bens adquiridos na maioria das empresas. Assim, outros métodos de avaliação de estoques são utilizados. PEPS – Primeiro a Entrar, Primeiro a Sair Para este critério de avaliação de estoques, os materiais utilizados são baixados dos estoques pelo valor das primeiras entradas nos estoques, ou seja, pelo valor dos materiais adquiridos há mais tempo. Com base nesse critério, para a FIPECAFI (2000, p. 106), “À medida que ocorrem as vendas ou o consumo, vai-se dando baixa, a partir das primeiras com- pras, o que equivale ao seguinte raciocínio: vendem-se ou consomem-se antes as primeiras mercadorias compradas”. Segue um exemplo ilustrativo: Exemplo 04 A empresa Gutamoc - Comércio de Móveis Ltda. teve no mês de janeiro do ano de 20XX as seguintes movimentações: ■ 05/01/XX – Compra de dois guarda-roupas de luxo, sendo um do modelo A, número de série 2587, no valor de $ 5.000, mais frete de $ 100 e o outro do modelo B, número de série 2589, no valor de $ 6.000, mais frete de $ 150. ■ 07/01/XX – Compra de um guarda-roupa do modelo B, número de série 2658, novalor de $ 7.000, mais frete de $ 200. ■ 10/01/XX - Venda de um guarda-roupa, modelo B, número de série 2658, pelo valor de $ 10.000. 62 - 63 ELEMENTOS QUE INCORPORAM OS CUSTOS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. II ■ 13/01/XX – Compra de um guarda-roupa modelo A, número de série 2678, no valor de $ 5.600, mais frete de $ 100 e impostos recuperáveis de $ 500, inclusos na nota fiscal. ■ 25/01/XX – Compra de um guarda-roupa modelo B, número de série 2754, no valor de $ 8.000, com frete incluso na nota fiscal, ainda, há imposto recuperável no valor de $ 1.000, também incluso na nota fiscal. ■ 28/01/XX – Venda de dois guarda-roupas modelo A, número de série 2587 e 2678, pelos valores de $ 9.000 e $ 11.000, respectivamente. Assim, as fichas de controle de estoque dos guarda-roupas modelos A e B, segundo este método PEPS, são as seguintes: MERCADORIA: GUARDA-ROUPA MODELO A MÉTODO: CUSTO ESPECÍFICO Data Histórico Entrada Saída Saldo Quant $ Unit. $ Total Quant $ Unit. $ Total Quant $ Unit. $ Total 05/01/XX Compra 01 5.100 5.100 01 5.100 5.100 13/01/XX Compra 01 5.200 5.200 01 01 5.100 5.200 5.100 5.200 28/01/XX Venda 01 01 5.100 5.200 5.100 5.200 6.150 7.000 6.150 7.000 Ficha de controle de estoque do guarda-roupa modelo A – PEPS Fonte: a autora MERCADORIA: GUARDA-ROUPA MODELO B MÉTODO: CUSTO ESPECÍFICO Data Histórico Entrada Saída Saldo Quant $ Unit. $ Total Quant $ Unit. $ Total Quant $ Unit. $ Total 05/01/XX Compra 01 6.150 6.150 01 6.150 6.150 07/01/XX Compra 01 7.200 7.200 01 01 6.150 7.200 6.150 7.200 10/01/XX Venda 01 6.150 6.150 01 7.200 7.200 25/01/XX Compra 01 7.000 7.000 01 01 7.200 7.000 7.200 7.000 Ficha de controle de estoque do guarda-roupa modelo B – PEPS Fonte: a autora 62 - 63 Introdução Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . Tomando por base o critério PEPS, vamos apurar o resultado do período: DESCRIÇÃO CÁLCULO VALOR EM $ Receita Bruta 10.000 + 9.000 + 11.000 30.000 Custo das Mercadorias Vendidas 5.100 + 5.200 + 6.150 16.450 Resultado do Período (lucro) 30.000 – 16.450 13.550 Utilizando o PEPS, os custos tendem a ficar avaliados por um valor menor, uma vez que o valor de saída leva em consideração o estoque mais antigo. Esse cri- tério é realizado de acordo com os princípios contábeis e é aceito pela Receita Federal na apuração do Imposto de Renda, uma vez que considerando um custo menor, o lucro contábil (base de cálculo de tributos sobre lucro) torna-se maior. UEPS – Último a Entrar, Primeiro a Sair Neste método, os materiais utilizados são baixados dos estoques pelo valor das últimas entradas nos estoques, ou seja, pelo valor mais recente dos materiais adquiridos. Segue exemplo elucidativo: Exemplo 05 A empresa Gutamoc - Comércio de Móveis Ltda. teve no mês de janeiro do ano de 20XX as seguintes movimentações: ■ 05/01/XX – Compra de dois guarda-roupas de luxo, sendo um do modelo A, número de série 2587, no valor de $ 5.000, mais frete de $ 100 e o outro do modelo B, número de série 2589, no valor de $ 6.000, mais frete de $ 150. ■ 07/01/XX – Compra de um guarda-roupa do modelo B, número de série 2658, no valor de $ 7.000, mais frete de $ 200. ■ 10/01/XX - Venda de um guarda-roupa, modelo B, número de série 2658, pelo valor de $ 10.000. ■ 13/01/XX – Compra de um guarda-roupa modelo A, número de série 2678, no valor de $ 5.600, mais frete de $ 100 e impostos recuperáveis de $ 500, inclusos na nota fiscal. 64 - 65 ELEMENTOS QUE INCORPORAM OS CUSTOS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. II ■ 25/01/XX – Compra de um guarda-roupa modelo B, número de série 2754, no valor de $ 8.000, com frete incluso na nota fiscal, ainda, há imposto recuperável no valor de $ 1.000, também incluso na nota fiscal. ■ 28/01/XX – Venda de dois guarda-roupas modelo A, número de série 2587 e 2678, pelos valores de $ 9.000 e $ 11.000, respectivamente. Assim, as fichas de controle de estoques dos guarda-roupas modelos A e B, segundo este método UEPS, são as seguintes: MERCADORIA: GUARDA-ROUPA MODELO A MÉTODO: UEPS Data Histórico Entrada Saída Saldo Quant $ Unit. $ Total Quant $ Unit. $ Total Quant $ Unit. $ Total 05/01/XX Compra 01 5.100 5.100 01 5.100 5.100 13/01/XX Compra 01 5.200 5.200 01 01 5.100 5.200 5.100 5.200 28/01/XX Venda 01 01 5.200 5.100 5.200 5.100 Ficha de controle de estoque do guarda-roupa modelo A – UEPS Fonte: a autora MERCADORIA: GUARDA-ROUPA MODELO B MÉTODO: UEPS Data Histórico Entrada Saída Saldo Quant $ Unit. $ Total Quant $ Unit. $ Total Quant $ Unit. $ Total 05/01/XX Compra 01 6.150 6.150 01 6.150 6.150 07/01/XX Compra 01 7.200 7.200 01 01 6.150 7.200 6.150 7.200 10/01/XX Venda 01 7.200 7.200 01 6.150 6.150 25/01/XX Compra 01 7.000 7.000 01 01 6.150 7.000 6.150 7.000 Ficha de controle de estoque do guarda-roupa modelo B – UEPS Fonte: a autora 64 - 65 Introdução Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . Tomando por base o critério UEPS, vamos apurar o resultado do período: DESCRIÇÃO CÁLCULO VALOR EM $ Receita Bruta 10.000 + 9.000 + 11.000 30.000 Custo das Mercadorias Vendidas 5.200 + 5.100 + 7.200 17.500 Resultado do Período (lucro) 30.000 – 17.500 12.500 De todo o exposto acerca dos métodos, percebe-se que as quantidades físicas restantes no estoque ao final da movimentação do período acima são idênticas, no entanto, os valores monetários dos estoques são diferentes. Tal fato se justi- fica em razão da forma de atribuição dos custos utilizados. A legislação fiscal brasileira não permite a utilização do UEPS para a ava- liação dos estoques para fins fiscais, pois este critério considera como custo dos produtos vendidos os valores das últimas entradas, assim, o custo contábil tende a ser maior, logo proporcionando um lucro menor utilizado como base dos valo- res tributários. Custo médio ponderado É o método de avaliação de estoque mais utilizado. De acordo com este método, os custos dos estoques são provenientes da média dos valores das aquisições. No entanto, para utilização deste método, as empresas precisam manter um con- trole contínuo nos seus estoques. O custo médio ponderado é calculado pela divisão do saldo total finan- ceiro pela quantidade total das unidades estocadas. Ainda, a cada nova aquisição por um preço diferente da média unitária, o valor do custo médio é alterado. A maior dificuldade de utilização deste método é o dispêndio de tempo, pois como mencionado anteriormente, este critério exige controle constante, uma vez que cada aquisição de valor diferente do preço médio registrado altera o valor do custo médio. Por outro lado, este método oferece algumas vantagens como, por exemplo, evita o controle dos custos por lotes de unidades adquiri- das, isto é, esquiva-se o valor de aquisição para considerar uma média de preço das unidades compradas. 66 - 67 ELEMENTOS QUE INCORPORAM OS CUSTOS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. II Por outro lado, a média não expressa o valor de mercado, tampouco o valor efetivamente pago ou ainda o valor efetivo dos estoques. Assim, não há um cri- tério mais eficiente que outro, a empresa deve utilizar o critério ou os critérios que melhor se adaptam às suas necessidades. Para um melhor entendimento segue um exemplo ilustrativo. Exercício 01 A empresa Gutamoc - Comércio de Móveis Ltda. teve no mês de janeiro do ano de 20XX as seguintes movimentações: ■ 05/01/XX – Compra de dois guarda-roupas de luxo, sendo um do modelo A, número de série 2587, no valor de $ 5.000, mais frete de $ 100 e o outro do modelo B, número de série 2589, no valor de $ 6.000, mais frete de $ 150. ■ 07/01/XX – Compra de um guarda-roupado modelo B, número de série 2658, no valor de $ 7.000, mais frete de $ 200. ■ 10/01/XX - Venda de um guarda-roupa, modelo B, número de série 2658, pelo valor de $ 10.000. ■ 13/01/XX – Compra de um guarda-roupa modelo A, número de série 2678, no valor de $ 5.600, mais frete de $ 100 e impostos recuperáveis de $ 500, inclusos na nota fiscal. ■ 25/01/XX – Compra de um guarda-roupa modelo B, número de série 2754, no valor de $ 8.000, com frete incluso na nota fiscal, ainda, há imposto recuperável no valor de $ 1.000, também incluso na nota fiscal. ■ 28/01/XX – Venda de dois guarda-roupas modelo A, número de série 2587 e 2678, pelos valores de $ 9.000 e $ 11.000, respectivamente. Assim, as fichas de controle de estoque dos guarda-roupas modelos A e B, segundo este método do custo médio ponderado, são as seguintes: 66 - 67 Introdução Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . MERCADORIA: GUARDA-ROUPA MODELO A MÉTODO: CUSTO MÉDIO Data Histórico Entrada Saída Saldo Qtde $ Unit. $ Total Qtde. $ Unit. $ Total Qtde $ Unit. $ Total 05/01/XX Compra 01 5.100 5.100 01 5.100 5.100 13/01/XX Compra 01 5.200 5.200 02 5.150 10.300 28/01/XX Venda 02 5.150 10.300 Ficha de controle de estoque do guarda-roupa modelo A – custo médio Fonte: a autora MERCADORIA: GUARDA-ROUPA MODELO B MÉTODO: CUSTO MÉDIO Data Histórico Entrada Saída Saldo Qtde $ Unit. $ Total Qtde $ Unit. $ Total Qtde $ Unit. $ Total 05/01/XX Compra 01 6.150 6.150 01 6.150 6.150 07/01/XX Compra 01 7.200 7.200 02 6.675 13,350 10/01/XX Venda 01 6.675 6.675 01 6.675 6.675 25/01/XX Compra 01 7.000 7.000 02 6.837,50 13.675 Fonte: a autora Ficha de controle de estoque do guarda-roupa modelo B – custo médio Tomando por base o critério do Custo Médio, vamos apurar o resultado do período: DESCRIÇÃO CÁLCULO VALOR EM $ Receita Bruta 10.000 + 9.000 + 11.000 30.000 Custo das Mercadorias Vendidas 10.300 + 6.675 16.975 Resultado do Período (lucro) 30.000 – 17.500 13.025 O critério do custo médio ponderado é o mais utilizado. 68 - 69 ELEMENTOS QUE INCORPORAM OS CUSTOS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. II PERDA DE MATERIAIS, SUBPRODUTOS E SUCATAS Perda de materiais Como explanado na Unidade I, as perdas podem ser normais ou anormais, sendo que cada uma delas tem um tratamento contábil diferente. As perdas anormais são involuntárias, normalmente causadas pela natureza, como incêndio, enchente, obsolescência e outros fatores. Observa-se que tais perdas não são provenientes do processo produtivo, assim, elas não podem ser conside- radas como custos, contabilmente devem ser tratadas como despesa do período. Exemplo 01 Uma empresa inventariou estoques em 31 de dezembro e encontrou $ 1.000 em almoxarifado, correspondente a itens obsoletos e que não terão mais uso den- tro das atividades normais. D Perdas com Estoques Obsoletos (Conta de Resultado) C Provisão para Perdas em Estoques (Conta Redutora – Estoques – Ativo Circulante) Valor de $ 1.000 Quanto às perdas normais, estas são oriundas do processo produtivo, causadas normalmente por uma reação química, mudança de estado físico, pequenos pro- blemas de regulagem de máquinas etc. As perdas normais são consideradas sacrifícios suportados pelo produto aca- bado, sendo assim, elas são incorporadas ao custo do produto. Vamos exemplificar uma perda normal analisando a produção de um guar- da-roupa. No processo de corte das portas, há perdas de serragens, no entanto, estas perdas são normais, oriundas do processo de produção, portanto, a serra- gem descartada também é incorporada no custo do guarda-roupa. O tratamento contábil é diferenciado para perdas normais e anormais, enquanto estas são tratadas como despesas do período em que ocorreram, aquelas são consideradas como custos dos produtos, mas para ambas faz-se necessário estudo e administração no intuito de, se não evitá-las, pelo menos reduzir seus riscos de ocorrências. 68 - 69 Introdução Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . Subprodutos e sucatas Alguns materiais que não são totalmente consumidos pela empresa podem ser aproveitados como subprodutos ou sucatas. Os subprodutos são sobras, resultantes de desperdícios de materiais, mas que têm preço instável e mercado consumidor certo. Assim, estas sobras não são consideradas como produtos, recebem o nome de subproduto pelo fato das receitas por elas geradas serem pequenas em proporção com as dos pro- dutos principais. No que se refere ao tratamento contábil, considera-se o valor de venda do subproduto como dedução dos custos de produção dos produtos principais. No entanto, caso ocorram gastos na venda destes subprodutos como comissões de vendas, o coerente é deduzir do valor das suas vendas as comissões, e apenas o valor líquido abater dos custos de produção. As sucatas também são sobras resultantes dos desperdícios de materiais, mas por não terem um mercado estável de preço e pelo fato da venda ocorrer de maneira esporádica, não são consideradas como subprodutos. Pelo fato da sua receita de venda ser praticamente irrelevante quando com- parada com o produto principal, no seu registro contábil ela não é considerada como redução dos custos dos produtos e tampouco é considerada como receita operacional. A receita resultante da venda de sucatas é considerada como Outras Receitas Operacionais. A contabilização seria da seguinte forma: D Caixa/ Banco C Venda de sucata (Outras Receitas Operacionais) Ainda, não podemos confundir produtos defeituosos e danificados, originá- rios de um problema de produção, de uma imperfeição das máquinas, de erro humano ou qualquer outro evento, com os subprodutos. Mesmo que defeituo- sos ou danificados, os produtos jamais poderão ser considerados subprodutos tendo em vista que a sua receita é considerada operacional, relacionada à ativi- dade principal da empresa, eles apenas serão ofertados no mercado por um valor menor em virtude de suas imperfeições. 70 - 71 ELEMENTOS QUE INCORPORAM OS CUSTOS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. II Exercício Resolvido 01 A Confeitaria Gutamoc Ltda. produz bolos para casamento. No mês de janei- ro/20XX a empresa consumiu muitos ovos, conforme registros: Dia 02 – Compra de 50 dúzias pelo valor total de $ 150,00. Dia 15 – Consumo de 40 dúzias. Dia 18 – Compra de 20 dúzias a $ 3,20 a dúzia. Dia 18 – Compra de 30 dúzias por $ 96,60. Dia 24 – Consumo de 55 dúzias. A empresa mantém inventário permanente nos estoques. Além dos ovos, outros ingredientes foram consumidos, perfazendo $ 1.478. Caso o estoque fosse contro- lado pelo critério UEPS, a empresa lucraria $ 1.418,88 na venda de seus produtos. Pede-se para elaborar a ficha de controle de estoque e calcular o lucro bruto para cada um dos critérios de avaliação de estoque: a. UEPS. b. PEPS. c. Médio Ponderado. Resolução: a) MATERIAL: DÚZIA DE OVOS MÉTODO: UEPS Data Histórico Entrada Saída Saldo Qtde. $ Unit. $ Total Qtde. $ Unit. $ Total Qtde. $ Unit. $ Total 02/01/XX Compra 50 3,00 150,00 50 3,00 150,00 15/01/XX Requisição 1 40 3,00 120,00 10 3,00 30,00 18/01/XX Compra 20 3,20 64,00 10 20 3,00 3,20 30,00 64,00 18/01/XX Compra 30 3,22 96,60 10 20 30 3,00 3,20 3,22 30,00 64,00 96,60 24/01/XX Requisição 2 30 20 5 3,22 3,20 3,00 96,60 64,00 15,00 5 3,00 15,00 70 - 71 Introdução Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . O lucro bruto pelo critério UEPS é $ 1.418,88 b) MATERIAL: DÚZIA DE OVOS MÉTODO: PEPS Data Histórico Entrada Saída Saldo Qtde. $ Unit. $ Total Qtde. $ Unit. $ Total Qtde. $ Unit. $ Total 02/01/XX Compra 50 3,00 150,00 50 3,00 150,0015/01/XX Requisição 1 40 3,00 120,00 10 3,00 30,00 18/01/XX Compra 20 3,20 64,00 10 20 3,00 3,20 30,00 64,00 18/01/XX Compra 30 3,22 96,60 10 20 30 3,00 3,20 3,22 30,00 64,00 96,60 24/01/XX Requisição 2 10 20 25 3,00 3,20 3,22 30,00 64,00 80,50 5 3,22 16,10 Para calcular o lucro bruto, precisamos conhecer a receita e o custo do período: Como sabemos o custo e o lucro bruto pelo critério UEPS, podemos apu- rar a receita. Pelo UEPS, o Custo dos Produtos Vendidos – CPV corresponde a $ 1.773,60 ($ 295,60 de ovos e $ 1.478 dos demais ingredientes). Receita .....................................................................$ 3.192,48 ( - ) Custo dos produtos vendidos ........................$ 1.773,60 ( = ) Lucro bruto .....................................................$ 1.418,88 Assim, a receita do período foi de $ 3.192,48. Portanto, o lucro bruto pelo critério PEPS foi de $ 1.419,98, conforme segue: Receita ......................................................................$ 3.192,48 ( - ) Custo dos produtos vendidos ........................$ 1.772,50 ( = ) Lucro bruto .....................................................$ 1.419,98 72 - 73 ELEMENTOS QUE INCORPORAM OS CUSTOS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. II c) MATERIAL: DÚZIA DE OVOS MÉTODO: CUSTO MÉDIO Data Histórico Entrada Saída Saldo Qtde. $ Unit. $ Total Qtde. $ Unit. $ Total Qtde. $ Unit. $ Total 02/01/XX Compra 50 3,00 150,00 50 3,00 150,00 15/01/XX Requisição 1 40 3,00 120,00 10 3,00 30,00 18/01/XX Compra 20 3,20 64,00 30 3,1333 94,00 18/01/XX Compra 30 3,22 96,60 60 3,1766 190,60 24/01/XX Requisição 2 55 3,1766 174,72 5 3,1766 15,88 Receita ......................................................................$ 3.192,48 ( - ) Custo dos produtos vendidos ........................$ 1.772,72 ( = ) Lucro bruto .....................................................$ 1.419,76 Exercício Resolvido 2 A Confeitaria Gutamoc produz bolos para casamentos. No mês de janeiro/20XX, a empresa fez 70 bolos de chocolate e 60 bolos de morango. Os ingredientes utili- zados totalizaram $ 5.000, todos classificados como material direto, consumidos pelos dois sabores de bolos, mediante as anotações constantes das requisições: o consumo do bolo de morango é 4/6 da quantidade consumida no bolo de chocolate. Pede-se: Calcular o valor do custo de material direto para os bolos fabricados. Resolução: Não sabemos qual é o consumo de materiais para o bolo de chocolate, portanto, vamos considerar X. Não sabemos o consumo de materiais para o bolo de morango, mas sabe- mos que é 4/6 ou 4 : 6 do consumo do bolo de chocolate, portanto, vamos representar por 4X : 6. Por fim, sabemos que a soma do consumo dos materiais dos bolos de morango e chocolate é $ 5.000. ©shutterstock 72 - 73 Mão de Obra Direta Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . Bolo de chocolate x x + (4x : 6) = $ 5.000 6 x + 4 x = $ 30.000 10 x = $ 30.000 x = $ 3.000 Bolo de morango 4x : 6 4 x 3000 : 6 = $ 2.000 Assim, o bolo de chocolate consome $ 3.000, enquanto que o bolo de morango consome $ 2.000. MÃO DE OBRA DIRETA A mão de obra desenvolvida particularmente nas atividades industriais pode ser classificada como mão de obra direta e mão de obra indireta. Primeiramente, abordar-se-á neste tópico apenas a mão de obra direta e, posteriormente, seguirá uma explanação da mão de obra indireta. A mão de obra pode ser considerada como sendo os serviços prestados pelas pessoas físicas às pessoas jurídicas por meio do seu desempenho em ati- vidades produtivas, administrativas, especialista, analista, assistência técnica e outras semelhantes relacionadas à produção. Todas estas atividades são desenvolvidas de modo a propiciar que as empresas alcancem, da melhor maneira possível, o objetivo de sua exis- tência: obtenção de lucros por meio de vendas de mercadorias, produtos ou serviços. No entanto, para ser considerada mão de obra direta não basta apenas referir-se a um serviço prestado na transformação de matéria-prima em produtos acabados, faz-se necessário 74 - 75 ELEMENTOS QUE INCORPORAM OS CUSTOS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. II que a pessoa física atue diretamente na produção, sendo possível ainda quanti- ficar o tempo trabalhado por cada empregado nos produtos fabricados. Como exemplo de mão de obra direta, podemos citar o marceneiro, enca- nador, eletricista, pintor, soldador, torneiro, cortador, montador, costureiro etc. Do conceito acima, podemos constatar que em uma atividade industrial, somente poderão ser considerados como mão de obra direta os serviços prestados que estiverem intimamente relacionados com o processo produtivo, ainda, passíveis de identificação de quem executou a tarefa, de mensuração do tempo despendido no desempenho da atividade na área produtiva em cada uma das unidades produzidas e também a atri- buição de um valor monetário para todo o período de elaboração do produto, sendo desnecessária qualquer forma de rateio ou estimativa para sua alocação. COMPOSIÇÃO DA MÃO DE OBRA DIRETA A legislação brasileira é bastante onerosa nas relações empregatícias, assim, a empresa não pode considerar apenas os salários como custo com mão de obra. Os encargos trabalhistas e sociais também devem compor o custo da mão de obra direta dos produtos. Alguns dos encargos incidentes sobre a folha de paga- mento correspondem ao FGTS – Fundo de Garantia por Tempo de Serviço, e ao INSS – Instituto Nacional da Seguridade Social. Além dos salários e encargos, alguns benefícios concedidos aos empregados que compõem a base de cálculo dos encargos devem compor o custo da mão de obra direta das empresas. A grande parte dos benefícios que devem incorpo- rar os custos dos produtos estão previstos na CLT – Convenção Legislativa do Trabalho como, por exemplo, adicional noturno, férias, terço constitucional de férias, 13º salário, adicional de insalubridade e horas extras, outros são acordados nas CCT - Convenções Coletivas do Trabalho, como o anuênio e o adicional de produtividade. Existem alguns benefícios que são concedidos espontaneamente pela empresa, como alimentação e material escolar, estes também integram o custo da mão de obra direta. Do exposto até o momento, pode-se constatar que o custo da mão de obra direta corresponde ao valor monetário do tempo empreendido na execução 74 - 75 Mão de Obra Direta Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . de atividade diretamente relacionada ao produto por uma determinada pes- soa, composto pelo salário pago proporcionalmente ao tempo na produção do produto, acrescido de todos os benefícios concedidos obrigatoriamente ou espontaneamente pelo empregador e dos encargos trabalhistas existentes sobre a remuneração auferida pelo empregado. CUSTO DA MÃO DE OBRA DIRETA Uma vez compreendido que a mão de obra direta corresponde ao trabalho efetu- ado diretamente sobre as unidades produzidas, ainda, identificados os elementos que compõem o seu custo, vamos apurar o valor do custo com mão de obra. Os benefícios ofertados aos empregados normalmente variam dentre os vastos ramos de atividades existentes, como adicional de insalubridade, peri- culosidade, noturno. Alguns adicionais e encargos, no entanto, são obrigatórios para toda e qualquer empresa como, por exemplo, férias, terço constitucional de férias, décimo terceiro salário e FGTS. Face ao grande percentual dos encargos sociais incidentes sobre a folha de pagamento dos empregados como, por exemplo, os encargos previdenciários das indústrias que giram em torno de 26,8% a 28,8% da remuneração paga, a sua inclusão nos custos da mão de obra direta é de fundamental importânciapara compor a base de cálculo do valor da hora unitária de produção. Ressaltamos que o elevado percentual de encargos obrigatórios onera o custo da folha de pagamento, assim, quanto maior for o valor da remuneração do empregado, proporcionalmente maiores serão também os encargos. Um empregado pode ser remunerado por hora, dia, semana, quinzena ou mês, mas pelo regime de competência, os custos devem ser considerados no perí- odo do efetivo trabalho. Independente da forma da remuneração adotada pela empresa, a lei fixa uma jornada máxima mensal de trabalho de 44 horas sema- nais, correspondente a 220 horas mensais, as excedentes a este tempo devem ser consideradas como horas extras. Para mensurar o custo da mão de obra direta de determinado produto, primeiramente faz-se necessário medir o tempo des- tinado à atividade daquele produto. 76 - 77 ELEMENTOS QUE INCORPORAM OS CUSTOS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. II Exemplo 02 Suponha que uma indústria tenha contratado um empregado para desempenhar sua função no setor produtivo com remuneração de $ 100 por hora e jornada de 7,3333 horas por dia (220 horas mensais : 30 dias = 7,33333 horas), paga- mento mensal. Horas à disposição do empregador no ano 20XX DESCRIÇÃO CÁLCULO HORAS Horas do ano civil 365 dias x 7,3333h 2.676,6545 ( - ) Descanso semanal remunerado 48 dias x 7,3333h 351,9984 ( - ) Férias integrais 30 dias x 7,3333h 219,999 ( - ) Feriados 12 dias x 7,3333h 87,9996 ( = ) Horas efetivamente laboradas 2.016,6575 horas Fonte: a autora Da tabela acima, constata-se que das 2.676,6545 horas remuneradas ao empregado, o empregado efetivamente trabalhou na produção de bens apenas 75,34246%, correspondendo a 2.016,6575 horas. Agora, resta apurar o custo destas horas que devem ser pagas ao empregado. VERBAS TRABALHISTAS CÁLCULO CUSTO DA MOD Salários mensais 2.016,6575 h x $ 100,00/hora $ 201.665,75 Descanso semanal remunerado 351,9984 x $ 100,00/hora $ 35.199,84 Férias 219,999 x $ 100,00/hora $ 21.999,90 Terço constitucional de férias (219,999 x $ 100,00/hora) : 3 $ 7.333,33 Feriados 87,9996 x $ 100,00/hora $ 8.799,60 13º Salário 219,999 x $ 100,00 $ 21.999,90 Total da remuneração $ 296.998,32 Remuneração do empregado Fonte: a autora 76 - 77 Mão de Obra Direta Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . Além do salário e dos benefícios auferidos pelo empregado, os encargos sociais obri- gatórios que devem ser recolhidos também acrescem os custos da mão de obra. Os encargos incidem sobre o total da folha de pagamento oriunda dos salários e benefícios. Considerando que o código de FPAS seja 507, as alíquotas dos encargos sociais são as seguintes: CONTRIBUIÇÕES ALÍQUOTA Previdência social 20,0% Risco ambiental de trabalho 3,0% Salário educação 2,5% INCRA 0,2% SENAI 1,0% SESI 1,5% SEBRAE 0,6% Total dos encargos sociais 28,8% Fundo de garantia por tempo de serviço 8,0% Total dos encargos 36,8% Percentuais das contribuições de uma indústria Fonte: a autora Portanto, este único empregado contratado de uma indústria custa para a empresa $ 296.998,32 de remuneração paga, mais $ 109.295,38 de encargos sociais obri- gatórios, logo, este empregado custou para a empresa $ 406.293,70. Como o empregado trabalhou 2.016,6575 horas, o valor correto do custo por hora é de aproximadamente $ 201,47 ($ 406.293,70 : 2.016,6575 horas) e não o valor de $ 100,00 por hora como contratado inicialmente. Se, por exemplo, haver apenas um empregado trabalhando em uma única máquina para produzir um único produto, todo o salário e encargos provenien- tes do trabalho deste empregado são considerados custo de mão de obra direta. Por outro lado, se houver um único empregado e uma única máquina produ- zindo diversos produtos, para mensurar a mão de obra e considerá-la direta, é preciso medir quanto tempo de serviço foi gasto em cada um dos produtos. Por fim, na hipótese da não mensuração deste tempo por unidade, a mão de obra deve se considerada como indireta. 78 - 79 ELEMENTOS QUE INCORPORAM OS CUSTOS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. II MÃO DE OBRA INDIRETA E OCIOSIDADE O tempo utilizado pelos empregados que trabalham diretamente na produção do produto, na transformação da matéria-prima em produto acabado, é consi- derado custo de mão de obra direta. No dia a dia da empresa, um empregado contratado para trabalhar 44 horas semanais dificilmente desenvolve atividades efetivamente produtivas durante todas essas horas. Falta de matéria-prima, lim- peza e manutenção das máquinas, paradas para cafés e desligamentos de energia elétrica são alguns dos exemplos de tempo não utilizados efetivamente na pro- dução. Essas horas ociosas podem ser consideradas como mão de obra direta ou mão de obra indireta a ser alocada ao produto por meio de alguma forma de rateio ou estimativa. Suponha que em um determinado mês uma indústria de móveis tenha con- tratado um empregado para desenvolver atividade na linha de produção, com remuneração de $ 1.000 mensais mais encargos sociais de $ 373 para uma jornada de 168 horas mensais (8 horas x 21 dias), portanto, o custo da hora trabalhada é de aproximadamente $ 8,17 ($ 1.373 : 168 horas). Decorrido o mês, o depar- tamento de contabilidade recebeu um formulário no qual constatava que este funcionário trabalhou 100 horas fabricando guarda-roupa e 50 horas fabricando cama. Assim, o custo da mão de obra deste empregado associado à produção dos bens é a seguinte: O custo da mão de obra dos produtos DESCRIÇÃO HORAS VALOR Mão de obra Direta – guarda-roupa 100 $ 817, 26 Mão de obra Direta – cama 50 $ 408,63 Mão de obra Direta total do empregado 150 $ 1.225,89 Ociosidade 18 $ 147,11 Total da mão de obra (salário mais encargos) 168 $ 1.373,00 Do exposto na tabela acima, verifica-se que dos $ 1.373,00 que representa o custo total com mão de obra pago a um empregado do setor produtivo, apenas $ 1.225,89 78 - 79 Mão de Obra Direta Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . podem ser considerados como mão de obra direta, alocados diretamente ao custo do produto, e o restante, no valor de $ 147,11, deve ser considerado como mão de obra indireta e a sua apropriação ao produto é feita por rateio ou estimativa. Para alguns autores, quando há necessidade de um tempo considerado indis- pensável para a produção de determinado produto como, por exemplo, o setup da máquina, o custo deste tempo pode ser alocado como custo de mão de obra direta, mesmo que ainda não esteja ocorrendo a efetiva produção do bem. Assim, os custos com salários, encargos e benefícios da produção são consi- derados custos com mão de obra direta quando corresponder aos funcionários que trabalham diretamente com a fabricação de produtos. Ainda, os custos dos funcionários que trabalham na produção, mas não diretamente com a fabricação, são considerados custos de mão de obra indireta como, por exemplo, o pessoal do almoxarifado, do controle, chefe de produção, supervisor de produção. A mão de obra dos setores administrativos, vendas, financeiro, será con- siderada como despesa do período, demonstrada diretamente no resultado do exercício. Exercício Resolvido 03 A empresa Gutamoc – Indústria e Comércio de Móveis Ltda. possui um empre- gado horista, que trabalha em regime de semana não inglesa (isto é, trabalhando seis dias por semana). Considere os seguintes dados relativos a esse funcionário: ■ Salário: $ 12 por hora. ■ Jornada semanal: 42 horas. ■ Média de 4 faltas justificadas por ano. ■ 13 feriados ao ano (não coincidentes com férias nem repousos semanais). Suponha que sobre a remuneração total a empresa contribui com: ■ 20% para o INSS. ■ 8% para o FGTS. ■ 5% para entidadescomo INCRA, SESI, SENAI etc. ■ 3% para risco de acidente de trabalho. Pede-se calcular: 80 - 81 ELEMENTOS QUE INCORPORAM OS CUSTOS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. II a. O número médio de horas que o empregado fica à disposição da empresa, por ano. b. O custo total do empregado para a empresa, por ano. c. O custo médio de cada hora que o empregado fica à disposição da empresa. Resolução: a. Número médio de horas anual à disposição do empregador. ■ Apurar a jornada diária de trabalho: 42 horas mensais : 6 dias = 7 horas por dia. Ou: 42 horas por semana x 5 semanas : 30 dias = 7 horas por dia. ■ Apurar o tempo anual disponível de cada empregado na execução de atividades. DESCRIÇÃO CÁLCULO HORAS Horas do ano civil 365 dias x 7 h 2.555 ( - ) 50 Domingos 50 dias x 7 h 350 ( - ) 30 Dias de férias 30 dias x 7 h 210 ( - ) 13 Feriados 13 dias x 7 h 91 ( - ) 4 Faltas 4 dias x 7 h 28 ( = ) Horas efetivamente laboradas 1.876 horas Assim, o empregado fica disponível 1.876 horas por ano. b. Custo anual do empregado. VERBAS TRABALHISTAS CÁLCULO MOD Salários mensais 1.876 h h x $ 12/hora $ 22.512 Domingos 350 h x $ 12/hora $ 4.200 Férias 210 h x $ 12/hora $ 2.520 Terço constitucional de férias 210 x $ 12/hora : 3 $ 840 Feriados 91 x $ 12/hora $ 1.092 Falta 28 h x $ 12/hora $ 336 13º Salário 210 x $ 12/hora $ 2.520 Total da remuneração $ 34.020 80 - 81 Mão de Obra Direta Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . c. Custo médio de cada hora. Remuneração anual $ 34.020 Encargos sociais (36% x $ 34.020,00) $ 12.247,20 Custo anual $ 46.267,20 Custo por hora ($ 46.267,20 : 1.876 horas) $ 24,66 O custo de mão de obra de uma hora corresponde a $ 24,66. Exercício Resolvido 04 A Confeitaria Gutamoc produz bolos para casamento. No mês de janeiro/20XX, a empresa fez 70 bolos de chocolate e 60 bolos de morango. A Mão de Obra Direta é a mesma para cada unidade de produtos e o tempo necessário por unidade também é o mesmo. O custo da mão de obra utilizada no período foi de $ 2.500. Pede-se para calcular: o valor do custo de mão de obra direta para cada uni- dade dos bolos fabricados. Resolução: O valor de $ 2.500 é o custo total da mão de obra consumido na produção de 130 bolos (70 de chocolate e 60 de morango). Como o tempo de produção é idêntico nos dois produtos, podemos solucionar este problema por regra de três: Bolo de chocolate 70 unidades $ 1.346,1538 Bolo de morango 60 unidades $ 1.153,8461 Total 130 unidades $ 2.500 130 unid $ 2.500 130 unid $ 2.500 70 unid x 60 unid x 130 x = 70 x 2.500 x = 175.000 : 130 x = $ 1.346,1538 130 x = 60 x 2.500 x = 150.000 : 130 x = $ 1.153,8461 82 - 83 ELEMENTOS QUE INCORPORAM OS CUSTOS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. II DESCRIÇÃO CÁLCULO CUSTO UNITÁRIO Bolo de chocolate $ 1.346,1538 : 70 $ 19,230769 Bolo de morango $ 1.153,8461 : 60 $ 19,230769 CUSTOS INDIRETOS DE PRODUÇÃO Os custos indiretos correspondem a um dos itens de maior importância para apuração dos custos de muitas organizações na atualidade. Os avanços tecnológicos das máquinas industriais têm contribuído significativamente para a redução dos custos com mão de obra, a competitividade acirrada entre empresas favorece uma estagnação dos custos com matérias-primas, assim, os custos indiretos têm se tornado o elemento de maior controle e planejamento. Todos os gastos identificados no processo produtivo, indispensáveis para a produção dos bens ou serviços prestados, impossibilitados de serem alocados diretamente aos produtos, recebem o nome de custos indiretos. Assim, os custos indiretos de produção são aqueles gastos que estão vincula- dos a um processo produtivo, mas que não podem ser identificados diretamente em cada uma das unidades produzidas, sendo necessário alocá-los aos produ- tos por meio de algum critério de rateio ou estimativa. COMPOSIÇÃO DOS CUSTOS INDIRETOS DE PRODUÇÃO O conjunto de todos os custos indiretos é chamado de CIP – Custos Indiretos de Produção, correspondem aos custos alocados aos produtos por rateio ou estima- tiva. Alguns exemplos de custos indiretos são: mão de obra indireta; materiais indiretos; depreciação das máquinas; seguro do setor fabril; energia elétrica da fábrica, aluguel da fábrica, manutenção das máquinas industriais; e outros custos relacionados aos departamentos produtivos e serviços auxiliares da produção. 82 - 83 Custos Indiretos de Produção Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . O custo da mão de obra indireta corresponde ao custo do trabalho de uma pessoa física realizado nos departamentos de serviço e produção, mas nos quais a pessoa não tem nenhum contato com o produto, ou seja, não traba- lha diretamente na fabricação dos produtos. Como exemplo, podemos citar as pessoas responsáveis pela manutenção das máquinas e supervisão de produ- ção. O custo da mão de obra indireta é composto dos salários pagos, benefícios espontâneos e obrigatórios, bem como os encargos sociais incidentes sobre a folha de pagamento. Os materiais indiretos correspondem àqueles materiais consumidos no pro- cesso de fabricação do produto, mas que por terem uma participação menor nos custos ou por ser inviável a quantificação direta consumida em cada uma das unidades produzidas do produto, são considerados como materiais indire- tos. Como, por exemplo, o verniz para a fabricação de móveis e a linha para a empresa de confecções. Os cálculos dos custos dos materiais indiretos devem ser apurados da mesma forma que os materiais diretos, ou seja, os impostos recu- peráveis devem ser excluídos do custo do produto. ALOCAÇÃO DE CUSTOS INDIRETOS DE PRODUÇÃO AOS PRODUTOS A alocação dos custos indiretos é um problema nas organizações. A grande difi- culdade consiste em identificar uma forma apropriada para transferir os custos ocorridos durante o processo produtivo aos produtos processados. Os custos indiretos são alocados aos produtos por meio de estimativa ou de um método de alocação de custos denominado de rateio. Ocorre que raramente esta alocação segue critérios totalmente certos ou erra- dos, principalmente pelo fato de que quase sempre há uma influência subjetiva para tais alocações. Os custos devem ser apropriados para satisfazer diferentes objetivos, como, por exemplo, fornecer informações para as decisões econô- micas, justificar os custos dos produtos ou serviços, mensurar lucros, e, para atender a estes objetivos, pode-se estabelecer critérios diversificados, no entanto, a empresa deve primar pela utilização de dados reais ocorridos durante o pro- cesso produtivo. 84 - 85 ELEMENTOS QUE INCORPORAM OS CUSTOS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. II Suponha que uma indústria de móveis produza guarda-roupas, camas e cômodas. Segue uma forma de alocação dos custos indiretos. DESCRIÇÃO GUARDA-ROUPAS CAMAS CÔMODAS TOTAL Material direto $ 9.500 $ 10.500 $ 12.000 $ 32.000 Mão de obra direta $ 800 $ 900 $ 1.300 $ 3.000 Energia elétrica direta $ 100 $ 110 $ 200 $ 410 Custos diretos $ 10.400 $ 11.510 $ 13.500 $ 35.410 Unidades produzidas 250 750 4.000 5.000 Horas-máquinas 125 370 740 1.235 Dados fornecidos pela empresa Fonte: a autora Além dos dados acima, a empresa também fornece as descrições e os valores de alguns custos indiretos incorridos no período, conforme segue: DESCRIÇÃO VALOR Materiais indiretos $ 2.000 Mão de obra indireta $ 14.000 Energia elétrica indireta $ 100 Aluguel industrial $ 3.000 Depreciação das máquinas $ 5.000 Total $ 24.100 Custos indiretos do período Fonte: a autora Os custos indiretos podem ser alocados aos produtos por meio de rateio. Assim, para proceder a apropriação, primeiramentese apura as proporções de cada um dos dados fornecidos pela empresa. Estas proporções podem ser apuradas facil- mente por meio de uma regra de três simples. 84 - 85 Custos Indiretos de Produção Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . PROPORÇÕES GUARDA-ROUPAS CAMAS CÔMODA TOTAL Material direto 29,7% 32,8% 37,5% 100% Mão de obra direta 26,7% 30% 43,3% 100% Energia elétrica direta 24,4% 26,8% 48,8% 100% Custos diretos 29,4% 32,5% 38,1% 100% Unidades produzidas 5% 15% 80% 100% Horas-máquinas 10% 30% 60% 100% Proporções dos dados fornecidos pela empresa Uma vez levantados os dados da empresa e identificadas todas as proporções, deve-se escolher um critério de rateio para os custos indiretos. Considerando que o administrador da produção solicite um relatório acerca dos custos dos produtos, talvez o melhor critério para alocação pudesse levar em considera- ção a mão de obra direta. Desta forma, os custos indiretos podem ser apropriados aos produtos utili- zando diversos parâmetros, considere-se neste caso a utilização nas proporções da mão de obra direta, ou seja, os guarda-roupas, as camas e as cômodas rece- berão 26,7%, 30% e 43,3% dos custos indiretos, respectivamente. Para alocação com base na mão de obra direta, os custos unitários dos produtos seriam os seguintes: DESCRIÇÃO GUARDA-ROUPAS CAMAS CÔMODA TOTAL Material direto $ 9.500 $ 10.500 $ 12.000 $ 32.000 Mão de obra direta $ 800 $ 900 $ 1.300 $ 3.000 Energia elétrica direta $ 100 $ 110 $ 200 $ 410 Custos diretos $ 10.400 $ 11.510 $ 13.500 $ 35.410 % MOD - Rateio 26,7% 30% 43,3% 100% Custos indiretos $ 6.434,70 $ 7.230 $ 10.435,30 $ 24.100 Custo total $ 16.834,70 $ 18.740 $ 23.935,30 $ 59.510 Unidades produzidas 250 750 4.000 5.000 Custo unitário $ 67,3388 $ 24,98667 $ 5,983825 Alocação dos custos indiretos com base na mão de obra direta 86 - 87 ELEMENTOS QUE INCORPORAM OS CUSTOS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. II Por outro lado, se o critério de alocação tomar por base o número de unida- des produzidas, os valores unitários dos produtos serão divergentes dos acima encontrados. DESCRIÇÃO GUARDA-ROUPAS CAMAS CÔMODA TOTAL Material direto $ 9.500 $ 10.500 $ 12.000 $ 32.000 Mão de obra direta $ 800 $ 900 $ 1.300 $ 3.000 Energia elétrica direta $ 100 $ 110 $ 200,00 $ 410,00 Custos diretos $ 10.400 $ 11.510 $ 13.500 $ 35.410 % Unid. produzidas - Rateio 5% 15% 80% 100% Custos indiretos $ 1.205 $ 3.615 $ 19.280 $ 24.100 Custo total $ 11.605 $ 15.125 $ 32.780 $ 59.510 Unidades produzidas 250 750 4.000 5.000 Custo unitário $ 46,42 $ 20,16667 $ 8,195 Alocação dos custos indiretos com base no número de unidades produzidas Percebe-se que há variação nos custos unitários obtidos em consequência de diferentes métodos de alocação dos custos. Por este motivo, recomenda-se uma criteriosa análise dos critérios de alocação em função dos objetivos pretendi- dos pela empresa. Os custos indiretos não possuem nenhum relacionamento direto com os produtos industrializados, mas sim com o processo produtivo, assim, como anteriormente abordado, em qualquer critério de rateio ou estimativa aplicada, sempre haverá uma margem de dúvidas acerca dos resultados obtidos, no entanto, a escolha do melhor método e a utilização de dados reais ocorridos durante o processo produtivo contribuem para a apuração de um resultado mais favorá- vel ao destino da informação que o usuário pretende utilizar. Exercício Resolvido 05 A empresa Rol’s produz ralos de dois tamanhos. O volume de produção e de vendas é de cerca de 10.000 unidades do Ralo Grande e 6.000 unidades do Ralo Pequeno, por período, e os Custos Indiretos de Produção (CIP) totalizam $ 200.000. 86 - 87 Custos Indiretos de Produção Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . Os custos diretos do período foram apurados por meio de requisições e mapas de apontamentos, conforme segue: Custos diretos unitários: DESCRIÇÃO R. GRANDE R. PEQUENO Material direto $ 8 $ 4 Mão de obra direta $ 4 $ 3 Pede-se: a. Calcular o valor dos Custos Indiretos de Produção (CIP) de cada produto, utilizando o custo de mão de obra direta como base de rateio. b. Calcular o valor dos Custos Indiretos de Produção (CIP) de cada produto, utilizando o custo de material direto como base de rateio. Resolução: a. Custos indiretos de produção, utilizando a mão de obra direta como base de rateio. O custo indireto total do período foi de $ 200.000, portanto, o rateio deve ser realizado com base no custo total de mão de obra direta, e não com base na mão de obra de uma unidade de cada produto. DESCRIÇÃO MOD UNITÁRIA VOLUME DE PRODUÇÃO MOD TOTAL R Grande $ 4 10.000 unid $ 40.000 R Pequeno $ 3 6.000 unid $ 18.000 Total 16.000 unid $ 58.000 DESCRIÇÃO MOD TOTAL % CIP R. Grande $ 40.000 68,97% $ 137.940 R. Pequeno $ 18.000 31,03% $ 62.060 Total $ 58.000 100% $ 200.000 88 - 89 ELEMENTOS QUE INCORPORAM OS CUSTOS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. II $ 58.000 100% $ 58.000 100% $ 40.000 x $ 18.000 x 58.000 x = 40.000 x 100 x = 4.000.000 : 58.000 x = 0,6897 x = 68,97% 58.000 x = 18.000 x 100 x = 1.800.000 : 58.000 x = 0,3103 x = 31,03% O custo indireto do R. Grande é de $ 137.940 ( $ 200.00 x 68,97%). O custo indireto do R. Pequeno é de $ 62.060 ( $ 200.000 x 31,03%). b. Custos indiretos de produção, utilizando o material direto como base de rateio. DESCRIÇÃO MD UNITÁRIO VOLUME DE PRODUÇÃO MD TOTAL R. Grande $ 8 10.000 unid $ 80.000 R. Pequeno $ 4 6.000 unid $ 24.000 Total 16.000 unid $ 104.000 DESCRIÇÃO MD TOTAL % CIP R. Grande $ 80.000 76,92% $ 153.840 R. Pequeno $ 24.000 23,08% $ 46.160 Total $ 104.000 100% $ 200.000 O custo indireto do R. Grande é de $ 153.840 ( $ 200.00 x 76,92%). O custo indireto do R. Pequeno é de $ 46.160 ( $ 200.000 x 23,08%). Exercício Resolvido 06 A Confeitaria Gutamoc produz bolos para casamento. No mês de janeiro/20XX, a empresa fez 70 bolos de chocolate e 60 bolos de morango. Os dados relativos a sua produção do período são os seguintes: 88 - 89 Custos Indiretos de Produção Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . ■ Os equipamentos de fabricação utilizados na produção custaram $ 2.160 e sua vida útil é estimada em 10 anos. ■ A fatura de energia elétrica da produção custou $ 300. ■ Para assar os bolos de chocolate e morango, foram consumidas 1,1h e 1h de forno elétrico, respectivamente para cada unidade. Pede-se: Calcular o valor dos custos indiretos de produção (CIP) para cada um dos bolos fabricados, rateando com base no tempo de forno. Resolução: Primeiramente, faz-se necessário apurar o custo indireto com deprecia- ção (depreciação linear). $ 2.160 : 10 anos = $ 216 de depreciação por ano. $ 216 por ano : 12 meses = $ 18 de depreciação por mês. Assim, os custos indiretos do período foram de $ 318. Podemos ratear os custos indire- tos por uma regra de três simples: Bolo de chocolate 1,1 h x 70 unid 77 horas Bolo de morango 1,0 h x 60 unid 60 horas Total 137 horas 137 horas $ 318 137 horas $ 318 77 horas x 60 horas x 137 x = 77 x 318 x = $ 24.486 : 137 x = 178,729927 137 X = 60 x 318 X = 19.080 : 137 X = 139,270073 O tempo consumido nos bolos de chocolate foi 178,729927h, como foram pro- duzidas 70 unidades, então temos que o custo indireto unitário é de $ 2,553284 (178,72992 : 70). O tempo consumido nos bolos de morango foi 139,270073h, como foram pro- duzidas 60 unidades, então temos que o custo indireto unitário é de $ 2,321167883 (139,270073 : 60). 90 - 91 ELEMENTOS QUE INCORPORAM OS CUSTOS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de1998. II APURAÇÃO DO CUSTO TOTAL (I) Neste livro, nós apresentamos várias formas de apurar os custos dos produtos. A primeira delas corresponderá à alocação dos materiais diretos, mão de obra direta e custos indiretos aos produtos fabricados. Esta forma de apuração de custo é chamada de Custeio por Absorção. O custo total dos produtos será apurado após o cumprimento das seguintes etapas: 1° Etapa – Levantamento das despesas. 2° Etapa – Levantamento e separação dos custos diretos e indiretos. 3° Etapa – Alocação dos custos diretos. 4° Etapa – Alocação dos custos indiretos. 5° Etapa – Levantamento do custo total. Vamos exemplificar utilizando a empresa Gutamoc – Indústria e Comércio de Móveis Ltda. No período de janeiro de 20XX, ocorreram os seguintes gastos: Comissão de Vendedores ........................................................$ 2.000 Depreciação de Máquinas Industriais ..................................$ 350 Depreciação de Veículos ........................................................$ 250 Despesas Bancárias .................................................................$ 100 Energia Elétrica da Administração ......................................$ 500 Energia Elétrica da Fábrica (iluminação da fábrica) ...........$ 1.500 Energia Elétrica da Fábrica (medidor por máquina) ..........$ 4.000 Fatura de Telefone....................................................................$ 600 Frete de Entrega .......................................................................$ 1.000 Honorários da Diretoria .........................................................$ 2.200 Madeira Consumida ................................................................$ 50.000 Manutenção das Máquinas Industriais .................................$ 320 Material de Limpeza da Administração ...............................$ 150 Outros Materiais Consumidos ...............................................$ 700 90 - 91 Apuração do Custo Total (I) Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . Puxadores Consumidos ..........................................................$ 612 Salários e Encargos da Administração ..................................$ 6.000 Salários e Encargos dos Operários ........................................$ 15.000 Salários e Encargos dos Supervisores de Produção.............$ 5.000 Tarifa de Água ..........................................................................$ 300 Verniz Consumido ..................................................................$ 200 1° Etapa – Levantamento das despesas As despesas não fazem parte do custo do produto, correspondem aos gastos realizados no período, classificadas como Contas de Resultado. As despesas reduzem o patrimônio, portanto, são lançadas em contrapartida com a conta Resultado do Exercício. As despesas são evidenciadas na DRE - Demonstração do Resultado do Exercício. Despesas de Vendas Comissão de Vendedores .......................................$ 2.000 Depreciação de Veículos .......................................$ 250 Frete de Entrega .....................................................$ 1.000 Despesas Financeiras Despesas Bancárias ................................................$ 100 Despesas Administrativas Energia Elétrica da Administração ......................$ 500 Fatura de Telefone...................................................$ 600 Honorários da Diretoria ........................................$ 2.200 Material de Limpeza da Administração ..............$ 150 Salários e Encargos da Administração .................$ 6.000 Tarifa de Água .........................................................$ 300 2° Etapa – Levantamento e separação dos custos diretos e indiretos Os custos correspondem aos gastos consumidos no processo produtivo, são incorporados nos produtos. 92 - 93 ELEMENTOS QUE INCORPORAM OS CUSTOS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. II Nesta etapa, precisamos identificar os gastos que correspondem aos custos e separá-los em custos de materiais diretos, mão de obra direta e custos indiretos. Custos Diretos Materiais Diretos Madeira Consumida ...................................................................... $ 50.000 Puxadores Consumidos ................................................................ $ 612 Mão de obra Direta Salários e Encargos dos Operários .............................................. $ 15.000 Outros Custos Diretos Energia Elétrica da Fábrica (medidor por máquina) ................ $ 4.000 Custos Indiretos Depreciação de Máquinas Industriais ........................................ $ 350 Energia Elétrica da Fábrica (iluminação da fábrica) ................. $ 1.500 Manutenção das Máquinas Industriais ....................................... $ 320 Outros Materiais Consumidos ..................................................... $ 700 Salários e Encargos dos Supervisores de Produção................... $ 5.000 Verniz Consumido ........................................................................ $ 200 Total ................................................................................................. $ 8.070 3° Etapa – Alocação dos custos diretos Os gastos com materiais diretos, mão de obra direta e outros custos diretos con- sumidos nos produtos devem ser alocados às unidades produzidas. Os custos diretos são os custos passíveis de serem quantificados, mensura- dos em cada uma das unidades produzidas. Tomando por base o exemplo da empresa Gutamoc, vamos fazer as alocações. A empresa produziu no período guarda-roupas de 2, 4 e 6 portas. Alocação dos materiais diretos A empresa mantém um controle interno para o consumo de matéria-prima madeira por meio das requisições feitas pela produção ao almoxarifado dos 92 - 93 Apuração do Custo Total (I) Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . estoques. Nas requisições constam as quantidades de madeiras utilizadas em cada uma das unidades produzidas. Com a multiplicação da quantidade de madeira utilizada em cada produto pelo custo unitário constante da ficha de controle de estoque, temos o custo da madeira consumida, conforme apresentado: PRODUTO MADEIRA Guarda-roupa de 2 portas $ 8.000 Guarda-roupa de 4 portas $ 17.000 Guarda-roupa de 6 portas $ 25.000 Total $ 50.000 Embora consumido em menor quantidade, os puxadores são facilmente alocados a cada uma das unidades produzidas. Se considerarmos que foram fabricadas 10 unidades de guarda--roupas de cada modelo, podemos mensurar exatamente o custo com puxadores alocados diretamente ao produto. PRODUTO PUXADORES Guarda-roupa de 2 portas $ 102 Guarda-roupa de 4 portas $ 204 Guarda-roupa de 6 portas $ 306 Total $ 612 Alocação da Mão de Obra Direta A empresa mantém um controle interno da mão de obra direta. O custo com mão de obra só pode ser considerado direto quando é pre- ciso quantificar o valor da mão de obra em cada uma das unidades trabalhadas. A empresa mantém um mapa de apontamento com as informações de quanto tempo cada pessoa física gastou na produção de cada produto. Assim, como a empresa possui o custo com mão de obra direta (salários + encargos + benefícios) e o tempo despendido em cada unidade, podemos alocar diretamente o custo dos operários aos produtos, conforme segue: 94 - 95 ELEMENTOS QUE INCORPORAM OS CUSTOS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. II PRODUTO MÃO DE OBRA Guarda-roupa de 2 portas $ 2.500 Guarda-roupa de 4 portas $ 5.000 Guarda-roupa de 6 portas $ 7.500 Total $ 15.000 Alocação da Energia Elétrica Direta A empresa mantém um controle interno da energia elétrica direta. O custo com energia elétrica só pode ser considerado direto quando é possí- vel mensurar o valorem cada uma das unidades trabalhadas. A empresa possui registros nas máquinas que quantificam o consumo de energia elétrica em cada uma das unidades produzidas. Assim, a empresa aloca a energia das máquinas, somente das máquinas, dire- tamente a cada produto, conforme segue: PRODUTO ENERGIA ELÉTRICA Guarda-roupa de 2 portas $ 1.000 Guarda-roupa de 4 portas $ 1.300 Guarda-roupa de 6 portas $ 1.700 Total $ 4.000 4° Etapa – Alocação dos custos indiretos Os custos consumidos no processo produtivo não identificados diretamente a esta ou àquela unidade produzida são considerados custos indiretos. Os custos indiretos devem ser alocados aos produtos, compõem o custo total dos produtos, mas como não podem ser mensurados a cada uma das unidades produ- zidas, devem ser alocados aos produtos por algum critério de rateio ou estimativa. Ratear consiste em dividir os custos indiretos proporcionalmente aos produ- tos, utilizando para tanto a grandeza que representa melhor relação com o custo. Para a empresa Gutamoc, podemos ratear os $ 8.070 de custos indiretos pelo volume de produção, conforme segue: 94 - 95 Apuração do Custo Total (I) Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . PRODUTOS VOLUME DE PRODUÇÃO CUSTOS INDIRETOS Guarda-roupa 2 ptas 10 unid 33,333% $ 2.690 Guarda-roupa 4 ptas 10 unid 33,333% $ 2.690 Guarda-roupa 6 ptas 10 unid 33,333% $ 2.690 Total 30 unid 100% $ 8.070 Analisando o quadro acima, verificamos que embora os produtos tenham tama- nhos distintos, todos receberam o mesmo valor de custos indiretos devido ao fato de o volume de produção ser igual para todos os produtos. No exemplo da empresa, a utilização do critério de rateio pelo volume de pro- dução pode inviabilizar a produção, pois está encarecendo muito o guarda-roupa de 2 portas, portanto, o volume não apresenta muita relação com os custos indiretos. Suponhamos que a empresa faça a alocação dos custos indiretos aos produ- tos tomando por base o consumo de madeira, conforme segue: PRODUTOS CONSUMO DE MADEIRA CUSTOS INDIRETOS Guarda-roupa 2 portas $ 8.000 16% $ 1.291,20 Guarda-roupa 4 portas $ 17.000 34% $ 2.743,80 Guarda-roupa 6 portas $ 25.000 50% $ 4.035,00 Total $ 50.000 100% $ 8.070,00 Outro critério que podemos utilizar consiste em alocar os custos indiretos tomando por base a mão de obra direta, conforme segue: PRODUTOS MÃO DE OBRA DIRETA CUSTOS INDIRETOS Guarda-roupa 2 portas $ 2.500 16,6666% $ 1.345 Guarda-roupa 4 portas $ 5.000 33,3333% $ 2.690 Guarda-roupa 6 portas $ 7.500 50% $ 4.035 Total $ 15.000 100% $ 8.070 Do exposto, verificamos que a escolha do critério de alocação é subjetiva. Os rateios realizados por critérios diferentes levam a informações distintas, possi- bilitando a realização de análises equivocadas. 96 - 97 ELEMENTOS QUE INCORPORAM OS CUSTOS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. II Em muitas empresas, os custos indiretos são alocados aos produtos um a um. Os materiais indiretos podem ser rateados com base na matéria-prima, a energia elétrica com base na mão de obra direta, a depreciação das máquinas com base no consumo de energia etc. 5° Etapa – Levantamento do custo total Com a alocação direta dos custos diretos aos produtos e o rateio dos custos indi- retos, podemos apurar o custo total dos produtos. Utilizando o rateio dos custos indiretos pelo volume de produção, o custo total de cada produto ficaria da seguinte forma: PRODUTOS CUSTOS DIRETOS CUSTOS INDIRETOS CUSTO TOTALMATERIAIS MÃO DE OBRA ENERGIA ELÉTRICA TOTAL Guarda-roupa 2 portas $ 8.102 $ 2.500 $ 1.000 $ 11.602 $ 2.690 $ 14.292 Guarda-roupa 4 portas $ 17.204 $ 5.000 $ 1.300 $ 23.504 $ 2.690 $ 26.194 Guarda-roupa 6 portas $ 25.306 $ 7.500 $ 1.700 $ 34.506 $ 2.690 $ 37.196 Total $ 50.612 $ 15.000 $ 4.000 $ 69.612 $ 8.070 $ 77.682 Por outro, caso a empresa utilizasse o rateio dos custos indiretos pelo consumo de madeira, o custo total de cada produto ficaria da seguinte forma: PRODUTOS CUSTOS DIRETOS CUSTOS INDIRETOS CUSTO TOTAL Guarda-roupa 2 portas $ 11.602 $ 1.291,20 $ 12.893,20 Guarda-roupa 4 portas $ 23.504 $ 2.743,80 $ 26.247,80 Guarda-roupa 6 portas $ 34.506 $ 4.035,00 $ 38.541,00 Total $ 69.612 $ 8.070,00 $ 77.682,00 Por fim, caso a empresa utilizasse o rateio dos custos indiretos pelo custo da mão de obra direta, o custo total de cada produto ficaria da seguinte forma: 96 - 97 Apuração do Custo Total (I) Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . PRODUTOS CUSTOS DIRETOS CUSTOS INDIRETOS CUSTO TOTAL Guarda-roupa 2 portas $ 11.602 $ 1.345 $ 12.947 Guarda-roupa 4 portas $ 23.504 $ 2.690 $ 26.194 Guarda-roupa 6 portas $ 34.506 $ 4.035 $ 38.541 Total $ 69.612 $ 8.070 $ 77.682 Analisando os custos totais apurados, verificamos que a escolha do critério de rateio altera o resultado. Assim, sempre que possível, o rateio deve utilizar como parâmetro as medidas que têm maior relação com os custos. A apuração do custo total dos produtos fabricados pode ser apresentada no esquema abaixo: Custos Custos Diretos Custos Indiretos rateio Produtos Os custos diretos são apropriados aos produtos por meio de uma unidade de medida. Não há como quantificar os custos indiretos consumidos em cada uni- dade produzida, portanto, os custos indiretos são apropriados aos produtos por meio de rateio ou estimativa. ©shutterstock 98 - 99 ELEMENTOS QUE INCORPORAM OS CUSTOS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. II CONTABILIZAÇÃO DOS CUSTOS (I) As demonstrações contábeis são facilmente geradas por sistemas informatiza- dos, no entanto, para que os demonstrativos atendam às leis e gerem informações úteis de forma simultânea, é preciso que os fatos contábeis sejam corretamente registrados. O departamento de contabilidade ou o profissional contábil terceirizado normalmente fica distantes do setor fabril, assim, eles não têm dados refe- rentes à produção. Por outro lado, as requisições de materiais, os mapas de apontamentos e os demais controles internos podem ser utilizados para a contabilização. LANÇAMENTOS CONTÁBEIS Vamos considerar a empresa Gutamoc – Indústria e Comércio de Móveis Ltda., produtora de guarda-roupas. A empresa rateou os custos indire- tos pelo consumo de madeira. Utilizando o quadro do custo total, segue a contabilização: 98 - 99 Contabilização dos Custos (I) Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . PRODUTOS CUSTOS DIRETOS CUSTOS INDIRETOS CUSTO TOTAL MATERIAIS MÃO DE OBRA ENERGIA ELÉTRICA TOTAL Guarda-roupa 2 portas $ 8.102 $ 2.500 $ 1.000 $ 11.602 $ 1.291,20 $ 12.893,20 Guarda-roupa 4 portas $ 17.204 $ 5.000 $ 1.300 $ 23.504 $ 2.743,80 $ 26.247,80 Guarda-roupa 6 portas $ 25.306 $ 7.500 $ 1.700 $ 34.506 $ 4.035,00 $ 38.541,00 Total $ 50.612 $ 15.000 $ 4.000 $ 69.612 $ 8.070,00 $ 77.682,00 Contabilização dos materiais diretos De acordo com a contabilidade financeira, no momento da aquisição, a matéria- -prima e os demais materiais foram registrados no Ativo Circulante, nas contas de Estoque, tendo como contrapartida a conta de Caixa, Banco ou Fornecedores. Durante o processo produtivo, os materiais foram consumidos na fabricação de produtos, portanto, ocorre a baixa dos materiais do estoque e transferência para os produtos acabados. Débito – Guarda-roupa 2 portas .............................. $ 8.000 Débito – Guarda-roupa 4 portas .............................. $ 17.000 Débito – Guarda-roupa 6 portas .............................. $ 25.000 Crédito – Madeira (Estoque) ..................................... $ 50.000 Histórico: consumo de madeira no processo de produção de guarda-roupas. Débito – Guarda-roupa2 portas .............................. $ 102 Débito – Guarda-roupa 4 portas .............................. $ 204 Débito – Guarda-roupa 6 portas .............................. $ 306 Crédito – Puxadores (Estoque) .................................. $ 612 Histórico: consumo de puxadores na fabricação de guarda-roupas. ■ Contabilização da mão de obra direta 100 - 101 ELEMENTOS QUE INCORPORAM OS CUSTOS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. II Na contabilidade financeira, foram registrados os valores da folha de pagamento, debitando Mão de obra (despesa) e creditando Salários a Pagar, Caixa ou Banco. Durante o processo produtivo, o valor da mão de obra é considerado custo direto alocado aos produtos. Débito – Guarda-roupa 2 portas .............................. $ 2.500 Débito – Guarda-roupa 4 portas .............................. $ 5.000 Débito – Guarda-roupa 6 portas .............................. $ 7.500 Crédito – Mão de obra (despesa) .............................. $ 15.000 Histórico: custo da mão de obra direta alocada aos guarda-roupas. ■ Contabilização da energia elétrica direta Na contabilidade financeira, foram registrados os valores devidos de energia elétrica, debitando Energia Elétrica (Despesa) e creditando Energia Elétrica a Pagar, Caixa ou Banco. Durante o processo produtivo, a energia elétrica direta é alocada aos produtos. Débito – Guarda-roupa 2 portas .............................. $ 1.000 Débito – Guarda-roupa 4 portas .............................. $ 1.300 Débito – Guarda-roupa 6 portas .............................. $ 1.700 Crédito – Energia Elétrica (despesa)......................... $ 4.000 Histórico: custo da energia elétrica direta consumida na fábrica, alocada aos guarda-roupas. ■ Contabilização dos custos indiretos Na contabilidade financeira, foram registrados os valores dos custos indire- tos, debitando como despesas a Depreciação de Máquinas Industriais, Outros Materiais Consumidos, debitando como estoque de Verniz etc., e creditando Depreciação Acumulada, Fornecedores, Contas a Pagar etc. Durante o processo produtivo, os custos indiretos foram consumidos, por- tanto, alocados aos produtos, rateados de acordo com a madeira consumida. 100 - 101 Contabilização dos Custos (I) Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . Débito – Guarda-roupa 2 portas ................................................. $ 1.291,20 Débito – Guarda-roupa 4 portas ................................................. $ 2.743,80 Débito – Guarda-roupa 6 portas ................................................. $ 4.035,00 Crédito – Depreciação de Máquinas Industriais ....................... $ 350 Crédito – Manutenção das Máquinas Industriais ..................... $ 320 Crédito – Energia Elétrica (iluminação da fábrica) .................. $ 1.500 Crédito – Outros Materiais Consumidos ................................... $ 700 Crédito – Salários e Encargos dos Supervisores de Produção . $ 5.000 Crédito – Verniz Consumido ....................................................... $ 200 Razonetes Madeira Puxador Energia Elétrica Direta $XXXX 50.000 $XXXX 612 $XXXX 4.000 Mão de obra Direta Depreciação de Máq.Industriais Energia Elétrica Indireta $XXXX 15.000 $XXXX 350 $XXXX 1.500 Manutenção de Máq. Industriais Outros Materiais Consu- midos Salários e Enc. dos Sup. de Produção $XXXX 320 $XXXX 700 $XXXX 5.000 Verniz Consumido $XXXX 200 Guarda-roupa 2 portas Guarda-roupa 4 portas Guarda-roupa 6 portas 8.000,00 Madeira 17.000,00 Madeira 25.000,00 Madeira 102,00 Puxador 204,00 Puxador 306,00 Puxador 2.500,00 MOD 5.000,00 MOD 7.500,00 MOD 1.000,00 Energia 1.300,00 Energia 1.700,00 Energia 1.291,20 CIP 2.743,80 CIP 4.035,00 CIP 12.893,20 26.247,80 38.541,00 Razonetes 102 - 103 ELEMENTOS QUE INCORPORAM OS CUSTOS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. II Exercício Resolvido 07 A Confeitaria Gutamoc produz bolos para casamento. No mês de janeiro/20XX, a empresa fez 70 bolos de chocolate e 60 bolos de morango. ■ Os ingredientes utilizados totalizaram $ 5.000, todos classificados como material direto, consumidos pelos dois sabores de bolos, mediante as ano- tações constantes das requisições: o consumo do bolo de morango é 4/6 da quantidade consumida no bolo de chocolate. ■ A Mão de Obra Direta é a mesma para cada unidade de produtos e o tempo necessário por unidade também é o mesmo. O custo da mão de obra utilizada no período foi de $ 2.500. ■ Os equipamentos de fabricação utilizados na produção custaram $ 2.160 e sua vida útil é estimada em 10 anos. ■ A fatura de energia elétrica da produção custou $ 300. ■ Para assar os bolos de chocolate e morango, foram consumidas 1,1h e 1h de forno elétrico, respectivamente para cada unidade. Pede-se: a. Calcular o valor do custo de material direto para os bolos fabricados. b. Calcular o valor do custo de mão de obra direta para os bolos fabricados. c. Calcular o valor dos custos indiretos de produção (CIP) para os bolos fabricados, rateando com base no tempo de forno. d. Calcular o custo total de cada bolo fabricado. Resolução: a) Bolo de chocolate Bolo de morango x 4x : 6 x + (4x : 6) = $ 5.000 6 x + 4 x = $ 30.000 10 x = $ 30.000 x = $ 3.000 4 x 3000 : 6 = $ 2.000 102 - 103 Contabilização dos Custos (I) Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . Assim, o bolo de chocolate consome $ 3.000, enquanto o bolo de morango con- some $ 2.000. b) Bolo de chocolate 70 unidades $ 1.346,1538 Bolo de morango 60 unidades $ 1.153,8461 Total 130 unidades $ 2.500 130 unid $ 2.500 130 unid $ 2.500 70 unid x 60 unid x 130 x = 70 x 2.500 x = 175.000 : 130 x = $ 1.346,15 130 X = 60 x 2.500 X = 150.000 : 130 X = $ 1.153,85 c) $ 2.160 : 10 anos = $ 216 de depreciação por ano. $ 216 por ano : 12 meses = $ 18 de depreciação por mês. Assim, os custos indiretos do período foram de $ 318. Podemos ratear os custos indiretos por uma regra de três simples: Bolo de chocolate 1,1 h x 70 unid 77 horas Bolo de morango 1,0 h x 60 unid 60 horas Total 137 horas 137 horas $ 318 137 horas $ 318 77 horas x 60 horas x 137 X = 77 x 318 X = $ 24.486 : 137 X = 178,73 137 X = 60 x 318 X = 19.080 : 137 X = 139,27 104 - 105 ELEMENTOS QUE INCORPORAM OS CUSTOS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. II Bolo de chocolate Bolo de morango Total Material direto $ 3.000 $ 2.000 $ 5.000 Mão de obra direta $ 1.346,15 $ 1.153,85 $ 2.500 CIP $ 178, 73 $ 139,27 $ 318 Total $ 4.524,88 $ 3.293,12 $ 7.818 CONSIDERAÇÕES FINAIS A composição dos custos comerciais diverge dos custos industriais. O custo do guarda-roupa para uma empresa que comercializa móveis corresponde ao valor de aquisição da mercadoria acrescido dos gastos necessários para colocá-lo em condição de venda, deduzindo os tibrutos recuperáveis. Por outro lado, o custo deste mesmo guarda-roupa é bem diferente para a empresa que fabrica o produto. A indústria compra materiais (madeira, tinta, parafuso), contrata empregados e ainda tem gastos de produção (energia elétrica, seguro, depreciação de máquinas etc.). Assim, o custo do produto guarda-roupa para um empresa que industrializa móveis corresponde ao custo líquido dos materiais mais os gastos de transformação da madeira em guarda-roupa. Resumidamente, o custo dos produtos acabados é composto pelo custo dos materiais diretos, mão de obra direta e custos indiretos de produção. 104 - 105 Considerações Finais Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . Custos de Produção: O vídeo sugerido corresponde a umtrabalho de introdução à economia do curso do professor Ido Michels, Anamaria Salles, Anita Asato, Camila Ormay, José Urbano e outros. O vídeo exemplifica os custos de produção em uma fábrica de queijo. <http://www.youtube.com/watch?v=8FqgdSFPZcw>. Na indústria, o custo do produto é composto de materiais mais todos os gastos de transformação. MATERIAL COMPLEMENTAR 106 - 107 Curso de contabilidade de custos George S. G. Leone e Rodrigo José Guerra Leone Editora: Atlas Contabilidade de Custos Eliseu Martins Editora: Atlas Gestão de custos e formação de preços com aplicações na calculadora HP 12 C Adriano Leal Bruni e Rubens Famá Editora: Atlas 106 - 107 1. A fábrica de chocolate Leite Quente Ltda. controla os estoques pelo Inventário Periódico. Os dados obtidos no período foram: $ 52.000 - Compra de mercadorias. $ 98.000 – Venda de mercadorias. $ 18.000 – Estoques iniciais. $ 22.000 – Custos das mercadorias vendidas. $ 10.000 – Devoluções de compras. $ 5.000 – Fretes sobre compras. Pede-se: a) Diferencie o inventário periódico do inventário permanente. b) Qual é o estoque final? 2. A empresa Gutamoc – Indústria e Comércio Ltda. produz guarda-roupas. No mês de fevereiro/20XX, a empresa consumiu madeira na produção, conforme movi- mentação registrada abaixo: Dia 02 – Compra de 80 metros de madeira pelo valor de $ 50,00 o metro. Dia 18 – Compra de 20 metros de madeira pelo valor de $ 55,00 o metro. Dia 18 – Consumo de 60 metros de madeira. Dia 24 – Compra de 30 metros de madeira pelo valor de $ 60,00 o metro. Dia 26 - Consumo de 40 metros de madeira. A empresa mantém inventário permanente nos estoques. Além da madeira, houve custos com mão de obra, energia, depreciações, tintas etc., perfazendo $ 3.500. Caso o estoque fosse controlado pelo critério PEPS, a empresa lucraria $ 4.000 na venda de seus produtos no período. Pede-se para elaborar a ficha de controle de estoque e calcular o lucro bruto para cada um dos critérios de avaliação de estoque: a) PEPS. b) UEPS. c) Médio Ponderado. d) Faça um quadro comparativo dos custos apurados nas letras a), b) e c) acima. 3. Qual o tratamento contábil dado aos subprodutos? 4. Qual o tratamento contábil dado às sucatas? 108 - 109 5. Qual o tratamento contábil dado às reações químicas e evaporação? 6. Qual o tratamento contábil dado às enchentes nos estoques? 7. A empresa Jobim & Gal Ltda. mantém um controle de estoque pelo inventário permanente. Independente do critério de estoque que a empresa esteja utilizan- do, qual o valor que não se altera? ( ) Preço de venda. ( ) Custo do produto vendido. ( ) Custo do estoque final. ( ) Preço de compra. 8. Em determinado período, a empresa Gutamoc – Indústria e Comércio de Móveis Ltda. produziu camas e guarda-roupas, para tanto, adquiriu 300 metros de ma- deira por $ 16.500, neste valor está incluso 18% de ICMS recuperável e 10 litros de tinta por $ 1,20 o litro. Esses materiais foram totalmente requisitados para a produção no período (consumidos). Sabendo que: ■ Durante o corte da madeira há uma perda normal de 2%. As sobras de serra- gem têm preço e mercado certos, sendo vendidas por $ 100. ■ Durante a pintura, há uma perda normal 5% de tinta. ■ Pede-se: calcular o valor total do custo de materiais considerado nos produtos. MÃO DE OBRA DIRETA 9. Diferencie mão de obra direta de mão de obra indireta. 10. Qual o tratamento contábil da mão de obra direta? 11. Qual o tratamento contábil da mão de obra indireta? 12. A empresa Gutamoc – Indústria e Comércio de Móveis Ltda. possui um empregado mensalista, jornada de 220 horas mensais, que optou pelo abono pecuniário de férias (vendeu 1/3 das férias). Salário mensal: $ 2.500. Suponha que, sobre a remuneração total, a empresa contribui com: ■ 20% para o INSS. ■ 8% para o FGTS. ■ 2% para entidades como SESI, SENAI etc. ■ 3% para RAT - Risco de Acidente de Trabalho. ■ Pede-se para calcular o custo total anual do empregado. 108 - 109 13. A empresa Gutamoc – Indústria e Comércio de Móveis Ltda. possui um empregado contratado por $ 25 a hora para uma jornada de trabalho de 30 horas semanais (se- gunda a sexta). Suponha que, sobre a remuneração total, a empresa contribui com: ■ 20% para o INSS. ■ 8% para o FGTS. ■ 5,8% para entidades como SESI, SENAI etc. ■ 1% para RAT - Risco de Acidente de Trabalho. Pede-se para calcular o custo total anual do empregado. 14. Analisando as contas do livro razão da empresa Gutamoc Indústria e Comércio de Móveis, na data do dia 31 de fevereiro de 20XX, obtemos os seguintes dados: MATERIAIS DIRETOS Produto A $ 80.000 Produto B $ 50.000 Produto C $ 10.000 Mão de obra Direta Salários e Ordenados $ 80.000 Encargos Sociais $ 12.000 Pede-se: a) O mapa de apontamento de mão de obra, sabendo que do tempo de pro- dução, 20% foi com o Produto C, 30% com o Produto B e o restante com o Produto A. Qual o custo de mão de obra direta de cada produto? b) Qual o custo direto de cada produto? CUSTOS INDIRETOS 15. O que são custos indiretos de produção? Exemplifique. 16. O que é rateio? 17. A fatura de Energia Elétrica da Indústria de Móveis do Lar Ltda. foi de $ 1.500 em janeiro/20XX. Quais são as possibilidades de classificação deste gasto? 18. Assinale a alternativa correta. A fábrica Vasos de Jardim Ltda. produz quinze mo- delos diferentes de vasos. Para fins fiscais, o gasto com o aluguel do barracão da fábrica deve ser: a) Contabilizado como despesa do período. b) Alocado diretamente aos produtos. 110 - 111 c) Contabilizado como despesa ou custo, dependendo do procedimento que a empresa queira adotar. d) Alocado aos produtos por meio de um critério de rateio ou estimativa. 19. A empresa Gutamoc – Indústria e Comércio de Móveis Ltda., produz guarda-rou- pas de dois modelos, de 4 portas e de 6 portas. A produção ocorre em um único departamento. Os custos indiretos em um de- terminado período totalizaram $ 50.000, seus custos diretos e o tempo de produ- ção de cada tipo de produto foram os seguintes: DESCRIÇÃO GUARDA-ROUPA 4 PORTAS GUARDA-ROUPA 6 PORTAS TOTAL Matéria-prima $ 5.600 $ 8.400 $ 14.000 Mão de obra direta $ 15.300 $ 6.500 $ 21.800 Tempo total de produção (horas) 7.500 5.500 13.000 Pede-se: preencher os mapas de rateio, indicar o valor do Custo Indireto de Pro- dução e o Custo Total da cada tipo de produto: a) Pelo critério de proporcionalidade ao custo de matéria-prima. b) Pelo critério da proporcionalidade ao custo de mão de obra direta. c) Pelo critério do tempo total de produção. 20. A empresa Del Vale produz o Suco A e o Suco B, cujo volume de produção e de vendas é de cerca de 12.000 e 4.000 unidades, respectivamente, por período, e os Custos Indiretos de Produção totalizam $ 15.000. 21. Em determinado período, foram negociados os seguintes custos diretos por unidade: CUSTOS SUCO A SUCO B Material direto $ 1,00 $ 1,10 Mão de obra direta $ 0,80 $ 0,90 Pede-se: calcular o valor dos Custos Indiretos de Produção (CIP) de cada produto, utilizando os custos diretos como base de rateio. MATERIAL DIRETO, MÃO DE OBRA DIRETA E CUSTOS INDIRETOS 22. Analisando as contas do livro razão da empresa Gutamoc Indústria e Comércio de Móveis, na data do dia 31 de março de 20XX, obtemos os seguintes dados: 110 - 111 Materiais Diretos Produto A $ 180.000 Produto B $ 150.000 Produto C $ 60.000 Mão de obra Direta Salários e Ordenados $ 100.000 Encargos Sociais $ 30.000 Mão de obra Indireta Salários e Ordenados $ 30.000 Encargos Sociais $ 8.000 Custos Indiretos de Produção Aluguel $ 2.000 Depreciação $ 1.000 Energia Elétrica $ 800 Fatura de Água $ 500 Pede-se: a) Considerando que os tempos de produção de mão de obra direta nos produ- tos são iguais, qual o custo direto de cada produto? b) Qual o custo indireto de cada produto utilizando o rateio com base no custo da mão de obra direta? c) Qual o custo total de cada produto? 23. A empresa Gutamoc – Indústria e Comércio de Móveis produz Camas e Guarda-roupas.Em fevereiro/20XX, a empresa fabricou 300 camas e 200 guarda-roupas. a) Os materiais diretos necessários para a produção (consumidos) foram iguais a 3.400 m2 de Madeira, 1.200 puxadores e 350 litros de verniz. O custo da madeira é estimado em $ 35 /m2, com ICMS já incluso de $ 6,30, o custo dos puxadores é de $ 9.000 o milheiro, com ICMS já incluso de $ 1.600, e o custo do verniz é $ 100 cada lata de 5 litros. O consumo unitário de material direto DESCRIÇÃO MADEIRA (EM M2) PUXADOR (UNID) VERNIZ (LITRO) Cama 4 - 0,4 Guarda-roupa 11 6 1,15 112 - 113 b) Os custos com mão de obra direta alcançam $ 8 por hora, mais encargos sociais e obrigações legais. Considere 40 horas/semana, de segunda-feira à sexta-feira, INSS patronal de 26,8% sobre o salário, FGTS de 8%, férias inte- grais e 14 dias não trabalhados por ano em decorrência de feriados e faltas abonadas. Considere ainda que o ano tem 52 sábados e 52 domingos. A empresa é isenta dos demais impostos e encargos. Em determinado mês, a mão de obra direta empregada na fabricação de camas e guarda-roupas foi igual a 120 horas e 180 horas, respectivamente. c) Outros dados relativos Energia elétrica consumida na produção $ 1.500 Supervisão geral da produção $ 2.000 Aluguel da fábrica $ 800 Seguro predial do fábrica $ 900 Consumo de lubrificantes nos equipamentos de produção $ 500 Depreciação de equipamentos de produção $ 600 Seguro dos equipamentos de fábrica $ 700 Despesas comerciais e administrativas da empresa no período $ 4350 Despesas financeiras no período $ 250 Vendas de produtos acabados I. Sobre o valor das vendas haverá incidência de ICMS de 10%. PRODUTOS PREÇO DE VENDA VOLUME DE VENDAS Cama $ 2.000 280 Guarda-roupa $ 5.000 200 II. O tempo de produção requerido por unidade de produto é o seguinte: Produtos Tempo de máquina Tempo MOD Cama 0,80 h máq 0,40 h homem Guarda-roupa 1,80 h máq 0,90 h homem 112 - 113 III. O custo de supervisão apresenta correlação com o de MOD. IV. Os demais custos indiretos são correlacionados ao tempo de uso de máqui- nas. V. O imposto de renda (IR) é de 15% sobre o lucro. Pede-se: a) O custo mão de obra direta de cada produto, levando em consideração o custo da hora. b) O custo de material direto de cada produto fabricado no mês em questão. c) O custo indireto de cada produto fabricado no período (elaborar o mapa de rateio). d) O custo total de cada produto. e) As fichas de controle de estoque dos produtos. f ) O custo dos produtos vendidos no período. g) O valor do estoque final de produtos acabados. h) A Demonstração do Resultado do Exercício. U N ID A D E III Professora Esp. Juliana Moraes da Silva DEPARTAMENTALIZAÇÃO E SISTEMAS DE ACUMULAÇÃO DE CUSTOS Objetivos de Aprendizagem ■ Aplicar a departamentalização no setor fabril. ■ Alocar os custos indiretos pela departamentalização. ■ Aprender a contabilizar as operações de custos. ■ Compor o custo total do produto. ■ Diferenciar os sistemas de acumulação de custos. ■ Apurar o custo dos produtos acabados. Plano de Estudo A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: ■ Departamentalização ■ Apuração do custo total do produto (II) ■ Contabilização dos custos (II) ■ Sistemas de acumulação de custos 116 - 117 INTRODUÇÃO Em praticamente todas as empresas, sejam elas do ramo industrial, comercial ou prestadora de serviços, de acordo com o ciclo produtivo dos produtos, das mercadorias ou dos serviços, as atividades são executadas em unidades meno- res da empresa, denominadas de departamentos. A alocação dos custos indiretos podem se dar de duas formas: utilizando um critério de rateio dos custos indiretos aos produtos ou acumulando os cus- tos indiretos nos departamentos para posterior alocação aos produtos. Quando a empresa pretende realizar um procedimento contábil mais sim- plificado, os custos indiretos são rateados aos produtos utilizando um critério de rateio adequado, conforme abordamos na Unidade II deste livro. Por outro lado, quando a empresa pretende realizar um procedimento con- tábil com maior volume de informações, propiciando maior controle dos custos, com uma distribuição mais precisa dos custos indiretos, estes podem ser alocados primeiramente aos departamentos e, posteriormente, destes para os produtos. A contabilidade de custos, independentemente da existência da departa- mentalização, registra os custos de produção por meio de um sistema. Estes são denominados de sistemas de custeios, que apresentam o custo do processo de acordo com o sistema de custeio adotado. A acumulação dos custos pode ocor- rer pelo sistema de acumulação por processo ou pelo sistema de acumulação por ordem de produção. DEPARTAMENTALIZAÇÃO O procedimento de departamentalização consiste em dividir a área de produ- ção em departamentos. O departamento é uma unidade menor que executa alguma atividade que consome tempo e recurso financeiro. Os departamentos podem corresponder à atividade executada exclusivamente por uma máquina, 116 - 117 Introdução Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 118 - 119 DEPARTAMENTALIZAÇÃO E SISTEMAS DE ACUMULAÇÃO DE CUSTOS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. III atividade realizada por uma pessoa física ou por atividade que necessita de máquina e pessoa. Os custos diretos não são distribuídos aos departamentos, mas alocados diretamente ao produto na proporção do consumo. Por outro lado, os custos indiretos, pela impossibilidade de quantificação ou mensuração alocada em cada uma das unidades produzidas, necessitam de algum mecanismo de rateio para serem alocados. A apuração do custo dos produtos fabricados com departamentalização pode ser apresentada no esquema abaixo: Custos Custos Diretos Custos Indiretos Departamentalização Produtos Rateio Rateio Fonte: a autora Dividir a empresa em departamentos é uma tarefa a ser desenvolvida normal- mente pela administração da empresa, e para tanto, deve-se levar em conta as várias atividades desenvolvidas no âmbito das organizações, cada qual com suas funções, operações e especialidades. Caso a empresa tenha interesse, também é possível dividir a empresa em Centros de Custos, sendo estes as menores divi- sões da empresa. A figura abaixo demonstra a divisão de uma indústria em departamentos, de acordo com as respectivas funções, de acordo com a natureza, representadas nos retângulos e setas. 118 - 119 Departamentalização Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . Departamento de Administração Industrial Departamento de Preparação Departamento de Manutenção Departamento de Corte Departamento de Compras Departamento de Estrutura Departamento de Materiais Departamento de Pintura Departamento de Planejamento e Controle de Produção Departamento de Acabamento Departamento do serviço Departamento de produção Indústria Fonte: a autora A prática de departamentalizar consiste em alocar custos aos departamentos uti- lizados no processo produtivo, objetivando gerenciar os custos na apuração dos lucros e alcançar maior eficiência operacional. Segue abaixo alguns exemplos de departamentos relacionados ao ramo da empresa: ■ Confecções – corte, costura e acabamento. ■ Indústria – corte, pintura e montagem. ■ Comércio – compras, marketing e vendas. A departamentalização contribui para maior controle dos custos determi- nantes do lucro, uma vez que os mesmo são passíveis de constatação dos valores alocados em cada um dos departamentos, bem como ser utilizado como controle operacional, fornecendo informações quanto à eficiência das operações. Cabe ressaltar que, embora alguns departamentos possam ser comuns a diversos ramos empresariais como, por exemplo, o departamento financeiro ou o departamentode pessoal, cada empresa deve ser departamentalizada de acordo com as suas atividades, funções e especialidades desenvolvidas. 120 - 121 DEPARTAMENTALIZAÇÃO E SISTEMAS DE ACUMULAÇÃO DE CUSTOS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. III VANTAGENS DA DEPARTAMENTALIZAÇÃO A departamentalização oferece algumas vantagens para as empresas, dentre as quais podemos citar: ■ Melhora no controle e análise. ■ Redução dos rateios dos custos indiretos. Para a primeira vantagem, destaca-se que, uma vez que os departamentos são considerados como uma unidade operacional, em cada uma destas unidades deve existir um responsável pelas atividades desenvolvidas. Desta forma, o respon- sável pelo setor terá maiores condições de analisar os custos do departamento, a qualidade das atividades desenvolvidas, favorecendo assim a tomada de deci- são frente a sua cooperação na melhoria dos resultados que podem ser obtidos pela empresa. A segunda vantagem consiste em alocar os custos indiretos primeiramente aos departamentos e posteriormente aos produtos. Tal fato se justifica consi- derando que muitas vezes um determinado produto não passa por todos os departamentos da empresa, mas se os custos indiretos forem rateados aos pro- dutos, estes suportarão gastos consumidos nos departamentos fora da sua linha de produção. Assim, os valores atribuídos aos produtos podem não representar os gastos por eles auferidos. DEPARTAMENTALIZAÇÃO DE CUSTOS ANTES DOS DEPARTAMENTOS { DEPOIS DOS DEPARTAMENTOS Fábrica C1 C2 C3 C4 O O O O O Fonte: Bruni e Famá (2011) 120 - 121 Departamentalização Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . Do exposto na figura acima, percebe-se que antes dos departamentos, todos os custos indiretos eram alocados a todos os produtos industrializados, por outro lado, após a divisão em departamentos, os custos indiretos foram alocados ape- nas aos departamentos nos quais efetivamente foram consumidos, desta forma, os produtos absorveram apenas os custos dos departamentos que faziam parte da sua linha de produção, e não de todos os departamentos da empresa. Segue um exemplo ilustrativo para verificar a vantagem da departamenta- lização em uma empresa de confecções: EXEMPLO 01 A empresa Moraes & Moraes confecciona e vende roupas. Em um determinado mês, esta empresa produziu e vendeu 300 peças de calça por $ 17 cada e 200 peças de camisas por $ 19 cada peça. A empresa informou os gastos mensais e departamentos da empresa, divididos em tintura, corte e costura. Gastos financeiros fornecidos pela empresa: DESCRIÇÃO CALÇA CAMISA CUSTOS INDIRETOS TOTAL Materiais $ 1.800 $ 1.600 $ 1.200 $ 4.600 Mão de obra $ 600 $ 400 $ 800 $ 1.800 Depreciação Industrial $ 2.000 $ 2.000 Soma $ 2.400 $ 2.000 $ 4.000 $ 8.400 Alocando os dados financeiros fornecidos pela empresa utilizando como base de rateio as unidades produzidas, depreende-se os Custos Indiretos de Fabricação nos seguintes termos: Custos indiretos de fabricação rateados pelas peças produzidas: DESCRIÇÃO CALÇA CAMISA TOTAL Materiais $ 1.800 $ 1.600 $ 3.400 Mão de obra $ 600 $ 400 $ 1.000 CIPs $ 2.400 $ 1.600 $ 4.000 Rateio % 60% 40% 100% 122 - 123 DEPARTAMENTALIZAÇÃO E SISTEMAS DE ACUMULAÇÃO DE CUSTOS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. III DESCRIÇÃO CALÇA CAMISA TOTAL Peças produzidas 300 200 1.000 Soma $ 4.800 $ 3.600 $ 8.400 Custo unitário $ 16 $ 18 Fonte: Adaptado de Bruni e Famá (2003, p.123) Considerando o valor dos custos unitários das peças produzidas como sendo de $ 16 para as calças e $ 18 para as camisas, observa-se que, alocando os custos das unidades pelo critério de rateio em relação às peças produzidas, a empresa estaria comercializando as calças com lucro de $ 1 e as camisas com lucro de $ 1. Por outro lado, procedendo a uma análise mais detalhada dos custos incor- ridos na empresa, constata-se que apenas as calças passam pelo departamento de tintura. Desta forma, as camisas não devem absorver os custos do departa- mento de tintura. Procedendo a departamentalização nesta empresa, os custos indiretos dos departamentos seriam os seguintes: Custos indiretos dos departamentos: DESCRIÇÃO TINTURA CORTE COSTURA TOTAL Materiais $ 200 $ 400 $ 600 $ 1.200 Mão de obra $ 200 $ 200 $ 400 $ 800 Depreciação Industrial $ 1.000 $ 400 $ 600 $ 2.000 Soma $ 1.400 $ 1.000 $ 1.600 $ 4.000 Unidades processadas 300 500 500 Custo unitário $ 4,67 $ 2,00 $ 3,20 Fonte: Adaptado de Bruni e Famá (2003, p.123) Do quadro acima, tem-se que os custos unitários das peças produzidas nos depar- tamentos de tintura, corte e costura são respectivamente de $ 4,67, $ 2,00 e $ 3,20. Para apuração do custo unitário das peças produzidas, faz-se necessário ainda identificar os materiais diretos e a mão de obra direta de cada uma das unidades pro- duzidas. Assim, os custos totais unitários de cada uma das peças produzidas segue: Custo unitário após departamentalização: 122 - 123 Departamentalização Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . DESCRIÇÃO CALÇA CAMISA Materiais $ 6,00 $ 8,00 Mão de obra $ 2,00 $ 2,00 Tintura $ 4,67 - Corte $ 2,00 $ 2,00 Costura $ 3,20 $ 3,20 Soma $ 17,87 $ 15,20 Fonte: Adaptado de Bruni e Famá (2003, p.123) Os custos totais unitários apurados após a departamentalização para as calças e camisas são de $ 17,87 e $ 15,20 respectivamente. Deste modo, o resultado apu- rado quando o rateio é realizado com base nas unidades produzidas divergem entre si, pois, enquanto para a departamentalização a calça produz um preju- ízo de $ 0,47 por unidade e a camisa um lucro de $ 1,80 pelo rateio com relação às unidades produzidas, as calças produzem lucro de $ 1,00 e as camisas preju- ízo de $ 1,00. Do exposto neste exemplo, percebe-se a importância da departamentaliza- ção, uma vez que a mesma possibilitou uma melhor alocação dos custos indiretos às peças produzidas, se não eliminando, reduzindo as distorções causadas pela alocação utilizada pelo critério de rateio em relação às unidades produzidas. DEPARTAMENTOS PRODUTIVOS E DE SERVIÇOS Não apenas as empresas industriais como também as comerciais e prestadoras de serviços podem ser divididas em departamentos. Ocorre que nem todos os departamentos do setor fabril atuam especificamente com a produção de bens ou serviços, há departamentos da fábrica que atuam nas áreas de almoxarifado, gerenciamento, controle, manutenção etc. Os departamentos normalmente são divididos em: ■ Departamento de serviços. ■ Departamento de produção. 124 - 125 DEPARTAMENTALIZAÇÃO E SISTEMAS DE ACUMULAÇÃO DE CUSTOS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. III De qualquer forma, o que caracteriza um departamento de serviço é o fato do mesmo não executar nenhuma atividade ou função relacionada diretamente com o serviço prestado ou produto elaborado, ainda, os custos dos departamentos de serviços devem ser distribuídos para os demais departamentos que deles se beneficiaram durante o ciclo produtivo. São exemplos de departamentos de serviços: ■ Na indústria – manutenção, almoxarifado, suprimentos e controle de qualidade. ■ Na prestadora de serviços (escritório de contabilidade) – cobranças e refeitório. São exemplos de departamentos produtivos: ■ Na indústria – estamparia, pintura, montagem, corte e usinagem. ■ Na prestadora de serviço (escritório de contabilidade) – departamentos fiscal, pessoal e contábil. Os departamentos produtivos recebem os custos de produção, pois são neles que os produtos são industrializados, onde os materiais são modificados e trans- formados em produtos acabados, ainda, os departamentos produtivos também recebem os custos dos departamentos de serviços dosquais se beneficiaram durante do ciclo produtivo. APURAÇÃO DO CUSTO TOTAL (II) – COM DEPARTAMENTALIZAÇÃO Para apuração de custo com departamentalização, vamos alocar todos os custos aos produtos, sejam eles diretos ou indiretos. O custo total dos produtos será apurado após o cumprimento das seguintes etapas: 124 - 125 Apuração do Custo Total (II) – com Departamentalização Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 1ª Etapa Levantamento das despesas. 2ª Etapa Levantamento e separação dos custos diretos e indiretos. 3ª Etapa Alocação dos custos diretos aos produtos. 4ª Etapa Escolher os critérios de rateio dos custos indiretos aos depar- tamentos e dos departamentos aos produtos. Alocação dos custos indiretos por rateio ou estimativa. 5ª Etapa Levantamento do custo total. Vamos exemplificar utilizando a empresa Gutamoc – Indústria e Comércio de Móveis Ltda. No período de janeiro de 20XX, ocorreram os seguintes gastos: Comissão de Vendedores ...................................................... $ 2.000 Depreciação de Máquinas Industriais ................................... $ 350 Depreciação de Veículos ......................................................... $ 250 Despesas Bancárias .................................................................. $ 100 Energia Elétrica da Administração ....................................... $ 500 Energia Elétrica da Fábrica (iluminação da fábrica) ......... $ 1.500 Energia Elétrica da Fábrica (medidor por máquina) ....... $ 4.000 Fatura de Telefone..................................................................... $ 600 Frete de Entrega .................................................................... $ 1.000 Honorários da Diretoria ...................................................... $ 2.200 Madeira Consumida ........................................................... $ 50.000 Manutenção das Máquinas Industriais ................................. $ 320 Material de Limpeza da Administração ............................... $ 150 Outros Materiais Consumidos .............................................. $ 700 Puxadores Consumidos .......................................................... $ 612 Salários e Encargos da Administração ............................... $ 6.000 Salários e Encargos dos Operários ................................... $ 15.000 Salários e Encargos dos Supervisores de Produção .......... $ 5.000 Tarifa de Água .......................................................................... $ 300 126 - 127 DEPARTAMENTALIZAÇÃO E SISTEMAS DE ACUMULAÇÃO DE CUSTOS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. III 1° Etapa – Levantamento das despesas Despesas Comerciais: Comissão de Vendedores ...................................................... $ 2.000 Depreciação de Veículos .......................................................... $ 250 Frete de Entrega ..................................................................... $ 1.000 Despesas Financeiras: Despesas Bancárias ................................................................... $ 100 Despesas Administrativas: Energia Elétrica da Administração ........................................ $ 500 Fatura de Telefone..................................................................... $ 600 Honorários da Diretoria ....................................................... $ 2.200 Material de Limpeza da Administração ................................ $ 150 Salários e Encargos da Administração ................................ $ 6.000 Tarifa de Água ........................................................................... $ 300 2° Etapa – Levantamento e separação dos custos diretos e indiretos Custos Diretos - Materiais Diretos: Madeira Consumida ............................................................ $ 50.000 Puxadores Consumidos ........................................................... $ 612 Custos Diretos - Mão de obra Direta: Salários e Encargos dos Operários .................................... $ 15.000 Custos Diretos - Outros Custos Diretos: Energia Elétrica da Fábrica (medidor por máquina) ........ $ 4.000 Custos Indiretos: Depreciação de Máquinas Industriais.................................... $ 350 Energia Elétrica da Fábrica (iluminação da fábrica) ......... $ 1.500 Manutenção das Máquinas Industriais .................................. $ 320 Outros Materiais Consumidos ................................................ $ 700 Salários e Encargos dos Supervisores de Produção........... $ 5.000 126 - 127 Apuração do Custo Total (II) – com Departamentalização Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 3° Etapa – Alocação dos custos diretos aos produtos A empresa em análise produziu guarda-roupas de 2, 4 e 6 portas no período. ALOCAÇÃO DOS MATERIAIS DIRETOS A empresa mantém um controle interno para o consumo da matéria-prima madeira, realizado por meio das requisições feitas pela produção ao almoxari- fado, conforme apresentado: PRODUTOS MADEIRA Guarda-roupa de 2 portas $ 8.000 Guarda-roupa de 4 portas $ 17.000 Guarda-roupa de 6 portas $ 25.000 Total $ 50.000 Os puxadores são alocados diretamente a cada uma das unidades produzidas. Consideramos a fabricação de 10 unidades de guarda-roupas de cada modelo. Segue os custos. PRODUTOS PUXADORES Guarda-roupa de 2 portas $ 102 Guarda-roupa de 4 portas $ 204 Guarda-roupa de 6 portas $ 306 Total $ 612 ALOCAÇÃO DA MÃO DE OBRA DIRETA A empresa possui o custo com mão de obra direta (salários + encargos + bene- fícios) e o tempo despendido em cada unidade. Podemos alocar diretamente o custo dos operários aos produtos conforme segue: 128 - 129 DEPARTAMENTALIZAÇÃO E SISTEMAS DE ACUMULAÇÃO DE CUSTOS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. III PRODUTOS MÃO DE OBRA Guarda-roupa de 2 portas $ 2.500 Guarda-roupa de 4 portas $ 5.000 Guarda-roupa de 6 portas $ 7.500 Total $ 15.000 ALOCAÇÃO DA ENERGIA ELÉTRICA DIRETA A empresa possui registros nas máquinas que quantificam o consumo de energia elétrica em cada uma das unidades produzidas. Assim, a empresa aloca a ener- gia das máquinas, somente das máquinas, conforme segue: PRODUTOS ENERGIA ELÉTRICA Guarda-roupa de 2 portas $ 1.000 Guarda-roupa de 4 portas $ 1.300 Guarda-roupa de 6 portas $ 1.700 Total $ 4.000 4° Etapa – Escolher os critérios de rateio dos custos indiretos aos depar- tamentos e dos departamentos aos produtos. Alocação dos custos indiretos por rateio. Na departamentalização, os custos indiretos consumidos no processo produtivo do período devem ser alocados aos departamentos da fábrica. Vamos considerar que a empresa Gutamoc possua 05 departamentos, sendo Análise de Qualidade e Almoxarifado os departamentos de servi- ços e Corte Montagem e Acabamento, os departamentos de produção. a. Depreciação de Máquinas Industriais de $ 350 – As máquinas industriais estão localizadas somente nos departamentos de produção. Pelos contro- les do imobilizado, tem-se: Depreciação das Máquinas Industriais do Corte ................ $ 200 Depreciação das Máquinas Industriais da Montagem .......... $100 Depreciação das Máquinas Industriais do Acabamento .......$ 50 128 - 129 Apuração do Custo Total (II) – com Departamentalização Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . b. Energia Elétrica da Fábrica (iluminação da fábrica) de $ 1.500 – As máqui- nas industriais têm medidores próprios, portanto, a energia elétrica das máquinas foi alocada diretamente aos produtos. Por outro lado, os bicos de luz e outras pequenas máquinas do setor fabril não possuem medidores, assim, essaenergia consumida em departamentos fabris deve ser rateada aos departamentos. A empresa rateia os custos indiretos de energia elétrica proporcionalmente aos pontos de luz dos departamentos, conforme segue: Energia Elétrica do Departamento de Análise de Qualidade ... $ 100 Energia Elétrica do Departamento de Almoxarifado ................ $ 150 Energia Elétrica do Departamento de Corte .............................. $ 700 Energia Elétrica do Departamento de Montagem ..................... $ 350 Energia Elétrica do Departamento de Acabamento .................. $ 200 c. Manutenção de Máquinas Industriais de $ 320 – As máquinas industriais estão localizadas somente nos departamentos de produção, assim, pelos controles do imobilizado, tem-se: Manutenção das Máquinas Industriais do Corte ............... $ 200 Manutenção das Máquinas Industriais da Montagem............$ 70 Manutenção das Máquinas Industriais do Acabamento ........$ 50 d. Outros Materiais Consumidos de $ 700 – O almoxarifado mantém con- trole do consumo de todos os materiais requisitados pelos departamentos, conforme segue: Outros Materiais do Departamento de Análise de Qualidade ... $ 50 Outros Materiais do Departamento de Almoxarifado ................ $ 50 Outros Materiais do Departamento de Corte ............................. $ 300 Outros Materiais do Departamento de Montagem .................... $ 100 Energia Elétrica do Departamento de Acabamento .................. $ 200 e. Salários e Encargos dos Supervisores de Produção de $ 5.000 – O custo com mão de obra indireta é alocado nos departamentos de acordo com o valor do custo dos empregados em cada departamento, conforme segue: Outros Materiais do Departamento de Corte .................... $ 2.000 Outros Materiais do Departamento de Montagem ........... $ 1.500 Energia Elétrica do Departamento de Acabamento ......... $ 1.500 130 - 131 DEPARTAMENTALIZAÇÃO E SISTEMAS DE ACUMULAÇÃO DE CUSTOS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. III Agora vamos agrupar todos estes dados em um único quadro. DESCRIÇÃO ANÁLISE DE QUALIDADE ALMOXA- RIFADO CORTE MONT. ACABAMENTO TOTAL EM $ Deprec. Máq. Industriais 200 100 50 350 Energia Elétrica Fábrica 100 150 700 350 200 1.500 Manut. Máq. Industriais 200 70 50 320 Outros Mat. Consumidos 50 50 300 100 200 700 Sal. e Enc. de Supervisores 2.000 1.500 1.500 5.000 Total 150 200 3.400 2.120 2.000 7.870 Os custos indiretos foram distribuídos aos departamentos, no entanto, o obje- tivo é apurar o custo dos produtos. Os departamentos de Análise de Qualidade e Almoxarifado são classificados como Departamentos de Serviços, pois embora façam parte do setor fabril, não recebem os produtos durante o processo produtivo, apenas prestam serviços aos demais departamentos. Os departamentos de Corte, Montagem e Acabamento são classificados como Departamentos de Produção, pois recebem os produtos em alguma etapa do processo de produção. Como os Departamentos de Serviços prestam serviços aos demais depar- tamentos e não recebem os produtos, eles são os primeiros a terem seus saldos zerados, transferidos para os demais departamentos, conforme segue: a. Em nosso exemplo, o primeiro departamento a zerar é o de Análise de Qualidade, uma vez que ele presta serviço a todos os outros departamen- tos. Após uma análise para escolha de um critério de rateio, alocaram-se os custos em função do volume de horas de serviços prestados a cada um dos departamentos. Almoxarifado receberá ...............................................................$ 10 Corte receberá ..............................................................................$ 70 Montagem receberá .....................................................................$ 20 Acabamento receberá ..................................................................$ 50 130 - 131 Apuração do Custo Total (II) – com Departamentalização Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . b. O almoxarifado presta serviços apenas aos departamentos de produção. Os custos do almoxarifado são rateados proporcionalmente às requisições. Corte receberá .......................................................................... $ 150 Montagem receberá ....................................................................$ 40 Acabamento receberá .................................................................$ 20 Os departamentos de serviços foram zerados. Os custos indiretos estão todos alo- cados apenas nos departamentos de produção. Como os produtos passam pelos departamentos de produção, o corte, a montagem e o acabamento serão zerados mediante transferência dos custos aos produtos. O critério de rateio utilizado corresponde ao número de horas-máquinas, conforme segue: a. O departamento de corte transfere os custos indiretos de $ 3.620 propor- cionalmente ao número de hora-máquina que cada produto utilizou das máquinas, sabendo que no período as máquinas funcionaram durante 200 h. Guarda-roupas 2 portas = $ 3.620 : 200 h x 60 h = $ 1.086 Guarda-roupas 4 portas = $ 3.620 : 200 h x 60 h = $ 1.086 Guarda-roupas 6 portas = $ 3.620 : 200 h x 80 h = $ 1.448 b. O departamento de montagem transfere os custos indiretos de $ 2.180 proporcionalmente ao número de hora-homem de trabalho em cada pro- duto, sabendo que no período foram 1.000 horas-homem trabalhadas. Guarda-roupas 2 portas = $ 2.180 : 1000 h x 200 h = $ 436 Guarda-roupas 4 portas = $ 2.180 : 1000 h x 300 h = $ 654 Guarda-roupas 6 portas = $ 2.180 : 1000 h x 500 h = $ 1.090 c. O departamento de acabamento transfere os custos indiretos de $ 2.070 proporcionalmente ao número de hora-homem de trabalho em cada produto, sabendo que no período foram 800 horas-homem trabalhadas. Guarda-roupas 2 portas = $ 2.070 : 800 h x 160 h = $ 414 Guarda-roupas 4 portas = $ 2.070 : 800 h x 240 h = $ 621 Guarda-roupas 6 portas = $ 2.070 : 800 h x 400 h = $ 1.035 132 - 133 DEPARTAMENTALIZAÇÃO E SISTEMAS DE ACUMULAÇÃO DE CUSTOS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. III Mapa de rateio Descrição Análise de Qualidade Almoxa- rifado Corte Monta- gem Acaba- mento Total Deprec. Máq. Ind. 200 100 50 350 Energia Elétrica Fábrica 100 150 700 350 200 1.500 Manut. Máq. Ind. 200 70 50 320 Outros Mat. Consumidos 50 50 300 100 200 700 Sal. e Enc. de Supervisores 2.000 1.500 1.500 5.000 Total 150 200 3.400 2.120 2.000 7.870 Rateio Anál. de Qualid. (150) 10 70 20 50 - Total - 210 3.470 2.140 2.050 7.870 Rateio Almoxarifado - (210) 150 40 20 - Total - - 3.620 2.180 2.070 7.870 Guarda-roupas 2 portas - - 1.086 436 414 1.936 Guada-roupas 4 portas - - 1.086 654 621 2.361 Guarda-roupas 6 portas - - 1.448 1.090 1.035 3.573 Total - - 3.620 2.180 2.070 7.870 5° Etapa – Levantamento do custo total Com a alocação direta dos custos diretos aos produtos e o rateio dos cus- tos indiretos pela departamentalização, podemos apurar o custo total dos produtos. PRODUTOS CUSTOS DIRETOS CUSTOS INDIRETOS CUSTO TOTALMATERIAIS MÃO DE OBRA ENERGIA ELÉTRICA TOTAL Guarda-roupa 2 portas $ 8.102 $ 2.500 $ 1.000 $ 11.602 $ 1.936 $ 13.538 Guarda-roupa 4 portas $ 17.204 $ 5.000 $ 1.300 $ 23.504 $ 2.361 $ 25.865 Guarda-roupa 6 portas $ 25.306 $ 7.500 $ 1.700 $ 34.506 $ 3.573 $ 38.079 Total $ 50.612 $ 15.000 $ 4.000 $ 69.612 $ 7.870 $ 77.482 ©shutterstock 132 - 133 Contabilização dos Custos (Ii) – com Departamentalização Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . CONTABILIZAÇÃO DOS CUSTOS (II) – COM DEPARTAMENTALIZAÇÃO LANÇAMENTOS CONTÁBEIS A contabilização pode ocorrer de várias formas, vamos apresentar um modelo de contabilização utilizando a departamentalização para alocação dos custos indiretos aos produtos. I. Contabilização doscustos diretos. PRODUTOS CUSTOS DIRETOS MATERIAIS MÃO DE OBRA ENERGIA ELÉTRICA TOTAL Guarda-roupa 2 portas $ 8.102 $ 2.500 $ 1.000 $ 11.602 Guarda-roupa 4 portas $ 17.204 $ 5.000 $ 1.300 $ 23.504 Guarda-roupa 6 portas $ 25.306 $ 7.500 $ 1.700 $ 34.506 Total $ 50.612 $ 15.000 $ 4.000 $ 69.612 134 - 135 DEPARTAMENTALIZAÇÃO E SISTEMAS DE ACUMULAÇÃO DE CUSTOS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. III ■ Contabilização dos materiais diretos Vamos considerar que as compras de materiais tenham sido contabiliza- das anteriormente. Segue apenas a contabilização de custos (o material transferido do estoque para o produto), portanto, ocorre a baixa dos materiais do estoque. Débito – Guarda-roupa 2 portas ......................................... $ 8.000 Débito – Guarda-roupa 4 portas ....................................... $ 17.000 Débito – Guarda-roupa 6 portas ....................................... $ 25.000 Crédito – Madeira (Estoque) ............................................. $ 50.000 Débito – Guarda-roupa 2 portas ............................................ $ 102 Débito – Guarda-roupa 4 portas ............................................ $ 204 Débito – Guarda-roupa 6 portas ............................................ $ 306 Crédito – Puxadores (Estoque) ............................................... $ 612 ■ Contabilização da mão de obra direta Vamos considerar que a folha de pagamento já tenha sido contabilizada. Neste momento, estamos apenas apropriando a mão de obra direta aos produtos. Débito – Guarda-roupa 2 portas ......................................... $ 2.500 Débito – Guarda-roupa 4 portas ......................................... $ 5.000 Débito – Guarda-roupa 6 portas ......................................... $ 7.500 Crédito – Mão de obra Direta ............................................ $ 15.000 ■ Contabilização da energia elétrica direta Novamente aqui, vamos considerar que a fatura da energia elétrica já tenha sido contabilizada, vamos apenas apropriar a energia direta aos produtos. Débito – Guarda-roupa 2 portas ......................................... $ 1.000 Débito – Guarda-roupa 4 portas ......................................... $ 1.300 Débito – Guarda-roupa 6 portas ......................................... $ 1.700 Crédito – Energia Elétrica Direta ........................................ $ 4.000 134 - 135 Contabilização dos Custos (Ii) – com Departamentalização Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . II. Contabilização dos custos indiretos. Mapa de rateio Em $ Descrição Análise de Qualidade Almoxa- rifado Corte Monta- gem Acaba- mento Total Deprec. Máq. Industriais 200 100 50 350 (a) Energia Elétrica Fábrica 100 150 700 350 200 1.500 (b) Manut. Máq. Industriais 200 70 50 320 (c) Outros Mat. Consumidos 50 50 300 100 200 700 (d) Sal. e Enc. de Supervisores 2.000 1.500 1.500 5.000 (e) Total 150 200 3.400 2.120 2.000 7.870 Rateio Anál. de Qualid. (150) 10 70 20 50 - (f ) Total - 210 3.470 2.140 2.050 7.870 Rateio Almoxarifado - (210) 150 40 20 - (g) Total - - 3.620 2.180 2.070 7.870 Guarda-roupas 2 portas - - 1.086 436 414 1.936 Guarda-roupas 4 portas - - 1.086 654 621 2.361 Guarda-roupas 6 portas - - 1.448 1.090 1.035 3.573 Total - - 3.620 2.180 2.070 7.870 Considerando que os custos indiretos já tenham sido contabilizados na contabilidade financeira, vamos agora alocá-los aos departamentos e, posteriormente aos produtos. Débito – Departamento Corte ......................................................... $ 200 Débito – Departamento Montagem ................................................ $ 100 Débito – Departamento Acabamento ................................................$ 50 Crédito – Depreciação de Máquinas Industriais ........................... $ 350 Débito – Departamento Análise Qualidade................................... $ 100 Débito – Departamento Almoxarifado .......................................... $ 150 Débito – Departamento Corte ........................................................ $ 700 Débito – Departamento Montagem ................................................ $ 350 Débito – Departamento Acabamento ............................................. $ 200 Crédito – Energia Elétrica da Fábrica (iluminação da fábrica) $ 1.500 136 - 137 DEPARTAMENTALIZAÇÃO E SISTEMAS DE ACUMULAÇÃO DE CUSTOS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. III Débito – Departamento Corte ........................................................ $ 200 Débito – Departamento Montagem ...................................................$ 70 Débito – Departamento Acabamento ...............................................$ 50 Crédito – Manutenção das Máquinas Industriais ......................... $ 320 Débito – Departamento Análise Qualidade......................................$ 50 Débito – Departamento Almoxarifado .............................................$ 50 Débito – Departamento Corte ........................................................ $ 300 Débito – Departamento Montagem ................................................ $ 100 Débito – Departamento Acabamento ............................................ $ 200 Crédito – Outros Materiais Consumidos ...................................... $ 700 Débito – Departamento Corte ...................................................... $ 2.000 Débito – Departamento Montagem ............................................. $ 1.500 Débito – Departamento Acabamento .......................................... $ 1.500 Crédito – Salários e Encargos dos Supervisores de Produção . $ 5.000 Débito – Departamento Almoxarifado .............................................$ 10 Débito – Departamento Corte ............................................................$ 70 Débito – Departamento Montagem ...................................................$ 20 Débito – Departamento Acabamento ................................................$ 50 Crédito – Departamento Análise Qualidade ................................. $ 150 Débito – Departamento Corte ........................................................ $ 150 Débito – Departamento Montagem ..................................................$ 40 Débito – Departamento Acabamento ...............................................$ 20 Crédito – Departamento Almoxarifado ......................................... $ 210 Débito – Guarda-roupa 2 portas ................................................. $ 1.936 Débito – Guarda-roupa 4 portas ................................................ $ 2.361 Débito – Guarda-roupa 6 portas ................................................. $ 3.573 Crédito – Departamento Corte .................................................... $ 3.620 Crédito – Departamento Montagem ........................................... $ 2.180 Crédito – Departamento Acabamento ....................................... $ 2.070 136 - 137 Contabilização dos Custos (Ii) – com Departamentalização Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . Razonetes Madeira Puxador Energia Elétrica Direta $XXXX 50.000 $XXXX 612 $XXXX 4.000 Mão de obra Direta Depreciação de Máq Industriais Energia Elétrica Indireta $XXXX 15.000 $XXXX 350 (a) $XXXX 1.500 (b) Manutenção de Máq. Industriais Outros Materiais Consu- midos Salários e Enc. dos Sup. de Produção $XXXX 320 (c) $XXXX 700 (d) $XXXX 5.000 (e) Depart. Análise de Qual. Depart. Almoxarifado Departamento Corte (b) 100 (b) 150 (a) 200 (d) 50 (d) 50 (b) 700 150 150 (f ) 10 (c) 200 210 210 (d) 300 (e) 2000 (f ) 70 (g) 150 3.620 3.620 Depart. Montagem Depart. Acabamento 10050 (b) 350 (b) 200 (c) 70 (c) 50 (d) 100 (d) 200 (e) 1.500 (e) 1.500 138 - 139 DEPARTAMENTALIZAÇÃO E SISTEMAS DE ACUMULAÇÃO DE CUSTOS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. III (f ) 20 (f ) 50 (g) 40 (g) 20 2.180 2.180 2.070 2.070 Guarda-roupa 2 portas Guarda-roupa 4 portas Guarda-roupa 6 portas Madeira 8.000 Madeira 17.000 Madeira 25.000 Puxador 102 Puxador 204 Puxador 306 MOD 2.500 MOD5.000 MOD 7.500 Energ Elét 1.000 Energ Elét 1.300 Energ Elét 1.700 CIP 1.936 CIP 2.361 CIP 3.573 13.538 25.865 38.079 Exercício Resolvido 01 A Indústria Panos Bons Ltda. produziu em um determinado período 600 tolhas de banho, 600 toalhas de rosto e 300 tapetes. DESCRIÇÃO TOALHA BANHO TOALHA ROSTO TAPETE CIP Materiais diretos $ 1800 $ 900 $ 450 Mão de obra direta $ 600 $ 480 $ 360 Materiais indiretos $ 500 Deprec. Maq. Industriais $ 400 DESCRIÇÃO ALMOXARIFADO CORTE COSTURA Horas máquinas - 300 500 Horas homem - 120 480 Número de empregados 1 2 5 Outros dados: ■ Os materiais indiretos são alocados aos departamentos proporcional- mente ao número de empregados. 138 - 139 Contabilização dos Custos (Ii) – com Departamentalização Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . ■ A depreciação das máquinas industriais é alocada apenas nos departa- mentos produtivos com base no número de horas-máquinas. ■ O almoxarifado transfere os custos aos departamentos de produção com base nas horas-homem. ■ O departamento de corte transfere os custos aos produtos com base no volume de produção. ■ O departamento de corte transfere os custos aos produtos com base no valor da mão de obra direta. Pede-se: a. Apuração dos custos indiretos (mapa de rateio). b. Apuração dos custos diretos dos produtos. c. Apuração do custo total por produto. d. Contabilização da movimentação dos custos. Resolução: a. Mapa de rateio DESCRIÇÃO ALMOXARIFADO CORTE COSTURA TOTAL Materiais indiretos 62,50 125,00 312,50 500,00 % Empregados 12,5% 25% 62,5% 100% Deprec. Maq. Indus- triais - 150,00 250,00 400,00 % Horas máquinas - 37,5% 62,5% 100% Subtotal 62,50 275,00 562,50 900,00 Rateio Almoxarifado (62,50) 12,50 50,00 - % Horas homem 20% 80% 100% Subtotal - 287,50 612,50 900,00 Toalhas Banho - 115,00 255,21 370,21 Toalhas Rosto - 115,00 204,17 319,17 Tapetes - 57,50 153,12 210,62 Total - 287,50 612,50 900,00 140 - 141 DEPARTAMENTALIZAÇÃO E SISTEMAS DE ACUMULAÇÃO DE CUSTOS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. III Os custos indiretos das toalhas de banho correspondem a $ 370,21. Os custos indiretos das toalhas de rosto correspondem a $ 319,17. Os custos indiretos dos tapetes correspondem a $ 210,62. b. Apuração dos custos diretos DESCRIÇÃO TOALHA BANHO TOALHA ROSTO TAPETE TOTAL Materiais diretos $ 1.800 $ 900 $ 450 $ 3.150 Mão de obra direta $ 600 $ 480 $ 360 $ 1.440 Total $ 2.400 $ 1.380 $ 810 $ 4.590 c. Apuração do custo total DESCRIÇÃO TOALHA BANHO TOALHA ROSTO TAPETE TOTAL Custos diretos $ 2.400 $ 1.380 $ 810 $ 4.590 Custos indiretos $ 370,21 $ 319,17 $ 210,62 $ 900,00 Total $ 2.770,21 $ 1.699,17 $ 1.020,62 $ 5.490,00 d. Contabilização dos custos ■ Contabilização dos materiais diretos Débito – Toalha de banho .................................................... $ 1.800 Débito – Toalha de rosto.......................................................... $ 900 Débito – Tapete ......................................................................... $ 450 Crédito – Material Direto (Estoque .................................... $ 3.150 ■ Contabilização da mão de obra direta Débito – Toalha de banho ....................................................... $ 600 Débito – Toalha de rosto.......................................................... $ 480 Débito – Tapete ......................................................................... $ 360 Crédito – Mão de obra Direta .............................................. $ 1.440 140 - 141 Contabilização dos Custos (Ii) – com Departamentalização Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . ■ Contabilização dos custos indiretos Débito – Departamento Almoxarifado .............................. $ 62,50 Débito – Departamento Corte .......................................... $ 125,00 Débito – Departamento Costura ...................................... $ 312,50 Crédito – Depreciação de Máquinas Industriais .................. $ 500 Débito – Departamento Corte .......................................... $ 150,00 Débito – Departamento Costura ...................................... $ 250,00 Crédito – Depreciação de Máquinas Industriais .................. $ 400 Débito – Departamento Corte ............................................ $ 12,50 Débito – Departamento Costura ........................................ $ 50,00 Crédito – Departamento Almoxarifado ............................ $ 62,50 Débito – Toalha de banho ................................................. $ 115,00 Débito – Toalha de rosto..................................................... $ 115,00 Débito – Tapete ...................................................................... $ 57,50 Crédito – Departamento Corte...........................................$ 287,50 Débito – Toalha de banho ................................................. $ 255,21 Débito – Toalha de rosto.................................................... $ 204,17 Débito – Tapete ................................................................... $ 153,12 Crédito – Departamento Costura ...................................... $ 612,50 142 - 143 DEPARTAMENTALIZAÇÃO E SISTEMAS DE ACUMULAÇÃO DE CUSTOS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. III RAZONETES Material direto Mão de obra direta Material indireto $XXXX 3.150 $XXXX 1.440 $XXXX 500 Depreciação de Máq. Industriais $XXXX 400 Depart. Almoxarifado Depart. Corte Departamento Costura (a) 62,50 (a) 125,00 (a) 312,50 62,50 (b) 150,00 250,00 62,50 12,50 50,00 278,5 612,50 287,50 612,50 Toalhas de banho Toalhas de rosto Tapete Mat. Dir. 1.800 Mat. Dir. 900 Mat. Dir. 450 MOD 600 MOD 480 MOD 360 CIP 370,21 CIP 319,17 CIP 210,62 13.538 25.865 38.079 A departamentalização dos custos indiretos de produção possibilita maior controle dos custos consumidos. 142 - 143 Sistemas de Acumulação de Custos Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . SISTEMAS DE ACUMULAÇÃO DE CUSTOS A contabilidade de custos, por meio de um sistema já existente, utiliza instru- mentos para registro dos custos de produção. Estes são denominados de sistemas de custeios, que estão inseridos em um sistema maior que é o sistema contá- bil e apresenta o custo do processo de acordo com o sistema de custeio adotado pelo sistema contábil. SISTEMA CONTÁBIL Para que a administração obtenha informações para gerenciar seu negócio, é necessária a existência de um sistema contábil capaz de suprir essa necessidade. O sistema contábil é o responsável pelo registro e processamento dos dados que se transformarão em informações. O funcionamento de um sistema contábil ocorre da seguinte forma: Entrada de Dados Processamento Informações Fonte: a autora No sistema estruturado acima, as variáveis envolvidas devem ser avaliadas tanto em relação à quantidade quanto ao conteúdo, pois entrada de dados e informações estão inter-relacionadas. Desta forma, a entrada de dados depende do que se quer como informação. Para a informação ser confiável, os dados devem ter qualidade. Partindo-se deste pressuposto, para se implantar um sistema contábil, deve- -se fazer um planejamento e determinar como se dará seu controle.O planejamento envolve dois aspectos: o que se quer e o que fazer para con- seguir o que quer, ou seja, determinar metas e quais caminhos para atingi-las. O controle é um mecanismo para avaliar se as metas estão sendo atingidas. Por se tratar de um mecanismo complexo e em grande parte dos casos com um alto custo de implantação, o sistema contábil deve ser muito bem planejado de forma a evitar muita manutenção e ajustes. 144 - 145 DEPARTAMENTALIZAÇÃO E SISTEMAS DE ACUMULAÇÃO DE CUSTOS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. III Deve-se ter muito claro qual o objetivo do sistema, o que se pretende com ele e o que se quer como informação. A partir daí é que serão analisados quais devem ser os dados e como devem ser processados de forma a gerar todas as informações requeridas com o menor custo possível (entende-se como custo não só a questão monetária, mas também a utilização da mão de obra quanto ao tempo neste processo). Portanto, deve-se sempre levar em consideração a rela- ção custo-benefício. Outro aspecto importante é o fato de sempre tentar unir no mesmo sistema a contabilidade financeira (atende às normas legais, o fisco e auditoria externa) e a contabilidade gerencial (atende ao usuário interno). Quando se tratar de empresas industriais, o sistema contábil também envolverá a contabilidade de custos (preocupa-se com o consumo de recursos na fabricação dos produtos). O sistema contábil também pode ser adquirido de terceiros, em pacotes de software, podendo até reduzir os custos com a implantação. Deve-se, no entanto, preocupar-se em adequar esse tipo de sistema aos objetivos na empresa e aos seus recursos (dados, mão de obra, tempo), não se esquecendo de que esse tipo de sistema é padronizado e também deve ser ajustado à cultura da empresa. SISTEMAS DE ACUMULAÇÃO DE CUSTOS A principal finalidade do sistema de acumulação de custos consiste em levantar o custo do produto que está sendo industrializado ou do serviço a ser prestado e, para tanto, diversas formas de controles destes custos devem ser consideradas e diversas análises são procedidas de modo a auxiliar às tomadas de decisões da gerência quanto ao efetivo custo dos produtos. Mas no que consiste custear um produto? Para Leone (2000, p. 185), “Custear significa acumular os custos próprios de cada objeto, organizá-los e analisá-los com a finalidade de compor informa- ções diferentes para atender finalidades gerenciais diferentes”. Um fator relevante para o gerenciamento das atividades de custeamento dos produtos industrializados ou serviços prestados é que o mesmo deve estar rela- cionado às características do sistema de produção dos bens e serviços da empresa. 144 - 145 Sistemas de Acumulação de Custos Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . Por outro lado, alguns autores, como Leone, destacam maiores detalhes para o conceito de sistema de acumulação de custos, evidenciando as etapas das tare- fas a serem consideradas de modo a garantir que os sistemas de acumulações de custos possam ser utilizados como informação para a tomada de decisões. Desta forma, os sistemas de acumulação dos custos consistem em identificar a forma como os custos consumidos são acumulados e apropriados aos produ- tos produzidos, podendo ainda assumir diversas formas de relatórios a depender da informação que se pretende com o mesmo. As empresas possuem basicamente dois sistemas de acumulações que se des- tinam a custear os bens e serviços ofertados pela empresa, sendo: ■ O sistema de custos por processo ou produção contínua. ■ O sistema de custos por ordem de produção ou por encomenda. SISTEMA DE ACUMULAÇÃO DE CUSTOS POR PROCESSO O custeio por processo também é denominado de linha de produção con- tínua, que tem por finalidade acumular os custos incorridos no processo produtivo e não acumular inicialmente ao produto individualmente. Este sistema de custeio é utilizado quando os produtos industrializados possuem as mesmas características, ou seja, são homogêneos, utilizam os mesmos materiais e o mesmo processo produtivo durante um curto ou médio perí- odo de prazo. Como a sequência produtiva é similar à dos produtos homogêneos da linha de produção, as máquinas, as matérias-primas, a mão de obra etc., do ambiente produtivo do custeio por processo estão adaptadas para uma produção ininter- rupta, uma produção contínua. Para este tipo de sistema, os custos são acumulados primeiramente em uma conta de custos de natureza contábil (Produtos em Elaboração, por exemplo), para posteriormente serem distribuídas a todas as unidades produzidas no mês ou no período contábil. Alguns exemplos de produção contínua ou por processo são: 146 - 147 DEPARTAMENTALIZAÇÃO E SISTEMAS DE ACUMULAÇÃO DE CUSTOS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. III a. Produção de combustível – as usinas produtoras de álcool produzem este tipo de combustível de modo ininterrupto para atender ao mercado interno e, às vezes, ao mercado externo. b. Produção de tijolos – as empresas industrializam continuamente para distribuição em revendedoras ou até mesmo para atender grandes pedi- dos de construtoras civis. Alguns exemplos de outras atividades que utilizam o sistema de acumulação de custos por processo são as empresas dos ramos farmacêuticos, produtos quími- cos, indústria alimentícia e produção de aparelhos eletrodomésticos. Utilizando o sistema de acumulação de custos por processo, a contabilidade de custos primeiramente estará custeando o processo produtivo da empresa por meio da sua linha de produção, e apenas no encerramento do mês ou do perí- odo contábil é que ocorre a identificação dos custos de cada uma das unidades produzidas. A figura abaixo ilustra melhor a acumulação de custos por processo, apu- rando os custos por meio do processo de produção, considerando as unidades concluídas no período. Materiais Mão de obra Custos indiretos Custo de produção do período Custo do produto acabado Fluxo de informação – sistema de custos por processo Fonte: a autora Considerando que em determinado período contábil uma empresa conclua a produção de Q unidades, o custo dos produtos acabados corresponde ao acú- mulo dos fatores de produção consumidos, constituídos de materiais, mão de obra e custos gerais de produção. O custo unitário corresponde à razão entre o custo de produção dos produ- tos acabados e a quantidade de unidades concluídas. No sistema de acumulação de custos, as unidades produzidas são transferi- das de um departamento para outro, ou de um setor para outro, seguindo uma linha de produção. Os custos também refletem este processo, sendo transferi- dos de um centro de custo para outro. 146 - 147 Sistemas de Acumulação de Custos Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . Assim, os custos com materiais, mão de obra e custos indiretos de fabricação são acumulados durante todo o processo produtivo, primeiramente nos departa- mentos e posteriormente transferidos para as respectivas unidades produzidas. Seguem as principais características deste sistema de acumulação: a. Os custos são constituídos de materiais, mão de obra e custos indiretos de fabricação; b. Os custos diretos são atribuídos diretamente aos produtos. c. Os custos indiretos consumidos no processo produtivo são acumulados por departamentos ou centro de custos. d. Os custos dos departamentos de serviços (almoxarifado, oficina, ...), são atribuídos aos departamentos produtivos de acordo com o critério de rateio mais conveniente para a empresa. e. O custo unitário dos produtos é obtido pela divisão do custo total de produção do período de cada departamento pela quantidade total das unidades produzidas no mesmo período. Pelofato dos produtos percorrem uma linha de produção, em cada uma das transferências entre departamentos, deve existir parâmetros capazes de medir a eficiência do processo de modo a evitar erros, falhas, desperdícios de materiais, bem como serem utilizados como informações no processo decisório. UNIDADES EQUIVALENTES DE PRODUÇÃO Para apuração dos custos unitários das unidades no final do período contábil, utilizando para tanto o sistema de acumulação dos custos por processos, a dis- tribuição dos custos é feita dos departamentos para os produtos. Ocorre que, na maioria das vezes, nem todas as unidades iniciadas foram totalmente concluídas dentro do mesmo período contábil, podendo restar várias unidades em diferen- tes estágios de produção (produtos em elaboração). Assim, além da mensuração das unidades totalmente concluídas no perí- odo, faz-se necessário um acompanhamento pormenorizado das unidades 148 - 149 DEPARTAMENTALIZAÇÃO E SISTEMAS DE ACUMULAÇÃO DE CUSTOS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. III parcialmente produzidas, pois estas receberam parte dos custos de produção, mas não foram totalmente concluídas. A grande dificuldade consiste em identificar em que estágio de produção essas unidades encontram-se processadas, ou seja, o percentual de materiais alocados, o tempo já despendido no trabalho e o percentual dos custos indire- tos consumidos. Com relação às fases do processo produtivo das unidades, elas podem ser expressas por meio das seguintes possibilidades das unidades produzidas ou em processo no período: ■ Unidades iniciadas em períodos anteriores e concluídas no período de análise. ■ Unidades iniciadas e concluídas no período de análise. ■ Unidades iniciadas no período de análise e que serão concluídas em perí- odo futuros. Nestes termos, para apuração das unidades processadas no período contábil, faz-se necessário primeiramente transformar as unidades produzidas em “pro- dução equivalente”. Unidades equivalentes é o quanto os custos acumulados nas unidades em elaboração equivalem em quantidade de unidades acabadas. Segue um exemplo ilustrativo para facilitar o entendimento da produção equivalente. Exemplo: o estoque da empresa Moraes & Moraes Ltda. em maio/XX era nulo. Durante o referido mês, os custos de produção foram $ 100.000 de mate- riais diretos, $ 120.000 de mão de obra direta e $ 160.000 de custos indiretos. Sabendo que das 48.000 unidades do produto A iniciadas no processo pro- dutivo, apenas 40.000 foram concluídas e que as restantes permaneceram em elaboração, qual seria o custo dos estoques de produtos acabados e dos produ- tos em processo? Responder esta questão é bem simples, basta analisar: se foram iniciadas 48.000, mas apenas 40.000 foram concluídas, então 8.000 permanecem em elaboração. 148 - 149 Sistemas de Acumulação de Custos Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . Ocorre ainda que, destas 8.000 unidades em elaboração, 80% delas receberam materiais diretos, em 40% foram utilizadas mão de obra direta e 60% consumi- ram os custos indiretos de produção. Considerando que as unidades não concluídas encontram-se em diferentes fases de elaboração, faz-se necessário identificar as unidades equivalentes em cada um dos custos de produção. É preciso mensurar as unidades equivalentes de produção para cada um dos fatores de produção (materiais diretos, mão de obra direta e custos indiretos de produção) alocados as unidades iniciadas, mas ainda não concluídas. As unidades equivalentes de produção para cada um dos fatores de produ- ção seriam as seguintes: ■ Materiais diretos = 8.000 x 80% = 6.400 unidades equivalentes (tem 8.000 unidades em elaboração que equivalem ao acúmulo de custos com mate- riais diretos em 6.400 acabadas). ■ Mão de obra direta = 8.000 x 40% = 3.200 unidades equivalentes (tem 8.000 unidades em elaboração que equivalem ao acúmulo de custos com mão de obra direta em 3.200 acabadas). ■ Custos indiretos de produção = 8.000 x 60% = 4.800 unidades equiva- lentes (tem 8.000 unidades em elaboração que equivalem ao acúmulo de custos com custos indiretos em 4.800 acabadas). Estimativa da produção equivalente ELEMENTO CUSTOS PROD. ACAB. PRODUÇÃO EQUIVALENTE PROD. PERÍODOUNID. % ELABOR. EQUIVALENTE MD $ 100.000 40.000 unid 8.000 80% 6.400 46.400 unid MOD $ 120.000 40.000 unid 8.000 40% 3.200 43.200 unid CIP $ 160.000 40.000 unid 8.000 60% 4.800 44.800 unid Assim, identificando as unidades equivalentes, é possível mensurar o valor mone- tário dos custos dos estoques de produtos acabados e dos produtos em processo, conforme segue: 150 - 151 DEPARTAMENTALIZAÇÃO E SISTEMAS DE ACUMULAÇÃO DE CUSTOS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. III CUSTO DOS ESTOQUES ELEMENTO CUSTO $ PRODUÇÃO PERÍODO CUSTO UNITÁRIO MD 100.000 46.400 2,16 MOD 120.000 43.200 2,78 CIP 160.000 44.800 3,57 Soma 380.000 PRODUÇÃO ACABADA EM ELABORAÇÃO UNIDADES VALOR $ UNIDADES VALOR $ 40.000 86.206,90 6.400 13.793,10 40.000 111.111,11 3.200 8.888,89 40.000 142.857,14 4.800 17.142,86 340.175,15 39.824,85 Pelo pequeno nível de detalhamento e registro no sistema de custeio por pro- cesso, os custos são apurados de forma pouco burocrática, reduzindo assim o dispêndio de muito tempo, proporcionando uma economia nos custos de uti- lização do sistema. Exercício Resolvido 02 A indústria Luz Ltda. está produzindo lâmpadas de forma contínua. O critério de avaliação dos estoques é pelo Preço Médio. ■ Janeiro/20XX I. Custos de produção do período: Materiais diretos ................................................................. $ 50.000 Mão de obra direta ............................................................. $ 40.000 Custos indiretos ................................................................... $ 25.000 Total ..................................................................................... $ 115.000 150 - 151 Sistemas de Acumulação de Custos Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . II. Volume de produção do período: 50.000 unidades iniciadas e acabadas. III. Volume de venda: 50.000 unidades. Resolução: Custo de produção do período = $ 115.000 Volume de produção do período = 50.000 unidades Custo unitário = $ 115.000 : 50.000 unid = $ 2,30 / unid MATERIAIS DIRETOS MÃO DE OBRA DIRETA CUSTOS INDIRETOS $ XXX 50.000 $ XXX 40.000 $ XXX 25.000 Produtos em Elaboração Produtos Acabados CPV – Custo Prod. Vend. 50.000 115.000 115.000 40.000 115.000 Venda 25.000 115.000 115.000 ■ Fevereiro/20XX I. Custos de produção do período: Materiais diretos ............... $ 64.960 Mão de obra direta ............$ 49.680 Custos indiretos ............... $ 30.210 II. Volume de produção do período: 50.000 unidades iniciadas e acabadas. 10.000 unidades em elaboração. Das unidades em elaboração: 80% receberam materiais diretos; 40% receberam mão de obra direta; 30% receberam custos indiretos. 152 - 153 DEPARTAMENTALIZAÇÃO E SISTEMAS DE ACUMULAÇÃO DE CUSTOS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. III III. Volume de venda: 50.000 unidades. Resolução: Para identificarmos o volume de produção, precisamos calcular as uni- dades equivalentes de produção em cada um dos elementos de custos. Materiais diretos: 0 unidade em elaboração do período anterior. 50.000 unidades iniciadas e acabadas no período. 8.000 (10.000 x 80%) unidades em elaboração do período. 58.000 unidades equivalentes de produção. Custo unitário de materiais diretos = Custo dos materiais : equivalen- tes de produção. Custo unitário de materiais diretos = $ 64.960 : 58.000 unid = $ 1,12. Mão de obra direta: 0 unidade em elaboração do período anterior.50.000 unidades iniciadas e acabadas no período. 4.000 (10.000 x 40%) unidades em elaboração do período. 54.000 unidades equivalentes de produção. Custo unitário de mão de obra direta = Custo de MOD : equivalentes de produção. Custo unitário de mão de obra direta = $ 49.680 : 54.000 unid = $ 0,92. Custos indiretos: 0 unidade em elaboração do período anterior. 50.000 unidades iniciadas e acabadas no período. 3.000 (10.000 x 30%) unidades em elaboração do período. 53.000 unidades equivalentes de produção. 152 - 153 Sistemas de Acumulação de Custos Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . Custo unitário de custos indiretos = Custo de CIP : equivalentes de produção. Custo unitário de custos indiretos = $ 30.210 : 53.000 unid = $ 0,57. Portanto, o custo unitário do produto = CUMD + CUMOD + CUCIP. Custo unitário = $ 1,12 + $ 0,92 + $ 0,57 = $ 2,61. O volume de produto acabado é de 50.000 unidades, assim, o custo trans- ferido para produto acabado é de $ 130.500 ( 50.000 unid x $ 2,61/unid). O custo dos produtos em elaboração é $ 14.350. $ 8.960 = 8.000 unid x $ 1,12/unid de MD $ 3.680 = 4.000 unid x $ 0,92/unid de MOD $ 1.710 = 3.000 unid x $ 0,57/unid de CIP $ 14.350 = Custo dos produtos em elaboração. MATERIAIS DIRETOS MÃO DE OBRA DIRETA CUSTOS INDIRETOS $ XXX 64.960 $ XXX 49.680 $ XXX 30.210 Produtos em Elaboração Produtos Acabados CPV – Custo Prod. Vend. 64.960 130.500 130.500 49.680 130.500 Venda 30.210 144.850 130.500 14.350 ■ Março/20XX I. Custos de produção do período: Materiais diretos ........................................................... $ 61.720 Mão de obra direta ........................................................ $ 57.760 Custos indiretos ........................................................... $ 29.610 II. Volume de produção do período: 50.000 unidades acabadas. 154 - 155 DEPARTAMENTALIZAÇÃO E SISTEMAS DE ACUMULAÇÃO DE CUSTOS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. III 20.000 unidades em elaboração. Das unidades em elaboração: 60% receberam materiais diretos; 70% receberam mão de obra direta; 20% receberam custos indiretos. III. Volume de venda: 10.000 unidades. Resolução: Para identificarmos o volume de produção, precisamos calcular as uni- dades equivalentes de produção em cada um dos elementos de custos. Materiais diretos: 10.000 unidades em elaboração do período anterior. 40.000 unidades iniciadas e acabadas no período. 12.000 (20.000 x 60%) unidades em elaboração do período. 62.000 unidades equivalentes de produção. Custo unitário de materiais diretos = Custo dos materiais : equivalen- tes de produção. Custo unitário de materiais diretos = ($ 61.720 + $ 8.960): 62.000 unid = $ 1,14. Mão de obra direta: 10.000 unidades em elaboração do período anterior. 40.000 unidades iniciadas e acabadas no período. 14.000 (20.000 x 70%) unidades em elaboração do período. 64.000 unidades equivalentes de produção. Custo unitário de mão de obra direta = Custo de MOD : equivalentes de produção. Custo unitário de mão de obra direta = ($ 57.760 + $ 3.680) : 64.000 unid = $ 0,96. 154 - 155 Sistemas de Acumulação de Custos Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . Custos indiretos: 10.000 unidades em elaboração do período anterior. 40.000 unidades iniciadas e acabadas no período. 4.000 (20.000 x 20%) unidades em elaboração do período. 54.000 unidades equivalentes de produção. Custo unitário de custos indiretos = Custo de CIP : equivalentes de produção. Custo unitário de custos indiretos = ($ 29.610 + $ 1.710) : 54.000 unid = $ 0,58. Portanto, o custo unitário do produto = CUMD + CUMOD + CUCIP. Custo unitário = $ 1,14 + $ 0,96 + $ 0,58 = $ 2,68. O volume de produto acabado é de 50.000 unidades, assim, o custo trans- ferido para produto acabado é de $ 134.000 ( 50.000 unid x $ 2,68/unid). O custo dos produtos em elaboração é $ 14.350. $ 13.680 = 12.000 unid x $ 1,14/unid de MD $ 13.440 = 14.000 unid x $ 0,96/unid de MOD $ 2.320 = 4.000 unid x $ 0,58/unid de CIP $ 29.440 = Custo dos produtos em elaboração. MATERIAIS DIRETOS MÃO DE OBRA DIRETA CUSTOS INDIRETOS $ XXX 61.720 $ XXX 57.760 $ XXX 29.610 Produtos em Elaboração Produtos Acabados CPV – Custo Prod. Vend. 14.350 134.000 26.800 61.720 Estoque fevereiro 26.800 Venda 57.760 29.610 163.440 134.000 29.440 156 - 157 DEPARTAMENTALIZAÇÃO E SISTEMAS DE ACUMULAÇÃO DE CUSTOS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. III SISTEMA DE ACUMULAÇÃO DE CUSTOS POR ORDEM DE PRODUÇÃO O sistema de acumulação por ordem de produção também é denominado de linha de produção por encomenda, cuja finalidade é determinar o custo da ordem individualizada. Este sistema de custeio é utilizado quando os produtos indus- trializados são bastante diferenciados, cuja produção ocorre principalmente por encomenda dos clientes, possibilitando a apuração do custo individualizado de cada produto ou serviço. Como cada produto possui característica própria e/ou processo produtivo diferenciado, as máquinas, as matérias-primas, a mão de obra etc., do ambiente produtivo do custeio por encomenda estão adaptadas para essas condições técni- cas de particularidades de cada uma das ordens de produção ou das encomendas. Alguns exemplos de produção por ordem ou por encomenda são: a. Produção automobilística – as montadoras de carros que trabalham ape- nas para atender encomendas de carros de luxo, ambulâncias, viaturas policiais etc. b. Confecções de roupas – empresas destinadas à fabricação de uniformes sobre encomendas de clubes de futebol, hospitais, policiais etc. c. Construtoras civis – constroem as casas somente quando são contrata- das para este fim. d. Consultoria externa – executam serviços mediante contratado. Quando há produtos ou serviços elaborados mediante encomenda de unidades ou lotes, com características diferenciadas entre as unidades a serem produzi- das, o sistema de acumulação de custos por processo seria inviável, uma vez que cada unidade ou lote de produtos fabricados diferem no processo, no custo e no preço de comercialização. Assim, para melhor gerenciar a produção de enco- mendas solicitadas, o sistema de acumulação de custos por ordem de produção é o mais apropriado. Neste sistema, a contabilidade de custos estará custeando individualmente os produtos, as tarefas ou os serviços, de acordo com as parti- cularidades especificadas nas ordens de produção. Para este tipo de sistema, os custos são controlados e acumulados individu- almente por unidade ou por lote de produtos em folhas manuais ou eletrônicas 156 - 157 Sistemas de Acumulação de Custos Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . denominadas de ordem de produção (OP), ordem de fabricação (OF) ou ordem de serviço (OS), emitidas pela empresa. ORDEM DE PRODUÇÃO No sistema de custeio por ordem de produção, as unidades ou os lotes de pro- dutos têm características distintas um dos outros. No entanto, os custos não precisam necessariamente ser alocados individualmente em cada unidade, eles podem ser anotados em uma ordem de produção emitida no início do processo produtivo e, posteriormente, transferidos para os estoques. Desta forma, uma empresa de móveis pode gerenciar melhor os custos con- sumidos utilizando para tanto uma ordem de produção que acompanha cada unidade ou lote em produção durante todas as etapas do processo, desde o iní- cio até a conclusão da unidade. O formulário de ordem de produção contém o número da ordem, data de abertura e entrega da ordem, além de apresentar local distinto para o registro dos custos com materiais diretos, mão de obra diretae estimativa dos custos indire- tos. Segue um modelo de ordem de produção. 158 - 159 DEPARTAMENTALIZAÇÃO E SISTEMAS DE ACUMULAÇÃO DE CUSTOS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. III Moraes & Moraes Ltda. Ordem de produção nº: Data de abertura da ordem: Data de entrega da ordem: Característica da ordem: Cliente: Material direto consumido Data Referência Valor Soma Mão de obra direta consumida Data Referência Valor Soma Custos indiretos aplicados Data Referência Valor Soma APROPRIAÇÃO DOS CUSTOS ÀS ORDENS DE PRODUÇÃO Como no sistema de acumulação de custos por ordem os custos são controlados nas fichas ou formulários denominados de ordens de produção ou de serviços, faz-se necessário identificar detalhadamente todos os custos incorridos. Os materiais diretos são apropriados às ordens de produção com os dados de identificação por meio de requisições ao almoxarifado. A mão de obra direta normalmente é apropriada à ordem de produção por meio de anotações correspondentes ao tempo efetivamente despendido em cada etapa da produção. 158 - 159 Sistemas de Acumulação de Custos Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . Já os custos indiretos somente serão realmente conhecidos no término do período, assim, eles devem ser anotados nas ordens de produção por meio de uma taxa de aplicação que os represente. No sistema de acumulação de custos por ordem de produção, há uma maior atenção e detalhamento da conta de produtos em elaboração. Quando os produtos são concluídos, os custos são transferidos das ordens de produção para o estoque de produtos acabados, por outro lado, os custos dos estoques dos produtos em elaboração correspondem à soma de todas as ordens de produção dos produtos não concluídas. Assim, os custos com materiais diretos e mão de obra direta poderão ser obtidos logo que a produção esteja concluída, pelo valor constante da ordem de produção, por outro lado, os custos indiretos são incorporados às unidades industrializadas por meio da taxa do CIP e somente rateados no término do período contábil. As principais características deste sistema de acumulação são: ■ As ordens de produção são emitidas e seus custos são acumulados para cada produto ou lote fabricado. ■ O custeamento por ordem de produção é usado em indústrias com pro- dução não padronizada e não repetitiva. ■ Identifica a produção de lotes diferentes de produtos durante o processo de fabricação. ■ As ordens de produção em aberto, ou seja, não completadas, represen- tam o estoque de produtos em elaboração. ■ Somente quando a OP é terminada, ou mediante a realização de um inven- tário físico, pode-se saber o custo efetivo de fabricação. Exercício Resolvido 03 A indústria de mesas possui controles de matéria-prima, mão de obra direta e custos indiretos. 160 - 161 DEPARTAMENTALIZAÇÃO E SISTEMAS DE ACUMULAÇÃO DE CUSTOS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. III Nº REQUISIÇÃO Nº ORDEM DE PRODUÇÃO QUANTIDADE DESCRIÇÃO CUSTO 1.025 05 10 litros Tinta $ 250 1.027 05 30 metros Madeira $ 1.200 1.028 06 20 metros Madeira $ 800 Requisição de materiais diretos ao almoxarifado Nº ORDEM DE PRODUÇÃO QUANTIDADE DESCRIÇÃO CUSTO 05 200 horas Corte $ 1.500 06 150 horas Corte $ 1.200 Mapa de apontamento da mão de obra direta Nº ORDEM DE PRODUÇÃO TAXA CIP CIP APLICADO 05 $ 15 $ 1.500 06 $ 14 $ 1.300 Relatório de apropriação dos custos indiretos Resolução: Ordem de produção: Nº 05 Produto: Mesa grande / Volume: 08 unidades / Data de abertura da OP: 01/02/20XX Material direto Mão de obra direta CIP Aplicado TOTAL ACUMULADO Nº Requis. Qtde. Custo Qtde. Custo Taxa CIP Custo 1025 10 litros $ 250 200h $ 1.500 $ 15 $ 1.500 $ 3.250 1027 30 metros $ 1.200 $ 4.450 Ordem de produção: Nº 06 Produto: Mesa pequena / Volume: 10 unidades / Data de abertura da OP: 01/02/20XX Material direto Mão de obra direta CIP Aplicado TOTAL ACUMULADO Nº Requis. Qtde. Custo Qtde. Custo Taxa CIP Custo 1028 20 metros $ 800 150 horas $ 1.200 $ 14 $ 1.300 $ 3.300 160 - 161 Sistemas de Acumulação de Custos Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . MATERIAIS DIRETOS MÃO DE OBRA DIRETA CIP APLICADO $ XXX 250 $ XXX 1.500 1.500 1200 1.200 1.300 800 Produtos em Elaboração Produtos Acabados 250 4.450 4.450 1.200 3.300 3.300 800 1.500 1.200 1.500 1.300 Portanto, o custo a realizar dos produtos estocados, prontos para serem vendi- dos corresponde a $ 7.750. DEPARTAMENTALIZAÇÃO E SISTEMAS DE ACUMULAÇÃO DE CUSTOS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. III CONSIDERAÇÕES FINAIS Na indústria, o custo dos produtos acabados é composto por materiais diretos, mão de obra direta e custos indiretos de produção. Os custos diretos são alocados diretamente aos produtos em razão da possi- bilidade de identificação e quantificação em cada uma das unidades produzidas. A departamentalização é um procedimento muito utilizado na contabilidade para alocação dos custos indiretos aos produtos, uma vez que o rateio dos custos indi- retos primeiramente aos departamentos possibilita maior controle dos custos. De acordo com a característica de produção da indústria, os custos podem ser acumulados por processo (produtos com características homogêneas, fabri- cados de forma contínua) ou por ordem de produção (produtos diversificados fabricados sob encomenda ou ordem de produção), enquanto nestes os custos são acumulados individualmente por produto ou por ordem de produção e pos- teriormente transferidos aos produtos, naqueles os custos são acumulados em uma única conta (produto em elaboração, por exemplo) e posteriormente divi- dido pelo volume de produção. A produção equivalente corresponde às unidades em processo que ainda não foram concluídas, mas que receberam parte dos custos. A unidade equivalente corresponde a uma quantidade de unidades aca- badas que representa as unidades que estão em elaboração (Ex: 1 unidade equivalente corresponde a 2 unidades em elaboração com apropriação de 50% dos custos). Material Complementar MATERIAL COMPLEMENTAR Curso de contabilidade de custos George S. G. Leone e Rodrigo José Guerra Leone Editora: Atlas Contabilidade de Custos Eliseu Martins Editora: Atlas Gestão de custos e formação de preços com aplicações na calculadora HP 12 C Adriano Leal Bruni e Rubens Famá Editora: Atlas 164 - 165 1. De acordo com as Terminologias Contábeis, assinalar (V) se for Verdadeiro ou (F) se for Falso nas sentenças abaixo: ( ) O sistema contábil é o responsável pelo registro e processamento dos dados que se transformarão em informações. ( ) O sistema contábil está inserido em um sistema maior que é denominado de sistema de custo. ( ) A principal finalidade dos sistemas de acumulação de custos consiste em levantar o custo do produto que está sendo industrializado. ( ) As empresas possuem três sistemas de acumulação: custeio por processo, custeio por ordem e custeio por encomenda. 2. Faça uma comparação entre sistema de custeio por processo e custeio por ordem. 3. Como ocorre o funcionamento de um sistema? 4. A alocação dos custos aos produtos pelo sistema de acumulação de custos por processo ocorre: ( ) Quando os materiais são requisitados. ( ) Quando as unidades são concluídas. ( ) No final do dia. ( ) No final do período contábil. 5. A Indústria de Roupas Quentes Ltda. produz roupas sob encomenda. A empresa utiliza o custeio por Ordem de Produção. Requisição de materiais diretos ao almoxarifado Nº REQUISIÇÃO Nº ORDEM DE PRODUÇÃO QUANTIDADE DESCRIÇÃO CUSTO 287 25 3.000 metros Tecido $ 45.000 298 26 1.800 metros Tecido $ 30.000 Mapa de apontamento da mão de obra diretaNº ORDEM DE PRODUÇÃO QUANTIDADE DESCRIÇÃO CUSTO 25 120 horas Corte $ 50.000 26 100 horas Corte $ 20.000 164 - 165 Relatório de apropriação dos custos indiretos Nº ORDEM DE PRODUÇÃO TAXA CIP CIP APLICADO 25 $ 30 $ 25.000 26 $ 32 $ 18.000 Sabendo que apenas a Ordem de Produção nº 25 foi vendida, pede-se: a. Montar as Ordens de Serviços. b. Apurar o custo das ordens. c. Apurar o custo dos produtos vendidos. 6. O estoque de unidades produzidas da empresa Moraes & Moraes Ltda. em ju- nho/XX era nulo. Durante o referido mês, os custos de produção foram de $ 300.000 de materiais diretos, $ 130.000 de mão de obra direta e $ 150.000 de custos indiretos. Sabendo que das 50.000 unidades do produto A iniciadas no processo produtivo, 45.000 foram concluídas, e que as unidades restantes estão ainda em elaboração. Considerando que as unidades não concluídas encontram-se em diferentes fa- ses de elaboração, onde das 5.000 unidades em elaboração, 60% delas recebe- ram materiais diretos, em 30% foram utilizadas mão de obra e 50% consumiram os custos indiretos de produção, identificar as unidades equivalentes em cada um dos custos de produção. Qual seria o custo dos estoques de produtos acabados e dos produtos em processo? 7. João Pedro e Pedro Paulo resolveram constituir uma empresa para produzir sofás de forma contínua em um único departamento de produção. Em 01/06/20XX, criaram a empresa Gutamoc & Cia, enquadrada no Lucro Real. ■ Quanto à Mão de obra Direta Em jun/12, a mão de obra direta do período foi de $ 40.000. Em jul/12, a mão de obra direta do período foi de $ 41.500. ■ Quanto aos Materiais Diretos de cada período, líquidos de impostos. ÉPOCA TECIDO MADEIRA Junho/12 $ 212.500 $ 2.000 Julho/12 $ 212.500 $ 2.000 166 - 167 ■ Quanto aos Custos Indiretos e as Despesas. DESCRIÇÃO JUNHO/12 JULHO/12 Aluguel da fábrica $ 2.500 $ 2.500 Outros custos indiretos $ 10.000 $ 11.000 Energia elétrica da administração $ 120 $ 150 Comissão de vendedores $ 7.000 $ 8.000 Produção e vendas de sofá. O preço de venda é de $ 990 a unidade. DESCRIÇÃO VOLUME JUNHO/12 VOLUME JULHO/12 Acabadas 480 470 Vendidas 400 410 Em elaboração 20 50 Embora todos os produtos tenham recebido material direto no início do proces- so produtivo, no final de cada mês constatou-se o seguinte: No final de junho/2012: 480 unidades foram acabadas e 20 unidades ficaram em elaboração num grau de ½ de acabamento de custos indiretos de produção e 10% de mão de obra direta. No final de mês de julho/2012, as unidades em elaboração ficaram numa fase de 40% de custos indiretos e 10% de mão de obra direta. Considerando o Critério de Custo Médio, pede-se: a. O custo unitário do produto de cada período. b. O valor de custo da produção acabada (CPA) de cada período. c. O valor de custo do estoque final de produtos em elaboração (CPE) de cada período. d. O custo dos produtos vendidos (CPV) de cada período. e. Elaborar a Ficha de Controle de Estoque (uma única FCE para os dois perí- odos). f. A apropriação dos custos (razonetes de custos). g. Elaborar a DRE – Demonstração do Resultado do Exercício de cada período. 166 - 167 8. A Empresa Gutamoc produz 2 tipos de produtos, X e Y. O ambiente de produção é composto por quatro departamentos: corte, pintura, acabamento e adminis- tração da produção. A produção em determinado período foi a seguinte, em unidades: Produto X - 9.000 unidades. Produto Y - 8.000 unidades. Os materiais diretos correspondem a ferro e tinta. O ferro é adquirido por $ 10 o metro e a tinta $ 8 o litro. Sua estrutura de custos, no mesmo período, foi a seguinte (em $): I. Custos com mão de obra direta referente aos produtos: Mão de obra X 25.000 Y 30.000 II. Consumo de material direto em cada unidade de produto: Ferro Tinta X 0,5 metros 0,6 litros Y 0,5 metros 0,4 litros 9. Custos Indiretos: Aluguel $ 10.000 Material $ 6.000 Depreciação $ 5.000 Energia elétrica $ 8.000 Outros dados coletados no período: 168 - 169 CORTE PINTURA ACABAMENTO ADM DE PRODUÇÃO Área (m2) 1.100 955 170 275 Consumo Energia (Kwh) 17.000 14.280 1.700 1.020 Horas de mão de obra 24.000 12.000 2.000 2.000 Número de empre- gados 15 16 8 2 As bases de rateio são as seguintes: ■ O Aluguel é distribuído aos departamentos de acordo com suas respectivas áreas. ■ O número de horas de mão de obra utilizada em cada departamento é usado com base de rateio para: material e depreciação. ■ Os custos da Administração de Produção são distribuídos aos demais departa- mentos com base no número de empregados. ■ A distribuição dos custos dos departamentos de produção aos produtos é feita em função do volume de produção. Pede-se: a. O custo direto de cada produto. b. O custo total de cada produto. c. O custo unitário de cada produto. d. Contabilização dos custos. U N ID A D E 168 - 169 IV Professora Esp. Juliana Moraes da Silva SISTEMAS DE CUSTEIOS Objetivos de Aprendizagem ■ Conhecer o custeio por absorção. ■ Compreender o custeio variável. ■ Analisar as diferenças dos custeios por absorção e variável. ■ Estudar o custeio padrão para fins gerenciais. Plano de Estudo A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: ■ Custeio por Absorção ■ Custeio Variável ou Direto ■ Custeio Baseado em Atividade - ABC ■ Custeio Padrão 170 - 171 © sh ut te rs to ck 170 - 171 INTRODUÇÃO Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . INTRODUÇÃO Os sistemas de custeios correspondem aos procedimentos que podem ser ado- tados para compor o custo dos produtos fabricados. A escolha do sistema de custeio depende do tipo de controle que a empresa pretende manter e das informações que serão geradas. Os sistemas de custeio mais utilizados correspondem ao Custeio por Absorção, Custeio Variável e ABC – Custeio Baseado em Atividades. As formas de custeios podem ser utilizadas tanto no Sistema de Acumulação de Custos por Processo como no Sistema de Acumulação de Custo por Encomenda. CUSTEIO POR ABSORÇÃO Um dos maiores problemas da gestão da empresa consiste em controlar e dis- tribuir os custos aos produtos transferidos para estoques. Em uma tentativa de amenizar tais dificuldades, a contabilidade de custo se vale de determinados procedimentos que podem ser utilizados para mensurar o valor dos estoques. 172 - 173 SISTEMAS DE CUSTEIOS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IV O custeio por absorção é um método de custeio adotado tanto pela legislação comercial como pela legislação fiscal no Brasil, sendo utilizado para elabora- ção das demonstrações contábeis e aceito para cálculo do imposto de renda e contribuição social sobre o resultado da empresa. Uma das explicações para a aceitação deste critério de custeamento refere-se ao fato de que o método de custeio por absorção decorre da aplicação dos princípios contábeis geralmente aceitos, ainda, acumula os três elementos de custos: materiais diretos, mão de obra direta e custos indiretos de produção aos produtos. O custeio por absorção tem por princípio básico que todos os custos decor- rentes do processo produtivo do período devem ser apropriados aos produtos, independente de sua classificação em custos diretos, indiretos, fixos e variáveis. A atribuição pode ser de forma direta, quando há possibilidade de identificar o custo diretamente ou quando os custos não forem passíveis de identificação direta no produto no decorrer do processo produtivo, estes são atribuídos de forma indireta, tomando por base algum critério de rateio que mais aproxima a relação entre os custos e a produção. No custeio por absorção, como o próprio nome sugere, todos os custos de produção são absorvidos pelos produtos. Para o custeio por absorção, as despesas não compõem o custo dos produtos e devem ser analisadas separadamente. As despesas são apropriadas diretamenteao resultado do exercício sem transitar pelo ativo. Segue uma representação gráfica do custeio por absorção para a alocação dos custos e despesas aos produtos ou serviços. Custos Diretos, Indiretos, Fixos e Variáveis - Estoque (Ativo) Produtos em processo Produtos acabados DRE Receitas ( - ) ( = ) Lucro bruto ( - ) Despesas ( = ) Resultado Líquido Custo da venda Despesas Gerais Despesas de Vendas Despesas Administrativas Despesas do período 172 - 173 Custeio por Absorção Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . CUSTOS DOS PRODUTOS VENDIDOS NO CUSTEIO POR ABSORÇÃO No custeio por absorção, os custos com materiais diretos, mão de obra direta e custos indiretos de produção são absorvidos para compor o custo do produto fabricado. Assim, o CPV - Custo dos Produtos Vendidos correspondem aos custos incorridos na produção dos produtos que foram vendidos no período. O CPV é considerado o custo realizado, sendo evidenciado na Demonstração do Resultado de Exercício, é constituído de MD – Materiais diretos, MOD – Mão de obra direta e CIP – Custos Indiretos de Produção dos produtos vendidos. EXEMPLO 1 Consideremos a empresa Moraes & Moraes Ltda., fabricante de um único produto, com os seguintes gastos ocorridos em determinado período: GASTOS VALOR EM $ Comissão dos vendedores 60.000 Depreciação das máquinas industriais 50.000 Depreciação dos equipamentos da administração 12.000 Energia elétrica da administração 1.000 Energia elétrica da fábrica 7.400 Honorários da diretoria administrativa 40.000 Materiais indiretos utilizados na indústria 2.600 Matéria-prima consumida na produção 350.000 Salários e encargos sociais do pessoal da administração 70.000 Salários e encargos sociais da produção 520.000 Tributos sobre vendas de produtos 77.000 Total 1.190.000 Fonte: Adaptado de Oliveira e Perez Jr. (2000, p. 121) Além dos gastos relacionados no quadro acima, a empresa disponibiliza outras informações, sendo a primeira de que no período em análise não havia saldo inicial em estoque e que neste período foram produzidas 2.000 unidades, no entanto, foram vendidas 1.500 unidades por um preço unitário de $ 900. 174 - 175 SISTEMAS DE CUSTEIOS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IV Para apuração do custo de produção pelo custeio por absorção, sugere-se seguir três passos: 1º Passo - Classificar os gastos em custos e despesas. Primeiramente, elabora-se um quadro dos custos de produção, conforme abaixo apresentado: CUSTOS DE PRODUÇÃO VALOR EM $ Custos variáveis Salários e encargos sociais do pessoal de produção 520.000 Matéria-prima consumida na produção 350.000 Energia elétrica da fábrica 7.400 Materiais indiretos utilizados na produção 2.600 Total dos custos variáveis 880.000 Custos fixos Depreciação das máquinas industriais 50.000 Total dos custos fixos 50.000 Total dos custos de produção 930.000 Fonte: Adaptado de Oliveira e Perez Jr. (2000, p. 122) Posteriormente, elabora-se um quadro das despesas do período, conforme segue: DESPESAS VALOR EM $ Despesas administrativas Honorários da diretoria administrativa 40.000 Salários e encargos sociais do pessoal da administração 70.000 Depreciação dos equipamentos da administração 12.000 Energia elétrica da administração 1.000 Total das despesas administrativas 123.000 Despesas com vendas Comissões de vendedores 60.000 Total das despesas com vendas 60.000 Deduções das vendas brutas 174 - 175 Custeio por Absorção Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . Tributos sobre vendas de produtos 77.000 Total das despesas 260.000 Fonte: Adaptado de Oliveira e Perez Jr. (2000, p. 123) 2º Passo - Apurar o custo unitário de produção. Para apuração do custo unitário de produção deve-se levar em consideração os valores gastos na produção das 2.000 unidades produzidas. Apuração do custo da produção TOTAL DO CUSTO DA PRODUÇÃO DO PERÍODO VALOR Custos variáveis $ 880.000 Custos fixos $ 50.000 Custo total do período $ 930.000 Produção do período 2.000 unidades Custo unitário $ 465 Fonte: Adaptado de Oliveira e Perez Jr. (2000, p. 125) 3º Passo - Apurar o custo dos produtos vendidos. Uma vez valorado o custo unitário de produção, a apuração do custo dos produtos vendidos corresponde ao custo unitário de produção e a quantidade de unidades vendidas no período, $ 465/unid x 1.500 unidades = $ 697.500. 4º Passo - Elaboração da Demonstração do Resultado do Exercício do período de acordo com o custeamento por absorção. Demonstração do resultado do exercício – custeio por absorção 176 - 177 SISTEMAS DE CUSTEIOS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IV DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO VALOR EM $ Receitas operacionais brutas (1.500 unidades x $ 900,00) 1.350.000 ( - ) Deduções das vendas brutas (77.000) Tributos sobre vendas de produtos.......................... (77.000) Receitas operacionais líquidas 1.273.000 ( - ) Custo dos produtos vendidos (697.500) Lucro bruto 575.500 ( - ) Despesas operacionais (183.000) Despesas administrativas........................................ (123.000) Despesas com vendas.............................................. (60.000) ( = ) Resultado operacional líquido 392.500 ( = ) Resultado líquido do exercício 395.500 Fonte: Adaptado de Oliveira e Perez Jr. (2000, p. 127) Portanto, o resultado do período apurado segundo o custeio por absorção, alo- cação dos custos fixos e variáveis ao custo unitário do produto, proporcionou à empresa Moraes & Moraes um lucro de $ 395.500. Na modalidade de custeio por absorção são atribuídos aos produtos os cus- tos variáveis e também os custos fixos. Para atribuição destes custos fixos, há a utilização de rateios. Assim, uma das falhas do custeio por absorção como instru- mento de controle e decisão reside nesta necessidade de rateio. Por mais objetivos que pretendam ser os critérios de rateio, sempre apresentarão um componente arbitrário que distorce os resultados apurados por produto e dificulta as decisões da gerência com relação a assuntos de vital importância para a empresa, como, por exemplo, a determinação de preços de venda para manter a competitividade. O método de custeio por absorção, aceito pelo fisco, serve para avaliar os estoques das empresas, porém, para auxiliar na tomada de decisão em nível gerencial, a empresa necessita de informações complementares que podem ser fornecidas pelos métodos de custeio variável ou pelo custo-padrão, apresenta- dos mais à frente. 176 - 177 Custeio por Absorção Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . EXERCÍCIO RESOLVIDO 1 A indústria de sofás Jequitibá Ltda. iniciou suas atividades no dia 02/01/20XX, produzindo um único modelo de sofá. Em 31/01/20XX, os sócios solicitaram ao contador uma apuração de resultado. A mão de obra é considerada custo fixo. Segue os dados do período: Comissão dos vendedores 2% sobre venda Depreciação das máquinas industriais $ 2.500 Energia elétrica da administração $ 350 Honorários da diretoria administrativa $ 8.000 Matéria-prima consumida na produção $ 50 /unid Salários e encargos sociais do pessoal da administração $ 2.000 Salários e encargos sociais da produção $ 5.000 Tributos sobre vendas de produtos 12% sobre venda Volume de produção 200 unidades Preço de venda $ 220 / unid Volume de vendas 180 unidades Com base no custeio por absorção, pede-se: a. Custo dos Produtos Acabados. b. Custo dos Produtos Vendidos. c. Saldo final do Estoque de Produtos Acabados. d. Lucro Líquido do Período. Resolução: a. Custo dos Produtos Acabados. Depreciação das máquinas industriais .............................$ 2.500 Matéria-prima consumida na produção ($ 50 x 200)....... $ 10.000 Salários e encargos sociais da produção.......................... $ 5.000 Custo de Produção do Período......................................... $ 17.500 178 - 179 SISTEMAS DE CUSTEIOS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IV b. Custo dos Produtos Vendidos. O custo fixo unitário ($ 7.500 : 200unid) ........................... $ 37,50 O custo variável unitário ...................................................... $ 50,00 Custo Unitário ....................................................................... $ 87,50 Custo dos produtos vendidos = $ 87,50/unid x 180 unid = $ 15.750 c. Saldo final do estoque dos Produtos Acabados. Custo unitário ......................................................................... $ 87,50 Saldo final do Estoque de Produtos acabados ($ 87,50 x 20 unid) .. $ 1.750 d. Lucro líquido do período. DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO VALOR EM $ Receitas operacionais brutas ..................... (180 unidades x $ 220) 39.600 ( - ) Deduções das vendas brutas (4.752) Tributos sobre vendas de produtos.......................($ 39.600 x 12%) Receitas operacionais líquidas 34.848 ( - ) Custo dos produtos vendidos (15.750) Lucro bruto 19.098 ( - ) Despesas operacionais (11.142) Despesas administrativas.................................................. ($10.350) Despesas com vendas............................. ($ 39.600 x 2% = $ 792) ( = ) Resultado operacional líquido 7.956 ( = ) Resultado líquido do exercício 7.956 Obs.: Para apuração do custo unitário, não foi necessário realizar rateio porque a empresa produz um único modelo de produto. Todos os custos correspondem a este único produto. 178 - 179 Custeio Variável Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . CUSTEIO VARIÁVEL Objetivando promover uma importante análise das decisões relativas aos cus- tos e preços dos produtos ou serviços ofertados, o sistema de custeio variável, também chamado de custeio direto, é considerado como uma alternativa de cus- teamento, adota a apuração dos custos das unidades por meio da não realização de rateios dos custos fixos. Os custos fixos, como aluguel, depreciação e salários, são gastos que ocor- rem independentemente da venda dos produtos, assim, para fins gerenciais, não faz sentido deixar estes gastos ativados. Neste entendimento, os custos fixos cor- respondem aos gastos necessários para o processo de fabricação, e não como um componente específico dos produtos. De acordo com o custeio variável, apenas os custos variáveis são alocados aos produtos ou serviços, enquanto que os custos fixos são tratados como as despesas, portanto, são diretamente transferidos para resultado como despe- sas do período, eliminando a subjetividade do procedimento de alocação por rateio ou estimativa. Assim, os custos variáveis do período oscilam proporcionalmente ao volume da produção do período, mantém-se o mesmo por unidade, independentemente da quantidade fabricada. O custeio variável é um método de custeio utilizado pelas empresas apenas para fins gerenciais, não podendo ser utilizado para elaboração das demonstra- ções contábeis e para apuração do imposto de renda, pois o mesmo não atende às aplicações dos princípios contábeis geralmente aceitos, em especial o Princípio da Realização da Receita em Confrontação com a Despesa. CUSTO DOS PRODUTOS VENDIDOS NO CUSTEIO VARIÁVEL No custeio variável, apenas os custos variáveis compõem o custo dos produtos fabricados. Assim, no custeio variável, o CPV - Custo dos Produtos Vendidos corresponde aos custos variáveis (normalmente apenas materiais diretos) incor- ridos na produção dos produtos que foram vendidos no período. 180 - 181 SISTEMAS DE CUSTEIOS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IV MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO No custeio variável, o melhor parâmetro de análise é a margem de contribuição e não o Lucro, enquanto estes correspondem às receitas deduzidas dos custos (fixo e variável), a margem de contribuição corresponde à receita deduzida dos custos variáveis. MC = R - CV Margem de Contribuição = Receita – Custos Variáveis Todas as empresas esperam que o valor das vendas seja suficiente para cobrir os custos fixos e despesas ocorridas, bem como proporcionar o lucro. A margem de contribuição representa este valor que deverá cobrir custos fixos, despesas fixas e o lucro. Para a apuração da margem de contribuição, assim como no custeio variá- vel, apenas os custos variáveis devem compor o custo do produto. Vale ressaltar que, caso haja despesas variáveis como, frete sobre vendas, comissões de vendedores etc., estas, também devem ser deduzidas da receita para a apuração da margem de contribuição MC = R – CV - DV Margem de Contribuição = Receita – Custos Variáveis – Despesas Variáveis APLICAÇÃO DO CUSTEIO VARIÁVEL A principal diferença entre custeio por absorção e custeio variável é que aquele aloca aos produtos os custos fixos e variáveis e este, apropria ao produto ape- nas os custos variáveis. 180 - 181 Custeio Variável Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . Demonstrativo da abordagem do custo variável RECEITA BRUTA $ ( - ) Deduções da Receita Bruta $ ( = ) Receitas Líquidas $ ( - ) Custos Variáveis dos Produtos Vendidos $ ( - ) Outras Despesas Variáveis $ ( = ) Margem de Contribuição $ ( - ) Custos Fixos $ ( - ) Despesas Fixas $ ( = ) Lucro Líquido do Exercício $ EXEMPLO 2 Como forma de promover o melhor entendimento acerca do custeio variável, segue um exemplo ilustrativo. Cabe ressaltar que as receitas não se alteram em relação ao custeamento por absorção ou variável, face ao fato de que o preço de venda praticado considerado é o mesmo em ambos os custeios. Considera a mesma empresa Moraes & Moraes Ltda. e os dados obtidos no esquema básico para o custeio por absorção. 1º Passo - Apuração do custo unitário de produção. No custeio variável, apenas os custos variáveis compõem o custo unitário dos produtos produzidos. Portanto, no custeio variável, o custo de cada uma das unidades produzidas é de $ 440 resultante do quociente entre os custos variáveis e quantidades de unidades produzidas no período, $ 880.000 : 2.000 unidades. 2º Passo - Apuração do custo dos produtos vendidos no período. Como foram vendidas 1.500 unidades no período, a apuração do custo dos produtos vendidos corresponde a $ 660.000, resultante do produto entre o custo unitário de produção e a quantidade de unidades vendidas no período, $ 440 x 1.500 unidades. 3º Passo - Elaboração da Demonstração do Resultado do Exercício do perí- odo de acordo com o custeamento variável Demonstração do resultado do exercício – custeio variável 182 - 183 SISTEMAS DE CUSTEIOS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IV DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO VALOR EM $ Receitas operacionais brutas ............(1.500 unidades x $ 900) 1.350.000 ( - ) Deduções das vendas brutas (77.000) Tributos sobre vendas de produtos............................. (77.000) Receitas operacionais líquidas 1.273.000 ( - ) Custo dos produtos vendidos (variável) (660.000) ( - ) Despesas variáveis (60.000) Comissões de vendedores..........................................(60.000) ( = ) Margem de contribuição 553.000 ( - ) Custos fixos (50.000) ( - ) Despesas operacionais (fixas) (183.000) Despesas administrativas....................................... (123.000) Despesas com vendas............................................. (60.000) ( = ) Resultado operacional líquido 320.000 Portanto, o resultado do período apurando segundo o custeio variável, aloca- ção apenas dos custos variáveisao custo unitário do produto, proporcionou à empresa Moraes & Moraes um lucro de $ 320.000. Cotejando o custeio por absorção com o custeio variável, verifica-se uma diferença de $ 75.500 ($ 395.500, lucro apurado no custeio por absorção, menos $ 320.000, lucro apurado no custeio variável), diferença esta resultante do custo fixo unitário que foi incorporado aos estoques de produtos acabados não vendi- dos no período com a adoção do custeio por absorção, conforme segue: Cotejamento entre custeio por absorção e custeio variável 182 - 183 Custeio Variável Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . DESCRIÇÃO ABSORÇÃO VARIÁVEL Receitas operacionais brutas 1.350.000 1.350.000 Deduções das vendas brutas (77.000) (77.000) Receitas operacionais líquidas 1.273.000 1.273.000 Custo dos produtos vendidos (697.500) (660.000) Despesas variáveis 0,00 (60.000) Resultado 1 575.500 553.000 Custos fixos 0,00 (50.000) Despesas fixas (183.000) (183.000) Resultado 2 392.500 320.000 Assim, se ocorrer um aumento no estoque das quantidades físicas de produ- tos em um determinado período, normalmente o lucro operacional da empresa será menor quando apurado por meio do custeio variável, pois todos os custos fixos do período são considerados na demonstração do resultado, independen- temente da quantidade de unidades vendidas. Por outro lado, por meio do custeio por absorção, o lucro operacional da empresa geralmente é maior com um aumento na quantidade física do estoque de produtos, pois para este método, os custos fixos de produção ficam ativados no estoque até o momento da venda. No longo prazo os lucros apurados no custeio por absorção e variável ten- dem a anular-se, pois no longo prazo as vendas terão absorvido todos os custos das unidades vendidas. Aspectos positivos e contrários ao custeio variável Em oposição à modalidade de custeio por absorção, o custeio variável leva em consideração apenas os custos variáveis para custeamento dos produtos da empresa. Com isso, elimina-se a necessidade de rateios e, consequentemente, as distorções deles decorrentes. Uma das principais vantagens oferecidas pelo custeio variável refere-se ao fato de que o mesmo impede que um aumento significativo das unidades produzi- das sem correspondente aumento nas unidades vendidas distorçam os resultados do período, podendo assim ser utilizado como importante ferramenta no pro- cesso decisório dos gestores, questão esta não observada no custeio por absorção. 184 - 185 SISTEMAS DE CUSTEIOS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IV Entretanto, a grande falha deste sistema é que o mesmo não é aceito perante a legislação do Imposto de Renda nem pela auditoria externa das empresas. Mas a empresa que desejar adotá-lo, poderá trabalhar durante o período com o custeio variável, elaborando controles e relatórios distintos em complemento à informa- ção contábil da contabilidade financeira e, ao final do período, proceder alguns ajustes de modo a ajustá-lo de acordo com o custeio por absorção, aceito pela legislação comercial e fiscal. EXERCÍCIO RESOLVIDO 2 A indústria de sofás Jequitibá Ltda. iniciou suas atividades no dia 02/01/20XX, produzindo um único modelo de sofá. Em 31/01/20XX, os sócios solicitaram ao contador uma apuração de resultado. A mão de obra é considerada custo fixo. Segue os dados do período: Comissão dos vendedores 2% sobre venda Depreciação das máquinas industriais $ 2.500 Energia elétrica da administração $ 350 Honorários da diretoria administrativa $ 8.000 Matéria-prima consumida na produção $ 50 /unid Salários e encargos sociais do pessoal da administração $ 2.000 Salários e encargos sociais da produção $ 5.000 Tributos sobre vendas de produtos 12% sobre venda Volume de produção 200 unidades Preço de venda $ 220 / unid Volume de vendas 180 unidades Com base no custeio por absorção, pede-se: a. Custo dos Produtos Acabados. b. Custo dos Produtos Vendidos. c. Saldo final do Estoque de Produtos Acabados. d. Lucro Líquido do Período. 184 - 185 Custeio Variável Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . Resolução: a. Custo dos Produtos Acabados. Matéria-prima consumida na produção ($ 50 x 200)....... $ 10.000 Custo Variável do Período.................................................... $10.000 b. Custo dos Produtos Vendidos. O custo variável unitário ....................................................... $ 50 Custo dos produtos vendidos = $ 50/unid x 180 unid = $ 9.000 c. Saldo final do estoque dos Produtos Acabados. Custo variável unitário ......................................................................... $ 50 d. Saldo final do Estoque de Produtos acabados ($ 50 x 20 unid) ...$ 1.000 Lucro líquido do período. DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO - CUSTEIO VARIÁVEL VALOR EM $ Receitas operacionais brutas ................ (180 unidades x $ 220) 39.600 ( - ) Deduções das vendas brutas (4.752) Tributos sobre vendas de produtos........($ 39.600 x 12%) ( = ) Receitas operacionais líquidas 34.848 ( - ) Custo dos produtos vendidos (9.000) ( - ) Despesas variáveis (792) ( = ) Margem de contribuição 25.056 ( - ) Custos fixos (7.500) ( - ) Despesas fixas (10.350) ( = ) Resultado operacional líquido 7.206 ( = ) Resultado líquido do exercício 7.206 186 - 187 SISTEMAS DE CUSTEIOS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IV ABC - CUSTEIO BASEADO EM ATIVIDADE O objetivo dos sistemas de custeio é custear os produtos ou serviços, formar o custo. O sistema de custeio ABC é uma outra alternativa para apuração do custo do produto. Até meados de 1980 os elementos de custos de maior proporção financeira nos produtos correspondiam à matéria-prima e à mão de obra. Com o aumento da competitividade, o avanço das tecnologias e a abertura do mercado, come- çou a ocorrer uma migração dos custos diretos para os custos indiretos. Estes, que até então correspondiam a valores baixos, passou a ter uma maior atenção dos gestores. Assim, era preciso utilizar uma técnica que possibilitasse a realização de uma apropriação mais detalhada do Custos Indiretos de Produção. Para preencher essa necessidade da empresa, a contabilidade de custos pas- sou a utilizar o método de cálculo com alocação dos custos indiretos de produção às atividades que requerem recursos e, destas, aos produtos. Esse método rece- beu o nome de ABC – Activit-Based Costing, custeio baseado em atividade. Consideremos que as atividades são tarefas que consomem recursos financei- ros para a produção de bens ou serviços. Neste sistema de custeio, os custos com materiais diretos e mão de obra direta continuam sendo apropriados diretamente aos produtos, da mesma maneira abordada nos sistemas tradicionais. CUSTO DOS PRODUTOS PELO CUSTEIO BASEADO EM ATIVIDADES Para apuração do custo vamos considerar a empresa Gutamoc – Indústria e Comércio de Móveis Ltda. 1º Passo - Apropriar os custos diretos aos produtos utilizando as unidades de medidas e quantidades especificas nas requisições e mapas de apontamentos. 2º Passo - Identificar as atividades. Uma vez conhecido o processo de produção do bem ou execução do serviço, faz-se necessário identificar as atividades relevantes do processo de produção. 186 - 187 ABC - Custeio Baseado em Atividade Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . As atividades são tarefas que requerem tempo e recursos financeiros. DEPARTAMENTOS ATIVIDADES Almoxarifado Receber materiais Almoxarifado Entregar materiais Corte Preparar máquina Corte Cortar Corte Movimentar peças Montagem Movimentar peças Montagem Montarpeças Acabamento Colocar peças Acabamento Preparar para despacho 3º Passo - Apropriar os custos indiretos às atividades. Apropriação por rastreamento, realizada por meio dos direcionadores. Os direcionadores são fatores que indicam os custos consumidos nas atividades. DEPARTAMENTOS ATIVIDADES DIRECIONADOR Almoxarifado Receber materiais Número de recebimentos Almoxarifado Entregar materiais Número de requisições Corte Preparar máquina Tempo de setup Corte Cortar Tempo de corte Corte Movimentar peças Tempo de movimentação Montagem Movimentar peças Tempo de movimentação Montagem Montar peças Tempo de montagem Acabamento Colocar peças Tempo de colocação Acabamento Preparar para despacho Número de despacho O rastreamento possibilita a identificação de direcionadores que estabeleçam relação com as atividades. Caso não seja possível a alocação com rastreamento, apropria os custos indi- retos por rateio, no entanto, em razão da subjetividade e arbitrariedade das base de rateio, este método deve ser evitado. 188 - 189 SISTEMAS DE CUSTEIOS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IV 4º Passo – Apropriação dos custos das atividades aos produtos. Por meio da utilização dos direcionadores, os custos das atividades são apro- priados aos produtos. Alocam-se aos produtos apenas os custos das atividades que fizeram parte do processo produtivo. Caso alguns produtos sejam entregues sem montagem, os custos das atividades de montar não são alocados a estes produtos. O custeio ABC é muito semelhante ao custeio departamental, enquanto neste os custos indiretos são rateados aos departamentos, naquele os custos indiretos são alocadas às atividades. Custeio ABC Fonte: a autora CUSTEIO-PADRÃO Uma das finalidades dos sistemas de custos é servir ao auxílio dos gestores das empresas, podendo ser utilizado como ferramenta no controle das atividades produtivas, controlando materiais, mão de obra, custos indiretos, despesas, máquinas e demais fases de produção, evidenciando excelentes informações para os usuários. Independentemente da forma de custeio utilizada pela empresa, uma alterna- tiva a ser empregada como auxilio à tomada de decisão pode ser o custo-padrão. Estes custos são passíveis de serem determinados antes mesmo da produção e Produtos Material Direto Mão de obra Direta Custeio ABC Custos Indiretos de Produção Atividade A Atividade A Atividade A 188 - 189 Custeio-Padrão Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . expressam os custos de produção que deveriam ser alcançados em nível de efi- ciência operacional. Portanto, pelo fato do custo-padrão possibilitar uma análise da eficiência operacional, ele é considerado um excelente sistema de custo para controle da produção no auxílio à gestão. O custeio-padrão não substitui os sistemas de apuração de custos, ele ape- nas fornece informações de suporte para o controle da empresa. A premissa do custo para planejamento e controle é fornecer suporte para obtenção de um padrão de comportamento dos custos, identificar e cotejar os custos apurados no período com os quais deveriam ser o montante ocorrido. Custo-padrão é o custo unitário do produto, pré-determinado, obtido a partir de estudos pormenorizados da utilização dos materiais, da mão de obra e equipamen- tos que são imputados às unidades físicas produzidas. Para se determinar o custo padrão, é preciso ter conhecimento perfeito do produto, do processo de produção, do equipamento utilizado, da mão de obra, da utilização das instalações, da escala, do custo de utilização de cada recurso e demais custos indiretos. Há várias acepções de custo-padrão. O custo-padrão ideal é uma delas, fixado como o custo resultante do melhor aproveitamento de produção, ou seja, utili- zação das melhores matérias-primas, com menor tempo e menor gasto de mão de obra, excelente aproveitamento da capacidade produtiva da empresa. Assim, o custo ideal é apurado mediante condições de laboratórios, com metas de longo prazo, praticamente impossíveis de serem alcançadas em con- dições normais de produção das empresas. Outro custo-padrão, amplamente utilizado para metas de pequenos prazos, é o custo-padrão corrente. Desta forma, o custo-padrão não é impossível de ser alcançado, pois além de utilizar apenas os materiais, mão de obra e equipamentos disponíveis, tam- bém considera alguma ineficiência da empresa, corroborando assim para atingir a meta em curto prazo, diferentemente do custo-padrão real. Todos os custos-padrões são oriundos de uma pré-determinação, porém nem todos os custos pré-orçados podem ser classificados como tal. Os custos-padrões são estabelecidos segundo estudos de engenharia de produção e são cuidadosa- mente apurados, levando-se em conta o presente e o passado. 190 - 191 SISTEMAS DE CUSTEIOS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IV Distribuição de responsabilidade do cálculo do custo-padrão Fonte: Bruni e Famá (2003, p. 164) Para apuração do custo-padrão, há necessidade de determinar alguns padrões dos fatores de produção que são compostos basicamente por materiais utiliza- dos na produção; estudo do tempo das atividades operacionais e levantamento da engenharia de produção sobre os equipamentos e operações fabris. Algumas vantagens da aplicação do custo-padrão podem ser1: Eliminação de falhas nos processos produtivos - os padrões são deter- minados por meio de estudos e análises das condições normais de produção, dentro de parâmetros referentes ao uso eficiente de maté- ria-prima, desempenho adequado da mão de obra, boa utilização das máquinas e equipamentos. Aprimoramento dos controles – os padrões de desempenho e de consumo de materiais servirão como um excelente instrumento de controle interno, quando bem utilizado. No cotejamento entre o padrão apurado e o real realizado constata-se eventuais falhas nos processos produtivos. Aprimoramento dos controles – quando empregados de forma correta, 1 OLIVEIRA, Luís Martins de; PEREZ JR., José Hernandez. Contabilidade de custos para não contadores. São Paulo: Atlas, 2000, p. 237. Distribuição de responsabilidade do cálculo do custo-padrão Material direto Controladoria Ficha de Custo-padrão Mão de obra direta Custos indiretos de fabricaçao Áreas técnicas Áreas técnicas Departamento pessoal Horas Taxas horárias Planejamento Controladoria Volumes de produção Taxas de CIP Quantidades Custo unitário de MD Compras e controladoria 190 - 191 Custeio-Padrão Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . os padrões podem funcionar como instrumento de controle, uma vez que os desvios ocorridos entre o desempenho real e padrão expressam as irregularidades de ineficiências de utilização dos recursos produti- vos disponíveis. Instrumento de avaliação do desempenho – os funcionários, a partir da adoção dos padrões, sabem que existem medidas de fácil aplicação e utilização periódica do desempenho profissional nas diversas atividades, desta forma, a existência de padrões funciona como um efeito psicológico sobre os funcionários, contribuindo para a maximização no desempe- nho dos diversos departamentos. Contribuição para o aprimoramento dos procedimentos de apuração do custo real –algumas análises entre o padrão e o real podem indicar a necessidade de algumas das etapas de apuração dos custos reais, como, por exemplo, matérias-primas de um mês contabilizadas no mês seguinte devido às falhas da documentação e de informações. Rapidez na obtenção das informações – os padrões permitem a obten- ção mais ágil de algumas informações, como, por exemplo, as necessárias para a realização de pequenos orçamentos, e quando não existe tempo suficiente para a apuração docusto real para envio de balancetes e demais relatórios à matriz ou credores. Outro aspecto de grande valia para o custo-padrão refere-se à análise da sua variação em relação ao custo real. Independente do sistema de custeio utilizado pela empresa, o custo-padrão serve como uma excelente forma de controle e, quando comparado com o custo real, é um eficiente medidor de desempenho da empresa, pois por meio da comparação torna-se possível concluir a eficiên- cia ou a deficiência do processo produtivo. Objetivando analisar as variações, identifica-se e analisa-se as medidas e valores reais obtidos pela empresa no período e compara-os com as medidas-pa- drões oriundas do custo-padrão. Uma vez que as medidas e valores reais forem superiores ao custo-padrão, o procedimento seguinte pode ser o de adotar pro- vidências que a empresa achar necessárias para eliminar ou reduzir os desvios e as ineficiências encontradas. 192 - 193 SISTEMAS DE CUSTEIOS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IV Variação em preço e quantidade Fonte: Bruni e Famá (2003, p. 165) Como observado na figura acima, as variações podem ser de preço, de quanti- dade ou até mesmo, nas duas situações, preço e quantidade, denominadas neste caso de variação conjunta. A variação de preço analisa exclusivamente os efeitos causados pela diferença obtida entre o custo-padrão determinada e o custo-real apurado. Por outro lado, a variação de quantidade analisa tão somente as diferenças resultantes entre o consumo padrão previsto e o consumo efetivamente verificado. Para este tipo de variação, e considerando que os preços não tenham variado, alge- bricamente a variação de quantidade poderia ser apurada por meio da fórmula: Variação de quantidade = (Quantidade real - Quantidade padrão) x Preço-padrão Por fim, há também a variação conjunto, quando tanto o preço como as quan- tidades consumidas variam. Para esta variação mista, a equação obtida para a variação equivale a: Variação conjunta = (Preço real - Preço padrão) x (Quantidade real – Quantidade padrão) De todo o exposto, cabe ressaltar que nem todas as variações, a maior, preço real superior ao preço padrão, representam uma situação desfavorável à empresa, uma vez que é possível que a empresa tenha utilizado, por exemplo, um material de Variação conjunta Variação de preço Preço Variação em preço e quantidade Pr Pp Variação de quantidade QuantidadeQp Qr 192 - 193 Considerações Finais Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . melhor qualidade no produto. Da mesma forma, uma variação inferior no preço, apurado entre o padrão e o real pode não ser favorável a empresa, ocorre que pode ter ocorrido uma falha ou um erro na medição das quantidades padrão. CONSIDERAÇÕES FINAIS As modalidades de custeios mais utilizadas correspondem ao Custeio por Absorção, Custeio Baseado em Atividade, Custeio Variável e Custeio Padrão. No custeio por absorção, todos os custos de produção compõem o custo do produto (custo direto, indireto, fixo e variável), é o único aceito para fins fiscais, pode ser apurado com ou sem a departamentalização. O custeio baseado por atividade é uma derivação do custeio por absorção, neste, os custos indiretos são alocados às atividades desenvolvidas na empresa por meio do uso de direcionadores (elementos que medem a quantidade de trabalho existente em cada atividade). O problema deste custeio é a comple- xidade de definição de todas as atividades e direcionadores. Os outros sistemas de custeios são utilizados pelos usuários internos, pos- sibilitam maior controle e análise dos custos. A eficiência do custeio variável está na não utilização de rateio, apenas os custos variáveis são alocados aos pro- dutos. Os custos fixos têm o mesmo tratamento de despesas, são considerados como despesas do período. Por fim, o custo-padrão. Este custeio é utilizado para planejamento, con- trole, gerenciamento e como medida de eficiência. Neste sistema, o custo do produto corresponde ao custo ideal com as melhores condições de aproveita- mento de tempo e recursos humanos, físicos e financeiros. O Custeio por Absorção deve ser adotado para fins fiscais. O Custeio Variável é o mais utilizado pelos usuários internos no processo decisório. 194 - 195 1. Em que consiste o custeio por absorção? 2. Quais os elementos que melhor representam a acumulação dos custos aos produtos pelo custeio por absorção: ( ) Materiais diretos e indiretos. ( ) Materiais diretos e mão de obra. ( ) Materiais diretos, custos indiretos e despesas. ( ) Materiais diretos, indiretos, mão de obra e despesas. ( ) Materiais diretos, indiretos e mão de obra direta. 3. Correlacione os termos contábeis com as respectivas definições: ( 1 ) CPV ( ) Alocado diretamente ao produto ( 2 ) Materiais diretos ( ) Alocado ao produto por um critério de rateio ( 3 ) Despesas ( ) O estoque é transferido no momento da venda ( 4 ) Custos indiretos ( ) Atribuído diretamente ao Resultado do Exer- cício 4. O que acontece com o custo do produto no caso de um aumento no volume da produção em um mês e uma redução drástica na produção do mês seguinte pelo sistema de custo por absorção? 5. Qual(is) a(s) vantagem(ns) do custeio variável? 6. Considere a empresa Moraes & Moraes Ltda., fabricante de um único pro- duto. No período de análise foram iniciadas e concluídas a produção de 10.000 unidades, no entanto, somente foram vendidas 3.000 unidades por um preço unitário de $ 300. Não há saldo inicial em estoque e os gastos ocor- ridos foram os seguintes: 194 - 195 GASTOS VALOR EM $ Comissão dos vendedores 40.000 Depreciação das máquinas e equipamentos industriais 10.000 Depreciação dos equipamentos da administração 5.000 Energia elétrica da administração 1.000 Energia elétrica da fábrica 7.000 Fatura telefônica da administração 2.000 Honorários da diretoria 20.0000 Materiais indiretos utilizados na produção 3.000 Matéria-prima consumida na produção 400.000 Salários e encargos sociais do pessoal da administração 50.000 Salários e encargos sociais do pessoal da produção 100.0000 Tributos sobre vendas de produtos 30.000 Considerando o custeio por absorção, pede-se: a. Identificar os custos de produção do período. b. Identificar despesas do período. c. Apurar o custo unitário de produção. d. Apurar o custo dos produtos vendidos. e. Elaborar a Demonstração do Resultado do Exercício. 7. Utilizando os dados do exercício acima, considerando o custeio variável, pede-se: a. Identificar os custos de produção do período. b. Identificar despesas do período. c. Apurar o custo unitário de produção. d. Apurar o custo dos produtos vendidos. e. Apurar o lucro líquido. 8. Considere a empresa Moraes & Moraes Ltda., fabricante de um único pro- duto. No período de análise, foram iniciadas e concluídas a produção de 1.000 unidades. Foram vendidas 7.000 unidades por um preço unitário de $ 300. Sabendo que o estoque inicial era de 6.000 unidades, com custo ativado no estoque de $ 1.000.000 e que os gastos ocorridos foram os seguintes: 196 - 197 GASTOS VALOR EM $ Comissão dos vendedores 10.000 Depreciação das máquinas e equipamentos industriais 3.000 Depreciação dos equipamentos da administração 2.000 Energia elétrica da administração 1.000 Energia elétrica da fábrica 3.000 Honorários da diretoria 11.0000 Materiais indiretos utilizados na produção 5.000 Matéria-prima consumida na produção 80.000 Salários e encargos sociais do pessoal da administração 500 Salários e encargos sociais do pessoal da produção 8.0000 Tributos sobre vendas de produtos 6.000 Utilizando o custeio por absorção, pede-se: a. Identificar os custos de produção. b. Identificar despesas do período. c. Apurar o custo unitário de produção. d. Apurar o custo dos produtos vendidos. e. Elaborar a Demonstração do Resultado do Exercício.9. A empresa Gutamoc Ltda., produtora de laticínios, dedica-se à produção de dois produtos: Queijo e Manteiga. Em determinado período, foram registrados os seguintes custos diretos por unidade de produto (em $): Queijo Manteiga Matéria-prima 8 12 Mão de obra 5 3 Os Custos Indiretos de Produção (CIP) totalizaram $ 88.000 no referido período. Por meio de entrevistas, análises de dados na contabilidade etc., verificou-se que esses custos referiam-se às seguintes atividades mais relevantes: 196 - 197 ATIVIDADE $ Inspecionar matéria-prima 10.000 Armazenar matéria-prima 10.000 Manutenção preventiva de equipamentos 6.000 Processar produtos (máquinas) 22.000 Controlar processos (engenharia) 40.000 Uma análise de regressão e de correlação identificou os direcionados de custos des- sas e de outras atividades e sua distribuição entre os produtos, a saber: Queijo Manteiga Nº de lotes inspecionados e armazenados 15 60 Nº de horas-máquina de processamento de produtos 4.000 7.000 Nº de horas de manutenção preventiva 1.000 5.000 Dedicação do tempo dos engenheiros (em horas) 50 150 Os dados relativos à produção e vendas do período são: Queijo Manteiga Quantidade produzida e vendida (unidades) 6.000 3.000 Preço médio de venda unitário (líquido) $ 60 $ 90 Pede-se para calcular: a. Os custos diretos de cada produto. b. Os custos indiretos de cada produto, utilizando o rateio com base na maté- ria-prima. c. Idem, pelo Custeio Baseado em Atividades (ABC). d. O custo total de cada produto, segundo cada uma das abordagens das letras b) e c) acima. MATERIAL COMPLEMENTAR Curso de contabilidade de custos - 4ª edição George S. G. Leone e Rodrigo José Guerra Leone Editora: Atlas, 2010 Contabilidade de custos - 10ª edição Eliseu Martins Editora: Atlas, 2010 Gestão de custos e formação de preços com aplicações na calculadora HP 12 C - 5ª edição Adriano Leal Bruni e Rubens Famá Editora: Atlas, 2011 U N ID A D E V Professora Esp. Juliana Moraes da Silva FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA NA INDÚSTRIA, COMÉRCIO E SERVIÇOS Objetivos de Aprendizagem ■ Diferenciar atividades industriais, comerciais e prestadoras de serviços. ■ Formar o preço de venda com base nos custos. ■ Conhecer outras formas de fixação do preço de venda. Plano de Estudo A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: ■ Formação do preço de venda na indústria ■ Formação do preço de venda no comércio ■ Formação do preço de venda na prestadora de serviço 200 - 201 200 - 201 INTRODUÇÃO Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . INTRODUÇÃO O objetivo principal da contabilidade de custos é apurar o custo das mercado- rias, produtos ou serviços, no entanto, devido à riqueza de dados registrados, a contabilidade de custo também auxilia na formação do preço de venda, tomando por base os custos de produção. O preço de venda é, sem dúvida, um dos pontos mais importantes para o empresário. Vender com lucro durante um período de tempo não significa que a empresa está em crescimento, mas vender com prejuízo durante um bom perí- odo de tempo é sinal de problemas que podem levar a empresa ao fracasso. No entanto, não existe um método único de apuração de preço de venda que possa ser considerado eficiente para toda e qualquer situação. O custo é apenas um dos elementos que compõem o preço de venda, muitos fatores influenciam na apuração do preço, como a oferta e a demanda, o lucro desejado, o preço dos concorrentes, as estratégias de marketing, os preços de pro- dutos substitutos, o retorno de investimentos, as regulamentações do governo, as necessidades dos clientes etc. FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA NA INDÚSTRIA A priori, os procedimentos mais utilizados para a apuração do preço de venda tomam por base o custo, os consumidores, a concorrência, ou uma combina- ção entre estes. Recordando os conceitos aplicados à contabilidade de custos Vamos recordar alguns conceitos indispensáveis para a fixação do preço de venda. 202 - 203 FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA NA INDÚSTRIA, COMÉRCIO E SERVIÇOS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. V a. Custos – são os gastos de bens ou serviços consumidos no processo de produção de outros bens ou serviços. b. Custos diretos – são os custos alocados diretamente ao produto, passíveis de serem mensurados, quantificados. c. Custos indiretos – são os custos alocados indiretamente ao produto, uti- lizando para tanto um critério de rateio. d. Custos fixos – são os custos que não sofrem variação, independem do volume de produção dentro de uma capacidade instalada. e. Custos variáveis – são os custos que sofrem variação de valor conforme aumenta ou diminui a produção. f. Despesas – gastos realizados para funcionamento da empresa e obtenção de receita em um determinado período de tempo. O custo do produto pode ser apurado de várias maneiras, Custeio por Absorção, Custeio Variável, Custo Padrão, ABC etc., assim, como os custos são diferentes em cada sistema de custeio, também haverá um preço de venda diferente para cada custo considerado. Formar o preço de venda a partir dos custos consiste em agregar aos custos os gastos não inclusos, conforme segue: Custo Custo + Lucro Preço de Venda Custo + Lucro + Despesas Custo + Lucro + Despesas + Impostos + ... Para exemplificar, vamos considerar que a empresa Gutamoc produza mesas de madeira com um custo unitário de $ 300. As despesas administrativas corres- pondem aproximadamente a $ 30 por unidade. Considerando que a empresa seja isenta de impostos e o lucro desejado de $ 150 por unidade, vamos calcu- lar o preço de venda. 202 - 203 Formação do Preço de Venda na Indústria Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . Neste caso, o cálculo do preço de venda é extremamente simples, basta acres- cer os valores ao custo, conforme segue: Preço de venda = custos + despesas + lucro Preço de venda = 300 + 30 + 150 = $ 480 Os valores que são agregados ao custo podem ser transformados em taxas. O conjunto das taxas acrescentadas ao custo recebe o nome de taxa de marcação, popularmente denominada de Markup. Markup no Custeio por Absorção Para calcular o preço de venda a partir do custo apurado pelo Custeio por Absorção, vamos considerar que a empresa Gutamoc produz mesas de madeira nas seguintes condições: Custo unitário: $ 198 Impostos sobre vendas: 21% Comissão sobre vendas: 2% Despesas gerais administrativas sobre vendas: 12% Lucro desejado: 10% ■ Apuração da taxa do Markup para venda à vista: 21% - Impostos 2% - Comissões 12% - Despesas 10% - Lucro 45% - Taxa Markup Assim, independente de qual seja o valor do preço de venda, é preciso saber que sobre o preço que venha a ser praticado, haverá a incidência de 45% de gastos, portanto, o preço de venda precisa pagar não apenas os custos, mas também outros gastos que correspondem a 45% sobre o preço de venda. A alíquota dos impostos (ICMS, PIS, CONFINS, ISS, IPI) é regulamentada pelos governos municipais, estudais e federais, portanto, é preciso ficar atento às possíveis alterações. 204 - 205 FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA NA INDÚSTRIA, COMÉRCIO E SERVIÇOS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. V Vale ressaltar que se o produto for vendido a prazo, a taxa de encargo finan- ceiro deve ser acrescida na apuração da taxa do Markup. ■ Cálculo do preço de venda: PV = Customs + % markup.PV PV = $ 198 + 0,45 PV PV – 0,45 PV = $ 198 0,55 PV = $ 198 PV = $ 198 : 0,55 PV = $ 360 Ante o exposto, se a empresa tem custo de $ 198 e ainda gasta 45% sobre o preço de venda, o produto deve ser vendido por um preço à vista de $ 360. ■ Decomposição do preço de venda: ( = ) PREÇO DE VENDA $ 360,00 ( - ) Impostos ($ 360x 21%) ($ 75,60) ( = ) Receita Líquida $ 284,40 ( - ) Custo $ 198,00 ( = ) Lucro Bruto $ 86,40 ( - ) Comissão ($ 360 x 2%) ($ 7,20) ( - ) Despesas ($ 360 x 12%) ($ 43,20) ( = ) Lucro Líquido ($ 360 x 10% = $ 36) $ 36,00 Markup no Custeio Variável Para calcular o preço de venda a partir do custo apurado pelo Custeio Variável, vamos considerar que a empresa Gutamoc produz mesas de madeira nas seguin- tes condições: 204 - 205 Formação do Preço de Venda na Indústria Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . Custo variável unitário: $ 127,50 Impostos sobre vendas: 21% Comissão sobre vendas: 2% Despesas gerais administrativas sobre vendas: 12% Custos fixos: 3% Encargo financeiro: 1% Lucro desejado: 10% ■ Apuração da taxa do Markup para venda a prazo: ■ 21% - Impostos ■ 2% - Comissões ■ 12% - Despesas ■ 3% - Custo fixo ■ 1% - Encargo financeiro ■ 10% - Lucro ■ 49% - Taxa Markup ■ Cálculo do preço de venda: PV = Custos + % markup.PV PV = $ 127,50 + 0,49 PV PV – 0,49 PV = $ 127,50 0,51 PV = $ 127,50 PV = $ 127,50 : 0,51 PV = $ 250 Ante o exposto, se a empresa tem custo de $ 127,5 e ainda gasta 49% sobre o preço de venda, o produto deve ser vendido por um preço à vista de $ 250. 206 - 207 FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA NA INDÚSTRIA, COMÉRCIO E SERVIÇOS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. V Decomposição do preço de venda: ( = ) PREÇO DE VENDA $ 250,00 ( - ) Impostos ($ 250 x 21%) ($ 52,50) ( = ) Receita Líquida $ 197,50 ( - ) Custo $ 127,50 ( = ) Lucro Bruto $ 70,00 ( - ) Comissão ($ 250 x 2%) ($ 5,00) ( - ) Despesas ($ 250 x 12%) ($ 30,00) ( - ) Encargos ($ 250 x 1%) ($ 2,50) ( - ) Custos fixos ($ 250 x 3%) ($ 7,50) ( = ) Lucro Líquido ($ 250 x 10% = $ 25) $ 25,00 OUTRAS FORMAS DE FIXAR O PREÇO DE VENDA Ocorre que, muitas vezes, não é possível vender o produto pelo preço apurado com base nos custos, pois o consumidor não aceita pagar um valor superior ao preço praticado no mercado. O cálculo do preço de venda apurado a partir do custo não leva em conside- ração o preço e as condições da concorrência. Se o preço apurado pela empresa for superior ao preço dos concorrentes, a empresa poderá ficar fora do mercado. Frente à grande concorrência existente hoje, podemos dizer que quem fixa o preço de venda é o mercado. O que vale é a lei da oferta e demanda. Se há oferta de muitos produtos, o preço tende a baixar, por outro lado, se há uma demanda grande pelo produto, o preço tende a aumentar. Assim, os preços apurados precisam ser comparados com os preços pratica- dos pela concorrência, analisando a possibilidade de reduzir custos, verificar se o preço foi apurado corretamente, se os tributos foram aplicados de forma cor- reta e se o lucro pode ser reduzido. 206 - 207 Formação do Preço de Venda na Indústria Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . Embora não exista um método ideal para o cálculo do preço de venda, espe- ra-se que este seja suficiente para cobrir os custos, contribuir para o pagamento das despesas e ainda proporcionar lucro. Muitas vezes o processo de precificação é realizado da forma inversa, o mer- cado fixa um preço máximo que está disposto a pagar e a empresa é quem analisa a possibilidade de vender por aquele valor. Neste caso, a empresa tem um preço de venda e vai subtraindo os custos e outros gastos para analisar se tem possibi- lidade de vender pelo preço ofertado. Vale ressaltar que, muitas vezes, o preço que o mercado paga pelos produ- tos não é suficiente para cobrir todos os custos, no entanto, a empresa não pode simplesmente deixar de produzi-lo. Vamos considerar uma padaria que vende pães, bolos, tortas, salgados, refrigerantes, sorvetes e alguns alimentos. Ao fazer uma apuração criteriosa, a empresa verifica que o pãozinho Francês lhe traz pre- juízo. Poderia a empresa deixar de vendê-lo? Provavelmente não, pois o pão é o principal produto, é o “chama freguês”. Neste caso, a empresa precisa conhecer o prejuízo nos pães, conhecer o lucro nos demais produtos, analisar o volume de vendas e comparar os valores apurados. © sh ut te rs to ck 208 - 209 FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA NA INDÚSTRIA, COMÉRCIO E SERVIÇOS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. V FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA NO COMÉRCIO Todo conteúdo de custos visto até este presente momento versa sobre custos industriais, uma vez que estes são mais complexos de serem apurados, por outro lado, não podemos deixar de abordar a apuração dos custos no comércio e nas prestadoras de serviços. A atividade industrial é caracterizada pela transformação de bens e serviços em outros bens, é a transformação de materiais, mão de obra e outros gastos em produtos acabados ou em elaboração. A atividade comercial é caracterizada pela compra, estoque e venda da mer- cadoria, sem nenhum processo de transformação. As terminologias contábeis abordadas na Unidade I deste material também são aplicáveis às empresas comerciais, no entanto, precisamos identificá-las nas atividades comerciais. CUSTOS COMERCIAIS A apuração do custo da mercadoria revendida nas empresas comerciais é simi- lar ao custo dos materiais adquiridos na indústria. 208 - 209 Formação do Preço de Venda no Comércio Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . O custo da mercadoria corresponde ao valor de aquisição acrescido de todos os gastos necessários para colocá-la em condição de venda, deduzido dos impos- tos compensáveis. Vamos exemplificar: a empresa Gutamoc – Comércio de Móveis Ltda. compra móveis para serem revendidos. Além do valor pago ao fornecedor, a empresa com- pradora paga frete de entrega e seguro da carga. Considerando apenas o ICMS como imposto recuperável, o custo dos móveis corresponderiam ao seguinte procedimento: ( = ) Valor pago ao fornecedor (valor total da nota fiscal de compra) ( - ) ICMS ( + ) Frete ( - ) ICMS sobre frete ( + ) Seguro ( = ) Custo da mercadoria (valor que vai pra estoque) Com relação à tributação, precisamos identificar o enquadramento da empresa: ■ Optante pelo Simples Nacional: estas empresas têm benefícios no paga- mento de impostos, o ICMS não poderá ser compensado, portanto, o ICMS pago na compra deverá fazer parte do custo da mercadoria, ou seja, o ICMS não pode ser subtraído na apuração do custo da mercadoria. ■ Não optante pelo Simples Nacional e com aproveitamento do ICMS da com- pra: estas empresas são enquadradas como contribuintes de ICMS, pagam o citado imposto na compra e também vendem com ICMS. Neste caso, a empresa pode utilizar o valor pago do ICMS das compras para deduzir do valor do ICMS que deve pagar sobre as vendas. O ICMS da compra não deve ser considerado como custos, pois a empresa irá recuperar este valor na venda, portanto, o ICMS deve ser deduzido do valor pago ao fornecedor. ■ As alíquotas de ICMS podem variar de estado para estado e de produto para produto. ■ Quando uma empresa comercial compra de uma indústria, algumas mercadorias adquiridas estão sujeitas ao IPI – Imposto sobre Produto Industrializado. Por outro lado, uma empresa comercial não é contri- buinte de IPI, portanto, se a empresa comercial pagar IPI, este imposto deve ser acrescido ao custo da mercadoria. 210 - 211 FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA NA INDÚSTRIA, COMÉRCIO E SERVIÇOS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. V As aquisições de mercadorias podem ser realizadas de diferentes fornecedores, estando sujeitas a preços diversificados, assim, faz-se necessário um controle do custo do estoque das mercadorias adquiridas, pois os custosfazem parte da apu- ração do resultado (lucro ou prejuízo) e também da formação do preço de venda. O controle de estoque pode ser realizado pelo inventário periódico ou per- manente, utilizando os critérios PEPS, UEPS, Custo Médio ou outros. DESPESAS FIXAS As despesas fixas são gastos necessários para manutenção do negócio, elas ocor- rem independentemente da existência de vendas em determinado período. São exemplos de despesas fixas: ■ mão de obra; ■ aluguel; ■ energia elétrica; ■ água; ■ propaganda; ■ despesas bancárias; ■ IPTU; ■ material de escritório; ■ material de limpeza; ■ depreciação; ■ contador. Se o nosso objetivo fosse apenas apurar o resultado do período (lucro ou prejuízo), as despesas fixas seriam apenas evidenciadas na DRE, no entanto, pretendemos calcular o preço de venda. Há várias possibilidades de distribuir estas despesas 210 - 211 Formação do Preço de Venda no Comércio Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . fixas ao preço de venda das mercadorias. Abordaremos duas formas: a) Em empresas comerciais de grande porte, as despesas fixas podem ser apropriadas aos departamentos e posteriormente rateadas às mercado- rias comercializadas neste departamento. Como exemplo, citamos um supermercado dividido em departamentos: açougue, peixaria, padaria, vestuário etc. As despesas fixas são rateadas aos departamentos de acordo com o cri- tério que melhor representar estas despesas, posteriormente, as despesas dos departamentos são alocadas às mercadorias comercializadas, utili- zando para tanto os custos ou a receita das mercadorias. b) As empresas de pequeno e médio porte rateiam as despesas fixas às mer- cadorias com base nos custos ou no valor das vendas, sem passar pela departamentalização. Em razão da maior aplicabilidade do rateio das despesas sem departamentaliza- ção, vamos abordar melhor esta forma no cálculo do preço de venda. Para que o procedimento possa ser realizado, é preciso que a empresa saiba o total das des- pesas anuais, bem como o valor total das vendas ou dos custos anuais. Caso a empresa não saiba as despesas e os custos ou receitas anuais, é preciso fazer um orçamento e projetar os valores. ■ Apuração da % das despesas fixas em relação ao preço de venda % Despesas Fixas = Despesas fixas anuais : Faturamento anual Vamos exemplificar: Despesas Fixas Anuais: $ 6.000 Faturamento Anual: $ 30.000 % Despesas fixas = 6.000 : 30.000 = 0,20000 ou 20% Ressaltamos que muitas vezes quem dita o preço é o mercado, portanto, esse percentual pode variar de uma mercadoria para outra, possibilitando uma adequação ao preço de mercado. 212 - 213 FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA NA INDÚSTRIA, COMÉRCIO E SERVIÇOS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. V DESPESAS VARIÁVEIS As despesas variáveis são gastos realizados para a obtenção da receita no momento da venda, elas ocorrem apenas quando há vendas. São exemplos de despesas variáveis: ■ Comissão de vendedores. ■ Material de embalagem. ■ Frete sobre vendas. ■ Despesas financeiras pela venda no cartão de crédito. ■ Impostos sobre vendas (a alíquota dos impostos varia de acordo com o enquadramento da empresa nos regimes de tributação). CÁLCULO DO PREÇO DE VENDA NO COMÉRCIO O cálculo do preço de venda no comércio é similar ao cálculo do preço de venda na indústria. Uma das possibilidades da precificação consiste em fixar o preço de venda com base no custo da mercadoria. Preço de venda = Custo : (1 - % Desp Fixa - % Desp Variável - % Lucro). Vamos exemplificar: Considere a empresa Gutamoc – Comércio de Roupas Ltda. A empresa compra e revende calças jeans e bermudas jeans. Tomando por base os dados disponibilizados, calcule o preço de venda de cada mercadoria. Custo unitário da calça jeans: $ 40 Custo unitário da bermuda jeans: $ 25 Despesas fixas médias mensais: $ 4.000 Impostos sobre vendas: 4% Comissão de vendedores: 2% Frete de entrega: 1% 212 - 213 Formação do Preço de Venda na Prestadora de Serviço Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . Lucro desejado: 10% Projeção de vendas anuais: $ 240.000 Cálculo da % das despesas fixas = $ 48.000 : $ 240.000 = 0,2000 = 20% PVcalça = Custo : (1 - % Desp Fixa - % Desp Variável - % Lucro) PVcalça = 40 : (1 – 0,20 – 0,07 – 0,10) = 40 : 0,63 = $ 63, 49 PVbermuda = Custo : (1 - % Desp Fixa - % Desp Variável - % Lucro) PVbermuda = 25 : (1 – 0,20 – 0,07 – 0,10) = 40 : 0,63 = $ 39,68 FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA NA PRESTADORA DE SERVIÇO Segundo pesquisas, as empresas prestadoras de serviços representam a maior parte do PIB nacional. A competitividade é grande no ramo de serviços, pois é um dos seto- res que mais crescem no país. São exemplos de prestadoras de serviços: ■ Instituições financeiras. ■ Consultoria. ■ Auditoria. ■ Advocacia. ■ Contabilidade. ■ Telecomunicações. ■ Serviços educacionais. ©shutterstock 214 - 215 FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA NA INDÚSTRIA, COMÉRCIO E SERVIÇOS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. V ■ Ambulatórios, hospitais. ■ Construtora. ■ Transporte. ■ Hotelaria. A atividade de prestação de serviço caracteriza-se pelo serviço de benefício intan- gível, não gera estoque. Não consta na literatura muitas obras que abordem os custos das prestações de serviços, no entanto, o cálculo do preço de venda da prestação de serviço é similar ao cálculo do setor industrial. A metodologia mais utilizada para formação do preço de venda corresponde àquela que toma por base o custo do serviço, assim, faz-se necessário apurar o custo, as despesas e a margem de lucro. CUSTOS NAS PRESTADORAS DE SERVIÇOS Para que haja um cálculo eficiente do custo da prestação de serviço, é preciso conhecer os elementos que compõem os custos e manter um controle rigoroso sobre eles. Na prestação de serviços, os custos podem se dar de quatro formas: ■ Serviço de terceiros: corresponde aos serviços de terceirização, é uma subcontratação. Uma funilaria é uma prestadora de serviço, no entanto, a empresa pode subcontratar outra empresa que presta serviço de lava- gem dos veículos. ■ Materiais diretos: correspondem aos materiais utilizados na execução do serviço, possuem controle de estoque semelhante aos materiais diretos da indústria. A tinta consumida na funilaria é um exemplo de material direto. ■ Mão de obra direta: corresponde aos salários, benefícios, encargos sociais e trabalhistas gastos com os empregados que trabalham na execução do serviço. 214 - 215 Formação do Preço de Venda na Prestadora de Serviço Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . ■ Custos indiretos: correspondem aos gastos utilizados na prestação do serviço, mas que não podem ser identificados diretamente em cada exe- cução. São exemplos a energia, a depreciação, a água etc. A apuração dos custos com serviços de terceiros é bastante simples, corresponde ao valor cobrado pelo serviço contratado. Quanto ao custo com materiais diretos, estes devem ser apurados conforme abordado no custo com material direto da indústria, no qual dos critérios de ava- liação de estoques mais utilizados são PEPS, UEPS e Custo Médio. O custo do material direto corresponde ao valor de aquisição acrescido dos gastos necessários para colocá-lo em condição de uso, deduzidos os impostos recuperáveis. Assim, caso a empresa prestadora de serviço seja contribuinte do ICMS, o valor do ICMS da compra de materiais não será considerado como custos, devido à compensa- ção no momento da prestação do serviço, por outro lado, caso a empresa não seja contribuinte do ICMS, o imposto da nota sobre a compra de materiaisdeve com- por o custo do material. Nas atividades de prestação de serviços, normalmente o custo mais signi- ficativo corresponde à mão de obra direta. Os critérios de apuração da mão de obra e de sua apropriação aos serviços prestados são similares aos critérios uti- lizados nas empresas industriais. Exemplo: Consideramos que para o ano de 20XX uma empresa tenha con- tratado um empregado para atuar diretamente na execução dos serviços com remuneração mensal de $ 5.040, com jornada de 36 horas semanais, 2 faltas e abono pecuniário de férias. 1° Passo – Apurar a jornada diária de trabalho. 36 horas por semana x 5 semanas : 30 dias = 6 horas por dia. 2° Passo - Apurar o tempo anual disponível de cada empregado na execu- ção de atividades. 216 - 217 FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA NA INDÚSTRIA, COMÉRCIO E SERVIÇOS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. V DESCRIÇÃO CÁLCULO HORAS Horas do ano civil 365 dias x 6 h 2.190 ( - ) Domingos 50 dias x 6 h 300 ( - ) Sábados 49 dias x 6 h 294 ( - ) 20 Dias de férias 20 dias x 6 h 120 ( - ) Feriados 8 dias x 6 h 48 ( - ) Faltas 2 dias x 6 h 12 ( - ) Tempo improdutivo 3 dias x 6 h 18 ( = ) Horas efetivamente laboradas 1.398 horas 3° Passo – Apurar o custo anual das horas efetivamente laboradas. $ 5.040 por mês : 180 horas por mês = $ 28 por hora. VERBAS TRABALHISTAS CÁLCULO MOD Salários mensais 1.398 h x $ 28/hora $ 39.144 Domingos 300 h x $ 28/hora $ 8.400 Sábados 294 h x $ 28/hora $ 8.232 Férias 180 h x $ 28/hora $ 5.040 Abono pecuniário 60 h x $ 28/hora $ 1.680 Terço constitucional de férias 180 x $ 28/hora : 3 $ 1.680 Feriados 48 x $ 28/hora $ 1.344 Falta 12 h x $ 28/hora $ 336 Tempo improdutivo 18 h x $ 28/hora $ 504 13º Salário 180 x $ 28/hora $ 5.040 Total da remuneração $ 71.400 216 - 217 Formação do Preço de Venda na Prestadora de Serviço Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 4° Passo - Os encargos sociais incidem sobre o total da folha de pagamento oriunda dos salários e benefícios. CONTRIBUIÇÕES ALÍQUOTA Previdência social 20% Risco ambiental de trabalho 1% Salário educação 2,5% SENAI/SENAC 1% SESI/SESC 1,5% Adicional para o INCRA 0,2% SEBRAE 0,6% Total dos encargos sociais 26,8% Fundo de garantia por tempo de serviço 8% Total dos encargos 34,8% 5° Passo – Apuração do custo da hora de mão de obra direta. Remuneração anual $ 71.400,00 Encargos sociais (34,8% x $ 71.400) $ 24.847,20 Custo anual $ 96.247,20 Custo por hora ($ 96.247,20 : 1.398 horas) $ 68,846351 Portanto, o custo de mão de obra direta de uma hora de execução de serviço corresponde a $ 68.846351. Os custos indiretos de produção podem ser rateados aos serviços prestados com base nas horas de trabalho ou outro critério. Outra possibilidade para a alocação dos custos indiretos consiste na elabora- ção da departamentalização. Neste caso, a empresa é dividida em departamentos, rateia os custos indiretos aos departamentos e apropria os serviços. Este proce- dimento assemelha-se à departamentalização do setor industrial. 218 - 219 FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA NA INDÚSTRIA, COMÉRCIO E SERVIÇOS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. V DESPESAS FIXAS As despesas fixas são gastos necessários para a manutenção do negócio, elas ocor- rem independentemente da prestação de serviços no período. São exemplos de despesas fixas: mão de obra; aluguel; energia elétrica; água; propaganda; despesas bancárias; IPTU; material de escritório; material de lim- peza; depreciação; contador. Se o nosso objetivo fosse apenas apurar o resultado do período (lucro ou prejuízo), as despesas fixas seriam apenas evidenciadas na DRE, no entanto, pre- tendemos calcular o preço de venda, assim, as despesas devem ser apropriadas aos serviços prestados. ■ Apuração da % das despesas fixas em relação ao preço de venda. % Despesas Fixas = Despesas fixas anuais : Faturamento anual. Vamos exemplificar: Despesas Fixas Anuais: $ 6.000 Faturamento Anual: $ 30.000 % Despesas fixas = 6.000 : 30.000 = 0,20000 ou 20% Ressaltamos que esse percentual pode variar de um serviço para outro, possibi- litando uma adequação ao preço de mercado. DESPESAS VARIÁVEIS As despesas variáveis são gastos realizados para a obtenção da receita, elas ocor- rem apenas quando há prestação de serviços. São exemplos de despesas variáveis: comissão de vendedores; material de embalagem; frete sobre vendas; despesas financeiras pelo serviço recebido no cartão de crédito; impostos sobre vendas (as alíquotas dos impostos variam de acordo com o enquadramento da empresa nos regimes de tributação). 218 - 219 Considerações Finais Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . CÁLCULO DO PREÇO DE VENDA NA PRESTADORA DE SERVIÇO Há alguns sindicatos de categorias profissionais que sugerem o preço da hora ou do serviço prestado. Uma das possibilidades da precificação consiste em fixar o preço de venda com base no custo do serviço prestado. Preço de venda = Custo : (1 - % Desp Fixa - % Desp Variável - % Lucro). CONSIDERAÇÕES FINAIS Nesta última unidade, concluímos um ciclo de operações da contabilidade de cus- tos: aquisição de materiais, contratações, gastos gerais, produção e preço de venda. A formação do preço de venda é um procedimento bastante complexo que envolve fatores externos. Embora seja o mercado que muitas vezes fixa o preço de venda, a confrontação dos custos com o preço de venda é indispensável ao administrador, pois possibilita uma análise do ganho ou perda dos produtos. A formação do preço de venda com base nos custos é similar para as ativida- des comerciais, industriais e prestadoras de serviços. No entanto, a legislação tributária é diferente para cada uma das atividades, variando de acordo com o enquadramento fiscal da empresa. Vale observar que o custo é apenas um dos elementos que compõem o preço de venda. O preço de venda é o valor que deve cobrir custos, impostos, despesas e proporcionar lucro. Saiba mais sobre formação do preço de venda: <http://www.youtube.com/watch?v=n74pb5Q1YQU>. <http://www.youtube.com/watch?v=6rdnhlfQVhI>. Os vídeos sugeridos correspondem às videopalestras realizadas por consultores financeiros do SEBRAE Minas Gerais sobre a apuração dos custos e a importância da formação do preço de venda. 220 - 221 1. Quais são os fatores internos e externos que podem influenciar na formação do preço de venda? 2. Quais são os gastos que devem ser acrescidos ao custo do produto para for- mação do preço de venda? 3. Além do custo, quais são as outras possibilidades de métodos para fixação do preço de vendas? 4. Uma indústria de calçados produz dois modelos de sapatos. Os dados apu- rados correspondem a: Custos fixos: 18% sobre o PV. Despesas variáveis: 28% sobre o PV. Despesas fixas: 8% sobre o PV. Margem de lucro desejado: 10% sobre o PV. Custo variável unitário do Sapato M: $ 30. Custo variável unitário do Sapato N: $ 35. Volume de produção e venda do Sapato M: 200 unidades. Volume de produção e venda do Sapato N: 150 unidades. Pede-se: a. Calcular a taxa de markup. b. Calcular o preço de venda de cada produto. c. Qual a receita bruta do período? d. Qual o valor do lucro operacional? 5. Uma indústria de azulejos apresentou os seguintes dados: Custos fixos: 15% sobre o PV. Comissão de vendedores: 2% sobre o PV. Despesas de frete de entrega: 3% sobre o PV. Despesas fixas: 12% sobre o PV. Margem de lucro desejado: 5% sobre o PV. Custo variável: $ 7 por m2. 220 - 221 Pede-se: a. Calcular a taxa de markup. b. Calcular o preço de venda. 6. Uma empresa revendedora de eletrodomésticos deseja apurar o preço de venda das suas mercadorias. Sabendo que as despesas fixas mensais corres- pondem em média a $ 3.500, o faturamentomensal de $ 15.000, os impostos incidentes sobre a receita é de 12%. Supondo um lucro de 10% sobre o fatu- ramento bruto, calcule os preços de vendas à vista. DESCRIÇÃO CUSTO Televisores $ 500 Bombas d’água $ 350 Aspiradores de pó $ 100 7. Utilizando os dados do exercício anterior, qual seria o preço de venda para vendas a prazo, com encargos financeiros de 1% sobre o faturamento bruto? 8. A Consultoria Tributária Nelves presta consultoria sobre contrato de presta- ção de serviços. Considere os dados: ■ Os empregados consultores têm remuneração mensal de $ 4.500, com jor- nada de 44 horas semanais. Um dos empregados teve 3 faltas justificadas e 30 dias de férias. ■ Os encargos trabalhistas correspondem a 26,8% sobre a remuneração dos empregados mais 8% de FGTS. ■ A consultoria terceiriza o software para execução do trabalho por um custo men- sal de $ 500. ■ O lucro desejado é de 20%. ■ Para cumprir um contrato, a empresa prestou 176 horas de serviço e utilizou o software por um mês. Pede-se: Apure o preço do venda do serviço com base no custo. MATERIAL COMPLEMENTAR 222 - 223 Contabilidade de custos - 10ª edição Eliseu Martins Editora: Atlas, 2010 Gestão de custos e formação de preços com aplicações na calculadora HP 12 C - 5ª edição Adriano Leal Bruni e Rubens Famá Editora: Atlas, 2011 Administração Financeira da Pequena e Média Empresa - 2ª edição Edno Oliveira dos Santos Editora: Atlas, 2010 CONCLUSÃO 222 - 223 A contabilidade tem diversas áreas, tais como a contabilidade de custos que é ape- nas uma delas. A contabilidade de custo é apenas uma destas áreas. Conhecer a contabilidade de custos é obrigação para o acadêmico contábil, mas também é es- sencial para diversos outros profissionais que tem alguma relação com as empresas jurídicas. Sabemos que estudar e aprender custo não é uma tarefa fácil, conhecimentos ma- temáticos, interpretação, raciocínio lógico são áreas que fazem parte da construção do aprendizado de custo, pois o domínio deste conteúdo pode trazer muitas opor- tunidades no mundo dos negócios. Finalizamos nosso material, esperamos que os conceitos, as aplicações e os exercí- cios tenham auxiliado na construção do seu conhecimento, no entanto, para uma total compreensão e domínio do conteúdo, apenas o material apresentado é in- suficiente, assim, recomendamos leituras complementares, artigos, sites, vídeos e outros elementos que servem para acrescentar conteúdo e ampliar seus conheci- mentos. Por fim, espero ter contribuído para mais um passo decisivo em sua vida. Um grande a abraço, saúde e sucesso! A autora CONCLUSÃO 224 - 225 REFERÊNCIAS 224 - 225 ATKINSON, Anthony A.; et al. Contabilidade gerencial. São Paulo: Atlas, 2000. BRUNI, Adriano Leal; FAMÁ, Rubens. Gestão de custos e formação de preços: com aplicações na calculadora HP 12 C e excel. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2011. CREPALDI, Silvio Aparecido. Curso básico de contabilidade de custos. São Paulo: Atlas, 2009. CHING, Hong Yuh. Gestão baseada em custeio por atividade. São Paulo: Atlas, 1995. FAVERO, Hamilton Luiz; et al. Contabilidade: teoria e prática. v. 1. São Paulo: Atlas, 2011. FRANCO, Hilário. Contabilidade industrial. 9. ed. São Paulo: Atlas, 1996. Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras. Manual de con- tabilidade das sociedades por ações: aplicável às demais sociedades. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2000. HORNGREN, Charles T.; FOSTER, George; DATAR, Srikant M. Contabilidade de custos. 9. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2000. IUDÍCIBUS, Sergio de. Contabilidade gerencial. 6. ed. São Paulo: Atlas, 1998. IUDÍCIBUS, Sergio de. Teoria da contabilidade. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2000. IUDÍCIBUS, Sérgio de; MARION, José Carlos. Curso de contabilidade para não con- tadores. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1999. LEONE, George S.G. Curso de contabilidade de custos. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2000. MAHER, Michael. Contabilidade de custos: criando valor para a administração. São Paulo: Atlas, 2001. MARTINS, Eliseu. Contabilidade de custos. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2003. OLIVEIRA, Luís Martins de; PEREZ JR., José Hernandez. Contabilidade de custos para não contadores. São Paulo: Atlas, 2000. PADOVEZE, Clóvis Luís. Manual de contabilidade básica: uma introdução à prática contábil. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2004. RIBEIRO, Osni Moura. Contabilidade de custos. São Paulo: Saraiva, 2011. VANDERBECK, Edward J.; NAGY, Charles F. Contabilidade de custos. 11. ed. São Pau- lo: Pioneira Thomson Learding, 2001. REFERÊNCIAS