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SUMÁRIO 1. Introdução e epidemiologia .................................... 3 2. Fisiopatologia .............................................................. 4 3. Diagnóstico e avaliação clinica ............................. 7 4. Complicações da obesidade................................12 5. Tratamento não-farmacológico ..........................15 6. Tratamento farmacológico ....................................16 7. Tratamento cirúrgico ...............................................18 Referências bibliográficas ........................................25 3OBESIDADE 1. INTRODUÇÃO E EPIDEMIOLOGIA A obesidade é um problema de saú- de pública crescente em todo o mun- do, ocorrendo em cerca de 20% da população mundial. Define-se obe- sidade como um estado anormal no qual ocorre excesso de gordura cor- poral, em relação a massa magra. É uma doença caracterizada pelo acú- mulo de tecido adiposo resultante do desequilíbrio entre consumo e gasto energético. Atualmente o número de indivíduos com sobrepeso e obesida- de ultrapassa a estimativa de pessoas desnutridas em todo o mundo. Esti- ma-se que no Brasil 40% da popu- lação apresenta sobrepeso e destes 10% tem obesidade. Acredita-se que essa doença ocorra mais no sexo fe- minino e idosos, no entanto, ocorre di- ferenças marcantes na prevalência ao se considerar o nível socioeconômico. Apesar da tendência de aumento da obesidade, percebe-se à redução do excesso de peso entre níveis socioe- conômicos mais privilegiados. A prevalência da obesidade preocu- pa vários setores ligados a saúde de- vido à grande morbimortalidade das doenças relacionadas a obesidade. Dessa forma, várias doenças como diabetes, cardiopatias, artropatias de- generativas, doenças cerebrovascu- lares e tromboembólicas, neoplasias, esteatose hepática, colelitíase, apneia de sono, entre outras, possuem como fator de risco a obesidade grave. Além disso, essa doença pode levar a como uma epidemia global de alta gravidade, associada a incapacidade para o trabalho, realização de tarefas domésticas e até de higiene pesso- al. Os efeitos adversos da obesida- de estão relacionados não somente com o peso corporal total, mas tam- bém com a distribuição da gordura armazenada. A obesidade central ou visceral, em que ocorre acumulo de gordura no tronco e na cavidade abdominal, está associada a risco muito maior de vá- rias doenças do que um acúmulo de excesso de gordura com distribuição difusa no tecido subcutâneo. É uma doença multifatorial, relacionada a fa- tores genéticos, mas com influência importante de exposições ambien- tais, econômicos, de estilo de vida e demográficos. Além disso, a obesida- de infantil, um forte indicador de obe- sidade nos adultos. Existem vários métodos de avaliação da obesidade, como o índice de mas- sa corpórea (IMC), medidas de dobras cutâneas, ou medidas das circunfe- rências corporais. Entretanto, o méto- do considerado mais eficaz é o IMC. Nesse caso, é considerado obeso, o in- dividuo com IMC superior a 30 kg/m2 o indivíduo é considerado obeso. De- vido à gravidade e prevalência dessa doença, tem crescido a preocupação com métodos efetivos de tratamento, sendo atualmente considerado como 4OBESIDADE pilar a associação entre dieta, ativi- dade física, medicações e em casos selecionados a realização de cirurgias endócrino-metabólicas. 2. FISIOPATOLOGIA Apesar do grande número de estudos envolvendo a obesidade, sua fisiopa- tologia não está completamente elu- cidada. Essa doença, possui etiologia complexa e multifatorial, envolvendo fatores genéticos, ambientais e psico- lógicos. Sabe-se que existe uma forte predisposição genética, porém, maus hábitos alimentares, como o exces- so de alimentos calóricos é um fator fundamental para o desenvolvimento da obesidade. Com isso, a origem da obesidade está no desequilíbrio entre a necessidade energética e a ingesta de alimentos. Esse equilíbrio é coor- denado por uma série de mecanis- mos neurais e hormonais (Figura 1). • SISTEMA NEURO-HUMORAL: O sistema neuro-humoral é dividido em três compartimentos que in- teragem entre si para a regulação do consumo e gasto energético: o sistema periférico ou aferentes, núcleo arqueado no hipotálamo ou sistema eferente. O sistema peri- férico ou aferente manda sinais ao cérebro através da produção de moléculas como a leptina e a adi- ponectina (produzidas pelos adi- pócitos), a insulina (pâncreas), a grelina (estômago) e o peptídeo YY (íleo e cólon). Essas moléculas por meio de mecanismos diferentes controlam a ingesta alimentar. Por exemplo, a leptina reduz a ingesta de alimentos, já a grelina estimula o apetite, enquanto o peptídeo YY, é um sinal de saciedade. O núcleo arqueado no hipotálamo proces- sa esses sinais periféricos e gera novos sinais que são transmitidos pelos neurônios conhecidos como POMC (pró-opiomelanocortina), CART (transcritos regulados pela cocaína e anfetamina), NPY (neu- ropeptídeo Y) e AgRP (peptídeo relacionado com agouti). Enquan- to isso, o sistema eferente, recebe os sinais neuronais vindos do nú- cleo arqueado e inicia o processo de ingesta de alimentos ou perda energética. Os neurônios POMC e CART levam ao aumento do gas- to energético e da perda de peso, enquanto os neurônios NPY/AgRP promovem a ingestão de alimen- tos e ganho de peso. • SISTEMA AFERENTE: Como foi dito, o sistema aferente correspon- de às moléculas produzidas peri- fericamente que regulam o meta- bolismo energético. Apesar de ter vários componentes, os principais agentes desse sistema é a lep- tina, tecido adiposo e hormônios intestinais. ◊ Tecido adiposo: O tecido adiposo é um órgão endócri- no que produz ácidos graxos 5OBESIDADE livres, hormônios e citocinas, como leptina, adiponectina, resistina, interleucina-6 (IL- 6), fator de necrose tumoral (TNF), fator ativador da ini- bição do plasminogênio, en- tre outros. Algumas dessas substâncias produzidas pelos adipócitos participam da re- gulação do peso corporal e da gênese de comorbidades. Um fato interessante é que o nú- mero total de adipócitos é es- tabelecido durante adolescên- cia e é maior em pessoas que eram obesas quando crianças, aumentando a preocupação com a obesidade infantil. Nos adultos, o número de adipóci- tos permanece constante, in- dependentemente da massa corporal. ◊ Leptina: Um dos principais componentes da homeostase energética é a leptina. Como foi dito, esse hormônio é pro- duzido pelo tecido adiposo e tem a capacidade de regular a ingesta de alimentos e aumen- tar o gasto de energia. Através de mecanismos pouco com- preendidos, a produção da leptina é regulada pela quan- tidade de reservas de gordura. Diante de um tecido adiposo abundante, a secreção de lep- tina é estimulada e o hormônio atua no hipotálamo, reduzindo o consumo de alimentos pela estimulação dos neurônios POMC/CART e inibição dos neurônios NPY/AgRP. Con- trário a isso, quando há pouca reserva de gordura, a secre- ção de leptina é diminuída e o consumo de alimentos é au- mentado pela desinibição dos neurônios NPY/AgRP. Além disso, o nível circulante de lep- tina é pulsátil, com picos du- rante a noite e esse hormônio também aumenta o gasto de energia ao estimular a ativida- de física, o gasto de energia e a termogênese. SE LIGA! Pode ocorrer mutações que desativam o gene que codifica a leptina, levando a quadros de obesidade grave. Essas mutações podem ser encontradas em 4-5% dos pacientes com obesidade severa. Entretanto, alguns estudos indi- cam que muitas obesos possuem níveis elevados de leptina no sangue, sugerin- do que o mecanismo pode ser a resis- tência à leptina. ◊ Hormônios Intestinais: Os hormônios intestinais tam- bém atuam na fisiopatologia da obesidade. Os principais hormônios envolvidos nesse mecanismo são a grelina e o peptídeo YY (PYY). A greli- na é produzida no estômago, geralmente antes das refei- ções e promove o aumento 6OBESIDADE na ingestão de alimentos pelo estímulodos neurônios NPY/ AgRP no hipotálamo. Em pes- soas obesas os níveis desse hormônio após a refeição per- manecem em níveis mais al- tos, durante mais tempo. Em relação ao PYY, essa molécula é secretada no íleo e cólon, em resposta à ingestão de ali- mentos, Sua ação ocorre por meio do estímulo aos neurô- nios POMC/CART no hipo- tálamo, diminuindo a ingesta de alimentos. Figura 1. Mecanismos envolvidos na regulação energética. Fonte: Patologia Básica Robbins, 9° ed, 2013. Circuitos anabólicos Circuitos catabólicos PROCESSAMENTO CENTRAL Gasto energético Ingestão de alimentos Equilíbrio energético SISTEMA EFERENTE Hipotálamo Regula Sinais de adiposidade Insulina Leptina Grelina SISTEMA AFERENTE Adipócitos PYY Estômago Células β pancreáticas Intestinos 7OBESIDADE 3. DIAGNÓSTICO E AVALIAÇÃO CLINICA Para se estabelecer o tratamen- to, é necessário reconhecer em qual classificação de excesso de peso o paciente se encontra. A medida iso- lada de peso não é um bom parâme- tro pra predizer o risco de desenvolvi- mento de doenças um paciente pode ter. O peso considerado ideal pode variar de acordo com as diferentes características corporais de uma po- pulação. Tem-se notado que a dis- tribuição de gordura é mais preditiva de saúde. A combinação de massa corporal e distribuição de gordura é, provavelmente, a melhor opção para preencher a ne- cessidade de avaliação clínica. Sendo assim, podemos diagnosticar a obe- sidade por meio de parâmetros quali- tativos, como IMC, medida de cintura abdominal ou até por avaliação indi- reta da composição corporal. • Índice de massa corpórea (IMC): O principal método quantitativo utilizado para avaliação da obesi- dade, é o IMC. Esse índice surgiu a mais de um século e continua MAPA MENTAL FISIOPATOLOGIA DA OBESIDADE OBESIDADE Tecido adiposo Intestinos Células Pancreáticas Estômago Leptina, Adiponectina PYY Insulina Grelina Hipotálamo Neurônios POMC, CART, NPY e AgRP Inibição da alimentação Desequilíbrio entre os fatores de estimulo a ingesta e o gasto de calorias Estimulo a alimentação Consumo exagerado de alimentos calóricos 8OBESIDADE sendo o melhor método por ser simples e bastante reprodutível. O IMC é medido dividindo o peso do paciente em quilos pela sua altura ao quadrado. Para interpretarmos o valor obtido pelo IMC, devemos classificá-lo de acordo com o des- crito no Quadro 1. Com isso, temos que a partir de 30 kg/m² um indi- víduo é considerado obeso, no en- tanto, acima de um IMC de 40 kg/ m² consideramos ele com obesi- dade grave ou obesidade mórbida. Entretanto, por ser exclusivamente quantitativo, o IMC não distingue gor- dura visceral de gordura subcutânea, tampouco, massa gordurosa de mas- sa magra. Por conta disso, o cálculo do IMC superestima o grau de obe- sidade em indivíduos musculosos. De todo modo, em termos populacionais, esse índice permanece com alto valor preditivo positivo quanto ao risco de doenças associadas à obesidade. IMC (KG/M²) CLASSIFICAÇÃO < 18,5 Baixo peso 18,5 a 24,9 Eutrofia 25 a 29,9 Sobrepeso 30 a 34,9 Obesidade grau I 35 a 39,9 Obesidade grau II ≥ 40 Obesidade grau III Tabela 1. Classificação nutricional segundo valores de IMC. Fonte: O autor, modificado de ABESO- Diretrizes brasileiras de obesidade, 2016. Devemos lembrar que em pacientes idosos, devido as particularidades de composição corporal, consideramos como peso ideal, o IMC entre 22 e 27 kg/m². Enquanto isso, nos asiá- ticos, devido ao seu maior acumulo de gordura visceral, já consideramos obesidade um IMC acima de 25 kg/ m². Em crianças, além do peso, o IMC também varia com a altura ao longo dos anos e com a idade, não sendo utilizado o seu valor absoluto. Nesses casos, geralmente se usa o IMC per- centual (%IMC), que independe da al- tura e da idade da criança e se apoia em tabelas de percentis de peso e de altura. Além disso, alguns autores classificam IMC acima de 50 Kg/m² como superobesos e acima de 60 Kg/ m² como super super obesos. • Cintura abdominal: A medida da circunferência abdominal é um dos métodos que podem ser usados para se avaliar a obesidade visce- ral, além de ser associado a gordu- ra corporal total. Sabemos que a medida da obesidade visceral tem forte correlação clínica com o risco 9OBESIDADE cardiovascular e metabólico, des- de que seus valores sejam ajusta- dos para etnia e sexo (Quadro 2). Com isso, pessoas com o mesmo IMC, mas que tenham maior cir- cunferência abdominal, tem maior risco de desenvolver a síndrome metabólica. Diferentes autores sugerem diferentes pontos de re- ferência para a medida da circun- ferência abdominal. No entanto, o mais aceito na literatura é solicitar ao paciente em posição supina que inspire profundamente, e, ao final da expiração deve ser realizada a medida. Mas também pode-se re- alizar a medida no maior perímetro abdominal entre a última costela e a crista ilíaca, segundo recomen- dações da OMS. HOMENS MULHERES Acima de 94 cm em europeus. Acima de 80 cm em eu- ropeias, sul-americanas, chinesas e sul-asiáticas. Acima de 90 cm em sul- -americanos, chineses e sul-asiáticos. Acima de 90 cm em japonesas. Acima de 85 cm em japoneses. ---- Tabela 2. Medida de cintura abdominal aumentada por sexo e em diferentes etnias. Fonte: O autor, modificado de ABESO- Diretrizes brasileiras de obesidade, 2016. • Relação Cintura/Quadril (RCQ): A relação circunferência abdomi- nal/quadril era muito usada antiga- mente para avaliação da obesida- de central. No entanto, apesar de possuir associação com o risco de comorbidades, ela não é tão valida, sendo por isso, menos usada. Essa medida permite avaliar a gordu- ra visceral por meio da medida da cintura e a gordura periférica por meio da medida do quadril. Con- sideramos como medida alterada a medida acima de 0,9 cm em ho- mens e 0,85 cm em mulheres. • Relação Cintura/Altura: Essa medida vem sendo cada vez mais utilizada, pois associa-se melhor ao risco cardiovascular do que o IMC e a medida isolada da circun- ferência abdominal. Consideramos como alterada uma relação cintura/ altura ≥ 0,55. • Distribuição da gordura corpo- ral: É um diagnóstico qualitativo, em que se avalia a distribuição de gordura corporal ou à presença de adiposidade visceral. Dessa forma, é possível identificar os dois tipos principais de obesidade: obesi- dade visceral, caracterizada pela maior concentração acima da cica- triz umbilical e obesidade subcutâ- nea, mais concentrada na região dos quadris, infra-umbilical (Figu- ra 2). O primeiro tipo ocorre mais em homens e o segundo tipo em mulheres. 10OBESIDADE Figura 2. Representação macroscópica da gordura visceral (B) e da gordura Subcutânea (A). Fonte: Clínica médica, vol 5, 2016. Dos métodos qualitativos, a tomogra- fia computadorizada é o que melhor discrimina a distribuição de gordura corporal subcutânea e visceral (Figu- ra 3). O valor total normal de gordura visceral é < 130 cm², para ambos os sexos, medida pela área de gordura no nível de L4-L5 ou por avaliação volu- métrica por múltiplos cortes abdomi- nais em tomografia espiral. O grande problema desse método é que além do grande custo, a tomografia ain- da não está amplamente difundida, por conta disso, a medida isolada da circunferência abdominal e o IMC se comprova suficiente para estabelecer riscos cardiovascular e metabólico. Figura 3. Tomografia computadorizada evidenciando imagens com maior quantidade de gordura visceral (C e D) e menor quantidade de gordura visceral (A e B). Fonte: Clínica médica, Vol 5, 2016. • Avaliação indireta de compo- sição corporal: Esses métodos, como a impedância bioelétrica (BIA) ou bioimpedância de frequ- ência única, mas são menos utili- zados na prática. A composição biológica corporal varia de indiví- duo para indivíduo e, pelo sistema de bioimpedância, podemos dividir o peso pelos diversos tecidos que compõem o corpo. Dessas for- ma, com esses métodos podemosavaliar as porcentagens de massa adiposa e de tecido magro. 11OBESIDADE MAPA MENTAL DIAGNÓSTICO OBESIDADE IMC Distribuição de gordura corporal Cintura abdominal Relação Cintura/Quadril Avaliação indireta Relação Cintura/Altura Obesidade I Obesidade II Obesidade III IMC= Peso(Kg)Altura(metros)2 IMC = 30 a 34,9 IMC= 35 a 39,9 IMC ≥ 40 Impedância bioelétrica Bioimpedância de frequência única Androide Ginecoide Alterada em ≥ 0,55 > 0,90 cm em homens; > 0,85 cm em mulheres 12OBESIDADE 4. COMPLICAÇÕES DA OBESIDADE O sobrepeso e a obesidade são co- nhecidos fatores de risco para inú- meras condições, incluindo diabe- tes tipo 2, doença cardiovascular e câncer (Quadro 3). Diversos estudos indicam que o diabetes mellitus e a hipertensão ocorrem 2,9 vezes mais em indivíduos obesos do que naque- les com peso adequado. Além disso, alguns autores consideram que um indivíduo obeso tem 1,5 vezes mais risco de apresentar níveis sanguíneos elevados de triglicerídeos e coleste- rol. A obesidade central também está envolvida em um grupo de alterações conhecidas como síndrome metabó- lica. Os mecanismos subjacentes a essas associações são complexos. A seguir, destacaremos as principais comorbidades associadas ao exces- so de peso, lembrando que quanto maior o grau de obesidade, mais gra- ves e numerosas serão as patologias relacionadas. COMORBIDADES RELACIONADOS COM A OBESIDADE Cardiovasculares Hipertensão arterial Doença da artéria coronária (DAC) Fibrilação atrial Insuficiência cardíaca Respiratórios Dispneia Apneia do sono obstrutiva Asma Psicológicos Depressão/autoestima baixa Transtorno da imagem corporal Estigmatização social Endócrinos Síndrome metabólica Diabetes mellitus do tipo 2 Dislipidemia Síndrome do ovário policístico/androgenicidade Musculoesqueléticos Hiperuricemia e gota Imobilidade Osteoartrite ( joelhos, quadris) Lombalgia Gastrintestinais Doença por refluxo gastresofágico (DRGE) Esteatose hepática não alcoólica (EHNA) Colelitíase Hérnias Câncer Pâncreas, esôfago, fígado Mama, colo do útero, ovário e útero Tegumentares Estrias Acantose nigricante/acrocórdons (pólipos fibroepi- teliais ou fibromas moles) Tabela 3. Comorbidades relacionadas a Obesidade. Fonte: O autor, modificado de ABESO- Diretrizes brasi- leiras de obesidade, 2016. 13OBESIDADE • Resistência à insulina, hiperinsu- linemia e diabetes: Uma das prin- cipais complicações relacionadas a obesidade é o desenvolvimento de resistência à insulina e hiperin- sulinemia, que são características importantes do diabetes tipo 2. O hiperinsulinismo leva a um achado dermatológico típico da resistência insulínica que é a acantose nigri- cans. Isso ocorre porque o excesso de insulina estimula a proliferação de melanócitos, principalmente em áreas de dobras, levando ao espessamento da pele e ao surgi- mento de pequenos nódulos (Figu- ra 4). Diante de um indivíduo com um estado de resistência insulíni- ca ou diabetes tipo 2, um passo importante é a redução de peso que melhora a tolerância à glicose e reduz a necessidade de drogas hipoglicemiantes. Figura 4. Imagem de acantose nigricans. Fonte: Acan- tose nigricans in Dermatologia.net [ Internet], 2020. • Síndrome metabólica: O termo Síndrome Metabólica se refere a conjunto de fatores de risco que aumentam as chances de desen- volver doenças cardíacas, derra- mes e diabetes. A obesidade é um dos principais fatores relacionados ao desenvolvimento dessa síndro- me, já que um dos seus principais fatores é a resistência a insulina. Existem várias classificações que definem a Síndrome metabólica. No entanto, a mais usada é o da NCEP/ATP III. No quadro 4 está descrito os critérios diagnósticos dessa síndrome. Para termos o diagnóstico dessa síndrome, é ne- cessário a presença de, pelo me- nos, três alterações. Pode-se notar que todos os critérios estão direta ou indiretamente relacionado com a obesidade. Para o tratamento dessa síndrome e por consequ- ência melhora do risco cardiovas- cular, pontos fundamentais são a mudança do estilo de vida, com melhora da alimentação e exer- cícios físicos, visando uma maior perda de peso. 14OBESIDADE PARÂMETRO NÚMERO DE ALTERAÇÕES ≥ 3 DE: Glicose ≥ 100 mg/dL ou em tratamento para hiperglicemia HDL-colesterol Homens: < 40 mg/dL ou em tratamento para HDL baixo Mulheres: < 50 mg/dL ou em tratamento para HDL baixo Triglicérides ≥ 150 mg/dL ou em tratamento para triglicérides elevados Obesidade Cintura ≥ 102 cm para homens ou ≥ 88 cm para mulheres Hipertensão ≥ 130 x 85 mmHg ou em tra- tamento medicamentoso para HAS Tabela 4. Critérios da NCEP/ATP III para o diagnóstico de Síndrome metabólica. Fonte: O autor, modificado de Síndrome metabólica: diagnóstico e tratament. Rev. Med, 2008. • Aumento dos níveis tensionais: Diversos estudos apontam que o excesso de insulina e sua conse- quente retenção de sódio, leva a expansão do volume de sangue, produção excessiva de noradre- nalina e proliferação de células do músculo liso, que são as caracte- rísticas da hipertensão. Com isso, é fato que o aumento da massa corporal está associado à pressão arterial elevada, e a perda de peso em indivíduos hipertensos é geral- mente acompanhada por uma re- dução na pressão arterial. • Canceres: Diversos tipos de can- ceres apresentam um aumento em sua incidência diante de um excesso de peso. Dentre eles, po- demos citar o câncer de esôfago, tireoide, cólon e rins, nos homens, e câncer de esôfago, endométrio, vesícula biliar e rins, em mulheres. A explicação fisiopatológica para isso ainda é desconhecida. No en- tanto, acredita-se que a hiperinsu- linemia aumente os níveis do fator de crescimento semelhante à insu- lina (IGF-1), o que pode estimular o crescimento e a sobrevivência de muitos tipos de células malignas, através da ativação do seu recep- tor cognato, o IGF1R. • Aumento dos marcadores da in- flamação: A obesidade aumenta o estado inflamatório do indivíduo, elevando fatores como a proteína C reativa e as citocinas pró-infla- matórias (como o TNF). A expli- cação para esse estado não está bem compreendida, tanto um efeito pró-inflamatório direto do excesso de lipídeos circulantes, quanto a liberação aumentada de citocinas pelos adipócitos repletos de gordura foram propostos. Seja qual for a causa, sugere-se que a inflamação crônica pode contribuir para muitas das complicações da obesidade, incluindo resistência à insulina, anormalidades metabóli- cas, trombose, doenças cardiovas- culares e câncer. 15OBESIDADE 5. TRATAMENTO NÃO-FARMACOLÓGICO A base para o tratamento da obesida- de requer um manejo multidisciplinar. O ponto principal para a redução de peso é fornecer um aumento do gas- to energético e uma redução do apor- te calórico. Sendo que esse equilíbrio deve ser feito de forma individualiza- da e sob supervisão médica contínua para evitar complicações nutricionais. Portanto, o tratamento clínico se ba- seia na mudança dos hábitos de vida, incluindo reeducação alimentar e rea- lização de exercícios. Além disso, em alguns casos, está indicado a terapia farmacológica adjuvante às mudan- ças dos hábitos de vida. • DIETA: Como uma das causas da obesidade é o consumo excessi- vo de alimentos calóricos, a dieta é fundamental no tratamento da obesidade. Atualmente, uma série de dietas vem sendo divulgadas, entretanto, no geral, o importante é a restrição calórica moderada, in- gerindo de 1000 a 1500 kcal por dia. No entanto, esse número deve ser individualizado em relação a cada indivíduo. O objetivo final, é instituir uma dieta que leve a um deficit de 500 a 1.000 kcal, para com isso, diminuir cerca de 0,5 a 1 kg por semana. O ministério da saúde orienta que independe da dieta a ser seguida, devemos re- duzir o consumo excessivo de açú- car, gordura saturada e sal. Aliado a isso, é imprescindível o consumo MAPA MENTAL COMPLICAÇÕES DA OBESIDADE Apneia obstrutiva do sono COMPLICAÇÕESSíndrome metabólica Esteatose hepática não alcoólica Doença do Refluxo gastresofágico Colelitíase Câncer Osteoartrites Doença arterial coronariana 16OBESIDADE regular de frutas, verduras e legu- mes já que são fontes de vitami- nas, sais minerais e fibras. • ATIVIDADE FÍSICA: A realiza- ção de exercícios físicos regulares além de reduzir o peso, promove benefícios que vão além do con- trole da obesidade. Ela se consti- tui num componente importante da prevenção e tratamento da do- ença coronariana, da hipertensão arterial, das doenças musculoes- queléticas, das doenças respirató- rias e da depressão. Entretanto, a atividade física deve ser feita com instrução profissional pelos riscos do excesso de atividade aeróbica em alguns pacientes cardiopatas. No geral, recomenda-se a práti- ca de exercícios de no mínimo 30 minutos por dia, em pelo menos 5 dias por semana. Esse tempo pode ser dividido em sessões de 10 mi- nutos. Para pacientes liberados para atividades mais intensas, é recomendado exercícios de 60 mi- nutos diários, entre 3 a 5 dias por semana. 6. TRATAMENTO FARMACOLÓGICO Nem todos os pacientes obesos têm indicação de usar terapia farmaco- lógica adjuvante. O uso de medica- mentos pode ser feito em pacientes com IMC maior que 25 kg/m² ou adi- posidade central ou androide, desde que tenha outras doenças associadas à obesidade. O uso de medicamentos também pode ser feitos em pacientes sem outras comorbidades, mas com IMC maior que 30 kg/m², na falên- cia do tratamento não-farmacológico isoladamente. O objetivo do trata- mento com medicamentos é a per- da de 10% do peso corporal, o que determina melhora das complicações da obesidade, como diabetes e hiper- tensão arterial. INDICAÇÕES PARA INÍCIO DO USO DE TERA- PIA MEDICAMENTOSA IMC maior que 25 kg/m² ou adiposidade central com alguma comorbidade associada. IMC maior que 30 kg/m², mesmo sem comorbi- dades, sem resposta adequada do tratamento não-farmacológico. Podemos dividir os principais fárma- cos usados para tratamento da obesi- dade em três grupos: medicamentos anorexiantes, sacietógenos adrenér- gicos e serotoninérgicos e os reduto- res da absorção de gorduras. SE LIGA! Os medicamentos termo- gênicos, como efedrina, metilxantinas, fenilpropanolamina, e cafeína, não são usados para tratamento da obesidade. Veja abaixo os principais medicamentos utilizados. • Orlistate: Esse medicamento é um análogo da lipstatina, inibidor de lipases gastrintestinais (GI). Ele 17OBESIDADE funciona impedindo a digestão de cerca de um terço dos triglicérides ingeridos. Com isso, os trigliceríde- os que não são absorvidos pelo in- testino, são eliminados nas fezes. Esse mesmo mecanismo, pode le- var a esteatorreia, flatos e urgência fecal. Além disso, devido a disab- sorção, pode ocorrer deficiência de vitaminas lipossolúveis (A, D, E K). Ele não possui efeitos cardiovas- culares significativos e leva a per- da de cerca de 10% do peso em 1 ano de tratamento. • Sibutramina: Ela atua bloquean- do a recaptação de noradrenalina (NE) e de serotonina (SE), induzin- do a perda de apetite (Figura 5). Essa medicação promove a perda de 4 a 6 kg em 6 meses. No entan- to, apesar dos benefícios, ela pode levar a uma pequena elevação média de 3-5 mmHg na pressão arterial diastólica e de 2 a 4 bpm na frequência cardíaca. Por conta disso, se indicada para pacientes hipertensos, eles devem ser cuida- dosamente monitorados. Figura 5: Mecanismo de ação da Sibutramina. Fonte: Clínica médica, Vol 5, 2016. • Anorexígenos: Essas medicações possuem efeito central catecola- minérgico, promovendo o aumen- to da liberação fatores adrenérgi- cos na fenda sináptica ou agindo diretamente no estímulo hipotalâ- mico. Exemplos de medicações anorexígenas são o Fenproporex, Mazindol e Dietilpropiona. Eles proporcionam uma perda de peso entre 9 a 15 quilos em cerca de 3 meses. No entanto, possuem vá- rios efeitos cardiovasculares, não sendo indicado como primeira opção. 18OBESIDADE • Liraglutida: é um fármaco agonista do peptídeo semelhante ao gluca- gon-1 (GLP-1), por isso tem ação hipotalâmica que reduz o apetite. Pode ter como efeitos adversos, náuseas, vômitos e até diarreia. • Fármacos “off-label”: Algumas medicações como bupropiona, fluoxetina e metformina, também conseguem produzir perda de peso, apesar de não serem apro- vadas para essa finalidade. Ge- ralmente elas são usadas para tratamento de comorbidades as- sociadas a obesidade e levam tam- bém ao efeito favorável de perda de peso. 7. TRATAMENTO CIRÚRGICO Outra modalidade de tratamento para a obesidade é a cirurgia. Muitos pa- cientes apresentam reganho de peso ou falha da terapia medicamentosa, sendo então indicado o tratamento cirúrgico. Dessa forma, a cirurgia está indicada para aqueles pacientes que tenham IMC ≥ 40 kg/m² e que ten- taram tratamento clínico por mais de 2 anos consecutivos sem sucesso. Além disso, também pode-se indicar o tratamento cirúrgico para pacien- tes que tenham IMC > 35 kg/m2, mas que apresentem pelo menos uma das principais comorbidades: diabetes mellitus, hipertensão arterial sistêmi- ca, apneia do sono ou artrose. Veja no quadro 5 as indicações e contraindi- cações para o procedimento. INDICAÇÕES E CONTRAINDICAÇÕES PARA O TRATAMENTO CIRÚRGICO DA OBESIDADE INDICAÇÕES Pacientes com IMC ≥ 40 kg/m² (Obesidade Grau III) Pacientes com IMC≥ 35 kg/m² (Obesidade Grau II) com comorbidades associadas Maiores de 18 anos (Idosos e jovens com idade < 18 anos deve-se avaliar o custo/benefício) Obesidade estável há 5 anos Tratamento clínico há 2 anos, não eficaz CONTRAINDICAÇÕES Uso abusivo de álcool ou drogas Quadros psicóticos, demências moderadas ou graves não controlados Limitação intelectual significativa sem suporte familiar adequado Doenças cardiopulmonares graves e descompensada Hipertensão portal com varizes esofagogástricas Tumores endócrinos não tratados Tabela 5. Indicações e contraindicações para o tratamento cirúrgico da obesidade. Fonte: O autor, modificado de SA- BISTON. 19.ed. Saunders. Elsevier 19OBESIDADE A cirurgia para tratamento da obesi- dade pode ser feita por via laparos- cópica ou por laparotomia. Podemos dividir as técnicas em restritivas, ou seja, apenas reduz o tamanho do es- tômago; desabsortivas que levam a má absorção de alimentos e desnutri- ção; e por fim, as técnicas mistas que promovem tanto a restrição do tama- nho do estômago, quanto a disabsor- ção dos alimentos. SE LIGA! Devido a grande desnutrição promovida, as técnicas puramente de- sabsortivas não são mais utilizadas. • TÉCNICAS RESTRITIVAS: Em relação as técnicas restritivas, as principais são o balão gástrico, a banda gástrica ajustável e o sleeve gástrico. ◊ Balão gástrico: Esse proce- dimento é feito via endosco- pia, onde é colocado um balão com cerca de 600 ml no estô- mago, com isso, tem-se uma redução da ingesta de alimen- tos. No entanto, esse balão só pode permanecer por 6 me- ses, além de não ter tanta efi- cacia na perda de peso. ◊ Banda gástrica ajustável: Essa técnica pode ser realiza- da via aberta ou fechada. Nes- ses casos, coloca-se uma fita ao redor do estômago, dando- -lhe um formato semelhante a uma ampulheta. Devido ao rápido preenchimento da par- te superior da fita, ocorre o sinal de saciedade. O grande problema dessa técnica é que essa fita pode erodir a pare- de do estômago, levando a complicações. ◊ Sleeve gástrico: Também é conhecida como gastrectomia vertical ou em manga. Nesses casos, se faz o grampeamen- to do estômago, isolando toda a parte da grande curvatura. Com isso, o volume do estô- mago fica menor, levando a saciedade precoce. Como se retira o fundo gástrico, tam- bém há redução da produção de grelina, hormônio que in- duz a fome. • TÉCNICAS MISTAS: Apesar de terem um componente restritivo e outro desabsortivo, essas técnicas são predominantemente desab- sortivas. As principais técnicas são a derivação gástrica emY de Roux, derivação biliopancreática com gastrectomia horizontal e a deriva- ção biliopancreática com gastrec- tomia vertical. ◊ Derivação gástrica em Y de Roux: Esse é o tipo de cirurgia mais realizada no mundo para o tratamento da obesidade e também é conhecida como Fobi-capela. Nessa cirurgia 20OBESIDADE é feito um grampeamento da pequena curvatura do estô- mago, excluindo o resto desse órgão. Após isso, realiza-se a reconstrução do trânsito com uma gastrojejunostomia, ou seja, entre o jejuno e a pe- quena bolsa de estômago formada. Com a técnica do Y de Roux, faz-se a transecção do jejuno em torno de 60 cm após o ligamento de Treitz e então, faz-se uma enteroente- roanastomose, formando uma alça em Y (Figura 6). Figura 6. Esquema da cirurgia de derivação gástrica em Y de Roux (Fobi-Capela). Fonte: Clínica médica, Vol 5, 2016. 21OBESIDADE Estômago proximal 200 cm 50 cm Coto duodenal Ceco ◊ Derivação biliopancreáti- ca com gastrectomia hori- zontal: Esse procedimento também é chamado de cirur- gia de Scopinaro. Nesses ca- sos, faz-se uma gastrectomia horizontal, exclui todo o jejuno e parte do íleo e cria uma alça intestinal comum de 50 cm. A reconstrução do trânsito tam- bém é feita em Y de Roux, ex- cluindo cerca de 2 metros de intestino (Figura 7). O grande problema dessa cirurgia, é que é muito desabsortiva, já que Figura 7. Esquema da cirurgia de Scopinaro. Fonte: SABISTON. 19.ed. Saunders. Elsevier exclui grande parte do intes- tino delgado. Isso pode levar a altos graus de desnutrição, má absorção lipídica, além de complicações pós-cirúrgicas. 22OBESIDADE ◊ Derivação biliopancreática com gastrectomia vertical: Essa cirurgia é uma adaptação da anterior e também é cha- mada de Duodenal Switch. No entanto, aqui, é feito uma gas- trectomia vertical com preser- vação do piloro. Mas também é feita uma anastomose entre o íleo e a primeira porção do Estômago ressecadoLuva gástrica Duodenoileostomia Ramo alimentar de 150 cm Ramo biliopancreático Piloro Colecistectomia Apendicectomia Canal comum de 100 cm duodeno, mas a alça intestinal comum é um pouco mais lon- ga (de 75 a 100 cm) (Figura 8). Devido ao fato de deixar uma alça comum maior do que na cirurgia de Scopinaro, os efei- tos colaterais são menores. Mas ainda existem. Figura 8. Esquema da cirurgia de Duodenal Switch. Fonte: SABISTON. 19.ed. Saunders. Elsevier 23OBESIDADE FLUXOGRAMA TRATAMENTO DA OBESIDADE IMC ≥ 30 kg/m² EXERCÍCIOS FÍSICOS E DIETA Hábitos saudáveis OBESIDADE IMC ≥ 35 kg/m² IMC ≥ 40 kg/m² Ausência de comorbidades Reforço a mudanças no estilo de vida Presença de comorbidades Hábitos saudáveis + terapia medicamentosa Ausência de comorbidades Hábitos saudáveis + terapia medicamentosa Presença de comorbidades Cirurgia Cirurgia 24OBESIDADE MAPA GERAL OBESIDADE Apneia obstrutiva do sono Síndrome metabólica Doença arterial coronariana Esteatose hepática não alcoólica Outros OBESIDADE Complicações Fisiopatologia Tratamento Diagnóstico Avaliação indireta Relação Cintura/Altura Relação Cintura/Quadril Distribuição de gordura corporal Cintura abdominal IMC Mudanças no estilo de vida Sibutramina Orlistate Cirurgia Desequilíbrio entre a ingesta e o gasto calórico 25OBESIDADE REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica Diretrizes bra- sileiras de obesidade 2016 / ABESO - Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica. – 4.ed. - São Paulo, SP. SABISTON. Tratado de cirurgia: A base biológica da prática cirúrgica moderna. 19.ed. Saun- ders. Elsevier KUMAR, Vinay; ABBAS, Abul K.; ASTER, Jon C. Robbins patologia básica. 9. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2013. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Bá- sica. Obesidade / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. - Brasília : Ministério da Saúde, 2006. Clínica médica, volume 5: doenças endócrinas e metabólicas, doenças ósseas, doenças reu- matológicas. – Barueri, SP: Manole, 2016. – (Clínica médica). Acantose nigricans. [Internet], 2020. Disponível em: https://www.dermatologia.net/cat-do- encas-da-pele/acantose-nigricans/ . Síndrome metabólica: diagnóstico e tratamento. Rev Med (São Paulo). 2008 out.-dez.;87(4):245-50. 26OBESIDADE