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20231-E231045_ Unidade 1

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20/03/2023, 21:28 Ead.br
https://ambienteacademico.com.br/mod/url/view.php?id=839870 1/27
FILOSOFIA DO DIREITO EFILOSOFIA DO DIREITO E
DIREITOS HUMANOSDIREITOS HUMANOS
Me. Christiane Singh Bezerra Bou Khezam
IN IC IAR
20/03/2023, 21:28 Ead.br
https://ambienteacademico.com.br/mod/url/view.php?id=839870 2/27
introdução
Introdução
Nesta unidade, serão trabalhados aspectos do espírito �losó�co greco-
romano e o despertar de justiça a partir da perspectiva so�sta, destacando o
relativismo da justiça.
Na sequência será tratado o conceito de ética, educação, virtude e obediência
a partir das ideias de Sócrates, apresentando uma distinção desses conceitos
em relação ao pensamento de Platão, bem como as espécies de justiça
segundo Aristóteles, e a ética e justiça no pensamento de Cícero.
Em seguida, será analisado o conceito de justiça na idade média a partir do
pensamento de Santo Agostinho e Tomás de Aquino. E, para �nalizar a
unidade e ingressando no universo do pensamento jus�losó�co moderno,
faremos uma breve análise do racionalismo contratualista e a ruptura com a
visão teocrática medieval a partir do jusnaturalismo de Kant, com especial
destaque para a análise do conceito de moralidade, justiça e direito no
pensamento Kantiano.
20/03/2023, 21:28 Ead.br
https://ambienteacademico.com.br/mod/url/view.php?id=839870 3/27
A palavra justiça acompanha a humanidade desde as mais antigas civilizações,
trata-se de um termo que admite diversos signi�cados e todos esses variam
de acordo com o tempo e com o grau de evolução e cultura da sociedade,
certo é que a compreender o alcance e signi�cado da palavra justiça sempre
foi um desa�o para os �lósofos mundiais.
Mas exatamente quando a justiça tornou-se objeto de estudo e discussões na
sociedade?
A resposta para esse questionamento, obviamente, não é exata, mas a partir
de uma análise histórica, Dias destaca que
A questão do justo e do injusto não foi objeto da re�exão �losó�ca
entre os pré-socráticos, entre os quais dominava a preocupação
cosmológica, isto é a análise de questões relativas aos fenômenos
meteorológicos, dos astros, do céu, bem como a análise de
questões relativas à natureza: a origem de tudo o que existe, as
causas das ocorrências naturais. No século V a. C. surge o
movimento sofístico, que rompe com a tradição �losó�ca pré-
O Espírito Filosó�co Greco-O Espírito Filosó�co Greco-
Romano e o Despertar daRomano e o Despertar da
JustiçaJustiça
20/03/2023, 21:28 Ead.br
https://ambienteacademico.com.br/mod/url/view.php?id=839870 4/27
socrática. (...) as atenções voltam-se para questões que envolvem
as ações humanas, tais como, discussões políticas, problemas
sociais (DIAS, 2010, p. 84).
Nesse contexto, então, começam a desenvolverem-se as primeiras discussões
envolvendo a ideia de justiça, que sempre esteve relacionada aos conceitos
de ética, educação, moral e política.
Uma característica importante dos so�stas é a negativa da existência de um
critério estável e geral, inaugurando, assim, o relativismo, que se fundamenta
no fato de que  “Nada existe que possa ser conhecido; se pudesse ser
conhecido não poderia ser comunicado, se pudesse ser comunicado não
poderia ser compreendido” (MARCONDES, 2004, p. 44).
Observe que o pensamento so�sta relativiza conceito promovendo a
possibilidade de discutir as questões na perspectiva dos acontecimentos.
Esse pensamento se opõe ao pensamento de Sócrates e Platão, que foram
ferrenhos opositores ao pensamento so�sta, uma vez que para estes, não
existe verdade absoluta, toda verdade era relativa na medida em que estão
condicionadas às circunstâncias.
Na visão de Sócrates, a justiça tem um signi�cado verdadeiro e de�nitivo,
diferentemente do pensamento so�sta que, conforme demonstrado acima,
relativizou essa premissa.
O estudo do conceito de justiça nos remete à análise de alguns outros
conceitos que são fundamentais para compreender a concepção ampla de
justiça.
Nesse sentido é importante analisar o conceito de ética, que na concepção de
Sócrates está vinculada ao conhecimento, uma vez que é ele a base do agir
ético. Para Sócrates, o erro é a consequência da ignorância, portanto, a
educação leva à virtude e, como consequência, o saber ético.
Na visão de Sócrates, ética, educação e virtude são conceitos que se
relacionam e, assim, conduzem a obediência, de modo que não podem ser
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https://ambienteacademico.com.br/mod/url/view.php?id=839870 5/27
analisados de forma isolada.
Nessa linha merece destaque também a contribuição de Platão, discípulo de
Sócrates. Para Platão, que tratou com muito propriedade dos conceitos de
Justiça, direito e política, destacando que a justiça é uma virtude da cidadão
que deve ser constantemente aperfeiçoada, isso se deve ao fato de que a
adequação do comportamento individual às normas sociais e aos padrões
preestabelecidos pela sociedade mostra-se, desde as mais antigas civilizações,
um desa�o e esse, na visão tanto de Sócrates como de Platão, é o cerne do
conceito de obediência.
saiba mais
Saiba mais
Para compreender a relevância do
pensamento de Sócrates para a consolidação
de conceitos como Ética, Moral e Justiça leia o
ensaio publicado por Alessandro M.
Medeiros no site “Saber Político”, nele o autor
aborda os conceitos Socráticos sobre ética,
destacando que esta é fundada na ideia de
valor, desenvolver ainda uma importante
explanação sobre a concepção de valores
segundo Sócrates e do que seria considerado
uma conduta virtuosa ou não, assim,
partindo dessas indagações, trata do
conceito de justiça, moral, política e ética e
permite em breve linhas que o leitor
compreenda quais as bases do pensamento
de Sócrates, tão fundamental para a
compreensão dos problemas da sociedade
pós-moderna e para o efetivo entendimento
do fundamento dos direitos humanos.
ACESSAR
https://www.sabedoriapolitica.com.br/products/a-etica-socratica/
20/03/2023, 21:28 Ead.br
https://ambienteacademico.com.br/mod/url/view.php?id=839870 6/27
atividade
atividade
Nas palavras de BOFF, “A ética é parte da �loso�a. Considera concepções de fundo,
princípios e valores que orientam pessoas e sociedades”. Com base nesse conceito
assinale a alternativa correta quanto à relação entre ética e moral.
BOFF, L. Ética e Moral. América Latina em Movimento , jul. 2003. Disponível em: <
https://www.alainet.org/pt/active/4005 >. Acesso em: 27 mar. 2019.
a) A ética pode ser compreendida como ciência da moral, sendo que um de
seus grandes problemas é o relativismo moral, já que é determinada pela
cultura, enquanto que a ética é considerada objetiva é universal.
b) Mesmo sendo universal, a moral é estática, constituída de preceitos
concretos, objetivos e não relacionados aos aspectos culturais, sociais ou de
determinados grupos.
c) A moral pode ser compreendida como a área da �loso�a que investiga o
agir humano na perspectiva de valores, que o indivíduo traz consigo e por
isso é singular.
d) A sociologia é a ciência responsável pelo estudo da moral e da ética, seus
estudos permitem relativizar os valores éticos, pois esses são mutáveis na
medida que são preceitos coletivos.
e) Na perspectiva do estudo da ética, um dos grandes problemas é o
relativismo, fundado em seu caráter subjetivo, pessoal e restrito a um grupo
muito pequeno de indivíduos, não aplicando-se à coletividade.
https://www.alainet.org/pt/active/4005
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https://ambienteacademico.com.br/mod/url/view.php?id=839870 7/27
Nos próximos tópicos, vamos conhecer um pouco mais sobre a perspectiva
de Platão, Aristóteles e Cícero a respeito da Política, Direito, Justiça e Ética.
Platão: Política, Direito e Justiça
A palavra justiça acompanha a humanidade desde as mais antigas civilizações,
trata-se de um termo que admite diversos signi�cados e todos esses variam
de acordo com o tempo e com o grau de evolução e cultura da sociedade.
Certo é que a compreender o alcance e signi�cado da palavra justiça sempre
foi um desa�o paraos �lósofos mundiais.
Política, Direito, Justiça ePolítica, Direito, Justiça e
Ética na Perspectiva doÉtica na Perspectiva do
Pensamento de Platão,Pensamento de Platão,
Aristóteles e CíceroAristóteles e Cícero
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Platão, assim como Aristóteles, reconhece a ética e a política como ciência,
sendo a ética relacionada com a moral individual, enquanto que a política
relaciona-se com a moral coletiva.
Na visão de Platão a política não é para todos, sendo que por essa razão a
administração das cidades deveria �car a cargo dos �lósofos, por serem estes
considerados mais capacitados. Sob a ótica de Platão, a política por ser uma
ciência que ordena a ética coletiva, seria o único meio de corrigir as injustiças.
A ideias de Platão sobre política, educação e justiça, conforme destaca
Menescal (2009, p. 20) foram de grande importância e deram origem a um
projeto político fundado em suas decepções com os modelos de governos
democráticos e também nas ações dos governos da época.
É interessante observar que nos dias atuais o que se observa é exatamente o
inverso, a política tornou-se, em verdade, o mecanismo promotor das
injustiças perpetradas contra a sociedade, o que gera a mais diversa afronta
aos direitos e o desequilíbrio social.
Aristóteles: A Justiça e suas Espécies
Figura 1.1 - Platão
Fonte: Marinos Karafyllidis / 123RF.
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https://ambienteacademico.com.br/mod/url/view.php?id=839870 9/27
A sociedade Grega antiga foi fundada no conceito de justiça, que Aristóteles
deve ser compreendido também sob a perspectiva da injustiça, desse modo
“a justiça é a disposição da alma que graças à qual elas dispõem a fazer o que
é justo, a agir justamente e a desejar o que é justo; de maneira idêntica, diz-se
que a injustiça é a disposição da alma de graças à qual elas agem
injustamente e desejam o que é injusto” (ARISTÓTELES, 1996, p. 193).
Nesse momento, nos interessa, especialmente, as espécies de justiça
desenvolvidas por Aristóteles, segundo o qual a Justiça é absoluta ou
particular, sendo que a justiça particular classi�ca-se em: Justiça Distributiva,
Corretiva e Recíproca.
Assim a justiça distributiva vincula-se à ideia de proporcionalidade, sendo que
o que viola essa proporcionalidade torna-se injusto.
A justiça corretiva por sua vez, visa corrigir a injustiça, por isso é fundada na
ideia de compensação.
Ética e Justiça no Pensamento de Cícero
O pensamento de Cícero foi in�uenciado pelos ensinamentos de Platão e dos
Estoicos, para ele a Justiça é fonte primordial dos deveres, além de ser uma
Figura 1.2 - Aristóteles
Fonte: Cosmin Danila / 123RF.
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virtude.
Toda a concepção de justiça para Cícero é alicerçada em valores e relaciona-
se de forma muito íntima com preceitos éticos. Neste sentido, Cícero a�rma
que “o alicerce da justiça é a boa-fé, ou seja, a sinceridade nas palavras e a
lealdade das convenções”. (2007, p. 37).
Observa-se que a ideia de justiça de Cícero também é in�uenciada pelos
conceitos Aristotélicos, especialmente com relação à compreensão de que a
lei não é um valor, mas sim uma razão que emana do ser, o que demonstra
inclusive o quanto os princípios e valores da pós modernidade são
in�uenciados por esse pensamento. Pensando na construção histórica dos
direitos humanos, observa-se claramente a in�uência dessa ideia de boa-fé e
ética como valores que devem nortear o ordenamento jurídico.
Figura 1.3 - Cícero
Fonte: Cristiano Fronteddu / 123RF.
20/03/2023, 21:28 Ead.br
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atividade
atividade
A partir da perspectiva do espírito �losó�co greco-romano, especi�camente na visão
Aristotélica, assinale a alternativa que corresponde ao conceito de Justiça traçado
pelo autor em sua obra “Ética a Nicômoco”:
a) Justiça caracteriza-se pela disposição pelo meio da qual as pessoas atuam
justamente e tenham como desejo o justo.
b) Justiça é um valor, por essa razão nunca é completa, seu conceito é
sempre aberto e admite muitas variações.
c) A justiça é sempre igual para todos, não existe, na visão de Aristóteles,
justiça proporcional.
d) O conceito de justiça distributiva é negado por Aristóteles, que entende
que a justiça é única e nunca proporcional.
e) A justiça e a lei, na visão de Aristóteles, são conceitos distintos e não se
relacionam.
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A Idade Média �cou marcada como um período sombrio, quando o
pensamento era in�uenciado pelos dogmas da Igreja e a existência humana
ditada por tais dogmas. Assim, todos os pensamentos, conceitos e ações
gravitavam em torno da ideia teocêntrica vigente naquele período.
Conceitos como moral, ética e justiça estavam condicionados ao poder divino
e dele resultaram, não havia liberdade de pensamento e nem tampouco
valorização do homem ou daquilo que era terreno. Toda essa sistemática
in�uenciou obviamente o pensamento jus�losó�co desse período e norteou
tudo o que foi produzido pelos pensadores de então.
A Justiça em Santo Agostinho
Para falar da justiça na concepção de Santo Agostinho é preciso retomar,
ainda que de forma breve, a seus antecessores, assim, conforme
anteriormente visto, desde Sócrates, passando por Platão, Aristóteles e Cícero
a ideia de justiça esteve presente e sua essência sempre atrelada a concepção
de ética.
O PensamentoO Pensamento
Jus�losó�co da IdadeJus�losó�co da Idade
MédiaMédia
20/03/2023, 21:28 Ead.br
https://ambienteacademico.com.br/mod/url/view.php?id=839870 13/27
Nesse sentido, a ideia de justiça esboçada por Santo Agostinho sofreu
in�uência do pensamento �losó�co greco-romano, representado por
Sócrates, Platão, Aristóteles e Cícero e também pelo pensamento judaico
cristão. Sendo que a partir desses preceitos, Santo Agostinho trata da
concepção de justiça através da compreensão de que a partir do
conhecimento das verdades eternas o homem pode de�nir o que é justo,
conforme explica Mattos
Há, na concepção agostiniana de justiça, a ideia de equilíbrio entre
a vida exterior e interior dos homens, isto é, antes de ser uma
virtude social, a justiça realiza-se no interior dos humanos, numa
relação de obediência e submissão à vontade divina (MATTOS,
2016, p. 106)
Nesta perspectiva, a concepção de justiça para Santo Agostinho é inspirada
nas Cartas de São Paulo aos Apóstolos, que prega o amor ao próximo e a
obediência a Deus como a fórmula para o homem agir em conformidade com
a justiça.
Figura 1.4 - Santo Agostinho
Fonte:  Tetraktys /  Wikimedia Commons.
20/03/2023, 21:28 Ead.br
https://ambienteacademico.com.br/mod/url/view.php?id=839870 14/27
São Tomás de Aquino: o Tratado das Leis e
da Justiça
O conceito de justiça na perspectiva de São Tomás de Aquino é fundado na
concepção por ele inaugurada de realismo jurídico, baseado na ideia de que o
direito é objeto da justiça e nessa medida ordena ao homem o que diz
respeito outro. Essa premissa nos remete à ideia de igualdade, seguindo essa
perspectiva, Souza e Pinheiro, ao analisarem a obra de São Tomás de Aquino,
explicam que
Para proceder tal atribuição do justo é necessária, portanto, uma
concepção de igualdade. Então, conclui Tomás de Aquino, o
fundamento da igualdade caracteriza o direito. A igualdade pode
ser em virtude da natureza da coisa ou pode ser uma igualdade
convencional (por uma convenção pública ou particular). Quando o
justo se funda em uma igualdade que não depende da vontade
humana (quer de um indivíduo, quer de um povo), trata-se do
direito natural. Quando, por outro lado, o justo decorre de uma
convenção, tem-se o direito positivo (SOUZA; PINHEIRO, 2016, p.
71).
Figura 1.5 - São Tomás de Aquino
Fonte:  18th-century Portuguese School / Wikimedia Commons.
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https://ambienteacademico.com.br/mod/url/view.php?id=83987015/27
Importante destacar que a partir dessa análise do pensamento de São Tomás
é possível estabelecer a relação existente entre direito e justiça, que
pressupõe outros valores que vão de encontro, por exemplo, com as teorias
inauguradas mais tarde pelas escolas jus�losó�cas. Representantes do
pensamento moderno que se debruçaram sobre a questão da utilidade do
direito positivo e direito natural já na perspectiva da tutela dos direitos
humanos que, como se pode perceber, foi in�uenciado pelos conceitos
lançados por São Tomás.
20/03/2023, 21:28 Ead.br
https://ambienteacademico.com.br/mod/url/view.php?id=839870 16/27
atividade
atividade
Para  Santo Agostinho, “é justa a alma que segundo os ditames da ciência e da razão
dá a cada um o que a cada um pertence, na vida e nos costumes” (SANTO
AGOSTINHO, 1998).
SANTO AGOSTINHO. A Graça I : O Espírito e A Letra (De Spiritu et Littera). São Paulo:
Paulus, 1998.
Com base nesse conceito, assinale a alternativa correta.
A partir da a�rmativa apresentada, assinale a alternativa correta:
a) A justiça humana é relativa, temporal e mutável, diferente da justiça divina
que é plena.
b) A de�nição do que é justo provém de um pensamento racional e tangível,
portanto, só existe justiça divina.
c) A justiça feita pelos homens é a única que existe e não está vinculada a
autoridade divina.
d) A razão humana determina o que é justo ou injusto, logo, não está
vinculado a autoridade divina.
e) A justiça divina e a justiça dos homens são relativas, temporais e mutáveis,
portanto é sempre relativa.
20/03/2023, 21:28 Ead.br
https://ambienteacademico.com.br/mod/url/view.php?id=839870 17/27
O pensamento que norteou os jus�lósofos modernos, foi no sentido de
romper com as amarras impostas pela religião à sociedade e com o
pensamento medieval de trazer o indivíduo como um protagonista do ideal de
justiça, direito e moral, rompendo desse modo com a visão teocrática até
então vigente na sociedade.
A Passagem da Visão Teocrática Medieval
para a Modernidade
Na idade média não havia espaço para questionamentos sobre a relação
entre sujeito e sociedade, pois a sociedade se organizava segundo regras
criadas a partir da concepção teocrática, onde os governantes eram
representante de Deus na terra e assim agiam em seu nome, de modo que
questionar suas regras era o mesmo que questionar a autoridade divina.
Nesse cenário, a Europa do �nal do século XV, com o objetivo de manter a
monarquia, cometeu muitas atrocidades, como perseguições políticas,
O PensamentoO Pensamento
Jus�losó�co ModernoJus�losó�co Moderno
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https://ambienteacademico.com.br/mod/url/view.php?id=839870 18/27
utilização de tortura, penas cruéis e todo o tipo de atrocidades contra o ser
humano (CASADO FILHO, 2012).
Nesse período, a visão de igualdade era relativizada e em nada se aproximava
ao que temos hoje. A sociedade era dividida em nobreza, clero e povo, o que
já deixava muito claro a ausência de direitos, já que nem todos os direitos
eram garantidos a todos os cidadãos.
Diante de todo esse cenário de abuso cometido pela monarquia, surgem as
ideias iluministas, que colocam em xeque esse poder absoluto e desmedido
exercido pelos reis. Os iluministas questionaram, de forma veemente, o
pensamento medieval, se contrapondo, inclusive, às concepções católicas
reinantes, até então, para combater a ideologia de supremacia da fé sobre a
razão.
Questionou-se, ainda, o poder absoluto dos reis, como uma concessão divina
e, obviamente, abriu espaço para um pensamento humanizado, voltado para
o fato de que o homem deveria ser o centro do universo e não o divino. Essa,
certamente, foi, e ainda é, uma grande contribuição do iluminismo em
matéria de consolidação do conceito de direito humanos.
Nesse contexto merece destaque o pensamento de Kant sobre moralidade,
justiça e direito, sendo que para ele a liberdade é o primeiro bem que deve
ser garantido ao indivíduo, de modo que ninguém precisa de regras escritas
para decidir entre o bem e o mal pois todo ser humano é dotado de razão e
portanto, tem capacidade de discernir entre o certo e o errado.
Assim, Kant determinou a ação dos indivíduos a partir de seus imperativos
categóricos, que consistem em determinar
a ação dos indivíduos através da premissa e de uma máxima que o
agente daquela determinada sociedade executa esta ação baseada
no que ele quer ver transformado em lei universal. Ou seja, ele age
de acordo com o que ele gostaria que fosse feito a todas as outras
pessoas. Ou aquela frase de senso comum de não fazer para os
outros o que você gostaria que não �zessem para você (BOREGAS;
RÊGO, 2016, p. 5).
20/03/2023, 21:28 Ead.br
https://ambienteacademico.com.br/mod/url/view.php?id=839870 19/27
Assim, para Kant a função do direito é a de garantir a liberdade dos indivíduos
que seriam regidos por suas regras morais e assim a justiça se consolidava.
20/03/2023, 21:28 Ead.br
https://ambienteacademico.com.br/mod/url/view.php?id=839870 20/27
atividade
atividade
Sobre os imperativos hipotéticos e categóricos de Kant, assinale a alternativa
correta.
a) Os imperativos hipotéticos correspondem à relação que se estabelece
entre a lei e a vontade dirigida a um �m real ou possível.
b) O imperativo categórico corresponde a relação entre a lei e a vontade de
alcançar um determinado �m.
c) A relação entre a lei e vontade dirigida para alcançar um �m real,
correspondem ao imperativo hipotético.
d) O imperativo categórico é representado pela ação necessária em si
mesma, voltada para um �m impossível de ser realizado.
e) Não existe relação nos imperativos categóricos e hipotéticos com a lei
objetiva..
20/03/2023, 21:28 Ead.br
https://ambienteacademico.com.br/mod/url/view.php?id=839870 21/27
reflita
re�ita
O Estado Brasileiro passa por uma crise política seríssima com
consequências sociais igualmente sérias que comprometem a
efetivação dos direitos fundamentais do cidadão da justiça,
seja pela impunidade, ou pela morosidade do Estado. Esses
acontecimentos demonstram que a noção de ética, justiça e
política está em crise, o que nos remete a uma re�exão: a
partir das lições de Platão o que falta para o Estado Brasileiro?
20/03/2023, 21:28 Ead.br
https://ambienteacademico.com.br/mod/url/view.php?id=839870 22/27
indicações
Material
Complementar
FILME
Justiça para todos
Ano: 1979
Comentário: O �lme aborda de forma bem clara os
desa�os enfrentados pelo pro�ssional do direito em
conciliar seus preceitos éticos e morais e promover a
defesa do interesse de seu cliente, expõe as mazelas do
poder judiciário e nos leva a re�exão de que elas são
tão antigas quanta a própria ideia de justiça.
É possível perceber no �lme o tênue limite que se
estabelece entre moralidade e imoralidade, legalidade e
ilegalidade e demonstra bastante atual o pensamento
de Kant acerca dos preceitos morais e éticos.
20/03/2023, 21:28 Ead.br
https://ambienteacademico.com.br/mod/url/view.php?id=839870 23/27
TRA ILER
LIVRO
Um Mestre no O�ício: Tomás de Aquino
Carlos Arthur Ribeiro do Nascimento
Editora: Paulus Editora
ISBN: 978-8534933186
Comentário: O Livro traz a bibliogra�a de Tomás de
Aquino, tratando sua vida de frade dominicano e
docente da doutrina cristã, permitindo uma visão bem
real da contribuição de Tomás de Aquino para o
estabelecimento do conceito de justiça e ética. Na
segunda parte do livro o autor faz uma minuciosa
análise da obra “Suma de teologia” que é considerada
uma obra referência para iniciantes da teologia e que
concentra importantes conceitos para a �loso�a.
20/03/2023, 21:28 Ead.br
https://ambienteacademico.com.br/mod/url/view.php?id=839870 24/27
conclusão
Conclusão
Conforme foi visto ao longo da unidade, a concepção de justiça está
intimamente relacionada ao conceito de ética, conforme o entendimento
preconizado pelos �lósofos da antiguidade e a relação entre justiça, virtude e
obediência decorria das leis divinas pelas quais os indivíduos deveriamse
orientar, essas regras eram absolutas.
Esse entendimento, contudo, foi questionado pelos so�stas que,
diferentemente de Sócrates e Platão, compreendiam a justiça a partir de uma
concepção relativizada e mutável, esse pensamento in�uenciou também o
pensamento �losó�co da idade média sendo que o conceito de justiça
reinante no período medieval e preconizado por Tomás de Aquino e Santo
Agostinho estavam fundados nas ideia de existência de uma justiça divina que
era absoluta e uma justiça humana que poderia ser relativizada.
Com o �m da idade média surge o pensamento iluminista que rompe com as
concepções teocráticas e baseada nas concepções do jusnaturalismo e nas
ideias de Kant passa a compreender a liberdade como um bem essencial ao
ser humano e que as regras escritas não são necessárias, na medida que todo
ser humano é capaz de discernir entre certo e errado.
Assim, o �m da idade média promove uma valorização do ser humano e
consequentemente uma preocupação a lhes garantir direito. Esses são os
embriões das concepções que irão nortear a teoria dos direitos humanos e
justi�car a necessidade e tutela do indivíduo como garantia da dignidade
humana.
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referências
Referências
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