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Avaliação fisioterapêutica na dor

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15/11/2022 15:48 Avaliação fisioterapêutica na dor
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/03797/index.html# 1/41
Avaliação �sioterapêutica na dor
Prof. Thiago dos Anjos Ferreira
Descrição
Aspectos e conceitos básicos para a avaliação em dor e seus instrumentos, métodos e técnicas para exame
físico.
Propósito
Identificar, entender e avaliar os diversos mecanismos de dor é essencial para o fisioterapeuta, pois a dor é
um dos sintomas mais frequentes em pacientes que procuram a Fisioterapia, e o profissional deve ser
qualificado para avaliar a origem ou causa do estímulo nociceptivo.
Preparação
Para este material você irá precisar baixar dois questionários. São eles:
Questionário de Roland-Morris de Incapacidade
Questionário da Escala Tampa de Cinesiofobia
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/03797/download/Questionario_Roland_Morris.pdf
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/03797/download/Questionario_da_Escala_Tampa_de_Cinesiofobia.pdf
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Objetivos
Módulo 1
Conceitos básicos para avaliação em dor
Reconhecer aspectos básicos para a avaliação em dor.
Módulo 2
Escalas e questionários de autorrelato
Identificar as escalas e questionários autorrelatados usados para avaliação em dor.
Módulo 3
Exame físico
Reconhecer métodos e técnicas para exame físico em dor.
Introdução
Quando o assunto é dor, os primeiros questionamentos são: “De onde vem?”, “Qual estrutura está
lesionada?”, ou “Como surgiu?”. Essas e outras perguntas são e serão sempre rotineiras em nossa pesquisa

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diária com pacientes sintomáticos, sendo este um grande desafio em consultórios, clínicas ou ambulatórios
que tratam e pesquisam dor.
As dores musculoesqueléticas são cada vez mais prevalentes na população, estando comumente
associadas a algum nível de incapacidade e podendo provocar um impacto socioeconômico importante.
Por se tratar de uma condição complexa, que envolve fatores multidimensionais, é importante que os
profissionais da saúde identifiquem os fatores envolvidos no quadro clínico, facilitando o manejo da
condição de dor e repensando uma abordagem terapêutica centrada no indivíduo.
Muitas vezes nos deparamos com dor referida que não necessariamente é o local de origem, por isso, o
conhecimento clínico básico é indispensável. E quando falamos de abordagem ou manejo de dor, devemos
ampliar nossa pesquisa em dor com uma anamnese detalhada buscando o entendimento do “paciente
como um todo”.
Bons estudos!
1 - Conceitos básicos para avaliação em dor
Ao �nal deste módulo, você será capaz de reconhecer aspectos básicos para a avaliação em
dor.
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Neuro�siologia da dor
De forma geral, os profissionais de saúde entendem a dor como uma resposta de que algo não está
funcionando bem no corpo. Por isso, frequentemente, a dor é associada a um dano real de tecidos do corpo
(lesão tecidual) e a uma doença ou patologia, considerando-se que tratar essas condições controlará a dor.
Esse modelo é chamado de biomédico, em que se encaixa bem a dor aguda (sintomas de dor presentes em
até três meses). Com sua persistência (queixas acima de três meses), seja qual for o motivo ou causa,
entende-se a dor como um problema crônico de saúde (alguns até chamam de doença crônica), com menor
probabilidade de existir uma relação entre “causa e efeito”, ou seja, entre lesão tecidual e dor.
A neurociência moderna entende a dor como uma resposta do cérebro a alguma
ameaça à integridade do sistema. Ela deixa o sistema nervoso em “alerta vermelho”
(sensibilização do sistema nervoso – um alarme contra ameaças) para poder “dar
conta” do que possa acontecer.
Sendo removida a ameaça, o alarme do sistema nervoso tende a diminuir, e, portanto, a dor é reduzida. O
cérebro, frente a uma ameaça, reage produzindo não apenas dor, mas também ativando, de forma protetora,
os sistemas motor, neurovegetativo, endócrino, metabólico e imunológico, com o objetivo de decidir o que
fazer. Reações comportamentais comuns frente a uma ameaça são: proteção, fuga, luta, isolamento e
medo.
Como já descrito, entende-se que a persistência da dor de um a três meses a caracteriza como aguda, e a
persistência superior, entre três e seis meses, como crônica. Atualmente, tem se valorizado pouco essa
separação entre dor aguda e crônica de acordo com o seu tempo de duração. A ocorrência de limitações
funcionais e/ou prejuízos, o impacto na vida do indivíduo, o sofrimento provocado pela dor e a presença de
fatores psicossociais recebem maior importância.
Atenção!
O ponto mais relevante associado à neurofisiologia é que, na dor aguda, um estímulo periférico
potencialmente perigoso provoca respostas do sistema nervoso. Já na dor crônica, um estímulo periférico
não é necessário para que o sistema nervoso entre em alerta e o cérebro produza dor, o que explica muitas
vezes que não necessariamente precisa haver lesão ou aumento de uma possível lesão para haver dor.
Muitos são os fatores que causam ou perpetuam a dor, envolvendo diversos sistemas, fatores
biopsicossociais, experiências prévias, cultura e religião.
A dor é uma experiência sensorial e emocional considerada desagradável para a maioria das pessoas,
associada a uma lesão real ou potencial, ou descrita em termos de tal lesão, de acordo com a Associação
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Internacional para o Estudo da Dor. Portanto, a dor sempre será uma experiência subjetiva e individual
(MERSKEY; BOGDUK, 1994).
Alguns autores concordam que o manejo inadequado, inicialmente, por um diagnóstico equivocado, pode
contribuir para o processo de cronicidade da dor. Ainda é discutível a causa exata na formação do estímulo
doloroso, porém, a maioria dos estudos coloca o modelo biomédico e o biopsicossocial como diretrizes
primárias para o diagnóstico da dor.
É importante entender o mecanismo de dor, pois dor aguda e dor crônica são diferentes
na neuro�siologia, nas características dos pacientes e, consequentemente, no
tratamento.
Diversos estímulos podem ativar os sensores para os estímulos potencialmente perigosos ao corpo. Esses
sensores se chamam “nociceptores” e são capazes de identificar estímulos térmicos, táteis e/ou químicos e
estão presentes nos tecidos musculoesqueléticos, na pele, nos vasos sanguíneos e nas vísceras.
A estimulação dos nociceptores provoca o fenômeno da nocicepção, definida como a ativação, a
transmissão e o processamento de estímulos perigosos que podem ser lesivos aos tecidos. Os
nociceptores de cada tecido periférico possuem maneiras diferentes de serem ativados. Veja:
Nociceptores da pele
Os estímulos que os ativam são mecânicos, como o calor, o frio e as substâncias químicas.
Nociceptores articulares
Os estímulos que os ativam são mecânicos de pressão e estiramento capsular no final da amplitude de
movimento.
Nociceptores musculares
Os estímulos que os ativam são isquemia e pressão.
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Nociceptores viscerais
Os estímulos que os fazem responder são as distensões e as alterações químicas.
Portanto, nocicepção não é dor, e sim todo esse mecanismo de estímulo e resposta.
A dor neuropática se diferencia da dor nociceptiva por estar associada a um funcionamento anormal do
sistema nervoso. Mesmo nesses quadros em que há uma lesão compressiva de natureza mecânica, com o
passar do tempo, haverá desmielinização das fibras nervosas que passam pelo local da compressão, com
alterações secundárias na medula espinal e em níveissupraespinais.
esmielinização
Perda da bainha de mielina.
Exemplo
Temos as doenças metabólicas como diabetes, neuralgia pós-herpética, radiculopatias ou síndromes
compressivas. Os sintomas, que são manifestados como dor em choque, queimação, agulhadas, picadas,
dor fria, entre outras, mostram que as sensações são processadas de forma anormal.
A dor neuropática é amplamente reconhecida como uma das síndromes dolorosas mais difíceis de
gerenciar, e os resultados muitas vezes são insatisfatórios.
Atenção!
A dor nociceptiva está relacionada a mecanismos de lesão térmicos, mecânicos ou químicos quando o
sistema nervoso está íntegro do ponto de vista estrutural ou funcional. Já a dor neuropática está associada
a uma lesão ou disfunção do sistema somatossensitivo. Nesse caso, um dano em alguma estrutura desse
sistema ou simplesmente seu mau funcionamento pode levar à sensação de dor.
A dor musculoesquelética é motivo predominante na procura por assistência médica, apresentando
prevalência de 55,7% da população em geral. Causa impactos negativos na população especialmente na dor
crônica, que afeta negativamente o sono, atividades diárias, capacidade para o trabalho, vida social,
qualidade de vida, e assim por diante. Além disso, pacientes com dor crônica têm altos custos
socioeconômicos, representando 40% e 50% de visitas médicas na Europa e nos Estados Unidos,
respectivamente. A dor custa à sociedade valores maiores do que os gastos com doenças cardíacas, câncer
e diabetes juntos (BÜLOW et al., 2021).
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Durante a investigação em dor, é extremamente importante ouvir o paciente com atenção, questionando o
motivo de sua queixa, história de uma possível patologia pregressa (histórico de patologias passadas),
histórico familiar de alguma patologia ou características semelhantes ao que apresenta, histórico social, ou
seja, uso de drogas lícitas ou ilícitas, consumo de bebidas alcoólicas e até mesmo tabagismo.
A partir dessas informações iniciais, começamos a detalhar nossa pesquisa por manifestações clínicas,
físicas e comportamentais, que estejam ligadas ou envolvidas na queixa principal do paciente, por meio da
inspeção, palpação, testes clínicos especiais e funcionais. Após as coletas dessas informações, o
profissional solicitará os exames complementares pertinentes ao caso.
A dor tem um impacto profundo na qualidade de vida e pode ter consequências físicas, psicológicas e
sociais, podendo levar à redução da mobilidade e consequente perda de força, comprometer o sistema
imunológico e interferir na capacidade de uma pessoa comer, se concentrar, dormir ou interagir com outras
pessoas. Um estudo da Organização Mundial da Saúde (OMS) descobriu que pessoas que vivem com dor
crônica têm quatro vezes mais chances de sofrer de depressão ou ansiedade. Portanto, devemos entender
que os efeitos físicos e psicológicos da dor crônica influenciam no curso da doença (BRENNAN; LOHMAN;
GWYTHER, 2010).
Anamnese
A entrevista inicial – anamnese
Uma das primeiras etapas da pesquisa de um possível acometimento patológico de um paciente é seu
histórico. Nesse momento, o profissional colherá informações pertinentes à queixa do paciente, dando
ênfase à parte com maior relevância clínica. Muitas vezes, o examinador poderá ser capaz de identificar a
causa, simplesmente ouvindo o paciente.
Mas a grande questão que envolve a investigação é sobre como iniciar o processo investigativo,
selecionando perguntas que direcionem ou correlacionem com as possíveis causas e, posteriormente,
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como cruzar essas informações. Por muitas vezes, o excesso de informação pode atrapalhar a conclusão
de todo o processo de investigação. É importante que o terapeuta conduza firmemente as perguntas, que
devem ser de fácil entendimento e não induzir determinada resposta do paciente. Além disso, as perguntas
devem fornecer informações práticas a respeito do problema.
Exemplo
Quando perguntamos “Isto aumenta a sua dor?”, induzimos a responder que “sim”! A melhor forma de
perguntar seria “Isto altera sua dor de alguma forma?”
As perguntas devem ser organizadas em sequência, começando pela identificação do paciente: nome,
idade, gênero, profissão/ocupação, etnia e endereço. Existem algumas causas de dor que poderão ser
correlacionadas com a idade. Em determinadas faixas etárias, existe prevalência de alguma patologia ou
acometimento que justificam a percepção dolorosa, ou a predominância de patologias ou lesões que geram
informações dolorosas específicas ao gênero feminino e masculino (por exemplo, algumas doenças
reumatológicas).
Informações quanto à sua profissão devem ser analisadas de forma criteriosa, analisando
biomecanicamente seu gestual de movimento, buscando entender se determinado movimento realizado
repetitivamente de maneira antiergonômica possa estar envolvido na etiologia da dor.
Quando se pergunta sobre etnia, o examinador busca entender fatores socioculturais, crenças, religião, meio
em que vive, tribo, até mesmo tipo de linguagem que é utilizada para se comunicar. É importante ser
entendido pelo examinador que esses fatores podem interferir na percepção dolorosa, manifestação e
desfecho clínico.
E, por fim, na identificação do paciente, anotamos seu endereço com a finalidade de checar ou correlacionar
fatores endêmicos que possam estar envolvidos na causologia da dor do paciente naquela localidade
específica ou em sua proximidade.
Queixa principal
É o momento em que o paciente descreve os motivos que o levaram a procurar auxílio. O investigador
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direciona a pergunta base e deixa o paciente descrever com suas próprias palavras o que está acontecendo,
ou seja, qual o motivo da consulta.
História da doença atual
Na sequência, o investigador procura entender um pouco mais sobre sua dor, direcionando as perguntas
sobre uma possível causa e os sinais e sintomas. É preciso entender o que aconteceu, se houve alguma
situação traumática como mecanismo (acidentes, quedas, trauma direto) ou atraumática (sem a existência
de trauma); se o surgimento da dor foi de forma lenta e gradual ou súbita (“de uma hora para outra”). Além
disso, é preciso questionar qual parte do corpo apresenta a referência de dor e quais os momentos em que
há o surgimento da dor (durante algum movimento ou em repouso) ou até mesmo postura de proteção e/ou
movimento compensatório. Por fim, investigar a respeito da duração, frequência e intensidade da dor, se é
uma condição nova ou se já havia ocorrido antes.
Atenção!
É importante que o terapeuta direcione as perguntas de forma clara e objetiva para que o paciente consiga
expressar como é sua manifestação dolorosa, ou seja, se a dor é em pontadas, em queimação, em choque,
ardente, em cãibras ou do tipo formigamento.
O investigador deve verificar se o paciente manifesta os sintomas de um lado apenas, ou de um segmento
somente, ou se o acometimento é bilateral, se há alterações na cor do segmento (cianótico, eritemas,
hematomas) e, por fim, se o paciente está passando ou passou recentemente por algum problema
psicossocial (estresse, emprego, família).
História patológica pregressa
Durante o processo de investigação, é importante que o investigador transcorra pelo histórico de doenças,
lesões, fraturas e cirurgias passadas, mesmo que fuja do foco central da queixa principal. Todas essas
informações podem contribuir para o fechamento do diagnóstico clínico e cinesiológico, principalmente se a
queixa for dor crônica.
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Normal e Osteoporose.
Na investigaçãode doenças pregressas, devemos atentar para o relato de tumores, doenças crônicas e
metabólicas (cardiopatias, diabetes, alterações hormonais, reumatológicas, osteometabólicas – como
osteoporose e osteoartrose), haja vista que a causa da dor crônica está intimamente ligada às neuropatias
periféricas, sendo classificadas como dor neuropática.
História familiar
Questiona-se, nesse momento, a presença de patologias, e até mesmo queixas semelhantes às
apresentadas pelo paciente, por familiares, principalmente os mais próximos (pais, avós, irmãos, tios). É
comum observar nesse momento a possibilidade de doenças genéticas e hereditárias que possam ter
relação direta com a investigação da causa da queixa do paciente. O surgimento de muitas doenças
crônicas e metabólicas, por muitas vezes, tem relação direta com familiares.
Exemplo
As doenças reumatológicas, diabetes, tumores, neuropatias periféricas e osteoporose.
História social
A história social está relacionada aos hábitos de vida do paciente, como etilismo (consumo excessivo de
álcool), com qual frequência e quantidade, tabagismo (fumante), com qual frequência e quantidade (unidade
diária), uso de drogas (lícitas e/ou ilícitas), tal como medicamentos em uso (tipo e classificação dos
medicamentos) e até mesmo se faz uso de alguma droga ou substâncias proibidas (maconha, cocaína,
sintéticas, entre outras).
A interação com medicamentos pode in�uenciar no desfecho clínico e percepção
dolorosa do paciente em questão.
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Vale ressaltar também a importância de investigar se a rotina de sono é reparadora, ou seja, suficiente para
descansar. A qualidade do sono e sua interferência na dor pode ser conceituada por meio de um quadro
biopsicossocial, com prováveis mecanismos interconectados interferindo no sistema nervoso autônomo,
respostas inflamatórias, cognições, humor e comportamentos.
O pós-anamnese: inspeção, palpação, testes especiais e
funcionais
Após a coleta de informações, formalizada e organizada pelo questionário investigativo, direcionamos mais
o olhar ou associamos com comportamentos já observados desde a recepção até a entrada do paciente na
sala de avaliação. Veja:
Tem a finalidade de obter informações sobre alterações visíveis, como déficits funcionais (marcha
típica ou atípica), anomalias morfológicas e alinhamento postural. O grande detalhe da inspeção é
determinar se esses achados estão relacionados com a queixa do paciente.
É feita durante a avaliação, quando o investigador seleciona as áreas específicas de queixa referida
para realizar o exame de palpação, que consiste no toque/pressão aplicada sobre a área para
observar se reproduz os sintomas relatados pelo paciente.
Nesse momento, poderá ser utilizada também a algometria para quantificar a resposta dolorosa, por
meio de um instrumento chamado algômetro.
Avaliam a integridade de determinada estrutura ou sistema, geralmente identificam uma patologia,
lesão e possibilidade de fraturas (antes dos exames complementares – de imagem, no caso de
Inspeção 
Palpação 
Testes clínicos ou especiais 
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fraturas).
São importantes para verificarmos tanto qualitativamente quanto quantitativamente a capacidade do
avaliado de exercer suas habilidades funcionais. Esses testes são bem aplicados para identificar o
prejuízo funcional trazido pela alteração estrutural.
Durante a anamnese, existe uma grande facilidade em contar com detalhes a história da dor. Os exames de
imagem e complementares frequentemente falham em identificar uma causa concreta para a dor, sendo
normais ou incompatíveis com as queixas. Esse é um grande fator que leva o profissional de saúde a
desistir do tratamento por não identificar o problema, baseando-se no modelo biomédico.
Modelos de abordagem à dor
A avaliação em dor é algo complexo, por muitas vezes não assertivo, pois o ser humano não é uma ciência
exata, e sim uma criatura com grande complexidade em suas individualidades biológica, psíquica e social.
Hoje, a dor ainda é vista apenas como resultado de doenças e patologias, para as
quais é utilizado o modelo biomédico de avaliação e tratamento, que se aracteriza
por ser individualista, curativo, centralizado na figura do médico, especialista,
fragmentado e hospitalocêntrico. De acordo com o modelo biomédico, a saúde
constitui a ausência de doença, dor ou defeito, o que torna a condição humana
normal "saudável".
O enfoque biopsicossocial quebra o paradigma de que o ser humano é segmentado em estruturas
corporais. Diz que o corpo e o desempenho reagem sobre os diversos aspectos psicoemocionais, e isso
tem influência em performance e desempenho, como também na incidência de lesões. A abordagem
biopsicossocial veio para entendermos como funciona o ser humano, dentro de suas influências:
Biológica
Estrutura morfológica, capacidade neuropsicomotora, condição física e habilidades.
Testes funcionais 
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Psicológica
Habilidade emocional, como lida com conquistas e frustrações e com ambiente de competição e pressão
em alto rendimento.
Social
Fatores culturais, socioeconômicos, influências do ambiente de trabalho, familiar e meio onde vive.
Devemos entender que os fatores psicológicos também influenciam na percepção dolorosa, afetam o
desenvolvimento emocional, a saúde e o bem-estar (MEZIAT-FILHO et al., 2017). Veja o quadro:
Biológicos Psicológicos Sociais
Dor, sofrimento e
incapacidade limitam as
habilidades funcionais
Ansiedade:
mantém o corpo
em hiperatividade
muscular,
impedindo o
repouso
Crenças e expectativas irreais: o que o
paciente acredita terá resultado direto na
escolha do tratamento
Incapacidade, dor,
disfunção, lesão ou
iatrogenias
Depressão: pouca
motivação para
atividades e
orientações
Enfrentamento ineficaz: dificulta o
autocuidado e o próprio controle da dor
Descondicionamento,
imobilismo segmentar ou
grandes períodos de
repouso dificultam as
atividades funcionais
Catastrofização:
foco na dor e em
futuros resultados
pessimistas, não
enxerga melhora ou
ganho de função
Ganhos secundários: manter-se doente
impede o ganho de função e o controle da
dor
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Biológicos Psicológicos Sociais
Alterações
neuromusculoesqueléticas,
comprimento, controle,
ativação, atrofismo,
sensibilização
Medo e evitação:
dificultam o exame
físico e favorecem
a diminuição da
condição física e
mental
Fatores socioculturais: impedem o
paciente de ser ativo, como mitos e
equívocos, relação social e familiar,
informações na Internet, orientações
desnecessárias dos profissionais,
dificuldade no acesso ao tratamento,
condição econômica limitada
Hiperatividade muscular,
dor sustentada, proteção
corporal, estado de alerta
Cinesiofobia:
incapacita para a
realização de
atividade pelo
medo excessivo de
sentir dor ou lesão
no movimento
Patologia limita
movimentos e afeta o
controle motor
Baixa autoeficácia:
sensação de
incapacidade para
ser ativo nas
tarefas e atividades
diárias
Quadro: Enfoque biopsicossocial na abordagem à dor.
Thiago dos Anjos Ferreira.
Conceitos básicos sobre a dor e a anamnese
Veja os aspectos fisiológicos e clínicos da dor, assim como a importância de uma adequada anamnese na
avaliação do paciente.

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Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamospraticar alguns conceitos?
Questão 1
Pela definição cronológica da dor, quando um paciente relata que apresenta dor por até três meses,
isso caracteriza
Parabéns! A alternativa A está correta.
Por definição cronológica, apresentar dor com até três meses de duração encaixa os pacientes no perfil
de dor aguda. As queixas podem ser intensas e constantes, causando limitação das funções diárias.
Reações de retirada e de proteção da região dolorida são esperadas. A dor crônica é aquela com mais
de três meses de duração. Dor psicossomática não tem a ver com definição cronológica da dor.
A dor aguda.
B dor crônica.
C dor intensa.
D dor moderada.
E dor psicossomática.
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Questão 2
Qual modelo explica melhor os diversos fatores envolvidos na dor, principalmente na crônica?
Parabéns! A alternativa B está correta.
O modelo biopsicossocial valoriza a integração entre o terapeuta e o paciente, bem como o estado
geral de saúde. Os fatores biológicos, psicológicos e sociais se relacionam direta ou indiretamente aos
quadros de dor. O fisioterapeuta não atuará em todos os fatores, mas necessita identificá-los. Com isso,
poderá saber os seus limites de trabalho e quando encaminhar corretamente o paciente para outros
profissionais.
A Modelo biomédico
B Modelo biopsicossocial
C Modelo de incapacidade
D Modelo de cinesiofobia
E Modelo tradicional
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2 - Escalas e questionários de autorrelato
Ao �nal deste módulo, você será capaz de identi�car as escalas e questionários
autorrelatados usados para avaliação em dor.
Escala analógica visual
A dor de zero a dez: Escala Visual Analógica (EVA)
Complementando todo o processo de avaliação, é importante qualificar e quantificar a dor. Sabemos que
qualificar é traduzido em bom ou ruim, muito ou pouco, rápido ou devagar, e quantificar é quando
mensuramos em valores numéricos, ou seja, porcentagens, centímetros ou metros, graus, entre outros.
Contudo, temos linhas importantes a serem seguidas.
Exemplo
O quanto de dor esse paciente relata, o que a dor está trazendo de prejuízo funcional e se há impacto na
qualidade de sono.
Existem poucos instrumentos validados para o português do Brasil, o que dificulta o acesso de profissionais
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brasileiros a novas medidas de avaliação clínica e para pesquisas. As dimensões relacionadas à capacidade
funcional, aos aspectos afetivos e comportamentais, e à qualidade de vida podem ser avaliadas
clinicamente ou por meio de instrumentos. O que veremos neste módulo são os principais questionários
utilizados para auxiliar o fisioterapeuta na elaboração do plano terapêutico, acompanhamento evolutivo e
parâmetro para alta.
Quantificar o “quanto dói” não se torna possível por meio de exames laboratoriais ou de imagem (raios X,
ressonância magnética), ou até da medição fisiológica objetiva.
isiológica objetiva
Frequência cardíaca, pressão arterial, resposta hormonal ou outras informações empíricas.
A expressão mais assertiva da dor vem por meio do autorrelato de cada paciente, usando seu vocabulário
único (próprio relato) de dor. Quando cognitiva e fisicamente capaz, o paciente é a melhor fonte para
comunicar com precisão até que ponto a dor se modera, piora ou varia ao longo do tempo.
Saiba mais
São chamados de questionários de autorrelato os instrumentos de avaliação os quais o paciente preenche
algum tipo de questionário, com ou sem a ajuda do profissional. São muito utilizados em saúde, para
diversos fins: quantificar nível de dor, qualidade de vida, depressão, ansiedade, acometimento
musculoesquelético ou neurológico, entre outros.
Uma das escalas que podem ser usadas para a avaliação de dor é a Escala Visual Analógica (EVA),
tipicamente apresentada como uma linha horizontal, ancorada com dois descritores verbais nos extremos
(marcação de zero a dez, na qual zero é ausência de dor e dez dor insuportável). O paciente indica seu
status percebido colocando uma marca ao longo da linha horizontal no ponto mais apropriado. A EVA é fácil
de entender, administrar e pontuar. Esse tipo de escala fornece medições em nível de intervalo que são
elegíveis para mais operações estatísticas, ou seja, tem fiabilidade científica.
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Escala Visual Analógica – Numérica.
De acordo com Reed e Nostran (2014), pesquisadores consideram a escala de 0 a 10 fidedignamente
sensível, ao se comparar com outras métricas que limitam as respostas de dor questionada ao paciente.
Contudo, esses pesquisadores não conseguem chegar a um consenso sobre qual marca precisa na escala
de 0 – 10 corresponde à “dor moderada” clinicamente relevante. Estudos divergem sobre o que é
considerado um limiar de dor moderada, começando com >3, até >6 e até >7,5. Da mesma forma,
pesquisadores questionam se uma diferença de 1 representa uma mudança significativa no índice de dor.
Questionário de McGill
Questionário de dor de McGill
A dor é uma experiência multidimensional e subjetiva. O desenvolvimento de instrumentos para avaliação
dos múltiplos componentes da dor é necessário para a compreensão do sofrimento, delineamento de
programas terapêuticos e avaliação de sua eficácia. O questionário de dor McGill tem sido considerado o
melhor instrumento para avaliar as dimensões sensitivo-discriminativas, afetivo-motivacionais e cognitivo-
avaliativas da dor.
Esse questionário considera a dor do ponto de vista tridimensional (sensorial-discriminativa, afetiva-
motivacional e avaliativa-cognitiva) e é organizado nas categorias sensorial, afetiva, avaliativa e mista, com
20 subcategorias e 78 palavras descritoras da dor. Cada descritor possui índices que são específicos, cujos
valores podem variar em ordem crescente de 1 a 5. Pede-se para o paciente escolher uma palavra de cada
subcategoria, havendo a opção de o sujeito não escolher nenhuma.
O índice de avaliação da dor é a soma total dos valores agregados de cada palavra
escolhida, enquanto o escore de cada categoria é a soma dos valores das palavras
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das subcategorias que a compõem. As pontuações máximas são: sensorial = 42;
afetiva = 14; avaliativa = 5; mista = 17; Total = 78.
O Questionário McGill quantifica a dor de três formas: intensidade da dor nesse momento (valor máximo: 5);
número de palavras escolhidas (número máximo: 78); análise qualitativa da dor, por meio da análise e da
frequência das palavras escolhidas para descrevê-la (PIMENTA e TEIXEIRA, 1996). Observe:
Questionário McGill de dor.
Interpretamos o questionário da seguinte forma:
Sensorial
Do item 1 ao 10, somando 42 pontos.
Afetiva
Do item 11 ao 15, somando 14 pontos.
Avaliativa
Item 16, somando 5 pontos.
Mista
Do item 17 ao 20, somando 17 pontos.
Ao final da avaliação temos a pontuação máxima de 78 pontos.
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Questionário de Roland-Morris
Questionário de Incapacidade Roland-Morris para dor
O Questionário de Incapacidade Roland-Morris foi inicialmente desenvolvido com itens para medir
incapacidade física em forma de autorrelato para pacientes com dor na coluna. Tem 24 itens com
pontuações de zero ou 1 (sim ou não), e o total varia de zero (sugerindo nenhuma incapacidade) a 24
(incapacidade grave).
O questionário é uma medida simples, geralmente leva 5 minutos e é fácil de calcular e analisar. Tem sido
amplamente utilizado na prática clínica em diferentescontextos (cuidados primários, trabalhadores
acidentados e centro de reabilitação multidisciplinar) para monitorar o progresso em pacientes com dor
lombar aguda, subaguda e crônica e ciática.
É mais recomendado para uma população de baixa desabilidade funcional.
As pontuações do questionário relatam uma ampla variedade de configurações. Em geral, os escores têm
pouca ou nenhuma relação com a idade ou sexo dos entrevistados. O questionário se concentra em uma
gama limitada de funções físicas, que incluem andar, curvar-se, sentar-se, deitar-se para baixo, vestir-se,
dormir e realizar atividades de vida diárias. Essas foram escolhidas como funções que seriam relevantes
para todos os pacientes com dor nas costas.
O sistema de pontuação, portanto, não permite ou exige uma resposta “não aplicável”. As declarações no
questionário concentram-se quase exclusivamente na função física, com apenas uma pergunta. Alguns
aspectos da função física não estão explicitamente incluídos, por exemplo, levantar e torcer ou girar
(ROLAND; FAIRBANK, 2000).
Comentário
Confira o Questionário de Roland-Morris de Incapacidade disponibilizado no item Preparação.
Escala de cinesiofobia
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Avaliando a cinesiofobia: a Escala Tampa
A cinesiofobia é um dos mais importantes fatores psicossociais que contribuem para a incapacidade
funcional e prognóstico desfavorável da evolução clínica de pacientes com queixa de dor
musculoesquelética crônica. Psicólogos descreveram a cinesiofobia clinicamente na década de 1990,
devido ao seu impacto negativo nas dimensões cognitivo-afetivas.
A cinesiofobia foi definida, inicialmente, como medo excessivo, irracional e
debilitante do movimento e da atividade física, que resulta em sentimentos de
vulnerabilidade a uma lesão dolorosa ou da reincidência de uma lesão. Anos
depois, alguns pesquisadores definiram como medo específico do movimento ou
atividade física.
Um dos instrumentos mais utilizados atualmente para avaliar a cinesiofobia, segundo Siqueira et al. (2007),
é a Tampa Scale for Kinesiophobia (Escala Tampa de Cinesiofobia – TSK). Essa escala consiste em um
questionário autoaplicável, composto de 17 questões que abordam a dor e intensidade dos sintomas.
Os escores variam de um a quatro pontos, sendo que a resposta "discordo totalmente" equivale a um ponto,
"discordo parcialmente", a dois pontos, "concordo parcialmente", a três pontos e "concordo totalmente", a
quatro pontos. Para obtenção do escore total final, é necessária a inversão dos escores das questões 4, 8,
12 e 16. O escore final pode ser de, no mínimo, 17 e, no máximo, 68 pontos, sendo que, quanto maior a
pontuação, maior o grau de cinesiofobia.
Comentário
Confira o Questionário da Escala Tampa de Cinesiofobia disponibilizado no item Preparação.
Qualidade de vida
Quanti�cando a qualidade de vida: o SF-36
A qualidade de vida pode estar diretamente associada à ausência de enfermidades, em especial à ausência
de sintomas ou disfunções. Alguns autores, contudo, consideram esse conceito reducionista, uma vez que
aspectos não relacionados ao estado de saúde são considerados na avaliação da qualidade de vida.
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O SF-36 (SF vem do inglês, short form – formulário curto) é um questionário que avalia os componentes
físicos e mentais da doença na qualidade de vida do paciente, com uma escala de pontuação de 0 (pior nível
de saúde e qualidade de vida) a 100 (melhor qualidade de saúde e de vida) e possui oito escalas:
capacidade funcional, aspectos físicos, estado geral da saúde, dor, vitalidade, aspectos sociais, aspectos
emocionais e saúde mental.
Re�exão
Afirma-se que a qualidade de vida pode sim estar associada à ausência de enfermidades, sintomas ou
alguma disfunção. No entanto, se pararmos para pensar, seria um conceito muito reducionista: existem
vários aspectos que não estão relacionados ao estado de saúde, mas são considerados na avaliação da
qualidade de vida.
Instrumentos e escalas de autorrelato para dor
Veja os principais instrumentos de autorrelato para avaliação da dor, no contexto da avaliação
fisioterapêutica.

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Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Sobre a avaliação e a mensuração da dor, assinale a alternativa correta.
A
A avaliação e a mensuração da dor são processos contínuos de raciocínio clínico, com
mudanças frequentes, que necessitam de medidas quantitativas e qualitativas.
B Frequentemente os exames de imagem são eficazes na avaliação da dor crônica
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Parabéns! A alternativa A está correta.
A abordagem para avaliar e mensurar a dor se caracteriza em um processo contínuo de raciocínio
clínico, em que se tornam necessárias mudanças frequentes com medidas qualitativas e quantitativas.
Os exames de imagem e o exame físico, com frequência, são úteis na dor aguda, mas falhos na dor
crônica. Um dos pontos mais importantes da avaliação e do tratamento de pacientes com dor é
estabelecer uma relação eficaz. A maioria dos problemas trazidos pelo paciente com dor crônica não
serão resolvidos com modalidades físicas.
Questão 2
É comum que pacientes com quadro doloroso apresentem medo de realizar algumas tarefas simples
do dia a dia. Assinale a alternativa que corresponde ao exame para avaliar esse medo de se
movimentar.
B Frequentemente os exames de imagem são eficazes na avaliação da dor crônica.
C
O ponto mais importante da avaliação e do tratamento de pacientes com dor é
estabelecer uma relação eficaz.
D
A maioria dos problemas trazidos pelo paciente com dor crônica serão resolvidos com
modalidades físicas.
E O paciente sempre vai valorizar a percepção dolorosa.
A Escala visual analógica
B Goniometria
C Escala de Tampa
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Parabéns! A alternativa C está correta.
A Escala de Tampa é o questionário mais usado para cinesiofobia, que consiste em 17 questões
autoaplicáveis que abordam a dor e intensidade dos sintomas. Escala visual analógica quantifica a dor
do paciente; goniometria avalia a amplitude de movimento; o questionário Roland-Morris avalia a
incapacidade provocada pela dor; e a escala visual de percepção de esforço avalia a sensação de
fadiga relatada pelo paciente.
3 - Exame físico
Ao �nal deste módulo, você será capaz de reconhecer métodos e técnicas para exame físico
em dor.
D Questionário Roland-Morris
E Escala visual de percepção de esforço
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Princípios do exame físico
Um dos principais obstáculos no manejo da dor está relacionado com sua complexidade, visto que é
possível observar uma variação dos padrões (por exemplo: agudo, crônico e subagudo), diferentes fontes de
manifestação (somática, visceral e neuropática), e que a percepção e a tolerância são extremamente
subjetivas e variáveis em cada indivíduo. Portanto, a dor está relacionada com a memória e experiência
sensorial, fato que pode tornar sua avaliação e seu manejo ainda mais complexo.
Atenção!
A dor apresenta tanta importância, que muitos autores a consideram o quinto sinal vital, acompanhada da
frequência cardíaca (FC), frequência respiratória (FR), pressão arterial (PA) e temperatura. Muitas vezes, a
dor é responsável pela alteração dos outros sinais.
A identificação do perfil de pacientes com dor é baseada na história clínica, e depende da habilidade do
fisioterapeutade observar, escutar e interpretar com atenção. O exame físico e os exames complementares
tendem a ser mais compatíveis na relação entre causa e efeito, justificando a dor pela lesão tecidual.
O exame físico deve contemplar principalmente a função neuromusculoesquelética relacionada a outros
sistemas, como o cardiopulmonar e metabólico. Ao seu final, o fisioterapeuta deve estabelecer uma relação
entre a interpretação das qualidades sensoriais e dos testes com os componentes afetivos, cognitivos e
comportamentais da dor. Muitas vezes, um intenso quadro álgico atrapalha a interpretação dos dados no
exame físico. Alguns testes clássicos podem ser normais ou ter resultados inconclusivos, como amplitude
de movimento, força, mobilização passiva articular, neurodinâmica e flexibilidade em pacientes com dor
crônica, sofrendo também influência do estado psicológico do paciente.
Exame físico.
O exame físico de pacientes com dor não é diferente do exame tradicional neuromusculoesquelético e
funcional. Entretanto, os fatores responsáveis pelas anormalidades do processamento da dor no sistema
nervoso podem ser identificados durante o exame físico. O fisioterapeuta deve, portanto, utilizar os
instrumentos certos, conhecer as possíveis barreiras da avaliação, examinar o paciente para testar as suas
hipóteses, prever a evolução do paciente (quando possível), estabelecer metas realistas, realizar o
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diagnóstico cinético funcional e utilizar os mecanismos clínicos para escolher as abordagens de
tratamento.
Quando partimos para a inspeção do paciente queixoso, voltamos o nosso olhar
para as posturas de compensação, proteção, alteração da marcha, face sindrômica,
área referida de dor, para assim então começarmos nossa investigação.
O modelo “causa e consequência” nos levará para os testes clínicos ou especiais e aos testes funcionais.
Cada região referida tem o seu teste específico, como no caso dos ombros, cotovelo, punho, mão, todo o
eixo da coluna vertebral, quadril, joelho, tornozelo e pé. Ao final do teste especial, realizaremos o teste
funcional para observar qual a alteração que aquela determinada estrutura lesionada está me trazendo de
prejuízo funcional.
Atenção!
O exame físico visa observar as alterações existentes no paciente, como alterações posturais, alterações
osteoarticulares, miofasciais, fatores morfológicos, alterações viscerais, alterações na pisada e
desequilíbrios musculares. Mas será que tudo isso está relacionado com a dor? Essa é uma grande questão
quando avaliamos dor. Portanto, não se trata de cercar todas as variáveis possíveis, e sim de ver quais
variáveis estão relacionadas com a queixa do paciente.
Podemos organizar nossa avaliação física na dor da seguinte forma: postura, mobilidade, força e
capacidade funcional. Vamos falar sobre cada um desses itens a seguir. Confira!
Postura
O paciente deverá ser examinado na postura relaxada, habitual, do dia a dia, que adota normalmente, na qual
o examinador analisará a presença das curvaturas fisiológicas da coluna vertebral, em que deverá ser
observada a lordose lombar, cifose torácica e lordose cervical.
Observar a projeção da cabeça em todos os planos e eixos, procurando reti�cações,
retrações, inclinações ou rotações exageradas ou compensatórias.
Nos membros superiores, observar o posicionamento dos ombros (protusos ou assimétricos), cotovelos
(flexo, valgo ou varo excessivos), posturas protetivas de punhos e mãos. Nos membros inferiores, devemos
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verificar o posicionamento pélvico (anteriorizados, posteriorizados, assimétricos), joelhos (valgo, varo, flexo
ou recurvato), tipos de pé e pisada (posição dos calcâneos, arco longitudinal medial, lateral e transverso).
Pacientes com queixas álgicas compensarão sua postura de maneira a achar um conforto ou minimizar a
informação dolorosa (o chamamos de postura antálgica), com isso, devemos nos concentrar na queixa
principal do paciente para direcionarmos especificamente nosso olhar durante a investigação. Como na
clássica frase “o corpo fala”, devemos prestar atenção na postura adotada pós-lesão ou queixa dolorosa.
De acordo com Lundberg (2006), existem algumas reações emocionais que valorizam ou supervalorizam a
percepção dolorosa, trazendo reações protetivas e antálgicas. Veja:
Medo
É uma sensação desagradável causada por um estado de alerta a algo ameaçador real ou potencial, sendo
a maior resposta psicológica a uma ameaça percebida, ou seja, a fonte da ameaça é conhecida.
Ansiedade
É uma emoção similar ao medo, porém não existe uma ameaça ou um perigo identificado.
Fobia
É a sensação exagerada de medo ou aversão a algo, sendo desproporcional e incontrolável.
Essas emoções interferem diretamente no comportamento postural, principalmente em pacientes com dor
crônica.
Mobilidade
Alterações de movimento articular são muito encontradas na avaliação do paciente com dor. A dificuldade é
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classificar o que é primário, secundário e terciário. Fato é que, para o bom funcionamento do aparelho
locomotor, existem articulações que apresentam mais mobilidade e articulações que apresentam mais
estabilidade, termos estes que devem ser diferenciados de hipermobilidade e hipomobilidade.
Ao avaliar a mobilidade articular, orienta-se que, ao iniciar os testes articulares em
geral, devemos buscar qualquer assimetria, utilizando sempre a comparação com o
outro lado. Essa avaliação deverá ser feita tanto passiva quanto ativamente e de
preferência dentro do contexto funcional.
As hipomobilidades podem ser avaliadas de duas maneiras: por inspeção e comparação direita/esquerda
ou por testes manuais, avaliando o end-feel (sensação final) articular. Esses testes são de extrema
importância, pois os pacientes que sentem dor utilizando amplitudes máximas, provavelmente, apresentam
alguma outra disfunção oculta (COOK et al., 2006).
O conceito de hipermobilidade segue os padrões de COOK, que detecta as hipomobilidades em primeiro
lugar para, a seguir, analisar o funcionamento das articulações adjacentes. Por exemplo, em um tornozelo
bloqueado (região hipomóvel), o complexo do joelho pode trabalhar em hipermobilidade.
A avaliação da mobilidade articular poderá ser avaliada por meio da goniometria isolada ou testes
funcionais com movimentos multiarticulares.
Goniômetro usado para verificar amplitude articular em joelho.
A goniometria é parte importante de uma avaliação das articulações e dos tecidos moles que as envolvem.
Os valores obtidos com a goniometria podem fornecer informações importantes para determinar ou não a
presença de uma disfunção, estabelecer um diagnóstico, estabelecer os objetivos de um tratamento, avaliar
o procedimento de melhora ou recuperação funcional, modificar o tratamento, realizar pesquisas que
envolvam a recuperação de limitações articulares e acompanhamento e construções de órteses articulares.
Força e capacidade funcional
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Durante a avaliação física do paciente com dor, é importante que quantifiquemos essa perda de força, para
que possamos identificar, intervir e acompanhar seu progresso, pois é comum que haja déficit de força e/ou
desequilíbrio muscular.
Os desequilíbrios musculares são alterações no recrutamento de um ou mais músculos dentro de
determinado movimento, o que pode gerar disfunções e contribuir para o surgimento de patologias muitas
vezes incapacitantes do ponto de vista funcional.
A força muscular é um importante componente da aptidão física relacionada à saúde, além de exercer papel
relevante parao desempenho das atividades funcionais do dia a dia e atividades esportivas.
Nesse sentido, a perda significativa nos níveis de força muscular em pacientes com
queixa de dor pode ser observada mediante a aplicação de testes específicos já na
primeira avaliação, em pessoas de ambos os sexos, de diferentes faixas etárias e
níveis de aptidão física variados.
De acordo com a literatura, o teste de uma repetição máxima (1-RM) vem sendo o mais frequentemente
utilizado para avaliação da força dinâmica, sobretudo por pesquisadores e profissionais das áreas do
exercício físico e do esporte, uma vez que é um método prático, de baixo custo operacional e aparentemente
seguro para a maioria das populações.
Saiba mais
Em pesquisas laboratoriais, segundo Kilmer et al. (1997), medidas de força podem ser realizadas por meio
de dinamômetros isométricos ou células de carga, sendo métodos válidos e confiáveis. Esses métodos
mostraram-se eficazes à utilização clínica, por serem rápidos e facilmente oferecerem uma avaliação
quantitativa da força de sujeitos com alterações musculoesqueléticas com queixas de dor.
O teste muscular é fundamental no exame físico a fim de contribuir para o diagnóstico diferencial, no
prognóstico e tratamento de distúrbios musculoesqueléticos. As provas de função muscular têm a
finalidade de avaliar o grau de força muscular, sua exploração cuidadosa e o registro correto auxiliam na
detecção precoce das lesões, útil para o diagnóstico e para indicar um programa adequado de exercícios.
Na clínica, é muito comum se utilizar testes manuais de força muscular, por serem de simples e rápida
aplicação.
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Dinamômetro.
Sabemos que a dor é um limitante das nossas habilidades motoras e funcionais. Com isso, torna-se
extremamente importante a avaliação dessas capacidades. Existem testes específicos e protocolos de
habilidade funcional para aplicarmos em nossos pacientes. Os testes funcionais são importantes para
verificarmos, qualitativa e quantitativamente, a capacidade do avaliado de exercer suas habilidades
funcionais. Esses testes são bem aplicados para prevenir lesões, para analisar o que a lesão estrutural
(avaliada no teste clínico) trouxe de prejuízo funcional e para acompanhar as intervenções durante o
processo de reabilitação.
Os testes funcionais são aplicados com o objetivo de avaliar a função do indivíduo em tarefas específicas,
identificar lesões (ou possível risco), obter parâmetros para a evolução do tratamento e para a alta
fisioterapêutica. O fisioterapeuta terá um indicativo da funcionalidade do indivíduo na execução de tarefas
específicas que sejam próximas de sua função rotineira.
Instrumentos para avaliação da dor
Vimos que existem vários instrumentos de avaliação em dor, seja aguda ou crônica, por meio de
questionários validados e escalas numéricas de percepção dolorosa. Como sabemos que a dor é subjetiva,
cada indivíduo manifesta de alguma forma sua dor, por meio de um comportamento doloroso, postura
antálgica, movimentos atípicos e ou alterados. Normalmente, essas avaliações são qualitativas. Já na
avaliação quantitativa, o fisioterapeuta precisa compreender e dominar os instrumentos e cercar qual
instrumento será mais apropriado para o caso.
Quando falamos de avaliar dor, muitas vezes ficamos presos à Escala Visual Analógica (EVA) ou somente
ao relato subjetivo do próprio paciente, que com frequência vem carregado de suas emoções e suas
experiências, tanto positivas quanto negativas, expectativas e frustrações. O paciente tem dificuldades em
identificar características relevantes da dor, mas apresenta grande facilidade em falar sobre a sua dor e
sobre as incapacidades, uma peculiaridade de pacientes com perfil de dor crônica. Porém, muitas vezes
insistimos em avaliar o local de relato ou queixa dolorosa, sendo que há grande possibilidade de ser
somente a dor referida, e não o local do problema ou lesão.
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Atenção!
A dor referida é uma ocorrência comum associada ao sistema musculoesquelético. A dor, muitas vezes, é
sentida em pontos distantes do local da lesão, caracterizando-se, então, como dor irradiada, indicada pelo
segmento radicular responsável por aquela região. Uma ocorrência, seja ela um bloqueio ou estenose de
uma raiz nervosa, vai gerar algum comprometimento sensório-motor na sua área responsável, relatando dor
ou alteração funcional como perda de força e mobilidade.
Precisamos nos atentar à avaliação do paciente quanto às manifestações clínicas e funcionais. A seguir,
falaremos de instrumentos para quantificar pontos dolorosos referidos e avaliação física em sua essência,
buscando quantificar e qualificar a dor e suas manifestações.
As dores miofasciais são causas muito comuns de queixas agudas e crônicas, afetando boa parte da
população geral e da atlética. A dor de origem miofascial, ainda que seja cercada por indefinições quanto à
sua fisiopatologia e seus diagnósticos, participa de forma marcante de inúmeras condições clínicas
relacionadas à dor crônica musculoesquelética. A definição mais clássica para pontos-gatilhos miofasciais
é classificada como ponto hiperirritável, palpável na musculatura esquelética associado a um nódulo
hipersensível contido em uma banda tensa. O ponto é doloroso na compressão e pode originar as
características de dor referida, sensibilidade referida, disfunção motora e fenômenos autonômicos.
Pontos-gatilho miofasciais.
Conceitualmente, assume-se que pontos gatilhos miofasciais consistem em nódulos musculares contráteis
e palpáveis. A característica palpável é marcante no exame físico para determinar sua presença. Esse
nódulo ou ponto muscular costuma se localizar no interior de um conjunto de fibras musculares tensas,
geralmente descrito sob o termo “banda muscular tensa”. Essa banda apresenta-se rígida à palpação
quando comparada a regiões musculares não acometidas, que caracterizam-se por um padrão hiperálgico à
palpação, à compressão ou digitopressão, podendo ser avaliada quantitativamente (sua percepção
dolorosa) por meio de instrumentos como algômetro (TAYLOR; GERWIN, 2015), também conhecido como
dolorímetro.
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Um algômetro de pressão digital.
O algômetro de pressão é uma ferramenta de avaliação clínica digitalmente adaptável, de fácil leitura e
baixo custo, que permitirá medições quantitativas generalizadas de limiares de dor por pressão na rotina
das avaliações e follow-up. Um algômetro de pressão portátil adaptado de uma escala suspensa é uma
alternativa econômica para garantir avaliações precisas. Assim, a algometria de pressão é um auxílio
diagnóstico utilizado para avaliar alguns problemas musculoesqueléticos.
Esse equipamento possui uma ponteira, que é pressionada no local onde o profissional deseja avaliar o
limiar de dor. Uma pressão é aplicada de forma gradativa, crescente, até que o paciente relate a sensação
de dor. Nesse momento, o profissional anota o valor da pressão exercida no ponto. Aquele será o limiar de
dor do paciente, naquele ponto específico.
Segundo Jerez-Mayorga et al. (2020), o limiar de dor à pressão tem sido usado para auxiliar no diagnóstico
da dor, fornecendo um valor de força quantificado da sensibilidade do tecido e ocorre no ponto de transição
mínimo quando a pressão aplicada é sentida como dor. Portanto, esse instrumento é utilizado para avaliar o
limiar de dor à pressão para dor musculoesquelética regional e generalizada, geralmente quantificada em
quilogramas.
Um dos principais objetivos da avaliação clínica, segundo Sterling (2011), é direcionar
estratégias de intervenção apropriadas.
Em termos de avaliação sensorial, a detecção de distúrbiosindividuais no processamento da dor pode
permitir o desenvolvimento de intervenções terapêuticas baseadas na queixa e em sua fisiopatologia. O
algômetro de pressão não pode nos dizer se o aumento da percepção da dor é o resultado de mudanças na
excitabilidade neuronal e/ou decorre da percepção exagerada da dor nos centros cerebrais superiores (não
diz exatamente a origem da dor). Portanto, é necessário cautela tanto na interpretação quanto no relato de
achados clínicos ao usar esse dispositivo.

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Exame físico na dor
Veja as técnicas usadas no exame físico em pacientes com dor: avaliação da postura, mobilidade, força e
capacidade funcional, e como podemos usar o dolorímetro ou algômetro na avaliação da dor.
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Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Um paciente, quando chega ao consultório com quadro de dor, geralmente adota posturas protetivas
para minimizar a percepção dolorosa. Déficits de amplitude de movimentos tanto passivos quanto
ativos estão presentes. Assinale a alternativa que corresponde ao equipamento que avalia a amplitude
de movimento.
A Goniômetro
B Termômetro
C Dinamômetro
D Paquímetro
E Adipômetro
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Parabéns! A alternativa A está correta.
O goniômetro é o instrumento mais adequado para avaliar a amplitude de movimento. O termômetro
avalia a temperatura corporal, o dinamômetro avalia força, o paquímetro é um instrumento para medir
precisamente pequenas distâncias e espessuras, e o adipômetro avalia percentual de gordura.
Questão 2
O teste muscular é fundamental no exame físico a fim de contribuir para o diagnóstico diferencial, no
prognóstico e tratamento de distúrbios musculoesqueléticos, principalmente quando o utilizamos para
avaliar e reavaliar paciente que teve perda de força por ter dor. Assinale a alternativa que corresponde
ao instrumento que avalia força muscular.
Parabéns! A alternativa B está correta.
O dinamômetro é o equipamento que avalia força muscular. O estesiômetro avalia a sensibilidade da
pele, o algômetro avalia a dor por dígito pressão, a balança analógica avalia peso em quilogramas, e o
baropodômetro avalia a disposição de pressão sobre os pés.
A Estesiômetro
B Dinamômetro
C Algômetro
D Balança analógica
E Baropodômetro
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Considerações �nais
Vimos o quão complexa é a avaliação e intervenção em dor. Toda a atenção durante o processo de
avaliação é muito importante. Ouvir toda a história colhida na anamnese e correlacionar com os sinais e
sintomas do paciente são ações imprescindíveis. Não se deve ignorar nenhuma informação, que seja atual,
pregressa ou familiar: toda manifestação poderá ter correlação com a queixa principal. Múltiplos
mecanismos estão envolvidos, causam ou perpetuam a dor, fazendo com que as apresentações clínicas
dos pacientes necessitem de abordagens individuais e diferenciadas.
Entendemos que existem ferramentas validadas cientificamente para qualificar e quantificar a dor,
questionários, instrumentos e testes funcionais. Na prática baseada em evidências, não existe receita ou
supervalorização de um dos pilares (ciências, expertise e paciente), e sim uma integração como um todo.
O fator biopsicossocial é de extrema importância na abordagem à dor, pois diversos fatores contribuem
para a percepção dolorosa e comportamento do paciente. Não é simples avaliar e intervir em dor, portanto,
vamos utilizar a ciência para nos dar suporte. O manejo da dor, principalmente de dores persistentes,
depende da integração do fisioterapeuta com outros profissionais de saúde.
Podcast
Para encerrar, ouça os principais aspectos na avaliação fisioterapêutica da dor, desde a importância de uma
boa anamnese até os exames físicos e instrumentos de autorrelato mais usados na prática clínica do
fisioterapeuta.
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