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Prática Processual - CAS 2023

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PRÁTICA PROCESSUAL –CAS 2020 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
AUTORIDADES 
 
Governador do Estado do Rio de Janeiro 
Exmº Sr Cláudio Bonfim de Castro e Silva 
 
Secretário de Estado de Polícia Militar 
Exmº Sr Coronel Luiz Henrique Marinho Pires 
 
Subsecretário de Estado de Polícia Militar 
Ilmº Sr Coronel Carlos Eduardo Sarmento da Costa 
 
Diretor-Geral de Ensino e Instrução 
Ilmº Sr Coronel PM Ari Jorge Alves dos Santos 
 
Comandante do CFAP 31 de Voluntários 
Ilmº Sr Coronel Marcelo André Teixeira da Silva 
 
Comandante do Centro de Educação a Distância da Polícia Militar 
Ilmº Sr Tenente-Coronel PM Alexandre Moreira Soares
PRÁTICA PROCESSUAL –CAS 2020 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
APRESENTAÇÃO 
 
Estamos vivendo a era da tecnologia, na qual a informação está cada dia mais 
latente e veloz em nossa rotina diária. Este curso tem por objetivo aperfeiçoar os 2º 
Sargentos da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro. Para tal, o Curso ocorrerá 
na modalidade a distância, disponibilizado no ambiente virtual de aprendizagem, por 
intermédio da Escola Virtual, no Centro de Educação a Distância da Polícia Militar 
(CEADPM). 
É fundamental o seu empenho no curso, pois você terá autonomia de estudos e 
de horários, mas também é necessário disciplina e dedição para o êxito dessa 
jornada, pois depende do esforço coletivo e também individual para que tenhamos 
policiais cada vez mais qualificados, bem treinados e aperfeiçoados para cumprirmos 
nossa missão, buscando cada vez mais a excelência de nossas ações. 
O bom treinamento envolve aspectos físicos e cognitivos, na era da informação e 
da tecnologia, precisamos nos aprimorar cada vez mais a fim de garantir uma tropa 
consciente, respeitosa, pautada em valores morais e institucionais, garantindo assim 
o cumprimento de suas funções com dignidade e excelência. 
Esperamos que você aproveite ao máximo os conhecimentos adquiridos através 
deste curso e busque uma reflexão acerca de suas funções perante a sociedade, 
seus companheiros de profissão. Que seja um momento de repensar as práticas e 
fortelecer seu vínculo profissional, ampliando cada vez mais seus conhecimentos 
para lidar com as particularidades de ser um Policial Militar no Estado do Rio de 
Janeiro. 
 
Desejamos a todos bons estudos! 
 Ari Jorge Alves dos Santos - Coronel PM 
Diretor-Geral de Ensino e Instrução 
 Marcelo André Teixeira da Silva– Coronel PM 
Comandante do CFAP 
PRÁTICA PROCESSUAL –CAS 2023 
4 
 
 
Desenvolvedores 
CFAP 
 
Coordenação Geral Pedagógica 
CAP PM Ped Patrícia Kalife Paiva 
 
Equipe Técnica 
CB PM Juliana Pereira de Carvalho 
 
Conteudista 
Divisão de Ensino CFAP 31 Vol 
 
Coautor 
1º TEN PM Luana Pedrina Oliveira dos Santos 
 
CEADPM 
Supervisão Geral EAD 
CAP PM Ped Vania Pereira Matos da Silva 
 
Equipe Técnica 
SUBTEN PM Willian Jardim de Souza 
2º SGT PM Edson dos Santos Vasconcelos 
SD PM Lucas Almeida de Oliveira 
SD PM Diogo Ramalho Pereira 
SD PM Jorge Pereira Victorino 
SD PM Daniel Moreira de Azevedo Júnior 
SD PM Alexandre Leite da Silva 
 
Diagramação 
 2º SGT PM Alan dos Santos Oliveira 
3º SGT PM Michele Pereira da Silva de Oliveira 
 
Design Instrucional 
3º SGT PM Michele Pereira da Silva de Oliveira 
 
Filmagem e Edição de Vídeo 
CB PM Renan Campos Barbosa 
SD PM Alexandre dos Reis Bispo 
 
Designer Gráfico 
SD PM Leonardo da Silva Ramos 
 
Suporte ao Aluno 
1º SGT PM Anderson Inácio de Oliveira 
 CB PM Tainá Pereira de Pereira 
PRÁTICA PROCESSUAL –CAS 2023 
5 
 
 
SUMÁRIO 
INTRODUÇÃO .......................................................................... 6 
AVERIGUAÇÃO ......................................................................... 8 
INQUÉRITO POLICIAL MILITAR ............................................. 11 
RELATÓRIO ........................................................................... 24 
CONCLUSÃO ........................................................................... 29 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................ 30 
EXERCÍCIOS .......................................................................... 32 
GABARITO ............................................................................. 34 
PRÁTICA PROCESSUAL –CAS 2023 
6 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
Esta disciplina tem por objetivo ensinar o conjunto de 
procedimentos a serem adotados, em conformidade com as 
formalidades previstas no Código de Processo Penal Militar (CPPM), 
bem como nos demais regulamentos e normas vigentes que tratam 
do assunto, que tenham por finalidade servir de suporte básico para a 
confecção dos procedimentos apuratórios elaborados no âmbito da 
Corporação. 
Nosso foco serão o Inquérito Policial Militar (IPM) e 
Averiguação, sendo o primeiro instrutivo da Ação Penal Militar, e o 
segundo de apuração de fatos meramente administrativos ou reunir 
elementos mínimos que possam servir de base à instauração do IPM, 
pois servirão de embasamento ao Ministério Público para 
oferecimento de denúncia à Autoridade Judiciária Militar competente, 
dando início à Ação Penal Militar. 
Insta salientar que a disciplina de Prática Processual é muito 
importante, porque possibilita o uso de ferramentas processuais por 
parte do Investigador, no que se refere à elaboração de Averiguação 
e IPM. Assim, surge da imperiosa necessidade do Comandante, Chefe 
ou Diretor de OPM apurar, em seus mínimos detalhes, o 
cometimento, em tese, de uma transgressão disciplinar, fatos de 
natureza meramente administrativa ou crime militar. Para tal, 
dependendo da gravidade da irregularidade, o Comandante escolhe a 
espécie de apuração dos fatos. Desde o IPM, que é a mais formal de 
todas, passando pela Averiguação, que é a menos formal. 
Na Averiguação, o Oficial, o Subtenente e o Sargento podem 
ser nomeados na condição de Averiguador pelo Comandante, Chefe 
ou Diretor, obedecendo-se sempre a hierarquia. 
Daí a grande importância desta disciplina para vocês!!! 
No IPM, apenas o Oficial pode ser nomeado na condição de 
Encarregado, também em fiel observância ao princípio da hierarquia; 
PRÁTICA PROCESSUAL –CAS 2023 
7 
 
 
na condição de Escrivão, o Oficial, o Subtenente e o Sargento podem 
exercer esta função. Deste modo, estude com atenção, zelo e 
dedicação. 
Além do conteúdo em si, deixaremos a disposição o material 
complementar que oferecerá modelos e exemplos que o auxiliarão 
nesta nova fase da carreira. 
 
 
 
 
 
 
 
PRÁTICA PROCESSUAL –CAS 2023 
8 
 
 
Você sabe o que é uma Averiguação? 
 
 Natureza administrativa: FUSPOM, extravio de 
documentos, LTSPF, etc. 
 
 Natureza criminal: PM vítima de roubo ou furto, 
denúncia contra PM sem autoria e materialidade 
definidas etc. 
AVERIGUAÇÃO 
 
 
 
 
 
 
Então vamos começar pelo conceito? Averiguação é 
uma espécie do gênero Procedimento Apuratório, que tem 
como finalidade apurar fatos, sejam de natureza 
meramente administrativa, sejam de natureza criminal. 
 
Vamos observar agora alguns exemplos de Averiguação de 
natureza administrativa e de natureza criminal, para que você possa 
entender a diferença: 
 
 
 
PRÁTICA PROCESSUAL –CAS 2023 
9 
 
 
Espécies de Averiguação 
 
Na PMERJ, temos três espécies de 
Averiguação. Você sabe quais são? Então 
vamos lá: 
 
 Averiguação Ordinária: É a mais 
utilizada na rotina militar, ou seja, é a mais comum. Este tipo de 
Averiguação serve para apurar tanto os fatos de natureza criminal 
quanto os fatos de natureza administrativa. 
 Averiguação Sumária: É uma exceção, pois ela só é 
instaurada quando é preciso apurar fatos no menor prazo possível. 
 Averiguação Sumaríssima: Utilizamos esse tipo de 
averiguação para apurar se o falecimento de um PM da ativa foi em 
decorrência deato de serviço. Esta averiguação é realizada pelo 
Oficial Supervisor da área onde ocorreu o falecimento, conforme 
publicação no Bol da PM n.º 006, de 09 Jan 17. 
 
Personagens 
 
Vamos agora conhecer todos os envolvidos em 
uma Averiguação e como serão tecnicamente 
declarados nos autos: 
 
Em regra, o prazo para conclusão de uma 
Averiguação é de trinta dias corridos. O 
Averiguador pode ser um Oficial, Subtenente ou 
Sargento. Ele será o responsável pela 
investigação. O Averiguador é selecionado por 
uma Autoridade de Polícia Judiciária Militar. Já o 
Averiguado, este é o alvo da investigação. 
PRÁTICA PROCESSUAL –CAS 2023 
10 
 
 
Prazo 
 
 
Quando uma Averiguação é instaurada, é muito importante ter 
atenção aos prazos. Essa missão cabe ao Averiguador. 
 
Parecer 
 
Ao final da investigação, o 
Averiguador elaborará um 
circunstanciado Parecer relatando 
todos os fatos apurados. 
 
 
 
 
Solução 
 
A Autoridade de Polícia Judiciária Militar que delegou ao 
Averiguador competência para apuração dos fatos solucionará a 
Averiguação. A Autoridade de Polícia Judiciária Militar poderá 
concordar ou não com o Parecer emitido pelo Averiguador, 
com base nos fatos apurados. 
 
 
PRÁTICA PROCESSUAL –CAS 2023 
11 
 
 
 
 
O Inquérito Policial Militar é a apuração sumária de fato, 
que, nos termos legais, configure crime militar, e de sua 
autoria. Tem o caráter de instrução provisória, cuja finalidade 
precípua é a de ministrar elementos necessários à propositura 
da ação penal. 
INQUÉRITO POLICIAL MILITAR 
 
Conceito e Finalidade do IPM 
 
Para iniciarmos, vamos conhecer a definição expressa no Art. 
9º, do CPPM, que define o que é o IPM. 
 
 
 
Desta forma, podemos entender que o 
IPM, instituído pelo CPPM, é um procedimento 
administrativo de Polícia Judiciária Militar 
inquisitorial, investigatório, sigiloso, 
desenvolvido unilateralmente pela 
administração militar. 
 
Instauração de IPM 
 
Instaurar o IPM significa iniciar oficialmente a sua elaboração. O 
início da contagem do prazo se dá com o recebimento da Portaria de 
Instauração, baixada pelo Encarregado do IPM. A Portaria de 
Instauração será sempre a folha n.º 4 dos autos de um IPM. 
 
Encarregado do IPM e Escrivão 
 
 
De acordo com o Art. 15, do CPPM, o Encarregado do IPM será, 
sempre que possível, Oficial de posto não inferior ao de Capitão. 
PRÁTICA PROCESSUAL –CAS 2023 
12 
 
 
O Oficial Encarregado do IPM deverá, desde 
logo, nos primeiros atos do IPM, quando 
avaliar as provas que imprescindivelmente 
terá de produzir, requerer as provas periciais, 
pois estas são as mais demoradas, devendo 
ouvir o Ofendido, as Testemunhas e o 
Indiciado, 
pessoas e 
proceder reconhecimento de 
coisas, acareações, exame de 
corpo de delito (não pode ser dispensado e 
nem suprido por atestado ou 
médico), laudos de avaliação de 
servibilidade de arma de fogo 
instrumento do crime, exame de 
relatório 
coisa, de 
ou outro 
balística, 
reconstituição dos fatos, proceder as buscas e 
apreensões pertinentes, enfim o Encarregado 
deve preocupar-se em realizar e anexar todas 
provas cabíveis. 
A designação de Escrivão para o IPM caberá ao respectivo 
Encarregado. Geralmente recai em Segundo-Tenente ou Primeiro- 
Tenente, se o indiciado for Oficial. Já nos demais casos, o escrivão 
pode ser um Subtenente ou Sargento. 
 
 
 
Prazo para Elaboração do IPM 
 
O prazo inicial para conclusão do IPM é de vinte dias, estando o 
indiciado preso, ou de quarenta dias, caso o mesmo esteja em 
liberdade ou não tenha sido identificado. Em situações de absoluta 
necessidade e devidamente justificado, existindo exames e perícias a 
serem realizadas ou diligências julgadas indispensáveis, este prazo 
poderá ser prorrogado por até vinte dias. 
A primeira prorrogação é autorizada pela autoridade de polícia judiciária militar. 
PRÁTICA PROCESSUAL –CAS 2023 
13 
 
 
Caso sejam necessárias novas prorrogações, estas deverão ser solicitadas 
diretamente ao Ministério Público Militar, sendo os autos encaminhados junto com 
a solicitação para apreciação do pleito. Todas as prorrogações de prazo devem ser 
informadas à Corregedoria. 
 
 
 Se o prazo do IPM já tiver transcorrido dez dias, momento 
em que se efetiva a prisão do indiciado, qual será o prazo final para a 
sua conclusão? 
O IPM encerrar-se-á em trinta dias: dez dias de prazo com o 
indiciado solto e vinte dias com o indiciado preso, não se 
ultrapassando o prazo inicial de quarenta dias. 
 Se o prazo do IPM já tiver transcorrido trinta dias? 
O IPM encerrar-se-á em dez dias, para não ultrapassar o prazo 
de quarenta dias. 
 Se o prazo do IPM, incluída a prorrogação, já tiver 
transcorrido cinquenta dias, momento em que se efetiva a prisão do 
Indiciado, qual será o prazo final para a sua conclusão? 
 
 
 
 
De acordo com o espírito da norma castrense supra, o prazo 
máximo para a conclusão do IPM é o de sessenta dias. Neste caso, se 
ocorrer a prisão durante o período de prorrogação do prazo, o prazo 
final deste é que deverá indicar o dia do encerramento do IPM; logo, 
o Encarregado terá dez dias para encerrar o IPM. 
 
 
CLIQUE AQUI PARA 
ATENTAR NA DIFERENÇA! 
 
 
 
 
 
 
 
PRÁTICA PROCESSUAL –CAS 2023 
14 
 
 
Prisão Provisória do Indiciado 
 
 
 
Agora vamos entender 
como a lei trata a questão 
da prisão. 
 
 
 
 
Segundo o Art. 18, do CPPM 
Independentemente de flagrante delito, o indiciado poderá ficar 
detido, durante as investigações policiais, até trinta dias, 
comunicando-se a detenção à autoridade judiciária competente. Esse 
prazo poderá ser prorrogado, por mais vinte dias, pelo Comandante 
da Região, Distrito Naval ou Zona Aérea, mediante solicitação 
fundamentada do encarregado do inquérito e por via hierárquica. 
 
Segundo o Art. 5º, LXI, da CRFB/88 
Ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem 
escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo 
nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, 
definidos em lei. 
PRÁTICA PROCESSUAL –CAS 2023 
15 
 
 
Em sua doutrina1, o Mestre Célio Lobão tem o entendimento de 
que: 
A medida coercitiva deverá ser comunicada ao Juiz (Juiz de 
Direito do Juízo Militar – AJMERJ), que após ouvir o MP, relaxará a 
prisão se considerá-la ilegal. Havendo necessidade do recolhimento 
por mais tempo, além dos 50 dias, compete ao Juiz decretar a prisão 
preventiva, mediante representação do encarregado do inquérito ou a 
requerimento do MP, desde que atendidos os requisitos exigidos para 
a medida cautelar. (DIREITO PROCESSUAL PENAL MILITAR - Justiça 
Militar FEDERAL / Justiça Militar ESTADUAL, 2009) 
Pelo que está regrado nesse dispositivo, o Encarregado, em 
tese, tem o poder de expedir ordem de prisão ao indiciado, 
independente de flagrante delito, bastando, para sua formalização, 
simples comunicação à autoridade competente, que no caso 
subentende-se, pela regra de prorrogação, ser a autoridade 
delegante. 
Há vários autores que defendem que esse artigo ainda está em 
vigor, podendo a detenção ser determinada nos crimes militares 
próprios, em virtude do que dispõe o inciso LXI, do art. 5º da 
Constituição Federal, citado acima. 
 
Ninguém será preso senão em 
VAMOS 
flagrante RdELeElMitBoRAoR!u por ordem escrita e 
fundamentada de autoridade judiciária 
competente, salvo nos casos de 
transgressão militar ou crime 
propriamente militar, definidos em 
lei. 
 
 
 
1 DIREITO PROCESSUAL PENAL MILITAR - Justiça Militar FEDERAL / Justiça Militar 
ESTADUAL, Editora Método, pág. 63, 2009. 
PRÁTICA PROCESSUAL –CAS 2023 
16 
 
 
Prova do fato 
delituoso 
Indícios suficiente de 
autoria 
O Encarregado do IPM, caso seja necessário e justificável, 
poderá representar ao Juiz de Direito do Juízo Militar pela prisão 
preventiva, no curso do IPM. 
 
 
 
 
 
 
 
A prisão preventiva está previstano CPPM. De acordo com o 
art. 254, a prisão preventiva pode ser decretada pelo Juiz de Direito 
do Juízo Militar ou pelo Conselho de Justiça, de ofício, a requerimento 
do Ministério Público ou mediante representação da autoridade 
encarregada do inquérito policial-militar, em qualquer fase deste ou 
do processo, concorrendo os requisitos seguintes: 
 
 
Entretanto, de acordo com o art. 255, a prisão preventiva, além 
dos requisitos já citados, deverá fundar-se em um dos seguintes 
casos: 
 
Ofendido 
 
Você saberá definir quem é o Ofendido em um IPM? 
 
O Ofendido é, na verdade, a própria 
vítima da ação delituosa, o sujeito passivo 
secundário, ou seja, o titular do direito 
lesado pela ação ou omissão do agente ativo. 
PRÁTICA PROCESSUAL –CAS 2023 
17 
 
 
No CPPM, os procedimentos aplicáveis ao Ofendido estão 
inseridos nos artigos 311 a 313. Sempre que possível, o Ofendido 
deverá ser inquirido e, por determinação do art. 13, deverá ser o 
primeiro, embora isto não possa ser entendido como uma regra 
impositiva e inflexível, pelo menos no IPM. Esta regra não pode ser 
absoluta, até porque muitas vezes o Ofendido fica gravemente ferido, 
só podendo ser ouvido algum tempo depois de instaurado o 
procedimento inquisitorial, ou perdendo a própria vida. 
Ao Ofendido deverá ser perguntado sobre as circunstâncias da 
infração penal, do tipo: quem seria ou se presume ser o autor e as 
provas que possam indicar. Suas declarações devem ser reduzidas a 
termo, chamado de “Termo de Depoimento”. 
 
Testemunha 
 
 
A definição de 
Testemunha você já deve 
conhecer, não é? Mais 
vale a pena conferir: 
 
 
Testemunha é a pessoa que atesta a 
veracidade de um ato ou de um fato. Logo, 
é quem viu ou soube das circunstâncias 
em que uma determinada situação 
aconteceu. 
 
 
 
 
No CPPM os procedimentos sobre testemunhas estão inseridos 
nos artigos 347 a 364. 
Para que compareçam em dia, hora e local, a fim de serem 
inquiridas, as Testemunhas serão notificadas diretamente pela 
PRÁTICA PROCESSUAL –CAS 2023 
18 
 
 
autoridade. O termo próprio é esse mesmo – notificação, pois não se 
trata de um pedido, e sim da comunicação de uma 
imposição. 
O comparecimento da testemunha é 
obrigatório, não podendo ela eximir-se, salvo 
impedimento devidamente comprovado, nos casos 
de força maior ou outra circunstância por ela 
apresentada que possa ser entendida como causa 
que de fato impediu-a de comparecer. 
Quando se tratar de servidores públicos ou de militares, deverá 
ser dirigida requisição (solicitação) ao seu chefe imediato, pedindo o 
seu comparecimento. No caso de militar de patente superior a do 
Encarregado do IPM, mesmo assim o comparecimento será 
obrigatório, em função de que todo militar quando participa de atos 
desta natureza está cumprindo uma determinação superior, ou seja, 
a ordem expressa no ofício de apresentação. 
No curso do IPM, quando uma testemunha se recusa a atender 
à notificação do Encarregado, costumeiramente se deve repetir a 
notificação por mais duas vezes, com a finalidade de tentar 
convencer a testemunha a comparecer, principalmente mostrando- 
lhe a importância de suas declarações para a formação da prova. 
No IPM não há um número 
mínimo ou máximo de testemunhas 
a serem inquiridas. O encarregado 
deverá inquirir todas as pessoas que 
souberem ou tiverem informações 
importantes sobre a infração penal 
militar investigada. 
Em princípio, qualquer pessoa 
poderá ser testemunha, independente de idade, sexo, cor, religião. 
Entretanto, o ascendente, o descendente, o afim em linha reta, o 
cônjuge, ainda que desquitado, e o irmão do Acusado, bem como 
PRÁTICA PROCESSUAL –CAS 2023 
19 
 
 
pessoa que com ele tenha vínculo de adoção, salvo quando não for 
possível, por outro modo, obter-se ou integrar-se a prova do fato e 
de suas circunstâncias, estão dispensados da obrigação legal de 
depor, conforme aponta o art. 354, do CPPM. 
Também são proibidas de depor as pessoas que em razão de 
função, ministério, ofício ou profissão devam guardar segredo do que 
souberem, salvo se desobrigadas pela parte interessada. 
 O Presidente e o Vice-Presidente da República, os 
Governadores e Interventores dos Estados, os Ministros de Estado, os 
Senadores, os Deputados Federais e Estaduais, os membros do Poder 
Judiciário e do Ministério Público, o Prefeito do Distrito Federal e dos 
Municípios, os Secretários dos Estados, os membros dos Tribunais de 
Contas da União e dos Estados, o Presidente do Instituto dos 
Advogados Brasileiros e os Presidentes do Conselho Federal e dos 
Conselhos Secionais da Ordem dos Advogados do Brasil; 
 As pessoas impossibilitadas por enfermidade ou por 
velhice, que serão inquiridas onde estiverem. 
Sob a ótica do art. 352, do 
CPPM, no Termo de Depoimento de 
Testemunha, a Testemunha deve 
declarar seu nome, 
idade, estado civil, filiação, Identidade, 
residência, profissão e lugar onde exerce 
atividade, telefone, se é parente (e em que 
grau do acusado e do ofendido), quais as 
suas relações com qualquer deles, e relatar 
o que sabe ou tem razão de saber, a 
respeito do fato delituoso narrado na 
denúncia e circunstâncias que com o mesmo tenham pertinência, 
não podendo limitar o seu depoimento à simples declaração de 
que confirma o que prestou no inquérito. Sendo numerária ou 
Numerária – é o 
quantitativo de 
testemunhas previsto 
no Código de 
Processo Penal Militar 
(tem um quantitativo 
máximo). 
Referida– pessoas 
mencionadas nos 
depoimentos das 
testemunhas 
numerárias. 
PRÁTICA PROCESSUAL –CAS 2023 
20 
 
 
referida, prestará o compromisso de dizer a verdade sobre o que 
souber e lhe for perguntado. 
Antes de prestar seu depoimento, a Testemunha deverá prestar 
o Compromisso Legal. Compromissada, a Testemunha será obrigada 
a responder as perguntas que lhe forem 
feitas pelo Encarregado do IPM. 
Compromisso legal – é o juramento 
solene prestado antes do seu depoimento, 
em juízo ou no curso do IPM. 
O direito constitucional de ficar em silêncio aplica-se somente 
ao acusado. Não pratica o crime de perjúrio somente a Testemunha 
que mente, mas aquela que também omite detalhes do que sabe ou 
se recusa a falar o que sabe sobre a infração penal. 
A critério do Encarregado do IPM, a Testemunha poderá 
responder as perguntas formuladas pelo advogado do indiciado. 
Todas as perguntas à Testemunha serão sempre feitas pelo 
Encarregado. O advogado não pode se dirigir diretamente à 
Testemunha ou ao Ofendido, para indagações e perguntas. 
As Testemunhas deverão ser inquiridas separadamente, de 
modo que uma não possa presenciar ou ouvir o que outra está 
declarando, ou tomar conhecimento do que já foi declarado. Pelo que 
regra o art. 19, do CPPM, tanto a Testemunha quanto as demais 
pessoas a serem ouvidas no IPM, devem ser inquiridas durante o dia, 
em período que medeie entre as sete e dezoito horas, exceto em 
casos de urgência. 
PRÁTICA PROCESSUAL –CAS 2023 
21 
 
 
A Testemunha também não 
deverá ser inquirida por mais de 
quatro horas consecutivas, sendo 
lhe facultado descanso de meia hora, 
caso o tempo de inquirição seja 
superior àquele. As inquirições não 
concluídas até às dezoito horas, como regra, devem ser transferidas 
para o dia seguinte. 
Quando a Testemunha não residir na sede dos trabalhos do 
IPM, não existindo forma do deslocamento até o local mais 
apropriado, tanto por parte da Testemunha quanto do Escrivão e 
Encarregado, aquela poderá ser inquirida através de Carta Precatória. 
De acordo com o art. 
 
 
Carta precatória – é o 
instrumento através do qual 
se obtém depoimento de 
Ofendido ou Testemunha que 
resida fora da circunscrição 
da autoridade de Polícia 
Judiciária Militar. 
 
361, do CPPM, no curso do 
IPM, o seu Encarregado poderá 
expedir Carta Precatória à 
autoridade militar superior do local 
ondea testemunha estiver servindo 
ou residindo, a fim de notificá-la e 
inquiri-la, ou designar Oficial que a 
inquira, tendo em atenção as 
normas de hierarquia, se a Testemunha for militar. 
Com a Carta Precatória, o Encarregado 
enviará cópias da parte que deu origem ao 
IPM e da Portaria que lhe determinou a 
instauração e os quesitos formulados para 
serem respondidos pela Testemunha, além de 
Deprecata – é 
sinônimo de carta 
precatória 
 
outros dados que julgar necessários ao esclarecimento do fato. 
Quando se tratar de Carta Precatória a ser expedida à Autoridade 
Policial Judiciária Militar de Co-irmã, o Encarregado poderá fazer a 
Deprecata diretamente a ela, através da CIntPM. 
PRÁTICA PROCESSUAL –CAS 2023 
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Indiciado – é a qualidade do Policial Militar, no IPM, quando há 
evidentes indícios da prática de crime militar. 
Investigado – é a qualidade do Policial Militar, no IPM, quando 
não há indícios suficientes da prática de crime militar, apenas a 
materialidade delitiva (aconteceu o delito, mas a autoria ainda é 
desconhecida). 
Indiciado/Investigado 
 
Até o presente momento você já é 
capaz de intuir a definição de Indiciado, 
não é? Indiciado é a denominação que 
se dá ao militar alvo de investigação no 
IPM. 
Não existe no CPPM um procedimento próprio para o 
interrogatório do Indiciado, devendo-se aplicar a este os 
procedimentos, no que couber, relativos ao Acusado, previsto nos 
artigos 302 a 306, observando-se o art. 301 
 
De acordo com o art. 306, do CPPM, o 
Indiciado será perguntado sobre o seu nome, 
naturalidade, estado, idade, filiação, 
residência, profissão ou meios de vida e lugar 
onde exerce a sua atividade, além disso, se 
sabe ler e escrever. Respondidas essas 
perguntas, poderão ainda, caso necessário, o 
interrogatório ser dirigido com as seguintes questões, além 
das elencadas pelo Encarregado do IPM: 
 Onde estava ao tempo em que foi cometida a infração? Teve 
notícia desta e de que forma?
 Conhece a pessoa ofendida e as testemunhas? (Desde quando e 
se tem alguma coisa a alegar contra elas)
PRÁTICA PROCESSUAL –CAS 2023 
23 
 
 
 Conhece as provas (contra ele) apuradas? Tem alguma coisa a 
alegar a respeito das mesmas?
 Conhece o instrumento com que foi praticada a infração ou 
qualquer dos objetos com ela relacionados e que tenham sido 
apreendidos?
 É verdadeira a imputação que lhe é feita?
 Não sendo verdadeira a imputação, sabe de algum motivo 
particular a que deva atribuí-la ou conhece a pessoa ou pessoas a 
que deva ser imputada a prática do crime? Esteve com elas antes 
ou depois desse fato?
 Está sendo ou já foi processado pela prática de outra infração? 
Em caso afirmativo, em que juízo, se foi condenado, qual a pena 
imposta e se a cumpriu?
 Tem quaisquer outras declarações a fazer?
 
 
Quando se tratar de confissão, esta deverá: 
 
 Ser feita perante o Encarregado do IPM;
 Ser feita na presença de Testemunhas;
 Ser livre, espontânea e expressa;
 Versar sobre o fato principal;
 Ser verossímil;
 Ter compatibilidade e concordância com as demais provas do 
IPM.
 
Testemunhas do Interrogatório 
 
Segundo o Manual de Inquérito Policial Militar e Prisão em 
Flagrante Delito (M5), público no Bol PM n.º163, de 14OUT83, é de 
boa técnica arrolar duas Testemunhas presenciais do interrogatório 
do Investigado/Indiciado, sendo superiores hierárquicas do mesmo 
ou mais antigo. 
PRÁTICA PROCESSUAL –CAS 2023 
24 
 
 
RELATÓRIO 
 
O IPM deve ter suas diligências encerradas mediante a 
elaboração de um Relatório pelo Encarregado. Esse 
Relatório normalmente é dividido em quatro partes: 
Da Origem, Das Providências, Da Análise e, 
finalmente, a Conclusão. 
Vamos entender 
cada uma delas? 
 
Introdução 
O Encarregado citará: 
 Quem determinou a instauração do IPM?
 Qual o documento que delegou as atribuições de Polícia 
Judiciária Militar?
 Quem é o Investigado/Indiciado?
 Qual o fato sob apuração?
 
Diligências Realizadas 
Devem ser relacionadas todas as medidas instrutórias adotadas 
pelo Encarregado. É feito, na verdade, um resumo dos despachos, de 
forma cronológica, com a citação de cada providência contida neles. 
 
Da Análise!! Tem 2 etapas: dos documentos e dos depoimentos 
São a narração de como se deram os fatos sob a ótica do 
Encarregado. Essa narrativa deve ser feita unicamente com base no 
que consta dos autos e deve apontar o dia, hora, local, meios 
empregados, modo de execução e quem é o responsável por cada 
fase do delito. 
 
Conclusão 
O Encarregado dirá se há indícios de Infração Penal Militar e de 
quem é a autoria. Será analisado se há Transgressão Disciplinar. 
PRÁTICA PROCESSUAL –CAS 2023 
25 
 
 
Nesse caso, se for de natureza grave, a indicativa de CRD, CD ou CJ, 
tendo como peças exordiais cópia de todo IPM. 
Abertura de outro (s) volume 
 
De acordo com o previsto no M5, recomenda-se que cada 
duzentas folhas um novo volume deve ser aberto, e que para cada 
novo volume deverá ser lavrado na CAPA: “TERMO DE 
ABERTURA DO II, ou III ou IV VOLUME”. Na hipótese de 
haver dois ou mais volumes no IPM, o Encarregado deverá colocar 
na capa do 1º: “I VOLUME”. Para que não haja quebra na sequência 
lógica do processo, é permitido que haja um desvio de até 15 folhas 
para a abertura de um novo volume. 
 
Solução do IPM 
É prevista nos termos do art. 22, §1º, do CPPM: a autoridade 
delegante pode concordar ou não com o Encarregado. Se discordar, 
terá que haver motivação. 
 
Remessa do IPM a AJMERJ, via Corregedoria Interna da Polícia 
Militar (CIntPM) 
Solucionado o IPM pela Autoridade de Polícia 
Judiciária Militar, os autos serão encaminhados 
a uma das Promotorias de Justiça vinculadas a 
AJMERJ, nos termos do art. 23, do CPPM, e 
baseado no art. 4º, 1ª Parte, das IRRR GPGJ, 
n.º 971, de 31JAN01. 
 
 
Observações importantes: 
 
Central de Inquéritos 
 
Na hipótese de se concluir pela 
– é o órgão pertencente 
à estrutura funcional do 
Ministério Público do 
Estado do Rio de Janeiro. existência de indícios 
de infração penal comum, os autos do IPM 
deverão ser enviados diretamente a 1ª, 2ª e 
3ª 
Autoridade de 
Polícia Judiciária 
Militar – 
Comandantes, 
Chefes e 
Diretores 
PRÁTICA PROCESSUAL –CAS 2023 
26 
 
 
Central de Inquéritos, conforme a atribuição de cada uma delas. 
 Na hipótese supra, a autoridade delegante deverá enviar 
cópia do Relatório e da Solução à CIntPM. 
 As orientações acima estão previstas nas Instruções 
Reguladoras relacionadas à Resolução GPGJ, n.º 971, de 31 jan. 
2001, da Procuradoria-Geral de Justiça e ao Ofício n.º 030/MP- 
AJMERJ/2001, que estabelecem medidas sobre procedimentos 
investigatórios (Bol. da PM n.º 083, de 07 maio 2001). 
 
Erros mais comuns na confecção de IPM 
 
 
 
Até aqui, nós vimos todo o caminho 
necessário para a elaboração de um IPM. Vamos 
agora atentar para os erros mais comuns, e 
não deixar mais que eles ocorram, né! 
 
 Ausência de numeração, carimbo e rubrica do Escrivão no 
canto superior direito; 
 Termos: Conclusão, Despacho, Recebimento, Certidão e 
Juntada - usados de forma incorreta; CONCLUSÃO E 
CERTIDÃO AGORA SÃO CARIMBOS NO VERSO DAS PÁGINAS 
E NÃO SE USA MAIS O RECEBIMENTO 
 Utilização indevida do Termo de Juntada para documentos 
expedidos pelo Encarregado de IPM (deverá ser Certidão), 
quando somente é utilizado o Termo em Comento por ocasião 
de documentos recebidos, ou seja, que vem de fora; ALGUNS 
DOCUMENTOS RECEBIDOS TB ENTRAM NO APENSO 
 Termo de Inquirição superficial, deixando de aprofundar 
questões relevantes como, por exemplo, procedência de 
veículo, armamento, telefone celular, além da não utilização 
PRÁTICA PROCESSUAL –CAS 2023 
27 
 
 
do termo de acareação por ocasião de depoimentos 
contraditórios; 
 Falta de auditoria via GPS, quando necessário; 
 Falta de ficha(s) disciplinar(es) dosInvestigados/Indiciados; 
 Utilização do termo ‘Convite’ ao invés de ‘Notificação’ (CPPM, 
art. 347); 
 Relatório bastante sucinto, não descrevendo de forma 
detalhada o que foi apurado, conforme prevê o M-5 (Objetivo 
do IPM, Diligências Realizadas, Resultados Obtidos e 
Conclusão); 
 Falta de comunicação a CIntPM, quando concedida 
prorrogação de prazo pela Promotoria em exercício junto a 
AJMERJ; 
 Quando da confecção do Relatório, não mencionar se houve 
Transgressão da Disciplina, por parte dos envolvidos no 
procedimento, além de Infração Penal Militar; 
 Falta de perícia nos crimes que deixam vestígios, tais como: 
lesão corporal, homicídio, etc. (CPPM, Art. 328); 
 Não observação das medidas preliminares a serem adotadas 
(CPPM, art. 12), 
 Denominação incorreta ou qualificação incompleta das 
pessoas ouvidas no procedimento, tais como: declarante, 
envolvido, depoente, falta do CPF, do endereço ou telefone 
da testemunha. No IPM, o sujeito é ouvido como 
“Investigado/Indiciado, Testemunha e Ofendido”, 
dependendo de cada situação; 
 Atraso na remessa dos autos a CIntPM para posterior Solução 
do Comandante Geral; 
 Termo de Encerramento de Volume (o Termo de 
Encerramento só se usa na fase judicial, por ordem da 
autoridade judiciária competente). 
PRÁTICA PROCESSUAL –CAS 2023 
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 Ausência de comunicação à autoridade delegante de 
prorrogação de prazo pelo Ministério Público. 
 
Ordem das peças iniciais dos autos de IPM 
 
Fl. 01 – Capa com autuação; 
Fl. 02 – Portaria do Encarregado do IPM; 
Fl. 03 – Nomeação do Escrivão; 
Fl. 04 – Termo de Compromisso do Escrivão; 
Fl. 05 – Portaria determinando a instauração de IPM; 
Fl. ... – Demais documentos anexos à Portaria da autoridade 
delegante. 
Fl. ... – Conclusão; 
Fl. ... – Despacho; 
Fl. ...- Recebimento; 
Fl.... – Certidão; etc. 
 
 
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CONCLUSÃO 
 
 
A disciplina de Prática Processual possibilita a seus operadores 
a noção de como desempenhar a atividade de polícia judiciária 
militar, que é de suma importância à vida militar, mantendo-se os 
princípios da hierarquia e da disciplina. 
Neste contexto, há o exercício da polícia judiciária militar nas 
Forças Auxiliares pelos Oficiais, e Subtenentes e Sargentos. 
Por fim, cabe registrar que a eficiência da atividade de polícia 
judiciária militar passa a ser uma ferramenta muito eficaz para que 
não sejam violados os pilares básicos da estrutura castrense, quais 
sejam, a hierarquia e a disciplina, e, na hipótese de violação, 
funciona como instrumento de restabelecimento aos prefalados 
princípios, como também serve como caráter inibidor a condutas 
contrárias ao ordenamento jurídico. 
 
 
PRÁTICA PROCESSUAL –CAS 2023 
30 
 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
 
ASSIS, Jorge Cesar de. Comentários ao Código Penal Militar. 
Comentários – Doutrina – Jurisprudência dos Tribunais 
Militares e Tribunais Superiores. 6ª Edição – Revista e Atualizada. 
Juruá Editora. 2009. 
 
ASSIS, Jorge Cesar de. Curso de Direito Disciplinar Militar – Da 
Simples Transgressão ao Processo Administrativo. 4ª Edição – 
Revista, Ampliada e Atualizada. Juruá Editora. 2013. 
 
Boletim da PMERJ, n.º 163, de 14 de Outubro de 1983. Manual de 
IPM - M5. 
 
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil, de 05 
de Outubro de 1988. 
 
Decreto Estadual n.º 6.579, de 05 de Março 1983. Poder 
Executivo Estadual, Rio de Janeiro, 1983. 
 
Decreto-Lei n° 1.001, de 21 de Outubro de 1969. 
 
Decreto-Lei n° 1.002, de 21 de Outubro de 1969. 
 
Decreto-Lei n° 2.848, de 07 de Dezembro de 1940. 
 
Decreto-Lei n° 3.689, de 03 de Outubro de 1941. 
 
Lei Estadual n.º 443, de 01 de Julho 1981. Poder Executivo 
Estadual, Rio de Janeiro, 1981. 
 
LOBÃO, Célio. Direito Penal Militar. 3ª Edição Atualizada. Brasília 
Jurídica. 2006. 
 
LOBÃO, Célio. Direito Penal Militar. 3º Edição, Editora Brasília 
Jurídica, 2006. 
 
LOBÃO, Célio. Direito Processual Penal Militar. 3ª Edição 
Atualizada. Editora Método. 2009. 
 
NEVES, Cícero Robson Coimbra e STREIFINGER, Marcelllo. Manual 
de Direito Penal Militar. 4ª Edição. Saraiva. 2014. 
 
NEVES, Cícero Robson Coimbra. Manual de Direito Processual 
Penal Militar, em Tempo de Paz. 4ª Edição. Saraiva. 2014. 
PRÁTICA PROCESSUAL –CAS 2023 
31 
 
 
PMERJ. Boletim da PMERJ, n.º 154, de 16 de Agosto de 2001. 
Instruções Reguladoras Relacionadas à Resolução GPGJ n.º 971, de 
31jan2001, que estabelecem medidas sobre Procedimentos 
Investigatórios. 
 
RIO DE JANEIRO (Estado). Constituição Estadual do Rio de 
Janeiro, 05 de Outubro de 1989. 
 
ROSA, Paulo Tadeu Rodrigues. Código Penal Militar Comentado – 
Artigo por Artigo – Parte Geral. Editora Líder, 2009. 
 
 
 
 
 
PRÁTICA PROCESSUAL –CAS 2023 
32 
 
 
EXERCÍCIOS 
 
1) Cite os personagens no IPM e na Averiguação. 
 
2) Qual o instrumento processual existente no CPPM para ouvir 
pessoa (s), em outro Estado da Federação? 
 
3) A função de escrivão no IPM será exercida por quem? 
 
4) Após a Solução do IPM pelo Comandante, Chefe ou Diretor, para 
onde os autos serão encaminhados? 
 
5) Quais os prazos previstos no CPPM para a conclusão dos trabalhos 
no IPM? 
 
6) Quais são as cinco primeiras peças no IPM? 
 
7) Quando se instauram AVE e IPM? 
 
8) Qual a providência que o Encarregado do IPM deve adotar, 
quando a Testemunha, muito embora tenha sido notificada por duas 
vezes, não comparece para prestar depoimento? 
 
9) Qual a providência que o Encarregado do IPM deve adotar, 
quando se vê diante indícios de crime militar, em desfavor de 
Superior Hierárquico? 
 
10) Quais são as espécies de Averiguação? 
 
11) Qual a peça final elaborada pelo Averiguador e onde são 
inseridas suas conclusões sobre os fatos apurados? 
PRÁTICA PROCESSUAL –CAS 2023 
33 
 
 
12) Qual a peça final elaborada pela Autoridade de Polícia Judiciária 
Militar, ao analisar os autos do IPM? 
 
13) Na Averiguação, pode-se proceder a uma acareação? 
 
14) Instaura-se Averiguação para apurar crime militar, já com 
autoria e materialidade definidas? 
 
15) Admite-se Perícia, na Averiguação? 
 
 
 
 
 
 
 
 
PRÁTICA PROCESSUAL –CAS 2023 
34 
 
 
GABARITO 
 
1) Averiguação: Averiguador, Averiguado, Ofendido e 
Testemunha. 
IPM: Encarregado, Escrivão, Indiciado (Investigado), Ofendido e 
Testemunha. 
 
2) R: Carta Precatória – Art. 361 do CPPM. 
 
3) A designação de escrivão para o inquérito caberá ao respectivo 
encarregado, se não tiver sido feita pela autoridade que lhe deu 
delegação para aquele fim, recaindo em 2º ou 1º tenente, se o 
indiciado for oficial, e em sargento, subtenente ou suboficial, nos 
demais casos. (Art. 11 do CPPM). 
 
4) Concluído o Inquérito Policial Militar, depois de solucionado pela 
autoridade policial que determinou sua instauração, deverão os 
Autos serem remetidos por ofício, através da Corregedoria Interna 
da Polícia Militar, às 1ª, 2ª e 3ª Promotorias de Justiça, que atuam 
perante a AJMERJ, de acordo com a correspondência territorial de 
cada uma. 
 
5) O inquérito deverá terminar dentro de vinte dias, se o indiciado 
estiver preso, contado esse prazo a partir do dia em que se 
executar a ordem de prisão; ou no prazo de quarenta dias, quando 
o indiciado estiver solto, contados a partir da data em que se 
instaurar o inquérito. Este último prazo poderá ser prorrogado por 
mais vinte dias pela autoridade militar superior, desde que não 
estejam concluídos exames ou perícias já iniciados, ou haja 
necessidade de diligência, indispensáveis à elucidação do fato. O 
pedido de prorrogação deve ser feito em tempo oportuno (72 
PRÁTICA PROCESSUAL –CAS 2023 
35 
 
 
horas) antes do término do prazo, de modo a ser atendido antes da 
terminação do prazo. 
 
6) 1= Capa; 
2= Portaria do Encarregado; 
3= Nomeação do Escrivão; 
4= Compromisso do Escrivão; e 
5= Portaria determinando a instauração do IPM.7) AVERIGUAÇÃO: Quando houver denúncia contra Policial Militar 
sem autoria e/ou materialidade definida de prática de conduta 
contrária a dispositivos penal militar ou penal comum e, ainda, 
cumulada com violação ao RDPMERJ. Será instaurada também para 
apuração de situações meramente administrativas (Ex.: FUSPOM, 
Aluno-Aprendiz, Extravio da Cédula de Identidade Funcional). Se 
na Averiguação forem coletados indícios da prática de crime militar, 
com autoria e materialidade definidas, sem a necessidade de 
outros elementos de provas, os autos serão encaminhados à 
AJMERJ, sem instauração de IPM. 
IPM: Quando houver indícios de crime militar. Pode ocorrer 
materialidade sem autoria definida. 
 
8) O Encarregado do IPM elaborará um Ofício ao Juiz de Direito da 
AJMERJ, requerendo a expedição do competente Mandado de 
Condução Coercitiva em desfavor da Testemunha recalcitrante. 
Atualmente, a Juíza de Direito da AJMERJ nomeia o próprio 
Encarregado como Oficial de Justiça ad hoc para cumprir a ordem 
judicial. 
 
9) Adotará as providências necessárias para que as suas funções 
sejam delegadas a outro oficial, nos termos do §2º, do art.7º, do 
CPPM, ou seja, será substituído por oficial mais antigo ou superior 
PRÁTICA PROCESSUAL –CAS 2023 
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hierárquico ao indiciado/ investigado, com base no art. 10, §5º, do 
CPPM. 
 
10) a) Ordinária; 
b) Sumária; e 
c) Sumaríssima. 
 
11) parecer 
12) solução 
13) sim 
14) não. Instaura–se IPM 
15) sim. Pode acionar o CCrim

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