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Recursos de Coesão_ Texto de Opinião_ Efeitos de Sentido da Pontuação_ Produção

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TEMA 1: RECUSOS DE COESÃO
O que é Coesão?
Quando estamos escrevendo um texto é necessário que as ideias contidas nele estejam perfeitamente ligadas
para que haja sentido. Essa espécie de “amarração” de ideias é feita por meio de conectivos, que ligam as
frases, períodos e parágrafos. Se for bem utilizada, a coesão faz com que o texto seja transmitido com eficácia
ao leitor. Em outras palavras, a coesão determina a relação de sentido entre as palavras.
O que é Coerência?
Entender o que é coerência é muito simples. Sabe-se que todo texto deve ter um sentido lógico para que
o leitor consiga captar a mensagem passada pelo autor. Quando leitura possibilita isso, quer dizer que ela está
coerente, ou seja, quando ela apresenta um caminho de raciocínio lógico. Junto com a coesão, a coerência
permite que o texto tenha sentido e seja passado para o leitor de forma fluida. 
Entenda a diferença entre coesão e coerência
Apesar de coesão e coerência serem igualmente importantes na construção de um texto harmônico, elas não são
a mesma coisa. É possível que o texto esteja impecavelmente coeso, com os conectivos corretos e estar
completamente sem sentido. 
A diferença entre coesão e coerência é que a primeira está associada à construção do texto, com seus
conectivos. Já a segunda, relaciona-se com a significação do texto. Por exemplo: você não pode lançar uma
ideia e logo em seguida contradizê-la, mesmo que o conectivo de coesão esteja correto. 
PRINCIPAIS CONECTIVOS
Prioridade, relevância: em primeiro lugar, antes de mais nada, antes de tudo, em princípio,
primeiramente, acima de tudo, precipuamente, principalmente, primordialmente,
sobretudo, a priori, a posteriori
Tempo
(frequência, duração, ordem,
sucessão, anterioridade,
posterioridade):
então, enfim, logo, logo depois, imediatamente, logo após, a princípio, no
momento em que, pouco antes, pouco depois, anteriormente, posteriormente, em
seguida, afinal, por fim, finalmente, agora, atualmente, hoje, frequentemente,
constantemente, às vezes, eventualmente, por vezes, ocasionalmente, sempre,
raramente, não raro, ao mesmo tempo, simultaneamente, nesse ínterim, nesse
meio tempo, nesse hiato, enquanto, quando, antes que, depois que, logo que,
sempre que, assim que, desde que, todas as vezes que, cada vez que, apenas, já,
mal, nem bem
Semelhança, comparação,
conformidade:
igualmente, da mesma forma, assim também, do mesmo modo, similarmente,
semelhantemente, analogamente, por analogia, de maneira idêntica, de
conformidade com, de acordo com, segundo, conforme, sob o mesmo ponto de
vista, tal qual, tanto quanto, como, assim como, como se, bem como
Condição, hipótese: se, caso, eventualmente, desde que, ainda que
Adição, continuação: além disso, demais, ademais, outrossim, ainda mais, ainda por cima, por outro
lado, também, e, nem, não só … mas também, não só… como também, não
apenas … como também, não só … bem como, com, ou (quando não for
excludente)
Dúvida: Talvez, provavelmente, possivelmente, quiçá, quem sabe, é provável, não é certo,
se é que
Certeza, ênfase: de certo, por certo, certamente, indubitavelmente, inquestionavelmente, sem
dúvida, inegavelmente, com certeza
Surpresa, imprevisto: inesperadamente, inopinadamente, de súbito, subitamente, de repente,
imprevistamente, surpreendentemente
Ilustração, esclarecimento: por exemplo, só para ilustrar, só para exemplificar, isto é, quer dizer, em outras
palavras, ou por outra, a saber, ou seja, aliás
Propósito, intenção,
finalidade:
com o fim de, a fim de, com o propósito de, com a finalidade de, com o intuito de,
para que, a fim de que, para, como
Lugar, proximidade,
distância:
perto de, próximo a/ de, junto a/ de, dentro, fora, mais adiante, aqui, além, acolá,
lá, ali, este, esta, isto, esse, essa, isso, aquele, aquela, aquilo, ante, a
Resumo, recapitulação,
conclusão:
em suma, em síntese, em conclusão, enfim, em resumo, portanto, assim, dessa
forma, dessa maneira, desse modo, logo, pois (entre vírgulas), dessarte, destarte,
assim sendo
Causa e consequência.
Explicação:
por consequência, por conseguinte, como resultado, por isso, por causa de, na
medida em que, em virtude de, de fato, com efeito, tão (tanto, tamanho) … que,
porque, porquanto, já que, uma vez que, visto que, como (= porque), logo, que (=
porque), de tal sorte que, de tal forma que, haja vista, pois (anteposto ao verbo)
Contraste, oposição,
restrição, ressalva:
pelo contrário, em contraste com, salvo, exceto, menos, mas, contudo, todavia,
entretanto, no entanto
Ressalva: embora, apesar de, ainda que, mesmo que, posto que, posto,
conquanto, se bem que, por mais que, por menos que, só que, ao passo que
Ideias alternativas: Ou, ou… ou, quer… quer, ora… ora, seja… seja, já… já, nem… nem
Proporcionalidade: à proporção que, à medida que, ao passo que, quanto mais, quanto menos
ATIVIDADE
1. Leia a tirinha de Fernando Gonsales abaixo e responda.
Observe que na tirinha existem poucos elementos coesivos, identifique-os.
2. Leia o texto a seguir:
DENTRO DE NÓS, A ALEGRIA
A alegria vem de dentro ou de fora de nós? A pergunta me ocorre no meio de um bloco
de carnaval, enquanto berro os versos imortais de Roberto Carlos, cantados em ritmo de samba:
“Eu quero que você me aqueça neste inverno, e que tudo mais vá pro inferno”.
Estou contente, claro. Ao meu redor há um grupo de amigos e uma multidão ruidosa e
colorida. Ainda assim, a resposta sobre a alegria me ilude. Meu coração sorri em resposta a essa
festa ou acha nela apenas um eco do seu próprio e inesperado contentamento?
[...]
Quando ele nos é subtraído, instala-se em nós uma tristeza sem tamanho e sem fim, que
tem o rosto de quem nos deixou. Ela vem de fora, nos é imposta pelas circunstâncias, mas se
torna parte de nós. Um luto encarnado. Um milhão de carnavais seriam incapazes de iluminar a
escuridão dessa noite se não houvesse, dentro de nós, alguma fonte própria de alegria. [...]
Nossa alegria existe, entretanto. Por isso somos capazes de cantar e dançar quando o
destino nos atinge.
Ivan Martins. Disponível em: <www.epoca.globo.com>.
1. Assinale a passagem do texto em que a conjunção foi corretamente identificada nos parênteses:
a) “A alegria vem de dentro ou de fora de nós?” (conjunção alternativa)
b) “[…] e que tudo mais vá pro inferno”. (conjunção adversativa)
c) “[…] instala-se em nós uma tristeza sem tamanho e sem fim […]” (conjunção explicativa)
d) “Nossa alegria existe, entretanto.” (conjunção conclusiva)
TEMA 2: ARTIGO DE OPINIÂO
Debate em torno da publicidade
REPORTAGEM SOBRE YOUTUBERS MIRINS QUE FAZEM PUBLICIDADE EM
SEUS CANAIS
 Para especialistas, falta de delimitação entre propaganda e entretenimento confunde
crianças e viola direitos
 A boneca [...] é um brinquedo que vem dentro de uma esfera de plástico. Para ter acesso à
boneca e aos acessórios que vêm com ela, é preciso se livrar de várias etapas da embalagem.
Fabricada pela empresa Candide, a boneca [...] representou um marco na indústria de brinquedos
brasileira.
É o primeiro produto de sucesso cuja estratégia publicitária não contemplou a televisão.
Sua mídia foram os vídeos gravados por youtubers crianças e adolescentes. A essa categoria é
dado o nome genérico de “youtubers mirins”.
Pesquisadores também usam as categorias “mirim” para conteúdo direcionado a crianças
entre 2 e 8 anos e “teen” para material que tem como alvo a faixa etária entre 9 e 12. Incluem
canais muito populares, como o da menina Júlia Silva, de 11 anos, com 3,4 milhões de inscritos,
ou de Felipe Calixto, de 17 anos, e 1,4 milhão de inscritos.
Muitos deles gravam vídeos em que exibem produtos como roupas e brinquedos, falam sobre
marcas e dão dicas de uso. Uma prática comum em vídeos de youtubers é o chamado
“unboxing”, em que se filma a abertura da embalagem de um produto novo, mostrando em
detalhes seus itens e características.
 “O modelo de publicidade mudou, a sociedade se reinventou, os usos e apropriações que se
fazem nas plataformas são diversos.” (Luciana Correa, ESPM Media Lab). Calixtogravou
inúmeros vídeos com a boneca [...] em que aparece desempacotando vários de seus modelos.
Com suas “camadas” de embalagem, o brinquedo é feito sob medida para esse tipo de vídeo,
como já explicou seu criador, o iraniano-americano Isaac Larian.
 “Havia uma época em que você colocava o brinquedo num comercial de TV e isso vendia o
brinquedo”, afirmou Larian à Forbes em 2017. “Esses dias se foram.” Especialistas têm debatido
as implicações no público infantil de um conteúdo que promove marcas e produtos sem
regulação, em um ambiente que mistura entretenimento, informação e publicidade sem limites
claros.
 “O youtuber mirim” é um fenômeno muito interessante, porque abre espaço para a criança
se comunicar, mas por outro lado, as empresas têm se utilizado dele para fazer merchandising, o
que mostra a falta de ética de muitos anunciantes que se aproveitam da vulnerabilidade infantil
para veicular publicidade”, explicou Pedro Hartung, advogado do instituto Alana, em entrevista
de 2016.
As crianças no YouTube
 Em três anos, a presença de conteúdo infantil no YouTube cresceu e se multiplicou. Se em
2015, um terço dos 100 canais mais populares era de conteúdo infantil, em 2017 essa proporção
passou para mais da metade. O Media Lab da ESPM (Escola Superior de Propaganda e
Marketing) analisa conteúdo infantil no YouTube desde 2015. Sua pesquisa divide o material em
sete categorias:
1. Minecraft e games: incluindo vídeos de usuários jogando e vlogs de games.
2. TV: com programação que também pode ser encontrada na televisão convencional.
3. Não TV: conteúdo com linguagem de desenhos da TV, mas que não passa na TV
convencional.
4. Youtubers teens.
5. Youtubers mirins.
6. Unboxing: vídeo-brincadeiras e programa (velada ou não) de produtos.
7. Educativo.
[...] Os youtubers mirins, cujo público-alvo são crianças de 2 a 8
anos, têm aproximadamente 5,8 bilhões; os youtubers teens, para público
entre 9 e 12, somam 3,5 bilhões. A categoria das propagandas de
brinquedos ultrapassou 6 bilhões de visualizações em 2016.
[...] Em resposta a e-mail do Nexo, o Google, responsável pelo
YouTube, disse ser uma “plataforma aberta e destinada a adultos, como está observando em
nossos termos de serviço. Seu uso por crianças deve sempre ser feito num contexto familiar e em
companhia de um adulto responsável”.
O texto diz que usuários são responsáveis pelo material que compartilham e que “marcas e
anunciantes devem seguir nossas diretrizes e estar em conformidade com a legislação brasileira”.
Casos de violação que forem denunciados podem resultar em remoção.
O que dizem os especialistas
 [...] “Em primeiro lugar vem a publicidade direcionada ao público infantil que é, na maior
parte das vezes, camuflada. A criança não tem ainda capacidade de discernir o que é propaganda
ou não é. Segundo o Código de Defesa do Consumidor, é um tipo de conteúdo que pode ser
considerado abusivo”, Claudia Almeida, ESPM Media Lab. [...].
Camilo Rocha 28 mar. 2018 (atualizado 12 abr. 15h19)
ATIVIDADE
1. Que fato originou a reportagem?
a) Muitos canais de plataforma apresentam produtos e marcas em vídeos de entretenimento voltados a crianças
de forma camuflada.
b) Muitos anúncios apresentam produtos e marcas voltados ao público indevido;
c) Muitas empresas divulgam canais sem analisar o público alvo;
d) Muitos canais apresentam reportagens sem entretenimento algum voltado ao público adulto.
2. Releia o título e o subtítulo da reportagem. Em seguida, marque a resposta que explica o questionamento
feito no título.
a) O título evidencia que há uma polêmica envolvendo youtubers mirins.
b) O título evidencia um acontecimento não polêmico e que não envolve nem uma rede social;
c) O título automaticamente evidencia as redes sociais como algo não importante para uma reportagem ou
qualquer outro veículo de comunicação;
d) O título não é necessário para uma reportagem, seja em qualquer meio de comunicação
3. Segundo o texto, pesquisadores brasileiros têm investigado essa estratégia publicitária de compartilhamento
de vídeos em plataformas. Marque a alternativa que indica o alcance desses anúncios por essa mídia:
a) Muito grande, pois esses canais têm milhares de seguidores e tiveram, somente em 2016, mais de 6 bilhões
de visualizações
b) Muito pouco, pois esses canais não tem muitos seguidores e por esse motivo não tiveram muitas
visualizações
c) Razoável, pois todos os anos o número de seguidores vem aumentando, porém as visualizações vêm
diminuindo
d) Muito pouco, quase ninguém visualiza, pois esses canais não tem mérito nem um nos canais de comunicação
4. Como são feitos os anúncios das marcas e produtos:
a) Muitos deles gravam vídeos em que exibem produtos como roupas e brinquedos, falam sobre marcas e dão
dicas de uso.
b) A maioria deles são publicados em livros didáticos, somente com imagens verbais;
c) Alguns são publicados sem falar a marca, nem o produto
d) Muitos deles gravam vídeo, mas não divulgam a marca, somente o produto
5. Releia as opiniões dos especialistas na reportagem: Marque a alternativa que indica a opinião unânime de
todos os especialistas sobre essa nova forma de fazer publicidade:
a) todos são totalmente contrários a essa prática e a consideram abusiva, porque engana a criança.
b) todos são totalmente a favor dessa prática, pois acham que toda criança deve saber o que comprar e o que
não comprar;
c) todos são totalmente equivocados sobre essa prática;
d) todos são totalmente contrariados sobre essa prática,pois as crianças podem ser enganadas se não assistirem
tudo o que os convém;
6. Você discorda ou concorda do argumento de Claudia Almeida: “A criança não tem capacidade de discernir
o que é propaganda e o que não é” ? Explique. 
_______________________________________________________________________________
TEMA 3: EFEITOS DE SENTIDO DA PONTUAÇÃO
ATIVIDADE
1. No trecho: “Juventude, que não se incomoda de aprender e decorar suas letras às vezes simbólicas
demais”. Sobre a vírgula após juventude:
a) É opcional
b) É um caso de erro de pontuação.
c) Permite que se interprete a oração adjetiva afirmando que se refere a juventude em sua totalidade.
d) Possibilita deduzir que a oração subsequência refere-se apenas uma parte da juventude, restringindo-a.
2. Na oração “Ele era enorme!” O sinal de exclamação evidencia o sentimento de:
a) alegria
b) medo
c) dúvida
d) admiração
3. Observe as “Piadas e causos de Seu Lunga” e repare que estão faltando os sinais de pontuação em todas
elas. Então, pontue-as:
Numa madrugada dessas, a mulher de Seu
Lunga, teve um mal-estar e gemendo acordou o
marido
 Lunguinha Lunguinha ta me dando uma
coisa aqui
 Então receba
 Mas Lunga é uma coisa ruim
 Então devolva
Seu Lunga entrando em uma loja
 Tem veneno pra rato
 Tem Vai levar Pergunta o
balconista
 Não vou trazer os ratos pra comer aqui
O Seu Lunga estava em casa e resolveu
tomar um café
 Mulher Traz um café
 É pra trazer na xícara
 Não Joga no chão e traz com o rodo
Um rapaz entra na oficina de moto de Seu
Lunga e diz
 A condenada da minha moto só quer
andar na segunda
 Seu Lunga respondeu
 Então aproveite porque amanhã já é
terça-feira
http://culturanordestina.blogspot.com/2007/09/piadas-de-causos-de-seu-lunga.html
TEMA 4: ORGANIZAÇÃO DISCURSIVA DA NARRAÇÃO, DESCRIÇÃO E CONVERSAÇÃO .
Conto Psicológico – É uma narrativa cujo fato principal sempre está relacionado às lembranças e
sentimentos dos personagens, o que acarreta a predominância do tempo psicológico, que flui de acordo
com as emoções. A apresentação do enredo pode não seguir a ordem natural dos acontecimentos, já que o
tempo das emoções não é linear; o espaço físico também é marcado do ponto de vista de como são
sentidas as experiências.
A narrativa de um conto psicológico pode ser apresentada em 1° ou em 3° pessoa. O narrador
colocará em primeiro plano o universo íntimo dos personagens.
No conto psicológico, as ações externas são apenas o acesso para algo que está escondido embaixodelas.
É comum nesse gênero o uso do tempo psicológico, que não está submetido a duração real dos fatos
narrados. Uma das técnicas mais empregadas nesses contos é a da narrativa em fluxo de consciência, que
é uma tentativa de representação dos processos mentais das personagens. Esse tipo de narrativa não
possui uma estrutura sequencial, uma vez que o pensamento não se expressa de uma forma ordenada.
Dessa forma, seria como se o autor não tivesse controle sobre a personagem e a deixasse entregue a seus
próprios pensamentos e divagações.
Assim, dentro desse processo de associação de ideias e pensamentos desconexos, em um dado
momento a personagem passa por um momento de epifania, que é uma súbita revelação ou compreensão
de algo. Ao passar por esse momento de epifania, a personagem descobre a essência de algo que muda
sua visão de mundo ou sua própria vida. Através desses momentos de epifania, personagens que
poderiam ser considerados sem relevância alguma aos olhos da sociedade ganham profundidade
psicológica e existencial.
No Brasil a representante mais importante do conto psicológico é Clarice Lispector (1920 -1977).
Vamos conhecer um!
FELICIDADE CLANDESTINA
“Ela era gorda, baixa, sardenta e de cabelos excessivamente crespos, meio
arruivados. Tinha um busto enorme, enquanto nós todas ainda éramos achatadas.
Como se não bastasse, enchia os dois bolsos da blusa, por cima do busto, com
balas. Mas possuía o que qualquer criança devoradora de histórias gostaria de ter:
um pai dono de livraria. Pouco aproveitava. E nós menos ainda: até para
aniversário, em vez de pelo menos um livrinho barato, ela nos entregava em mãos
um cartão-postal da loja do pai. Ainda por cima era de paisagem do Recife mesmo,
onde morávamos, com suas pontes mais do que vistas. Atrás escrevia com letra bordadíssima
palavras como "data natalícia" e "saudade".
 Mas que talento tinha para a crueldade. Ela toda era pura vingança, chupando balas com
barulho. Como essa menina devia nos odiar, nós que éramos imperdoavelmente bonitinhas,
esguias, altinhas, de cabelos livres. Comigo exerceu com calma ferocidade o seu sadismo. Na
minha ânsia de ler, eu nem notava as humilhações a que ela me submetia: continuava a
implorar-lhe emprestados os livros que ela não lia.
 Até que veio para ela o magno dia de começar a exercer sobre mim uma tortura chinesa.
Como casualmente, informou-me que possuía As Reinações de Narizinho, de Monteiro Lobato.
Era um livro grosso, meu Deus, era um livro para se ficar vivendo com ele, comendo-o,
dormindo-o. E completamente acima de minhas posses. Disse-me que eu passasse pela sua casa
no dia seguinte e que ela o emprestaria.
 Até o dia seguinte eu me transformei na própria esperança da alegria: eu não vivia, eu
nadava devagar num mar suave, as ondas me levavam e me traziam.
 No dia seguinte fui à sua casa, literalmente correndo. Ela não morava num sobrado
como eu, e sim numa casa. Não me mandou entrar. Olhando bem para meus olhos, disse-me que
havia emprestado o livro a outra menina, e que eu voltasse no dia seguinte para buscá-lo.
Boquiaberta, saí devagar, mas em breve a esperança de novo me tomava toda e eu recomeçava
na rua a andar pulando, que era o meu modo estranho de andar pelas ruas de Recife.
Dessa vez nem caí: guiava-me a promessa do livro, o dia seguinte viria, os dias
seguintes seriam mais tarde a minha vida inteira, o amor pelo mundo me esperava, andei
pulando pelas ruas como sempre e não caí nenhuma vez. Mas não ficou simplesmente nisso. O
plano secreto da filha do dono de livraria era tranquilo e diabólico. No dia seguinte lá estava eu
à porta de sua casa, com um sorriso e o coração batendo. Para ouvir a resposta calma: o livro
ainda não estava em seu poder, que eu voltasse no dia seguinte.
 Mal sabia eu como mais tarde, no decorrer da vida, o drama do "dia seguinte" com ela
ia se repetir com meu coração batendo.
 E assim continuou. Quanto tempo? Não sei. Ela sabia que era tempo indefinido,
enquanto o fel não escorresse todo de seu corpo grosso. Eu já começara a adivinhar que ela me
escolhera para eu sofrer, às vezes adivinho. Mas, adivinhando mesmo, às vezes aceito: como se
quem quer me fazer sofrer esteja precisando danadamente que eu sofra. Quanto tempo? Eu ia
diariamente à sua casa, sem faltar um dia sequer. As vezes ela dizia: pois o livro esteve comigo
ontem de tarde, mas você só veio de manhã, de modo que o emprestei a outra menina. E eu, que
não era dada a olheiras, sentia as olheiras se cavando sob os meus olhos espantados.
 Até que um dia, quando eu estava à porta de sua casa, ouvindo humilde e silenciosa a
sua recusa, apareceu sua mãe. Ela devia estar estranhando a aparição muda e diária daquela
menina à porta de sua casa. Pediu explicações a nós duas. Houve uma confusão silenciosa,
entrecortada de palavras pouco elucidativas. A senhora achava cada vez mais estranho o fato de
não estar entendendo. Até que essa mãe boa entendeu. Voltou-se para a filha e com enorme
surpresa exclamou: mas este livro nunca saiu daqui de casa e você nem quis ler!
 E o pior para essa mulher não era a descoberta do que acontecia. Devia ser a descoberta
horrorizada da filha que tinha. Ela nos espiava em silêncio: a potência de perversidade de sua
filha desconhecida e a menina loura em pé à porta, exausta, ao vento das ruas de Recife. Foi
então que, finalmente se refazendo, disse firme e calma para a filha: você vai emprestar o livro
agora mesmo. E para mim: "E você fica com o livro por quanto tempo quiser." Entendem? Valia
mais do que me dar o livro: "pelo tempo que eu quisesse" é tudo o que uma pessoa, grande ou
pequena, pode ter a ousadia de querer.
 Como contar o que se seguiu? Eu estava estonteada, e assim recebi o livro na mão.
Acho que eu não disse nada. Peguei o livro. Não, não saí pulando como sempre. Saí andando
bem devagar. Sei que segurava o livro grosso com as duas mãos, comprimindo-o contra o peito.
Quanto tempo levei até chegar em casa, também pouco importa. Meu peito estava quente, meu
coração pensativo.
 Chegando em casa, não comecei a ler. Fingia que não o tinha, só para depois ter o susto
de o ter. Horas depois abri-o, li algumas linhas maravilhosas, fechei-o de novo, fui passear pela
casa, adiei ainda mais indo comer pão com manteiga, fingi que não sabia onde guardara o livro,
achava-o, abria-o por alguns instantes.
Criava as mais falsas dificuldades para aquela coisa clandestina que era a felicidade. A
felicidade sempre iria ser clandestina para mim. Parece que eu já pressentia. Como demorei! Eu
vivia no ar ... Havia orgulho e pudor em mim. Eu era uma rainha delicada. Às vezes sentava-me
na rede, balançando-me com o livro aberto no colo, sem tocá-lo, em êxtase puríssimo. Não era
mais uma menina com um livro: era uma mulher com o seu amante.
 Clarice Lispector
ATIVIDADE
1. O texto é narrativo, pois há o relato de certos fatos que ocorreram em uma determinada época e lugar.
Quem conta a história e em que pessoa?
a) personagem – 1ª pessoa, uma menina que sonha ler Reinações de Narizinho.
b) narrador-observador – 1ª pessoa, uma menina que sonha em aprender a ler
c) Narrador-personagem, em 1ª pessoa, uma menina que sonha ler Reinações de Narizinho.
d) autora – 1ª pessoa, uma menina que sonha em aprender a ler
2. “Felicidade clandestina” é um conto (narrativa curta com poucas personagens e lugar delimitado). Qual é
a situação apresentada no início do texto?
__________________________________________________________________________
3. O que faz com que essa situação inicial se modifique, instaurando o conflito?
a) a menina que gosta de ler livros é informada pela filha do dono da livraria de que ela possuía Reinações
de Narizinho, livro muito desejado pela narradora.
b) a menina aprendeu a ler sozinha
c) fugiu para Recife e por lá fez uma nova amizade
d) a menina descobriu que seu verdadeiro pai era o do dono da livraria
4. Como se desenvolve a situação?a) a amiga rasga o livro preferido da menina
b) a menina é atropelada pelas ruas de Recife
c) devido a andar sempre descalça, a menina machuca o pé
d) A dona do livro começa a torturar a narradora sempre adiando o empréstimo do livro.
5. Em um dado momento, a situação se agrava, chegando-se ao clímax (maior tensão) na história. Assinale a
opção que representa o clímax da narrativa:
a) a menina passa a pressentir que o melhor é ir embora
b) Porque a mãe da dona do livro passa a interferir na história.
c) quando a menina chega em casa e começa a ler o livro
d) quando ela recebe um cartão-postal da loja de seu pai
6. Estabelece-se uma nova situação, o desfecho do conto. Que situação seria essa?
 a) A menina fica com o livro emprestado por tempo indeterminado.
b) a menina passa a andar descalça pelas ruas de Recife
c) quando conhece a dona do livro
d) quando ela pede o livro emprestado
7. Uma das colegas da sala da narrada tinha acesso fácil aos livros, isso porque o pai dela era dono da
livraria. Em sua opinião, por que ela não presenteava as colegas, nos aniversários, com livros?
__________________________________________________________________________
8. A atitude vingativa da colega foi se intensificando com o tempo porque:
a) ela passou a ter ciúmes do pai
b) sua mãe a incentivava a ser cruel
c) a filha do dono da livraria começou a planejar certas situações cruéis, não querendo limitar as
humilhações já impostas à colega.
d) a mãe da menina tinha inveja da colega que gostava de ler
9. Leia: “Como casualmente, informou-me que possuía Reinações de Narizinho, de Monteiro Lobato”. O
que o emprego da expressão em destaque indica?
 _________________________________________________________________________
10. Depois de ter consciência dos fatos e ainda profundamente surpresa, a mãe tomou suas decisões. Com
base no comportamento da mãe, que se pode dizer sobre o relacionamento dela com a filha?
__________________________________________________________________________11. As
frequentes visitas à casa da colega de escola, em busca do livro tão cobiçado, despertaram a atenção da mãe
da garota. Qual foi a consequência da tortura executada tão lentamente?
 _______________________________________________________________________
12. Você já ouviu a seguinte expressão: “felicidade é bom, mas dura pouco”? Em que momento o texto
traz essa ideia? Justifique.
__________________________________________________________________________
Reflita... Anote suas ideias. Escreva um primeiro esboço.
NARRADOR Quem conta a história?
O narrador pode ser um narrador - observador, em terceira pessoa, 
narrador – personagem, em primeira pessoa.
Você vai narrar em primeira pessoa.
TEMPO
Quando acontecem os fatos?
A proposta pede que seja daqui
a 50 anos.
Descreva esse tempo. Imagine como será.
O que haverá de novidade?
ESPAÇO Onde se passa a narrativa?
Descreva o espaço, dê detalhes.
Faça o leitor ter a impressão de que conhece esse lugar...
PERSONAGENS
Faça um esboço de cada
onagem. Quem vai fazer parte da história?
MOMENTOS
DA
NARRATIVA
Defina o conflito gerador e
estabeleça um roteiro:
situação inicial,
complicação Clímax e
desfecho.
Como a história começa? Contextualize.
A proposta pede que você fale com um adolescente.
Como vocês começam a conversar? Quem é ele?
Onde vocês estão?
O que acontece que faz com que a história aconteça?
Querido aluno(a), você conheceu o gênero conto psicológico e suas características, agora é a sua vez de
produzir o seu conto psicológico.
Sugestão para produção de um conto.
Você vai se imaginar daqui a 50 anos contando para um adolescente como foi
que o mundo viveu, enfrentou e venceu a Pandemia provocada pelo coronavírus.
Você vai contar as suas memórias inventadas! Aliás, você já vai contar essa história
de superação, só que inventada, usando a criatividade! Seu desafio agora será
escrever um CONTO.
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Avaliando meu conto psicológico:
1. Revise seu texto.
2. Ele tem as Características de Um conto psicológico?
3. Verifique também a pontuação, a concordância e a ortografia.
Revisando seu texto Sim Não
O conto foi escrito em 3° pessoa?
A Narrativa é coerente com a situação sugerida
na proposta?
A narrativa tem um começo, meio e fim?
O leitor entra em contato com a interioridade
do protagonista?
A narrativa explora a mudança das emoções ao
longo do tempo?
O título é coerente com a narrativa?

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