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15/01/2013 
AVIAMENTO 
 
 A organização tradicional agrega o valor a um bem, esse valor se chama de aviamento. 
Quando se faz uma constituição de sociedade e como a sociedade no caso uma limitada, a 
mais comum. 
Obs.: limitada em quanto gênero, tem haver com a limitação da responsabilidade dos sócios 
em relação ao patrimônio daquela empresa, a limitada enquanto gênero vai abranger a 
limitada (LTDA) e a S/A ou companhia, aquela que funciona por ações, enquanto a LTDA 
funciona na sua divisão patrimonial por cotas. 
 Em caso de dissolução ou em caso de expulsão de determinado sócio, ou em caso de 
um sócio remisso (um sócio que não integraliza suas cotas), como que vai se vai apurar esse 
aveios? Como a sociedade vai reembolsar aquele sócio que não integralizou? 
Integralizar – quando se constitui uma sociedade, tem que fazer com que esta sociedade tenha 
bens, esse patrimônio vai ser um patrimônio de afetação, ou patrimônio 
destinado aquela sociedade, que enquanto pessoa jurídica ela tem bens, como 
tem pessoas físicas. 
Obs.: quando se vai constituir uma sociedade, se constitui um ser imaginário que nasce 
quando do seu registro diferentemente das pessoas físicas ou naturais que tem proteção 
jurídica desde a sua concepção. O nascimento aqui se da com o registro, que torna essa pessoa 
obviamente um ente, tanto que é um ente ficcional. 
Quando se faz a constituição de uma sociedade, também tem que dizer que em caso 
de dissolução da sociedade, como que as coisas vão se dar. Então em caso de dissolução de 
uma sociedade limitada por exemplo, limitada em espécie, tem que dizer que o sujeito, vamos 
supor que o patrimônio dessa sociedade seja de 500mil e 5 sócios e um deste não apôs todo o 
valor que ele deveria ter colocado, ele só colocou 50mil dos 100mil que ele deveria. Quando 
ele for expulso dessa sociedade, ele pode ser retirado por conta própria ou ser retirado. De 
toda forma tem que ter critérios para saber quanto esse sócio vai levar e o valor não vai ser 
necessariamente aquele que ele apôs, os 50mil, mas vai ser o valor que a sociedade adquiriu. 
Vamos supor que ela já tivesse 2 anos e uma perspectiva de lucratividade grande, então você 
tem a possibilidade que este sócio ao sair, e se ele sair por conta própria, que ao sair ele 
receba uma valor muito maior do que aquele que ele investiu, tanto é que ele investiu aquele 
dinheiro para ter lucratividade. Por que o empresário inclusive ele se designa por um sujeito 
que exerce atividade econômica buscando lucratividade, de forma habitual e profissional. Ele 
pode eventualmente também, dependendo do resultado da empresa sair com menos de 
50mil, por exemplo com 20mil, porque a sociedade está “inadimplente”, em via de falência, aí 
ela pode passar por uma recuperação judicial, ou pode simplesmente ir para uma ação de 
falência. 
Quando a gente fala que o estabelecimento é a projeção patrimonial da empresa, não 
está falando que essa projeção patrimonial é igual aquela que se apôs em termos de valor. que 
15/01/2013 
Porque a projeção patrimonial da empresa vai se modificando conforme essa empresa vai 
adquirindo status, notoriedade, mercado consumidor. O estabelecimento é a projeção 
patrimonial da empresa sim, que tem que ser apurado de forma distinta. Pode-se 
simplesmente dizer que o valor na dissolução de uma sociedade vai ser pelo valor da cota, que 
é muito ruim em geral. Em geral o melhor critério é o de fluxo de caixa, uma média do quanto 
entra e quanto sai da empresa a cada mês, para dizer efetivamente o que aquele sujeito deve 
lucrar, também pensando em termos de perspectiva de lucratividade dos outros sócios 
remanescentes, descontado o risco deles continuarem levando aquela atividade sozinhos, 
porque essa reunião de pessoas serve exatamente para isso, para minimizar os riscos, para 
repartir os riscos e também as responsabilidades. Uma sociedade não deve reunir amigos e 
sim pessoas que tenham aptidão para fazer aquele negócio. 
O 1142 diz: 
 
 
Relembrando: 
 Para configuração do estabelecimento é necessário uma organização de bens 
dinamicamente destinados para o exercício da empresa, esses bens podem ser heterogêneos, 
no que se diz a sua materialidade ou imaterialidade, esses bens imateriais são marca, 
patentes, segredo de empresa. São protegidos bens de natureza diversa. 
Para o Fábio Ulhôa o estabelecimento não se confunde com os bens que a compõe. Na 
questão de possuir um valor diferenciado quando visto isoladamente. Porque isso é uma 
universalidade de fato. 
Continuando: 
 O estabelecimento é uma universalidade de fato que vai obrigar um conjunto de coisas 
autônomas, compostas, materiais ou imateriais, portanto heterogêneas, formados pela 
vontade das partes em agrupa-los para um fim especifico, que é em ultimo caso a lucratividade 
e é formado apenas pelo ativo do titular. 
Isso é complexo, porque se na verdade já existe passivo (isso é uma classificação 
ortodoxa). Mas tem-se uma questão, a principio todos esses bens vão ter um valor singular 
diferenciado e vão ter um valor unitário também e quanto mais bem alocados eles forem, eles 
vão responder por um valor maior. E o passivo dessa empresa também compõe essa 
universalidade? (Aquilo que a empresa deve) Porque esses bens quando se for desconstituir 
uma sociedade totalmente, vai ter que apurar quanto tem em termos de patrimônio e vai ter 
que descontar o passivo, para depois repartir os bens entre os sujeitos. Os bens materiais, 
pode ser que a empresa seja uma sala de 4 mesas mas que ela preste um serviço de 
informática, o aviamento basicamente vai ser um aviamento subjetivo, embora tenha 
softwares melhores que ajudem nesse processo, mas quando for separar, o software por ser 
uma propriedade imaterial, ele nem precisa ser dividido, ele pode ser compartilhado, então o 
valor daquilo efetivamente não é muito. Mas quanto tem acumulado, como reserva daquela s 
“Considera-se estabelecimento todo complexo de bens organizado, para exercício 
da empresa, por empresário, ou por sociedade empresária.” 
 
15/01/2013 
empresa? Porque parte do que foi sendo acumulado foi sendo colocado na conta daquela 
empresa. Então vai repartir aquilo entre os sócios na extinção da empresa, só que nesse caso 
também vai ter que responder pelo passivo, obviamente tem que descontá-las antes de 
dividir. Mas essa definição não está em todo correta, como vai tirar o passivo daí? Mas essa é a 
definição clássica de que o elemento estabelecimento não engloba o passivo, não engloba até 
x tempo porque quando for desconstituí-la vai ter que englobar o passivo sim. 
O 1146 e o 1148 dizem da acessoriedade legal. A acessoriedade legal é que o acessório 
por força de lei, ele é agrupado ao principal. O 1146 diz: 
 
 
 
 Solidariamente significa dizer que tanto pode responder o adquirente quanto o 
devedor, em paridade, quer dizer que se pode acionar os dois durante o período de um ano, a 
partir quanto aos créditos vencidos, da publicação, e, quanto aos outros, da data do 
vencimento. Quer dizer que se têm créditos vencidos, o adquirente fica responsável por eles 
durante um ano desde que ele adquiriu o estabelecimento, se tem créditos que ainda vão 
vencer, vai ser até um ano depois da data que eles venceriam. O sujeito que for cobrar passa 
agora a poder demandar de um ou do outro. Esse débito se transfere, porque é uma segurança 
para o credor. Em caso de não pagamento desses créditos, o credor pode acionar a justiça para 
penhorar esses bens. 
 Se os débitos se transferem, como não faz parte os elementos passivos? Art. 1148 para 
ilustrar: 
 
 
 
Sub-rogação – tornar-se parte de determinada obrigação da qual você não contratou. 
 Os contratos com os fornecedores, que são credores, com os consumidores, com 
outros fornecedores, todos são transferidos para o adquirente, somente se estes não tiverem 
caráter pessoal. 
 Na verdade tanto os débitos se transferem quanto oscontratos que já tinham sido 
adquiridos. No texto da Raquel Sztajn, o Coase diz que a empresa é um plexo de contrato, na 
verdade ela só existe por conta disto, se a empresa é destinada a processar, produzir ou 
comercializar bens e serviços, ela precisa de bens intermediários para dar suporte aquilo que 
ela vai produzir, seja bens ou serviços. Ela precisa de quem consuma isso, então ele diz que na 
concepção econômica, ele vê a empresa como uma rede e não como estabelecimento, como 
pessoa jurídica, ele diz que a empresa é um feixe de contratos, ele só enxerga assim e 
conforme se consiga ter mais contratos e melhores, contratos com os consumidores 
“O adquirente do estabelecimento responde pelo pagamento dos débitos 
anteriores à transferência, desde que regularmente contabilizados, continuando o devedor 
primitivo solidariamente obrigado pelo prazo de um ano, a partir, quanto aos créditos 
vencidos, da publicação, e, quanto aos outros, da data do vencimento.” 
 
“Salvo disposição em contrário, a transferência importa a sub-rogação do 
adquirente nos contratos estipulados para exploração do estabelecimento, se não tiverem 
caráter pessoal, podendo os terceiros rescindir o contrato em noventa dias a contar da 
publicação da transferência, se ocorrer justa causa, ressalvada, neste caso, a 
responsabilidade do alienante.” 
 
15/01/2013 
consumindo mais, chegando a um ponto ótimo para ter o melhor preço. Conceito de ótimo de 
Pareto, o melhor que você consegue fazer, é o melhor investimento para um melhor retorno. 
O Coese vai dizer assim e a Raquel diz o mesmo, que se vai chegar a esse ótimo de Pareto e 
quando os contratos forem melhores contratos, você vai ter baixa dos seus custos de 
translação, por exemplo, para escoar a produção precisa de transporte e se o transporte é caro 
o produto final fica caro. 
Obs.: o grande problema do Brasil com o comércio estrangeiro tem haver com infraestrutura, 
tanto para escoamento quanto para recepção. Aqui no Brasil os portos tem um calado 
pequeno. E além disso não tem uma quantidade de técnicos estivadores suficientes. Chegam 
produtos e eles ficam parados, na fila para poder escoar e obviamente estes navios são 
aproveitados para levar o produto brasileiro para fora do país. Por isso que o empresariado 
brasileiro não desenvolve, não tem ferrovia para que o transporte do que é produzido lá no 
centro-oeste fique mais barato. 
Obs.: Dumping – na China tem uma questão agora chamada de dumping laboral, um dos 
fatores de produção é mão-de-obra, e na China ela é tão barata que isso faz com que, não que 
o valor do bem seja comercializado com o valor inferior, que o dumping é isso, a venda a baixo 
do valor que você comercializa no mercado de origem (venda a baixo do custo de produção é 
preço predatório). No dumping se vende no mercado externo a baixo do preço que se vende 
no mercado interno. Quando um dos fatores de produção é muito mais baixo, no caso a mão-
de-obra, tem-se a figura do dumping laboral, porque o produto fica muito mais barato no 
mercado externo, porque um dos fatores de produção é muito mais barato e obvio que isso 
torna o produto muito mais barato. 
Obs.: a redução dos custos da energia elétrica as indústrias é para reduzir os custos da 
atividade empresarial no país. 
 Por isso que esse conceito tem que ser desconstruído, se perguntar se o 
estabelecimento engloba passivo, em tese nas conceituações tradicionais engloba passivo, 
mas na verdade em função do 1146 e do 1148 o critério da acessoriedade legal deve ser 
consultado, já que os contratos se transferem bem como o passivo se transfere. 
 Em caso de a pessoa não continuar com a mesma atividade, estes contratos não se 
transferem. Nesse caso, o proprietário vai ter que rescindir todos os contratos e 
provavelmente pagar multa rescisória e vai transferir só os bens para o adquirente. E assim a 
solidariedade não se mantém. 
 A Vera Helena de Mello Franco diz que o estabelecimento como realidade dinâmica 
não vai existir sem o aviamento, se a qualidade do estabelecimento vai se produzir na 
capacidade do mesmo de produzir lucros, atraindo a clientela. 
 Esse aviamento pode derivar tanto de elementos objetivos, como instalações, local, 
quanto subjetivos, ligados a qualidade do empresário lucrar ou ainda da mão-de-obra que atrai 
para trabalhar com ele. Não corresponde ao valor contabilizado no patrimônio do empresário, 
mas quando alienar determinado estabelecimento, verá quanto este estabelecimento pode 
render para aquela pessoa e cobrar mais ou menos por isso. 
15/01/2013 
 O aviamento subjetivo não é passivo de transferência, porque não se pode transferir 
pessoas. Com tudo o novo titular pode se beneficiar indiretamente do aviamento pessoal, 
mediante clausula de não reestabelecimento ou de não concorrência e obviamente que 
determinados contratos devem ser mantidos caso o novo adquirente tenha interesse em 
continuar produzindo aquele mesmo bem que já era produzido. 
 Existe uma questão em relação ao 1147, mesmo no negocio jurídico, portanto atos 
lícitos, tem-se que o objetivo dessa transação pode ser um dar, entrega de alguma coisa, um 
fazer, a prestação de um serviço e uma obrigação de não fazer, obrigação de abster de 
determinada coisa. Se você faz um trespasso de um estabelecimento, você deve se abster em 
relação ao adquirente, de continuar explorando esse mesmo bem, esse mesmo serviço, aí 
depende da circunscrição territorial, você deve se abster por um prazo via de regra de 5 anos, 
aí dependendo se vai ser no mesmo bairro, na mesma cidade, por que as vezes a região pode 
ser muito grande. Porque se você faz o trespasso do estabelecimento e continua explorando 
aquele bem, você vai estar vendendo alguma coisa que você não tem perspectiva de 
lucratividade tão grande, se assim entender que você tem uma clientela já estabelecida. O 
1147 diz exatamente isto: 
 
 
 
 Isso é uma delimitação temporal, mas não é uma delimitação espacial. Se for 
simplesmente arrendar, o prazo é do tempo do aluguel. Isso relaciona com a Boa-Fé, que está 
presente no art. 422, que é aquele que gera os deveres anexos ou colaterais, dever de 
lealdade, de cooperação. 
 De acordo com o principio da solidariedade, que é pressuposto da República 
Federativa do Brasil, na constituição de uma República livre, justa e solidaria, tem-se duas 
nuancias que são trazidas para o código de 2002, a função social e a boa-fé objetiva. Função 
social tanto da propriedade quanto dos contratos e nesse viés da boa-fé objetiva tem-se o 
seguinte, tem manifestações, a boa-fé objetiva é uma coisa imanente. Um viés da boa-fé é que 
ela pode ser um vetor interpretativo, ela pode dizer deveres anexos e colaterais que devem ser 
buscados ao longo de um contrato, que é o art. 422: 
 
 
Concluir contrato – firmar contrato, dar início. 
 Aqui diz que enquanto um contrato durar deve-se guardar boa-fé. A boa-fé aqui vai se 
manifestar jurisprudencialmente e vai representar dever de cooperação, de lealdade das 
partes. Se você quer continuar a explorar a empresa naquele mesmo bairro e está fazendo a 
alienação daquele estabelecimento, tá faltando da parte do proprietário um dever, que 
embora não esteja escrito. Não precisa constar no contrato que embora esteja alienando 
“Não havendo autorização expressa, o alienante do estabelecimento não pode 
fazer concorrência ao adquirente, nos cinco anos subsequentes à transferência. 
 Parágrafo único. No caso de arrendamento ou usufruto do estabelecimento, a 
proibição prevista neste artigo persistirá durante o prazo do contrato.” 
 
“Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como 
em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé.” 
 
15/01/2013 
aquele estabelecimento o proprietário tenha que agir de boa-fé, isto já é subentendido, é 
norma. 
 O que significa boa-fé? Essa delimitação é a jurisprudência que vai definir. Se você 
pensa em disputara clientela com o alienante, obviamente que este contrato é um contrato 
feito apenas para capitalizar e toda a perspectiva de lucratividade que o alienante teria, ele 
não vai ter, já que o antigo proprietário fará concorrência. Então o 422 diz que embora não 
escritos, existem estes deveres anexos, colaterais. 
 Boa-fé é uma lógica de moralidade que se espera de todo homem mediano na 
observância quando nos seus negócios jurídicos e nas suas ações também. Na verdade, todo o 
direito se guia nisso, sempre se espera que as pessoas ajam como se era esperado delas, não 
se espera um esforço sobre-humano, caso se esperasse não existiria legítima-defesa. 
 O 1147 diz que num período de 5 anos você tem que continuar não explorando. Então 
ele fala de guardar boa-fé numa fase pós-contratual. 
 
CLIENTELA E FREGUESIA 
 
 Se a pessoa organiza a sua atividade profissionalmente, visando lucro e esta atividade 
é usada para escoar bens e serviços, precisa-se de quem compre, claro que essa clientela vai 
ser distinta se for oferecido serviços muito raros, ou se oferecer serviços comuns, triviais. 
 Uma loja de roupas pode ter clientela mas vai ter muito mais freguesia. É importante 
que ela se localize num ponto comercial que atraia um número maior de pessoas. O shopping 
center tem uma regulamentação distinta porque ele por si só atrai pessoas, independente das 
lojas que lá estejam. Por isso que não é comum ter serviços muito específicos lá, este tipo de 
serviço já vão ter necessariamente uma clientela, consumidores que vão até ele, sendo assim 
não é necessário que ele esteja localizado num lugar muito chamativo. Da mesma forma como 
acontece com bens muito caros. Não se tem uma Louis Vuitton no Shopping Plaza Macaé, 
porque quem quer esse produto se desloca. Da mesma forma que parafusadeiras super 
complexas para uso em plataformas não tem necessidade de estar no shopping. Essas lojas já 
tem uma clientela, consumidores que são fidelizados. Tem então que pensar no tipo de 
empresa que se desenvolve e aonde se deve localiza-la para atrair uma clientela e aí fideliza-lo 
ou se isso é dispensável em função do serviço e dos produtos que são oferecidos. 
 A clientela representa um conjunto de pessoas que frequenta o estabelecimento, não 
tem necessariamente que frequentar o estabelecimento, muitos vezes se pode ter a entrega 
desses bens, mas existe uma relação de lealdade na aquisição daqueles bens e serviços. 
 Já a freguesia vai se vincular a critério geográfico sem critério de lealdade, porque são 
pessoas que passam por ali simplesmente. 
15/01/2013 
 É importante pensar em termos de clientela e freguesia porque ambos são elementos 
do estabelecimento. A localização obviamente se manifesta muito mais sobre a freguesia do 
que sobre a clientela, embora também possa influenciá-la a depender do tipo de 
serviço/produto que possa ser oferecido. 
 Isso tem haver com elementos do estabelecimento, porque o ponto comercial 
influencia na clientela e na freguesia que é parte do estabelecimento. E tudo isso vai repercutir 
no valor do bem que está sendo proporcionado. 
 O 1147 dizia a respeito dos 5 anos de abstenção para que o adquirente do 
estabelecimento comece a explorar e firme a sua clientela. E o direito a clientela dessa pessoa 
que comprou o estabelecimento? E a livre concorrência? Existe um direito a clientela? Ou você 
pode se estabelecer em qualquer lugar? Você pode ceder clientela? 
 Já que não se pode vender clientela, porque essa clientela tem um livro arbítrio, 
também não a possui, não se pode dispor dela. 
 Por que livre iniciativa e livre concorrência estão vinculados? 
 Porque não tem como controlar a opção do cliente, mesmo que você não tenha 
intenção de concorrer com o adquirente do ponto, se você colocar o ponto distante daquele 
alienado e o cliente for atrás de você mesmo assim, não se tem controle sobre isso. 
 Como a livre iniciativa e a livre concorrência se relacionam? 
 Livre iniciativa é liberdade que começar qualquer negócio ou prestação de serviço, que 
tem haver com a teoria da empresa. No caso o consumidor estará procurando o melhor 
serviço, o melhor produto, então a partir do momento que você está livre para começar 
determinado negócio, você também pode ter uma empresa que trabalhe melhor que as já 
existentes, isso vai gerar a concorrência, porque as outras vão precisar melhorar para garantir 
a clientela deles. 
 Não necessariamente o fato do governo abrir para uma livre iniciativa vai efetivamente 
gerar mais concorrência. A livre iniciativa pode ser colocada como primária no sentido de que 
ela necessita de sujeitos habilitados e aos quais se permite entrar no mercado. Já que se 
permite que esse sujeito ingresse no mercado e forme empresas, também vai ter a 
possibilidade de que outros também venham a integrar esse mercado competitivo. Se por 
venturar esses sujeitos, também por livre iniciativa começa a se aglomerar, formando carteis, 
o que vai acontecer é que a livre concorrência está obstaculizada e consequentemente a livre 
iniciativa também. Se em função da proteção da livre iniciativa os sujeitos puderem fazer o que 
quiserem, inclusive combinar preços, a livre concorrência vai para o saco. E aí vem novamente 
o governo, a partir do CADE, impedindo este tipo de prática. Então elas se relacionam uma 
como causa e consequência da outra. Seria como os dois fossem um ciclo e o governo o 
regulador. 
 
 
15/01/2013 
Relembrando e aprimorando: 
 Relembrando, já foi visto bens materiais e bens imateriais. Com relação aos bens 
imateriais, eles tem 2 características, até foram abordadas brevemente, que são a fácil 
dispersão e a não invalidade. 
 O que distingui os bens materiais dos imateriais? 
 É a própria materialidade de um e a imaterialidade de outro, é a característica 
fundamental, que vai gerar como consequência o fato de que enquanto uma pessoa usa um 
bem material a outra não pode usar (ex. celular), porque esse é um bem rival, o uso por uma 
pessoa obsta o uso por outra pessoa. Além disso, esse celular para ser feito ele precisou de 
além de tecnologia, chip e tudo mais, existe a necessidade que ele seja efetivamente 
processado, existem bens matérias que vão compor esse bem, peças trazidas da China que vão 
ser montadas aqui, se não foi todo montado lá. Isso significa que esse bem não se multiplica, 
ele não tem fácil dispersão, esse bem precisa de bens para se compor, obviamente que o valor 
agregado dele vem do beneficio que ele pode te trazer, não pelo valor dele por si só, 
provavelmente deveria custar 100 reais enquanto custou 1000. 
Isso significa que há custo inerentes a produção, lembrando-se do ótimo de Pareto que 
dizia que para produzir tal coisa é necessário de uma empresa (um local), esse local tem que 
ser passível para alocar um número x de pessoas, usar um x de energia elétrica, um local para 
estocagem das matérias primas, tem que conseguir saber o quanto de bens que deve ser 
produzido para saber o quanto de bens que vão ser colocados no mercado de x em x tempos. 
Se chega a um ótimo de produção, depois que chega nesse ótimo, tende a cair a produção e 
lucratividade. Conforme vai aumentando a capacidade produtiva e eventualmente aumentado 
o espaço, supondo que a empresa está num local industrial da cidade, mas não há mais para 
onde crescer, se tiver que adquirir terrenos vizinhos ou tiver que mudar o lócus de produção, 
terá um aumento muito grande dos custos e esse aumento não vai repercutir tão grande no 
aumento dos ganhos. Então se tem limites para os bens materiais serem produzidos. 
E pros bens imateriais? 
(Ex. marca, direito autoral, patentes) Uma pessoa usar determinado software não 
atrapalha o uso por outra, ele é não rival. Tem fácil dispersão, uma pessoa ter ou várias é igual, 
em termos de custos. 
Os bens imateriais são não rivais e tem fácil dispersão, lembre-se disso, porque isso faz 
mudar toda a lógica de produção,porque sempre que se pensa em produção, pensa em na 
produção de bens que demandam um custo adicional de produção, que não acontece com 
bem imaterial, não tem um custo adicional de produção. Como também há a possibilidade de 
que eles sejam facilmente dispersados.

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