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4-Resumo da aula 18-04-SD

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18-04
Karl Marx (1818 – 1883)
Método do materialismo histórico, maneira como Marx aborda a realidade social na qual o direito esta inserido (não é a única maneira). Para pensar em direito, Marx está em ruptura com relação às duas grandes teorias jurídicas (compreensão do direito no séc. XIX), que são as teorias positivistas e jusnaturalistas. Essas teorias não são absolutamente condizentes com o método do materialismo histórico. 
É um método somente passível de compreensão de uma realidade entendida como realidade social, que pode ser ligado a três grandes níveis de compreensão desse método: 
Formação social: então quando eu quero abordar a realidade social a partir do método do materialismo histórico, estou lidando com a formação social que é suficientemente contraditória.
O direito faz parte de uma formação social, que é composta por instituições, poder judiciário e sua historia, poder executivo e a sua historia, por uma cultura e pelo direito também. Essa formação social é o local onde se encontra o direito, ou seja, esse direito tem que estar historiscisado, inserido nessa formação social da qual ele faz parte. Essa não é a única forma de conhecer o direito. Nesse método do materialismo, conhecer o direito não é apenas conhecer as normas.
Contradições: toda formação social é perpassada por conflitos (contradição), de interesse, etc. não existe formação social pacífica. Os conflitos são estruturantes de toda formação.
O direito também é todo ele, estruturado e perpassado por contradições e conflitos, o que significa dizer que essa idéia de um direito que representa o interesse da nação, do bem comum, tudo isso são elementos ideológicos, o direito como uma norma que representa o bem de todos. Porque o direito é perpassado por disputas, já que quando eu normatizo uma determinada forma de conceber o direito, eu deixo outras formas possíveis de lidar com isso. Numa perspectiva marxista do materialismo histórico, o conflito central que perpassa toda formação social e conseqüentemente o direito, é o conflito entre classes sociais (não único)
Transformação histórica: toda formação social é suficientemente contraditória para ser historicamente superável. A formação social esta em constante transformação histórica, o que quer dizer que uma formação social nunca vai ter elementos naturais, perenes, universais, que não se modificam.
O direito está constantemente em transformação. E essa transformação histórica do direito e da formação social tem um motor que é o conflito de interesses entre classes sociais (é o motor da história), exatamente porque existem contradições que a historia se modifica. Existem grupos em disputa que estão ali em conflito e que fazem com que o direito como parte da formação social venha a ser modificado no sentido de uma evolução. O comunismo representa de forma coerente para Marx o fim da historia enquanto transformação social, pois acaba com as contradições e conflitos entre as classes sociais, ou seja, não tem mais motor para a transformação histórica. 
18-04
 Marx vai buscar uma referência explicativa no direito no conceito de sociedade civil, que é um conceito desenvolvido por Hegel (filósofo alemão que antecede Marx). Entretanto Marx diz que o conceito de sociedade civil é interessante para que se possa pensar o local no qual o direito esta inserido, mas não dá possibilidade de dar conta da estrutura do direito (permite pensar, mas não diz tudo sobre). Marx está propondo conhecer o direito inicialmente pelo conceito sociedade civil, mas isso é insuficiente, então ele vai além, vai para uma análise em termos de economia política. 
Marx rompe com o estudo do direito em 1840, pois não obteve respostas para suas indagações, ou seja, o estudo do direito naquela época não oferecia elementos suficientes para o entendimento do próprio direito. A base dessa ruptura foi apresentada de uma maneira muito evidente em 1859 quando no prefácio de sua obra “contribuição à critica da economia política”
Prefácio: “nas minhas pesquisas cheguei à conclusão de que as relações jurídicas assim como as formas de estado não podem ser compreendidas por si mesmas nem pela dita evolução geral do espírito humano”. Ou seja, demonstra que a teoria positivista que diz que o direito pode ser entendido pelo próprio direito (conjunto de normas), não é o bastante para compreender o direito, também como a teoria jusnaturalista, idéia de que existiria uma natureza humana. Então, podemos perceber que Marx esta batendo nas duas teorias disponíveis na época de compreensão do direito. 
Continuação do prefácio: “inserindo-se pelo contrário nas condições materiais de existência de que Hegel compreende o conjunto pela designação de sociedade civil”. Proposta por Hegel. Ou seja, de certa forma a sociedade civil é o lócus das relações jurídicas. Então se não consegue compreender o direito pelo jusnaturalismo e pelo positivismo, pelo conceito de sociedade civil se consegue. 
Continuação do prefácio: “por seu lado, a anatomia da sociedade civil (ou seja, a estrutura) deve ser propcurada na economia política”. Marx então dá certa diretriz sobre o que seria o estudo do direito.
Conceitos:
Sociedade civil: em Hegel, é uma esfera de interações sociais, ou seja, um campo de interações sociais no qual, pessoas agem e estabelecem relações umas com as outras, visando garantir a sua existência material, a sua sobrevivência. Essa esfera de interações são, necessariamente, perpassadas por conflitos (Hegel não menciona conflitos de classes), pois a sobrevivência se liga num conceito de apropriação no qual uns conseguirão coisas em detrimento de outras. É natural que disputas existam, pelo fato de que todos têm interesse de sobrevivência. Até ai, Marx concorda com Hegel, entretanto Hegel tem uma visão de que esta conflitualidade própria da sociedade civil, esse espaço de disputa (do mercado) pode ser superado (enquanto espaço de contradições) pela organização do estado, ou seja, o estado é um lócus institucional de superação da conflitualidade existente na sociedade civil. O que conseqüentemente uma série de atributos desse estado podem ser pensados por essa idéia de superação, por exemplo, representação de interesse coletivo, idéia de pacificação social (coletividade). É ai que Marx vai se diferenciar de Hegel, dizendo que o estado (direito) não é nenhum lócus de superação de conflitos, ele reorganiza essa conflitualidade e conseqüentemente o estado é perpassado como direito por conflitos, disputas, etc. Então ele esta dizendo que o direito tem sim como lócus de inserção a sociedade civil (isso Hegel apresentou), mas a sociedade civil é uma porta de entrada, mas não diz tudo sobre o direito numa perspectiva marxista, onde ele vai buscar numa anatomia ou estrutura da sociedade civil na economia política. 
18-04
Para Marx, o conceito de economia política não é uma mera referência das organizações econômicas de uma sociedade, é mais amplo, ou seja, procura dar conta da organização social como um todo, de uma estrutura social. Significa dizer que Marx vai se envolver um conceito estruturalista do direito. Compreender a economia política de uma sociedade é como entender a sua estrutura social. 
	A estrutura da sociedade civil que Marx propõe de encontrar na economia política foi objeto da maior parte de seu estudo que foram sistematizadas em torno de sua obra “o capital”, que procura dar conta, no ponto de vista teórico, dessa estrutura da sociedade civil fazendo uma análise pela economia política. O grande conceito presente na obra para dar ponto a essa sociedade civil é o modo de produção, ou seja, como a sociedade esta se organizando estruturalmente para produzir a sua vida social, os bens, as idéias, as normas, a política, etc. O modo de produção, ou seja, toda estrutura social global de uma formação social, é um conceito estruturalista. 
Para fins analíticos, esse modo de produção pode ser dividido em duas partes:
Base: o nível social de organização da economia estaria presente na sua infraestrutura, fazendocom que tenha que estabelecer certas relações para nos alimentarmos, produzirmos bens, organizarmos a produção, organização das forças produtivas, das relações de produção.
Superestrutura: nível de organização social da política (relações de poder), nível ideológico (representações, organiza a forma de representação das idéias) e o nível direito (relações jurídicas, as normas).
Para compreender o modo de produção, é preciso entender os níveis que compões as relações entre eles. Se eu fico somente num conhecimento no nível do direito e não nas relações que ele estabelece com outros níveis de organização social, eu não vou compreender o direito a partir de uma perspectiva colocada por Marx.
Fica ainda uma questão no que diz respeito à forma como o direito como nível de organização social se insere no modo de produção que diz respeito das relações entre esse dois pólos constitutivas do modo de produção, ou seja, como a base e uma superestrutura de um modo de produção se relacionam para produzir e reproduzir uma vida social tomada em sua totalidade. 
A obra de Marx da certos indicativos como essas partes se relacionam (base e superestrutura), entretanto elas foram, grosso modo, interpretadas de duas formas:
Economicista: essa leitura esta mais presente dentro da tradição marxista, é conhecida como determinista. As características do modo de produção e suas transformações estão calcadas no nível de organização social da economia. O que significa dizer que o direito seria um mero reflexo da organização social de uma economia, tal como a ideologia. O direito seria sempre determinado pela economia, pelo nível social da economia no modo de produção. É a economia (essência) que determina os demais níveis de organização social (reflexos). Ex.: O direito do trabalho existe numa leitura determinista porque as relações de trabalho presentes na organização social da economia se modificaram, conseqüentemente, o direito do trabalho vai refletir essa modificação. Essa é uma leitura reducionista (crítica), porque reduz toda a forma de funcionamento do modo de produção, ou seja, da formação social, num aspecto meramente econômico.
18-04
Autonomia dos níveis: pensa nas relações de base e superestrutura. Nenhum nível que compõe o modo de produção determina as funções dos demais níveis, no sentido de que a economia sai do papel mais importante de organização da vida social. Nessa leitura, todos os níveis possuem autonomia, entretanto eles não são independentes, estão mais ou menos coerente entre eles porque todos pertencem ao mesmo modo de produção. A economia funcionando como um nível autônomo coloca para a totalidade do modo de produção, saídas ou respostas para problemas. Essas questões se configuram para o direito como “inputs”, ou entradas, ou seja, o direito é influenciado por questões que chegam da economia e vai trabalhá-las como nível autônomo e vai oferecer respostas em termos de normas, regulamentações, etc.; exemplo: o direito vai lidar com as pressões sociais para ditar o que legal ou ilegal, mas não é determinado por elas, ele recebe as influencias e pelo seu próprio funcionamento autônomo oferece uma resposta que se configura como entrada para os outros níveis. Ou seja, a leitura de autonomia dos níveis é também conhecida como uma leitura de complexidade, fazendo com que todos eles operem de maneira coerente já que fazem parte de um mesmo modo de produção (transformando-o). Leitura mais pertinente, mas é apenas uma interpretação.

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