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Sônia Barroso Brandão Soares (sbbsoares@uol.com.br) soniabarroso.pro.br TEORIA GERAL DO DIREITO PRIVADO II CÓDIGO CIVIL (Lei 10.406/02 ; CFRB/88 COELHO, Fábio Ulhoa. Curso de direito civil. V.1. São Paulo: Saraiva. GAGLIANO, Pablo Stolze e outro. Curso de direito civil. V. I. São Paulo: Saraiva. GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito civil brasileiro. V.I. São Paulo: Saraiva. NADER, Pulo. Curso de direito civil. Parte geral. Rio de Janeiro: Forense. PEREIRA, Caio Mario. Instituições do direito civil. V. I. Rio de Janeiro: Forense/GEN. TEPEDINO, Gustavo et alli. Código civil interpretado. V. 1. Rio de Janeiro: Renovar. VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito civil – parte geral. V. I. São Paulo: Atlas. BIBLIOGRAFIA PRINCÍPIOS DO CÓDIGO CIVIL BRASILEIRO ETICIDADE E BOA FÉ OPERABILIDADE SOCIALIDADE DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA FATO JURÍDICO ATO JURÍDICO ATO ILÍCITO ATO NÃO NEGOCIAL ATO NEGOCIAL NEGÓCIO JURÍDICO LÍCITO As chamadas ações humanas, no meio social, geradoras de fatos jurídicos, são sempre atos de vontade, praticados deliberadamente pelo ser humano, EMBORA OS EFEITOS DE TAL ATUAÇÃO CORRESPONDAM ou NÃO A SEUS DESEJOS; têm efeitos pré-determinados em lei ou simplesmente não produzem efeitos em relação a terceiros. ATOS JURÍDICOS Art. 81, CC/1916 (não presente no CC/2002) “Todo ato lícito, que tenha por fim imediato adquirir, resguardar (ou garantir), transferir (ou alienar), modificar ou extinguir direitos, se denomina ato jurídico.” ATOS JURÍDICOS Ato-regra: regula a vontade dos sujeitos, que determinam leis entre si. Ex.: estatuto de uma Sociedade Anônima; convenção condominial… Ato-condição: ocorre quando o ordenamento jurídico impõe condições para a eficácia de determinados atos. Ex.: casamento… Ato-subjetivo: aquele em que a manifestação da vontade é exteriorizada com a finalidade de produzir efeitos determinados pelo agente Ato-fato: ato que, embora praticado por ser humano, não implica em efeitos jurídicos porque praticados por incapaz Ex.: criança “comprando”merenda Plano da Existência Plano da Validade Plano da Eficácia Ato jurídico LÍCITO NEGÓCIO JURÍDICO ATO NÃO NEGOCIAL ATO NEGOCIAL Nestes atos, o ordenamento jurídico não reconhece à vontade privada a autonomia para modelar seus efeitos. Os particulares apenas possuem a mera possibilidade de provocar um dos vários efeitos previstos no ordenamento jurídico. ATOS NÃO-NEGOCIAIS Ação + Vontade = Proteção Legal pré-existente Ato jurídico LÍCITO ATO NEGOCIAL NEGÓCIO JURÍDICO ATO NÃO NEGOCIAL Cria um vínculo que não existia anteriormente entre as partes, não tendo como objeto a proteção legal, mas somente os interesses privados. NEGÓCIO JURÍDICO Ação + declaração de vontade = efeitos desejados (e admitidos pelo ordenamento com implicação econômica) CLASSIFICAÇÃO DO NEGÓCIO JURÍDICO UNILATERAIS BILATERAIS PLURILATERIAS Unipessoais. Ex. doação pura Plúrismo. Ex. implantação de condomínio Simples Sinalagmáticos Acordos. Ex. dissídios e convenções coletivas NEGÓCIOS UNILATERAIS NEGÓCIOS BILATERAIS Apenas uma declaração de vontade, de apenas uma das partes, para que o negócio se concretize. Ex.: doação simples, etc. Para que o negócio se aperfeiçoe, são necessárias as duas declarações de vontade, provenientes das duas partes. Ex.: contratos. - Simples: a obrigação do conteúdo recai apenas sobre uma das partes. Ex.: comodato; - Sinalagmático: igualdade de obrigações. Ex.: compra e venda. NEGÓCIOS ONEROSOS NEGÓCIOS GRATUITOS São os negócios em que a cada vantagem corresponde um sacrifício, ocorrendo uma reciprocidade de prestações entre as partes. Ex.: contrato de compra e venda - Comutativo – equivalência entre a vantagem e o sacrifício – Ex. C/V; - Aleatório – os resultados são desproporcionais aos sacrifícios, e são imprevisíveis, dependendo de um acontecimento incerto. Assim, há uma prestação certa e outra incerta. Ex.: bingo, contrato de seguro, etc. Ocorre sacrifício de apenas uma das partes, pois a outra, apenas se beneficia. Ex.: doação simples, comodato, mandato (não para patrocínio) CAUSA MORTIS INTER VIVOS São negócios em que sua eficácia está ligada à morte de seu agente. Ex.: sucessão de herdeiros nos contratos, etc. Os efeitos somente se produzem durante a vida dos interessados Ex.: depósito, mandato, etc. SOLENES OU FORMAIS NÃO SOLENES OU INFORMAIS São negócios em que sua eficácia está ligada à morte de seu agente. Ex.: sucessão de herdeiros nos contratos, etc. Não há nenhuma formalidade legal atrelada à eficácia deste tipo de negócio. Ex.: compra e venda de bens móveis. TÍPICOS OU NOMINADOS ATÍPICOS OU INOMINADOS Típicos são os negócios padronizados no ordenamento jurídico, dada sua grande frequência e utilização, merecendo tratamento especial. Ex.: compra e venda; doação; locação. Seguem totalmente desvinculados da padronagem legal, não estando associado aos tipos de negócios estabelecidos pelo legislador. Ex.: faturização, leasing, transferência de tecnologia, engineering, etc. EXISTÊNCIA DO NEGÓCIO JURÍDICO Plano da Existência (Elementos essenciais) 1) Vontade humana : caráter essencial nos negócios jurídicos, manifestando-se através de sua declaração (teoria voluntarista); art. 112, CC OBS.: Existe a teoria da declaração, onde entende ser esta, e não a vontade o elemento essencial. 2) Idoneidade do objeto : está ligado ao negócio que se tem em vista. Ex.: hipoteca – bem imóvel; mútuo – bens fungíveis; etc. 3) Forma : será essencial, quando da substância do ato. ELEMENTOS ESSENCIAIS DE EXISTÊNCIA DO NEGÓCIO JURÍDICO VALIDADE DO NEGÓCIO JURÍDICO Art. 104, I a III CC “A validade do negócio jurídico requer agente capaz, objeto lícito e forma prescrita ou não proibida por lei.” Capacidade das partes x Legitimidade das partes Liceidade/licitude, possibilidade e determinabilidade do objeto; Forma prescrita e não proibida em lei (solenidade – arts. 108 e 109 CC) REQUISITOS DE VALIDADE DO NEGÓCIO JURÍDICO Essenciais Naturais Acidentais ELEMENTOS DO NEGÓCIO JURÍDICO CARACTERÍSTICAS Acidentais: Existência facultativa Depende da rel. negocial Sem autonomia Não integram a estrutura do negócio Naturais: Sem autonomia Depende da rel.negocial É consequência do negócio Resultam do vínculo jurídico Essenciais: Indeclináveis Todos reunidos Existência Obrigatória Vontade / Idoneidade obj / Forma Os elementos naturais são uma mera consequência do negócio jurídico. Na compra e venda por exemplo, seria a obrigação que tem o vendedor de responder pelos vícios redibitórios do produto (art.441 CC). ELEMENTOS NATURAIS São disposições acessórias de existência facultativa que incidem sobre a eficácia de certas relações negociais, atingindo todo o negócio ou parte dele, ou ainda restringindo seu conteúdo nos negócios gratuitos. ELEMENTOS ACIDENTAIS Traduzem a expressão da autonomia da vontade; O ordenamento jurídico não os considera obrigatórios; São estranhos à relação negocial; Não dizem respeito à validade do negócio; Incidem sobre a eficácia; CARACTERÍSTICAS DOS ELEMENTOS ACIDENTAIS ELEMENTOS ACIDENTAIS Encargo ou Modo - Exigência de alguma contraprestação no negócio gratuito Termo - Futuro - Certo Condição - Futuro - Incerto Condição (art. 121, CC) SUSPENSIVA RESOLUTIVA Pode suspender ou extinguir a eficácia do negócio jurídico. É uma declaração acessória da vontade, seguindo o destino do contrato principal. SUSPENSIVA E RESOLUTIVA Suspensiva Suspende a eficácia do negócio jurídico (art.125 CC) Resolutiva Extingue a relação negocial já em curso (arts.127 e 128 CC) TERMO Evento futuro e certo Início Término EFICÁCIA Termo inicial Termo final Dies a quo Dies ad quem Eficácia Execução deferida Possui feição tipicamente restritiva, delimitando um ato de liberalidade. É obrigatório. Sua inexecução torna anulável o benefício ( art.553 CC). MODO OU ENCARGO Significa ônus, obrigação acessória INCIDÊNCIA NEGÓCIOS GRATUITOS Ocorre quando há a consumação do negócio, mas os efeitos não condizem com a vontade da parte ou da determinação legal. A declaração da vontade não se sintoniza com o quererindividual; Ex.: erro, dolo, coação, estado de perigo e lesão. Efeitos não admitidos pelo ordenamento (vícios sociais). Ex.: fraude contra credores. DEFEITO NO NEGÓCIO JURÍDICO São anuláveis, ou seja, passíveis de anulabilidade; Já a simulação torna NULO o negócio; O prejudicado tem 4 ou 2 anos para postular a invalidade do negócio por anulabilidade (art. 178, I e II, e 179 CC); prescrito, convalida-se; tem legitimidade para arguir a anulabilidade somente o interessado. Características dos defeitos Os vícios de consentimento incidem sobre a vontade impedindo-a de se externar conforme o íntimo desejo do agente. Nos vícios sociais há uma conformação da vontade com a intenção dos declarantes. No caso da simulação e na fraude contra credores, o ato de alienação do patrimônio do devedor é deliberado e consciente. Protege-se, entretanto, o terceiro de boa-fé. Tipos de defeitos Vícios de Consentimento - Erro - Estado de perigo - Dolo - Lesão - Coação Vícios Sociais - Fraude contra credores - Simulação (nulidade) ERRO E DOLO ERRO ou IGNORÂNCIA (art.138, CC) Declaração de vontade; Erro substancial – referentes aos elementos e qualidades essenciais; não aplicável ao simples erro material. DOLO (art.145, CC) Acidental perdas e danos; Há silêncio intencional nos bilaterais; Ato teria se efetivado, porém, por outro modo. Ex.: demissão por justa causa, mas já se encontrava demissionário. Coação (art.151 CC) Vicia a manifestação da vontade; Temor de dano à pessoa, família ou bens; Irresistível (art. 152 CC); coação Fraude contra credores ( art.158 CC) Desfazimento ou transmissão gratuita de bens de devedor insolvente em conluio; Contratos onerosos do devedor insolvente, quando for notório; Garantia da dívida para um dos credores. FRAUDE CONTRA CREDORES Código Civil, art. 156: “Configura-se o estado de perigo quando alguém, premido da necessidade de salvar-se, ou a pessoa de sua família, de grave dano conhecido pela outra parte, assumir obrigação excessivamente onerosa. Parágrafo único. Tratando-se de pessoa não pertencente à família do declarante, o juiz decidirá segundo as circunstâncias.” ESTADO DE PERIGO LESÃO Código Civil, art. 157: “Ocorre a lesão quando uma pessoa, sob premente necessidade, ou por inexperiência, se obriga a prestação manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta. 1o. Aprecia-se a desproporção das prestações segundo os valores vigentes ao tempo em que foi celebrado o negócio jurídico. 2o. Não se decretará a anulação do negócio, se for oferecido suplemento suficiente, ou se a parte favorecida concordar com a redução do proveito.” Simulação (art.167 CC) Negócio aparentar conferir ou transmitir direitos à terceira pessoa, causando-lhe prejuízos Apresentarem questões não verdadeiras; Instrumentos antedatados ou pós-datados. No novo Código são nulos os atos simulados, mas pode ser válido o negócio acessório ao que se dissimulou. SIMULAÇÃO É a conduta humana que lesiona um interesse tutelado pelo ordenamento jurídico. É fonte de obrigação (de reparar o dano causado – campo da Responsabilidade Civil Extracontratual) ATO ILÍCITO ILÍCITO PENAL 1)Tipicidade da conduta 2)São protegidos bens jurídicos da sociedade 3)Pena restritiva de liberdade ILÍCITO CIVIL 1)Conduta atípica 2)São protegidos bens jurídicos de interesse privado 3)Reparação (Pagamento de indenização) TIPOS DE ILÍCITOS ILÍCITO CONTRATUAL E EXTRACONTRATUAL EXTRACONTRATUAL (art. 186, CC) Quando o ato ilícito consiste na violação do ordenamento jurídico, vindo a lesionar alguém a quem não está ligado por nenhuma relação jurídica. Também chamada de culpa aquiliana. CONTRATUAL (art. 389, CC) Quando o ato ilícito pressupõe o inadimplemento de uma obrigação decorrente de um contrato. Também denominado culpa contratual. Conduta que viole o ordenamento jurídico; Imputabilidade do agente; Culpabilidade; Dano; Nexo de causalidade. ELEMENTOS DOS ATOS ILÍCITOS CONDUTA OMISSIVA ou negativa Viola uma ordem de conduta positiva. Pressupõe que o agente tenha um dever jurídico de agir. COMISSIVA ou positiva Viola uma ordem de conduta negativa, possuindo o agente um dever de não-fazer (agir). Para ser ilícita pressupõe que o agente esteja no pleno uso de suas faculdades mentais, isto é, que ele tenha capacidade de entender e querer x atos reflexos IMPUTABILIDADE CULPABILIDADE Evento futuro e certo DOLO CULPA Pressupõe que o agente deseja violar a norma do ordenamento jurídico. Assim, “dolo é a violação intencional de um dever jurídico.” No Direito Civil, o dolo pressupõe também, por parte do agente, a consciência de que sua conduta, além de violar um dever jurídico, causa dano a outrem, “o dolo consiste na intenção de ofender o direito ou prejudicar o patrimônio por ação ou omissão.” DOLO CULPA Violação do dever jurídico Dano Na culpa, a conduta do agente não é querida nem desejada, mas, apesar disso, por sua negligência, imprudência ou imperícia, vem violar norma jurídica lesando outrem. Exige-se, além da violação de um dever jurídico, o dano ocasionado na vítima. Negligência: é a conduta humana em que o agente atua com ausência de precaução ou indiferença em relação ao ato realizado. Ex.: Alguém deixa uma arma de fogo em mãos de uma criança, que assim venha a se lesionar. – Pratica assim, ato ilícito por negligência. Imprudência: é a conduta humana em que o agente pratica fato perigoso. É o exemplo do sujeito que, dirigindo veículo em alta velocidade, em rua movimentada, venha a atropelar alguém. A imprudência é uma conduta positiva. moDALIDADE CULPOSA Negligência – Imprudência - Imperícia Imperícia: é a conduta humana em que o agente atua com falta de aptidão para o exercício de arte ou profissão (mala praxis). O médico, o engenheiro, farmacêutico, entre outros profissionais, necessitam de aptidão prática ou técnica para o exercício de suas atividades. Logo, quando se afastam dessa prática ou técnica, ocasionando dano a outrem, praticam ato ilícito culposo. Culpa in committendo Culpa in omittendo Culpa in eligendo Culpa in vigilando Culpa in custodiendo Culpa in educando Culpa in concreto Culpa in abstrato Espécies de culpa No caso de conduta positiva do agente através de uma ação, diz-se in committendo. No caso de conduta negativa diz-se in ommittendo. O motorista imprudente que vem a atropelar alguém age com culpa in committendo. In committendo / In ommittendo Culpa in eligendo: atribuição da responsabilidade de alguém quando da má escolha de representante ou preposto. Culpa in vigilando: quando o dano ocorre pela falta de fiscalização de determinadas pessoas absolutamente incapazes. In eligendo / vigilando Culpa in educando: - se o dano se deu por falta de educação que os responsáveis deveriam ter se incumbido, a fim de evitar que as pessoas sob sua guarda causem danos a terceiros, mesmo fora de sua esfera de vigilância. Culpa in custodiendo: ocorre quando da falta de vigilância sob coisa ou animal que esteja sob custódia. In custodiendo / educando Culpa concorrente: Ocorre quando há a falta de diligência necessária do agente que sofreu o dano, diminuindo quantitativamente a obrigação de ressarcimento, podendo inclusive atingir a neutralização, sendo chamada de culpa recíproca. Concorrência de culpa É a ligação entre a conduta ilícita e o dano sofrido pela vítima. NEXO DE CAUSALIDADE CONDUTA DANO São causas de interrupção do nexo de causalidade: Culpa exclusiva da vítima: quando a conduta da própria vítima é a causadora do dano, somente ela concorre para o resultado; Caso fortuito ou de força maior: verifica-se no fato necessário, cujos efeitos não eram possíveis de evitar ou impedir. Interrupção do nexo causal Legítima defesa; Estado de necessidade; Exercício regular do direito; Estrito cumprimento de dever legal. Exclusão de ilicitude Art. 188 Requisitos: Agressão ilegítima, atual e iminente; Reação moderada, proporcional à ofensa; Sem provocação anterior de quem se defende. Legítima Defesa Requisitos: Que a situação não haja sido criada pelosujeito necessitado; Que o mal causado não seja maior do que o que se pretende evitar; Reação absolutamente necessária; Não exceda os limites do necessário para a remoção do perigo; Não exista o dever de enfrentar o perigo. Estado de Necessidade Exercício regular do direito Estrito cumprimento de dever legal (Art. 188) x Abuso do direito (Art. 187) EXERCÍCIOS Carlos dirige-se a uma concessionária de automóveis e adquire um Volvo modelo S-40, cor vermelha, ano 2002. Que tipo de negócio jurídico foi celebrado? Paulo quer deixar para sua prima, a casa de praia situada em Fernando de Noronha. Que tipo de negócio, vc como advogado, aconselharia para Paulo? Juliana vai ao cinema e assiste ao filme, pagando o valor da entrada. Qual é a natureza jurídica do negócio celebrado? Contrato de compra e venda, conforme art. 1122, CC Para efeito imediato, doação. Para efeito pós-morte, testamento. Contrato típico de prestação de serviço (art.602,NCC), ou locação de serv. (art.1216, CC) Kileide doa seu barco à Yudério, mas deve este pagar todas licenças náuticas atrasadas. Florisberto ajusta com Ligofido, a compra de um quadro pintado por ele, mas somente se a tela for aceita em uma exposição internacional. Gualdônio adquire uma fazenda com cláusula de que o negócio estará desfeito caso haja a incidência de febre aftosa no rebanho em um período de um ano. Claudiene, menor emancipada, vende sua moto CB450 para Erigoberto por R$1000,00. Após a venda consumada, verifica que o valor de marcado é muito superior. O que pode alegar para desfazer o negócio? Gidofredo, compra todo o carregamento de mercadoria advinda do navio “Entra Água”, sem saber seu conteúdo. Que tipo de negócio realiza o comprador, dizendo sua classificação? Diovenásio, contrata com a Escola “Recanto do Burrico”, a prestação de serviços para ensinar a prática de furtos a seu filho, Venúsio, vulgo Zebrinha, menor púbere. Determine a eficácia do negócio avençado. EXERCÍCIOS Nada, pois a vendedora tem a incapacidade suprida, não podendo alegar desvantagem. É um contrato de compra e venda; bilateral, sinalagmático; oneroso, aleatório; típico; não solene e inter vivos. O negócio é inválido por não preencher todos os requisitos do art. 104, CC. O objeto é ilícito. EXERCÍCIOS Camisélio resolve unir-se em matrimônio com Blusiene pedindo à professora de inglês Meidelaine para celebrá-lo. Após o ato, assinaram 2 testemunhas e dirigiram-se ao cartório para registro. Qual não foi a surpresa do novo casal ao ser impedido pelo escrevente do cartório. Qual seria a alegação do mesmo para não assentar o matrimônio? EXERCÍCIOS i Kariene vem dirigindo seu veículo, quando desvia de um carrinho de bebê, vindo a atingir e a destruir o muro de uma residência. A quem cabe a culpa pelo fato e responsabilidade de indenizar pelos prejuízos? Beazônio, guardador de carros em um estacionamento, impede que Sergicleide arranhe o carro de um cliente. No entanto, mediante a não atenção à ordem de sair, Beazônio segura o braço de Sergicleide e o arrasta até a saída. Bastante aborrecido ameaça processar Beazônio. Por qual delito responderá Beazônio? EXERCÍCIOS ii Pauliélia, guarda municipal, caminhando em serviço pelo calçadão da praia, vislumbra dois pivetes atacando um turista. Pauliélia usa de seu cacetete para fazê-los parar, levando-os ao departamento de polícia mais próximo, com auxílio da força. Posteriormente, os pais dos pivetes ajuizam ação em face do Município por constrangimento ilegal e lesão corporal. O que vc diria em defesa do município? EXERCÍCIOS iii Você viaja com Odicrésio que transporta como carga, em seu caminhão, cana-de-açúcar para refino na usina. Parado por um policial, é questionado sobre a natureza jurídica da carga, uma vez que deve apresentar a nota fiscal do produto com o imposto pago de acordo com a sua natureza. Responda por Odicrésio. Creonísio falece deixando apenas seu automóvel, um Audi A6, na cor prata, modelo 2002, no valor de cem mil reais. No entanto, sua empresa deve um capital de cinquenta e três mil a fornecedores. No momento do inventário, qual o patrimônio que vc, como advogado, declarará? A carga é móvel por ter sido colhida e, portanto, retirada do solo, sendo assim mobilizada. Também é fungível e consumível, pois cabe sua substituição e seu uso importará em sua destruição imediata. O patrimônio do falecido é de cem mil reais, o valor do automóvel, mais o que se apurar em contas bancárias etc, devendo deduzir-se as dívidas, restando como patrimônio o resultado, que pode ser positivo ou negativo. O patrimônio da empresa somente a ela pertence, ressalvando exceções. EXERCÍCIOS iv Atinéldio, comerciante no ramo automobilístico, adquire para si uma Ford Ranger, cabine estendida, modelo 2003. Após 1 mês de uso resolve trocar de veículo, oferecendo o seu para venda. Qual é a natureza do automóvel de Atinélio? Mocrenésia deve no banco “Falência” uma quantia de R$9.000,00 (nove mil reais), oferecendo seu automóvel como garantia. Ocorre que uma enorme chuva causou uma inundação trazendo a destruição do referido veículo. Classifique o fato. O automóvel é um objeto de natureza móvel, que até o momento da venda é inconsumível, modificando sua natureza no momento em que este, se destina a alienação. É um fato jurídico causado por efeito da natureza, pois gera conseqüência na órbita do Direito, uma vez que o bem servia para garantia de uma dívida. EXERCÍCIOS v Rugiécrino, 16 anos, vende um quadro da casa onde reside com seus pais, à Gerverene, 13 anos. Sabendo do ocorrido, o pai de Rugiécrino, Crinovédio, conversa com a mãe da compradora que se nega a desfazer o negócio, tendo em vista que o quadro ficava no quarto do rapaz, e este poderia vendê-lo a quem quizesse, pois já era relativamente capaz. Poderá ter eficácia a compra e venda? EXERCÍCIOS vi Você adquire um terreno em Cabrobó do Norte, construindo uma casinha para sua sogra residir. Após a construção, você recebe uma notificação do Governo Federal, de que a primeira ferrovia transgerereca irá passar exatamente em sua propriedade, sendo assim, desapropriada. Após esta ser avaliada em R$25.000,00, aparece uma rachadura na parede da sala. O que você poderá alegar para ter incluída na indenização a obra que vc deverá realizar? EXERCÍCIOS vii 1 – Condição resolutiva; 2 – Termo; 3 – Negócio jurídico puro; 4 – Condição suspensiva. As partes realizam a negociação e a faz produzir efeitos desde logo. Realizam o negócio, deixando contudo, seus efeitos submissos ao implemento de uma ocorrência futura e incerta. Permitem que após a consumação da negociação os efeitos se produzam de imediato, mas que cessem tão logo ocorra um acontecimento de natureza futura e incerta. Retardam a produtividade de efeitos, que ficam submissos à consumação de um evento futuro e certo. EXERCÍCIOS viii Que tipo de elemento acidental se impõe? Franvilene contrata Jidefrônio, arrendando-lhe seu lote de terra para plantação de laranja, no entanto, seu efeito somente se produzirá quando ao final do período chuva. Ausirênio empresta seu carro à Marda devendo devolver-lhe o veículo tão logo contraia matrimônio. Mofrênio termina seu curso superior, mas aguarda a colação de grau para ter a eficácia de seu grau de bacharel. EXERCÍCIOS ix Cláusula 1. A parte contratada compromete-se a fornecer material didático à contratante. Cláusula 2. O fornecimento de material didático ocorrerá durante a realização do XXII Encontro Nacional da OAB. Cláusula 3. Em caso de descumprimento de algumas das cláusulas, a parte inadimplente pagará multa no valor de 100 salários mínimos; Cláusula 4. Faltando algum dos palestrantes do evento, o presente contrato será rescindido sem culpa da parte contratante ou contratada. EXERCÍCIOS x Tiliene e seu noivo hospedam-se na pequena cidade de Iframicildo do Oeste, distante da cidade mais próxima 250Km, onde somente possui um posto de atendimento médico que fecha às 17h, e uma drogaria, além de bares e pousadas. Após comerem no jantar uma “buchada de bode capixaba”, o noivo de Tiliene começaa passar mal, necessitando urgentemente de remédios para conter a forte diarréia. Assustada com o estado de saúde de seu noivo, Tiliene dirige-se à drogaria “Sofra”, única na cidade, que sabendo do problema, cobrou o valor de R$200,00 por um único comprimido. Após resolvido o problema de saúde, Tiliene resolve invalidar o negócio para obtenção do valor pago. Lograria êxito? Tiliene, necessitando salvar seu noivo, pagou o preço pedido pelo comprimido, não lhe restando outra saída tendo em vista não possuir outro lugar a recorrer. Assim, estaria com sua declaração de vontade viciada, causando um defeito, por estado de perigo, o negócio jurídico de compra e venda conforme art.156, NCC, cabendo a anulação do mesmo, com fulcro no art. 171, NCC. Tiliene poderia invalidar o negócio, com a devolução da diferença do valor pago pelo medicamento. EXERCÍCIOS x Cardecildo aluga imóvel para Emengarda há vários anos. No entanto, deseja vender à Sudielen o apartamento alugado. Ocorre que a lei 8.245/91, em seu art.27, dá ao locatário o direito de preferência na compra do imóvel que aluga. Assim, para Cardecildo não oferecer a compra para Emengarda, resolve retomar seu imóvel alegando que dele necessita para uso próprio, conforme art.47, III da mesma lei, para depois poder vendê-lo à Sudielen. Ocorre algum tipo de defeito? Qual? Cardecildo, ao pedir o imóvel para uso próprio, pretendendo vendê-lo para Sudielen, fugindo ao direito de preferência que possui seu inquilino, está a causar prejuízo a este, desestabilizando a relação negocial e descumprindo a norma. Assim, realiza uma simulação, causando um vício no negócio juridíco. EXERCÍCIOS xii Brastempino resolve levar sua esposa e seus filhos para passearem em Paquetá, fazendo uma surpresa para sua família, alugando um pequeno barco, pilotado por ele mesmo. Em meio a travessia marítima, o barco começa a entrar água, inciando um processo de naufrágio. Ao longe, verifica um outro barco vindo em sua direção. No entanto, qual não foi sua surpresa ao verificar que era sua sogra, vindo para salvar sua filha e netos, deixando Brastempino afundar juntamente com a embarcação. Desesperado, aceita a proposta de salvamento da sogra, mediante uma série de condições onerosas. Há defeito no negócio avençado entre o genro e a sogra? Que tipo? EXERCÍCIOS xiii Há vício nos negócios abaixo? Em caso positivo, que tipo se apresenta? Purulento, vai a uma exposição de arte e adquire uma estátua de material sintético, achando que era marfim. Percivirino adquire uma caneta de cobre, mas foi vendida como sendo de ouro. Exercício de revisão i Asdolino acerta com Freduílio o fornecimento de cebolas durante o “Festival de Sopas de Inverno”. Ocorre, que durante o transporte da carga, o caminhão é impedido de continuar viagem devido a interrupção da rodovia por uma enorme árvore caída em virtude de um forte temporal. Asdolino, sentindo-se prejudicado pela falta das cebolas, ajuiza ação responsabilizando Freduílio pelos danos causados, alegando culpa. Pergunta-se: que tipo de culpa incorreria Freduílio? Você como advogado deste, como procederia para elidir sua culpabilidade? Exercício de revisão ii Dioclésio ajusta com Giliérdio o fornecimento de tomate para o “Festival de Sopas de Inverno” a começar dois dias antes do início do evento, interrompendo o fornecimento restando um dia para o término do mesmo. Ocorre que para segurança de Dioclésio, também ajusta que caso chova nos três primeiros dias do evento, o fornecimento estará terminado, tendo em vista a pouca frequência dos visitantes do festival. Que tipos de elementos acidentais se impõem? Exercício de revisão iii Cervália, fiadora de Eureliana na compra de um jogo de sala para pagamento a prestação, vendeu seu único veículo quando soube que Eureliana não pagou 3 meses consecutivos. Quando a loja cobrou de sua cliente, a mesma alegou não possuir recursos, jogando a responsabilidade para Cervália, que diz a mesma coisa. Você, como advogado(a) da loja, o que alegaria em juízo para receber o valor? Exercício de revisão iv Em uma discussão familiar, Edvélio, homem alto e forte, agride Astoldo, franzino e de estatura baixa, que puxa uma faca vindo a matar o primeiro. Astoldo procura você como advogado para defendê-lo em juízo. Pergunta-se: Ocorreu homicídio? Houve ato ilícito? Por que? Prescrição e decadência São fatos jurídicos que extinguem a possibilidade de exercício de um direito subjetivo ou potestativo, conforme o caso, pela passagem do tempo. PRESCRIÇÃO X DECADÊNCIA (Dir. Material) x PEREMPÇÃO (Direito Material/Processual) x PRECLUSÃO (Direito Processual) prescrição Suspensão / Interrupção / Extinção (arts. 190/198) CDC (Lei 8.078/90) Ações Quem pode arguir Conceito Direitos Subjetivos prescrição Ações edilícias CC x Leis Específicas x Súmulas STF/STJ CDC (Lei 8.078/90) Art. 27 C. Civil Prazos: Geral (Art. 205) Específicos (Art. 206) decadência Reconhecimento Juiz de ofício Aplicação Código Civil (Parte geral / Parte especial) Leis Extravagantes Conceito Caducidade Decair Extinguir
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