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Resumo de Penal I - P1

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1 
Resumão P1 Penal I – Mary 
 
Resumão Pré-prova de Penal I 
 
 
I. PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL 
 
Os PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL não devem ser confundidos com Princípios Gerais do Direito (métodos 
alternativos ou normas complementares às normas positivadas na lei. Esses Princípios do Direito Penal não são 
normas puramente programadas, mas normas congêneres previstas na Constituição, com o objetivo de orientar o 
processo interpretativo das próprias regras de nível infracontitucional. Logo, têm força normativa. 
 
I.A) PRINCÍPIO DA LEGALIDADE – Art. 5, inciso 39/CF – Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de 
fazer coisa alguma senão em virtude da lei. 
Não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal. 
Não prevê somente um direito fundamental, mas decorre do próprio regime republicano, que define que todo poder 
emana do povo e em seu nome será exercido. (Art. 1º, parágrafo único/CF de 88) 
Desdobramentos: 
I.A.1) Não há crime sem pena anterior que o defina. – A lei penal só retroage para beneficiar o réu. 
I.A.2) Não há crime nem pena sem lei escrita (formal) - (lei stricto sensu) Não há possibilidade de definir 
crime por meio de uma medida provisória (art. 62 §1, inciso I, linha b). Nem por meio de costumes, estes podem 
revogar uma lei penal incriminadora, ex. adultério. 
Problema das leis incompletas 
Normas incriminadoras têm uma estrutura: PRECEITO(S) PRIMÁRIO(S) + PRECEITO(S) SECUNDÁRIO(S). 
Necessitando de complementação homóloga, só pode ser feita por lei de igual hierarquia no ordenamento. 
OBS: Na Lei de Drogas a ANVISA determina legitimamente o que são drogas, mas o que nunca é posto em xeque 
na doutrina é o núcleo do tipo penal, o “verbo” 
I.A.3) O crime é nulo, a pena é nula. – Proíbe analogia em matéria penal que de qualquer forma prejudique o réu, a 
única interpretação admitida é a literal. 
I.A.4) A lei que define o crime tem que ser precisa – Vedação de incriminação de caráter vago, o que se dá em 
tipos penais abertos (que exigem esforço interpretativo) tais dispositivos têm constitucionalidade questionada. 
 
I.B) PRINCÍPIO DA LESIVIDADE – Não expresso literalmente na Constituição Brasileira, 
Se extrai de princípios como dignidade da pessoa humana e do poder popular. O ato de incriminar do Estado não é 
de arbítrio completo, só se dá em nome de garantir direitos de outras pessoas. 
Condutas que não lesionam bens jurídicos não podem ser penalizadas puramente pela vontade do Estado. 
 
Desdobramentos: 
I.B.1) Proíbe incriminação de atitudes internas não exteriorizadas. (vontades, desejos) 
I.B.2) Proíbe incriminação de conduta de se auto-lesionar. (Controvérsias no porte de drogas) 
I.B.3) Proíbe punições existenciais. (preferências sexuais, classe social, etnia – controvérsia reincidência criminal ) 
I.B.4) Não há conduta criminal que não importe numa ofensa a um bem jurídico – esfera existencial de outrem. 
(controvérsia do Princípio da Insignificância – roubar bala nas Lojas Americanas .) 
 
I.C) PRINCÍPIO DA INTERVENÇÃO MÍNIMA (DA PROPORCIONALIDADE MÍNIMA - ZAFFARONI) 
O Direito Penal não é um instrumento transformador da realidade social, mas um último instrumento de 
intervenção – irracional – em conflitos. Princípio da ultima ratio, para Zaffaroni deveria ser mínima irratio. 
Intervenção Penal só nas hipóteses nas quais outras formas de intervenção do Estado são insuficientes, atuando 
como instrumento para tutelar direitos fundamentais. Traz à tona duas características do Direito penal: 
fragmentariedade (não tem pretensão de cobrir afetações de todas as esferas da vida social) e subsidiariedade (é 
subsidiário a outros ramos do direito). A intervenção punitiva é irracional, uma vez que mais penas não têm 
correlação com pretensão de mais bens jurídicos. 
 
I.D) PRINCÍPIO DA CULPABILIDADE – Não há responsabilidade penal objetiva. 
Na divisão entre desvalor de ação e resultado, o último está ligado ao Princípio da Lesividade, enquanto o primeiro 
concerne ao Princípio da Culpabilidade. Só pode haver reprovação criminal na medida em que o resultado 
desvalorado seja, no mínimo, previsível ao agente e que ele conheça a ilicitude da conduta praticada. Art. 21/CP. 
 
I.E) PRINCÍPIO DA INTRANSCENDÊNCIA – Art. 5º/CF Nenhuma pena passará da pessoa do condenado, 
salvo obrigação de reparar danos causados pelo delito, isso afetando bens de propriedade do autor. 
Controvérsia: vítima que é exposta a sofrimento para depor, por culpa do crime de outrem. 
 
2 
Resumão P1 Penal I – Mary 
 
I.F) PRINCÍPIO DA HUMANIDADE – Art. 5º, XLVI 
Ninguém pode ser exposto a penas oficiosas nas quais o sujeito sofre de forma direta além da detenção, como 
tortura, violação sexual, superlotação, etc. 
 
II. LEIS PENAIS NO TEMPO - Art. 2º a 4º/CP 
 
II.A) Leis que deem ao réu tratamento mais benigno retroagem no tempo, singularidade no Direito Penal. Quer 
de abolitio criminis, quer de meros benefícios ou redução penal. Muitos autores entendem que essa retroatividade 
serve também para a lei processual-penal. (Controvérsia de que benefícios prevalecem). 
II.B) Conflito de leis penais no tempo: necessita da coexistência de duas leis penais, de mesma hierarquia. Vale a 
que entrou em vigor a menos tempo (não trata-se de publicação, mas vigência) – salvo em caso de prejudicar o réu. 
Em caso de crimes que se prolongam no tempo – como extorsão mediante sequestro – e durante o crime se aplica 
uma lei mais grave, esta poderá ser aplicada, uma vez que o crime continuou a ser cometido após sua vigência. 
II.C) Art. 71/CP Na continuidade delitiva nas mesmas características de execução, condições de tempo e lugar, os 
crimes subsequentes são tidos como continuação do crime antecedente, sendo o tratamento jurídico não de 
somatório de penas, mas de aplicação de pena aumentada, de 1/6 a 2/3. 
II.D) Leis Penais Temporárias – Art. 3º/CP Ex. Leis editadas para Copa, vigendo no período dos eventos, como 
utilização indevida de símbolos oficiais. 
II.E) Leis Penais em Branco – Atos normativos de hierarquia inferior que complementam leis penais em branco, 
como tabelamento de preços para controlar a inflação, mesmo que acabe seu período de vigência, o seu desrespeito 
enquanto vigia continua sendo crime contra a economia popular. 
 
III. LEIS NO ESPAÇO 
 
III.A) Princípio da Territorialiedade Art. 5º/CP – “Aplica-se a lei penal brasileira, sem prejuízo de convenções, 
tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido em território nacional.” 
Nos parágrafos 1º e 2º dispõe-se sobre o que constitui território nacional ou extensão do mesmo. 
III.B) Extraterritorialidade Art. 7º 
III.B.1)Princípio da Defesa ou Proteção Real Art. 7º, inciso I, alínea a, alínea b e alínea c. “Ficam sujeitos à lei 
Brasileira, embora cometidos no estrangeiro os crimes contra vida ou liberdade do presidente da república, 
[…]patrimônio ou fé pública da União, […] administração pública e quem está a seu serviço, […] ainda que o 
agente tenha sido absolvido ou condenado no estrangeiro. 
III.B.2) Princípio da Personalidade ou da Nacionalidade - Art. 7º alínea d “Crime de genocídio quando o agente 
for brasileiro - Princípio da Competência universal  ou domiciliado no Brasil.” 
III.C) Lugar do Crime Art. 6º/CP – “Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, 
bem como onde produziu-se ou deveria produzir o resultado.”  Teoria da Ubiquidade (os critérios de ação + 
resultado aconteceram em que local?) 
Competência: Art. 70/CPP  Teoria da Consumação (no lugar onde se consuma a infração, ou, em tentativa, 
aonde for praticado o último ato de execução) 
III.D) Imunidade – Art. 53/CF 
III.E) Sentença Estrangeira - Art. 8º e 9º/CP 
Estatuto do Estrangeiro, lei 6.815 de 1980, art. 77 e 78. (extradição) 
 
 
IV. TEORIA DO DELITO 
 
Serve para conferir racionalidade a toda interpretação do Direito Penal. OBS.: CRIME = DELITO, só há 
diferenciação, elencada no Art. 1º/CP, entre crime e contravenção. 
IV.A) Conceito Formal:Crime é toda violação normativa sancionada e punível com pena no ordenamento 
jurídico. 
IV.B) Conceito Material: Todo ato que leciona ou coloca em perigo determinado bem jurídico. 
IV.C) Conceito Analítico: Conduta típica, ilícita e culpável. (Modelo tripartídico) 
IV.C.1) Teoria Causal (Von Liszt / Beling) – Conduta ou ação é todo movimento que causa uma modificação 
sensível no mundo exterior, produz um resultado. Ilicitude da ação seria a característica de violar determinado 
dispositivo legal no ordenamento jurídico. Culpabilidade se daria através da existência no psiquismo do agente 
representação clara da conduta e se ela era querida por ele. 
IV.C.2) Teoria Neokantiana – Se deve à alteração no mundo da ciência e sua divisão em natural e social. Trouxe 
a inserção de elementos valorativos à Teoria do Delito. Na Teoria Ação, inseriu-se um dado voluntarista, era 
preciso que o sujeito tivesse agido espontaneamente, que não fosse usado como simples massa corporal. Na 
 
3 
Resumão P1 Penal I – Mary 
 
Tipicidade um juízo de valor acerca da conduta sobre a sua maior reprovabilidade – ex.: homicídio qualificado por 
motivo torpe; Introduziu os chamados Elementos subjetivos distintos ou específicos do dolo. Na Ilicitude verifica-
se a inserção da avaliação valorativa, principalmente no conceito de bem jurídico, que deixa de ser caracterizado 
como objeto, e passa a ser tido como um valor. O conceito de Culpabilidade sofre influência no sentido de 
compreensão da ilicitude da conduta por parte do agente, não só a avaliação psicológica sobre a conduta ser cara ou 
não. 
IV.C.3) Teoria Finalista do Delito (Welzel) – No que concerne à Conduta, Welzel acreditava ter chegado ao 
conceito ontológico de ação, que seria a vontade consciente de agir, já tipificada na conduta. O dolo é uma 
característica da ação descrita necessariamente no tipo de toda norma incriminadora. A Tipicidade para Welzel era 
composta tanto dos elementos objetivos descritos pelo legislador, quanto daqueles elementos subjetivos 
reconhecidos pelos neokantianos, o especial fim de agir em ânimo específico descrito no artigo. O conceito de 
culpabilidade foi transferido por Welzel para a tipicidade, a avaliação psicológica da conduta ser cara ou não, 
restando ao elemento Culpabilidade, a avaliação normativa se o sujeito conhece ou percebe que a conduta que ele 
pratica é contrária ao ordenamento jurídico. OBS.: Criticavam a Teoria Causal por não conseguir explicar os crimes 
tentados nem os omissivos. 
 
 
V. TEORIA DA AÇÃO 
 
Teoria Social da Ação. – Desenvolvida para fugir da dicotomia causal/finalista. Diziam que o importante para 
verificar se havia ou não ação era avaliar se a conduta tinha relevância social e, consequentemente, para o direito. 
Teoria Fundamentalista – Propõem a inversão da lógica, tirar o foco da ação em si, mas na omissão tipificada no 
tipo legal. Ex.: Homicídio é a conduta de não ter zelado pelo bem jurídico – vida – alheio. Tal teoria limita muito 
uma visão crítica, uma vez que tudo pode ser crime. 
Teoria Personalista – (Roxin) Dá à conduta um conteúdo mais elástico, para que se amolde a diferentes tipos 
penais existente. Caracteriza como “Expressão da personalidade humana.” Se essa expressão for tipificada, há uma 
conduta típica. 
Zaffaroni – As diversas teorias recortam o mundo externo de diversas formas, mas fica com a do Welzel que é a 
que possibilita maior conteúdo crítico e que não é pré-jurídico. (Finalismo redutor) 
 
Excluem-se do campo de ação: puros fenômenos da natureza, ataques de animais ferozes, movimentos que se 
valham do corpo humano como massa mecânica (avaliado sistematicamente na culpabilidade, se é inimputável ou 
não), movimentos praticados sob força física absoluta, controversamente, atos de pessoas jurídicas – A constituição 
no Art. 225, parágrafo 3º responsabiliza a pessoa jurídica. Além de tensionar os conceitos básicos da teoria do 
delito, quando se dá a ela tratamento penal. OBS.: Chantagem é vício na vontade, não exclui do campo de ação. 
 
VI. TIPICIDADE 
 
É a qualidade da conduta que se ajusta a determinado tipo legal. Os tipos penais são preceitos, dispositivos que 
descrevem uma conduta proibida, com suas características objetivas e subjetivas. Antes se entendia a descrição 
apenas objetiva da conduta por parte do tipo legal, mas com o advento da Teoria Finalista este passou a ter dois 
elementos principais em si contidos: os tipos objetivo e subjetivo. Ex.: “Matar alguém” pressupõe uma conduta 
objetiva, mas também elementos subjetivos, nesse caso, o dolo, a vontade consciente. De forma mais detalhada, 
pode-se dizer que o tipo objetivo é composto por um núcleo(o verbo) + elementos que o complementam, como 
“sujeito passivo”, “sujeito ativo”, “objeto”, “bem jurídico afetado” e outras circunstâncias. 
 Há a tipicidade material ou coglobante, que denomina a efetiva afetação do bem jurídico. Os primeiros 
tipos analisados serão os dolosos comissivos, por uma questão didática e por serem os mais comuns. 
 Todo crime doloso comissivo é descrito por uma ação, um verbo, e em muitos casos também um resultado. 
O finalismo abriu brecha para a desconsideração do resultado. Há crimes, segundo a doutrina, sem modificação do 
mundo externo (naturalístico), mas todo crime tem resultado normativo, ou seja, afetação de bem jurídico. Mas há 
afetação de bem jurídico sem resultado no mundo externo? Todo tipo objetivo que pressupõe um resultado, 
também pressupõe um nexo de causalidade entre a conduta praticada e o resultado obtido, está implícito. Logo, os 
tipos objetivos descrevem: uma ação; eventualmente um resultado; nexo de causalidade; outras circunstâncias. 
Nos elementos complementares, pode-se considerar: sujeito ativo e passivo; objeto; bem jurídico; outras 
circunstâncias. 
 
 
 
 
 
4 
Resumão P1 Penal I – Mary 
 
Crimes de resultado X Crimes de Mera Conduta: 
CLASSIFICAÇÃO CORRENTE NO BRASIL: Nos crimes de resultado, o tipo legal prevê a ocorrência de um 
resultado naturalístico, ou seja, uma transformação da realidade externa, enquanto nos crimes de mera conduta, o 
legislador se satisfaria com a mera realização da conduta descrita no tipo, dispensando qualquer repercursão da 
mesma no mundo externo. (Perigosa, não dá ênfase no resultado e na afetação do bem jurídico) 
CLASSIFICAÇÃO DE ROXIN: O que caracteriza um crime como de mera conduta é que o resultado não é 
separável espaço-temporalmente da conduta. Uma vez realizada, imediatamente se verifica o resultado. Ex.: 
disparo de arma de fogo. (Art. 15, Lei 10826 de 2003) No crime de resultado há a separação entre a prática da 
conduta e a ocorrência do resultado exigido pelo tipo penal. Ex.: Art. 121/CP “Matar alguém”, primeiro você 
dispara, ou envenena, depois a pessoa morre. 
Crimes Formais: Trabalha com essa descrição quem diz que o crime de mera conduta não tem resultado no mundo 
externo, os crimes formais seriam exatamente os de mera conduta: com resultado indistinguível da ação. Outros 
autores vão dizer que crime formal é o que o legislador prevê um resultado não exigível. O professor recomenda 
que não trabalhemos com esse conceito. 
 A distinção entre crimes de resultado e mera conduta é útil para saber até que ponto se preocupar com o nexo 
de causalidade, uma vez que ele só é problematizado nos crimes de resultado, já estando implícito nos de mera 
conduta. 
 Classificações doutrinárias – e não recomendadas – quanto ao resultado: 
 Crimes de resultado de lesão (efetiva lesão do bem jurídico) e crimes de resultado de perigo (colocar o 
bem jurídico em risco, apenas). 
  Resultado naturalístico (mudança sensível no mundo externo) e jurídico (afetação do bem jurídico num 
conceito normativo, porque se é a esfera de existência de outrem, está atrelada a um resultado naturalístico). 
 Crimes de perigo abstrato X Crimes de perigo concreto 
  Crimes de Perigo Abstrato: São sempre crimes de mera conduta e que tradicionalmente se explicam pela 
presunção, nos quais o resultadode perigo é presumido pelo legislador. (Para o professor são crimes que afetam um 
número indeterminado de pessoas.) 
  Crimes de Perigo Concreto: São sempre crimes de resultado e que, obviamente, se concretizaram, houve 
resultado no mundo externo. 
 Injusto Penal: Diz-se que uma conduta é injusta em termos jurídico-penais quando ela é típica e ilícita. O 
injusto penal é composto de dois elementos, duas valorações. Desvalor do resultado (a afetação do bem jurídico) + 
Desvalor da ação(desrespeito à ordem contida no tipo). 
 Os finalistas construíram um conceito de injusto penal que conseguia baseá-lo puramente no desvalor da 
ação, uma vez que descreviam o desvalor do resultado como pura intenção. Para Welzel tentativas e crimes de 
resultado deveriam ser descritos da mesma forma, o que leva a uma espécie de autoritarismo do Direito Penal. 
Modernamente eles têm dito que no desvalor da ação há uma legitimidade, uma idoneidade da conduta para produzir 
ofensas ao bem jurídico. 
 
VII. NEXO DE CAUSALIDADE – Art. 3/CP 
 
“O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe deu causa.” 
 Teoria da Equivalência das Condições: Conditio sine que non - A regra geral para avaliar o nexo de 
causalidade é o critério da eliminação hipotética da ação ou da conduta. Há uma equiparação/identidade entre a 
condição e causa. A causa do resultado é qualquer condição que tenha contribuído para sua ocorrência.  
PROBLEMA: Qual o limite de regresso que eu posso admitir sem produzir decisões injustas? A culpa do crime é 
do fabricante da arma? Dos pais que conceberam o criminoso? Outro problema é que em algumas eliminações 
hipotéticas da conduta, ela não resolve o problema. Ex.: Um homem na UTI tem 3 inimigos e todos de forma não-
articulada, tentaram matá-lo injetando em sua veia 1/3 da quantidade letal de veneno. Na dose de cada um, ele não 
morreria. Só que como os três injetaram, ele morreu. De quem é a culpa? Segundo a teoria e seu critério da 
globalização “excluindo 2, o resultado desaparece, então esses 2 serão responsabilizados.” Uma terceira crítica é 
aplicada à mesma: a deficiência de se explicar a causalidade nos crimes omissivos, porque se eu suprimo a 
omissão, o desenrolar causal continua o mesmo. Isso levou a doutrina a substitui-la pela: 
 Teoria da Causalidade Adequada: Ela resolve algumas das inconsistências da teoria das equivalências 
distinguindo o conceito de condição de causa. Causa é só aquela condição mais adequada para produção do 
resultado. O fabril da produção de arma de fogo é uma condição para existência do crime, mas não a causa. Porque 
é preciso limitar essa relação causa e efeito, com base em algum critério racional para imputação do resultado ao 
sujeito. O primeiro é o critério da normalidade, causa seria a condição que normalmente é vista como causa do 
resultado, segundo experiência de vida. O segundo é o critério da previsibilidade, que diria que a condição é 
adequada quando ela torna o resultado objetivamente previsível. Se não for previsível, a conduta não pode ser 
imputada ao sujeito. 
 
5 
Resumão P1 Penal I – Mary 
 
 As teorias que definem o nexo de causalidade foram superadas por um novo conceito proposto por Roxin, 
que sistematizou a Teoria da Imputação Objetiva. Para ele, essa teoria só se aplica aos crimes de resultado, 
único âmbito no qual o nexo de causalidade é questionado. A imputação objetiva é um critério de limitação do 
nexo de causalidade construído diante da necessidade de se limitar o regreto ad infinitum da investigação. Sua 
análise está diretamente ligada à ideia de bem jurídico, propõe a sistematização da imputação objetiva em duas 
etapas: primeiro é preciso avaliar se a conduta cria ou aumenta o risco proibido para o bem jurídico. Num 
segundo momento eu olho o resultado e pergunto se é produto desse risco que foi produzido ou incrementado pela 
ação. De acordo com o primeiro critério, exclui-se a imputação nas hipóteses em que foi diminuído o risco proibido 
por parte do agente (médico que amputa perna) e nas que não aumentam o risco proibido (inundação porque um 
rapaz fez xixi na caixa d’água da cidade). OBS.: Não se aplica aos casos em que o sujeito argumenta que praticou 
porque se ele não fizesse, alguém faria de qualquer forma, esse tipo de argumento não é aceito para fins de 
exclusão da imputação objetiva. 
As possibilidades de afastamento da imputação objetiva são: 
- Superveniência (não pode ser antecedente nem concomitante) de causa, relativamente independente. (corto a mão 
e ele morre de infecção hospitalar.) (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984). 
- Superveniência de causa absolutamente independente. – Exclui o próprio nexo de causalidade. (enveneno um 
homem e ele morre atropelado antes do veneno fazer efeito ou a auto-colocação da vítima em risco). 
A superveniência - que significa algo que ocorre depois da prática da conduta - superveniência de causa 
absolutamente independente, exclui a imputação quando por si só produziu o resultado. Relativamente independente 
diz o professor Juarez Cirino exclui a imputação. 
 
 
 
Boa prova!

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