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1 Khilver Doanne Sousa Soares Material restrito, favor não reproduzir nem distribuir sua posse!!! Nenhum serviço de impressão e xerox pode redistribuir este material a outros clientes!!! TOC e TAG Transtorno Obsessivo Compulsivo; Transtorno de Ansiedade Generalizada Transtorno obsessivo-compulsivo e transtornos relacionados incluem: Transtorno obsessivo-compulsivo (TOC); Transtorno dismórfico corporal; Transtorno de acumulação; Tricotilomania (transtorno de arrancar o cabelo); Transtorno de escoriação (skin-picking). O TOC é caracterizado pela presença de obsessões e/ou compulsões. Obsessões são pensamentos, impulsos ou imagens recorrentes e persistentes que são vivenciados como intrusivos e indesejados; Compulsões são comportamentos repetitivos ou atos mentais que um indivíduo se sente compelido a executar em resposta a uma obsessão ou de acordo com regras que devem ser aplicadas rigidamente. OU SEJA, a obsessão é aquilo que o paciente fica “obsessivo” para realizar e a compulsão é a execução desta obsessão! Embora o conteúdo específico das obsessões e compulsões varie entre os indivíduos, certas dimensões dos sintomas são comuns no TOC, incluindo as de limpeza (obsessões por contaminação e compulsões por limpeza); simetria (obsessões por simetria e compulsões de repetição, organização e contagem); pensamentos proibidos ou tabus (p. ex., obsessões agressivas, sexuais e religiosas e compulsões relacionadas); e ferimentos (p. ex., medo de ferir a si mesmo ou aos outros e compulsões de verificação relacionadas). O transtorno dismórfico corporal é caracterizado pela preocupação com a percepção de um ou mais defeitos ou falhas na aparência física que não são observáveis ou parecem apenas leves para os outros e por comportamentos repetitivos (p. ex., verificar-se no espelho, arrumar-se excessivamente, beliscar a pele, buscar tranquilização) ou atos mentais (p. ex., comparar a própria aparência com a de outra pessoa) em resposta às preocupações com a aparência. O transtorno de acumulação é caracterizado pela dificuldade persistente de descartar ou se desfazer de pertences, independentemente de seu valor real, em consequência de uma forte percepção da necessidade de conservá-los e do sofrimento associado ao seu descarte. A tricotilomania (transtorno de arrancar o cabelo) é caracterizada pelo comportamento recorrente de arrancar os próprios cabelos resultando em perda de cabelo e tentativas repetidas de reduzir ou parar de arrancá-los. O transtorno de escoriação (skin-picking) é caracterizado por beliscar a própria pele de forma recorrente, resultando em lesões cutâneas, e tentativas repetidas de reduzir ou parar o comportamento de beliscá-la. Transtorno Obsessivo-Compulsivo Critérios diagnósticos: 1. Presença de obsessões, compulsões ou ambas: OBSESSÕES: Pensamentos, impulsos ou imagens recorrentes e persistentes que, em algum momento durante a perturbação, são experimentados como intrusivos e indesejados e que, na maioria dos indivíduos, causam acentuada ansiedade ou sofrimento; O indivíduo tenta ignorar ou suprimir tais pensamentos, impulsos ou imagens ou neutralizá-los com algum outro pensamento ou ação; COMPULSÕES: Comportamentos repetitivos (p. ex., lavar as mãos, 2 Khilver Doanne Sousa Soares Material restrito, favor não reproduzir nem distribuir sua posse!!! Nenhum serviço de impressão e xerox pode redistribuir este material a outros clientes!!! organizar, verificar) ou atos mentais (p. ex., orar, contar ou repetir palavras em silêncio) que o indivíduo se sente compelido a executar em resposta a uma obsessão ou de acordo com regras que devem ser rigidamente aplicadas; Os comportamentos ou os atos mentais visam prevenir ou reduzir a ansiedade ou o sofrimento ou evitar algum evento ou situação temida; entretanto, esses comportamentos ou atos mentais não têm uma conexão realista com o que visam neutralizar ou evitar ou são claramente excessivos. 2. As obsessões ou compulsões tomam tempo (p. ex., tomam mais de uma hora por dia) ou causam sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo; 3. Os sintomas obsessivo-compulsivos não se devem aos efeitos fisiológicos de uma substância (p. ex., droga de abuso, medicamento) ou a outra condição médica; 4. A perturbação não é mais bem explicada pelos sintomas de outro transtorno mental. Resumindo . . . O sintoma característico do TOC é a presença de obsessões e compulsões (Critério A). Obsessões são pensamentos repetitivos e persistentes, imagens ou impulsos. É importante observar que as obsessões não são prazerosas ou experimentadas como voluntárias: são intrusivas e indesejadas e causam acentuado sofrimento ou ansiedade na maioria das pessoas. O indivíduo tenta ignorá-las ou suprimi-las ou neutralizá-las com outro pensamento ou ação. Compulsões (ou rituais) são comportamentos repetitivos ou atos mentais (p. ex., contar, repetir palavras em silêncio) que o indivíduo se sente compelido a executar em resposta a uma obsessão ou de acordo com regras que devem ser aplicadas rigidamente. Quando o TOC não é tratado, seu curso é, em geral, crônico, frequentemente com os sintomas tendo aumentos e diminuições de intensidade. Apesar de conceitualmente poder existir um transtorno obsessivo-compulsivo com apenas obsessões ou apenas compulsões, esse tipo de apresentação é muito incomum, porque, normalmente, as compulsões são atos ritualísticos realizados pelo paciente para reduzir o sofrimento causado pelas obsessões ou para evitar que algo de ruim aconteça consigo ou com alguma pessoa próxima. Possíveis diagnósticos diferenciais?!? Transtornos de ansiedade, depressivo maior, alimentares, tiques, psicóticos, do tipo compulsivo ou outros transtornos obsessivo-compulsivos. Ainda segundo o DSM-5, é necessário caracterizar o grau de compreensão que o paciente tem sobre seus sintomas, ou seja, se o paciente reconhece que os sintomas que apresenta são de origem patológica ou se acredita que seus atos são realmente necessários para que sejam evitadas tragédias, como a morte de alguém ou a queda de um avião. Quando um paciente apresenta um insight bom, compreende que as obsessões e compulsões, apesar de causarem intensa angústia, não provocarão consequências reais caso os rituais não sejam adotados. Por outro lado, pacientes com insight pobre acreditam que “sua crença é provavelmente verdadeira”. Ou seja, na dúvida, é melhor realizar o ritual. Por fim, o paciente com insight ausente acredita piamente na necessidade de completar seu ritual para evitar que algo de ruim aconteça. Ok, mas como diferenciar o delírio com pacientes que tem insight ausente? Os delírios são falsas ideias ou crenças inabaláveis, isto é, são alterações patológicas do conteúdo do pensamento. Os delírios, por definição, não são passíveis 3 Khilver Doanne Sousa Soares Material restrito, favor não reproduzir nem distribuir sua posse!!! Nenhum serviço de impressão e xerox pode redistribuir este material a outros clientes!!! de mudança, mesmo após uma argumentação lógica em sentido contrário, e geralmente apresentam um conteúdo impossível ou altamente improvável de ser factível ou realizável. Fisiopatologia do TOC Estudos neurocognitivos a respeito do TOC levantaram a hipótese do envolvimento de circuitos paralelos, parcialmente segregados, cortico-estriato-tálamo-corticais (CSTC) que estão envolvidos em processos sensório-motores, cognitivos, afetivos e motivacionais no TOC. Circuitos Envolvidos no TOC O transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) é mediado por circuitos paralelos, parcialmente segregados, cortico-estriato- tálamo-corticais (CSTC) que estão envolvidos em processos sensório-motores, cognitivos, afetivos e motivacionais. dCaud, parte dorsal donúcleo caudado; dlPFC, córtex pré-frontal dorsolateral; dmPFC, córtex pré-frontal dorsomedial; IFG, giro frontal inferior; NAcc, núcleo accumbens; OFC, córtex orbitofrontal; pPut, parte posterior do putâmen; pré- SMA, área motora pré-suplementar; SMA, área motora suplementar; Tham, Tálamo; vCaud, parte ventral do núcleo caudado; vlPFC, córtex pré-frontal ventrolateral; vmPFC, córtex pré-frontal ventromedial. Mudanças na expectativa de vida relacionadas ao estágio da doença — mudanças cerebrais como causa e consequência do TOC 4 Khilver Doanne Sousa Soares Material restrito, favor não reproduzir nem distribuir sua posse!!! Nenhum serviço de impressão e xerox pode redistribuir este material a outros clientes!!! Supõe-se que o envolvimento dos circuitos dependa do perfil dos sintomas e do estágio da doença. Nas fases iniciais do transtorno obsessivo-compulsivo (TOC), as alterações dentro dos circuitos cognitivo dorsal, cognitivo ventral e recompensa ventral córtico-estriato-tálamo-cortical (CSTC) e o circuito frontolímbico estão relacionados a sintomas envolvendo ansiedade, incerteza, e comportamentos direcionados a objetivos. Nas fases posteriores do TOC, as alterações nos circuitos CSTC sensório-motor, cognitivo dorsal e cognitivo ventral estão relacionadas a sintomas envolvendo comportamentos habituais. dCaud, parte dorsal do núcleo caudado; dlPFC, córtex pré-frontal dorsolateral; dmPFC, córtex pré-frontal dorsomedial; IFG, giro frontal inferior; NAcc, núcleo accumbens; OFC, córtex orbitofrontal; pPut, parte posterior do putâmen; pré-SMA, área motora pré-suplementar; SMA, área motora suplementar; Tham, Tálamo; vCaud, parte ventral do núcleo caudado; vlPFC, córtex pré-frontal ventrolateral; vmPFC, córtex pré-frontal ventromedial. Tratamento do TOC O tratamento do TOC é dividido em duas categorias: medicamentosa e não medicamentosa. A terapia não medicamentosa é realizada principalmente através de abordagem psicoterápica, com a terapia cognitivo- comportamental (TCC) sendo a indicação de primeira escolha para o transtorno. A TCC abrange o desenvolvimento de técnicas de exposição e dessensibilização, bem como outros treinamentos cognitivos e comportamentais. Quando associada ao tratamento psicofarmacológico, aumenta as taxas de sucesso terapêutico. A terapia medicamentosa é realizada com uso de antidepressivos, sendo considerados como primeira linha de tratamento os inibidores da recaptação de serotonina (ISRS), com doses semelhantes às usadas para tratar os transtornos depressivos. Contudo, o lapso para que a resposta ao tratamento seja percebida costuma ser maior, podendo levar até 4 meses para que haja resposta terapêutica. Ok, mas e se houver refratariedade ao tratamento?!? Nestes casos, o próximo passo é combinar medicamentos! Ex.: ISRS + Clomipramina; um antidepressivo com antipsicótico ou com um estabilizador do humor ou com uma medicação com ação antiglutamatérgica, como a N- acetilcisteína e a Memantina. DROGAS QUE PODEM SER ASSOCIADAS AO ANTIDEPRESSIVO NO TOC: Risperidona Haloperidol Olanzapina Ácido valpróico Carbamazepina Memantina N-acetilcisteína (NAC) Lítio De modo geral, podemos estratificar as tentativas do tratamento do TOC em alguns passos: 1 - Monoterapia com ISRS ou Clomipramina. 2 - Troca do ISRS para Clomipramina ou vice- versa. 3 - Associação de medicamentos. 4 - Clomipramina ou ISRS por via endovenosa. 5 - Terapias empíricas ou eletroconvulsoterapia. 6 – Neuropsicocirurgia (cingulotomia anterior, orientada por RM) Resumindo. . . Os antidepressivos agem na: obsessão e ansiedade 5 Khilver Doanne Sousa Soares Material restrito, favor não reproduzir nem distribuir sua posse!!! Nenhum serviço de impressão e xerox pode redistribuir este material a outros clientes!!! A TCC age na: compulsão O tratamento + específico para TOC é: Clomipramina (tricíclico; Anafranil® 25mg – 50mg mínimas por dose – 250mg/dia máximo) PRIMEIRO – benzodiazepínico por no máximo 1 mês e faz desmame (clonazepam gotas – 2,5mg/ml – é 1 opção, ñ uma regra) + ISRS ou DUAIS (aumentando a dose gradualmente e depois mantenho) (uso por 6m a 1 ano). Algoritmo de tratamento do TOC A terapia cognitivo-comportamental (TCC) ou os inibidores seletivos da recaptação da serotonina (ISRSs) são os tratamentos de primeira linha para o transtorno obsessivo-compulsivo (TOC). Os pacientes que não respondem podem receber reforço com outras modalidades de tratamento. A neurocirurgia só é considerada em casos altamente refratários e graves. AAP, antipsicóticos atípicos; DBS, estimulação cerebral profunda; rTMS, estimulação magnética transcraniana repetitiva; IRSN, inibidor da recaptação de serotonina e noradrenalina; SRI, inibidor da recaptação da 6 Khilver Doanne Sousa Soares Material restrito, favor não reproduzir nem distribuir sua posse!!! Nenhum serviço de impressão e xerox pode redistribuir este material a outros clientes!!! serotonina.aA presença de comorbidades específicas pode alterar o algoritmo (por exemplo, foco em estabilizadores de humor mais TCC na presença de transtorno bipolar e adição de antipsicóticos naqueles com sintomas psicóticos ou tiques). bOs tamanhos de efeito são semelhantes para diferentes SSRIs.cSessões de reforço mensais por 3 a 6 meses.d12–24 meses. Transtorno Dismórfico Corporal Critérios diagnósticos: 1. Preocupação com um ou mais defeitos ou falhas percebidas na aparência física que não são observáveis ou que parecem leves para os outros; 2. Em algum momento durante o curso do transtorno, o indivíduo executou comportamentos repetitivos (p. ex., verificar-se no espelho, arrumar-se excessivamente, beliscar a pele, buscar tranquilização) ou atos mentais (p. ex., comparando sua aparência com a de outros) em resposta às preocupações com a aparência; 3. A preocupação causa sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo; 4. A preocupação com a aparência não é mais bem explicada por preocupações com a gordura ou o peso corporal em um indivíduo cujos sintomas satisfazem os critérios diagnósticos para um transtorno alimentar. Transtorno de Acumulação Critérios diagnósticos: 1. Dificuldade persistente de descartar ou de se desfazer de pertences, independentemente do seu valor real; 2. Esta dificuldade se deve a uma necessidade percebida de guardar os itens e ao sofrimento associado a descartá-los; 3. A dificuldade de descartar os pertences resulta na acumulação de itens que congestionam e obstruem as áreas em uso e compromete substancialmente o uso pretendido. Se as áreas de estar não estão obstruídas, é somente devido a intervenções de outras pessoas (p. ex., membros da família, funcionários de limpeza, autoridades); 4. A acumulação causa sofrimento significativo ou prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo (incluindo a manutenção de um ambiente seguro para si e para os outros); 5. A acumulação não é devida a outra condição médica (p. ex., lesão cerebral, doença cerebrovascular, síndrome de Prader-Willi); 6. A acumulação não é mais bem explicada pelos sintomas de outro transtorno mental. Tricotilomania Critérios diagnósticos: 1. Arrancar o próprio cabelo de forma recorrente, resultando em perda de cabelo; 2. Tentativas repetidas de reduzir ou parar o comportamento de arrancar o cabelo; 3. O ato de arrancar cabelo causa sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo; 4. O ato de arrancar cabelo ou a perda de cabelo não se deve a outra condição médica (p. ex., uma condição dermatológica); 5. O ato de arrancar cabelo não é mais bem explicado pelos sintomas de outro transtorno mental. 7 Khilver Doanne SousaSoares Material restrito, favor não reproduzir nem distribuir sua posse!!! Nenhum serviço de impressão e xerox pode redistribuir este material a outros clientes!!! Transtorno de Escoriação (Skin-picking) Critérios diagnósticos: 1. Beliscar a pele de forma recorrente, resultando em lesões; 2. Tentativas repetidas de reduzir ou parar o comportamento de beliscar a pele; 3. O ato de beliscar a pele causa sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo; 4. O ato de beliscar a pele não se deve aos efeitos fisiológicos de uma substância (p. ex., cocaína) ou a outra condição médica (p. ex., escabiose); 5. O ato de beliscar a pele não é mais bem explicado pelos sintomas de outro transtorno mental. Seguem abaixo, por ser o principal diagnóstico diferencial, as principais apresentações dos transtornos ansiosos Transtorno de Ansiedade de Separação Critérios diagnósticos: 1. Medo ou ansiedade impróprios e excessivos em relação ao estágio de desenvolvimento, envolvendo a separação daqueles com quem o indivíduo tem apego, evidenciados por três (ou mais) dos seguintes aspectos: Sofrimento excessivo e recorrente ante a ocorrência ou previsão de afastamento de casa ou de figuras importantes de apego; Preocupação persistente e excessiva acerca da possível perda ou de perigos envolvendo figuras importantes de apego, tais como doença, ferimentos, desastres ou morte; Preocupação persistente e excessiva de que um evento indesejado leve à separação de uma figura importante de apego (p. ex., perder-se, ser sequestrado, sofrer um acidente, ficar doente); Relutância persistente ou recusa a sair, afastar-se de casa, ir para a escola, o trabalho ou a qualquer outro lugar, em virtude do medo da separação; Temor persistente e excessivo ou relutância em ficar sozinho ou sem as figuras importantes de apego em casa ou em outros contextos; Relutância ou recusa persistente em dormir longe de casa ou dormir sem estar próximo a uma figura importante de apego; Pesadelos repetidos envolvendo o tema da separação; Repetidas queixas de sintomas somáticos. 2. O medo, a ansiedade ou a esquiva é persistente, durando pelo menos quatro semanas em crianças e adolescentes e geralmente seis meses ou mais em adultos; 3. A perturbação causa sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social, acadêmico, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo; 4. A perturbação não é mais bem explicada por outro transtorno mental, como a recusa em sair de casa devido à resistência excessiva à mudança no transtorno do espectro autista; delírios ou alucinações envolvendo a separação em transtornos psicóticos; recusa em sair sem um acompanhante confiável na agorafobia. A característica essencial do transtorno de ansiedade de separação é o medo ou a ansiedade 8 Khilver Doanne Sousa Soares Material restrito, favor não reproduzir nem distribuir sua posse!!! Nenhum serviço de impressão e xerox pode redistribuir este material a outros clientes!!! excessiva envolvendo a separação de casa ou de figuras de apego. A ansiedade excede o esperado com relação ao estágio de desenvolvimento do indivíduo (Critério A). Eles vivenciam sofrimento excessivo e recorrente ante a ocorrência ou previsão de afastamento de casa ou de figuras importantes de apego, se preocupam com o bem- estar ou a morte de figuras de apego, com eventos indesejados consigo mesmos. Os indivíduos com o transtorno são relutantes ou se recusam a sair sozinhos devido ao medo de separação. Transtorno de Ansiedade Social (fobia social) Critérios diagnósticos: 1. Medo ou ansiedade acentuados acerca de uma ou mais situações sociais em que o indivíduo é exposto a possível avaliação por outras pessoas. Exemplos incluem interações sociais (p. ex., manter uma conversa, encontrar pessoas que não são familiares), ser observado (p. ex., comendo ou bebendo) e situações de desempenho diante de outros (p. ex., proferir palestras); 2. O indivíduo teme agir de forma a demonstrar sintomas de ansiedade que serão avaliados negativamente (i.e., será humilhante ou constrangedor; provocará a rejeição ou ofenderá a outros); 3. As situações sociais quase sempre provocam medo ou ansiedade; 4. As situações sociais são evitadas ou suportadas com intenso medo ou ansiedade; 5. O medo ou ansiedade é desproporcional à ameaça real apresentada pela situação social e o contexto sociocultural; 6. O medo, ansiedade ou esquiva é persistente, geralmente durando mais de seis meses; 7. O medo, ansiedade ou esquiva causa sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo; 8. O medo, ansiedade ou esquiva não é consequência dos efeitos fisiológicos de uma substância (p. ex., droga de abuso, medicamento) ou de outra condição médica; 9. O medo, ansiedade ou esquiva não é mais bem explicado pelos sintomas de outro transtorno mental. A característica essencial do transtorno de ansiedade social é um medo ou ansiedade acentuados ou intensos de situações sociais nas quais o indivíduo pode ser avaliado pelos outros. Em crianças, o medo ou ansiedade deve ocorrer em contextos com os pares, e não apenas durante interações com adultos (Critério A). Quando exposto a essas situações sociais, o indivíduo tem medo de ser avaliado negativamente. Ele tem a preocupação de que será julgado como ansioso, débil, maluco, estúpido, enfadonho, amedrontado, sujo ou desagradável. O indivíduo teme agir ou aparecer de certa forma ou demonstrar sintomas de ansiedade, tais como ruborizar, tremer, transpirar, tropeçar nas palavras, que serão avaliados negativamente pelos demais (Critério B). Agorafobia Critérios diagnósticos: 1. Medo ou ansiedade marcantes acerca de duas (ou mais) das cinco situações seguintes: Uso de transporte público (p. ex., automóveis, ônibus, trens, navios, aviões); Permanecer em espaços abertos (p. ex., áreas de estacionamentos, mercados, pontes); Permanecer em locais fechados (p. ex., lojas, teatros, cinemas); Permanecer em uma fila ou ficar em meio a uma multidão; Sair de casa sozinho. 9 Khilver Doanne Sousa Soares Material restrito, favor não reproduzir nem distribuir sua posse!!! Nenhum serviço de impressão e xerox pode redistribuir este material a outros clientes!!! 2. O indivíduo tem medo ou evita essas situações devido a pensamentos de que pode ser difícil escapar ou de que o auxílio pode não estar disponível no caso de desenvolver sintomas do tipo pânico ou outros sintomas incapacitantes ou constrangedores (p. ex., medo de cair nos idosos; medo de incontinência); 3. As situações agorafóbicas quase sempre provocam medo ou ansiedade; 4. As situações agorafóbicas são ativamente evitadas, requerem a presença de uma companhia ou são suportadas com intenso medo ou ansiedade; 5. O medo ou ansiedade é desproporcional ao perigo real apresentado pelas situações agorafóbicas e ao contexto sociocultural; 6. O medo, ansiedade ou esquiva é persistente, geralmente durando mais de seis meses; 7. O medo, ansiedade ou esquiva causa sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo; 8. Se outra condição médica (p. ex. doença inflamatória intestinal, doença de Parkinson) está presente, o medo, ansiedade ou esquiva é claramente excessivo; 9. O medo, ansiedade ou esquiva não é mais bem explicado pelos sintomas de outro transtorno mental. A característica essencial da agorafobia é o medo ou ansiedade acentuado ou intenso desencadeado pela exposição real ou prevista a diversas situações (Critério A). O diagnóstico requer que os sintomas ocorram em pelo menos duas dascinco situações seguintes: 1) uso de transporte público, como automóveis, ônibus, trens, navios ou aviões; 2) permanecer em espaços abertos, como áreas de estacionamento, mercados ou pontes; 3) permanecer em locais fechados, como lojas, teatros ou cinemas; 4) permanecer em uma fila ou ficar em meio a uma multidão; ou 5) sair de casa sozinho. Os exemplos de cada situação não são exaustivos; outras situações podem ser temidas. Quando experimentam medo e ansiedade acionada por essas situações, os indivíduos geralmente experimentam pensamentos de que algo terrível possa acontecer (Critério B). O medo ou ansiedade é evocado quase todas as vezes em que o indivíduo entra em contato com a situação temida (Critério C). O indivíduo evita ativamente a situação, ou, se não consegue ou decide não evitá-la, a situação evoca medo ou ansiedade intenso (Critério D). O medo, ansiedade ou esquiva deve ser desproporcional ao perigo real apresentado pelas situações agorafóbicas e ao contexto sociocultural (Critério E). Fobia Específica Critérios diagnósticos: 1. Medo ou ansiedade acentuados acerca de um objeto ou situação; 2. O objeto ou situação fóbica quase invariavelmente provoca uma resposta imediata de medo ou ansiedade; 3. O objeto ou situação fóbica é ativamente evitado ou suportado com intensa ansiedade ou sofrimento; 4. O medo ou ansiedade é desproporcional em relação ao perigo real imposto pelo objeto ou situação específica e ao contexto sociocultural; 5. O medo, ansiedade ou esquiva é persistente, geralmente com duração mínima de seis meses; 6. O medo, ansiedade ou esquiva causa sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo; 7. A perturbação não é mais bem explicada pelos sintomas de outro transtorno mental. 10 Khilver Doanne Sousa Soares Material restrito, favor não reproduzir nem distribuir sua posse!!! Nenhum serviço de impressão e xerox pode redistribuir este material a outros clientes!!! Transtorno de Pânico Critérios diagnósticos: 1. Ataques de pânico recorrentes e inesperados. Um ataque de pânico é um surto abrupto de medo intenso ou desconforto intenso que alcança um pico em minutos e durante o qual ocorrem quatro (ou mais) dos seguintes sintomas: Palpitações, coração acelerado, taquicardia; Sudorese; Tremores ou abalos; Sensações de falta de ar ou sufocamento; Sensações de asfixia; Dor ou desconforto torácico; Náusea ou desconforto abdominal; Sensação de tontura, instabilidade, vertigem ou desmaio; Calafrios ou ondas de calor; Parestesias (anestesia ou sensações de formigamento); Desrealização (sensações de irrealidade) ou despersonalização (sensação de estar distanciado de si mesmo); Medo de perder o controle ou “enlouquecer”; Medo de morrer. 2. Pelo menos um dos ataques foi seguido de um mês (ou mais) de uma ou de ambas as seguintes características: Apreensão ou preocupação persistente acerca de ataques de pânico adicionais ou sobre suas consequências (p. ex., perder o controle, ter um ataque cardíaco, “enlouquecer”); Uma mudança desadaptativa significativa no comportamento relacionada aos ataques (p. ex., comportamentos que têm por finalidade evitar ter ataques de pânico, como a esquiva de exercícios ou situações desconhecidas). 3. A perturbação não é consequência dos efeitos psicológicos de uma substância (p. ex., droga de abuso, medicamento) ou de outra condição médica (p. ex., hipertireoidismo, doenças cardiopulmonares); 4. A perturbação não é mais bem explicada por outro transtorno mental. Transtorno de pânico se refere a ataques de pânico inesperados recorrentes (Critério A). Um ataque de pânico é um surto abrupto de medo ou desconforto intenso que alcança um pico em minutos e durante o qual ocorrem quatro ou mais de uma lista de 13 sintomas físicos e cognitivos. Transtorno de Ansiedade Generalizada Critérios diagnósticos: 1. Ansiedade e preocupação excessivas (expectativa apreensiva), ocorrendo na maioria dos dias por pelo menos seis meses, com diversos eventos ou atividades (tais como desempenho escolar ou profissional); 2. O indivíduo considera difícil controlar a preocupação; 3. A ansiedade e a preocupação estão associadas com três (ou mais) dos seguintes seis sintomas (com pelo menos alguns deles presentes na maioria dos dias nos últimos seis meses): Inquietação ou sensação de estar com os nervos à flor da pele; Fatigabilidade; Dificuldade em concentrar-se ou sensações de “branco” na mente; Irritabilidade; Tensão muscular; 11 Khilver Doanne Sousa Soares Material restrito, favor não reproduzir nem distribuir sua posse!!! Nenhum serviço de impressão e xerox pode redistribuir este material a outros clientes!!! Perturbação do sono (dificuldade em conciliar ou manter o sono, ou sono insatisfatório e inquieto). 4. A ansiedade, a preocupação ou os sintomas físicos causam sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo; 5. A perturbação não se deve aos efeitos fisiológicos de uma substância (p. ex., droga de abuso, medicamento) ou a outra condição médica (p. ex., hipertireoidismo); 6. A perturbação não é mais bem explicada por outro transtorno mental. As características essenciais do transtorno de ansiedade generalizada são ansiedade e preocupação excessivas (expectativa apreensiva) acerca de diversos eventos ou atividades. A intensidade, duração ou frequência da ansiedade e preocupação é desproporcional à probabilidade real ou ao impacto do evento antecipado. O indivíduo tem dificuldade de controlar a preocupação e de evitar que pensamentos preocupantes interfiram na atenção às tarefas em questão. A ansiedade e a preocupação são acompanhadas por pelo menos três dos seguintes sintomas adicionais: inquietação ou sensação de estar com os nervos à flor da pele, fatigabilidade, dificuldade de concentrar-se ou sensações de “branco” na mente, irritabilidade, tensão muscular, perturbação do sono, embora apenas um sintoma adicional seja exigido para crianças. _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ Referências DSM-V. Estratégia MED. Psiquiatria. Transtorno Obsessivo Compulsivo. Curso Extensivo. 2023.
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