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PRÁTICA PROCESSUAL –CAS 2020 2 AUTORIDADES Governador do Estado do Rio de Janeiro Exmº Sr Cláudio Bonfim de Castro e Silva Secretário de Estado de Polícia Militar Exmº Sr Coronel Luiz Henrique Marinho Pires Subsecretário de Estado de Polícia Militar Ilmº Sr Coronel Carlos Eduardo Sarmento da Costa Diretor-Geral de Ensino e Instrução Ilmº Sr Coronel PM Ari Jorge Alves dos Santos Comandante do CFAP 31 de Voluntários Ilmº Sr Coronel Marcelo André Teixeira da Silva Comandante do Centro de Educação a Distância da Polícia Militar Ilmº Sr Tenente-Coronel PM Alexandre Moreira Soares PRÁTICA PROCESSUAL –CAS 2020 3 APRESENTAÇÃO Estamos vivendo a era da tecnologia, na qual a informação está cada dia mais latente e veloz em nossa rotina diária. Este curso tem por objetivo aperfeiçoar os 2º Sargentos da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro. Para tal, o Curso ocorrerá na modalidade a distância, disponibilizado no ambiente virtual de aprendizagem, por intermédio da Escola Virtual, no Centro de Educação a Distância da Polícia Militar (CEADPM). É fundamental o seu empenho no curso, pois você terá autonomia de estudos e de horários, mas também é necessário disciplina e dedição para o êxito dessa jornada, pois depende do esforço coletivo e também individual para que tenhamos policiais cada vez mais qualificados, bem treinados e aperfeiçoados para cumprirmos nossa missão, buscando cada vez mais a excelência de nossas ações. O bom treinamento envolve aspectos físicos e cognitivos, na era da informação e da tecnologia, precisamos nos aprimorar cada vez mais a fim de garantir uma tropa consciente, respeitosa, pautada em valores morais e institucionais, garantindo assim o cumprimento de suas funções com dignidade e excelência. Esperamos que você aproveite ao máximo os conhecimentos adquiridos através deste curso e busque uma reflexão acerca de suas funções perante a sociedade, seus companheiros de profissão. Que seja um momento de repensar as práticas e fortelecer seu vínculo profissional, ampliando cada vez mais seus conhecimentos para lidar com as particularidades de ser um Policial Militar no Estado do Rio de Janeiro. Desejamos a todos bons estudos! Ari Jorge Alves dos Santos - Coronel PM Diretor-Geral de Ensino e Instrução Marcelo André Teixeira da Silva– Coronel PM Comandante do CFAP PRÁTICA PROCESSUAL –CAS 2023 4 Desenvolvedores CFAP Coordenação Geral Pedagógica CAP PM Ped Patrícia Kalife Paiva Equipe Técnica CB PM Juliana Pereira de Carvalho Conteudista Divisão de Ensino CFAP 31 Vol Coautor 1º TEN PM Luana Pedrina Oliveira dos Santos CEADPM Supervisão Geral EAD CAP PM Ped Vania Pereira Matos da Silva Equipe Técnica SUBTEN PM Willian Jardim de Souza 2º SGT PM Edson dos Santos Vasconcelos SD PM Lucas Almeida de Oliveira SD PM Diogo Ramalho Pereira SD PM Jorge Pereira Victorino SD PM Daniel Moreira de Azevedo Júnior SD PM Alexandre Leite da Silva Diagramação 2º SGT PM Alan dos Santos Oliveira 3º SGT PM Michele Pereira da Silva de Oliveira Design Instrucional 3º SGT PM Michele Pereira da Silva de Oliveira Filmagem e Edição de Vídeo CB PM Renan Campos Barbosa SD PM Alexandre dos Reis Bispo Designer Gráfico SD PM Leonardo da Silva Ramos Suporte ao Aluno 1º SGT PM Anderson Inácio de Oliveira CB PM Tainá Pereira de Pereira PRÁTICA PROCESSUAL –CAS 2023 5 SUMÁRIO INTRODUÇÃO .......................................................................... 6 AVERIGUAÇÃO ......................................................................... 8 INQUÉRITO POLICIAL MILITAR ............................................. 11 RELATÓRIO ........................................................................... 24 CONCLUSÃO ........................................................................... 29 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................ 30 EXERCÍCIOS .......................................................................... 32 GABARITO ............................................................................. 34 PRÁTICA PROCESSUAL –CAS 2023 6 INTRODUÇÃO Esta disciplina tem por objetivo ensinar o conjunto de procedimentos a serem adotados, em conformidade com as formalidades previstas no Código de Processo Penal Militar (CPPM), bem como nos demais regulamentos e normas vigentes que tratam do assunto, que tenham por finalidade servir de suporte básico para a confecção dos procedimentos apuratórios elaborados no âmbito da Corporação. Nosso foco serão o Inquérito Policial Militar (IPM) e Averiguação, sendo o primeiro instrutivo da Ação Penal Militar, e o segundo de apuração de fatos meramente administrativos ou reunir elementos mínimos que possam servir de base à instauração do IPM, pois servirão de embasamento ao Ministério Público para oferecimento de denúncia à Autoridade Judiciária Militar competente, dando início à Ação Penal Militar. Insta salientar que a disciplina de Prática Processual é muito importante, porque possibilita o uso de ferramentas processuais por parte do Investigador, no que se refere à elaboração de Averiguação e IPM. Assim, surge da imperiosa necessidade do Comandante, Chefe ou Diretor de OPM apurar, em seus mínimos detalhes, o cometimento, em tese, de uma transgressão disciplinar, fatos de natureza meramente administrativa ou crime militar. Para tal, dependendo da gravidade da irregularidade, o Comandante escolhe a espécie de apuração dos fatos. Desde o IPM, que é a mais formal de todas, passando pela Averiguação, que é a menos formal. Na Averiguação, o Oficial, o Subtenente e o Sargento podem ser nomeados na condição de Averiguador pelo Comandante, Chefe ou Diretor, obedecendo-se sempre a hierarquia. Daí a grande importância desta disciplina para vocês!!! No IPM, apenas o Oficial pode ser nomeado na condição de Encarregado, também em fiel observância ao princípio da hierarquia; PRÁTICA PROCESSUAL –CAS 2023 7 na condição de Escrivão, o Oficial, o Subtenente e o Sargento podem exercer esta função. Deste modo, estude com atenção, zelo e dedicação. Além do conteúdo em si, deixaremos a disposição o material complementar que oferecerá modelos e exemplos que o auxiliarão nesta nova fase da carreira. PRÁTICA PROCESSUAL –CAS 2023 8 Você sabe o que é uma Averiguação? Natureza administrativa: FUSPOM, extravio de documentos, LTSPF, etc. Natureza criminal: PM vítima de roubo ou furto, denúncia contra PM sem autoria e materialidade definidas etc. AVERIGUAÇÃO Então vamos começar pelo conceito? Averiguação é uma espécie do gênero Procedimento Apuratório, que tem como finalidade apurar fatos, sejam de natureza meramente administrativa, sejam de natureza criminal. Vamos observar agora alguns exemplos de Averiguação de natureza administrativa e de natureza criminal, para que você possa entender a diferença: PRÁTICA PROCESSUAL –CAS 2023 9 Espécies de Averiguação Na PMERJ, temos três espécies de Averiguação. Você sabe quais são? Então vamos lá: Averiguação Ordinária: É a mais utilizada na rotina militar, ou seja, é a mais comum. Este tipo de Averiguação serve para apurar tanto os fatos de natureza criminal quanto os fatos de natureza administrativa. Averiguação Sumária: É uma exceção, pois ela só é instaurada quando é preciso apurar fatos no menor prazo possível. Averiguação Sumaríssima: Utilizamos esse tipo de averiguação para apurar se o falecimento de um PM da ativa foi em decorrência deato de serviço. Esta averiguação é realizada pelo Oficial Supervisor da área onde ocorreu o falecimento, conforme publicação no Bol da PM n.º 006, de 09 Jan 17. Personagens Vamos agora conhecer todos os envolvidos em uma Averiguação e como serão tecnicamente declarados nos autos: Em regra, o prazo para conclusão de uma Averiguação é de trinta dias corridos. O Averiguador pode ser um Oficial, Subtenente ou Sargento. Ele será o responsável pela investigação. O Averiguador é selecionado por uma Autoridade de Polícia Judiciária Militar. Já o Averiguado, este é o alvo da investigação. PRÁTICA PROCESSUAL –CAS 2023 10 Prazo Quando uma Averiguação é instaurada, é muito importante ter atenção aos prazos. Essa missão cabe ao Averiguador. Parecer Ao final da investigação, o Averiguador elaborará um circunstanciado Parecer relatando todos os fatos apurados. Solução A Autoridade de Polícia Judiciária Militar que delegou ao Averiguador competência para apuração dos fatos solucionará a Averiguação. A Autoridade de Polícia Judiciária Militar poderá concordar ou não com o Parecer emitido pelo Averiguador, com base nos fatos apurados. PRÁTICA PROCESSUAL –CAS 2023 11 O Inquérito Policial Militar é a apuração sumária de fato, que, nos termos legais, configure crime militar, e de sua autoria. Tem o caráter de instrução provisória, cuja finalidade precípua é a de ministrar elementos necessários à propositura da ação penal. INQUÉRITO POLICIAL MILITAR Conceito e Finalidade do IPM Para iniciarmos, vamos conhecer a definição expressa no Art. 9º, do CPPM, que define o que é o IPM. Desta forma, podemos entender que o IPM, instituído pelo CPPM, é um procedimento administrativo de Polícia Judiciária Militar inquisitorial, investigatório, sigiloso, desenvolvido unilateralmente pela administração militar. Instauração de IPM Instaurar o IPM significa iniciar oficialmente a sua elaboração. O início da contagem do prazo se dá com o recebimento da Portaria de Instauração, baixada pelo Encarregado do IPM. A Portaria de Instauração será sempre a folha n.º 4 dos autos de um IPM. Encarregado do IPM e Escrivão De acordo com o Art. 15, do CPPM, o Encarregado do IPM será, sempre que possível, Oficial de posto não inferior ao de Capitão. PRÁTICA PROCESSUAL –CAS 2023 12 O Oficial Encarregado do IPM deverá, desde logo, nos primeiros atos do IPM, quando avaliar as provas que imprescindivelmente terá de produzir, requerer as provas periciais, pois estas são as mais demoradas, devendo ouvir o Ofendido, as Testemunhas e o Indiciado, pessoas e proceder reconhecimento de coisas, acareações, exame de corpo de delito (não pode ser dispensado e nem suprido por atestado ou médico), laudos de avaliação de servibilidade de arma de fogo instrumento do crime, exame de relatório coisa, de ou outro balística, reconstituição dos fatos, proceder as buscas e apreensões pertinentes, enfim o Encarregado deve preocupar-se em realizar e anexar todas provas cabíveis. A designação de Escrivão para o IPM caberá ao respectivo Encarregado. Geralmente recai em Segundo-Tenente ou Primeiro- Tenente, se o indiciado for Oficial. Já nos demais casos, o escrivão pode ser um Subtenente ou Sargento. Prazo para Elaboração do IPM O prazo inicial para conclusão do IPM é de vinte dias, estando o indiciado preso, ou de quarenta dias, caso o mesmo esteja em liberdade ou não tenha sido identificado. Em situações de absoluta necessidade e devidamente justificado, existindo exames e perícias a serem realizadas ou diligências julgadas indispensáveis, este prazo poderá ser prorrogado por até vinte dias. A primeira prorrogação é autorizada pela autoridade de polícia judiciária militar. PRÁTICA PROCESSUAL –CAS 2023 13 Caso sejam necessárias novas prorrogações, estas deverão ser solicitadas diretamente ao Ministério Público Militar, sendo os autos encaminhados junto com a solicitação para apreciação do pleito. Todas as prorrogações de prazo devem ser informadas à Corregedoria. Se o prazo do IPM já tiver transcorrido dez dias, momento em que se efetiva a prisão do indiciado, qual será o prazo final para a sua conclusão? O IPM encerrar-se-á em trinta dias: dez dias de prazo com o indiciado solto e vinte dias com o indiciado preso, não se ultrapassando o prazo inicial de quarenta dias. Se o prazo do IPM já tiver transcorrido trinta dias? O IPM encerrar-se-á em dez dias, para não ultrapassar o prazo de quarenta dias. Se o prazo do IPM, incluída a prorrogação, já tiver transcorrido cinquenta dias, momento em que se efetiva a prisão do Indiciado, qual será o prazo final para a sua conclusão? De acordo com o espírito da norma castrense supra, o prazo máximo para a conclusão do IPM é o de sessenta dias. Neste caso, se ocorrer a prisão durante o período de prorrogação do prazo, o prazo final deste é que deverá indicar o dia do encerramento do IPM; logo, o Encarregado terá dez dias para encerrar o IPM. CLIQUE AQUI PARA ATENTAR NA DIFERENÇA! PRÁTICA PROCESSUAL –CAS 2023 14 Prisão Provisória do Indiciado Agora vamos entender como a lei trata a questão da prisão. Segundo o Art. 18, do CPPM Independentemente de flagrante delito, o indiciado poderá ficar detido, durante as investigações policiais, até trinta dias, comunicando-se a detenção à autoridade judiciária competente. Esse prazo poderá ser prorrogado, por mais vinte dias, pelo Comandante da Região, Distrito Naval ou Zona Aérea, mediante solicitação fundamentada do encarregado do inquérito e por via hierárquica. Segundo o Art. 5º, LXI, da CRFB/88 Ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei. PRÁTICA PROCESSUAL –CAS 2023 15 Em sua doutrina1, o Mestre Célio Lobão tem o entendimento de que: A medida coercitiva deverá ser comunicada ao Juiz (Juiz de Direito do Juízo Militar – AJMERJ), que após ouvir o MP, relaxará a prisão se considerá-la ilegal. Havendo necessidade do recolhimento por mais tempo, além dos 50 dias, compete ao Juiz decretar a prisão preventiva, mediante representação do encarregado do inquérito ou a requerimento do MP, desde que atendidos os requisitos exigidos para a medida cautelar. (DIREITO PROCESSUAL PENAL MILITAR - Justiça Militar FEDERAL / Justiça Militar ESTADUAL, 2009) Pelo que está regrado nesse dispositivo, o Encarregado, em tese, tem o poder de expedir ordem de prisão ao indiciado, independente de flagrante delito, bastando, para sua formalização, simples comunicação à autoridade competente, que no caso subentende-se, pela regra de prorrogação, ser a autoridade delegante. Há vários autores que defendem que esse artigo ainda está em vigor, podendo a detenção ser determinada nos crimes militares próprios, em virtude do que dispõe o inciso LXI, do art. 5º da Constituição Federal, citado acima. Ninguém será preso senão em VAMOS flagrante RdELeElMitBoRAoR!u por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei. 1 DIREITO PROCESSUAL PENAL MILITAR - Justiça Militar FEDERAL / Justiça Militar ESTADUAL, Editora Método, pág. 63, 2009. PRÁTICA PROCESSUAL –CAS 2023 16 Prova do fato delituoso Indícios suficiente de autoria O Encarregado do IPM, caso seja necessário e justificável, poderá representar ao Juiz de Direito do Juízo Militar pela prisão preventiva, no curso do IPM. A prisão preventiva está previstano CPPM. De acordo com o art. 254, a prisão preventiva pode ser decretada pelo Juiz de Direito do Juízo Militar ou pelo Conselho de Justiça, de ofício, a requerimento do Ministério Público ou mediante representação da autoridade encarregada do inquérito policial-militar, em qualquer fase deste ou do processo, concorrendo os requisitos seguintes: Entretanto, de acordo com o art. 255, a prisão preventiva, além dos requisitos já citados, deverá fundar-se em um dos seguintes casos: Ofendido Você saberá definir quem é o Ofendido em um IPM? O Ofendido é, na verdade, a própria vítima da ação delituosa, o sujeito passivo secundário, ou seja, o titular do direito lesado pela ação ou omissão do agente ativo. PRÁTICA PROCESSUAL –CAS 2023 17 No CPPM, os procedimentos aplicáveis ao Ofendido estão inseridos nos artigos 311 a 313. Sempre que possível, o Ofendido deverá ser inquirido e, por determinação do art. 13, deverá ser o primeiro, embora isto não possa ser entendido como uma regra impositiva e inflexível, pelo menos no IPM. Esta regra não pode ser absoluta, até porque muitas vezes o Ofendido fica gravemente ferido, só podendo ser ouvido algum tempo depois de instaurado o procedimento inquisitorial, ou perdendo a própria vida. Ao Ofendido deverá ser perguntado sobre as circunstâncias da infração penal, do tipo: quem seria ou se presume ser o autor e as provas que possam indicar. Suas declarações devem ser reduzidas a termo, chamado de “Termo de Depoimento”. Testemunha A definição de Testemunha você já deve conhecer, não é? Mais vale a pena conferir: Testemunha é a pessoa que atesta a veracidade de um ato ou de um fato. Logo, é quem viu ou soube das circunstâncias em que uma determinada situação aconteceu. No CPPM os procedimentos sobre testemunhas estão inseridos nos artigos 347 a 364. Para que compareçam em dia, hora e local, a fim de serem inquiridas, as Testemunhas serão notificadas diretamente pela PRÁTICA PROCESSUAL –CAS 2023 18 autoridade. O termo próprio é esse mesmo – notificação, pois não se trata de um pedido, e sim da comunicação de uma imposição. O comparecimento da testemunha é obrigatório, não podendo ela eximir-se, salvo impedimento devidamente comprovado, nos casos de força maior ou outra circunstância por ela apresentada que possa ser entendida como causa que de fato impediu-a de comparecer. Quando se tratar de servidores públicos ou de militares, deverá ser dirigida requisição (solicitação) ao seu chefe imediato, pedindo o seu comparecimento. No caso de militar de patente superior a do Encarregado do IPM, mesmo assim o comparecimento será obrigatório, em função de que todo militar quando participa de atos desta natureza está cumprindo uma determinação superior, ou seja, a ordem expressa no ofício de apresentação. No curso do IPM, quando uma testemunha se recusa a atender à notificação do Encarregado, costumeiramente se deve repetir a notificação por mais duas vezes, com a finalidade de tentar convencer a testemunha a comparecer, principalmente mostrando- lhe a importância de suas declarações para a formação da prova. No IPM não há um número mínimo ou máximo de testemunhas a serem inquiridas. O encarregado deverá inquirir todas as pessoas que souberem ou tiverem informações importantes sobre a infração penal militar investigada. Em princípio, qualquer pessoa poderá ser testemunha, independente de idade, sexo, cor, religião. Entretanto, o ascendente, o descendente, o afim em linha reta, o cônjuge, ainda que desquitado, e o irmão do Acusado, bem como PRÁTICA PROCESSUAL –CAS 2023 19 pessoa que com ele tenha vínculo de adoção, salvo quando não for possível, por outro modo, obter-se ou integrar-se a prova do fato e de suas circunstâncias, estão dispensados da obrigação legal de depor, conforme aponta o art. 354, do CPPM. Também são proibidas de depor as pessoas que em razão de função, ministério, ofício ou profissão devam guardar segredo do que souberem, salvo se desobrigadas pela parte interessada. O Presidente e o Vice-Presidente da República, os Governadores e Interventores dos Estados, os Ministros de Estado, os Senadores, os Deputados Federais e Estaduais, os membros do Poder Judiciário e do Ministério Público, o Prefeito do Distrito Federal e dos Municípios, os Secretários dos Estados, os membros dos Tribunais de Contas da União e dos Estados, o Presidente do Instituto dos Advogados Brasileiros e os Presidentes do Conselho Federal e dos Conselhos Secionais da Ordem dos Advogados do Brasil; As pessoas impossibilitadas por enfermidade ou por velhice, que serão inquiridas onde estiverem. Sob a ótica do art. 352, do CPPM, no Termo de Depoimento de Testemunha, a Testemunha deve declarar seu nome, idade, estado civil, filiação, Identidade, residência, profissão e lugar onde exerce atividade, telefone, se é parente (e em que grau do acusado e do ofendido), quais as suas relações com qualquer deles, e relatar o que sabe ou tem razão de saber, a respeito do fato delituoso narrado na denúncia e circunstâncias que com o mesmo tenham pertinência, não podendo limitar o seu depoimento à simples declaração de que confirma o que prestou no inquérito. Sendo numerária ou Numerária – é o quantitativo de testemunhas previsto no Código de Processo Penal Militar (tem um quantitativo máximo). Referida– pessoas mencionadas nos depoimentos das testemunhas numerárias. PRÁTICA PROCESSUAL –CAS 2023 20 referida, prestará o compromisso de dizer a verdade sobre o que souber e lhe for perguntado. Antes de prestar seu depoimento, a Testemunha deverá prestar o Compromisso Legal. Compromissada, a Testemunha será obrigada a responder as perguntas que lhe forem feitas pelo Encarregado do IPM. Compromisso legal – é o juramento solene prestado antes do seu depoimento, em juízo ou no curso do IPM. O direito constitucional de ficar em silêncio aplica-se somente ao acusado. Não pratica o crime de perjúrio somente a Testemunha que mente, mas aquela que também omite detalhes do que sabe ou se recusa a falar o que sabe sobre a infração penal. A critério do Encarregado do IPM, a Testemunha poderá responder as perguntas formuladas pelo advogado do indiciado. Todas as perguntas à Testemunha serão sempre feitas pelo Encarregado. O advogado não pode se dirigir diretamente à Testemunha ou ao Ofendido, para indagações e perguntas. As Testemunhas deverão ser inquiridas separadamente, de modo que uma não possa presenciar ou ouvir o que outra está declarando, ou tomar conhecimento do que já foi declarado. Pelo que regra o art. 19, do CPPM, tanto a Testemunha quanto as demais pessoas a serem ouvidas no IPM, devem ser inquiridas durante o dia, em período que medeie entre as sete e dezoito horas, exceto em casos de urgência. PRÁTICA PROCESSUAL –CAS 2023 21 A Testemunha também não deverá ser inquirida por mais de quatro horas consecutivas, sendo lhe facultado descanso de meia hora, caso o tempo de inquirição seja superior àquele. As inquirições não concluídas até às dezoito horas, como regra, devem ser transferidas para o dia seguinte. Quando a Testemunha não residir na sede dos trabalhos do IPM, não existindo forma do deslocamento até o local mais apropriado, tanto por parte da Testemunha quanto do Escrivão e Encarregado, aquela poderá ser inquirida através de Carta Precatória. De acordo com o art. Carta precatória – é o instrumento através do qual se obtém depoimento de Ofendido ou Testemunha que resida fora da circunscrição da autoridade de Polícia Judiciária Militar. 361, do CPPM, no curso do IPM, o seu Encarregado poderá expedir Carta Precatória à autoridade militar superior do local ondea testemunha estiver servindo ou residindo, a fim de notificá-la e inquiri-la, ou designar Oficial que a inquira, tendo em atenção as normas de hierarquia, se a Testemunha for militar. Com a Carta Precatória, o Encarregado enviará cópias da parte que deu origem ao IPM e da Portaria que lhe determinou a instauração e os quesitos formulados para serem respondidos pela Testemunha, além de Deprecata – é sinônimo de carta precatória outros dados que julgar necessários ao esclarecimento do fato. Quando se tratar de Carta Precatória a ser expedida à Autoridade Policial Judiciária Militar de Co-irmã, o Encarregado poderá fazer a Deprecata diretamente a ela, através da CIntPM. PRÁTICA PROCESSUAL –CAS 2023 22 Indiciado – é a qualidade do Policial Militar, no IPM, quando há evidentes indícios da prática de crime militar. Investigado – é a qualidade do Policial Militar, no IPM, quando não há indícios suficientes da prática de crime militar, apenas a materialidade delitiva (aconteceu o delito, mas a autoria ainda é desconhecida). Indiciado/Investigado Até o presente momento você já é capaz de intuir a definição de Indiciado, não é? Indiciado é a denominação que se dá ao militar alvo de investigação no IPM. Não existe no CPPM um procedimento próprio para o interrogatório do Indiciado, devendo-se aplicar a este os procedimentos, no que couber, relativos ao Acusado, previsto nos artigos 302 a 306, observando-se o art. 301 De acordo com o art. 306, do CPPM, o Indiciado será perguntado sobre o seu nome, naturalidade, estado, idade, filiação, residência, profissão ou meios de vida e lugar onde exerce a sua atividade, além disso, se sabe ler e escrever. Respondidas essas perguntas, poderão ainda, caso necessário, o interrogatório ser dirigido com as seguintes questões, além das elencadas pelo Encarregado do IPM: Onde estava ao tempo em que foi cometida a infração? Teve notícia desta e de que forma? Conhece a pessoa ofendida e as testemunhas? (Desde quando e se tem alguma coisa a alegar contra elas) PRÁTICA PROCESSUAL –CAS 2023 23 Conhece as provas (contra ele) apuradas? Tem alguma coisa a alegar a respeito das mesmas? Conhece o instrumento com que foi praticada a infração ou qualquer dos objetos com ela relacionados e que tenham sido apreendidos? É verdadeira a imputação que lhe é feita? Não sendo verdadeira a imputação, sabe de algum motivo particular a que deva atribuí-la ou conhece a pessoa ou pessoas a que deva ser imputada a prática do crime? Esteve com elas antes ou depois desse fato? Está sendo ou já foi processado pela prática de outra infração? Em caso afirmativo, em que juízo, se foi condenado, qual a pena imposta e se a cumpriu? Tem quaisquer outras declarações a fazer? Quando se tratar de confissão, esta deverá: Ser feita perante o Encarregado do IPM; Ser feita na presença de Testemunhas; Ser livre, espontânea e expressa; Versar sobre o fato principal; Ser verossímil; Ter compatibilidade e concordância com as demais provas do IPM. Testemunhas do Interrogatório Segundo o Manual de Inquérito Policial Militar e Prisão em Flagrante Delito (M5), público no Bol PM n.º163, de 14OUT83, é de boa técnica arrolar duas Testemunhas presenciais do interrogatório do Investigado/Indiciado, sendo superiores hierárquicas do mesmo ou mais antigo. PRÁTICA PROCESSUAL –CAS 2023 24 RELATÓRIO O IPM deve ter suas diligências encerradas mediante a elaboração de um Relatório pelo Encarregado. Esse Relatório normalmente é dividido em quatro partes: Da Origem, Das Providências, Da Análise e, finalmente, a Conclusão. Vamos entender cada uma delas? Introdução O Encarregado citará: Quem determinou a instauração do IPM? Qual o documento que delegou as atribuições de Polícia Judiciária Militar? Quem é o Investigado/Indiciado? Qual o fato sob apuração? Diligências Realizadas Devem ser relacionadas todas as medidas instrutórias adotadas pelo Encarregado. É feito, na verdade, um resumo dos despachos, de forma cronológica, com a citação de cada providência contida neles. Da Análise!! Tem 2 etapas: dos documentos e dos depoimentos São a narração de como se deram os fatos sob a ótica do Encarregado. Essa narrativa deve ser feita unicamente com base no que consta dos autos e deve apontar o dia, hora, local, meios empregados, modo de execução e quem é o responsável por cada fase do delito. Conclusão O Encarregado dirá se há indícios de Infração Penal Militar e de quem é a autoria. Será analisado se há Transgressão Disciplinar. PRÁTICA PROCESSUAL –CAS 2023 25 Nesse caso, se for de natureza grave, a indicativa de CRD, CD ou CJ, tendo como peças exordiais cópia de todo IPM. Abertura de outro (s) volume De acordo com o previsto no M5, recomenda-se que cada duzentas folhas um novo volume deve ser aberto, e que para cada novo volume deverá ser lavrado na CAPA: “TERMO DE ABERTURA DO II, ou III ou IV VOLUME”. Na hipótese de haver dois ou mais volumes no IPM, o Encarregado deverá colocar na capa do 1º: “I VOLUME”. Para que não haja quebra na sequência lógica do processo, é permitido que haja um desvio de até 15 folhas para a abertura de um novo volume. Solução do IPM É prevista nos termos do art. 22, §1º, do CPPM: a autoridade delegante pode concordar ou não com o Encarregado. Se discordar, terá que haver motivação. Remessa do IPM a AJMERJ, via Corregedoria Interna da Polícia Militar (CIntPM) Solucionado o IPM pela Autoridade de Polícia Judiciária Militar, os autos serão encaminhados a uma das Promotorias de Justiça vinculadas a AJMERJ, nos termos do art. 23, do CPPM, e baseado no art. 4º, 1ª Parte, das IRRR GPGJ, n.º 971, de 31JAN01. Observações importantes: Central de Inquéritos Na hipótese de se concluir pela – é o órgão pertencente à estrutura funcional do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro. existência de indícios de infração penal comum, os autos do IPM deverão ser enviados diretamente a 1ª, 2ª e 3ª Autoridade de Polícia Judiciária Militar – Comandantes, Chefes e Diretores PRÁTICA PROCESSUAL –CAS 2023 26 Central de Inquéritos, conforme a atribuição de cada uma delas. Na hipótese supra, a autoridade delegante deverá enviar cópia do Relatório e da Solução à CIntPM. As orientações acima estão previstas nas Instruções Reguladoras relacionadas à Resolução GPGJ, n.º 971, de 31 jan. 2001, da Procuradoria-Geral de Justiça e ao Ofício n.º 030/MP- AJMERJ/2001, que estabelecem medidas sobre procedimentos investigatórios (Bol. da PM n.º 083, de 07 maio 2001). Erros mais comuns na confecção de IPM Até aqui, nós vimos todo o caminho necessário para a elaboração de um IPM. Vamos agora atentar para os erros mais comuns, e não deixar mais que eles ocorram, né! Ausência de numeração, carimbo e rubrica do Escrivão no canto superior direito; Termos: Conclusão, Despacho, Recebimento, Certidão e Juntada - usados de forma incorreta; CONCLUSÃO E CERTIDÃO AGORA SÃO CARIMBOS NO VERSO DAS PÁGINAS E NÃO SE USA MAIS O RECEBIMENTO Utilização indevida do Termo de Juntada para documentos expedidos pelo Encarregado de IPM (deverá ser Certidão), quando somente é utilizado o Termo em Comento por ocasião de documentos recebidos, ou seja, que vem de fora; ALGUNS DOCUMENTOS RECEBIDOS TB ENTRAM NO APENSO Termo de Inquirição superficial, deixando de aprofundar questões relevantes como, por exemplo, procedência de veículo, armamento, telefone celular, além da não utilização PRÁTICA PROCESSUAL –CAS 2023 27 do termo de acareação por ocasião de depoimentos contraditórios; Falta de auditoria via GPS, quando necessário; Falta de ficha(s) disciplinar(es) dosInvestigados/Indiciados; Utilização do termo ‘Convite’ ao invés de ‘Notificação’ (CPPM, art. 347); Relatório bastante sucinto, não descrevendo de forma detalhada o que foi apurado, conforme prevê o M-5 (Objetivo do IPM, Diligências Realizadas, Resultados Obtidos e Conclusão); Falta de comunicação a CIntPM, quando concedida prorrogação de prazo pela Promotoria em exercício junto a AJMERJ; Quando da confecção do Relatório, não mencionar se houve Transgressão da Disciplina, por parte dos envolvidos no procedimento, além de Infração Penal Militar; Falta de perícia nos crimes que deixam vestígios, tais como: lesão corporal, homicídio, etc. (CPPM, Art. 328); Não observação das medidas preliminares a serem adotadas (CPPM, art. 12), Denominação incorreta ou qualificação incompleta das pessoas ouvidas no procedimento, tais como: declarante, envolvido, depoente, falta do CPF, do endereço ou telefone da testemunha. No IPM, o sujeito é ouvido como “Investigado/Indiciado, Testemunha e Ofendido”, dependendo de cada situação; Atraso na remessa dos autos a CIntPM para posterior Solução do Comandante Geral; Termo de Encerramento de Volume (o Termo de Encerramento só se usa na fase judicial, por ordem da autoridade judiciária competente). PRÁTICA PROCESSUAL –CAS 2023 28 Ausência de comunicação à autoridade delegante de prorrogação de prazo pelo Ministério Público. Ordem das peças iniciais dos autos de IPM Fl. 01 – Capa com autuação; Fl. 02 – Portaria do Encarregado do IPM; Fl. 03 – Nomeação do Escrivão; Fl. 04 – Termo de Compromisso do Escrivão; Fl. 05 – Portaria determinando a instauração de IPM; Fl. ... – Demais documentos anexos à Portaria da autoridade delegante. Fl. ... – Conclusão; Fl. ... – Despacho; Fl. ...- Recebimento; Fl.... – Certidão; etc. PRÁTICA PROCESSUAL –CAS 2023 29 CONCLUSÃO A disciplina de Prática Processual possibilita a seus operadores a noção de como desempenhar a atividade de polícia judiciária militar, que é de suma importância à vida militar, mantendo-se os princípios da hierarquia e da disciplina. Neste contexto, há o exercício da polícia judiciária militar nas Forças Auxiliares pelos Oficiais, e Subtenentes e Sargentos. Por fim, cabe registrar que a eficiência da atividade de polícia judiciária militar passa a ser uma ferramenta muito eficaz para que não sejam violados os pilares básicos da estrutura castrense, quais sejam, a hierarquia e a disciplina, e, na hipótese de violação, funciona como instrumento de restabelecimento aos prefalados princípios, como também serve como caráter inibidor a condutas contrárias ao ordenamento jurídico. PRÁTICA PROCESSUAL –CAS 2023 30 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ASSIS, Jorge Cesar de. Comentários ao Código Penal Militar. Comentários – Doutrina – Jurisprudência dos Tribunais Militares e Tribunais Superiores. 6ª Edição – Revista e Atualizada. Juruá Editora. 2009. ASSIS, Jorge Cesar de. Curso de Direito Disciplinar Militar – Da Simples Transgressão ao Processo Administrativo. 4ª Edição – Revista, Ampliada e Atualizada. Juruá Editora. 2013. Boletim da PMERJ, n.º 163, de 14 de Outubro de 1983. Manual de IPM - M5. BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil, de 05 de Outubro de 1988. Decreto Estadual n.º 6.579, de 05 de Março 1983. Poder Executivo Estadual, Rio de Janeiro, 1983. Decreto-Lei n° 1.001, de 21 de Outubro de 1969. Decreto-Lei n° 1.002, de 21 de Outubro de 1969. Decreto-Lei n° 2.848, de 07 de Dezembro de 1940. Decreto-Lei n° 3.689, de 03 de Outubro de 1941. Lei Estadual n.º 443, de 01 de Julho 1981. Poder Executivo Estadual, Rio de Janeiro, 1981. LOBÃO, Célio. Direito Penal Militar. 3ª Edição Atualizada. Brasília Jurídica. 2006. LOBÃO, Célio. Direito Penal Militar. 3º Edição, Editora Brasília Jurídica, 2006. LOBÃO, Célio. Direito Processual Penal Militar. 3ª Edição Atualizada. Editora Método. 2009. NEVES, Cícero Robson Coimbra e STREIFINGER, Marcelllo. Manual de Direito Penal Militar. 4ª Edição. Saraiva. 2014. NEVES, Cícero Robson Coimbra. Manual de Direito Processual Penal Militar, em Tempo de Paz. 4ª Edição. Saraiva. 2014. PRÁTICA PROCESSUAL –CAS 2023 31 PMERJ. Boletim da PMERJ, n.º 154, de 16 de Agosto de 2001. Instruções Reguladoras Relacionadas à Resolução GPGJ n.º 971, de 31jan2001, que estabelecem medidas sobre Procedimentos Investigatórios. RIO DE JANEIRO (Estado). Constituição Estadual do Rio de Janeiro, 05 de Outubro de 1989. ROSA, Paulo Tadeu Rodrigues. Código Penal Militar Comentado – Artigo por Artigo – Parte Geral. Editora Líder, 2009. PRÁTICA PROCESSUAL –CAS 2023 32 EXERCÍCIOS 1) Cite os personagens no IPM e na Averiguação. 2) Qual o instrumento processual existente no CPPM para ouvir pessoa (s), em outro Estado da Federação? 3) A função de escrivão no IPM será exercida por quem? 4) Após a Solução do IPM pelo Comandante, Chefe ou Diretor, para onde os autos serão encaminhados? 5) Quais os prazos previstos no CPPM para a conclusão dos trabalhos no IPM? 6) Quais são as cinco primeiras peças no IPM? 7) Quando se instauram AVE e IPM? 8) Qual a providência que o Encarregado do IPM deve adotar, quando a Testemunha, muito embora tenha sido notificada por duas vezes, não comparece para prestar depoimento? 9) Qual a providência que o Encarregado do IPM deve adotar, quando se vê diante indícios de crime militar, em desfavor de Superior Hierárquico? 10) Quais são as espécies de Averiguação? 11) Qual a peça final elaborada pelo Averiguador e onde são inseridas suas conclusões sobre os fatos apurados? PRÁTICA PROCESSUAL –CAS 2023 33 12) Qual a peça final elaborada pela Autoridade de Polícia Judiciária Militar, ao analisar os autos do IPM? 13) Na Averiguação, pode-se proceder a uma acareação? 14) Instaura-se Averiguação para apurar crime militar, já com autoria e materialidade definidas? 15) Admite-se Perícia, na Averiguação? PRÁTICA PROCESSUAL –CAS 2023 34 GABARITO 1) Averiguação: Averiguador, Averiguado, Ofendido e Testemunha. IPM: Encarregado, Escrivão, Indiciado (Investigado), Ofendido e Testemunha. 2) R: Carta Precatória – Art. 361 do CPPM. 3) A designação de escrivão para o inquérito caberá ao respectivo encarregado, se não tiver sido feita pela autoridade que lhe deu delegação para aquele fim, recaindo em 2º ou 1º tenente, se o indiciado for oficial, e em sargento, subtenente ou suboficial, nos demais casos. (Art. 11 do CPPM). 4) Concluído o Inquérito Policial Militar, depois de solucionado pela autoridade policial que determinou sua instauração, deverão os Autos serem remetidos por ofício, através da Corregedoria Interna da Polícia Militar, às 1ª, 2ª e 3ª Promotorias de Justiça, que atuam perante a AJMERJ, de acordo com a correspondência territorial de cada uma. 5) O inquérito deverá terminar dentro de vinte dias, se o indiciado estiver preso, contado esse prazo a partir do dia em que se executar a ordem de prisão; ou no prazo de quarenta dias, quando o indiciado estiver solto, contados a partir da data em que se instaurar o inquérito. Este último prazo poderá ser prorrogado por mais vinte dias pela autoridade militar superior, desde que não estejam concluídos exames ou perícias já iniciados, ou haja necessidade de diligência, indispensáveis à elucidação do fato. O pedido de prorrogação deve ser feito em tempo oportuno (72 PRÁTICA PROCESSUAL –CAS 2023 35 horas) antes do término do prazo, de modo a ser atendido antes da terminação do prazo. 6) 1= Capa; 2= Portaria do Encarregado; 3= Nomeação do Escrivão; 4= Compromisso do Escrivão; e 5= Portaria determinando a instauração do IPM.7) AVERIGUAÇÃO: Quando houver denúncia contra Policial Militar sem autoria e/ou materialidade definida de prática de conduta contrária a dispositivos penal militar ou penal comum e, ainda, cumulada com violação ao RDPMERJ. Será instaurada também para apuração de situações meramente administrativas (Ex.: FUSPOM, Aluno-Aprendiz, Extravio da Cédula de Identidade Funcional). Se na Averiguação forem coletados indícios da prática de crime militar, com autoria e materialidade definidas, sem a necessidade de outros elementos de provas, os autos serão encaminhados à AJMERJ, sem instauração de IPM. IPM: Quando houver indícios de crime militar. Pode ocorrer materialidade sem autoria definida. 8) O Encarregado do IPM elaborará um Ofício ao Juiz de Direito da AJMERJ, requerendo a expedição do competente Mandado de Condução Coercitiva em desfavor da Testemunha recalcitrante. Atualmente, a Juíza de Direito da AJMERJ nomeia o próprio Encarregado como Oficial de Justiça ad hoc para cumprir a ordem judicial. 9) Adotará as providências necessárias para que as suas funções sejam delegadas a outro oficial, nos termos do §2º, do art.7º, do CPPM, ou seja, será substituído por oficial mais antigo ou superior PRÁTICA PROCESSUAL –CAS 2023 36 hierárquico ao indiciado/ investigado, com base no art. 10, §5º, do CPPM. 10) a) Ordinária; b) Sumária; e c) Sumaríssima. 11) parecer 12) solução 13) sim 14) não. Instaura–se IPM 15) sim. Pode acionar o CCrim
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