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PARADA CARDIORESPIRATÓRIA A parada cardiorrespiratória (PCR) é uma emergência relativamente frequente em qualquer serviço de atendimento de emergência, e significa a cessação dos batimentos cardíacos e dos movimentos respiratórios. Já foi o tempo em que ausência de respiração e batimento cardíaco significava morte. Com a evolução das técnicas de reanimação cardiopulmonar, desenvolvimento de drogas, aperfeiçoamento de equipamentos e treinamento de leigos e profissionais, milhares de vidas são salvas em todo o mundo. PARADA CARDIORESPIRATÓRIA As células do organismo começam a morrer alguns minutos depois de cessadas as funções vitais. As células nervosas são as mais frágeis do corpo humano. Elas não conseguem sobreviver por mais de cinco minutos sem oxigênio, sofrendo lesões irreversíveis. PARADA CARDIORESPIRATÓRIA É claro que toda pessoa com alguma possibilidade de ser salva deve ser reanimada. No entanto, como saber que essa chance existe e quando devemos considerar a pessoa morta? Sabemos que uma vítima estará morta quando houver parada total e irreversível de suas funções encefálicas. Quando essas estruturas cessam suas funções de forma irreversível, podemos afirmar que ela se encontra morta e não há mais nada a ser feito. PARADA CARDIORESPIRATÓRIA “A parada total e irreversível das funções encefálicas equivale à morte, conforme critérios já bem estabelecidos pela comunidade científica mundial.” (Trecho da Resolução do Conselho Federal de Medicina no 1.480/97, de 8/8/97). Observação – Intoxicação por drogas depressoras do Sistema Nervoso Central (SNC), distúrbios metabólicos e hipotermia podem simular os parâmetros de lesão encefálica irreversível. PARADA CARDIORESPIRATÓRIA O socorrista, ao se aproximar da vítima e constatar que não existe respiração e pulso, não pode ter certeza se já existe a morte encefálica, portanto a vítima deverá receber as manobras de reanimação, a não ser que se encontrem sinais claros de morte óbvia. PARADA CARDIORESPIRATÓRIA Existem inúmeros casos conhecidos em que a vítima foi reanimada com sucesso após longo tempo de parada cardíaca. (Fato relacionado com as causas da parada cardíaca e fatores ambientais que podem preservar o encéfalo por um tempo maior que os tradicionais 4 a 6 minutos para que a morte cerebral se inicie). PARADA CARDIORESPIRATÓRIA As causas de parada cardiopulmonar podem ser divididas em 2 grupos: primárias e secundárias. Primárias: devido a um problema do próprio coração, causando uma arritmia cardíaca, geralmente a fibrilação ventricular. A causa principal é a isquemia cardíaca (chegada de quantidade insuficiente de sangue oxigenado ao coração). Secundárias: são as principais causas de PCR em crianças e vítimas de traumatismos. A disfunção do coração é causada por problema respiratório ou por uma causa externa: PARADA CARDIORESPIRATÓRIA 1. oxigenação deficiente: obstrução de vias aéreas e doenças pulmonares; 2. transporte inadequado de oxigênio: hemorragias graves, estado de choque e intoxicação pelo monóxido de carbono; 3. ação de fatores externos sobre o coração: drogas, trauma direto no coração e descargas elétricas. PARADA RESPIRATÓRIA PARADA RESPIRATÓRIA A vítima interrompe os movimentos respiratórios, mas o coração pode continuar bombeando sangue durante alguns minutos e a circulação continua enviando oxigênio dos pulmões para os tecidos. Se houver uma intervenção precoce, é possível reverter o quadro e prevenir a parada cardíaca. Do contrário, ocorrerá interrupção do funcionamento do coração enquanto bomba cardíaca, a circulação será suspensa e o quadro se agravará com parada cardiorrespiratória. PARADA RESPIRATÓRIA Causas da parada respiratória: • estado de inconsciência – obstrução de vias aéreas por queda da língua na faringe posterior; • obstrução de vias aéreas por corpo estranho (OVACE); • afogamento; • acidente vascular encefálico; • inalação de fumaça; • overdose de drogas; • trauma cranioencefálico etc. PARADA RESPIRATÓRIA Mesmos com os avanços nos últimos anos relacionados à prevenção e a tratamento, muitas são as vidas perdidas anualmente no Brasil, relacionadas à parada cardiorrespiratória (PCR), ainda que não se tenha a exata dimensão do problema pela falta de estatísticas robustas a esse respeito. Os avanços também se estendem à legislação sobre acesso público à desfibrilação e obrigatoriedade de disponibilização de desfibrilador externo automático (DEA), assim como no treinamento em ressuscitação cardiopulmonar (RCP). PARADA RESPIRATÓRIA Pode-se estimar algo em torno de 200.000 PCRs ao ano no Brasil, sendo metade dos casos em ambiente hospitalar e a outra metade em ambiente extra-hospitalar. As novas diretrizes de Ressuscitação Cardiopulmonar (RCP) pelas principais instituições mundiais na área: a a American Heart Association (AHA dos EUA), o European Resuscitation Council e o Resuscitation Council (do Reino Unido). A última publicação havia sido em 2010. PARADA RESPIRATÓRIA As diretrizes atuais trazem as condutas para o atendimento da parada cardiorrespiratória (PCR) em adultos, bem como em pediatria e neonatologia. Além disso, também estão contidas as condutas para o atendimento cardiovascular de emergência, incluindo infarto agudo do miocárdio e acidente vascular cerebral. A primeira grande novidade destas diretrizes é o fim do ciclo de revisão a cada cinco anos. A partir de agora as recomendações serão atualizadas conforme novas evidências forem sendo consolidadas PARADA RESPIRATÓRIA . Isso faz com que as descobertas científicas cheguem mais rapidamente ao paciente, garantindo maior qualidade na assistência. As novas diretrizes também trazem atualizações que implicam em discussões éticas, pois todas são voltadas à discussão da suspensão das medidas de ressuscitação. Estes itens são: PARADA RESPIRATÓRIA •Uso de RCP extracorpórea para PCR; •Fatores prognósticos durante a PCR; •Escores prognósticos para bebês prematuros; •Prognóstico para crianças e adultos após PCR; •Função de órgãos transplantados recuperados após PCR. Suporte Básico de Vida para Adultos e Qualidade da RCP: SBV Aplicado por Profissionais de Saúde entre as principais questões e alterações feitas nas recomendações da Atualização das Diretrizes de 2015 para profissionais de saúde estão: PARADA RESPIRATÓRIA Flexibilidade no acionamento do serviço médico de emergência para corresponder melhor ao ambiente clínico do profissional de saúde. Socorristas treinados são encorajados a executar simultaneamente algumas etapas (ou seja, verificar se há respiração e pulso ao mesmo tempo), na tentativa de reduzir o tempo até a primeira compressão torácica. PARADA RESPIRATÓRIA Equipes integradas por socorristas bem treinados podem usar uma abordagem coreografada que execute várias etapas e avaliações simultaneamente, em vez do modo sequencial, utilizado por socorristas individuais (por exemplo, um socorrista ativa o serviço médico de emergência, enquanto outro começa as compressões torácicas, e um terceiro fornece ventilação ou busca o dispositivo bolsa-válvula-máscara para ventilações de resgate, e um quarto busca e prepara o desfibrilador). Tem-se dado maior ênfase em RCP de alta qualidade, que utiliza metas de desempenho (com frequência e profundidade de compressão torácica adequadas, permitindo retorno total do tórax entre as compressões, minimizando interrupções nas compressões e evitando ventilação excessiva). Os profissionais de saúde devem pedir ajuda nas proximidades ao encontrarem uma vítima que não responde, mas seria bastanteprático o profissional de saúde continuar a avaliar a respiração e o pulso simultaneamente antes de acionar totalmente o serviço médico de emergência (ou telefonar para pedir apoio). ÊNFASE NAS COMPRESSÕES TORÁCICAS É sensato que os profissionais de saúde apliquem compressões torácicas e ventilação em todos os pacientes adultos com PCR, seja por uma causa cardíaca ou não cardíaca. Além disso, os profissionais de saúde podem adaptar a sequência de ações de resgate à causa mais provável da PCR. O que fazer e o que não fazer no SBV para obter uma RCP de alta qualidade para adultos. OS SOCORRISTAS DEVEM : Realizar compressões torácicas a uma frequência de 100 a 120/min Comprimir a uma profundidade de pelo menos 2 polegadas (5 cm) Permitir o retorno total do tórax após cada compressão Minimizar as interrupções nas compressões Ventilar adequadamente (2 respirações após 30 compressões, cada respiração administrada em 1 segundo, provocando a elevação do tórax) OS SOCORRISTAS NÃO DEVEM Comprimir a uma frequência inferior a 100/min ou superior a 120/min Comprimir a uma profundidade inferior a 2 polegadas (5 cm) ou superior a 2,4 polegadas (6 cm) Apoiar-se sobre o tórax entre compressões. Interromper as compressões por mais de 10 segundos Aplicar ventilação excessiva (ou seja, uma quantidade excessiva de respirações ou respirações com força excessiva). A RCP somente com compressão é recomendada para socorristas não treinados, pois é relativamente fácil para os atendentes orientá-los com instruções por telefone. Espera-se que os profissionais de saúde sejam treinados em RCP e possam executar compressões e ventilações com eficiência. No entanto, a prioridade do profissional, sobretudo se atuando sozinho, ainda deve ser ativar o serviço médico de emergência e aplicar compressões torácicas. Pode haver circunstâncias que justifiquem uma alteração na sequência, como a disponibilidade de um DEA que o profissional possa rapidamente buscar e usar. Em PCR de adultos presenciada, quando há um DEA disponível imediatamente, deve-se usar o desfibrilador o mais rapidamente possível. Em adultos com PCR sem monitoramento ou quando não houver um DEA prontamente disponível, deve-se iniciar a RCP enquanto o desfibrilador é obtido e aplicado e tentar a desfibrilação, se indicada, assim q estas recomendações foram concebidas como apoio à RCP precoce e à desfibrilação inicial, em particular quando há um DEA ou um desfibrilador disponível instantes após o ataque da PCR. Em adultos com PCR sem monitoramento ou quando não houver um DEA prontamente disponível, deve-se iniciar a RCP enquanto o desfibrilador é obtido e aplicado e tentar a desfibrilação, se indicada, assim q estas recomendações foram concebidas como apoio à RCP precoce e à desfibrilação inicial, em particular quando há um DEA ou um desfibrilador disponível instantes após o ataque da PCR. VIGILÂNCIA E PREVENÇÃO Pacientes no ambiente hospitalar dependem de um sistema de vigilância adequado a fim de prevenir a PCR, mas, caso a PCR ocorra, é preciso uma interação harmoniosa dos vários departamentos e serviços da instituição e de um time multidisciplinar de profissionais, que inclua médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, entre outros (time de resposta rápida). VIGILÂNCIA E PREVENÇÃO A nova diretriz preconiza o acionamento imediato do time de resposta rápida na iminência de pacientes com deterioração clínica aguda, com o objetivo de prevenir a PCRIH. Acredita-se que equipes treinadas na complexa coreografia da ressuscitação pode diminuir a ocorrência de uma PCIH e caso ocorra, aumenta a chance de um melhor desfecho no atendimento da PCR. VIGILÂNCIA E PREVENÇÃO A sobrevivência à parada cardiorrespiratória depende de uma série de intervenções fundamentais, que correspondem à “corrente de sobrevivência”. O reconhecimento imediato dos sinais, o acionamento precoce do serviço de emergência (acesso rápido), a RCP imediata, a chegada da equipe de atendimento (com a desfibrilação precoce) e entrada rápida no hospital (Suporte Avançado de Vida – SAV) são elos vitais da corrente para garantir a eficácia do processo. VIGILÂNCIA E PREVENÇÃO A recuperação da circulação deve ocorrer num período inferior a 4 minutos, caso contrário poderão sobrevir alterações irreversíveis no sistema nervoso, um dos tecidos mais sensíveis à falta de oxigênio.
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