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MÓDULO 3 SISTEMA ISOLADO 66 ENERGIA FOTOVOLTAICA No Módulo 2, tratamos de descrever o sistema conectado à rede de forma detalhada. Da mesma maneira, neste vamos acompanhar o mecanismo off-grid trabalhando de forma engrenada, assim como o funcionamento de seus três principais componentes, individualmente: • Controlador de carga • Conjunto de baterias • Inversor autônomo No final do módulo, será apresentado um exemplo de dimensionamento de bombeamento de água para irrigação em região próxima à Goiânia-GO. AULA 1 – QUANDO UTILIZAR UM SISTEMA OFF-GRID? Vamos utilizar o esquema a seguir para facilitar a visualização das etapas do sistema off-grid. Trata-se de um exemplo residencial para facilitar a comparação com um sistema conectado à rede. 67 ENERGIA FOTOVOLTAICA MECANISMO O sistema fotovoltaico off-grid residencial tem o mesmo princípio de funcionamento do sistema grid tie, com exceção do controlador de carga e das baterias. Não são obrigatórios esses dois equipamentos para configurar esse tipo de sistema, pois, dependendo do objetivo, pode-se conectar o módulo diretamente ao equipamento de uso, como uma motobomba. Vamos passo a passo: O módulo fotovoltaico capta a luz do Sol e a transforma em energia elétrica. TRANSFORMAÇÃO A energia produzida nos painéis é transmitida ao controlador de carga, que por sua vez é ligado às baterias. O controlador tem a função de evitar que as baterias sejam sobrecarregadas ou descarregadas profundamente e, assim, garantir que toda a energia produzida pelos painéis fotovoltaicos seja armazenada com eficácia e segurança. CONTROLE E ARMAZENAMENTO Após a passagem pelo inversor, a corrente alternada pode seguir para abastecer as tomadas da residência. INVERSÃO E CONSUMO 68 ENERGIA FOTOVOLTAICA O sistema isolado da rede, geralmente, é instalado em locais específicos que não têm rede de energia elétrica, tornando-se o modo mais viável e econômico para se obter energia. No desenho anterior, aparece a figura de um inversor autônomo, porém somente háhaverá necessidade deladesse aparelho se os equipamentos elétricos abastecidos forem de corrente alternada. Caso contrário, esse aparelho não há necessidade desse aparelhoserá necessário. Exemplos de uso: • Sistemas de bombeamento de água. • Eletrificação de cercas. • Geladeiras para armazenar vacinas. • Postes de luz. • Estações replicadoras de sinal. 69 ENERGIA FOTOVOLTAICA CASO DE SUCESSO Já escutou falar do programa “Luz para Todos”, do governo federal? No início dos anos 2000, foi criado um programa para levar energia elétrica a todos os quatro cantos do país. E adivinha qual opção tecnológica foi amplamente utilizada... Isso mesmo! Muitas distribuidoras que atendem às zonas rurais de Goiás e do Brasil adotaram os pequenos sistemas fotovoltaicos off-grid como solução, devido ao elevado custo de se levar infraestrutura de transmissão e distribuição de energia para comunidades distantes isoladas. ANÁLISE Um dos grandes poderes da energia solar é que ela está presente em cada peda- cinho do território goiano em abundância. Desde a capital goiana até o lugar mais longe e isolado do estado, essa tecnologia fotovoltaica tem total capacidade para gerar sua energia elétrica. Mas e se alguém quiser instalar um sistema off-grid no centro de Goiânia? 70 ENERGIA FOTOVOLTAICA Um ponto deve ficar claro: Em localidades próximas a aglomerações urbanas, utilizar um sistema autônomo é totalmente possível, porém não é nada atrativo economicamente falando. Isso porque, de antemão, sabemos que os custos de instalação e operação de um sistema assim são muito maiores do que o preço pago pela energia elétrica fornecida pela distribuidora do seu município para abastecimento de uma residência mediana. Um sistema fotovoltaico off-grid pode ser projetado para alimentar o mais complexo conjunto de equipamentos possível. Isso significa que, quanto maior a potência dos aparelhos a serem alimentados, e quanto maior o período de uso, mais energia será necessária para alimentar toda essa demanda. Seguindo esse raciocínio, logicamente, quanto maior o sistema projetado, maior será o desembolso econômico para a implantação. Produzir energia para um sistema de irrigação muito grande, por exemplo, torna-se totalmente inviável pelo alto custo. Assim, optar por um gerador a diesel ou gasolina pode ser uma alternativa bem mais barata do que uma opção fotovoltaica off-grid, principalmente por causa da quantidade de baterias necessárias (fator de custo preponderante) em um sistema isolado, utilizadas para manter o sistema de irrigação a pleno vapor. A grande vantagem do sistema off-grid é a autonomia. Ele conta com um banco de baterias, que tem como principal função manter o fornecimento de energia à noite e em períodos sem Sol — total independência! —, porém aí vai um ponto de atenção: Portanto, podemos concluir que é muito mais viável a alimentação de pequenas car- gas, como iluminação, telecomunicação e pequenos utensílios domésticos. 71 ENERGIA FOTOVOLTAICA AULA 2 – COMPONENTES > CONTROLADOR DE CARGA Sabemos que os painéis solares produzem eletricidade ao longo do dia, porém a geração oscila de acordo com o nível de irradiação solar, o que acaba impossibilitando o carregamento direto das baterias. Por esse motivo, para intermediar a operação, o controlador de carga se faz necessário. Irradiação solar é a Unidade de medida dada pela quantidade de radiação solar por unidade de área. Já sabemos que a função principal desse aparelho é controlar a variação de tensão entre os painéis solares e as baterias. Além dessa capacidade, alguns modelos de controladores atuam também em: Proteção contra corrente reversa, ou seja, desconexão dos painéis fotovoltaicos para prevenir perda de carga das baterias nos módulos solares durante a noite. CORRENTE REVERSA 72 ENERGIA FOTOVOLTAICA Desligamento da saída de corrente para evitar descarga das baterias abaixo de valores seguros. DESCARGA Medição digital ou analógica, com LEDs indicadores ou alarmes de advertência. MEDIÇÃO Proteção contra sobrecorrente por meio de fusíveis ou disjuntores. SOBRECORRENTE Há uma grande variação de aparelhos. Alguns possuem configuração manual e outros são totalmente automáticos, o que influencia, substancialmente, o custo. 73 ENERGIA FOTOVOLTAICA MUDAM OS TIPOS, MAS O FUNCIONAMENTO É O MESMO O circuito de um controlador de carga monitora a tensão entre as placas solares e a bateria, assim como entre a bateria e as cargas de uso, para determinar seu status de carregamento. Alguns circuitos internos dos controladores variam, mas a maioria lê a tensão para controlar a intensidade de corrente que flui para as baterias. Lembre-se: o regulador de carga é o cérebro do sistema off-grid. Ele é o responsável pela duração da vida útil do banco de baterias (componente mais caro do sistema). Se a bateria tiver um regime de carga e descarga adequado, certamente seu tempo de vida será o maior possível. CARACTERÍSTICAS O regulador de carga deve ser selecionado de acordo com as características de tensão e corrente dos demais equipamentos do sistema projetado. Todos devem “falar a mesma língua”, principalmente a bateria, pois um não existe sem o outro. Geralmente, as conexões desse equipamento são parecidas com a da figura a seguir: 74 ENERGIA FOTOVOLTAICA Fonte:https://www.neosolar.com.br/loja/controlador-de-carga-unitron-total-control-tc80-80w- 12v.htm • Local de entrada dos condutores positivo e negativo do painel solar. • Local de conexão dos condutores positivo e negativo do banco de baterias. • Local de saída de corrente contínua direta, caso necessário. Similar aos inversores on-grid, há duas tecnologias disponíveis no mercado, que fazem toda a diferença: • PWM (modulação por pulsos) – trabalha baseada na tensão da bateria. Normalmente é utilizada com painéis menores, de menor potência. • MPPT (ponto rastreadorde potência máxima) – extrai a máxima energia possível de um módulo solar por meio da alteração de sua tensão de operação para maximizar a potência de saída. Normalmente é utilizada com painéis maiores, de potência mais elevada. Exemplificando Suponha um painel fotovoltaico com potência de 160 Wp (watt-pico) ligado a uma bateria de 12 V. Pode ser que, em determinado momento, no painel, haja uma corrente de 8 amperes e uma tensão de 20 volts. https://www.neosolar.com.br/loja/controlador-de-carga-unitron-total-control-tc80-80w-12v.html 75 ENERGIA FOTOVOLTAICA Para calcular a potência de um aparelho, que é medida em watts (W), basta multiplicar a tensão, ou seja, a voltagem (110 V, 220 V), pela corrente, que é medida em amperes (A): tensão (V) x corrente (A) = potência (W) Na situação proposta, um regulador de carga modelo PWM: • Reduziria a voltagem de 20 volts para os 12 volts da bateria. • Manteria constante a corrente em 8 amperes. Logo, observamos que dos 160 W produzidos haveria uma transmissão para a bateria de somente 96 W (12 V x 8 A). Isso significa uma redução de 40%. Nessa mesma ocasião, um modelo controlador de carga MPPT: • Reduziria a voltagem de 20 volts para os 12 volts da bateria. • Elevaria a corrente em 13,3 A para alcançar a potência de pico do painel. Isto é, a potência seria transmitida integralmente para a bateria: 160 W = 12 V x 13,3 A Como a eficiência dos controladores não é de 100%, essa diferença não seria de 40%, como no exemplo; porém, sem dúvida nenhuma, ficaria em torno de 20%. 76 ENERGIA FOTOVOLTAICA Agora é colocar na ponta do lápis para saber se um controlador de carga MPPT, ou seja, um aparelho com maior eficiência, reduz o número de painéis dimensionados para justificar seu custo. AULA 3 – COMPONENTES > BATERIA Devemos saber que as baterias, seja- sejam de qual tipo forem, têm o papel de armazenamento de carga elétrica, tanto pensando em um automóvel, quanto num como em um nobreak ou sistema fotovoltaico. No caso de sistemas fotovoltaicosdes- tes, essa energia será guardada em baterias do tipo estacionárias (altamente recomendável) para, posteriormente, ser consumida no período noturno ou de elevada nebulosidade. BATERIAS ESTACIONÁRIAS × BATERIAS AUTOMOTIVAS As baterias estacionárias são muito parecidas com as automotivas, inclusive utilizam a mesma tecnologia de chumbo-ácido se olharmos por fora; porém, por dentro, têm modos de funcionamento bem distintos. 77 ENERGIA FOTOVOLTAICA Se cair na tentação de utilizar uma bateria automotiva, lembre-se de que a emissão de gases tóxicos nos veículos é rapidamente dissipada, pois a bateria fica debaixo do capô. No entanto, em outras situações, inclusive dentro de uma residência, esses gases ficam retidos, podendo ocasionar danos à saúde dos moradores. Algumas pessoas buscam nas baterias a alternativa para se desligarem da rede elétrica e garantirem a estabilidade no fornecimento de energia ou até mesmo a redução do seu consumo durante o horário de pico. Contudo é importante lembrar que uma bateria boa não é barata e não dura tanto tempo quanto um painel solar. Por isso é interessante, do ponto de vista econômico, adquirir baterias com alta carga de armazenamento para utilizar menor quantidade. Se o leitor deseja fazer testes e entender como funciona um sistema off-grid, pode até optar pela automotiva (mais barata no curto prazo). Porém, se deseja instalar um sistema fotovoltaico eficiente, não há dúvidas de que a estacionária é a melhor opção. 78 ENERGIA FOTOVOLTAICA • Feitas para atuar em movimento. • Projetadas para uso em veículos, no qual estão sempre carregadas (devido ao alternador) e fornecem um volume grande de energia em um curto período de tempo. • A descarga máxima projetada para a bateria automotiva é, em média, 10% de sua capacidade total. • Têm vida útil média de dois anos. BATERIAS AUTOMOTIVAS BATERIAS ESTACIONÁRIAS • Feitas para operarem sem movimentação. • Projetadas para suportar períodos longos de descarga e de corrente elétrica moderada. • Fabricadas com materiais mais nobres, feitos para durar mais tempo. • Têm vida útil média de 5cinco anos. Assim como o controlador de carga se assemelha ao cérebro do sistema off-grid, a bateria seria o pulmão. Conhecidas como baterias de ciclo profundo, possuem um período de uso médio de quatro anos e preços acessíveis. A diferença principal desse modelo é que possui placas bem grossas, conseguindo suportar níveis altos de descarga. BATERIAS COMUNS CARACTERÍSTICAS Entre as baterias do tipo estacionárias, os modelos mais comuns no mercado são: 79 ENERGIA FOTOVOLTAICA São baterias estacionárias ventiladas com eletrólito líquido (ácido sulfúrico diluído). Têm vida útil superior a 10 anos (excelente) e preços razoáveis. Por serem ventiladas e liberarem gás, deve-se realizar manutenção preventiva para a reposição de água. É importante utilizá-las em locais apropriados para não correr riscos de explosão. BATERIAS OpzS São reguladas à válvula e pela recombinação interna de gases, ou seja, a bateria não permite passagem significativa de qualquer elemento de dentro para fora nem de fora para dentro. Além disso, não necessita de nenhum tipo de manutenção interna. BATERIAS VLRA Possuem vida útil superior a 10 anos. Esse modelo de bateria tem uma elevada resistência a temperaturas extremas, vibrações e choques mecânicos, e seu valor de investimento é alto em relação às anteriores. BATERIAS AGM A vida útil destas também é superior a 10 anos e elas são muito usadas, principalmente, para sistemas solares fotovoltaicos em locais de grande movimentação, uma vez que o gel dá boa estabilidade durante as movimentações. BATERIAS DE GEL 80 ENERGIA FOTOVOLTAICA EXEMPLIFICANDO Ao escolher o tipo de bateria a utilizar, devem-se reparar alguns dados importantes, principalmente: Mas o que significa, para um simples consumidor, uma bateria de 220 Ah / 10 h (descrição na etiqueta)? Significa dizer que ela tem a capacidade de transmitir uma corrente de 22 A dentro do período de 10 horas. Obviamente, se aumentarmos a corrente, o tempo diminuirá, assim como a vida útil da bateria. Em geral, a corrente no sistema deve ser por volta de 10% da corrente nominal da bateria. Mas quantas baterias eu deveria utilizar? Ótima pergunta! A resposta é: depende de qual é o objetivo. Se a meta é reduzir por completo a quantidade de energia que você usa da concessionária, mas sem se desconectar da rede, simplificadamente temos a seguinte conta: 81 ENERGIA FOTOVOLTAICA Na verdade, a resposta para a pergunta anterior deve ser: BATERIAS DE GEL Uma casa média consome, usualmente, 15 kWh/dia, com 70% desse consumo ocorrendo no fim de tarde e durante a noite (é claro que, se você tiver uma casa de padrão elevado, o consumo será maior). Dessa forma, podemos assumir que a residência vá precisar comprar 70% de sua energia da rede, aproximadamente 10,5 kWh por dia. Nesse caso, por exemplo, a Powerwall 2 da Tesla daria conta do recado, pois possui capacidade para 13,5 kWh. Powerwall é uma bateria fabricada pela empresa norte-americana Tesla que possui elevadíssima capacidade de armazenamento e já vem com um inversor integrado ao equipamento. É impossível dimensionar a quantidade de baterias necessárias sem uma compreensão detalhada do seu perfil de consumo de energia. AULA 4 – COMPONENTES > INVERSOR Já estudamos no módulo sobre os sistemas on-grid, bem como o que é e para que serve um inversor grid tie. Em sistemas off grid, o inversor autônomo tem papel semelhante, porém mais simples, ou seja, serve basicamente para: • inversão de corrente contínua (CC) para corrente alternada (CA); • mudança das tensões de bateria, normalmente em 12 V, para 110 V / 220 V. 82 ENERGIA FOTOVOLTAICA Além dessas funções, a máquina protege o sistema contra subtensão, sobretensão, curto-circuito na saída e sobreaquecimento. É importanteressaltar que: O inversor deve ser ligado diretamente aos bornes das baterias, pois, na partida de certas cargas, as correntes solicitadas pelo inversor são altas para o controlador de carga, podendo danificá-lo. Ao contrário de inversores grid tie, o inversor off-grid não demanda registro obrigatório no Inmetro. Isso não significa que se deve utilizar um aparelho qualquer, mas sim que há outras marcas de qualidade disponíveis no mercado. 83 ENERGIA FOTOVOLTAICA Em sistemas de alta tensão, o inversor utiliza baterias ligadas em série com voltagem superior a 300 VDC. Para microinversores dedicados a motores, é aconselhável o uso de tecnologia soft start, ou seja, que dá partida no motor elétrico com uma velocidade mais baixa e vai acelerando com o tempo, chegando à plena carga em menos de 30 segundos. A grande vantagem desse método é que evita o pico de corrente, melhorando a eficiência e o tempo de vida de todo o sistema. Em propriedades isoladas, podemos citar seu uso em postes de iluminação solar, sistemas de rádio transmissão, telefones de emergência e estações meteorológicas. 84 ENERGIA FOTOVOLTAICA CARACTERÍSTICAS Assim como os demais equipamentos formadores do sistema off-grid, o inversor autônomo possui uma série de propriedades que devem ser levadas em conta no seu dimensionamento, como: Potência nominal Potência para a qual o aparelho é dimensionado, ou melhor, potência que o inversor é capaz de entregar permanentemente. Para uma boa eficiência operacional, deve-se escolher sempre um inversor de potência nominal superior à potência total necessária para alimentar as cargas. Capacidade de sobrecarga Atribuição para transmitir potência superior à nominal durante um curto período. Rendimento / eficiência Relação entre as potências de entrada e saída. O rendimento de um inversor não é constante, variando de acordo com a potência consumida. A eficiência dos inversores, geralmente, varia de 70% a 99,5%. O ideal é dimensionar o inversor para ter uma eficiência acima dos 90%. Autoconsumo Em função similar à de um sensor de presença, é esperado que os inversores sejam capazes de arrancar, automaticamente, quando for detectada alguma carga e de se desligarem quando perceberem que não há cargas ativas à sua saída. Porém, mesmo inativo, o inversor tem um autoconsumo, normalmente no valor de 2% da potência nominal de saída. Forma de onda É uma representação gráfica que demonstra a maneira como a energia evolui ao longo do tempo, com suas variações nos valores de tensão. A onda de energia que é transmitida pela rede elétrica, provida pela concessionária, é do tipo senoidal, ou seja, é uma onda pura e harmônica. Para que seu sistema fotovoltaico tenha uma energia de qualidade, dê preferência a inversores de onda senoidal! Embora mais caros, são bem superiores a modelos que têm onda senoidal modificada, por exemplo. 85 ENERGIA FOTOVOLTAICA AULA 5 – EXEMPLO DE APLICAÇÃO OFF-GRID A utilização de sistemas de bombeamento de água em locais remotos, distantes da rede elétrica convencional, é uma excelente opção, pois eles possuem longa vida útil, baixa manutenção e fácil instalação. Tratando-se de uma propriedade rural, o bombeamento de água solar oferece diversas opções, como: • Sistemas de reuso de água de chuva. • Abastecimento de água para bebedouro animal. • Abastecimento de caixas-d’água. • Abastecimento para irrigação de lavoura. • Abastecimento de água para comunidades isoladas. Para cada finalidade de uso, há um tipo de bomba que a atende de maneira mais adequada, seja ela: • bomba de diafragma – com motores de corrente contínua; • bomba d’água Anauger Solar – com motores de corrente alternada; • bombas centrífugas e helicoidais – com motores de corrente contínua ou alternada. 86 ENERGIA FOTOVOLTAICA É o tipo da bomba (potência, vazão necessária e irradiação solar local) a utilizar que servirá de base para o dimensionamento de todo o sistema. Neste exemplo, vamos instalar uma bomba centrífuga trifásica de corrente alternada, com potência de 2,5 CV, para abastecer o reservatório central elevado de uma fazenda. Quantos painéis utilizar? Qual inversor? Para responder a essas perguntas, acompanhe os passos a seguir: POTÊNCIA DA BOMBA A bomba citada possui os seguintes dados: • potência: 2,5 CV; • vazão máxima: 6,5 m³/h (Pressão: 46 mca); • vazão mínima: 1,5 m³/h (Pressão: 119 mca). Primeiramente, encontramos a potência da bomba em kW, ou seja, 1,85 kW. Explico: • 1 CV tem 0,74 kW, logo, fazendo a operação (2,5 CV x 0,74), chegamos ao resultado apresentado. 87 ENERGIA FOTOVOLTAICA Há bombas d’água em corrente contínua, específicas para uso em sistemas de energia solar fotovoltaicos, que podem ser ligadas diretamente ao painel solar, já outras de corrente alternada, como neste exemplo, precisam de um inversor para funcionar adequadamente. POTÊNCIA DO INVERSOR Temos no mercado várias opções de inversores off-grid. Muitos deles já são bem conhecidos para atividades de irrigação e abastecimento de água para pecuária. Neste caso, vamos utilizar um inversor trifásico com potência nominal de 2,2 kW, pouco acima da potência da bomba d’água, como é aconselhado. Características do modelo escolhido: • corrente nominal de saída: 10 A; • tensão de entrada: 300-750 VCC; • tensão de operação recomendada: 550 VCC; • peso: 4,6 kg; • temperatura de trabalho: de -10 °C a 40 °C. VCA ou VAC: tensão em corrente alternada VCC ou VDC: tensão em corrente contínua 88 ENERGIA FOTOVOLTAICA QUANTIDADE DE PAINÉIS Primeiramente, escolhemos a potência do painel que melhor se encaixa na situação do produtor. Vamos utilizar painéis de 330 W, os quais têm uma tensão de 37 V. Dados: • número de células: 72; • dimensões: 1.960 x 992 x 35 mm; • peso: 22,4 kg. Portanto, de posse dessas informações, podemos calcular a quantidade de painéis com o seguinte raciocínio: Para alcançar uma tensão de trabalho próxima aos 550 V do inversor, devemos fazer a divisão de 550 por 37, o que nos retorna um valor de, aproximadamente, 14 painéis solares. Seria viável utilizar esse conjunto de equipamentos? Talvez fosse melhor outro tipo de painel? 89 ENERGIA FOTOVOLTAICA O sistema isolado parece solucionar grandes problemas quando estamos falando de lugares afastados e longe das redes de distribuição, não é? Acesse o curso no AVA e assista a um vídeo para entender melhor as características desse sistema. Com certeza, há modelos prontos no mercado disponíveis para operar de maneira mais prática. O exemplo serve, somente, para mostrar um raciocínio básico para você. Podemos, também, adicionar baterias e controlador de carga para o sistema, mas esse assunto merece uma explicação mais detalhada e extensa. 90 ENERGIA FOTOVOLTAICA ATIVIDADES DE APRENDIZAGEM Convidamos você a fazer as atividades de aprendizagem referentes ao Módulo 3. Leia com atenção os textos antes de responder às perguntas. Você pode conferir as questões do módulo aqui na apostila, mas lembre-se de que deverá acessar o AVA e enviar suas respostas obrigatoriamente por lá. Você terá duas tentativas, e o próximo módulo só será liberado após a conclusão da atividade. Questão 1 | Em uma situação em que o sistema conectado à rede de uma residência tenha demonstrado problema no funcionamento do seu inversor grid tie, podemos solucionar o problema: a) Trocando o inversor grid tie por um inversor autônomo. b) Trocando o inversor grid tie por um inversor interativo. c) Redimensionando o controlador de carga. d) Aumentando o número de módulos fotovoltaicos no telhado. Questão 2 | Dentro de um sistema fotovoltaico autônomo, a bateria é o equipamento mais dependente do controlador de carga. Por quê? a) Porque o controlador regula a tensão de entrada na bateria e, automaticamente, sua carga e sua descarga. b) Porque ela possui um sistema de autocontrole ligado ao controlador. c) Porque, se não houvesse o regulador,a bateria duraria muito mais tempo. d) Porque é a bateria que determina a tensão que chega ao controlador. Questão 3 | É recomendável o uso de baterias estacionárias para sistemas fotovoltaicos on-grid, pois: a) São dimensionadas para trabalhar em movimento. b) São projetadas para trabalhar sem movimentação. c) Fornecem grande quantidade de energia em um curto espaço de tempo. d) Podem se recarregar automaticamente. ecm_n Destacar ecm_n Destacar ecm_n Destacar 91 ENERGIA FOTOVOLTAICA Questão 4 | Em um sistema isolado, um produtor utiliza um inversor autônomo importado não homologado pelo Inmetro. Isso quer dizer que: a) Esse sistema está ilegal à luz das leis brasileiras. b) O produtor pode ter optado por outro inversor de alta qualidade, mas que ainda não foi homologado pelo instituto. c) O produtor pode ser multado pelos órgãos competentes. d) Não é autorizada a venda desse produto em território nacional. Questão 5 | Em um sítio que possui um poço semiartesiano, haverá a instalação de um sistema de bombeamento de água diretamente da bomba nos painéis. Pode-se afirmar que a bomba d’água será do tipo: a) Diafragma submersa 5.000 L/dia. b) Anauger 8.600 L/dia. c) Anauger 1.000 L/ hora. d) Anauger 800 L/ hora. ecm_n Destacar ecm_n Destacar
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