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Instituto de Ciências Exatas e Tecnologia - ICET Curso: Engenharia Disciplina: FMMA-P2 Professor: VAGNER MORO 1/8 Tipos de Tolerância Existem dois tipos de tolerância: a dimensional e a geométrica. Para efeito de uniformidade de linguagem, no caso de medições simples, tem-se as seguintes definições: Dimensão nominal: é a dimensão usada na caracterização da medida. Esta dimensão é, geralmente, conhecida; Dimensão Efetiva: é qualquer valor obtido para a medida, com um aparelho de resolução suficiente para controlar as medidas máxima e mínima. Dimensões limites: são as dimensões máxima e mínima que a medida pode ter sem ser rejeitada. Dimensão Máxima: é o valor máximo que se permite para a medida. Dimensão Mínima: é a dimensão mínima que se permite para a medida. Tolerância: é a diferença entre os valores máximo e mínimos admissíveis para a medida; é um valor positivo. Instituto de Ciências Exatas e Tecnologia - ICET Curso: Engenharia Disciplina: FMMA-P2 Professor: VAGNER MORO 2/8 Afastamento: é a diferença entre as dimensões limite e normal. Afastamento Inferior: é a diferença entre a dimensão mínima e normal. Símbolos: Ai para furo, ai para eixo. Afastamento Superior: é a diferença entre a dimensão Máxima e normal. Símbolos: As para furo, as para eixo. Linha Zero: é a linha que no desenho fixa a dimensão nominal e serve de origem aos afastamentos. Campo de Tolerância: é o conjunto de valores compreendidos entre o afastamento superior e inferior. Por convenção, as tolerâncias que estão sobre a linha zero são positivas (+) e as que estão sob a linha zero são negativas (-). Instituto de Ciências Exatas e Tecnologia - ICET Curso: Engenharia Disciplina: FMMA-P2 Professor: VAGNER MORO 3/8 Exemplo: Com base nos desenhos dos eixos e buchas abaixo. Determine: dimensão nominal, campo de tolerância afastamento superior (furo e eixo), afastamento inferior (furo e eixo), dimensão máxima (furo e eixo) e dimensão mínima (furo e eixo). Desenho 1 Dimensão Nominal Ø 28 Ai 0 As +0,021 ai -0,021 as 0 DIM. MAX. Ø 28,021 DIM. MÍN. Ø 28 dim. máxima Ø 28 dim. mínima Ø 27,079 Campo de Tolerância 0,021 Desenho 1 Instituto de Ciências Exatas e Tecnologia - ICET Curso: Engenharia Disciplina: FMMA-P2 Professor: VAGNER MORO 4/8 Tolerância Geométrica A tolerância geométrica, compreende as variações aceitáveis das formas e das posições dos elementos na execução da peça. Por isso é conhecida também como tolerância de forma e posição. As indicações de tolerâncias geométricas devem ser apontadas nos desenhos técnicos sempre que for necessário, para assegurar requisitos funcionais de intercambiabilidade e de manufatura. É importante ressaltar que, nas áreas da Mecânica e Mecatrônica, as tolerâncias geométricas não substituem as tolerâncias dimensionais. Ambas se completam e, em conjunto, garantem a intercambiabilidade da peça. Todo produto é concebido para atender a uma função, com o menor número possível de erros. A aplicação das tolerâncias dimensionais e geométricas permitirá atender à função desejada com menor índice de rejeição. É de suma importância atingir os requisitos de funcionalidade e exatidão, de forma e de posição dos elementos produzidos, para assegurar a durabilidade, a confiabilidade e o bom desempenho do produto. O perfil real é o que resulta da interseção de uma superfície real por um plano perpendicular (figura 2). Já o perfil obtido por meio de avaliação ou de medição, que corresponde a uma imagem aproximada do perfil real, é o chamado perfil efetivo (figura 3). Classificação das tolerâncias geométricas Instituto de Ciências Exatas e Tecnologia - ICET Curso: Engenharia Disciplina: FMMA-P2 Professor: VAGNER MORO 5/8 A norma NBR 6409:1997 baseada na norma ISO 1101:1983 prevê indicações de tolerâncias geométricas para elementos isolados e para elementos associados. Os elementos tolerados, tanto isolados como associados, podem ser linhas, superfícies ou pontos. A tolerância refere-se a um elemento isolado quando ela se aplica diretamente a este elemento, independentemente dos demais elementos da peça, como mostra a figura 4, a seguir. Quando a tolerância refere-se a elementos associados, um desses elementos será o tolerado e o outro será tomado como elemento de referência. Para efeito de verificação, o elemento de referência, embora seja um elemento real da peça, é sempre considerado como ideal, isto é, isento de erros. (figura 5). Símbolos indicativos das tolerâncias Geométricas Cada tipo de tolerância geométrica é identificado por um símbolo apropriado. Esses símbolos, que devem ser desenhados conforme prescreve a norma ISO 7083:1983, são usados nos desenhos técnicos para indicar as tolerâncias especificadas. A tabela 1 apresenta uma visão de conjunto das tolerâncias geométricas e seus respectivos símbolos. Instituto de Ciências Exatas e Tecnologia - ICET Curso: Engenharia Disciplina: FMMA-P2 Professor: VAGNER MORO 6/8 tabela 1 – Símbolos indicativos das tolerância geométrica Sistemas de Tolerâncias e Ajustes Tem por objetivo fixar conjunto de princípios, regras e tabelas que se aplicam à tecnologia mecânica, a fim de permitir escolha racional de tolerâncias e ajustes, visando a fabricação de peças intercambiáveis. (Referência NBR6158:1995) A principal vantagem desta normalização é a possibilidade de se utilizar um menor número de itens de ferramentas de corte e de instrumentos de medição necessários ao controle dimensional. Ajuste com folga Instituto de Ciências Exatas e Tecnologia - ICET Curso: Engenharia Disciplina: FMMA-P2 Professor: VAGNER MORO 7/8 Quando o afastamento superior do eixo é menor ou igual ao afastamento inferior do furo, temos um ajuste com folga. Os diâmetros do furo e do eixo têm a mesma dimensão nominal: 25 m. O afastamento superior do eixo é -0,20; a dimensão máxima do eixo é: 25 m -0,20 m = 24,80 m; a dimensão mínima do furo é: 25,0 m - 0,0 m = 25,0 m. Portanto, a dimensão máxima do eixo (24,80 m) é menor que a dimensão mínima do furo (25,0 m) o que caracteriza um ajuste com folga. Para obter a folga, basta subtrair a dimensão do eixo da dimensão do furo. Neste exemplo, a folga é 25,0 m -24,80 m = 0,20 m. Ajuste com interferência Neste tipo de ajuste o afastamento superior do furo é menor ou igual ao afastamento inferior do eixo. Instituto de Ciências Exatas e Tecnologia - ICET Curso: Engenharia Disciplina: FMMA-P2 Professor: VAGNER MORO 8/8 Na cota do furo, o afastamento superior é + 0,21; na cota do eixo, o afastamento inferior é + 0,28. Portanto, o primeiro é menor que o segundo, confirmando que se trata de um ajuste com interferência. Para obter o valor da interferência, basta calcular a diferença entre a dimensão efetiva do eixo e a dimensão efetiva do furo. Imagine que a peça pronta ficou com as seguintes medidas efetivas: diâmetro do eixo igual a 25,28 m e diâmetro do furo igual a 25,21 m. A interferência corresponde a: 25,28 m -25,21 m = 0,07 m. Como o diâmetro do eixo é maior que o diâmetro do furo, estas duas peças serão acopladas sob pressão Ajuste incerto É o ajuste intermediário entre o ajuste com folga e o ajuste com interferência. Compare: o afastamento superior do eixo (+0,18) é maior que o afastamento inferior do furo (0,0) e o afastamento superior do furo (+ 0,25) é maior que o afastamento inferior do eixo (+ 0,02). Logo, estamos falando de um ajuste incerto. Este nomeestá ligado ao fato de que não sabemos, de antemão, se as peças acopladas vão ser ajustadas com folga ou com interferência. Isso vai depender das dimensões efetivas do eixo e do furo.
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