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Trabalho de Filosofia

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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE - ICM
Filosofia do Direito – Daniel Nascimento
ALUNO: Luidgi Silva Almeida - 112084023
Trabalho de Filosofia
As obras de Platão “A República” e “As Leis” mostram visões diferentes de um modelo de ordenamento Estatal do mesmo autor, esse fato se dá, ao entender de alguns críticos, pela mudança de ideias e Platão não se sente incomodado de mostrar que mudou de opinião, fato nobre para qualquer ser humano e ainda mais relevante se tratando de um pensador como Platão.
 Em primeiro momento, com sua obra “A república” Platão defende a tese que uma cidade ideal seria aquela controlada pelos pensadores, que cada membro da sociedade desempenharia a função em que seria mais qualificado, fundamentando-se inicialmente com o conceito de justiça; uma sociedade mais justa se daria com cada indivíduo trabalhando naquilo em foi preparado profissionalmente, como por exemplo, um soldado se empenhando na arte da guerra. Não seria justo um colocar um poeta para guerrear, pois este não teria o conhecimento necessário, então era justo cada um desempenhar sua função específica e não na função dos outros. Essa máxima de que cada cidadão desempenha sua função específica faz com que cada um se especialize no seu melhor e a cidade prosperará, crescendo com unidade. A ressalva do conceito de justiça seria que nem sempre o que é justo para você vai ser justo para o outro, como por exemplo, uma união de ladrões agindo com justiça entre si, mas fazendo injustiças aos outros, na ótica destes. 
O governante ideal da República teria que possuir quatro qualidades: educação, para formar as leis e saber o que temer e quais qualidades são necessárias para cada função; coragem, para se manter no meio dos desgostos, prazeres, desejos e temores sem abandonar sua função; temperança, que é a ordenação mais o domínio de certos prazeres e desejos para se manter lúcido, assemelhando-se a harmonia; justiça, consiste na harmonia das outras três partes, que faz aproximar-se da moral. 
Em sua obra “As leis”, Platão muda sua linha de raciocínio, chegando a acreditar que até o filósofo mais sábio pode se corromper com uma grande concentração de poder, tornando seus julgamentos tendenciosos e muitas vezes nada imparcial. O problema é do ser humano e uma solução seria vencer o seu próprio ego, dizendo em uma passagem do livro que “Não há vitória maior que a vitória sobre o eu”. 
Em um Estado os melhores se destacam e triunfam sobra à multidão tornando seus representantes diretos, então o Estado tem de buscar a conciliação entre o povo ao invés de submeter os contrários às leis forçadamente. A conciliação se daria através da criação de leis em que a maioria concordasse e se sentisse protegida ao invés de ameaçadas por elas. Não seria o homem que produziria as leis, mas sim a ocasião, seja para legitimar uma derrubada de poder ou manter a harmonia entre Estado e povo. Os legisladores morreriam, mas suas leis se perpetuariam através dos tempos e seriam modificadas pela ocasião, se fosse necessária, de forma a aperfeiçoá-las na medida do possível. Os magistrados seriam os mais capacitados a obedecer e seguir as leis, fazendo seus julgamentos de acordo com a legislação e os próximos legisladores teriam que aprender a arte com seus antecessores para continuarem seu trabalho.
No Segundo capítulo de sua obra “Entre o Passado e o Futuro” Hannah Arendt trata sobre a mudança ideológica de Platão, através das experiências vividas ao longo de sua vida, como por exemplo, o sentenciamento de Sócrates a morte, Platão percebe que só uma minoria que ia se sujeitar ao governo de um filósofo-rei, pois não é toda a população que encontra a luz da razão e outro argumento seria que o poder inevitavelmente corrompe livre juízo da razão.
Hannah Arendt busca o conceito de autoridade para explicar a escolha de uma sociedade baseada em leis e não em soberanos. O soberano privando os cidadãos da faculdade política os privava da liberdade e do conceito de sociedade – “Uma polis pertencente a um homem não é uma polis”- A lei seria obedecida como autoridade, sendo soberana sobre todas as coisas, sendo déspotas dos governantes e lhes tornando escravos dessas mesmas leis. O soberano tinha a obrigação de manter a lei ativa, aprimorando-a e mantendo-lhe eficaz, sendo aprazível ao povo, enquanto este último se sentia protegido pela lei e podendo participar efetivamente do aprimoramento da lei se possuísse os pré-requisitos.

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