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Obrigações 03-05

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03/05/2013
O que é o Direitos das Obrigações?
É um ramo no direito privado ou do direito civil que estuda a relação jurídica obrigacional e consequentemente os seus efeitos e desdobramentos. Esse direito das obrigações é um direito pessoal ou também chamado de um direito relativo. 
Os Direitos Pessoais (de crédito) e Direitos Reais
Inter partes (relativo) X erga omnes
Diferença entre os direitos pessoais, ou também direito de crédito e direitos reais. Os direitos de crédito ou os direitos pessoais são aqueles que tem uma eficácia inter partes, entre as partes, ao passos que os direitos reais tem uma eficácia erga omnes. Inter partes quer dizer que a relação jurídica obrigacional vincula apenas em regra aqueles que a celebraram, por exemplo, se eu me obrigo a um contrato de compra e venda com João, obrigação de dar, o contrato vai se dar entre eu e o João, essa obrigação gera um efeito entre nós 2. A eficácia erga omnes é contra todos, por exemplo, a propriedade é o do César, qualquer pessoa que vier a querer invadir a propriedade do César, ele vai poder entrar com uma ação reivindicatória, para proteger a propriedade dele, ou seja, não é um dever com relação a uma pessoa, é um dever em relação a toda a coletividade. Isso é o que acontece na regra, mas será que muitas das vezes não pode um terceiro influenciar no contrato? Ou um contrato influenciar um terceiro? Aquele caso clássico do Zeca Pagodinho quando ele fez aquele comercial da Nova Schin, pois bem, ele fez o comercial da cerveja e é uma pessoa que quando olha você já lembra a cerveja em pessoa, então ele fez o comercial e bebeu a cerveja, tempos depois ele fez outro comercial com a Brahma, na qual dizia que “tive muitas paixões, mas que enfim voltei ao meu grande amor”, deu pra entender que aquilo com a Nova Schin foi uma aventura. Pode ele ser responsabilizado, porque vejam que no caso do contrato que é decorrente de uma obrigação entre o Zeca Pagodinho e a Nova Schin, quem deveria responder em regra seria o Zeca Pagodinho, uma eficácia inter partes, você tem aí o terceiro que foi a AMBEV que veio a influenciar o Zeca Pagodinho para celebrar esse contrato, a questão é, se é uma eficácia inter partes, como que você vai atingir um terceiro? Então vejam, o direitos de crédito tem uma eficácia inter partes, mas é possível você pleitear uma indenização em face de um terceiro que não celebrou o contrato, se esse terceiro tem a ciência daquele contrato, que no caso ele tinha. Quando eles falam que a obrigação é um direito inter partes, ou também é chamado relativo, é no sentido que toda obrigação em regra só vai vincular as partes que se obrigaram, obrigação de não fazer, então eu me obrigo a não levantar o muro a uma certa altura, obrigação negativa. Então o vínculo é entre eu e a pessoa com a qual eu estabeleci o contrato, mas nada impede de pensar na possibilidade desse contrato atingir outra pessoa também, ou que terceiros venham a ser atingidos por esse contrato. Eficácia erga omnes, relembrando o César, qualquer pessoa tem que respeitar o seu direito de propriedade, agora no caso do chamado usufruto, é uma espécie de direito real na qual o usufrutuário pode usar e fruir o bem, então o direito de propriedade tem 4 direitos inerentes, direito de usar o bem, direito de gozar o bem, direito de expor o bem e reivindicar. Eu tenho uma casa, então eu posso usar essa casa, alugar essa casa (gozar), alienar, vender, e posso reivindicar, no caso do usufruto, ele pode usar e fruir o bem, só que vejam, o usufrutuário vai poder ter direito a propriedade contra todos, todos também tem que respeitar a propriedade do usufrutuário, só que entre o usufrutuário e o proprietário você tem uma eficácia inter partes, ou seja, o César vai o usufruto para Aline, Aline será a usufrutuária, pois bem, todos os outros tem o direito de respeitar a sua propriedade, se alguém quiser tomar a propriedade, ela pode entrar com uma ação de reivindicação, uma eficácia erga omnes. Agora existe uma relação entre o César e a Aline, essa relação é inter partes, no sentido, por exemplo, que ela não pode dar destino diferente ao imóvel, daquele que foi dado para ela. Ela recebeu, por exemplo, uma fazenda para cuidar, ela não pode transformar aquilo numa fábrica. 
Não são taxativos X taxativos
Os direitos reais são taxativos, ou seja, são aqueles previstos na lei (art. 1.225 CC). Os direitos pessoais não são taxativos, isso quer dizer, que ainda que exista previsão legal para as obrigações, para os contratos, você pode estipular os tipos de contrato. Contrato de hospedagem não é um contrato que exista no Código Civil, mas é um contrato admissível. Contrato de locação que hoje está no Código Civil é uma parte da CLT. Então vejam, os direitos reais são aqueles previstos em lei, você não pode aumentar os direitos reais, eles são taxativos. Já os direitos pessoais são enumerativos, ainda que existam alguns contratos previstos em lei, podem existir outros contratos, por exemplo, contrato eletrônico, contrato de internet. 
Relação jurídica transitória X incide sobre a coisa
O direito real incide sobre a coisa é uma relação jurídica permanente, enquanto o direito pessoal vai ter na verdade uma relação jurídica transitória, ou seja, em tese o direito de crédito é marcado pela transitoriedade, então você celebra um contrato para logo ser extinto. Os direitos reais não, eles tendem a ter uma permanência, então uma vez adquirida a propriedade, você será em regra proprietário até a sua morte, comparativamente com os direitos pessoais, claro que você pode vir a perder sua propriedade, por usucapião, por exemplo, ou por um fato da natureza, de repente uma parte da sua terra é desprendida.
Descumpridor: geram perdas/danos X direito de sequela
Uma vez descumpridos os direitos pessoais, geram-se perdas e danos e nos direitos reais, o chamado direito de sequela, o que quer dizer isso? Eu celebro um contrato com uma pessoa de compra e venda, o que acontece? A compra e venda no nosso direito só se perfaz com o registro desse contrato, então vamos supor que A celebre com B, dia 02, um contrato de compra e venda, mas também celebra com C, no dia 04. E C vem a registrar no dia 10, quanto ele faz o registro, e ideia do registro público é exatamente de dar publicidade que aquela propriedade tem um proprietário. Enquanto não ouve registro ninguém é proprietário, mas quando se faz o registro o imóvel passa a ser de C, mas B não pagou pelo imóvel? B pagou, ele vai poder exigir que C devolva o bem? Não, nesse caso vai pedir apenas perdas e danos, ou seja, B vai pleitear perante A perdas e danos ante o descumprimento desse contrato, é um direito obrigacional. Agora o direito de sequela é o direito de você perseguir o bem com quem quer que esteja, então um imóvel que esteja gravado com hipoteca, hipoteca é um direito real de garantia, direito que visa com aquela hipoteca garantir o cumprimento daquela obrigação. Então eu devo a uma pessoa, não posso pagar, deixo meu imóvel como garantia, se eu não pagar, aquela casa vai ser hipotecada para eu poder pagar aquele débito. Em regra, você não deve alienar uma casa gravada com hipoteca, mas vamos supor que essa casa venha a ser alienada para C, então B aliena o imóvel que estava gravado com hipoteca para C, A vai poder reivindicar esse bem? Vai, porque a hipoteca é um direito real, e sendo direito real, ela possui direito de sequela, que é o direito de perseguir o bem com quem quer que esteja. 
Obs.: obrigação - prestação pessoal x incide sobre a coisa. No direito real você tem uma obrigação que incide sobre a coisa, sobre um bem, eu sou o proprietário do bem, eu sou o usufrutuário do bem. No direito pessoal, existe uma prestação pessoal. Nas obrigações iremos ver isso, é justamente a ligação entre credor e devedor, a prestação pessoal.
Obrigação – Conceito
Obrigação é uma relação jurídica transitória que envolve uma prestação do devedor para o credor. Então quando nos falamos de obrigação, num primeiro momento existe uma gama muito grande de significados, obrigaçãode ser fiel com um amigo, de visitar algum parente. Mas as obrigações nesse sentido, não se confundem com as chamadas obrigações morais. Aqui nós estamos trabalhando com a ideia de obrigação civil, que é a obrigação dotada de exigibilidade. Existe a chamada obrigação moral ou de trato sucessivo, ou seja, são obrigações que não seriam dotadas de exigibilidade, aquela obrigação de você de repente ter que visitar a sua sogra, por exemplo. Você tem na verdade na obrigação a figura do credor, o chamado vínculo jurídico, a figura do devedor, e a prestação, ou seja, é o devedor é um vínculo jurídico, um liame, esse vinculo jurídico é que vai garantir essa exigibilidade da conduta do credor de entregar o bem, então por exemplo, essa a prestação pode ser positiva ou negativa. Positiva que envolve um dar ou fazer e negativa que envolve um não fazer. Então vejam, a prestação ou seja o objeto da relação, pode ser positiva, no sentido de dar, então eu me obrigo, por exemplo, a entregar a minha coleção de selos quando você passar no concurso público, nesse caso seria um evento futuro incerto, uma condição. Eu me obrigo a pintar a sua casa, obrigação de fazer. Eu me obrigo a não continuar no comércio por dois anos, obrigação de não fazer, isso é muito comum quando se aliena um estabelecimento comercial. Então na verdade em princípio é isso, um vínculo jurídico que une credor e devedor, consistente numa prestação que diríamos aqui pecuniária, que consistirá numa prestação positiva ou negativa. 
					vínculo jurídicoprestação
devedor
credor
				 positiva	 negativa 
				dar	fazer	 não fazer

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