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08/01/2013 
EMPRESA 
 
Relembrando: 
 Vai ser trabalhado o conceito de empresa, retomando o art. 966, que é o artigo que 
inaugura o livro da empresa dentro do código civil, embora se saiba que haverá uma possível 
mudança em relação ao código empresarial, que já é projeto de lei, e que há uma grande 
celeuma em torno da unificação do direito privado, pelas razões já discutidas na aula passada. 
Continuando: 
 O 966 no código civil, que é o artigo que inaugura o livro da empresa, vai dizer quem é 
o empresário. No texto da Rachel Sztajn que é completamente crítico sobre o 966, 
basicamente ela dá um texto inteiro do 966, ela trata por exemplo da definição de quem é o 
empresário, mas não a definição do que seja empresa. Lembrando que já disse que o conceito 
da empresa é um conceito residual, porque ele é extraído tanto do 966 quanto do 1142, que 
trata do estabelecimento. E que em função do 1142 tratar do estabelecimento e o 966 do 
empresário, em função de uma conhecimento prévio dos perfis que uma empresa pode 
adotar, cunhado em 1942 pelo Roberto Asquini, ele diz que na verdade a empresa não tem um 
único perfil, ela tem 4. 
Relembrando: 
Os 4 perfis são: 
Subjetivo – empresário 
Objetivo – estabelecimento 
Profissional – atividade 
Corporativo – empresa enquanto reunião de pessoas e esforços (não utiliza 
propriamente dentro do direito empresarial, se aplica mais as 
cooperativas do que as empresas). 
 Essa teoria é chamada de Teoria dos Perfis Poliédricos. 
Continuando: 
 A Raquel Sztajn vai trabalhar exatamente isso, fazer uma crítica ao 966 que consolidou 
a empresa no seu perfil profissional. O 966 diz: 
 
 
 
“Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica 
organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços. 
Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, 
de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou 
colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa.” 
 
08/01/2013 
 Para caracterização do empresário se tem o profissionalismo e ele vai englobar 2 
níveis, 2 características que configuram o exercício com determinado profissionalismo, que são 
a habitualidade e a pessoalidade. 
 Na nova teoria da empresa, diferentemente de antes que considerava o empresário 
aquele que realizava um ato de comércio, vai dizer que só vai ser considerado como 
empresário se agir com profissionalismo. Então não é qualquer ato que vai fazer com que a 
partir daí a pessoa se torne empresário, por exemplo, vender coisas, fazer um bazar, não quer 
dizer que daí a pessoa se torne um empresário. Ou ainda que a pessoa produza um bem, por 
exemplo, para o natal e coloque a venda no Natal, não quer dizer que ele é empresário, 
porque é necessário realizar a atividade com habitualidade, ou seja, a atividade tem que ser 
constante. Constante como? 1 ano? 2 anos? 1mês? 3 meses? E se ela for uma atividade 
eventual? 
 Por exemplo, a pessoa tem uma boate itinerante, e ela só trabalha 4 meses por ano, 
indo de cidade em cidade. Só que faz isso todos os anos e durante os outros 8 meses a pessoa 
se dedica a outra atividade, de profissional liberal. Isso faz da pessoa empresária? Faz, porque 
há habitualidade. 
Então sem essa de caracterizar o empresário como aquele que exerce atividade 
habitual, mas essa habitualidade tem que ser ininterrupta. Não é isso, contando que a 
atividade seja realizada com alguma frequência, daí só a jurisprudência que vai dizer se a 
pessoa é ou não empresária. Por que o empresário tem que registrar a sua empresa na Junta 
Comercial, enquanto o outro não é empresário, ele simplesmente pode registrar no Cartório 
Civil, no registro de Pessoas Jurídicas. Então pode ser que uma pessoa tentando fraudar a 
Junta Comercial, não quer ainda considerar aquela empresa como empresa, diz que ela não o 
é. Dizendo que está praticando uma atividade muito eventual, ou seja, não profissional. Então 
só através de dados é que vai ter esse tipo de comportamento, esse tipo de entendimento, 
porque o código abriu essa brecha. 
Só para entender o que é profissionalismo, exercer profissionalmente, significa dizer 
exercer com habitualidade e com pessoalidade. Quer dizer, que está tratando na própria 
pessoa, é esta pessoa quem dirige. O único que dirige? Não. Para que uma empresa se 
constitui? Exatamente porque é muito difícil realizar um tipo de empreendimento sozinho, ou 
a pessoal vai ser a única proprietária e contratar pessoas, e para isso obviamente vai ser 
necessário muito dinheiro, ou vai reunir capital, de diferentes formas, sobre a constituição de 
uma S/A, onde terão ações representando a parte de cada um, ou então vai ter uma LTDA. (A 
forma como a sociedade vai ser formada será visto no próximo semestre). 
A sociedade se constitui porque é mais fácil, além de reunir o capital para constituir 
aquela empresa, também como pulverizar os riscos. Porque se não será a própria pessoa que 
terá que arcar com todos os riscos de falha inerentes a constituição da empresa. Sociedade 
empresarial é uma atividade de risco. 
A habitualidade e pessoalidade tem haver não com o fato do exercício por uma única 
pessoa, e aí se podem puxar outros cenários no sentido de que, tem que haver uma relação de 
08/01/2013 
subordinação? Tem que contratar mais pessoas? Ou a pessoa sozinha pode ser um empresário 
individual? 
 Tem que existir subordinação? Tem casos que sim, ou seja, tem que contratar outras 
pessoas para que assim se constitua uma nova empresa. Agora, desde 2002 com a nova lei do 
empresário individual, que é distinta, não é uma sociedade como se vê no código civil, mas já 
há permissão. Porque antigamente era o seguinte, tinha-se uma sociedade constituída por 2 
sócios, uma LTDA, e um desses falecia, tinha 6 meses para conseguir um novo sócio se não ela 
era distinta, se não estaria fraudando, como há muitas fraudes por aí. Há sociedade limitada 
LTDA em que um dos sujeitos tem 99% das cotas enquanto outro apenas 1%, só porque a 
sociedade LTDA, ela é limitada por questões de ser limitado o valor que se pode perder. O 
patrimônio pessoal dos sócios que quiser ser destinado aquela empresa é chamado de 
patrimônio de afetação e caso essa empresa venha a falir (empresa enquanto pessoa jurídica), 
os credores vão poder se voltar contra aquele patrimônio que foi afetado (destinado) a 
empresa. E numa sociedade que não é limitada, o patrimônio pessoal dos sócios pode vir a ser 
buscado pelos credores. Então eles constituem sociedades limitadas para diminuir o risco. 
 Com relação a pessoalidade, a pessoa tem que exercer aquilo, ela tem que exercer a 
sua empresa, porque os subordinados são empregados, não são empresários, pode vir a ser 
sócio, aí vai ter pessoalidade. 
 O Fábio Ulhôa, o Borba e o Sérgio Campinho dizem que esses elementos são, o 
profissionalismo, finalidade lucrativa (tirada da “produção ou circulação de bens ou de 
serviços” no 966) e a organização. Esses 3 dizem que deve haver relação de subordinação na 
organização. O Haroldo Malheiros e outro professor da UFF dizem que a organização dispensa 
subordinação. O Malheiros diz que o que necessário para constituir uma empresa é capital (K), 
trabalho e atividade. 
Capital (K) – obviamente será necessário fazer um aporte para constituir a 
sociedade, fazer com que o valor que será destinado a essa sociedade 
seja diferente do patrimônio pessoal. 
Trabalho – não precisa ser subordinado, pode ser trabalho próprio. 
Atividade – produzindo ou circulando bem ou serviço. 
Obs.: Clarisse acha mais interessante essa visão do Malheiros, mas tem que se atentar a banca 
de onde for prestar concurso. 
 
ELEMENTOS DE EMPRESA 
 
 O elemento de empresa vai ser a atividade desenvolvida pelo empresário ou pela 
sociedade empresária. O elemento é a própria atividade? Mas existem atividades que não 
necessariamentese enquadram dentro de uma conceituação de empresa e que a pessoa 
08/01/2013 
enquanto sujeito para constituir uma sociedade pode optar ou não por um registrá-la na Junta 
Comercial ou no Cartório somente sobre o CNPJ (tem sempre que ter um CNPJ). 
 O Luiz Soarez Heinz vai dizer que a ressalva do parágrafo único é totalmente 
dispensável, outra crítica ao parágrafo único, a ressalva da ressalva. A questão do parágrafo 
único que diz que não constitui elemento de determinadas atividades artísticas, científicas e 
literárias ou intelectual não precisam ser registradas, ele diz que a reforma do parágrafo único 
é totalmente dispensável para a qualificação do empresário, pois se não se constitui elemento 
de empresa, o exercício da profissão intelectual, de natureza científica, literária e artística não 
se enquadram na definição do caput. Ele diz o seguinte, se essas atividades não constituem 
elemento de empresa, não se tem que registrar, ela não cabe se quer no caput do 966. Faz 
sentido, porque tem uma ressalvar para ter outra ressalva, mas isso é muito importante, 
porque é o artigo que inaugura o direito empresarial, isso vai dizer, por exemplo, quem é o 
empresário. 
Se o grupo Corpo, por exemplo, de dança contemporânea, é o maior grupo de dança 
contemporânea do Brasil, eles exercem basicamente uma atividade artística, eles são 
empresa? Porque se eles forem empresa, eles podem disputar determinados editais, eles 
podem ter uma carga tributária ou não, se for simplesmente uma associação, ou seja, uma 
organização civil, as diferenças sobre quais direitos vão se sobrepor a eles são diferentes. Isso 
muda completamente a forma ação e consequência de determinado grupo dentro da 
sociedade, dentro do nosso sistema de direitos. 
Fazer com que o sujeito possa ou não optar, não é muito legal, porque depois só eles 
mesmos podem dizer se eles deveriam estar registrados daquela forma ou não. Por exemplo, 
um produtor rural, o pequeno produtor rural tem que ser empresário? Não necessariamente, 
e o grande produtor rural? A diferença é o tamanho ou a diferença é a atividade? A atividade é 
a mesma ou é o tamanho? 
O Fábio Ulhôa vai dizer o seguinte “Na maioria dos casos, contudo, tanto o comércio 
como a prestação de serviços podem ser explorados empresarialmente ou não". 
Na jornada temática ficou estabelecido que “É caracterizador do elemento empresa a 
declaração da atividade-fim, assim como a prática de atos empresariais.” É o seguinte, quando 
se realiza determina atividade de empresa, se tem a atividade a qual aquela empresa se 
propôs, por exemplo, colocar a circular bens que se compram. É obviamente que existem 
atividades meio para o fim daquela empresa, o que são atividades-meio? Marketing para o 
cliente, por exemplo, o objetivo final é a venda, essa é a atividade fim, mas existem outras 
coisas inerentes, necessárias para a realização daquilo. Quando está realizando a atividade-
fim, aquilo é caracterizador do elemento de empresa, as outras atividades que são realizadas 
até mesmo por terceirizados não são necessariamente atividades que constituem elemento de 
empresa. 
A 3º Jornada temática do STJ diz que “A expressão “elemento de empresa” demanda 
interpretação econômica, devendo ser analisada sob a égide da absorção da atividade 
intelectual, de natureza científica, literária ou artística, como um dos fatores da organização 
empresarial.” 
08/01/2013 
Um médico exerce que tipo de atividade? Científica. Esse médico monta com outros 
colegas uma clínica de diagnósticos, no início ele prática aquela atividade-fim que é realizar 
exames, passado um tempo ele passa a se tornar somente administrador daquilo e daquela 
atividade técnico-cientifica, passou a se destinar a captação de clientes, propagando e 
marketing, para administração, gestão daquele negócio. Aí se pode dizer que há o elemento de 
empresa. Então tem haver com o tamanho que aquilo toma? Tem haver com o animus, 
enquanto aquilo se destina exclusivamente a fazer uma atividade-fim, assim a principio não se 
tem o elemento de empresa, se tem várias outras atividades-meio necessárias para concretiza 
aquilo, sendo que uma dessas atividades-meio é o tal elemento de empresa, porque é 
lucratividade, não é mais só a realização de determinados pareceres. É muito delicado. O 
quanto o tema é complexo, enquanto ser ou não ser uma empresa. 
Mesmo como uma sociedade simples pode-se ter lucro. Uma associação de advogados 
não pode ter lucros ?! Uma sociedade de advogados é registrada na OAB. 
Como saber que a atividade artística, científica, literárias, intelectual, deixa de ser 
atividade-fim para se torna atividade-meio? Vai ser quando um dos seus sócios passar a se 
destinar a uma atividade que não seja a sua atividade-fim, como por exemplo, a organização, 
pagamento, contabilidade, gestão, aí se dirá que o elemento de empresa esta ali presente. 
Mas as coisas não são tão simples, clínicas podem não estar registradas na Junta 
Comercial, e aí vai ser por opção. Isso torna tudo mais complicado, trata-se de uma opção, a 
não ser que tenha a jurisprudência informado o que deve efetivamente prevalecer. 
 
ESTABELECIMENTO COMERCIAL 
 
Introdução: 
É o sentido objetivo da empresa. Embora, se adote o sentido funcional, continua-se tendo 
empresário, estabelecimento, isso continua existindo. Só não chama isso de empresa, 
estabelecimento, chama-se isso de empresário ou de sociedade empresária, pessoa jurídica 
portanto, que é igual a sociedade empresária. Isto continua existindo, embora a opção seja 
pelo perfil funcional em termos do que se entende por empresa, semanticamente. O 
empresário seria a empresa no sentido subjetivo. 
Estabelecimento empresarial também é chamado de fundo de comércio, ou seja, é a 
reunião dos bens materiais e imateriais. Então o que é estabelecimento? Não se esta falando 
no estabelecimento como sentido objetivo da empresa?! Como ela funciona? Ou é aquilo que 
fornece os meios para que ela funcione?! 
Obs.: se não entender isso não passa em falência, não passa em sociedade empresária. 
Continuando: 
Também chamado de fundo de comércio é a reunião dos bens materiais e imateriais. 
08/01/2013 
São os meios de produção. É o local onde a empresa está situada? Pode estar ou não, 
porque dos bens materiais, a principio, pode-se ou não ser proprietário do local que a pessoa 
explora e isso talvez seja muito importante, porque se a pessoa tem uma padaria, o seu ponto 
de comércio vai ser muito importante, agora se a pessoa tem uma empresa de roupas, pode 
estar localizada tanto na zona leste quanto oeste, porque vai estar fornecendo até para uma 
outra cidade. Mas se a pessoa tem uma padaria, salão de cabeleireiro, a principio será atraído 
uma freguesia, que são os transeuntes, além de uma clientela, que são os consumidores fixos. 
Já se a pessoa simplesmente produz e não coloca a circular, na verdade, deve-se optar por 
locais que oferecem melhores condições de redução de custos de transação, custos 
necessários à produção ou a circulação de determinados bens. Todos os custos? Não, mas 
aqueles custos referentes à sua clientela que não precisa ser destinatário final. Por exemplo, a 
sua agenda de telefones, com todos os seus contatos, foi constituída ao longo de um tempo, 
durante os períodos em que se constituiu essa atividade, a contratação de uma empresa de 
transporte em detrimento de outras também gerou custos porque também foi feito pesquisa 
de marcados. Os custos de transação são aqueles custos necessários a realização de 
determinado negócio, mas que não são custos de produção, são custos para que depois se 
venda, inclusive custos de marketing. Então existem vários elementos que são importantes 
para o que será visto daqui pra frente. 
A reunião desses bens materiais e imateriais não necessariamente abarca o ponto, 
porque a não ser que aquele ponto pertença à empresa e que vá ser transferido junto com osbens materiais e imateriais, mas ainda sim se pode selecionar o seu fundo de comercio, 
fazendo simplesmente a venda desses ativos materiais e preservando o seu ponto, porque 
quer aluga-lo para outra pessoa, ou porque o próprio empresário que passar a realizar outra 
atividade naquele ponto. 
Antes o empresário produzia bolsas de couro, agora ele que passar a produzir roupas, 
porque já tem uma marca consolidada e quer extinguir. Aí ele pode alugar esses bens 
materiais para outro sujeito que vai produzir para ele com a sua marca, com a sua chancela, e 
ele passa a produzir roupas, então o empresário aliena para este outro sujeito os bens 
materiais e eventualmente bens imateriais, softwares para gestão de pessoas, pagamento, 
aquilo que na verdade tem haver com custos de transação, passa-se esse know-how para ele e 
não aliena não necessariamente o seu ponto comercial, ele quer continuar ali, ou aliena 
simplesmente o ponto comercial para que aquela pessoa continue explorando mas ela própria 
vem trazer os seus bens matérias, ela própria vai trazer seu maquinário. Então são coisas 
distintas e o empresário vai levar seu maquinário de roupas e bolsas de couro para um outro 
local. 
Obs.: tudo isso tem que ser pensado e para trabalhar com direito comercial tem que saber de 
contabilidade, no mínimo. 
Porque obviamente que a quantidade de pessoas necessárias para produzir aquilo vão 
ser distintas, pode ser ou não, mas a contratação de novas pessoas que tenham aquele saber 
referente aquela produção, tem que pensar se vai querer manter ou não e isso tem muita 
relação com querer ou não manter aquele ponto comercial. São muitos elementos que vão ser 
levados para tomar uma decisão nesse sentido. 
08/01/2013 
São coisas bem distintas, simplesmente alienar os bens materiais, maquinário, veículos 
de transporte, estrutura física, hardwares, matéria prima estocada e aquele frutos que já 
foram produzidos também, aquilo em estoque, mas já manufaturados. Os bens imateriais já 
são outros, a marca e patente (registradas no INPI), segredo industrial – melhor forma de 
aproveitar os seus bens (não é registrado). 
Obs,: para segredo industrial tem que ser realizado outro contrato de transferência. 
Antecipando: 
 Em contratos de franquia, que será visto em obrigações mercantis, é cedido o direito 
de explorar basicamente uma marca, só que também se transfere para o franquiado, o layout, 
melhores técnicas de como explorar aquilo. Além de transferir a marca, vai lá no INPI e faz 
uma averbação, transferindo software (permitir o uso, fazer contrato de cessão). Agora em 
relação ao segredo industrial, tem que fazer outra coisa, fazer um contrato particular de 
cessão. 
Continuando: 
 Esses bens são a partir de singulares, pode-se alienar um maquinário, duas máquinas, 
três; Pode-se alienar só os bens materiais e não os imateriais. Por exemplo, aliena o 
maquinário para uma pessoa produzir a mesma coisa, porque o empresário vai comprar novas 
máquinas, mas ele não quer alienar a sua marca porque vai continuar a explorar sua própria 
marca. Não passa o ponto, não passa os bens imateriais, passa só os bens materiais, passa um 
de cada vez, conforme vai comprando outros mais modernos, vai alienando. A partida eles são 
individualizados. 
Relembrando: 
 Com relação a falência, tem que depender desses bens materiais, porque quando o 
sujeito fale, passa para a recuperação judicial e mesmo assim não dá conta, não vinga, vai 
acontecer a falência. E assim ocorre procedimento concursal, porque a um concurso de 
credores, o Estado é credo, o banco é credor, os fornecedores de matérias primas, os 
eventuais clientes que já haviam antecipado o pagamento e não receberam a mercadoria, seus 
trabalhadores com obrigações laborais ainda não satisfeitas. Devido a esse grande número de 
credores é que ocorre o procedimento concursal. 
 A forma de conseguir o maior valor, aí o administrador daquela massa falida vai ter 
que apurar o maior valor com aquele estabelecimento, com a venda daqueles bens materiais e 
imateriais porque se ele consegue um valor maior ele consegue satisfazer um número maior 
de credores. Tem uma ordem de preferencia para esse pagamento. O que é mais fácil, alienar 
em separado ou tudo junto, o que vai ser mais lucrativo? 
 É melhor alienar essa universalidade de bens, porque ela vai proporcionar perspectiva 
de lucratividade maior, do que alienar um por um, porque todos esses bens organizados, eles 
conferem um determinado x em termos de produção, já sabendo disso, a uma perspectiva de 
lucratividade com relação aqueles bens que serão adquiridos. Por isso o administrador da 
falência deve sempre preferir alienar todos os bens juntos. Existem bens singulares e bem 
08/01/2013 
coletivos, chamados universais, essa universalidade é uma universalidade legal. Exemplo, a 
massa falida é uma universalidade de bens, é uma universalidade de direitos não é uma 
universalidade pela própria natureza. Um diamante que pode ser fracionado é uma 
universalidade? Ele é indivisível pela sua natureza, porque caso se dividida ele perde valor 
econômico, ele pode ser fracionado, mas é melhor tem um diamante de maior quilate do que 
vários de menos, é mais ou menos a lógica que se aplica a isso, todos esses bens reunidos 
conferem uma perspectiva de lucratividade para quem os reuniu. Enquanto que a aquisição de 
um maquinário em contra partida não é assim tão lucrativo, assim como se está comprando 
aquele maquinário que já foi utilizado, é uma coisa de segunda-mão, já houve um deságio e 
máquina desvaloriza muito facilmente, também se pode comprar uma reunião de bens que já 
estão lá organizados, que já se sabe o quanto produz por mês, o quanto rende, para quem 
escoar. Isso se constitui uma universalidade. É claro que os bens são divisíveis, mas é melhor 
tê-los todos juntos. 
Continuando: 
 Esses bens materiais e imateriais como marca, know-how, softwares que são 
utilizados, vão compor o estabelecimento. Só que ainda tem o seguinte, o estabelecimento é 
como se fosse à projeção patrimonial da empresa, não é quanto ela vale, o quanto ela vale 
também tem haver com o quanto for possível minorar os seus custos de transação, ou seja, se 
tem para quem escoar e se continua a ter estes consumidores e esta indústria, tem uma 
possibilidade maior de ter lucros, se estes bens estiverem organizados em uma cadeia já 
pensada, vai ter aqui um elemento chamado aviamento. 
Esse aviamento pode ser objetivo, quer dizer, tem as melhores marcas organizadas de 
tais formas, que permitam uma questão relativa com a eficiência, produz mais com menos 
matéria prima, há menos desperdício e menos tempo, isso dá um lucro bem maior, em função 
do maquinário. 
Também há o aviamento subjetivo, quando tem no caso uma indústria que produza 
bolsas e entre todas as bolsas produzidas tem aquelas que são produzidas manualmente e tem 
um valor agregado muito maior, porque determinados detalhes nelas foram costurados 
manualmente e é uma coisa muito precisa. Essa valorização que é aumentada devido em 
função dessa manualidade no trabalho depende obviamente da característica deste trabalho 
que é feito e de um número de pessoas. É como se tivesse dentro de uma fábrica de roupas, 
tivesse uma super modista, que é quem corta, as roupas só são boas porque o corte é bem 
feito, enquanto as costureiras recebem R$1.000,00 por mês a modista recebe R$ 15.000,00. Se 
é possível transferir essa modista para essa nova empresa, também estará transferido uma 
perspectiva de lucratividade, isso é aviamento subjetivo, porque depende de características de 
cada sujeito. Tal como pode transferir mediante contrato o administrador daquela empresa 
que é muito bom. 
A reunião destes bens e a perspectiva de lucratividade faz com que o valor aumente, a 
reunião dos bens materiais e imateriais é a projeção patrimonial da empresa. Quando tem 
aviamento, tem um aumento, então comomelhor organizado este aviamento, quanto mais 
competente for esse aviamento, em termos de organização dos bens ou de know-how das 
pessoas que trabalham, vai ter um aumento na perspectiva de lucratividade. 
08/01/2013 
Antecipando: 
 Isso é muito importante porque quando se a projeção patrimonial, quando tem por 
exemplo, a constituição da sociedade, e para esse caso entre um sujeito e uma empresa, que 
nesse caso específicos é uma LTDA, que quer realizar um evento esportivo e depois disso ela 
vai ser extinta, ela vai ficar operando por uma ano. Cada um dos sócios, sócio pessoa física e 
sócio pessoa jurídica fizeram aportes de capital, 50% / 50% e aí depois do prazo de 3 anos, que 
é o prazo na qual essa sociedade vai continuar existindo, a possibilidade que um dos sócios ou 
ambos queiram continuar explorando essa empresa, vai que deu certo e eles vão realizar 
outros eventos esportivos, mas tem a possibilidade que um deles saia e o outro compre a sua 
parte, ele vai comprar por qual valor? Pelo valor das cotas que foram divididas logo no 
começo, o capital social da empresa era de 100mil reais, depois de 3 anos deu tão certo que 
agora essa empresa tem uma perspectiva de 500mil ao ano, quanto valem as cotas de cada 
um? A cota de cada um vale o valor do maquinário? O valor investido? Vale o quanto aquela 
marca agora foi projetada? O vale a perspectiva de lucratividade? 
Não é bem material, bem imaterial ou o aviamento por si só, na verdade é a reunião 
de todos eles que vai conferir o valor devido daquela empresa. 
Se não entender isso depois vai dizer que na hora for fazer a constituição de uma 
sociedade vai dizer que esta sociedade pode ser extinta e o valor é o valor dos bens, vai ter 
que saber de contabilidade para dizer que o melhor valor a apurar é o valor de fluxo de caixa e 
não o valor patrimonial de cada ação de cada cota. Porque o valor de fluxo de caixa vai dizer o 
quanto a empresa rende por mês e aí multiplica-se por ano pela quantidade de anos que essa 
empresa ainda deve funcionar e tira-se o risco, porque obviamente o risco agora vai ser 
suportado por apenas um dos sócios e aí consegue definir mais ou menos o valor pela qual 
essa empresa deve ser vendida. É pra isso que funciona o que está sendo visto agora. 
Continuando: 
 O estabelecimento tem a definição lá no 1142: 
 
 
 Os bens podem ser heterogêneos, ou seja, podem ser bens materiais ou imateriais, ou 
pode ser bens homogêneos, pode, por exemplo, na prestação de um serviço não ter bens 
materiais. 
 Se pensar numa sociedade de advogados, a perspectiva de lucratividade tem muito 
mais haver com o valor da marca do escritório do que com o espaço físico que ele ocupa. 
 Fabio Ulhôa vai dizer o seguinte “o estabelecimento comercial não se confunde com os 
bens que o compõe. Porque esses bens vão possuir um valor diferenciado quando vistos 
isoladamente.” 
 
“Considera-se estabelecimento todo complexo de bens organizado, para exercício 
da empresa, por empresário, ou por sociedade empresária.” 
 
08/01/2013 
Relembrando e aprofundando: 
Com relação à universalidade e singularidade de bens é interessante dar uma 
olhadinha do 89 ao 91 dó Código Civil. 
 
 
 
 
 
 
 
 O art. 89 aborda efetivamente uma singularidade, porque podem ser 
considerados por si só. 
 O art. 90 ilustra exatamente essa questão da perspectiva de lucratividade maior. O 
parágrafo único mostra que embora exista esta universalidade eles podem ser alienados 
separadamente. 
 O art. 91 fala isso porque pode existir a universalidade de direito e a universalidade de 
fato e nesse caso da massa falida tem uma universalidade de direito, porque o art. 11.101 diz 
que é preferível alienar todos os bens em conjunto a alienar um por um porque em tese 
conseguirá uma valor maior. Mas enquanto esses bens vão simplesmente compondo aqui 
relações eles são universalidade de fato, porque ninguém obriga a persistência dessa 
universalidade, não tem nada de direito que obrigue essa relação. 
Continuando: 
E quando houver uma pluralidade de estabelecimentos? Essa perda tem vários 
estabelecimentos. Isso é uma universalidade? Todos os bens estão compondo essa 
universalidade? Ou eles vão ser tidos como bens isolados? 
Haverá um estabelecimento principal e suas filiais, nesse caso, se for considerado a 
mesma empresa, vendendo a mesma marca, haverá uma universalidade. 
 
“São singulares os bens que, embora reunidos, se consideram de per si, 
independentemente dos demais.” 
 
“Constitui universalidade de fato a pluralidade de bens singulares que, pertinentes 
à mesma pessoa, tenham destinação unitária. 
Parágrafo único. Os bens que formam essa universalidade podem ser objeto de 
relações jurídicas próprias.” 
 
“Constitui universalidade de direito o complexo de relações jurídicas, de uma 
pessoa, dotadas de valor econômico.”

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