Buscar

Resumo de Constitucional

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 17 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 17 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 17 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
ALFREDO CARLOS GOMES COSTA ROCHA 
2012.1.02252.11
Resumo de Direito Constitucional II:
Teoria Geral do Estado
Rio de Janeiro
Segundo Período – 2012
ÍNDICE
1. FORMAS DE ESTADO	4
1.1 Estados Simples ou Unitários Descentralizados	4
1.2 Estados Compostos	4
1.2.1 União Real	4
1.2.2 Estados Regionais	5
1.2.3 Estado Federal	5
1.3 Uniões de Estados	5
1.3.1 Confederações	5
1.3.2 Estados Associados e Comunidades Territoriais Dependentes	5
2. O ESTADO FEDERAL	6
2.1 Características dos Estados Federais	6
2.2 Classificação dos Estados Federais	6
3. FORMAS DE GOVERNO	7
3.1 Introdução	7
3.2 Hereditariedade versus eletividade	7
3.3 Vitaliciedade versus temporariedade	8
4. SISTEMAS DE GOVERNO	9
4.1 Introdução	9
4.2 Parlamentarismo	9
4.2.1 Executivo Dual	9
4.2.2 Separação flexível de poderes	9
4.2.3 Responsabilidade política do Executivo perante o Legislativo	9
4.3 Presidencialismo	10
4.4 Semipresidencialismo	10
4.4.1 Executivo Dual	10
4.4.2 Separação de poderes meio rígida e meio flexível	10
5. REGIMES DE GOVERNO I – AUTORITARISMO	11
5.1 Introdução	11
5.2 Autoritarismo	11
5.2.1 Direção em que a autoridade é transmitida	11
5.2.2 Grau de autonomia dos subsistemas políticos (sindicatos, associações, partidos políticos)	11
5.3 Ditadura	11
5.3.1 Caráter ilimitado do poder	11
5.3.2 Precariedade das regras de sucessão no poder	12
5.3.3 Classificação conforme o grau de penetração no tecido social	12
5.3.3.1 Ditadura Simples ou Autoritária	12
5.3.3.2 Ditadura Cesarista	12
5.3.3.3 Ditadura Totalitária	12
5.4 Totalitarismo	12
5.4.1 Ideologia	12
5.4.2 Partido Único	13
5.4.3 Ditador/Líder	13
5.4.4 Terror	13
6. REGIMES DE GOVERNO II – DEMOCRACIA	14
6.1 Introdução	14
6.2 As três dimensões da democracia	14
6.2.1 Organizacional	14
6.2.2 Procedimental	14
6.2.2.1 A responsividade dos governantes às demandas populares	15
6.2.2.2 O controle social do exercício de poder	15
6.2.3 Material	15
6.3 As muitas democracias	15
6.3.1 Democracia direta	15
6.3.2 Democracia representativa	15
6.3.2.1 Mandato imperativo	16
6.3.2.2 Mandato livre	16
6.3.3 Mecanismos de democracia semidireta	16
6.3.3.1 Plebiscito e referendo (Art. 14, CF)	16
6.3.3.1 Iniciativa popular de projeto de lei (Art. 61, § 2º, CF)	16
6.3.3.2 Veto popular	16
6.3.3.3 Recall	16
6.3.3.4 Democracia participativa	17
6.4 Questões específicas	17
6.4.1 Democracia e regra da maioria	17
6.4.2 Democracia e constitucionalismo	17
1. FORMAS DE ESTADO
	Classificação descritiva conforme a distribuição territorial do exercício político.
1.1 Estados Simples ou Unitários Descentralizados
Apenas um centro de poder político, de onde deriva toda a autoridade;
Há uma unidade orgânica, uma única ordem jurídica;
A estrutura administrativa tem um único chefe, um presidente, um gabinete de ministros.
A descentralização foi inevitável devido à ampliação do território.
Vantagens:
Racionalidade e eficiência da administração pública;
Não há concorrência de vontades. Estrutura piramidal de poder;
Isonomia jurídica em todo o território.
Desvantagens:
Menos aberto à diversidade;
Tendência à tirania e à arbitrariedade;
Menor fiscalização do povo.
Ex.: Vaticano e França.
1.2 Estados Compostos
Há mais de um centro de poder político, com relativa autonomia entre si.
1.2.1 União Real
Dois ou mais Estados soberanos se fundem, formando um único Estado soberano;
Decidem sozinhos algumas questões;
Fundem alguns órgãos de poder.
Ex.: Império Austro-Húngaro
União Pessoal
Não há fusão de Estados ou de órgãos de soberania;
Por coincidência, a mesma pessoa é chefe de Estados diferentes;
Típico de monarquias.
Ex.: Inglaterra, Canadá e Austrália. 
 D. Pedro I foi rei de Portugal e Imperador do Brasil (por curto período).
União Incorporada
Fusão de dois ou mais Estados sem autonomia entre eles.
Ex.: Reino Unido (Inglaterra, Escócia, País de Gales).
1.2.2 Estados Regionais
São mais descentralizados que o Estado Unitário e menos que o Estado federal;
A constituição garante autonomia às regiões, mas especifica as competências delas por edição de lei do governo central.
Ex.: Espanha (O Parlamento espanhol edita estatuto de cada região).
1.2.3 Estado Federal
A própria constituição garante e especifica a autonomia das subdivisões políticas.
Ex.: EUA.
1.3 Uniões de Estados
Associação de Estados soberanos que se mantêm soberanos.
1.3.1 Confederações
Associação de Estados vinculados por tratado internacional que retêm sua condição de Estados soberanos independentes;
Criadas para gerir assuntos de interesse comum entre os Estados;
Os Estados podem deixar a confederação a qualquer momento.
Ex.: Ex-colônias inglesas após declararem independência da Inglaterra.
1.3.2 Estados Associados e Comunidades Territoriais Dependentes
Eufemismo para protetorado, colônia ou Estado vassalo;
Pequena expressividade política, econômica e militar.
Ex.: Porto Rico É comunidade territorial dependente dos EUA.
2. O ESTADO FEDERAL
É uma realidade relativamente recente;
A primeira conhecida é a norte-americana;
A própria constituição disciplina e organiza a União;
Tudo o que não cabe à União cabe aos estados membros;
A União é soberana e suprema. Ela impõe limites aos estados e sanção de invalidade aos atos contra seus preceitos;
As competências são originárias da constituição federal, não são delegadas, não podem ser usurpadas.
2.1 Características dos Estados Federais
Um Estado Um território e um único poder político com vários centros de emanação;
Descentralização O centro de poder político abrange diferentes partes do estado;
Autonomia Poder de decisão dentro dos limites impostos pela constituição;
Auto-organização: os entes federados podem, dentro dos limites da CF, instituir e organizar seus próprios órgãos de poder;
Autopoder/autogoverno: cabe ao povo de cada lugar eleger seus próprios governantes e editar direta ou indiretamente suas próprias leis;
Autoadministração: a administração não depende do governo central; 
Instância Neutra É responsável pela solução de conflitos entre os entes federados;
Participação a participação dos estados na formação da vontade da União é importante.
2.2 Classificação dos Estados Federais
Federalismo por agregação – Vários Estados soberanos se fundem em um só. Ex.: EUA e Suíça.
Federalismo por desagregação – O Brasil, p. ex., com a proclamação da República.
Federalismo centralizado – O ente central desempenha grande número de funções em relação aos demais.
Federalismo descentralizado – O ente central desempenha poucas funções em relação aos demais.
Federalismo Dual – Baseia-se na distribuição de competências privativas de cada ente.
Federalismo Cooperativo – Há competências compartilhadas por mais de um ente federativo.
Federalismo Simétrico – Competências iguais para todos os entes federativos.
Federalismo assimétrico – Competências diferentes entre entes federativos.
3. FORMAS DE GOVERNO
3.1 Introdução
Classificação que distingue os Estados segundo o modo como alguém chega à posição de governante, e como se dá a relação entre este e os governados.
	Monarquia
	República
	Hereditariedade
	Eletividade
	Vitaliciedade
	Temporariedade
	Irresponsabilidade
	Prestação de Contas
	Classificação segundo Aristóteles:
	Nº de governantes
	Formas puras
	Formas impuras
	Um
	Monarquia
	Tirania
	Poucos
	Aristocracia
	Oligarquia
	Muitos
	Politeia* 
(atual democracia)
	Democracia 
(atual demagogia)
* Politeia União de classes, abertura dos órgãos de poder a todas as classes. Composição de interesses entre ricos e pobres.
	Novas classificações:
	Quem governa
	Forma pura
	Formas impuras
	Um deus, uma ideologia
	Ideocracia
	Idolocracia
	
Segundo Maquiavel, todos os Estados se classificariam em:
Principados (monarquias); 
Repúblicas:
Aristocráticas;
Democráticas.
3.2 Hereditariedade versus eletividade
Monarquias se caracterizam pela hereditariedade;
Nas repúblicas os governantes chegam ao poder pelo voto popular (direto ou indireto);
Na eleição direta, é o povo quem escolhe, (Ex.: Brasil cf. art. 14, caput, CF);
Na eleiçãoindireta, o povo escolhe representantes que elegerão o ocupante do cargo (Ex.: EUA).
3.3 Vitaliciedade versus temporariedade
Monarquias são vitalícias, o monarca só deixa o cargo com a morte;
Repúblicas são temporárias, o governante se submete a um mandato de tempo determinado;
Normalmente a reeleição é possível.
3.4 Irresponsabilidade versus prestação de contas 
	
O monarca é politicamente irresponsável em relação às suas opções políticas;
Na república, todas as autoridades devem prestar contas ao povo que as elegeu.
Críticas à classificação acima:
a) É ilusório acreditar que todos os países se enquadrem nela.
Ex.: O Irã não é uma república, mas também não é uma monarquia.
 O Vaticano é uma monarquia eletiva e vitalícia.
 No Sacro Império Romano-germânico, o imperador era eleito pelos príncipes.
b) As monarquias atuais, em geral, são constitucionais. Em geral, são monarquias parlamentaristas em que o Primeiro Ministro conduz a política. O monarca é apenas um símbolo do Estado, acima das disputas políticas.
Ex.: Inglaterra e Japão.
c) A ideia de “princípio republicano” relaciona-se à condução moral do governo. Os cargos não são patrimônio de quem os exerce. O cidadão tem direitos e deveres, inclusive o de participar das decisões do governo. Exaltam-se as virtudes cívicas e o exercício político.
4. SISTEMAS DE GOVERNO
4.1 Introdução
	A classificação se baseia na relação entre os órgãos de caráter mais político do sistema. Investiga o relacionamento entre o Executivo e o Legislativo.
4.2 Parlamentarismo
	
4.2.1 Executivo Dual
Atribuições tradicionais do Executivo dividida em dois órgãos;
Há um Chefe de Estado e um Chefe de Governo;
O Chefe de Estado pode ser um monarca ou um presidente, sem atribuições políticas relevantes, com funções geralmente simbólicas;
O Chefe de Governo conduz a política do país;
No centro do Governo está o Gabinete (conjunto de ministros) sob liderança do Chefe de Governo (chamado de Primeiro Ministro ou Chanceler) 
4.2.2 Separação flexível de poderes
Há interdependência entre Executivo e Legislativo, para chegar ao poder e permanecer nele;
Formalmente, o Chefe de estado nomeia o Primeiro Ministro (nomeado dentre os integrantes do partido majoritário do Parlamento);
Não há eleição para Primeiro Ministro, apenas para o Legislativo;
O mesmo Primeiro Ministro pode ocupar o cargo por muitos anos, dependendo de seu apoio no Parlamento;
Quando a maioria acaba, o Primeiro Ministro perde o cargo;
O Primeiro Ministro agrada o Parlamento e este àquele;
O governo é instável, mas sistema parlamentarista como um todo tende a ser mais estável, pois existe um mecanismo institucional para resolver problemas entre Executivo e Legislativo.
4.2.3 Responsabilidade política do Executivo perante o Legislativo
Caso haja perda do apoio do Parlamento, o Primeiro Ministro cairá;
A queda do Primeiro Ministro pode acontecer por perda da maioria nas eleições legislativas ou por falta de confiança nas políticas do Governo (isso se dá pelo voto ou moção de desconfiança);
Sem apoio do Parlamento, o Governo renuncia e forma-se outro;
Se o Governo tiver confiança de que o povo apoia sua conduta, pode comunicar ao Chefe de Estado a dissolução do Parlamento;
4.3 Presidencialismo
A certidão de nascimento do Presidencialismo é a Constituição norte-americana;
O Executivo é uno: uma única pessoa exerce as funções de Chefe de Estado e Chefe de Governo;
Interdependência entre Executivo e Legislativo bem menor que no Parlamentarismo;
Há dois centros de convergência democrática: o Legislativo e o Executivo são eleitos pelo povo;
Teoricamente, o Presidente pode governar sem o apoio do Legislativo;
A ingerência entre Executivo e Legislativo não existe formalmente;
O Presidente não perde o cargo por não ter apoio do Legislativo;
O Presidente só deixa o cargo com a morte, quando se torna incapaz, por condenação criminal ou por crime de responsabilidade;
O impeachment é o julgamento do presidente da República pelos crimes de responsabilidade tipificados na CF (Arts. 85 e 86, CF);
Há maior governabilidade devido à sintonia entre Executivo e Legislativo;
Valoriza-se o partido, fazendo que este seja mais programático e menos pessoal;
Devido à rigidez da separação de poderes, Executivo e Legislativo têm independência para controlar o que o outro faz (Checks and Balances).
4.4 Semipresidencialismo
Combina as vantagens e neutraliza as desvantagens do Parlamentarismo e do Presidencialismo. França e Portugal adotaram esse modelo.
4.4.1 Executivo Dual
A chefia do Estado é do Presidente da República e a chefia do Governo é do Primeiro Ministro;
A chefia do Estado não é meramente simbólica.
4.4.2 Separação de poderes meio rígida e meio flexível
O Parlamento interfere na atuação do Governo, mas não da mesma forma na atuação do Presidente da República;
O Primeiro Ministro responde diante do Parlamento, o Presidente da República não;
O Presidente não pode ser retirado do cargo por desagradar politicamente ao Parlamento.
5. Regimes de Governo I – Autoritarismo
5.1 Introdução
Esta análise é crítica. Fala-se sobre características de governos injustos.
Aristóteles chamava de governo despótico aquele em que o governante de comportasse em relação aos governados como um senhor em relação aos seus escravos;
Isso não seria uma crítica porque Aristóteles não era contrário à escravidão. Segundo ele, alguns povos seriam naturalmente condicionados à escravidão, como os persas;
Com o Liberalismo, o termo “despotismo” assumiu contornos negativos;
Ditadura, autocracia e autoritarismo são sinônimos de despotismo.
5.2 Autoritarismo
5.2.1 Direção em que a autoridade é transmitida
Os governantes são a fonte de poder. A direção é de cima para baixo;
Nesses casos, Parlamento e eleições, às vezes, nem existem ou são meramente cerimoniais;
O governante diz qual é o interesse do povo.
5.2.2 Grau de autonomia dos subsistemas políticos (sindicatos, associações, partidos políticos)
Inserem-se ao sistema, mas não fazem parte do Estado;
O grau de autonomia é baixíssimo ou nulo em regimes autoritários;
As reuniões são controladas, proibidas ou toleradas enquanto não se chocarem com os interesses do governante.
5.3 Ditadura
A ditadura romana era uma magistratura extraordinária, uma função temporária;
Em caso de guerra, o Senado autorizava os cônsules a indicarem um ditador com poderes quase ilimitados para resolver aquele problema específico;
Os vetos dos magistrados não poderiam ser contra os atos do ditador;
As sentenças criminais do ditador eram irrecorríveis;
A ditadura romana equivaleria ao que hoje chamamos Estado de Defesa ou Estado de Sítio (Arts. 136-141, CF);
Não era regime de governo, tampouco ilegal.
5.3.1 Caráter ilimitado do poder
O poder do ditador, ou da elite ditatorial, é ilimitado;
O ditador está acima da lei.
5.3.2 Precariedade das regras de sucessão no poder
O ditador não chega ao poder por eleições populares livres nem por hereditariedade;
O regime é personalista e usa a força ou o carisma do ditador;
Quando o líder cai, não há um mecanismo claro que indique o substituto;
É comum que haja disputa entre grupos que apoiavam ao poder ou se opunham a ele. 
5.3.3 Classificação conforme o grau de penetração no tecido social
5.3.3.1 Ditadura Simples ou Autoritária
Tem baixa penetração social e se baseia nos meios de coerção do Estado;
Controla a polícia, os meios de informação, as Forças Armadas e, às vezes, o Judiciário;
A ditadura brasileira de 1964 encaixava-se nessa categoria.
5.3.3.2 Ditadura Cesarista
O ditador se sente na obrigação de conquistar o apoio popular;
Às vezes se valem de plebiscito;
A ditadura de Napoleão se consolidou assim;
Vargas, Perón, Chaves e Cárdenas pertencem a esta classificação;
Há um paternalismo que conquista com agrados.
5.3.3.3 Ditadura Totalitária
Envolve grande penetração no tecido social.
5.4 Totalitarismo
A doutrina só considera dois regimes claramente totalitários: o Nazismo alemão e o Stalinismo soviético. Nem o Fascismo italiano, criador do termo, merece a classificação;
Nestescasos, o Estado é tudo, está em todos os lugares: escolas, empresas, partido, cultura, etc.;
As pessoas são constantemente mobilizadas e são instrumento dos fins do regime;
Tem o objetivo de eliminar a pessoa, destruir o indivíduo;
Reduz as pessoas à condição de massa, de objeto da ideologia;
Não vê o valor das pessoas, mas a utilidade.
5.4.1 Ideologia
Pretende estabelecer a verdade absoluta sobre o passado, o presente e o futuro;
Não depende de confirmação empírica, nem admite crítica;
Considera-se a verdade em si;
Se houver incompatibilidade entre a ideologia e a realidade, esta será a errada;
É uma espécie de religião fundida com política e economia.
5.4.2 Partido Único
O partido é a materialização da ideologia;
É uma estrutura de poder paralela e superior ao Estado;
Aparelhe e controla o Estado para que o futuro antevisto pela ideologia aconteça.
5.4.3 Ditador/Líder
É peça-chave no regime;
É o porta-voz e a própria ideologia;
Considera o poder naturalmente dele;
Muitas vezes sua atuação confunde-se com a de um messias, criado pela natureza para salvar o povo.
5.4.4 Terror
É um instrumento que procura concretizar a ideologia;
Persegue opositores reais e quem considera como opositores naturais;
Em casos excepcionais, perseguiam até pessoas aleatórias, que nãos faziam parte de um grupo específico;
É uma espécie de fruto irracional do racionalismo, pois poucas vezes se viu tamanha vontade humana de controlar tudo;
6. Regimes de Governo II – Democracia
6.1 Introdução
O regime de governo justo é a democracia;
Democracia é o respeito à pluralidade de ideias, a participação popular, o respeito às minorias, o governo da maioria para todos;
A igualdade está relacionada ao fato de alguém ser humano;
Não há poder político que se estabeleça sem o consentimento do povo;
Regime democrático é aquele que, com fundamento na igual dignidade das pessoas, enxerga o Estado como um projeto de autogoverno coletivo;
A ideia de dignidade está relacionada à autonomia de decidir por si próprio os rumos de sua própria vida (âmbito privado) e ao direito de ser considerado membro da sociedade política, participando do projeto de autogoverno coletivo (âmbito público).
A Grécia é o berço da democracia;
Para Rousseau, ser livre é obedecer apenas a si mesmo. Assim, o Estado só poderia garantir a liberdade se suas ações fossem um reflexo da vontade coletiva (vontade geral);
Nós continuamos livres no Estado porque nossas obrigações decorrem de nossa vontade (é uma abstração);
O ideal democrático ficou consagrado com as revoluções liberais, particularmente a americana e a francesa.
Dentro de cada Estado, a democracia se ampliou com o sufrágio;
No Brasil, o voto era apenas masculino e censitário (apenas homens, dependendo da renda);
Ainda há pessoas impedidas de votar. Além disso, existem barreiras formais, como idade mínima;
O voto dos analfabetos é facultativo;
Os portugueses equiparados podem exercer as prerrogativas da cidadania.
6.2 As três dimensões da democracia 
6.2.1 Organizacional
Em um estado democrático de direito, todo poder é delegado pelo povo;
O povo é titular da soberania, do poder constituinte, por isso organiza o Estado do jeito que quer.
6.2.2 Procedimental
O regime democrático pressupõe procedimentos que garantam ou promovam a contínua participação do povo nas deliberações políticas. As eleições são exemplo disso.
Não basta que haja processos formais de participação popular. É preciso que eles garantam duas coisas:
6.2.2.1 A responsividade dos governantes às demandas populares
Responsividade é sinônimo de permeabilidade;
Os procedimentos democráticos devem garantir que as demandas populares cheguem aos agentes públicos e se transformem em políticas do estado. 
6.2.2.2 O controle social do exercício de poder
“Controle social” é a tradução possível de accountability;
Essa ideia congrega a publicidade dos atos estatais e a possibilidade de responsabilização dos agentes que se comportem indevidamente ou que não atendam aos anseios do povo;
Segundo Bobbio, democracia é o governo do público em público;
Sempre há grupos que se perpetuam no poder por dinheiro, tradição, força, religião, etc.;
Perpetuação de elite no poder = Lei de Ferro da Oligarquia.
6.2.3 Material
É importante que essa elite seja aberta, é importante ser possível chegar lá, caso se queira;
Não pode ser estamental ou haver impedimentos à oxigenação dessa elite;
O sistema deve se organizar para eliminar as barreiras jurídicas, formais, geográficas, econômicas e sociais que impeçam pessoas de chegar a um cargo público;
Deve-se reforçar o canal de comunicação entre a elite (Lei de Ferro) e a sociedade civil;
O governante deve ser sensível à vontade popular e deve se expor ao controle social;
É inevitável que haja elites no poder (Kennedy, Sarney, etc.);
Há milênios, a atividade política não era remunerada, mas isso fazia com que apenas pessoas com fonte de renda se dedicassem à política. A remuneração criada na Grécia foi uma ampliação material da democracia.
6.3 As muitas democracias
6.3.1 Democracia direta
Os próprios cidadãos participam das decisões do Estado;
Na Grécia era assim, Rousseau defendia esse modelo;
Em grandes Estados com muitas atribuições esse modelo, atualmente, é inviável.
6.3.2 Democracia representativa
Os cidadãos elegem representantes para deliberar em seu nome sobre as questões de interesse coletivo;
Para evitar que os representantes tomem decisões diferentes das orientações e desejos dos representados, criou-se o mandato imperativo.
6.3.2.1 Mandato imperativo
O governante está vinculado, obrigado a seguir as orientações do representado.
Crítica: Não é possível que os representantes consultem os representados a respeito de todas as decisões a serem tomadas. Além disso, ele não deve atender às exigências de quem votou nele apenas.
6.3.2.2 Mandato livre
O governante vota segundo sua própria consciência, independentemente das orientações e desejos dos representados.
6.3.3 Mecanismos de democracia semidireta
A democracia representativa é um “mal necessário”;
A democracia direta é restrita a temas locais (Cantões da Suíça, p. ex.);
O poder é do povo, mas quem governa é o representante;
Para superar essa ficção jurídica, criaram-se mecanismos de democracia semidireta, praticados paralelamente ao sistema representativo.
6.3.3.1 Plebiscito e referendo (Art. 14, CF)
São consultas destinadas ao povo;
Formula-se uma pergunta e o povo diz “sim” ou “não”;
O plebiscito é consultado antes do ato;
O referendo é consultado depois que o ato foi praticado, para ratificá-lo ou retificá-lo;
O Legislativo decide o que será submetido a plebiscito ou referendo, sobre qualquer tema.
6.3.3.1 Iniciativa popular de projeto de lei (Art. 61, § 2º, CF)
O povo pode propor a adoção de uma lei; 
Os requisitos são altíssimos, praticamente inviabiliza a iniciativa popular.
6.3.3.2 Veto popular
A população faz com que determinada medida só entre em vigor depois de consulta popular;
Parece com o referendo, mas é solicitado pelo próprio povo e não pelo Estado;
Não existe no Brasil.
6.3.3.3 Recall
É uma espécie de revogação do mandato político;
Quem não agrada mais pode sofrer o recall;
Recolhem-se assinaturas e faz-se nova eleição para saber se ele deve sair ou não;
O recall pode ser individual (o chefe do executivo) ou coletivo (o parlamento);
Não existe no Brasil.
6.3.3.4 Democracia participativa
O povo é chamado para participar das deliberações políticas e não para dizer apenas “sim” ou “não”;
O instrumento mais conhecido no mundo é o orçamento participativo;
O povo é ouvido, não quer dizer que seja obedecido.
6.4 Questões específicas
6.4.1 Democracia e regra da maioria
Democracia é o governo de todos;
Como é impossível que todos pensem da mesma forma, usa-se o critério da maioria, desde que não se desrespeitem as minorias;
Para algumas decisões, exige-se a maioria qualificada.
6.4.2 Democracia e constitucionalismo
Retiram-se algumas deliberações da pauta, independentemente da maioria atual;
As minorias recebem proteção jurídica (cláusulas pétreas),conforme a dignidade humana;
Não existe democracia sem direitos fundamentais.
Direito Constitucional II

Outros materiais