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1 ECONOMIA GLOBAL 1 SUMÁRIO NOSSA HISTÓRIA .......................................................................................... 2 GLOBALIZAÇÃO E SUAS INTEGRAÇÕES SOCIAIS, ECONÔMICAS, CULTURAIS E POLÍTICAS ........................................................................................ 3 Globalização e governança internacional ...................................................... 15 mercados globais........................................................................................... 18 Desenvolvimento global ................................................................................. 21 GLOBALIZAÇÃO ECONÔMICA .................................................................... 24 Globalização, comércio mundial e formação de blocos econômicos ............. 28 Formação dos Blocos Econômicos................................................................ 29 Principais Organizações internacionais ......................................................... 31 REFERÊNCIAS ............................................................................................. 35 2 NOSSA HISTÓRIA A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós- Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior. A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação. A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 3 GLOBALIZAÇÃO E SUAS INTEGRAÇÕES SOCIAIS, ECONÔMICAS, CULTURAIS E POLÍTICAS Um dos fenômenos mais importantes das sociedades contemporâneas é a globalização, um conceito recente que está a cada dia mais presente no nosso cotidiano. Nas palavras de Franco (1999, p. 156): Para um retrato mais completo do processo de globalização, resta considerar um fenômeno que modificou de tal forma permanente os dilemas macroeconômicos enfrentados pelas nações desse planeta: a mobilidade de capitais. A ideia “Aldeia Global” é aquela que está mais associada à globalização, a intensificação das relações sociais, através de uma série de fatores, econômicos, sociais, culturais e políticos. Podendo ser definido também como as fases da mundialização, processo de aproximação dos homens de diferentes espaços geográficos, fortemente condicionadas pela economia. De acordo com as ideias de Ianni (2008, p. 7): A ideia de globalização está em muitos lugares, nos quatro cantos do mundo. Surge nos acontecimentos e interpretações relativos a tudo que é internacional, multinacional, transnacional, mundial e planetário. Está presente na vida social, assim como nas produções intelectuais. Sob novos aspectos, a globalização confere novos significados a indivíduos e sociedades. Há uma necessidade de atravessar os limites para uma melhor compreensão deste processo. Held & McGrew (2001) afirmam que não existe uma definição única para este termo globalização, e que seu sentido exato é contestável. Sugerem também que existe um aspecto material, a partir do momento em que conseguimos identificar os fluxos de capital, comercio e pessoas por todo planeta. Held & McGrew (2001) também consideram que a globalização é uma escala crescente de magnitude progressiva que acarreta uma aceleração e um aprofundamento dos impactos dos fluxos dos padrões inter-regionais de interação social, referindo-se a uma mudança ou transformação na escala da organização social que liga comunidades distantes. Na perspectiva de Ianni (1998, p. 33): Trata-se de um novo “ciclo” da historia, no qual se envolvem uns e outros, em todo o mundo. Ao lado de conceitos tais como 4 “mercantilismo”, “colonialismo”, e “imperialismo”, além de “nacionalismo” e “tribalismo”, o mundo moderno insiste à emergência do “globalismo”, como nova e abrangente na categoria histórica e lógica. O globalismo compreende relações, processos e estruturas de denominação e apropriação, desenvolvendo-se em escala mundial. A globalização, além de ser um processo de interligação entre os agentes globais, é também um processo de dominação, que implica a transformação não só dos sistemas mundiais, mas também da nossa vida cotidiana, a forma com que nos relacionamos com as pessoas. Segundo Held e McGrew (2001, p. 7): O termo “globalização” passou a ser efetiva e amplamente usado somente no inicio dos anos 1970. Naquela época, as abordagens ortodoxas assumiam a separação entre questões internas e externas, entre os campos nacional e internacional e, correspondentemente, entre o “local” e o “global” Tem-se, portanto, que este fenômeno vem transformando, inovando e desenvolvendo uma “sociedade global”, uma descoberta de que o mundo não é mais conglomerado de nações. A sociedade só pode ser compreendida através de um estudo das mensagens e das facilidades de comunicação na qual se disponha. Para Ianni (2008, p. 11): Em todos esses casos, os acontecimentos tornam explícitas características essenciais da sociedade mundial. Além das nações pobres 5 e ricas, centrais e periféricas, dominantes e dependentes, revelam-se relações, processos e estruturas ainda pouco conhecidos, operando em escala global. Aliás, esses acontecimentos põem em evidencia características básicas das sociedades nacionais, algumas das quais também pouco conhecidas; assim como revelam características básicas das sociedades vistas em âmbito continental. Estes aspectos da globalização são muito amplos, na sociedade globalizada onde os objetivos sociais são os mesmo em qualquer lugar. Tudo isso se deve a um fator que teve seu início desde a pré-história, no decorrer dos primeiros contatos sociais; das primeiras trocas, quando os homens que habitavam este planeta resolveram tentar se comunicar com os outros. Assim acabaram por influenciar hábitos, absorver novas informações, criar e mudar conceitos. Desde a pré-história o homem vem modelando um processo irreversível chamado na atualidade de globalização. O intuito deste processo é quebrar as fronteiras que limitam países, pessoas e sociedades, tais fatores influentes que mais se destacaram foi o nascimento da internet, que é o mais sofisticado meio de comunicação da atualidade, que intensificou as relações internacionais, aproximou a sociedade tanto no campo político, econômico, tecnológico como social. Segundo as teorias de Ianni (2007, p. 7): O mundo entrou na era do globalismo. Todos estão sendo desafiados pelos dilemas e horizontes que se abrem com a 6 formação da sociedade global. Essa é uma realidade problemática, atravessada por movimentos de integração e fragmentação. Simultaneamente à interdependência e à acomodação, desenvolvem-se tensões e antagonismos. Implicam tribos e nações, coletividades e nacionalidades, grupos e classes sociais, trabalho e capital, etnia e religiões, sociedade e natureza. São muitas as diversidades e desigualdades que se desenvolvem com a sociedade global. Algumas são antigas, e outras, recentes, surpreendentes. Para compreender os movimentos e as tendências da sociedade global,pode ser indispensável compreender como as diversidades e desigualdades atravessam o mundo. Globalização como sendo também descrita como atual participação de qualquer país, nas profundas mudanças que vêm ocorrendo mundialmente na produção e consumo de bens e serviços. Franco (1999, p.157) diz: Quando se procura um ponto de vista estritamente econômico, quase estatístico, para o processo de globalização, o caminho geralmente tem inicio com comparações entre os números para o comercio internacional e os do valor adicionado na produção de bens e serviços. O fenômeno teria origens diversas, incluindo a revolução tecnológica nas telecomunicações, a proliferação de acordos de livre comércio, e a abertura do mundo socialista. Podendo ser visto por dois pontos de vista, um grande propulsor no crescimento da economia mundial, ou como um grande limitador entre países ricos e pobres, acentuando diferenças, considerando tendências de formação de blocos econômicos. Essas duas tendências transformam radicalmente o ambiente econômico, aumentando o comércio internacional de produtos e obrigando alguns países a serem ágeis e competentes para que se enquadrem ao desafio da competitividade global. A automação industrial é um dos fatores que levam muitos a pensarem na globalização como uma grande causadora do desemprego e da consequente queda do consumo, essa automação gera a necessidade de mão-de- obra qualificada e elimina os setores que não tem capacitação para atender a essas necessidades. Como diz na teoria de Ianni (2007, p. 11): Um processo de amplas proporções envolvendo nações e nacionalidades, regimes políticos e projetos nacionais, grupos e classes sociais, economia e sociedades, culturas e civilizações. Assinala a emergência da sociedade global, como uma totalidade abrangente, complexa e 7 contraditória. Uma realidade ainda pouco conhecida, desafiando praticas e ideais, situações consolidadas e interpretações sedimentadas, formas de pensamento e vôos da imaginação. Lopes descreve a Globalização da seguinte forma: [...] implica uniformização de padrões econômicos e culturais em âmbito mundial. Historicamente, ela tem sido indissociável de conceitos como hegemonia e dominação, da qual foi, sempre, a inevitável e previsível consequência. O termo globalização e os que o antecederam, no correr dos tempos, definem-se a partir de uma verdade mais profunda, isto é, a apropriação de riquezas do mundo com a decorrente implantação de sistemas de poder. A tendência histórica à globalização - fiquemos com o termo atual - é um fenômeno que, no Ocidente moderno, tem suas raízes na era do Renascimento e das Grandes Navegações, quando a Europa emergiu de seus casulos feudais. Paralelamente no início da globalização, traduzida na europeização da América, tivemos a criação da imprensa (1455). À tecnologia que permitiu ao europeu expandir a sua civilização, correspondeu a tecnologia que lhe possibilitou expandir a informação. Até a Revolução Industrial, no entanto, o processo de globalização foi acanhado - pouco afetou Ásia e África. Resultavam mecanismos predatórios e ainda incipientes da apropriação. “Com a Revolução Industrial e a liberação do Capitalismo para suas plenas possibilidades de expansão, a globalização deu um salto qualitativo e significativo. A ampliação dos espaços de lucro conduziu à globalização, o mundo passou a ser visto como uma referencia para a obtenção de mercados, locais de investimentos e fonte de matérias-primas. Se na teoria, globalização representaria à interação, a troca, a parceria, na pratica ocorre à imposição sutil da hegemonia, criando uma imagem do mundo heterogêneo, controlando a economia, os negócios, criando regras que permitam ou viabilizam a expansão do império capitalista. Diz na teoria de Ianni (2007, p. 12): Na medida em que se desfazem as hegemonias construídas durante a guerra fria, declinam as superpotências mundiais, envelhecem ou apagam-se as alianças e acomodações estratégicas e táticas sob as quais se desenhava o mapa do mundo até 1989, quando caiu o muro de Berlim, o emblema do mundo bi polarizado. Simultaneamente, começam a emergir novos polos de poder, revelam-se os traços de outros blocos geopolíticos, manifestam-se as 8 primeiras acomodações e tensões entre os estados-nações preexistentes, bem como entre os que formam com a desagregação da Iugoslávia, Tchecoslováquia e União Soviética. Também as nações consolidadas, bem como os sistemas de alianças que pareciam convenientes e permanentes, abalam-se ou desabalam. No dia seguinte à queda do muro de Berlim, os governantes dos Estados Unidos começaram a preocupar-se com a preeminência do Japão na orla do Pacífico e em outras partes do mundo. No entanto, o processo capitalista independe de uma vontade localizada ou individual, pois se trata de um processo evolutivo, onde os avanços são gradativos e as qualidades dessas relações estreitam cada vez mais o mercado entre países. Devido a certos acontecimentos a década de 90 ficou marcada pela crescente hegemonia com o fim da guerra fria e o colapso chamado socialismo. Contudo, esse processo da evolução de novos conceitos no mundo do trabalho, como, qualidade, produtividade, terceirização, etc., como resultado do desenvolvimento e da introdução da tecnologia na produção e na administração empresarial. Segundo Lastres (1999): O entendimento do conceito e das implicações do fenômeno da globalização constitui um ponto de partida na analise das especialidades da Era do Conhecimento. A primeira constatação é a inconsistência conceitual e o forte conteúdo ideológico com que o termo foi moldado. Na percepção dominante, estaríamos caminhando para um mundo sem fronteiras com mercados (de capitais, informações, tecnologias, bem, serviços etc.) tornando-se efetivamente globalizados e para um sistema econômico mundial dominado por “forças de mercado incontroláveis”, sendo seus principais atores as grandes corporações transnacionais socialmente sem raízes e sem lealdade com qualquer Estado-Nação. A realidade do processo de globalização vem trazendo diversas características que gerarão algumas repercussões preocupantes, postos que os excluídos reagirão com as armas de que dispõem para reverter o quadro imposto pelas economias estruturadas, sendo assim devido ao fato de participar ou não participar há possibilidades de ingressos futuros ou de exclusão total e irreversível. Com este vasto cenário podemos concluir que é necessária a participação neste processo, pois vai gerar benefícios com os custos decorridos. 9 Com todos esses processos inovativos Lemos (1999, p.125-126) diz o seguinte: Os diferentes aspectos da inovação a tornam um processo complexo, interativo e não-linear. Combinados, tanto os conhecimentos adquiridos com os avanços na pesquisa cientifica, quanto as necessidades oriundas do mercado levam inovações em produtos e processos e a mudança na base tecnológica e organizacional de uma empresa, setor ou pais, que podem se dar tanto de forma radical como incremental. Esse volume crescente de capital acumulado nos últimos quinze anos o crescimento da esfera financeira foi superior aos índices de crescimento dos investimentos, do PIB e do comércio exterior dos países desenvolvidos. Isto significa que, num contexto de desemprego crescente, miséria e exclusão social, está cada vez maior e o capital produtivo é destinado à especulação propiciada pela desregulamentação dos mercados financeiros. Este processo envolve uma integração entre países e pessoas do mundo todo, através deste processo as pessoas, governos, empresas realizam suas transações e espalham diferentes informações. De acordo com Ianni (2000, p. 13): A descoberta de que a terra se tornou mundo, de que o globo não é mais apenas uma figura astrômica, e sim o território no qual todos encontram-serelacionados e atrelados, diferenciados e antagônicos – essa descoberta surpreende, encanta e atemoriza. Trata-se de uma ruptura drástica nos modos de ser, sentir, agir, pensar e fabular. Um evento heurístico de amplas proporções, abalando não só as convicções, mas também as visões do mundo. Presentes na realidade e no pensamento das pessoas são muitas as teorias que permitem esclarecer não só as condições da sociedade como também os desafios que se cria há sociedade. Podem se abrir integração tanto para o presente quanto para o passado e futuro. Existe uma dimensão que envolve o aspecto social que vem adquirindo a luta pelos direitos à identidade de povos e grupos sociais, direitos humanos, no sentido tradicional que reconhece a igualdade dos cidadãos, identidades se movem, portanto, numa complexa relação global. Nas palavras de Alcoforado (2006, p. 95): O desenvolvimento social só se realiza na medida em que a pressão dos movimentos sociais sobre o estado e sobre as classes dominantes seja incontornável. Assim, é preciso fortalecer os movimentos 10 sociais. No entanto, uma das características da atualidade em todo o mundo é o enfraquecimento deles e dos trabalhadores, em face das mudanças econômicas processadas no planeta, que tem por objetivo solucionar a crise geral vivida pelo capitalismo mundial. Diante desse fato, a tendência é de que o desenvolvimento social não acompanhe o desenvolvimento econômico onde ele decorrer. No domínio da globalização social as relações de trabalho estão sofrendo grandes mudanças com o crescimento do desemprego mundial. Sorj (2003, p. 17) diz o seguinte: A globalização das sociedades é um processo de longa duração, desenvolvido no século XX sob a égide do capitalismo e da democracia liberal. Como tal, trata-se de uma historia plena de contradições, na qual os direitos humanos – que constituem hoje a linguagem comum básica da humanidade – não podem ser dissociados dos processos econômicos, políticos e culturais do desenvolvimento capitalista que viabilizaram sua universalização. Por outro lado, a interação abre oportunidades culturais a novos e diferentes grupos de pessoas envolvendo diversos aspectos, tais como crenças, valores, tradições, leis, moral, línguas, troca de culturas de um país para o outro. Segundo Cesnik (2005, p. 47): A globalização reforçou as possibilidades de compartilharmos diversas identidades ao mesmo tempo, pois nos movemos com maior facilidade de uma cultura a outra, aprendemos línguas com rapidez, somos filiados aos valores da democracia, que nos fez mais tolerantes e podemos sentir com instantaneidades as angústias de um povo distante de nós. Essas possibilidades não mutilam a relação original com sua cultura, que até se reforçam pela percepção da diversidade. A análise da globalização da cultura começa do início da organização dos homens em comunidade, cada um destes organizou uma cultura diferente, que não trocavam experiências por ausências de comunicações como transportes e outros mecanismos de aproximações. Cesnik diz (2005, p. 48): Cultura é tudo aquilo que não é natural, observa-se que o processo de evolução da humanidade faz com que as culturas em busca do domínio da natureza se relacionem. As possibilidades de maior integração das sociedades, a intercambiar informações e conceitos umas para as outras desenvolvem métodos de manutenção dessas relações, inclusive para sustentar a hegemonia de uma sobre a outra. O fenômeno da indústria cultural certamente é 11 marcante no processo de consolidação desse domínio, pois transforma a obra artística em bem ou serviço com valor de mercado, dando um novo significado numa cadeia de produção capitalista convencionais. A globalização está ligada a economia, é entendida não tanto pelo peso do comércio internacional, como também o fato de que as economias nacionais funcionam em nível global. Segundo Lastres (1999, p. 27): Inovações de todos os tipos estão sendo geradas e difundidas, cada vez mais velozmente, por todas as atividades econômicas, em grande parte dos países do planeta. Novos produtos, processos e insumos: as tecnologias da informação ai estão. Novos mercados: segmentos que surgem respondendo ao lançamento de novos produtos ou espaços regionais que se abrem ao exterior. Novas formas de organização: produção Just-in- time, empresas organizadas em redes, comércio eletrônico etc. Através deste processo que as sociedades de diferentes países, culturas e políticas se comunicam de tal forma que possam facilitar as trocas e as comunicações em geral. As participações políticas dos indivíduos na sociedade global apresentam alternativas para a diminuição das desigualdades econômicas, podemos dizer que acabou com os limites geográficos, mas não eliminou a fome, a miséria e os problemas políticos, as questões relacionadas com esse problema se refletem a fatores que dificultam a participação política dos indivíduos da globalização, destacando a importância que tem a autonomia dos indivíduos na tomada de decisões políticas na sociedade globalizada. Ianni (2000, p. 75) diz o seguinte: A ideia de sistema mundial reconhece as novas realidades da globalização, mas persiste na tese das relações internacionais, o que reafirma a continuidade, vigência ou preeminência do Estado-nação. Reconhece as disparidades entre os Estados nacionais, quanto à capacidade de atuação no cenário mundial, em termos políticos, econômicos, militares, geopolíticas e geoeconômicas, bem como formação e dinâmica de regionalismos. Os indivíduos vivem em um mundo de problemas e desafios na globalização, a velocidade que traz a mudança afasta a solução, as diversidades étnicas, culturais, econômicas e políticas que compõem o mundo global, a diferença é entre indivíduos que tem línguas diferentes, pensamentos diferentes, desenvolvimento social diferente. 12 ECONOMIA GLOBAL Nota-se que nos últimos anos do século XX, inúmeras foram às transações, acontecimento e manifestações ocorridas no âmbito global. Grandes corporações surgiram, milhares de dólares foram investidos, novas atividades econômicas e comerciais foram desenvolvidas, produtos e serviços foram criados e aprimorados, normas e leis foram necessárias, moedas foram criadas, fusões aconteceram, monopólios surgiram, dentre variados outros acontecimentos. Estar no mercado atual pode representar estar frente a um arsenal diversificado de influencia propostas pela globalização. A economia vive sob permanente avaliação que é conduzida por uma lógica financeira geral de lucratividade. As grandes corporações industriais e as organizações financeiras manejam uma massa de ativos financeiros e de moedas que compõem suas estratégias de valorização ao lado de seus ativos operacionais. Assim, além das taxas de retorno nos investimentos produtivos, as taxas de câmbio, as taxas de juros e os índices de valorização das ações são "parâmetros" considerados na rentabilidade financeira geral. Num mundo de livre movimento de capitais e de taxas de câmbio flexíveis, aqueles atores efetuam movimentos de "poupança financeira", em consonância com suas expectativas mutáveis, que impactam fortemente os mercados cambiais, acionários e de crédito em geral, mundo afora. Após o fim da Segunda Guerra Mundial, a economia capitalista vive uma fase de expansão e enriquecimento. Na década de 70 e início dos anos 80, essa prosperidade é abalada pela crise do petróleo, que provoca recessão e inflação nos países do Primeiro Mundo. Também nos anos 70, desenvolvem-se novos métodos e técnicas na produção. O processo de automação, robotização e terceirização aumentam a produtividade e reduz a necessidade de mão-de-obra. A informática, a biotecnologia e a química fina desenvolvem novas matérias-primas artificiais e novas tecnologias. Mas a contínua incorporação dessa tecnologia deponta no processo produtivo exige investimentos pesados. E os equipamentos ficam obsoletos rapidamente. O dinheiro dos investimentos começa a circular para além de fronteiras nacionais, buscando melhores condições financeiras e maiores mercados. Grandes 13 corporações internacionais passam a liderar uma nova fase de integração dos mercados mundiais: é a chamada GLOBALIZAÇÃO DA ECONOMIA. A divisão política entre os blocos soviético e norte-americano modifica-se com o fim da Guerra Fria. Uma nova ordem econômica estrutura-se em torno de outros centros de poder: os Estados Unidos, a Europa e o Japão. Em torno destes centros são organizados os principais blocos econômicos supranacionais, que facilitam a circulação de mercadorias e de capitais. Em 1990, o intercâmbio comercial entre esses países era de aproximadamente 3 bilhões e meio de dólares. Em 95, já ultrapassa os dez bilhões. O MERCOSUL vive uma fase inicial de adequações e ajustes. Mas o comércio entre seus integrantes já demonstra seu potencial. Os contatos políticos, econômicos e culturais se intensificam. Hoje se negocia a adesão de outros países da América do Sul. Visando ampliar suas atividades comerciais, já se iniciam contatos políticos com os países da União Europeia para a formação de um superbloco econômico. A integração econômica entre Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai já é uma realidade. A globalização já não é mais questão de opção; é inevitável para qualquer país que pretenda o pleno desenvolvimento econômico, e que queira fazer parte da integração mundial que está acontecendo para não sofrer prejuízo ou discriminação por não acompanhar os movimentos internacionais. A economia global sustenta-se a partir de uma grande rede composta por fluxos e pontos diferentes, integrando os mercados em escala mundial. A economia global é o termo empregado em referência aos fluxos econômicos que se difundiram espacialmente por todo o mundo em razão do processo de globalização ou mundialização do capitalismo. Sua forma mais completa e acabada constituiu-se ao 14 final do século XX, mais precisamente após a Guerra Fria, quando o sistema capitalista e todas as suas formas de produção difundiram-se em todas as partes do globo terrestre. Em linhas gerais, a globalização econômica estrutura-se por meio de uma rede que envolve fixos e fluxos, ou seja, uma série de ligações entre os diferentes pontos por onde circulam mercadorias, capitais, investimentos e até empregos. Os principais centros desse sistema são as chamadas cidades globais, que abrigam as bolsas de valores, além de sedes de empresas e instituições de cunho internacional. A expansão da economia global fica evidente quando analisamos o aumento do número de importações realizadas em todo o mundo, ou seja, o quanto as mercadorias foram comercializadas entre diferentes países. Em 1950, o número de importações era de 64 bilhões de dólares; em 1980, esse valor saltou para mais de 2,5 trilhões; em 2010, esse número já havia alcançado a marca de 15,3 trilhões de dólares, segundo dados da Organização Mundial do Comércio (OMC). Diante disso, fica a grande questão: por que apenas nas últimas décadas a economia global conseguiu avançar dessa forma? A grande razão para o elevado crescimento dos números do comércio internacional nos últimos tempos está nos avanços alcançados pelos sistemas de transporte e comunicação, que agora apresentam uma conectividade em nível global, permitindo a rápida difusão de informações e também de mercadorias e capital. Atualmente, com apenas alguns cliques, empresas e bancos fazem transações milionárias com dinheiro que se apresenta somente na forma de bits de computador. A era da informação, tal qual é chamada atualmente, permite o rápido deslocamento de qualquer coisa no espaço geográfico em um rápido período de tempo. Aliás, não existem mais impeditivos em termos instrumentais para a total integração comercial de todas as economias. Afinal, já existe tecnologia suficiente para permitir a rápida comercialização entre quaisquer países, embora muitos deles não disponham de recursos e infraestruturas necessárias para o escoamento de produtos, além de importações em grandes quantidades. O principal entrave, atualmente, para o prosseguimento da expansão da economia global é o grande protecionismo comercial existente em alguns países, principalmente os 15 desenvolvidos, que muitas vezes priorizam seus mercados internos em detrimento das importações por intermédio das chamadas barreiras alfandegárias. De toda forma, a economia global encontra-se mais do que consolidada. Quem exerce papel preponderante nesse cenário não são os governos ou os Estados Nacionais, mas sim as empresas privadas, sobretudo as multinacionais, também chamadas de transnacionais ou empresas globais. Elas, muitas vezes, dispersam seus processos produtivos em várias partes do mundo em busca de fácil acesso a matérias-primas, incentivos fiscais e mão de obra barata. Além disso, muitas dessas empresas dominam o mercado consumidor em várias partes do mundo, consolidando fusões entre si (trustes) e unindo-se em um grupo de empresas de administração comum (holdings). GLOBALIZAÇÃO E GOVERNANÇA INTERNACIONAL Equidade nas relações econômicas internacionais exige regras do jogo favoráveis ao parceiro mais fraco (Myrdal). O Unctad foi erigido sobre tal princípio. A igualdade formal entre parceiros de força desigual cria, pelo contrário, relações altamente assimétricas de domínio do mais fraco pelo mais forte. Ainda assim, essa é a direção para a qual o sistema internacional está se dirigindo depois da derrota das propostas para o NIEO, formuladas pelos países em desenvolvimento nos anos 70. Na sua presente forma, o sistema é ineficiente e desigual, incapaz de civilizar os processos de globalização e auxiliar de forma eficaz os esforços de desenvolvimento. É urgentemente necessário remodelar a ordem internacional, um empreendimento complexo, excessivamente difícil e demorado. Enquanto isso, confiar nas salvaguardas internas continua sendo a principal opção. A tirania dos mercados financeiros internacionais é talvez a primeira prioridade. O Fundo Monetário Internacional, o IBS (Basiléia), o Banco Mundial e os bancos centrais são incapazes de colocá-los sob controle. Os governos, que liberalizaram os mercados financeiros, acham muito difícil resistir às andanças do capital volátil e às explosões de especulação (30). O crescimento fenomenal das transações financeiras privadas, completamente desvinculadas da economia real, desvia os recursos do 16 investimento produtivo e pressiona para cima as taxas de juros reais em níveis sem precedentes; o investimento em infraestrutura é a primeira vítima. A vulnerabilidade do sistema é tão evidente que alguns operadores financeiros com larga visão exigem a retificação das instituições de Bretton Woods e a formulação de regras mais rígidas. Para Soros (1996:10), a economia de hoje repousa sobre uma base muito frágil. Os mercados são imperfeitos e poderão ser levados ao colapso na ausência de mecanismos fortes que coloquem ordem na economia globalizada. "Uma sociedade aberta que não seja regida por leis é inviável – seja um país ou um planeta. No presente, as finanças internacionais não obedecem a lei alguma. Quando uma atividade escapa ao reino da lei, é a força que prevalece". Já há 20 anos, James Tobin sugeriu um imposto sobre transações em moeda estrangeira (31), cujo giro diário cresceu hoje para cerca de US$ 1,2 trilhões (32). Tal imposto refrearia a especulação de curto prazo. Além disso, geraria enormes somas de recursos. Um imposto de um por mil (0,1 %) – um centavo sobre um centavo sobre um centavo – produziria cerca de US$ 150 bilhões, suficientes para garantir em escala mundial a implementação da Agenda 21 e finalmentefornecer à Organização das Nações Unidas uma fonte automática de financiamento (33). A Reunião de Cúpula de Copenhague praticamente ignorou a proposta de Tobin, limitando-se a um apelo por auxílio externo adicional. Enquanto isso, a razão entre o ODA e o PIB de países industriais reduziu-se, atingindo nível recorde. Sob a pressão da maioria republicana no Congresso, os Estados Unidos estão se desobrigando do auxílio multilateral. Sem um sistema monetário internacional verdadeiramente importante, taxas cambiais relativamente estáveis e moedas alinhadas, um sistema comercial não consegue operar de maneira ordenada; uma grave deficiência do sistema, que está sendo criada em torno da Organização Mundial do Comércio (OMC), mas não é, de forma alguma, a sua única fraqueza. Para Dubey (1996:130), ex-embaixador indiano para as Nações Unidades e o Acordo Geral de Tarifas e Comércio ( GATT), "o sistema de comércio internacional que emergiu do Círculo do Uruguai é uma combinação de multilateralismo, regionalismo discriminatório e unilateralismo arbitrário altamente qualificados e apenas parcialmente liberais". O regime dos Direitos de Propriedade Intelectual é um movimento que se distancia do liberalismo e da competição. O 17 comércio na agricultura ainda continuará sendo, em grande parte, uma mistificação. Nenhum regime internacional estudou a possibilidade de inibir as práticas comerciais restritivas de TNCs. Os esquemas de integração regional tenderão a marginalizar os países que ficarem fora desses acordos. Não é de se admirar que ele tenha dado ao seu livro o título An unequal treaty. A consequência lógica obtida da análise de Dubey (1996:134, 138) para a Índia é uma defesa para "retomar o caminho do crescimento autodependente sem que se isolem do resto do mundo". A integração com a economia global deve ser seletiva, o desenvolvimento de capacitação tecnológica reforçado, a liberalização financeira vir por último na sequência das reformas econômicas. "É necessário resistir a todas as tentativas de se usar os poderes financeiros do FMI e do Banco Mundial para fortalecer as disciplinas da OMC sobre os países em desenvolvimento e de utilizar as sanções da OMC para fortalecer as condicionalidades do FMI/Banco Mundial". Vários pontos dos acordos de Marrakech devem ser renegociados, a começar pelo TRIPS. A Índia deveria tomar a iniciativa de introduzir na agenda de negociação um regime internacional sobre a política de competição para controlar as práticas comerciais restritivas das corporações internacionais. Ao mesmo tempo, devem ser feitos esforços no sentido de resistir à introdução na OMC de questões que seriam melhor abordadas por outras organizações do sistema das Nações Unidas. As opiniões de Dubey são representativas de grande parte da opinião pública informada do Sul. É necessário estudá-las com cuidado, caso tenhamos a intenção de desfazer o presente impasse Norte-Sul. Em particular, recomenda-se moderação com relação à assim chamada cláusula social. Independentemente das intenções de seus proponentes, do ponto de vista do Sul, tal cláusula parece mais um instrumento de protecionismo oculto dos países industriais (34). A reforma das instituições de Bretton Woods, que já deveria ter sido realizada há muito, e a agilização da OMC são partes integrantes de um problema maior: a reorganização de todo o sistema da Organização das Nações Unidas ao qual pertencem as instituições de Bretton Woods de direito, mas não de fato (35). O Sul certamente está interessado em fortalecer e democratizar a Organização das Nações Unidas (36), mas não parece ser a intenção dos Estados Unidos e dos países da OECD, retórica que não se sustenta. A perspectiva é preocupante. 18 Em vez disso, o G7 – organismo cuja legitimidade é questionável e que fala somente para a Tríade – ocupou o vazio criado pela fragilidade do sistema da ONU. Sob sua orientação, é provável que uma globalização sem reservas continue somente temperada pelas políticas dos Estados-nação (37). MERCADOS GLOBAIS De acordo com Broad & Cavanagh (1995:24), os mercados globais integram cerca de um terço da humanidade, a maior parte deles nos países ricos, mais a elite dos países pobres. Por outro lado, a lacuna Norte-Sul está se estreitando para cerca de uma dúzia de países, embora continue a se alargar para mais de 100 outros países. "Sem uma grande mudança na política, o mundo do século XXI será o do apartheid econômico". Quais serão os poucos e afortunados países em desenvolvimento que aproveitarão os benefícios trazidos pela integração com a economia mundial por meio da globalização? Para Nayyar (1995:26), os únicos países com chances são aqueles que fincaram os fundamentos necessários para a industrialização e o desenvolvimento. Para tanto, as formas estratégicas de intervenção do Estado são essenciais, associadas à criação de instituições capazes de regular, governar e facilitar o funcionamento dos mercados. Em sua ausência, a globalização irá reproduzir, uma vez mais, um desenvolvimento desigual. 19 Embora a globalização tenha reduzido a autonomia do Estado-nação, resta certo grau de liberdade que deve ser usado para criar um espaço econômico para a busca dos interesses nacionais e objetivos de desenvolvimento. O mesmo é verdadeiro para Estados-nação em países industriais. Os trabalhadores descontentes e marginalizados pela economia global precisam do Estado-nação "como um amortecedor da economia mundial" observa Kapstein (1996:16), queixando-se da morte dos governos. Para ele, "o destino da economia global repousa, em última instância, nas políticas internas de seus Estados constituintes". Em seu relatório sobre a globalização e liberalização, o secretário geral da Unctad insiste no papel do Estado em proporcionar um ambiente apropriado à empresa privada, em lidar com as questões externas ambientais e em abordar as questões da pobreza e da distribuição de renda. Esta versão leve do intervencionismo é declarada na certeza de que as forças do mercado constituem o meio primário para a alocação de recursos e a organização da atividade econômica. Ela cai dentro do âmbito dos modelos europeus de governança inspirados na socialdemocracia. Acredito que precisemos de uma versão mais poderosa para enfrentar os atuais desafios, questionando um dos princípios básicos do paradigma da democracia social: a possibilidade de garantir equidade por redistribuição de renda sem interferir nos problemas de produção e consumo. No mundo real, que não lembra o modelo ideal da perfeita competição e transparência democrática, as assim chamadas forças de mercado (e os grupos poderosos por trás delas) tendem a promover um padrão perverso de crescimento através da desigualdade ou mesmo crescimento com des-desenvolvimento (Sachs, 1996). Em algum ponto, essa tendência precisará ser interrompida devido aos seus efeitos sociais destrutivos e ao custo excessivo das políticas cujo objetivo é meramente o seu alívio (não o próprio objetivo glorioso). O que realmente importa é a distribuição primária de renda inerente ao paradigma da produção, a estrutura de emprego correspondente e o acesso aos bens e aos recursos. De fato, a igualdade de chances, outro princípio do paradigma da democracia social, só poderá ser alcançada pela democratização do acesso aos equipamentos coletivos (bens) como habitação, transporte, ambiente urbano, crédito, lado a lado 20 com educação e saúde (Fitoussi, & Rosanvallon, 1996:210, 228). Nesse contexto, percebe-se a importância de um conceito central ao modelo francês: serviços públicos nem inteiramente públicos, nem inteiramente privados, "uma terceira via negociada baseada na redefinição das relações públicas/privadas" (Rachline, 1996:28). Ao mesmo tempo, faz-se necessária uma advertência com relação à valorizaçãoexcessiva do impacto da educação como uma avalanca para o emprego. O treinamento por si só não irá gerar empregos. A quem treinar? Para quais empregos? Criados por quem? A lei de Say e a economia de oferta não funcionarão na era da informação; não mais do que funcionaram até agora. Outra poderosa razão para modificar a produção e os padrões de consumo – numa tarefa ainda mais ousada dado o presente equilíbrio de poder – origina-se de considerações ambientais. O consumismo, tal como praticado nos países industrializados, com seu uso esbanjador de energia fóssil, não é sustentável a longo prazo; sua reprodução no Sul, para o benefício de suas elites, não é possível sem que mantenha um grave apartheid social. A necessidade de mudar os padrões de consumo e o estilo de vida dos ricos para tornar possível o avanço econômico e social para os pobres vem sendo proclamada em várias conferências internacionais, desde Estocolmo e incluindo a Reunião de Cúpula de Copenhague. Tanto a Declaração quanto o Programa de Ação examinam a principal causa da degradação ambiental nos padrões não-sustentáveis de consumo e produção, principalmente nos países industriais. Mas, até onde eu saiba, pouco se fez até agora além do reconhecimento retórico do problema e da exortação moral et pour cause. Nas sociedades de mercado, os Estados hesitam, por razões doutrinárias (a soberania do consumidor), em utilizar os meios de regulação que lhes são disponíveis (sistemas fiscais, investimento público etc.). Quanto às economias anteriormente de planejamento centralizado, elas usaram sua capacidade de maneira inteiramente equivocada para influenciar os padrões de consumo e enfrentar de forma adequada o desafio ambiental. A menos que se considere o colapso das economias centralizadas como sendo uma prova às avessas da excelência do modelo capitalista liberal (o que seria um disparate), o desafio diante de nós é repensar em sua totalidade as modalidades de regulação das economias mistas, mais do que escolher entre uma gama de modelos 21 de capitalismo existente. Praticamente todos os países pós-comunistas, com a possível exceção da China, escolheram o caminho da imitação, e não um caminho inovador, perdendo assim uma oportunidade histórica. Contudo, o futuro precisa ser inventado. Heilbroner & Milberg (1995) estão certos quando apontam uma crise de visão no pensamento econômico moderno. Na ausência de uma ordem internacional equitativa e eficiente, que tipo de salvaguardas nacionais são necessárias para proteger a economia contra os efeitos destrutivos e deletérios das decisões tomadas por agentes econômicos e financeiros externos. DESENVOLVIMENTO GLOBAL A Declaração de Copenhague deve ser lida juntamente com a Declaração do Rio adotada na Reunião de Cúpula da Terra de 1992. As duas foram erigidas em torno do conceito de desenvolvimento sustentável centrado no ser humano e consideram a erradicação da pobreza como uma condição sine que non de tal desenvolvimento. Ambas proclamam o direito ao desenvolvimento, embora a Declaração de Copenhague, incorporando os resultados da Conferência sobre os Direitos Humanos das Nações Unidas de 1993, o faça de maneira mais explícita e solene, como parte integrante dos direitos humanos fundamentais. Uma maneira de reconceitualizar o desenvolvimento poderia consistir em considerá-lo em termos de universalizar a apropriação efetiva de todos os direitos humanos – civis, políticos, mas também sociais, econômicos e culturais. Tal abordagem parece oferecer vantagens teóricas e operacionais: permite escapar do estreito economicismo e, ao mesmo tempo, oferece um arcabouço para a avaliação concreta do progresso (ou regressão) obtido no árduo caminho do mal desenvolvimento ao desenvolvimento. Neste contexto, o objetivo do pleno emprego, reafirmado sem ambiguidade em Copenhague, surge como um ponto central para a implementação dos direitos econômicos e sociais. Tanto é assim que o desemprego e o grave subemprego afetam 30% da força de trabalho mundial e as projeções realistas não autorizam 22 otimismo algum, a menos que as estratégias de desenvolvimento orientadas pelo emprego substituam aquelas orientadas pelo crescimento. Nessas circunstâncias, duas atitudes foram possíveis: Aquela adotada, creditada à Reunião de Cúpula de Copenhague, de reafirmar a centralidade do emprego pleno; Proclamar a obsolescência da própria noção de trabalho, superada por aquela, um tanto ambígua, de atividade e transigir em mais uma exortação sobre a necessidade de mudança fundamental no paradigma civilizacional. Embora reconhecendo inteiramente a importância do último debate para a formulação de soluções a longo prazo (Apêndice 1), a geração de emprego e de auto-emprego aqui e agora deveria ser considerada a pedra angular das estratégias de desenvolvimento significativas. Ela deveria ser utilizada como o ponto de partida em sua formulação, em vez de ser tratada como mero resultado das decisões relacionadas ao crescimento da produção e da produtividade da mão- de-obra, subordinado à busca implacável da competitividade através de uma destruição criativa em contínua aceleração. Sugere-se que a perspectiva de geração de emprego e auto-emprego através de políticas públicas apropriadas seja menos sinistra que aquela habitualmente admitida. Contudo, tais políticas exigem dos Estados-nação uma capacidade de intervenção que os processos de liberalização minaram, se é que não destruíram inteiramente. Infelizmente, as Declarações do Rio e de Copenhague deixaram de levantar tal questão, condescendendo em declarações ambíguas sobre a abertura das economias e a globalização. Embora a incompatibilidade do desenvolvimento sustentável com a ação irrestrita das forças de mercado tenha sido repetidamente realçada no trabalho preparatório para a Reunião de Cúpula da Terra, a Declaração do Rio não abordou o tema explicitamente, limitando-se a pedir aos Estados que "reduzam e eliminem os padrões não-sustentáveis de produção e consumo". Além disso pediu em termos muito genéricos que os Estados "promovam um sistema econômico internacional corroborativo e aberto que levem a um crescimento econômico e a um 23 desenvolvimento sustentável em todos os países", como uma maneira de evitar a questão. A Declaração de Copenhague assume postura a favor de mercados dinâmicos, abertos e livres, reconhecendo ao mesmo tempo a necessidade de intervir nesses mercados "o quanto necessário for" (seja qual for o significado dessa afirmação) para prevenir ou corrigir seus fracassos. Menciona várias vezes a liberalização como uma solução, nunca como parte do problema, como deveria ser (Guimarães, 1996). Em particular, os signatários da Declaração comprometem-se a acelerar a liberalização do comércio e de investimentos para favorecer um crescimento econômico sustentável e a geração de empregos. A Declaração parte do pressuposto que o aumento dos rendimentos, o crescimento do emprego e a expansão do comércio irão se reforçar reciprocamente. Ela propõe-se a monitorar, nos países em desenvolvimento, o impacto da liberalização do comércio sobre a maior satisfação das necessidades básicas da população, aparentemente pressupondo que tal impacto só poderá ser positivo. O Programa de Ação declara que a globalização e o rápido progresso técnico fortalece a mobilidade da mão-de-obra, criando novas possibilidades de emprego "tornando, ao mesmo tempo, o futuro incerto" (?). Essa é uma maneira bem peculiar de abordar a questão do aumento dos sem-emprego e dos fenômenos de desindustrialização que ocorreram em diversos países do Terceiro Mundo e pós- socialistas, como uma consequência da abertura sem critérios de suas economias. A liberalização e a globalização não são um mal absoluto nem o atalho mágico para o reino da prosperidade e felicidade.Produzem ganhadores e perdedores dentro dos países e entre países, um Norte global e um Sul global, cujas fronteiras cruzam todas as nações. A lacuna entre eles se amplia. Os ricos e pobres estão vivendo em mundos cada vez mais separados. Essa tendência não será revertida pela mera continuidade dos processos de liberalização e de globalização em sua forma atual. Tais processos deverão ser colocados sob controle mais restrito – nacional e internacionalmente – e submetidos a regras do jogo mais rígidas. Copenhague pecou por omissão. Não analisou com suficiente profundidade as causas do mal. Consequentemente, viu-se presa numa versão moderna dos trabalhos de Sísifo: políticas sociais reativas trazendo alívio às 24 populações vitimadas afetadas pelo desemprego e pela exclusão, mas não ao desemprego nem à exclusão. GLOBALIZAÇÃO ECONÔMICA A globalização da economia é o processo através do qual se expande no mercado, trata-se de buscar aumentos cada vez maiores a fim de ampliar ao máximo o mercado. Discute-se, portanto a ideia de que a globalização econômica poderá desempenhar este processo num contexto em que as dinâmicas de integração global se destacam cada vez mais às dinâmicas das economias nacionais ou até mesmo regionais, também o sistema de relações econômicas e na valorização da inserção coletiva e individual na economia globalizada. Assim, segundo Gonçalves (2003, p. 21): A globalização econômica pode ser entendida como a ocorrência simultânea de três processos. O primeiro é o aumento extraordinário dos fluxos internacionais de bens, serviços e capitais. O segundo processo é o acirramento da concorrência internacional. A evidencia empírica é pontual e, portanto, não há indicadores agregados a esse respeito. O terceiro processo é o da crescente interdependência entre agentes econômicos nacionais. Em uma época de complexidades organizacionais e um ambiente mercadológico globalizado, compreender e aceitar esses desafios representa um dos mais importantes compromissos da sociedade capitalista na atualidade. A globalização por sua vez compreende um processo de integração mundial que se baseia na liberalização econômica, os países então se abrem ao fluxo internacional de bens, serviços e capitais. Gonçalves (2003, p. 22) coloca ainda que: Este fato é evidente quando levamos em conta que uma das características centrais da globalização econômica (a pós-modernidade na sua dimensão econômica) é o próprio acirramento da concorrência ou a maior contestabilidade do mercado mundial. A globalização se apresenta como um ambiente contextual, pois reúne condições de atuar sobre o espaço herdado de tempos passados, compreendendo enfoques organizacionais construídos através da evolução, remodelando as novas necessidades do mercado. 25 Segundo Ianni (2002, p. 19) convém ressaltar: A fábrica global instala-se além de toda e qualquer fronteira, articulando capital, tecnologia, força de trabalho, divisão do trabalho social e outras forças produtivas. Acompanhada pela publicidade, a mídia impressa e eletrônica, a indústria cultural, misturadas em jornais, revistas, livros, programas de radio, emissões de televisão, videoclipes, fax, redes de computadores e outros meios de comunicação, informação e fabulação, dissolve fronteiras, agiliza os mercados, generaliza o consumismo. Provoca a desterritorialização e reterritorialização das coisas, gentes e ideias. Promove o redimensionamento de espaços e tempos. Este contexto da globalização da economia demanda uma integração dos agentes econômicos dentro de uma realidade competitiva de mercado, a velocidade da mudança e os desafios do mundo globalizado demonstram uma necessidade de considerar circunstancias em todos os campos de atuação, que evidenciam alguma forma de tecnologia para alcançar seus objetivos. Quando se trata especificamente da economia, Ianni (1995, p. 17-18): Toda economia nacional, seja qual for, torna-se província da economia global. O modo capitalista de produção entra em uma época propriamente global, e não apenas internacional ou multinacional. Assim, o mercado, as forças produtivas, a nova divisão internacional do trabalho, a reprodução ampliada do capital desenvolvem-se em escala mundial. Tem-se, portanto, o fato de que os termos “globalização” e “economia global” passaram a fazer parte do vocabulário dos especialistas, agentes econômicos e políticos, que normalmente são utilizados para caracterizar o processo atual de integração econômica à escala planetária e a perda de importância das economias nacionais, afirmações de uma grande economia de mercado global. Traduzindo a realidade de um processo em movimento e em permanente transformação, não encontraram ainda uma aplicação uniforme e uma substancia teórica consolidada. Ainda sobre as questões da inserção internacional de países ou de espaços econômicos, é absolutamente indispensável o conjunto de referencias que servirão de suporte a analise que permitem formular um conjunto de hipóteses que possam inserir positivamente nas dinâmicas de internacionalização econômica e de constituição de um espaço econômico integrado. 26 Held (2001, p. 71) diz ainda: Embora haja um reconhecimento de que a globalização econômica tanto gera perdedores quanto ganhadores, os neoliberais frisam a difusão crescente da riqueza e da prosperidade em toda economia mundial – o efeito em cascata. A pobreza global, segundo padrões históricos, caiu mais nos últimos cinquenta anos do que nos quinhentos anteriores, e o bem-estar das populações de quase todas as regiões melhorou significamente nas ultimas décadas. Este processo de globalização trata-se de um desenvolvimento da economia mundial, ou, pelo contrario, trata-se de um resultado intrínseco e necessário do desenvolvimento e expansão das economias modernas baseadas na produção para o mercado. Existe também o processo objetivo de integração econômica, de expansão espacial das economias e de geração e aprofundamento de interdependências que tentam transformar as dinâmicas globais que gera as dinâmicas locais e particulares que permanecem. No entanto considerar um fator importante em que assenta todo o processo de globalização, e que é a existência de uma referência monetária. Este processo de globalização começa com o aparecimento da moeda e expande a utilização desta e se fixam as formas e as regras pelas quais é reconhecida como referencia comum. Com o aparecimento de formas e funções ao sistema monetário internacional atual, longo e complexo foi o processo de evolução da economia mundial e diversas dinâmicas impulsionaram a integração das diferentes economias locais. É fundamental neste processo e que determinou a passagem a uma nova fase de evolução da economia mundial em que as dinâmicas de globalização claramente se tornaram dominantes. Mingst (2009, p. 265) diante dessas circunstancias descreve as seguintes palavras: Nos derradeiros do século XX, crenças sobre a teoria econômica convergiram. Os princípios do liberalismo econômico mostraram-se eficientes para elevar o padrão de vida dos povos no mundo inteiro. As alternativas radicais que foram criadas para promover o desenvolvimento econômico não mostraram ser viáveis, ainda que as alternativas de capitalismo de estado tenham continuado atrativas para alguns estados. Contudo, essa divergência não significou a ausência de conflito sobre questões da economia política internacional. A globalização econômica resultante do triunfo do liberalismo econômico tem enfrentado vários desafios. 27 A década de 70 do século XIX deve ser entendida como um período fundamental de evolução da economia mundial que marca a passagem de uma fase inicial de processo de globalização, isso poderá designar o inicio de uma globalização primitiva, para uma fase de globalização efetiva, onde seestende até a atualidade. É importante que não se misture economia global com o conceito de economia mundial, a economia global não tende coincidir com economia mundial, ela deve ser entendida na sua dimensão qualitativa, enquanto espaço econômico e de outras realidades econômicas, nestes aspectos a globalização transforma a economia mundial numa economia global. O surgimento da economia global não vem marcar o esgotamento do processo de globalização, mas sim a entrada de uma nova fase que terá suas fases de desenvolvimento. Assim, diante de suas diferentes fases é possível distinguir a sucessão de algumas grandes fases deste processo, a primeira delas corresponde aos primórdios da globalização, é a fase pré-economia que podemos chamar de globalização primitiva. A segunda vai do inicio da década de 70 ate o inicio da 1ª Guerra Mundial, é a fase que representa à economia global e coincide com o sistema monetário, é a chamada globalização clássica. A terceira é marcada regressão do funcionamento dos sistemas e das instituições econômicas internacionais, é a fase que designamos globalização interrompida. A quarta fase apresenta uma dupla lógica de integração econômica global, com a cisão da economia mundial, com dois sistemas econômicos rivais, o sistema de economia de mercado e o de direção central, onde ambos procuram estender a sua área de influencia, a esta fase chamamos de globalização rival. A quinta fase vai de 1971 a 1989, fundamentalmente o que determina esta fase é a recomposição das relações de força a nível internacional, impulsionada por crises econômicas internacionais, fase esta que se denomina fase da globalização liberal. E então a sexta fase que caracteriza o retorno da economia mundial a uma lógica única de integração global, que se sobrepõe às lógicas nacionais ou mesmo regionais de equilíbrio interno e externo, chamamos esta de globalização uniforme. Contudo, esta evolução do processo de globalização considerando evidencias aos seus marcadores genéticos e suas dinâmicas de transformação, fatores que darão forma e base para a sustentação atual. Com essa ideia podemos observar que este processo de globalização constitui uma maior tendência do desenvolvimento das 28 economias de mercado, podendo então sofrer com crises econômicas profundas ou de relações de forças internacionais. Vale ressaltar a importância de distinguir globalização, enquanto processo histórico que encontra-se no século XVI, na sequencia da integração geográfica mundial, as suas bases de desenvolvimentos modernos, da economia global, que só tem existência efetiva a partir do século XIX. Podendo então dar formas as dinâmicas de transformação da economia global resultando de modo como se articulam historicamente a sustentação das relações econômicas internacionais. GLOBALIZAÇÃO, COMÉRCIO MUNDIAL E FORMAÇÃO DE BLOCOS ECONÔMICOS As transformações econômicas mundiais ocorridas nas últimas décadas, sobretudo no pós segunda guerra mundial, são fundamentais para entendermos as dinâmicas de poder estabelecidas pelo grande capital e, também, pelas grandes corporações transnacionais. Além delas, não podemos deixar de mencionar a importância crescente das instituições supranacionais, que atuam como verdadeiros agentes neste jogo de interesses, como por exemplo, o Fundo Monetário Internacional (FMI), o Banco Mundial, entre outros. O cenário que se afigura com a chegada destes novos agentes econômicos é imprescindível para compreendermos o significado da chamada globalização econômica. Esta tem como características: A ruptura de fronteiras, ou seja, tal ruptura é atribuída à dinâmica do capital, que circula livremente pelo globo, sem respeitar a delimitação de fronteiras territoriais; Perda da soberania local, ou seja, países, estados e cidades tem que se submeter à lógica do capital para conseguir gerar lucro em seus orçamentos; Expansão da dinâmica do capital, fato que se relaciona à ruptura de fronteiras, ou seja, o capital se dirige agora também à periferia do capitalismo, uma vez que as transnacionais compreenderam que a 29 exploração (no sentido de explorar a força de trabalho diretamente) dos países subdesenvolvidos promoveria grandes lucros para estes. Com o crescimento expressivo da atuação do capital em nível mundial, chegou-se a questionar o papel do Estado, isto é, o Estado seria de fato um agente importante neste processo ou atuaria como um impeditivo para a livre circulação do capital, uma vez que poderia criar regras ou leis que inviabilizariam a livre circulação do capital? Segundo este raciocínio, as transnacionais estariam comandando a dinâmica econômica mundial em detrimento dos Estados. Vale destacar que muitas empresas transnacionais passaram a desempenhar papéis que antes eram oferecidos pelo Estado, como serviços ligados à infraestrutura básica (exemplo: transporte e saneamento básico). No entanto, as sucessivas crises geradas pelo capitalismo mostraram que o papel do Estado não se apagou, como pensavam alguns, pelo contrário, em momentos de crise financeira, o Estado é chamado a ajudar as empresas em dificuldade econômica. Portanto, o papel do Estado no contexto de globalização reestruturou-se, passando este a atuar como um salvador dos excessos e econômicos promovidos pelas empresas nacionais ou internacionais, controlando taxas de juros, câmbios, manutenção de subsídios em setores estratégicos, bem como fiscalizando, direta e indiretamente, os recursos energéticos. FORMAÇÃO DOS BLOCOS ECONÔMICOS O surgimento dos blocos econômicos coincide com a mudança exercida pelo Estado. Em um primeiro momento, a ideia dos blocos econômicos era de diminuir a influência do Estado na economia e comércio mundiais. Mas, a formação destas organizações supranacionais fez com que o estado passasse a garantir a paz e o crescimento em períodos de grave crise econômica. Assim, a iniciativa de maior sucesso até hoje foi a experiência vivida pelos europeus. A União Europeia iniciou-se como uma simples entidade econômica setorial, a chamada CECA (Comunidade Europeia do Carvão e do Aço, surgida em 1951) e depois, expandiu-se por toda a economia como “Comunidade Econômica Europeia” 30 até atingir a conformação atual, que extrapola as questões econômicas perpassando por aspectos políticos e culturais. Além da União Europeia, podemos citar o NAFTA (North American Free Trade Agreement, surgido em 1993); o Mercosul (Mercado Comum do Sul, surgido em 1991); o Pacto Andino; a SADC (Comunidade de Desenvolvimento da África Austral, surgida em 1992), entre outros. A busca pela ampliação destes blocos econômicos mostra que o jogo de poder exercido pelas nações tenta garantir as áreas de influência das mesmas, controlando mercados e estabelecendo parcerias com nações que despertem o interesse dos blocos econômicos. Além disso, o jogo de poder também está presente internamente aos blocos, ou seja, existem países líderes dentro do bloco, que acabam submetendo os outros países do acordo aos seus interesses. Assim, nem sempre a constituição de um bloco econômico é benéfica a todos os membros; por exemplo, a constituição do NAFTA (México, Canadá e EUA) fez com que a frágil economia mexicana aumentasse ainda mais sua dependência em relação aos EUA, o Canadá, por sua vez, passou a ser considerado uma extensão dos EUA, dada sua subordinação à economia de seu vizinho. Um dos aspectos mais proeminentes do mundo globalizado e da atual ordem mundial é a formação dos acordos regionais, mais conhecidos como blocos econômicos, que, ao invés de se estabelecerem como um contraponto à integração mundial da globalização, atuaram no sentido de intensificá-la. Hoje em dia, existem diferentes tipos de blocos econômicos que se organizam em diferentes denominações e níveis de integração entre os seuspaíses-membros. Dessa forma, como existem diferentes objetivos e distintos níveis de avanço em termos econômicos entre os acordos regionais, adota-se uma classificação dos blocos econômicos a fim de melhor estudá-los. Sendo assim, eles são postos em uma hierarquia que vai desde a zona de preferências tarifárias até uma união econômica e monetária. Confira: Zona de preferências tarifárias: é um passo inicial de integração entre os países, de forma que esses adotam apenas algumas tarifas preferenciais envolvendo alguns produtos, tornando-os mais baratos em relação a países não participantes do bloco. Exemplo: ALADI (Associação Latino-Americana de Integração). 31 Zona de livre comércio: consiste na eliminação ou diminuição significativa das tarifas alfandegárias dos produtos comercializados entre os países-membros. Assim como o tipo anterior, trata-se de um acordo meramente comercial. Exemplos: NAFTA (Tratado de Livre Comércio das Américas), CAN (Comunidade Andina), entre outros. União Aduaneira: trata-se de uma zona de livre comércio que também adotou uma Tarifa Externa Comum (TEC), que é uma tarifa que visa taxar os produtos advindos de países não membros dos blocos. Dessa forma, além de reduzir o preço dos produtos comercializados entre os países-membros, a União Aduaneira ainda torna os produtos de países externos ao bloco ainda mais caros. Exemplo: Mercosul (Mercado Comum do Sul). A TEC, nesse caso, é adotada apenas entre os seus membros efetivos (Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai*). Mercado Comum: é um bloco econômico que conta com um avançado nível de integração econômica, indo muito além de um acordo comercial, pois envolve a livre circulação de produtos, pessoas, bens, capital e trabalho, tornando as fronteiras entre os seus membros quase que inexistentes em termos comerciais e de mobilidade populacional. União Política e Monetária: consiste em um mercado comum que ampliou ainda mais o seu nível de integração, que passa a alcançar também o campo monetário. Adota-se, então, uma moeda comum que substitui as moedas locais ou passa a valer comercialmente em todos os países-membros. Também é criado um Banco Central do bloco, que passa a adotar uma política econômica comum para todos os integrantes. O único exemplo de mercado comum e, ao mesmo tempo, de união política e monetária é a União Europeia, que é hoje considerada o mais importante bloco econômico da atualidade em razão do seu avançado nível de integração. Em muitos casos, essa integração alcança até mesmo as decisões políticas que eventualmente são tomadas em conjunto pelos países-membros. PRINCIPAIS ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS 32 As organizações internacionais da atualidade tiveram o seu surgimento, em sua maioria, na segunda metade do século XX. No entanto, foi com a globalização e o fim da Guerra Fria que elas se consolidaram como importantes atores no cenário internacional, passando por um relativo período de fortalecimento. Em virtude da recente ampliação da integração geoeconômica global, essas organizações tornaram-se atores importantes no cenário mundial, com a missão de estabelecer um ordenamento das relações intranacionais de poder e influência política. Atuam na elaboração e regulação de normas, suscitam acordos entre países, buscam atender determinados objetivos, entre outras funções. Existem incontáveis organizações internacionais, isto é, aquelas instituições formadas por dois ou mais Estados. Porém, no que concerne ao âmbito geopolítico, econômico e humanístico global, algumas delas se destacam pela sua importância, dentre elas, podemos citar ONU, OMC, Otan, FMI, Banco Mundial, OIT e OCDE. A seguir, vamos compreender um pouco melhor o significado e a importância de cada uma dessas siglas. ONU – A Organização das Nações Unidas é considerada o mais importante organismo internacional atualmente existente, importante por reunir praticamente todas as nações do mundo. Ela surgiu ao final da Segunda Guerra Mundial (1939- 1945) em substituição à antiga Liga das Nações e objetiva promover a paz e a segurança mundial. A principal instância decisória da ONU é o Conselho de Segurança, formado por um grupo muito restrito de países. Na verdade, esses países são os antigos vencedores da Segunda Guerra Mundial: Rússia (ex-União Soviética), Estados Unidos, França, Reino Unido e a China (essa última não participou ativamente da Segunda Guerra, mas conseguiu grande prestígio e poder internacionais, capazes de assegurar uma vaga no Conselho). Além desses cinco países, que são membros permanentes, fazem parte outros cinco países provisórios, que se alternam periodicamente. O poder desse Conselho de Segurança é elevado, pois é ele quem toma as principais decisões da ONU. Além disso, os cinco membros permanentes têm o chamado poder de veto, em que qualquer um deles pode barrar uma decisão, mesmo que todos os outros países sejam favoráveis. 33 OMC – A Organização Mundial do Comércio é o organismo internacional responsável por legislar e acompanhar as transações econômicas e comerciais realizadas entre diferentes países. Além disso, o seu principal objetivo é promover a liberalização mundial do comércio, visando combater o chamado protecionismo alfandegário, em que uma nação impõe elevadas tarifas para produtos estrangeiros a fim de favorecer a indústria local. Quando algum país tem algum tipo de problema ou entrave com outro Estado, ele geralmente recorre à OMC como instância máxima para avaliar e julgar a questão. Otan – A Organização do Tratado do Atlântico Norte é um tratado ou pacto militar, que inicialmente congregava os principais países capitalistas e objetivava combater o socialismo, que também tinha o seu pacto militar, o Pacto de Varsóvia. Porém, desde o final da Guerra Fria, os objetivos dessa organização se alteraram, tornando-se como um instrumento militar das grandes potências a fim de intervir em conflitos armados em qualquer parte do mundo para assegurar direitos internacionais ou combater possíveis “ameaças” ao atual sistema internacional. Fazem parte da Otan, desde o seu surgimento, Alemanha, Bélgica, Canadá, Dinamarca, Estados Unidos, Espanha, França, Grécia, Inglaterra, Itália, Holanda, Luxemburgo, Noruega, Portugal, Islândia e Turquia. Posteriormente, várias das ex- repúblicas soviéticas também ingressaram no pacto, como a Bulgária, Romênia, Estônia, Letônia, Lituânia, Eslováquia e Eslovênia, além da Rússia, que atua como membro observador. FMI – O Fundo Monetário Internacional é uma organização financeira responsável por garantir a estabilidade econômica internacional. Ele é composto por 187 países e foi criado em 1944 na Conferência de Bretton Woods. Seu funcionamento, basicamente, ocorre através do gerenciamento e concessão de empréstimo para aqueles países que o solicitam. Normalmente, o dinheiro do FMI é fornecido pelos seus próprios países- membros, de forma que aqueles que mais contribuem são justamente aqueles que mais possuem poder de decisão. Para adquirir empréstimos, o país em questão deve atender a uma série de exigências, transformando suas economias internas e, geralmente, abrindo sua economia para o mercado estrangeiro. 34 Banco Mundial – foi criado em 1945 na Conferência de Bretton Woods juntamente ao FMI. Trata-se de uma organização financeira vinculada à ONU, mas que possui a sua própria autonomia. Seu objetivo inicial era conceder empréstimos direcionados aos países europeus que haviam sido devastados pela Segunda Guerra Mundial. Posteriormente, seus objetivos mudaram e seu intuito passou a ser o de conceder empréstimos a países da Ásia, África e Américas. OIT - A Organização Internacional do Trabalho é uma instituição responsável por regulamentar, fiscalizar, estudar e avaliar as relações de trabalho existentes em todo o mundo. É consideradauma organização “tripartite”, ou seja, formada por três tipos diferentes de forças: os governos de 182 países, além de representantes de empresas empregadoras e de representações trabalhistas ou sindicais. OCDE – A Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico é uma instituição atualmente composta por 34 países. Seu objetivo é fomentar e incentivar ações de desenvolvimento econômico de seus países-membros, além de medidas que visem à ampliação de metas para o equilíbrio econômico mundial e melhorem as condições de vida e os índices de renda e emprego. O Brasil não é um membro dessa organização. 35 REFERÊNCIAS ALCOFORADO, Fernando. Globalização – São Paulo: Nobel, 1997. ALCOFORADO, Fernando. Globalização e Desenvolvimento. São Paulo: Nobel, 2006. AZNAR, G. Emploi: la grande mutation. 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